Johannes Brahms (1833-1897) – Concerto para violino, Op. 77 + 16 cadências – Ruggiero Ricci

41Lw1PGJJRLUm álbum com o mesmo conceito daquele que postamos ontem: um célebre concerto para violino, Ruggiero Ricci, e várias cadências de diferentes autores. A orquestra, aqui, sai-se melhor, e Ricci parece mais à vontade com Brahms do que com Beethoven. As cadências mais famosas dividem o álbum com algumas das quais eu não fazia a menor ideia – assim como, em minha habitual ignorância, também não sabia que o célebre musicólogo Donald Francis Tovey tinha sido compositor.

RUGGIERO RICCI PLAYS BRAHMS VIOLIN CONCERTO

Johannes BRAHMS (1833-1897)

Concerto em Ré maior para violino e orquestra, Op. 77

01 – Allegro non troppo (início, compassos 1-525)
02 – Cadência de Ferruccio Busoni
03 – Cadência de Joseph Joachim
04 – Cadência de Edmund Sing
05 – Cadência de Hugo Heermann
06 – Cadência de Leopold Auer
07 – Cadência de Eugène Ysaÿe
08 – Cadência de František Ondrícek
09 – Cadência de Franz Kneisel
10 – Cadência de Henri Marteau
11 – Cadência de Fritz Kreisler
12 – Cadência de Donald Francis Tovey
13 – Cadência de Jan Kubelík
14 – Cadência de Adolf Busch
15 – Cadência de Jascha Heifetz
16 – Cadência de Nathan Milstein
17 – Cadência de Ruggiero Ricci
18 – Allegro non troppo (conclusão, compassos 511-535)
19 – Adagio
20 – Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto

Ruggiero Ricci, violino
Sinfonia of London
Norman del Mar, regência

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Sir Donald Francis Tovey (1875-1940), compondo uma marcha fúnebre em homenagem à minha ignorância
Sir Donald Francis Tovey (1875-1940) compondo elegia à minha ignorância

Vassily Genrikhovich

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para violino, Op. 61 + 14 cadenze – Ruggiero Ricci

21E0YFFT0ZLRuggiero Ricci (1918-2012) foi um extraordinário violinista, de carreira muito longa (mais de setenta anos!) e prolífica como solista e professor. Seu legado fonográfico é comparavelmente imenso, e só cresce se levamos as considerações as inúmeras gravações piratas de seus concertos lançadas por selos inescrupulosos.

Esta aqui traz Ricci já um tanto fora de sua melhor forma, aos 76 anos, mas ainda a tocar com muita energia e sabedoria, acompanhado de maneira anêmica e protocolar pela orquestra meia-boca. A maior atração, parece-me, não é nem tanto o Concerto de Beethoven em si, e sim o fato da gravação incluir praticamente todas as cadenze importantes escritas para ele, a longo de quase de dois séculos, por diversos violinistas e compositores. Note-se que, se Beethoven não nos legou sua própria cadenza na versão para o violino, ele deixou uma para a transcrição que fez do Concerto para o piano. Essa cadenza, extremamente serelepe e com participação esteroidea dos tímpanos, foi por sua vez transcrita e adaptada por Wolfgang Schneiderhan para o violino e incluída no disco.

Os leitores-ouvintes certamente reconhecerão as cadenze escritas por Joachim e Fritz Kreisler, que são as mais frequentemente escolhidas pelos violinistas. Recomendo, no entanto, nem que seja para engrossar o coro do escândalo, a sensacional (para mim), transgressora (para todos) e sacrílega (para muitos) cadenza escrita por Alfred Schnittke: ela começa bastante convencional, ainda que ao estilo do compositor, para então incluir citações de concertos de Shostakovich, Bartók, Brahms e Berg (o coral bachiano do segundo movimento de “Em memória de um Anjo”), havendo ainda espaço para uma “palhinha” da Sétima de Beethoven. Compreensivelmente odiada pelos críticos (o mínimo que li sobre ela foi considerá-la uma “pichação”), ela tinha sido gravada, até onde me consta, somente por Gidon Kremer (que, aliás, a encomendara a Schnittke) sob Neville Marriner e a Academy of St. Martin-in-the-Fields

Se os ouvidos de vocês doerem muito, há várias cadenze bem convencionais para neutralizar a dor – a de Ferdinand David, virtuoso que inspirou o Concerto de Mendelssohn, é uma grata surpresa. Programem o Mp3 player e sejam felizes.

RUGGIERO RICCI PLAYS BEETHOVEN VIOLIN CONCERTO

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Concerto em Ré maior para violino e orquestra, Op. 61

01 – Allegro ma non troppo (início, compassos 1-510)
02 – Cadenza de Ludwig van Beethoven (arranjo de Wolfgang Schneiderhan)
03 – Cadenza de Ferdinand David
04 – Cadenza de Henri Vieuxtemps
05 – Cadenza de Joseph Joachim (primeira versão)
06 – Cadenza de Joseph Joachim (segunda versão)
07 – Cadenza de Ferdinand Laub
08 – Cadenza de Henryk Wieniawski
09 – Cadenza de Camille Saint-Saëns
10 – Cadenza de Leopold Auer
11 – Cadenza de Eugène Ysaÿe
12 – Cadenza de Ferruccio Busoni
13 – Cadenza de Fritz Kreisler
14 – Cadenza de Nathan Milstein
15 – Cadenza de Alfred Schnittke
16 – Allegro ma non troppo (conclusão, compassos 511-535)
17 – Larghetto
18 – Rondo: Allegro

Ruggiero Ricci, violino
Orchestra Sinfonica del Chianti
Piero Bellugi, regência

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Se voltasse à vida, bem que Schnittke poderia me ajudar a levar pedrada aqui no PQP Bach
Se voltasse à vida, bem que Schnittke poderia me ajudar a levar pedrada aqui no PQP Bach

Vassily Genrikhovich

 

Carl Friedrich Abel (1723-1787) – The Drexel Manuscript – Paolo Pandolfo

Carl Friedrich Abel (1723-1787) – The Drexel Manuscript – Paolo Pandolfo

gls_08_12_abel_digipak_afDe volta do Coração das Trevas, ainda no divertidamente aflito período de incubação de perebas medonhas, e enquanto removo os parasitos das longas barbas, tento destilar as memórias da, ahn, *indescritível* viagem pelo rio Congo com algumas inalações de boa música.

Este cidadão, o gambista e violoncelista Abel, foi um dos virtuoses da corte de Cöthen que inspiraram Johann Sebastian Bach a escrever muito do melhor de sua música instrumental: se é certo que lhe coube uma das partes de viola da gamba do peculiar conjunto instrumental do Concerto de Brandenburg no. 6, há também quem diga que ele inspirou o Demiurgo da Música a compor suas sublimes Suítes para violoncelo solo.

Mais ainda: com um dos filhos do Mestre – Johann Christian, o “Bach Inglês” – Abel estabeleceria os primeiros concertos por assinatura daquelas ilhas, decisivos para o processo, que culminaria nas décadas seguintes, de mudança dos holofotes dos salões da nobreza para as salas de concertos repletas de público pagante.

Para alguém que teve a reputação de maior gambista de seu tempo, não surpreende que as obras de Abel para a viola da gamba sejam bastante idiomáticas. Ainda assim, suas sugestões de classicismo e rococó às vezes soam incongruentemente modernas num instrumento que, posto que belíssimo, cairia em oblívio antes do final do século XVIII.

As vinte e oito peças deste álbum, que fazem parte da coleção Drexel – uma calhamaçuda doação do sujeito em questão para a Biblioteca Pública de New York – foram editadas e executadas com o tesão habitual pelo maravilhoso gambista Paolo Pandolfo, que é daqueles artistas que transformam em ouro tudo o que tocam, e de tal maneira que mantém brilho próprio num céu em que, há muitas décadas, reina supremo o grande Jordi Savall.

Se todo este Abel não for o bastante para convencê-los disso, as Suítes de Bach que postarei em breve serão. Aguardem!

CARL FRIEDRICH ABEL – THE DREXEL MANUSCRIPT

Carl Friedrich ABEL (1723-1787)

Solos para viola da gamba da coleção Drexel, volume 5871

Suíte em Ré maior

01 – (Prélude)
02 – Allegro
03 – Vivace
04 – Andante
05 – (Allegro)
06 – Adagio
07 – (Tempo di Minuetto)
08 – (Aria)
09 – Tempo di Minuet
10 – (Minuetto)

Suíte em Ré menor

11 – (Arpeggiata)
12 – (Minuetto)
13 – Allegro
14 – Adagio
15 – (Allegro)
16 – Tempo di Menuet (Ré maior)

Suíte em Ré maior

17 – (Prélude)
18 – Allegro
19 – (Allegro)
20 – (Aria con
Variazioni)
21 – Fuga
22 – Adagio
23 – Tempo di Minuet
24 – (Petit Prélude)
25 – Tempo di Menuet
26 – (Minuetto)

Duas peças em Lá maior

27 – Allegretto
28 – Allegro

PAOLO PANDOLFO, viola da gamba baixo

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Paolo, il Magnifico
Paolo, il Magnifico

Vassily Genrikhovich

Jean Sibelius (1865-1957) – Concerto para violino, Op. 47 – versões de 1904 e de 1905 – Leonidas Kavakos

41MREMQYKGLUm dos melhores CDs que tenho, e, por vários motivos, tremendamente especial: trata-se da primeira gravação jamais feita da versão original (1904) do Concerto de Sibelius, autorizada expressamente pela família do compositor, e acompanhada no álbum pela versão definitiva (de 1905), que é aquela conhecida dos leitores-ouvintes. O solista é o maravilhoso violinista grego Leonidas Kavakos, talvez o maior especialista vivo nesse repertório, e que muito esforço despendeu para reconstruir a versão original que, segundo consta, foi tosada pelo compositor após uma première fracassada. A Orquestra Sinfônica de Lahti – que é frequentemente comparada à de Cleveland sob George Szell, como orquestra de cidade média que foi conduzida à excelência por um grande regente – está, como de costume, impecável, assim como o som da sempre interessante gravadora sueca BIS.

Chamam a atenção na versão original a dificuldade ainda maior na parte solista e alguns andamentos diferentes. Talvez vocês discordem, mas sempre achei a versão final meio abrupta, rapsódica, mesmo sem fazer ideia das mutilações a que Sibelius a submeteu. Prefiro a original. E vocês?

JEAN SIBELIUS – VIOLIN CONCERTO, OP. 47 (1904 AND 1905 VERSIONS)

Johan (“Jean”) Julius Christian SIBELIUS (1865-1957)

Concerto para violino e orquestra em Ré menor, Op. 47

Primeira versão (1903-04)

01 – Allegro moderato
02 – Adagio di molto
03 – Allegro (ma non tanto)

Segunda versão (1905)

04 – Allegro moderato
05 – Adagio di molto
06 – Allegro (ma non tanto)

Leonidas Kavakos, violino
Orquestra Sinfônica de Lahti
Osmo Vänskä, regência

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Não falo finlandês, Jean, mas acho que eu entendi.
Não falo finlandês, Jean, mas acho que eu te entendi.

Vassily Genrikhovich

Os Índios Tabajaras – The Classical Guitars of Los Indios Tabajaras

Os Índios Tabajaras – The Classical Guitars of Los Indios Tabajaras
Indisponível em CD: só em LP e cassete, e não vendo meu vinil por dinheiro algum!
Indisponível em CD: só em LP, e não vendo o meu por dinheiro algum!

Uma das melhores coisas que podem acontecer a um blogueiro é receber um comentário que, por si só, enseja uma nova postagem.

Assim foi o comentário do camarada Ranulfus, lá naquela postagem que fiz semana passada sobre os MÍTICOS Índios Tabajaras:

FASCINADO depois de ouvir, e ouvindo mais uma vez agora mesmo. Puristas podem franzir o nariz, mas na verdade MÚSICA É ISSO, é realização sobretudo intuitiva. Os rapazes são músicos até debaixo d’água, DIZEM cada frase. Tenho certeza de que Bach também era isso: todo seu saber teórico era apenas apoio ao fazer-música intuitivo, tão naturalmente “como quem mija” (para usar uma fala do Monteiro Lobato relativa ao escrever, dirigida ao Érico Veríssimo e relatada por este).

A noção de agógica dos guris (condução do discurso musical pelo domínio do fraseado, das flexibilizações do tempo, das ênfases) dá de 10 a 0 em MUITO músico de currículo pomposo, seja em termos acadêmicos, de apresentações ou de gravações.

OBRIGADÍSSIMO por resgatar não só as preciosidades específicas que são essas faixas gravadas (de que eu queria muito mais), mas sobretudo A MEMÓRIA desses grandes músicos de BRASILIDADE insuperável – do que somente vira-latas complexados haveriam de se envergonhar (digo-o contrastando com os vira-latas assumidos e orgulhosos de sê-lo, como eu)”

Sou eu quem deve agradecer pelo comentário, e agradeço atendendo a vontade do colega de escutar um pouco mais da arte desses extraordinários músicos brasileiros, cuja trajetória do sertão do Ceará ao Concertgebouw de Amsterdam é das mais improváveis que este planeta já testemunhou.

