Um disco médio, que não me deixou apaixonado. Parte disto é culpa dos intérpretes e parte culpa do repertório escolhido. Às vezes, o (quase) ineditismo cobra um alto preço, né? Aqui, o foco são os compositores italianos — não esqueçam que Händel foi bem jovem para a Itália e lá compôs uma sensacional série de Cantatas Italianas, né? Já Domenico Scarlatti cavou um lugar na imortalidade em razão de suas Sonatas para Cravo. Aqui, são apresentadas 3 delas, mas sem grande brilho. Gaminiani é um cara de que gosto muito e sua Sonata para Violoncelo não decepciona, só que ela sofre da mesma anemia das Sonatas scarlatianas…
Händel / Scarlatti / Geminiani: Mi Palpita il Cor e outras Cantatas de Câmara e Sonatas (La Voce Umana)
1 Georg Friedrich Handel – Mi palpita il cor, HWV 132a
2 Domenico Scarlatti – Sonate A-Dur, K. 208 L. 238, Andante è cantabile
3 Domenico Scarlatti – Sonate a-moll, K. 149 L. 93, Allegro
4 Georg Friedrich Handel – Nice, che fa?, HWV 138
5 Francesco Geminiani – Sonate III C-Dur für Violoncello und Basso Continuo
6 Georg Friedrich Handel – Dolce pur d’amor l’affanno, HWV 109b
7 Domenico Scarlatti – Sonate F-Dur, K. 82 L. 30
8 Georg Friedrich Handel – Lucrezia
La Voce Umana
Gabriele Näther, soprano
Joachim Fiedler, cello
Jürgen Trinkewitz, keyboard
Eu tenho uma cordial discordância com meu irmão FDP Bach. Julgo Albinoni um compositor de segunda ou terceira linha e estaria disposto a colocar Geminiani no lugar de destaque ocupado pelo Albinoni que desprezo… Não haverá mortes tampouco agressões em nossa discussão, ela será um dia finalizada numa Oktoberfest em Blumenau com os dois bêbados, rindo muito. Pois tais discussões servem apenas como pretexto para encontros. Detalhe: não conheço FDP Bach pessoalmente. (Post de 2012, hoje isto deixou de ser verdade).
Ah, são dois CDs. Ambos muito bons!
Geminiani: La Folia e Trios
Trio Sonata for violin, violone (or 2 violins) & continuo No. 9 (aka “No. 3”) in F major, Op. 1/9
1 Largo 3:16
2 Andante 2:12
3 Allegro 3:23
4 Concerto Grosso, for 2 violins, strings & continuo No.12 in D minor (“La Follia”; after Corelli Op. 5/12) 10:53
E aqui termina esta coleção de Hyperion, gravada pelo Purcell Quartet e Purcell Band, dedicada aos trabalhos de diversos compositores que escreveram variações sobre o famoso tema português. Postamos os seis CDs nos últimos seis dias. No disco deste post estão as seis Folias e apenas elas. Uma joia! Na verdade, mas de 150 compositores fizeram variações sobre este tema e aqui estão somente alguns dos principais. Acho que as melhores variações são as de Marais, Scarlatti e CPE Bach, mas todo mundo pode discordar.
O tema conhecida como ‘La Folia’ fascinou muitos compositores desde o século XVII. De origem portuguesa, a palavra significa ‘louco’ ou ‘cabeça vazia’ e até a década de 1670 indicava uma dança rápida e barulhenta, na qual os participantes pareciam estar ‘fora de si’. No final do século, uma forma nova, mais lenta, se desenvolveu. Também foi ajustada a estrutura harmônica para formar a simetria perfeita que inspirou Corelli a usá-la na 12ª de suas Sonatas para Violino, Op 5. Aquela famosa obra inspirou Vivaldi, CPE Bach, Alessandro Scarlatti e outros compositores a escreverem variações sobre ‘La Folia’ — incluindo até Rachmaninov, embora o título ‘Variações sobre um tema de Corelli’ pareça indicar que ele pensasse que a música era do compositor. Bem, o que esperar de Rachmaninov, né?
Este CD reúne obras inspiradas em ‘La Folia’ de seis compositores, começando com a Sonata original de Corelli e finalizando com o arranjo orquestral de Geminiani. As obras de CPE Bach e Scarlatti são para teclado solo. As seis peças foram retiradas da série de CDs da Hyperion que postei nos seis dias anteriores. É só conferir.
Corelli / Marais / Scarlatti / Vivaldi / CPE Bach / Geminiani: Variações sobre La Folia
1 Violin Sonata in D minor ‘La Folia’ Op 5 No 12 [9’58] Arcangelo Corelli (1653-1713)
Elizabeth Wallfisch (violin), Richard Boothby (cello), Robert Woolley (harpsichord)
2 Les Folies d’Espagne [16’23] Marin Marais (1656-1728)
The Purcell Quartet, William Hunt (viola da gamba)
3 Primo e Secondo Libro di Toccate Alessandro Scarlatti (1660-1725)
Toccata No 7: La Folia [13’08]
Robert Woolley (harpsichord)
4 Trio Sonata in D minor ‘Variations on La Folia’ RV63 [9’29] Antonio Vivaldi (1678-1741)
The Purcell Quartet
5 12 Variationen über die Folie d’Espagne H263 Wq118/9 [7’58] Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788)
Robert Woolley (harpsichord)
6 Concerto grosso ‘La Folia’ [10’53] Francesco Geminiani (1687-1762)
The Purcell Quartet, The Purcell Band
Dos sete discos de folias, este talvez seja o mais fraco. Pobre Geminiani! É excelente compositor, mas a escolha dos extras não foi muito feliz. Seu Concerto Grosso La Folia (faixa 4) é maravilhoso, mas o repertório do restante do disco não é tudo aquilo. Geminiani foi aluno de Alessandro Scarlatti e Arcangelo Corelli. A partir de 1711 foi maestro em Nápoles. Em 1714 foi a Londres para dar concertos como violinista, onde recebeu a proteção de William Capel, conde de Essex. Em 1715 se apresentou em duo com Haendel diante do rei Jorge I. Nesse país estabeleceu residência, compôs e deu aulas, além de reunir uma coleção de obras de arte. Em sua obra se destacam suas sonatas para violino e baixo contínuo e seus concerti grossi, onde introduziu a viola como parte do concertino. Para este estilo ele também adaptou algumas sonatas para violino e baixo de seu mestre Corelli. Escreveu um tratado sobre a arte do violino em 1751, Art of Playing the Violin, que sumariza a prática do instrumento no século XVIII, sendo uma referência até os dias de hoje. Seu Guida harmonica (c. 1752) é um dos mais originais tratados de harmonia, dando instruções detalhadas para a realização do baixo continuo. Outras de suas obras teóricas são Art of Accompaniment on the Harpsichord, Organ, etc. (1754), Lessons for the Harpsichord, e Art of Playing the Guitar (1760).
