O lindo Magnificat que tanto ouvi em minha adolescência continua a ser uma das obras mais populares de Bach, e esta é uma de suas melhores gravações. Em um verdadeiro clássico da discografia, John Eliot Gardiner dirige uma performance cheia de energia: seu coro e orquestra navegam através das passagens mais complicadas em alta velocidade sem que nada pareça apressado ou desconfortável. Os solistas são fantásticos, com participações especialmente notáveis de Nancy Argenta, Patrizia Kwella e Charles Brett. Também neste disco está a melhor versão disponível do Jauchzet Gott em allen Landen, a Cantata 51. Emma Kirkby canta com a pureza de um dos meninos de Bach e com a segurança de uma especialista adulta. Ela e o trompetista Crispian Steele-Perkins enfrentam com classe essa famosa peça, cheia de notas altas e longas corridas.
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) Magnificat in D major, BWV 243
1) Magnificat Anima Mea [2:49]
2) Et Exsultavit Spiritus Meus [2:16]
3) Quia Respexit Humilitatem [2:14]
4) Omnes Generationes [1:10]
5) Quai Fecit Mihi Magna [1:59]
6) Et Misericordia [3:24]
7) Fecit Potentiam [1:44]
8) Deposuit Potentes [1:46]
9) Esurientes Implevit Bonis [2:46]
10) Suscepit Israel [2:00]
11) Sicut Locutus Est [1:24]
12) Gloria Patri [2:14]
Nancy Argenta, soprano
Patrizia Kwella, soprano
Charles Brett, alto
Anthony Rolfe- Johnson, Tenore
David Thomas, Basso
Monteverdi Choir
“Jauchzet Gott in allen Landen” Cantata BWV 51
13) “Zauchzet Gott” [4:04]
14) “Wir beten zu dem Tempel an” [1:51]
15) “Hochster, mache deine Güte” [4:14]
16) “Sei Lob und Preis mit Ehren” [3:29]
17) Alleluja” [2:01]
Emma Kirkby, Soprano English Baroque Soloists Conducted by John Eliot Gardiner Crispian Steele-Perkins, Solo Trumpet
Belíssimo CD. Boas músicas e linda sonoridade do trio. O barroco parece não ter fim. Cada vez ouvimos mais maravilhas. O violinista John Holloway é um músico que tem melhorado constantemente seu desempenho. As quatro sonatas aqui Biber registradas são cheias de contrastes e surpresas. Ah, e se você já se perguntou sobre a diferença que as cordas de tripa dão a um violino, faça o favor de colocar este CD. Você vai ouvir enorme diferença.
Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704) e Georg Muffat (1653-1704): Der Türken Anmarsch
1 Biber: Sonata “Victori der Christen” for violin & continuo in A minor 9:45
2 Biber: Sonata for violin & continuo No. 1 in A major (Sonatae Violino Solo No. 1), C. 138 11:21
3 Biber: Sonata for violin & continuo No. 2 in D minor (Sonatae Violino Solo No. 2), C. 139 8:28
4 Biber: Sonata for violin & continuo No. 5 in E minor (Sonatae Violino Solo No. 5), C. 142 10:54
5 Biber: Sonata for violin & continuo No. 8 in G major (Sonatae Violino Solo No. 8), C. 145 9:29
6 Muffat: Sonata for violin & continuo in D major 12:52
John Holloway, violin
Aloysia Assenbaum, organ
Lars Ulrik Mortensen, harpsichord
Apreciei com moderação este álbum de Beata Söderberg. Beata compõe, toca tango, música folclórica escandinava e o que vier pela frente. Mas sua maior especialidade parece ser a composição e interpretação de seus tangos, dos quais já gravou cinco discos. Sua música parece ser crossculture, se esta expressão existe. Apesar de seu grupo ser interpretado por ela e um grupo de músicos argentinos, seu tango é violento e melódico como o heavy metal finlandês. Achei Beatitudes estranho, mas alguns amigos que vieram aqui em casa e que gostam mais do gênero, adoraram ouvi-lo. O CD recebeu muitos prêmios.
Beata Söderberg: Beatitudes (Tangos)
1 Viviana 3:37
2 Temprano 4:43
3 Chicago 3:30
4 Tomoto 4:39
5 Candombeata 6:18
6 Besos 3:52
7 Steinway Street Milonga 3:24
8 Dube 4:34
9 Tango Uno 4:38
10 Un Corazón para Llevar 2:43
11 Variaciones Sobre una Sonrisa 3:41
12 Año Nuevo 6:36
Beata Söderberg: Cello
Juan Esteban Cuacci: Piano
Walter Rios: Bandoneon
Roberto Tormo: Contrabajo
José Luis Colzani: Percusión
Está na cara que não é Bach, mas é parecido, não? É que Buxtehude exerceu grande influência sobre Bach. Em novembro de 1705, Johann Sebastian pediu licença de um mês para ir a Lübeck visitar Bux. Sem grana, caminhou trezentos e vinte quilômetros só para ouvi-lo e aprender alguma coisa. Além desta visita, outros músicos, como Häendel e Matterson, também acorreram a Lübeck com a mesma finalidade. Buxtehude fez um testamento no qual dizia que o organista que se seguisse a ele na Marienkirche deveria se casar com sua filha solteira. Era uma tradição ligada ao organista da igreja. O próprio Buxtehude se casou com a filha mais nova do antigo organista (Franz Tunder). Ele fez tudo para que Bach casasse com sua filha, mas nosso herói simplesmente fugiu. É que já estava de olho em sua prima Maria Barbara. Na Marienkirche de Lübeck, Buxtehude fizera significativas mudanças nas tradições musicais da Igreja, estabelecendo as Abendmusik, eventos que atraíam grande interesse, visitantes e comerciantes para Lübeck. Como organista, representa o auge da tradição alemã (apesar de ele próprio se considerar dinamarquês), exercendo decisiva influência nos músicos da geração subsequente. Bux dava às suas músicas leveza, vida e uma sensação de improviso. É o grande compositor barroco no período entre Heinrich Schütz e J. S. Bach.
Estou sempre 14 dias adiantado em minhas postagens. Então, escrevo esta aqui em 30 de agosto. Hoje faz dois anos que Oliver Sacks morreu. Antes de falecer, muito doente, ele tinha apenas dois prazeres: salmão defumado e Bach. Casualmente, hoje vim para o trabalho ouvindo a Missa em Si Menor, que tantos acham ser a maior das músicas já compostas. A versão de Rudolf Lutz tem tanto ritmo que cheguei aqui com um pouco de dor na mão. Estava discretamente regendo toda a coisa pelo caminho. Só falta o salmão defumado, Oliver.
