Aqui, temos Barbara Strozzi junto com um monte de homens do século XVII. No meio desses compositores italianos – e Kapsberger, austríaco que viveu a maior parte da vida na Itália – fica evidente que Strozzi ocupa, com Monteverdi e mais um ou dois, um lugar de destaque: não se trata, aqui, apenas de elogiar uma das raras mulheres que publicaram música naquele século, mas sobretudo de ouvir música que merece ser ouvida por suas qualidades intrínsecas.
E essas coleções de obras de autores diferentes permitem notar as diferenças: nas duas obras de Luigi Rossi, por exemplo, incluindo a “bela mais bela” que dá o nome ao álbum, temos música realmente bela, com virtuosismo vocal, mas a forma e a harmonia são bem quadradinhas, previsíveis como uma bela canção de rádio do século XX. Já nas duas obras de Barbara Strozzi, uma de tom trágico e outra de risos cômicos, há mais liberdade e menos previsibilidade. Embora não haja uma rígida separação de movimentos, Strozzi cria momentos diferentes ao longo da mesma obra, uma das características da cantata italiana, gênero do qual ela é uma das criadoras.
Temos, então, neste disco, três tipos de obras:
a) as puramente instrumentais, tocadas pelo arquialaúde ou pela teorba, instrumentos de cordas típicos da música barroca
b) as que poderíamos chamar de canções, com toda a ação em um movimento único e mais ou menos próximas da música popular;
c) as cantatas, que iniciavam um distanciamento ainda incipiente e não rígido em relação à música vocal popular.
É preciso lembrar certos detalhes do contexto histórico: por toda a Idade Média, música escrita, via de regra, era apenas a religiosa, enquanto todos os vários tipos de música popular eram de tradição apenas oral. Após a invenção europeia da imprensa, no século XVI e sobretudo no XVII começam a existir dois tipos de música impressa, sobretudo nas grandes cidades italianas (Veneza e Roma): a música instrumental, como a de Frescobaldi e Merulo, e a música vocal não religiosa, como as desses compositores aqui gravados. Também continuavam havendo cópias manuscritas, é claro, mas o fato de existirem cópias impressas dava uma respeitabilidade àquela música, fazendo com que gente, digamos, estudiosa e metódica começasse a levar aquilo a sério.
Filha adotiva de um rico poeta veneziano herdeiro de uma família de banqueiros (provavelmente filha natural, ou seja, sua mãe não era casada com seu pai, este a adotou), Barbara Strozzi teve o que poucas mulheres tiveram em sua época: apoio familiar e renda suficiente para se dedicar ao estudo da música. Impossibilitada de fazer música para a igreja ou óperas como as de Monteverdi, ela destacou-se na música de câmara de sua época, para uma ou duas cantoras acompanhada(s) por baixo contínuo.
La bella più bella – música vocal do barroco italiano
01 Strana armonia d’amore 2:44
Giulio Romano (fl. early 17th century)
02 Son ruinato, appassionato 3:45
Benedetto Ferrari (?1603/4 – 1681)
03 Toccata V [instr.] 2:14
Alessandro Piccinini (1566 – c. 1638)
Amour Fou é um título talvez provocativo para um disco, assim como a sua capa, mas ao ouvir suas canções você entenderá. E a ideia de reunir canções falando de amor, de paixão, compostas ao longo de vários séculos e por compositores das mais diversas culturas, é ótima.
Temos assim um disco que pede para ser desfrutado a dois, com tempo de sobra, que isso sempre é bom. Mas, não importa como você o ouça, seja no sistemão de som da sala de estar, seja no compacto do seu ambiente de leituras, ou mesmo ao headphone com o ipod ou celular, não deixe de enredar-se e deliciar-se com essas maravilhosas canções.
Entremeadas às canções temos uns poucos números instrumentais, mas sempre no espírito apaixonado. Muitas canções são em francês que o pessoal do disco é de Montreal, mas também há umas em italiano e em inglês. A mais antiga é de compositor anônimo do século XIII e fecha o disco. O desfile continua passando pela Itália de Monteverdi e Vivaldi, Inglaterra de Thomas Campion, Purcell. Os franceses vão de Fauré, que abre o disco com a maravilhosa Au bord de l’eau, e também Blavet, Ballard, Clérambault, dos mais antigos, mas também os mais recentes Barbara e Jacques Brel. Eu descobri a espetacular, maravilhosa Barbara, que já passou para minha playlist. Tanto que escolhi ilustrar a lista dos compositores a seguir apenas com uma imagem dela…
Veja alguns versos dessas canções…
« Amour, le départ d’un amant a comblé mes douleurs, mais malgré tant de maux, si tu me le ramènes, je te pardonne tes rigueurs. »
« Amor, a partida de um amante me encheu de dor, mas apesar de tantos males, se você o trouxer de volta, eu lhe perdôo seus rigores. »
« Passo di pena in pena come la navicella ch’in quest’in quell’altr’onda urtando và. »
« Vou passando de tristeza em tristeza como o barquinho que se vai a bater de onda em onda. »
« Ton image me hante, je te parle tout bas, et j’ai le mal d’amour, et j’ai le mal de toi. »
« Sua imagem me persegue, falo com você baixinho e estou apaixonada, e estou farta de você. »
Quando você escolher alguns versos significativos, mande para mim…
Lista de Canções e Peças
Gabriel Fauré (1845–1924)
Au bord de l’eau, Op. 8 No. 1 (Prudhomme)
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (1567–1643)
Pur ti miro (de L’Incoronazione di Poppea)
Antonio Vivaldi (1678–1741)
Passo di pene in pena (da Cantate Amor hai vinto, RV651)
Michel Blavet (1700 – 1768), Jean-Baptiste de Bousset (1662 – 1725)
Airs sérieux et à boire par Monsieur Bousset, XVIe Livre: Pourquoy doux rossignol ? (Arr. para conjunto de câmara por Grégoire Jeay)
Jean Philippe Rameau (1683–1764)
La Cupis, em ré menor (Instrumental)
Barbara (1930 – 1997)
Dis, quand reviendras-tu?
Christophe Ballard (1641 – 1715)
Brunettes ou Petits airs tendres, avec les doubles et la basse-continue, mêlés de chansons à danser, Tome I: J’avois crû qu’en vous aimant (Arr. para conjunto de câmara por Grégoire Jeay)
George Frideric Handel (1685-1759)
Sonate pour flûte no 2 en mi mineur, HWV 375, « Halle »: IV. Menuet (Instrumental)
Thomas Campion (1567–1620)
Fain Would I Wed a Fair Young Man
It fell on a summer’s day
John Bartlet (fl.1606, d.1610)
Of all the Birds that I do know
Carl Friedrich Abel (1723-87)
27 pièces pour basse de viole – Le manuscrit Drexel 5871: No. 20: [Arpeggio] en ré mineur, WK 205 (Instrumental)
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (1567–1643)
Si dolce e’l tormento, SV332
Louis-Nicolas Clérambault (1676-1749)
Recueil d’airs variés: Amour, cruel amour
Jacques Brel (1929 – 1978)
Ne me quitte pas
Giuseppe Sammartini (1695-1750)
Sonata quarta pour flûte et basse continue: Allegro (Instrumental)
Na coluna ‘The Book is on the Table’ de hoje: “It’s like a brandy distillate, absolutely transparent … Her name is Myriam Leblanc and in my opinion she has been one of the most beautiful voices, perhaps the most beautiful, to come out of the Quebec breeding ground in the past 10 years …”
Christophe Huss, Samedi et rien d’autre, December 2020
Admiradores do canto coral, o post de hoje é para vocês. Nada mais, nada menos que uma caixa com 6 cds trazendo o crème de la crème do trabalho que o regente Eric Ericson desenvolveu ao longo de décadas à frente de dois coros na capital sueca: o Coro da Rádio de Estocolmo (hoje Coro da Rádio Sueca) e o Coro de Câmara de Estocolmo, fundado por ele.
Correndo o risco de soar exagerado, essa caixinha é o tipo de coisa que eu botaria na sonda Voyager para que os habitantes extraterrestres do cosmos soubessem que, apesar de ter dado um tanto errado como espécie, a humanidade teve seus momentos de extrema beleza, de uma verdade essencial. Um troço assim como aquele gol do Maradona contra os ingleses em 86, a Annunziata de Antonello da Messina ou o filé à francesa do Degrau.
Não sei bem explicar o porquê, tem alguma coisa na música coral que me pega fundo na alma. Talvez seja algo verdadeiramente animal, instintivo – nos sentimos tocados quando ouvimos nossos semelhantes emitindo sons em conjunto. As Paixões de Bach, a Nona de Beethoven, o Réquiem de Mozart, para ficar só em algumas das mais consagradas páginas do repertório de concerto, todas têm aquele(s) momento(s) em que o coro descortina sua avalanche sonora e a gente se agarra na cadeira, como que soterrado por tamanha beleza, tamanho feito humano. A voz humana tem esse poder, mexe com a gente, sei lá, em nível celular…
Pois esta caixinha de seis discos faz um voo panorâmico amplo, percorrendo mais de cinco séculos de música coral europeia: de Thomas Tallis (1505?-1585) a Krzystof Penderecki (1933-2020). Os seis discos são divididos em dois trios: os três primeiros levam o nome de Cinco Séculos de Música Coral Europeia e trazem obras de: Badings, Bartók, Brahms, Britten, Byrd, Castiglioni, Debussy, Dowland, Edlund, Gastoldi, Gesualdo, Ligeti, Martin, Monteverdi, Morley, Petrassi, Pizzetti, Poulenc, Ravel, Reger, Rossini, Schönberg, R. Strauss e Tallis. Os três restantes, por sua vez, são agrupados como Música Coral Virtuosa e o repertório consiste em Jolivet, Martin, Messiaen, Monteverdi, Dallapiccola, Penderecki, Pizzeti, Poulenc, Reger, R. Strauss e Werle.
O texto de Michael Struck-Schloen sobre o repertório que integra o encarte é bem bom e vale a extensa transcrição, em livre tradução deste blogueiro:
“Cinco séculos de música coral europeia (cds 1 – 3) A seleção estritamente pessoal de Ericson do vasto repertório de música coral europeia dos séculos XVI a XX para a lendária produção de 1978 da Electrola pode surpreender, a princípio, pelas muitas lacunas que contém. Não há nada da audaciosamente complexa música coral do Barroco Protestante, de Schütz a Bach, nem obras do início do período Romântico, quando grandes mestres como Schubert e Mendelssohn contribuíram para a era dourada da tradição coral burguesa. As obras desses discos não foram selecionadas tendo em mente uma completude enciclopédica, mas por sua flexibilidade e brilhantismo, por sua mistura de cores e suas características tonais gerais.
A riqueza e o desenvolvimento da tradição coral europeia são melhor iluminadas quando agrupamos as obras de acordo com sua procedência ao invés de seu período de composição. A música coral europeia foi profundamente influenciada desde o início pelo som e expressão específicos do idioma utilizado; e, no século XIX, as harmonias e ritmos típicos da música tradicional folclórica também começaram a desempenhar um papel importante. As Quatro Canções Folclóricas Eslovacas (1917) e as Canções Folclóricas Húngaras (1930), de Béla Bartók, demonstram bem essa tendência rumo a uma identificação nacional, bem como os primeiros coros Manhã e Noite, de György Ligeti, escritos em 1955, um ano antes de ele escapar do regime comunista de sua Hungria natal.
Os quatro exemplos de música sacra a capella alemã incluídos aqui merecem o título dado por Brahms de Quatro Canções Séries já somente pela escolha do texto. Em uma de inflação tanto da intensidade expressiva como dos recursos musicais utilizados – como demonstrado por Paz na Terra (1907) de Schönberg e o Moteto Alemão (1913) de Richard Strauss para quatro solistas e coral de 16 vozes –, havia também um claro renascimento no interesse por antigos ideais composicionais e estilísticos. Assim, a esparsa ttécnica coral praticada por Schütz e seus contemporâneos foi a principal fonte de inspiração para os Motetos, op. 110 de Max Reger, trabalhando com textos biblicos (1909), ou para Fest- e Gedenksprüche com que um Brahms de 56 anos de idade reconheceu a liberdade que a sua Hamburgo natal o concedeu.