Resumindo, o cara foi genial, mas o repertório escolhido só pode ser fruído por fãs.
Francesco Geminiani (1687-1762): La Folia e Outros Concertos e Sonatas
Sonata No.3 In F Major
1 Largo 3:16
2 Andante 2:12
3 Allegro 3:23
4 Concerto Grosso “La Folia” 10:53
Sonata No.3 In E Minor Op 1 No 3
5 Adagio – Allegro – Adagio 1:36
6 Tempo Giusto – Adagio 1:32
7 Allegro 2:44
Sonata No.5 In A Minor
8 Spiritoso 1:40
9 Andante 2:05
10 Allegro 2:27
Sonata No.6 In D Minor
11 Andante 2:02
12 Allegro 2:09
13 Allegro 2:05
Sonata In A Major Op 4 No 12
14 Adagio – Presto 1:53
15 Presto 1:38
16 Presto 1:20
Concerto Grosso In G Minor Op 7 No 2
17 Grave – Allegro 4:16
18 Andante 1:24
19 Allegro 3:03
Ensemble – The Purcell Band, The Purcell Quartet
Cello [The Purcell Quartet] – Richard Boothby
Harpsichord [The Purcell Quartet] – Robert Woolley
Organ [The Purcell Band] – Lucy Carolan
Viola [The Purcell Band] – Alan George, Risa Browder (tracks: 17 to 19)
Violin [The Purcell Band] – Catherine Weiss, Francis Turner*, Henrietta Wayne, Pavlo Besnosiuk*
Violin [The Purcell Quartet] – Catherine Mackintosh, Elizabeth Wallfisch
Violone [The Purcell Band] – Barry Guy
Ouvimos primariamente a música dos grandes compositores – Bach, Handel, Vivaldi, Rameau. E quase sempre suas obras nos sãos apresentadas em gravações completas: Quatro Suítes Orquestrais, Os Concerti Grossi Op. 12, La Stravaganza. Quando muito, um disco com concertos ou outras peças, sempre do mesmo compositor.
Essa abordagem pode limitar um pouco nossa perspectiva da riqueza cultural, da diversidade e do colorido das peças musicais do período barroco. Essa maneira de apresentar a música interessa muito às gravadoras que assim vendem seus pacotes. A Integral dos Concertos para Fagote (ou Flautim, ou Viola da Gamba) do compositor tal, a Integral da Música de Banquete do compositor qual. Creio que até para o mais treinado ouvinte, enfrentar uma sequência de 70 minutos de Concertos para Fagote pode ser um pouquinho demais. Isto sem mencionar as violas. Acho que certas peças são mais agradáveis e efetivas se apresentadas em companhia de outras, de outros compositores, com as quais tenham afinidade, mas também um certo contraste.
É claro que podemos ‘programar’ uma audição musical, tomando umas peças daqui, outras dali, mas nem sempre isso acontece.
Esta é uma das razões pelas quais eu adoro discos como este, da postagem. A produção do disco conseguiu interpolar peças barrocas, mas de períodos ligeiramente diferentes, e intercalar obras de mestres maiores com alguns menos conhecidos.
Talvez Pietro Castrucci seja o compositor menos conhecido desta coleção, mas certamente era conhecido de seus pares, como Handel, que também tem uma peça no disco.
Castrucci nasceu em Roma e estudou com Corelli. Mudou-se para Londres em 1715 e foi famoso como virtuose do violino e líder da Orquestra da Ópera de Handel.
Outro compositor menos conhecido desta lista é Alessandro Stradella, que certamente viveu uma vida cheia de aventuras amorosas. Tanto que morreu por isso. A peça que fecha o disco, a Sonata di viole, provavelmente é o primeiro concerto grosso e acredita-se ter servido de modelo para os Concerti Grossi Op. 6 de Corelli. Deste conjunto, o Concerto No. 1 abre o disco.
Vá lá, delicie-se também com Sinfonia do Alessandro Scarlatti, pai do Domenico, com o belíssimo concerto de Vivaldi, que brilha aqui ainda mais, e com a espetacular versão para Concerto Grosso da Sonata da Folia, de Corelli, feita pelo Geminiani. Um disco tão bem gravado e produzido custa a aparecer.
A Orchestra of the Age of Enlightenment já apareceu por aqui diversas vezes, sempre tendo a sua frente grandes regentes, como o Frans Brüggen, Gustav Leonhardt e Simon Rattle. Nesta ocasião ela é dirigida diretamente pela pessoa que está liderando os violinos. Ou seja, neste disco a estrela é a OAE!