Johann Sebastian Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232
I. Missa
Kyrie
1-1 Chor – Kyrie Elesion I 9:24
1-2 Duett (Soprano I, II) – Christe Elesion 4:40
1-3 Chor – Kyrie Elesion II 3:36
Gloria
1-4 Chor – Gloria In Excelsis Deo 1:38
1-5 Chor – Et In Terra Pax 4:38
1-6 Sopran – Laudamus Te 3:56
1-7 Chor – Gratias Agimus Tibi 2:44
1-8 Duett (Sopran, Tenor) Domine Deus 4:03
1-9 Chor – Qui Tollis 2:57
1:10 Alt – Qui Sedes 5:13
1-11 Bass – Quoniam Tu Solus Sanctus 3:37
1-12 Chor – Cum Sancto Spiritu 3:37
II. Symbolum Nicenum
Credo
2-1 Chor – Credo In Unum Deum 2:17
2-2 Chor – Patrem Omniptentem 1:44
2-3 Duett (Sopran, Alt) – Et In Unum Dominum 4:19
2-4 Chor – Et Incarnatus Est 2:47
2-5 Chor – Crucifixus 2:48
2-6 Chor – Et Resurrexit 3:34
2-7 Bass – Et Spiritum Sanctum 4:52
2-8 Chor – Confitebor 4:12
2-9 Chor – Et Expecto 1:56
III. Sanctus
2-10 Chor – Sanctus 2:44
2-11 Chor – Pleni Sunt Coeli 1:58
IV. Osanna, Benedictus, Angus Dei, Dona Nobis Pacem
2-12 Chor – Osanna In Excelsis 2:21
2-13 Tenor – Benedictus 3:34
2-14 Chor – Osanna Repetuar 2:23
2-15 Alt – Agnus Dei 4:40
2-16 Chor – Dona Nobis Pacem
Alto Vocals [Choir] – Damaris Rickhaus*, Dina König, Francisca Näf*, Judith Flury, Katharina Jud, Liliana Lafranchi, Stefan Kahle
Alto Vocals, Soloist – Alex Potter
Bass Vocals [Choir] – Fabrice Hayoz, Martin Schicketanz, Matthias Ebner, Matthias Lutze, Philippe Rayot, Retus Pfister, Tobias Wicky, Valentin Parli
Bass Vocals, Soloist – Klaus Mertens
Choir – Chor Der J.S. Bach Stiftung
Flute [Traverso] – Marc Hantaï, Yifen Chen
Harpsichord – Jörg Andreas Bötticher
Horn [Corno] – Olivier Picon
Oboe – Andreas Helm, Dominik Melichárek, Philipp Wagner (2)
Organ – Nicola Cumer
Soprano Vocals [Choir] – Alexa Vogel, Gunta Smirnova, Guro Hjemli, Jessica Jans, Julia Schiwowa, Lea Scherer, Lia Andres, Linda Loosli, Lisa Weiss (4), Lucy de Butts, Simone Schwark, Sybille Diethelm
Soprano Vocals, Soloist – Julia Doyle
Tenor Vocals [Choir] – Manuel Gerber, Marcel Fässler, Matthias Lüdi, Nicolas Savoy, Sören Richter, Tobias Mäthger
Tenor Vocals, Soloist – Daniel Johannsen
Timpani – Martin Homann
Trombone [Tromba] – Klaus Pfeiffer, Patrick Henrichs, Peter Hasel
Viola – Mariana Doughty, Martina Bischof, Matthias Jäggi, Sarah Krone
Violin – Christine Baumann (2), Christoph Rudolf (2), Dorothee Mühleisen, Elisabeth Kohler, Eva Borhi, Ildikó Sajgó, Lenka Torgersen, Peter Barczi, Petra Melicharek, Sonoko Asabuki
Violin, Concertmistress – Plamena Nikitassova
Violoncello – Bettina Messerschmidt, Daniel Rosin, Maya Amrein
Violone – Alexandra Lechner (2), Markus Bernhard (2) Orchester Der J.S. Bach Stiftung
Rudolf Lutz
Mais um arquivo enviado pela amiga Lais Vogel e um trecho do e-mail enviado a mim por Fernando Monteiro:
Sobre o pianista Arthur Rubinstein, acho que você fez um comentário até justo — embora encarando o profissional do piano muito pelo lado técnico, e esquecendo a, digamos, “biografia” atrás daquelas teclas tocadas com uma certa “nonchalance”, sim, mas que trazia, aqui e ali, um lendário sentimento chopiniano — de época — muito interessante e, mesmo, puro. [Coisa que só se aprendia no século XIX; hoje, as jovens sumidades aprendem e “sabem” mais — porém, como as atrizes, não têm um passado, um “daimon”, uma história longa impregnada de acontecimentos da passagem de século, fantástica, que foi a dezenovesca…
Com isso, que eu quero apenas dizer, lembrar, que uma longa vida, a dele, uma vida longamente vivida (?), isto é, quase aventurosa e cheia, plena, suntuosa demais até, para que eu (que nasci só em 1949, quando Rubinstein já era velho) possa pensar, a respeito dele, com algo sequer parecido com o conforto “crítico” com o qual você encara o artista — uma das grandes figuras do século 20 — um tanto *espaçosamente* e, por sua vez, também não isento de certo “descuido” de quem resolve uma sólida lenda em (quanto?)… dois minutos?*
Beethoven – Concertos Nros. 4 e 5
1 Piano Concerto No. 4 in G major, Op. 58- Allegro moderato.mp3
2 Piano Concerto No. 4 in G major, Op. 58- Andante con moto.mp3
3 Piano Concerto No. 4 in G major, Op. 58- Rondo, Vivace.mp3
4 Piano Concerto No. 5 in E flat major (‘Emperor’), Op. 73- Allegro.mp3
5 Piano Concerto No. 5 in E flat major (‘Emperor’), Op. 73- Adagio un poco moto.mp3
6 Piano Concerto No. 5 in E flat major (‘Emperor’), Op. 73- Rondo, Allegro.mp3
Artur Rubinstein, piano
Boston Symphony Orchestra
Erich Leinsdorf
(Talvez minha sensibilidade sobre este tema seja prejudicada por uma infância vivida com um pai que ouvia de forma tão intensiva os compositores do século XIX que todas as obras do período parecem ter vindo pré-instaladas no meu cérebro. Então, sempre fico pasmo quando conheço alguém que goste de música e que não saiba nota por nota as principais obras de Beethoven, Schubert, Tchai, Schumann, Chopin, Brahms, Dvorak, Berlioz e outros. Desta forma, quando digo que não gosto de Chopin, Dvorak, Berlioz e da maior parte da obra de Schumann, não significa que não as tenha ouvido minuciosamente).
É o Op. 97 e este número não é casual. Localiza-se no limite da grande virada; lembrem-se que a Sonata Nº 28 é o Op. 101 e ali talvez tenha começado a grande revolução. O que quero dizer é que o Arquiduque é o ápice da primeira fase beethoveniana.
(Sim, sei que toda a literatura fala em três fases e as reconheço. Mas acho que a segunda foi consequência natural da primeira, uma mera evolução ditada por Beethoven e por seu contexto histórico. Já a segunda — ou terceira — é a da verdadeira ruptura).
Sereno, tranquilo e fluente, mais parece um Machado de Assis em pleno domínio de sua arte. Uma espécie de Conselheiro Aires da música. A interpretação do trio Immerseel, Beths e Bylsma é das melhores que já ouvi até hoje. Fiquei muito impressionado.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Trios Arquiduque & Ghost
A maioria de minhas sinfonias são monumentos funerários. Gente demais, entre nós, morreu não se sabe onde. E ninguém sabe onde foram enterrados. Aconteceu a uma porção de amigos meus. Onde se pode erguer um monumento a eles? Somente a música pode fazê-lo. Estou disposto a dedicar uma obra a cada uma das vítimas. Infelizmente, é impossível. Dedico-lhes, então, toda a minha música.
DMITRI SHOSTAKOVICH
Dentre as sinfonias de Shostakovich, creio que três são as menos populares e raramente são interpretadas. São elas a 2ª, 3ª e 12ª. A 11ª também é pouco tocada, mas…
(A gravação de Gergiev não está entre as campeãs, mas é boa).
