J. S. Bach (1685-1750): Christus, Der Ist Mein Leben — Cantatas BWV 27, 84, 95 & 161

J. S. Bach (1685-1750): Christus, Der Ist Mein Leben — Cantatas BWV 27, 84, 95 & 161

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um CD que tem a Cantata BWV 95 deve ser sempre ouvido! A ária Ach, Schlage Doch Bald é obrigatória conhecer. Igualmente as árias Ich Bin Vergnügt Mit Meinem Glücke e Ich Esse Mit Freuden Mein Weniges Brot da Cantata BWV 84. O trabalho de Herreweghe com seu Collegium Vocale Gent impressiona como sempre. Difícil imaginar uma abordagem melhor para este grupo de Cantatas.

As cantatas constituem o grosso da produção de Bach, mas apenas nas últimas décadas sua importância vem sendo reconhecida. Esquecidas quase por completo no século XIX, até meados do século XX somente um pequeno número delas havia sido estudado em detalhe, situação que vem mudando diante do rápido crescimento dos estudos bachianos. A maior parte delas é sacra, compostas em Weimar e principalmente Leipzig, mas ele cultivou o gênero ao longo de quase toda a sua carreira. Muitas foram perdidas. De acordo com o obituário do mano Carl Philipp, ele compôs cinco ciclos completos para o ano eclesiástico, fora as cantatas profanas, o que representaria mais de 350 obras. Ainda sobrevivem 194 composições neste gênero, somando um total de mais de 1.200 movimentos individuais. As de sua fase inicial são compostas segundo o modelo alemão do século XVII, sem recitativos ou árias da capo, elementos de origem operística italiana que só aparecem em suas obras maduras. Mais tarde se consolidou um formato italianizado, com uma abertura mais elaborada com coro, seguida de uma alternância de cinco ou seis árias da capo e recitativos para voz solo, encerrando com uma harmonização coral simples homofônica a quatro vozes, quando a congregação possivelmente se unia ao coro, mas mesmo aqui são encontradas muitas outras soluções técnicas e formais, incluindo fugas, cânones, variações sobre um ostinato, formas concertantes, influência da abertura francesa e do antigo moteto, além de se valerem de uma ampla gama de forças instrumentais.

J. S. Bach (1685-1750): Christus, Der Ist Mein Leben — Cantatas BWV 27, 84, 95 & 161

Wer Weiß, Wie Nahe Mir Mein Ende; BWV 27
1 1. Choral + Recitiativo Sopran, Alto, Tenor: Wer Weiß, Wie Nahe Mir Mein Ende 4:03
2 2. Recititativo, Tenor: Mein Leben Hat Kein Ander Ziel 0:55
3 3. Aria, Alto: Willkommen! Will Ich Sagen 3:46
4 4. Rezitativo, Sopran: Ach, Wer Doch Schon Im Himmel Wär! 0:42
5 5. Aria, Bass: Gute Nacht, Du Weltgetümmel! 3:03
6 6. Choral: Welt, Ade! Ich Bin Dein Müde 0:57

Ich Bin Vegnügt Mit Meinem Glücke; BWV 84
7 1. Aria, Soprano: Ich Bin Vergnügt Mit Meinem Glücke 5:29
8 2. Rezitativo, Soprano: Gott Ist Mir Ja Nichts Schuldig 1:22
9 3. Aria, Soprano: Ich Esse Mit Freuden Mein Weniges Brot 4:44
10 4. Rezitativo, Soprano: Im Schweisse Meines Angesicht 0:57
11 5. Choral: Ich Leb Indes In Dir Vergnüget 0:49

Christus, Der Ist Mein Leben; BWV 95
12 1. Choral + Recitativo, Tenor: Christus Der Ist Mein Leben 4:58
13 2. Recitativo, Sopran: Nun, Falsche Welt! 3. Chorale, Sopran: Valet Will Ich Dir Geben 2:56
14 4. Recitativo, Tenor: Ach Könnte Mir Doch Bald So Wohl Geschehen 0:36
15 5. Aria, Tenor: Ach, Schlage Doch Bald, Selge Stunde 6:59
16 6. Recitativo, Bass: Denn Ich Weiß Dies 1:21
17 7.Choral: Weil Du Vom Tod Erstanden Bist 1:04

Komm Du Süße Todesstunde; BWV 161
18 1. Aria, Alto: Komm, Du Süße Todessstunde 4:41
19 2. Recitativo, Tenor: Welt! Deine Lust Ist Last! 1:48
20 3. Aria, Tenor: Mein Verlangen 4:40
21 4. Recitativo, Alto: Der Schluß Ist Schon Gemacht 2:01
22 5. Chor: Wenn Es Meines Gottes Wille 2:56
23 6. Choral: Der Leib Zwar In Der Erden 1:19

Collegium Vocale Gent
Philippe Herreweghe

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Collegium Vocale Gent com Philippe Herreweghe: Cantatas neles, maestro!
Collegium Vocale Gent com Philippe Herreweghe: Cantatas neles, maestro!

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Motetos da Família Bach (II)

Motetos da Família Bach (II)

Mais motetos da família. Este segundo disco é também levado por belgas, estes mais do sul do país e ligados a Festivais de música do Vale do Meuse. O moteto é um gênero musical polifônico surgido no século XIII, onde, inicialmente, usavam-se textos distintos para cada voz. Dessa característica vem a origem do termo, derivado de mot, palavra, em francês. O moteto se tornará uma das grandes formas da música polifônica, sendo o apogeu de seu uso no contraponto modal do século XVI, apesar de sua importância para a música barroca e da recorrência a ele até por compositores românticos.

Johann Michael Bach
Halt was du hast. Motette für Doppelchor zu 8 Stimmen und Basso continuo
1. Jesu meine Freude / Halt, was du hast

Johann Christoph Bach
Sei getreu bis in den Tod. Motette für 5-stimmigen Chor und Basso continuo
2. Sei getreu bis in den Tod

Johann Christoph Bach
Der Mensch, vom Weibe geboren. Motette für 5-stimmigen Chor und Basso continuo
3. Der Mensch, vom Weibe geboren

Johann Michael Bach
Fürchtet euch nicht. Motette für Chor und Basso continuo
4. Fürchtet euch nicht

Hieronymus Praetorius
Missa super “Angelus ad Pastores”, für Doppelchor zu 8 Stimmen und Basso continuo
5. 1. Kyrie
6. 2. Gloria
7. 3. Credo
8. 4. Sanctus
9. 5. Agnus Dei

Johann Michael Bach
Sei, lieber Tag willkommen. Motette für 6-stimmigen Chor und Basso continuo
10. Sei, lieber Tag willkommen

Johann Michael Bach
Ich weiss, dass mein Erlöser lebt. Motette für 5-stimmigen Chor und Basso continuo
11. Ich weiss, dass mein Erlöser lebt

Johann Michael Bach
Herr, ich warte auf dein Heil. Motette für Doppelchor und Basso continuo
12. Herr, ich warte auf dein Heil

Johann Michael Bach
Herr, wenn ich nur dich habe. Motette für 5-stimmigen Chor und Basso continuo
13. Herr, wenn ich nur dich habe

Johann Michael Bach
Unser Leben währet siebenzig Jahr. Motette für 5-stimmigen Chor und Basso continuo
14. Unser Leben währet siebenzig Jahr

Capella Sancti Michaelis
Ricercar Consort
Erik van Nevel

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Deve ser horrível ouvir música num lugar desses.
Deve ser horrível ouvir música num lugar desses…

PQP

Motetos da Família Bach (I)

Motetos da Família Bach (I)

A Família Bach foi de grande importância na história da música por cerca de duzentos e cinquenta anos, com mais de 50 músicos e vários compositores notáveis. Seu membro mais proeminente e mais notável compositor da história da música foi Johann Sebastian Bach (1685-1750). A dinastia musical começou com o trisavô de Johann Sebastian, Veit Bach (nascido antes de 1545 e morto por volta de 1576), e se extinguiu com seu neto Wilhelm Friedrich Ernst Bach (1759-1845). Neste CD, temos obras sacras de ascendentes de papai. O trabalho de Herreweghe e sua turma de Gent é impecável, como sempre.

Motetos da Família Bach (I)

Johann Bach
1. Sey nun wieder zufrieden
2. Unser Leben ist ein Schatten
Johann Michael Bach
3. Das Blut Jesu Christi
Johann Christoph Bach
5. Ich lasse dich nicht
6. Der Gerachte
7. Lieber Herr Gott
8. Herr, nun lassest du dienen Diener in Friede fahren
9. Unsers Herzens Freude

Collegium Vocale Gent
Johan Huys, Organ
Philippe Pierlot, Bass Viole
Ricercar Consort
Philippe Herreweghe

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Gent, a pérola de Flandres. Com uma paisagem dessas, até eu canto.
Gent, a pérola de Flandres. Com uma paisagem dessas, até eu canto.

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.: interlúdio :. Astor Piazzolla (1921-1992) — Los Tangueros (com Pablo Ziegler e Emanuel Ax)

.: interlúdio :. Astor Piazzolla (1921-1992) — Los Tangueros (com Pablo Ziegler e Emanuel Ax)


Este CD é muito bom, primoroso, de um nível difícil de encontrar por aí, mas… Falta sangue e sujeira nos pianos de Los Tangueros. O pessoal não entende que é preciso dar porrada. O que eles fizeram está bonito, mas o mestre Piazzolla, para citar um exemplo candente, tinha uma melhor leitura de si mesmo. O legal seria gravar estes pianistas no meio do mercado de San Telmo com um ouvindo o outro bem mal, errando bastante e com o público fungando e aplaudindo. Não adianta, lugar de cachorro e de tango é na rua. Eu sou um grande admirador do erro ao vivo, do erro por tesão. Isso aqui, apesar de lindo, está perfeito demais. Há que sujar. É minha opinião.