Digam vocês se o Masterchef Erick Jacquin não é um sósia do oboísta Anthony Robson…
Italian Baroque Concertos
Arcangelo Corelli (1653-1713)
1-5. Concerto Grosso em ré maior, Op. 6, 1
Pietro Castrucci (1679-1752)
6-10. Concerto Grosso em ré maior, Op. 3, 12
Alessandro Scarlatti (1660-1725)
11-13. Sinfonia di Concerto Grosso No. 2 em dó menor
George Frideric Handel (1685-1759)
14-16. Sonata del Overtura (para Il trionfo del Tempo e del Disinganno)
Antonio Vivaldi (1678-1741)
17-19. Concerto em fá maior para duas flautas, dois oboés, violino, violoncelo e baixo
Contínuo, RV 572 (Il Proteo o sia il mondo al rovescio)
Francesco Geminiani (1687-1762)
20. Concerto Grosso No. 12 em ré menor “La Folia” (da Sonata Op. 5, 12, de Corelli)
Alessandro Stradella (1644-1682)
21-24. Sonata di viole
Orchestra of the Age of Enlightenment
Alison Bury, Margaret Fautless, Catherine Mackintosh
O disco foi gravado em uma cooperação entre a BBC Music Magazine e o selo Linn
As peças deste disquinho adorável, produzido em 1996, seguem um modelo que floresceu no início do século XVII, na Itália. Dois instrumentos melódicos com o acompanhamento do baixo contínuo – estamos em pleno período barroco. A combinação mais comum era de dois violinos como instrumentos melódicos, mas aqui temos um violino e uma flauta doce.
O repertório escolhido pelo (então) jovem grupo de instrumentalistas é de peças de compositores ingleses ou italianos que viveram na Inglaterra ou que tiveram suas músicas publicadas e ouvidas ali.
A maior parte delas é uma composição sobre um ground bass (basso ostinato, em italiano), que é um pequeno padrão melódico recorrente, tocado pelos instrumentos que fazem o baixo.
A lindíssima Aria Sopra la Bergamasca, de Uccelini, que nunca esteve na Inglaterra, é um bom exemplo.
Nicola Matteis viajou da Itália para a Inglaterra a pé, com sua rabeca às costas. Presumo que ele tenha usado algum tipo de embarcação para cruzar o Canal da Mancha. Matteis tocava violino e guitarra e fez muito sucesso em Londres, por volta de 1670. O sucesso, no entanto, aparentemente lhe custou caro. O relato deixado por Roger North conta que excess of pleasure threw him into a dropsie, and he became very poor. Para entender o que lhe sucedeu basta saber que dropsie significa hidropsia.
Outro italiano do disco é Biaggio Marini, um virtuose do violino, como vários outros italianos. Originário de Brescia, ocupou postos em vários países, mas terminou seus dias em Veneza, onde conviveu com músicos da Catedral de São Marcos, Monteverdi entre eles.
Francesco Geminiani é de uma geração posterior a Marini e estudou com Alessandro Scarlatti (pai do Domenico) e Corelli, entre outros. Em 1714 visitou a Inglaterra, caindo nas graças do Conde de Essex e acabou se estabelecendo. São famosos seus arranjos das Sonatas para Violino Op. 5, de Corelli, para o formato de Concerto Grosso.
Completam o disco peças dos ingleses Matthew Locke, Christopher Simpson, John Blow e o mais famoso deles, Henry Purcell. Veja a opinião deste último sobre este tipo de composição: Composing upon a Ground is a very easie thing to do and requires but little Judgement. Sei, bom senso, não é, Henry?
Chamo a atenção para a violinista do Palladian Ensemble, que na capa do disco aparece timidamente segurando o seu instrumento, trajando um vestido verde turquesa – Rachel Podger, hoje uma referência para amantes da música barroca.
O selo Linn Records foi criado pela companhia do mesmo nome (Linn Hi-Fi), que produz aparelhos de som de altíssima qualidade. A produção é de Lindsay Pell e o local de gravação, Rosslyn Hill Chapel, Hampstead, é famosíssimo para os amantes da boa música gravada.
O excesso de prazer, que aparentemente foi o caminho da perdição para o Matteis, caiu esplendidamente para o título do disco, realmente muito prazeroso. A Aria sopra la Bergamasca, do Uccellini, vai grudar em você como chiclete no seu sapato.
Marco Uccellini (1603 – 1680)
1.Aria quinta sopra la Bergamasca
Nicola Matteis (1650 – 1714)
2. Aria spagnuola a due corde (from Ayres for the Violin)
3. Diverse bizzarie Sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona
Matthew Locke (1621 -1677)
Broken Consort in D
4. Pavan
5. Ayre
6. Galliard
7. Ayre
8. Saraband
Christopher Simpson (1605 – 1669)
9. Divisions on John Come Kiss me Now
John Blow (1649 – 1708)
Sonata in A
10. Slow
11. (untitled)
12. Brisk
Biagio Marini (c. 1587 – 1663)
13. Sonata
Anonymous
14. Ciaconna
Francesco Geminiani (1687 – 1762)
15. Auld Bob Morrice
16. Lady Ann Bothwet’s Lament
17. Sleepy Body
Nicola Matteis (1650 – 1714)
18. Adamento con divisione (from Ayres for the Violin)
19. Aria (from Ayres for the Violin)
20. Grave (from Ayres for the Violin)
21. Ground in D, la sol re per fa la mano (from Ayres for the Violin)
Henry Purcell (1659 – 1695)
22. Two in one upon a ground
Nicola Matteis (1650 – 1714)
23. Bizzarie all’imor Scozzeze (Ground after the Scotch Humour)
Palladian Ensemble
Pamela Thorby, flautas doce
Rachel Podger, violino
Joanna Levine, viola da gamba, violoncelo, violone
Lembram aquelas seleções de clássicos dos anos 70 e 80 que tinham gatinhos na capa? Ali, o Aleluia de Handel podia vir antes de Rhapsody in Blue, a qual era seguida da Abertura 1812, por exemplo. Mas, óin, as capas tinham gatinhos… Enfim, o apelido “Disco de Gatinhos” é de autoria do Júlio e da D. Cristina lá da King`s Discos, esplêndida loja que ficava na Galeria Chaves. Eles não gostavam muito daquelas seleções. Nem eu. Pois a grande surpresa aqui é o fato de eu ter gostado deste disco de gatinhos barrocos de Daniel Hope. Achei um mui digno caça-níqueis pontuado por obras inesperadas neste tipo de seleções. É o gênero de disco que as gravadoras fazem para popularizar de vez um artista muito bom e ganhar uma bela grana. E Hope é boníssimo e tem bom gosto. Se não tivesse, faria o habitual: uma salada sem gosto.