A mais importante revolução na história da música vocal entre a Renascença e Schönberg foi a introdução na Itália, por volta de 1600, do canto solo dramático. Esse novo estilo, que atendia pelo despretensioso nome de “monodia”, pavimentou o caminho para o gênero inteiramente novo da ópera, e também diminuiu gradativamente a importância do coral de múltiplas vozes ao norte dos Alpes. Dessa forma, os madrigais de Gesualdo e Monteverdi, com suas harmonias distintas, são na verdade música solo em conjunto, fazendo deles terreno fértil para grupos vocais ágeis e esguios como o Coro de Câmara de Estocolmo. Enquanto as extravagantes Péchés de ma vieillesse de Rossini foram escritas para quarteto e octeto vocais, o quarteto desacompanhado teve que esperar até o século XX para ser redescoberto como um meio expressivo em si mesmo. Ildebrando Pizzeti faz uma referência deliberada ao contraponto renascentista em suas duas canções Sappho, de 1964, enquanto seu conterrâneo Goffredo Petrassi explora uma ampla gama de técnicas corais modernas, de glissandi ilustrativos ao caos dissonante, em seus corais Nonsense (publicados em 1952) baseados em versos de Edward Lear.
Em uma época em que uma carga expansiva e sobrecarregada de som era a ordem do dia no trabalho coral alemão, compositores franceses ofereceram narrativas caprichosas e a poesia colorida da natureza. As Trois Chansons (1915) de Maurice Ravel, com textos dele mesmo, são uma mistura cativante de atrevida sabedoria popular e engenhosa simplicidade, enquanto Debussy incorpora antigos textos franceses em uma linearidade arcaica em suas Trois Chansons de Charles d´Orléans (1904). As Chansons bretonnes do compositor holandês Henk Badings são brilhantes estudos vocais no idioma francês, enquanto os coros Ariel do grande compositor suíço Frank Martin são importantes estudos preliminares para sua ópera A Tempestade. Não bastassem esses belos trabalhos, é a cantata para 12 vozes A Figura Humana (1943), de Francis Poulenc, a obra-prima do grupo francês: oito complexos movimentos corais a partir de textos do poeta comunista francês Paul Eluards que são o grito pessoal de protesto do compositor contra a ocupação nazista na França.
A Itália não foi o único reduto da música vocal no limiar do Barroco: a Inglaterra também manteve um alto nível em seus diversos esplendorosos corais de catedrais e na exclusiva Capela Real em Londres. O grande Thomas Tallis e seu pupilo William Byrd foram ambos membros da Capela Real, e Tallis serviu sob nada menos que quatro monarcas: Henrique VIII, Eduardo VI, Maria I e Elizabeth I. Enquanto a fama de Tallis reside em sua música coral de ingenuidade contrapuntística e grande destreza técnica, Byrd e seu pupilo Thomas Morley possuíam um alcance mais amplo, escrevendo refinadas séries de madrigais em estilo italiano. Esses, ao lado das canções usualmente melancólicas de John Dowland (“Semper Dowland, semper dolens“), representam o florescer supremo da música vocal elizabetana. Após a música vocal inglesa atingir seu pico barroco com as obras de Henry Purcell, o “sceptrd` Isle” teve que esperar até o século XX com o compositor Benjamin Britten para renovar a bela tradição coral do país com peças como seu Hino para Santa Cecília (1942).
As obras do pós-guerra incluídas nessa seleção não se prestam a serem rotuladas em nenhum escaninho nacional. Elegi, do compositor e professor sueco Lars Edlund, a intrincada Lux aeterna (1966) para 16 vozes de György Ligeti e Gyro de Niccolò Castiglione representam a vanguarda internacional no período posterior à Segunda Guerra Mundial, em que estilos individuais contavam mais que escolas locais.
Música coral virtuosa (cds 4 – 6) Música coral virtuosa: o título da lendária produção da Electrola lançada em 1978 não foi escolhido apenas para ressaltar a perfeição técnica de tirar o fôlego do Coro da Rádio de Estocolmo e de seu irmão, o Coro de Câmara de Estocolmo. O termo “virtuoso” também se aplica ao repertório gravado: as peças corais italianas do cd 4 são ampla evidência dos tesouros aguardando descoberta por alguém com ouvidos tão sensíveis como Eric Ericson.
A abertura aqui fica por conta de Claudio Monteverdi, cuja Sestina, de 1614, sobre a morte de uma soprano da corte de Mantua ergue o sarrafo no que se refere ao estilo vocal italiano e à riqueza harmônica. Como muitos compositores italianos do século XX, de Gian Francesco Malipiero a Luca Lombardi, Luigi Dallapiccola sentiu-se em dívida para com o novo e expressivo estilo vocal introduzido por Monteverdi. Os dois primeiros corais de seus Sei cori di Michelangelo il Giovane (1933-36) apresentam, em sagaz antítese, os coros das esposas infelizes (malmaritate) e o dos maridos infelizes (malammogliati). Mais heterogêneos em estilo são os três coros que Ildebrando Pizzetti dedicaram ao Papa Pio DII em 1943, para marcar seu 25º jubileu como sumo pontífice. O noturno no poema Cade la sera de D´Annunzio se desdobra em largos arcos que preenchem o espaço tonal, enquanto os textos bíblicos inspiram Pizzetti a um estilo mais arcaico e austero.
Lars Johan Werle, que chefiou por muitos anos o departamento de música de câmara da Rádio Sueca, apresentou um cartão de visitas em nome da música coral sueca contemporânea – que somente desenvolveu uma tradição autônoma sob a influência de Ericson e seus corais – com seus Prelúdios Náuticos de 1970. O compositor adorna a combinação do tratamento experimental das vozes com idéias precisas sobre articulação e a transformação do texto em música com expressões marítimas. Em contraste com este virtuoso estudo, Krzystof Penderecki escreveu seu Stabat Mater em 1962, no antigo estilo de música sacra funeral. O gênio altamente individual com que Penderecki procede da abertura com sinos em uníssono, atravessando uma intrincada polifonia tecida por três corais de 16 vozes, até o casto, luminoso acorde em puro ré maior do Gloria lhe renderam o status de um dos principais compositores jovens da Polônia na estreia de sua Paixão de São Lucas, em 1966, da qual o Stabat Mater faz parte.
Um dos focos das atividades dos dois corais, ao lado da música italiana de Gabrieli a Dallapiccola, sempre foi o repertório alemão a capella do Romantismo tardio, cujos antípodas característicos foram Max Reger e Richard Srauss. Enquanto Reger trabalhou para promover uma renovação da música litúrgica protestante no espírito de Bach, como fica evidente em seus Acht Gesänge (“Oito hinos”) de 1914, Strauss enxergava no coral de múltiplas vozes um equivalente vocal do grandioso entrelaçamento de seu estilo instrumental. Essa tendência da música coral de Strauss está documentada nessas duas peças, separadas por quase quatro décadas: sua adaptação para o poema Der Abend (“A noite”, de 1897), de Friedrich Schiller, e a caprichosamente ocasional Die Göttin im Putzzimmer (“A deusa no quarto de limpeza”), de 1935, com seus ecos da bucólica ópera Daphne, de Strauss.
Nessa jornada de descoberta ao longo da música coral europeia do século XX, é sobre as obras-primas francesas de Poulanc e Jolivet, e particularmente de Messiaen e Martin, que os dois corais de Estocolmo lançaram uma nova luz. O espectro expressivo dos ciclos apresentados aqui é inegavelmente impressionante. Enquanto em 1936 – muito após o Grupo dos Seis ter rompido – Poulenc voltou mais uma vez à poesia de Apollinaire e Eluard em suas Sept chansons, André Jolivet combinou textos sacros egípcios, indianos, chineses, hebreus e gregos em seu Epithalame, escrito em 1953 para celebrar seu vigésimo aniversário de casamento de uma forma mística. Naquele mesmo 1936, Olivier Messiaen, então com 28 anos, juntou-se a Jolivet e Daniel Lesur para criar o grupo Jeune France (“França jovem”), mas logo partiria novamente em seu idiossincrático caminho, alternando entre catolicismo, técnicas avant-garde e uma filosofia totalizante da natureza. Em termos de conteúdo, os Cinq Rechants de Messiaen, ligados entre si por refrões (rechants), representam um homólogo vocal de sua Sinfonia Turangalîla, que parte da história de Tristão e Isolda para criar uma mitologia de amor, natureza e morte. Frank Martin, nascido em Genebra, por sua vez, considerou sua Missa (1922-6) como algo “que diz respeito apenas a mim e Deus”. É música de pureza espiritual e arcaica, cuja estreia Martin autorizou apenas quarenta anos depois de sua composição.”
Obs.: para não deixar esse post ainda mais comprido, a lista completa de movimentos, intérpretes e afins está fotografada, dentro do arquivo de download.
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Five centuries of European choral music
Disco 1 Johannes Brahms (1833-1897) Fest. und Gedenksprüche, op. 109
Max Reger (1873-1916) O Tod, wie bitter bist du, op 110/3
Arnold Schönberg (1874-1951) Friede auf Erden, op. 13
Richard Strauss (1864-1949) Deutsche Motette, op. 62
Lars Edlund (1922-2013) Elegi
Béla Bartók (1881-1945) Vier slowakische Volkslieder
Disco 2 Béla Bartók (1881-1945) Ungarische Volkslieder
György Ligeti (1923-2006) Morgen Nacht Lux aeterna
Antes deste disco eu costumava ver Claudio Monteverdi como uma figura de valor histórico, compositor que desempenhara um papel importante no desenvolvimento da música entre os períodos renascentista e barroco. Sim, tem a coleção ‘Vespro della Beata Vergine’ e eu já havia ouvido o ‘Torna Zéfiro’, que está no disco, mas não havia me dado conta que a música de Claudio Monteverdi têm esta dimensão de atualidade, que identificamos na música que faz parte de nossa vida. Este álbum mostrou-me como sua música é atemporal – acordes, suspiros, e todo o encanto de cantar sobre amar e ser amado. Não deixe de ouvir!
A Abertura é cartão de visita e ecoa no início de ‘Vespro della Beata Vergine’. É claro que os músicos que produziram o álbum têm enorme mérito e passarei a buscar outros discos associados a seus nomes. Um destaque para Nuria Rial e Philippe Jaroussky, que tornam mágicos alguns dos momentos aqui, como no dueto ‘Pur ti miro’, da ópera ‘L’Incoronazione de Poppea’. Esta faixa é a campeã em número de bis aqui em casa. Sem contar o efeito da língua italiana, apropriada para falar de ‘amore’:
O mia vita, o mio tesoro,
Io son tua, tuo son io…
É verdade que é quase a mesma coisa em português, mas dito assim, pelo menos aqui, faz enorme sucesso!
Ah, os instrumentistas que acompanham os cantores são sensacionais. Sopros, percussão e instrumentos dedilhados, um som envolvente e expressivo.
L’Arpeggiata é um grupo liderado pela harpista Christina Pluhar que tem muita presença e personalidade, mas deve ser também muita aglutinadora, pois todos estão muito bem. O álbum foi produzido na Sala de Concerto Vredenburg, em Utrecht, durante uma edição do Festival Oude Muziek.
Christina Pluhar diz: “O que há de mais admirável em Monteverdi é a tremenda diversidade de técnicas composicionais que ele domina e combina de forma brilhante. Nesta gravação, gostaríamos de destacar a variedade de suas composições seculares.”
Claudio Monteverdi (1567 – 1643)
L’Orfeo, SV 318 – Toccata (Alessandro Striggio)
Ohimè ch’io cado, SV 316 (PJ)
Pur ti miro, dueto de L’Incoronazione di Poppea (PJ & NR)
Damigella tutta bella, SV 235 (JF, NA, CA, PJ, JvE, NR)
Madrigais, Livro 8: Lamento della ninfa, SV 163: IV. Amor (NA, CA, NR, JvE)
Si dolce è’l tormento (do Libro Nono di Magrigali e Canzonette) (PJ)
“As resident ensemble at the Festival Oude Muziek Utrecht in August 2006, L’Arpeggiata presented the programme of this CD in concert and recorded it in the main auditorium of the Vredenburg with its outstanding acoustics.” – Liner notes
The gorgeous singing of the soloists and stylish instrumental performances, though dazzling and gimlet-eyed, are also elegant and respectful without being obsequiously slavish to convention. BBC Music, 2009
Still, as a whole, this CD is joyous and moving. In short, Monteverdi by a magnificent artist, presented in a manner that is either the height of bastardization, or a genuine example of intelligent democratization–you choose!
Improvised cornett parts are much in evidence, but not in the excerpts from Poppea. Jaroussky is not quite gentle enough in Arnalta’s lullaby; but in “Pur ti miro” he and Nuria Rial make the most of the semitone clashes, their lines intertwining sensuously over a beguiling plucked continuo accompaniment. Do give this very lively disc a try.
