C.P.E. Bach (1714-1788) / J.C. Bach (1735-1782) / J.S. Bach (1685-1750): Concertos para Piano – Anastasia Injushina – Hamburger Camerata & Ralf Gothóni ֎

C.P.E. Bach (1714-1788) / J.C. Bach (1735-1782) / J.S. Bach (1685-1750): Concertos para Piano – Anastasia Injushina – Hamburger Camerata & Ralf Gothóni ֎

C.P.Emanuel – J.Christian – J.Sebastian

BACH

Concertos para Piano

Anastasia Injushina, piano

Hamburger Camerata & Ralf Ghotóni

 

Emanuel, o mais bonito da família…

Apesar de serem pai e dois filhos, é quase como se nesse disco houvesse três gerações de compositores. Carl Philipp Emanuel era filho de Maria Barbara, a primeira mulher de Bach e tinha 21 anos quando Johann Christian nasceu. Nesta época, Emanuel já era músico formado.

Johann Christian era filho de Anna Magdalena, estudou com seu pai até a morte deste. A partir de então, o jovem de 15 anos foi morar e trabalhar com Carl Philipp Emanuel.

Posteriormente Johann Christian mudou-se para a Itália, em busca de se aperfeiçoar no estilo italiano. Viveu em Bolonha e em 1760 tornou-se organista da Catedral de Milão. Em 1762 viajou para Londres para apresentação de óperas e acabou transferindo-se para lá. Tonou-se empresário organizando concertos e associou-se a Carl Friedrich Abel.

John Bach

Carl Philipp Emanuel trabalhou em Berlim e depois em Hamburgo, onde substituiu seu padrinho, Georg Philipp Telemann. Assim como todos os seus irmãos, Emanuel e Johann Christian estudaram com Johann Sebastian, mas seguiram estilos diferentes, uma vez que o barroco, estilo que Sebastian elevara à perfeição, começava a dar lugar na preferência das pessoas ao estilo clássico, que eles ajudaram a estabelecer. C.P. Emanuel era conhecido como o Bach de Berlim e, depois, Bach de Hamburgo. J. Christian tornou-se John e era o Bach de Londres. Johann Christian teve grande influência na formação musical de Mozart.

Os concertos deste disco são típicos exemplos de seus estilos. O Concerto de Emanuel tem súbitas mudanças de andamento, que representam sua abordagem pessoal: ‘um estilo expressivo, geralmente turbulento, conhecido como empfindsamer stil – estilo sensível, em que aplicava os princípios da retórica e drama às estruturas musicais.

Os dois concertos de Johann Christian fazem parte de um conjunto de seis e estão bem próximos aos concertos de juventude de Mozart.

João Sebastião Ribeiro

Para completar o disco, um dos muitos concertos que Johann Sebastian adaptou para cravo, cordas e baixo contínuo, usando movimentos de concertos para outros instrumentos ou trechos de suas cantatas. Impossível imaginar que não tenham sido criados já como concertos para algum instrumento de tecla, tão o maravilhoso era o dom musical do genial Sebastian.

Para nos brindar com este lindo programa musical, temos como solista a pianista Anastasia Injushina, que começou seus estudos aos quatro anos, em São Petersburgo e aos dez anos já se apresentava em concertos. Em 1991 mudou-se para a Finlândia onde continuou a estudar e estabeleceu sua carreira musical.

Anastasia Injushina

Para acompanha-la, temos a excelente Hamburger Camerata, regida por Ralf Gothóni, que eu conhecia por suas gravações como pianista. Isto tudo com produção esmerada do selo finlandês Ondine.

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788)

Concerto para Piano em ré maior, Wq. 43 / 2 (H472)

  1. Allegro di molto
  2. Andante
  3. Allegretto

Johann Christian Bach (1735-1782)

Concerto para Piano em ré maior, Op. 7, No. 3, W. C57

  1. Allegro con spirito
  2. Rondeau: Allegretto

Concerto para Piano em mi bemol maior, Op. 7, No. 5 (W C59)

  1. Allegro di molto
  2. Andante
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685-1750)

Concerto para Piano em mi maior, BWV1053

  1. Allegro
  2. Siciliano
  3. Allegro

Anastasia Injushina, piano

Hamburger Camerata

Ralf Ghotóni

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MP3 | 320 KBPS | 165 MB

Anastasia dando uma entrevista para o canal do YouTube do PQP Bach…

The Hamburg Camerata string are in sparkling form. Anastasia Injushina’s articulation is admirably versatile, though ornaments tend to accent, rather than simply decorate, the slow movement’s beautifully languid line…Injushina captures the elegance of fluid scales and pert ornaments. [BBC Music Magazine 2013]

This music is an apt vehicle for Anastasia Injushina’s limpid pianistic facility and taste, but the touches of individuality in the writing and in the work’s significance in the development of the keyboard concerto are outweighed by reams of stock, note-spinning gestures.  [Gramophone 2013]

Aproveite!

René Denon

Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano Nos. 14, 23 & 17 – Ao Luar, Appassionata & A Tempestade – Nikolai Lugansky ֎

Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano Nos. 14, 23 & 17 – Ao Luar, Appassionata & A Tempestade – Nikolai Lugansky ֎

BTHVN

Sonatas para Piano

Ao Luar – Appassionata – A Tempestade

Nikolay Lugansky, piano

 

Quanto tempo você demora até perceber que um disco é bom? Há discos que você sabe na hora, e este é um deles. Bom não, ótimo!

Nikolai Lugansky

Nikolai Lugansky é um pianista virtuose já bem estabelecido, até fiquei surpreso por ser esta a sua estreia no blog. Como é possível adivinha pelo nome, Nikolai nasceu em Moscou e seus pais eram cientistas. Ele aprendeu uma sonata de Beethoven antes mesmo de saber ler música e Tatiana Nikolaieva foi sua professora, entre outros.

Na verdade, ele já gravou duas destas sonatas antes – ‘Ao Luar’ e ‘Appassionata’, para o selo Erato, em 2005. Aliás, ótimo disco, quem sabe dia destes aparece por aqui. Mas este traz a novidade com ele, acaba de ser lançado, e tem a ótima sonata: ‘A Tempestade’, como complemento.

Esta última sonata é a segunda de um conjunto de três, que integram o opus 31 do Ludovico, obras que ele compôs aos 31 anos, às quais ele se referia como um recomeço: Estou trilhando um caminho novo! Creio que ele se referia em particular a esta entre as três, que é cheia de dramáticos contrastes. É claro que a Sonata ‘Ao Luar’, que inicia piano, segue acelerando e termina con fuoco, e a ‘Apassionata’, cujo nome lhe cabe tão bem, recebem aqui interpretações excelentes, como ele já o fizera no disco anterior.

Eu adorei o disco e tenho ouvido o mesmo com frequência. Tanto que decidi postá-lo, para que vocês possam tirar suas conclusões.

Ah, depois de ouvirem a tempestuosa sonata, me digam se a conhecida anedota na qual Beethoven teria enigmaticamente respondido – Leiam A Tempestade, de Shakespeare! – ao ser interpelado sobre o sentido desta obra, é verossímil ou não… Puro Sturm und Drang!

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Piano No. 14 em dó sustenido menor, Op. 27 No. 2 ‘Ao Luar’

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Sonata para Piano No. 23 em fá menor, Op. 57 ‘Appassionata’

  1. Allegro assai
  2. Andante con moto
  3. Allegro ma non troppo – Presto

Sonata para Piano No. 17 em ré menor, Op. 31 No. 2 ‘A Tempestade’

  1. Largo – Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Nikolai Lugansky, piano

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Lugansky no Salão dos Espelhos do prédio da Fundação PQP Bach, em POA…

Comentário do Prestomusic: For this second volume of Beethoven sonatas, Nikolai Lugansky goes back in time and selects three milestones in the composer’s stylistic evolution: the ‘Moonlight’, the ‘Tempest’ and the ‘Appassionata’. The Master of Bonn gradually broke with the models he had inherited from the codes of Viennese Classicism in order to give free rein to affect, emotion and Romantic gesture.

With these three works, Beethoven laid the foundations of a free and humanistic art.

Aproveite!

René Denon

Miranda e a temestade, por J.W. Waterhouse

Mozart (1756 – 1791): Desperate Heroines – Árias – Sandrine Piau – Mozarteum Orchestra Salzburg – Ivor Bolton ֎

Mozart (1756 – 1791): Desperate Heroines – Árias – Sandrine Piau – Mozarteum Orchestra Salzburg – Ivor Bolton ֎

MOZART

Desperate Heroines

Sandrine Piau

Mozarteum Orchestra Salzburg

Ivor Bolton

 

Em lembrança do Mestre Avicenna!

Houve um período no qual eu frequentava as lojas do PQP Bach, mas do outro lado balcão, como consumidor… Inicialmente achava que tudo era obra de um só ente, algo assim entre Titã e Pantagruel, mas com o tempo e explorando as remotas regiões do seu cibernético espaço, comecei a divulgar diferenças nas postagens e me dei conta que o todo era resultado do esforço de um grupo de contribuintes.

Sandrine cantando para o pessoal do PQP Bach reunidos para o festim de São Paulo…

As postagens do Avicenna me chamaram a atenção devido a pequenos diferenciais, como o uso de cores nos títulos, o cuidado em realçar os links para os downloads, o arremate na postagem. Mas principalmente, me chamava a atenção uma certa coerência na escolha do que vamos aqui chamar de repertório. Passei a considera-lo um amigo com o qual tinha uma significativa identificação de gosto musical e daí a interpela-lo e deixar comentários nas postagens, foi um passo. Para minha surpresa e alegria, recebi resposta acolhedora, espirituosa e divertida. As brincadeiras em torno de sua musa, a lindíssima e charmosa Sandrine eram constantes.

Aqui trabalhamos como os remadores de Ben-Hur!

Acabei sendo convidado e me tornando um contribuinte do blog, membro dessa brancaleônica (mas orgulhosa) trupe devido à iniciativa do Avi, Mestre Avicenna. Nosso primeiro contato mais ‘humano’ foi um telefonema (ele me mandou um zap – posso te ligar às 19h?). Claro, foi a resposta. Nos falamos bastante e ele me deu várias dicas a sobre a (malas)arte de escrivinhar no blog.

Nos encontramos uma única vez, numa memorável tarde em São Paulo, numa reunião de alguns membros de nossa confraria, incluindo a alta diretoria.

Depois, com o tempo e os afazeres, fomos nos afastando um pouco. Ele deixou de fazer suas postagens, até o momento que, como disse o Bisnaga em sua singela postagem, foi ouvir os anjinhos in loco…

De qualquer forma, Avicenna, o Mestre Avi, assim como alguns de meus queridos amigos e irmãos na música, vai continuar em minhas conversações sobre esta absolutamente apaixonante arte.

Falando nisso, que achas daí, mestre, da escolha do disco para esta postagem? Sua pombinha cantando árias de um de meus mais queridos compositores… perfetto, non è vero?

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

  1. Le nozze di Figaro, K. 492, Act IV: L’ho perduta … Me meschina (Barbarina)
  2. Don Giovanni, K. 527, Act II: Crudele! Ah no, mio bene – Non mi dir (Donna Anna)
  3. La finta giardiniera, K. 196, Act I: Geme la tortorella (Sandrina)
  4. Mitridate, re di Ponto, K. 87, Act III: Ah ben ne fui presaga! – Pallid’ombre (Aspasia)
  5. Le nozze di Figaro, K. 492, Act IV: Giunse al fin il momento… (Susanna)
  6. La finta giardiniera, K. 196, Act II: Crudeli, fermate, crudeli (Sandrina)
  7. Idomeneo re di Creta, K. 366, Act II: Se il padre perdei la patria, il riposo (Ilia)
  8. Lucio Silla, K. 135, Act III: Sposo … mia vita … (Giunia)
  9. Il re pastore, K. 208, Act II: L’amero, saro costante (Aminta)

Sandrine Piau, soprano

Mozarteum Orchestra Salzburg

Ivor Bolton

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Ivor Bolton quando soube que seria o regente para o disco da Sandrine…

Piau recreates numb torment, fear and anger within the comparatively small expressive range of her soprano…And Ivor Bolton’s urging of the orchestral slings and arrows is everywhere minutely attuned to the elusive and delicate, nervous volatility Piau expresses so well. BBC Music Magazine, 2015

Ela…

Piau brings each of these women, amorous, vulnerable and/or tormented, to vivid life. Her tender shaping of ‘Non mi dir’ convinces you that Donna Anna does indeed love Don Ottavio…Elsewhere she finds an extra sensuous warmth in her tone for Susanna’s aria, and a darker intensity for Aspasia’s Gluckian ombra scena, and Sandrina’s ‘mad scene’. Gramophone, 2014

Ela continua linda, Mestre Avicenna!

René Denon

Delight in Disorder (Delícia de Bagunça): The English Consort of Two Parts – Pedro Memelsdorff & Andreas Staier ֎

Delight in Disorder (Delícia de Bagunça): The English Consort of Two Parts – Pedro Memelsdorff & Andreas Staier ֎

Vários Compositores

• Delight in Disorder •

English Consort of Two Parts

Pedro Memelsdorff, flauta doce

Andreas Staier, cravo

(Parabéns, Nancy!)

 

O título ‘Delight in Disorder’, algo assim como ‘Delícia de Bagunça’, resume o disco que traz o conhecido cravista alemão Andreas Staier e o flautista-doce Pedro Memelsdorff, nascido na Argentina e formado na Holanda, o verdadeiro protagonista.

Pedro Memelsdorff

A gravadora é alemã, mas a música é bem inglesa. Peças do período 1640 – 1680, anterior ao nascimento da trinca Bach, Handel e Scarlatti, é barroca, mas anterior ao tipo de música barroca a que estamos acostumados a ouvir.

Nesta época a música que frequentava os palácios tinha o mesmo sabor que a música das ruas, das pessoas comuns e isso garante a propriedade da primeira palavra do título do disco. Temos aqui uma coleção dos típicos gêneros da época: ayres, battles, suites, ballets e grounds.

Ayre ou air é uma canção com um solo (aqui dublado pela flauta) acompanhado por um alaúde (aqui dublado pelo cravo). John Dowland era um bamba no gênero. Aqui temos umas composições anônimas assim como composições dos irmãos William e Henry Lawes.