Sinfonia Nº 11, Op. 103 – O Ano de 1905 (1957)
Esta sinfonia talvez seja a maior obra programática já composta. Há grandes exemplos de músicas descritivas tais como As Quatro Estações de Vivaldi, a Sinfonia Pastoral de Beethoven, a Abertura 1812 de Tchaikovski, Quadros de uma Exposição de Mussorgski e tantas outras, mas nenhuma delas liga-se tão completa e perfeitamente ao fato descrito como a décima primeira sinfonia de Shostakovich. É minha opinião.
Alguns compositores que assumiram o papel de criadores de “coisas belas”, veem sua tarefa como a produção de obras tão agradáveis quanto o possível. Camille Saint-Saëns dizia que o artista “que não se sente feliz com a elegância, com um perfeito equilíbrio de cores ou com uma bela sucessão de harmonias não entende a arte”. Outra atitude é a tomada por Shostakovich, que encara vida e arte como se fosse uma coisa só, que vê a criação artística como um ato muito mais amplo e que inclui a possibilidade do artista expressar — ou procurar expressar — a verdade tal como ele a vê. Esta abordagem foi adotada por muitos escritores, pintores e músicos russos do século XIX e, para Shostakovich, a postura realista de seu ídolo Mussorgsky foi decisiva. A décima primeira sinfonia de Shostakovich tem feições inteiramente mussorgkianas e foi estreada em 1957, ano de muitas glórias além do quadragésimo aniversário da Revolução de Outubro. Foi o ano em que nasci, para vocês terem uma ideia de sua importância. Contudo, ela se refere a eventos ocorridos antes, no dia 9 de janeiro de 1905, um domingo, quando tropas czaristas massacraram um grupo de trabalhadores que viera fazer um protesto pacífico e desarmado em frente ao Palácio de Inverno do Czar, em São Petersburgo. O protesto, feito após a missa e com a presença de muitas crianças, tinha a intenção de entregar uma petição — sim, um papel — ao czar, solicitando coisas como redução do horário de trabalho para oito horas diárias, assistência médica, melhor tratamento, liberdade de religião, etc. A resposta foi dada pela artilharia, que matou mais de cem trabalhadores e feriu outros trezentos.
O primeiro movimento descreve a caminhada dos trabalhadores até o Palácio de Inverno e a atmosfera soturna da praça em frente, coberta de neve. O tema dos trabalhadores aparecerá nos movimentos seguintes, porém, aqui, a música sugere uma calma opressiva.
O segundo movimento mostra a multidão abordar o Palácio para entregar a petição ao czar, mas este encontra-se ausente e as tropas começam a atirar. Shostakovich tira o que pode da orquestra num dos mais barulhentos movimentos sinfônicos que conheço.
O terceiro movimento, de caráter fúnebre, é baseado na belíssima marcha de origem polonesa Vocês caíram como mártires (Vy zhertvoyu pali) que foi cantada por Lênin e seus companheiros no exílio, quando souberam do acontecido em 9 de janeiro.
O final – utilizando um bordão da época – é a promessa da vitória final do socialismo e um aviso de que aquilo não ficaria sem punição.
Symphony No. 2:
1 I. Largo – Crochet – Poco Meno Mosso – Allegro Molto 7:18
2 II. Crotchet – Meno Mosso – Moderato 5:26
3 III. Chorus – “To October” 6:40
Symphony No. 11:
4 I. The Palace Square – Adagio 15:10
5 II. The 9th Of January – Allegro 17:17
6 III. In Memoriam – Adagio 10:29
7 IV. Tocsin – Allegro Non Troppo 13:42
O “Concert Spirituel” foi uma das primeiras séries de concertos públicos da história. Eles começaram em Paris no ano de 1725 e terminaram em 1790. Mais tarde, concertos ou séries de concertos de mesmo nome ocorreram em Paris, Viena, Londres e em outros lugares. A série foi fundada para proporcionar entretenimento durante a quinzena de Páscoa e em feriados religiosos quando as outras casas de espetáculos (a Ópera de Paris, a Comédie-Française e a Comédia italiana) eram fechadas. Os programas apresentaram uma mistura de obras corais sacras e peças instrumentais virtuosas. Durante muitos anos tais concertos aconteceram na Salle des Cent Suisses, magnificamente decorada, no Palácio das Tulherias. Começavam às 18h duravam por volta de 4h. Eram frequentados principalmente por burgueses ricos, pela aristocracia mais baixa e visitantes estrangeiros. Em 1784, os concertos foram movidos para a área de palco da Salle des Machines e, em 1790, quando a família real estava confinada nas Tulherias, passaram aos teatros. O que dizer sobre os concertos e Savall? Tudo maravilhoso, né? Peças e interpretação. No Rameau há uma atmosfera de festa que me parece bem dentro do espírito do “Concert Spirituel”.
Jordi Savall & Le Concert des Nations – Le Concert Spirituel: Au temps de Louis XV
ARCANGELO CORELLI (1653-1713)
Concerto Grosso, en Re Majeur Op. 6, núm. 4
1-2 Adagio-Allegro
3 Adagio
4 Vivace
5-6 Allegro-Allegro
GEORG PHILIPP TELEMANN (1681-1767)
Ouverture avec la Suite en Ré Majeur
pour Viola da Gamba et Cordes TWV 55:D6
7 Ouverture
8 La Trompette
9 Sarabande
10 Rondeau
11 Bourrée
12 Courante-Double
13 Gigue
GEORG PHILIPP TELEMANN
CONCERTO IN LA MINORE
per Flauto Dolce, Viola di Gamba, Corde e Fondamento TWV 52:a1
14-15 Grave-Allegro
16 Dolce
17 Allegro
GEORG PHILIPP TELEMANN
OUVERTURE AVEC LA SUITE EN MI MINEUR, TAFELMUSIK
à deux flûtes et cordes (première production) TWV 55:e1
18 Ouverture: Lentement – Vite – Lentement
19 Réjouissance
20 Rondeau
21 Loure
22 Passepied
23 Air; un peu vivement
24 Gigue
JEAN-PHILIPPE RAMEAU (1683-1764)
Les Indes Galantes. Suites des airs à Jouer (Symphonies)
25 Air pour les guerriers portans les Drapeaux
26 Air pour les Amants qui suivent Bellone Lent, tendrement-Vite
27 Orage
28 Air pour les Esclaves Africains
29 Air pour Borée et la Rose Très vite
30 2eme. Air pour Zéphire
31 Tambourins I et II
Pierre Hamon flauto
Enrico Onofri violino concertino
Marc Hantaï, Charles Zebley, Yi-Fen Chen traverso
Riccardo Minasi, Mauro Lopes, Olivia Centurione violini
Balázs Máté violoncello
LE CONCERT DES NATIONS
JORDI SAVALL viole de gambe et direction
Ouvindo a alemã Arabella Steinbacher tocar concertos de Beethoven, Bruch ou Mozart, não dá para imaginar que ela teria um Bartók tão consistente. Mérito dela, que tem pleno senso de estilo. Aqui, ela demonstra grande intimidade com o gênio húngaro. Que bom! Gostaria de ouvi-la solando os concertos de Prokofiev. Eles estão gravados por ela, alguém tem aí??? O Concerto Nº 2 de Bartók é especialmente lindo e significativo dentro da obra do compositor. Escrito entre 1937 e 1938, foi dedicado ao violinista húngaro Zoltán Székely, que pediu a composição em 1936. Trata-se de um exemplo de primeira linha do estilo cigano verbunkos. Bartók compôs o concerto em uma difícil situação de vida, ocupado que estava por uma grande preocupação pela força crescente do fascismo em seu país. Ele tinha uma firme posição antifascista, e por isso tornou-se o alvo de vários ataques na Hungria pré-guerra. Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, a composição tem uma atmosfera particularmente otimista e muito, mas muito desafiadora. Eu amo e amo este concerto.