Andrea Falconieri (1585 – 1656)
1. Chaconne in G Major [3:14]
George Frideric Handel (1685 – 1759)
Suite No.15 in D minor for Harpsichord, HWV 447
2. 3. Sarabande [3:07]
Diego Ortiz
3. Ricercata segunda [1:25]
Andrea Falconieri (1585 – 1656)
4. La suave melodia [3:10]
Biagio Marini (1597 – 1665)
5. Passacalio in G minor [3:38]
Nicola Matteis
6. “La Vecchia Sarabanda” [4:17]
Johann Pachelbel (1653 – 1706)
Canon and Gigue in D major
7. 1. Canon [3:41]
8. 2. Gigue [1:25]
Georg Philipp Telemann (1681 – 1767)
Concerto for Violin concertato, Strings and Basso continuo in A minor, TWV 51:A1
9. Adagio [2:59]
10. Allegro [2:22]
11. Presto [1:41]
Johann Paul von Westhoff (1656 – 1705)
Sonata for Violin and Continuo III
12. Imitazione delle Campane [1:55]
Nicola Matteis
13. Ground after the Scotch Humour [1:50]
Francesco Geminiani
Concerto grosso No.5 in G minor
Arr. from Corelli’s Sonata Op.5 No. 5
14. 1. Adagio [3:02]
15. 2. Vivace [1:38]
16. 3. Adagio [2:45]
17. 4. Allegro [1:40]
Antonio Valente
18. Gagliarda Napolitana [1:51]
Andrea Falconieri (1585 – 1656)
19. Passacaglia in G Minor [2:56]
Jean-Marie Leclair (1697 – 1764)
20. Tambourin [1:44]
Anonymous
21. Greensleeves [4:40]
Johann Paul von Westhoff (1656 – 1705)
Sonata “La guerra” in A Major
22. La Guerra cosí nominata di sua maestà [0:46]
Sonata for Violin and Continuo II
Sonata for Violin and Continuo “Consacrate al Grand’ Apolline di questi tempi”
23. Imitazione del Liuto. Presto [2:26]
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Suite No.3 in D, BWV 1068
24. 2. Air [5:01]
Cello – Jonathan Cohen (7), William Conway
Double Bass – Enno Senft
Engineer – Mike Hatch
Executive-Producer – Dr. Alexander Buhr
Harpsichord, Organ – Kristian Bezuidenhout
Lute, Guitar, Theorbo – Stefan Maass, Stephan Rath (2)
Percussion – Hans-Kristian Kjos Sørensen
Photography By [Cover] – Harald Hoffmann
Producer – John West*
Viola – Stewart Eaton
Violin – Lucy Gould
Violin [Solo Violin Ii] – Lorenza Borrani
Violin, Executive Producer, Liner Notes – Daniel Hope
CD belíssimo, absolutamente notável e anormal — às vezes parece até uma tese — deste brilhante facefriend que sofre de insônia e que, para relaxar, costuma postar gravações suas feitas a partir de seu iPhone, dando belas explicações sobre cada obra que está estudando… É uma insônia muito produtiva! O multipremiado Mahan Esfahani recebeu todos os prêmios de melhor CD de música barroca de 2014 por suas interpretações das Württemberg Sonatas, de C.P.E. Bach e pelo visto vai de novo com este Time Present and Time Past. Um outro amigo resumiu bem no Facebook o que é este CD:
Muito foda. A seleção do repertório é tão brilhante quanto a interpretação. Fazer-nos escutar o concerto de Bach sobre Vivaldi com uma cadenza de Brahms depois de Reich e Górecki foi um achado. Longa vida ao garoto!!!
Sim, o disco alterna obras barrocas e modernas e… a gente acha natural e que têm tudo a ver. Longa vida a Mahan Esfahani e que possamos ver até onde ele vai chegar. É um cara talentosíssimo, comunicativo e que quebra inteiramente a distância entre si e seu público. Acho que está identificado o Gustav Leonhardt de nosso tempo. Abaixo, ele improvisa com extraordinário talento sobre a Fantasia (sem a fuga) Cromática de Bach.
https://youtu.be/N4Ngo47jy2Y
Alessandro Scarlatti / Górecki / C.P.E. Bach / Geminiani / Reich / J.S. Bach:
Time Present And Time Past
Alessandro Scarlatti
01 06:27 VARIATIONS ON “LA FOLLIA”
Henryk Górecki — HARPSICHORD CONCERTO, OP. 40
02 04:25 1. ALLEGRO MOLTO
03 04:07 2. VIVACE
Carl Philipp Emanuel Bach
04 07:14 12 VARIATIONS ON “LA FOLIA D’ESPAGNE” IN D MINOR, WQ. 118, NO. 9 –
Francesco Geminiani
05 11:45 CONCERTO GROSSO IN D MINOR
Steve Reich
06 16:37 PIANO PHASE FOR TWO PIANOS
Johann Sebastian Bach — HARPSICHORD CONCERTO IN D MINOR, BWV 1052
07 07:49 1. ALLEGRO
08 06:38 2. ADAGIO
09 08:25 3. ALLEGRO (CADENZA: JOHANNES BRAHMS)
G. F. Handel
10. 05:15 Handel Chaconne In G Major For Harpsichord. HWV 435
Geminiani é um compositor curioso. Sempre o achei o menos italiano dos italianos. Assim como Vivaldi, Corelli e tantos outros barrocos, é um compositor de alta categoria, mas não é tão luminoso, mais parece um francês, talvez alemão. Ou… Quem sabe? Bem, o fato é que Geminiani mudou-se de mala e cuia para Londres em 1715 e lá ficou até morrer, ou seja, residiu em Londres por 47 anos. Será este o segredo? Bem, o que eu posso dizer é que gosto muito de sua música e o Ensemble 415, sob a direção de Chiara Banchini, dá tratamento de luxo a ela. É um excelente álbum duplo. Dá gosto de ouvir.