Andreas Staier

Battle é um gênero bem típico do barroco, no qual a música toma tons marciais e imita os sons de uma batalha. Nicola Matteis foi um violinista italiano que fez carreira e sucesso na Inglaterra, mas lá morreu em condições bem difíceis.

Não poderia faltar um gênero bem típico do barroco, a Suite, aqui representada por uma peça de Matthew Locke, que nasceu em Exeter e cantou no coro regido por Edward Gibbons, irmão do famoso Orlando Gibbons.

Para completar o disco ainda temos Ballets e Grounds, dois destes últimos da pena do príncipe dos compositores ingleses, Henry Purcell. John Cooper ou John Cowper foi um compositor e violista inglês que viajou pela Europa e acabou mudando seu nome para Giovanni Coprario (ou Coperario) e aqui deu sua cooperação nas masques.

Sei que nem todo o mundo tem a disposição de ouvir um disco todo de música com flauta, mas a bela bagunça aqui vale a investigação. Não deixe de ouvir alguns trechos e aposto que retornará mais vezes, para sentir-se transportado para uma época de (talvez) maior inocência do que esta nossa…

Delight In Disorder –

The English Consort of Two Parts 1640 – 1680

Henry Lawes

Ayres

  1. 3 Tunes New To John Playford’s Dancing Master (Anônimo)
  2. Why So Pale (William Lawes) / Bid Me To Live (Henry Lawes) / 2 Tunes New To John Playford’s Dancing Master (Anônimo)
Nicola Matteis

Battles

  1. Passages In Imitation Of The Trumpet, Ayres And Pieces IV (Nicola Matteis) / 5 Marches And Tunes From John Playford’s New Tunes (Anônimo)
Matthew Locke

Suites

  1. Fantazie Suite In A (Matthew Locke)
William Lawes

Ballets

  1. Court Masques Under Charles I And Charles II, 1640 – 1665 (Anônimo, Giovanni Coperario, William Lawes)
Giovanni Coperario
Henry Purcell

Grounds

  1. Toccata In A The Plaint, A Ground In A (Henry Purcell)
  2. The Black Joak, As ‘tis Perform’d At Dublin, Upon A Silent Ground In D, (Ca.1660)
  3. A Ground In D (Henry Purcell)

Pedro Memelsdorff, flauta doce

Andreas Staier, cravo

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MP3 | 320 KBPS | 162 MB

De um crítico amador entusiasta: Wonderful recorder music with a fine harpsichord accompaniment. Pedro Memelsdorff plays with both great expression and technical virtuosity. The selections are excellent as well. I listen to this frequently and have not tired of it at all.

E ainda outro: This is one of the 10 CDs I would bring to a desert island. Pedro Memelsdorff is probably the most poetic and elegant recorder player of the whole world.

Aproveite!

René Denon

Memelsdorff durante uma apresentação no Salão Marmóreo do Prédio da Fundação PQP Bach em Buenos Aires…

Domenico Scarlatti (1685-1757): 17 Sonatas – Zhu Xiao-Mei, piano ֍

Domenico Scarlatti (1685-1757): 17 Sonatas – Zhu Xiao-Mei, piano ֍

SCARLATTI

Sonatas

Zhu Xiao-Mei, piano

 

A miúda mulher oriental terminou de passar o aspirador de pó nos tapetes da sala e foi guardá-lo no armário que ficava embaixo das escadas. Na volta para a sala arrumou os CDs e livros que estavam espalhados sobre a linda coffee table ao lado do enorme sofá. Tudo parecia rotina, mais uma imigrante cumprindo um odd job, housecleaning – nossas diaristas aqui – no belo apartamento de alguém que a conheceu e a empregou. No entanto, ao terminar suas tarefas, no lugar de se arrumar e ir embora, a empregada abriu o piano e encheu o ambiente com as lindas melodias de uma sonata de Scarlatti.

Imagine se a dona da casa, a principal flautista da Orquestra Sinfônica de Boston, lá estivesse. Ficaria embasbacada com a beleza das interpretações destas antigas sonatas recriadas em seu maravilhoso instrumento pela estudante de piano do New England Conservatory of Music, Zhu Xiao-Mei.

Pois foi assim, durante seus anos de estudo em Boston, Zhu Xiao-Mei teve de trabalhar em tempo parcial fazendo bicos aqui e ali, para se manter. Até mesmo trabalhar para a flautista em troca de poder praticar em seu piano foi parte de sua trajetória até o sucesso. Ela que já havia passado muitas dificuldades em seus anos iniciais na China, durante a Revolução Cultural. Foi durante uma visita de Isaac Stern à China, em 1979, que ela conseguiu ser notada e acabou se tornando aluna do Conservatório em Boston. Mas todas estas dificuldades não a tornaram uma pessoa amarga, mas sim uma especial artista.

O livreto deste disco com 17 lindas Sonatas de Scarlatti, gravadas ao vivo na Sala Martinů da Academia de Música de Praga em 14 de janeiro de 1994, diz que força interior é o que caracteriza Zhu Xiao-Mei, além de luminosidade, limpidez e uma qualidade cada vez mais rara entre nós nos dias de hoje – modéstia. Ela é particularmente famosa por suas interpretações da música de Bach, mas este disco revela um mestre em Scarlatti. E como todo autêntico artista, ela não poupa críticas ao compositor. Xiao-Mei leu uma a uma todas as 555 sonatas de Scarlatti e não hesitou em dizer que considera algumas decepcionantes, mas dois terços delas contêm música de alta qualidade. Os aplausos só são ouvidos ao final da décima sétima sonata e o disco é arrematado com uma peça de Schubert, outro compositor que ela tem em alta conta.

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata em mi maior, K. 531 (L. 430)
  2. Sonata em mi menor, K. 98 (L. 325)
  3. Sonata em sol maior, K. 124 (L. 232)
  4. Sonata em sol maior, K. 125 (L. 487)
  5. Sonata em si menor, K. 87 (L. 33)
  6. Sonata em si menor, K. 27 (L. 449)
  7. Sonata lá maior, K. 533 (L. 395)
  8. Sonata em ré menor, K. 32 (L. 423)
  9. Sonata em ré menor, K. 141 (L. 422)
  10. Sonata em fá sustenido menor, K. 142
  11. Sonata em fá sustenido menor, K. 25 (L. 481)
  12. Sonata em fá menor, K. 69 (L. 382)
  13. Sonata em fá menor, K. 481 (L. 187)
  14. Sonata em fá menor, K. 386 (L. 171)
  15. Sonata em si bemol menor, K. 128 (L. 296)
  16. Sonata em lá maior, K. 39 (L. 391)
  17. Sonata em lá maior, K. 113 (L. 345)

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Allegretto em dó maior, D. 915

Zhu Xiao-Mei, piano

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Você não imagina a cara da flautista depois que Zhu Xiao-Mei mudou-se para Paris e foi morar em um lindo apartamento próximo do Sena e da Catedral de Notre-Dame…

Aproveite!

René Denon

Zhu Xiao-Mei

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg – Jeremy Denk, piano ֎

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg – Jeremy Denk, piano ֎

BACH

Variações Goldberg

Jeremy Denk, piano

 

 

Rod Laver é um senhor que aparece nas famosas quadras de tênis do mundo todo, inclusive há uma delas que leva seu nome. Ele quase sempre está ao lado de uma mulher a quem explica os lances do jogo, seus olhos particularmente lacrimejantes se acendem quando ocorre uma jogada mais impressionante.

Rod Laver foi o tenista Top 1 nos anos sessenta e setenta e faz jus a todos os mimos que recebe da tribo durante os grandes torneios.

Menciono isso pois meu alter ego tenista está muito motivado pelo primeiro grande slam do ano, o Australian Open que está entrando na segunda e decisiva semana. Grandes jogos que acontecem noite adentro, pois que Melbourne fica lá, do outro lado do mundo.

Eu gosto de assistir a estes eventos ouvindo música – a TV no mute e o headphone tocando boa música – pois que em geral a esta hora já estão todos dormindo.

E qual seria a música mais adequada para uma ocasião como esta? Eu não tive dúvidas – aquela que Bach compôs para o jovem cravista tocar nas insones noites do embaixador russo na Corte da Saxônia, o Conde Kaiserling. Definitivamente, não se fazem mais embaixadores russos como antigamente…

Pois foi assim, pelas madrugadas insones assistindo a jogos de tênis que cheguei a esta joia de disco. E vocês sabem, assim que encontro uma destas pipetas de ouro, trato logo de dividi-la com vocês outros…

Jeremy antes de responder a pergunta do pessoal do PQP Bach se ele realmente detesta as Variações Goldberg…

O disco é de 2013, mas só agora meus mecanismos de busca conseguiram chegar até ele. Um querido amigo da Matemática já o havia mencionado com muitos louvores e valeu a espera. Ótima música, jogo excelente, noite perfeita!

A ária já prenuncia uma ótima gravação e a entrada da primeira variação é vencedora. Fica claro que há um expert no comando. E há poesia também, como você poderá ouvir na Variação No. 7.

Há dois momentos que considero muito importantes para julgar o sucesso de uma gravação das Variações Goldberg. Uma delas é a Variação 16, uma Overture, um recomeço, que segue à pensativa Variação 15. É preciso virar essa página sentindo-se revigorado, mas ainda com expectativas do que está por vir. Outro destes momentos reveladores é a mais longa das variações, a de No. 25, chamada Pérola Negra. Depois dela é só completar o ciclo, assim como o sprint final e correr para o abraço, que é a repetição da ária. Pois o Jeremy, que escreveu o provocativo artigo intitulado ‘Why I hate the Goldberg Variations’, mostra muita afeição pela obra e passa com flying colors nestes meus dois testes. Um disco para se ouvir muitas e muitas vezes…

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Variações Goldberg

Jeremy Denk, piano

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As it happens, Denk’s excellently engineered interpretation proves equally enjoyable and stimulating, with all repeats observed, including the Aria da capo. The opening Aria’s decorative phrases sing out with lightness and pliability in Denk’s hands, followed by a bouncy, crisply articulated Variation 1. […] Still, it’s clear that Denk has seriously lived with, thought about and (obviously) practised the Goldberg Variations to the point where ideation and execution barely differ, and that’s no small achievement. [Gramophone]

This CD is another to cherish in the huge catalogue of Goldberg recordings.      [Fiona Maddocks]

Aproveite!
René Denon

Será que dá para esticar ainda mais um pouquinho?

Talvez você gostaria de visitar estas postagens aqui, depois desta…

Bach (1685–1750) – Variações Goldberg – Pavel Kolesnikov ֍

Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 25 & 20 – Jeremy Denk & The Saint Paul Chamber Orchestra ֎

Schubert (1797-1828): Sonata para Piano D. 959 & Impromptus, D. 899 – Irina Chukovskaya ֍

Schubert (1797-1828): Sonata para Piano D. 959 & Impromptus, D. 899 – Irina Chukovskaya ֍

Schubert

Sonata em lá maior, D. 959

4 Impromptus, D. 899

Irina Chukovskaya, piano

 

Uma semana desde que testei positivo para covid, todinha passada de quarentena. Tem sido como uma gripe, um resfriado, graças às doses de vacina. Mandarei fazer uma camiseta tipo OktoberFest: Vacinas, tomo todas! A melhor frase que vi no fb nestes dias: Se nenhum de seus amigos está com covid, é porque você não tem amigos!

No grupo de Zap do tênis, vários, no grupo de recém ou quase aposentados do meu trabalho, também. Mas, vamos ao que interessa, que a música ajudou um bocado a passar estes dias.

Algumas peças musicais se tornaram famosas especialmente por serem tecnicamente difíceis. A Balada em sol menor, de Chopin, assim como Islamey, de Balakirev e Scarbo, de Ravel, são exemplos do que eu quero dizer. Esta última peça, Scarbo, foi escrita por Ravel buscando suplantar Islamey em dificuldade…

O Concerto para Orquestra, de Bartók, costumava ser peça que metia medo em qualquer orquestra e regente. Mas, esta dificuldade pode ter se tornado em um tipo de maldição, pois o desafio técnico atrai virtuoses dos quatro cantos do mundo. Neste exato momento, há em algum obscuro conservatório algum prodígio de piano ainda desconhecido praticando à exaustão alguma destas peças pensando no próximo concurso que o tornará famoso e lhe abrirá as portas das salas de concerto mundo afora.

A superexposição nem sempre revela novos aspectos da peça, que é apresentada mais com o olho no cronometro do que nos possíveis sorrisos da audiência.

As peças para piano de Schubert, suas sonatas e outras obras características conseguiram ficar incólumes a esses assaltos – uma vez que são bem menos complicadas, do ponto de vista técnico. No caso destas obras, o desafio pode ser bem outro, que seja o de expor suas expansivas estruturas e seu universo lírico de maneira atraente e convincente.

O disco desta postagem faz isso, apresenta estas peças de maneira atraente, envolvente, renunciando à pirotecnia e deixando a música se apresentar de maneira inteira. Temos um disco com música de Schubert servida por uma pianista russa gravada por um selo polonês. A sonata é a penúltima das três grandes sonatas compostas por Franz Schubert uns poucos meses antes de morrer. O seu último movimento usa os mesmos temas de uma sonata de juventude e é um dos meus movimentos favoritos.

Os Impromptus são exemplos do que eu chamo música líquida… A sensação de um fluxo contínuo de sons luminosos me ocorre sempre que encontro uma interpretação que me agrada.

É bem possível que a pianista Irina Chukovskaya não seja sua conhecida, mas não se preocupe muito com isso. Ela tem todas as credenciais necessárias para interpretar qualquer página da literatura de piano e ela (ainda bem) escolheu estas maravilhas para gravar o disco. Anote o número de vezes que sorrir descuidadamente ao ouvi-lo e depois me conte…

Franz Schubert (1797 – 1828)

Sonata para Piano em lá maior, No. 20, D. 959

  1. Allegro
  2. Andantino
  3. Scherzo. Allegro vivace
  4. Rondo. Allegretto

4 Impromptus, D899 (Op. 90)

  1. 1 em dó menor – Allegro molto moderato
  2. 2 em mi bemol maior – Allegro
  3. 3 em sol bemol maior – Andante
  4. 4 em lá bemol maior – Allegretto

Irina Chukovskaya, piano

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Irina Chukoskaya em video conference com o pessoal da redação do PQP Bach Corp

A student of Stanislav Neuhaus and Vera Gornostayeva, prominent teachers and heirs to the Neuhaus school (after graduation from the Moscow Conservatory the pianist improved her skills with Dmitri Bashkirov and Mikhail Kollontai), Irina Chukovskaya won the Chopin International Competition in Warsaw in 1980. Today, the pianist gives concerts and master classes around the world constantly expanding her repertoire.