Astor Piazzolla (1921-1992) — Los Tangueros

1. Revirado 3:17
2. Fuga y misterio (Instrumental) 4:34
3. Milonga del Angel 6:18
4. Decarissimo (Instrumental) 2:35
5. Soledad (Instrumental) 8:03
6. La muerte del angel (Instrumental) 3:25
7. Adiós Nonino (Instrumental) 5:49
8. Libertango (Instrumental) 4:12
9. Verano Porteqo (Instrumental) 6:35
10. Michelangelo ’70 (Instrumental) 3:14
11. Buenos Aires Hora cero (Instrumental) 4:09
12. Tangata (Instrumental) 7:40

Pablo Ziegler e Emanuel Ax, pianos

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Suja as mãos, Emanuel!
Suja as mãos, Emanuel!

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Johannes Brahms (1833-1897): Integral dos Quartetos para Piano (Capuçons / Caussè / Argelich)

Johannes Brahms (1833-1897): Integral dos Quartetos para Piano (Capuçons / Caussè / Argelich)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este repertório é magnífico, trata-se de expressões artísticas da maior qualidade, verdadeiros tesouros humanistas. Por isto, é uma temeridade enfrentá-los. A música parece crescer e crescer a cada audição, tantos são os detalhes. O grupo ao lado realiza um trabalho de excelente nível, mas não alcança as alturas a que chegaram o Beaux Arts e o somatório Amadeus + Gilels. Mas estamos falando de semideuses. É óbvio que há poucos programas em todo o universo do que ouvir este álbum duplo da Erato. Se você tiver alguma dúvida disso, vou ficar muito desconfiado de você, seu tolinho.

Johannes Brahms (1833-1897): Integral dos Quartetos para Piano

Piano Quartet No. 1, Op.25
(01) I._Allegro
(02) II._Intermezzo._Allegro_ma_non_troppo…
(03) III._Andante_con_moto
(04) IV._Rondo_alla_Zingarese._Presto

Piano Quartet No. 3, Op. 60
(05) I._Allegro_non_troppo
(06) II._Scherzo._Allegro
(07) III._Andante
(08) IV._Finale._Allegro_comodo

Piano Quartet No. 2, Op. 26
(09) I._Allegro_non_troppo
(10) II._Poco_adagio
(11) III._Scherzo._Poco_allegro_-_Trio
(12) IV._Finale._Allegro

Renaud Capuçon, violino
Gautier Capuçon, cello
Gérard Caussé, viola
Nicholas Angelich, piano

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Brahms: denso e fodão
Brahms: denso e fodão

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Johann Sebastian Bach (1685-1750): Weltliche Kantaten, BWV 30a e 207

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Weltliche Kantaten, BWV 30a e 207

Um CD luxuoso. Regidos todos  pelo lendário Gustav Leonhardt, o extraordinário Café Zimmermann, conjunto francês chefiado pelo argentino Pablo Valetti, e mais solistas e coro dos Chantres du Centre de Musique Baroque de Versailles, tudo para interpretar duas Cantatas Profanas (ou Seculares) de papai Bach. A coisa é fina, mas as Cantatas não estão entre as melhores de Bach. Mas há momentos maravilhosos como, por exemplo, a ária Was die Seele kann ergötzen (faixa 5), o coral de abertura da Cantata 207 e todas as partes desta Cantata retiradas do Concerto de Brandenburgo Nº 1.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Weltliche Kantaten, BWV 30a e 207

01. BWV 30a – 1. Coro_ Angenhmes Wiederau
02. BWV 30a – 2. Recitativo_ So ziehen wir
03. BWV 30a – 3. Aria (B)_ Willkommen im Heil
04. BWV 30a – 4. Recitativo_ Da heute dir
05. BWV 30a – 5. Aria (A)_ Was die Seele kann ergötzen
06. BWV 30a – 6. Recitativo_ Und wie ich jederzeit bedacht
07. BWV 30a – 7. Aria (B)_ Ich will dich halten
08. BWV 30a – 8. Recitativo_ Und obwohl sonst der Unbestand
09. BWV 30a – 9. Aria (S)_ Eilt, ihr Stunden, wie ihr wollt
10. BWV 30a – 10. Recitativo_ So recht! ihr seid mir werte Gäste 11. BWV 30a –
11. Aria (T)_ So, wie ich die Tropfen zolle 12. BWV 30a –
12. Recitativo_ Drum, angenehmes Wiederau
13. BWV 30a – 13. Coro_ Angenehmes Wiederau

14. BWV 207 – 1. Coro_ Vereinigte Zwietracht der wechselnden Saiten
15. BWV 207 – 2. Recitativo_ Wen treibt ein edler Trieb zu dem, was Ehre heißt
16. BWV 207 – 3. Aria (T)_ Zieht euren Fuß nur nicht zurücke
17. BWV 207 – 4. Recitativo_ Dem nur allein
18. BWV 207 – 5. Aria Duetto (B S)_ Den soll mein Lorbeer schützend decken
19. BWV 207 – 6. Ritornello
20. BWV 207 – 7. Recitativo_ Es ist kein leeres Wort
21. BWV 207 – 8. Aria (A)_ Ätzet dieses Angedenken
22. BWV 207 – 9. Recitativo_ Ihr Schläfrigen, herbei!
23. BWV 207 – 10. Coro_ Kortte lebe, Kortte blühe!

Monika Frimmer, soprano
Robin Blaze, contralto
Markus Schäfer, tenor
Stephan MacLeod, baixo

Les Chantres du Centre de Musique Baroque de Versailles:
Sophie Landy, Béatrice Gobin, Sarah Szlakmann, sopranos
Bruno Le Levreur, Julien Freymuth, Arnaud Raffarin, contraltos
Romain Champion, Benoît Porcherot, Dominique Bonnetain, tenores
Arnaud Richard, David Witczak, Louis-Pierre Patron, baixos
Olivier Schneebelt, direção

Café Zimmermann:
Pablo Valetti, violino & Konzertmeister
Nicholas Robinson, Mauro Lopes, Cecile Mille, David Plantier, Pedro Martin Gandia, violinos
Patricia Gagnon, José Manuel Navarro, violas
Petr Skalka, Etienne Mangot, violoncelos
Ludek Brany, contrabaixo
Céline Frisch, clavecin Emmanuel Alemany, René Maze, Guy Ferber, trompetes naturais (só nos lábios!)
Diana Baroni, Sarah Van Cornewal, flauta transversa
Patrick Beaugiraud, Henri Michel, Clémentine Humeau, oboé
Laurent Le Chenadec, fagote
David Vateville, tímpanos

Gustav Leonhardt, regência

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Me dá um café, por favor?
Me dá um café, por favor?

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Zoltán Kodály (1882-1967): Música para Violoncelo

Zoltán Kodály (1882-1967): Música para Violoncelo

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Kodály é mais conhecido como co-fundador – junto com seu amigo Bartók – da etnomusicologia. Trabalharam anos pesquisando a música de Hungria e da Romênia, mormente a dos ciganos. Kodály também foi grande compositor e, sem dúvida, o grande destaque deste notável CD é a espetacular Sonata para Violoncelo Solo, um monumento de mais de 30 minutos que, além de tour de force, é música da melhor qualidade. Mas o disco abre com uma curiosidade: arranjos para violoncelo e piano de três prelúdios corais de meu pai (BWV 743, 762 e 747).

Three Chorale Preludes
1. Ach was ist doch unser Leben 04:47
2. Vater unser im Himmelreich 04:00
3. Christus der uns selig macht 05:04
Maria Kliegel, cello
Jeno Jando, piano

Sonata for Solo Cello, Op. 8
4. Allegro maestro ma appassionato 08:18
5. Adagio (con grand’ espressiono) 11:31
6. Allegro molto vivace 11:10
Maria Kliegel, cello

Cello Sonata, Op. 4
7. Fantasia: Adagio di molto 09:22
8. Allegro con spirito – Molto adagio 10:14

Maria Kliegel, cello
Jeno Jando, piano

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Maria Kliegel: a ex-aluna de Rostrô dá um banho neste CD da Naxos
Maria Kliegel: a ex-aluna de Rostrô dá um banho neste CD da Naxos

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Mussorgsky (1839-1881): Quadros de uma Exposição / Ravel (1875-1937): Bolero (Celibidache)

Mussorgsky (1839-1881): Quadros de uma Exposição / Ravel (1875-1937): Bolero (Celibidache)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O romeno naturalizado alemão Sergiu Celibidache (1912-1996) talvez tenha sido o último gênio da regência orquestral a pisar em nosso planeta. Grande ensaiador, estudioso, atento a cada detalhe, teve sua antítese na vulgaridade de seu vizinho HvK. Alguns músicos dizem que nunca houve uma dupla mais perfeita do que a que ele fazia com a Filarmônica de Munique. E aqui ele perfaz, ao vivo, o mesmo itinerário de percorrido por Karajan em uma gravação de estúdio. Quanta diferença! Aqui, nesta gravação ao vivo, cada detalhe é desnudado, sendo resolvido com precisão e clareza. Se vocês desejam ouvir todo o notável talento de arranjador de Ravel, aqui vocês estarão muito bem servidos. Ah, explico: a versão orquestral de Quadros de uma Exposição, peça escrita originalmente para piano solo, é de autoria de Ravel. Abaixo, coloco também um vídeo sobre Celi. Como muitos gênios, ele também tinha certa loucura instalada em seu cérebro. E muito, mas muito humanismo e talento.

