Debussy (1862 – 1918): Integral da Obra para Piano – François Chaplin – Jean-Efflam Bavouzet – Jean-Yves Thibaudet – François-Joel Thiollier – Martino Tirimo – Noriko Ogawa – Théodore Paraskivesko ֍ #DEBUSSY160

Debussy (1862 – 1918): Integral da Obra para Piano – François Chaplin – Jean-Efflam Bavouzet – Jean-Yves Thibaudet – François-Joel Thiollier – Martino Tirimo – Noriko Ogawa – Théodore Paraskivesko ֍ #DEBUSSY160

A obra para piano de Claude Debussy é inovadora, belíssima e não é imensa. É uma tentação para os pianistas e gravadoras colocá-la toda em um conjunto de quatro a cinco discos – L’integrale de l’oeuvre pour piano!

Talvez o primeiro pianista a fazer isso tenha sido Walter Gieseking, mas muitos outros fizeram isso depois dele e certamente continuarão a fazê-lo.

Eu acho fascinante poder ouvir toda essa obra, uma maravilhosa coleção, em um período relativamente curto de tempo… O desenvolvimento de um compositor genial todo colocado ao seu dispor em, digamos, uma semana?

Alguns pianistas vão um pouco além e incluem todas as pecinhas, mesmo as de juventude, ou as versões para piano desta ou daquela obra para outro tipo de combinação de instrumentos, fazendo com que um quinto disco (ou mesmo um sexto) seja acrescentado ao usual conjunto de quatro discos.

Mas, quais são as obras que fazem o núcleo destas coleções? Há peças isoladas e algumas coleções – conjuntos, trípticos ou suítes. Vamos fazer uma lista dessas que você não pode perder, facilitando assim um pouco a sua navegação pelos arquivos da postagem.

Peças avulsas:

Rêverie (1890)
Deux arabesques (1890-1)
L’isle joyeuse (1903 – 04)
… d’un cahier d’esquisses (1903)
Hommage à Haydn (1909)
La plus que lente (1910)
Berceuse héroïque (1914)
Page d’album e Élégie (1915)

Conjuntos de Peças:

Images (oubliées) (1894)

Pour le piano (1894-1901)

Suite bergamasque (1890-1905)

Images I (1901-1905)

Estampes (1903)

Images II (1907)

Children’s Corner (1906-1908)

Préludes Livre I (1910) – Livre II (1913)

La Boîte a joujoux (1913)

Études (1915)

Há outras peças, mas esse é o mapa ao qual você poderá recorrer para navegar nas sete integrais que escolhi para a postagem. Afinal, é mês do aniversário de 160 anos do Claude!

Das peças avulsas, a maior e (talvez) a primeira a apresentar as características que distinguem as inovações de Debussy é L’isle joyeuse.

Entre as coleções, certamente se destacam as Images, Estampes, Préludes e Études. Esta última coleção, de um período difícil da vida de Debussy, é um resultado de sua amizade com o seu editor, Jacques Durand, que o encarregou de uma nova edição da obra de Chopin. Essa atividade o inspirou para produzir seus próprios estudos, cujo conjunto é, para muitos, sua mais completa obra-prima.

Aproveito para lhe fazer um convite: na medida em que for ouvindo as peças, faça um esforço para expandir seus interesses culturais além da música. Este pode ser um aspecto do legado que nos foi deixado por Debussy, que tinha enorme interesse nas outras artes, das quais tirava muitas inspirações. Pintura, escultura, poesia… as pistas estão em todas as partes. Tente fazer o percurso inverso enquanto desfruta deste maravilhoso mundo sonoro.

Vamos às nossas coleções.

  • François Chaplin – Uma das mais completas, teve seus discos gravados pela Disques Pierre Verany (Arion) ao longo dos anos 2000 até 2007. Como a gravadora e o pianista são franceses, temos certeza que o sotaque está correto. Além disso, as revistas francesas especializadas em música, como a Diapason, receberam muito bem os lançamentos, na medida em que iam saindo. O sexto disco é um apêndice e traz textos de Debussy (que escrevia sobre música com o pseudônimo de Monsieur Croche) recitados por Jean Piat, que são ilustrados musicalmente por François Chaplin.

Volume 1

[1-3] Estampes

[4-9] Children´s Corner

[10] The little negro

[11-13] Images I

[14-15] Deux Images oubliées

[16-18] Pour le piano

Volume 2

[1-12] Préludes, livre I

[13] Danse

[14] Morceau de concurs

[15] Danse bohémienne

[16] Masques

[17] L’isle joyeuse

Volume 3

[1-12] Préludes, livre I

[13-16] Suite bergamasque

[17-18] Aranesques

Volume 4

[1] Rêverie

[2] D’un cahier d’esquisses

[3-5] Images II

[6] Hommage à Haydn

[7] La plus que lente

[8-13] Epigraphes antiques

[14] Berceuse heroïque

[15] Page d’album

[16] Élégie

[17] Les soirs illuminés par l’ardeur du charbon

Volume 5

[1-12] Études

[13] Ballade

[14] Mazurka

[15] Nocturne

[16] Valse romantique

François Chaplin, piano

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MP3 | 320 KBPS | 902 MB

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  • François-Joel Thiollier – Viva a Naxos! Cinco lindos discos, em particular o disco com os prelúdios, muito bem gravados e lançados entre 1994 e 1997. O pianista Fançois-Joel Thiollier já havia provado seu valor com alguns discos (incluindo a integral da obra para piano) de Ravel. Na época de seu lançamento os concorrentes eram peso-pesado, como o excelente Zoltan Kocsis, mas Thiollier oferecia uma ótima opção, como você poderá ouvir aqui. Veja o que a American Record Guide disse: Thiollier plays it beautifully…it was a real treat to hear this warm, sweet piano tone emerge out of complete silence.

Volume 1

[1-4] Suite Bergamasque

[5] Nocturne

[6] Danse bohemienne

[7] Rêverie

[8] Mazurka

[9-10] Deux arabesques, L. 66

[11] Valse romantique (L. 71)

[12] Ballade

[13] Danse – Tarantelle styrienne

[14-16] Pour le piano

Volume 2

[1] Le petit nègre

[2-7] Children’s Corner

[8-11] La Boite A Joujoux

[12-17] 6 Epigraphes antiques

Volume 3

[1-3] Images pour piano I

[4-6] Images pour piano II

[7-9] Estampes

[10-12] Images oubliées

[13] La plus que lente

[14] L’isle joyeuse

Volume 4

[1-24] Préludes

Volume 5

[1-12] Études

[13] D’un cahier d’esquisses

[14] Hommage à Haydn

[15] Élégie, L138

[16] Morceau de concours

[17] Page d’album: Pièce pour l’oeuvre du ‘Vêtement du blessé’

[18] Berceuse héroïque

[19] Masques

Francois-Joel Thiollier, piano

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MP3 | 320 KBPS | 796 MB

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  • Jean-Efflam Bavouzet – Aqui temos mais um pianista francês, mas a produção é do selo Chandos que é inglês. Nesta coleção a integral de divide em cinco discos, mas o quinto contém três balés… Além disso, este conjunto já frequentou as páginas do blog antes, quando foi postada pelo nosso colaborador-raiz, FDP Bach. Esta talvez seja a integral mais ‘completa’ que reúne qualidades artísticas e técnicas que a colocam na preferência de muitas pessoas. Eu sou bastante reticente e desgosto um pouco das comparações, especialmente em se tratando de gravações musicais. Veja, cada gravação traz em si uma longa história e há muitos aspectos que podem ser apreciados, mas levei em consideração a qualidade global deste item para trazê-lo novamente em uma postagem.

Volume 1

[1-24] Préludes

[25] Les soirs illuminés par l’ardeur du charbon

Volume 2

[1] Ballade

[2] Valse romantique

[3] Danse (Tarantelle styrienne)

[4-6] Images (oubliées)

[7-9] Estampes

[10-12] Pour le piano

[13] Masques

[14] L’isle joyeuse

[15] …D’un cahier d’esquisses

Volume 3

[1] Nocturne

[2-5] Suite bergamasque

[6] Danse bohémienne

[7-8] Arabesques

[9] Rêverie

[10] Mazurka

[11-16] Children’s Corner

[17] Hommage à Haydn

[18] Morceau de Concours

[19] La plus que lente

[20] The little nigar

[21] Page d’album

[22] Berceuse héroïque

[23] Élégie

Volume 4

[1-3] Images I

[4-6] Images II

[7-19] Études (incluíndo o Étude retrouvée)

Volume 5

[1-8] Khamma (Légende dansée)

[9-18] Jeux (Poème dansé)

[19-22] La Boîte à joujoux (Ballet pour enfants)

Jean-Efflam Bavouzet, piano

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MP3 | 320 KBPS | 830 MB

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  • Jean-Yves Thibaudet – Ooppss… mais um pianista francês com selo inglês. Esta gravação é mais antiga do que a anterior, lançamentos entre 1996 e 2000, mas é espetacular, do ponto de vista técnico e tem a qualidade de colocar tudo (?) em quatro discos. Veja como o Penguin Guide fala bem dele (pelo menos dos dois primeiros discos): Beautifully recorded, […] looks set to take first place in a competitive field. The Préludes are among the finest in record. Sobre a gravação dos Prelúdios: Always a crisp and articulate pianist, Thibaudet´s Préludes display greater freedom and imagination than is sometimes the case with him.

Volume 1

[1-12] Préludes I

[13-15] Estampes

[16-17] Arabesques

[18] Rêverie

[19] Masques

[20] L’isle joyeuse

Volume 2

[1-12] Préludes II

[13] …D’un cahier d’esquisses

[14] Morceau de Concours

[15] Danse bohémienne

[16] Nocturne

[17-18] Deux Images (oubliées)

[19-21] Pour le piano

Volume 3

[1-3] Images I

[4-6] Images II

[7] Le petit negre

[8-13] Children’s Corner

[14] La plus que lente

[15] Valse romantique

[16] Ballade

[17] Danse (Tarantelle styrienne)

[18] Mazurka

Volume 4

[1-4] Suite bergamasque

[5] Hommage à Haydn

[6] Élégie

[7] Berceuse héroïque

[8] Page d’album

[9-20] Études

[21] Étude retrouvée

Jean-Yves Thibaudet, piano

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MP3 | 320 KBPS | 720 MB

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  • Martino Tirimo é cipriota, pianista desde a mais tenra idade, estudou em Londres e Viena. Ganhou muitos prêmios e é ótimo pianista. Tem gravações de (todas) as peças solo para piano de Beethoven, de Schubert, mas essa coleção de quatro CDs com a obra para piano de Debussy é o que eu mais ouvi dele e é ótima. Foi gravada entre 1988 e 1991 para o selo inglês Carlton Classics e já teve várias novas edições. Veja o que o Jed Distler, da Classics Today,  disse: For starters, Tirimo’s warm, beautifully nuanced sonority and the alluring resonance of the Rosslyn Hill Chapel in Hampstead mesh in a way that evokes the composer’s “piano without hammers” ideal without sacrificing rhythmic backbone. Tirimo’s strong rhythm and care with scaling dynamics factors into this impression. Sobre a gravação dos Prelúdios, o Penguin Guide disse: Complete on one super-baigain CD, Tirimo’s set offers excellent value, his sensitive playing enhanced by fine digital sound. Por um ano de minha vida, este disco (Prelúdios) foi o que eu mais ouvi da música para piano de Debussy e esta coleção é especial para mim.

Volume 1

[1-12] Études

[13-15] Estampes

[16] L’isle joyeuse

Volume 2

[1-24] Préludes

Volume 3

[1-4] Suite bergamasque

[5-6] Deux Images (oubliées)

[7] Rêverie

[8] Danse (Tarantelle styrienne)

[9-10] Arabesques

[11] Ballade

[12] Valse romantique

[13] Nocturne

[14] Danse bohémienne

[15-17] Pour le piano

Volume 4

[1-3] Images I

[4-6] Images II

[7] Berceuse héroïque

[8] Mazurka

[9] La plus que lente

[10] Masques

[11] Élégie

[12] The little negro

[13] Page d’album

[14] Morceau de concours

[15] Hommage à Haydn

[16] …D’un cahier d’esquisses

[17-22] Chisldren’s Corner

Martino Tirimo

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MP3 | 320 KBPS | 699 MB

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  • Noriko Ogawa estudou no Tokyo College of Music e na Julliard School, em Nova Iorque. Ganhou em 1987 o prestigioso Leeds International Piano Competition, o que definitivamente impulsionou sua carreira de pianista internacional. Esta coleção de seis discos com a obra completa para piano, de Debussy, gravada pelo excelente selo (ótimo som) BIS entre 2001 e 2011, certamente mostra que não é necessário nascer em solo francês para falar esse idioma musical. A Gramophone disse o seguinte sobre o segundo disco da série: We have had to wait some time for volume 2 of Noriko Ogawa’s Debussy cycle on BIS, but the wait is made gloriously worthwhile. Every bar of these new performances confirm Ogawa as a most elegant, scrupulously sensitive interpreter of ‘music like a dream from which one draws away the veil’ (Debussy). O Penguin Guide  afirma que ela é ‘a superb interpreter of this repertoire’.

CD1

[1-2] Arabesques

[3] Danse, “Tarantelle styrienne”

[4] Ballade

[5] Valse romantique

[6] Rêverie

[7-10] Suite bergamasque

[11] Mazurka

[12] Nocturne

[13.] Danse bohemienne

[14-16] Pour le piano

CD2

[1-3] Images, Book 1

[4-6] Images, Book 2

[7-9] Images oubliees

[10-12] Estampes

[13] Masques

[14] L’isle joyeuse

CD3

[1-12] Preludes, Book

[13] …D’un cahier d’esquisses

[14] Morceau de concours

[15] Hommage a Haydn

[16] The Little Nigar

[17-22] Children’s Corner

[23] La plus que lente

CD4

[1-12] Preludes, Book 2

[13] Berceuse heroique

[14] Page d’album, “Piece pour le Vetement du blesse”

[15] Élégie

[16-19] La boite a joujoux (version for piano)

CD5

[1-12] Études

[13] Étude retrouvée

[14] Intermede (arr. of Piano Trio No. 1: II. Scherzo-Intermezzo)

[15-20] Epigraphes antiques (version for solo piano)

[21] Les soirs illumines par l’ardeur du charbon

CD6

[1] Fugue pour le concours de fugue (1881) (arr. N. Ogawa for piano)

[2] Fugue pour le concours de fugue (1882) (arr. N. Ogawa for piano)

[3] Fugue pour le concours de fugue (1883) (arr. N. Ogawa for piano)

[4] Fugue pour le concours d’essai, Prix de Rome Competition (1882) (arr. N. Ogawa for piano)

[5] Fugue pour le concours d’essai, Prix de Rome Competition (incomplete) (1883) (arr. N. Ogawa for piano)

[6-8] Fantaisie

Noriko Ogawa, piano

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MP3 | 320 KBPS | 1 GB

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  • Théodore Paraskivesko nasceu na Romênia, mas naturalizou-se francês. Estudou com Magda Tagliaferro, Yvonne Lefébure e Nadia Boulanger. Faz assim uma ponte entre a tradição de pianistas franceses mais próximos ao tempo de Debussy com esta geração representada pelos outros pianistas. Nova geração, mas não exatamente novíssima… Estas gravações foram feitas entre 1976 e 1980, e as conheci já em CDs, lançados pelo selo Calliope. Ela muito contribuiu para meu enorme interesse e admiração pela obra para piano de Debussy.

Volume 1

[1-24] Préludes Images Premier Livre

Volume 2

[1-3] Images I

[4-6] Images II

[7] Berceuse Héroïque

[8-13] Children’s Corner

Volume 3

[1-3] Pour Le Piano

[4-6] Estampes

[7-10] Suite Bergamasque

[11] Nocturne

[12-17] Six Epigraphes Antiques

Théodore Paraskivesco

Volume 4

[1-2] Arabesques

[3] La Plus Que Lente

[4] Le Petit Nègre

[5] L’isle Joyeuse

[6-17] Douze Études

Théodore Paraskivesco, piano

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MP3 | 320 KBPS | 651 MB

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Com tantas comemorações, Claude precisou descansar e relaxar um pouquinho…

Tenho feito um esforço de virtualmente sempre disponibilizar arquivos flac e mp3 em minhas postagens, mas considerando o volume de informação desta particular postagem, optei por disponibilizar apenas os arquivos mp3. Espero contar com a compreensão daqueles que preferem os arquivos flac, mas tenho certeza que a qualidade dos arquivos disponibilizados não os desapontará nem deixará de fazer brilhar a beleza desta música de que tanto gosto. Espero que aproveite bastante, mas há muito mais Debussy em estoque!

René Denon

Debussy (1862 – 1918): Études – Anne Queffélec – Michel Beroff – Mitsuko Uchida – Philippe Bianconi – Pierre-Laurent Aimard ֍ #DEBUSSY160

Debussy (1862 – 1918): Études – Anne Queffélec – Michel Beroff – Mitsuko Uchida – Philippe Bianconi – Pierre-Laurent Aimard ֍ #DEBUSSY160

Debussy

Études

Queffélec – Beroff

Uchida

Bianconi – Aimard

 

Os Estudos foram compostos por Debussy em 1915, como resultado de seu trabalho na edição das obras de Chopin. Essa tarefa lhe havia sido proposta por seu editor, Jacques Durand, parte de uma estratégia de animá-lo e ajuda-lo a passar por um período particularmente difícil da vida. O resultado é uma coleção de obras primas, por muitos consideradas o que há de melhor em sua obra. Ele mesmo teria dito que as peças ‘são um aviso aos pianistas para que nem tentem se profissionalizar, a menos que tenham mãos fenomenais’! Em sua correspondência com Durand, disse:

Estou certo que você irá concordar comigo que não há necessidade de

evidenciar o mecanismo instrumental apenas para parecer mais

comprometido, um toque de charme não vai machucar ninguém. Chopin

provou isso e fez com que essa necessidade se tornasse arrogante.