Schnabel’s 1937 recording of this sonata shows the way, and Chukovskaya plays in the same mode. Like Schnabel, she looks for potential drama to bring out, as in the contrasting themes in the Scherzo. Her reading of that movement is exceptional, in fact. In the finale she leans into the moving line rather than letting the songful main theme glide more expansively. There’s a more poised way to approach the finale, but Chukovskaya’s is satisfying.           [Fanfare Jul/Aug 2020]

Aproveite!
René Denon

Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano Op. 78 • 101 • 111 – Ingrid Marsoner ֍

Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano Op. 78 • 101 • 111 – Ingrid Marsoner ֍

Beethoven

Sonata para Piano, Op. 101

Rondó Op. 129

Sonatas para Piano, Op. 78 & 111

Ingrid Marsoner

 

Fui até uma farmácia, paguei R$ 120 e um simpático enfermeiro enfiou-me nas narinas (nas ventas, teria dito meu saudoso pai) um cotonete que de tão longo parecia o espadachim do Zorro. Quinze minutos depois ele deu-me o resultado: positivo para Covid. Ou, DETECTADO, como diz lá no resultado. Detectado resultado reagente para Antígeno SARS-CoV-2 na amostra. Nunca fiquei tão desapontado com um resultado positivo em toda a minha vida, mas vocês hão de convir, essa coisa de resultado é relativa.

Como não sou negacionista e dou muita atenção para o que diz a ciência, estou com todas as três doses de vacina tomadas e também a vacina da gripe. Assim, espero passar esta fase como todos aqueles que escutaram a voz da razão e buscaram os recursos disponíveis, com sintomas leves e em casa. Até aqui, tudo bem…

O que você faria neste caso? Provavelmente, o mesmo que eu, com pequenas variações, dependendo do seu próprio grau de neurose…

Ingrid flagrada em um passeio no Jardim Botânico da sede do PQP Bach do Rio de Janeiro…

Eu decidi ouvir este disco com sonatas para piano de Beethoven. A intérprete, Ingrid Marsoner, é austríaca e foi aceita na Academia de Música de Graz aos 11 anos, como aluna de Sebastian Benda, que fora aluno de Edwin Fischer. Depois foi estudar com Rudolf Kehrer em Viena. Suas principais  inspirações musicais são os eminentes pianistas Tatiana Nikolaieva, Paul Badura-Skoda e Alfred Brendel.

O repertório do disco é muito interessante. Peças para piano de Beethoven de seu último período, pelo menos a linda Sonata op. 101, que inicia o disco, e a Sonata op. 111, a última do compositor e do disco. Há também famoso Rondó – Raiva pela perda de um real! – que é uma obra de juventude e foi publicada tardiamente, o que explica o elevado número de opus. No manuscrito da peça se encontra este nome, mas não nos garranchos do Ludovico, e podem muito bem ser do seu secretário marketeiro e imaginoso Anton Schindler. De qualquer forma, a propósito da estrutura do Rondó, o libreto menciona muito poeticamente uma citação de Christian Friedrich Hobbel – Uma pessoa só pode se transformar naquilo que ela já é!

A sonata dedicada à Teresa Brunswick parece ser também uma espécie de exercício, mas que beleza de sonatina. O Rondo é a sonatazinha fazem um certo interlúdio para a grande e última sonata, op. 111. O livreto também fala na diferença entre a poesia e a filosofia. Texto um pouco hermético, pelo menos para moi, mas que lindas ideias. Ouvir essa música buscando o caminho da poesia e não da filosofia, me deixou mais animado no fim do dia.

Não deixe de ouvir este desimportante e im-PER-DÍ-VEL disco, sem compará-lo com esta ou aquela interpretação – apenas sente-se e aproveite. Depois, me conte…

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Piano No. 28 em lá maior, Op. 101

  1. Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung. Allegretto ma non troppo
  2. Lebhaft. Marschmäßig. Vivace alla marcia
  3. Langsam und sehnsuchtsvoll. Adagio, ma non troppo, con affetto + IV. Geschwind, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit. Allegro

Rondo a capriccio em sol maior, Op. 129 “Raiva pela perda de um real!”

  1. Rondó

Sonata para Piano No. 24 em fá sustenido maior, Op. 78 “à Thérèse”

  1. Adagio cantabile-Allegro ma non troppo
  2. Allegro vivace

Sonata para Piano No. 32 em dó menor, Op. 111

  1. Maestoso-Allegro con brio ed appassionato
  2. Arietta. Adagio molto semplice e cantabile

Ingrid Marsoner, piano

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Ludovico procurando por seu secretário…

Vejam o que o pessoal entendido achou do disco:

“Ingrid Marsoner’s interpretation of Sonata Op. 78 is fluent and nuanced, genuine and devoted, sensitive and inspired, with rhapsodic tension and conviction. She extracts many a design secret from this wonderful F# major Sphinx.”
Klassik Heute – Rainer E. Janka – July 2017

“It may be in the craggy, windswept heights of Op 111 that Marsoner is most impressive … Here, Marsoner’s ability to suggest the mighty integrity of Beethoven’s architecture from multiple points of view within the musical narrative is particularly impressive. This is mature Beethoven which will be understandable by virtually anyone, even as it remains engagingly personal in expression. Without awe, Marsoner expresses her reverence for Beethoven with scrupulous attention to detail. This well-recorded disc will be a welcome addition to any library of Beethoven piano music

Gramophone – Patrick Rucker – July 2017

Aproveite!

René Denon

Telemann (1681-1767): Concertos para Viola – Aberturas – Fantasias – Antoine Tamestit & Akademie für Alte Musik Berlin ֎

Telemann (1681-1767): Concertos para Viola – Aberturas – Fantasias – Antoine Tamestit & Akademie für Alte Musik Berlin ֎

Telemann

Concertos para Viola e Aberturas

Sonata e Fantasias

Antoine Tamestit, viola

Akademie für Alte Musik Berlin

 

Ano novo, disco novo! O disco é de 2022 e tem muitas virtudes: ótimo solista e excelente orquestra. A escolha do repertório também. Cheguei a ele atraído pelo Concerto para Viola, que conhecia de um disquinho produzido pela Naxos. E o concerto está renovado neste disco, como que renascido. Há na parte de trás do disco um texto mencionando o pioneirismo de Telemann ao escrever música para solo de viola. Pois ouvindo tudo, lembro também a enorme habilidade que ele tinha de encontrar uma melodia adequada para cada instrumento.

Antoine Tamestit

O programa também nos oferece uma boa variação. Temos duas suítes orquestrais com música colorida e com um certo sabor exótico, uma sonata para duas violas e duas fantasias escritas para violino solo, arranjadas para viola pelo solista, Antoine Tamestit. Para fechar o programa, um concerto para duas violas.

Antoine Tamestit atua como músico de câmara, fazendo parte de um Trio de Cordas, com o violinista Frank Peter Zimmermann e com o violoncelista Christian Poltéra, com os quais gravou trios de Mozart e Beethoven. Tem atuado com a Akademie für Ancient Musik Berlin, participando da gravação dos Concertos de Brandemburgo. Antoine também gravou um concerto para viola escrito para ele pelo compositor contemporâneo Jörg Widmann. Este disco eu não ouvi, mas fiquei curioso.

Georg Philipp Telemann (1681 – 1767)

Overture (Suite) TWV 55:B8 em si bemol maior para cordas e b.c. ‘Ouverture burlesque’

  1. Ouverture. Lentement – Vif – Lentement
  2. Scaramouches. Vite
  3. Harlequinade. Plaisant
  4. Colombine. Con grazia
  5. Pierrot. Vite
  6. Menuet I – Menuet II. Vivement
  7. Mezzetin en Turc. Très vite

Concerto TWV 51:G9 em sol maior para viola, cordas e b.c.

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Andante
  4. Presto

Sonata en Canon TWV 40:121 em ré menor

  1. Vivace ma moderato
  2. Piacevole non largo
  3. Presto

Fantasia para solo de violino No. 2 em sol maior, TWV 40:15

arr. for viola: Antoine Tamestit

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Allegro

Overture (Suite) TWV 55:g2 em sol menor para cordas e b.c. ‘La Changeante’

  1. Overture. Lentement – Vite – Lentement
  2. Loure
  3. Les Scaramouches. Vitement
  4. Menuet I – Menuet II. Doux
  5. La Plaisanterie
  6. Hornpip
  7. Avec douceur
  8. Canarie

Fantasia para solo de violino No. 1 em si bemol maior, TWV 40:14

Arr. for viola: Antoine Tamestit

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Grave
  4. Allegro da capo

Concerto TWV 52:G3 em sol maior para duas violas, cordas e b.c.

  1. Avec douceur
  2. Gaÿ
  3. Largo
  4. Vivement

Antoine Tamestit, viola

Sabine Fehlandt, segunda viola (Sonata e Concerto)

Akademie für Alte Musik Berlin

Bernhard Forck

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Viola e seu irmãozinho

A precursor in this field as in so many others, Telemann gave the viola its very first masterpieces, immediately establishing it as a solo instrument in its own right.

Alongside Sabine Fehlandt and the musicians of the Akademie für Alte Musik Berlin, Antoine Tamestit pays splendid tribute to this pioneering music, which blends melodic charm and contrapuntal rigour into an organic whole.

AAM Berlin

Aproveite!
René Denon

E não me venham com piadas sobre a viola…

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas para Baixo – David Greco – Luthers Bach Ensemble – Tymen Jan Bronda ֎

BACH

Cantatas BWV 56, 82 & 158

David Greco, baixo

Luthers Bach Ensemble

Tymen Jan Bronda

Este disco contém três cantatas para solo de baixo. Duas delas são espetaculares – BWV 56 e 82. Pesquisadores acreditam que ambas foram escritas para o mesmo solista, um estudante de direito em Leipzig, chamado Johann Christian Samuel Lipsius.

Eu tenho uma forte predileção pela Cantata BWV 82 e acho que o Johann Sebastian também tinha. Há quatro versões dela e a ária ‘Schlumert ein’, uma das mais bonitas que ele escreveu, também aparece em um caderno de música de Anna Magdalena Bach. É uma linda canção de ninar. Mas, um aviso aos navegantes, Albert Schweitzer a chamava Canção de Ninar para o Sono Eterno! Isso é porque toda a cantata reflete a perspectiva que o ambiente onde Bach vivia tinha sobre a morte – Ich habe genug –, o título e primeira frase da cantata, é algo assim como ‘Já deu para mim’. A morte era a passagem do misere terrestre, com dores e furúnculos, para o alívio e descanso eterno. Bom, muito o que pensar aqui, mas vamos a música, que é ótima!

Greco dando uma força para os baixos do Coral do PQP Bach em uma apresentação dia destes…

O solista do disco da postagem é australiano – David Greco – e completou sua formação na Holanda, onde colaborou com o pessoal do Luthers Bach Ensemble desde a sua formação. Assim, apesar de bastante jovem, ele é muito experiente para interpretar estas grandes obras.

Eu sei que este repertório já foi gravado por muitos cultuados intérpretes. Eu particularmente gosto das interpretações (bastante diferentes) de Olaf Bär, Thomas Quasthoff e Peter Kooy. Mas deixem essas feras guardadas e aproveitem esta beleza de disco. Ouça como a escolha de instrumentos dedilhados para reforçar o baixo contínuo torna esta gravação ótima.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Cantata BWV 82 ‘Ich habe genug’

  1. Ich habe genug
  2. Ich habe genug! Mein Trost ist nur allein
  3. Schlummert ein, ihr matten Augen
  4. Mein Gott! Wann kömmt das schöne
  5. Ich freue mich auf meinen Tod

Cantata BWV 158 ‘Der Friede sei mit dir’

  1. Der Freide sei mit dir
  2. Welt, ade, ich bin dein müde
  3. Recitative and Arioso. Nun Herr, regiere meinen Sinn
  4. Hier ist das rechte Osterlamm

Cantata BWV 56 ‘Ich will den Kreuzstab gerne tragen’

  1. Ich will den Kreuzstab gerne tragen
  2. Mein Wandel auf der Welt
  3. Endlich, endlich wird mein Joch
  4. Recitative and Aria. Ich stehe fertig und bereit
  5. Coro: Komm, o Tod, du Schlafes Bruder

David Greco, baixo

Joanna Huszcza, violino

Amy Power, oboé

Luthers Bach Ensemble

Tymem Jan Bronda

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O pessoal do Luthers Bach Ensemble

Descansem bem estes olhinhos…

Aproveite!

René Denon

Gravação antológica da Cantata ‘Ich habe genug’

Bach (1685-1750): Toccata e Fuga BWV 565 e outras peças para órgão – Simon Preston ֎

Bach (1685-1750): Toccata e Fuga BWV 565 e outras peças para órgão – Simon Preston ֎

BACH

Obras para Órgão

Simon Preston

 

 

A primeira obra para órgão de Bach que ouvi foi a Toccata e Fuga em ré menor, interpretada pelo enigmático Capitão Nemo, no filme 20 000 Léguas Submarinas.

É claro, há a versão orquestrada no Fantasia, o famoso filme de Walt Disney, mas hoje estamos falando de órgão. Esta obra, apesar de ser uma das mais populares peças de Bach, assim como o coral Jesus, Alegria dos Homens e a tal Ária na Corda Sol, pode até ter nascido como uma peça para violino e há alguma dúvida se seria mesmo da autoria do grande compositor.

Não há muito o que se preocupar, apenas aproveite esta boa música, intensa e tão bem interpretada aqui pelo Simon Preston.

