John Dowland (1563 – 1626): Danças (de Dowland) – Julian Bream (alaúde) ֎

John Dowland (1563 – 1626): Danças (de Dowland) – Julian Bream (alaúde) ֎

Semper Dowland,

      semper dolens…

Dances of Dowland

Julian Bream

 

Dizem que a metade da vida ‘útil’ de um alaudista é gasta afinando o danado do instrumento. Como John Dowland viveu pouco mais de 60 anos, passou uns 20 dormindo e uns 10, pelo menos, afinando seus alaúdes… criando assim suas lindas melodias, as quais preenchia com poesias que tratavam das dores do amor, sofrência pura, melancolia. Mas, era a o que ditava a moda de então…

Julian Bream verificando se o instrumento estava realmente afinado…

O próprio Dowland criou o trocadilho ‘Semper Dowland, semper dolens’ e a sua música mais conhecida é uma melodia que se chama ‘Lachrimae antiquae”.

Esse disco apresenta uma coleção de danças – galliardas, gigas e alemandas – interpretadas pelo espetacular Julian Bream. A produção é de 1964, portanto apresenta características pré-instrumentos de época, mas a arte de Bream é tão refinada e tão impecáveis são a sua técnica e o seu gosto que o disco merece toda a atenção.

Talvez não seja justo ou conveniente ouvir tudo de uma sentada, se você ainda não é do ramo (é claro, essa é apenas a minha opinião), mas é uma coleção à qual tenho retornado com muito gosto. Tenho uma queda especial pela Frog Gallaird, que apresenta a melodia da canção Now, O now, I needs must part. Veja lá e depois me conte…

John Dowland (1563 – 1626)

  1. The Earl Of Essex Galliard
  2. Lachrimae Antiquae
  3. My Lady Hunsdon’s Puffe
  4. Lord D’Lisle’s Galliard
  5. The Frog Galliard
  6. Lachrimae Verae
  7. The Shoemaker’s Wife (A Toy)
  8. Lady Rich Her Galliard
  9. Unnamed Piece (Almaine)
  10. Sir John Smith’s Almaine
  11. Melancholie Galliard
  12. Sir Henry Gifford’s Almaine
  13. Dowland’s First Galliard
  14. Vaux’s Gigge
  15. The Earl Of Derby His Gilliard
  16. Semper Dowland, Semper Dolens

Julian Bream, alaúde

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MP3 | 320 KBPS | 98 MB

Julian afinando um dos violões da coleção do PQP Bach

Como disse John Duarte, da Gramophone: Many of today’s most famous lutenists began with but abandoned the guitar; Bream has maintained a uniquely distinguished career with both instruments. […] If he is not a ‘real’ lutenist then few will know the difference and fewer will care about it; most will happily settle for these wonderfully live and human performances of music by the greatest of all English lutenists, as I feel Dowland himself might have done. The sound is magnificent […]. This is, pace the purists, as important a recording of lute music as any on offer, a statement of what this marvellous music is really about.’

Aproveite!

René Denon

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John Dowland (1563 – 1626) ·∾· Tell me true love ∞ Joel Frederiksen ∞ Ensemble Phoenix München ֍

European Choral Music: Eric Ericson, Coro da Rádio de Estocolmo & Coro de Câmara de Estocolmo (6 cds)

European Choral Music: Eric Ericson, Coro da Rádio de Estocolmo & Coro de Câmara de Estocolmo (6 cds)

Admiradores do canto coral, o post de hoje é para vocês. Nada mais, nada menos que uma caixa com 6 cds trazendo o crème de la crème do trabalho que o regente Eric Ericson desenvolveu ao longo de décadas à frente de dois coros na capital sueca: o Coro da Rádio de Estocolmo (hoje Coro da Rádio Sueca) e o Coro de Câmara de Estocolmo, fundado por ele.

Correndo o risco de soar exagerado, essa caixinha é o tipo de coisa que eu botaria na sonda Voyager para que os habitantes extraterrestres do cosmos soubessem que, apesar de ter dado um tanto errado como espécie, a humanidade teve seus momentos de extrema beleza, de uma verdade essencial. Um troço assim como aquele gol do Maradona contra os ingleses em 86, a Annunziata de Antonello da Messina ou o filé à francesa do Degrau.

Não sei bem explicar o porquê, tem alguma coisa na música coral que me pega fundo na alma. Talvez seja algo verdadeiramente animal, instintivo – nos sentimos tocados quando ouvimos nossos semelhantes emitindo sons em conjunto. As Paixões de Bach, a Nona de Beethoven, o Réquiem de Mozart, para ficar só em algumas das mais consagradas páginas do repertório de concerto, todas têm aquele(s) momento(s) em que o coro descortina sua avalanche sonora e a gente se agarra na cadeira, como que soterrado por tamanha beleza, tamanho feito humano. A voz humana tem esse poder, mexe com a gente, sei lá, em nível celular…

Pois esta caixinha de seis discos faz um voo panorâmico amplo, percorrendo mais de cinco séculos de música coral europeia: de Thomas Tallis (1505?-1585) a Krzystof Penderecki (1933-2020). Os seis discos são divididos em dois trios: os três primeiros levam o nome de Cinco Séculos de Música Coral Europeia e trazem obras de: Badings, Bartók, Brahms, Britten, Byrd, Castiglioni, Debussy, Dowland, Edlund, Gastoldi, Gesualdo, Ligeti, Martin, Monteverdi, Morley, Petrassi, Pizzetti, Poulenc, Ravel, Reger, Rossini, Schönberg, R. Strauss e Tallis. Os três restantes, por sua vez, são agrupados como Música Coral Virtuosa e o repertório consiste em Jolivet, Martin, Messiaen, Monteverdi, Dallapiccola, Penderecki, Pizzeti, Poulenc, Reger, R. Strauss e Werle.

Eric Ericson e György Ligeti

O texto de Michael Struck-Schloen sobre o repertório que integra o encarte é bem bom e vale a extensa transcrição, em livre tradução deste blogueiro:

Cinco séculos  de música coral europeia (cds 1 – 3)
A seleção estritamente pessoal de Ericson do vasto repertório de música coral europeia dos séculos XVI a XX para a lendária produção de 1978 da Electrola pode surpreender, a princípio, pelas muitas lacunas que contém. Não há nada da audaciosamente complexa música coral do Barroco Protestante, de Schütz a Bach, nem obras do início do período Romântico, quando grandes mestres como Schubert e Mendelssohn contribuíram para a era dourada da tradição coral burguesa. As obras desses discos não foram selecionadas tendo em mente uma completude enciclopédica, mas por sua flexibilidade e brilhantismo, por sua mistura de cores e suas características tonais gerais.

A riqueza e o desenvolvimento da tradição coral europeia são melhor iluminadas quando agrupamos as obras de acordo com sua procedência ao invés de seu período de composição. A música coral europeia foi profundamente influenciada desde o início pelo som e expressão específicos do idioma utilizado; e, no século XIX, as harmonias e ritmos típicos da música tradicional folclórica também começaram a desempenhar um papel importante. As Quatro Canções Folclóricas Eslovacas (1917) e as Canções Folclóricas Húngaras (1930), de Béla Bartók, demonstram bem essa tendência rumo a uma identificação nacional, bem como os primeiros coros Manhã Noite, de György Ligeti, escritos em 1955, um ano antes de ele escapar do regime comunista de sua Hungria natal.

Os quatro exemplos de música sacra a capella alemã incluídos aqui merecem o título dado por Brahms de Quatro Canções Séries já somente pela escolha do texto. Em uma de inflação tanto da intensidade expressiva como dos recursos musicais utilizados – como demonstrado por Paz na Terra (1907) de Schönberg e o Moteto Alemão (1913) de Richard Strauss para quatro solistas e coral de 16 vozes –, havia também um claro renascimento no interesse por antigos ideais composicionais e estilísticos. Assim, a esparsa ttécnica coral praticada por Schütz e seus contemporâneos foi a principal fonte de inspiração para os Motetos, op. 110 de Max Reger, trabalhando com textos biblicos (1909), ou para Fest-Gedenksprüche com que um Brahms de 56 anos de idade reconheceu a liberdade que a sua Hamburgo natal o concedeu.

A mais importante revolução na história da música vocal entre a Renascença e Schönberg foi a introdução na Itália, por volta de 1600, do canto solo dramático. Esse novo estilo, que atendia pelo despretensioso nome de “monodia”, pavimentou o caminho para o gênero inteiramente novo da ópera, e também diminuiu gradativamente a importância do coral de múltiplas vozes ao norte dos Alpes. Dessa forma, os madrigais de Gesualdo e Monteverdi, com suas harmonias distintas, são na verdade música solo em conjunto, fazendo deles terreno fértil para grupos vocais ágeis e esguios como o Coro de Câmara de Estocolmo. Enquanto as extravagantes Péchés de ma vieillesse de Rossini foram escritas para quarteto e octeto vocais, o quarteto desacompanhado teve que esperar até o século XX para ser redescoberto como um meio expressivo em si mesmo. Ildebrando Pizzeti faz uma referência deliberada ao contraponto renascentista em suas duas canções Sappho, de 1964, enquanto seu conterrâneo Goffredo Petrassi explora uma ampla gama de técnicas corais modernas, de glissandi ilustrativos ao caos dissonante, em seus corais Nonsense (publicados em 1952) baseados em versos de Edward Lear.