https://youtu.be/hG-biP9kwjo

Mussorgsky (1839-1881): Pictures at an Exhibition / Ravel (1875-1937): Bolero

1. Applause – Ravel/Mussorgsky
2. Pictures At An Exhibition: Promenade: Allegro Giusto, Nel Modo Russico; Senza Allegrezza, Ma Poco…
3. Pictures At An Exhibition: I. Gnomus: Vivo
4. Pictures At An Exhibition: Promenade: Moderato Comodo E Con Delicatezza
5. Pictures At An Exhibition: II. Il Vecchio Castello: Andante
6. Pictures At An Exhibition: Promenade: Moderato Non Tanto, Pesante
7. Pictures At An Exhibition: III. Tuileries: Allegretto Non Troppo, Capriccioso
8. Pictures At An Exhibition: IV. Bydlo: Sempro Moderato, Pesante
9. Pictures At An Exhibition: Promenade: Tranquillo
10. Pictures At An Exhibition: V. Ballet Des Petits Poussins Dans Leurs Coques: Scherzino: Vivo Leggiero
11. Pictures At An Exhibition: VI. Samuel Goldenberg Un Schmuyle: Andante
12. Pictures At An Exhibition: VII. Limoges: Le Marche: Allegretto Vivo, Sempre Scherzando
13. Pictures At An Exhibition: VIII. Catacombae: Sepulchrum Romanum: Largo
14. Pictures At An Exhibition: Cum Mortuis In Lingua Mortua: Andante Non Troppo, Con Lamento
15. Pictures At An Exhibition: IX. La Cabane De Baba-Yaga Sure Des Pattes De Poule: Allegro Con Brio…
16. Pictures At An Exhibition: X. La Grande Porte De Kiev: Allegro Alla Breve. Maestoso. Con Grandezza
17. Applause
18. Applause
19. Bolero: Tempo Di Bolero Moderato Assai
20. Applause – Ravel/Mussorgsky

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache

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Celibidache: atenção aos detalhes
Celibidache: atenção aos detalhes e loucura instalada

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Astor Piazzolla (1921-1992): Buenos Aires 8 – Buenos Aires Hora 8

Astor Piazzolla (1921-1992): Buenos Aires 8 – Buenos Aires Hora 8

buenos aires 8O consultor também tem seus dias de fúria:

— Diga aos queridos ouvintes do teu blog que comprem o María de Buenos Aires. É um LP duplo e sinceramente eu não gosto. Portanto, fora de cogitação.

Mas ele mandou este pá-pá-pá do Buenos Aires 8 para os saudosos dos joelhos dos anos 60.

Hoje vai sem texto explicativo.

Astor Piazzolla (1921-1992): Buenos Aires 8 – Buenos Aires Hora 8 (1970)

01. FUGA Y MISTERIO
02. ADIOS NONINO
03. LO QUE VENDRA
04. BUENOS AIRES HORA CERO
05. VERANO PORTEÑO
06. DECARISSIMO
07. MILONGA DEL ANGEL
08. LA MUERTE DEL ANGEL
09. RESURRECCION DEL ANGEL
10. CALAMBRE

Buenos Aires 8

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PQP

Christopher Rouse (1949): Symphony No. 2 / Flute Concerto / Phaethon

Christopher Rouse (1949): Symphony No. 2 / Flute Concerto / Phaethon

Christopher Rouse é um compositor que tem o que dizer e diz com controle absoluto das cores orquestrais. Os dois discos que o PQP divulga — o de ontem e o de hoje — representam o núcleo principal de sua obra e de seu estilo. A Sinfonia No.2, depois de ter superado seu receio de escrever adágios, volta a sua maneira mais agitada de escrever. Obra muito empolgante, sensacional. O concerto para flauta é que me deixou ressabiado, abre com uma melodia pouco inspirada e melosa. Não fui com a cara dela.

Christopher Rouse (1949): Symphony No. 2 / Flute Concerto / Phaethon

1. Symphony No. 2: 1. Allegro
2. Symphony No. 2: 2. Adagio (In memoriam Stephen Albert)
3. Symphony No. 2: 3. Allegro
4. Flute Concerto: 1. Ànhran
5. Flute Concerto: 2. Alla marcia
6. Flute Concerto: 3. Elegia
7. Flute Concerto: 4. Scherzo
8. Flute Concerto: 5. Ànhran
9. Phaethon, for orchestra with augmented percussion

Performed by Houston Symphony Orchestra
Flute Carol Wincenc
Conducted by Christoph Eschenbach

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Rouse: de mau só tem a cara. Baita compositor!
Rouse: de mau só tem a cara. Baita compositor!

CDF

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Missa K. 427, ‘A Grande’ / Kyrie K. 341

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Missa K. 427, ‘A Grande’ / Kyrie K. 341

Ontem, ouvi esta grande Missa de Mozart. É muito complicado aparecer algum sentimento religioso neste ateu, mas a beleza e a grandiosidade da música me embalaram de forma maravilhosa por uma hora. Há duas grandes peças religiosas na obra do homem de Salzburgo: esta Missa e o Réquiem. Quando digo “grandes”, falo em larga escala de solistas, coro e orquestra. Assim como o Réquiem, a Missa chegou incompleta até nós, mas menos. Mozart deixou-a assim. Falta todo o Credo após o “Et incarnatus est” (a orquestração do Credo também é incompleta) e todo o Agnus Dei. O Sanctus foi parcialmente perdido, mas reconstruído. Há uma boa dose de especulações a respeito das causas que levaram a obra a ser deixada inacabada. 

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Missa K. 427, ‘A Grande’ / Kyrie K. 341

Mass No. 18 in C Minor, K. 427, “Great”
1. Kyrie 00:06:50
2. Gloria: Gloria 00:02:31
3. Gloria: Laudamus te 00:04:46
4. Gloria: Gratias 00:01:18
5. Gloria: Domine 00:03:02
6. Gloria: Qui tollis 00:04:54
7. Gloria: Quoniam 00:03:54
8. Gloria: Jesu Christe 00:00:40
9. Gloria: Cum Sancto Spiritu 00:03:37
10. Credo: Credo in unum Deum 00:03:20
11. Credo: Et incarnatus est 00:07:41
12. Sanctus 00:03:33
13. Benedictus 00:05:55

Kyrie in D Minor, K. 341
14. Kyrie in D Minor, K. 341 00:06:42

Norine Burgess
Robert Holzer
Herbert Lippert
Viktoria Loukianetz
Kalman Strausz
Hungarian Radio Chorus
Nicolaus Esterhazy Sinfonia
Michael Halász

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Michael Halász, grande mozartiano
Michael Halász, grande mozartiano

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3 e os 8 Lieder aus Der Knaben Wunderhorn (CD 2 e 3 de 14)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3 e os 8 Lieder aus Der Knaben Wunderhorn (CD 2 e 3 de 14)


Fala a Sociedade dos Amantes de Mahler, patrocinadora desta série de posts:

Caríssimo,

aí vão dois textos sobre Mahler.
Um deles sobre a Terceira Sinfonia, outro sobre Das Knaben Wunderhorn.
A Sociedade dos Amantes de Mahler gosta de chamar a Terceira de a “Nietzscheana”, já que um texto de Zaratustra é transformado por Mahler em música sublime. Toda a sinfonia, enfim, parece consistir numa nietzscheana celebração da existência.

Abraços,
SAM.

Sobre a Terceira Sinfonia:

Um crítico vienense, após a estréia em Viena da Terceira Sinfonia em ré menor, escreveu que seu compositor merecia alguns anos de cadeia. Depois disso, tem sido descrita por penas menos hostis como um desastre formal. Discordo. Não só penso que revela um avanço em poder musical sobre a Segunda, mas que, além disso, possui um traçado artístico mais equilibrado, apesar de seus seis movimentos; e penso especialmente que as dificuldades do primeiro movimento foram muito exageradas (e sua duração também: “quase 45 minutos”, diz um escritor, que deve ter ouvido algumas interpretações deveras extravagantes. Trinta e cinco minutos bastam).

Mahler, como se afirmou antes, pensou em intitular a sinfonia Pã ou mesmo A gaia ciência, inspirado pelo livro de Nietzsche, Die fröhliche Wissenchaft. Planejou sete movimentos, sendo o último a musicalização de um poema Wunderhorn: Wir geniessen die himmlischen Freuden, que depois encontrou lugar apropriado como o finale da Quarta Sinfonia. Em sua versão final, a Terceira tem seis movimentos: 1. Chega o verão. 2. O que me dizem as flores do prado. 4. O que me diz a noite. 5. O que me dizem os sinos matinais. 6. O que me diz o amor. Esses títulos são meros indicadores e nada mais que isso: a sinfonia é uma exultante celebração da vida, física e espiritual, sensual e instintiva. Enquanto a estava terminando, descreveu-a para Ana von Mildenburg como sendo “de tal magnitude que espelha o mundo inteiro – o indivíduo é, por assim dizer, um instrumento tocado pelo universo. (…) Há passagens que parecem tão misteriosas, tão sobrenaturais, que dificilmente posso reconhecê-las como obra minha.” Schoenberg, como vimos, ouviu a sinfonia como uma batalha entre o bem e o mal.

O gigantesco primeiro movimento será melhor apreciado se o ouvinte evitar a análise e se concentrar na absorção de sua atmosfera, em sua espantosa criação de uma atmosfera de energias multiformes desencadeadas. O impressionante e portentoso tema inicial para oito trompas simboliza a força da natureza, mas dá lugar imediatamente a um longo e misterioso prelúdio, outro exemplo da poderosa encenação mahleriana, com fantasmagóricos glissandos dos metais, solos declamatórios de trompete, trombones exortativos – todas as impressões digitais que o cleptomaníaco Mahler deixa em sua partitura, forçando suas conotações emocionais a se colocarem a seu serviço e se tornarem mahlerianas. Por duas vezes, como alguns flashbacks auditivos para uma imagem vívida retida da infância ou juventude, ocorrem episódios extraordinários de vulgar música de charanga. Um grande regente dessa sinfonia como era Barbirolli, pôde transmitir a qualidade alucinatória dessas explorações e situa-las no contexto da música circundante, de modo que o movimento soa vasto mas também conciso, sua coda tempestuosa a conclusão inevitável de um imenso drama.

