Mais um CD da integral de Trios para Piano de Beethoven. Estou postando um cd de cada para os senhores não ficarem tão sobrecarregados com material baixado daqui do blog, ou de outros, e portanto, terem tempo de degustarem esta obra. Por exemplo, neste momento em que escrevo esta postagem, estou ouvindo um Berlioz que baixei ano passado e que até agora não tinha conseguido ouvir.
Mas voltemos a Beethoven,e citemos novamente Maynard Solomon com uma deliciosa crônica sobre determinado fato ocorrido na época da composição dos Trios op. 70:
“No outono de 1808, Beethoven foi residir com sua amiga a condessa Marie Erdöry em Krugerstrasse, 1074 (…). É duvidosos que existisse qualquer elemento romântico em seu relacionamento com a condessa, a quem ele chamava o seu “padre confessor” (Beichtvater) e era seu conselheiro em assuntos pessoais e de negócios. (Além dos Trios, op. 70, ele dedicou-lhe as Sonatas para Piano e Violoncelo, op. 102, em 1817.) Sua experiência como hóspede da condessa Erdöry terminou, porém em fracasso. No começo de 1809, ele ficou sabendo que a condessa vinha pagando secretamente somas não desprezíveis de dinheiro ao criado particular dele. Quando reconstituiu o caso, Beethoven acreditou ter provas evidentes de que a condessa ou se amigo íntimo, Joseph X. Brauchle, estava pagando ao criado dele por favores sexuais. Nas folhas de esboços para o Quinto Concerto para Piano, então em vias de composição, Beethoven escreveu: “Que mais podereis querer? Haveis recebido de mim o criado em vez do amo… Que substituição!!! Que bela troca!!! “Beethoven não é criado de ninguém… Queríeis um criado, agora tendes um.” Furioso, Beethoven saiu e foi hospedar-se em Walfisgasse, 1087, que ele sabia alojar também um bordel. Parece que ele tinha visto no comportamento da condessa alguma afronta à sua sexualidade. O rompimento com a condessa seria em breve sanado pelas garantias dela de que dera dinheiro ao criado “somente com o propósito de que ele se mantivesse a meu serviço”. ” Sou agora compelido a acreditar na sua generosidade”, escreveu ele a Zmeskall, num tom mais vencido do que convencido”. (Solomon, p212).
Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3, Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2, Piano Trio No.10 In E Flat Major, Op.44
01 – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3 – 1. Allegro Con Brio
02 – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3 – 2. Andante Cantabile Con Variazioni
03 – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3 – 3. Menuetto (Quasi Allegro)
04 – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3 – 4. Finale (Prestissimo)
05 – Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2 – 1. Poco Sostenuto – Allegro Ma Non Troppo
06 – Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2 – 2. Allegretto
07 – Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2 – 3. Allegro Ma Non Troppo
08 – Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2 – 4. Finale (Allegro)
09 – Piano Trio No.10 In E Flat Major, Op.44 – 14 Variations On An Original Theme – Tema (Andante
Beaux Arts Trio
Menahem Pressler – Piano
Bernard Greenhouse – Cello
Isidore Cohen – Violin