Em uma época em que uma carga expansiva e sobrecarregada de som era a ordem do dia no trabalho coral alemão, compositores franceses ofereceram narrativas caprichosas e a poesia colorida da natureza. As Trois Chansons (1915) de Maurice Ravel, com textos dele mesmo, são uma mistura cativante de atrevida sabedoria popular e engenhosa simplicidade, enquanto Debussy incorpora antigos textos franceses em uma linearidade arcaica em suas Trois Chansons de Charles d´Orléans (1904). As Chansons bretonnes do compositor holandês Henk Badings são brilhantes estudos vocais no idioma francês, enquanto os coros Ariel do grande compositor suíço Frank Martin são importantes estudos preliminares para sua ópera A Tempestade. Não bastassem esses belos trabalhos, é a cantata para 12 vozes A Figura Humana (1943), de Francis Poulenc, a obra-prima do grupo francês: oito complexos movimentos corais a partir de textos do poeta comunista francês Paul Eluards que são o grito pessoal de protesto do compositor contra a ocupação nazista na França.

A Itália não foi o único reduto da música vocal no limiar do Barroco: a Inglaterra também manteve um alto nível em seus diversos esplendorosos corais de catedrais e na exclusiva Capela Real em Londres. O grande Thomas Tallis e seu pupilo William Byrd foram ambos membros da Capela Real, e Tallis serviu sob nada menos que quatro monarcas: Henrique VIII, Eduardo VI, Maria I e Elizabeth I. Enquanto a fama de Tallis reside em sua música coral de ingenuidade contrapuntística e grande destreza técnica, Byrd e seu pupilo Thomas Morley possuíam um alcance mais amplo, escrevendo refinadas séries de madrigais em estilo italiano. Esses, ao lado das canções usualmente melancólicas de John Dowland (“Semper Dowland, semper dolens“), representam o florescer supremo da música vocal elizabetana. Após a música vocal inglesa atingir seu pico barroco com as obras de Henry Purcell, o “sceptrd` Isle” teve que esperar até o século XX com o compositor Benjamin Britten para renovar a bela tradição coral do país com peças como seu Hino para Santa Cecília (1942).

As obras do pós-guerra incluídas nessa seleção não se prestam a serem rotuladas em nenhum escaninho nacional. Elegi, do compositor e professor sueco Lars Edlund, a intrincada Lux aeterna (1966) para 16 vozes de György Ligeti e Gyro de Niccolò Castiglione representam a vanguarda internacional no período posterior à Segunda Guerra Mundial, em que estilos individuais contavam mais que escolas locais.

Música coral virtuosa (cds 4 – 6)
Música coral virtuosa: o título da lendária produção da Electrola lançada em 1978 não foi escolhido apenas para ressaltar a perfeição técnica de tirar o fôlego do Coro da Rádio de Estocolmo e de seu irmão, o Coro de Câmara de Estocolmo. O termo “virtuoso” também se aplica ao repertório gravado: as peças corais italianas do cd 4 são ampla evidência dos tesouros aguardando descoberta por alguém com ouvidos tão sensíveis como Eric Ericson.

A abertura aqui fica por conta de Claudio Monteverdi, cuja Sestina, de 1614, sobre a morte de uma soprano da corte de Mantua ergue o sarrafo no que se refere ao estilo vocal italiano e à riqueza harmônica. Como muitos compositores italianos do século XX, de Gian Francesco Malipiero a Luca Lombardi, Luigi Dallapiccola sentiu-se em dívida para com o novo e expressivo estilo vocal introduzido por Monteverdi. Os dois primeiros corais de seus Sei cori di Michelangelo il Giovane (1933-36) apresentam, em sagaz antítese, os coros das esposas infelizes (malmaritate) e o dos maridos infelizes (malammogliati). Mais heterogêneos em estilo são os três coros que Ildebrando Pizzetti dedicaram ao Papa Pio DII em 1943, para marcar seu 25º jubileu como sumo pontífice. O noturno no poema Cade la sera de D´Annunzio se desdobra em largos arcos que preenchem o espaço tonal, enquanto os textos bíblicos inspiram Pizzetti a um estilo mais arcaico e austero.

Lars Johan Werle, que chefiou por muitos anos o departamento de música de câmara da Rádio Sueca, apresentou um cartão de visitas em nome da música coral sueca contemporânea – que somente desenvolveu uma tradição autônoma sob a influência de Ericson e seus corais – com seus Prelúdios Náuticos de 1970. O compositor adorna a combinação do tratamento experimental das vozes com idéias precisas sobre articulação e a transformação do texto em música com expressões marítimas. Em contraste com este virtuoso estudo, Krzystof Penderecki escreveu seu Stabat Mater em 1962, no antigo estilo de música sacra funeral. O gênio altamente individual com que Penderecki procede da abertura com sinos em uníssono, atravessando uma intrincada polifonia tecida por três corais de 16 vozes, até o casto, luminoso acorde em puro ré maior do Gloria lhe renderam o status de um dos principais compositores jovens da Polônia na estreia de sua Paixão de São Lucas, em 1966, da qual o Stabat Mater faz parte.

Um dos focos das atividades dos dois corais, ao lado da música italiana de Gabrieli a Dallapiccola, sempre foi o repertório alemão a capella do Romantismo tardio, cujos antípodas característicos foram Max Reger e Richard Srauss. Enquanto Reger trabalhou para promover uma renovação da música litúrgica protestante no espírito de Bach, como fica evidente em seus Acht Gesänge (“Oito hinos”) de 1914, Strauss enxergava no coral de múltiplas vozes um equivalente vocal do grandioso entrelaçamento de seu estilo instrumental. Essa tendência da música coral de Strauss está documentada nessas duas peças, separadas por quase quatro décadas: sua adaptação para o poema Der Abend (“A noite”, de 1897), de Friedrich Schiller, e a caprichosamente ocasional Die Göttin im Putzzimmer (“A deusa no quarto de limpeza”), de 1935, com seus ecos da bucólica ópera Daphne, de Strauss.

Nessa jornada de descoberta ao longo da música coral europeia do século XX, é  sobre as obras-primas francesas de Poulanc e Jolivet, e particularmente de Messiaen e Martin, que os dois corais de Estocolmo lançaram uma nova luz. O espectro expressivo dos ciclos apresentados aqui é inegavelmente impressionante. Enquanto em 1936 – muito após o Grupo dos Seis ter rompido – Poulenc voltou mais uma vez à poesia de Apollinaire e Eluard em suas Sept chansons, André Jolivet combinou textos sacros egípcios, indianos, chineses, hebreus e gregos em seu Epithalame, escrito em 1953 para celebrar seu vigésimo aniversário de casamento de uma forma mística. Naquele mesmo 1936, Olivier Messiaen, então com 28 anos, juntou-se a Jolivet e Daniel Lesur para criar o grupo Jeune France (“França jovem”), mas logo partiria novamente em seu idiossincrático caminho, alternando entre catolicismo, técnicas avant-garde e uma filosofia totalizante da natureza. Em termos de conteúdo, os Cinq Rechants de Messiaen, ligados entre si por refrões (rechants), representam um homólogo vocal de sua Sinfonia Turangalîla, que parte da história de Tristão e Isolda para criar uma mitologia de amor, natureza e morte. Frank Martin, nascido em Genebra, por sua vez, considerou sua Missa (1922-6) como algo “que diz respeito apenas a mim e Deus”. É música de pureza espiritual e arcaica, cuja estreia Martin autorizou apenas quarenta anos depois de sua composição.”

 

Ericson em ação

Obs.: para não deixar esse post ainda mais comprido, a lista completa de movimentos, intérpretes e afins está fotografada, dentro do arquivo de download.