Simon prestando muita atenção aos pedidos feitos pelos nossos seguidores…

No entanto, devo dizer que cheguei a este disco em busca de outra peça, esta sim de Bach, as Variações Canônicas sobre o Hino de Natal ‘Vom Himmel hoch, da komm’ ich her’, BWV 769. Andava as voltas com o texto da última postagem de A Arte da Fuga e acabei mencionando-a. De enfiada, fui buscar alguma gravação para ouvir e lembrei-me dos discos gravados pelo ótimo Simon Preston, dos quais já postamos dois (1 & 2). O editor chefe postou uma antologia da série que pode ser acessada aqui.

Mas, voltando ao disco desta postagem, além das já mencionadas Toccata e Fuga e Variações Canônicas, há ainda outras excelentes peças. Destaque para a Fantasia e sol maior, que é uma delícia de se ouvir, e a última peça do disco, a imponente Prelúdio e Fuga ‘St. Anne’.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Toccata e Fuga em ré menor, BWV565
  1. Toccata: Adagio
  2. Fuga
Fantasia em sol maior, BWV572
  1. Très vitement
  2. Gravement
  3. Lentement
Variações Canônicas sobre o Hino de Natal ‘Vom Himmel hoch, da komm ich her’, BWV769
  1. Variatio 1: Nel canone all’ottava
  2. Variatio 2: Alio modo, nel canone alla quinta
  3. Variatio 3: Canone alla settima
  4. Variatio 4: Per augementationem. nel canone all’ottava
  5. Variatio 5: L’altra sorte del canone al rovescio: 1) alla sesta, 2) alla terza, 3) alla seconda e 4) alla nona
Prelúdio e Fuga em ré maior, BWV532
  1. Prelúdio
  2. Fuga
Pastoral em fá maior, BWV 590
  1. em fá maior (I)
  2. em dó maior
  3. em dó menor
  4. em fá maior (II)
Prelúdio Fuga em mi bemol maior, BWV552 ‘St Anne’
  1. Prelúdio pro organo pleno
  2. Fuga a 5 con pedale pro organo pleno

Simon Preston, órgão

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Kreuzbergkirche, Bonn. Local da gravação…

Recorded in 1988, the disc shows Simon Preston at his freshest and most communicative!

Aproveite!

René Denon

PS: Se você gosta de música de Bach para órgão, não deixe de visitar esta postagem aqui…

Bach (1685-1750): Joy of Bach – Keiko Nakata

Bach (1685-1750): A Arte da Fuga – Evgeni Koroliov, piano ֍

Bach (1685-1750): A Arte da Fuga – Evgeni Koroliov, piano ֍

BACH

A Arte da Fuga

Evgeni Koroliov, piano

 

O ano 2021 não terminou, mas esperneia seus últimos dias, o Natal já é folhinha arrancada do calendário. Eu olho a lista de decisões para o próximo ano e vejo: ouvir a Arte da Fuga, muitas vezes!

Entre as obras de Bach, esta é certamente uma das mais enigmáticas e, por isso, há fake news em torno dela.

Uma delas é a romântica visão de Johann Sebastian, já em ânsias de morte, escrevendo ainda uma fuga e sendo arrebatado pela süsse Tod, deixando-a assim, inacabada. Ou seja, como há uma fuga inacabada, fica a impressão que esta tenha sido a última obra composta por ele. Na verdade, a composição da Arte da Fuga remonta aos anos iniciais de 1740, o mesmo período de outras obras mais abstratas, Clavierübung, Cravo Bem Temperado e Variações Goldberg. Os últimos esforços de Bach foram para a publicação destas obras.

Outra questão foi mencionada pelo leitor Mario Olivero em sua resposta deixada nos comentários da postagem A Arte da Fuga/Le Consort de Violes des Voix Humaines sobre qual instrumento deveria ser usado na execução da obra, ou mesmo se a mesma teria sido escrita para ser executada ou apenas ‘lida’.

 

Essa pergunta se deve ao fato de a obra ter sido publicada sem qualquer indicação além das notas. Este tipo de escrita musical era usado para complicadas peças para órgão desde o século anterior. O próprio Bach havia publicado as Variações Canônicas sobre Vom Himmel hoch, BWV 769, primeiro nesta forma e posteriormente numa versão ‘executável’.

Acredito que Johann Sebastian muito apreciaria ver sua obra sendo executada e eu gosto de ouvi-la nas mais diferentes maneiras. Se bem que tenho uma certa predileção pelas gravações feitas ao piano. A menção da obra nos comentários mencionados certamente me colocou em boa disposição para audições e fui então mexer em meus guardados. Foi assim que cheguei a esta gravação, feita pelo Evgeni Koroliov. Algumas de suas gravações de outras obras (partitas, suítes francesas…) haviam me deixado um pouco reticente e só agora realmente ouvi a Arte da Fuga. Pois fui gostando um pouquinho mais a cada audição, tanto que decidi postá-la.

Nesta gravação, as fugas (contrapontos) estão dispostas em sequência e intercalados vez ou outra pelos cânones. A faixa 20, Fuga à 3 soggetti (Contrapunctus XIV) é aquela que Bach deixou inconclusa. As duas últimas faixas tocam após uma pequena pausa, com duas fugas para quatro mãos (2 claviere) que Bach deixou como fugas alternativas. Nestas peças Koroliov é acompanhado por Ljupka Hadzi-Georgieva.

Acho que nos próximos dias ouvirei as suas outras gravações novamente. Veremos…

Johan Sebastian Bach (1685 – 1750)

A Arte da Fuga

  1. Contrapunctus I
  2. Contrapunctus II
  3. Contrapunctus III
  4. Contrapunctus IV
  5. Contrapunctus V
  6. Contrapunctus VI à 4 in stylo francese
  7. Canon allà ottava
  8. Contrapunctus VII à 4 per augmentationem et diminutionem
  9. Canon per augmentationem in contrario motu
  10. Contrapunctus VIII à 3
  11. Contrapunctus IX à 4 alla duodecima
  12. Contrapunctus X à 4 alla decima
  13. Contrapunctus XI à 4
  14. Canon III alla decima in contrapunto alla terza
  15. Contrapunctus XII à 4 in forma rectus
  16. Contrapunctus XII à 4 in forma inversus
  17. Contrapunctus inversus XIIIa à 3 forma recta
  18. Contrapunctus inversus XIIIb à 3 forma inversa
  19. Canon IV alla duodecima in contrapunto alla quinta
  20. Fuga à 3 soggetti (Contrapunctus XIV)
  21. Fuga à 2
  22. Fuga inversa à 2 claviere

Evgeni Koroliov, piano

Ljupka Hadzi-Georgieva, piano II (faixas 21 e 22)

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Gyorgy Ligeti said “if I am allowed only one musical work on my desert island, then I should choose Koroliov’s Bach, because forsaken, starving and dying of thirst, I would listen to it right up to my last breath.”
That’s written on the back of this CD package. What’s inside the package totally justifies the hyperbole. It is, in fact, one of the rare performances of Art of Fugue that truly transcends the idea that it is a work more for the eye and brain than the ear and heart.
This is playing of thoughtful mastery, profound and supremely articulated. As with Gould, there’s a strong personality at work, but this one is a bit less impious. Koroliov’s WTC and Goldbergs are excellent but this is his finest recording.

Aproveite!

René Denon

Beethoven (Arr. Mahler): Quarteto de Cordas, Op. 95 & Brahms (Orq. Schoenberg): Quarteto com Piano, Op. 25 – Wiener Philharmoniker & Christoph von Dohnányi ֍

Beethoven (Arr. Mahler): Quarteto de Cordas, Op. 95 & Brahms (Orq. Schoenberg): Quarteto com Piano, Op. 25 – Wiener Philharmoniker & Christoph von Dohnányi ֍

Beethoven/Mahler

Quarteto de Cordas ‘Serioso’

Brahms/Schoenberg

Quarteto com Piano ‘alla zingarese’

Wiener Philharmoniker

Christoph von Dohnániy

Qual é o limite entre música de câmara e música orquestral? Uma forma bem simples de decidir a questão é considerar o número de instrumentos usados na apresentação e estabelecer a fronteira – um noneto ainda seria música de câmara? Isso sem falar nas obras escritas para orquestra de câmara e toda a música escrita no período que vagamente denominamos ‘barroco’.

No entanto, há outros aspectos que transcendem o número dos instrumentos e que se refere à natureza da própria música. Quantos são os comentários que tratam das ‘dimensões orquestrais’ de certas sonatas para piano de Beethoven ou das ‘características camerísticas’ de algumas obras orquestrais de Mahler?

Como tudo na vida e em especial na música, a tentativa de rotular e estabelecer compartimentos estanques para colocar as coisas (e, pior ainda, as pessoas) sempre encontrará contraexemplos e deve ser tomado no sentido mais flexível possível.

Dia destes postei um disco com ‘reduções’ de obras orquestrais para conjuntos camerísticos – disco no qual se destacavam os nomes do Quarteto Arditti e de Arnold Schoenberg. O disco desta postagem vai na outra direção, onde temos arranjos para conjuntos maiores de obras originalmente escritas para conjuntos de câmara.

O arranjo de Quarteto Serioso, de Beethoven, feito por Mahler para orquestra (completa) de cordas foi destinado a um concerto com a Wiener Philharmoniker em 1899, a mesma orquestra desta gravação. Mahler fez arranjos e ajustes em obras que ele acreditava poderem atingir desta forma toda a sua potencialidade, levando em conta os recursos de sua magnífica orquestra. Imagine o tamanho do desafio colocado às cordas da orquestra, de manter o equilíbrio de música de câmera e a mesma agilidade esperada de um conjunto com poucos elementos, acrescentando o brilho e o volume possíveis de alcançar com a nova formação. Será que eles conseguiram em 1899 e nesta gravação? Você poderá julgar, pelo menos a segunda possibilidade.

De natureza um pouco diferente é a orquestração feita por Schoenberg do Quarteto com Piano de Brahms. As razões que o levaram a tal empreitada foram dadas por ele mesmo em uma carta escrita ao crítico americano Alfred Frankenstein: 1) Eu gosto desta peça; 2) Ela é raramente apresentada; 3) É sempre muito mal tocada, pois quanto melhor o pianista, mais alto ele toca e você nada ouve das cordas. Eu queria pelo menos uma vez ouvir tudo, e isto foi alcançado.

Apesar do uso de uma orquestra moderna, com muita percussão, incluindo xilofone, e novidades como glissando de trombone, a proposta de Schoenberg foi de ‘permanecer estritamente no estilo de Brahms’. Será que ele conseguiu? O que esta gravação nos diz?

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Quarteto de Cordas em fá menor, Op. 95

Arranjo para Orquestra de Cordas feito por Gustav Mahler (1860 – 1911)

  1. Allegro con brio
  2. Allegretto ma non troppo
  3. Allegro assai vivace ma serioso
  4. Larghetto esspressivo – Allegretto agitato

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Quarteto com Piano em sol menor, Op. 25

Orquestrado por Arnold Schoenberg (1874 – 1951)

  1. Allegro
  2. Intermezzo: Allegro non troppo
  3. Andante con moto
  4. Rondo alla zingarese: Presto

Wiener Philharmoniker

Christoph von Dohnányi

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O regente, Christoph Dohnányi, é alemão de origem húngara e nasceu em 1929. É neto do pianista e compositor Ernö Dohnanyi e fez sua carreira passando pelas posições de assistente e diretor nas casas de ópera e balés. Recebeu apoio de George Solti e teve importantes posições como Diretor de Ópera de Hamburgo e Frankfurt. Atuou também por bom tempo com a Cleveland Orchestra, da qual é Music Director Laureate.

Gramophone: Dohnanyi’s performance is lucid, transparent and generally well played – especially by the strings. The sound is pleasingly luminous…

Então, está esperando o que? Aproveite!

René Denon

O Conjunto de Câmara da Wiener Philharmoniker

Bach: (1685-1750): Partitas BWV 825 – 830 – Masaaki Suzuki ֍

Bach: (1685-1750): Partitas BWV 825 – 830 – Masaaki Suzuki ֍

J. S. Bach

Partitas BWV 825 – 830

Masaaki Suzuki, cravo

 

 

Para responder a um debate sobre qual gravação das Partitas devemos preferencialmente ouvir – piano ou cravo – parti em busca das mais sensíveis testemunhas para debelar a questão por meio de um bem conduzido experimento.

Aproveitei o ambiente de trabalho, já que estes dias tenho dividido o escritório com minha cara metade, e tasquei o som, primeiro piano, depois o cravo. É claro, para manter a experiência sem qualquer interferência do experimentador, nada sobre isso falei para a minha querida, mas de quando em vez observava as reações dela pelos cantos dos olhos, enquanto as gravações se sucediam. É verdade que ela já está acostumada às minhas esquisitices, passou um bom pedaço de inverno ouvindo uma enfiada de sinfonias de Bruckner, e não demostrou outro sentimento que não fosse de satisfação com a música. Sendo assim, dei o experimento como inconclusivo e levei o exercício para o próximo estágio.

Neta chorando no colo, muito calor, liguei o ventilador e música no ambiente. Pasmem vocês, temos um vencedor, pelo menos até que novo debate se acenda no Grupo de WhatsApp dos blogueiros e amigos do PQP Bach. A coroa de louros vai para a gravação feita já há alguns anos (2001) pelo conhecido regente, cravista e organista, Masaaki Suzuki. Louros e direito à súbita postagem. A neném parou de chorar e adormeceu lá pela sarabanda da Primeira Partita e assim continuou até quase toda a Terceira Partita, que a segue no primeiro dos dois CDs.

Masaaki Suzuki talvez seja agora mais conhecido pelas suas gravações das Cantatas e outras obras corais de Bach, mas sua formação original foi como organista, estudando com Tsuguo Hirono. Também estudou cravo com Motoko Nabeshima. Em 1979 foi aperfeiçoar-se em Amsterdã, cravo com Ton Koopman e órgão com Piet Kee.