 

Nesta postagem trazemos algumas gravações desta coleção…

Anne Queffélec estudou no Conservatório de Paris e posteriormente em Viena com Paul Badura-Skoda, Jörg Demus e Alfred Brendel (assim como o fez Imogen Cooper). Teve sua carreira de pianista impulsionada ao ganhar competições de piano em Munique e Leeds. Desde os anos 1970 tem feito gravações de música principalmente francesa sempre com muito boa recepção de crítica e público. A Gramophone refere-se às suas gravações como “Delicious playing”, “Outstanding … thoughtful, poetic”, “Articulate, clear-textured and vivacious, this is commendable”.

Veja como ela respondeu a um de seus entrevistadores:

You will close the program with Debussy and Ravel. Why did you include those composers and those works?

AQ: The second half is dedicated to Debussy’s Reflets dans l’eau and Ravel’s Miroirs because I love these marvellous pieces! By programming Reflets and Miroirs together seemed to me connected to this idea of “reflections”, even if the music itself in Ravel ensemble, in the individual titles of the five pieces, don’t give us the key for the global name of Miroirs. This remains a mystery; we have to be like Alice in Wonderland, and agree to follow Ravel, and go through the mirrors in turn!

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MP3 | 320 KBPS | 112 MB

Veja esta postagem aqui:

Ravel (1875-1937): Miroirs – Le tombeau de Couperin – Anne Queffélec

Michel Beroff gravou essencialmente toda a obra para piano de Debussy nos anos 1970 para a EMI, oferecendo uma visão mais virtuosística e incisiva. Sua gravação dos Prelúdios está na postagem que dediquei a esta obra e aqui temos a sua gravação dos Estudos. Veja o que disse de suas gravações um crítico amador, mas arguto: My search for complete recording of Debussy’s solo piano music had ended there, until I came across Michel Beroff through his awe-inspiring recording of Messiaen’s Vingt regards and astounding Prokofiev Concerti recording.

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MP3 | 320 KBPS | 97 MB

Veja esta postagem aqui:

Serguei Prokofiev (1891-1953): Integral dos Concertos para Piano – Michel Béroff – Gewandhausorchester, Leipzig – Kurt Masur

Mitsuko Uchida – A partir de 1984 até 1989 a Philips lançou uma série de discos com música de Mozart, Sonatas e Concertos para piano, com uma solista japonesa – Mitsuko Uchida, que vieram a se tornar referência destas obras. Até acusadas de perfeitas, essas gravações foram… De qualquer forma, a menos de um disco com Sonatas para Piano de Chopin, o nome de Uchida ficou associado à Mozart. Posteriormente, gravou os Concertos para Piano de Beethoven, algum Schumann, alguma coisa da trinca Schoenberg, Berg e Webern e muito Schubert. Assim, sua gravação dos Estudos de Debussy desperta alguma surpresa, mas que surpresa! Para muitos, essa é a gravação que não pode faltar em qualquer coleção de discos de Debussy. Se eu fosse forçado por meios mesmo não muito cruéis a escolher uma gravação dos Estudos de Debussy, não vacilaria e a escolheria. Bom, é retórica, eu sei, mas dá a medida de quanto importante é esse disco. O Penguin Guide deixa de lado a tradicional fleuma inglesa e rasga a seda: Mitsuko Uchida’s remarkable account of the Études on Philips is not only one of the best Debussy piano records in the catalogue, but also one of the best recordings in the instrument. Em uma publicação semelhante, da Gramophone, lemos: The harmonic language and continuity of the Études is elusive even by Debussy’s standards, and it takes na artist of rare gifts to play them ‘from within’, at the same time as negotiating their finger-knotting (trança-dedos) intricacies. Mitsuko Uchida is such an artist.

De um maravilhado crítico amador: For some inexplicable reason this is Uchida’s only disc of Debussy. She is an ideal Debussy musician, with the technique, the intelligence, the sensibility and the capacity to be mercurial that his music demands. With the étudess, only Aimard comes close. A classic account.

A capa deste disco é espetacular…

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MP3 | 320 KBPS | 109 MB

Philippe Bianconi já apareceu aqui em nossa versão de ‘o cantor mascarado’, quando interpretou os Concertos para Piano de Brahms. É um pianista notável e sua gravação chegou até aqui por apresentar uma visão um pouco mais ponderada, dando um pouco mais de ‘ar’ aos estudos. Além dos estudos, sua gravação traz outras peças para piano que levam a mão do sempre disponível e amigo André Caplet.  Vale a pena explorá-las.

 

 

Veja a lista de ‘extras’:

Élégie, L138

Le Martyre de Saint Sébastien – Suíte

I. La Cour des Lys. Prélude (transcription André Caplet)

II.Danse extatique (transcription André Caplet)

III. La Chambre magique (transcription André Caplet)

IV. La Passion (transcription André Caplet)

V. Le Laurier blessé (transcription André Caplet)

VI. Le Bon Pasteur (transcription André Caplet)

Les soirs illuminés par l’ardeur du charbon

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MP3 | 320 KBPS | 164 MB

Veja esta postagem aqui:

DESAFIO PQP! –> Brahms (1833-1897): Concertos para Piano

Pierre-Laurent Aimard é um pianista mais geralmente associado à música moderna e/ou contemporânea e foi colaborador de Pierre Boulez. Assim, sua abordagem da música mais tradicional, como os Concertos para Piano de Beethoven ou Mozart, das obras de Bach e, em particular, de Debussy, traz um olhar diferenciado. Veja a crítica que este disco recebeu do compêndio da Gramaphone de 2009: With Pierre-Laurent Aimard the sheer freshness and novelty of this music come across strongly. So does the ardour; whereas some players are content with mood and atmosphere, his communication of feeling is acute. Assim como foi o caso do disco do Bianconi, aqui os Estudos não estão sozinhos. Neste caso, estão acompanhados de uma ótima interpretação das Images.

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MP3 | 320 KBPS | 171 MB

Espero que tenha gostado das opções que apresento aqui… Acrescente também as ótimas gravações que estão na postagem da Integral das Obras para Piano com os pianistas François Chaplin, François-Joel Thiollier, Jean-Efflam Bavouzet, Jean-Yves Thibaudet, Martino Tirimo, Noriko Ogawa e Théodore Paraskivesko.

Aproveite!
René Denon

Claude, vendo ninguém à sua frente…

Radamés Gnattali (1906-1988): Moto Contínuo (Peças para Piano) – Luís Rabello ֍

Radamés Gnattali (1906-1988): Moto Contínuo (Peças para Piano) – Luís Rabello ֍

 

Radamés Gnattali

Peças para Piano

Luís Rabello, piano

 

 

Alô Radamés, te ligo
Aqui fala o Tom Jobim
Vamos tomar um chope
Te apanho na mesma esquina
Já comprei o amendoim

 

Imagine alguém que tenha sido parceiro de Tom Jobim, Villa-Lobos, Pixinguinha… O pai era músico nascido na Itália – apaixonado por óperas de Verdi. Quando nasceram os filhos foi logo tascando: Aída, Ernani… e Radamés!

Adivinhe o nome de pelo menos três enormes personagens da nossa música aqui reunidos…

Radamés Gnattali foi músico completo – pianista (interpretou o Concerto nº 1 de Tchaikovsky no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência de Arnold Glüchman), compositor, arranjador, regente. Seu Concerto para Piano No. 2 foi interpretado nos Estados Unidos da América por Arnaldo Estrella, acompanhado pela Orquestra da Filadélfia sob a regência de Eugene Ormandy, que escreveu na partitura usada na ocasião: To Mr. Gnattali – with admiration for his excellent Piano Concerto, E. O. Philadelphia, 3rd April 1943.

Radamés com o outro Rabello

Este disco da postagem foi uma agradabilíssima surpresa num domingo meio chato. Estava em busca de um disco de Raphael Rabello e dei com meus costados neste, de seu sobrinho, o pianista Luís Rabello. Gostei tanto do disco que imediatamente me pus a preparar a postagem. E que a música fale por si, baixe logo e aproveite – delicie-se!

 

Radamés Gnattali (1906 – 1988)

Moto Contínuo

  1. Moto Contínuo No. 1
  2. Moto Contínuo No. 2

Peças para Piano

  1. Uma rosa para o Pixinguinha
  2. Rapsódia Brasileira
  3. Poema Fim de Tarde
  4. Manhosamente – Choro

Vaidosas

  1. Vaidosa No. 1
  2. Vaidosa No. 2
  3. Vaidosa No. 3

Prelúdios

  1. Prelúdio Cigarra
  2. Prelúdio Paisagem
  3. Prelúdio Amolecado

Sonata para Piano No. 2

  1. Allegro Moderato
  2. Saudoso
  3. Ritmado

Estudo

  1. Choro

Exercícios sobre Rítmos Brasileiros

  1. Exercise No. 1
  2. Exercise No. 2
  3. Exercise No. 3
  4. Exercise No. 4

Guriatan de coqueiro

  1. Toada

Luís Rabello, piano

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FLAC | 205 MB

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MP3 | 320 KBPS | 144 MB

Quizz: Qual ator você escalaria para o papel de Luís Rabello?

Para saber um pouco mais sobre o maestro, pode ver aqui e aqui.

In the music of Radames Gnattali (1906-1988) you will discover a fabulous craftsman, a great inventor of memories, a relentless experimenter. Gnattali is one of the major figures of the Brasilian 20th century musical landscape and Luis Rabello is likely the most authoritative exponent of his piano output.

The album is a portrait of Gnattali’s piano music, with heart warming melodies, dazzling virtuosity and a blend of Brazilian musical flavours where Classical music meets Jazz, Bossa-Nova, Samba and Choro.

Luis Rabello is a Brazilian classical pianist living in the Netherlands. Rabello was born in Rio de Janeiro into a family of renowned musicians who represented traditional musical genres in Brazil such as the Choro, Samba and Bossa Nova. [Prestomusic.com]

Aproveite!

René denon

Um poema de Tom Jobim para Radamés Gnattali:

Meu amigo Radamés é coisa melhor que tem
É um dia de sol na floresta, é a graça de querer bem
Radamés é água alta, é fonte que nunca seca
É cachoeira de amor, é chorão, é rei da peteca
Deu sem saber que dava e deu muito mais que tinha
Multiplicaram-se os pães, multiplicou-se a sardinha
O Radar é concertista, compositor, pianista, orquestrador, maestrão
E, mais que tudo, é amigo, navega junto contigo
É constante doação
Ajudou a todo mundo, e mais ajudou a mim.
Alô Radamés, te ligo
Aqui fala o Tom Jobim
Vamos tomar um chope
Te apanho na mesma esquina
Já comprei o amendoim

Resposta do quizz:

Johnny (Leonard Hofsttadter) Galecki

Debussy (1862 – 1918): Peças para Piano – Marc-André Hamelin (Images e Préludes, Livre II) & Vladimir Horowitz (Uma pequena coleção de peças) ֍ #DEBUSSY160

Debussy (1862 – 1918): Peças para Piano – Marc-André Hamelin (Images e Préludes, Livre II) & Vladimir Horowitz (Uma pequena coleção de peças) ֍ #DEBUSSY160

Claude Debussy

(Alguma) Música para Piano

A perspectiva do virtuose de piano

Parabéns!

Os pais de Claude Debussy eram pessoas simples – uma costureira e um balconista – e ficaram cheios de planos quando ele, com apenas dez anos, foi aceito no Conservatório de Paris para estudar piano. Uma carreira como pianista, virtuose do instrumento, seria a realização de um sonho. Mas, bem pouco tempo depois, a realidade se mostrou outra, para grande exasperação tanto dos pais quanto dos professores. O garoto adorava distorcer cada efeito do pobre instrumento e não parava de murmurar, como se estivesse todo o tempo falando com o instrumento. A avaliação dos mestres: ótimo acompanhante e dono de grande invenção harmônica, mas não um pianista!

Hoje é impossível falar da música para piano sem mencionar Claude Debussy, cuja obra para piano certamente deixou sua marca e influência. Basta pensar nos Prelúdios e nos Estudos.

Neste momento em que o colocamos em destaque pela passagem de 160 anos de seu nascimento, decidi evidenciar nesta postagem o aspecto desta obra que lança um apelo aos pianistas virtuoses. É claro, não deu para explorar o tema até o fundo (ah, se Conde Vassily se atracasse com isso…), mas a ideia é pontuar, lembrar esse aspecto.

Minhas limitações e poucos recursos me deixaram com estes dois pianistas, um do século 20, que de certa forma, também foi o século da música para piano de Claude: Vladimir Horowitz; o outro é bem atual e atuante: Marc-André Hamelin.

O primeiro arquivo é o conteúdo de um disco gravado por Marc-André Hamelin, todo dedicado a peças de Debussy. Os dois conjuntos de três peças para piano cada um, Images I e II, escritos entre 1901 e 1907, e o segundo livro dos Prelúdios, de 1912-13.

A música contida aqui nos revela como Debussy era inspirado pelas mais diferentes formas de arte e como ele conseguia recriar, de forma inovadora, as diferentes belezas – impressões – palavra que ele mesmo não aceitava, em sua própria arte.

Mas, aviso aos navegantes! Se você ainda não conhece esta música, a primeira parte do disco demanda um bom momento para ser ouvida, sem pressas ou ansiedades. Permita que as belezas sonoras extraídas do piano possam ser devidamente apreciadas. Se você prefere mais ação, vá até os prelúdios, depois de ouvir alguns movimentos das Images e, depois, volte… Não há pressa!

Marc-André Hamelin, em pose de pianista…

Veja os nomes das peças das Images: Reflets dans l’eau, Et la lune descend sur le temple qui fut, Poissons d’or.  Para realizar estas peças é necessário sensibilidade, inteligência, controle do tempo e o requisito que motivou a postagem, virtuosismo. Basta pensar no último dos Prelúdios, aqui interpretado magistralmente por Hamelin: Feux d’artifice.

O segundo arquivo, que oferecemos apenas em mp3, é uma compilação de algumas (poucas, pena…) peças de Debussy que Volodya tocava. Ele, que assim como Marc-André Hamelin, poderia tocar ‘qualquer coisa’, tinha estas peças em seu repertório. Aqui reunimos gravações feitas em estúdio com gravações ‘ao vivo’. Na verdade, duas peças são apresentadas duas vezes cada uma, gravadas assim, primeiro em estúdio e depois a gravação ao vivo.

A faixa 00 lhe dará uma ideia de como reage o pessoal do PQP Bach quando Volodya aparece por aqui, mas se isso te incomodar muito, pode simplesmente excluí-la.

A seleção de Horowitz começa com alguns Prelúdios, quatro deles: “Les fées sont d’exquises danseuses, Bruyères, “General Lavine” – eccentrique e La terrasse des audiences du clair de lune.  Todos em comum com o Hamelin. Um estudo para mostrar que era perfeito nos arpejos e duas típicas peças de encores: Serenade for the doll, da Suíte Children’s Corner, para deixar a plateia bem quietinha (que um bom pianista é assim, bota todo o mundo sob seu feitiço), fechando o petit recital com L’isle joyeuse, para sair nos ombros da multidão!

Primeiro Arquivo

Claude Debussy (1862 – 1918)

Images pour piano – Livro 1

  1. Reflets dans l’eau
  2. Hommage à Rameau
  3. Mouvement

Images pour piano – Livro 2

  1. Cloches à travers les feuilles
  2. Et la lune descend sur le temple qui fut
  3. Poissons d’or

Préludes – Livro 2

  1. Brouillards: Modéré
  2. Feuilles mortes: Lent et mélancolique
  3. La Puerta del Vino: Mouvement de Habanera
  4. Les fées sont d’exquises danseuses: Rapide et léger
  5. Bruyères: Calme
  6. «General Lavine»—excentric: Dans le style et le mouvement d’un Cake-Walk
  7. La terrasse des audiences du clair de lune: Lent
  8. Ondine: Scherzando
  9. Hommage à S Pickwick Esq PPMPC: Grave
  10. Canope: Très calme et doucement triste
  11. Les tierces alternées: Modérément animé
  12. Feux d’artifice: Modérément animé

Marc-André Hamelin (piano)

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FLAC – HiRe| 990 MB

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MP3 | 320 KBPS | 173 MB

Marc-André adorando conhecer a coleção de pianos do PQP Bach em Boston

The hallmarks of Hamelin’s style are always in evidence, and the clarity with which the polyphonic aspects of Reflets dans l’eau come through gives a sense of momentum rarely perceived in this piece.

BBC Music Magazine, janeiro de 2015

Hamelin’s stature, extraordinary from the start, increases with every new issue. And here in his latest album he subdues his legendary, transcendent technique to convey Debussy’s very essence with a surpassing ease and naturalness….Hamelin’s glistening sonority is flawlessly captured by the Hyperion team. This is a disc to treasure.

Gramophone, novembro de 2014

 Segundo Arquivo

Claude Debussy (1862 – 1918)

  1. Aplausos para Horowitz
  2. Prelude IV, Book II – Les fees sont d’exquises danseuses (Gravação em Estúdio)
  3. Prelude IV, Book II – Les fees sont d’exquises danseuses (Gravado ao Vivo)
  4. Prelude V, Book II – Bruyeres (Gravação em Estúdio)
  5. Prelude V, Book II – Bruyeres (Gravado ao Vivo)
  6. Prelude VI, Book II – General Lavine-eccentric Cake-Walk (Gravação em Estúdio)
  7. Préludes VII, Book II – La terrasse des audiences du clair de lune (Gravação ao Vivo)
  8. Étude – Pour les arpeges composes- Dolce e lusingando (Gravado ao Vivo)
  9. Serenade for the Doll – Allegretto ma non troppo (Gravado ao Vivo)
  10. L’isle joyeuse (Gravado ao Vivo)

Valdimir Horowitz, piano

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MP3 | 320 KBPS | 77 MB

As faixas 0, 2, 4 e 6 foram gravadas ao vivo em um concerto no Woolsey Hall da Yale University em 13 de novembro de 1966.