Não deixe de ouvir este maravilhoso disco! Aproveite! (Eu fiquei pluhado…)
Se você, como eu, gosta de música antiga, vai adorar isso. Chamada às vezes La Favola d’Orfeo (A Fábula de Orfeu), L`Orfeo é uma Fabula em Música, ou uma ópera de Claudio Monteverdi, que data do período de transição entre a Renascença e o Barroco. Baseada na lenda grega de Orfeu que desce ao reino dos mortos, de Hades, na tentativa de trazer sua bem amada Eurídice de volta à vida, foi escrita em 1607 para uma encenação no carnaval da corte de Mântua. Embora não tenha sido a primeira ópera a ser composta, esta honra é de Jacopo Petri, Orfeo tem a distinção de ser a mais antiga ópera ainda regularmente executada hoje em dia. Esta obra teve um papel pioneiro no desenvolvimento do gênero visto que é a que mais se aproxima do modelo que se consagraria depois. É justamente considerada a primeira obra-prima do gênero operático. Tecnicamente, é uma ópera, mas não é o estereótipo criado depois e, creio, esta é a melhor versão disponível.
Prólogo
O “Espírito da Música” explica o poder da música, e especificamente o poder de Orfeu, cuja música é tão poderosa que é capaz de mudar a atitude dos próprios deuses.
Ato I
Orfeu e Euridice comemoram a chegada do dia do casamento.
Ato II
Orfeu recebe a terrível notícia de que Euridice havia morrido com a picada de uma serpente, decidindo ir até o Tártaro, de Hades, para poder resgatar a sua amada. Ele fala como a felicidade humana é passageira. O coro final termina com um lamento fúnebre.
Ato III
Esperança acompanha Orfeu à entrada do Tártaro. Orfeu encontra Caronte, o guardião do Tártaro e barqueiro do rio Estige, que o atravessa após ouvir uma canção pungente e emocionada de sua lira. A canção da lira também adormece Cérbero, o cão de três cabeças guardião dos portões do Tártaro permitindo que Orfeu passe por ele.
Ato IV
Prosérpina, a rainha do Tártaro e esposa de Plutão, é comovida pela música de Orfeu e, com isso, Plutão, rei do Tártaro, deixa Eurídice ir. Mas Plutão só a libera com uma condição: que Orfeu não olhe para trás onde segue Eurídice. Plutão libera a amada de Orfeu. Assim Orfeu e sua amada Eurídice se retiram do Tártaro, para irem para a Terra, mas num momento de fraqueza humana, Orfeu olha para trás e vê o ombro de Eurídice. Então, sem tempo para começar a olhar o rosto de Eurídice, ela é fulminada e volta como fantasma para o Tártaro.
Ato V
Orfeu é consumido pela dor, e Apollo, o seu pai, vem do céu para levar seu filho, onde lá ele poderá ver para sempre a imagem de Euridice no céu, formada pelas estrelas.
Atto Primo
1-3 In Questo Lieto E Fortunato Giorno (Pastore I) / Vieni, Imeneo (Coro Di Ninfe E Pastori) / Muse, Onor Di Parnaso (Ninfa) 3:28
1-4 Balletto: Lasciate I Monti (Coro Di Ninfe E Pastori) / Ma Tu, Gentil Cantor (Pastore III) 2:34
1-5 Rosa Del Ciel (Orfeo / Io Non Dirò Qual Sia (Euridice) / Balletto: Lasciate I Monti / Vieni, Imeneo (Coro Di Ninfe E Pastori) 4:27
1-6 Ma Se Il Nostro Gioir (Pastore II, Pastore I, Pastore III, Pastore IV, Ninfa) / Ecco Orfeo, Cui Pur (Coro Di Ninfe E Pastori) 5:09
Atto Secondo
1-7 Sinfonia / Ecco Pur Ch’a Voi Ritorno (Orfeo) 0:49
1-8 Mira Che Sé N’alletta (Pastore I, Pastore II) / Dunque Fa Degni, Orfeo (Coro Di Ninfe E Pastori) 2:16
1-9 Vi Ricorda, O Bosch’ombrosi (Orfeo, Pastore I) 2:51
1-10 Ahi, Caso Acerbo / In Un Fiorito Prato (Messaggiera, Pastore I, Pastore II, Pastore III, Orfeo) 9:28
1-11 Ahi, Caso Acerbo (Coro Di Ninfe E Pastori) / Ma Io, Che In Questa Lingua (Messaggiera) 2:49
1-12 Sinfonia / Chi Ne Consola, Ahi Lassi / Ahi, Caso Acerbo / Ma Dove, Ah Dove / Ahi, Caso Acerbo (Pastore I, Pastore II, Coro Di Ninfe E Pastori) 7:09
Atto Terzo
2-1 Sinfonia / Scorto Da Te, Mio Nume (Orfeo) / Ecco L’atra Palude (Speranza) / Dove, Ah Dove Ten Vai (Orfeo) 6:29
2-2 O Tu, Ch’inanzi Morte (Caronte) 2:13
2-3 Possente Spirto (Orfeo) 8:23
2-4 Be Mi Lusinga (Caronte / Ahi, Sventurato Amante (Orfeo) / Ei Dorme, E La Mia Cetra (Orfeo) 5:21
2-5 Nulla Impresa Per Uom (Coro Di Spiriti) 2:48
Atto Quarto
2-6 Signor, Quel Infelice (Proserpina) / Benché Severo (Plutone) / O Degli Abitator (Spirito I, Spirito II) / Quali Grazie Ti Rendo (Proserpina) / Tue Soavi Parole (Plutone) 6:54
2-7 Pietade, Oggi, E Amore (Coro Di Spiriti) / Ecco Il Gentil Cantor (Spirito I) 0:40
2-8 Qual Onor Di Te (Orfeo) / O Dolcissimi Lumi (Orfeo / Rotto Hai La Legge (Spirito III) 3:15
2-9 Ahi, Vista Troppo Dolce (Euridice) / Torn’a L’ombra (Spirito I) / Dove Ten Vai (Orfeo) 2:34
2-10 È La Virtute Un Raggio (Coro Di Spiriti) 2:27
Atto Quinto
2-11 Questi I Campi Di Tracia (Orfeo, Eco) 8:09
2-12 Sinfonia / Perché A Lo Sdegno (Apollo, Orfeo) 5:47
2-13 Vanne Orfeo (Coro Di Ninfe E Pastori) 0:59
2-14 Moresca 1:18
Alto Vocals – Ashley Stafford, Brian Gordon (2), Christopher Royall, Julian Clarkson, Patrick Collin
Bass Vocals – Charles Pott, Richard Savage, Simon Birchall, Stephen Charlesworth (2)
Cello, Viola da Gamba – Angela East, Richard Campbell
Chitarrone – Timothy Crawford*
Chitarrone, Cittern, Cittern [Ceterone] – Robin Jeffrey
Chorus [Coro Di Ninfe E Pastori, Coro Di Spiriti] – The Monteverdi Choir
Composed By – Claudio Monteverdi
Conductor – John Eliot Gardiner
Cornett – Jeremy West
Double Bass – Amanda MacNamara*, Valerie Botwright
Ensemble – His Majesties Sagbutts & Cornetts*, The English Baroque Soloists
Guitar [Baroque Guitar], Chitarrone – Jakob Lindberg
Harp [Double Harp] – Frances Kelly
Libretto By – Alessandro Striggio, Jr.*
Organ [Chamber Organ, Chest Organ, Regal], Harpsichord, Virginal – Alastair Ross, Linnhe Robertson, Paul Nicholson
Percussion – David Corkhill
Recorder – David Pugsley, Rachel Beckett
Sackbut [Baroque Sackbut] – Paul Nieman, Peter Goodwin, Richard Cheetham, Stephen Saunders, Susan Addison
Soprano Vocals – Carol Hall (2), Jane Fairfield, Mary Seers, Nicola Jenkin, Rachel Platt, Suzanne Flowers
Tenor Vocals – Angus Smith, Clifford Armstrong, David Roy, Howard Milner, Leigh Nixon
Trumpet – Crispian Steele-Perkins
Trumpet, Cornett – David Staff
Viola – Annette Isserlis, Jan Schlapp, Nicholas Logie, Rosemary Nalden
Violin – Elizabeth Wilcock, Hildburg Williams, Julie Miller (2), Susan Carpenter Jacobs*
Violin, Violino Piccolo – Graham Cracknell
Violin, Violino Piccolo, Concertmaster – Roy Goodman
Vocals [Caronte, Spirito III] – John Tomlinson (2)
Vocals [Euridice] – Julianne Baird
Vocals [La Musica] – Lynne Dawson
Vocals [Messaggiera] – Anne Sofie von Otter
Vocals [Ninfa] – Nancy Argenta
Vocals [Orfeo] – Anthony Rolfe Johnson
Vocals [Pastore I, Eco] – Mark Tucker (5)
Vocals [Pastore II, Apollo] – Nigel Robson
Vocals [Pastore III] – Michael Chance
Vocals [Pastore IV] – Simon Birchall
Vocals [Plutone] – Willard White
Vocals [Proserpina] – Diana Montague
Vocals [Speranza] – Mary Nichols
Vocals [Spirito I] – Howard Milner
Vocals [Spirito II, Chorus] – Nicolas Robertson
Eu não conhecia o CD Alchemist e nem Philip Pickett. Pela capa achei que se tratasse de um CD de jazz ou crossover. OK, há instrumentos antigos voando ali, mas sei lá. Jamais esperei um álbum de música medieval, renascentista e barroca. O disco é médio. Aí fui guglar por Pickett e bem… Philip Pickett (1950) é um músico inglês que foi diretor de conjuntos musicais antigos, incluindo o New London Consort, lecionou na Guildhall School of Music and Drama e, em fevereiro de 2015, foi condenado a 11 anos de prisão por dois estupros e agressão sexual a alunos da escola. As agressões foram cometidas em salas à prova de som na Guildhall School. Pickett tocou na Academy of St. Martin-in-the-Fields, no The English Concert, na English Chamber Orchestra e nos London Mozart Players. Tocava trompete e flauta, mas teve que abandonar o primeiro depois de levar um chute na boca em uma briga no metrô de Londres.
Sentenciando Pickett, o juiz Charles Wide disse que suas vítimas o admiravam como professor, e que ele tinha como alvo especificamente aqueles que “seriam relutantes em reclamar ou muito improváveis de reclamar”.
“Este é o local da ofensa nas salas de prática da escola de música Guildhall — à prova de som, escuro, você apagava as luzes”, disse ele mostrando uma foto da sala.
“Mesmo que gritassem, as vítimas não podiam ser ouvidas, como você bem sabe, tendo-os pegado sozinhos e fechado a porta. O impacto dessas ofensas sexuais muito graves deve ter sido muito grande”.
Monteverdi / Du Prez / Ortiz / Mainerio / Le Jeune: Alchemist (Philip Pickett)
“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.
A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.
Baroque – The Essencials
Música barroca é toda música ocidental correlacionada com a época cultural homônima na Europa, que vai desde o surgimento da ópera por Claudio Monteverdi no século XVII, até a morte de Johann Sebastian Bach, em 1750.
Trata-se de uma das épocas musicais de maior extensão, fecunda, revolucionária e importante da música ocidental, e provavelmente também a mais influente. As características mais importantes são o uso do baixo contínuo, do desejo e da harmonia tonal, em oposição aos modos gregorianos até então vigente. Na realidade, trata-se do aproveitamento de dois modos: o modo jônico (modo “maior”) e o modo eólio (modo “menor”). Essa era seguiu a era da música renascentista e foi seguida, por sua vez, pela era clássica. A música barroca constitui uma parte importante do cânone “clássico”, e agora é amplamente estudada, executada e ouvida.
Do Período Barroco na música surgiu o desenvolvimento tonal, como os tons dissonantes por dentro das escalas diatônicas como fundação para as modulações dentro de uma mesma peça musical; enquanto em períodos anteriores, usava-se um único modo para uma composição inteira causando um fluir incidentalmente consonante e homogêneo da polifonia.
Durante a música barroca, os compositores e intérpretes usaram ornamentação musical mais elaboradas e ao máximo, nunca usada tanto antes ou mais tarde noutros períodos, para elaborar suas ideias; fizeram mudanças indispensáveis na notação musical, e desenvolveram técnicas novas instrumentais, assim como novos instrumentos. A música, no Barroco, expandiu em tamanho, variedade e complexidade de performance instrumental da época, além de também estabelecer inúmeras formas musicais novas. Inúmeros termos e conceitos deste Período ainda são usados até hoje.