Para que não pensem que estou sozinho na tietagem incondicional aos virtuosos Tabajaras. "the loin-cloth-to-tuxedo" Fonte: The Nato Lima Foundation
Para que não pensem que estou sozinho na tietagem incondicional aos virtuosos Tabajaras – e “loin-cloth-to-tuxedo legend”, convenhamos, é o melhor resumo possível da epopeia dos irmãos
Fonte: The Nato Lima Foundation

Em The Classical Guitars of Los Indios Tabajaras, seu segundo disco dedicado ao repertório erudito, Muçaperê e Erundi dividem-se entre escolhas batidíssimas (“Pour Elise” e o “Romance de Amor”), as audazes (a “Hora staccato” de Dinicu/Heifetz) e a francamente insana (o “Rondo des Lutins” de Bazzini, peça pra lá de cabeluda do repertório violinístico). Digna de destaque é a regravação de “Recuerdos de la Alhambra”,  em que (corrijam-se se estiver enganado), talvez numa resposta aos puristas que criticaram o arranjo anterior para dois violões como uma simplificação do original, Muçaperê toca a versão original de Tárrega (tremolo e arpejos simultâneos) com discreto acompanhamento de Erundi.

Para mim, a qualidade de gravação deixa a desejar em relação à de Casually Classic. Sou troglodita confesso no que diz respeito a técnicas de gravação, mas tenho a impressão de que os microfones foram posicionados mais perto dos braços dos violões do que de seus corpos, resultando num som menos rico e menos reverberante, sem valorizar à altura o legendário vibrato de Muçaperê/Natalício/Nato Lima. Ainda assim, e mesmo que se tenha a impressão dos irmãos menos inspirados que no disco anterior, as belezas transbordam.

Muçaperê e Erundi gravariam ainda dois álbuns de música erudita, “Dreams of Love” e “Masterpieces”, que só tenho em cassetes, e em muito mau estado. No primeiro, há uma belíssima versão da “Valse Triste” de Sibelius que Muçaperê considerava seu melhor trabalho como arranjador. Farei de tudo para encontrar uma fonte melhor e compartilhá-lo com vocês. Se acham que podem me ajudar, deixem-me saber pela caixa de comentários.

OS ÍNDIOS TABAJARAS – THE CLASSICAL GUITARS OF LOS INDIOS TABAJARAS (1974)

Muçaperê (Natalício Moreira Lima) e Erundi (Antenor Moreira Lima), violões
Transcrições de Muçaperê

 

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)

01 – Duas Valsas, Op. 34 – no. 2 em Lá menor

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

02 – Bagatela em Lá menor, WoO 59, “Pour Elise”

Francisco de Asís TÁRREGA y Eixea (1852-1909)

03 – Recuerdos de la Alhambra

Grigoraş Ionică DINICU (1889-1949), em arranjo de Jascha Heifetz (1901-1987)

04 – Hora staccato

Fryderyk Franciszek CHOPIN

05 – Valsa em Lá bemol maior, Op. 69, No. 1, “Adeus”

Antonio BAZZINI (1818-1897)

06 – Scherzo Fantastico, Op. 25, “La Ronde des Lutins

Joaquín MALATS i Miarons (1872-1912)

07 – Serenata Española

ANÔNIMO

08 – Romance de Amor*

* os créditos do LP atribuem a autoria ao violonista espanhol Vicente Gómez (1911-2001), mas a obra é certamente anterior a ele

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Colagem para divulgação da já extinta Nato Lima Foundation, criada com o fim de angariar fundos para o tratamento de Muçaperê contra o câncer que o mataria. Nela aparece sua esposa, a japonesa Michiko, que aprendeu violão com Muçaperê para assumir a vaga de Erundi, depois que este se aposentou no começo dos anos 80. Emocionei-me profundamente ao encontrar esta colagem, pois foi a primeira vez que vi imagens da dupla ainda na infância e adolescência. Fascinado que sou há tanto tempo pela história de Erundi e Muçaperê, fico a imaginar onde está, ou que fim levou, o precioso material iconográfico gerado pela trajetória destes brasileiros fora-de-série.
Colagem para divulgação da extinta Nato Lima Foundation, criada com o fim de angariar fundos para o tratamento de Muçaperê/Natalício/Nato contra o câncer que o mataria. Nela aparece sua esposa, a japonesa Michiko, que aprendeu violão com Muçaperê e assumiu o lugar de Erundi depois que este se aposentou, no começo dos anos 80. Chorei feito um desgraçado ao encontrar esta colagem, pois não só desconhecia a maior parte das fotos que a compõem, como também porque foi a primeira vez que vi imagens da dupla na infância e adolescência – provavelmente durante a longa viagem, permeada por fome e violência, que empreenderam com a família do Ceará até o Rio de Janeiro. Fascinado que sou há tanto tempo pela história dos Índios Tabajaras, fico a imaginar onde está, ou que fim levou, este inestimável material iconográfico que poderia ajudar a contar, para as novas gerações, a trajetória destes brasileiros extraordinários.

Vassily Genrikhovich

 

Os Índios Tabajaras – Casually Classic

Os Índios Tabajaras – Casually Classic

Casually Classic - frHá ficção e realidade – e contos, e novelas.

Há mitos, há lendas – e causos, e trovas.

Há histórias tão improváveis que são indeglutíveis.

E há a história de Muçaperê e Erundi, ou de Natalício e Antenor Lima, ou – como o mundo todo viria a conhecê-los – dos Índios Tabajaras.

ooOoo

Eles eram, de fato, indígenas, nascidos da nação Tabajara, na serra de Ibiapaba, perto da divisa entre o Ceará e o Piauí. Receberam seus nomes nativos porque eram o terceiro (“muçaperê”) e quarto (“erundi”) filhos de seu pai. Sua trajetória do sertão até o sucesso mundial é tão inacreditável que minha prosa não tem asas para contá-la: deixo o próprio Natalício fazê-lo, neste longo, fascinante depoimento.

Resumo da epopeia: um primeiro contato com militares (e com o violão) no sertão; um tenente os apadrinha, e adotam “nomes de branco”; a fome move a família para o Rio de Janeiro, a pé e em pau-de-arara, ao longo de três anos, durante os quais se familiarizam com a viola brasileira e o violão; primeiras aparições no rádio e em teatros da Capital Federal e em São Paulo, anunciados como “bugres que sabem tocar”; sem serem levados muito a sério, fazem suas primeiras gravações; saem em turnê pela América Latina; chegam ao México, onde são apresentados por Ricardo Montalbán como “analfabetos musicais”; o constrangimento leva-os a terem aulas de música em Caracas e Buenos Aires; excursão pelos Estados Unidos, onde gravam várias músicas do repertório easy listening, incluindo o fox “Maria Elena”; retorno desiludido ao Brasil e busca de uma nova carreira; no meio-tempo, o compacto de “Maria Elena” transforma-se num imenso sucesso retardado, com mais de um milhão de vendas; os irmãos são catapultados de volta aos Estados Unidos, onde, entre idas e vindas, se radicam e vivem até suas mortes.

A acreditar em tudo o que se conta deles, temos a mais fantástica trajetória artística que ainda não virou livro ou filme. Mas não é ela, claro, que nos interessa, pois isso aqui, afinal de contas, é o PQP Bach e quem me lê não quer saber de histórias fabulosas: quer música, e muita, e da muito boa.

Surge, pois, a minha deixa para apresentar-lhes esta gravação.

Se a maior parte do repertório da dupla consistiu em músicas melosas, feitas para pagar as contas e destinadas invariavelmente aos almoços de família e às salas de espera de consultórios de dentista, os largamente autodidatas Muçaperê e Erundi eram entusiastas da música clássica europeia e, sempre que podiam, incluíam suas peças em seus recitais. Em muitos deles, tocavam música de elevador vestidos em trajes, ahn, “indígenas” (daqueles para inglês ver) para, depois do intervalo e de smoking, tocarem as transcrições de obras de concerto habilmente feitas por Muçaperê.

Este álbum, Casually Classic, inclui algumas delas, com solos de Muçaperê, e acompanhamentos de Erundi.

Talvez alguns torçam o nariz para a transcrição de Recuerdos de la Alhambra para dois violões, em vez da difícil superposição entre melodia em tremolo e acompanhamento em arpejos com o polegar da versão solo. Eu a acho esplêndida e muito mais evocativa que o original. Os excertos orquestrais são cheios de verve, e a fuga de Bach – uma estranha no ninho entre as seleções – é deliciosamente trigueira. O ponto alto, para mim, é a Fantasia-Improviso de Chopin, transcrita e interpretada de uma maneira tão linda que me é até mais convincente que o original pianístico.

Se a muitos será uma surpresa a revelação de que houve um grande duo de violonistas brasileiros antes dos irmãos Assad conquistarem o planeta, espero que ela, ao escutarem esta gravação, seja muito grata.

OS ÍNDIOS TABAJARAS – CASUALLY CLASSIC (1966)

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)

01  – Valsa em Dó sustenido menor, Op. 64 no. 2

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

02 – O Quebra-Nozes, Op. 71: Valsa das Flores

Francisco de Asis TÁRREGA y Eixea (1852-1909)

03 – Recuerdos de la Alhambra

Nikolay Andreyevich RIMSKY-KORSAKOV (1844-1908)

04 – A Lenda do Czar Saltan – Ato III, Interlúdio: O Voo do Zangão

Fryderyk Franciszek CHOPIN

05  – Valsa em Ré bemol maior, Op. 64 no. 1

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

06 – O Cravo bem Temperado, livro I – Prelúdio e Fuga em Dó sustenido maior, BWV 848: Fuga

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)

07 – El Amor Brujo: Dança Ritual do Fogo

Fryderyk Franciszek CHOPIN

08 – Fantasia-Improviso em Dó sustenido menor, Op. 66

Muçaperê (Natalício Moreira Lima) e Erundi (Antenor Moreira Lima), violões
Transcrições de Muçaperê

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Mussaperê e Herundi, vestidos para inglês ver
Erundi e Muçaperê, vestidos para inglês ver

Vassily

Ainda mais Cordas: a Viola Brasileira (Bach na Viola Brasileira (1971): cinco transcrições por A. Theodoro Nogueira) [link atualizado 2017]

capa-medPOSTAGEM ORIGINAL DE RANULFUS EM JULHO DE 2010, REPUBLICADA EM MARÇO DE 2015 POR CONTA DOS 330 ANOS DE J. S. BACH, E RE-REPUBLICADA NESTA SÉRIE SOBRE AS CORDAS PORQUE É BOA DEMAIS!

Arquivos digitalizados a partir de um vinil original em mono, cujo estado de conservação deixa a desejar: valerá a pena postar?

Se os senhores têm sensibilidade, estou certo que dirão que sim. E que não economizarão qualificativos como “preciosidade” para esta raridade!

Ascendino Theodoro Nogueira nasceu em 1913 em Santa Rita do Passa Quatro, mas viveu boa parte da vida em Araraquara, ambas no interior de São Paulo. Aluno de Camargo Guarnieri, deixou composições para as mais diversas combinações instrumentais e vocais, porém a obra maior de sua vida parece ter sido sua vasta pesquisa sobre a viola brasileira – origens, técnicas de execução etc. – tendo em vista o reconhecimento de sua nobreza e potencial para todos os tipos de música.

Foi nesse sentido que incluiu uma viola brasileira na instrumentação da sua Missa, que escreveu o Concertino para Viola Brasileira e Orquestra de Câmara (1963?) e os 7 Prelúdios nos Modos da Viola Brasileira, e que realizou as presentes cinco transcrições de peças de Bach para violino solo (Theodoro era também violinista de formação), havendo preparado para executá-las um aluno seu, também compositor, Geraldo Ribeiro.

O disco foi lançado em 1971, com um artigo de Theodoro na contracapa “Anotações para um estudo sobre a viola: origem do instrumento e sua difusão no Brasil” – cuja imagem escaneada está incluída na postagem.

Que possa valer como um tributo especial ao velho João Sebastião Ribeiro por ocasião dos seus 330 anos (cumpridos ontem, em 31.03.2015), da parte de um país cuja música, por mil caminhos, lhe deve tanto!