As faixas 1, 3 e 5 foram gravadas em estúdio entre 1962 e 1963. Produção de Thomas Frost. (Estas faixas fazem parte dos dois primeiros volumes de uma coleção lançada pela Sony com gravações de Horowitz e trazem as sessões de gravação feitas entre 1962 e 1963 no estúdio montado pela Columbia na mansão do artista, que se recusava a se mostrar num estúdio.)

As três últimas faixas foram gravadas no Concerto do Carnegie Hall de 1966. (Também fazem parte da coleção mencionada anteriormente.)

Não deixe de ler esta perspectiva sobre a arte de Horowitz.

Aproveite!

René Denon

Se você gostou do primeiro álbum, não vai deixar de apreciar estas postagens aqui:

Claude Debussy (1860 – 1911) • ∾ • Peças para Piano • ∾ • Steven Osborne ֍

Claude Debussy (1862-1918): Images I e II – Estampes – Ivan Moravec, piano

Debussy (1862 – 1918) – Préludes – Hiroko Sasaki, piano (Pleyel, 1873) ֍ #DEBUSSY160

Debussy (1862 – 1918) – Préludes – Hiroko Sasaki, piano (Pleyel, 1873) ֍ #DEBUSSY160

 

Claude Debussy

Préludes

Hiroko Sasaki, piano

 

O número 790 da 11th Avenue de NYC fica próximo a endereços famosos para os amantes da música – Carnegie Hall, Lincoln Center for Performing Arts e, uns três quarteirões dali, a Broadway.

Foi neste lugar que a pianista Hiroko Sasaki terminou a sua busca por um piano para realizar a gravação dos Prelúdios, de Debussy. O projeto já vinha amadurecendo há muitos anos e finalmente ela estava na fase de encontrar um instrumento adequado para realiza-lo, assim como o imaginava. No endereço citado, há uma firma de restauração de pianos de concerto e para colecionadores, a Klavierhaus. E foi buscando entre os pianos lá dispostos que ela avistou um piano realmente diferente –  vermelho com uma suntuosa decoração de apliques folheados a ouro, Chinoiserie – à Louis XV.

 

Ela o experimentou quase que por diversão e se apaixonou por ele. O instrumento é um piano Pleyel, construído em 1873 pela Pleyel, Lyon & Cie, de Paris. Foi construído em uma estrutura original de cravo, que o coloca ainda mais em uma situação sui-generis.

Hiroko conta que tocou alguns dos prelúdios no lindo piano e percebeu que havia encontrado o instrumento para realizar o seu projeto. Nem tudo estava perfeito, no entanto. Havia limitações, especialmente no volume de som a que nos acostumamos perceber nas interpretações de alguns prelúdios. Mas, os outros aspectos falaram mais alto e adaptações foram feitas pela pianista. O antigo piano lhe revelou coisas sobre essa música que ela ainda não percebera. Assim, espero que você ao ouvir o disco também descubra ou reencontre aspectos que essa maravilhosa música certamente pode lhe oferecer.

A famosa pianista Mitsuko Uchida arranjou para que a garota de Hiroko Sasaki, de 13 anos, deixasse o Japão para estudar na Yehudi Menuhin School, na Inglaterra. Aos 16 anos ela foi estudar com o lendário Leon Fleisher, no Curtis Institute, completando seus estudos em 1994. Além de carreira solo, Hiroko faz parte de um conjunto camerístico, o Amadeus Trio, ao lado de David Teie e Timothy Baker.

Essa postagem também faz parte das comemorações pelos 160 anos do nascimento de Claude Debussy (#DEBUSSY160) e eu escolhi esta gravação dos Prelúdios, que eu tanto gosto. É claro, esta é apenas uma gravação entre tantas, mas a cada audição, mesmo de não tão famosos intérpretes, consigo desfrutar dessa maravilhosa música.

O que você não pode deixar de ouvir?

Em se tratando dos Prelúdios, há muitos pequenos tesouros sonoros com os quais você pode se deleitar. A Catedral Submersa, no primeiro livro, certamente chama a atenção e gruda na memória. Mas há outros também, como o hiperativo Le vent dans la plaine. Mais um dos meus favoritos é Les sons et parfums tournent dans l’air du soir, pelo seu nome e atmosfera inebriante.

No livro 2, não deixe de passar pela Puerta del Vino, com toda a sua espanholice e deixe-se carregar pelos últimos dois – Les tierces alternées (o único título sem poesia, ou com poesia concreta) e os Fogos de Artifício, comemorando um 14 de julho, viva a França!

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes – Livre 1

  1. Danseuses de Delphes
  2. Voiles
  3. Le vent dans la plaine
  4. Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir
  5. Les collines d’Anacapri
  6. Des pas sur la neige
  7. Ce qu’a vu le vent d’ouest
  8. La fille aux cheveux de lin
  9. La serenade interrompue
  10. La cathedrale engloutie
  11. La danse de Puck
  12. Minstrels

Préludes – Livre 2

  1. Brouillards
  2. Feuilles mortes
  3. La puerta del vino
  4. Les fees sont d’exquises danseuses
  5. Bruyeres
  6. General Lavine – eccentric
  7. La terrasse des audiences du clair de lune
  8. Ondine
  9. Hommage a S. Pickwick Esq. P.P.M.P.C
  10. Canope
  11. Les tierces alternees
  12. Feux d’artifice

Hiroko Sasaki, piano

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MP3 | 320 KBPS | 165 MB

Hiroko Sasaki

When acclaimed pianist Hiroko Sasaki was looking for an instrument to record the Debussy Preludes on, she happened to spot a strange looking instrument, which turned out to be a Pleyel concert grand built in 1873, and she instantly fell in love with it. The piano, built in a beautifully ornamented harpsichord case, offers her the special sonorities, dynamics and colours that she thinks are essential in Debussy, who himself owned a Pleyel piano, his favourite instrument.

The result is fascinating, the familiar music is clothed in a new sound, the pianissimos seem to come from “a piano without hammers”, as Debussy wanted it. But an instrument needs a master to sound great, and Hiroko Sasaki does marvels with these 24 character pieces, full of atmosphere, caprice and imagination.

Louis XV Chinoiserie…

“exquisite proportion, rare poetic understatement, and a connoisseur’s in-depth grasp of many unusual textual options.”

— Musical America

Debussy: Preludes Books I and II review – beautiful sound Debussy would have recognised

Hiroko Sasaki’s performances, on an immaculately restored piano from 1873, have a sense of rightness about them

— Andrew Clements

Não perca, especialmente descubra que as fadas são dançarinas exóticas!

René Denon

Se você gostou dos Prelúdios de Debussy, não deve deixar de visitar essa postagem aqui:

Debussy (1862-1918): Préludes – Paul Jacobs, piano

Paul Jacobs foi um pianista muito especial… As suas outras gravações de obras de Debussy para o selo Nonesuch poderão ser encontradas nas duas próximas postagens:

Debussy (1862-1918): Images e Estampes – Paul Jacobs

Debussy (1862-1918): Études – Paul Jacobs

Debussy (1862 – 1918): Debussy Orchestrated – Orchestre National des Pays de la Loire & Pascal Rophé ֍ #DEBUSSY160

Debussy (1862 – 1918): Debussy Orchestrated – Orchestre National des Pays de la Loire & Pascal Rophé ֍ #DEBUSSY160

Debussy

Petite Suite

La boîte à joujoux

Children’s Corner

Orchestre National des Pays de la Loire

Pascal Rophé

Se houvesse um único critério para estabelecer se este ou aquele compositor teria passagem para o panteão dos imortais, na minha opinião, seria o reconhecimento imediato de alguma de suas peças, melodia (tune), vocês me entendem, pelos ‘trouxas’, aquelas pessoas que não são como nós e raramente ouvem música ‘clássica’, quem dirá leem os nomes das peças nas capas dos discos ou nos visores do streaming.

Lembra-se da sequência no início do filme ‘Amadeus’, de Milos Forman, na qual o idoso Salieri experimentando seu já não tão lento afundamento no esquecimento? Nenhum de seus ‘hits’ é reconhecido pelo padre que o assiste, mas eis que por encanto, um delas ascende os olhos do sacerdote desejoso de agradar ao decrépito Salieri – Sim, está sim, eu reconheço bem! – Pois esta não é minha, é da ‘criatura’! Assim é como Salieri se referia à Mozart.

Aplicando este mundano (admito) critério a Debussy ele teria passe livre para o tal panteão, um único bilhete no qual estaria escrito Clair de lune! Uma única evidência para tão ousada afirmação: basta lembrar do filme Frankie and Johnny (1996), com a deslumbrante Michelle Pfeiffer e o carismático Al Pacino. Se você não se lembra do filme, busque a última cena dele. Eu digo pela música, a melodia de Clair de lune surge na forma como foi composta por Debussy, para piano, e depois vai se transmutando em uma peça para orquestra. A continuidade das cenas embalada pela música é bastante interessante, levando em conta o momento em que o filme foi feito.

Henri Büsser, quando jovem…

Neste disco temos algo assim, a música composta originalmente por Debussy para piano é apresentada em roupas de música para orquestra.  A orquestração não é de Debussy, mas é quase como se fosse. Os orquestradores eram muito próximos, colaboradores e amigos dele, Henri Büsser e André Caplet.

Começamos com a Petit suíte, composta em 1899 para piano a quatro mãos e orquestrada por Henri Büsser em 1907, que foi plenamente aprovada por Debussy e é um sucesso desde então. A posto que você nunca deixará de reconhecer os acordes iniciais do primeiro movimento, En bateau.

Adivinhe qual ator seria escalado para fazer o papel do Caplet…

Em 1905 nasceu Chouchou, a filha de Debussy, que acabou escrevendo para ela a suíte Children´s Corner. A dedicatória ‘dear little Chouchou, with tender apologies from her father for what follows’, assim como os títulos dos movimentos, foram dados em inglês pelo próprio Claude. Ele gostava de inglês, especialmente dos escritos de Edgar Allan Poe. A orquestração ficou aos cuidados de André Caplet, amigo e colaborador de Debussy e também compositor. Entre os movimentos desta suíte, a Serenade for the Doll era um dos encores de Horowitz.

Em 1913, o ilustrador André Hellé (veja a capa do disco) sugeriu a Debussy que compusesse um balé para fantoches, descrevendo as aventuras de brinquedos que ganham vida. O tema faz sucesso desde sempre. Debussy certamente conhecia os balés de Tchaikovsky e de seu contemporâneo inovador Stravinsky. O resultado foi La Boîte à joujou que ele compôs para piano e iniciou a orquestração, mas que só foi terminada em 1919, de novo, por Caplet.

Claude Debussy (1862 – 1918)

Petite Suite

  1. En bateau
  2. Cortège
  3. Menuet
  4. Ballet

La Boite A Joujoux

  1. Prélude
  2. 1, Le magasin de jouets
  3. 2, Le champ de bataille
  4. 3, La bergerie à vendre
  5. 4, Après fortune faite
  6. Épilogue

Children’s Corner

  1. Doctor Gradus ad Parnassum
  2. Jimbo’s Lullaby
  3. Serenade for the Doll
  4. The Snow Is Dancing
  5. The Little Shepherd
  6. Golliwog’s Cake-Walk

Orchestre National des Pays de la Loire

Pascal Rophé

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MP3 | 320 KBPS | 157 MB

Pascal Rophé e a ONPL achando a Sala de Concertos do PQP Bach em Pomerode encantadora…

With the present disc, Pascal Rophé and his Orchestre National des Pays de la Loire pay tribute to their great countryman, Claude Debussy – but not with the standard orchestral fare. Debussy Orchestrated paints a portrait of a light-hearted composer, seen through the eyes of two of his collaborators, Henri Büsser and André Caplet, who transferred the works recorded here from the keyboard to the orchestra.  [Resumo do site Prestomusic]

Both La boîte à joujoux and the similarly enchanting Children’s Corner are performed with deft panache by this quality orchestra, whose subtly shaded tone and style sound much more like those of earlier French vintages than the globalised full-colour sonority dominating elsewhere today. There are outstanding individual players, among them the principal oboe, whose haunting contribution to ‘The Little Shepherd’ in Children’s Corner is a special moment. [BBC Music Magazine, maio de 2022]

the playing is exquisite….a wonderfully engaging disc of great charm. [Gramophone, abril de 2022]

Aproveite!
René Denon

Pascal Rophé… Rophé!

Resposta do nosso quizz:

Quizz 2: Qual o nome da rádio, do programa de rádio e do apresentador do mesmo, no filme Frankie e Johnny?

César Franck (1822–1890) & Alfred Cortot (1877–1962) – Música para Piano e Arranjos Diversos – He Yue, piano (CD1) & Domenico Codispoti, piano (CD2) ֍

César Franck (1822–1890) & Alfred Cortot (1877–1962) – Música para Piano e Arranjos Diversos – He Yue, piano (CD1) & Domenico Codispoti, piano (CD2) ֍

Os três homens não poderiam ser mais diferentes, nos aspectos e temperamentos… Apesar de cada um ter já um nome firmado como solista de seu próprio instrumento, quando se reuniam formavam um conjunto notável, pela maneira como se completavam musicalmente, recriando com rara espontaneidade as obras para trio com piano. Tanto que seu exemplo ajudou a firmar este tipo de conjunto. Esse famoso trio costumava reunir-se com regularidade para ensaiar, estudar novas peças, mas também para falar de literatura, pintura, dança e, é claro, música. Mas eis que em certa ocasião, lá se foi o violoncelista para sua natal Catalunha por uns tempos, deixando o pianista e o violinista às voltas com sonatas, incluindo a famosa Sonata de César Franck. Pois foi assim, num destes dias, o pianista chegou mais cedo e o violinista atrasou mais do que o costume. O pianista, para não se entediar, começou, de brincadeira, a tocar a sonata TODA. Isso mesmo, não apenas a pouco trivial parte do piano, mas, assim cantando com o teclado, ia incluindo também a parte do violino. Bom, o pianista era um bamba e quando o violinista ouviu um trecho, foi logo prometendo nunca mais se atrasar – pois que senão você fará o recital sozinho, disse ele.

P. Casals, J. Thibaud e A. Cortot

Confesso ter imaginado isso tudo, mas que a história é plausível, ah, isso é. O trio a que me refiro era formado por Alfred Cortot (piano), Jacques Thibaud (violino) e Pablo Casals (violoncelo). O trio foi formado em 1905 e esteve ativo por décadas. Há registros dos três e, também, de Cortot e Thibaud tocando a tal Sonata de César Franck. Mas a postagem de hoje trata principalmente do pianista, regente e arranjador Alfred Cortot.

Como geralmente faço, estava revirando umas pilhas de discos que temos acumulados aqui no vault do PQP Bach Coop. em busca de coisas que goste ou de que possa vir a gostar. Acabei encontrando um disco que apesar de bem interessante, não chegou à postagem. Teve, no entanto, o mérito de indicar este arranjo – transcrição – da Sonata para Violino de César Franck para piano solo, feito por Alfred Cortot. Sai em busca de outras gravações e encontrei mais três discos com a peça. Depois de trocentas audições, dois deles acabaram entrando para a postagem. Eu nem sou assim um ouvinte assíduo das peças de Franck, acho que sua Sinfonia fica muito tempo taxiando antes de decolar e tal. Mas a Sonata para Violino, essa merece lugar de destaque. Minha gravação referência é a feita por Kyung-Wha Chung (violino) e Radu Lupu (piano), mas há muitas outras, excelentes.

No primeiro disco escolhido para a postagem, interpretados pelo ótimo pianista He Yue, encontramos um punhado de transcrições para piano de obras de diversos compositores, feitas por Cortot. As escolhas das fontes revelam dois aspectos das atividades ligadas ao piano. A de professor, que se preocupava com o aspecto técnico. Para ele, a música da Bach era muito importante na formação de um pianista. Esse aspecto está aqui na forma de uma transcrição da Toccata e Fuga em ré menor BWV 565. Imagino se o Capitão Nemo conhecia essa…

Mas Cortot também tinha um olho na audiência. Veja quais dois maravilhosos Lieder ele escolheu para transcrever: Wiegenlied, uma canção de ninar, de Brahms, e Heidenröslein, um dos maiores sucessos de Schubert. O Largo do Concerto em fá menor de Bach também tem uma dessas marcantes melodias, que gruda na memória da gente. Há também os desafios para qualquer pianista, dar conta sozinho de música que foi concebida para conjuntos maiores, como a Suíte Dolly, de Gabriel Fauré, escrita para duo de piano, o Largo da Sonata para Violoncelo de Chopin e a Sonata de César Franck, que completa o disco e foi a motivação para a postagem.