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Five centuries of European choral music

Disco 1
Johannes Brahms (1833-1897)
Fest. und Gedenksprüche, op. 109

Max Reger (1873-1916)
O Tod, wie bitter bist du, op 110/3

Arnold Schönberg (1874-1951)
Friede auf Erden, op. 13

Richard Strauss (1864-1949)
Deutsche Motette, op. 62

Lars Edlund (1922-2013)
Elegi

Béla Bartók (1881-1945)
Vier slowakische Volkslieder

Disco 2
Béla Bartók (1881-1945)
Ungarische Volkslieder

György Ligeti (1923-2006)
Morgen
Nacht
Lux aeterna

Carlo Gesualdo (1560?-1613)
Itene ò miei sospiri

Giovanni Gastoldi (ca. 1556-1622)
Amor vittorioso

Claudio Monteverdi (1567-1643)
Ecco mormorar l´onde

Gioachino Rossini (1792-1868)
I Gondolieri
Toast pour le nouvel an
La Passegiata

Goffredo Petrassi (1904-2003)
Nonsense

Ildebrando Pizzetti (1880-1968)
Due composizioni corali (Sappho)

Niccolò Castiglioni (1932-1996)
Gyro

Disco 3
Claude Debussy (1862-1918)
Trois Chansons de Charles d´Orléans

Henk Badings (1907-1987)
Trois Chansons brettones

Maurice Ravel (1875-1937)
Trois Chansons

Francis Poulenc (1899-1963)
Figure humaine

Frank Martin (1890-1974)
Ariel choirs from Shakespeare´s The Tempest

William Byrd (1543-1623)
This sweet and merry month

John Dowland (1563-1626)
What if I never speed

Thomas Morley (1557-1602)
Fire! Fire!

Thomas Tallis (1505?-1585)
Spem in alium

Benjamin Britten (1913-1976)
Hymn to St. Cecilia, op. 27

Virtuoso Choral Music

Disco 4

Claudio Monteverdi (1567-1643)
Sestina “Lagrime d´amante al sepolcro dell´amata”

Luigi Dallapiccola (1904-1975)
Sei cori di Michelangelo il Giovane

Ildebrando Pizzetti (1880-1968)
Tre composizioni corali

Lars Johan Werle (1926-2001)
Nautical Preludes

Krzysztof Penderecki (1933-2020)
Stabat Mater

Disco 5
Max Reger (1873-1916)
Acht geistliche Gesänge, op. 138
Ach, Herr, strafe mich nicht, op. 110 Nr. 2

Richard Strauss (1864-1949)
Die Göttin im Putzzimmer
Der Abend

Francis Poulenc (1899-1963)
Sept Chansons

Disco 6
André Jolivet (1905-1974)
Epithalame

Olivier Messiaen (1908-1993)
Cinq Rechants

Frank Martin (1890-1974)
Messe

Rundfunkchor Stockholm
Stockholmer Kammerchor
Eric Ericson, regência

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O Coro da Rádio Sueca: alguém aí sabe pra que lado é a saída?

Karlheinz

John Dowland (1563-1626): Lachrimæ or Seven Teares (HespèrionXX / Savall)

John Dowland (1563-1626): Lachrimæ or Seven Teares (HespèrionXX / Savall)

John Dowland foi um compositor, alaudista e cantor, contemporâneo de William Shakespeare, nascido na Inglaterra durante a era Elizabetana. Dowland escolheu a melancolia. Foi um músico versátil e, talvez, o mais famoso de sua época. Era considerado um instrumentista virtuoso. Compôs música sacra, música secular, obras para canto e instrumentais. Sua música instrumental passou por uma grande revitalização, tendo sido incluída no repertório erudito a partir da segunda metade do século XX. Este disco de 1987 tem um conjunto de cinco violas e um alaúde. Vocês sabem: tudo o que Savall toca vira ouro e aqui não é diferente. Os instrumentistas se deleitam no culto à melancolia dentro do qual Dowland, o “Orfeu inglês” da era elisabetana, é tão profundamente associado, em parte graças às 21 peças de consorte intituladas Lachrimae. Como o compositor é copiado na página de rosto da partitura dizendo que “as lágrimas podem ser derramadas não apenas de tristeza, mas às vezes de alegria”. Cheia de dissonâncias carregadas de lamentações, a música dificilmente abre um sorriso, mas o brilho da execução de Hespèrion XX traz alegria.

John Dowland (1563-1626): Lachrimæ or Seven Teares (HespèrionXX / Savall)

1 Lachrimae Antiquae 4:42
2 Sir John Souch His Galiard 2:02
3 Lachrimae Antiquae Novae 4:51
4 M. Henry Noell His Galiard 1:59
5 Lachrimæ Gementes 4:25
6 The Earle Of Essex Galiard 1:25
7 Lachrimæ Tristes 5:19
8 M. Nicholas Gryffith His Galiard 1:53
9 Lachrimæ Coactæ 4:53
10 M. Gils Hoby His Galiard 1:26
11 Lachrimæ Amantis 5:23
12 M. Thomas Collier His Galiard 1:27
13 Lachrimæ Veræ 5:13
14 Captaine Digorie Piper His Galiard 1:50
15 Semper Dowland Semper Dolens 5:57
16 The King Of Denmarks Galiard 1:58
17 Sir Henry Umptons Funerall 6:03
18 M. Bucton His Galiard 1:30
19 M. John Langtons Pavan 5:08
20 Mrs. Nichols Almand 1:22
21 M. George Whitehead His Almand 1:45

Composed By – John Dowland
Directed By – Jordi Savall
Ensemble – Hespèrion XX

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Dowland: lágrimas e mais lágrimas. Algumas, segundo ele, de alegria.

PQP

Stefan Temmingh & Dorothee Mields – Inspired by Song

Mais um CD com a parceria Temmingh & Mields, e como não poderia ser diferente, mais um CD com o selo “IM-PER-DÍ-VEL !!” do PQPBach. Assim ele nos é apresentado na capa do Disco:

“Instrumental variations for recorder and baroque ensemble, inspired by early baroque tunes and English Songs”. 

Ambos os solistas vem se destacando nos últimos anos, e afirmando-se como os grandes músicos que são. Sim, trata-se de um CD barroco, ou pré barroco, mas não encontramos aqui nenhum daqueles ‘excessos’ de alguns grupos historicamente informados. Temos sim uma leitura moderna, atualizada, mas sem perder aquele frescor, ainda mais com a delicadíssima voz de Dorothee Mields e o som único, com um timbre limpo, fluído das flautas doces de Stefan Temminghs. Ele se utiliza dos mais variados instrumentos, com as mais diversas afinações. Lembro que quando criança me colocaram para aprender a tocar Flauta Doce, e ainda tenho a minha velha Yamaha, e por incrível que pareça, quarente e cinco anos depois, ela não desafinou. De vez em quando dou limpada nela e arrisco algumas notas. Meus cachorros uivam, minha esposa me olha com o canto dos olhos, aí entendo o recado e a guardo novamente.

Cada faixa desse CD é uma jóia sendo lapidada, nada falta, nada sobra, mesmo nas faixas instrumentais. Meu único lamento é que não tenha conhecido isso antes. Temos obras de compositores anônimos, desconhecidos, para mim, é claro, e famosos, como Geminiani, Purcell e Dowland.

1 John Come Kiss Me Now
2 Lady Ann Bothwel’s Lament
3 Lady Ann Bothwel’s Lament
4 Engels Nachtegaeltje

5 A Division On A Ground By Mr. Eccles
Written-By – Solomon Eccles

6 An Irish Tune
7 An Irish Tune
8 Flow My Tears
Written-By – John Dowland

9 Lachrimae Pavan
Written-By – Johann Schop

10 When Daphne Did From Fair Phoebus Fly
11 Doen Daphne D’over Schoone Maeght
12 Faronells Ground (From The Division Flute)
13 The King’s Health, Sung To Farrinel’s Ground
Written-By – Thomas D’Urfey*

14 Greensleeves
15Can Love Be Controul’d?
Written-By – Frederick Nussen

16 Can Love Be Controul’d By Advice?
Written-By – Johann Christoph Pepusch

17 Toccata (Improvisation)

18 Dido’s Lament
Written-By – Henry Purcell

Dorothee Mields – Soprano
Stefan Temminghs – Recorder
The Gentleman´s Band.

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John Dowland (1563 – 1626) ·∾· Tell me true love ∞ Joel Frederiksen ∞ Ensemble Phoenix München ֍

John Dowland (1563 – 1626)  ·∾·  Tell me true love ∞ Joel Frederiksen ∞ Ensemble Phoenix München ֍

DOWLAND

O amor é amor em mendigos e reis

Joel Frederiksen

Ensemble Phoenix München

 

 

Este disco é um tesouro repleto de pequenas gemas – linda poesia, ótima música e excelente interpretação – mas pede uma audição cuidadosa, demanda tempo para ser devidamente apreciado.

É claro, você poderá ouvi-lo uma vez e coloca-lo naquela pasta de discos interessantes, seguindo em frente para outras aventuras sonoras. Mas, se você dispuser de um pouco mais de tempo, poderá deleitar-se devidamente e abrir uma porta ou uma janela para um universo cultural bastante rico.

Digo isto pois John Dowland é um compositor cuja música pode ser facilmente rotulada de dolente, melancólica, cheia de sofrência… Realmente, tem isso, faz parte do pacote. Mas vai bem além disso. Não por acaso o seu Primeiro Livro de Canções – The First Booke of Songs – editado pela primeira vez em 1597 foi seguido de quatro edições, a última em 1613, e foi o primeiro do gênero em língua inglesa, estabelecendo um padrão altíssimo.