Béla Bartók (1881-1945): Concerto Nº 2 para Violino e Orquestra e Nº 1 (Opus póstumo)
Violin Concerto No. 2, Sz. 112:
1 I. Allegro non troppo 16:39
2 II. Andante tranquillo 10:35
3 III. Allegro molto 12:34
Violin Concerto No. 1, Sz. 36:
4 I. Andante sostenuto 9:17
5 II. Allegro giocoso 12:03
Arabella Steinbacher, violino
Orchestre de la Suisse Romande
Marek Janowski
A edição mais nova deste disco também traz a Scythian Suite (capa ao lado), que não temos aqui. Mas isso diminui apenas um pouco a alta qualidade deste velho vinil gravado por Abbado em suas andanças. É estranho que obras tão belas sejam tão pouco gravadas. A Cantata Alexandre Nevsky foi composta para servir de trilha sonora para o filme de mesmo nome de Serguei Eisenstein, no qual o diretor russo se unia à propaganda de Stalin na guerra contra a Alemanha de Hitler. O filme mal e mal sobrevive, a trilha é uma obra-prima. A Suíte Tenente Kijé foi composta em 1933 para o filme homônimo de Yuri Tinyanovs, produzida em 1927. O filme é lembrado exclusivamente por sua música. Os empregados do czar Pavel I cometem um erro de grafia na redação de uma carta oficial e isto leva o czar a pensar que um tal de “Tenente Kijé” seria responsável por mal-entendidos que, afortunadamente, resultaram em manobras militares bem-sucedidas. Como tal, este personagem vira herói, se casa e morre sem ao menos ter existido.
Serguei Prokofiev (1891-1853): Cantata Alexander Nevsky – Tenente Kijé
Alexander Nevsky Op. 78 (Kantate Für Mezzosopran, Chor Und Orchester)
1 Rußland Unter Dem Joch Der Mongolen 3:09
2 Lied Über Alexander Newski 3:32
3 Die Kreuzritter In Pskow 6:40
4 Erhebt Euch, Menschen Rußlands 2:20
5 Die Schlacht Auf Dem Eis 12:04
6 Das Totenfeld 6:01
7 Einzug Alexanders In Pskow 4:45
Elena Obraztova, mezzo soprano
London Symphony Chorus
London Symphony Orchestra* (faixas de 1 a 7)
Chicago Symphony Orchestra* (faixas de 8 a 12)
Claudio Abbado
O príncipe Alexander Nevsky organiza as tropas camponesas russas para a vitória sobre as hordas alemãs invasoras no lago Peipus em 1242, em uma cena do clássico do filme de 1938 Alexander Nevsky, de Eisenstein.
Gravado em Cuba, o novo álbum da pianista Simone Dinnerstein, Mozart in Havana, é sensacional. Para este disco, Dinnerstein colaborou com a excelente Orquestra do Liceu de Havana para tocar os Concertos para Piano Nº 21 e 23 de Mozart. Mozart in Havana é um retorno às origens de Dinnerstein. A pianista norte-americana tem antiga ligação com Cuba. Por anos, ela foi aluna de Solomon Mikowsky, um emigrante cubano que se tornou seu professor de piano quando tinha ela nove anos. Mikowsky contava histórias de sua infância em Cuba e mostrava-lhe a riquíssima música do país. Quando inaugurou o festival Encuentro de Jóvenes Pianistas em Havana, no ano de 2013, Mikowsky convidou Dinnerstein a participar. “É claro que aceito!”, respondeu ela. Voltando ao festival em 2015, ela tocou pela primeira vez com a Orquestra do Liceu de Havana e ficou profundamente impressionada. No ano seguinte, voltou à Cuba para gravar com a orquestra o que se tornaria Mozart in Havana. O resultado é glorioso e com cadenzas muito originais… A gravação foi realizada durante três longas noites sem dormir usando cordas doadas e equipamentos de gravação trazidos pelo produtor vencedor do Grammy, Adam Abeshouse. Neste momento, em agosto de 2017, a orquestra está fazendo sua estreia nos EUA em uma série de concertos com Dinnerstein. Simone, eu te amo.
Em Havana
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Mozart in Havana
Piano Concerto No. 21 in C Major, K. 467
1 I. Allegro maestoso 14:58
2 II. Andante 7:05
3 III. Allegro vivace assai 7:27
Piano Concerto No. 23 in A Major, K. 488
4 I. Allegro 11:27
5 II. Adagio 7:14
6 III. Allegro assai 8:12
Mais uma série finalizada. Agora, é voltar ao Bach 2000 e a tantas otras cositas.
CD 19:
Johann Kuhnau
Musicalische Vorstellung Einiger Biblischer Historien
Musical Depiction Of Certain Biblical Stories
Representation Musicale De Quelques Histoires Bibliques
01-04. Sonata No. 4: Der Todtkrancke Und Wieder Gesunde Hiskias
Hezekiah is Mortally ill And Restored To Health
Ezechias Moribond Et Recouvrant La Sante
05-12. Sonata No. 5: Der Heylanb Israelis, Gideon
Gideon, The Saviour Of Israel – Gedeon, Le Sauveur D’Israel
13-18. Sonata No. 6: Jacobs Tod Und Begraebniss
The Death And Burial Of Jacob – La Mort Et Les Funerailles De Jacob
Girolamo Frescobaldi
01. Toccata Settima
02. Toccata Undecima In C Major
03. Canzona Terza
04. Toccata In G Major
05. Fantasia Sesta Sopra Doi Soggetti
06-10. 5 Galliards
Francesco Turini
11. Sonata In A Minor
Giulio Caccini arr. Peter Philips
12. Amarilli Mia Bella
Biagio Marini
13. Balletto Secondo A Tre & A Quattro
Domenico Scarlatti
14. Sonata in A minor, Kk 3 (Presto)
15. Sonata in D minor, Kk 52 (Andante moderato)
16. Sonata in E major, Kk 215 (Andante)
17. Sonata in E major, Kk 216 (Allegro)
Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!
Naumann está estreando hoje no PQP Bach. Ele foi um alemão que gostava de viajar, de escrever óperas e que criou uma montanha de música religiosa. Suas óperas eram escritas em italiano. Naumann andou bastante por Veneza antes de trabalhar anos em Dresden e depois na Suécia. Sua obra é de bom nível — vale a pena conhecer como cultura geral –, mas já ouvimos música sacra onde a divindade parecia comparecer in loco mesmo para ateus como eu. Aqui, ela permanece na plateia. Parece um Mozart sem a catiguria do nosso homem de Salzburgo.
Johann Gottlieb Naumann (1741-1801): Psalm 96 & 103
1 Ouvertuere zur Oper “Gustav Wasa”
2 Psalm 96 Singet dem Herrn ein neues Lied
3 Psalm 96 Es stehet herrlich und prachtig vor ihm
4 Psalm 96 Saget unter den Heiden
5 Psalm 96 Himmel freue sich und Erde sey frohlich Er wird den Erdboden richten
7 Psalm 103 Lobe den Herrn meine Seele
8 Psalm 103 Der Herr schaffet Gerechtigkeit
9 Psalm 103 Barmherzig und gnadig ist der Herr
10 Psalm 103 Denn so hoch der Himmel uber der Erden ist
11 Psalm 103 Wie sich ein Vater uber Kinder erbarmet
12 Psalm 103 Ein Mensch ist in seinem Leben wie Gras
13 Psalm 103 Die Gnade aber des Herrn wahret von Ewigkeit
14 Psalm 103 Der Herr hat seinen Stuhl im Himmel bereitet
15 Psalm 103 Lobet den Herrn ihr seine Engel Ich will dich all mein Lebenlang
Kornerscher Sing-Verein Dresden Dresdner Instrumental-Concert Peter Kopp
Aqui, a coisa fica mais alemã e indiscutivelmente melhor do que o grupo de CDs anteriores. O show de Leonhardt está no Froberger e no Kuhnau — apesar da narrativa — dos CDs 17 e 18, em minha opinião, mas ouvi apenas uma vez. Posso estar errado, claro.