O segundo disco oferece música escrita originalmente apenas por César Franck, incluindo a tal transcrição para piano solo da Sonata para violino e piano feita por Cortot. Aqui uma interpretação um pouco diferente, talvez mais contida do que o virtuosismo do He Yue, mas o som produzido por Domenico Codispoti é muito bonito e não lhe falta virtuosismo e brilho quando chega a hora disso. A outra peça é uma transcrição para piano de um Prelúdio, Fuga e Variações escrito para órgão, feita por Harold Bauer. Bauer é também um ótimo personagem para se descobrir, mas hoje a postagem é do Cortot. Fechando o disco, uma outra peça notável de Franck, o Prelúdio Coral e Fuga, escrito para piano. Esta peça é figurinha carimbada nos álbuns de vários grandes pianistas, como Stephen Hough, Murray Perahia ou Evgeny Kissin. (Não perca, em breve, no seu PQP Bach mais próximo…)

Disco 1

Música transcrita para piano por

Alfred Cortot (1877 – 1962)

escrita originalmente por:

Gabriel Fauré (1893 – 1897)

Suíte Dolly, Op. 56

  1. Berceuse
  2. Mi-a-ou: Allegro vivo
  3. Le jardin de Dolly: Andantino
  4. Kitty-valse: Tempo di valse
  5. Tendresse: Andante
  6. Le pas espagnol: Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 -1750)

  1. Toccata e Fugue em ré menor, BWV565

Johannes Brahms (1833 – 1897)

  1. Wiegenlied, Op. 49 No. 4 (Lullaby)

Johann Sebastian Bach (1685 -1750)

Concerto para Cravo em fá menor, BWV 1056:

  1. Largo

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

Sonata para violoncelo em sol menor, Op. 65

  1. Largo

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Heidenröslein, D257

César Franck (1822 – 1890)

Sonata para violino em lá maior

  1. Allegretto ben moderato
  2. Allegro
  3. Recitativo – Fantasia: Ben moderato – molto lento
  4. Allegretto poco mosso

He Yue, piano

Gravação: 27, 28 de outubro de 2012

Music Hall, Gu Lang Yu Piano School, Central Music Conservatory, Xiamen City, China

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FLAC |214 MB

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MP3 | 320 KBPS | 143 MB

Legendary pianist Alfred Cortot’s distinguished reputation as an educator is demonstrated in these magnificent arrangements of chamber music for solo piano. They cover every aspect of technique and expression, from Bach’s demanding Toccata and Fugue in D minor to Fauré’s delectable Dolly Suite and the grand scale of Franck’s Violin Sonata. Award-winning pianist He Yue is a young and rising star of the Chinese musical firmament.

Disco 2

César Franck (1822 – 1890)

Sonata para violino em lá maior (Arranjo de Alfred Cortot)

  1. Allegretto ben moderato
  2. Allegro
  3. Recitativo – Fantasia: Ben moderato – molto lento
  4. Allegretto poco mosso

Prelúdio, Fuga e Variações Op. 18 (Arranjo de Harold Bauer)

  1. Prelúdio
  2. Fuga
  3. Variações

Prelúdio, Coral e Fuga

  1. Prelúdio
  2. Coral
  3. Fuga

Domenico Codispoti, piano

Gravação: outubro de 2012

I Musicanti Studio, Roma

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FLAC |201 MB

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MP3 | 320 KBPS | 149 MB

This CD contains the CD premiere of the transcription for piano solo of the Franck violin sonata, made by Alfred Cortot, a fascinating pianistic tour de force, the new pianistic textures giving a special sonority to the unique harmonies of this master piece. The Prélude, fugue et variation is originally an organ work, and is transcribed for piano by the famous pianist Harold Bauer. The Prélude, chorale et fugue is Franck’s pianistic pièce de résistance, although also here the influence of Franck the organist is never far away. An excellent new recording by Italian pianist Domenico Codispoti, playing with a beautiful blend of grandeur and intimacy, and a wonderful transparency (listen to the canonic 4-th movement of the violin sonata!).

Aproveite!

René Denon

Alfred testando um piano Pleyel da coleção do PQP Bach…

Exotisme, sonorités pittoresques – Peças para Piano – Ludmilla Guilmault & Jean-Noël Dubois ֍

Exotisme, sonorités pittoresques – Peças para Piano – Ludmilla Guilmault & Jean-Noël Dubois ֍

Diversos Compositores

Peças para Piano a duas ou

a quatro mãos

Ludmilla Guilmault

Jean-Noël Dubois

 

Este disco está a um passo de ser um disco de gatinhos. Para quem teve o privilégio de viver o suficiente sabe que havia discos de (capas com) gatinhos, recheados com os melhores movimentos de música ‘clássica’, retirados do acervo (monumental) da gravadora Philips.

É claro que o resultado costumava ser uma coleção, uma antologia com os melhores momentos, mas que assim reunidos poderia resultar de uma Dança do Sabre, de Katchaturian, surgir após a Ária da Suíte Orquestral No. 3, de Bach… e ainda, a tal endiabrada dança dos furiosos guerreiros anteceder o (possivelmente) mais famoso movimento de uma Suíte Francesa – Clair de Lune, de Debussy. Mas os discos de gatinhos vendiam muito bem e levaram as sementes da música clássica para muitos futuros apreciadores.

Aqui temos assim uma coleção de ‘melhores momentos’, mas com um repertório que guarda uma maior afinidade, girando em torno de peças de música francesa ou próxima, para piano a duas ou a quatro mãos. Os dois intérpretes, Ludmilla Guilmault e Jean-Noël Dubois intercalam-se nos solos e eventualmente se juntam em algumas das faixas.

Este disco reúne peças de compositores de grande renome com peças brilhantes de compositores menos conhecidos e me surpreendeu pela sua contagiante amabilidade e alegria. Minha simpatia foi totalmente conquistada pelas duas peças de Séverac, que ocupam as faixas dois e três. Essas duas peças interpretadas a quatro mãos revelam lindas sonoridades e um frescor contagiante.

Assim, sem qualquer pudor de esbanjar alegria, o disco desfila peças de Debussy – alguns prelúdios, a já mencionada Clair de lune e dois irresistíveis movimentos da Petit Suite. A escolha entre os muitos prelúdios é bem interessante e diversa. O disco começa calmamente com Voiles, depois haverá poesia de Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir, as brincadeiras da Serenata interrompida e completará com as pirotecnias de Feux d’artifice.

Há duas nobres e sentimentais valsas de Ravel, assim como os tristes pássaros e dois deliciosos números da Suíte da Mamães Gansa.

Não poderia faltar alguma coisa bem-humorada da música de Camille Saint-Saëns, dois movimentos do Carnaval dos Animais: os contrastantes Hémiones e Aquarium. Fauré inaugura o clima fandango espanhol com o espetacular Le pas espagnol, da Suíte Dolly, e o clima continua com duas peças de Manuel de Falla – uma dança espanhola (de La Vida Breve) e a Dança Ritual do Fogo (de El Amor Brujo).

Para fechar o cortejo, em clima de bis, a Marcha Turca de Mozart, que em certos trechos ganha um reforço sonoro…

Um disco para ser ouvido pelo prazer das lindas peças e que para algumas pessoas pode servir para despertar o interesse por este tipo de música, assim como no passado fizeram os discos de gatinhos.

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. Voiles

Ludmilla Guilmault, piano

Déodat de Séverac (1872 – 1921)

En Vacances, Vol. 1
  1. Où l’on entend une vieille boîte à musique
  2. Valse romantique

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Valses nobles et sentimentales, M. 61
  1. Assez lent, avec une expression intense
  2. Vif

Ludmilla Guilmault, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir

Ludmilla Guilmault, piano

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Dolly, Op. 56
  1. Le pas espagnol

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Camille Saint-Saëns (1835 – 1921)

Le Carnaval des Animaux, R. 125
  1. Hémiones
  2. Aquarium

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. La Sérénade interrompue

Ludmilla Guilmault, piano

Suite Bergamesque, L. 75
  1. Clair de lune

Jean-Noël Dubois, piano

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Miroirs, M. 43
  1. Oiseaux tristes

Ludmilla Guilmault, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Petite Suite, L. 65
  1. En Bateau
  2. Ballet

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Ma Mère l’Oye, M. 60
  1. Laideronette, Impératrice des Pagodes
  2. Les entretiens de la Belle et la Bête

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Manuel de Falla (1876 – 1946)

La Vida Breve, G. 35
  1. Spanish Dance No. 1

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Claude Debussy (1865 – 1918)

Préludes, Livre 2, L. 123
  1. Feux d’artifice

Jean-Noël Dubois, piano

Manuel de Falla (1876 – 1946)

El Amor Brujo
  1. Danza Ritual del Fuego

Ludmilla Guilmault, piano

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Piano Sonata No. 11 in A Major, K. 331
  1. Alla Turca (Allegretto)

Jean-Noël Dubois, piano

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Plus d’infos sur le ”Exotisme, Sonorités pittoresques” Concert-spectacle pour piano solo et à 4 mains par le Duo Cziffra à Paris

Dans ce choix de répertoire que j’ai choisie de Debussy, ravel, Fauré, Saint-Säens, séverac, De Falla, Mozart sont des compositeurs qui nous font voyager par leur couleur locale de leur nouveaux timbres pianistiques avec notamment ce prélude les Sons et les Parfums de Debussy, des accords qui habillent des harmonies voluptueuses au rythme impressionnisme.

L’odeur hispanisante.

Exotisme exprime pour moi une harmonie du soir, propice à l’évocation d’un lointain passé.

Exotisme, des images qui semblent solliciter, l’ouïe, la vue, le toucher, l’odorat, établissant en musique ces correspondances ténues que Baudelaire, le premier devina en poésie.

Des sensations de couleurs d’exotisme.

Des odeurs d’oeuillet et d’arguardiente, une atmosphère de castagnettes avec la Sérénade Interrompue de Claude Debussy.

Ces pièces orientales de Ravel, Laideronette, impératrice des pagodes pour piano à 4 mains nous évoque ces pays lointains, ce dépaysement par le recours au patrimoine musical de chaque compositeur.

Falla tient à faire son miel des fleurs du folklore.

Falla, c’est l’Andalousie et son flamenco, des voluptueux jardins andalous, des Nuits à l’âpre.

Séverac, possède une sonorité charnue, couleur en taches plus vives, en pâte plus épaisse, ce goût des échelles modales. Il nous conte les paysages traversés, inspiration de sa chère Méditerranée.

Site web : http://www.ludmilla-guilmault.com

Aproveite!

René Denon

Vivaldi (1678 – 1741): Concerti con molti istromenti – The King’s Consort & Robert King ֎

Vivaldi (1678 – 1741): Concerti con molti istromenti – The King’s Consort & Robert King ֎

Vivaldi

Concertos

The King’s Consort

Robert King

 

Essa noite tive um sonho no qual il Petre Rosso reclamava da ausência de suas músicas nas postagens do blog – sono stato abbandonato…

Concerto no Ospedalle della Pietà

E olha que ele me parecia preparado para participar de um enorme concerto, cercado que estava de músicos com trompetes, trompas da caccia, e vários oboés, caramelas e coisas do gênero. Estou preparando uns concertos que chamarei concerti com molti instromenti, para encurtar os nomes, segredou-me o padre compositor. Posso me dar ao luxo de esbanjar imaginação na combinação de tantos instrumentos, pois tenho muitas alunas talentosas no Ospedalle della Pietà, que são maestras em toda a sorte de instrumento musical. Aquela Anna Maria, por exemplo, toca violino principalmente, mas também toca cravo, violoncelo, viola d’amore, alaúde e todos os instrumentos de pinicar… Entenda bem, nada de penicos!

Esses concertos faziam muito sucesso e atraiam os visitantes e turistas em Veneza para os concertos no Ospedalle e, como as órfãs ficavam escondidas, ocultas do público, suas inusitadas sonoridades causavam muitas surpresas. Os concertos com muitos instrumentos também faziam sucesso nos festivais promovidos por instituições religiosas como o convento de São Lourenço e a igreja Santa Maria Celeste, que aplicavam boa grana contratando orquestras que atraiam muitas pessoas.

Faziam também sucesso além da Sereníssima República de San Marco, chegando em terras germânicas, como na corte de Dresden, onde atuava Pisandel, amigo e antigo aluno de Don Antônio.

Aproveite para embarcar nesta viagem pelo mundo barroco e ouça este ótimo disco, bem inglês, desde o selo até os músicos, mas bastante afinado com as práticas do maestro Vivaldi. Eles já andaram por aqui apresentando seus discos com música sacra do padre…

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto em fá maior,  RV574

Elizabeth Wallfisch (violino), Katharina Spreckelsen (oboé), Alexandra Bellamy (oboé), Alastair Mitchell (fagote), Andrew Clark (trompa), Roger Montgomery (trompa)

  1. Allegro
  2. Grave
  3. [Allegro]
Concerto funebre em si bemol maior, RV579

Katharina Spreckelsen (oboé), Colin Lawson (chalumeau), Elizabeth Wallfisch (violino), Katherine McGillivray (viola all’inglese), Jane Norman (viola all’inglese), Jane Coe (viola all’inglese)

  1. Largo – Allegro poco poco – Adagio
  2. Allegro
Concerto em ré maior, RV562

Elizabeth Wallfisch (violino), Katharina Spreckelsen (oboé), Alexandra Bellamy (oboé), Andrew Clark (trompa), Roger Montgomery (trompa)

  1. Andante – Allegro
  2. Grave
  3. Allegro
Concerto em fá maior, RV97

Katherine McGillivray (viola d’amore), Andrew Clark (trompa), Roger Montgomery (trompa), Katharina Spreckelsen (oboé), Alexandra Bellamy (oboé), Alastair Mitchell (fagote)

  1. Largo – Allegro
  2. [Largo]
  3. Allegro
Concerto em ré maior, RV781

Crispian Steele-Perkins (trompete), James Ghigi (trompete)

  1. Allegro
  2. Grave

Elizabeth Wallfisch (violino)

  1. Allegro
Concerto em dó maior, RV555

Rebecca Miles (flauta doce), Emma Murphy (flauta doce), Katharina Spreckelsen (oboé), Colin Lawson (chalumeau), Elizabeth Wallfisch (violino), Katherine McGillivray (viola all’inglese), Jane Norman (viola all’inglese), James O’Donnell (cravo), James Johnstone (cravo)

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Lucy Howard (violino), Walter Reiter (violino em tromba marina)

Concerto em ré menor, RV566

Rebecca Miles (flauta doce), Emma Murphy (flauta doce), Katharina Spreckelsen (oboé), Alexandra Bellamy (oboé), Alastair Mitchell (fagote), Elizabeth Wallfisch (violino), Walter Reiter (violino)

  1. Allegro assai
  2. Largo
  3. Allegro

The King’s Consort

Robert King

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O pessoal que escreve crítica gostou do disco: ‘Why mince words? This collection is one of the best Vivaldi records I have heard since I began reviewing records 40 years ago. Every movement is sheer delight’ (American Record Guide)

‘A fascinating collection of unusually-scored concerti’ (Classic CD)

E você, vai deixar passar essa chance?

Aproveite!

René Denon

PS: Se você gostou desta música, vai querer visitar também esta postagem aqui:

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concerti con Molti Instrumenti – Ensemble Matheus & Jean-Christophe Spinosi

Francis Poulenc (1899-1963): Melodias para Piano – Gabriel Tacchino ֎

Francis Poulenc (1899-1963): Melodias para Piano – Gabriel Tacchino ֎

 

POULENC

Mélodies pour piano

Gabriel Tacchino, piano

 

Imagine você como  um jovem pianista dando um recital no qual comparece o compositor de algumas das peças a serem tocadas e, naquele trecho que você ensaiou trocentas vezes, tropeça? Bem, na verdade, a única pessoa no auditório que poderia notar sua escorregadela seria o próprio compositor. Mais tarde, logo depois do concerto, você tem a oportunidade de conversar com o compositor: E aí, o que achou? Gostou de minhas interpretações, a despeito da escorregada na Pastorella? Isso é tudo o que consegue tartamudear diante do autor, mas é surpreendido por uma sonora gargalhada… Mais surpreso por ouvir que ele gostou é por descobrir que ele mesmo havia, certa vez, tropeçado no mesmo trecho.

Foi assim que nasceu uma forte colaboração artística entre o compositor Francis Poulenc e o então jovem pianista Gabriel Tacchino, colaboração esta que durou por alguns anos.

Gabriel Tacchino tornou-se uma referência para a obra para piano de Poulenc. Na entrevista que você poderá ler no livreto ele afirma que a música para piano de Poulenc busca a simplicidade e é sensível e perspicaz, assim como o próprio compositor. Sua música tem um caráter lírico, uma elegância despretensiosa e uma distinta linguagem harmônica, que a torna imediatamente reconhecível.

Estas características todas podem ser vistas ao longo das faixas deste disco, uma coletânea feita por Gabriel Tacchino dentre a obra toda gravada por ele, acrescida de uma ou outra faixa gravada para a ocasião. Como ele mencionou na entrevista, com este lançamento pretendia popularizar esta obra, buscando um equilíbrio entre a frivolidade e seriedade que fazem parte dela.

Os três movimentos perpétuos, que aparecem um pouco no início do disco, não foram as primeiras peças para piano de Poulenc que eu ouvi, mas foram as primeiras nas quais eu identifiquei como sendo dele, com as características que tornam suas peças tão distintas e especiais. Não deixe de ouvi-las também neste recital de música francesa de Rubinstein.

Eu já postei dois discos só com música para piano de Poulenc, mas este, devido ao arranjo do programa, é bem especial.

Yvonne Printemps

Há dois aspectos da música para piano de Poulenc que gostaria de realçar com a ajuda do disco. Sua música reflete seu amor pelas canções populares de seu tempo, criando uma maior proximidade entre a música popular e a música (digamos) erudita. Isso fica evidente nas duas primeiras faixas: Les chemins de l’amour (título que dispensa tradução) e uma Hommage à Edith Piaf. Esta última peça traz a mistura de sentimentos e sensualidade que ele admirava nela. Quanto a valsa cantada, Les chemins de l’amour é uma canção que ele compôs para Yvonne Printemps em 1940. Como disse Gabriel Tacchino, Poulenc dobrou a melodia vocal no piano, para dar à voz ainda mais apoio e, por isso, este pequeno milagre pode ser apresentado como uma peça para piano solo, sem nenhuma perda. Esta é uma das faixas gravadas especialmente para a coleção.