Outros livros do compositor seguiram e sua arte permanece como um retrato da cultura de seu tempo – ele foi contemporâneo da Rainha Elizabeth I e de Shakespeare. Há em sua música uma componente de atemporalidade que percebemos ao vê-la interpretada até pelo pop-star Sting. Afinal, canções que falam de amor – love, love, love – são sucesso de compositores ingleses até hoje.

Escolhi este álbum para ser o primeiro de uma série de postagens com obras de Dowland por achar que ele evita as principais armadilhas que se não forem afastadas na preparação de um projeto como este, acabaria resultando um disco chato – booooring!

Phoebus (Apolo) e Daphne

Primeiro obstáculo – excesso de melancolia e tempo por demais moroso. A questão do tempo é fundamental. Dowland viveu no fim do século 16, começo do século 17. A passagem do tempo, a velocidade das coisas era diferente da que experimentamos hoje. Uma viagem de Londres a Paris, que seria feita apenas por pessoas distinguidas, demoraria dias. Um destes sites de perguntas estranhas me informa que cavalos bem treinados e tratados podem manter a velocidade de uns 15 quilómetros por hora, por horas. São 300 quilómetros de Paris a Calais – umas 25 horas, pois há que parar de vez em quando para trocar os pobres cavalos, refresca-los e essas coisas. Coloque mais umas 11 horas para ir de Dover a Londres. Isso sem contar a travessia do canal, a espera das conexões, a maré certa. Pois é, outros tempos, outro tempo. 

Tem também a questão dos intérpretes. Como vamos ouvir canções, a voz é um fator relevante. É comum ouvir as canções de Dowland nas vozes mais altas – soprano e contra tenor. No meu caso, isso pode ser um problema. Além disso, o acompanhamento do cantor em geral é feito por um alaúde. Isso é certo, John fazia isso, mas se houver mais instrumentos, fica mais colorido e isso também é perfeitamente adequado. O cantor deste disco, Joel Frederiksen, é baixo-barítono, toca o alaúde e se faz acompanhar pelo excelente grupo Ensemble Phoenix München e a gravação é espetacular.

A escolha absolutamente criteriosa das canções e dos números instrumentais nos dá um ótimo panorama da obra de Dowland – um desfile de big hits!

A primeira canção, do terceiro livro, é um ótimo exemplo de como música e poesia vão de mãos dadas, no mais alto nível. Veja o refrão: And love is love in beggers and in kings! A canção demora curtíssimos 2’14! Se você não a ouvir de novo, não se embebedar da música, vai perder.

Robert Devereux 2nd Earl of Essex

E Dowland conviveu com nobres e reis. A letra da segunda das canções – Can she excuse my wrongs with vertues cloak? –  foi escrita pelo segundo Conde de Essex – Robert Devereaux – favorito da Rainha, nobre e corsário inglês, que acabou executado em razão de conspirações muitas. A própria Rainha é constante referência nas canções de Dowland, que esperava uma posição na corte, mas que veio apenas no fim de sua vida, quando assumiu o trono outro monarca. Dowland era católico e chegou a ser acusado de traição. Não foi condenado, mas também nunca ganhou as graças da Rainha Virgem. Na canção When Phoebus first did Daphne love, o frustrado Apolo manda: Past fifteene none, none but one should live a maid! Já deu para perceber quem seria esta uma… Veja também que na outra canção, que a segue no disco, também do Terceiro Livro, ouvimos:

Elizabeth I

Say Love if ever thou didist find,

A woman with a constant mind,

None but one,

And what should that rare mirror be,

Some Goddesse or some Queene is she,

She, she, she, and only she,

She only quenn of love and beautie.

Mesmo assim, nada de emprego…

A alternância de canções mais dolentes com outras mais animadas é muito bem-feita. A famosíssima Flow my Teares – também conhecida por Lachrimae na sua versão instrumental, é seguida por uma peça instrumental, My Lord Chamberlain his Galliard, e depois pela alegre Fine knacks for ladies, que nos transporta para uma feira ao ar livre – com frivolidades e muita animação.

Entre as peças instrumentais, chamo a atenção para The Frog Galliard, aqui interpretada por um conjunto de três alaúdes, cuja versão com letra Now o now I needs must part é uma belíssima canção do Primeiro Livro, em breve num distribuidor do PQP Bach Ars Blog mais perto de você. Até lá, veja só este avant premiere!

Os temas das canções são o amor platônico, o amor mundano, fidelidade e essas coisas. As raízes de sua música estão fortemente fincadas nas tradições madrigais que aprendeu em Paris, onde aprofundou sua predileção pelo alaúde. Para lá foi aos 17 anos a serviço de Sir Henry Brooke Cobham, embaixador junto ao Rei da França. Boa parte de sua vida, John Dowland passou longe da Inglaterra, muitos anos a serviço do Rei da Dinamarca, de onde enviou seu Segundo Livro de Canções para que sua mulher o publicasse.

Enfim, mais histórias guardo para as próximas postagens. Enquanto isto, aproveite este disco e se familiarize com esta música que permanece tão acima do tempo como as emoções que retratam e as perguntas que fazem.

John Dowland (1563 – 1626)

  1. The lowest trees have tops
  2. The Woods So Wild / Can She Excuse My Wrongs
  3. Deare, if you change
  4. Tarleton’s Riserrectione
  5. Sleep, wayward thoughts
  6. All ye, whom Love or Fortune hath betray’d
  7. Away with these self-loving lads
  8. Flow my teares (Lacrimæ)
  9. My Lord Chamberlaine his Galliard
  10. Fine knacks for ladies
  11. When Phoebus First Did Daphne love
  12. Say love if ever thou didst find
  13. A Fancy
  14. Lady, if you so spite me
  15. In darkness let me dwell
  16. If That a Sinner’s Sighs
  17. From silent night
  18. Praeludium
  19. Frog Galliard
  20. Shall I strive with wordes to move?
  21. Tell me, true Love

Joel Frederiksen, baixo e alaúde (9, 19)

Ziv Braha, alaúde (1, 14, 15 e 19)

Ryosuke Sakamoto, alaúde (4, 9, 13, 18, 19)

Domen Marincic, viola da gamba (2)

Alexandra Polin, viola da gamba (15)

Ensemble Phoenix Munich

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MP3 | 320 KBPS | 151 MB

Joel Frederiksen

Veja um exemplo da eterna sabedoria que está escondida nestas letras: Que tolos são os que não sabem que o amor não aprecia qualquer lei que não seja a sua própria…

Aproveite!

René Denon

John Dowland (1563-1626): Lachrimæ, Or Seven Teares

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IM-PER-DÍ-VEL !!!

John Dowland foi um compositor e alaudista inglês do período renascentista, contemporâneo de William Shakespeare. Dizem que morreu uma grave crise de diarreia, coitado. Os discos que trazem música de Dowland costumam ser incrivelmente monótonos. NÃO É O CASO DESTE. Na verdade, suas canções são bastante repetitivas para meu ouvido, porém aqui temos música instrumental. Ignoro de quem é o mérito: se do repertório escolhido, se da extraordinária Capella de ministrers, se da notável qualidade de som do CD, se da minha idade — o fato é que me apaixonei por este disco e, sem a menor dúvida, pespego-lhe o selo de

IM-PER-DÍ-VEL !!!

(Estranhamente, não o encontrei para venda na Amazon).

John Dowland (1563-1626): Lachrimæ, Or Seven Teares (1604)

01. Lachrimae Antiquae
02. The King of Denmark’s Galiard
03. Lachrimae Antiquae Novae
04. The Earle of Essex Galiard
05. Lachrimae Gementes
06. Sir John Souch his Galiard
07. Lachrimae Tristes
08. M. Henry Noel his Galiard
09. Lachrimae Coactae
10. M. Giles Hobies his Gailard
11. Lachrimae Amantis
12. M. Nichols Gryffith his Gailard
13. Lachrimae Verae
14. M. Thomas Collier his Galiard
15. Semper Dowland semper dolen
16. Captaine Digiorie Piper his Galiard
17. Sir Henry Umpton’s Funerall
18. M. Buctons Galiard
19. Mistresse Nichols Almand
20. M. John Langston’s Pavan
21. M. George Whitehead his Almand

Capella de Ministrers

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A Capella de Ministrers em ação
A Capella de Ministrers em ação

PQP

Quadro Cervantes: Música Medieval, Renascentista & Barroca

Música Medieval, Renascentista & Barroca

Quadro Cervantes: Música Medieval, Renascentista & Barroca

1979

O Conjunto “Quadro Cervantes” possui um verbete na Wikipedia contando muito brevemente sua história.

Trilha extraída da internet e aqui postada, a pedido do Matheus. (Algumas faixas não estão boas.)

Esta postagem é dedicada a Helder Parente, membro do Quadro Cervantes, que mudou para o céu em 2017. Conheça mais sobre Helder Parente neste artigo da revista Concerto.