BACH NA VIOLA BRASILEIRA

Transcrições de A. Theodoro Nogueira
Execução: Geraldo Ribeiro
Gravação: Fermata, 1971

A1  Prelúdio (da Partita 3 para violino solo) 4:00
A2  Loure (da Partita 3 para violino solo) 3:46
A3  Gavota (da Partita 3 para violino solo) 3:25
A4  Fuga (da Sonata 1 para violino solo) 4:27
B    Chacona (da Partita 2 para violino solo) 12:14

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 55Mb

Ranulfus

.: interlúdio :. Elza Soares, Doutora Honoris Causa

File:Foto oficial 02 de Elza Soares em Deus é Mulher.jpg
Patricia Lino @callanga (CC BY-SA 4.0)

Elza da Conceição Gomes, 81 (ou 87) anos, nascida na favela da Moça Bonita, Rio de Janeiro; obrigada a se casar aos 12 anos com um certo Soares; mãe pela primeira vez aos 13 e viúva aos 21; que já enterrou quatro de seus sete filhos; vítima de relacionamentos abusivos e de várias camadas de preconceito; Elza que cantava carregando latas d’água morro acima; que foi cantar no programa de calouros de Ary Barroso aos 13 anos para ter o que comer; que foi zombada pela plateia por ser preta, pobre e mal vestida, e que respondeu ao ilustre anfitrião, quando lhe perguntou de que planeta ela vinha, que vinha do Planeta Fome; perseguida e apedrejada como destruidora de lares e de carreiras e ameaça à moral e aos bons costumes, particularmente em função de seu tempestuoso relacionamento com o futebolista Manoel Francisco dos Santos (1933-1983), o Mané Garrincha, que era casado; Elza que teve sua casa crivada por rajadas de metralhadora da ditadura e que se exilou com Mané e a família e as roupas do corpo para fugir uma vez mais da morte; que nunca deixou de cantar com sua voz poderosa e inconfundível o que ela é e de onde ela veio, e a dar voz a todos aqueles que vivem as dores que ela viveu; que incandesce os palcos do mundo há seis décadas com sua voz de trovão; que hoje não consegue ficar de pé sozinha, depois de fraturar várias vértebras num palco, mas que faz tremer tudo e todos quando nos deixa ouvir o que vem de seu espírito indômito; que fez seu primeiro show profissional nesta mesma Porto Alegre e neste Estado em que agora estamos, construídos sobre o legado infame da escravidão, e que tanto amam desprezar o que é preto e feminino e o que é pobre e popular; Elza que, ao ouvir o genial Louis Armstrong, encantado com seu estilo, chamá-la de “daughter” (filha), e que por não entender inglês respondeu-lhe com simplicidade que não era “doutora”, e sim “Elza”; pois essa mesma Elza-que-não-era-doutora receberá hoje, nesta mesma Porto Alegre e de minha querida alma mater, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, uma instituição pública e gratuita, vanguardista e inclusiva, o título de DOUTORA HONORIS CAUSA que me enche de orgulho e felicidade.

No exato momento em que esta postagem for ao ar, Elza, a Indestrutível, será recebida por um Salão de Atos da UFRGS abarrotado de gente e aclamada pela fração do Brasil que não se dobrou à infâmia do fascismo e do obscurantismo. Em tempos tão toscos e violentos, de ataques estatais à dignidade humana, às minorias e à educação e cultura, a láurea a uma artista e brasileira como Elza é um gesto político extraordinário que merece também ser aclamado:
VIVA ELZA!
VIVA A UNIVERSIDADE PÚBLICA!
VIVA O BRASIL FEMININO, PRETO E POPULAR!

ooOoo

 

Deus é Mulher (2018) – DOWNLOAD

Elza chora e canta Lupi (2016)

A Mulher do Fim do Mundo (2015)

Vassily

 

Richard Wagner (1813-1883) – Tristan und Isolde – Flagstad – Suthaus – Furtwängler

Richard Wagner (1813-1883) – Tristan und Isolde – Flagstad – Suthaus – Furtwängler

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PQP Bach
12 anos de Prazer

Bem, voltei.

Nem tentarei explicar por que sumi por tanto tempo, pois, se começar, talvez eu suma antes mesmo de terminar.

Ensaiei, sim, vários retornos, mas estes não aconteceram pelas mais variadas faltas – de tempo, de élan e, por fim, do cacoete de chegar em casa, escrever e postar.

Muitos foram, também, os gentis convites para retornar. Nenhum deles, no entanto, surtiu efeito. Minha barriguda inércia não se impressionava muito com a sutileza. Sugeri a nosso patrão PQP, enfim, que me intimasse a voltar, e ele o fez, por repetidas vezes – até que o apelo do aniversário de doze anos deste fecundo blogue me fez livrar dessa nhaca inerte e voltar à ativa.

Depois de tanto tempo afastado dessa arena pequepiana, certamente me falta muito daquilo que acabei de chamar de cacoete, e que os boleiros conhecem por “ritmo de jogo”. Nos meus áureos tempos, bastava um espirro em frente ao teclado e já me saía um textículo todo marotinho. Agora, anos depois, me é como se meus dez dedos fossem oitenta, e muito hesitantes, e estranhassem completamente o teclado, o WordPress e aquele mesmo afã em que eram tão hábeis, o de rechear más linguiças temperadas com boa música.

Acho que acabei de rechear uma linguicinha, que já lhes poderei servir – só falta a música, que dispensa apresentações. Não lhes falarei de Wagner, nem da radicalidade de “Tristan und Isolde”, e de todos que a consideram uma das obras mais cruciais e influentes da Música Ocidental; não falarei daquele famoso acorde do terceiro compasso do Prelúdio, descrito sucintamente como uma quarta, sexta e nona aumentadas, e mais elaboradamente como um potente corrosivo da música tonal e propulsor de muito do que haveria na música do século XX. Tampouco tecerei loas à grandeza das vozes de Kirsten Flagstad e Ludwig Suthaus; não lhes contarei que eles já não estavam no auge, e que precisaram mesmo que a diva Elisabeth Schwarzkopf ajudasse Flagstad em alguns agudos no segundo ato; não comentarei que essa alegada decadência nunca me importou, pois a imensa sabedoria acumulada em carreiras wagnerianas tão distintas torna o duo imbatível, veramente incomparável; deixarei passar o detalhe de que o jovem Dietrich Fischer-Dieskau traz um toque de Lied a seu Kurwenal; não dependerão de mim, também, para se aperceberem da estranheza da escolha da Philarmonia Orchestra para uma obra de repertório que, para lhes dizer o mínimo, está em território estranho; e enfim, e não, mas não MESMO, ouvirão de mim que esta é uma das maiores gravações de todos os tempos, e talvez a melhor expressão da arte daquele gênio idiossincrático da regência, o lendário Wilhelm Furtwängler.

Nah, longe de mim isso tudo: prefiro parar por aqui, antes que canse outra vez, que pegue renovado nojo dessa vida de blogueiro e escolha sumir novamente no Éter para só voltar quando me apresentarem alguma gravação melhor do que esta que ora lhes apresento de “Tristan und Isolde”.

ooOoo

Wilhelm RICHARD WAGNER (1813-1883)

TRISTAN UND ISOLDE, ópera romântica em três atos com libreto do compositor

DISCO 01

01. Vorspiel
02. Westwärts schweift der Blick
03. Brangäne, du? Sag – wo sind wir?
04. O weh! Ach! Ach, des Übels, das ich geahnt!
05. Frisch weht der Wind der Heimat zu
06. Mir erkoren, mir verloren
07. Hab acht, Tristan! Botschaft von Isolde
08. Darf ich die Antwort sagen?
09. Weh, ach wehe! Dies zu dulden!
10. Wie lachend sie mir Lieder singen
11. Von seinem Lager blickt’ er her
12. O Wunder! Wo hatt’ ich die Augen?
13. Da Friede, Sühn’ und Freundschaft
14. O Süße, Traute! Teure! Holde! Goldne Herrin!
15. Ungeminnt den hehrsten Mann
16. Kennst du der Mutter Künste nicht?
17. Auf! Auf! Ihr Frauen!
18. Herrn Tristan bringe meinen Gruß
19. Nun leb wohl, Brangäne!
20. Langsam Listen
21. Begehrt, Herrin, was ihr wünscht
22. Da, du so sittsam, mein Herr Tristan
23. Nun will ich des Eides walten

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DISCO 02

01. War Morold dir so wert
02. Ho! He! Ha! He! Am Obermast die Segel ein!
03. Du hörst den Ruf?
04. Auf das Tau! Anker los!
05. Tristan!… Isolde!
06. Was träumte mir von Tristans Ehre?
07. Schnell, den Königsschmuck!
08. Vorspiel
09. Hörst du sie noch?
10. Der deiner harrt – o hör mein Warnen!
11. O laß die warnende Zünde
12. Und mußte der Minne tückischer Trank
13. Isolde! Geliebte!… Tristan! Geliebter!
14. Das Licht! Das Licht!
15. Der Tag! Der Tag
16. In deiner Hand den süßen Tod
17. O nun waren wir Nacht-Gweihter!
18. O sink hernieder, Nacht der Liebe
19. Einsam wachend in der Nacht
20. Lausch, Geliebter!
21. Unsre Liebe? Tristans Liebe?

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DISCO 03

01. Doch unsre Liebe
02. So stürben wir, um ungetrennt
03. Habet acht! Habet acht!
04. O ew’ge Nacht, süße Nacht!
05. Rette dich, Tristan!
06. Tatest du’s wirklich?
07. Wozu die Dienste ohne Zahl
08. Dies wunderhehre Weib
09. Nun, da durch solchen Besitz mein Herz
10. O König, das kann ich dir nicht sagen
11. Wohin nun Tristan scheidet, willst du, Isold’, ihm folgen?
12. Als für ein fremdes Land
13. Verräter! Ha! Zur Rache, König!
14. Hirtenreigen auf einer Schalmei
15. Kurwenal! He! Sag, Kurwenal!
16. Öd’ und leer das Meer!… / Hirtenreigen auf einer Schalmei / Die alte Weise
17. Wo du bist? In Frieden, sicher und frei!
18. Dünkt dich das? Ich weiß es anders
19. Scene 1. Isolde noch im Reich der Sonne!

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DISCO 04

01. Noch losch das Licht nicht aus
02. Mein Kurwenal, du trauter Freund!
03. Hirtenreigen auf einer Schalmei / Noch ist kein Schiff zu sehn!
04. Nein! Ach nein! So heißt sie nicht!
05. Der Trank! Der Trank! Der furchtbare Trank!
06. Mein Herren! Tristan! Schrecklicher Zauber!
07. Das Schiff? Siehst du’s noch nicht?
08. Wie sie selig, hehr und milde
09. Hirtenreigen auf einer Schalmei / O Wonne! Freude! Ha! Das Schiff!
10. O diese Sonne! Ha, dieser Tag!
11. Ich bin’s, ich bin’s, süßester Freund!
12. Die Wunde? Wo? Laß sie mich heilen!
13. Kurwenal! Hör! Ein zweites Schiff
14. Sie wacht! Sie lebt! Isolde!
15. Mild und leise wir er lächelt
16. Heller schallend, mich umwallend

Ludwig Suthaus, tenor (Tristan)
Josef Greindl, baixo (Rei Marke)
Kirsten Flagstad, soprano (Isolde)
Dietrich Fischer-Dieskau, barítono (Kurwenal)
Edgar Evans, tenor (Melot)
Blanche Thebom, soprano (Brangäne)
Rudolf Schock, tenor (jovem marinheiro – pastor)
Rhoderick Davies, barítono (timoneiro)
Philharmonia Orchestra
Chorus of the Royal Opera House, Covent Garden
Wilhelm Furtwängler, regência
Gravado em 1952

Wilhelm Furtwängler: talento proporcional à cervical

Vassily

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Suítes para violoncelo solo, tocadas na viola da gamba – Paolo Pandolfo

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Suítes para violoncelo solo, tocadas na viola da gamba – Paolo Pandolfo

71ml9YsgedL._SL1071_IM-PER-DÍ-VEL !!!

Querido Vassily Genrikhovich, autor original deste post:

Estamos com muitas saudades de você. Muitas mesmo. Bem, se você não quiser voltar, ficaremos tristes, claro, mas ao menos você poderia nos enviar os arquivos de suas esplêndidas postagens, não? Como esta, por exemplo. Que coisa fantástica este CD! O que Pandolfo faz é inacreditável. Ouçam a Sarabanda da Suíte Nº 4 só para começar, apenas como exemplo. 

Ah, aviso aos visitantes que o arquivo com o livro do Pandolfo — link furadaço abaixo… –, só com nosso pranteado Vassily

Mas passemos a palavra ao fujão.

ATUALIZAÇÃO DE VASSILY EM 21/8/2018: estimado patrão, prometo voltar em muito breve. Por ora, deixo aqui o link que estava furadaço, mas agora está bem funcionante, para o livreto do Pandolfo.

.oOo.

Os cellomaníacos que nos acompanham certamente já empunharam seus tomates podres, indignados que estão com o fato de, nas quatro últimas semanas, a série dedicada às maravilhosas Suítes para violoncelo solo de J. S. Bach ter postado versões para contrabaixo, violoncello da spalla e violão, ao passo que seu queridinho espigonado permanece sumido desde a postagem da lancinante Sonata de Kodály.