Francesco Geminiani (1687-1762): 12 Concerti Grossi composti sull’opera V d’Arcangelo Corelli
Concerto No. 1 En Ré Majeur / D Major / D Dur
Soloist – Chiara Banchini, Stéphanie Pfister*
(9:24)
1-1 Allegro (Grave, Allegro, Adagio, Grave, Allegro, Adagio)
1-2 Allegro
1-3 Largo
1-4 Allegro
Concerto No. 2 En Si Bémol Majeur / B-flat Major / B Dur
Soloist – Helena Zemanová, Odile Édouard*
(9:33)
1-5 Grave
1-6 Allegro
1-7 Vivace
1-8 Adagio
1-9 Vivace
Concerto No. 3 En Do Majeur / C Major / C Dur
Soloist – David Plantier, Odile Édouard*
(9:33)
1-10 Adagio
1-11 Allegro
1-12 Adagio
1-13 Allegro
Concerto No. 4 En Fa Majeur / F Major / F Dur
Soloist – Olivia Centurioni, Stéphanie Pfister*
(10:21)
1-14 Adagio
1-15 Allegro
1-16 Vivace
1-17 Adagio
1-18 Allegro
Concerto No. 5 En Sol Mineur / G-minor / G Dur
Soloist – Chiara Banchini, David Plantier
(8:40)
1-19 Adagio
1-20 Vivace
1-21 Adagio
1-22 Allegro
Concerto No. 6 En La Majeur / A Major / A Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(8:40)
1-23 Adagio
1-24 Allegro
1-25 Adagio
1-26 Allegro
Concerto No. 7 En Ré Mineur / D Minor / D Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(8:23)
2-1 Preludio
2-2 Corrente (Allegro)
2-3 Sarabanda (Largo)
2-4 Giga (Allegro)
Concerto No. 8 En Mi Mineur / E Minor / E Moll
Soloist – Chiara Banchini, Stéphanie Pfister*
(10:30)
2-5 Preludio (Largo)
2-6 Allemanda (Allegro)
2-7 Srabanda (Largo)
2-8 Giga (Allegro)
Concerto No. 9 En La Majeur / A Major / A Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(9:58)
2-9 Preludio (Largo)
2-10 Giga (Allegro)
2-11 Adagio
2-12 Gavotta (Allegro)
Concerto No. 10 En Fa Majeur / F Major / F Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(9:55)
2-13 Preludio (Adagio)
2-14 Allemanda (Allegro)
2-15 Sarabanda (Largo)
2-16 Gavotta (Allegro)
2-17 Giga (Allegro)
Concerto No. 11 En Mi Majeur / E Major E Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(7:42)
2-18 Preludio
2-19 Allegro
2-20 Adagio
2-21 Vivace
2-22 Gavotta (Allegro)
2-23 Concerto No. 12 En Ré Mineur / D Minor / D Dur “Follia”
Soloist – Chiara Banchini, Stéphanie Pfister*
11:33
Ensemble 415
Cello – Hendrike Ter Brugge
Cello [Concertino] – Gaetano Nasillo
Contrabass – Michaël Chanu
Harpsichord, Organ – Andrea Marchiol
heorbo, Guitar – Evangelina Mascardi
Viola – Martine Schnorhk
Viola [Concertino] – Andreas Torgersen
Violin – David Plantier, Helena Zemanová, Odile Edouard, Olivia Centurioni, Stéphanie Pfister*
Violin, Viola – Birgit Goris
Violin, Directed By – Chiara Banchini
22º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora 2011
Com instrumentos de época. On period instruments.
Referida nos catálogos de composições do mulato mineiro José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746?-1805), por Maria da Conceição de Resende Fonseca (n.5) e por Maria Inês Guimarães (n.6), esta obra foi impressa na série Patrimônio Arquivístico – Musical Mineiro (n.3), a partir de sua única fonte conhecida: uma cópia de Hermenegildo José de Sousa Trindade (1806-1887), pertencente à Orquestra Lira Sanjoanense (São João Dei-Rei – MG). Destinada a uma cerimônia religiosa setecentista, seu texto latino invoca a intermediação de Nossa Senhora em nossa conexão com Deus. No Breviário Romano, Beata Mater é a Antífona do Magnificat para as comemorações de Nossa Senhora, mas o compositor utilizou uma versão do texto dividido em duas seções, com o acréscimo da doxologia Gloria Patri, o que lhe confere a incomum estrutura responsorial, talvez indicando algum uso paralitúrgico da obra.
Escrita para quatro vozes, violinos I e II, viola, baixo, trompas I e II, a obra utiliza uma textura homofônica, alternando solos, duos e tutti, como era habitual nos compositores mineiros da segunda metade do século XVIII, porém no Intercede pro nobis ad Dominum, a seção mais longa da peça, o autor emprega um discurso mais desenvolvido, com tendências polifônicas e repetição contínua dessa pequena frase latina. Na doxologia Gloria Patri, que desempenha a função de Verso, o compositor utilizou apenas o duo de soprano e contralto, acompanhado de maneira bastante simples e com o convencional caráter de seção contrastante. Esse Gloria Patri, no entanto, pode ter sido uma inclusão de outro compositor no século XIX, possivelmente o próprio Hermenegildo José de Sousa Trindade, que também acrescentou partes de flauta e clarineta ao conjunto instrumental, partes que não foram utilizadas na edição dessa obra.