Vai Helder, tocar, cantar e dançar com os anjos, enquanto aqui choramos a sua perda. (Rosana Lanzelotte)

Quadro Cervantes
Música Medieval, Renascentista & Barroca – 1979

Anônimo séc. XVIII
01. Cuando El Rey Nimrod
Alfonso X, El Sabio (1221-1284)
02. Maravillosos Et Piadosos
03. Des Oge Mais
John Dowland (Inglaterra, 1563 – 1626)
04. Fine Knacks For Ladies
Henry Purcell (Inglaterra, 1659-1695)
05. Music For A While
Georg Philipp Telemann (Alemanha, 1681-1767)
06. Triosonata Em Fá Maior a. Vivace
07. Triosonata Em Fá Maior b. Mesto
08. Triosonata Em Fá Maior c. Allegro
Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750)
09. Schafe Können Sicher Weiden
John Bartlet (Inglaterra, ca. 1580 – ca. 1620)
10. Whither Runneth, My Sweetheart
François Couperin (França, 1668 – 1733)
11. Les Barricades Mystérieuses
Anônimo
12. Corten Espadas Afiladas
13. Mariam Matrem
Jean Hotteterre (França, 1677 – 1720)
14. Les Noces Champétres a. Premiere Marche
15. Les Noces Champétres b. Appel De Rassemblement
16. Les Noces Champétres c. Sarabande
17. Les Noces Champétres d. Air I & II
18. Les Noces Champétres e. Marche Du Retour

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Boa audição.

Avicenna

John Dowland (1563-1626) / Thomas Campion (1567-1620) / Henrique VIII (1491-1547): English Folksongs & Lute Songs

John Dowland (1563-1626) / Thomas Campion (1567-1620) / Henrique VIII (1491-1547): English Folksongs & Lute Songs

Um disco onde se pode ouvir as origens de boa parte da música branca inglesa e estadunidense. Várias destas obras parecem ecoar em nossos dias. Pois algumas coisas não diminuem com o tempo. Cerca de quatro séculos e meio depois, o trabalho dolorosamente romântico de John Dowland permanece tão atraente hoje como provavelmente foi nos séculos 16 e 17. As melodias crescentes e a repetição de certas frases-chave evoluíram, sem dúvida, para as formas de música popular de hoje — embora alguns usem o termo “canção de arte” para distinguir o trabalho de compositores como Dowland do pop e rock contemporâneo na batalha em curso entre “alta” e ” baixa” cultura. Espero que tais distinções artificiais não impeçam as pessoas de explorar esta música.

John Dowland (1563-1626) / Thomas Campion (1567-1620) / Henrique VIII (1491-1547): English Folksongs & Lute Songs

01- Behold a wonder here, for voice, lute & bass viol (Third Book of Songs)
by John Dowland
02- Me, me, and none but me, for 4 voices & lute (Third Book of Songs)
by John Dowland
03- All ye whom love or fortune hath betrayed (First Book of Songs), for 4 voices & lute
by John Dowland
04- The Lady Russell’s Pavan, for lute, P 17
by John Dowland
05- The Three Ravens, folk song
by English Traditional
06- O Waly, Waly, folk song
by English Traditional
07- King Henry, folk song
by English Anonymous
08- Kemp’s Gigue
by English Anonymous
09- My sweetest Lesbia
by Thomas Campion
10- I Care Not for These Ladies for voice, lute & bass viol
by Thomas Campion
11- My Love Hath Vowed Hee Will Forsake Mee for voice, lute & bass viol
by Thomas Campion
12- I saw my lady weep, for 2 voices & lute (Second Book of Song)
by John Dowland
13- Flow, my tears, fall from your springs, for 2 voices & lute (Second Book of Songs)
by John Dowland
14- Sorrow, stay, lend true repentant tears, for 2 voices & lute (Second Book of Songs)
by John Dowland
15- Say, Love if ever thou didst find, for 4 voices & lute (Third Book of Songs)
by John Dowland
16- Can she excuse my wrongs, for 4 voices & lute (First Book of Songs)
by John Dowland
17- Go from my window, song arranged for lute, P 64
by John Dowland
18- Go from my window, song arranged for lute, P 64
by John Dowland
19- I Will Give My Love an Apple, folk song
by British Isles Traditional
20- Barbara Allen, folk song
by Scottish Traditional
21- Lord Rendal, folk song
by English Anonymous

Andreas Scholl, countertenor
Andreas Martin, lute

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Frans Hals, Bufão tocando um alaúde (1623)
Frans Hals, Bufão tocando um alaúde (1623)

PQP

Henry Purcell (1659-1695), John Dowland (1563-1626), William Lawes (1602–1645), John Coprario (c.1575-1626), William Byrd (c. 1543-1623), Thomas Simpson (16th c.-17th c.), Thomas Lupo (1571-1627), Thomas Morley (1557-1602), John Bull (c.1562-1628), Thomas Tomkins (1572-1656), Orlando Gibbons (1583-1625), Giles Farnaby (c.1560-1640), William Tisdale (c.1570-c.1604) : The Gustav Leonhardt Edition (CDs 13, 14 e 15 de 21)

Henry Purcell (1659-1695), John Dowland (1563-1626), William Lawes (1602–1645), John Coprario (c.1575-1626), William Byrd (c. 1543-1623), Thomas Simpson (16th c.-17th c.), Thomas Lupo (1571-1627), Thomas Morley (1557-1602), John Bull (c.1562-1628), Thomas Tomkins (1572-1656), Orlando Gibbons (1583-1625), Giles Farnaby (c.1560-1640), William Tisdale (c.1570-c.1604) : The Gustav Leonhardt Edition (CDs 13, 14 e 15 de 21)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Toda a série aqui, ó.

Eu tenho um blog sobre literatura e otras cositas. Lá, invisto um pouco mais de angústia. Aqui, é pura diversão. Mas, uma vez, fiquei muito decepcionado com o PQP. Lembrei disto hoje, ao ver que quase toda a lista de compositores acima já tinha sua categoria no blog, apesar de não possuir posts correspondentes. Acontece que tivemos um participante do blog que postava muita música elisabetana e música do barroco francês, além de Debussy, Schubert e tudo aquilo que se referisse a Alfred Brendel. Este participante avisou que não teria mais tempo para postar e que se retiraria. OK, sem problemas. Só que, sem avisar, ele deletou todos os seus posts e ficamos destituídos de um verdadeiro tesouro. Até hoje tento entender o que o levou a fazer aquilo. Falei com ele, perguntando-lhe o motivo do tresloucado ato. A resposta foi: “Ora, estava saindo, achei natural deletar”… Bem, deixemo-lo de lado. Cada um tem de cuidar da própria loucura.

Estes são os discos mais sem graça da coleção. Os Purcell, como sempre, são ótimos, mas o resto… É só legalzinho, divertidozinho, maisoumenoszinho… Putz, fiquei de mau humor ao lembrar das deleções. Tenho quase todos os arquivos comigo, mas que coisa irritante!

The Gustav Leonhardt Edition (CDs 13, 14 e 15 de 21)

CD 13:
Henry Purcell
01. Overture In D Minor, Z771
02. Pavan In B Flat Major, Z750
03. Ground In D Minor, Z222
04. Overture (With Suite) In G Major, Z770
05. Pavan In A Minor, Z749
06. Fantasia (Chaconne): Three Parts On A Ground In D Major, Z731
07. Overture In G Minor, Z772
08. Suite In D Major, Z667
09. Pavan Of Four Parts In G Minor, Z752
10. Sefauchi’s Farewell In D Minor, Z656
11. A New Ground In E Minor, Z682
12. Sonata In A Minor, Z804
13. Fantasia A 4 No. 7
14. Fly Swift, Ye Hours
15. The Father Brave
16. Return, Revolting Rebels

Max Van Egmond, bass (14-16)
Bruegen-Consort (13)
Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ

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CD 14:
John Dowland
01. Pavan In C Major

William Lawes
02-04. Suite: No. 1 In C Minor
05-06. Suite No. 2 In F Major
07-09. Sonata No.7 In D Minor
10. In Nomine (From Suite No. 3 In B flat Major)

John Coprario
11. Fantasia
12-14. Suite

William Byrd
15. Pavan
16. Galliard
17. Fantasia No. 2
18. Fantasia No. 3

Thomas Simpson
19. Ricercar, “Bonney Sweet Robin”

Thomas Lupo
20. Fantasia

Veronika Hampe, alto viol (18)
Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ / bass viol

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CD 15:
William Byrd
01-03. Pavan – Galliard – Miserere

Thomas Morley
04-05. Nancie – Fantasia

John Bull
06. Fantasia On Ut Re Mi Fa Sol La, “Hexachord Fantasia”
07. The Duchess Of Brunswick’s Toy (Most Sweet And Fair)

John Dowland
Arr. William Randall mid-16th Century – 1604
08. Lachrimae
09. Galliard, “Can She Excuse My Wrongs”

Thomas Tomkins
10. Pavan
11. Gaillard
12. Sad Pavan For These Distracted Times

Orlando Gibbons
13. Pavan

Giles Fahnaby
14-15. Fantasia – Spagnioletta

William Tisdale Fl. Late 16th Century
16. Pavana Chromatica, “Mrs Katherin Tregians Pavan”

Anon.
17. A Toye

Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ / virginal

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Sim, esse monstro de talento ainda tocava órgão.
Sim, esse monstro de talento ainda tocava órgão.