Enquanto preparo a armadura para minha Tomatina particular, anuncio-lhes com prazer que o Sr. Cello voltará na semana que vem, pois cedeu com muito gosto seu lugar de toda sexta-feira para uma das mais lindas gravações jamais feitas dessas obras-primas: a do mago Paolo Pandolfo em sua viola da gamba.

Ei-los
Ei-los

Há uma longa discussão não só acerca da propriedade de tocar essas suítes na viola da gamba, como também sobre se o violoncelo foi um substituto à altura de sua antepassada menos robusta e ressonante. O próprio Pandolfo escreveu um delicioso diálogo fictício entre a gamba e o violoncelo sobre o assunto, cuja versão em inglês, no que não me é muito típico, eu também disponibilizei para baixar.

"Defesa da viola baixo contra as empreitadas do violino e as pretensões do violoncelo". Sim, a parada é séria, mesmo.
“Defesa da viola baixo contra as empreitadas do violino e as pretensões do violoncelo, pelo Sr. Hubert le Blanc – Doutor em Direito”.
Sim, a parada é séria, mesmo.

Deixemos o próprio Pandolfo contar-lhes os paranauês em minha macarrônica tradução do italiano:

“Parte-se do pressuposto de que a prática de transcrever música de um instrumento para outro tenha sido difundidíssima ao longo dos séculos, e que Bach foi frequentemente transcritor de si mesmo, transferindo composições próprias de um conjunto instrumental ao outro. Exemplo iluminante, para não irmos longe, é a própria Suíte no. 5, que existe integralmente em uma versão autógrafa para o alaúde.

Ainda que haja fatores de afinidade entre os instrumentos, para o complexo tema das diferenças e afinidades entre a viola da gamba e o violoncelo não bastaria certamente o pouco espaço concedido ao se prefaciar um CD, por ser longamente exaustivo: qualquer aceno neste sentido seria superficial e insuficiente. Basta dizer que eles são tão aparentemente afins quanto substancialmente diferentes, seja no plano organológico, seja naquele mais amplo e complexo do vocabulário musical que lhes é próprio.

É precisamente sobre este último campo que se desenvolve a justificativa mais forte acerca da elaboração das Seis Suítes para a viola. Tanto a própria forma da suíte quanto o tipo de escrita utilizado por Bach (com a contínua alternância entre monódia e polifonia) são indiscutivelmente elementos profundamente arraigados à viola da gamba e à sua história: mais ainda, pode-se afirmar que esses são elementos mais inerentes à primeira que ao segundo, cujo repertório tem nas Suítes de Bach talvez seu único exemplo num gênero do contrário intimamente entralaçado à história da viola da gamba da metade do século XVII às primeiras décadas do século XVIII.

No processo de elaboração, permiti que o instrumento sugerisse as soluções adequadas a cada momento. Busquei, pois, segui-lo e escutá-lo mais que conduzi-lo a rumos preestabelecidos. Isso determinou variações nada insignificantes, a primeira entre as quais aquela da tonalidade (das seis suítes, duas conservam a original), não obstante outras talvez menos óbvias, ainda que significativas. Assim, novas vozes parecem ornamentadas, ainda que não existissem, ou fossem tão só sugeridas; menos frequentemente, alguma voz desapareceu, para dar espaço à sugestão, à imaginação; em um caso, além de alterar a sonoridade da suíte, lancei mão do artifício da scordatura [alteração da afinação padrão]; para conservar o efeito de bordão, fui obrigado a fazer algumas vezes a transposição de uma oitava.

Em geral, deixei que ressonassem silenciosamente as inumeráveis suítes às quais a viola deu voz no longo curso de sua vida, ainda, e cada vez mais, capaz de falar uma língua antiga que se faz atual.

Paolo Pandolfo
Roma, 2001″

Pandolfo fala de sua viola como se fosse um ser vivo, e quem escutar essa extraordinária gravação não duvidará de que ela o é.

J. S. BACH – THE SIX SUITES
PAOLO PANDOLFO – VIOLA DA GAMBA

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

Seis Suítes para violoncelo solo, transcritas para viola da gamba

DISCO 1

Suíte no. 1 em Sol maior, BWV 1007 (transposta para Dó maior)
01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuets I & II
06 – Gigue

Suíte no. 3 em Dó maior, BWV 1009 (transposta para Fá maior)
07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Bourrées I & II
12 – Gigue

Suíte no.5 em Dó menor, BWV 1011 (transposta para Ré menor)
13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavottes I & II
18 – Gigue

DISCO 2

Suíte no. 2 em Ré menor, BWV 1008
01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuets I & II
06 – Gigue

Suíte no. 4 em Mi bemol maior, BWV 1010 (transposta para Sol maior)
07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Bourrées I & II
12 – Gigue

Suíte no. 6 em Ré maior, BWV 1012
13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavottes I & II
18 – Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Paolo Pandolfo, viola da gamba e transcrições

BÔNUS: “Um Livro Antigo – Um Diálogo Imaginário entre um Cello e uma Viola”, por Paolo Pandolfo (em inglês)

Chovam, chovam, tomates!!!
Vassily in Paradisum

Vassily Genrikhovich

O Mestre Esquecido, capítulo VIII (Chopin – Mazurcas (1987) – Antonio Guedes Barbosa)

Publicado originalmente por Vassily em 11/12/2015, links restaurados por Pleyel em 8/8/2018 e, novamente, por Vassily em 17/1/2021.

Atendendo a pedidos, trazemos de volta uma das grandes gravações do pianista paraibano que completaria 75 anos este ano [Pleyel, 2018]

Mais uma gravação PROVERBIAL de nosso “muso” Barbosa: as 51 Mazurcas de Chopin, acompanhadas do “Rondó à la Mazur”, Op. 5. O domínio sobrenatural do Mestre Esquecido sobre o teclado, os sensacionais lampejos de virtuosismo entremeando a placidez habitual dessas obras, e sua assimilação das sutilezas do ritmo da mazurca e do rubato tão essencial a Chopin tornam sua leitura – para mim e para muitos – a definitiva.

Poucos pianistas gravaram as mazurkas completas: Rubinstein, Kapell, François e Barbosa, além daqueles que gravaram as obras completas: Biret, Ashkenazy, Magaloff… De todas essas mazurkas, Barbosa certamente está no top 5. E vou além: com as gravações incompletas de Novaes e de Freire, as mazurkas são para mim as obras em que os pianistas brasileiros mais brilham, com um ritmo, um cantabile exemplares. É claro que é subjetivo o que vou falar: por sua sonoridade, ritmo e cantabile, Barbosa não foi o maior, mas foi o mais brasileiro dos pianistas. (Pleyel se metendo na postagem original)

CHOPIN – AS 51 MAZURCAS – RONDO À LA MAZUR – ANTÔNIO GUEDES BARBOSA

Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)

CD 1

01 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 1 em Fá sustenido menor
02 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 2 em Dó sustenido menor
03 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 3 em Mi maior
04 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 4 em Mi bemol menor
05 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 1 em Si maior
06 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 2 em Lá menor
07 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 3 em Fá menor
08 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 4 em Lá bemol maior
09 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 5 em Dó Maior
10 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 1 em Si maior
11 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 2 em Mi menor
12 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 3 em Lá bemol maior
13 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 4 em Lá menor
14 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 1 em Sol menor
15 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 2 em Dó maior
16 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 3 em Lá bemol maior
17 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 4 em Si bemol menor
18 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 1 em Dó menor
19 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 2 em Si menor
20 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 3 em Ré bemol maior
21 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 4 em Dó sustenido menor
22 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 1 em Sol sustenido menor
23 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 2 em Dó maior
24 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 3 em Ré maior
25 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 4 em Si menor
26 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 1 em Mi menor
27 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 2 em Si maior
28 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 3 em Lá bemol maior
29 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 4 em Dó sustenido menor

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CD 2

01 – Três Mazurcas, Op. 50 – No. 1 em Sol maior
02 – Três Mazurcas, Op. 50 – No. 2 em Lá bemol maior
03 – Três Mazurcas, Op. 50 – No. 3 em Sol sustenido menor
04 – Três Mazurcas, Op. 56 – No. 1 em Si maior
05 – Três Mazurcas, Op. 56 – No. 2 em Dó maior
06 – Três Mazurcas, Op. 56 – No. 3 em Dó menor
07 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 1 em Lá menor
08 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 2 em Lá bemol maior
09 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 3 em Fá sustenido menor
10 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 1 em Si maior
11 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 2 em Fá menor
12 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 3 em Dó sustenido menor
13 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 1 em Sol maior
14 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 2 em Sol menor
15 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 3 em Dó maior
16 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 4 em Lá menor
17 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 1 em Dó maior
18 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 2 em Lá menor
19 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 3 em Fá maior
20 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 4 em Fá maior
21 – Mazurca em Lá menor, ‘Notre Temps’
22 – Mazurca em Lá
23 – Rondó à la Mazur em Fá maior, Op. 5

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Antônio Guedes Barbosa, piano
Gravado em 1987

As duas capas com as quais a mesma gravação foi lançada nos Estados Unidos, sob o selo Centaur. Das mazurcas há ainda outro registro completo, gravado e lançado no Brasil em 1983, e que concluirá nossa série sobre o Mestre Esquecido.

Vassily Genrikhovich (2015)
Repostagem por Pleyel (2018)
Re-repostagem por Vassily (2021)

The Real Chopin, Epílogo (2 de 2)

The Real Chopin, Epílogo (2 de 2)

18043_3_0_0Vamos encerrar a epopeia?

Recebam, então, as faixas restantes da coleção “The Real Chopin”.

Elas sobraram das publicações anteriores, feitas aqui e ali, por serem a repetição, ou mesmo dupla repetição, de uma obra na série.

Para facilitar a vida de vocês, dividi o saldão em três pequenos arquivos, separados por gêneros.

Há uma série praticamente integral das valsas, feita por Marek Drewnowski, em andamentos consideravelmente mais rápidos que os escolhidos por Tatiana Shebanova na gravação que eu já lhes alcancei. De lambuja, a bonita Berceuse numa leitura bastante reverberante de Nikolai Demidenko.

Entre as mazurcas, aparecem interpretações do veterano Fou Ts’ong, um mito que não me pareceu estar em seus melhores dias. Nada para se desesperar, até porque, como diria um amigo meu, todo Marlon Brando tem seu dia de Alberto Roberto.

Quanto aos noturnos, eu confesso não me lembrar sob o efeito de que entorpecente eu estava para deixar de lado duas faixas do ótimo Dang Thai Son. Acho que foi o azeite de dendê, mas…

Enfim: feito o carreto, amigos. CONSVMMATVM EST.

FRYDERYK FRANCYSZEK CHOPIN (1810-1849)

THE REAL CHOPIN – VALSAS (faixas alternativas)

01 – Grande Valse Brillante em Mi bemol maior, Op. 18
02 – Três Valsas, Op. 34 – No. 1 em Lá bemol maior
03 – Três Valsas, Op. 34 – No. 2 em Lá menor
04 – Três Valsas, Op. 34 – No. 3 em Fá maior
05 – Valsa em Lá bemol maior, Op. 42
06 – Três Valsas, Op. 64 – No. 1 em Ré bemol maior
07 – Três Valsas, Op. 64 – No. 2 em Dó sustenido menor
08 – Três Valsas, Op. 64 – No. 3 em Lá bemol maior
09 – Duas Valsas, Op. 69 – No. 1 em Lá bemol maior
10 – Duas Valsas, Op.69 – No. 2 em Si menor
11 – Três Valsas, Op. 70 – No. 1 em Sol bemol maior
12 – Três Valsas, Op. 70 – No. 2 em Fá menor
13 – Três Valsas, Op. 70 – No. 3 em Ré bemol maior
14 – Valsa em Mi maior, WN 18†
15 – Três Valsas, Op. 64 – No. 2 em Dó sustenido menor †
16 – Berceuse em Ré bemol maior, Op. 57 ††

Marek Drewnowski, piano Pleyel (1848)
† Janusz Olejniczak, piano Érard (1849)
†† Nikolai Demidenko, piano Pleyel (1848)

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THE REAL CHOPIN –  MAZURCAS (faixas alternativas)

01 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 1 em Si maior – Dina Yoffe [P]
02 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 2 em Lá menor – Fou Ts’ong [E]
03 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 3 em Lá bemol maior – Janusz Olejniczak [E]
04 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 4 em Lá menor – Janusz Olejniczak [E]
05 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 1 em Sol menor – Janusz Olejniczak [E]
06 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 2 em Si menor – Janusz Olejniczak [E]
07 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 1 em Sol sustenido menor –  Fou Ts’ong [E]
08 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 4 em Si menor –  Fou Ts’ong [E]
09 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 1 em Mi menor –  Fou Ts’ong [E]
10 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 1 em Lá menor –  Fou Ts’ong [E]
11 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 2 em Fá menor –  Fou Ts’ong [E]
12 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – no. 4 em Fá menor –  Fou Ts’ong [E]
13 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 1 em Mi menor – Janusz Olejniczak [E]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