Os principais compositores da era barroca incluem Johann Sebastian Bach, Antonio Vivaldi, George Frideric Handel, Monteverdi, Scarlatti, Alessandro Scarlatti, Purcell, Georg Philipp Telemann, Jean-Baptiste Lully, Jean-Philippe Rameau, Jean-Baptiste Lully, Tomaso Albinoni, François Couperin, Giuseppe Tartini, Heinrich Schutz, Giovanni Battista Pergolesi, Buxtehude e Johann Pachelbel.
Baroque – Essentials
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 01. Solomon, HWV 67-Arrival Of The Queen Of Sheba Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741) 02. Concerto For Violin And Strings In E Major, Op.8, No.1, RV 269 “La Primavera”-1. Allegro Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 03. Brandenburg Concerto No.3 In G Major, BWV 1048-1. (Allegro) Johann Pachelbel (Alemanha, 1653-1706) 04. Canon in D, P.37 Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 05. Suite No.2 in B minor, BWV 1067-7. Badinerie Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 06. Serse / Act 1 HWV40-“Ombra mai fu” Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 07. Vespro della Beata Vergine, SV 206-1. Domine ad adiuvandum a 6 Louis-Claude Daquin (França, 1694-1772) 08. Premier livre de pieces de clavecin / Troisième Suite-16. Le coucou Henry Purcell (Inglaterra, 1659-1695) 09. Come, Ye Sons Of Art Away, Z. 323-3. Sound The Trumpet, Sound Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741) 10. Gloria In D Major, RV 589-1. Gloria in excelsis Deo Tomaso Albinoni (Itália, 1671 – 1750) 11. Adagio For Strings And Organ In G minor Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 12. Messiah, HWV 56 / Pt. 2-“Hallelujah” Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 13. Suite No.3 in D, BWV 1068-2. Air Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741) 14. Concerto For Violin And Strings In F Minor, Op.8, No.4, RV 297 “L’inverno”-1. Allegro non molto Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 15. Music For The Royal Fireworks: Suite HWV 351-4. La Réjouissance Georg Philipp Telemann (Alemanha, 1681-1767) 16. Tafelmusik-Banquet Music In 3 Parts / Production 1-1. Ouverture-Suite In E Minor-6. Air. Un peu vivement Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 17. Herz und Mund und Tat und Leben, Cantata BWV 147-Arr. Guillermo Figueroa-10. Jesu, Joy Of Man’s Desiring Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 18. 6 Concerts transcrits en sextuor / 6e concert-1. La poule (Live) Giovanni Battista Pergolesi (Iesi, 1710-Pozzuoli, 1736) 19. Stabat Mater, P. 77-1. Stabat Mater Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 20. Hippolyte et Aricie-Overture Domenico Scarlatti (Nápolis, 1685 – Espanha, 1757) 21. Sonata In E, K.380 Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 22. Zadok The Priest, HWV 258 Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 23. Christmas Oratorio, BWV 248 / Part Two-For The Second Day Of Christmas-No.10 Sinfonia Arcangelo Corelli (Italia, 1653-1713) 24. Concerto grosso In G Minor, Op.6, No.8, MC 6.8 “Fatto per la Notte di Natale”-3. Adagio-Allegro-Adagio Gregorio Allegri (Itália, 1582-1652) 25. Miserere
Palhinha –06. Serse / Act 1 HWV40-“Ombra mai fu”, com Andreas Scholl.
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Este é um CD inteiramente fora do normal. Afinal, a montanha de obras-primas escritas por Claudio Monteverdi (1567-1643) é pouco ouvida e gravada. Como se não bastasse a raridade do excelente repertório, aqui temos a enorme cantora Magdalena Kožená dando uma demonstração de arrebatador virtuosismo. E tal virtuosismo é acontece sem se rasgar ou morrer aos gritos, mas com senso de estilo e argumentos. Acompanha-a no altíssimo nível a La Cetra Barockorchester Basel, chefiada por Andrea Marcon. Um disco espantoso para ouvir, reouvir e nunca esquecer.
(Eu invejo os londrinos em muitas coisas, mas fico quase deprimido ao saber que ela e seu marido Simon Rattle, estão apresentando uma integral dos lieder de Schubert no Wigmore Hall. Espero que gravem tudo!).
Claudio MONTEVERDI (1567-1643)
01. Zefiro torna, e di soavi accenti (06:59)
02. Lamento della ninfa (08:08)
03. Quel sguardo sdegnosetto (04:00)
Marco UCCELLINI (1610-1680)
04. Aria quinta sopra la Bergamasca (05:04)
Claudio MONTEVERDI
05. Disprezzata Regina (05:10)
06. Con che soavita (05:28)
Tarquinio MERULA (1594/95-1665)
07. Ballo detto Pollicio (02:09)
Anne Sofie von Otter é uma das principais mezzo-soprano da atualidade, conhecida por sua versatilidade em papéis de óperas, suas interessantes opções de recitais e sua disposição em assumir riscos vocais. Seu pai era um diplomata sueco cuja carreira levou a família a Bonn, Londres, e de volta a Estocolmo enquanto Anne Sofie estava crescendo. Como resultado, ela ganhou fluência em idiomas. Estudou música na Guildhall School of Music and Drama, em Londres. Sua principal professora de voz era Vera Rozsa, enquanto Erik Werba e Geoffrey Parsons a treinavam na interpretação de lieder.
Ela ganhou um contrato com a Basle Opera em 1983 e permaneceu na empresa até 1985, estreando como Alcina no Orlando Paladino de Franz Joseph Haydn. Ela também assumiu vários papéis masculinos escritos para mezzo-sopranos femininos, incluindo Cherubino no casamento de Mozart com Figaro, Hänsel no Hänsel und Gretel de Humperdinck e Orpheus no Orfée et Eurydice de Gluck. Em 1984, estreou no Festival de Aix-en-Provence como Ramiro em La Finta Giardiniera, de Mozart. Outras interpretações incluem Otaviano em Rosenkavalier de Strauss, o Compositor em Ariadne auf Naxos de Strauss e o papel-título de Tancredi de Rossini, entre outros.
Uma mulher alta e escultural, ela sente-se em casa em inúmeras séries de óperas do século XVIII, nas quais vozes altas costumavam interpretar os heróis. Ela cantou em Covent Garden, La Scala, Berlim, Munique, Roma e outras grandes casas de ópera.
Outra razão para a alta proporção de óperas da era barroca e clássica em seu repertório é uma importante relação de trabalho com o maestro John Eliot Gardiner, maestro britânico que começou como especialista em barroco. Ela fez o primeiro teste para ele em 1985, mas não conseguiu impressionar. Foi apenas com uma chance subseqüente para ele ouvi-la que ele começou a trabalhar com ela. Ela se juntou a ele em gravações da Nona Sinfonia de Beethoven; Clemenza di Tito de Mozart, Idomeneo e Requiem; Favola d’Orfeo de Monteverdi e L’Incoronazione di Poppea; Agripina e Jefté, de Handel; Orfée et Eurydice, de Gluck; e Oratório de Natal de Bach e St. Matthew Passion. Ele também conduziu a gravação de Seven Deadly Sins, de Weill, por von Otter, e selecionou músicas de teatro. Gravações significativas desde 2000 incluem Terezin / Theresienstadt, música do campo de concentração, e Boldemann, Gefors, Hillborg, canções orquestrais suecas contemporâneas.
Seu outro grande parceiro artístico é o pianista sueco Bengt Forsberg, seu parceiro de recital. Como Forsberg é um dos principais estudiosos no campo da literatura musical, von Otter conta com ele para sugerir músicas e organizar os programas de seus recitais. Com ele, ela se especializou em lieder desde os períodos do início e do final do período romântico, incluindo gravações bem recebidas de músicas de Schubert, Schumann, Brahms, Zemlinsky, Korngold e Mahler, além dos compositores românticos nórdicos, Alfvén, Rangstrom, Stenhammer e Sibelius.
Ela aprecia cantar músicas nas tonalidades especificadas originalmente pelos compositores. Quando ela veio gravar Seven Deadly Sins de Kurt Weill, ela usou a versão original para soprano alto, uma gama que ela possui, em vez da versão mezzo-soprano tradicional que foi feita para Lotte Lenya no final da carreira do cantor. Von Otter também gravou Seven Early Songs de Alban Berg, também música que é uma tensão para muitos sopranos. Além disso, ela não é avessa a esticar a voz para obter um efeito dramático. “Eu acredito em efeitos de choque”, ela disse uma vez em uma entrevista. No entanto, após os 40 anos de idade, ela teve algumas experiências particularmente ruins como resultado dessas duas tendências e, ela admite, magoou a voz. Como resultado, ela decidiu ser “sensata” e transpor para baixo. (extraído da internet)
Jacques Offenbach, nascido Jakob Eberst (Colônia, 1819 – Paris 1880) 1. Les Contes d’Hoffmann – Act – 1. Entr’acte (Barcarolle) Anne Sofie von Otter, Stéphanie d’Oustrac & Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski & Chorus Of Les Musiciens Du Louvre
Franz Schubert (Austria, 1797 – 1828) 2. “Ellens Gesang III”, D839 Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg
Gioachino Antonio Rossini (Pésaro, Italy, 1792-Passy, Paris, 1868) 3. La Cenerentola, Act 2 “Nacqui all’affanno e al pianto” Anne Sofie von Otter, Orchestra Of The Frankfurt Opera, James Levine
Edvard Grieg (Noruega, 1843 – 1907) 4. Haugtussa – Song Cycle, Op.67, Killingdans Anne Sofie von Otter & Bengt Forsberg (piano)
Franz Schubert (Austria, 1797 – 1828) 5. Im Abendrot, D.799 Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg
Kurt Weill (1900 – 1950) One Touch of Venus 6. I’m A Stranger Here Myself Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) St. Matthew Passion, BWV 244 – Part Two 7. No.47 Aria (Alto): “Erbarme dich, mein Gott” Anne Sofie von Otter, Fredrik From, Baroque Concerto Copenhagen, Lars Ulrik Mortensen
Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840 – 1893) Eugene Onegin, Op.24, TH. – Act 1 8. Scene and Aria. “Kak ya lyublyu pod zvuki pesen etikh” – “Uzh kak po mostu, mostochku” Mirella Freni, Anne Sofie von Otter, Staatskapelle Dresden, James Levine
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) Requiem in D Minor, K. 626, compl. by Franz Xaver Süssmayer 9. 6. Benedictus Anne Sofie von Otter, Barbara Bonney, Hans Peter Blochwitz, Willard White, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner
Edvard Grieg (1843 – 1907) Haugtussa – Song Cycle, Op.67 10. Ved gjaetle – bekken Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) La clemenza di Tito, K. 621, Act 1 11. “Parto, ma tu ben mio” 12. “Oh Dei, che smania è questa” Anne Sofie von Otter, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner
Kurt Weill (1900 – 1950) One Touch of Venus 13. Speak Low Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner
George Frideric Handel (1685 – 1759) Il pianto di Maria: “Giunta l’ora fatal” HWV 234 14. Cavatina: “Se d’un Dio fui fatta Madre” Anne Sofie von Otter, Musica Antiqua Köln, Reinhard Goebel
Gustav Mahler (1860 – 1911) Rückert-Lieder, Op. 44 15. 2. Liebst du um Schönheit Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner 16. Serenade (from: “Don Juan”) Anne Sofie von Otter, Ralf Gothoni
George Frideric Handel (1685 – 1759) Ariodante, HWV 33, Act 2 17. “Tu preparati a morire” Anne Sofie von Otter, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) Idomeneo, re di Creta, K.366, Act 1 18. “Il padre adorato” Anne Sofie von Otter, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) Mass in B Minor, BWV 232 Kyrie: No.1 Kyrie eleison 19. Agnus Dei Widerstehe doch der Sünde, Cantata BWV 54 20. 1. “Widerstehe doch der Sünde” Anne Sofie von Otter, Baroque Concerto Copenhagen, Lars Ulrik Mortensen
Edvard Grieg (1843 – 1907) Haugtussa – Song Cycle, Op.67 21. Elsk Kurt Weill (1900 – 1950) 22. Berlin im Licht – Song Franz Schubert (1797 – 1828) 23. Der Wanderer an den Mond, D.870, op.80, no.1 Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg
Christoph Willibald von Gluck (1714 – 1787) Paride ed Elena, Wq 39, Act 1 24. “O del mio dolce ardor” Anne Sofie von Otter, Paul Goodwin, The English Concert, Trevor Pinnock
George Frideric Handel (1685 – 1759) Hercules, HWV 60, Act 2 25. Aria: “When beauty sorrow’s liv’ry wears” Anne Sofie von Otter, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski
Edvard Grieg (1843 – 1907) Haugtussa – Song Cycle, Op.67 26. Det syng 27. Med en Vandilje, Op.25, No.4 Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg
Claudio Monteverdi (1567 – 1643) L’incoronazione di Poppea, SV 308, Act 2 28. Adagiati, Poppea – Oblivion soave (Arnalta) Anne Sofie von Otter, Jakob Lindberg, Jory Vinikour
Johannes Brahms (1833 – 1897) Fünf Lieder, Op.47 29. 3. Sonntag “So hab ich doch” Franz Schubert (1797 – 1828) 30. Im Walde D 708 Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg
Palhinha: ouça: 14. Cavatina: “Se d’un Dio fui fatta Madre”
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O sucesso mastodôntico de “Switched-on Bach” trouxe não só os holofotes para a ademais mui discreta Wendy Carlos, como também a pressão dos executivos da Columbia para que produzisse (“cuspisse”, segundo ela própria) um novo álbum arrasa-quarteirões. A ideia dos tubarões fonográficos era, claro, um outro disco dedicado a Bach, mas a laboriosa e criativa Wendy tinha outros planos, que incorporavam os novos módulos desenvolvidos em colaboração com Robert Moog para o sintetizador – incluindo o recurso spectrum follower, que permitia incluir vocalizações, ouvidas na segunda seleção de Monteverdi e, posteriormente, nos trechos da Nona Sinfonia de Beethoven incluídos na trilha sonora de Carlos para “A Laranja Mecânica” de Stanley Kubrick.