Volodia adorou a anedota…

Outra coisa que era fundamental para Poulenc com respeito à interpretação de suas músicas diz respeito ao tempo. Eu prefiro um punhado de notas erradas, mas nunca acelerar ou retardar o tempo! A propósito disso, Tacchino uma vez questionou as marcas do metrônomo dadas por Poulenc para sua Toccata, que era terrivelmente difícil manter-se estritamente naquele tempo, muito rápido, como indicado na partitura. Poulenc então perguntou-lhe: “Você ouviu a gravação feita por Horowitz? Não? Bem, você deve ouvi-la e posso lhe dizer que ELE toca no tempo que eu determinei”. Depois disso, Poulenc teria pedido a Gabriel que lhe trouxesse sua partitura da peça e nela escreveu: “Para meu querido Tacchino, que tocará a Toccata alla Volodia

A propósito, a Toccata é a última faixa do disco!

Francis Poulenc (1899 – 1963)

  1. Léocadia, FP 106 I. Les chemins de l’amour
  2. 15 Improvisations, No. 15 em dó menor ‘Hommage à Edith Piaf’
  3. Mélancolie

Trois Mouvements perpétuels

  1. Assez modéré
  2. Très modéré
  3. Alerte
  4. Novelette No. 3 em mi menor, sur un thème de Manuel de Falla
  5. 15 Improvisations, No. 12 em mi bemol maior ‘hommage à Schubert’
  6. Les Soirées de Nazelles – Variação II. Le coeur sur la main
  7. Suite française (d’après Claude Gervaise), FP80
  8. Pastourelle em si bemol maior, de “L’Éventail de Jeanne”, FP 45b
  9. Presto em si bemol maior

8 Nocturnes

  1. Sans traîner
  2. Assez allant
  3. Improvisations, No. 13 em lá menor

Suite française (d’après Claude Gervaise), FP80

  1. Bransle de Champagne. Modéré mais sans lenteur
  2. Sicilienne. Très doucement
  3. Valsa em dó maior
  4. 2 Novelettes, FP 47: I. Modéré sans lenteur
  5. Suite française d’après Claude Gervaise, FP 80b: I. Bransle de Bourgogne. Gai mais sans hâte

Villageoises

  1. Valse tyrolienne. Gai
  2. Staccato. Pas vite
  3. Polka. Sans hâte
  4. 8 Nocturnes, FP 56: IV. Bal fantôme. Lent, très las et piano

10 Improvisations, FP 63

  1. 7 em dó maior (Modéré sans lenteur)
  2. 2 em lá bemol maior (Assez animé)

Bourrée, au Pavillon d’Auvergne

  1. Thème varié
  2. Variation III – Pastorale
  3. Variation VI – Ironique
  4. Suíte para Piano em dó maior, FP 19: I. Presto
  5. 5 Impromptus, FP 21: III. Très modéré
  6. Novelettes, FP 47: II. Très rapide et rythmé
  7. Sonata para piano a quatro mãos, FP 8: II. Rustique
  8. 3 Pièces (1953 Version), FP 48: III. Toccata

Gabriel Tacchino, piano

Emmanuelle Stephan, piano (Faixa 33)

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Críticas da Amazon podem ser tendenciosas, mas achei esta aqui bastante razoável: If you discovered the music of Francis Poulenc during the 60s or 70s, it is most likely that you had an LP of Maestro Tacchino playing. After decades, I still remember those EMI/Angel records, the discovery and the pleasure of listening to such melodic richness, without an ounce of sugary excess. No wonder, Gabriel Tacchino was the only pupil Poulenc had, studying also under the tutelage of the great Jacques Fevrier. More authentic it cannot be! […] By the end of this disc I was literally elated. As if I was sitting at a beautiful parisian Café, enjoying patisserie with coffee, and watching people go by. A listening ride worth having.

Aproveite!

René Denon

Gabriel Tacchino experimentando um dos grandes pianos do PQP Bach…

Esta é de outro compositor terrivelmente francês:

 

Schubert (1797–1828): Música para Violino e Piano – Suyoen Kim & Dong-Hyek Lim ֎

Schubert (1797–1828): Música para Violino e Piano – Suyoen Kim & Dong-Hyek Lim ֎

Schubert

Sonata para Violino D. 574

Rondó D. 895

Fantasia D. 934

Suyeon Kim, violino

Dong-Hyek Lim, piano

Aqui em casa adoramos os encontros e desencontros do Chefe Hong e da Senhora Dentista – Hong Du-sik, o faz tudo de Gongjin, cidade costeira da Coréia do Sul e Yoon Hye-jin, dentista que se transferiu para a pequena cidade. O resto do elenco é muito divertido. Mi-seon é a ‘miga’ de Hye-jin e faz com o policial Choi Eun-chul um par à la Papagena-Papageno, mas aqui é a Mi-seon a líder da dupla, pois o policial Eun-chul é a pessoa mais tímida na face da terra.

A Papagena-Mi-seon e seu par…
A simpática Senhora Gam-ri

A terceira idade também está presente, como a sábia e simpática Senhora Kim Gam-ri, que tem a figura de avó-funcional do Tamino da série, o faz-tudo Du-sik.

 

Mas por que estou mencionando isto tudo nesta postagem de Schubert? Bem, por nada… é que eu gostei do disco e gosto bastante da K-série, que assisto com minha querida, que ao ver a capa do disco no painel multimídia do carro em nossa última viagem, quis logo saber se Suyoen Kim e Dong-Hyek Lim seriam os protagonistas de alguma nova K-série…

Suyoen Kim

Suyoen Kim é coreana, mas nasceu em Münster, na Alemanha. Começou a tocar violino muito cedo e tornou-se a mais jovem estudante em uma escola de música alemã ao ser admitida como aluna externa na Detmold Musikhochschule. Aos 16 anos já dava concertos com famosas orquestras e participava de competições internacionais.

Ela já fez uma visita aqui ao PQP Bach ao acompanhar Sumi Jo em umas árias de Bach.

Dong-Hyek Lim

O pianista Dong-Hyek Lim também estudou na Alemanha, na Hochschule für Musik de Hanover e aperfeiçoou-se na Julliard School com Emanuel Ax. Dong-Hyek Lim é um dos muitos pianistas que receberam atenção e apoio no início de suas carreiras da especialíssima Martha Argerich. Esta é a primeira aparição dele aqui no blog, mas esperamos recebe-lo com mais frequência de agora em diante.

Enquanto isso, aproveitem este disco com música para violino e piano no mestre Schubert, pois que esse repertório não é muito vasto e relativamente pouco explorado.

A Sonata foi composta em 1828, junto com outras três sonatinas, enquanto o Rondó e a Fantasia são do último período de Schubert. Ele as compôs para o violinista Josef Slavík e pianista Carl Maria von Bocklet, que as interpretaram em 1827 ou 1828, mas antes da morte de Schubert.

Franz Schubert (1797 – 1828)

Sonata para Violino e Piano em lá maior, D.574
  1. Allegro Moderato
  2. Scherzo (Presto)
  3. Andantino
  4. Allegro Vivace
Rondo em si menor, D. 895, Op. 70
  1. Andante
  2. Allegro
Fantasia em dó maior, para Violino e Piano D.934
  1. Andante Molto
  2. Allegretto
  3. Andantino
  4. Allegro Vivace – Allegretto – Presto

Dong-Hyek Lim, piano

Suyoen Kim, violino

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Sobre a Fantasia: Harriet Smith compares recordings of Schubert’s Fantasie for Violin & Piano in C major, D934. It’s a piece which baffled its audience when it was premiered in 1828, because it was much longer and more complexly structured than the conservative Viennese audience was used to. Despite using a recognisable melody of one of Schubert’s own songs in its central variation movement, a contemporary review remarked that the piece took rather more time and concentration than “a Viennese is prepared to devote to pleasures of the mind.” Great virtuosity is required from both violin & piano, so which duo of performers will come out on top?

Veja o que disse Dong-Hyek Lim sobre a música de Schubert, a propósito de outro de seus discos: I feel privileged that I can now present my thoughts and ideas about Schubert.

Aproveite!

René Denon

A cara que o Dong-Hyek fez quando lhe perguntamos se ele assiste as K-séries…

Haydn (1732-1809) • Beethoven (1770-1828) • Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano – Rafal Blechacz ֎

Haydn (1732-1809) • Beethoven (1770-1828) • Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano – Rafal Blechacz ֎

Haydn • Beethoven

Mozart

Sonatas para Piano

Rafal Blechacz, piano

 

O disco desta postagem já apareceu PQP Bach em 27 de fevereiro de 2013. Foram duas as postagens feitas naquele dia, segundo palavras do Presidente-Diretor, o próprio PQP Bach, autor da postagem de então. Ele gostou do disco, confiram lá!

Rafal Blechacz, pianista do dia…

De qualquer forma, os links não estão mais ativos, há muito sumidos com o vanished rapidshare. Como gostei bastante, tratei de dedicar-lhe nova postagem, que aqui vai.

Ele reúne três sonatas para piano de três compositores clássicos, que viveram partes de suas vidas em Viena e, de certa forma, se conheceram bem uns aos outros, apesar de Beethoven e Mozart terem se encontrado pessoalmente muito brevemente.

As sonatas são representantes do gênero clássico e trazem características deste período, mas as similaridades acabam por aqui. Elas foram compostas em momentos totalmente diferentes nas carreiras de cada um deles e cada uma delas revela em parte as personalidades de seus criadores, que não poderiam ser mais diferentes.

A Sonata em mi bemol maior, Hob. XVI: 52 (Hoboken), também conhecida pela numeração L. 62 (Landon), é a última sonata para piano composta por Haydn, em 1794, no seu último período criativo. Ele estava no auge da fama, já aposentado dos serviços à família Esterházy, viajando para Londres a convite do empresário J.P. Salomon. A sonata foi dedicada à pianista inglesa Therese Jansen, de quem foi padrinho de casamento e a quem dedicou os Trios com Piano Hob. XV: 27-29.

Esta é possivelmente a sonata mais conhecida de Haydn e merece a fama. As características de bom humor e ótimo gosto estão presentes e eu fiquei muito impressionado com a transição do segundo (Adagio) para o terceiro movimento (Presto) nesta interpretação do Rafal Blechacz, em geral mais identificado com o repertório romântico, como a música de Chopin.

A Sonata em lá maior, op. 2, 2 faz parte do primeiro grupo de sonatas para piano que Beethoven publicou e foi dedicada a Haydn, de quem Beethoven foi ‘aluno’. Apesar do baixo número de opus, ela foi composta em 1796, quando Beethoven tinha 26 anos e algumas sonatas para piano em seu portfólio. É bom lembrar também que Beethoven oscilou, no início de sua carreira, entre intérprete e compositor. Naqueles dias sua fama recaia principalmente em seus talentos como improvisador. A sua sonata já se distingue das demais no disco por ter quatro movimentos, sonata grande, com um brincalhão scherzo seguindo o Largo appassionato, Beethoven sempre quebrando o clima, e é arrematada por um gracioso rondó.

A última sonata do disco é a mais antiga delas, Sonata em ré maior, K. 311, composta por Mozart em 1777 em sua estada em Augsburg e Mannheim, no caminho de Paris. Ela foi publicada lá, em conjunto com as Sonatas K. 309 e 310 e são de um período intermediário do compositor. O primeiro movimento é o que eu considero um exemplo de música líquida, devido à sua fluidez, especialmente na interpretação de Rafal Blechacz. Com sua elusiva simplicidade, é uma típica obra de Mozart – que nos conquista sem que saibamos por que, basta ouvir e sorrir.

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sonata para Piano em mi bemol maior, Hob. XVI:52
  1. Allegro (Moderato)
  2. Adagio
  3. Presto

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Piano em lá maior, Op. 2 No. 2
  1. Allegro vivace
  2. Largo appassionato
  3. Allegretto
  4. Grazioso

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata para Piano em ré maior, K. 311
  1. Allegro con spirito
  2. Andantino con espressione
  3. Allegro

Rafal Blechacz, piano

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Rafał Blechacz has been named the 2014 PQP Bach Artist…

Textural transparency, expressive economy, creative inspiration, high humour and strategically placed silences characterise these three Haydn, Beethoven and Mozart sonatas, as well as Rafal Blechacz’s splendid, beautifully recorded interpretations. […] . In short, Blechacz’s third solo release (his second for DG) is by far his strongest yet.

Aproveite!

René Denon

PS: Se você gostou desta postagem, poderá se interessar por estas outras.

Aqui, sonatas de Beethoven intercaladas com sonatas de Beethoven…

Haydn (1732-1809) & Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Olivier Cavé #BTHVN250

Aqui, uma excelente opção para as três sonatas do Opus 2 de Beethoven:

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Três sonatas para piano, Op. 2 – Perahia

Nas duas a seguir, Sonatas de Haydn, incluindo as três últimas:

Joseph Haydn (1732 – 1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis, piano (2021) ֍

Haydn (1732-1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis

Para arrematar, uma opção interessante para algumas sonatas de Mozart (parte de um integral) incluindo as Sonatas K. 309-311:

Mozart (1756 – 1791): Sonatas para Piano – Klára Würtz – 2/3 ֎

J. S. Bach (1685-1750): Transcrições – Gordon Fergus-Thompson, piano ֎

J. S. Bach (1685-1750): Transcrições – Gordon Fergus-Thompson, piano ֎

 

Bach

Transcrições

Gordon Fergus-Thompson

 

 

Traduttore – traditore, diria Umberto Eco, um autor largamente traduzido e um tradutor extremamente prolífico. Quando alguém traduz, precisa inventar, recriar, e, portanto, trair. Mas não fossem as traduções, quantas obras-primas ficariam restritas aos seus espaços culturais de origem? Não resisto a fazer um paralelo entre a literatura e a música e, guardadas as devidas proporções, o mesmo ocorreu com Johann Sebastian Bach.

Fico imaginando a avidez com que ele deve ter devorado as partituras de músicas italianas e francesas – Vivaldi e tantos outros – levadas pelo príncipe Johann Ernst, sobrinho do Duque de Saxe-Weimar, para esta corte, em sua visita por lá, por volta de 1713, após viajar pela Bélgica e Holanda.

Bach e seu amigo Telemann seguiam o conceito de imitatio e aemulatio,o princípio da imitação inicial, passando então a um estágio de desenvolvimento que buscava superar a imitação – vide o Concerto Italiano.

Bach começou a copiar as obras italianas e ao mesmo tempo passou a arranja-las, transcrevê-las para os seus próprios instrumentos – o cravo e o órgão.

Isso certamente legitima todos os compositores, maiores e menores, que se debruçaram sobre suas obras e as estudaram e as transcreveram, relendo-as segundo suas próprias perspectivas artísticas e seus próprios talentos. Com isso, as tornaram ainda mais acessíveis e as disponibilizaram para um público maior.

Algumas peças de Bach – a Chaconne da Partita em ré menor para violino eu conheci primeiro na transcrição feita por Ferruccio Busoni, para piano, peça que abre este disco. Algumas transcrições são mais traidoras, assim como esta Chaconne de Busoni, que parece maior, mais tonitruante, do que a peça original, para violino solo. Mas, quem sabe se essa mesma não seria uma transcrição de uma peça ainda mais anterior, para órgão?

Capitão Nemo verificando se a afinação do órgão estava adequada…

Outras guardam mais a singeleza do original, como ocorre nas transcrições feitas por Dame Myra Hess (Jesus, Alegria dos Homens…) e pelo incansável Wilhelm Kempff (Siciliano). Se o seu coração não se derreter com As Ovelhinhas Podem em Segurança Pastar, transcrição de Christopher Le Fleming, pode ir correndo fazer um exame no cardiologista mais próximo, pois que ele se transmutou em pedra.

A Suíte de Rachamaninov, arranjada de três peças da Partita em mi maior, vai surpreender muita gente, que associa este compositor aos arroubos românticos e acordes inalcançáveis.

E para arrematar, imagine o Capitão Nemo, tendo que ficar alguns dias em um porto, sem poder se deliciar com os sons do órgão, esperando uma completa revisão no Nautilus. É claro, ele alugaria um flat com um piano e atacaria a Toccata e Fuga em ré menor, na transgressão de Ferruccio Busoni, assim como está na peça que arremata o disco.

Este é um entre muitos discos com transcrições das obras de Bach para piano que tenho ouvido. Pretendo postar alguns mais, acrescentando mais insultos à esta injúria… O pianista da vez é inglês e bem conhecido por suas gravações das obras de Ravel, Debussy e Scriabin. Ele é atualmente professor do Royal College of Music de Londres.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Transcrições:

Ferruccio Busoni (1866 – 1924)

  1. Chaconne da Partita em ré menor para violino, BWV 1004
  2. Prelúdio Coral BWV645 ‘Wachet auf, ruft uns die Stimme’
  3. Prelúdio Coral BWV659 ‘Nun komm, der Heiden Heiland’
  4. Prelúdio Coral BWV734 ‘Nun freut euch, lieben Christen gmein’
  5. Prelúdio Coral BWV639 ‘Ich ruf’ zu dir, Herr Jesu Christ’

Franz Liszt (1811 – 1886)

Prelúdio e Fuga em lá menor, BWV543
  1. Prelúdio
  2. Fuga

Lord Berners (1883 – 1950)

  1. In Dulci Jubilo, BWV 729

Dame Myra Hess (1890 – 1965)

Cantata BWV147 ‘Herz und Mund und Tat und Leben’
  1. Jesus, Alegria dos Homens

Wilhelm Kempff (1895 – 1991)

Sonata para flauta em mi bemol maior, BWV1031
  1. Siciliano
Christopher Le Fleming chegou atrasado para a foto e o DP de Arte do PQP Bach atacou de Christopher Lee…

Christopher Le Fleming (1908 – 1985)

  1. As Ovelhinhas Podem em Segurança Pastar, da Cantata BWV208

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

Suíte da Partita em mi maior para violino, BWV1006
  1. Preludio
  2. Gavotte
  3. Gigue

Ferruccio Busoni

Toccata e Fuga em ré menor, BWV565
  1. Toccata e Fuga

Gordon Fergus-Thompson, piano

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Gordon Fergus-Thompson no Salão de Pianos do PQP Bach
Lord Berners mostrando para a equipe do PQP Bach o piano no qual fez sua transcrição…

De todos os transcritores deste disco, de longe, o mais impressionante, não por sua obra, mas por sua excentricidade, é Lord Berners. Como não sou de dar spoiler, espero que você faça o dever de casa e descubra por você mesmo…

Aproveite!