CD 16:
Heinrich Ignaz Franz von Biber
Harmonia Artificiosa-Ariosa: Diversi Mode Accordata
01. Pars III
Mensa Sonora: Seu Musica Instrumentalis
02. Pars III
CD 17:
Johann Jakob Froberger
01. Capriccio No. 2
02. Fantasia No. 3
03. Toccata No. 11, “Da Sonarsi Alla Levatione”
04. Ricercar No. 2
05. Canzona No. 2
06. Toccata No. 9
Suite No. 18
07. I Allemande
08. II Gigue
09. III Courante
10. IV Sarabande
11. Toccata No. 18
Suite No. 12
12. I Lamento Sopra La Dolorosa Perdita Della Real Msta
Di Ferdinando IV, Re De Romani (Allemande) – Gigue
13. II Courante
14. III Sarabande
Musicausche Vorstellung Einiger Biblischer Historien
Musical Depiction Os Certain Biblical Stories
Representation Musicale De Quelques Histoires Bibliques
01-10. Sonata No. 1: Der Streit Zwischen David Und Goliath
The Combat Between David And Goliath
Le Combat Entre David Et Goliath
11-14. Sonata No. 2: Der Von David Vermittelst Der Music Curirte Saul
Saul Healed By David With The Help Of Music
Sauel Gueri Par David Grace A La Musique
15-23. Sonata No. 3: Jacobs Heyrath
The Marriage Of Jacob – Le Marriage De Jacob
Gustav Leonhardt, organ / harpsichord / narration
Este disco é realmente especial. Muitíssimo bem cantado e com belas obras do grande Monteverdi. É um conjunto de peças muito requintadas e bem escolhidas, retiradas dos Motetos da “Seconda pratica” de Claudio Monteverdi. São escritos para voz solo, duetos e trio. É tudo muito bonito. René Jacobs foi um estupendo contratenor que mais recentemente se tornou ainda mais famoso como um maestro. Aqui, ele canta. O termo “Seconda pratica” foi inventado pelo próprio Monteverdi. Ele contrasta com abordagem barroca inicial. Para resumir esta estética complexa, ela enfatiza o texto e dá vazão mais livre às dissonâncias, em contraste com um estilo sacro antigo usado por compositores anteriores, como Giovanni Palestrina no século XVI.
Claudio Monteverdi (1567-1643): Un Concert Spirituel — Motetos a 1, 2 e 3 vozes
1 Duo seraphim, a 3 voci 6:52
2 O quam pulchra es a voce sola: O quam pulchra es, a voce sola 5:48
3 O beatae viae, a 2 voci 5:51
4 Salve, O Regina, a voce sola 5:56
5 Confitebor tibi Domine, a voce sola 8:21
6 Pulchra es, anima mea, a 2 voci 4:29
7 Fugge, anima mea, a 2 voci 4:52
8 Ego flos campi, a voce sola 4:21
9 Nigra sum, a voce sola 4:35
10 Laudate Dominum, a voce sola 4:58
11 Jubilet, a voce sola 4:58
René Jacobs
Birgit Grenat
Judith Nelson
Jaap ter Linden
Konrad Junghänel
Concerto Vocale
Eu tenho um blog sobre literatura e otras cositas. Lá, invisto um pouco mais de angústia. Aqui, é pura diversão. Mas, uma vez, fiquei muito decepcionado com o PQP. Lembrei disto hoje, ao ver que quase toda a lista de compositores acima já tinha sua categoria no blog, apesar de não possuir posts correspondentes. Acontece que tivemos um participante do blog que postava muita música elisabetana e música do barroco francês, além de Debussy, Schubert e tudo aquilo que se referisse a Alfred Brendel. Este participante avisou que não teria mais tempo para postar e que se retiraria. OK, sem problemas. Só que, sem avisar, ele deletou todos os seus posts e ficamos destituídos de um verdadeiro tesouro. Até hoje tento entender o que o levou a fazer aquilo. Falei com ele, perguntando-lhe o motivo do tresloucado ato. A resposta foi: “Ora, estava saindo, achei natural deletar”… Bem, deixemo-lo de lado. Cada um tem de cuidar da própria loucura.
Estes são os discos mais sem graça da coleção. Os Purcell, como sempre, são ótimos, mas o resto… É só legalzinho, divertidozinho, maisoumenoszinho… Putz, fiquei de mau humor ao lembrar das deleções. Tenho quase todos os arquivos comigo, mas que coisa irritante!
The Gustav Leonhardt Edition (CDs 13, 14 e 15 de 21)
CD 13:
Henry Purcell
01. Overture In D Minor, Z771
02. Pavan In B Flat Major, Z750
03. Ground In D Minor, Z222
04. Overture (With Suite) In G Major, Z770
05. Pavan In A Minor, Z749
06. Fantasia (Chaconne): Three Parts On A Ground In D Major, Z731
07. Overture In G Minor, Z772
08. Suite In D Major, Z667
09. Pavan Of Four Parts In G Minor, Z752
10. Sefauchi’s Farewell In D Minor, Z656
11. A New Ground In E Minor, Z682
12. Sonata In A Minor, Z804
13. Fantasia A 4 No. 7
14. Fly Swift, Ye Hours
15. The Father Brave
16. Return, Revolting Rebels
Max Van Egmond, bass (14-16)
Bruegen-Consort (13)
Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ
William Lawes
02-04. Suite: No. 1 In C Minor
05-06. Suite No. 2 In F Major
07-09. Sonata No.7 In D Minor
10. In Nomine (From Suite No. 3 In B flat Major)
Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!
Tive a incrível sorte de conhecer Sebastian Bohren ao ir assistir a um recital de violino e piano no Piano Salon Christophori, em Berlim. Fiquei boquiaberto com o som e a musicalidade do suíço. Neste CD, ele dá um banho de competência e ecletismo ao trafegar de Mendelssohn a Hartmann, de Schubert a Respighi, juntamente com os excelentes camaristas da Chaarts Chamber Artists. O som e a classe de Bohren são realmente dignas de nota. O cara tem a nobreza musical e sonora instaladas. O repertório é raro e ótimo, mas a minha impressão é a de que ele poderia tocar qualquer coisa que eu ia ficar admirando, todo babado. E é um cara simples, simpático, acessível, modesto. Nobre.