O resultado do trabalho de Moog, Wendy, e de sua produtora e co-intérprete Rachel Elkind foi “The Well-Tempered Synthesizer” (“O Sintetizador bem Temperado”), lançado em 1969, um ano depois de “Switched-on Bach”. Apesar de bem aceito por parte da crítica (pois os puristas, naturalmente, detestaram), as vendas não foram nem de longe semelhantes às do predecessor. Glenn Gould, que, como dissemos, virara tiete de Wendy, escreveu as notas que acompanharam o disco, em que taxativamente afirmava que “a realização de Carlos do Quarto Concerto de Brandenburgo, é, para colocá-lo com franqueza, a melhor interpretação de qualquer dos Brandenburgos – ao vivo, enlatada, ou intuída – que eu jamais ouvi”. Os pastiches também não paravam de brotar, lançando mão de todos os trocadilhos possíveis com “Switched-on”. Um deles foi lançado pela própria Columbia: “Switched-off Bach”, que incluía as mesmas seleções do célebre disco de 1968, executada com instrumentos convencionais.
Carlos levaria cinco anos para voltar a Bach, dedicando o ínterim a trabalhos autorais (“Sonic Seasonings”, somente com composições originais) e à realização da trilha sonora para “A Laranja Mecânica” de Kubrick, realizador cricri e perfeccionista de quem Wendy ainda musicaria “O Iluminado”, em 1980.
SWITCHED-ON BOXED SET – THE WELL-TEMPERED SYNTHESIZER Claudio Giovanni Antonio MONTEVERDI (1567-1643) 01 – Suíte da ópera “Orfeo”: toccata – ritornello I – coro I – ritornello II – coro II – ritornello II
Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757) 02 – Sonata em Sol maior, L. 209/K. 455
03 – Sonata em Ré maior, L. 164/K. 491
Georg Friedrich HÄNDEL (1685-1759) Música Aquática, Suíte em Fá maior, HWV 348 04 – Bourrée
05 – Aria
06 – Allegro deciso
Giuseppe Domenico SCARLATTI 07 – Sonata em Mi maior, L. 430/K. 531
08 – Sonata em Ré maior, L. 465/K. 96
Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Concerto de Brandenburg no. 4 em Sol maior, BWV 1049
09 – Allegro
10 – Andante
11 – Presto
Claudio Giovanni Antonio MONTEVERDI
12 – Vésperas (1610) – Domine ad adjuvandum
13 – Teste de alinhamento de estéreo
14 – Experimentos (em inglês, narração de Wendy Carlos)
Wendy Carlos, sintetizador Moog (em colaboração com Rachel Elkind)
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi Cremona, 1567- Veneza, 1643
Taverner Consort, Choir and Players dir. Andrew Parrott
Gravado em 1984
Emma Kirkby, soprano Nigel Rogers, tenor
Monteverdi, considerado um dos 10 melhores compositores barroco segundo a revista britânica Gramophone. (https://www.gramophone.co.uk/feature/top-10-baroque-composers). Vespers, considerada uma de suas obras primas, pela mesma publicação. Abaixo, os comentários da Gramophone sobre esta obra:
Os problemas técnicos e interpretativos das Vésperas de Monteverdi de 1610 são inúmeros. Deveria todo o volume ser executado como uma peça única, ou apenas os salmos, ou talvez uma mistura de salmos e de motetos? Uma vez que as linhas vocais na publicação original são fortemente ornamentadas, isso impede a adição de mais embelezamento segundo a maneira dos livros de instrução contemporâneos? Que porções devem ser cantadas em coro (e quão grande deve ser tal ‘coro’), e qual dos solistas? Como o contínuo deve ser realizado? Muitas dessas dificuldades derivam das ambiguidades da publicação original das Vésperas, que continua sendo a fonte de onde todas as edições modernas devem ser feitas. Outras são causadas por incertezas em torno da prática litúrgica do século XVII. Em ambas as áreas, esta nova gravação oferece novas idéias.
Em primeiro lugar a liturgia. A controvérsia central levantada pelas Vésperas diz respeito a cinco composições não-litúrgicas inseridas entre os salmos marianos, hino e Manificat: Nigra soma, Pulchra es, Duo Serafim, Audi coelum e a Sonata sopra Sancta Maria. Estes, os concertos sagrados descritos na página de rosto como “apropriados para as capelas ou câmaras privadas de príncipes”, não se ajustam textualmente a qualquer escritório mariano conhecido, mas ocorrem na coleção de Monteverdi em posições normalmente ocupadas por antífonas de salmo. Essas aparentes contradições levaram alguns editores a sugerir que eles não deveriam ser realizados como parte das Vésperas. Mais convincente é a visão, seguida aqui, de que os concertos são substitutos das antífonas que faltam nas coleções de Monteverdi. E esse ponto de vista é levado ainda mais adiante, vendo-os como repetições de antífonas e inserindo o cantochão para a primeira linhagem ausente. Isso é feito para três dos salmos; para as restantes duas sonatas instrumentais contemporâneas de Giovanni Paolo Cima são realizadas. Um efeito é fazer essa versão parecer mais unificada, mais monumental.
Tanto fisicamente quanto emocionalmente os concertos são apresentados aqui como os pontos focais das Vésperas, as jóias da coroa. Certamente eles são a ocasião para alguns dos cantos mais espetaculares desta gravação. O ingrediente essencial aqui é o desempenho de Nigel Rogers, certamente o cantor mais talentoso e convincente do repertório virtuoso italiano do início do século XVII a ser encontrado em qualquer lugar. Agora, pouco depois de sua impressionante interpretação de Orfeo em outro lançamento do Reflexe (revisado na página 1382), vêm seus desempenhos persuasivos e aparentemente sem esforço em três dos concertos em sua maneira altamente característica, dramática, mas perfeitamente controlada. Em dois casos, Audi coelum e Duo Seraphim, ele é bem combinado com Andrew King e Joseph Cornwell. Em comparação, Pulchra es, cantada por Tessa Bonner e Emma Kirkby, parece bastante subestimada, certamente muito por esse texto deliberadamente e deliciosamente ambíguo.
Uma característica importante da interpretação de Andrew Parrott é sua concepção fundamental, historicamente acurada, das Vésperas como um trabalho de câmara e não um “coral”. Assim, apenas um instrumento é usado por parte, o cravo é empregado com muita parcimônia, e o grupo contínuo básico é restrito a órgão e quitarrona. Seguindo o mesmo princípio, uma voz por parte é considerada a norma. O resultado é uma clareza de textura, evidente a partir das barras de abertura, que permite que tempos corretos sejam usados sem sufocar as características rítmicas da escrita. Nisi Dominus, por exemplo, é levado a uma velocidade animada, mas não acaba parecendo apressado, como tantas vezes acontece. Lauda Jerusalém prossegue em um ritmo alegre sem perda de detalhes, e Laetatus soa imponente sem ser pisado. Que esses efeitos estejam sendo alcançados é em grande parte devido a decisões sobre o tamanho e o equilíbrio de forças.
Finalmente, devo mencionar uma outra escolha fundamental que representa algo como uma novidade. Tanto Lauda Jerusalém quanto o Magnificat são transpostos para um quarto aqui, como de fato deveriam estar de acordo com a convenção relativa às combinações de clave nas quais foram originalmente notadas. Isso traz todas as partes vocais para a tessitura do resto do trabalho e também restaura os instrumentos para suas faixas normais. Se o resultado é menos “excitante” do que a versão que estamos acostumados a ouvir tem apenas parcialmente a ver com questões de musicalidade. Para o resto, a este respeito, como em outros, uma das virtudes duradouras desta gravação equilibrada e discreta é que ela nos permite ouvir os Vesper como algo nos moldes que Monteverdi pretendia. (Iain Fenlon, Gramophone Magazine, https://www.gramophone.co.uk/review/monteverdi-vespers-8).
As faixas destes 2 CDs podem ser encontradas AQUI.
Taverner Consort, Choir and Players dir. Andrew Parrott 1984
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Les Arts Florissants Edição comemorativa de 40 anos Secular Music Sacred Music Music & Theater dir. William Christie, Paul Agnew
Sandrine Piau Michel Laplénie Veronique Gens Ian Honeyman Agnès Mellon Philippe Cantor 2019
Dedicado ao desempenho da música barroca nos últimos 40 anos, Les Arts Florissants nunca deixa de revelar um novo repertório, muitos dos quais passamos a classificar como entre as melhores realizações musicais na vida cultural da França (Lully, de Lalande, Charpentier, Rameau …), Itália (Monteverdi, Rossi …) e Inglaterra (Purcell, Handel …) – um legado que eles disponibilizaram para músicos e grupos em todo o mundo.