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

The Image of Melancholy – Barokksolistene

melancholy_coverThe Image of Melancholy
Barokksolistene
Bjarte Eike

 

Barokksolistene, fundado e liderado pelo violinista e diretor artístico norueguês Bjarte Eike, é um conjunto barroco que “traz os ritmos puros da música folclórica escandinava para … o mais puro barroco” [Financial Times].

“The Image of Melancholy” é um dos primeiros grandes discos do grupo, foi lançado pelo selo BIS e explora o uso da melancolia na música ao longo dos séculos. No mesmo mês, em que foi lançado, ganhou o “International Recording of the Year” do Danish P2 Prisen Award.

Bjarte Eike e Barokksolistene estão localizados na Noruega e se estabeleceram em 2005. Eles são muito gratos por receber apoio do governo via Kulturraind e a comunidade da Noruega como orgulhosos embaixadores da cultura norueguesa.

Bjarte Eike (Noruega, 1972 -)
01. Savn – a tune for Signe
Anthony Holborne (Inglaterra, c1545 – 1602)
02. Image of melancholy
John Dowland (Inglaterra, 1563 – 1626)
03. Book of Songs, Book 2: Sorrow, stay, lend true repentant tears
Jørgen Nyrønning (Noruega, atual)
04. Bjørnsons bruremarsj
Anthony Holborne (Inglaterra, c1545 – 1602)
05. Wanton
Tradicional, Noruega
06. Gjendines bådnlåt
Ebba Rydqvist Ryan (Suécia, atual)
07. Mystery (Rosary) Sonata No. 9, “Jesus Carries the Cross”: I. Sonata
Dietrich Buxtehude (Suécia, 1637 – Free City of Lübeck, 1707)
08. Fried- und Freudenreiche Hinfahrt, BuxWV 76: II. Klag-Lied
Anthony Holborne (Inglaterra, c1545 – 1602)
09. Muy linda
Tradicional croata. Voz por Milos Valent
10. Joj Mati (Oh, mother, dear mother)
Traditional Swedish wedding march
11. Evertsbergs gamla brudmarscharr, arr. Bjarte Eike
Berit Norbakken Solset (Noruega, 1977 – )
12. Bånsull
Anthony Holborne (Inglaterra, c1545 – 1602)
13. Last will and testament
Ruaidri Dáll Ó Catháin (Irlanda, c1570-c1650)
14. Tabhair dom do lamh (Give me your hand)
John Dowland (Inglaterra, 1563 – 1626)
15. Flow, my tears / Lachrimae antiquae
Jon Balke (Noruega, 1955 – )
16. Introducing Susanne
Johann Sommer (Alemanha, 1542 – Roménia, 1574)
17. Devising Susanne
John Dowland (Inglaterra, 1563 – 1626)
18. Gaillard ‘Susanna’
William Byrd (England, 1540 – 1623)
19. Ye sacred muses
Niel Gow (Escócia, 1727 – 1807)
20. Niel Gow’s lament for the death of his second wife, arr. Bjarte Eike

The Image of Melancholy – 2014 – Bjarte Eike – violin/director
Milos Valent – viola/vocal
Kanerva Juutilainen – violin
Judith-Maria Blomsterberg – cello
Thomas Pitt – cello
Fredrik Bock – guitar/lute
Hans Knut Sveen – organ
Mattias Frostenson – bass

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XLD RIP | FLAC | 327 MB

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MP3 | 320 kbps | 140 MB

Boa audição !

borboletas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

 

Conjunto Musikantiga de São Paulo (vol 1) – 1967

1pcr5iConjunto Musikantiga de São Paulo, fundado por Ricardo Kanji em 1966.

REPOSTAGEM

Ricardo Kanji nasceu em São Paulo em 1948. Iniciou os seus estudos musicais com Tatiana Braunwieser, prosseguindo-os com Lavínia Viotti que lhe proporcionou o primeiro contacto com a flauta doce. Aos quinze anos de idade começou a estudar flauta transversal com João Dias Carrasqueira e, dois anos mais tarde, ingressou nas orquestras Filarmônica e Sinfônica Municipal de São Paulo. Em 1966, depois de um período de estudos nos Estados Unidos da América, fundou o conjunto Musikantiga, com o qual manteve uma significativa e inovadora atividade musical no país.

Em 1969, Ricardo Kanji regressou aos EUA para estudar flauta transversal no Peabody Institute of Music, em Baltimore. Tendo decidido dedicar-se ao estudo da Música Antiga, no fim do mesmo ano viajou para a Holanda, onde estudou no Conservatório Real de Haia com Frans Brüggen e Frans Vester, entre 1970 e 1972, obtendo então seu «Solist Diploma». Em 1970 foi premiado no I Concurso Internacional de Flauta Doce, em Bruges, na Bélgica.

Em 1973 foi nomeado professor sucessor de Frans Brüggen no Conservatório Real de Haia, cargo que ocupou até 1995, dedicando-se à formação de músicos provenientes de todo o mundo. Como diretor da Orquestra Barroca do Conservatório, por ele criada, realizou vários projetos com inúmeras séries de concertos, com repertórios barroco e clássico.

Assim começa o currículo de Ricardo Kanji preparado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

O Conjunto Musikantiga de São Paulo foi fundado em 1966 por Ricardo Kanji e seu irmão Milton Kanji (flautas doces), Paulo Herculano (cravo) e Dalton de Luca (viola de gamba). Esse primeiro volume, de 1967, foi um verdadeiro sucesso, muito apreciado pela juventude da época.

Acho que comprei esse LP com o primeiro salário que ganhei como universitário recém formado, em março de 1968 mas, ao almoçar hoje na casa do meu irmão caçula, êle me disse que esse LP era dele e que eu o ‘afanei’! Então não sei mais nada e, isso sim, dedico esta postagem ao meu irmão caçula Luis Carlos!

Palhinha: ouça 03. Sonata a tres, nº 5 (1736)

Conjunto Musikantiga de São Paulo
Anônimo do séc. XVIII
01. Greensleeves to a ground
Anônimo do séc. XIV
02. Il lamento di Tristano
Pierre Prowo (1697-1757)
03. Sonata a tres, nº 5 (1736)
Orlando Gibbons (England, 1583-1625)
04. Galharda
John Dowland (England, 1563-1626)
05. Lacrimae antiquae
Diego Ortiz (Spain, ca.1510–ca.1570)
06. Recercada Quinta
Jean-Baptiste Loeillet of London (Flemish, 1680-1730)
07. Sonata para flauta e baixo contínuo
Anônimo do séc. XIII
08. Il trotto
J. Adson (séc. XVI)
09. Aria
William Byrd (England, 1540 or late 1539 – 1623)
10. Pavana e galharda
A. Valderravano (séc. XVI)
11. Fantasia
Anônimo do séc. XIII
12. Moteto: alle psalite cum luya

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XLD RIP | FLAC 146,7 MB |

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Boa audição.

rhkas4

 

 

 

 

 

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Avicenna

Música da Renascença para Alaúdes, Vielas e Bandurra

Renascença alaúdes vielas bandurra http://i37.tinypic.com/hufu6x.jpg

Publicado originalmente em 03.10.2010

Depois de uma temporada em que acontecimentos vários me levaram a postar quase exclusivamente música brasileira do século 20, volto a um resgate mais variado daqueles vinis mais queridos dos anos 70, dos quais posso dizer, sem muito exagero, que ‘fizeram de mim quem eu sou hoje’.

Um deles é este, apesar de que nas primeiras audições nem tenha me agradado tanto: achei um pouco afobado e sem profundidade. Pouco tempo depois, no entanto, já havia se juntado àqueles a que eu recorria quanto sentia muita, mas muita vontade mesmo de “voltar pra casa”: por alguma razão sempre foi no renascimento e barroco inicial que me senti em casa – e ainda mais quando é um puro som de cordas dedilhadas, como o deste disco, tocado inteiro em duo.

Mas o maior presente que este disco de 1974 me deu foi ter me revelado de modo gritante a conexão cultural entre o Mediterrâneo e o Nordeste Brasileiro: eu se fosse vocês não deixava de ouvir com atenção as “três branles de aldeia” (branle ou bransle é uma dança de roda), especialmente a que aparece a 1 min 20 s da faixa!