É um triunfo de Mahler nessa sinfonia que os sucessivos movimentos internos mais breves “ajustem-se” mais confortavelmente ao esquema do que na Ressurreição. O segundo movimento, mais um no molde Blumine, é uma vez mais altamente sofisticado, até mesmo embelezado, bem longe de ser elementar. Mas o efeito calidoscópico da orquestração é suficiente em si mesmo para a maioria dos ouvidos; dificilmente Mahler pode ser responsabilizado se seu fraseado veio a se converter em chavões para uma geração subsequente por causa dos usos que lhe foram dados pelos músicos emigrados que, conhecendo Mahler melhor que a maioria das pessoas na época, nele se apoiaram tão maciçamente para partituras de filmes de Holywood nas décadas de 30 e 40. O início rústico do terceiro movimento, embora derive da canção Ablösung im Sommer do Wunderhorn, tem uma inequívoca afinidade com a música de balé da Aída. O nível de inspiração declina, apesar de muita engenhosidade, até o trio, quando a magia do pintor de estados de espírito volta a predominar para um maravilhoso solo evocativo de trompa de postilhão, a lembrança de…de quê? Uma corneta na infância, uma trompa soando na Salzkammergut? A própria Trompa Mágica da Mocidade? Pouco importa. Sua qualidade espaçosa, distante, é tão obcecante quanto o solo de clarim numa similar passagem atávica da Sinfonia Pastoral de Vaughan Williams.

Embora uma e outra tumultuosa explosão popular ocorra na repetição do scherzo, é a trompa de postilhão que permanece na mente e nos prepara para a musicalização de Nietzsche no quarto movimento: “Oh Mensch! Gib acht” – “Ó homem! Presta atenção, o que disse a meia-noite?”, a mesma canção da meia-noite de Zaratustra que também inspirou a mais primorosa música de Delius em A Mass of Life. Mahler musicou-a para contralto como uma de suas mais profundas e “anelantes” melodias como contraponto. É um dos movimentos “perdidos para o mundo” de Mahler, as palavras “Gib acht” ajustadas a fá sustenido-mi descendente, que abre o primeiro tema do primeiro movimento da Nona Sinfonia, sendo ambas as passagens em ré maior e semelhantes à frase Ewig no Abschied de A canção da terra. Há um mundo de interesse musical e psicológico a derivar das remissões, intencionais ou subconscientes, entre obras de Mahler – um jogo que qualquer ouvinte pode fazer; nessa sinfonia existem muitas e importantes remissões entre movimentos, mormente o retorno do clímax da exposição do primeiro movimento como clímax do finale.

Da escuridão desse movimento sublime, Mahler atira-nos para a luz radiante de um outro círculo do paraíso Wunderhorn, onde o “coro de querubins de olhos inocentes” (ou, para ser musicalmente mais exato, do Otello ragazzi) é ouvido – “Bimm bamm” – e os sinos repicam para a alegria do meio-dia, não a melancolia da meia-noite. (Suspeito que Britten foi influenciado por esses sons quando escreveu Noye´s Fludde e partes de Um réquiem de guerra.) O coro feminino entoa “”Es sungen drei Engel” (Três anjos entoam uma doce canção, o som eleva-se ao céu). O contralto canta o refrão que retornará no finale da Quarta Sinfonia num outro contexto. Aqui é a melodia para São Pedro, “Eu violei Teus mandamentos”; ali, para os anjos que cozem o pão, mas, de modo mais significativo, para São Pedro no céu.

Na Segunda Sinfonia o grandioso desígnio de Mahler era trabalhar um clímax no finale. Ora, um finale dessa escala teria sido ridiculamente despropositado na Terceira, mas se fazia necessário um substancial movimento de fecho. Mahler nos oferece seu primeiro adágio sinfônico em grande escala, o mais perto que ele chegaria de uma plenitude bruckeriana de harmonia e calma espiritual (talvez tivesse sido escrito como tributo a seu velho amigo e incentivador, quem sabe?). Ele confidenciou a Anna von Mildenburg:

O tema desse movimento é “Pai, vê essas minhas feridas! Não permita que se perca uma só de tuas criaturas”. Eu quase poderia chamar o movimento de “O que Deus me diz”. E verdadeiramente, no sentido de que Deus só pode ser entendido como amor. E assim a minha obra (…) começa com a natureza inanimada e ascende para o amor a Deus.

Os adágios de Beethoven e de Elgar acodem ao espírito quando se escuta esse movimento, no qual as duas melodias em que ele se baseia estão submetidas, como infinito recurso, à doutrina de Mahler de contínuo desenvolvimento e variação – verdadeira “melodia perpétua”. Entretanto, há uma crise – Mahler não pode deixar o mundo para trás, por mais arduamente que o tente; a dissonância na seção central é um poderoso lembrete para os ouvintes de hoje de que Mahler estava distante um pouco mais de uma década da Nona e da Décima Sinfonias. Na coda, o ré maior é atingido numa apoteose que talvez seja retoricamente bombástica demais, extensa demais, para ser convincente. Entretanto, depois que isso ficou dito, a impressão esmagadora que subsiste é a de uma obra-prima – a qual parece ficar cada vez mais curta e mais simples quanto mais é ouvida. Apesar de todo seu tamanho e escala, é uma obra intimista.

(KENNEDY, Michael. Mahler. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988, p. 106-109).

Sobre os Lieder de Das Knaben Wunderhorn:

A Segunda, a Terceira e a Quarta Sinfonias são usualmente classificadas como as Sinfonias Wunderhorn por causa de seus vínculos com a musicalização por Mahler de poemas de Das Knaben Wunderhorn. Isso poderia aplicar-se igualmente à Primeira Sinfonia, porquanto as letras de Das klagende Lied e do ciclo Gesellen são pastichos de Mahler dos poemas Wunderhorn, provando como estavam profundamente incrustados em sua mente o estilo e o espírito da antologia.

As primeiras musicalizações de Mahler de poemas Wunderhorn foram para voz e piano, embora obviamente concebidas para acompanhamento orquestral, e foram escritas no final da década de 1880. Doze mais, originalmente intituladas Humoresken, datam de 1892 a 1901. Alternam entre uma encantadora delicadeza de conto de fadas e uma soturna ironia, realização e interpretação opressivas, como que de pesadelo, da atmosfera de estridência militar e de mistério noturnal. São notáveis pela sensibilidade fremente da resposta do compositor ao texto de cada poema e, uma vez mais, pela beleza e adequação do som com que essa resposta se conjuga. As pedras angulares do estilo de Mahler são a referência remissiva, variação e desenvolvimento, e até em obras de tão pequena escala quanto as canções, a constante mudança efetuada confere-lhes uma amplitude além da ordinária. Mesmo numa canção tão manifestamente simples e “inocente” (embora sedutora) quanto Rheinlegendchen, é notável a gama de tonalidade além do familiar tom nominal de lá menor. Em Das irdische Leben, o desenvolvimento por meio de contrastes maior-menor confere à canção sua profundidade psicológica. A exploração de contrastes por Mahler, seu gênio para as justaposições selvátivas podem ser ouvidos em seu mais alto grau em canções Wunderhorn no formato de dueto, como Der Schildwache Nachtlied.

As mais primorosas e significativas das canções são as que podem ser chamadas “noturnos militares”, em que toques de trompete, ritmos de marcha e tambores são transformados em microcosmos sinfônicos, canções como as obras-primas Nicht Widersehen, Revelge, Der Tamboursg´sell e, a maior de todas, Wo die schönen Trompeten blasen. Essas canções estão, quanto ao estado de espírito, no outro extremo da não menos magistral expressão de frescor pastoral em Ich ging mit Lust durch einen grünen Wald. (…) Diga-se de passagem que as canções Wunderhorn são mais efetivas quando se executa uma seleção de quatro ou cinco. Elas não foram compostas como uma entidade e executá-las todas juntas expõe com demasiada clareza a superioridade de três ou quatro delas em relação às demais.

Em cada uma das três sinfonias seguintes, Mahler usou uma canção Wunderhorn como clímax emocional. E em cada uma delas deu uma enorme passo à frente: cresceu como homem e como artista de sinfonia para sinfonia, quase canção para canção. Embora, em alguns aspectos, a Primeira Sinfonia seja uma obra mais bem organizada do que a Segunda, contendo mais música “avançada” no final, a pura audácia da escala da Segunda mostra como os poderes de Mahler estavam crescendo. As Sinfonias Wunderhorn constituem um tríptico religioso, representando a busca de Mahler de uma crença firme e de uma resposta às suas indagações sobre o mistério da existência.

(KENNEDY, Michael. Mahler. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988, p. 100-101).

Mahler: Sinfonia Nº 3 e os 8 Lieder aus Der Knaben Wunderhorn

CD2:
Symphony Nº 3 in D minor
1. Kräftig entschieden (Strong and decisive) [D minor to F major]
2. Tempo di Menuetto (In the tempo of a minuet) [A major]
3. Comodo (Scherzando) (Comfortably, like a scherzo) [C minor to C major]
4. Sehr langsam—Misterioso (Very slowly, mysteriously)
5. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck (Cheerful in tempo and bold in expression) [F major]

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CD3
6. Langsam—Ruhevoll—Empfunden (Slowly, tranquil, deeply felt) [D major]

Birgit Remmert, contralto
Ladies of the City Of Birmingham Symphony Chorus
City Of Birmingham Youth Chorus
City Of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

8 Lieder aus Der Knaben Wunderhorn
7. Der Schildwache Nachtlied (Canção noturna do sentinela);
8. Verlorne Müh’ (Esforço perdido);
9. Wer hat dies Liedlein erdacht? (Quem inventou esta cançãozinha?);
10. Wo die schönen Trompeten blasen (Lá onde soam os belos trompetes);
11. Revelge (Toque de levantar);
12. Der Tamboursg’sell (O jovem do tambor);
13. Des Antonius von Paduas Fischpredigt (O sermão de St. Antônio de Pádua aos peixes);
14. Ablösung im Sommer

Simon Keenlyside, barítono
City Of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

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Simon Rattle em seu primeiro ensaio na LSO em 1977
Simon Rattle em seu primeiro ensaio na LSO em 1977

PQP

Giovanni Antonio Terzi (1580-1620): Liquide Perle

Giovanni Antonio Terzi (1580-1620): Liquide Perle

IM-PER-DÍVEL !!!