Quer tenham sido destinados aos cultos da igreja, aos palcos de teatro ou ao entretenimento real, aqui estão algumas das melhores jóias musicais, desde a lendária gravação de Atys até as mais recentes coleções de arias e madrigais, para listar apenas algumas. Quase todos os capítulos musicais da história do conjunto fizeram história e, juntamente com horas de puro prazer, esta retrospectiva certamente trará de volta boas recordações de seu primeiro encontro com Les Arts Florissants, que se tornou um pilar de nossa vida cultural coletiva. (do site do produtor)
CD 01 – Musique Profane Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 01 – Zefiro torna, e di soavi accenti, SV 251 02 – Madrigals, Book 8, SV 146–167 “Madrigali guerrieri et amorosi”: Lamento de la ninfa, SV 163 03 – Il combattimento di Tancredi e Clorinda, SV 153 04 – Madrigals, Book 7, SV 117–145: Lettera amorosa, SV 141 (Live) 05 – Sestina Lagrime d’Amante al Sepolcro dell’Amata, SV 107, Prima parte: I. “Incenerite spoglie” Carlo Gesualdo, aka Gesualdo da Venosa (Italy, 1566 – 1613) 06 – Madrigals, Libro III: IX. Non t’amo, o voce ingrata Honoré d’Ambruys (France, séc. 18) 07 – Le doux silence de nos bois Michel Lambert (França, 1610-1696) 08 – Le repos, l’ombre, le silence 09 – Airs à une, II, III et IV parties avec la basse-continue: Sans murmurer Michel Pignolet de Montéclair (França, 1667 – 1737) 10 – La Mort de Didon pour soprano, violon, flûte et basse continue (6e cantate, Livre I)
CD 02 – Musique Sacrée Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) 01. Te Deum, H. 146: I. Prélude Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 02. Messiah, HWV 56, Part II: “Hallelujah!” 03. The Ways of Zion Do Mourn: IV. She put on righteousness. Chorus Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) 04. Le Reniement de Saint Pierre , H. 424 05. Antiennes “O” de l’Avent, H.36-43, Premier O: “O Sapientia” Luigi Rossi (Italia, 1597 – 1653) 06. Un peccator pentito: “Spargete sospiri” Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 07. Selva morale e spirituale, SV 252-288: “Chi vol che m’innamori” a 3 voci e due violini 08. Selva morale e spirituale, SV 252-288: “O ciechi ciechi” a 5 voci et doi violini Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687) 09. Salve Regina Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 10. Il Trionfo del Tempo e del Disinganno, HWV 46a: “Lascia la spina, cogli la rosa ” (Piacere) Michel Richard de Lalande (France, 1657-1726) 11. Cantique Quatrième “sur le bonheur des justes & sur le malheur des resprouvez”: “Heureux, qui de la sagesse” 12. Te Deum, S.32: I. Simphonie 13. Te Deum, S.32: II. Te Deum laudamus Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750) 14. Mass in B Minor, BWV 232: Benedictus (Live) Sébastien de Brossard (França 1655 – 1730) 15. Miserere mei Deus, SdB. 53 (Live)
CD 03 – Musique & theatre Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) 01. Les Arts florissants, H. 487: I. Ouverture Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687) 02. Atys, LWV 53, Prologue: Ouverture 03. Atys, LWV 53, Acte III, Scène 4: Prélude. “Dormons, dormons tous” (Le Sommeil) Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 04. Castor & Pollux, RCT 32, Acte I, Scène 1: Que tout gémisse (Troupe de Spartiates) 05. Castor & Pollux, RCT 32, Acte I, Scène 3: Tristes apprêts, pâles flambeaux (Télaïre) 06. Anacréon, RCT 30: Quel Bruit? Quelle clarté vient ici se répandre? (Prétresse de Bacchus et sa suite, Anacréon, Lycoris, Suite d’Anachréon) 07. Les Indes galantes, RCT 44, Troisième Entrée, Scène 3: “Amour, Amour, quand du destin j’éprouve la rigueur…” (Zaïre, Tacmas) Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) 08. David et Jonathas H. 490, Prologue, Scène 1: “Où suis-je ? Qu’ai-je fait ?” (Saül) 09. David et Jonathas H. 490, Acte I, Scène 3: “Ciel ! Quel triste combat en ces lieux me rappelle ?” (David) 10. Le Malade imaginaire, H. 495, Premier intermède: “Notte e di” (Spacamond) Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 11. Pygmalion, RCT 52, Acte I, Scènes 1-3: Fatal Amour, cruel vainqueur (Pygmalion) André Campra (França, 1660-1744) 12. Idoménée, Acte I, Scène 1: “Venez, Gloire, Fierté” (Ilione) 13. Idoménée, Acte II, Scène 1 – Scène 2: “O Dieux ! ô justes Dieux” (Chœur de peuple) – “Cessez de soulever les ondes” (Neptune) Luigi Rossi (Italia, 1597 – 1653) 14. Orfeo, Acte III, Scène 10: “Abandonnez l’Averne, ô peines, et me suivez !” (Orfeo, Giove, Mercurio, Coro Celeste) Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 15. Dardanus, RCT 35: “Hâtons-nous,courons à la gloire” Antoine Dauvergne (França, 1713 – 1797) 16. La Vénitienne: “Livrons-nous au sommeil” Michel Pignolet de Montéclair (França, 1667 – 1737) 17. Jephté, Act II, Scène 6: Marche au son des tambourins. “Ô jour heureux” (Iphise, Elise, Troupe d’Habitants de Maspha)
Les Arts Florissants: Secular Music + Sacred Music + Music & Theater Les Arts Florissants dir. William Christie
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Um excelente CD que traz duas lendas, a mezzo-soprano sueca Anne Anne Sofie von Otter e o Musica Antiqua Köln, dirigido por Reinhard Goebel. E é claro que a coisa teria que ser — e é — do mais alto nível. Apenas uma das peças incluídas nesta gravação era conhecida por mim antes de eu comprar este lançamento — o famoso Lamento d’Arianna de Claudio Monteverdi. Desta forma, esta maravilhosa gravação me apresentou várias novidades. A cantata de Antonio Vivaldi, Cessate, é uma delas. Com cerca de dez minutos de duração, a cantata é composta de várias seções contrastantes. Além de apreciar muito o Cessate, o madrigal Monteverdi que abre o disco, Con che soavita, também é muito atraente, complexo e cheio das harmonias ricas e quase ostentatórias. O disco conclui com duas peças fúnebres de Henry Purcell. O compositor inglês do barroco médio é mais famoso por ter escrito o mais famoso Lamento da época, o Lamento de Dido, de Dido and Aeneas, que não está no disco. Os dois encontrados aqui são Incassum, Lesbia, uma canção funerária escrita para um membro da família real, e O Solitude, uma canção solo menos formal mas talvez mais bem sucedida. Imprensado entre os Purcell, está uma deliciosa chacone para alaúde do início do barroco, da qual também gostei. Von Otter também escolheu dois italianos menores do século 17, Antonio Bertali e Giovanni Legrenzi, nenhum dos quais me pareceu excepcional. A qualidade da música é correspondida pelos executantes. Famosa por seu mezzo elegante e sem falhas, von Otter faz as passagens mais lentas de forma mais bela. Recomendado para os fãs de música clássica mais sérios e menos casuais.
Este é mais um arquivo que nos foi repassado pelo querido amigo pequepiano WMR.
Um lindo e prazeroso CD com obras de Monteverdi magnificamente tocadas pelos especialistas belgas do Huelgas Ensemble. Monteverdi é considerado o último grande madrigalista, certamente o maior compositor italiano de sua geração, um dos grandes operistas de todos os tempos e uma das personalidades mais influentes de toda a história da música do ocidente. Não inventou nada novo, mas sua elevada estatura musical deriva de ter empregado recursos existentes com uma força e eficiência sem paralelos em sua geração, e integrado diferentes práticas e estilos em uma obra pessoal rica, variada e muito expressiva, que continua a ter um apelo direto para o mundo contemporâneo ainda que ele não seja exatamente um compositor popular nos dias de hoje.
Claudio Monteverdi (1567-1643): The Mirror Of Claudio Monteverdi
1 I. Kyrie
Composed By – Claudio Monteverdi
4:10
2 Laura Che’l Verde Lauro
Composed By – Nicola Vicentino
Lyrics By [Canzoniere, CCXLVI] – Francesco Petrarca
5:25
3 II. Gloria
Composed By – Claudio Monteverdi
5:57
4 Amor, I’ho Molti E Molt’anni Pianto
Composed By – Cesare Tudino
4:53
5 III. Credo
Composed By – Claudio Monteverdi
11:31
6 Mia Benigna Fortuna
Composed By – Giaches De Wert
6:02
7 IV. Sanctus
Composed By – Claudio Monteverdi
4:24
8 Solo E Pensoso
Composed By – Luca Marenzio
6:21
9 V. Agnus Dei
Composed By – Claudio Monteverdi
10:24
Choir – Huelgas Ensemble*
Chorus Master, Liner Notes – Paul Van Nevel
É um disco médio, não cheguei a me apaixonar, não. O problema é que o repertório não toca o melhor Monteverdi. Aqui, o foco é a dança. Bem, Monteverdi é certamente o maior compositor italiano de sua geração, um dos grandes operistas de todos os tempos e uma das personalidades mais influentes de toda a história da música do ocidente. Não inventou nada novo, mas sua elevada estatura musical deriva de ter empregado recursos existentes com uma força e eficiência sem paralelos em sua geração. Ele integrou diferentes práticas e estilos em uma obra pessoal rica, variada e muito expressiva, que continua a ter um apelo direto para o mundo contemporâneo ainda que ele não seja exatamente um compositor popular nos dias de hoje.
Claudio Monteverdi (1567-1643): Balli & Balletti
1 Tirsi E Clori, Ballo (Settimo Libro De Madrigali, 1619) 13:53
L’Orfeo
2 Lasciate I Monti, Balleto (Atto I) 1:45
3 Vieni Imeneo, Ballo (Atto I: Coro Di Ninfe E Pastori) 1:03
4 Ecco Pur Ch’a Voi Ritorno, Ballo (Atto II) 5:31
5 Moresca (Atto V) 1:12
6 De La Bellezza, Balletto (Scherzi Musicali, 1607) 9:30
7 Il Ballo Delle Ingrate, Ballo (Madrigali Guerrieri E Amorosi, 1638, Libro VIII: Canti Amorosi) 3:33
8 Volgendo Il Ciel, Ballo (Madrigali Guerrieri E Amorosi, 1638, Libro VIII: Canti Guerrieri) 10:03
Monteverdi Choir
English Baroque Soloists
John Eliot Gardiner
“Para muitos amantes da música, a música da igreja de Monteverdi começa e termina com as suntuosas configurações das Vésperas que ele publicou, juntamente com uma Missa, em 1610. No entanto, as Vésperas de 1610, apesar de serem surpreendentes, formam apenas parte da produção total de música sacra de Monteverdi. Pertencem, paradoxalmente, a um período em que temos pouca evidência de seu trabalho como músico de igreja. A carreira de Monteverdi como músico profissional divide-se em dois períodos de duração quase igual. De 1590 ou 1591 a 1612, ele foi empregado como músico doméstico na corte de Vincenzo Gonzaga, governante do norte da Itália, Ducado de Mantua, e subiu para se tornar o maestro de corte da corte em 1601. A extensão do envolvimento de Monteverdi na música da igreja em Mântua não é clara. Ele não estava envolvido regularmente com o estabelecimento musical de Santa Bárbara, a capela ducal, que foi dirigida por Giacomo Gastoldi de 1582 a 1609, e a maioria de suas publicações do período de Mantua são de madrigais e ópera. No entanto, é bem provável que ele tenha escrito música sacra para ser executada nas capelas menores dentro do palácio ducal ou como música de câmara espiritual. Foi sugerido, também, que tanto os músicos da corte quanto os da capela possam ter unido forças pelo menos uma vez por ano em Santa Bárbara para celebrar o dia festivo de seu padroeiro, e que pelo menos algumas das músicas que aparecem no volume de 1610 podem foram escritos para estas ocasiões.
Igualmente, porém, a música produzida em 1610, publicada por Monteverdi em um momento de crescente insatisfação com as condições em Mântua, pode ter sido destinada simplesmente a demonstrar que ele era empregável como músico de igreja. O volume contém configurações para os dois serviços para os quais a música elaborada foi mais usada no final do Renascimento. A missa, a reencenação ritual da Última Ceia, foi a celebração central do dia da igreja, e Monteverdi fez uma grande jogada, no volume de 1610, ao escrever um cenário que imitava o estilo conservador de Palestrina e seus contemporâneos. Suas configurações de cinco salmos, hino, Magnificat e motets para as Vésperas, o principal culto noturno da Igreja Católica, são bem diferentes e usam todos os recursos da nova música do final do século XVI e início do XVII – harmonias ricas, expressivo operismo. solos e música elaboradamente ornamentada para serem interpretados por virtuosos cantores e instrumentistas.”
Claudio Monteverdi The Sacred Music – 1
1 Dixit [Dominus] Primo à 8 voci concertato
2 Confitebor Primo à 3 voci con 5 altre voci ne ripieni
3 Beatus vir I à 6 voci concertato
4 Laudate pueri Primo à 5 concertato
5 Laudate Dominum omnes gentes à 5 concertato
6 Christe redemptor omnium Himnus unius Martyris
7 Magnificat Primo à 8 voci
Messa à 4 da Cappella
8 Kyrie
9 Gloria Credo
10 Sanctus
11 Benedictus
12 Agnus Dei
CAROLYN SAMPSON, REBECCA OUTRAM soprano
ROGERS COVEY-CRUMP, NICHOLAS MULROY, DANIEL AUCHINCLOSS high tenor
CHARLES DANIELS, JAMES GILCHRIST tenor
PETER HARVEY, ROBERT EVANS bass
CHOIR OF THE KING’S CONSORT
THE KING’S CONSORT
ROBERT KING conductor
Choir of the Netherlands Bach Society Ensemble Cappella Figuralis
Maestro Jos van Veldhoven
2001
Italian Early Baroque
Desde o início do século 17, compositores na Itália e muito além de suas fronteiras descobriram o poder dramático de pequenos conjuntos, na maior parte abandonando o tradicional estilo a cappella polifônico. A riqueza da linguagem verbal apontou o caminho para novos modos de expressão. A canção monódica desempenhou um papel central neste desenvolvimento: em essência, consistia em uma única voz cantada acompanhada pelo novo estilo de “baixo contínuo”. O texto foi apoiado e seguido palavra por palavra, fazendo uso do “affetti”, uma nova liberdade no tratamento da dissonância, bem como contrastantes tratamentos melódicos e rítmicos.