E pra provocar ainda um pouco mais, na audição de hoje – 35 anos (ai!) depois de comprar o disco – tive a nítida impressão de ouvir prenúncios do som de New Orleans na faixa B10, Les Bouffons. Sinais de demência precoce? Se acharem que sim, por favor me alertem para eu postar todo o resto rápido!…

Música da Renascença para alaúdes, vielas e bandurra
Guy e Elisabeth Robert

Edição original: LP Arion France 1974
Edição brasileira: LP CBS Odissey, 1974
Digitalizado por Ranulfus, ago.2010

ESPANHA
A01 Cinco diferencias sobre Las Vacas (n.n.)
A02 La dama le demanda (Antonio de Cabezón)
A03 Pavana Italiana (Antonio de Cabezón)
A04 Recercada sobre el passamezzo moderno (Diego Ortiz)
A05 Conde Claros (Enrique de Valderrabano)

ITÁLIA
A06 Due Fantasie (Francesco da Milano)
A07 Spagna et Canon (Francesco da Milano)
A08 Contrapuncto (Vicenzo Galilei)
A09 Fantasia (Melchiore de Berberiis)

INGLATERRA
B01 Rogero (John Johnson)
B02 Levecha Pavan and Galliard (John Johnson)
B03 My Lor Chamberlain his Galliard (John Dowland)
B04 La rossignol (n.n.)
B05 Drewies accorders (n.n.)
B06 Fancy (Thomas Robinson)
B07 A toye (Thomas Robinson)
B08 Twenty ways upon The Bells (Thomas Robinson)
B09 Flatt Pavan (John Johnson)

FRANÇA
B10 Les bouffons (n.n.)
B11 Trois bransles de village (Jean-Baptiste Bésard)
B12 Allegez-moy (Pierre Phalèse)
B13 Grace et Vertu (Pierre Phalèse)

Guy e Elisabeth Robert

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LINK ALTERNATIVO

Ranulfus

The Spirit of Gambo – English consort and solo viol music (1570-1680)

The Spirit of Gambo – English consort and solo viol music (1570-1680)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O que dizer dos discos de Jordi Savall? Talvez o mais sensato seja logo falar que são excepcionais, necessários mesmo. E o mais razoável seria falar deles na forma de um poema. Ele é artista de tal qualidade que não saiu de moda, apesar de a música antiga ser hoje pouco ouvida em comparação com o que era nos anos 70, por exemplo. Ele nos prova que o conhecimento histórico é tão importante quanto o conhecimento científico e, quando ouço suas aulas sobre nosso passado musical, ganhou alguns centímetros.

The Spirit of Gambo – English consort and solo viol music (1570-1680)

1. Tye – Sit Fast a 3 (1570) 7:35
2. Dowland – Lacrimae Gementes a 5 4:25
3. Dowland – The Earl of Essex Galiard 1:31
4. Hume – Harke, harke (Bass-Viol) 2:05
5. Hume – A Souldiers Resolution 4:02
6. Coprario – Fantasia V a 3 3:37
7. Coprario – Almaine III (3 Lyra-Viols) 3:12
8. Coprario – Coranto (3 Lyra-Viols) 2:20
9. Gibbons- Fantasie X a 3 4:34
10. Gibbons – In Nomine a 4 2:20
11. Ferrabosco II – Almaine (Lyra-Viol) 4:06
12. Ferrabosco II – Coranto I 1:29
13. Ferrabosco II – Coranto II 1:46
14. Jenkins – The bell Pavan 5:53
15. Corkine – Walsingham (Lyra-Viol) 3:18
16. Corkine – The Punckes delight 1:45
17. Locke – Fantazie 3:30
18. Locke – Courante 1:03
19. Locke – Ayre 3:17
20. Locke – Saraband 1:22
21. Anonyme – The Lancashire Pipes (Lyra-Viol) 6:03
22. Purcell – Fantasia IX a 4 (23 June 1680) 5:08
23. Purcell – Fantasia upon one note a 5 3:03

Hespèrion XX
Jordi Savall

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Jordi-Savall_1

PQP

John Dowland and his contemporaries: Crystal Tears

John Dowland and his contemporaries: Crystal Tears

Sempre tive receio de discos com Dowland, Byrd e seus contemporâneos. Mas sou obrigado a retirar quaisquer restrições a este CD de Andreas Scholl e Concerto di Viole. Em primeiro lugar porque Scholl é espetacular, inigualável; seu cantar de contratenor realmente pertence a outro mundo. Em segundo lugar pelo extraordinário repertório escolhido. Disco perfeito para iniciar o domingo em beleza e paz.

Obs.: o CD original possui 21 faixas de canções escolhidas. Mas só obtive as 11 primeiras. Se alguém encontrar o CD completo em mp3, favor deixar o link nos comentários. Mesmo assim, vale a pena ouvir as 11 primeiras faixas deste tremendo trabalho.

John Dowland and his contemporaries: Crystal Tears

1. John Dowland: Go crystal tears 6:29
2. John Ward: Fantasia No. 4 3:30
3. John Dowland: Now, O now, I needs must part 4:32
4. John Dowland: Go nightly cares 4:02
5. John Ward: Fantasia No. 3 2:55
6. John Dowland: Sorrow, come! 3:59
7. John Dowland: Semper Dowland, semper dolens 3:31
8. John Dowland: The Lady Rich her galliard 2:04
9. Robert Johnson: Have you seen the bright lily grow? 2:51
10. William Byrd: Though Amaryllis dance in green 3:43
11. John Bennet: Venus’ birds whose mournful tunes 3:35

Andreas Scholl
Concerto di Viole
Julian Behr

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Scholl de musicalidade
Scholl de musicalidade

PQP

Liduino Pitombeira (1962): Grupo Syntagma – Syntagma (Música Medieval, Renascentista e Nordestina)

Liduino Pitombeira (1962): Grupo Syntagma – Syntagma (Música Medieval, Renascentista e Nordestina)

syntagmaO Syntagma surgiu em 1986 com a proposta de resgatar e recuperar as sonoridades da música antiga (medieval, renascentista e barroca), fazendo um elo de ligação com a música nordestina atual. Desde então, conquistou um público cativo e obteve sucesso no meio artístico cearense. Atualmente composto por nove músicos, o grupo Syntagma sempre serviu como um laboratório para os mais de quarenta instrumentistas que já passaram por ele e para os que o compõem atualmente. O cearense Heriberto Porto responde pela direção de música antiga e nordestina e o grande compositor cearense Liduino Pitombeira pela maior parte dos arranjos de música nordestina. O resultado da união de talentos é uma música da melhor qualidade. Para conseguir este som único, o Syntagma utiliza uma mistura de instrumentos antigos — como o saltério, o alaúde e o cravo — aliados a instrumentos mais comuns, como as flautas doce e transversa, o violão e percussão. Gravado no final de 1997, este é o primeiro CD do grupo, retrato fiel do trabalho aprofundado de pesquisa musical desenvolvido desde o início. O Syntagma está sempre em busca de um grande refinamento musical, trabalhando de forma rica a sonoridade de cada instrumento.

O disco traz uma pluralidade de estilos e autores característicos do repertório do Syntagma. Um ambiente onde convivem com harmonia uma mistura de anônimos medievais e renascentistas com clássicos nordestinos de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. O toque cearense fica a cargo das composições e arranjos de Liduino Pitombeira, único remanescente da formação inicial do Syntagma e que atualmente estuda nos Estados Unidos, de onde compõe novas peças.

Fonte (site do grupo): http://syntagmaceara.vilabol.uol.com.br/

Liduino Pitombeira (Russas-Ceará, 1962) é um compositor brasileiro. Ph.D. em Harmonia e Composição, pela Universidade do Estado da Luisiana, nos EUA, onde estudou com Dinos Constantinides.

No Brasil, estudou com Vanda Ribeiro Costa, Tarcísio José de Lima e José Alberto Kaplan.

Suas obras já foram executadas por orquestras como o Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim e foram premiadas em primeiro lugar no II Concurso Nacional de Composição Camargo Guarnieri com Suite Guarnieri e no Concurso Nacional de Composição “Sinfonia dos 500 Anos” com Uma Lenda Indígena Brasileira.

Também contam, em sua biografia, apresentações com a OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica do Recife, Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho, do Grupo Syntagma (Brasil), e da orquestra Filarmônica de Poznan (Polônia).

Pitombeira atualmente é professor do Departamento de Música da Universidade Federal de Campina Grande. Tem especial interesse na relação subjacente entre música e matemática, tendo escrito artigos a respeito.

Fonte: Wikipedia

BOA AUDIÇÃO!

.oOo.