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THE REAL CHOPIN – NOTURNOS (faixas alternativas)

01 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 2 em Fá sustenido menor – Dang Thai Son [E]
02 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 3 em Sol menor – Tatiana Shebanova [E]
03 – Dois Noturnos, Op. 27 – No. 1 em Dó sustenido menor – Dang Thai Son [E]
04 – Dois Noturnos, Op. 27 – No. 2 em Ré bemol maior – Nikolai Demidenko [P]
05 – Dois Noturnos, Op. 32 – No. 1 em Si maior – Kevin Kenner [P]
06 – Dois Noturnos, Op. 32 – No. 2 em Lá bemol maior – Kevin Kenner [P]
07 – Dois Noturnos, Op. 55 – No. 1 em Fá menor – Dina Yoffe [P]
08 – Peças Póstumas para piano, Op. 72 – No. 1: Noturno em Mi menor – Janusz Olejniczak [E]
09 – Noturno para piano em Dó sustenido menor, Lento con Gran Espressione, Op. póstumo – Janusz Olejniczak [E]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

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A segunda - e muito menos conhecida - imagem fotográfica de Chopin, tomada em 1846 ou 1847. O original, bastante deteriorado, foi provavelmente destruído na II Guerra Mundial. Esta cópia foi encontrada pelo pianista inglês Jack Gibbons em um livro da década de 80. Grande entusiasta de Chopin, ele não tem medido esforços para divulgá-la. Pelo vivo contraste com a outra fotografia existente de Chopin, que o mostra já muito doente, e por ser muito mais parecida com seus retratos em pintura, particularmente o mais célebre deles, de autoria de Eugène Delacroix, eu compartilho com Gibbons seu entusiasmo. Mais sobre a figura de Chopin no blog de Gibbons: http://jackgibbons.blogspot.com.br/2010/03/chopins-photograph.html
A segunda – e muito menos conhecida – fotografia de Chopin, tomada em 1846 ou 1847. O original, bastante deteriorado, foi provavelmente destruído na II Guerra Mundial. Esta cópia foi encontrada pelo pianista inglês Jack Gibbons num livro da década de 80. Grande entusiasta do compositor, Gibbons não tem medido esforços para divulgar esta imagem. Eu também a considero fascinante: apesar do mau estado de conservação, é vivo o contraste com a outra fotografia existente de Chopin, que o mostra já muito doente no 1849 em que morreria. Além disso, é muito mais parecida com seus retratos em pintura, particularmente o mais célebre deles, de autoria de Eugène Delacroix. Mais sobre a figura de Chopin no blog de Gibbons.

Vassily

The Real Chopin, Epílogo (1 de 2)

The Real Chopin, Epílogo (1 de 2)

18043_3_0_0Antes de tocar meu barco para outras praias e prosseguir com a desova do bocado de música que creio ter a compartilhar convosco, volto brevemente para mais dois rápidos estrebuchos que concluirão a série “The Real Chopin”, cuja maior parte já foi publicada em duas mamúticas postagens feitas pelo patrão PQP – a primeira aqui, a segunda ali.

Na ocasião, alertei que muito conteúdo fora propositalmente deixado de fora, uma vez que este arbitrário curador que vos fala atentou tão só a seu gosto pessoal e prestou contas somente à coerência (não muita) que cabe em seu matutante melão. E, antes que sobre ele chovam tomates, lembro os resmungões de que os 21 discos da coleção, na maioria em forma de recitais, foram reorganizados gratuita e abnegadamente por mim de acordo com gênero musical, tarefa que facilita bastante a vida dos melômanos e que, se não exatamente hercúlea, me queimou alguma pestana.

No entanto, diante da boa repercussão das postagens originais, e de alguns pedidos de leitores do PQP Bach, revi minha posição enfastiada. Assim, os venerandos pianos Pleyel e Érard voltam a este blogue para completar a série em duas prestações.

A primeira delas deverá atender, entre vós outros, somente aqueles colecionadores obsessivos, os que fazem absoluta questão do completo, do integral, do inteirinho, compasso por compasso, colcheia por colcheia, sem perder uma só fermata. Esses tipos, garanto, poderão em breve repousar sob o dossel da serenidade, mesmo que isto signifique ter que escutar, por exemplo, alguns compassos escritos para os cachorros de George Sand, amante do compositor.

Diferentemente de Beethoven, que volta e meia vendia alguma bobagem escrita em dois toques para não terminar o mês no vermelho, Chopin foi mais criterioso quanto ao que submetia à publicação. De sua primeira obra-prima consumada (os Estudos Op. 10) até a última obra publicada em vida (a Sonata Op. 65 para violoncelo e piano), foram poucos os passos em falso que levou para a prensa. Muito o que cai fora desse intervalo – obras infantojuvenis, exercícios para conservatório, peças de ocasião e esboços deixados de lado – aparece nas gravações a seguir.

ooOoo

FRYDERYK FRANCISZEK CHOPIN (1810-1849)

THE REAL CHOPIN – RONDOS

A despeito do título, o volume inclui também a curiosa Sonata em Dó menor, exercício de composição dos tempos de Conservatório de Varsóvia. Nela, originalidade do compositor aparece em lampejos, sufocada pelas exigências da forma-sonata. Tem-se a sensação de se ouvir Chopin brigando para romper uma dura carapaça que, estranhamente, me soa como um pastiche de Hummel

1 – Rondó em Dó menor, Op. 1 – Nikolai Demidenko [P]
2 – Rondó à la Mazur em Fá maior, Op. 5 – Tatiana Shebanova [E]
3 – Rondó em Mi bemol maior, Op. 16 – Nikolai Demidenko [P]
4 – Rondó em Dó maior para dois pianos, Op.73 – Tatiana Shebanova [E] e Jarosław Drzewiecki [P]
5 – Rondó em Dó maior, Op. 73 [versão preliminar para piano solo] – Tatiana Shebanova [E]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

6 – Sonata no. 1 em Dó menor, Op. 4 – Allegro maestoso
7 – Sonata no. 1 em Dó menor, Op. 4 – Minuetto. Allegretto
8 – Sonata no. 1 em Dó menor, Op. 4 – Larghetto
9 – Sonata no. 1 em Dó menor, Op. 4 – Finale. Presto

Ewa Pobłocka, piano Pleyel (1848)

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THE REAL CHOPIN – VARIATIONS – MINIATURES

Esse volume é um balaio de gatos que começa com as interessantes variações sobre “Là ci darem la mano”, em versão para piano solo (o original para piano e orquestra, com Nelson Goerner e Frans Brüggen, foi postado aqui), e termina com o bizarro Gallop em Lá bemol, que é a tal da peça escrita para os dois cachorros da amante: o primeiro, chamado Dib, que é citado numa anotação sobre a pauta do manuscrito; e o outro, Marquis, certamente o preferido, que deu o título à composição.

Digna de nota, em meio ao balaião, é a variação que Chopin escreveu para a obra coletiva “Hexaméron”, coordenada por Liszt, e que contou também com colaborações de Thalberg, Pixis, Czerny e Herz – praticamente o panteão pianístico da época. Entre uma bobagenzinha e outra, também se encontra a única fuga escrita pelo compositor, a duas vozes e em Lá menor. Produto de sua última década de vida, foi publicada postumamente. Talvez Chopin pretendesse prestar com ela uma modesta homenagem a Bach, a quem venerava, e cujo “Cravo bem Temperado” era a base das lições ministradas a seus alunos.

01 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Introdução [Allegro]
02 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Tema [Allegretto]
03 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação I [Brillante]
04 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação II [Veloce, ma accuratamente]
05 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação III [Sempre sostenuto]
06 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação IV
07 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação V [Adagio]
08 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Finale – Alla Polacca

Nikolai Demidenko, piano Pleyel (1848)

09 – Variações em Si bemol maior sobre “Je vends des escapulaires” da ópera “Ludovic” de Hérold, Op. 12
10 – Variações em Mi maior sobre a canção alemã “Der Schweizerbulb”, B. 14
11 – “Souvenir de Paganini”, Variações em Lá maior sobre “O Carnaval de Veneza”, B. 37
12 – Variações sobre uma canção irlandesa de Thomas Moore, para piano a quatro mãos, B12A †
13 – Variação em Mi maior sobre a marcha da ópera “I Puritani” de Bellini, para o “Hexaméron”
14 – Peças para piano, Op. 72 – no. 3: Três Escocesas – no. 1 em Ré menor
15 – Peças para piano, Op. 72 – no. 3: Três Escocesas – no. 2 em Sol maior
16 – Peças para piano, Op. 72 – no. 3: Três Escocesas – no. 3 em Ré bemol maior
17 – Peças para piano, Op. 72 – no. 2: Marcha Fúnebre em Dó menor
18 – Contradança em Sol bemol maior ††
19 – Cantabile em Si bemol maior ††
20 – Largo em Mi bemol maior
21 – Moderato em Mi maior, “Feuille d’Album”
22 – Allegretto em Fá sustenido maior, “Mazurka”
23 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 2: “Wiosna” (versão para piano solo)
24 – Fuga em Lá menor
25 – Gallop em Lá bemol maior, “Marquis”

Tatiana Shebanova, piano Érard (1849)
† Tatiana Shebanova e Stanisław Drzewiecki, piano Érard (1849)
†† Ewa Pobłocka, piano Pleyel (1848)

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Uma das duas únicas fotografias conhecidas de Chopin, tomada por L. A. Bisson com um daguerreótipo em 1849, ano da morte do compositor. O desconforto em seu semblante me é perturbador.
Uma das duas únicas fotografias conhecidas de Chopin – e, de longe, a mais famosa – tomada por L. A. Bisson em 1849, ano da morte do compositor. Acho fascinante como este retrato destoa das poses caprichadas (até porque o tempo de exposição dos daguerreótipos era muito longo!) da época. Parece quase um instantâneo. O olhar de Chopin é inquisitivo, mesmo penetrante, e o desconforto em seu semblante, pelo menos para mim, perturbador.

Vassily

The Real Chopin 2 (Post 2 de 2)

The Real Chopin 2 (Post 2 de 2)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

E a saga continua…

FRYDERYK FRANCISZEK CHOPIN (1810-1849)

SONATAS – FANTASIA

01 – Sonata no. 2 para piano em Si bemol menor, Op. 35 – Grave. Doppio movimento
02 – Sonata no. 2 para piano em Si bemol menor, Op. 35 – Scherzo
03 – Sonata no. 2 para piano em Si bemol menor, Op. 35 – Marche funèbre. Lento
04 – Sonata no. 2 para piano em Si bemol menor, Op. 35 – Finale. Presto

Janusz Olejniczak, piano Érard (1849)

05 – Sonata no. 3 para piano em Si menor, Op. 58 – Allegro maestoso
06 – Sonata no. 3 para piano em Si menor, Op. 58 – Scherzo. Molto vivace
07 – Sonata no. 3 para piano em Si menor, Op. 58 – Largo
08 – Sonata no. 3 para piano em Si menor, Op. 58 – Finale. Presto non tanto
09 – Fantasia em Fá menor, Op. 49

Ka Ling Colleen Lee, piano Pleyel (1848)

NOTA: a primeira sonata, em Dó menor, Op. 4, foi propositalmente deixada de fora, por ser uma obra de juventude, composta como exercício para o Conservatório de Varsóvia. O próprio Chopin não a levou muito a sério, de tal maneira que, a despeito do número de Opus baixo, foi publicada somente em 1851, dois anos da morte do compositor. Se houver interesse dos leitores, a obra poderá ser publicada posteriormente.