Na atualidade, e fora do ambiente litúrgico, obviamente esquecemos a função religiosa que esta composição pode ter desempenhado, ou seja, a função de um elemento que, integrado em um ritual, era capaz de nos religar à vida. Essa religação foi necessária desde que os seres humanos começaram a dividir as tarefas práticas dos seus grupos sociais, há milhares de anos, e a gastar nelas mais tempo e energia do que nos aspectos imateriais da vida, como o pensamento, o sentimento e a vontade. Manifestas em sonhos, medos, tendências psíquicas, angústias e alegrias, por mais que fossem reprimida em nome das tarefas cotidianas, tais particularidades da vida ressurgiam e invadiam o ser humano, além de seu controle. Por isso, foram divinizadas, adoradas como aspectos exteriores ao cotidiano, remetidas para um lugar inacessível acima de nossas cabeças (Céu, Olimpo, Sinai, astros) e denominadas ‘espirituais’ (do latim spiritus, sopro), ou seja, intangíveis, imateriais. Assim, os antigos conceberam o sopro como o portador da vida, capaz, portanto, de expressar-se em som, voz, palavra, nome e música.
Entre os interesses que existem na revitalização da música antiga e na discussão de sua função no presente, estão o contato com um repertório que, séculos atrás, de alguma maneira ajudava o ser humano a se religar aos aspectos imateriais da vida, reprimidos em nome das tarefas cotidianas, além da real possibilidade de que essa música possa nos ajudar a fazer o mesmo na atualidade. Interessante notar que essa função existia não apenas na música feita para os templos, mas também nas sonatas, óperas, concertos e sinfonias, desde que a sociedade leiga assumiu a tarefa de também fazer o que anteriormente apenas as igrejas faziam. Sempre que o ideal de religação foi posto em prática, o belo manifestou-se de alguma maneira e nosso interesse por esse belo pode agora nos proporcionar nova religação. Mas o belo não é produzido pela indústria e nem comprado em lojas, o belo é uma manifestação da vida criadora em nome da própria vida. Apenas consumir esse repertório, em lugar de procurar nele algo realmente belo, é perder a oportunidade de religação e, novamente, separar-se da vida.
Obviamente, uma grande parte da música que precedeu o século XX foi destinada às elites, portanto sem beneficiar a maior parte da população de seu tempo e, conseqüentemente, bela apenas em sua forma e não totalmente em sua função. Mas deixar de usar esse repertório no presente, apenas porque foi vetado à maior parte dos homens do passado é, no mínimo, um desperdício: seria o mesmo que eliminar dos dias atuais a escrita, por ter sido esse o meio de comunicação usado pelas antigas elites para a repressão popular. A vida que necessita cuidado não é mais a do passado, porém a do presente e, para isso, são válidos todos os meios hoje disponíveis, desde que realmente estejam a serviço da vida (de toda a vida) e não mais de sua repressão. Cabe-nos, portanto, recriar o belo, não apenas da forma, mas principalmente de sua função.
A Antífona ou Responsório Beata Mater, de Lobo de Mesquita, pode estar distante de sua função original, mas como toda obra antiga, guarda um resquício de sua beleza, ou de sua capacidade de religação que, por meio da edição contemporânea e de uma interpretação tão sensível e cuidadosa, como a da Orquestra Barroca do XXII Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora, pode ser ao menos parcialmente revitalizada, provocando-nos novamente algum efeito de ‘suspensão da cotidianidade’, como a esse fenômeno se referiu Michel Maffesoli.
Ouvir hoje Lobo de Mesquita é tomar contato com um recurso criado para desempenhar uma importante função de religação com a vida, ainda que a ignorância humana tenha somado a essa tarefa a repressão social, o patrulhamento cultural e a ditadura religiosa. Se realmente tivermos a finalidade de fazer no presente esse tipo de conexão com a vida, qualquer meio será válido. E se colocarmos essa intenção na pequena Beata Mater, ela deixa de ser uma mera sequência de notas, uma velha partitura, um agente de repressão, um novo item de catálogo, um recente trabalho ou mais um produto, para se tornar uma oportunidade de contato com a vida que está acima das tarefas repetitivas do nosso cotidiano. Em outras palavras: a mais pura espiritualidade, comum a qualquer cristão, judeu, muçulmano, budista, ateu, músico ou pessoa comum. Ouvir Lobo de Mesquita para religar-se à nossa vida é conectar-se, por meio de Lobo de Mesquita, à vida que há em cada um de nós.
(Paulo Castagna, extraído do encarte)
Orquestra Barroca Jean-Philippe Rameau (France, 1683-1764) 01. Suite extraída da ópera “Hypollite et Aricie” 1. Ouverture 02. Suite extraída da ópera “Hypollite et Aricie” 2. Premier air 03. Suite extraída da ópera “Hypollite et Aricie” 3. Deuxième air 04. Suite extraída da ópera “Hypollite et Aricie” 4. Premiere air infernal 05. Suite extraída da ópera “Hypollite et Aricie” 5. Deuxième air de furies 06. Suite extraída da ópera “Hypollite et Aricie” 6. Air des Matelots I et II 07. Suite extraída da ópera “Hypollite et Aricie” 7. Rigaudon I et II 08. Suite extraída da ópera “Hypollite et Aricie” 8. Chaconne 09. Suite extraída do ballet “Pygmalion” 1. Ouverture 10. Suite extraída do ballet “Pygmalion” 2. Air / Gavotte / Chaconne / Loure / Passepied / Rigaudon 11. Suite extraída do ballet “Pygmalion” 3. Sarabande 12. Suite extraída do ballet “Pygmalion” 4. Tambourin 13. Suite extraída do ballet “Pygmalion” 5. Pantomime I et II Francesco Geminiani (Itália, 1687-Irlanda, 1762) 14. Concerto Grosso em ré menor, nº 3 op. 3 – 1. Adagio e stacatto – allegro 15. Concerto Grosso em ré menor, nº 3 op. 3 – 2. Adagio 16. Concerto Grosso em ré menor, nº 3 op. 3 – 3. Allegro 17. Concerto Grosso em ré menor, nº 4 op. 3 – 1. Largo e stacatto 18. Concerto Grosso em ré menor, nº 4 op. 3 – 2. Allegro – largo – allegro 19. Concerto Grosso em ré menor, nº 4 op. 3 – 3. Vivace José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805) 20. “Beata Mater”, antífona do Magnificat
22º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora – 2011
Orquestra Barroca, Maestro Luis Otávio Santos
Bruno Cocset é daquele gênero de artista que faz não apenas música historicamente informada como é cheio de balanço, malemolência, harmonia, ritmo, eufonia, sonoridade e todos os sinônimos de musicalidade. O som de seu violoncelo é lindo, redondo e confortante. É dele a melhor gravação das Suítes para Violoncelo Solo de Bach, creio. Aqui ele volta a nos dar belíssimas versões para Sonatas de Geminiani em lindo CD da impecável Alpha.