Este é um pequeno grande CD. Bastante raro, não se encontra na Amazon. É música da melhor qualidade. Há peças para alaúde solo, para dois alaúdes e algumas outras ainda são cantadas, muito bem cantadas. Uma verdadeira joia, ou pérola, como quiserem.

Uma cidade numa colina distante representava a liberdade para Renzo na novela italiana Os noivos. A cidade em questão era Bergamo, encravada no orgulhoso Veneto. Lá, Tramaglino desejaria colocar em perigo sua vida. O autor, Alessandro Manzoni, não sabia que Giovanni Antonio Terzi, o príncipe dos alaúdistas italiano, estava vivo e morando na cidade no período exato em que sua história ocorre. Poucas evidências restam hoje e pouca atenção tem sido dada à sua existência, mas Terzi foi sem dúvida um dos mais conhecidos e os maiores alaúdistas italianos do século XVI. A história e as referências deste excelente CD fala de um homem misterioso, que veio do nada e da mesma forma desapareceu, parecendo apenas ter contribuído para a beleza desta produção.

Liquide Perle – Compositions of Giovanni Antonio Terzi

01.Non mi toglia il ben mio
02.Canzone Seconda del Correggio
03.Vestiva i colli
04.Preludio dell’Autore
05.Petit Jaquet
06.Cosi le chiome
07.Toccata seconda
08.Canzone del Correggio
09.Balletto francese
10.Branle I – Branle II
11.Balletto alemanno
12.Canzon Allermifault
13.Fantasia seconda
14.Gagliarda quarta
15.Passemezzo per bequadro
16.Liquide perle

Soprano – Emanuela Galli
Lute – Gabriele Palomba
Lute – Franco Pavan

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Emanuela Galli: esmerilhando neste recital em Veneza e no Terzi que o PQP mostra hoje
Emanuela Galli: esmerilhando neste recital em Veneza e no Terzi que o PQP mostra hoje

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Blumine e Sinfonia Nº 1 (CD 1 de 14)

Gustav Mahler (1860-1911): Blumine e Sinfonia Nº 1 (CD 1 de 14)


Ah, meu deus, PQP Bach inventou um quinto movimento para a Sinfonia Nº 1 de Mahler! Não, meus amigos, não inventei nada. Nas primeiras três apresentações da Titã, Blumine ficava entre o primeiro e segundo movimentos. Depois Mahler retirou o movimento, hoje esquecido. Estranhamente, Sir Simon Rattle inicia sua coleção justamente pelo movimento recusado pelo autor.

Sinceramente, não vou apresentar a Primeira Sinfonia de Mahler para vocês. Daria muito trabalho e tenho a mais absoluta certeza que a Sociedade dos Amantes de Mahler tem textos maravilhosos a respeito. Estou aguardando a manifestação da mesma. O espaço a seguir é dela. O mesmo ocorrerá em toda a série, OK? Ah, já informo que os CDs 2 e 3 são da Sinfonia Nº 3 + os 8 Lieder aus Der Knaben Wunderhorn. Se a Sociedade não colaborar, paro a série aqui (ho, ho, ho). Falo sério. O texto pode ser enviado para o e-mail [email protected] e depois será aqui publicado.

Cumpra-se !!!!

E a Sociedade dos Amantes de Mahler cumpriu, como podemos ler abaixo:

Caro PQP,
aqui vão três textos sobre Mahler.
Os dois primeiros são de Michael Kennedy, de uma biografia publicada pela Jorge Zahar.
O primeiro, uma espécie de “introdução” à música do mestre.
O segundo, um comentário sobre a primeira sinfonia.
O terceiro, um texto da coleção Publifolha sobre o último movimento da primeira sinfonia, que considero importante para que vai ouvi-la pela primeira vez. Confesso que apesar de amar Mahler, nunca consegui compreender direito esse último movimento, daí a razão do texto.

Um abraço,
SAM.

Talvez seja conhecida dos leitores a tendência do exame da música de Mahler a resvalar para os domínios da verbosidade filosófica e psicológica. Sua música presta-se facilmente à análise extramusical; na verdade, está entre a música mais autobiográfica até hoje escrita, e alegar que ela existe apenas em termos de procedimentos musicais é ignorar um elemento que Mahler recomendou explicitamente que fosse tomado em consideração. Cada uma de suas sinfonias é uma extensão de sua personalidade, uma exploração do seu próprio eu e, no seu caso, tal como nos de Elgar e Berlioz, não é possível – de fato, é errôneo – separar a música da vida do compositor, como se fosse uma atividade isolada. Ao mesmo tempo, deve-se evitar uma associação excessivamente literal de vida e música, e levar na devida conta a imaginação criativa.

Por causa do curso tragi-romântico da vida de Mahler, em especial a sombra que pairou sobre ela desde 1907 até o seu fim, tem-se atribuído excessiva ênfase à obsessão com a morte e à longa despedida. O retrato de Mahler como homem condenado pelo destino, neuroticamente introspectivo, temperamentalmente desequilibrado, embora não seja uma representação totalmente falsa, constitui uma distorção da realidade. É certo que sua música deriva sua grandeza dos conflitos e contradições da personalidade de Mahler: o homem de ação (que ele era) e o homem que precisava, como disse a Alma, estar “freqüente e intensamente sozinho”; o filósofo e quase cientista e, por outro lado, o filho da natureza de coração puro. A música não corrobora uma interpretação de Mahler como um taciturno negador da vida: ele era positivo, afirmativo. A maioria das sinfonias é alegre e generosa em sua vitalidade, quaisquer que sejam as lutas por elas registradas. Somente a Sexta termina no menor.

Também devemos estar prevenidos contra a moda de relacionar a música de Mahler a determinados conceitos muito vagos mas imponentes, como o de um “microcosmo da decadência da sociedade ocidental”. É tentador exibir uma sabedoria ex post facto e apontar indícios e presságios de dissolução e destruição nessa música, até mesmo uma aplicabilidade espúria a eventos de hoje. Mas não é Gustav Mahler quem está nessas sinfonias em microcosmo, não a sociedade ocidental e sua evolução e revolução política. As esquerdas estão naturalmente ansiosas por reivindicá-lo como um dos seus – um homem do povo, transportando a música do povo para a sua arte. É claro que ele fez isso, os grandes artistas criativos são humanitários. Em 1905, registra Alma, ele cruzou-se com um desfile de trabalhadores no primeiro de maio, no Ring de Viena, e passou a acompanhá-lo a certa distância. “Todos olharam-no de modo tão fraterno – eles eram seus irmãos – e eram o futuro!” Se alguns desses irmãos se apresentassem no dia seguinte no Coro da Ópera de Viena, não tardariam a descobrir até onde iam na prática os instintos fraternos de Mahler. Mas se pode afirmar, na verdade, que ele democratizou a sinfonia, ou melhor, que lhe devolveu sua democracia beethoveniana. ( Também é verdade que ele pertenceu a um grupo socialista-vegetariano em 1880).

O uso em suas sinfonias de valsas, Ländler, marchas e fragmentos de canções era o meio prático de realizar seu credo de que “a sinfonia é o mundo, deve englobar tudo”. Para um homem de sua inclinação filosófica, a sinfonia era o veículo óbvio. Limitado a alguns meses por ano para compor, Mahler não dispunha de tempo para concertos, sonatas ou outras formas; entretanto, mesmo que tivesse, duvido que teria feito outra opção. A sinfonia era o seu Wunderhorn de abundância, e o fertilizou com a grande tradição austro-alemã da canção. Era o seu meio escolhido de auto-expressão, como o drama musical era o de Wagner e a mazurca, o de Chopin.

(…)

Os admiradores da música de Mahler dão três razões principais para o seu entusiasmo: o talento melódico, o domínio da forma e a originalidade do som (em outras palavras, seu brilhantismo como orquestrador). A segunda razão apresentada, o domínio da forma, teve que ser defendida com veemência. As dimensões das sinfonias de Mahler fazem com que, para algumas pessoas, sejam sinônimos de prolixidade. Mas ele necessitava de uma vasta tela sobre a qual elaborar e desenvolver as intrincadas relações de seus temas, porquanto não se pode negar que suas sinfonias são complexas. Seu tamanho está em proporção com seu material. A alegação de que ele era um autor natural de canções que equivocadamente tentou escrever sinfonias mostra uma falta de compreensão comparável às restrições críticas de Bernard Shaw a Schubert por ausência de “trabalho mental”.

O inconfundível “som Mahler” deriva principalmente de seu soberbo domínio orquestral – digo principalmente porque existe um certo formato, um tom de voz, nos próprios contornos de uma melodia de Mahler que proclama sua constante origem no pianoforte. Também sob esse ângulo se descobre, quando se escuta Mahler atentamente, como é equivocada a antiga asserção de que sua música era um hiperbólico e decadente canto de cisne do romantismo wagneriano. As tessituras de Mahler são frequentemente simples e despojadas, apesar da enorme orquestra que usava. Em parte, sua necessidade de tão grandes forças era determinada pelos contrastes dinâmicos necessários nas dimensões gigantescas de seus movimentos sinfônicos. Também em parte, era ditada pela incessante busca de claridade, acima de qualquer outra coisa – o que era igualmente a principal característica de sua regência. A música de Mahler é a uma reação às tessituras plenas do som wagneriano. Suas partituras contêm relativamente poucos tutti – se bem que quando quer criar um fortíssimo pode criar um de tremendas proporções – e estão repletas de solos: para trompa, flauta, oboé, clarineta em mi bemol, trompete – todos os instrumentos com um som muito bem definido. Sua ampliação da seção de madeiras promoveu-a sinfonicamente ao status das cordas e dos metais. Sua escrita para cordas raramente possui a confortável e luxuriante riqueza de Wagner e Bruckner: uma vez mais, é a insistência na escrita exposta e clara das partes

(KENNEDY, , Michael. Mahler. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988, p. 83-86).