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VALSAS

01 – Grande Valse Brillante em Mi bemol maior, Op. 18
02 – Três Valsas, Op. 34 – No. 1 em Lá bemol maior
03 – Três Valsas, Op. 34 – No. 2 em Lá menor
04 – Três Valsas, Op. 34 – No. 3 em Fá maior
05 – Valsa em Lá bemol maior, Op. 42
06 – Três Valsas, Op. 64 – No. 1 em Ré bemol maior
07 – Três Valsas, Op. 64 – No. 2 em Dó sustenido menor
08 – Três Valsas, Op. 64 – No. 3 em Lá bemol maior
09 – Duas Valsas, Op. 69 – No. 1 em Lá bemol maior
10 – Duas Valsas, Op.69 – No. 2 em Si menor
11 – Três Valsas, Op. 70 – No. 1 em Sol bemol maior
12 – Três Valsas, Op. 70 – No. 2 em Fá menor
13 – Três Valsas, Op. 70 – No. 3 em Ré bemol maior
14 – Valsa em Mi bemol maior
15 – Valsa em Mi menor

Tatiana Shebanova, piano Érard (1849)

16 – Valsa em Mi maior
17 – Valsa em Lá bemol maior
18 – Valsa em Mi bemol maior, Sostenuto
19 – Valsa em Lá menor

Marek Drewnowski, piano Pleyel (1848)

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MAZURCAS – PARTE I

01 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 1 em Fá sustenido menor – Ewa Pobłocka [P]
02 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 2 em Dó sustenido menor – Ewa Pobłocka [P]
03 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 3 em Mi maior – Ewa Pobłocka [P]
04 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 4 em Mi bemol menor – Ewa Pobłocka [P]
05 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 1 em Si maior – Ewa Pobłocka [P]
06 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 2 em Lá menor – Ewa Pobłocka [P]
07 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 3 em Fá menor – Ewa Pobłocka [P]
08 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 4 em Lá bemol maior – Ewa Pobłocka [P]
09 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 5 em Dó Maior – Ewa Pobłocka [P]
10 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 1 em Si maior – Ewa Pobłocka [P]
11 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 2 em Mi menor – Fou Ts’ong [E]
12 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 3 em Lá bemol maior – Fou Ts’ong [E]
13 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 4 em Lá menor – Dina Yoffe [P]
14 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 1 em Sol menor – Fou Ts’ong [E]
15 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 2 em Dó maior – Fou Ts’ong [E]
16 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 3 em Lá bemol maior – Fou Ts’ong [E]
17 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 4 em Si bemol menor – Fou Ts’ong [E]
18 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 1 em Dó menor – Fou Ts’ong [E]
19 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 2 em Si menor – Fou Ts’ong [E]
20 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 3 em Ré bemol maior – Tatiana Shebanova [E]
21 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 4 em Dó sustenido menor – Janusz Olejniczak [E]
22 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 1 em Sol sustenido menor – Ka Ling Colleen Lee [P]
23 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 2 em Dó maior – Ka Ling Colleen Lee [P]
24 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 3 em Ré maior – Ka Ling Colleen Lee [P]
25 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 4 em Si menor – Ka Ling Colleen Lee [P]
26 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 1 em Mi menor – Ewa Pobłocka [P]
27 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 2 em Si maior – Ewa Pobłocka [P]
28 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 3 em Lá bemol maior – Ewa Pobłocka [P]
29 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 4 em Dó sustenido menor – Ewa Pobłocka [P]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

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MAZURCAS – PARTE II

30 – Três Mazurcas, Op. 50 – No. 1 em Sol maior – Fou Ts’ong [E]
31 – Três Mazurcas, Op. 50 – No. 2 em Lá bemol maior – Fou Ts’ong [E]
32 – Três Mazurcas, Op. 50 – No. 3 em Sol sustenido menor – Fou Ts’ong [E]
33 – Três Mazurcas, Op. 56 – No. 1 em Si maior – Tatiana Shebanova [E]
34 – Três Mazurcas, Op. 56 – No. 2 em Dó maior – Tatiana Shebanova [E]
35 – Três Mazurcas, Op. 56 – No. 3 em Dó menor – Fou Ts’ong [E]
36 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 1 em Lá menor – Kevin Kenner [P]
37 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 2 em Lá bemol maior – Kevin Kenner [P]
38 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 3 em Fá sustenido menor – Kevin Kenner [P]
39 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 1 em Si maior – Tatiana Shebanova [E]
40 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 2 em Fá menor – Tatiana Shebanova [E]
41 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 3 em Dó sustenido menor – Tatiana Shebanova [E]
42 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 1 em Sol maior – Dina Yoffe [P]
43 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 2 em Sol menor – Dina Yoffe [P]
44 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 3 em Dó maior – Dina Yoffe [P]
45 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 4 em Lá menor – Dina Yoffe [P]
46 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 1 em Dó maior – Tatiana Shebanova [E]
47 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 2 em Lá menor – Janusz Olejniczak [E]
48 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 3 em Fá maior – Janusz Olejniczak [E]
49 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 4 em Fá maior – Janusz Olejniczak [E]
50 – Mazurca em Sol maior, KKIIa2 – Ewa Pobłocka [P]
51 – Mazurca em Si maior, KKIIa3 – Ewa Pobłocka [P]
52 – Mazurca em Si maior, KKIVb1 – Ewa Pobłocka [P]
53 – Mazurca em Lá menor, ‘Notre Temps’ – Ewa Pobłocka [P]
54 – Mazurca em Lá menor, Dbop 42A (autoria duvidosa) – Tatiana Shebanova [E]
55 – Mazurca em Ré maior – Tatiana Shebanova [E]
56 – Mazurca em Si bemol maior – Tatiana Shebanova [E]
57 – Mazurca em Dó maior – Tatiana Shebanova [E]
58 – Mazurca em Lá bemol maior – Tatiana Shebanova [E]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

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POLONAISES – PARTE I

01 – Duas Polonaises, Op. 26 – No. 1 em Dó sustenido menor – Tatiana Shebanova [E]
02 – Duas Polonaises, Op. 26 – No. 2 em Mi bemol menor – Dina Yoffe [P]
03 – Duas Polonaises, Op. 40 – No. 1 em Lá maior – Janusz Olejniczak [P]
04 – Duas Polonaises, Op. 40 – No. 2 em Dó menor – Kevin Kenner [P]
05 – Polonaise em Fá sustenido menor, Op. 44 – Janusz Olejniczak [E]
06 – Polonaise em Lá bemol maior, Op. 53 – Janusz Olejniczak [E]
07 – Polonaise-Fantasia em Lá bemol maior, Op. 61 – Ka Ling Colleen Lee [P]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

NOTA: neste volume estão as Polonaises publicadas em Paris durante a vida do compositor e amplamente consideradas suas obras mais importantes no gênero

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POLONAISES – PARTE II

08 – Três Polonaises, Op. 71 – No. 1 em Ré menor – Nikolai Demidenko [P]
09 – Três Polonaises, Op. 71 – No. 2 em Si bemol maior – Marek Drewnowski [E]
10 – Três Polonaises, Op. 71 – No. 3 em Fá menor – Tatiana Shebanova [E]
11 – Polonaise em Sol menor (1817) – Marek Drewnowski [P]
12 – Cinco Polonaises, Op. Póstumo – No. 1 em Si bemol maior – Marek Drewnowski [P]
13 – Cinco Polonaises, Op. Póstumo – No. 2 em Lá bemol maior – Marek Drewnowski [P]
14 – Cinco Polonaises, Op. Póstumo – No. 3 em Sol sustenido menor – Tatiana Shebanova [E]
15 – Cinco Polonaises, Op. Póstumo – No. 4 em Si bemol menor – Tatiana Shebanova [E]
16 – Cinco Polonaises, Op. Póstumo – No. 5 em Sol bemol maior – Tatiana Shebanova [E]
17 – Andante spianato e Grande Polonaise Brilhante, Op.22 – Andante – Wojciech Świtała [P]
19 – Andante spianato e Grande Polonaise Brilhante, Op.22 – Polonaise – Wojciech Świtała [P]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

NOTA: neste segundo volume estão as polonaises compostas na juventude e aquelas publicadas postumamente, além da versão para piano solo do Andante Spianato e Grande Polonaise Brilhante, Op. 22. A polonaise em Sol menor, composta por Chopin aos sete anos de vida, foi sua primeira obra publicada

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CANÇÕES

01 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 1: “Życzenie” (poema de Stefan Witwicki)
02 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 2: “Wiosna” (Stefan Witwicki)
03 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 3: “Smutna Rzeka” (Stefan Witwicki)
04 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 4: “Hulanka” (Stefan Witwicki)*
05 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 5: “Gdzie lubi” (Stefan Witwicki)*
06 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 6: “Precz z moich oczu” (Adam Mickiewicz)*
07 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 7: “Poseł” (Stefan Witwicki)
08 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 8: “Śliczny chłopiec” (Zaleski)
09 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 9: “Z gór, gdzie dźwigali strasznych krzyżów brzemię” (Zygmunt Krasiński)
10 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 10: “Wojak” (Stefan Witwicki)*
11 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 11: “Dwojaki koniec” (Bohdan Zaleski)
12 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 12: “Moja pieszczotka” (Adam Mickiewicz)*
13 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 13: “Nie ma czego trzeba” (Bohdan Zaleski)
14 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 14: “Pierścień” (Stefan Witwicki)*
15 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 15: “Narzeczony” (Stefan Witwicki)*
16 – Canções Poloneses, Op. 74 – No. 16: “Piosnka litewska” (folclore lituano, tradução de Ludwik Osiński)
17 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 17: “Śpiew z mogiłki” (Wincenty Pol)
18 – “Czary” (Stefan Witwicki)*
19 -“Dumka” (Bohdan Zaleski)*

Aleksandra Kurczak, soprano
* Mariusz Kwiecień, barítono
Nelson Goerner, piano Pleyel (1848)

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CHAMBER MUSIC

01 – Sonata para violoncelo e piano em Sol menor, Op. 65 – Allegro Moderato
02 – Sonata para violoncelo e piano em Sol menor, Op. 65 – Scherzo. Allegro con brio
03 – Sonata para violoncelo e piano em Sol menor, Op. 65 – Largo
04 – Sonata para violoncelo e piano em Sol menor, Op. 65 – Finale. Allegro
05 – Introdução e Polonaise Brilhante para violoncelo e piano em Dó maior, Op. 3
06 – Grande Duo Concertante em Mi maior, sobre temas de “Robert Le Diable” de Meyerbeer, para violoncelo e piano, Dbop. 16 (em colaboração com Auguste Franchomme)

Andrzej Bauer, violoncelo
Jan Krzysztof Broja, piano Érard (1849)

07 – Trio em Sol menor para piano, violino e violoncelo, Op. 8 – Allegro con fuoco
08 – Trio em Sol menor para piano, violino e violoncelo, Op. 8 – Scherzo. Con moto ma non troppo
09 – Trio em Sol menor para piano, violino e violoncelo, Op. 8 – Adagio sostenuto
10 – Trio em Sol menor para piano, violino e violoncelo, Op. 8 – Finale. Allegretto

Jan Krzysztof Broja, piano Érard (1849)
Jakub Jakowicz, violino
Andrzej Bauer, violoncelo

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RAOUL KOCZALSKI AT THE BELVEDERE, 1948

01 – Prelúdios, Op. 28 – No. 20 em Dó menor
02 – Dois Noturnos, Op. 27 – No. 2 em Ré bemol maior
03 – Quatro Mazurcas, Op. 7 – No. 1 em Si maior
04 – Berceuse em Ré bemol maior, Op. 57
05 – Fantasia-Improviso em Dó sustenido menor, Op. 66
06 – Grande Valsa Brilhante em Mi bemol maior, Op.18
07 – Balada no. 1 em Sol menor, Op. 23
08 – Comentário

Raoul Koczalski, no piano Pleyel de Chopin, 1848
Gravado no Palácio Belvedere, residência oficial do presidente da Polônia
21 de fevereiro de 1948, 138° aniversário de Chopin

NOTA: este CD é um bônus na coleção. O pianista Raoul Koczalski estudou no Conservatório de Lemberg (depois Lwów, Polônia – hoje L’viv, Ucrânia) com Karol Mikuli, o mais notável discípulo polonês de Chopin, coordenador da primeira edição crítica de suas obras e considerado a maior autoridade de sua época sobre o estilo de interpretação de seu mestre. Além do interesse acerca do intérprete, em linha pedagógica direta com Chopin, esta é uma das gravações mais antigas feitas com instrumentos contemporâneos ao compositor, muito antes de surgir o movimento da “interpretação historicamente informada”.

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Chopin, por Eugène Delacroix
Chopin, por Eugène Delacroix

Vassily Genrikovich

The Real Chopin (Post 1 de 2)

The Real Chopin (Post 1 de 2)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A série “The Real Chopin” foi produzida pelo Instituto Nacional Fryderyk Chopin de Varsóvia e lançada em 2010 por ocasião do bicentenário do compositor.

Trata-se da primeira gravação integral da obra do grande polonês em instrumentos de época: um piano Érard de 1848 e um Pleyel de 1849. A maioria dos intérpretes foi laureada no Concurso Internacional Chopin, realizado quinquenalmente em Varsóvia. Nenhum deles é especialista em instrumentos antigos; as partituras, em compensação, provêm da edição crítica das obras publicada pelo próprio Instituto.

A caixa contém 21 CDs, em sua maior parte organizados como recitais. Reorganizei as obras por gênero. Ficaram de fora várias obras repetidas, bem como algumas obras menores, a maior parte delas da juventude do compositor e que ele próprio se recusou a publicar em vida. No caso das obras repetidas, subi as interpretações que considerei melhores. Se houver interesse dos usuários do PQP Bach, especialmente dos obcecados por coleções completas, posso subir posteriormente as versões alternativas e demais obras que faltam. Arrumei a numeração das faixas e indiquei, em cada uma, o piano em que foram executadas: Pleyel (P) ou Érard (E).