Já Geminiani, italiano de Luca, é um compositor meio obscuro, mas do qual tudo o que ouvi é muito bom. Nosso caríssimo Gemini era um humanista do mais alto calibre. Era um intelectual interessado em todo o gênero de arte. Foi aluno dos grandes Alessandro Scarlatti e Arcangelo Corelli na Itália. A partir de 1711, foi maestro em Nápoles. Em 1714, foi a Londres para dar concertos como violinista e nunca mais voltou. Em 1715, apresentou-se em duo com Händel diante do rei Jorge I. Na Inglaterra, compôs muito e deu muita aula, além de reunir extensa coleção de obras de arte.
Francesco Geminiani (1687-1762): Sonatas para Violoncelo e Baixo Contínuo
Sonate III En Do Majeur
1 Andante 1:53
2 Allegro 4:19
3 Affetuoso 3:01
4 Allegro 2:37 Sonate XI Opus I (1716)
5 Vivace 2:34
6 Affetuoso 2:29
7 Allegro 3:09 Sonate II En Ré Mineur
8 Andante 2:17
9 Presto 2:28
10 Adagio 0:46
11 Allegro 4:14 Sonate I En La Majeur
12 Andante 1:51
13 Allegro 3:11
14 Andante 0:41
15 Allegro 3:14 “Tendrement” Pour Clavecin
16 Tendrement 3:54 Sonate V En Fa Majeur
17 Adagio 0:37
18 Allegro Moderato 1:18
19 Adagio 3:13
20 Allegro 1:44 Sonate IV En Si Bémol Majeur
21 Andante 0:22
22 Allegro Moderato 2:57
23 Grave 0:41
24 Allegro 0:53 “Tendrement” Pour Ténor De Violon, Violoncelle Et Basse
25 Tendrement 3:35 Sonate VI En La Mineur
26 Adagio 0:40
27 Allegro Assai 3:07
28 Grave 0:28
29 Allegro 4:14
Cello – Bruno Cocset
Contrabass – Richard Myron
Ensemble – Les Basses Réunies
Harpsichord – Bertrand Cuiller
Theorbo – Luca Pianca
Violin [Tenor] – Bruno Cocset
Conductor – Bruno Cocset
Amados, o sono e o adiantado da hora não me permitirão tecer todos os elogios que esse volume merece, então serei breve.
O CD com as música do estilo concertante é de uma elegância ímpar. E desta vez temos como figurões os compositores Händel e Rameau e uma pequena constelação de artistas primorosos, assim como os músicos que executam as peças. Lindo!
AGUARDEM! Amanhã, o último Cd e o Livro completo.
Ouça! Leia! Estude! Divulgue e… Deleite-se!
Guide des Instruments Anciens – CD7
Estilo concertante / Nos tempos de Luís XV
Este é realmente um bom CD duplo. Trata-se da reedição de dois discos do Palladian, de 1993 e 1994. Essas gravações receberam vários prêmios (incluindo dois Diapason d’Or, um para cada CD) e soam hoje tão sensacionais quanto quando de seu lançamento.
É música do século XVII. O primeiro CD recebe o curioso nome de An Excess Of Pleasure e apresenta obras de compositores ingleses e italianos que viveram e trabalharam na Inglaterra ou que venderam obras para ingleses. A música é excelente — alguns dos compositores são muito famosos, como Vivaldi ou Purcell. O segundo é uma coleção veneziana de nome ainda mais estranho — The Winged Lion — ,mas afirmo-lhes que tudo é bom demais.
Vários compositores barrocos: An Excess Of Pleasure / The Winged Lion
An Excess Of Pleasure (CD 1)
Marco Uccellini (1603-1680)
Aria Sopra La Bergamasca Nicola Matteis (fl. 1670) Ayres for the Violin: Aria Sagnuola A Due Corde · Diverse Bizzarie Sopra La Vecchia Sarabanda o pur Ciaconna Matthew Locke (1621/2-1677)
Broken Consort In D: Pavan · Ayre · Galliard · Ayre · Saraband Christopher Simpson (c.1605-1669)
Divisions Of John Come Kiss Me Now John Blow (1649-1708)
Sonata In A: Slow · Untitled · Brisk Biagio Marini (c.1587-1663)
Sonata Anon (c.1660)
Ciaconna Franceso Geminiani (1687-1762)
Scots Airs: Auld Bob Morrice · Lady Ann Bothwell’s Lament · Sleepy Body Nicolas Matteis
Ayres For The Violin: · Andamento Con Divisione · Aria · Grave · Ground In D, La Sol Re Per Fa La Mano Henry Purcell (1659-1695)
Two In One Upon A Ground Nicola Matteis
Bizzarie All’imor Scozzeze
The Winged Lion (CD2)
Dario Castello (fl. 1620)
Sonata Duodecima Giovanni Battista Vitali (1632-1692)
Ciaconnna Marcelo Uccelini (1603-1680)
Sonata Quarto Antoni Vivaldi (1676-1741)
Concerto in F major RV 100 · Allegro · Untitled · Allegro Giovanni Battista Buonamente (d.1642)
Suite (Book III 1626)
Gagliarda Seconda · Corrente terza e quarta · Brando terza · Avanti il Brando · Brando Quarto Franceso Cavalli (1607-1676)
Canzon Santiago De Murcia (fl..1700)
El Amor · La Jota Franceso Turini (1589-1656)
Sonata a tre Antonio Vivaldi
Concerto in D major RV.84: Untitled · Largo · Allegro Marco Uccelini
Aria undecima detta ‘Il Caporal Simon’ · Aria decimaquarta ‘la mia pedrina’ · Aira decimaquinta sopra ‘le scatola da gli ogghi’
Ninguém mais suportava a ausência de Geminiani neste blog. As pressões eram demasiadas e fui obrigado a me curvar.