Hartmann: Concerto funèbre (für Violine und Streichorchester)
1. Introduktion: Largo
2. Adagio
3. Allegro di molto
4. Choral: Langsamer Marsch
Respighi Antiche Danze ed Arie per Liuto (Alte Tänze und Arien für Laute): Suite Nr. 3
1. Italiana: Andantino
2. Arie di corte: Andante cantabile
3. Siciliana: Andantino
4. Passacaglia: Maestoso
Schubert: Rondo A-Dur D 438 (für Violine und Streichorchester)
1. Adagio – Allegro giusto
François Couperin (1668-1733), Alessandro Poglietti (?-1683), Nicolas de Grigny (1672-1703), Jean-Philippe Rameau (1682-1764) e Henry Purcell (1659-1695): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 10, 11 e 12 de 21)
CD 10: François Couperin
Messe a L’usage Ordinaire Des Paroisses
01. Offertoire Sur Les Grands Jeux
L’Art De Toucher Le Clavecin
02-09. Preludes 1-8
Alessandro Poglietti
10. Ricercar Primi Toni
Nicolas de Grigny
11. Cromorne En Taille A Deux Parties
Jean-Philippe Rameau
Pieces De Clavecin
12. La Triomphante
13. L’Entretien Des Muses
14. Menuet In G Major – Menuet In G Minor
15. Les Tourbillons
16. Sarabande In A Major
17. La Villageoise
CD 12: Henry Purcell
01. Rejoice In The Lord Alway, Z49
02. Blow Up The Trumpet In Sion, Z10
03. O God, Thou Art My God, Z35
04. Chacony In G Minor, Z730
05. O God, Thou Hast Cast Us Out, Z36
06. My Heart Js Inditing, Z30
07. Remember Not, Lord, Our Offences, Z50
James Bowman, countertenor (01-03, 05 & 06)
Nigel Rogers Tenor (01-03, 05 & 06)
Max Van Egmond, bass (01-03, 05 & 06)
The Choir Of King’s College, Cambridge
Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ
Leonhardt: saindo de Bach, fazendo um passeio pela velha Europa
Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!
Estas são gravações foram lançadas separadamente em discos de vinil nos anos de 1961 e 68. Totalmente remasterizadas, com som de alta qualidade, elas reapareceram em CD há uns dez anos. A primeira parte do disco é reservada para Boris Godunov. Boris Godunov é uma ópera de Mussorgsky baseada no drama homônimo de Alexander Pushkin. Estreou em 8 de fevereiro de 1874 no Teatro Mariinsky, em São Petersburgo. Sob muitos aspectos, a mais “russa” de todas as óperas, é um espetáculo grandioso e sombrio em que o povo russo, ao mesmo tempo sofredor e invencível, desempenha o papel principal. Mussorgsky investiu enorme energia nessa obra. Escreveu o libreto, que condensou o drama de Pushkin, e fez uma revisão completa da partitura após sua rejeição pelo Teatro Mariinsky. A trama era aceitável aos Romanov por descrever a desordem na Rússia no início do século XVII, muito antes de sua ascensão ao poder. Era também patriótica, retratando a resistência a uma invasão polonesa. Acima de tudo, com seus coros e árias melancólicas permeados por canções folclóricas e cantos ortodoxos, Boris Godunov assemelha-se a um vasto quandro vivo da conturbada história da Rússia e de sua alma torturada. Quadros de uma Exposição é uma suíte escrita para piano. Viktor Hartmann, arquiteto e pintor, grande amigo de Mussorgsky, havia falecido recentemente (1873) aos 39 anos de idade. Em março de 1874, estava acontecendo uma exposição de seus quadros em uma galeria de São Petersburgo. Após visitá-la, o compositor resolveu prestar uma homenagem ao amigo. Escolheu dez dentre os quadros expostos e compôs uma música para cada um deles. Uniu através de um tema comum (“Promenade”) as várias partes da peça. As músicas exploram a corrente folclórica russa e o estilo de piano é inovador em sua austeridade e ausência de tessitura. Composta em uma época em que o piano era instrumento de brilho virtuosístico, a suíte foi durante algum tempo ignorada. Claude Debussy, grande compositor francês, era admirador confesso de Mussorgsky e estudou bastante esta suíte, pelo seu caráter singular. A versão aqui postada é a famosa transcrição para orquestra feira pelo super orquestrador Maurice Ravel. As interpretações merecem — e como! — o título Great Performances acima.
Modest Mussorgsky (1839-1881): Cenas de Boris Gudonov / Quadros de uma Exposição
Scenes From Boris Godunov
Prologue, Scene 2 (The Square In The Moscow Kremlin)
1 Da Zdrávstvuyet Tsar Boris Feodorovich (Long Live Tsar Boris Fedorovich!) 1:53
2 Uzh Kak Na Nébe Sólntsu Krásnomu (Even As Glory To The Radiant Sun) 2:49
3 Skorbit Dushá! (My Soul Is Torn With Anguish) 3:17
4 Sláva! (Glory!) 1:28
Boris’s Monologue From Act II
5 Dostig Ya Vïsshey Vlasti (I Have Attained The Highest Power) 6:01
Dialogue And Hallucination Scene From Act II
6 Ty Zachém (What Do You Want?) 1:02
7 Velkii Gosudár, Chelóm Byu (Mighty Lord…) 5:52
8 Ne Kázen Strashná, Strashná Tvoyá Nemilost (It Is Not Death That Is Hard To Bear…) 1:45
9 Uf Tyazheló! (God, How Stifling It’s Become!) 3:45
Boris’s Farewell To His Son And Death Of Boris From Act IV, Scene 2
10 Carevicha Skorej! (The Tsarevich, Quickly!) 6:33
11 Zvon!…Pogrebálnyi Zvon! (Listen! It’s Ringing…The Funeral Bell Is Ringing!) 4:20
George London, bass
The Columbia Symphony Orchestra and Chorus
Thomas Schippers
Pictures At An Exhibition
12 Promenade 1:33
13 Gnomus (The Gnome) 2:38
14 Promenade 0:55
15 Il Vecchio Castello (The Old Castle) 4:42
16 Promenade 0:32
17 Tuileries (Children’s Dispute After Play) 1:01
18 Bydlo (Ox-cart) 2:16
19 Promenade 0:42
20 Ballet Des Petits Poussins Dans Leur Coques (Ballet Of The Unhatched Chickens) 1:14
21 Samuel Goldenburg And Schmuyle 2:21
22 Limoges: Le Marché (The Market Place Of Limoges) 1:26
23 Catacombae: Sepulchrum Romanum (Catacombs: A Roman TOmb) 1:41
24 Cum Mortis In Lingua Morta (With The Dead In A Dead Language) 1:43
25 La Cabane Baba-Yaga Sur Des Pattes De Poule (The Hut Of Bba-Yaga On Chickens’ Legs) 3:44
26 La Grande Porte De Kiev (The Great Gate Of Kiev) 4:52
01. Prelude in F major. BWV 927
02. Quodlibet, BWV 524
03. Prelude in E Major, BWV 937
04. Prelude In G Minor, BWV 929
05. Erbauliche Gedanken Eines Tobackrauchers, BWV 515a
06. Prelude In D Minor, BWV 940
07. Canon A 2 Perpetuus, BWV 1075
08. Canon Super Fa Mi A 7 Post Tempus Musicum, BWV 1078
09. Prelude In D Major, BWV 925
10. Gib Dich Zufrieden Und Sei Stille, BWV 511
11. Canon A 4 Perpetuus, BWV 1073
12. Canone Doppio Sopr’il Soggetto, BWV 1077
13. O Herzensangst, O Bangigkeit und Zagen!, BWV 400
14. Nicht So Traurig, Nicht So Sehr, BWV 384
15. Dir, Dir Jehova, Will Ich Singen. BWV 452
16. Prelude In C Major, BWV 939
17. Fugue In C Major, BWV 952
18. Was Betruebst Du Dich, Mein Herze, BWV 423
19. Vergiss Mein Nicht, Mein Allerliebster Gott, BWV 505
20-22. Wer Nur Den Lieben Gott Laest Walten, BWV 691, 434 & 690
23-28. Capriccio Sopra La Lontananza Del Suo Fratello Dilettissimo, BWV 992
29-30. Prelude & Fugue: In A Minor, BWV 895
31-33. Suite In F Minor, BWV 823
34-35. Prelude & Fughetta In D Minor, BWV 899
Agnes Giebel, soprano – Marie Luise Gilles, alto
Bert van t’Hoff, tenor – Peter Christoph Runge, bass
Anner Bylsma, cello
Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ
O mestre afinando seu instrumento. Ele tocava afinado, diferentemente de tanta gente no Brasil…
Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!
