Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): The Symphonies for Strings

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): The Symphonies for Strings

Sem dúvida, Carl Philipp Emanuel foi meu irmão mais talentoso. Era assim: eu, PQP, era o mais bonito e burro — e também tinha um pau maior que os dos outros — ; WF era o predileto; JC era um grande filho da puta e CPE era o que  mais tinha herdado de nosso pai em termos de capacidade musical. Sério, é só consultar por aí. E ele demonstra sua categoria neste sensacional CD com suas sinfonias para cordas.  O Presto da Sinfonia Wq 182 No.5 foi meu toque de celular por anos. É uma bela ideia, viram? Podem adotar, não me importo!

Grande música com Pinnock e o English Concert afiadíssimos!

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): The Symphonies for Strings

1. Sinfonia in G, Wq 182 No.1 – 1. Allegro di molto 3:42
2. Sinfonia in G, Wq 182 No.1 – 2. Poco adagio 4:03
3. Sinfonia in G, Wq 182 No.1 – 3. Presto 3:50

4. Sinfonia in B flat, Wq 182 No.2 – 1. Allegro di molto 3:20
5. Sinfonia in B flat, Wq 182 No.2 – 2. Poco adagio 3:37
6. Sinfonia in B flat, Wq 182 No.2 – 3. Presto 5:05

7. Sinfonia in C, Wq 182 No.3 – 1. Allegro assai 2:43
8. Sinfonia in C, Wq 182 No.3 – 2. Adagio 3:17
9. Sinfonia in C, Wq 182 No.3 – 3. Allegretto 3:36

10. Sinfonia in A, Wq 182 No.4 – 1. Allegro ma non troppo 4:24
11. Sinfonia in A, Wq 182 No.4 – 2. Largo ma inocentemente 3:28
12. Sinfonia in A, Wq 182 No.4 – 3. Allegro assai 4:01

13. Sinfonia in B minor Wq 182 No.5 – 1. Allegretto 4:17
14. Sinfonia in B minor Wq 182 No.5 – 2. Larghetto 2:37
15. Sinfonia in B minor Wq 182 No.5 – 3. Presto 3:49

16. Sinfonia in E major Wq 182 No.6 – 1. Allegro di molto 2:26
17. Sinfonia in E major Wq 182 No.6 – 2. Poco andante 3:08
18. Sinfonia in E major Wq 182 No.6 – 3. Allegro spiritoso 3:12

The English Concert
Trevor Pinnock

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Pinnock e o The English Concert em ação

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano Nº 3 #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano Nº 3 #BTHVN250

Ontem, ao procurar por Mendelssohn no micro, encontrei este concerto assim dando sopa, avulso. Gosto demais desta gravação ao vivo onde Michelangeli dá um banho de interpretação no belíssimo terceiro concerto. Esta gravação do terceiro concerto é tão arrebatadora que agora desejaria ouvi-lo. Não adianta, cada vez que ouço uma gravação ao vivo como esta, mais me convenço de que a música vive mais no palco do que em estúdios. Se Bakhtin demonstrou que a ideia tinha natureza dialógica — pois seu habitat seria a expressão e o confronto com outras idéias –, digo que o habitat da música é a interação com os ouvintes. Ali, ganha sentido e magia, como aliás Emma Kirkby confirmou nesta entrevista.

Imperdível!

Beethoven: Concerto para Piano Nº 3

1. Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37 – 1. Allegro con brio – Cadenza 17:24
2. Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37 – 2. Largo 11:15
3. Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37 – 3. Rondo (Allegro) 9:35

Arturo Benedetti Michelangeli, piano
Vienna Symphony Orchestra (Sinfônica de Viena)
Carlo Maria Giulini

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Michelangeli foi profe de Pollini, só por isso tem que respeitar!