Só se pode entender por que a primeira sinfonia foi tão impopular durante a vida de Mahler quando se recorda até que ponto a orquestração deve ter soado insólita e bizarra. O público sentiu-se contrafeito com as pinceladas de grotesquerie no movimento lento e, sob outros aspectos, benignamente lírico, a marcha fúnebre à maneira de Callot do funeral do caçador, acompanhado à sua sepultura pelos animais da floresta que ele outrora perseguia, tudo isso para uma paródia da popular ronda Bruder Martin (ou Frère Jacques). Mas essa pinturesca obra romântica pertence ao mundo de Dvorák e Tchaikovsky. Sua bela abertura, descrevendo uma alvorada primaveril, com o chilrear de pássaros e o canto do cuco, é uma vívida e imaginativa peça de pintura da natureza; o Ländler-scherzo é uma versão mahleriana das formas de dança camponesa austríaca consagradas por Bruckner e Haydn – é o espírito do segundo que predomina. Talvez o clímax triunfante do finale (com a ordem dada aos trompistas para tocarem de pé) seja encenado de molde excessivamente espalhafatoso após a recapitulação da música da aurora do primeiro movimento. (…) Hoje, essa obra-prima revolucionária desfruta de popularidade; entretanto, sua estréia em Viena em 19 de novembro de 1900, terminou em pandemônio. O que mais magoou Mahler foi a Orquestra Filarmônica, “a qual está capacitada para compreender minha obra melhor do que ninguém, abandonar-me no final do concerto. Os músicos rejubilaram-se positivamente com o fiasco e desviaram os rostos para ocultar a malevolência que se espelhava em seus olhos. Assim, uma vez mais, Viena maltratou o gênio.

(KENNEDY, Michael. Mahler. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988, p. 97-99).

O último andamento estala como uma explosão quase infernal. Mas é verdade que o herói triunfou? Quando as exclamações, golpes dos tímpanos, do bombo e dos trompetes se calam, aparece uma “tema piano”, mais doloroso que melancólico, terrivelmente nostálgico, que vai ascendendo não só em volume como numa crescente inquietação, até chegar a um grau máximo de dramaticidade, que, diria eu, é o maior que aparece em toda a sinfonia. Voltam temas de andamentos anteriores, e com eles estala de novo a tempestade, dessa vez sem conseguir acalmar-se por muito que tente, com o surgimento de novos episódios torturantes: as melodias estendem-se, inacabáveis, sem encontrar forma de se resolver. É inútil que os metais repitam fanfarronices e marchas, no final votará sempre a calma que acompanha a verdadeira dor. Outro intervalo interrompe esse grito estridente para refletir temas de chamamentos doces, cantos de pássaros. É como se a natureza nos devolvesse a paz e a tranqüilidade. As cordas graves chama-nos, com um curto motivo, para avisar que nada acabou. Sobre elas levanta-se uma pequena marcha, que, à medida que chega ao final, traz novas tempestades. No final, depois desse estalo de vitória gloriosa, a única coisa que parece ficar é o ânimo – até que ponto indomável? – de não se deixar vencer.

(RINCÓN, Eduardo. Gustav Mahler. São Paulo: Publifolha, 2005).

Symphonie No. 1 – Titan
01 Blumine
02. 1º mvto – Langsam. Schleppend. Wie ein Naturlaut – Im Anfang sehr gemächlich
03. 2º mvto – Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell – Trio. Recht gemächlich
04. 3º mvto – Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen
05. 4º mvto – Stürmisch bewegt

City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

Simon Rattle tentando acordar o timpanista
Simon Rattle tentando acordar o timpanista

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PQP

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado (completo)

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado (completo)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Alguém reclamou com razão. Fazia tempo que não postávamos um Cravo Bem Temperado tocado por um cravista. Então, trago este bom e consistente registro que Davitt Moroney gravou para a Harmonia Mundi lá em 1996. São dois downloads e quatro CDs para você se divertir no fim-de-semana. E… Bem, ouvi-lo é realmente mais embasbacante do que ouvir as gravações ao piano que grassam por aí. Não adianta, o instrumento original sempre traz suas vantagens.

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado (completo)

Livro 1

1. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 846 (1.1) Praeludium I (1.2) Fuga I – C Major
2. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 847 (2.1) Praeludium II (2.2) Fuga II – C Minor
3. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 848 (3.1) Praeludium III (3.2) Fuga III – C Sharp Major
4. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 849 (4.1) Praeludium IV (4.2) Fuga IV – C Sharp Minor
5. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 850 (5.1) Praeludium V (5.2) Fuga V – D Major
6. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 851 (6.1) Praeludium VI (6.2) Fuga VI – D Minor
7. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 852 (7.1) Praeludium VII (7.2) Fuga VII – E Flat Major
8. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 853 (8.1) Praeludium VIII (8.2) Fuga VIII – E Flat Minor
9. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 854 (9.1) Praeludium IX (9.2) Fuga IX – E Major
10. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 855 (10.1) Praeludium X (10.2) Fuga X – E Minor
11. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 856 (11.1) Praeludium XI (11.2) Fuga XI – F Major
12. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 857 (12.1) Praeludium XII (12.2) Fuga XII – F Minor

1. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIII BWV 858 F Sharp Major
2. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIV BWV 859 F Sharp Minor
3. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XV BWV 860 G Major
4. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVI BWV 861 G Minor
5. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVII BWV 862 A Flat Major
6. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVIII BWV 863 G Sharp Minor
7. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIX BWV 864 A Major
8. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XX BWV 865 A Minor
9. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXI BWV 866 B Flat Major
10. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXII BWV 867 B Flat Minor
11. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXIII BWV 868 B Major
12. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXIV BWV 869 B Minor

Livro 2

1. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – I BWV 870 C Major
2. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – II BWV 871 C Minor
3. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – III BWV 872 C Sharp Major
4. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – IV BWV 873 C Sharp Minor
5. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – V BWV 874 D Major
6. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – VI BWV 875 D Minor
7. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – VII BWV 876 E Flat Major
8. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – VIII BWV 877 D Sharp Minor
9. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – IX BWV 878 E Major
10. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – X BWV 879 E Minor
11. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – XI BWV 880 F Major
12. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – XII BWV 881 F Minor

1. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIII BWV 882 F Sharp Major
2. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIV BWV 883 F Sharp Minor
3. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XV BWV 884 G Major
4. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVI BWV 885 G Minor
5. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVII BWV 886 A Flat Major
6. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVIII BWV 887 G Sharp Minor
7. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIX BWV 888 A Major
8. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XX BWV 889 A Minor
9. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXI BWV 890 B Flat Major
10. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXII BWV 891 B Flat Minor
11. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXIII BWV 892 B Major
12. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXIV BWV 893 B Minor

Davitt Moroney, cravo

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Muito bom este Moroney que toca cravo e rege
Muito bom este Moroney. Desconheço outras gravações do gajo.

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Adágios

Gustav Mahler (1860-1911): Adágios

Tal como os discos dos funerais (ou músicas que sugerimos pera seu velório) que postei na sexta-feira santa, esta é mais uma estranha coletânea. Eu odeio coletâneas desde a época dos LPs de gatinhos. Os tais greatest hits (argh!) costumam ser uma mistureca braba e o fato de serem feitos de “melhores lances” (?) impede a fruição de uma obra completa, normalmente contrastante, como o compositor criou e desejava que fosse ouvida. Falta respeito e espírito concertístico a quem cria esses monstros. Mas sei, claro, que servem de introdução para quem não conhece nada de determinado compositor ou gênero. Então, vá lá. E aqui termina a PARTE ELITISTA desta introdução.

O importante deste novo CD duplo é que a orquestra é basicamente a de Chicago e os regentes são Solti e Chailly. Não são second choices. Tudo de primeira linha, ou seja, quem ainda está tateando na música erudita já começa a aprender como soa uma boa orquestra. A música de Mahler é indizivelmente grandiosa, apesar de ser bem esquisito ouvir uma série de adágios uns atrás dos outros. É a negação do contraste, ainda mais num compositor tão dotado de repentinos ódios e momentos sublimes como Mahler.

Curioso.

Gustav Mahler (1860-1911): Adágios

1. Symphony No.5 In C Sharp Minor – 4. Adagietto (Sehr Langsam) 9:46
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti

2. Symphony No.2 In C Minor – ”Resurrection” – 4. ”O Röschen Rot! Der Mensch Liegt In Grösster Not!” (Sehr Feierlich Aber Schlicht) Text From Des Knaben Wunderhorn: ”Urlicht” 4:58
Mira Zakai (contralto)
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti

3. Symphony No.4 In G – 3. Ruhevoll (Poco Adagio) 20:13
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti

4. Das Lied Von Der Erde – Der Abschied Yvonne Minton 31:52
Yvonne Minton (mezzo-soprano)
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti

5. Rückert-Lieder – Ich Bin Der Welt Abhanden Gekommen 6:19
Brigitte Fassbaender (mezzo-soprano)
Deutsches Symphonie-Orchestre Berlin · Riccardo Chailly

6. Symphony No.6 In A Minor – 3. Andante Moderato 15:34
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti

7. Symphony No.3 In D Minor/Part 2 – 6. Langsam. Ruhevoll. Empfunden 20:49
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti

8. Symphony No.9 In D – 4. Adagio (Sehr Langsam) 24:51
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti

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Solti está por todo lado nesta coletânea.
Solti está por todo lado nesta coletânea.

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 4 (CD 5 de 16) (Bernstein)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 4 (CD 5 de 16)  (Bernstein)

A Sinfonia Nº 4 de Gustav Mahler é a INTRODUÇÃO IDEAL a quem queira penetrar neste mundo paradoxal de sofisticação e enormidades musicais, de ciclotimias e longos adágios, de bandinhas tradicionais e alta cultura. Sem as tolices musicais e políticas de alguns de seus ascendentes, Mahler segue a construção de sua obra virando o jogo na quarta sinfonia. É uma música transparente, doce e fluida, muitas vezes de instrumentação rarefeita, delicada. É a sinfonia mais simples e curta da série. Após dois movimentos de arrebatadora e mozartiana musicalidade, temos um arrepiante movimento lento (Ruhevoll) levado pelas cordas, típico do mais puro Mahler, que é finalizado por um movimento que o compositor chama com toda a razão de “muito agradável”, extraído do ciclo de canções Des Knaben Wunderhorn, minha próxima postagem.