René Denon

Bach (1685-1750): Orgelbüchlein BWV 599 – 644 /-\ Simon Preston ֍

Bach (1685-1750): Orgelbüchlein BWV 599 – 644 /-\ Simon Preston ֍

 

Bach

Orgelbüchlein

Simon Preston

 

 

No dia 13 de maio de 2022 faleceu o organista Simon Preston. Em 4 de agosto ele completaria 84 anos. Simon Preston teve contato com a música muito cedo e aos cinco anos já havia se decidido pelo órgão. Foi organista de Westminster e Oxford até 1987, quando assumiu uma carreira de organista de concerto, apresentando-se pelo mundo todo.

Retrato do artista quando jovem

Seguindo um vago plano de postar as gravações das obras para órgão de Bach que ele gravou para a Deutsche Grammophon, decidi acrescentar este disco com o Pequeno Livro para Órgão, como uma homenagem em sua memória.

O título Orgelbüchlein pode dar uma impressão de despretensiosa, mas é o resultado de um planejamento até ousado. Em um realmente pequeno livro de 15,5 por 19 cm, Bach escreveu no alto de cada página nomes de 164 corais e tratou de preencher o livro com as composições que estão neste disco – 45 Prelúdios Corais. Essas composições foram criadas no período em que Bach passou em Weimar (1708 a 1717) mas o projeto ficou inconcluso com sua mudança para Cöthem. Em Weimar Bach dispunha do órgão da capela da corte que foi reconstruído entre 1712 e 1714 sob a sua orientação e determinações.

O título da obra, escrito pelo próprio Bach, diz: Pequeno Livro de Órgão, no qual o estudante de órgão é instruído sobre como deve desenvolver de diversas maneiras um coral e, ao mesmo tempo, adquirir experiência no uso do pedal, o qual, em cada um destes corais, é tratado como inteiramente obbligato.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Orgelbüchlein, BWV 599 – 845

Simon Preston, órgão

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Na edição de 1996 de The Penguin Guide to CD, o verbete dedicado a este disco é curto, mas eloquente: Simon Preston conveniently gathers all 45 chorales of the Orgelbüchlein on to a single (74-minute) CD and plays them with persuasive musicianship on a fine Danish organ.

Realmente, o disco foi gravado na Igreja Abbey, Sorø, na Dinamarca. Uma lista com os corais se encontra nos arquivos.

Simon Preston (1943 – 2022)

Outras postagens da série:

Bach (1685-1750): Toccata e Fuga BWV 565 e outras peças para órgão – Simon Preston ֎

J. S. Bach (1685-1750): Concertos para Órgão, BWV 592 – 596 – Simon Preston ֍

J. S. Bach (1685–1750): Trio Sonatas – Simon Preston, órgão ֍

 

Poul Ruders (n. 1949): Concerto para Cravo – Mahan Esfahani – Aarhus Symphony Orchestra – Leif Segerstam ֍

Poul Ruders (n. 1949): Concerto para Cravo – Mahan Esfahani – Aarhus Symphony Orchestra – Leif Segerstam ֍

Poul Ruders

Concerto para Cravo

Mahan Esfahani, cravo

Aarhus Symphony Orchestra

Leif Segerstam

(Primeira Gravação)

Nos fins da década de 1710, Bach escreveu a primeira versão de um concerto no qual o papel do cravo passou de coadjuvante para protagonista. Na versão final de 1721, como o Concerto de Brandenburgo No. 5, surgia o primeiro Concerto para Cravo – com direito a uma longa cadenza.

Outros viriam pelo próprio Johann Sebastian e muitos mais pelos seus filhos e pelos outros herdeiros musicais.

O cravo começou a ceder lugar para o piano que assumiu esse papel de protagonista nos concertos – como nos muitos e maravilhosos Concertos de Mozart, que são herdeiros dos concertos de Johann Christian…

Esfahani achou a travessia Rio-Niterói fascinante…

O cravo teve seu retorno, promovido por Wanda Landowska, que não queria interpretar apenas as músicas do passado e conseguiu que compositores seus contemporâneos, como Francis Poulenc e Manuel de Falla escrevessem peças para ela.

Não faz muito tempo fiz uma postagem apresentando obras de compositores bem recentes – John Rutter, Philip Glass e Jean Françaix, interpretados pelo cravista Christopher D. Lewis.

Pois temos aqui uma novidade – um concerto para cravo escrito para o espetacular Mahan Esfahani pelo compositor dinamarquês Poul Ruders.

Se você acha que vai encarar longos trechos de música que não dá para assobiar, está bem enganado. O concerto é lindo e você vai ouvi-lo muitas vezes. Aposto uma cocada…

Poul Ruders (1949 –      )

Concerto para Cravo

  1. Avanti risoluto
  2. Andante
  3. Vivace – Martellato alla breve

Mahan Esfahani, cravo

Aarhus Symphony Orchestra

Leif Sangerstam

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Esfahani achou a sede do Departamento de Música Nova do PQP Bach muito descolada…
Segerstam buscando nos arredores de Erechim inspiração para a sua trecentésima quadragésima quinta sinfonia…

Recorded live with Aarhus Symphony Orchestra and renowned harpsichordist Mahan Esfahani, under the direction of Leif Segerstam, at the world premiere in Aarhus, Denmark on September 10, 2020.

The Harpsichord Concerto was commissioned by Aarhus Symphony Orchestra and the Royal Scottish National Orchestra, for Mahan Esfahani.

The UK premiere took place on November 6, at Caird Hall in Dundee, with the Royal Scottish National Orchestra, under the direction of Thomas Søndergård.

Aproveite!

René Denon

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975): Concertos para Piano – Alexander Toradze – Orquestra da Rádio de Frankfurt & Paavo Järvi ֍

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975): Concertos para Piano – Alexander Toradze – Orquestra da Rádio de Frankfurt & Paavo Järvi ֍

 

Pela lembrança de

Alexander Toradze

 

O pianista Alexander ‘Lexo’ Toradze faleceu em 11 de maio de 2022 em South Bend, Indiana, EUA. Toradze foi professor de piano na Indiana University at South Bend por vários anos. Ele nasceu 69 anos antes em Tbilisi, Geórgia.

Em seu blog – SlippeDisc –, Norman Lebrecht conta que Lexo estava tocando um concerto de Shostakovich com a Vancouver Symphony Orchestra quando sofreu uma insuficiência cardíaca aguda. Mesmo assim, continuou até o fim do concerto: The pianista who played on through heart failure has died, foi o título da postagem.

O testemunho do regente Gerard Schwarz transcrito no post deixa evidente como o pianista era bem quisto pelos colegas.

Entre as suas gravações mais conhecidas há a integral dos Concertos para Piano de Prokofiev, acompanhado pela Kirov Orchestra, regida por Valery Gergiev. Eu tenho outros dois discos muito bons, gravados pela EMI (quando a EMI existia…), com peças solo de Ravel, Mussorgsky, Stravinsky e Prokofiev. O Gaspard de la nuit dele é comparável à gravação feita por Ivo Pogorelich e as Três Cenas de Petrushka estão bem juntas da gravação feita por Maurizio Pollini. Bem, essa é a minha opinião…

Este disco com os Concertos de Shostakovitch está ótimo!

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)

Concerto para Piano No. 1 em dó menor, Op. 35

  1. Allegro moderato
  2. Lento
  3. Moderato
  4. Allegro con brio

Concerto para Piano No. 2 em fá maior, Op. 102

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Alexander Toradze, piano

Jurgen Ellensohn, trompete

Frankfurt Radio Symphony Orchestra

Paavo Järvi

Concertino para dois Pianos em lá menor, Op. 94

  1. Concertino

George Vatchnadze, piano

Alexander Toradze, piano

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MP3 | 320 KBPS | 185 MB

Sobre o disco: Really beautiful renditions. Fabulous, confident secure playing – you really can just relax and enjoy every note. Powerful, lyrical and mischievous by turns. Highly recommended!

Sobre o pianista: Alexander Toradze is universally recognised as a masterful virtuoso in the grand Romantic tradition. With his unorthodox interpretations, deeply poetic lyricism, and intense emotional excitement, Alexander Toradze lays claim to his own strong place in the lineage of the great Russian pianists.

Aproveite!

René Denon

Bach (1685-1750): Suítes para Violoncelo – Bruno Philippe ֍

Bach (1685-1750): Suítes para Violoncelo – Bruno Philippe ֍

BACH

Suítes para Violoncelo

Bruno Philippe

 

Um garoto de 13 anos entra em um sebo de livros e partituras e se depara com uma coleção de peças solo para o instrumento que está estudando. Ele está acompanhado de seu pai que lhe compra a coleção. O garoto vai para casa e se apaixona pela música, que o acompanhará por toda a sua vida.

O jovem é Pablo Casals e as peças são as seis suítes para violoncelo de Bach. Depois de tê-las estudado minuciosamente, passa a interpretá-las diariamente – uma a cada dia da semana. E como gosta muito da Sexta Suíte, ele a repete aos domingos.

Pablo dando um role em Camboinhas…

Pela perspectiva histórica, temporal, sempre pensei em Pablo Casals como um senhor gorducho, careca, como na foto em que ele aparece com um guarda-chuva na praia. No entanto, após ler a história de seu encontro com as suítes de Bach e como ele as revelou como peças de música maravilhosas que são, não apenas exercícios, passei a imaginá-lo ainda muito jovem, descobrindo as maravilhas dessas peças, sem pressa, pois que naqueles dias o tempo fluía de maneira muito mais tranquila do que nos nossos dias.

Fiquei mais uma vez com vontade de ouvir as tais suítes depois de ler o comentário de um de nossos seguidores na postagem com a gravação de Paul Tortelier. Ah, ótima é a gravação que Tortelier fez no início dos anos 80! Como o Conde Vassily imediatamente providenciou os links, tratei logo de baixar… Ouvir a tal gravação do Paul Tortelier me fez mais uma vez considerar como podemos mudar de opinião sobre as interpretações musicais ao longo do tempo. Achei o Tortelier realmente um mestre no comando do instrumento, capaz de fazê-lo soar, nos dias da gravação, como ele quisesse… e saí em busca de alternativas. Acabei dando com o disco desta postagem. Gostei tanto mais que achei que deveria postá-lo.

Bruno Philippe

Creio que entre muitas outras coisas, o fato de Bruno Philippe ter tido tempo para vivenciar a música, especialmente nas condições em que descreve no livreto – afastamento social devido ao Covid enquanto também se adaptava às novidades (para ele) das práticas de instrumentos de época, tornou sua gravação bastante especial.

Acredito que esta gravação nos apresenta uma interpretação atual, com os reflexos dos nossos dias, impregnando as obras de Bach com a fluidez dos nossos tempos, onde tudo demanda celeridade… Apesar de tudo, gosto de imaginar o paralelo com a viagem feita pelo jovem Casals, comparando-a com  a aventura vivida por Bruno, que resultou neste lindo álbum.

Bruno Philippe deixou no livreto suas impressões sobre esse período de convivência com estas obras de arte e vale muito a pena ler suas palavras…

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Suíte para Violoncelo No. 1 in G major, BWV1007

  1. Prelude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Minuets I & II
  6. Gigue

Suíte para Violoncelo No. 2 in D minor, BWV1008

  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Minuets I & II
  6. Gigue

Suíte para Violoncelo No. 3 in C major, BWV1009

  1. Prelude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Bourrées I & II
  6. Gigue

Suíte para Violoncelo No. 4 in E flat major, BWV1010

  1. Prelude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Bourrées I & II
  6. Gigue

Suíte para Violoncelo No. 5 in C minor, BWV1011

  1. Prelude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Gavottes I & II
  6. Gigue

Suíte para Violoncelo No. 6 in D major, BWV1012

  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Gavottes I & II
  6. Gigue

Bruno Philippe, violoncelo

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FLAC | 584 MB

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MP3 | 320 KBPS | 299 MB

Bruno Philippe conceives Bach’s Suites for solo cello as a veritable existential journey, from life to death and resurrection.

Forgoing metal strings for their historical gut equivalents, the young French artist offers us an inward, deeply moving reading of this monument of instrumental music.

Nascimento, experiência, vida, espiritualidade, morte e ressurreição!

Aproveite!

René Denon

Até mais…

Michael Tippett (1905-1998): Concerto para Piano – Prelúdio – Fantasias – Howard Shelley – Bournemouth SO & Richard Hickox ֎

Michael Tippett (1905-1998): Concerto para Piano – Prelúdio – Fantasias – Howard Shelley – Bournemouth SO & Richard Hickox ֎

Sir Michael Tippett

Concerto para Piano

Fantasia sobre um tema de Handel

Fantasia Concertante sobre um tema de Corelli

Howard Shelley, piano

Bournemouth Symphony Orchestra

Richard Hickox

Dia desses, no fim do expediente, surgiu aqui no lounge da redação do PQP Bach a famosa discussão sobre os compositores ingleses – Handel e Purcell as figurinhas carimbadas. Não há o que seja mais inglês do que Elgar. Eu gosto demais de Dowland e logo lembrei da suíte Os Planetas, de Holst.

Richard Hickox

Pois a conversa acabou me levando a este disco da postagem que estava no fim da fila – um disco inglês do começo ao fim! O Concerto para Piano foi a obra que havia atraído a minha atenção. Gostei muito da peça e ouvi outras gravações. Optei por postar este disco pelo seu conjunto, as outras peças são bem interessantes. Também queria postar algum disco com o maestro Richard Hickox, que lamentavelmente já faleceu. Foi um regente muito versátil, à vontade tanto à frente de orquestras convencionais como diante de grupos adeptos aos instrumentos de época. Deixou muitas gravações de música inglesa, mas também de outros países e tinha ótima mão para música coral.

Howard Shelley

O pianista da postagem, Howard Shelley, também é excelente e o disco, com produção do selo Chandos é uma belezura.

Quanto a Sir Michael, foi um compositor que desenvolveu seu estilo ao longo de um considerável período, compondo suas primeiras obras durante a Segunda Grande Guerra. Suas obras mais conhecidas são a Fantasia Concertante sobre um tema de Corelli, que faz parte do disco, o oratório A Child of Our Time e a ópera The Midsummer Marriage.

A história do Concerto para Piano é a seguinte: Sir Michael foi assistir a um ensaio de Walter Gieseking, preparando o primeiro movimento do Quarto Concerto para Piano de Beethoven. Ele observou que influenciado por essa obra de Beethoven, ficou persuadido que se deveria escrever um concerto contemporâneo no qual o piano fosse usado mais uma vez por suas capacidades poéticas. A ideia teve que esperar até Tippett terminar a composição da ópera The Midsummer Marriage, para então se dedicar ao concerto que abre esse disco.

O Concerto para Piano de Tippett é bem diferente dos outros concertos para piano deste período, como os de Bartók e Prokofiev. Os adjetivos lírico e melodioso são bem aplicados. Eu adorei as diferentes combinações de instrumentos da orquestração, gerando lindas sonoridades. Em especial, o piano e a celesta, criando um clima parecido com o da ópera – música mágica.

Sir Michael Tippett (1905-1998)

Concerto para Piano e Orchestra*

  1. I Allegro non troppo
  2. II Molto lento e tranquillo
  3. III Vivace

Praeludium para sopros, sinos e percussão

  1. Maestoso

Fantasia sobre um tema de Handel para Piano e Orquestra*

  1. Allegro non troppo

Fantasia Concertante sobre um tema de Corelli para Orquestra de Cordas

  1. Adagio

Brendan O’Brien e Colin Verrall, violinos

Joseph Koos, violoncelo

Howard Shelley, piano*

Bournemouth Symphony Orchestra

Richard Hickox

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FLAC | 309 MB

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MP3 | 320 KBPS | 172 MB

Trecho da resenha de David Hurwitz:

Howard Shelley’s performance of the lyrical Piano Concerto deserves a fresh lease on life (not that there have been many versions to choose from), though it hasn’t quite the leonine athleticism of the Ogdon/Davis premiere on EMI. It is, however, much better recorded and possesses in abundance the long breathed, singing quality that the music demands. The same holds true for the rarely heard Fantasia on a Theme of Handel, a wonderful piece that merits more attention than it gets.

Sir Michael Tippett

Carl Nielsen (1865-1931) & Jean Sibelius (1865-1957): Concertos para Violino – Johan Dalene – Royal Stockholm Philharmonic Orchestra & John Storgårds ֍

Carl Nielsen (1865-1931) & Jean Sibelius (1865-1957): Concertos para Violino – Johan Dalene – Royal Stockholm Philharmonic Orchestra & John Storgårds ֍

Nielsen & Sibelius

Concertos para Violino

Johan Dalene

Royal Stokholm PO

John Storgårds

Semana passada aqui em casa estava uma delícia, com a visita de filho, nora e (é claro) a netinha. Mas, ouvir música ficou restrito aos headphones – a Galinha Pintadinha e sua trupe reinaram aqui…

Hoje, domingo à noite, depois que lá se foram, o lugar ficou terrivelmente quieto e decidi escolher algo diferente para ouvir. Diferente dos quase sempre concertos para piano – violino então. Há um certo tempo queria conhecer o Concerto para Violino de Nielsen e uma busca me levou a este disco da postagem. Primeiro a dobradinha Nielsen e Sibelius, antecipando pelo menos uma obra que já gosto muito. E como também gosto de novidades e novos intérpretes, a escolha se definiu na hora.