Grupo Syntagma – Syntagma

01- Schaffertänz (Anônimo medieval) 1:12
02– Parti de Mal (Anônimo medieval) 3:21
03– Algodão (Luiz Gonzaga e Zé Dantas) 3:45
04- Basse Dance (Anônimo renascentista) 2:30
05– Saltarello (Anônimo medieval) 1:24
06– Variações sobre o Juazeiro (Liduino Pitombeira) 5:19
07– Pase El Agua (Anônimo renascentista) 1:46
08– Allegro do Divertimento (Giuseppe Sammartini) 2:46
09- Baião (Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira) 3:20
10– Bransle (Anônimo) 1:30
11– Hoboeckentanz (Anônimo) 2:42
12– Ajubete Jepê Amo Mbaê (Liduino Pitombeira) 5:59
13– Come Again (John Dowland) 3:50
14– Courante (Michael Praetorius) 2:02
15– Cantiga (Clóvis Pereira) 5:05
16– Kalenda Maya (Rambaudt de Vaqueiras) 3:43
17– Qui nem Jiló (Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira) 2:09
18– Saltarello (Anônimo medieval) 2:28
19– Variações sobre a Muié Rendêra (Liduino Pitombeira) 4:57

Grupo Syntagma (Formação neste cd)
Luduino Pitombeira
Duda di Cavalcanti
Heriberto Porto
Jorge Santa Rosa
Solange Gomes
Giovanni Pacelli
Roberto Gibbs
Mirella Cavalcante

Obs.: Infelizmente o encarte do cd não informa o(s) instrumento(s) de cada membro.

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Liduíno Pitombeira com o Syntagma em Fortaleza, no ano de 1987
Liduíno Pitombeira com o Syntagma em Fortaleza, no ano de 1987

Marcelo Stravinsky

Alfred Deller: Portrait of a voice

Alfred Deller: Portrait of a voice

Alfred Deller foi o dono de uma das belas vozes que já existiram. O extraordinário contra-tenor inglês foi, praticamente sozinho, o responsável pelo renascimento da música para contra-tenor no século XX . Também foi um pioneiro na popularização da prática da música antiga com instrumentos originais. Durante os primeiros anos de sua carreira, Deller concentrou-se sobre o barroco inglês, principalmente em Purcell (de quem foi o maior divulgador) e Dowland. Sua enorme erudição e musicalidade trouxeram-lhe muitos admiradores. Em 1950, Deller formou seu próprio conjunto vocal e instrumental, o Deller Consort. De 1955 a 1979, o grupo trouxe a música da Renascença e do Barroco a um novo público que simplesmente desconhecia aquele gênero. Durante este período, Deller e seu grupo fizeram mais de 50 gravações para a Harmonia Mundi. Graças a estas gravações, sua voz excepcionalmente expressiva ainda pode ser apreciada.

Alfred Deller, Solo Songs

Anon.: Twelfth night, V, 1
1 The Wind and the Rain (When that I was)

Thomas Morley: As you like it, V, 3
2 It was a lover and his lass

Thomas Morley: Twelfth night or what you will, II,3
3 O mistress mine

Anon.: Othello, IV, 3
4 Willow song

Anon.: Henry V, mentioned at IV, 4
5 Caleno custure me

Anon., 17th c.:
6 Miserere my Maker

Thomas Campion:
7 I care not for these ladies

John Bartlett:
8 Of all the birds

Philip Rosseter:
9 What then is love

John Blow:
10 The Self-banished

Jeremiah Clarke:
11 The glory of the Arcadian groves

John Dowland:
12 Fine knacks for ladies
13 Flow my tears

Henry Purcell
14 If music be the food of love (Z 379a)

Henry Purcell: The Comical History of Don Quixote (Z 578)
15 (Act V) From rosy bow’rs

Henry Purcell:
16 O Solitude (Z 406, 1685)

Alessandro Scarlatti/Giulio Caccini:
17 Pien d’amoroso affetto

Alessandro Scarlatti/Saracini:
18 Pallidetto qual viola

Giulio Caccini:
19 Amarilli mia bella

Alessandro Scarlatti:
20 Infirmata vulnerata

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Alfred Deller: grande voz e grande pioneiro!
Alfred Deller: grande voz e grande pioneiro!

CVL

Kathleen Battle e Christopher Parkening – Pleasures of Their Company: John Downland (1563-1626), Charles Gounod (1818-1893), Enrique Granados (1867-1916), Waldemar Henrique (1905-1995), Jayme Ovalle (1894-1955), Francisco Paurillo Barroso (1894-1968) e Manuel de Falla (1876-1946) [link atualizado 2017]

MUITO BOM !!!
fonogramas maravilhosamente fornecidos por Raphael Soares.

Pessoal, olhem (ouçam) como esses americanos mandam bem, especialmente nas músicas brasileiras!

A voz de límpido timbre de Kathleen Battle une-se ao corretíssimo violão de Christopher Parkening para executar 19 canções de muita qualidade. Raphael Soares, que nos enviou o álbum no afã de divulgarmos a música do paraense Waldemar Henrique, afirmou sabiamente sobre este trabalho:

A Kathleen Battle e o Christopher Parkening dispensam apresentações: ambos estão entre os mais renomados músicos americanos da atualidade. É um tanto vergonhoso afirmar que, apesar de ser paraense, só conheci Waldemar Henrique propriamente dito com esse CD e nessa interpretação, o que faz ela ficar na minha cabeça eternamente, e me faz ter um carinho muito especial por essa gravação, apesar do português carregado de sotaque de Battle. A canção Boi-Bumbá é das mais famosas do compositor, e data de 1934, e o arranjo para violão foi feito pelo próprio Parkening. Outras interpretações são destaque no disco, como a Ave Maria de Gounod e o Azulão de Jayme Ovalle.

Bem, é verdade que o álbum é uma grande miscelânea: além de não focar em um autor ou período, há músicas de caracteres bem distintos, desde música renascentista a negros spirituals, passando por ritmos brasileiros… Ainda assim, mesmo que em uma reunião no mínimo inusitada, o repertório é muito bonito: as melodias são, de um modo geral, de grande beleza, muito bem escolhidas levando-se em conta o aspecto puramente belo.

O motivo de postarmos esse álbum, sua razão de estar aqui no P.Q.P.Bach, são as canções brasileiras, e nelas Kathleen Battle, apesar de não pronunciar bem o português (convenhamos: nosso idioma é difícil; belíssimo, porém, difícil…), desenvolve seu canto com muita propriedade: há sentimento nessas faixas, assim como em todo o CD. Vale conferir!

Ouça, ouça! Deleite-se!


Kathleen Battle e Christopher Parkening

Pleasures of Their Company

John Downland (1563-1626)
01. Come again! Sweet love doth now invite
02. Allemande Christopher Parkening
03. What if I never speed?
04. Galliard
05. Fine knacks for ladies
Charles Gounod (1818-1893)
06. Ave Maria
Enrique Granados (1867-1916)
07. La Maja de Goya (from Coleccion de Tonadillas)
Waldemar Henrique (1905-1995)
08. Boi-Bumbá
Jayme Ovalle (1894-1955)
09. Azulão
Francisco Paurillo Barroso (1894-1968)
10. Para ninar
Manuel de Falla (1876-1946)
11. Canción
12. Nana
13. Seguidilla murciana
Negro Spiritual (Tradicional)
14. Ain’t Got Time To Die
15. Lord, I Couldn’t Hear Nobody Pray
16. Ain’t That Good News! (Arr. Russ)
17. Sweet Little Jesus Boy
18. This Little Light Of Mine
19. Ride On, King Jesus!

Kathleen Battle
Christopher Parkening
1990

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (93Mb)

Partituras e outros que tais? Clique aqui

Bisnaga

Commedia Musicale – Banchieri, Vecchi, Dowland, Holborne, etc.

Quando a gente encontra um CD com este nome, o mínimo que se espera é que ele seja engraçado. Este tem alguns bons momentos de comédia, mas acaba mesmo por surpreender pela qualidade do Musica Antiqua Ambergensis. Um disco bem divertido, ao gosto de Clara Schumann e seus elisabetanos.

Commedia Musicale

1 Chi brama Havere (Banchieri)
2 Qui vi siamo (Banchieri)
3 Contraponto bestiale (Banchieri)
4 Pastorella (anonym)
5 Mag ich, Herzlieb (Senfl)
6 Geigt auf (Wipacher)
7 Herzlieb zu dir allein (HaЯler)
8 Padouana-Gagliarda-Courente-Allemande-Tripla (Schein)
9 So dir mein liebes Brьderlein (Schein)
10 E voi Signora Laura (Vecchi)
11 Villanella (Vecchi)
12 O che sciolta favella (Vecchi)
13 A l’entrada (anonym)
14 Ce fu en mai (Moniot d’Arras)
15 Bransles (Caroubel)
16 Lágrimas (Cebrián)
17 Awake, sweet love (Dowland)
18 Fine knacks for ladies (Dowland)
19 Alman (Holborne)
20 Woeful heart (Dowland)
21 Shall I sue (Dowland)
22 Loccke up, fair lids (Peerson)
23 Fate silencio (Vecchi)
24 Si grav’ e’l mio dolore (Vecchi)
25 Viva la gioia (Vecchi)
26 Di marmo sete voi (Vecchi)
27 Qual’honor (Vecchi)

Musica Antiqua Ambergensis

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