Eu certamente acredito que a qualidade da gravação, com produção exemplar do selo BIS, muito influiu para o sucesso de meus experimentos e vou continuar ouvindo esta gravação muitas vezes. Sugiro que você faça suas próprias experiências, ouvindo tanto o Suzuki quanto o Pinnock, para cravo. Ou ainda, o Esfahani. Se tiver dúvidas e quiser tentar gravações ao piano, pode incluir a segunda da Angela Hewitt e também a do articulado pianista Igor Levit, assim como Murray Perahia (I e II). Depois me conte…

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

CD1

Partita No. 1 em si bemol maior, BWV825

  1. Praeludium
  2. Allemande
  3. Corrent
  4. Sarabande
  5. Menuet I & II
  6. Giga

Partita No. 3 em lá menor, BWV827

  1. Fantasia
  2. Allemande
  3. Corrente
  4. Sarabande
  5. Burlesca
  6. Scherzo
  7. Gigue

Partita No. 4 em ré maior, BWV828

  1. Ouverture
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Aria
  5. Sarabande
  6. Menuet
  7. Gigue

CD2

Partita No. 2 em dó menor, BWV826

  1. Sinfonia
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Rondeaux
  6. Capriccio

Partita No. 5 em sol maior, BWV829

  1. Preambulum
  2. Allemande
  3. Corrente
  4. Sarabande
  5. Tempo di Minuetta
  6. Passepied
  7. Gigue

Partita No. 6 em mi menor, BWV830

  1. Toccata
  2. Allemande
  3. Corrente
  4. Air
  5. Sarabande
  6. Tempo di Gavotta
  7. Gigue

Masaaki Suzuki, cravo

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If you like a bold harpsichord sound, this very realistic BIS disc should provide great satisfaction, for Suzuki’s Bach perceptions are fully revealed here and he plays thoughtfully, commandingly and spontaneously. [Penguin Guide to Recorded Classical Music – 2009]

Espontaneidade, talvez? Aproveite!

René Denon

 

Handel (1685-1759): Messiah – Solistas, Le Concert d’Astrée Choeur et Orchestre – Emmanuelle Haïm ֍

Handel (1685-1759): Messiah – Solistas, Le Concert d’Astrée Choeur et Orchestre – Emmanuelle Haïm ֍

Handel

Messiah

Solistas

Le Concert d’Astrée

Choeur et Orchestre

Emmanuelle Haïm

 

Eu não senti a falta do livro de ouro nestes dias que antecederam mais este Natal com distanciamento social. Se bem que o tal distanciamento tem encurtado muito pra meu gosto e o social está em plena expansão…

O desfile de letras gregas continua, para a minha enorme preocupação, mas se você está lendo estas linhas, é véspera de Natal ou mesmo o próprio dia de Natal de 2021, o segundo que vivemos sob a sombra da pandemia.

A ocasião é propícia para uma avaliação do que temos feito de nossos dias e eu posso dizer que tenho me esforçado para fazer bom uso de todos os recursos, que são cada vez mais limitados. Busco ouvir apenas os discos mais promissores, progredi bastante nas técnicas de preparação para atividades a distância – síncronas ou assíncronas. Tenho tentado aplicar os três res: reuse, reduza e recicle!

Finalmente retomei alguma atividade física prazerosa – tênis uma vez por semana. Na primeira vez quase morri e lembrei-me da cena do filme em que Nick Nolte faz um jogador de futebol americano acordando num dia pós-jogo. Ainda bem que o tênis não é um dos chamados jogos de contato físico, limitando-se ao contato da bolinha com a raquete.

E você? O que tem feito de seus dias? Muito fb e poucas leituras? Maratonando aquelas séries ou maratonando as Sinfonias de Bruckner? Seja lá como for, espero que encontre um equilíbrio e que tenhas conseguido adentrar a lista de Papai Noel!

Para garantir, preparei aqui este presente natalino, uma gravação do Messias, Messiah, como quiser. A Emmanuelle Haïm tem todas as credenciais e qualificações para a obra. Ótima regente de coro e orquestra, acompanha os cantores maravilhosamente e tem muita experiência com a obra de Handel. Isso a permite até algumas liberdades e como o Messias é uma obra que foi apresentada muitas, muitas vezes, mesmo ao longo da vida do compositor, há muitas variantes. Portanto, você terá a oportunidade de ouvir tudo novamente.

A orquestra no melhor estilo ‘quem …. ?’

Eu gosto especialmente dos coros. Nem precisa mencionar o Hallelujah, ainda no primeiro disco você ouvirá o His yoke is easy, his burthen is light, mas o que me emociona sempre é o For unto us a child is born! O segundo arquivo começa com o assertivo Surely He hath borne our grifes, continua com outro coro, And with His stripes we are healed, que se completa com o delicioso All we, like sheep, have gone astray. Mas há árias, para tenor, contralto, soprano e baixo. Maravilhosas. O dueto O death, where is thy sting já prenuncia a vitória do Senhor sobre a morte. É verdade que no Natal celebramos o nascimento de Jesus, mas impossível não associar sua passagem por aqui sem considerar a morte e a ressurreição. Eis uma boa mensagem para todos aqui, seja qual for a sua fé ou mesma a sua não fé. Enquanto isso, vamos de boa música. Eu mesmo não me envergonho de quando em vez tirar um pequeno cisco do olho quando ouço esta música.

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Messiah

Lucy Crowe, soprano
Tim Mead, contratenor
Andrew Staples, tenor
Christopher Purves, baixo

Le Concert d’Astrée

Choeur et Orchestre

Emmanuelle Haïm, direção

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Lembremos do aniversariante…

Se puder e for de seu agrado, lembre-se também de…

Arnold Schoenberg (1874-1951): Weihnachts Musik & Transcriptions – Arditti String Quartet ֍

Arnold Schoenberg (1874-1951): Weihnachts Musik & Transcriptions – Arditti String Quartet ֍

Quem tem medo de Arnold Sch… ?

Hasta la vista, baby!

Bem não estou falando do austríaco fortão que ficou famoso como fisiculturista e ator, chegando a ser o governador da Califórnia, mas sim do outro Arnold, o Schoenberg, inventor de uma maneira totalmente nova de compor.

Podemos dizer que Arnold Schoenberg foi o compositor mais estudado e falado do século 20, mas também teve sua música bem pouco executada. Uma de suas peças bem conhecidas é o Sexteto de Cordas Verklärte Nacht (Noite Transfigurada), escrita em 1899 e se enquadra perfeitamente ao lado das peças da época – do romantismo tardio de Richard Strauss, por exemplo. Mesmo esta, que hoje poderíamos considerar peça comum nos programas de concertos e discos, foi recebida com pouco entusiasmo nos dias de sua composição.

Auf Wiedersehen, baby!

Nesta época de vacas magérrimas, no primeiro quarto do século 20, quando sua própria música não tinha qualquer chance de ser executada, Arnold fez muitas adaptações e arranjos de música de outros compositores, regeu coros amadores e até orquestrou algumas operetas para compositores muito ocupados… Tudo para colocar das Brot auf den Tisch. Obras do escopo de Guerrelied estavam a caminho, mas tiveram que esperar. Quem sabe algum dos nossos colaboradores mais versados nas obras deste compositor e de seus discípulos se anime e prepare assim uma cesta básica para a iniciação nessas obras.

A motivação da postagem de hoje – 23 de dezembro de 2021 – é ilustrar uma parte mais intimista e mais acessível do Arnold, além de apresentar uma peça que estreou exatamente 100 anos atrás, no dia 23 de dezembro de 1921, a Weihnachtsmusik.

Além de compositor, Arnold fazia auto-retratos…

Como era essencialmente impossível ter suas peças apresentadas regularmente em Viena, no início do século 20, Schoenberg fundou em 1918 uma Sociedade para Performances Musicais Privadas, que oferecia concertos semanais de música de câmara para audiências que se subscreviam e estavam interessadas nas novidades.

As peças eram compostas ou arranjadas para os programas e estes arranjos eram feitos por diversos músicos, pois que havia um espírito de coletividade pairando sobre a sociedade, tudo sob a liderança do Arnold.

Este disco é uma boa mostra do que ocorria nestes concertos: obras de Mahler e Busoni ao lado de valsas de Strauss, Johann Strauss II. Com destaque para esta linda peça que Arnold compôs de olho no Natal de 1921.

Feliz Natal!

Arnold Schoenberg (1874 – 1951)

Weihnachtsmusik, para harmônio, piano e quarteto de cordas

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Lieder eines fahrenden Gesellen

(arr. A. Schoenberg voz, piano, flauta, clarinete, harmônio e quarteto de cordas)

I Wenn mein Schatz Hochzeit macht

II Ging heut’ morgen ubers Feld

III Ich hab’ ein gluhend Messer

IV Die zwei blauen Augen

Ferrucio Busoni (1866 – 1924)

Berceuse élégiaque, Op. 42

(Arranjo para harmônio, flauta, piano, clarinete e quarteto de cordas)

Johann Strauss, II (1825 – 1899)

Kaiser-Walzer, Op. 437

(arranjo para piano, flauta, clarinete e quarteto de cordas)

Rosen aus dem Süden, Op. 388

(Arranjo para piano, harmônio e quarteto de cordas)

Jean-Luc Chaignaud, barítono (Mahler)

Isabelle Berteletti, percussão (Mahler)

Louise Bessette, piano

Hakon Austbo, harmônio

Michel Moragues, flauta

Paul Meyer, clarinete

Arditti Quartet

Irvine Arditti e Avid Alberman, violinos

Levine Andrade, viola

Rohan de Saram, violoncelo

Michel Béroff, direção

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Quarteto Arditti apresentando um programa com peças de Kurtág e Ligeti no Salão Dourado do PQP Bach Building de San Francisco
Arnold, quando soube da postagem…

Serguei Prokofiev (1891–1953): Sinfonia Concertante, Op. 125 – Han-na Chang (PQP Originals) & Alban Gerhardt ֎

Serguei Prokofiev (1891–1953): Sinfonia Concertante, Op. 125 – Han-na Chang (PQP Originals) & Alban Gerhardt ֎

Prokofiev

Concerto para Violoncelo, Op. 58

Sinfonia Concertante, Op. 125

Sonata para Violoncelo, Op. 119

Semana cheia, muitos compromissos e Natal se aproximando já quase dá para ouvir os sininhos das renas de Papai Noel! Não tem sobrado muito tempo para ouvir música, mas para o que gostamos, sempre se dá um jeito

Na esteira do Concerto para Violoncelo de Shostakovich, continuei a explorar a música para violoncelo e orquestra de compositores russos e dei com meus costados neste disco espetacular. Gostei tanto que comecei a preparação da postagem, deixando a tradicional busca nos vaults da corporação para saber se ele já havia sido postado para depois. Pois lá estava, com a tradicional verve do nosso editor-chefe e o carimbo iso-PQP Bach de qualidade: IM-PER-DÍ-VEL !!!

PQP Bach menciona que Han-Na Chang superou Rostropovich nesta gravação. Bem, vale a pena dizer que a moça estudou bastante e teve aulas diretamente com Misha Maisky, que foi aluno de Rostropovich. Em 1994 ela ganhou o Quinto Concurso Rostropovich de Violoncelo e passou a estudar diretamente com ele. Assim, a moça fez sua lição de casa…

A Sinfonia Concertante, obra comum aos dois discos da postagem, foi escrita entre 1950 e 1952 como uma completa revisão do Concerto para Violoncelo, op. 58, composto entre 1933 e 1938.

Rostropovich dando umas dicas para o Prokofiev

Prokofiev ouviu em 1947 um jovem violoncelista de 25 anos interpretar seu concerto e gostou tanto que prometeu rever a obra para ele. É claro, o violoncelista era Mstislav Rostropovich e o resultado da promessa a Sinfonia Concertante.

Basicamente, uma sinfonia concertante é um concerto para um ou mais instrumentos que atuam como solistas, mas também se misturam sinfonicamente na textura musical mais ampla. Esse gênero musical deriva em parte dos concerti grossi do período barroco e floresceu na França nos dias de Devienne, Gossec e Playel. Nosso irmão de Londres, o Johann Christian Bach compôs obras desta natureza que eram apresentadas em Londres pela orquestra dos concertos da dupla Abel-Bach. Mozart certamente conhecia estas obras e escreveu uma obra-prima no gênero. Quando Papa Haydn andou por Londres, foi jogado em um ringue pela imprensa local, tendo no outro corner um dos seus ex-alunos, o já mencionado Ignaz Playel. Qual deles seria o campeão das sinfonias concertantes. Pois não é que o idoso compositor levou o cinturão com a sua Sinfonia-Concertante

Apesar da terminologia, as sinfonias concertantes dos compositores mais recentes se colocam em seus próprios termos e há algumas gemas que merecem ser devidamente exploradas, assim como esta obra de Prokofiev.

Sergei Prokofiev (1891 – 1953)

Sinfonia Concertante em mi menor para violoncelo e orquestra, Op. 125

  1. Andante
  2. Allegro giusto
  3. Andante con moto

Sonata em dó maior para violoncelo e piano, Op. 119

  1. Andante grave – Moderato animato – Andante grave, come prima – Allegro animato
  2. Moderato – Andante dolce – Moderato primo
  3. Allegro, ma non troppo – Andantino – Allegro, ma non troppo

Han-Na Chang, violoncelo

London Symphony Orchestra

Antonio Pappano, direção e piano

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Chang and Pappano offer a fiercely communicative Symphony-Concerto and an equally distinctive, though more conventionally ruminative account of the Sonata. […] The cellist is placed closer than would be the case in live concert, but such technically invulnerable playing can take it.
Han-Na Chang’s disc is quite superb. [The Gramophone Classical Music Guide 2010]

Sergei Prokofiev (1891 – 1953)

Concerto em mi menor para violoncelo e orquestra, Op. 58

  1. Andante
  2. Allegro giusto
  3. Tema: Allegro – Interludio: L’istesso tempo – Variations 1-3 – Cadenza – Interludio II – Variation 4 – Reminiscenza – Coda

Sinfonia Concertante em mi menor, para violoncelo e orquestra, Op. 125

  1. Andante
  2. Allegro giusto
  3. Andante con moto

Alban Gerhardt, violoncelo

Bergen Philharmonic Orchestra

Andrew Litton, direção

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Whatever conclusions one draws from a direct comparison between the two works, there is little doubt that Alban Gerhardt is equally committed to both. [BBC Music Magazine 2009]

Matching menace with intense lyricism, these performances of two closely related works are compelling. Alban Gerhardt…can convey the lyrical lines mellifluously and also whet his cutting edge when the composer is at his most acerbic. [The Daily Telegraph 2009]

Cellista que cuida de seu pet tem postagem garantida aqui no PQP Bach!