Johan Dalene

Johan Dalene é um jovem violinista de 22 anos, mas perfeitamente qualificado para a tarefa. Ele ganhou em 2019 a Nielsen Competition tocando exatamente o Concerto de Nielsen com perfeita técnica, mas também com domínio artístico que se espera de um intérprete mais maduro.

Johan começou a tocar violino aos quatro anos e pouco depois já dava seus primeiros concertos. Em 2016 teve participação no Verbier Festival como student-inresidence e em 2018 foi aceito no programa norueguês Crescendo, onde teve como mentores artistas como Janine Jansen, Leif Ove Andsnes e Gidon Kremer. Em um artigo no The Strad, ele conta que estudou desde os dez anos com o mesmo professor, Per Enokssen, primeiro violino da Gothenburg Symphony Orchestra.

O disco ganhou ótima resenha na Gramaphone e tenho certeza que, se você gosta de concertos para violino, vai ganhar espaço na sua playlist!!

Carl Nielsen (1865 – 1931)

Concerto para Violino, Op. 33

  1. Praeludium
  2. Allegro cavalleresco
  3. Poco adagio
  4. Rondo

Jean Sibelius (1865 – 1957)

Concerto para Violino em ré menor, Op. 47

  1. Allegro moderato
  2. Adagio di molto
  3. Allegro, ma non tanto

Johan Dalene, violino

Royal Stockholm Philharmonic Orchestra

John Storgårds

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FLAC | 298 MB

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MP3 | 320 KBPS | 168 MB

Dalene adorou aparecer no PQP Bach, mas achou que o pessoal poderia ter feita a reforma do prédio antes de sua visita…

Veja o que Andrew MacGregor, da BBC, disse sobre o jovem violinista: Tecnique obviously, toughness when needed, and he can make it sing and spin out those long phrases.

Nielsen e especialmente Sibelius acharam ótimas as interpretações de Johan Dalene…

Aproveite!

René Denon

Gustav Mahler (1860-1911): Lieder – Elisabeth Kulman & Amarcord Wien ֎

Gustav Mahler (1860-1911): Lieder – Elisabeth Kulman & Amarcord Wien ֎

Gustav Mahler 

Lieder

Elisabeth Kulman

Amarcord Wien

 

Gustav Mahler foi o compositor-regente das grandes – imensas – sinfonias que revolucionou a arte de reger. Viveu um período de esplendor e decadência na Viena do fim do século 19.

Mahler conviveu com artistas e intelectuais como Freud, Klimt, Hugo Wolf, Hugo von Hofmannsthal, Schoenberg, Kokschka, Schiele, Schnitzler e Camillo Sitte.

Viena, além das valsas, também vivia de canções – Lieder – gênero que foi fundamental na obra de Mahler. Um Lied em sua forma mais comum consiste em voz acompanhada ao piano, como nas peças de Schubert, Schumann ou de Hugo Wolf. Mahler deixou canções nessa forma, mas as suas canções mais conhecidas, o acompanhamento é uma orquestra, como no caso do ciclo Lieder eines fahrenden Gesellen. Mas mesmo essas, têm suas versões com acompanhamento de piano. Além desse ciclo, cujas letras são do próprio Mahler, há dois grupos cujas letras são poemas de Friedrich Rückert – os Rückert-Lieder e o um tanto perturbador Kindertotenlieder. Mas há também um grupo de canções escritas sobre poemas do tipo folclórico escolhidos de uma coleção editada por Achim von Arnim e Clemens Brentano, chamada Des Knaben Wunderhorn. Algumas dessas canções acabaram fazendo parte ou servindo de base para movimentos de algumas das sinfonias de Gustav Mahler.

No disco da postagem temos, por assim dizer, um meio caminho, entre o piano e a orquestra. As canções escolhidas para o programa tiveram seus acompanhamentos arranjados para um inusitado conjunto de câmera, formação do grupo Amarcord Wien.  O todo não fica estranho, pois apesar da imensa orquestra usada por Mahler, sua orquestração é quase sempre leve e luminosa. A cantora Elisabeth Kulman iniciou sua carreira como soprano, mas desde 2005 tem atuado como mezzo-soprano e contralto. Neste disco mostra muito talento para interpretar as canções de Mahler.

As canções escolhidas são muito bonitas. Distribuídas no disco temos os 5 Rückert-Lieder , 2 canções do ciclo Lieder eines fahrende Geselle, uma do Kindertotenlieder e as restantes com letras da coleção de poemas Des Knaben Wunderhorn.

Os Rückert-Lieder compreendem três lindas cançõezinhas, Ich atmet einen linden Duft, Blicke mir nicht in die Lieder e Liebst du um Schönheit, que aparecem no início do disco, logo depois da primeira canção, além de duas canções enormes, muito das sérias, Um Mitternacht e Ich bin der Welt abhanden gekommen, no fim do disco, separadas pela canção que Mahler usou na Segunda Sinfonia, para preâmbulo da sua parte final.

O ciclo Lieder eines fahrende Geselle é formado por quatro canções. A segunda delas, Ging heut morgen übers Feld, aparece aqui no início do disco, assim como no vídeo da turma em ação, e a quarta, Die zwei blauen Augen, vem em quinta posição, ainda no ‘esquenta’ do disco.

A canção In diesem Wetter, in diesem Braus, dá realmente o tom do que é o ciclo Kindertotenlieder.

As outras canções têm como letras poemas da coleção Des Knaben Wunderhorn. Duas delas foram compostas mais anteriormente na vida de Mahler e publicadas nos livros de ‘Canções de Juventude’. A canção Ablösung im Sommer trata do cuco e do rouxinol. O cuco, por exemplo, é associado à traição amorosa. Essa canção serviu de base para o terceiro movimento da Terceira Sinfonia. A outra canção deste período é Ich ging mit Lustdurch einen grünen Wald.

Da coleção Des Knaben Wunderhorn temos a já mencionada Urlicht, que se tornou parte da Segunda Sinfonia, Wer hat dies Liedlein erdacht? (Quem compôs está cançãozinha?) e Lob des hohen Verstanden, que novamente trata do cuco e do rouxinol. Agora há um desafio para se saber qual ave canta mais lindamente. É claro que há que esperar o juiz que decidirá.

Para completar o pacote, uma versão de câmara do famoso Adagietto, da Quinta Sinfonia.

Gustav Mahler (1860 – 1911)

  1. Ging heut morger übers Feld – Mahler (Lieder eines fahrenden Gesellen)
  2. Ich atmet’ einen linden Duft – Rückert-Lieder
  3. Blicke mir nicht in die Lieder – Rückert-Lieder
  4. Liebst du um Schönheit – Rückert-Lieder
  5. Die zwei blauen Augen von meinem Schatz – Mahler (Lieder eines fahrenden Gesellen)
  6. Ablösung im Sommer – Des Knaben Wunderhorn – Livro III de Lieder und Gesänge ‘aus der Jugendzeit’
  7. Wer hat dies Liedlein erdacht? – Des Knaben Wunderhorn
  8. Lob des hohen Verstands – Des Knaben Wunderhorn
  9. Ich ging mit Lust durch einen grünen Wald – Des Knaben Wunderhorn – Livro II de Lieder und Gesänge ‘aus der Jugendzeit’
  10. Adagietto – 4 movimento da Quinta Sinfonia
  11. In diesem Wetter, in diesem Braus – Kindertotenlieder (Friedrich Rückert)
  12. Um Mitternacht – Rückert-Lieder
  13. Urlicht – (Des Knaben Wunderhorn) 4 movimento da Segunda Sinfonia
  14. Ich bin der Welt abhanden gekommen – Rückert-Lieder

Elisabeth Kulman, mezzo-soprano

Amarcord Wien:

Tommaso Huber, acordeão

Sebastian Gürtler, violino

Michael Williams, violoncelo

Gerhard Muthspiel, contrabaixo

Arranjos:

Sebastian Gürtler (faixas: 1, 10)

Wolfgang Muthspiel (faixas: 2 até 9, 11 até 14)

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FLAC | 266 MB

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MP3 | 320 KBPS | 133 MB

Em 1911, Henry Krehbiel escreveu sobre Mahler no New York Tribune: We cannot see how any of his music can long survive him.  Tudo indica que ele não havia ouvido o Adagietto…

Mahler já havia dado a sua resposta: My time will come!

Há em Viena lugar chamado Amarcord Café que serve delicias como está da imagem!

Aproveite!

René Denon

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Mahler (1860 – 1911): Lieder – Christa Ludwig & Gerald Moore ֍

Gustav Mahler (1860-1911): Mahler Lieder

 

 

Einojuhani Rautavaara (1928 – 2016): Sinfonia No. 7 • Concerto para Flautas • Cantus articus – Sinfonia Lahti & Osmo Vänskä ֍

Einojuhani Rautavaara (1928 – 2016): Sinfonia No. 7 • Concerto para Flautas • Cantus articus – Sinfonia Lahti & Osmo Vänskä ֍

Rautavaara

Sinfonia No. 7 – ‘Anjo de Luz’

Concerto para Flautas – ‘Danças com Ventos’

Cantus articus

Sinfonia Lahti

Osmo Vänskä

 

Einojuhani Rautavaara se disse afortunado por nascer na Finlândia, um país com destinos dramáticos, situado entre o oriente e o ocidente, entre a Europa e a Tundra, entre as fés ortodoxa e luterana (suas próprias palavras). Eu não creio que ele imaginasse como soam proféticas as palavras ‘destinos dramáticos’, devido ao momento em que vivemos. Talvez a Finlândia, assim como boa parte daquela região, esteja próxima a viver ‘destinos dramáticos’.

Einojuhani Rautavaara

Mas nosso espaço aqui é para entretenimento e boa música e Rautavaara é um compositor cuja obra merece ser divulgada e oferece uma oportunidade para ouvirmos música quase contemporânea.

Ainda segundo o próprio, Rautavaara iniciou seus estudos de composição com uma bolsa para estudar na Juilliard School de Nova Iorque, dada por Jan Sibelius. Esta experiência foi importante para seu entendimento do que é ser europeu. Ele também estudou na Suíça o que chamou de vanguarda musical. Depois tornou-se professor da Academia Sibelius até 1990, para ‘colocar o pão na mesa’. As atividades de composição ficavam para depois do jantar… Mesmo assim, ele produziu várias sinfonias, óperas, peças de câmara e música sacra.

Einojuhani vestido a caráter para gravar os cantos dos pássaros nas margens do rio Gravataí…

Uma coisa dá para garantir, Rautavaara tem boa mão para nomear suas obras. Me animei para ouvir sua música ao ver o nome de uma destas peças na capa de um disco no twitter de alguém – Cantus articus, Concerto para Pássaros e Orquestra. Esta obra foi escrita em 1972 para o Festival Acadêmico da Universidade de Oulu, que fica bem ao norte da Finlândia… na Tundra. Os solistas do concerto são pássaros do ártico e para a melhor conveniência deles, sua participação foi gravada pelo próprio Einojuhani. Você precisa ouvir para crer.

A Sinfonia que inicia o programa é a obra mais longa e tem o apelido Anjo de Luz. Essa obra foi encomendada pela Orquestra Sinfônica de Bloomington. Bloomington é a capital do estado de Indiana, no meio-oeste americano, e a sua universidade tem uma excelente escola de música. A primeira audição se deu lá em 1995. Há outras duas peças com nomes de anjos, mas eu só conheço essa.

Completando o programa do disco, um Concerto para Flautas, de nome ‘Danças com Ventos’, de 1974. Este concerto já deu seu ar da graça no PQP Bach, mas os links are long gone. A criatividade do autor faz com que o solista troque de instrumento diversas vezes.

Einojuhani Rautavaara (1928 – 2016)

Sinfonia No. 7 (Anjo de Luz)

  1. Tranquillo
  2. Molto allegro
  3. Come un sogno
  4. Pesante – Cantabile

Concerto para Flautas, Op. 63  (Danças com Ventos)

  1. Andantino
  2. Vivace
  3. Andante moderato
  4. Allegro

Cantus Arcticus, Op. 61 (Concerto para Pássaros e Orquestra)

  1. Suo (Pântano)
  2. Melankolia
  3. Joutsenet muuttavat (Cisnes migrando)

Petri Alanko, flauta(s) [5-8]

Sinfonia Lahti

Osmo Vänskä

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FLAC | 284 MB

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MP3 | 320 KBPS | 187 MB

Osmo Vänskä

The BIS recording is excellent, with state-of-the-art sound, and Vanska’s performance has impressive power and atmosphere; he keeps the music moving and casts a strong spell. — Penguin Guide, 2011 edition

Na entrevista com o pessoal do PQP Bach, lá pelos fins da década de 2000, Einojuhani afirmou: Desde 1990 minha vida tem sido muito agradável. Moro em uma velha casa com jardim e estou casado com a mais maravilhosa mulher que eu poderia imaginar…

Aproveite!
René Denon

Henri Dutilleux (1916-2013): Sinfonia No. 1 – Métaboles – Les Citations • Orchestre National de Lille & Jean-Claude Casadesus ֎

Henri Dutilleux (1916-2013): Sinfonia No. 1 – Métaboles – Les Citations • Orchestre National de Lille & Jean-Claude Casadesus ֎

Henri Dutilleux

Sinfonia No. 1

Métaboles

Les Citations

Orchestre National de Lille

Jean-Claude Casadesus

Henri dando umas dicas de como viver bem ao pessoal do PQP Bach…

Henri Dutilleux seria temido pelos burocratas, caso tivesse vivido por aqui. Ele trabalhou na Rádio Francesa de 1943 até 1963, quando se aposentou para se dedicar integralmente à composição. Vejam que Henri viveu até 2013 – um jubileu de aposentadoria!

No entanto, ele começou cedo. Aos 11 anos estudava piano, harmonia e contraponto no Conservatório de Douai e posteriormente estudou com Henri Büsser no Conservatório de Paris. Na Segunda Guerra alistou-se como maqueiro e serviu até a queda de Paris, em 1940. No entanto, o que conta é a música e Dutilleux era do ramo.

Fiquei surpreso com a beleza deste disco e mais surpreso ainda ao observar que seu programa coincide com a primeira metade do programa de uma postagem feita por Pleyel, coisa de dois anos atrás. Apesar disso, decidi insistir com a postagem pois as gravações oferecidas na postagem anterior foram feitas ao vivo e aqui temos uma outra opção. Além disso, Dutilleux e sua obra merecem mais visibilidade e divulgação.

No texto de sua postagem, Pleyel menciona a maneira fria como Pierre Boulez saudou a Primeira Sinfonia de Dutilleux. É bom lembrar que Boulez mandava no establishment musical francês e não admitia outras formas de composição que não adotasse o dodecafonismo. Apesar disso, Dutilleux construiu uma linguagem musical própria, evitando modismos e trabalhando cuidadosamente cada uma de suas peças. Ele dizia sobre elas: Eu não fico feliz com minha música a menos que ela me tome completamente. Tem que ser como no amor – paixão fulminante.

A Sinfonia No. 1 é de 1951 e foi a primeira obra puramente orquestral de Dutilleux e foi concebida em quatro movimentos monotemáticos com uma estrutura cíclica. Seu primeiro movimento é uma Passacaglia! A sua estreia foi feita pela Orchestre de l’Office de Radiodiffusion-Télévision Française, regida por Roger Désormière e isso certamente colocou Dutilleux no mapa da música. A sinfonia logo caiu no gosto de outros regentes, entre eles Jean Martinon, Charles Munch e Ernest Ansermet.

O que mais me impressionou nesta obra foram as sonoridades obtidas de uma orquestra com muitos instrumentos, tais como piccolo, triângulo, xilofone, celesta, harpa e outros desta sorte. Estes instrumentos são empregados para obter intrigantes efeitos, especialmente usados para fazer contraste aos sons mais baixos e de tonalidades mais escuras, produzidas por instrumentos como o corne inglês, baixo clarinete, contra fagote, trombone, tuba, gongo, tam tam. Não se deixe enganar pelo início, apenas pizzicati nos contrabaixos. As lindas sonoridades logo vão surgir. A sinfonia termina num movimento no qual toda a orquestra é usada, mas a música acaba assim como começou, calando-se lentamente.

A próxima obra, Métaboles (1964) foi encomendada pela Cleveland Orchestra, por ocasião de seu aniversário de 40 anos. Sua inspiração foi o virtuosismo do conjunto de instrumentos de madeira da orquestra. Sua estreia ocorreu em janeiro de 1965 com a orquestra regida por seu tirano regente, George Szell. Nesta obra a simetria da Primeira Sinfonia deu lugar a outra abordagem.  Ela foi concebida como uma série de permutações. Cada um dos quatro primeiros movimentos é iniciado por uma seção diferente da orquestra, que só é usada como um todo para iniciar o quinto e último movimento – Flamboyant. O título Métaboles se refere ao metabolismo biológico – uma alusão à maneira como o tema do primeiro movimento se transforma gradual e substancialmente.

No verão (do hemisfério norte) de 1985 Henri Dutilleux atuou como compositor residente do Festival de Aldeburgh, que foi fundado por Benjamin Britten e Peter Pears. Ele então compôs uma peça chamada For Aldeburgh 85 para oboé, cravo e percussão, em comemoração do aniversário de Peter Pears. Em 1990 ele retomou esta peça, acrescentou um contrabaixo e compôs mais um movimento, que chamou de Janequin a Jehan Alain. Este Jehan Alain foi um organista morto em ação 50 anos antes. Na composição deste movimento Dutilleux usa temas de Janequin e de Alain, daí o nome da peça – Les Citations.

Jean-Claude ensaiando a Orquestra de Câmara do Festival PQP Bach de Alegrete

O disco traz a Orchestre National de Lille regida por seu fundador, Jean-Claude Casadesus em cuidadosa produção da Naxos. Veja o que um dos críticos disse: The liner notes by Paul Conway are helpful in every way (pdf junto aos arquivos musicais), both as an introduction to Henri Dutilleux and to his music. […]. The entire CD exhibits impressive performances from the Orchestre National de Lille and their conductor Jean-Claude Casadesus. The recording is excellent with great clarity throughout but especially so in the translucent music of Les Citations.