Creio que esta seja a terceira ou quarta vez que estou atualizando o link destes dois CDs tão especiais. Trata-se de uma das melhores gravações que já foram realizadas destas obras tão fundamentais no catálogo de Bach. Temos aqui uma verdadeira aula de interpretação historicamente informada, com dois músicos extraordinários.
Em dois CDs, 300 MB que trazem consigo um tesouro: as Sonatas Completas para Violino e Cravo de meu pai, na interpretação de Rachel Podger e Trevor Pinnock. Ouso dizer que esta gravação ganha fácil daquela que tenho no álbum com 5 CDs da Musica Antiqua Köln com a música de câmara instrumental (sonatas, trios) completa de meu pai. A musicalidade e o entendimento da duplinha inglesa deveria preocupar os caras-metades de ambos porque parecem ter nascido para viverem juntos. De certa forma, neste estupendo registro realizado no ano 2000, Pinnock recupera-se de seus muitos descuidos cometidos nos anos 90, quando cheguei a pensar que era um sujeito de segundo escalão. É óbvio que a presença e o rigor da violinista Podger o chamou à seriedade e aos ensaios. O resultado, só ouvindo: trata-se de um grande e inequívoco Bach!
Sonata No. 6 In G Major BWV 1019
1-1 Allegro 3:35
1-2 Largo 1:50
1-3 Allegro (Cembalo Solo) 4:39
1-4 Adagio 3:41
1-5 Allegro 3:13
Sonata No. 1 In B Minor BWV 1014
1-6 Adagio 3:43
1-7 Allegro 2:49
1-8 Andante 3:13
1-9 Allegro 3:08
Sonata No. 2 In A Major BWV 1015
1-10 Dolce 3:03
1-11 Allegro 3:05
1-12 Andante Un Poco 3:08
1-13 Presto 4:08
Sonata No. 3 In E Major BWV 1016
1-14 Adagio 4:11
1-15 Allegro 2:53
1-16 Adagio Ma Non Tanto 4:51
1-17 Allegro 3:48
Continuo Sonata In E Minor BWV 1023
1-18 [Allegro] 0:59
1-19 Adagio Ma Non Tanto 3:22
1-20 Allemanda 3:53
1-21 Gigue 3:05
Volume II
Continuo Sonata In G Major BWV 1021
2-1 Adagio 3:54
2-2 Vivace 0:56
2-3 Largo 2:34
2-4 Presto 1:20
Sonata No. 4 In C Minor BWV 1017
2-5 Largo 4:12
2-6 Allegro 4:31
2-7 Adagio 3:11
2-8 Allegro 4:36
Sonata No. 5 In F Minor BWV 1018
2-9 [Largo] 7:38
2-10 Allegro 4:33
2-11 Adagio 2:38
2-12 Vivace 2:29
Sonata No. 6 In G Major BWV 1019a
2-13 Vivace 3:36
2-14 Largo 1:37
2-15 Cembalo Solo 4:32
2-16 Adagio 2:15
2-17 Violino Solo E Basso L’Accompagnato 2:24
2-18 Presto Ab Initio Repetatur Et Claudatur 3:38
2-19 Cantabile From Sonata No. 6 Version 2 BWV 1019a (Cantabile Ma Un Poco Adagio) 6:06
As obras deste CD não são nenhuma maravilha, apesar do esforço de Fabio Bonizzoni para dar-lhes sobrevida. Muitas vezes a gente confunde o barroco inicial com a explosão de compositores e criatividade do barroco final. Aqui, o destaque é Giovanni Picchi, um compositor, organista, lutenista e cravista. Ele era um seguidor tardio da Escola veneziana, e influenciou o desenvolvimento e a diferenciação de formas instrumentais que apenas começavam a aparecer, como a sonata. Além disso, ele era o único veneziano de seu tempo para escrever música de dança para cravo. OK, era um pioneiro, mas não tinha muita magia, por assim dizer. Indicado apenas para tarados por barroco.
GIOVANNI PICCHI (1571-1643)
1 Passo e Mezo
2 Saltarello del detto
3 Toccata
4 Passo e Mezo
SPERINDIO BERTOLDO (c.1530-1570)
5 Toccata
GIOVANNI PICCHI (Intavolatura di Balli d’Arpicordo, 1621)
6 Pass’e mezzo
7 Saltarello del Pass’e mezzo
8 Ballo ditto il Pichi
9 Ballo ditto il Stefanin
10 Ballo alla Polacha
11 Ballo Ongaro
12 Todescha
13 Padoana ditta la Ongara
GIOSEFFO GUAMI (1540-1611)
14 Toccata (Il Transilvano, 1593)
GIOVANNI GABRIELI (c.1555-1612)
15 Canzon La Spiritata (Il Transilvano, 1593)
CLAUDIO MERULO (1533-1604)
16 Toccata VII (Toccate d’intavolatura… Libro primo, 1598)
ANNIBALE PADOVANO (1527-1575)
17 Ricercar del 61/4 tono alla terza (Toccate et Ricercari, 1604)
18 Toccata 61/4 tono (Toccate et Ricercari, 1604)
VINCENZO BELL’HAVER (d. 1587)
19 Toccata (Il Transilvano, 1593)
MARTINO PESENTI (c.1600-c.1648)
20 Suite di danze (Il primo libro delli correnti alla francese, 1635)
Os ingleses detestam falar da longa noite que passaram entre Purcell e Britten. Entre estes dois picos, os grandes compositores simplesmente negavam-se a nascer na ilha que tanto ama a música. Esta gravação é boa, mas já ouvimos melhores, mais coloridas, principalmente em termos de bruxas.
Dido e Enéas é a primeira ópera inglesa, tendo sido a única escrita por Purcell (1659-1695). Ainda que tenha vivido pouco, ele nos deixou um número expressivo de odes para coro e orquestra, cantatas, canções, hinos, serviços, sonatas de câmara e obras para teclado, além de mais de quarenta peças para música de cena. Henry Purcell alcançou em vida relativo prestígio. Foi nomeado, em 1679, organista da abadia de Westminster e da Chapel Royal, em 1682, além de ocupar cargos importantes em várias instituições musicais londrinas.
A ópera foi escrita em 1689 para o internato feminino Josias Priest, de Chelsea, Londres, a partir de um libretto de Nahum Tate (1652-1715), poeta e dramaturgo inglês. O enredo segue a história de amor entre a lendária rainha de Cartago, Dido, e o refugiado troiano Enéas, narrada no livro IV da Eneida de Virgílio. Quando o mítico herói e sua tropa naufragam em Cartago, ele e a rainha se enamoram. Mas, por inveja, as bruxas conspiram contra os amantes e convencem Enéas a partir, pois seu destino, traçado pelos deuses, é o de fundar uma nova Troia, a cidade de Roma. Enéas, mesmo blasfemando contra a inclemência dos deuses, aceita seguir viagem e comunica a Dido que partirá naquela manhã. A rainha, esmagada pela dor, imola-se, apesar de Enéas, comovido e mudando o desígnio, afirmar preferir enfrentar a cólera dos deuses a abandoná-la.