Grande e belíssima música, é, repito, a introdução ideal às sinfonias de Mahler.

Sobre a Quarta Sinfonia, FDP Bach escreveu:

Mais uma sinfonia mahleriana, desta vez a de nº 4. Como as outras três já postadas aqui nesta integral, a 4ª também se inclui no chamado ciclo das “Wunderhorn” Symphonies, ou seja, estas sinfonias se baseavam em temas e letras de seu ciclo de canções composto na juventude, “Des Knaben Wunderhorn”. Maiores informações sobre a sinfonia vocês podem encontrar aqui.

Em minha opinião, Bernstein comete uma temeridade nesta interpretação. Ele coloca uma criança para interpretar a canção “Das himmlische Leben”. Mas, mesmo sendo uma temeridade, pelo porte da obra, achei que o jovem Helmut Wittek se saiu muito bem. E Bernstein consegue um balanço mais suave, para que a orquestra não engula o jovem cantor.

No link acima, se encontrará a letra da canção, e sua respectiva tradução para o inglês.

Mais uma magnífica sinfonia, deste grande mestre da orquestração.

CD5

Gustav Mahler – Symphony Nº 4

01. Bedächtig. Nicht eilen
02. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast
03. Ruhevoll
04. Sehr behaglich `Wir geniessen die himmlischen Freuden` (soprano solo)

Helmut Wittek : soprano
Jaap van Zweden : violin solo
Concertgebouw Orchestra
Leonard Bernstein

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Lenny07

PQP

Prokofiev / Crumb / Webern / Respighi: Recital 2000 com Mutter e Orkis

Prokofiev / Crumb / Webern / Respighi: Recital 2000 com Mutter e Orkis

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Excelente CD de obras para violino e piano do século XX. Tudo começa com a bela Sonata de Prokofiev em contraste direto com os Quatro Noturnos de Crumb, uma viagem sonora fragmentada, preenchida com harmonias sutis, o mesmo clima que se ouvirá nas quatro peças de Webern. A coisa cai um pouco no Respighi, como era de se esperar. Mutter e Orkis são a melhor dupla violino e piano em ação. Fazem o que querem. 

(Bem, eu costumo ouvir, em casa, minha mulher tocar esta Sonata de Prokofiev com um amigo pianista. Eles tocam mais lentamente… Então, acho que certa desaceleração faz um bem tremendo àquele sensacional Scherzo).

Prokofiev / Crumb / Webern / Respighi: Recital 2000 com Mutter e Orkis

1 Prokofiev: Sonata for Violin and Piano No.2 in D, Op.94a – 1. Moderato 7:35
2 Prokofiev: Sonata for Violin and Piano No.2 in D, Op.94a – 2. Scherzo (Presto) 4:47
3 Prokofiev: Sonata for Violin and Piano No.2 in D, Op.94a – 3. Andante 3:36
4 Prokofiev: Sonata for Violin and Piano No.2 in D, Op.94a – 4. Allegro con brio 6:56

5 Crumb: Four Nocturnes (Night Music II) – for violin and piano – Notturno I: serenamente 2:51
6 Crumb: Four Nocturnes (Night Music II) – for violin and piano – Notturno II: scorrevole, vivace possibile 1:28
7 Crumb: Four Nocturnes (Night Music II) – for violin and piano – Notturno III: contemplativo 2:11
8 Crumb: Four Nocturnes (Night Music II) – for violin and piano – Notturno IV: con un sentimento di nostalgia 2:38

9 Webern: Four Pieces, Op.7 – for violin and piano – 1. Sehr langsam 1:26
10 Webern: Four Pieces, Op.7 – for violin and piano – 2. Rasch 1:32
11 Webern: Four Pieces, Op.7 – for violin and piano – 3. Sehr langsam 1:31
12 Webern: Four Pieces, Op.7 – for violin and piano – 4. Bewegt 1:09

13 Respighi: Sonata for Violin and Piano in B minor – 1. Moderato 9:28
14 Respighi: Sonata for Violin and Piano in B minor – 2. Andante espressivo 8:04
15 Respighi: Sonata for Violin and Piano in B minor – 3. Passacaglia – Allegro moderato ma energico 7:45

Anne-Sophie Mutter, violino
Lambert Orkis, piano

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Eu hoje acordei assim
Eu hoje acordei assim

PQP

Gustav Mahler (1860-1911) – Des Knaben Wunderhorn (CD 6 de 16) (Bernstein)

Gustav Mahler (1860-1911) – Des Knaben Wunderhorn (CD 6 de 16) (Bernstein)


Des Knaben Wunderhorn significa A trompa mágica do menino, e é uma coleção de textos de canções populares, publicada por Clemens Brentano e Achim von Arnim no começo do século XIX. A coleção contém basicamente canções da Idade Média. Algumas das canções foram musicadas por Gustav Mahler entre 1892 e 1901. Ela são apresentadas em qualquer seqüência, depende dos intérpretes. Há controvérsias sobre o número delas, alguns dizem que são 12; outros, que são 24. Bernstein nos mostra 13… No ciclo há canções extraordinárias, como Wer hat dies Liedlein erdacht (melhor na gravações de von Otter + Abbado), Des Antonius von Padua Fischpredigt, Wo die schönen Trompeten blasen, mas as outras não são piores, não. Questão de gosto.

CD6

Gustav Mahler – Leonard Bernstein – Des Knaben Wunderhorn

01. Der Schildwache Nachtlied
02. Wer hat dies Liedlein erdacht
03. Der Tamboursg’sell
04. Das irdische Leben
05. Verlorne Müh’
06. Des Antonius von Padua Fischpredigt
07. Revelge
08. Rheinlegendchen
09. Lob des hohen Verstandes
10. Wo die schönen Trompeten blasen
11. Lied des Verfolgten im Turm
12. Trost im Unglück
13. Urlicht

Lucia Popp : soprano
Andreas Schmit : baritone
Concertgebouw Orchestra
Leonard Bernstein

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Lenny06

PQP

Astor Piazzolla (1921-1992): Tangos del Ángel y del Diablo

Astor Piazzolla (1921-1992): Tangos del Ángel y del Diablo

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Neste quase Natal, um presente para os pequepianos: uma bela coletânea dos Tangos do Anjo e do Diabo de Astor Piazzolla com o compreensivo e super internacional ChamberJam Europe. Às vezes tenho a impressão de que tenho um anjo sobre meu ombro direito me sussurrando coisas. Como não há sentido em existir um anjo sem seu respectivo diabo, tenho no ombro esquerdo, é claro, o diabo com suas armas e habilidades superiores de persuasão. E aqui, neste CD, o diabo volta, de certa forma, a vencer. O Romance del Diablo é uma maravilha e, do lado do anjo, o melhor que há é La Muerte del Angel. Mas tudo isso é brincadeira.  Ouçam o CD porque vale a pena.

(Há pequenos ruídos em uma ou duas faixas, mas nada que vá matar alguém. Se você tiver o CD sem falhas em mp3, envie-nos as correções que a gente dá um jeito).

Astor Piazzolla (1921-1992): Tangos del Ángel y del Diablo

1 Introduccion al Angel 5:31
2 Milonga del Angel 6:49
3 La Muerte del Angel 3:00
4 Resurreccion del Angel 7:20
5 Tango del Diablo 4:25
6 Romance del Diablo 7:10
7 Vayamos al Diablo 1:47

ChamberJam Europe:
Natacha Kudritskaya, piano
Marcelo Nisinman, bandoneon
Daniel Rowland, violin
Alberto Mesirca, guitar
Zoran Markovic, double-bass

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O pessoa do ChamberJam Europe dando um rolê por aí
O pessoa do ChamberJam Europe dando um rolê por aí

PQP

Prokofiev (1891-1953): Cello Concerto, Op. 58, Music For Children, Op. 65 / Shostakovich (1906-1975): Cello Concerto No. 1, Op. 107

Prokofiev (1891-1953): Cello Concerto, Op. 58, Music For Children, Op. 65 / Shostakovich (1906-1975): Cello Concerto No. 1, Op. 107

Há um CD análogo a este gravado por Rostropovich e Ozawa. Mesmo repertório e, bem, interpretação muito melhor. Isserlis dá um jeito de dobrar as coisas a seu modo e não apenas toma um chocolate de Rostrô como também de outra dupla mais contemporânea presente no PQP Bach, Mørk e Petrenko. (Só que os últimos não tocam Prokofiev, só o 1º Concerto de Shosta). Estas duas gravações pulverizam o leve Isserlis, um cabeludo sonhador — nada contra — meio desconectado dos sentimentos que criaram tal música. Rapaz, esta não é música para cellistas românticos, é para gente grande e implacável.

Prokofiev (1891-1953): Cello Concerto, Op. 58, Music For Children, Op. 65 /
Shostakovich (1906-1975): Cello Concerto No. 1, Op. 107

Serge Prokofiev (1891-1953): Cello Concerto In E Minor, Op. 58
01. 1. Andante
02. 2. Allegro Giusto
03. 3a. Tema- Allegro; Interludio- L’Istesso Tempo
04. 3b. Var. 1- L’Istesso Tempo
05. 3c. Var. 2- Vivace
06. 3d. Var. 3- Andantino Tranquillo; Interludio II- Tempo I
07. 3e. Var. 4- L’Istesso Tempo
08. 3f. Reminiscenza- Meno Mosso
09. 3g. Coda- Poco Più Sostenuto

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Cello Concerto #1 In E Flat, Op. 107
10. 1. Allegretto
11. 2. Moderato
12. 3. Cadenza
13. 4. Allegro Con Moto

Serge Prokofiev (1891-1953): Music For Children, Op. 65
14. #10 March

Steven Isserlis, cello
Frankfurt Radio Symphony Orchestra
Paavo Järvi, regente

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Prokofiev e Shostakovich num daqueles alegres encontros de compositores soviéticos
Prokofiev e Shostakovich num daqueles animados encontros de compositores soviéticos

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Symphony No. 5 (Hermann Scherchen, 1953)

Gustav Mahler (1860-1911): Symphony No. 5 (Hermann Scherchen, 1953)

Eu não sou desses caras malucos por gravações históricas. Esta aqui me interessou mais por envolver Hermann Scherchen (1891-1966) — na minha opinião um grande e originalíssimo regente — do que por Mahler, apesar da imensa admiração que tenho pelo compositor. Os discos de Scherchen com arranjos e regências para A Arte da Fuga e A Oferenda Musical, de Bach, quase furaram na casa de meu pai. Passei grande parte da adolescência ouvindo-os repetidamente e lendo uma frase de Scherchen na contracapa: “A música não precisa ser entendida, ela precisa ser ouvida”. Era exatamente isso que eu fazia.