Postagem original do PQP Bach:

Serguei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Concertante, Op. 125 / Sonata para Violoncelo e Piano, Op. 119

Poulenc / Ibert / Milhaud / Françaix: Música Francesa para Conjunto de Sopros – Gruppo di Tempera ֍

Poulenc / Ibert / Milhaud / Françaix: Música Francesa para Conjunto de Sopros – Gruppo di Tempera ֍

Poulenc • Ibert

Milhaud • Françaix

Música para Conjunto de Sopros

Gruppo di Tempera

 

im-PER-DÍ-VEL

Mais um destes discos que poderia passar por baixo do radar, especialmente se você está em busca de discos com selos de renome, música sinfônica ou intérpretes com nomes arrasa-quarteirão, os blockbusters!

Este aqui foi produzido pelo selo DUX e gravado no Krzysztof Penderecki European Music Center, em Lusławice, sob o apadrinhamento do diretor do Centro, Adam Balas.

O pessoal do Gruppo di Tempera dando uma palhinha no Festival PQP Bach de Música de Vento, em Pelotas

O Gruppo di Tempera é formado por músicos poloneses com o propósito de interpretar as lindas peças para conjuntos de sopros, eventualmente acrescido de um piano. Você pode saber mais sobre eles acessando a página do conjunto no facebook ou aqui.

Pois nada mais adequado do que um programa com música francesa – com muita tradição neste gênero. Os quatro compositores são praticamente contemporâneos e o disco todo é muito bom. Eu ouvi diversas vezes, mas esta manhã de domingo combinou especialmente bem com essa música. Não está muito quente e a preguiça permitiu ouvir sem pressa cada pedacinho, uma boa surpresa depois da outra.

Um gigante, o Francis…

O Sexteto do Poulenc é bem conhecido, mas os outros compositores são menos divulgados. As três peças de Jacques Ibert são deliciosas e eu adorei o nome da suíte do Darius Milhaud: Le cheminée du Roi René. Estas duas peças são típicas do que se chama neoclassicismo. Da música de Ibert o libreto menciona que reúne uma mistura de racionalismo, humor, perspicácia, extravagância e refinamento! A suíte de Milhaud é um arranjo de música escrita para um filme de Raymond Bernard, Cavalcade d’amour, para o qual também contribuíram outros compositores. Os nomes dos movimentos são uma alusão à um período antigo. Para completar o disco, a peça de Françaix, L’heure du berger é um pouco programática – com muito humor descreve personagens típicos de um café parisiense. Começando com Les vieux beaux, envelhecidos dândis presos ao passado, passando para as Pin-up girls, mulheres de posters dos anos 1940, com largos sorrisos e poucas roupas, sedutoras. Termina com Les petits nerveux, um rondó que acaba abruptamente.

Francis Poulenc (1899 – 1963)

Sexteto para flauta, oboé, clarinete, trompa, fagote e piano, Op. 100

  1. Allegro vivace: Tres vite et emporte
  2. Divertissement: Andantino
  3. Finale: Prestissimo

Jacques Ibert (1890 – 1962)

Três peças breves para flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote

  1. 1. Allegro
  2. 2. Andante
  3. 3. Assai lent – Allegro scherzando

Darius Milhaud (1892 – 1962)

Le cheminée du Roi René, Op. 205

  1. Cortege
  2. Aubade
  3. Jongleurs
  4. La Maousinglade
  5. Joutes sur l’arc
  6. Chasse a Valabre
  7. Madrigal – Nocturne

Jean Françaix (1912 – 1997)

L’heure du berger

  1. Les Vieux Beaux
  2. La belle Otero
  3. Les Petits Nerveux

Gruppo di Tempera

Agnieszka Kopacka, piano

Agata Igras-Sawicka, flauta

Sebastian Aleksandrowicz, oboé

Adrian Janda, clarinete

Artur Kasperek, fagote

Tomasz Bińkowski, trompa

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Como ficou o pessoal do GT quando soube o número de acessos ao blog desde que a postagem foi ao ar…

Darius explicando calmamente para a banda formada pelo pessoal do PQP Bach que eles precisam ensaiar um pouco mais…

Mozart (1756-1791): Integral das Sonatas para Piano – Mitsuko Uchida ֎

Mozart (1756-1791): Integral das Sonatas para Piano – Mitsuko Uchida ֎

Mozart

Sonatas para Piano

Mistuko Uchida

 

Quando consideramos sonatas para piano, as peças de Beethoven vêm logo à mente, pois que formam um conjunto formidável de obras-primas, que foi construído ao longo de toda a vida produtiva do compositor. Além disso, como Beethoven produziu suas obras depois de Mozart, pode se ter a primitiva imagem que suas obras são, em algum sentido, melhores ou mais difíceis. Mas, uma viagem pela obra de Wolfgang, seja como ouvinte ou como intérprete, pode revelar que as questões podem ser bem mais difíceis de resolver.

As sonatas de Mozart oferecem desafios e tanto a quem se disponha interpretá-las e a escolha da gravação mais satisfatória pode ser muito divertido.

Mesmo as sonatas produzidas no início de sua carreira de compositor, como a maravilhosa Sonata em mi bemol maior, K. 282 (ouça os primeiros compassos e perceberá que há muita coisa linda a ser desfrutada) ou a primeira ‘grande sonata’ em ré maior, K. 284 ‘Dürnitz’.

Após a série de sonatas clássicas do primeiro período, você terá pela frente obras igualmente originais e belíssimas, como a Sonata em lá maior, K. 331, que inicia com um conjunto de variações e termina com a Marcha Turca.

Em nossas páginas não faltam Sonatas para Piano de Mozart. Eu mesmo já postei a integral com a Klára Würtz (1, 2 e 3) e mais alguns discos avulsos com algumas das sonatas, com o Murray Perahia e com a Alicia de Larrocha. Nosso editor chefe recentemente repostou a integral com a pianista Maria João Pires, na gravação da DG. Pela enfiada de comentários – os leitores de antes eram bem mais loquazes e participativas… – podemos concluir que a postagem foi um enorme sucesso.

Apesar disso tudo, considerando que é Natal, tomei a brava iniciativa de postar o ciclo completo (seja lá o que isso queira dizer) com a Mitsuko Uchida. Faço isso por amor que tenho às Sonatas do Wolferl e por que a interpretação da Uchida oferece uma opção que demanda ser ouvida por novos e não novos amantes da música de Mozart, inclusive em perspectiva das outras integrais mencionadas. Tudo isso sem entrar no mérito de comparações classificatórias, pois que já disse propriamente Stravinsky (ou seria Bartók?) que corridas são para cavalos…

Ah, já ia quase me esquecendo, faço isso também por que o BB pediu…

Cumpra-se!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1796)

Sonatas para Piano

Disco 1

Sonata No. 1 em dó maior, K279

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Sonata No. 2 em fá maior, K280

  1. Allegro assai
  2. Adagio
  3. Presto

Sonata No. 3 em si bemol maior, K281

  1. Allegro
  2. Andante amoroso
  3. Rondeau (Allegro)

Sonata No. 4 em mi bemol maior, K282

  1. Adagio
  2. Menuetto I-II
  3. Allegro

Sonata No. 5 em sol maior, K283

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Presto

Mitsuko Uchida, piano

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Disco 2

Sonata No. 6 em ré maior, K284 “Dürnitz”

  1. Allegro
  2. Rondeau en Polonaise (Andante)
  3. Tema con variazione

Sonata No. 7 em dó maior, K309

  1. Allegro con spirito
  2. Andante, un poco adagio
  3. Rondeau (Allegretto grazioso)

Sonata No. 8 em lá menor, K310

  1. Allegro maestoso
  2. Andante cantabile con espressione
  3. Presto

Mitsuko Uchida, piano

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Dame Mitsuko Uchida prestigiando um torneio de tênis promovido pelo PQP Bach, nas lindas quadras de Piratininga…

Disco 3

Sonata No. 9 em ré maior, K311

  1. Allegro con spirito
  2. Andantino con espressione
  3. Rondeau (Allegro)

Sonata No. 10 em dó maior, K330

  1. Allegro moderato
  2. Andante cantabile
  3. Allegretto

Sonata No. 11 em lá maior, K331 ‘Alla Turca’

  1. Tema (Andante grazioso) con variazioni
  2. Menuetto
  3. Alla turca. Allegretto

Mitsuko Uchida, piano

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Disco 4

Sonata No. 12 em fá maior, K332

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro assai

Sonata No. 13 em si bemol maior, K333

  1. Allegro
  2. Andante cantabile
  3. Allegretto grazioso

Fantasia em dó menor, K475

  1. Adagio – Allegro – Andantino – Più allegro -Tempo I

Sonata No. 14 em dó menor, K457

  1. Molto allegro
  2. Adagio
  3. Allegro assai

Fantasia em ré menor, K. 385g – 397

  1. Fantasia

Mitsuko Uchida, piano

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MP3 | 320 KBPS | 177 MB

Disco 5

Sonata No. 16 em dó maior, K545 ‘Facile’

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Sonata No. 17 em si bemol maior, K570

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Sonata No. 18 em ré maior, K576 ‘Hunt’

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Sonata No. 15 em fá maior, K533 / 494

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Adagio em si menor, K540

  1. Adagio

Eine kleine Gigue em sol maior, K574

  1. Gigue

Mitsuko Uchida, piano

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This is unfailingly clean, crisp and elegant playing, that avoids anything like a romanticised view of the early sonatas such as the delightfully fresh G major, K283. On the other hand, Uchida responds with the necessary passion to the forceful, not to say Angst-ridden, A minor Sonata, K310. Indeed, her complete series is a remarkably fine achievement, comparable with her account of the piano concertos. The recordings were produced in the Henry Wood Hall in London and offer excellent piano sound; thus an unqualified recommendation is in order for one of the most valuable volumes in Philips’s Complete Mozart Edition. Don’t be put off by critics who suggest that these sonatas are less interesting than some other Mozart compositions, for they’re fine pieces written for an instrument that he himself played and loved. [Gramophone Classical Music Guide]

Aproveite!

René Denon

Bruckner (1824–1896): Sinfonia No. 3 (Versão Original – 1873) – Bergen Philharmonic Orchestra & Thomas Dausgaard ֎

Bruckner (1824–1896): Sinfonia No. 3 (Versão Original – 1873) – Bergen Philharmonic Orchestra & Thomas Dausgaard ֎

Bruckner

Sinfonia No. 3

Bergen PO

Thomas Dausgaard

 

Em uma crítica da gravação da Sinfonia No. 2 – Ressurreição – de Mahler, com a Philharmonia Orchestra regida por Otto Klemperer, encontra-se a frase ‘In this recording Klemperer rewards the composer’s faith with an interpretation of granite-like strenght, drawing magnificent performances from orchestra, chorus and soloists’.

A parte da frase ‘K rewards the composer faith…’ refere-se ao fato de que ambos terem se conhecido em Berlim, no início do século passado, justamente em uma apresentação da tal sinfonia. O jovem maestro Otto teria participado da apresentação e ganhou a simpatia do compositor, que lhe deu um ‘cartão de apresentação’, que Klemperer guardou por toda a vida. Mas, o que me chama a atenção na frase é a expressão ‘granite-like strenght’, referindo-se à interpretação de Klemperer.

Em uma outra crítica, esta sobre a Quinta de Beethoven, está a expressão ‘… with expositions repeats observed, this retains epic quality’. Esta qualidade épica nos diz bastante sobre o que se considerava uma ótima interpretação destas peças.

Outro nome que me ocorre ao considerar estas interpretações graníticas e épicas é o de Sergiù Celibidache, que não acreditava em gravações em estúdio, mas nos legou vários registros de suas interpretações feitas ao vivo.

Além de refletir o padrão das interpretações considerados de excelência, na verdade estas interpretações formavam estas opiniões, que permanecem em muitos até hoje.

A minha observação nesta postagem é a pergunta: Como os novos ouvintes, assim como os novos intérpretes, podem se afastar do passado glorioso e firmar seus próprios padrões?

Dausgaard regendo com vigor a PQP Bach Orchestra de Erechim

Pois bem, a melhor maneira de fazer isso é ouvir novas gravações, especialmente aquelas dos novos intérpretes, torcendo para que haja novas ideias. Eu sempre me interessei pelas novidades e fico feliz em ouvir novas abordagens para as obras que gosto. Foi com esta expectativa que saltei sobre este disco com a Terceira Sinfonia de Bruckner, a primeira que realmente chamou a atenção de um maior número de pessoas para as criações do Anton. As palavras encorajadoras de Wagner funcionaram como uma faca de dois gumes, uma vez que as opiniões sobre ele eram bastante polarizadas. A Sinfonia, no entanto, passou por várias cirurgias e há muitas edições. Este disco traz a primeira versão e assim é uma alternativa à gravação feita por Georg Tintner regendo a Scottish National Orchestra, para a Naxos, e a gravação feita por Rémy Ballot, regendo a Altomonte Orchester St. Florian (mais autenticidade impossível).

Verdade, eu falava em evitar comparações e imediatamente fico impressionado com a variação dos tempos entre essas três gravações e só por isso chego a mencioná-las.

Dito isso, vamos à música! Baixe o arquivo, ouça e depois me diga: do que gostou mais?

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 3 em ré menor (Versão Original – 1873)

  1. Gemäßigt, misterioso
  2. Adagio. Feierlich
  3. Scherzo. Ziemlich schnell
  4. Finale. Allegro

Bergen Philharmonic Orchestra

Thomas Dausgaard

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Não tá mole nem para o pessoal da Bergen Philharmonic Orchestra que precisa ir de metrô para o teatro…

Dausgaard explains the reason for his choice as follows: ‘The original version stands as a monolith … what you go through is musically so strong, swinging between timelessness and drive, despair and ecstasy, divine light and hellish fire, that in the end I feel you have to let yourself go and be won over by it.

E você, também vai se deixar levar pela sinfonia?