Henri Dutilleux (1916 – 2013)

Sinfonia No. 1

  1. Passacaille
  2. Scherzo
  3. Intermezzo
  4. Finale, con variazioni

Métaboles

  1. Incantatoire
  2. Linéaire
  3. Obsessionnel
  4. Torpide
  5. Flamboyant

Orchestre National de Lille

Jean-Claude Casadesus

 

Les Citations

  1. For Aldeburgh 85
  2. De Janequin a Jehan Alain

Cyril Ciabaud, oboé

Kasia Tomczak-Feltrin, cravo

Mathieu Petit, contrabaixo

Romain Robine, percussão

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FLAC | 270 MB

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MP3 | 320 KBPS | 187 MB

Petit, o cara do contrabaixo…

A crítica de David Hurwitz (10/10), do site Classics Today, diz: Jean-Claude Casadesus first recorded the work a few decades ago for Forlane, if memory serves, with this same orchestra. That was a good performance, but this remake is just terrific. The orchestra has improved, and so has the engineering, which permits Casadesus to concentrate on capturing the vibrant textures of the outer movements (the finale especially), as well as the poignant lyricism of the third movement Intermezzo, with particular success.

Então, está esperando o que? Baixe logo o disco e deixe seu comentário…

Aproveite!

René Denon

To be continued…

Concertos para Violoncelo do Período Barroco Italiano: Elinor Frey • Rosa Barocca • Claude Lapalme ֎

Concertos para Violoncelo do Período Barroco Italiano: Elinor Frey • Rosa Barocca • Claude Lapalme ֎

G.B. Sammartine • A. Vivaldi

G. Tartini • L. Leo

Concertos para Violoncelo

Elinor Frey, violoncelo

Rosa Barocca & Claude Lapalme

 

O padre e professor de violino chegou ao Ospedale della Pietà para mais uma aula e não pode deixar de notar a jovem talentosa que praticava o violoncelo. Chamou-lhe a atenção a maneira como ela segurava o arco, com a mão invertida, por baixo da madeira. A moça tocava tão bem que logo a inspiração fez com que o prodigioso padre compusesse um lindo Concerto em sol maior para violoncelo e que foi gravado neste disco da postagem, com a intérprete usando exatamente a mesma técnica. Curioso, perguntou-lhe com quem havia aprendido aquela técnica e ouviu que fora com o Maestro Antonio, seu xará. Por pouco Antonio Vivaldi e Antonio Vandini não se encontraram nas salas de aula e de prática da instituição. Vandini já havia retornado a Pádua, onde era o violoncelista principal da ‘Veneranda Arca’, a orquestra da Basílica del Santo e mui amigo do compositor e violinista Giuseppe Tartini.

Antonio Vandini, violoncelista…

O Concerto para Violoncelo em lá maior muito certamente foi composto por Tartini para Vandini e é fácil acreditar que nas muitas ocasiões que os dois amigos se encontravam, o violoncelista interpretava em seu próprio instrumento movimentos de sonatas escritas pelo compositor para violino, como faz no disco a ótima violoncelista Elinor Frey.

Completam o disco concertos de Giovanni Battista Sammartini e Leonardo Leo.

João Batista nasceu em Milão, filho de um oboísta francês (Alexis Saint-Martin) e de Girolama de Federici. Assim como muitos de seus irmãos, J.B. estudou música com o pai e tornou-se bom compositor, assim como Giuseppe, um de seus irmãos, que também era oboísta. Você poderá ouvir mais alguma música composta eles, se acessar esta postagem aqui.  A intérprete é a excelente Chiara Banchini.

Leonardo Leo nasceu no reino de Nápoles e pode ter estudado com Alessandro Scarlatti. Gostaria de imaginá-lo sentado em bancos ao lado de Domenico, arengando contra as muitas tarefas dadas pelo Alessandro. Entre suas composições encontram-se óperas sérias e cômicas, assim como música sacra. Se o concerto aqui gravado lhe despertou o interesse, poderá visitar esta postagem aqui para ouvir mais alguns, interpretados pelo ótimo Anner Bylsma.

Elinor mostrando para o pessoal do PQP Bach a técnica que o Vandini ensinava…

Eu gosto bastante deste tipo de disco, com repertório de diferentes compositores, mas com um forte denominador comum, uma série de conexões entre as obras. A audição me fez buscar outras versões para comparações ou mesmo gravações de obras similares com outros intérpretes, fazendo-me concluir que não há uma única abordagem para cada peça. Espero que o disco lhe provoque boas reações e desperte muito a sua curiosidade.

Este disco é bem recente, foi gravado em setembro de 2021 e lançado este ano. A solista, a orquestra e seu regente são jovens e ainda não apareceram por aqui, mas suas credenciais são impecáveis, como você poderá ver caso leia as notas incluídas no arquivo. Não deixe passar mais um minuto e baixe este disco absolutamente (im)-PER-DÍ-VEL!

Giovanni Battista Sammartini (1700 – 1775)

Concerto em dó maior para Violoncelo, Cordas e Contínuo

  1. Allegro
  2. Andante sempre piano
  3. Allegro

Antonio Vivaldi (1678 – 1756)

Concerto em sol maior para Violoncelo, Cordas e Contínuo, RV 414

  1. Allegro molto
  2. Largo
  3. Allegro

Giuseppe Tartini (1692 – 1770)

Sonata para Violino No. 7 em lá menor, B.a1:

  1. Adagio (Arr. para violoncelo: Elinor Frey)

Concerto em lá maior para Violoncelo, Cordas e Contínuo, GT 1.A28

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro assai

Leonardo Leo (1694 – 1744)

Concerto No. 2 em ré maior para Violoncelo, Cordas e Contínuo, L. 10

  1. Andante grazioso
  2. Con bravura
  3. Larghetto con poco moto – mezza voce
  4. Fuga
  5. Allegro di molto

Giuseppe Tartini

Sonata para Violino No. 6 em mi menor, B.e1

  1. Andante cantabile (Arr. para violoncelo: Elinor Frey)

Elinor Frey, violoncelo

Rosa Barocca

Claudio Lapalme

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FLAC | 286 MB

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MP3 | 320 KBPS | 133 MB

Elinor…

Este é papa fina.

Aproveite!

René Denon

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado, Livro 2 – Trevor Pinnock, cravo ֎

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado, Livro 2 – Trevor Pinnock, cravo ֎

 

BACH

CBT II

PINNOCK

 

 

‘For the use and profit of the musical youth desirous of learning, as well as for the pastime of those already skilled in this study’.

‘Para o uso e proveito do jovem músico desejoso de aprender, assim como para o deleite daqueles já avançados nos estudos’.

Trevor Pinnock

Trevor Pinnock é regente, mas também é excelente cravista. Sua segunda gravação das Partitas de Bach é maravilhosa e quando ele gravou o CBT I eu adorei, ouvi um montão de vezes e postei logo em seguida. Não poderia ser diferente agora que ele gravou o segundo livro.

O Primeiro Livro de Cravo Bem Temperado veio a luz em 1722, trezentos anos atrás. Em um artigo escrito por Harold C. Schoenberg, cinquenta anos atrás, para o jornal The New York Times, comemorando os primeiros 250 anos,  há uma explicação do problema da afinação de instrumentos de tecla e a solução proposta por Bach – uma afinação temperada. “O que Bach fez foi dividir a oitava em intervalos aproximadamente iguais. Era um ajuste e nenhuma chave ficava perfeita, mas as imperfeições eram suficientemente pequenas para que o ouvido se ajustasse”. A genialidade de Bach estava a serviço da praticidade.

Bach trabalhou muito tempo em seu CBT I e o concluiu em 1722. Sempre genial, mas também por isso, bem prático, usou composições anteriores, algumas que figuravam no Clavier-Büchlein de Friedemann Bach, seu filho mais velho. Havia tratados deste tipo anteriores, para alaúdes e instrumentos do tipo, por exemplo, mas o CBT I foi a primeira coleção a explorar completamente todas as chaves, na forma de Prelúdios e Fugas, tão valorizada por Bach. O que poderia ter se tornado um tratado de estudos, interessante apenas para estudantes, tornou-se pelas mãos de Johann Sebastian num tesouro musical que delicia também aos ouvintes amantes da música.

The Pitch and Bach’s obsession with the keys

Schoenberg conta uma história que revela todo o carinho que Bach tinha por esta obra. Ele teve, por volta de 1724, um aluno chamado Heinrich Gerber, que deixou um relato de seus encontros com o professor. Primeiro ele teve que estudar as Invenções e depois o CBT I. Pois em pelo menos três encontros, Johann Sebastian, com a desculpa que estava sem vontade de dar aulas, escolhia algum de seus magníficos instrumentos e interpretava todos os prelúdios e fugas, do começo ao fim. Heinrich conta que estas foram as melhores horas que passou com o professor.

On Bach’s footsteps –the Well Tempered Clavier

Uma segunda coleção foi terminada em 1742, quando também foram concluídas as Variações Goldberg. Novamente composições anteriores foram adaptadas e muitas peças do novo volume têm conexões com as correspondentes peças do primeiro. É preciso lembrar que nestes 20 anos que se passaram os gostos musicais vigentes mudaram bastante e Bach certamente não estava alheio a isso. A fuga era uma forma musical rapidamente caminhando para se tornar arcaica, mas ainda encontrava grande interesse especialmente em estudantes de música.

O que você não pode deixar de ouvir aqui no livro II? Eu diria que não deve deixar de ouvir uma só nota que seja, mas considerando a vida moderna e que você tem pouco tempo de ócio e muitas coisas para ouvir, não deixe de ouvir os Prelúdios e Fugas de números 5, 9 e 22. Estes são (talvez como quaisquer outros) um bom lugar para começar. A Fuga No. 5  é do tipo stretto. (Falamos em stretto quando o sujeito é apresentado em uma voz e imitado em uma ou mais vozes, com a imitação iniciando-se antes que o sujeito inicial tenha terminado de soar.) Na Fuga No. 9 Bach retoma o espírito da antiga polifonia vocal, quase uma redução para teclado de um moteto a capella. A Fuga No. 22 é uma das mais imponentes de todas as escritas por Bach. É como se ele soubesse que haveria um tempo em que sua música soaria cada vez melhor, mesmo em novos e diferentes instrumentos. Em algum destes filmezinhos do videoblog do Pinnock ele menciona a diferença entre os dois livros. Ele diz que este segundo volume foi escrito em parte para o próprio autor, para seu prazer. Ele também menciona que em alguns momentos, Bach flerta com a ‘nova música’, que estava sendo feita por seus filhos e os novos compositores.

Nenhum dos dois livros foi publicado durante a vida de Bach e as primeiras edições surgiram em 1800. No entanto, cópias deles circulavam entre os músicos e aspirantes. Mozart arranjou algumas das fugas para conjuntos de câmara. Beethoven, que estudou com Gottlob Neefe, sabia os dois livros de cor. Joseph Haydn tinha cópias dos dois livros.

Há gravações completas dos dois livros feitas por cravistas e pianistas desde os tempos jurássicos. Wanda Landowska, Gustav Leonhardt e Ralph Kirkpatrick, ao cravo, Edwin Fischer, Walter Gieseking e Friedrich Gulda, ao piano, são alguns exemplos. Há muitas gravações memoráveis (e algumas nem tanto) e mesmo os selos menos famosos fazem lançamentos destas obras. Algumas gravações despertam paixões tanto pró como contra: Glenn Gould, Daniel Barenboim, Sviatoslav Richter… Ainda bem que há tantas possibilidades, basta ouvir e julgar por si mesmo, sem se preocupar tanto com o número de críticas encontradas neste ou naquele site…

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

O Cravo Bem Temperado – Livro II

Trevor Pinnock, cravo

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FLAC | 692 MB

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MP3 | 320 KBPS | 285 MB

Schoenberg segue mencionando que Heinrich não especificou qual tipo de instrumento Bach escolheu. Há inclusive gravações feitas tendo um órgão como o instrumento de tecla, como a de Robert Costin. A escolha de cravo ou piano é a mais comum e se você está procurando uma gravação moderna, com excelente som, em uma versão para cravo, está a um passo da felicidade.

Aproveite!

René Denon

The joy of music

Não deixe de visitar:

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado – Livro I – Trevor Pinnock, cravo

E também estes aqui:

Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado – Uma Seleção do Livro 2 – Piotr Anderszewski, piano ֎

J. S. Bach (1685-1750): 6 Partitas, BWV 825-830 (Pinnock)

Trevor tocando a fuga em ré maior para o pessoal do PQP Bach…

Poulenc (1899-1963) – Música para Piano – Charles Owen ֎

Francis Poulenc

Música para Piano

Charles Owen, piano

 

im-PER-DÍ-VEL!!

Nestes dias de notícias tão alarmantes, de tantas preocupações, verdadeiras atribulações, encontrar uns pedacinhos de alegria ao se reunir com amigos, em receber notícias pessoais que podem ao mesmo tempo alarmar e alegrar, servem como um refrigério.

Nesta lista de coisas que têm me ajudado a sorrir estão a visita da neta, uma ou outra reunião com amigos e familiares e, é claro, a música.

Este disco poderia muito bem ter me escapado entre as muitas tentações que abarrotam minha pasta de música. O selo e o pianista são ingleses e a música, mais francesa impossível. Mas foi amor à primeira audição e quando isso acontece, a postagem acaba acontecendo.

Um disco inteiramente dedicado a peças de Francis Poulenc. E vejam que ele mesmo não as tinha em alta estima. No entanto, esta coleção de peças curtas revela aspectos típicos de sua música, como um que de nostalgia, bastante leveza e muita elegância. Para que essa magia possa ser totalmente revelada é preciso um intérprete sensível, além de competente. Veja que beleza são as Trois Novelettes, passando por diferentes tipos de humor. Outra preciosidade é a suíte Napoli, com uma barcarolle, um noturno e um capricho italiano. Segundo o próprio Charles Owen: “Uma das grandes alegrias ao tocar este repertório é a necessidade de recapturar a joie de vivre inerente nestas composições”.

Charles Owen owns a piano…

Em uma pequena entrevista na BBC Music Magazine, ele revelou algumas peças musicais de que gosta por razões especiais. A Sonata para Piano em lá menor, D 845, de Schubert, o Concerto para Violino de Elgar, o ciclo de Lieder Frauenliebe und -leben, de Schumann, além da ode pastoral L’Allegro, il Peseroso ed il Moderato, de Handel, finalizando com a ópera A Raposinha Esperta, de Janáček.

Estas escolhas se devem a momentos especiais em sua vida, como foi o caso da sonata de Schubert. Aos 13 anos, quando era aluno da Menuhin School, assistiu a um concerto da pianista Imogen Cooper que interpretou esta sonata, deixando-o muito impressionado. Posteriormente Charles tornou-se aluno de Imogen. Você pode já imaginar que a conexão com o Concerto de Elgar se deu através do violinista Yehudi Menuhin. Mas, chega de spoilers, vá em busca da entrevista para descobrir o resto. Além disso, não quero tomar mais de seu tempo, ande, vá logo em busca do download. Tenho certeza que, mesmo ao ouvir este disco uma só vez, vai lembra-se dele com um sorriso.

Francis Poulenc (1899 – 1963)

Les Soirées de Nazelles

  1. Preambule
  2. Cadence
  3. Variation 1: Le comble de la distinction
  4. Variation 2: Le coer sur la main
  5. Variation 3: La desinvoltue et la discretion
  6. Variation 4: La suite dans les idees
  7. Variation 5: Le charme enjoleur
  8. Variation 6: Le contentement de soi
  9. Variation 7: Le gout du malheur
  10. Variation 8: L’alerte vieillesse
  11. Cadence
  12. Finale

Napoli – suite for piano

  1. Barcarolle
  2. Nocturne
  3. Caprice Italien

Mélancolie

  1. Mélancolie

Novelettes

  1. Novelette No. 1 em dó maior: Modere sans lenteur
  2. Novelette No. 2 em si bemol menor: Tres rapide et rythme
  3. Novelette No. 3 em mi menor: Andantino tranquillo

Improvisations

  1. Improvisation No. 1 em si menor
  2. Improvisation No. 2 em lá bemol maior
  3. Improvisation No. 3 em si menor
  4. Improvisation No. 4 em lá bemol maior
  5. Improvisation No. 5 em lá menor
  6. Improvisation No. 6 em si bemol maior
  7. Improvisation No. 7 em dó maior
  8. Improvisation No. 8 em lá menor
  9. Improvisation No. 9 em ré maior
  10. Improvisation No. 10 em fá mior, “Eloge des gammes”
  11. Improvisation No. 11 em sol menor
  12. Improvisation No. 12 em mi bemol maior, “Hommage a Schubert”
  13. Improvisation No. 13 em lá menor
  14. Improvisation No. 14 em ré bemol maior
  15. Improvisation No. 15 em dó menor, “Hommage a Edith Piaf”

Charles Owen, piano

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Charles Owen esperando o pessoal do PQP Bach para uma entrevista,certo de que terá a última palavra…

A magical album. Charles Owen empathises closely with Poulenc’s elusive idiom catching its delicacy and insouciance brilliantly. An album to cherish and one that will undoubtedly figure highly in my recital discs of 2005.  [MusicWeb International]

Owen’s playing is marvellously alive. Where there are nuances, he finds them; where Poulenc plays the vulgarian (oh so aristocratically!), there too Owen is on the mark. Add to that a lovely ear for balance and fingers that are more than capable of these twisting exercises, and you have enjoyment at a high level.   [Gramophone 2004]

Aproveite!

René Denon