Os filés da caixa são as obras para piano e orquestra, interpretadas pelos ótimos Dang Thai Son, vietnamita, vencedor do Concurso Chopin em 1980, e Nelson Goerner, menção honrosa em 1995 e “afilhado artístico” de sua conterrânea Martha Argerich. O acompanhamento fica a cargo da Orchestra of the 18th Century regida pelo grande Frans Brüggen. Os concertos, a cargo de Dang e Brüggen, estão excelentes, apesar dos ruídos de praxe das gravações ao vivo.

Os pontos altos continuam com os noturnos, em sua maioria interpretados por Dang, as baladas com Goerner, o primeiro volume das polonaises (pois o segundo é das polonaises da juventude), a música de câmara (obras para violoncelo e piano e o único trio de Chopin) e as canções (alternadas entre soprano e barítono). As outras gravações são boas, mas nada sobre o que se possa aplaudir de pé. Os pontos mais baixos são os estudos, que não brilham tanto sob o timbre do piano antigo, e as mazurcas com o veterano Fou Ts’ong, estranhamente pachorrentas para um pianista renomado justamente por suas interpretações do gênero.

Abaixo, a descrição das faixas dos CDs.

Agradeço pela oportunidade de contribuir com o PQP, que tanta alegria já me deu, e fico à disposição para esclarecimentos.

Vassily Genrikovich

 

FRYDERYK FRANCYSZEK CHOPIN (1810-1849)

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CONCERTOS

01 – Concerto no. 1 para piano e orquestra em Mi menor, Op. 11 – Allegro maestoso
02 – Concerto no. 1 para piano e orquestra em Mi menor, Op. 11 – Romance. Larghetto.
03 – Concerto no. 1 para piano e orquestra em Mi menor, Op. 11 – Rondo. Vivace
04 – Concerto no. 2 para piano e orquestra em Fá menor, Op. 21 – Maestoso
05 – Concerto no. 2 para piano e orquestra em Fá menor, Op. 21 – Larghetto
06 – Concerto no. 2 para piano e orquestra em Fá menor, Op. 21 – Vivace

Dang Thai Son, piano Érard (1849)
Orchestra of the Eighteenth Century
Frans Brüggen, regência

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OTHER WORKS FOR PIANO AND ORCHESTRA

01 – Fantasia em Lá maior sobre temas poloneses, para piano e orquestra, Op. 13
02 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano e orquestra, Op. 2 – Introdução [Allegro]
03 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano e orquestra, Op. 2 – Tema [Allegretto]
04 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano e orquestra, Op. 2 – Variação I [Brillante]
05 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano e orquestra, Op. 2 – Variação II [Veloce, ma accuratamente]
06 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano e orquestra, Op. 2 – Variação III [Sempre sostenuto]
07 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano e orquestra, Op. 2 – Variação IV
08 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano e orquestra, Op. 2 – Variação V [Adagio]
09 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano e orquestra, Op. 2 – Finale – Alla Polacca
10 – Rondo à la Krakowiak em Fá maior, para piano e orquestra, op. 14
11 – Andante spianato e Grande Polonaise Brilhante em Mi bemol maior, para piano e orquestra, op. 22 – Andante
12 – Andante spianato e Grande Polonaise Brilhante em Mi bemol maior, para piano e orquestra, op. 22 – Polonaise

Nelson Goerner, piano Érard [1849]
Orchestra of the Eighteenth Century
Frans Brüggen, regência

13 – Compositor anônimo: Mazurek Dąbrowskiego [“Mazurca de Dąbrowski” – Hino Nacional da Polônia]

Orchestra of the Eighteenth Century
Frans Brüggen, regência

NOTA: a última faixa é a primeira gravação do Hino Nacional Polonês em instrumentos originais

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NOTURNOS – PARTE I

01 – Três Noturnos, Op. 9 – No. 1 em Si bemol menor – Dang Thai Son [E]
02 – Três Noturnos, Op. 9 – No. 2 em Mi bemol maior – Dang Thai Son [E]
03 – Três Noturnos, Op. 9 – No. 3 em Si menor – Dang Thai Son [E]
04 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 1 em Fá maior – Dina Yoffe [P]
05 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 2 em Fá sustenido menor – Dina Yoffe [P]
06 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 3 em Sol menor – Dina Yoffe [P]
07 – Dois Noturnos, Op. 27 – No. 1 em Dó sustenido menor – Nelson Goerner [P]
08 – Dois Noturnos, Op. 27 – No. 2 em Ré bemol maior – Nelson Goerner [P]
09 – Dois Noturnos, Op. 32 – No. 1 em Si maior – Dang Thai Son [E]
10 – Dois Noturnos, Op. 32 – No. 2 em Lá bemol maior – Dang Thai Son [E]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

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NOTURNOS – PARTE II

01 – Dois Noturnos, Op. 37 – No. 1 em Sol menor – Dang Thai Son [E]
02 – Dois Noturnos, Op. 37 – No. 2 em Sol maior – Dang Thai Son [E]
03 – Dois Noturnos, Op. 48 – No. 1 em Dó menor – Janusz Olejniczak, [E]
04 – Dois Noturnos, Op. 48 – No. 2 em Fá sustenido menor – Nelson Goerner [P]
05 – Dois Noturnos, Op. 55 – No. 1 em Fá menor – Dang Thai Son, piano [E]
06 – Dois Noturnos, Op. 55 – No. 2 em Mi bemol menor – Dang Thai Son [E]
07 – Dois Noturnos, Op. 62 – No. 1 em Si maior – Janusz Olejniczak [E]
08 – Dois Noturnos, Op. 62 – No. 2 em Mi maior – – Dina Yoffe [P]
09 – Peças Póstumas para piano, Op. 72 – No. 1: Noturno em Mi menor – Dang Thai Son [E]
10 – Noturno para piano em Dó sustenido menor, Lento con Gran Espressione, Op. póstumo – Dang Thai Son [E]
11 – Noturno para piano em Dó menor, Op. póstumo – Dang Thai Son [E]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

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BALADAS E SCHERZOS

01 – Balada no. 1 em Sol menor, Op. 23 – Nelson Goerner [P]
02 – Balada no. 2 em Fá maior, Op. 38 – Nelson Goerner [P]
03 – Balada no. 3 em Lá bemol maior, Op. 47 – Nelson Goerner [P]
04 – Balada no. 4 em Fá menor, Op. 52 – Nelson Goerner [P]
05 – Scherzo no. 1 em Si menor, Op. 20 – Dina Yoffe [P]
06 – Scherzo no. 2 em Si bemol menor, Op. 31 – Janusz Olejniczak [E]
07 – Scherzo no. 3 em Dó sustenido menor, Op. 39 – Kevin Kenner [P]
08 – Scherzo no. 4 em Mi maior, Op. 54 – Dina Yoffe [P]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

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IMPROMPTUS – BOLERO – TARANTELLA – BERCEUSE – BARCAROLLE

01 – Improviso em Lá bemol maior, Op. 29 – Kevin Kenner [P]
02 – Improviso em Fá sustenido maior, Op. 36 – Kevin Kenner [P]
03 – Improviso em Sol bemol maior, Op. 51 – Kevin Kenner [P]
04 – Fantasia-Improviso em Dó sustenido menor, Op. 66 – Kevin Kenner [P]
05 – Bolero, Op. 19 – Nikolai Demidenko [P]
06 – Tarantela em Lá bemol maior, Op. 43 – Nikolai Demidenko [P]
07 – Allegro de Concert em Lá maior, Op. 46 – Nikolai Demidenko [P]
08 – Berceuse em Ré bemol maior, Op. 57 – Tatiana Shebanova [E]
09 – Barcarola em Fá sustenido maior, Op. 60 – Tatiana Shebanova [E]

E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848

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ESTUDOS

01 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 1 em Dó maior
02 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 2 em Lá menor
03 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 3 em Mi maior
04 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 4 em Dó sustenido menor
05 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 5 em Sol bemol maior
06 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 6 em Mi bemol menor
07 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 7 em Dó maior
08 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 8 em Fá maior
09 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 9 em Fá menor
10 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 10 em Lá bemol maior
11 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 11 em Mi bemol maior
12 – Estudos para piano, Op. 10 – No. 12 em Dó menor
13 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 1 em Lá bemol maior
14 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 2 em Fá menor
15 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 3 em Fá maior
16 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 4 em Lá menor
17 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 5 em Mi menor
18 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 6 em Sol sustenido menor
19 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 7 em Dó sustenido menor
20 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 8 em Ré bemol maior
21 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 9 em Sol bemol maior
22 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 10 em Si menor
23 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 11 em Lá menor
24 – Estudos para piano, Op. 25 – No. 12 em Dó menor

Tatiana Shebanova, piano Érard (1849)

25 – Trois Nouvelles Études pour le “Méthode des Méthodes” de Moscheles et Fétis – No. 1 em Fá menor
26 – Trois Nouvelles Études pour le Méthode des Méthodes” de Moscheles et Fétis – No. 2 em Ré bemol maior
27 – Trois Nouvelles Études pour le Méthode des Méthodes” de Moscheles et Fétis – No. 3 em Lá bemol maior

Ewa Pobłocka, piano Pleyel (1848)

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PRELÚDIOS

01 – Prelúdios, Op. 28 – No. 1 em Dó maior
02 – Prelúdios, Op. 28 – No. 2 em Lá menor
03 – Prelúdios, Op. 28 – No. 3 em Sol maior
04 – Prelúdios, Op. 28 – No. 4 em Mi menor
05 – Prelúdios, Op. 28 – No. 5 em Ré maior
06 – Prelúdios, Op. 28 – No. 6 em Si menor
07 – Prelúdios, Op. 28 – No. 7 em Lá maior
08 – Prelúdios, Op. 28 – No. 8 em Fá sustenido menor
09 – Prelúdios, Op. 28 – No. 9 em Mi maior
10 – Prelúdios, Op. 28 – No. 10 em Dó sustenido menor
11 – Prelúdios, Op. 28 – No. 11 em Si maior
12 – Prelúdios, Op. 28 – No. 12 em Sol sustenido menor
13 – Prelúdios, Op. 28 – No. 13 em Fá sustenido maior
14 – Prelúdios, Op. 28 – No. 14 em Mi bemol menor
15 – Prelúdios, Op. 28 – No. 15 em Ré bemol maior
16 – Prelúdios, Op. 28 – No. 16 em Si bemol menor
17 – Prelúdios, Op. 28 – No. 17 em Lá bemol maior
18 – Prelúdios, Op. 28 – No. 18 em Fá menor
19 – Prelúdios, Op. 28 – No. 19 em Mi bemol maior
20 – Prelúdios, Op. 28 – No. 20 em Dó menor
21 – Prelúdios, Op. 28 – No. 21 em Si bemol maior
22 – Prelúdios, Op. 28 – No. 22 em Sol menor
23 – Prelúdios, Op. 28 – No. 23 em Fá maior
24 – Prelúdios, Op. 28 – No. 24 em Ré menor

Wojciech Świtała, piano Pleyel (1848)

25 – Prelúdio em Dó sustenido menor, Op. 45
26 – Presto con Leggierezza, Prelúdio em Lá bemol maior

Kevin Kenner, piano Pleyel (1848)

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Chopin
Chopin

Vassily Genrikovich

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para violino e piano – André Rieu – Richard Clayderman

12932975_1040374046028069_8988128838351721722_nSumido ando e sumido manter-me-ei se o reproche que vier para esta publicação conseguir lamber os garrões daquele, monstruoso, que para ela prevejo.

Fazer o quê? O PQP Bach dispõe-se a polinizar beleza na blogosfera e, por conseguinte, tem também o dever de espalhar polens que, se certamente causarão anafilaxia nos puristas, poderão trazer flor e fruto a ouvidos mais embrutecidos.

Peço que deponham os tomates podres e as adagas envenenadas que pretendiam endereçar a André, Richard e Vassily e sigam meu arrazoado:

O miliardário homenzarrão Rieu, natural de Maastricht, estudou nos conservatórios de sua cidade natal e de Liège antes de formar-se com o “Premier Prix” no Conservatório Real de Bruxelas, onde Henri Vieuxtemps e Eugène Ysaÿe ensinaram violino. Não, não é fraco o bicho.

O loiríssimo Clayderman, nascido Phillipe Pagès, teve que abortar seus estudos no Conservatório de Paris (território que já foi de Franck, Fauré e Messiaen) para ganhar fama e fortuna a encher os elevadores e consultórios de dentista com clássicos como “Dolannes Melody” que, para muitos (eu e meus sisos inclusos), evocam o barulhinho tétrico da famigerada broca e o cheiro do esmalte e da dentina por ela queimados.

Isso sem nem entrar no mérito de seu magnífico visual, digno de uma camisa 9 da Argentina na sangrenta Copa de 78
Isso sem nem entrar no mérito, claro, de seu magnífico visual.