A partitura é uma obra-prima de concisão e uma modelo para toda ópera de bolso: a orquestra inclui cordas e contínuo, há uns poucos papéis principais e a duração dos seus três atos não ultrapassa uma hora. Nela, Purcell incorporou tanto os desenvolvimentos da escola inglesa do século XVII, como influências musicais continentais. Combina, por exemplo, danças e coros, elementos próprios da tradição francesa, com árias que seguem em geral os modelos das óperas barrocas italianas. Os recitativos, por seu turno, a cavaleiro das tradições francesas e italianas, nada têm de artificial – são livres, melódicos e plasticamente moldados ao texto.
A abertura é francesa: um adágio solene inicial dá lugar a uma seção mais animada que introduz a cena. Já os coros homofônicos construídos com base em ritmos de dança, recordam os de Lully, assim como o minueto do coro Fear não danger to ensue (“Não temas os perigos que possam vir”). No entanto, cabe salientar a melodia tipicamente inglesa de Pursue thy conquest, Love (“Persegue tua conquista, Amor”) e a do coro Come away, fellow sailors (“Vinde, camaradas de marinheiros”), no início do terceiro ato. Esta alegre e singela canção marinheira carrega evidente matiz popular.
Algumas árias da ópera foram construídas sobre um baixo ostinato. A última delas, e a mais importante, é o famoso Lamento de Dido: When I am laid in earth (“Quando eu descer à terra”), uma das mais tocantes de todo repertório lírico. Nela, além do ostinato, os intervalos descendentes e as harmonias com retardos intensificam o infortúnio da rainha.
O coro final, With drooping wings (“Com asas caídas”) parece inspirado no de Vénus and Adonis, de Blow – de quem Purcell foi, aliás, discípulo. Possui forte caráter elegíaco, sugerido pelo uso de escalas menores descendentes e pelas impressionantes pausas após a expressão “never part” (“nunca parta”).
1 Overture 2:03
2 Act I: Shake the cloud from off your brow (Belinda, Chorus) 1:08
3 Act I: Ah! Belinda, I am press’d with torment (Dido) 6:40
4 Act I: Grief increases by concealing (Belinda, Dido, Chorus) 0:50
5 Act I: Whence could so much virtue spring? (Dido, Belinda, 2nd Woman, Chorus) 4:22
6 Act I: See, your Royal guest appears (Belinda, Aeneas, Dido, Chorus) 0:53
7 Act I: Cupid only throws the dart (Chorus) 0:40
8 Act I: If not for mine, for Empire’s sake (Aeneas, Belinda) 1:09
9 Act I: Guitar Chaconne 2:32
10 Act I: To the hills and the vales (Chorus) 1:03
11 Act I: The Triumphing Dance 1:27
12 Act II: Wayward sisters (Sorceress, 1st Witch, Witches) 2:12
13 Act II: The Queen of Carthage, whom we hate (Sorceress, Chorus) 0:40
14 Act II: Ruin’d ere the set of sun? (Witches, Sorceress, Chorus) 2:26
15 Act II: In our deep vaulted cell (Chorus) 1:19
16 Act II: Echo Dance of Furies 1:16
17 Act II: Ritornelle 0:50
18 Act II: Thanks to these lonesome vales (Belinda, Chorus) 2:59
19 Act II: Guitar Passacaille 3:05
20 Act II: Guitar Dance: Oft she visits this lone mountain (2nd Woman) 1:47
21 Act II: Behold, upon my bended spear (Aeneas, Dido) – Haste, haste to town (Belinda, Chorus) 1:22
22 Act II: Stay, Prince! and hear great Jove’s command (Spirit, Aeneas) 2:38
23 Act II: Groves’ Dance: Then since our charms have sped (Chorus) 1:31
24 Act III: Come away, fellow sailors (1st Sailor, Chorus) 2:17
25 Act III: See, the flags and streamers curling (Sorceress, 1st and 2nd Witches) 1:02
26 Act III: Our next motion (Sorceress) 1:16
27 Act III: The Witches’ Dance 1:22
28 Act III: Your counsel all is urg’d in vain (Dido, Belinda, Aeneas) 7:48
29 Act III: Great minds against themselves conspire (Chorus) 1:00
30 Act III: Thy hand, Belinda; darkness shades me (Dido) 5:05 <— Lamento de Dido
31 Act III: With drooping wings ye cupids come (Chorus) 4:53
Sarah Connolly (Dido)
Gerald Finley (Aeneas)
Lucy Crowe (Belinda)
Patricia Bardon (Sorceress)
William Purefoy (Spirit)
Sarah Tynan (Second Woman)
John Mark Ainsley (Sailor)
Carys Lane & Rebecca Outram (Witches)
Choir of the Age of Enlightenment & Orchestra of the Age of Enlightenment
Steven Devine and Elizabeth Kenny (directors)
Papai Scarlatti era muito superior ao filho Scarlatinho e este CD dá mais tempo ao pai do que ao filho. É justo. Aliás, este também é um disco de italianos competentes, o que nem sempre acontece. Fabio Biondi e seu Europa Galante são sensacionais, dá gosto e felicidade ouvi-los. Alessandro foi um compositor vário e colorido, cheio de imaginação. Domenico enfiou-se em centenas de micro-sonatas repetitivas para a nobreza portuguesa. Ele nunca pensou que o futuro ia colocá-las todas juntas nestes estranhos recitais domiciliares que são os CDs. Já Alessandro sobrevive a tudo. Confiram aí!
Alessandro Scarlatti (1660-1725)
1. Sinfonia avanti la Serenata: I. Largo 1:54
2. Sinfonia avanti la Serenata: II. Presto 0:47
3. Sinfonia avanti la Serenata: III. Minuet 0:48
4. Sinfonia avanti la Serenata: IV. Grave 0:49
5. Sinfonia in C major: I. Presto Margret Köll/ 0:53
6. Sinfonia in C major: II. Adagio Margret Köll/ 1:04
7. Sinfonia in C major: III. Allegrissimo Margret Köll/ 1:32
8. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 1 in F minor: I. Grave 2:04
9. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 1 in F minor: II. Allegro 1:47
10. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 1 in F minor: III. Largo 2:22
11. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 1 in F minor: IV. Allemande [Allegro] 1:31
12. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 2 in C minor: I. Allegro 2:20
13. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 2 in C minor: II. Grave 3:19
14. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 2 in C minor: III. Minueto 2:41
15. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: I. Allegro 0:47
16. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: II. Largo 1:11
17. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: III. Allegro 1:52
18. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: IV. Largo 1:14
19. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: V. Allegro 2:19
20. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 4 in G minor: I. Allegro ma non troppo 1:55
21. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 4 in G minor: II. Grave 2:30
22. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 4 in G minor: III. Vivace 0:45
23. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 5 in D minor: I. Allegro 1:42
24. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 5 in D minor: II. Grave 1:48
25. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 5 in D minor: III. Allegro 0:47
26. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 5 in D minor: IV. Minuet (molto veloce) 0:48
27. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 6 in E major: I. Allegro 1:06
28. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 6 in E major: II. Allegro 1:39
29. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 6 in E major: III. Largo 0:50
30. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 6 in E major: IV. Affettuoso 3:48
Domenico Scarlatti (1685-1757)
31. Sinfonia a 3 in G major: I. Allegrissimo 0:48
32. Sinfonia a 3 in G major: II. Grave 1:00
33. Sinfonia a 3 in G major: III. Allegrissimo 1:00
34. Sinfonia in A minor: I. Allegrissimo 0:39
35. Sinfonia in A minor: II. Adagio 0:49
36. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: I. Allegro 1:56
37. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: II. Largo 1:54
38. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: III. Fuga 2:05
39. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: IV. Largo 2:15
40. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: V. Allegro 2:03