Bem, o som não é lá essas coisas, mas Scherchen faz um excelente Mahler. Não curti muito o primeiro movimento, mas o resto é indiscutivelmente bom. Em mim, não é automática a lembrança de A Morte em Veneza a cada audição do Adagietto, mas desta vez fiquei tão emocionado que o filme de Visconti me veio logo à memória. Vale a audição!

(Ah, antes que alguém reclame: o selo da Amazon acima é de outra gravação do mesmo Scherchen para a mesma obra, mas outra orquestra, OK?)

Gustav Mahler: Symphony No. 5 (Hermann Scherchen, 1953)

1. Part One, Movement I: Trauermarsch. In gemessenem Schritt.
2. Movement II: Stürmisch bewegt. Mit größter Vehemenz
3. Part Two, Movement III: Scherzo. Kräftig, nicht zu schnell
4. Part Three, Movement IV: Adagietto. Sehr langsam
5. Movement V: Rondo – Finale. Allegro

Hermann Scherchen
Vienna State Opera Orchestra

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Hermann Scherchen, esse foi foda.
Hermann Scherchen, esse foi foda.

PQP

John Adams (1947): The Chairman Dances

John Adams (1947): The Chairman Dances

chairman dances

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este LP de 1986, traz aquilo que seria o warm-up da ópera Nixon in China. O som é perfeitíssimo, nem pense em recuar.

The Chairman Dances não são um trecho nem uma “fantasia sobre temas” — não são como as Danças de West Side Story, de Bernstein, por exemplo –, era um aquecimento para a criação da ópera completa. É música original. Em 1985, Adams tinha recebido um adiantamento da Milwaukee Symphony para uma peça, mas, ao mesmo tempo, estava envolvido com a ópera. O que saiu foi algo baseado na ópera, mas independente. Afinal, na cena final e surreal da ópera, Madame Mao interrompe as formalidades cansativas ​​de um banquete de Estado, quebra o protocolo e convida o Presidente, que está presente apenas como um gigantesco cartaz na parede, “to come down, old man, and dance.”

Adams é um compositor genial. The Chairman Dances vêm aqui acompanhadas de outras peças que comprovam o fato. O discurso minimalista religioso de Christian Zeal And Activity é extraordinário. Common Tones In Simple Time (1979) é a primeira obra orquestral de Adams — veio antes de Shaker Loops –, mas onde já se mostra um compositor pronto.

***

John Adams: The Chairman Dances

1. The Chairman Dances (Foxtrot For Orchestra)
2. Christian Zeal And Activity
3. Two Fanfares For Orchestra: Tromba Lontana
4. Two Fanfares For Orchestra: Short Ride In A Fast Machine
5. Common Tones In Simple Time

San Francisco Symphony Orchestra
Edo de Waart

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Rapaz, esse negócio de compor bem dá um trabalho... | Foto: Margaretta Mitchell
Rapaz, esse negócio de COMPOR BEM dá um trabalho… | Foto: Margaretta Mitchell

PQP

Alberto Ginastera (1916-1983): Popol Vuh e Cantata para a América Mágica

Alberto Ginastera (1916-1983): Popol Vuh e Cantata para a América Mágica


Honestamente, não sei nada sobre essas duas obras de Ginastera, nada mesmo, apenas comprei o CD para conhecê-las e decidi postar porque devem ter sua importância no catálogo do compositor argentino (tem um encarte que fala sobre elas mas preferi não lê-lo). Não achei nada de excepcional, mas percebi que se tratam de duas partituras de tempos em que Ginastera estava consagrado embora elas mostrem um tratamento percussivo já desenvolvido no balé Estância, décadas antes.

***

Ginastera: Popol Vuh, Cantata para América Mágica

Popol Vuh op. 44 (1975–1983) 25:16
La creación del mundo maya · The Creation of the Mayan World
for orchestra

[01] I La noche de los tiempos 06:35
Die Nacht der Zeiten · The Everlasting Night · La nuit des temps

[02] II El nacimiento de la tierra 04:30
Die Geburt der Erde · The Birth of the Earth · La naissance de la terre

[03] III El despertar de la naturaleza 04:55
Das Erwachen der Natur · Nature Wakes · L’éveil de la nature

[04] IV El grito de la creación 00:40
Der Schrei der Schöpfung · The Cry of Creation · Le cri de la création

[05] V La gran lluvia 02:43
Der große Regen · The Grand Rain · La grande pluie

[06] VI La ceremonia mágica del maíz 02:39
Die Magische Maiszeremonie · The Magic Ceremony of Indian Corn · La cérémonie magique du maïs

[07] VII El sol, la luna, las estrellas 03:14
Die Sonne, der Mond, die Sterne · The Sun, the Moon, the Stars · Le soleil, la lune, les étoiles

Cantata para América Mágica op. 27 (1960) 24:18
for dramatic soprano and percussion orchestra
on poems by Mercedes de Toro after ancient pre-Columbian manuscripts

[08] I Preludio y canto a la aurora 04:56
Vorspiel und Gesang an den Sonnenaufgang · Prelude and Song of Dawn · Prélude et chant à l’aurore

[09] II Nocturno y canto de amor 03:59
Nocturne und Liebesgesang · Nocturne and Love Song · Nocturne et chant d’amour

[10] III Canto para la partida de los guerreros 02:08
Gesang zum Aufbruch der Krieger · Song for the Warriors’ Departure · Chant pour le départ des guerriers

[11] IV Interludio fantástico 03:51
Fantastisches Zwischenspiel · Fantastic Interlude · Interlude fantastique

[12] V Canto de agonía y desolación 05:36
Gesang von Agonie und Verzweiflung · Song of Agony and Desolation · Chant d’agonie et de désolation

[13] VI Canto de la profecía 03:49
Prophetischer Gesang · Song of Prophecy · Chant de la prophétie

Rayanne Dupuis (soprano)
Bugallo-Williams Piano Duo
Ensemble_S
Schlagzeugensemble der Musikhochschule Köln
WDR Sinfonieorchester Köln
Stefan Asbury (conductor)

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Ilustração de um exemplar do Popol vuh, do idioma quiché, “livro da comunidade”. É um registro documental da cultura maia, produzido no século XVI, e que tem como tema a concepção de criação do mundo deste povo.
Ilustração de um exemplar do Popol vuh, do idioma quiché, “livro da comunidade”. É um registro documental da cultura maia, produzido no século XVI, e que tem como tema a concepção de criação do mundo deste povo.

CVL

John Antill (1904-1986): Corroboree e An Outback Overture

John Antill (1904-1986): Corroboree e An Outback Overture

Quando li na contracapa deste CD – o qual repousava esquecido numa prateleira da Livraria da Travessa do Shopping Leblon (ou será que foi na Fnac do Barra Shopping?) – que a Abertura Outback* é uma “charmosa peça para início de concertos, reminiscente da energia rítmica de Stravinsky, de melodias britânicas folclóricas, da influência harmônica de Copland e do humor de [Percy] Grainger [o compositor australiano mais proeminente]”, pensei de sobressalto: “Onde vai dar essa bobônica**?”.

Mas o que chamou a atenção foi o nome da obra principal do CD, Corroboree, um ritual aborígene da terra dos cangurus que o compositor teve o privilégio de testemunhar ainda criança. Minha expectativa era de que, influenciado por tanto compositor de fora do país***, Antill tivesse pelo menos bom gosto e maestria caso não tivesse uma personalidade própria.

E valeu a expectativa: a Abertura Outback pode até soar convencional (digo, meio Malcolm Arnold ou Ferde Grofé), mas é uma partitura decente, e o balé Corroboree é belíssimo. Os cinco minutos finais do último movimento surpreendem – até minha netinha de um ano e meio ficou pulando no meu bucho de chope empolgada, tentando marcar o ritmo na minha careca.

Agora, a Austrália entra no mapa de nosso blog.

***

* Qualquer semelhança com a rede de churrascarias australiana é parcial coincidência: não tem nada a ver com a rede, mas tem com o Outback propriamente dito (os rincões do sertão australiano) .

** “Bobônica” é uma palavra que aprendi numa de minhas viagens a trabalho no Recife (ou será que foi em Maceió?). Talvez tenha sido com um pernambucano que tenha estado na minha residência, na praia do Leme, ou em minha casa de praia em Natal.

*** Já que a identidade cultural do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia não tem muitas raízes na própria terra.

***

John Antill (1904-1986): Corroboree e An Outback Overture

1. An Outback Overture: Outback Overture
2. Corroboree: I. Welcome Ceremony
3. Corroboree: II. Dance to the Evening Star
4. Corroboree: III. A Rain Dance
5. Corroboree: IV. Spirit of the Wind
6. Corroboree: V. Rising Sun
7. Corroboree: VI. The Morning Star
8. Corroboree: VII. Procession of the Totems and Closing Ceremony

New Zealand Symphony Orchestra, regida por James Judd

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Vocês pensam que é fácil encontrar fotos de John Antill?
Vocês pensam que é fácil encontrar fotos de John Antill?

CVL