Aproveite!

René Denon

Mendelssohn (1809–1847): Sinfonia Italiana & Abertura e Música Incidental de ‘Sonho de uma Noite de Verão’– OAE & Mackerras ֎

Mendelssohn (1809–1847): Sinfonia Italiana & Abertura e Música Incidental de ‘Sonho de uma Noite de Verão’– OAE & Mackerras ֎

Mendelssohn

Sinfonia Italiana

Sonho de Uma Noite de Verão

(Música Incidental)

Orchestra of the Age of Enlightenment

Charles Mackerras

Não se pode ter tudo neste mundo, mas aqueles que nascem em berço de ouro e fazem bom uso de seus talentos e oportunidades, conseguem ir bem mais longe.

Pois este foi o caso de Felix Mendelssohn, que nasceu talentoso e numa família rica. Mendelssohn foi compositor, pianista, regente, músico completo, além de bom desenhista e aquarelista. Estas últimas habilidades ele usou para retratar os lugares que visitou, como a Escócia e a Itália. Bem, fez isto também com a música. E qual pessoa neste mundo não reconhece, desde as primeiras notas e em qualquer arranjo que se apresente, a marcha nupcial que ele escreveu, parte da música incidental para a peça de William Shakespeare, Sonho de Uma Noite de Verão?

Vista de Florença – Aquarela de Mendelssohn

Este disco contém estas peças, a Abertura, que foi escrita antes, e as demais, além da ensolarada Sinfonia Italiana.

A gravação reúne a ótima Orchestra of the Age of Enlightenment, que usa instrumentos e práticas típicas da época em que as peças foram compostas, com a regência do experiente Sir Charles Mackerras. Tudo isto com a produção excelente do selo Virgin Veritas.

Felix Mendelssohn (1809 – 1847)

Sinfonia No. 4 em lá maior, Op. 90 – Italiana

  1. Allegro vivace
  2. Andante con moto
  3. Con moto moderato
  4. Saltarello: Presto

Sonho de Uma Noite de Verão

  1. Overture, Op. 21

Música Incidental, Op. 61 (Excertos)

  1. Scherzo: Allegro Vivace
  2. L’istesso tempo
  3. Allegro Vivace
  4. Intermezzo: Allegro appassionato
  5. Notturno: Andante tranquillo
  6. Dança dos palhaços
  7. Marcha Nupcial

Orchestra of the Age of Enlightenment

Sir Charles Mackerras

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Sir Charles Mackerras regendo a Orquestra de Câmara PQP Bach de Pelotas…

I recommend this disc with all possible enthusiasm not only because of the superb playing, phrasing and sense of enjoyment, very characteristic of the intelligent conducting of Sir Charles Mackerras, but also because of the surprising benefits of listening to Mendelssohn on period instruments.

This 1988 recording is reproduced in clear and sparkling sound. (Meu Deus, já se passaram tantos anos…)

You should avoid it only if you absolutely cannot stand the sound of period instruments – but by all means hear it first. (Good advice!) Flyinginkpot

Mackerras directs fresh, resiliente, ‘authentic’-style performances of both the Symphony and the Midsummer Night’s Dream music. […] It is particularly good to have aa ophicleide instead of a tuba for Bottom’s music in the Overture, and the boxwood flute in the Scherzo is a delight.  (This is what says the Penguin Guide to CDs. So, pay attention!)

Aproveite!

René Denon

Membros da OAE em foto mais recente

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Mendelssohn (1809-1847): Sinfonia Italiana / Brahms (1833-1897): Sinfonia No. 2 (National Ph. Orch. & Leopold Stokowski)

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Vivaldi (1678-1741): Concerti – Orchestra of the Age of Enlightenment

Rutter, Glass & Françaix: Concertos para Cravo – Christopher D. Lewis ֍

Rutter, Glass & Françaix: Concertos para Cravo – Christopher D. Lewis ֍

Rutter: Suíte Antiga

Glass: Concerto para Cravo

Françaix: Concerto para Cravo

Christopher D. Lewis, cravo

West Side Chamber Orchestra

Kevin Mallon

 

im-PER-DÍ-VEL!!

Este é um disco que poderia facilmente ser deixado de lado, mas se você fizer isto, vai perder uma verdadeira pérola, uma belezura…

A capa poderia envolver música composta nos séculos XVII ou XVIII, mas as peças deste disco foram compostas na segunda metade do século XX. Uma, inclusive, é de 2002, no terceiro milênio.

A Suíte Antiga, para flauta, cravo e cordas, foi composta por John Rutter para o Britain’s Cookham Festival de 1979, para dividir o programa com o Concerto de Brandenburgo No. 5, o que influenciou a escolha dos instrumentos. A presença marcante da flauta faz pensar também na Suíte Orquestral No. 2. Rutter é conhecido por escrever música coral, mas aqui esbalda competência, criando uma linda peça. Aposto que você ouvira a Valsa – A Jazz waltz – e a Chanson mais de uma vez.

Eu conheço pouco a obra de Philip Glass, um compositor de música minimalista, mas entendi que neste Concerto para Cravo ele fez uma leitura moderna dos mestres do barroco. Particularmente bonito é o movimento ‘lento’.

A peça composta primeiro é a última no disco. Jean Françaix é um mestre da orquestração, com a expertise francesa para escrever para instrumentos de sopros, e com a leveza de um neoclassicista escreveu este lindíssimo concerto em 1959.

Christopher D. Lewis queria saber onde o pessoal do PQP Bach apara as madeixas…

O cravista Christopher D. Lewis nasceu no País de Gales, mas mudou-se em 2005 para o Canadá, para estudar com Luc Beauséjour e Hank Knox. Seu principal interesse, como fica evidente por este disco, é música moderna para cravo.

Ele tem uma excelente conexão com os músicos que o acompanham nesta gravação. Veja o que os críticos disseram: The WSCO deserves special praise under Kevin Mallon – balance is always an issue with a harpsichord, but those instances in this recording are scarce indeed. The orchestra is never too delicate, nor is it too hefty. Mallon deftly elicits warm, evocative performances from the orchestra while preserving the interplay, dialog, and cohesion of each work. (A WSCO com a direção de Kevin Mallon merece elogios especiais – equilíbrio com o cravo é sempre um problema, mas os exemplos nesta gravação são realmente escassos. A orquestra nunca é muito delicada, nem muito pesada. Mallon habilmente elicia performances calorosas e evocativas da orquestra, preservando a interação, o diálogo e a coesão de cada trabalho.)

 

John Rutter (Nascido em 24 de setembrode 1945)

Suíte Antiga para flauta, cravo e cordas

  1. Prelude
  2. Ostinato
  3. Aria
  4. Waltz – A Jazz waltz
  5. Chanson
  6. Rondeau

Philip Glass (Nascido em 31 de janeiro de 1937)

Concerto para Cravo

Jean Françaix (1912 –  1997)

Concerto para Cravo

  1. Toccata I
  2. Toccata II
  3. Andantino
  4. Menuet
  5. Finale

Christopher D. Lewis, cravo

John McMurtery, flauta

West Side Chamber Orchestra

Kevin Mallon

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Lewis wandering… Quando será que o pessoal do PQP Bach postará outro dos meus CDs?
O cravo sorrindo para você!

BBC Music Magazine – Christmas Issue 2013: Typically adventurous, Naxos programmes Rutter’s pastoral prettiness with Glass’s insistent dancing patterns and Francaix’s lissom, quirky lyricism.

Gramophone – November 2013: [the Glass] makes for an understated and appealing piece, and one to which Christopher D Lewis is as responsive as he is to the other works here – sensitively accompanied by the West Side Chamber Orchestra under the attentive direction of Kevin Mallon…If the programme appeals, then there is no need to hesitate.

Aproveite!
René Denon

Rutter e seu pet… O PQ Bach apoia compositores que amam seus animais de estimação… especialmente quando sua música é boa…

J. S. Bach (1685-1750): Concertos e Suíte Orquestral – Barocksolisten München & Dorothea Seel ֍

J. S. Bach (1685-1750): Concertos e Suíte Orquestral – Barocksolisten München & Dorothea Seel ֍

BACH

Concertos Diversos

Suíte Orquestral No. 2

Barocksolisten München

Dorothea Seel

 

Leipzig tinha uma tradição em música secular provida por diversas organizações – Collegia Musica – cujos membros eram estudantes da Universidade de Leipzig que desde os dias de Bach já era bem famosa.

Os diretores musicais da Igreja de St. Thomas também participavam dessas organizações. Duas se destacavam entre as demais: Collegium musicum fundado em 1702 por Georg Philipp Telemann e outra, fundada uns seis anos depois, por Johann Friedrich Fasch. Não é preciso dizer que esses grupos musicais guardavam rivalidades.

Com o passar do tempo e devido à dança das cadeiras dos empregos, o grupo criado por Fasch passou a ser dirigido por Johann Gottlieb Görner, diretor musical da Universidade, e o grupo criado por Telemann ficou aos cuidados de Balthasar Schott, organista da Neukirche. Schott havia se proposto ao cargo de Kantor de St. Thomas, mas esta posição ficou com Bach e Schott teve que se arrumar em outros empregos, ganhando bem menos. Ele também substituía Bach em muitas de suas ausências. É notório que o Conselho, que pagava o salário de Bach, viva às turras com ele.

Dorothea chegando para o concerto no Café PQP Bach de Erechim

Eventualmente Schott assumiu uma nova posição em Gotha e na primavera de 1729 Bach assumiu a direção do Collegium musicum, que se apresentava no Café Zimmermann. Os alunos que se apresentavam, durante o inverno, às sextas-feiras, das 6 às 8 da noite, não ganhavam muito, mas certamente ganhavam reconhecimento e perspectiva de emprego futuro. Nos meses mais quentes a música ganhava as ruas, era levada para fora, para os jardins do Café, para ‘frente do Portão Grimma, na estrada de pedra Grimma’, às quartas-feiras, de 4 às 6 da tarde. O dono do Café, Herr Gottfried Ziemmermann certamente ganhava com os lucros do Café, cuidava dos instrumentos e mantinha o Sr. João Sebastião feliz. E este mostrava todo o seu contentamento jorrando música excelente, como a que podemos ouvir neste disco.

Digamos que estava de passagem na cidade um (ou uma) flautista ilustre que foi convidada a se juntar ao Collegium, apresentando um programa que foi rapidamente montado pelo Sr. Ribeiro, com obras suas incluído flauta ou eventualmente oboé…

Leipziger Lerche

O Ensemble Barocksolisten München foi fundado em 2010 por Dorothea Seel e se apresentam como conjunto de câmera ou apresentam peças do tipo das que ouvimos aqui.

Se puder, imagine, ao ouvir este disco, que está no Café Zimmermann ouvindo este recital. Apesar de que durante a música o serviço era mantido com estrita discrição, você poderia querer aproveitar para conhecer algum dos famosos pratos do lugar, como o Leipziger Lerche.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto para oboé e violino em dó menor, BWV1060

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

Concerto para flauta, violino e cravo em lá menor, BWV1044

  1. Allegro
  2. Adagio ma non tanto e dolce
  3. Tempo di alla breve

Suíte Orquestral (Abertura) No. 2 em si menor, BWV1067

  1. Ouverture
  2. Rondeau
  3. Sarabande
  4. Bourree I-II
  5. Polonaise – Double
  6. Menuet
  7. Badinerie

Concerto para oboé d’amore em lá maior, BWV1055

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro ma non tanto

Andreas Helm, oboe e oboé d’amore

Shunsuke Sato, violin

Anne Marie Dragosits, cravo

Barocksolisten München

Dorothea Seel, flauta e direção

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Os Solistas Barrocos de Munique

Calma, não são mais usadas cotovias para produzir a iguaria. E certamente não poderia faltar uma boa xícara de café… Mas, sobre isto, talvez em alguma outra postagem.

The catalog of Johann Sebastian Bach is characterized in part by arrangements of his own works, reusing motifs and themes, and general “material recycling.” + In addition to composing, Bach was also an avid teacher. In 1729 he took charge of the students’ Collegium Musicum. + The compositions featured on this album were written for the students of the collegium musicum. They are performed here by Barocksolisten Munchen.

Aproveite!

René Denon

Se você se interessou pela história do Café Zimmermann, não deixe de visitar estas postagens aqui:

O Café Zimmermann, uma casa de Bach

As Mulheres e o Café

Vários Compositores – Valsas – Vários Intérpretes – #VivaPQPBach15Anos ֍

Vários Compositores – Valsas – Vários Intérpretes – #VivaPQPBach15Anos ֍

Parabéns, PQP Bach! 15 anos!

Aproveito a efeméride para repensar minhas motivações para participar do blog. Com minhas postagens pretendo apresentar o tipo de música que me dá prazer, que aprecio e me move. A postagem precisa trazer alguma centelha, precisa de um motivo, que pode até transformar-se em um leitmotiv.

No caso desta postagem, como estamos comemorando os 15 anos do PQP Bach, vamos de valsa – afinal, até as filhas do velho Bach debutam!

Além do tema, é preciso de um disco (ou mais do que um) para fazer a postagem. Como eu adoro música com piano, ele quase sempre está presente… Assim, chegamos aos intérpretes, estes mediadores imprescindíveis para quem, como eu, não pode fazer a própria música. Eu sou avesso às unanimidades, basta que alguém seja por demais venerado para que eu o coloque na geladeira, por uns tempos. Mas, vamos aos discos!

Chopin & Ravel:

Valsas & Valses nobles et sentimentales

Stephen Kovacevich

Valsas de Chopin e Ravel interpretadas por (pasmem!) Kovacevich! Pois é, o cara é uma destas unanimidades, mas costuma ser ouvido por aqui em outro repertório, Beethoven, Schubert, Brahms…

Stephen contando para o pessoal do PQP Bach como gostou de participar da efeméride…

Este disco comprei com relutância (se fossem as Baladas, eu teria saltado sobre ele). O disco foi comprado no tempo em que a expansão da CDteca se dava a altas expensas e os investimentos eram cuidadosamente medidos e estudados. As Valses nobles et sentimentales do Maurice deram o empurrãozinho que faltava e o investimento rendeu muitas horas de prazer, e ainda rende! Nas primeiras semanas lá em casa, o disco não saia da vitrola

Ouça de olhos fechados. A sequência das Valsas de Chopin que ele adota não é a convencional e a chegada do Ravel é uma transição deliciosa.