Mas, falando sério, gosto muito deste aluno de Corelli, cuja notícia bibliografica coloco abaixo. Sua música é agradável e, desde algumas antigas gravações de Hogwood, passei a admirar Geminiani, principalmente quando interpretado em instrumentos originais e sob uma orquestra com tesão como a Tafelmusik de Jeanne Lamon.
Francesco Geminiani nasceu em Lucca (Itália), em dezembro de 1687. Aluno de Corelli em Roma, foi, ao que parece, um virtuose extraordinário. Mas o seu estilo exuberante poderia parecer excêntrico se tomássemos como referência o nobre classicismo do seu professor. A grande vivacidade de seu temperamento, a falta de compasso, fecharam-lhe as portas da carreira de mestre de capela (perdeu a direção da Ópera de Nápoles, cujos músicos não conseguiam acompanhar a sua batuta fantasista).
Em 1714, fixou-se na Inglaterra, onde se apresentou com grande êxito, acompanhado por Händel. Entre 1733 e 1740 viveu em Dublin, numa casa magnífica anexa a uma sala de concertos. Aí recebia os seus alunos e dava concertos privados. Durante o resto do tempo viveu em Londres até 1749. Instalou-se então, em Paris, onde montou nas Tulherias, uma peça fantástica espetacular, La forêt enchantée (31 de março de 1754). Em 1755, voltou para Londres e Dublin (Irlanda), onde Geminiani morreu 17 de setembro de 1762.
Geminiani aperfeiçoou consideravelmente a técnica do violino. Não só tocava com à-vontade as obras de Corelli que, na época, eram consideradas difíceis, como acumulava ousadias técnicas nas suas próprias obras. Entre as suas obras teóricas encontra-se um tratado de uma importância considerável, uma vez que encontramos nele todos os princípios da técnica moderna do violino, A arte de tocar o violino: esta obra, escrita em inglês, faz dele o mestre da escola britânica de violino.
Todavia, nas suas composições, é muito menos original do que os seus grandes contemporâneos italianos, nomeadamente Vivaldi ou Tartini. Permaneceu fiel à antiga forma da sonata de igreja que Corelli lhe ensinara, mas sem nunca ter atingido a perfeição e o esplendor das obras de seu mestre. Escreveu 42 sonatas para violino, 18 concertos para violino, concertos grossos, trios, peças para cravo (arranjos de concertos) e 7 obras teóricas.
1. Concerto Grosso In D Minor, Op. 2, No. 3: I – Presto 2. Concerto Grosso In D Minor, Op. 2, No. 3: II – Adagio 3. Concerto Grosso In D Minor, Op. 2, No. 3: III – Allegro
4. Concerto Grosso In C Minor, Op. 2, No. 1: I – Andante 5. Concerto Grosso In C Minor, Op. 2, No. 1: II – Allegro 6. Concerto Grosso In C Minor, Op. 2, No. 1: III – Adagio 7. Concerto Grosso In C Minor, Op. 2, No. 1: IV – Allegro
8. Concerto Grosso In A Major, Op. 2, No. 6: I – Andante 9. Concerto Grosso In A Major, Op. 2, No. 6: II – Allegro 10. Concerto Grosso In A Major, Op. 2, No. 6: III – Allegro
11. Concerto Grosso In C Minor, Op. 2, No. 2: I – Adagio 12. Concerto Grosso In C Minor, Op. 2, No. 2: II – Allegro 13. Concerto Grosso In C Minor, Op. 2, No. 2: III – Adagio 14. Concerto Grosso In C Minor, Op. 2, No. 2: IV – Allegro
15. Concerto Grosso In D Major, Op. 2, No. 4: I – Andante 16. Concerto Grosso In D Major, Op. 2, No. 4: II – Allegro 17. Concerto Grosso In D Major, Op. 2, No. 4: III – Adagio 18. Concerto Grosso In D Major, Op. 2, No. 4: IV – Allegro
19. Concerto Grosso In D Minor, Op. 2, No. 5: I – Grave 20. Concerto Grosso In D Minor, Op. 2, No. 5: II – Allegro 21. Concerto Grosso In D Minor, Op. 2, No. 5: III – Adagio 22. Concerto Grosso In D Minor, Op. 2, No. 5: IV – Allegro
23. Concerto Grosso In C Major After Corelli, Op. 5, No. 3: I – Adagio 24. Concerto Grosso In C Major After Corelli, Op. 5, No. 3: II – Allegro 25. Concerto Grosso In C Major After Corelli, Op. 5, No. 3: III – Adagio 26. Concerto Grosso In C Major After Corelli, Op. 5, No. 3: IV – Allegro
27. Concerto Grosso In G Minor After Corelli, Op. 5, No. 5: I – Adagio 28. Concerto Grosso In G Minor After Corelli, Op. 5, No. 5: II – Vivace 29. Concerto Grosso In G Minor After Corelli, Op. 5, No. 5: III – Adagio 30. Concerto Grosso In G Minor After Corelli, Op. 5, No. 5: IV – Allegro