Quanto a Vassily, bem, ele pegou a barca de Caronte e voltou para o Hades, onde, espera, os tomates, a chuva de adagas e o ranger de dentes não o alcançarão.

Antes de mandarem Cérbero, as Górgonas e todos o Titãs (ah, e Beethoven também!) em meu encalço, rogo-lhes que se dispam de seus preconceitos e deem às frondosas cabeleiras uma chance de fazê-los felizes.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

AS SONATAS PARA VIOLINO E PIANO – ANDRÉ RIEU E RICHARD CLAYDERMAN

CD 1

1. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 12: No. 1 in D major. 1. Allegro con brio
2. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 12: No. 1 in D major. 2. Tema con variazioni: Andante con moto
3. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 12: No. 1 in D major. 3. Rondo: Allegro
4. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 12: No. 2 in A major. 1. Allegro vivace
5. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 12: No. 2 in A major. 3. Allegro piacevole
6. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 12: No. 3 in E flat major. 1. Allegro con spirito
7. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 12: No. 3 in E flat major. 2. Adagio con molt’espressione
8. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 12: No. 3 in E flat major. 3. Rondo: Allegro molto
9. Sonata for violin & piano No. 4 in A minor, Op. 23: 1. Presto
10. Sonata for violin & piano No. 4 in A minor, Op. 23: 3. Allegro molto

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CD 2

1. Sonata for violin & piano No. 5 in F major (‘Spring’), Op. 24: 1. Allegro
2. Sonata for violin & piano No. 5 in F major (‘Spring’), Op. 24: 2. Adagio molto espressivo
3. Sonata for violin & piano No. 5 in F major (‘Spring’), Op. 24: 3. Scherzo: Allegro molto
4. Sonata for violin & piano No. 5 in F major (‘Spring’), Op. 24: 4. Rondo: Allegro ma non troppo
5. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 6 in A major: 1. Allegro
6. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 6 in A major: 2. Adagio
7. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 6 in A major: 3. Allegretto con variazioni
8. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 7 in C minor: 1. Allegro con brio
9. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 7 in C minor: 2. Adagio cantabile
10. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 7 in C minor: 3. Scherzo: Allegro
11. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 7 in C minor: 4. Finale: Allegro

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CD 3

1. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 8 in G major: 1. Allegro assai
2. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 8 in G major: 2. Tempo di minuetto, ma molto moderato e grazioso
3. Sonatas (3) for violin & piano, Op. 30: No. 8 in G major: 3. Allegro vivace
4. Sonata for violin & piano No. 9 in A major (‘Kreutzer’), Op. 47: 1. Adagio sostenuto – Presto
5. Sonata for violin & piano No. 9 in A major (‘Kreutzer’), Op. 47: 2. Andante con variazioni
6. Sonata for violin & piano No. 9 in A major (‘Kreutzer’), Op. 47: Variation 1
7. Sonata for violin & piano No. 9 in A major (‘Kreutzer’), Op. 47: Variation 2
8. Sonata for violin & piano No. 9 in A major (‘Kreutzer’), Op. 47: Variation 3
9. Sonata for violin & piano No. 9 in A major (‘Kreutzer’), Op. 47: Variation 4
10. Sonata for violin & piano No. 9 in A major (‘Kreutzer’), Op. 47: Coda: Molto adagio
11. Sonata for violin & piano No. 9 in A major (‘Kreutzer’), Op. 47: 3. Finale: Presto
12. Sonata for violin & piano No. 10 in G major, Op. 96: 1. Allegro moderato
13. Sonata for violin & piano No. 10 in G major, Op. 96: 2. Adagio espressivo –
14. Sonata for violin & piano No. 10 in G major, Op. 96: 3. Scherzo: Allegro
15. Sonata for violin & piano No. 10 in G major, Op. 96: 4. Poco allegretto

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André Rieu, violino
Richard Clayderman, piano

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Vassily Genrikhovich

O Mestre Esquecido, Capítulo I (Chopin: Scherzi – Antonio Guedes Barbosa)

PUBLICADA ORIGINALMENTE EM 24/7/2015

Quem foi Antonio Guedes Barbosa?

Um pianista paraibano, pessoense, que estudou com ninguém menos que Arrau e Horowitz, viveu a maior parte de sua carreira nos Estados Unidos e foi fulminado por um infarto com meros cinquenta anos?

Sim, respostas corretas.

Nada disso, no entanto, poderia prepará-los para o estupor de escutá-lo pela primeira vez. Façam um favor a si mesmos: baixem a gravação dos scherzi de Chopin logo abaixo e, depois de escutá-la, digam-me se não tenho razão.

O sujeito tocava DEMAIS. Era um verdadeiro MONSTRO do teclado.

E se vocês virarem instantaneamente tietes dele, como eu virei ao conhecer seu talento há já um quarto de século, certamente quererão mais, não é?

Pois é aí que vem a surpresa:

NÃO TEM MAIS.

Isso mesmo:

NÃO.

TEM.

MAIS.

Quer dizer, até tem, mas não muito: uma gravação das valsas e das mazurcas de Chopin, um álbum de Liszt, as Bachianas Brasileiras no. 4 (todas lançadas pelo falecido selo Kuarup Classics), esta gravação dos scherzi que ora lhes apresento (“ripada” de um LP), as sonatas nos. 2 e 3 de Chopin (disponíveis no YouTube, também a partir de um LP), e um que outro vídeo pingado pelo YouTube.

E só.

O sujeito foi um dos maiores pianistas do seu tempo, mas tudo o que a gente encontra sobre ele é um punhado de gravações, menções a outras, e algumas notas biográficas esparsas.

Eu acho isso uma desgraça inexplicável. Pior ainda: fora um que outro melômano fanático, parece que poucos já ouviram falar dele.

Consta que ele gravou para o selo Connoisseur Society, dos Estados Unidos, pelo qual lançou, entre outros, os LPs dos scherzos e das sonatas já citados. Procurei em toda parte o catálogo de tal gravadora, sem encontrá-lo. Daí me lembrei da clássica gravação do tcheco Ivan Moravec tocando os noturnos de Chopin, que também era da Connoisseur e que encontrei republicada pela Nonesuch. Naveguei pelo catálogo desta outra, salivando de expectativa, e tudo o que encontrei de Barbosa foi…

NADA.

N-A-D-A

Com o perdão por meu desabafo, que terá que ser em maiúsculas, sublinhado e em negrito, eu pergunto:

– ONDE FORAM PARAR AS GRAVAÇÕES DO GRANDE PIANISTA PARAIBANO ANTONIO GUEDES BARBOSA???

Destruídas por alguém? Sumiram? Estarão guardadas a sete chaves? Ou no limbo por conta de algum imbróglio familiar ou com alguma gravadora?

Enquanto eu preparo sua paradigmática gravação das valsas de Chopin para uma próxima postagem, vocês tentam resolver minha doída dúvida, enchendo a caixa de comentários esclarecedores.

ooOoo

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)

01 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 1: “Życzenie ” (transcrição de Franz Liszt, S.480 no. 1)
02 – Scherzo no.1 em Si menor, Op. 20
03 – Scherzo no .2 em Si bemol menor, Op. 31
04 – Scherzo no. 3 em Dó sustenido menor, Op. 39
05 – Scherzo no. 4 em Mi maior, Op. 54
06 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 12: “Moja pieszczotka” (transcrição de Franz Liszt, S.480 no. 5)

Antonio Guedes Barbosa, piano
LP do selo Connoisseur Society (New York, EUA), dos anos 70.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

NOTA: já avisei que se trata de uma gravação “ripada” do vinil, não avisei? Não reclamem dos estalidos, portanto, e agradeçam pela oportunidade de escutarem um mestre em ação!

Convidamos os fãs do Mestre Esquecido a acompanharem o GRUPO “ANTONIO GUEDES BARBOSA” no Facebook.

Vassily [revalidado em 15/1/2021]

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suítes para Violoncelo Solo – Julius Berger

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suítes para Violoncelo Solo – Julius Berger

MI0001033551Depois de minha estreia neste eudaimônico blogue, ainda sob os auspícios do patrono PQP Bach, prossigo em minha bicicleta, e já sem rodinhas, a largar música por suas veredas.

Começo com uma gravação que toca em cheio as fibras deste coração ademais durão: nada menos do que o primeiro CD importado que comprei, ainda no século passado.

Para os jovens entre vós outros que não entendem nem o fascínio de um CD importado, nem muito menos como poderia ele amaciar miocárdio tão rijo, eu explico:

Naqueles medonhos tempos em que não só se votava no Collor com esperança, mas também no Afif por causa do jingle, eu comprei meu primeiro CD player, então conhecido como “toca-discos-laser”. A indústria fonográfica brasileira já investia sua sanha caça-níqueis em explorar, como é de sua praxe, os veios do lucro fácil e abundante. Como bem se sabe, aqui ao sul do Equador tais mananciais estão sempre mais próximos do telecoteco e das letras marotas do que de qualquer coisa que envolva arcos, espigões e cordas de tripa. Por conta disso, os lançamentos nacionais em música erudita restringiam-se essencialmente a um punhado de gravações remixadas em compact discs por uma empresa, cujo nome não mencionarei aqui por, assim digamos, responsabilidade jurídica. Pois aquele inominado moedor de som tinha o peculiar talento de fazer até mesmo a Filarmônica de Berlim completa, tocando a “Abertura 1812” de Tchaikovsky com coro, carrilhões e canhão, soar como a charanga do Brasil de Pelotas (nada contra) a tocar do fundo de um tarro de leite – e, cúmulo do ultraje, ainda acondicionar os tristes produtos em caixinhas meio foscas e ganhar dinheiro com isso.

Havia, lógico, alternativas à agonia e ao desespero. Lojas especializadas e ar-condicionadas ofereciam uma cornucópia de gravações importadas para quem – em dólares, de preferência – se dispusesse a pagar por elas. A mim, espinhudo estudante, que não só vivia de mesada, mas ainda por cima mesada em cruzados novos (eu lhes falei que os tempos eram medonhos!), restavam só dois expedientes: o plantão permanente ao pé do dito três-em-um, munido de minhas fitas virgens, pronto para pulsar o “REC” a cada anúncio de obra favorita, ou, como já se disse, os fanhosos lançamentos da gravadora-da-qual-não-se-diz-o-nome.

Entre minhas jornadas no purgatório de melômano de classe média, eu peregrinava aos frescos templos ladrilhados de CDs da Deutsche Grammophon e ficava lá a gastar as horas, que me sobravam mais do que o dinheiro, a sorver o ar gelado, escutar os entreveros dos ubíquos anciãos que pareciam capazes de matar ou morrer por Karajan ou Celibidache – e, ah sim, salivar muito de cobiça.

Antes que encontremos Pollyana Moça e comecemos com ela o jogo do contente, eu pego a contramão, engato a segunda e lhes conto que houve um dia em que me caíram no colo cinquenta dólares, cuja origem não revelo nem sob tortura chinesa, que me eram suficientes para não somente uma, mas sim para DUAS daquelas cobiçadas caixinhas repletas de prazer aural.

Corri, claro, feito um Dodge à minha loja preferida. Quando cheguei, o proprietário – um híbrido do Homer Simpson com o Shylock d’O Mercador de Veneza – acabara de colocar uma gravação no toca-discos-laser, que é a mesma que vocês escutarão na faixa 1 do primeiro CD a seguir.

Que dizer daquilo?

Ainda hoje não saberia responder. Se daquele transe me sobrasse um neurônio sequer para uma palavra, ele me gritaria “SUBLIME”. E, enquanto meus sentidos viravam suco, um violoncelo – instrumento que eu tolamente acreditara ser monódico – tecia, em semicolcheias, engenhosas ilusões de harmonia e movimento.

Nem percebi o dinheiro trocando de mãos. Para Shylock Simpson, aquele foi tão só o tilintar de mais um punhado de dobrões. Para mim, jovem melômano, eram as chaves para um devoto amor que eu nunca mais deixaria.

E mais não lhes digo acerca da música, pois se eu lhe pudesse descrever a beleza em palavras, ela não precisaria, enfim, ser música.

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)

SEIS SUÍTES PARA VIOLONCELO SOLO, BWV 1007-1012

CD 01

SUÍTE NO. 1 EM SOL MAIOR, BWV 1007

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuet I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 4 EM MI BEMOL MAIOR, BWV 1010

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Bourrée I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO. 5 EM DÓ MENOR, BWV 1011

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavotte I & II
18 – Gigue

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CD 02

SUÍTE NO. 2 EM RÉ MENOR, BWV 1008
01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courrante
04 – Sarabande
05 – Menuet I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 3 EM DÓ MAIOR, BWV 1009

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Bourrée I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO.6 EM RÉ MAIOR, BWV 1012

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavotte I & II
18 – Gigue

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JULIUS BERGER, violoncelo de cinco cordas (Jan Pieter Rambouts, Amsterdam, 1700)

Julius Berger, todo faceirão
Julius Berger, todo faceirão

Vassily