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

Valsas

  1. Valsa No. 13 em ré bemol menor, Op. 70, 3 (Moderato)
  2. Valsa No. 10 em si menor, Op. 69, 2 (Moderato)
  3. Valsa No. 14 em mi menor, Op. póstumo (Vivace)
  4. Valsa No. 1 em mi bemol maior, Op. 18 (Vivo)
  5. Valsa No. 3 em lá menor, Op. 34, 2 (Lento)
  6. Valsa No. 11 em sol bemol maior, Op. 70, 1 (Molto vivace)
  7. Valsa No. 9 em lá bemol maior, Op. 69, 1 (Lento)
  8. Valsa No. 2 em lá bemol maior, Op. 34, 1 (Vivace)
  9. Valsa No. 4 em fá maior, Op. 34, 3 (Vivace)
  10. Valsa No. 5 em lá bemol maior, Op. 42
  11. Valsa No. 12 em fá menor, Op. 70, 2 (Tempo giusto)
  12. Valsa No. 7 em dó sustenido menor, Op. 64, 2 (Tempo giusto)
  13. Valsa No. 6 em ré bemol maior, Op. 64, 1 (Molto vivace)
  14. Valsa No. 8 em lá bemol maior, Op. 64, 3 (Moderato)

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Valses nobles et sentimentales

  1. I: Modéré très franc
  2. II: Assez lent – avec une expression intense
  3. III: Modéré
  4. IV: Assez animé
  5. V: Presque lent – dans un sentiment intime
  6. VI: Vif
  7. VII: Moins vif
  8. VIII: Épilogue Lent

Stephen Kovacevich, piano

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As debutantes… entre elas, PQP Bach!

Para a próxima entrada, escolhi um disco com música de vários compositores, foco no intérprete!

Yuja Wang: Transformation

Stravinsky, Scarlatti, Brahms e Ravel

Acho fundamental ouvir novos artistas, sem expô-los à malvada comparação com antigos e bem estabelecidos. Manter ouvidos abertos e ter uma perspectiva atual pode render muitas horas agradáveis. É claro que entre os muitíssimos novos intérpretes, multiplicados tanto pelo número de pessoas talentosas que podem se dedicar à música, quanto pelos avanços das tecnologias, que permite que seus trabalhos sejam gravados e mais facilmente divulgados, há vários que fenecem por razões diversas, assim como aqueles que são afetados pela superexposição midiática. Quando as coisas passam do ponto, à lá Lang Lang, eu fico reticente. Mas adoro a Yuja Wang desde criancinha e este disco, um pouco pioneiro nessa onda de marketing de oferecer mais o artista do que o compositor, é ótimo!

Yuja foi experimentar o piano do PQP Bach Great Hall e deu trabalho para a brigada anti-fogo

As obras de Stravinsky e Brahms são belíssimas e demandam dedos a um tempo tecnicamente virtuosos e sensíveis. Nomes como Alexander Toradze, Maurizio Pollini, Julius Katchen ou Evgeny Kissin vêm à mente. Mas a Yuja Wang é pianista capaz de satisfazer os ouvintes deste time…

As lindas Sonatas de Scarlatti estão aí para revelar todo o talento da moça que também dá um show nos 11 e tantos minutos finais, tocando La Valse de Maurice!

Igor Stravinsky (1882 – 1971)

Petrushka

  1. Danse russe
  2. Chez Pétrouchkha
  3. La Semaine grasse

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

Sonata em mi maior K. 380

  1. Sonata: Andante comodo

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Variações sobre um tema de Paganini em lá menor, Op. 35

  1. Variações

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

Sonata em fá menor K. 466

  1. Sonata: Andante moderato

Maurice Ravel (1875 – 1937)

La Valse

  1. Valse

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

Sonata em sol maior K.455

  1. Sonata: Allegro

Yuja Wang, piano

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Ao som da Chicago Symphony Orchestra todos valsam lindamente

Eu também gosto de músicos que vivem um pouco à margem dos holofotes, menos expostos aos clangores das mídias. O próximo disco traz o excelente pianista sueco, Olof Höjer interpretando música de Satie.

Satie (1866 – 1925):

Peças para Piano

Olof Höjer

Temos aqui as peças mais divulgadas de Erik, as Gymnopédies e as Gnossiennes, que não poderiam estar fora de uma antologia. Isto porque Olof Höjer é estudioso dedicado da obra de Satie e gravou todas as suas peças.

Mas eu fico com este resumo e indico a peça que eu mais gosto e que faz a conexão com a postagem de hoje, a valsa Je te veux. Esta é a motivação para que juntar mais este disco ao ramalhete que hoje ofereço à nossa debutante de 15 anos. Ah, eu não consigo ouvi-la uma só vez e insisto para a Alexa, como diria Humphrey, play it again, Sam (Alexa)!

Erik Satie (1866 – 1925)

  1. 3 Gymnopédies: I. Lent et douloureux
  2. 3 Gymnopédies: II. Lent et triste
  3. 3 Gymnopédies: III. Lent et grave
  4. Gnossiennes: I. Lent
  5. Gnossiennes: II. Avec étonnement
  6. Gnossiennes: III. Lent
  7. Gnossiennes: IV. Lent
  8. Gnossiennes: V. Modéré
  9. Gnossiennes: VI. Avec conviction et avec une tristesse rigoureuse
  10. Pièces Froides, No. 1. Airs à faire fuir: I. D’une manière très particulière
  11. Pièces Froides, No. 1. Airs à faire fuir: II. Modestemente
  12. Pièces Froides, No. 1. Airs à faire fuir: III. S’inviter
  13. Pièces Froides, No. 2. Danses de travers: I. En y regardant à deux fois
  14. Pièces Froides, No. 2. Danses de travers: II. Passer
  15. Pièces Froides, No. 2. Danses de travers: III. Encore
  16. Prélude de la porte héroïque du ciel
  17. 3 Sarabandes: No. 3 in D:Flat Major
  18. 4 Ogives: I. Première Ogive
  19. Petite ouverture à danser
  20. Valse:ballet
  21. Je te veux
  22. Poudre d’or

Olof Höjer, piano

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Treino é treino, jogo é jogo…

Para fechar o cortejo, não poderia faltar um jurássico, pois que sempre que vamos ao museu, visitar os ídolos do passado, encontramos muitos bem caídos e até amarelados, alguns mesmo que ficaram horrendos.

Strauss:

Valsas

Chicago Symphony Orchestra

Fritz Reiner

Mas há alguns que, como naquele juvenil filme de seção da tarde, retornam a vida sempre que o momento oportuno lhes é concedido. Fritz Reiner é um destes. Figura realmente presa ao passado, do ponto de vista da maneira como lidava com os músicos que trabalhavam com ele, com práticas que hoje seriam consideradas no mínimo inapropriadas e ficaram sepultadas no tempo. E o que retorna à vida são alguns de seus discos. Entre eles essa singularidade com Valsas de Joseph e Johann (II) Strauss.

Fritz esbanjando seu conhecido bom humor

Não subestime estas peças – há mais nelas do que você pode crer. Olhe-as com os olhos do Fritz. Veja o que disse deste disco o arguto Olivier Le Borgne: “Fritz Reiner leva a sério essa assim chamada música leve; como Brahms ou Schoenberg, que admirava o Strauss de Viena, ele sabe que por trás do sincopado três vezes estão sentimentos nobres, até mesmo profundas ansiedades existenciais.”

Lembre-se que Stanley Kubrick, que sabia tudo de cinema e muito de música, usou uma das peças deste disco em um momento especial de seu grande filme, 2001. Veja, já se passaram vinte anos, quinze dos quais com o PQP Bach encantando nossos seguidores…

Johann Strauss II (1825 – 1899)

  1. Rosen aus dem Süden, Op. 388 (Roses from the South)
  2. Kaiser-Walzer, Op. 437 (Emperor Waltz)
  3. Morgenblätter Walzer, Op. 279 (Morning Papers)
  4. Künstlerleben, Op. 316 (Artists’ Life)

Josef Strauss (1827 – 1870)

  1. Dorfschwalben aus Österreich – waltz, Op. 164 (Village Swallows from Austria)

Johann Strauss II (1825 – 1899)

  1. An der schönen, blauen Donau, Op. 314 (On the Beautiful Blue Danube)
  2. Wiener Blut Waltz, Op. 354 (Vienna Blood)
  3. Schatz-Walzer, Op. 418 (Treasure Waltz)

Josef Strauss (1827 – 1870)

  1. Mein Lebenslauf ist Lieb’ und Lust (My Life is Love and Laughter)

Johann Strauss II (1825 – 1899)

  1. Unter Donner und Blitz, Op. 324 (Thunder and Lightning – Polka)

Chicago Symphony Orchestra

Fritz Reiner

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Yuja achando Camboinhas o máximo…

Sobre o disco do Kovacevich: Only topped by Lipatti & Rubinstein

This is a truly brilliant and splendidly played set of Chopin’s Waltzes, bettered only by those of Lipatti and Rubinstein. However, the sound on this set is much better if that’s your thing. I must admit that until recently the only Kovacevich material I owned was his Beethoven concertos. I have since discovered that he has a wealth of very fine recordings, from Grieg and Schumann’s concertos to the Diabelli Variations (1968) and Beethoven’s sonatas. So, thanks to this disc and the above mentioned, I’ll be checking more into his recordings from the 60’s and 70’s especially. (J. Grant)

Des valses de Chopin ou Ravel qui prennent une dimension grandiose entre les mains de ce pianiste d’exception. A consommer sans modération !   (Megetoile)

Há críticos que discordam… Jed Distler, por exemplo, reclama de certas excentricidades. Bom, é com vocês a decisão. Eu fico com a opinião anterior, pode ser consumido sem qualquer moderação!

Aproveite!

René Denon

Aleksandr Glazunov (1865-1936): Chant Du Ménestrel / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violoncelo No. 2, Op. 126 – Mstislav Rostropovich – Boston Symphony Orchestra – Seiji Ozawa ֍

Aleksandr Glazunov (1865-1936): Chant Du Ménestrel / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violoncelo No. 2, Op. 126 – Mstislav Rostropovich – Boston Symphony Orchestra – Seiji Ozawa ֍

Glazunov: Chant Du Ménestrel

Shostakovich

Concerto para Violoncelo No. 2

Mstislav Rostropovich

Boston Symphony Orchestra

Seiji Ozawa

Se você vivesse no Norte do Paraná, nos fins da década de 70, quero dizer 1970, teria que ser ágil para comprar qualquer LP de música clássica que surgisse, caso este fosse seu interesse. LPs eram escassos e caros. Devo acrescentar que informações culturais não eram abundantes. Assim, o gosto musical do interessado era um pouco moldado pelas oportunidades – mais tentativa e erro, o método de aprendizado. Mas era imensamente divertido.

Eu já aprendera que o selo amarelo trazia conteúdo mais palatável e visitas constantes aos escassos pontos de venda acabavam rendendo novidades. O tempo dos sebos ainda estava por vir.

Em minha coleção havia desde coisas como Gypsy!, do Werner Müller and his Orchestra, com o phase4stereo spectacular, até o outro lado do espectro, com concertos para piano de Mozart interpretados por Pollini e Gilels, acompanhados pela mais mozartiana orquestra que eu conhecia, a Wiener Philharmonic, regida por Herr Böhm.

Nesta época, pouco mais, talvez, este disco (o da postagem, é claro… hahãmm)  cruzou meu caminho e desde logo propunha algo novo. O violoncelista eu conhecia de outro disco, com o Concerto de  Dvořák, acompanhado pela Berliner Philharmoniker regida pelo Herr Karajan. Mas aqui a luz era outra. O solista ostentando uma camisa de cowboy e o jovem regente com uma espécie de camisa indiana branca, com ares de hippie, demandava mais ousadia do propenso comprador. E o compositor da peça mais longa? Um ilustre, modernoso e desconhecido compositor russo. Sim, os LPs tinham as contracapas que eram lidas e relidas antes de qualquer movimento mais forte em direção da carteira…

A compra foi uma das mais ousadas e rendeu boas semanas de muitas audições, mesmo que carregadas de incertezas e levantamentos de sobrancelhas. É claro que tudo começa em grande estilo, o Canto do Menestrel do Glazunov, muito acessível. E bonito mesmo, para quem aprecia as românticas almas russas…

Mas o concerto de Shostakovich é bem mais inquietante e foi minha primeira experiência com música que precisamos conquistar antes de gostar. Começamos com uma espécie de lamento, e depois todas aquelas sonoridades percussivas rondando o canto do violoncelo. Bem, é preciso ouvir para entender.

Aprendi depois que o concerto havia sido composto pouco mais do que uma década antes daqueles dias e que o solista da gravação era a pessoa a quem o concerto fora dedicado e que também o havia estreado.

Descobri que o Concerto havia sido composto na última fase do compositor, que o havia completado enquanto se encontrava em um hospital, pois que já lhe falhava o coração.

A música é mais reflexiva do que extrovertida, coisa que vai bem com o violoncelo, e a orquestra, apesar de imensa, é usada com maestria e cuidado pelo compositor, evitando que o solista seja tragado por ela e possa se apresentar realmente como o protagonista.

Os dois últimos movimentos são ambos nomeados Allegretto e estão unidos nos arquivos em uma única faixa, pois a passagem de um para o outro se dá continuamente – attacca!

Alexander Glazunov (1865 – 1936)

Chant Du Ménestrel, para violoncelo e orquestra

  1. Chant Du Menestrel

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)

Concerto para Violoncelo No. 2, Op. 126

  1. Largo
  2. Allegretto – attacca; III. Allegretto

Mstislav Rostropovich, violoncelo

Boston Symphony Orchestra

Seiji Ozawa

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Espero que a audição deste notável disco faça com que você reflita sobre as belezas das músicas que precisamos conquistar e que ao final lhe seja tão compensador como tem sido para mim, todas as vezes que a ele retorno.

Aproveite!

René Denon

A alegria dos dois grandes músicos ao saberem que o disco seria postado aqui no PQP Bach…