Naturalmente, qualquer número de novas formas musicais e gêneros também se desenvolveu, um dos quais foi o diálogo – um gênero que tem sido repetidamente recebido atenção por Cappella Figuralis nos últimos anos – e sua versão mais expansiva, o oratório. Um diálogo pode ser melhor descrito como uma conversa cantada, em que cada uma das pessoas participantes é representada por uma única voz e um grupo por um conjunto vocal. Além disso, o “elenco” às vezes inclui um narrador, cuja parte pode ser de uma única voz ou de muitas vozes. (…) (Pieter Dirksen)
Love & Lament: Italian Early Baroque Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 01. Lamento della Ninfa (from Madrigali Guerrieri et amorosi, 1638) Girolamo Frescobaldi (Italy, 1583-1643) 02. Toccata 2a in F (from Suonate d’intavolatura del Sig. Girolamo Frescobaldi) Domenico Mazzocchi (Italy, 1592-1665) 03. Lamento di David (from Sacrae Concertationes) Johann Hieronymus Kapsberger (Italy, 1580 – 1651) 04. Toccata Settima (from Libro quarto di chitarrone, 1640) Allesandro Della Ciaia (Italy, c. 1605-c. 1670) 05. Lamentatio Virginis in dispositione Filii de cruce (from Sacri modulatus, 1666) Michelangelo Rossi (Italy, 1602 – 1656) 06. Settima Toccata (from Toccate e correnti d’intavolatura d’organo e cimbalo, 1640) Giacomo Carissimi (Italy, 1605 – 1674) 07. Historia di Jephte (1650) . Love & Lament: Italian Early Baroque – 2001 Choir of the Netherlands Bach Society Ensemble Cappella Figuralis . BAIXEAQUI – DOWNLOAD HERE MP3 | 320 KBPS | 155 MB
The English Baroque Soloists dir. John Eliot Gardiner
1996
Considerada uma das 10 melhores óperas barrocas com respectivas gravações, pela revista Gramophone em 2013. [5º lugar]
Estreia Veneza 1643
Libreto Giovanni Busenello
Antecedentes Acredita-se que esta seja a primeira ópera baseada em fontes históricas e não mitológicas (o seu enredo e personagens são retirados das obras de Tácito e Suetónio), e a sua linha condutora é uma admirável mistura de disposições emocionais – cómica e trágica, romântica e cínica, idealista e pragmática. Da época de Monteverdi chegaram-nos duas versões da partitura e dez do libreto: as diferenças entre as várias versões chegaram mesmo a fomentar uma grande controvérsia académica e muitos ainda acreditam que a música de Otão e o dueto final entre Nero e Popeia não são da autoria de Monteverdi.
A Coroação de Popeia Das dezoito óperas de Cláudio Monteverdi mencionadas pelas crónicas, apenas três chegaram completas aos nossos dias. Três verdadeiros exemplos do génio dramático e musical de Monteverdi e da sua seconda prattica. Estreada no ultimo ano da sua vida, em 1643, a Coroação de Popeia é já uma obra madura e de perfeita consolidação do novo estilo, nascido havia já 50 anos – um estilo que emancipava uma linha melódica principal, libertando-a da complexa malha de vozes da polifonia renascentista, crucial para o surgimento da ópera. Para além disso, A Coroação de Popeia é a primeira ópera baseada em fontes históricas e não mitológicas (o seu enredo e personagens são retirados das obras de Tácito e Suetónio). Com libreto de Busenello, o tom da peça é constituído por uma admirável mistura de disposições emocionais – cómica e trágica, romântica e cínica, idealista e pragmática. É igualmente notável que nesta ópera a situação trágica não se desenlace na consumação da moral convencional – Nero, tirano, irascível, mas apaixonado, faz o seu amor triunfar, sem que nenhuma entidade justiceira intervenha para restituir a felicidade às vitimas das suas acções. Um herói sem escrúpulos que não olha a meios para atingir os fins pretendidos.
Da época de Monteverdi, chegaram-nos duas versões da partitura e dez do libreto: as diferenças entre as várias versões fomentaram uma grande controvérsia académica, e muitos acreditam que a música de Otão e o dueto final de Nero e Popeia não são da autoria de Monteverdi.
A versão apresentada no Mezza-Voce é uma co-produção do Festival de Glyndebourne com os PROMS, apresentado em versão semi-cénica no Royal Albert Haall dia 31 de Julho de 2008 e como um elenco encabeçado por Danielle de Niese como Poppea, Alice Coote como Nero, Christophe Dumaux como Otão, Tamara Mumford como Octávia e Paolo Battaglia como Séneca, entre outros. O Coro do Festival de Glyndebourne e a Orquestra do Iluminismo são dirigidos por Emmanuelle Haïm.
Resumo
• Prólogo No prólogo, as figuras da Fortuna, da Virtude e do Amor discutem entre si qual das três tem maior poder sobre a humanidade. O Amor reclama para si a vitória e para o justificar decide contar a seguinte história:
• 1.º Acto Roma, por volta do ano de 55 d.C. Otão regressa da guerra para descobrir que a sua mulher, a bela mas ardilosa Popeia, o trocou pelo tirânico imperador Nero. Apesar dos sábios conselhos do filósofo Séneca, Nero resolveu livrar-se da sua mulher Octávia e fazer de Popeia a sua nova imperatriz. Octávia pede ajuda a Séneca, antigo professor de Nero. Octávia pede a Séneca que a ajude junto do Senado e ele acede. Depois de um discurso onde é exposta a decadência da nobreza, Séneca vai pedir explicações a Nero sobre a sua conduta indecorosa. Irascível, o Imperador corta relações com Séneca. Entretanto, Otão, movido pelos ciúmes, desabafa com Drusila, uma senhora da corte que está apaixonada por ele. Otão quer ver Popeia punida… Popeia deve morrer.
• 2.º Acto No início do segundo acto Mercúrio anuncia a morte eminente de Séneca. O filósofo não aprova a conduta do seu antigo discípulo e por isso ao confrontar o Imperador passou a ser considerado incómodo. É abordado por um membro da guarda imperial que lhe leva uma ordem de Nero: Séneca deve suicidar-se. Os amigos do filósofo tentam convencê-lo a fugir, mas Séneca recusa e cumpre as ordens do imperador.
Entretanto, não sai da cabeça de Otão a ideia de se vingar de Popeia. Otão é abordado pela imperatriz Octávia que, obviamente o apoia fazendo despertar nele um desejo de vingança ainda maior. Popeia merece realmente a morte por tal ultraje. Otão pede ajuda a Drusila que lhe empresta roupas suas para ele se disfarçar.
Nos seus aposentos, Popeia já se sente imperatriz. Arnalta adverte-a para o afã desenfreado do poder e tenta adormece-la. É assim que Otão se vai introduzir no quarto da sua ex-mulher para levar a cabo o assassinato. Quando se prepara para matar Popeia, esta é acordada pela figura do Amor que assim evita o assassinato.
• 3.º Acto O plano de Otão e Drusila foi frustrado. O terceiro acto começa com a prisão de Drusila. Diante os interrogadores, Drusila assume todo o plano por amor a Otão o que o leva a confessar a sua culpa e a declarar a reciprocidade de sentimentos por Drusila. Otão, Drusila e Octávia são condenados ao exílio pelo imperador.
Depois disto, Nero e Popeia têm finalmente caminho livre para se casarem. Octavia despede-se de Roma e Popeia é coroada imperatriz. (http://www.rtp.pt/antena2/argumentos-de-operas/letra-m/-claudio-monteverdi_1821_1822)
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Boa audição!
Avicenna
PS – A seguir, o link da faixa 1, disco 1, com nome de faixa menor de 256 dígitos: https://1drv.ms/u/s!Aj7AlViriTxygaMPxvGebEGnkdbZog
L’Orfeo (La favola d’Orfeo) – 1607 Favola in musica em 5 atos
Ensemble La Venexaina dir. Claudio Cavina
Considerada uma das 10 melhores óperas barrocas com respectivas gravações, pela revista Gramophone em 2013. [8º lugar]
Acompanha um livro de 92 páginas em PDF, editado em espanhol. Uma coleção de ensaios em torno de L’Orfeo de Monteverdi: suas raízes mitológicas, o contexto de sua composição e sua interpretação atual. Inclui o libreto de Alessandro Striggio.
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L’Orfeo (SV 318), às vezes chamada La favola d’Orfeo, é uma favola in musica, ou ópera, do final da Renascença / início do barroco de Claudio Monteverdi, com um libreto de Alessandro Striggio. É baseada na lenda grega de Orfeu, e conta a história de sua descida à Hades e sua tentativa infrutífera de trazer sua noiva morta Eurydice de volta ao mundo dos vivos. Foi escrito em 1607 para uma performance no tribunal durante o Carnaval anual em Mântua. Enquanto Dafne de Jacopo Peri é geralmente reconhecido como o primeiro trabalho no gênero de ópera, e a mais antiga ópera sobrevivente, L’Orfeo é o mais antigo que ainda é regularmente realizado.
No início do século XVII, o tradicional intermédio – uma seqüência musical entre os atos de uma peça – estava evoluindo para a forma de um drama musical completo ou “ópera”. A L’Orfeo de Monteverdi transferiu esse processo de sua era experimental e forneceu o primeiro exemplo totalmente desenvolvido do novo gênero. Após a sua performance inicial, o trabalho foi encenado novamente em Mântua, e possivelmente em outros centros italianos nos próximos anos. Sua pontuação foi publicada por Monteverdi em 1609 e novamente em 1615.
Após a morte do compositor em 1643, a ópera ficou inoperante por muitos anos, e foi esquecida até que um revival de interesse no final do século 19 levou a uma série de edições e performances modernas. No início, essas performances tendiam a ser versões de concerto (não-encenadas) dentro de institutos e sociedades de música, mas após a primeira apresentação dramatizada moderna em Paris, em 1911, o trabalho começou a ser visto nos cinemas. Depois da Segunda Guerra Mundial, muitas gravações foram feitas, e a ópera foi encenada cada vez mais em casas de ópera, embora alguns dos principais locais resistissem a ela. Em 2007, o quarto centenário da estréia foi celebrado por performances em todo o mundo.
Em sua partitura publicada, Monteverdi lista cerca de 41 instrumentos a serem implantados, com grupos distintos de instrumentos usados para representar cenas e personagens específicos. Assim, cordas, cravos e gravadores representam os campos pastorais da Trácia com suas ninfas e pastores, enquanto o latão pesado ilustra o submundo e seus habitantes. Composta no ponto de transição da era renascentista para o barroco, L’Orfeo emprega todos os recursos então conhecidos dentro da arte da música, com uso particularmente ousado de polifonia. O trabalho não é orquestrado como tal; na tradição renascentista, os instrumentalistas seguiram as instruções gerais do compositor, mas receberam considerável liberdade para improvisar.
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Quatro soberanos musicais reinaram sobre a ópera italiana do século XVII, Claudio Monteverdi, Pier Francesco Cavalli, Luigi Rossi e Francesco Provenzale, o menos conhecido, mestre de capela napolitano e contemporâneo de Alessando Scarlatti.
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Monteverdi transmitiu o gênero lírico da corte para a cidade. Cavalli popularizou o gênero em teatros públicos. Provenzale adaptou-o ao napolitano, misturando burlesco e tragédia, enquanto Luigi Rossi exportou o gênero lírico, notadamente para Paris. Suas Odes, certamente incompreendidas por uma parte do público, iniciaram os franceses no gênero da ópera.
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Lully, tendo escutado Rossi e Cavalli, inventa a tragédia lírica francesa. Figuras femininas, trágicas, astutas, rasgadas, foram favorecidas por esses compositores. O barroco tem sido apaixonado por bruxas do amor, como Alcina ou Medéia, e senhoras nobres negligenciadas, como Dido, Octavia, Penelope. A queixa lírica era em princípio feminina, a face profana das deplorações da Virgem e dos santos católicos. (Vincent Borel)
…
Ensemble Cappella Mediterranea
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
Luigi Rossi (Italia, 1597 – 1653) 07. Lamento de la Regina di Suezia
Francesco Cavalli (Crema, 1602 – Venice, 1676) 08. Vivo per te (La Calisto, III, 7) 09. Dolcissimi baci (La Calisto, III, 7) [with S.Piau] 10. Sinfonia, from Elena 11. Lamento de Doriclea (Doriclea, III, 1)
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 12. Di misera regina (Il ritorno d’Ulisse in patria, I, 1) [with S.Sundberg]
Eis um CD que provoca paixões. Desde seu lançamento, em 1994, é saudado como uma grande realização. FDP Bach é tarado por Emma Kirkby, sabiam? Pois é, mas fui eu quem entrevistou ela. Toma! Mas leiam o apaixonado e descontrolado abaixo que encontrei no Google:
I love Emma Kirkby — too bad she’s married to Anthony Rooley. My dark, secret fantasy is to kidnap her and force her to sing for me whenever I want. But since I’m not into anti-social acts, this recording will have to do. It does very nicely indeed. Beautiful material and lovely sonics make this recording a definite Record to Die For for anyone but the Beavis and Butt-head crowd. The opening selection, “Quel Sguardo Sdegosetto,” is just too beautiful for words.
Olympia’s Lament
Claudio Monteverdi (1567-1643) 1. Quel sguardo sdegnosetto
2. Ohime ch’io cado
3. Lamento d’Olimpia
4. Voglio di vita uscir
5. Maladetto sia l’aspetto
Sigismondo d’India (1582-1629)
6. Diana ( Questo dardo, quest’ arco)
7. Amico hai vint’io
8. Piangono al pianger mio
9. Lamento d’Olimpia
10. Torna il sereno zefiro
11. Sfere fermate
A Capela de Música da Basílica de San Marco em Veneza celebra o 450º aniversário do nascimento de seu antigo mestre Claudio Monteverdi.
Definitivamente, uma das melhores gravações de Monteverdi do ano! Apresenta um coro masculino adulto e maduro, e um livreto apenas em italiano.
É, em suma, a reconstituição de um serviço Vesper realizado em San Marco (Veneza) em 1640, quando Monteverdi era ali maestro di cappella. Foi realizado pela Cappella Marciana (ou seja, a orquestra oficial da Basílica de San Marco) e gravado na própria Basílica. Então, isso é o mais fiel possível do evento real.
Vejam o ‘trailer’ oficial da obra:
Monteverdi, Claudio Giovanni Antonio (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 01. Dominus ad adiuvandum 02. Maria Virgo semper laetare 03. Dixit Dominus a 8 04. Ego dormio a 2 05. O gloriosa genitrix 06. Laudate pueri alla quarta bassa 07. O quam pulcra es 08. Sancta Maria Virgo intercede 09. Laetatus sum 10. Sancta Maria succurre a 7 voci – Duo cantus 11. Oculi tui, sancta Dei genitrix 12. Nisi Dominus a 5 13. Ego flos campi 14. In prole mater, in partum virgo 15. Lauda Ierusalem a 5 16. Salve Regina – con dentro un Eco 17. Hodie Maria Virgo caelos ascendit 18. Magnificat primo a 8 voci et due violini
Ad Vesperum Assumptionis Sanctae Mariae Virginis – 2017
Cappella Musicale della Basilica di San Marco
Marco Gemmani, dir.
Foi somente após 23 anos de casamento que Luis XIII conseguiu produzir um herdeiro em 1638, e o alívio foi tão grande que uma enorme celebração de quatro dias foi montada em Veneza. Na liderança estava Giovanni Rovetta, vice-maestro em São Marcos, que executou as músicas na basílica de San Giorgio.
Verdade seja dita, sua música não é a mais inventiva aqui, embora haja um credo em grande escala impressionante. Giovanni Rigatti fornece outras partes da missa, e o show é roubado pelo Adoramus te, Christe de Monteverdi. A acústica da Chapelle Royale em Versailles é um bom cenário para os cantores de Benjamin Chénier. (The Guardian)
Giovanni Gabrieli (Veneza, 1554-1612) 01. Il Transilvano, Girlamo Diruta, Venezia, 1625 – Toccata del secundo tuono Giovanni Rovetta (Padova?, 1596 – Veneza, 1668) 02. Messa e salmi concertati, Venezia 1639 – Kyrie, a 5 03. Messa e salmi concertati, Venezia 1639 – Gloria, a 6 Giovanni Antonio Rigati (Veneza, c1613-1648) 04. Messa e salmi parte concertati (Nisi Dominus), Venezia 1640 – Canzona Giovanni Rovetta (Padova?, 1596 – Veneza, 1668) 05. Ghirlanda sacra, Leonardo Simonetti, Venezia 1625 – O Maria, quam pulchra es 06. Messa e salmi concertati, Venezia 1639 – Credo, a 7 07. Salmi concertati, con motetti, et alcune canzoni per sonar, Venezia 1626 – Salve Regina Giovanni Antonio Rigati (Veneza, c1613-1648) 08. Messa e salmi parte concertati, Venezia 1639 – Sanctus, a 8 09. Messa e salmi parte concertati, Venezia 1639 – Sonata per l’elevatio 10. Messa e salmi parte concertati, Venezia 1639 – Agnus Dei, a 8 Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 11. Libro primo de motetti, Giulio Bianchi, Venezia 1620 – Christe adoramus te, a 5 (per stromenti) 12. Libro primo de motetti, Giulio Bianchi,Venezia 1620 – Adoramus te, Christe, a 6 Giovanni Rovetta (Padova?, 1596 – Veneza, 1668) 13. Seconda raccolte de sacri canti, Lorenzo Calvi, Venezia 1624 – In caelis hodie jubilant sancti Giovanni Bassano (Veneza, c1558-c1617) 14. Concerti ecclesiastici, Venezia 1599 – Omnes gentes plaudite manibus, a 8
Messe pour la naissance de Louis XIV – 2015 Galilei Consort. Benjamin Chénier (dir.)
Harmonia Mundi: História da Música Sacra vol 09/10: Baroque Vespers
Vésperas de Monteverdi é uma obra icônica. Para o compositor, que a publicou há 400 anos, em 1610, foi um somatório calculado de sua habilidade como um escritor da música sacra num momento em que ele mais precisava para anunciá-lo. Aos 43 anos, e em grande parte conhecido como um madrigalist, ele queria fugir das frustrações de trabalhar na corte do Duque Gonzaga, em Mantua e encontrar um novo emprego, de preferência na capela papal. No evento, a publicação quase certamente ajudou a ganhar uma alternativa de prestígio, o cargo de maestro di cappella em São Marcos, em Veneza, que ele iria manter até a sua morte em 1643.
History of the Sacred Music vol. 09: Baroque Vespers (1) Monteverdi, Claudio Giovanni Antonio (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
Vespro della Beata Vergine da concerto, composto sopra canti fermi, 1610 01. Deus in adjutorium 02. Antiphona – Dixit Dominus (Psalmus 109) 03. Nigra sum (Concerto) 04. Laudate pueri (Psalmus 112) 05. Pulchra es (Concerto) 06. Antiphona – Laetatus sum (Psalmus 126) 07. Duo Seraphim (Concerto) 08. Antiphona – Nisi Dominus (Psalmus 126) 09. Audi coelum (Concerto) 10. Antiphona – Lauda, Jerusalem, Dominum (Psalmus 147) 11. Sonata sopra ‘Sancta Maria, ora pro nobis’ 12. Ave maris stella (hymnus, anon. xiᵉ siècle)
History of the Sacred Music vol. 09: Baroque Vespers (1)
Em comemoração do nascimento de Louis XIV, em 1638, o embaixador francês em Veneza encomendou “a música mais solene e refinada que se possa imaginar” para celebrar com pompa e circunstância o nascimento de um herdeiro ao trono da França, que não era outro senão o futuro Rei Sol. De todos os músicos de Veneza, é Giovanni Rovetta quem foi o escolhido. Como compositor e maestro di cappella, ele foi expressamente instruído a unir todos os cantores e instrumentistas da cidade a fim de cumprir esse grandioso esquema. Foi assim que o braço direito do maestro Monteverdi (logo para ser seu sucessor) se esforçou para implantar este concerto barroco para iluminar a igreja de San Giorgio e o palácio do embaixador com uma música deslumbrante. Um festival suntuoso!
History of the Sacred Music vol.10: Baroque Vespers (2) Monteverdi, Claudio Giovanni Antonio (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
La Chapelle Royale & Les Sacqueboutiers de Toulouse. Maestro Philippe Herreweghe 01. Vespro della Beata Vergine da concerto, composto sopra canti fermi, 1610 – 13. Antiphona – Magnificat
Giovanni Rovetta (1596-1668)
Cantus Kölln. Maestro Konrad Junghänel 02. Vespro Solenne da concerto, composto sopra canti fermi, 1610 – 1. Dixit secondo a 7 e due violini (1639) 03. Vespro Solenne da concerto, composto sopra canti fermi, 1610 – 2. Confitebor tibi Domine a 7 e due violini (1639) 04. Vespro Solenne da concerto, composto sopra canti fermi, 1610 – 3. Beatus vir a 8 (1939) 05. Vespro Solenne da concerto, composto sopra canti fermi, 1610 – 4. Laudate pueri a 6 et due violini (1939) 06. Vespro Solenne da concerto, composto sopra canti fermi, 1610 – 5. Lauda Jerusalema 6 et due violini (1639) 07. Vespro Solenne da concerto, composto sopra canti fermi, 1610 – 6. Magnificat a 8 et due violini (1639)
History of the Sacred Music vol. 10: Baroque Vespers (2) BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC | 335,4 MB
Só pelo Vivaldi inicial já vale a pena ouvir este CD, mas o resto também é incrível. O Giardino Armonico, sob o comando de seu ousado diretor Giovanni Antonini, se juntou ao mezzo-soprano Bernarda Fink, para um projeto que explora a Paixão de Cristo, vista pelos olhos da Virgem Maria. As duas obras centrais são ambas lamentos da Virgem. O primeiro, Il Pianto di Maria, foi pensado que fosse de Handel — um claro reflexo de sua notável qualidade musical. Só na década de 1990 que os especialistas em caligrafia estabeleceram o trabalho como sendo do desconhecido compositor veneziano Giovanni Ferrandini. O outro lamento da Virgem é de Monteverdi, mas há a importante estreia mundial da gravação de uma ária de Francesco Conti, em que o mártir Lorenzo, ameaçado de ser queimado vivo, se recusa a negar sua fé cristã. Esta ária profundamente emocionante apresenta um antepassado raramente ouvido do clarinete moderno e usado frequentemente em árias da época barroca — o chalumeau. Um disco foda.
Antonio Vivaldi (1678-1741)
Sonata “Al Santo Sepolcro” (for strings) RV130
1) Largo Molto [2:34]
2) Allegro Ma Poco Andante [2:15]
Giovanni Battista Ferrandini (1710 ca-1791)
“Il Pianto di Maria”
[wrongly attributed to G.F.Handel (HWV 234)]
3) Recitativo: Giunta L’ora Fatal [1:33]
4) Cavatina: Se D’un Dio Fui Fatta Madre [3:01]
5) Recitativo: Ah Me Infelice! [1:54]
6) Cavatina Da Capo: Se D’un Dio Fui Fatta Madre [3:03]
7) Recitativo: Ahimè Ch’Egli Già Esclama Ad Alta Voce [1:11]
8) Aria: Sventurati Miei Sospiri [5:26]
9) Recitativo: Sì Disse La Gran Madre [1:55]
10) Aria: Pari All’amor Immenso [6:29]
11) Recitativo: Or Se Per Grande Orror Tremo La Terra [0:55]
Biagio Marini (1587-1665)
12) Passacalio (for strings and continuo) [3:48]
Claudio Monteverdi (1567-1643)
13) Pianto della Madonna sopra il Lamento d’Arianna [7:16]
Antonio Vivaldi (1678-1741)
Concerto “Madrigalesco” in D minor (for strings) RV129
14) Adagio [1:07]
15) Allegro [1:38]
16)Adagio [1:09]
17) Allegro [0:55]
Antonio Vivaldi (1678-1741)
Sinfonia “Al Santo Sepolcro” in B minor (for strings) RV169
18) Adagio Molto [2:42]
19) Allegro Ma Poco [1:49]
Francesco Conti (1681-1732)
20) “Sento già mancar la vita”, aria from “Il Martirio di S. Lorenzo”
(for mezzo soprano, chalumeau and strings) [5:59]
Johann Georg Pisendel (1687-1755)
Sonata in C minor (for strings and continuo)
21) Largo [1:53]
22) Allegro [2:16]
Bernarda Fink
Il Giardino Armonico
Giovanni Antonini