PQP

.: interlúdio :. Freddie Mercury, Montserrat Caballé: Barcelona

.: interlúdio :. Freddie Mercury, Montserrat Caballé: Barcelona

Um trabalho de Freddie Mercury (1946-1991) jamais seria totalmente ruim. Tudo o que ele produziu sempre teve alto capricho e acabamento. E suas qualidades vocais e afinação são um milagre. Mas neste Barcelona (1988), sua ego trip com Montserrat Caballé (1933-2018) não vai muito além de duas ou três boas faixas, como Barcelona, How can I go on e Overture Piccante. Se o Queen já era operístico, aqui Mercury aparece livre da influência roqueira de May, Deacon e Taylor. Uma pena, porque as coisas pioram bastante quando ele decididamente se coloca no crossover. A presença de Caballé é perfeita, só que o ego de Mercury tira-lhe espaço. O disco não é um fiasco e aprecio bastante de sua perfeição técnica e a atuação de todo mundo, apesar da música ser só mais ou menos.

Freddie Mercury, Montserrat Caballé: Barcelona

1 Barcelona 5:38
2 La Japonaise 4:49
3 The Fallen Priest 5:45
4 Ensueño 4:20
5 The Golden Boy 6:04
6 Guide Me Home 2:41
7 How Can I Go On 3:59
8 Overture Piccante 6:40

Cello – Deborah Ann Johnston
Horns – Barry Castle
Percussion – Frank Ricotti
Violin – Homi Kanga, Laurie Lewis
Backing Vocals – Carol Woods, Debbie Bishop, Lance Ellington, Madeline Bell, Mark Williamson, Miriam Stockley, Peter Straker
Lyrics By – Tim Rice
Bass – John Deacon

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Caballé & Mercury: dueto de peso.

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonias Nº 1 e 3

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonias Nº 1 e 3

Uma excelente gravação para este esplêndido repertório. Talvez a Sinfonia Nº 1 de Brahms seja a que eu mais goste dentre todas. Sim, dentre todas as centenas de sinfonias que já ouvi. E é um registro de respeito! O inglês Edward Gardner demonstra a força e a extrema competência do naipe de cordas da orquestra de Bergen. É um conjunto excepcional como um todo. Maestro titular da Filarmônica de Bergen desde outubro de 2015, Edward Gardner liderou a orquestra em várias turnês internacionais, incluindo performances em Berlim, Munique e Amsterdam e no BBC Proms e no Festival Internacional de Edimburgo. Gardner foi recentemente nomeado titular Orquestra Filarmônica de Londres, com seu mandato iniciando em setembro de 2021. O cara é ótimo e vocês podem comprovar ouvindo o CD. Um bom 2020 para todos nós!

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonias Nº 1 e 3

Brahms: Symphony No. 1 in C minor, Op. 68 45:38
I. Un poco sostenuto – Allegro 16:01
II. Andante sostenuto 8:43
III. Un poco allegretto e grazioso 4:53
IV. Adagio – Allegro non troppo 16:01

Brahms: Symphony No. 3 in F major, Op. 90 35:43
I. Allegro con brio 12:45
II. Andante 8:28
III. Poco allegretto 5:56
IV. Allegro 8:34

Bergen Philharmonic Orchestra
Edward Gardner

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Edward Gardner na Sala de Fantasmagoria e Concepção Melódica da PQP Bach Corp.

PQP

Silvius Leopold Weiss (1687-1750): Música para Alaúde

Silvius Leopold Weiss (1687-1750): Música para Alaúde

Um bonito e tranquilo disco — com momentos lindos e outros nem tanto, mas que jamais chegam a ser maus — adequado para as horas de reflexão ou quando se quer algo culto, de nível, que não incomode muito. Weiss foi um dos compositores mais importantes e mais prolíficos da música alaúde da história e um dos alaudistas mais conhecidos em sua época. Ele escreveu cerca de 600 peças para alaúde, a maioria delas agrupadas em ‘sonatas’ (para não confundir com a sonata clássica posterior, baseada na forma da sonata) ou suítes, que consistem principalmente em peças de dança barroca. Como as deste disco. Weiss também escreveu originalmente um extenso repertório de música de câmara, duetos alaúde e concertos, mas apenas as partes solo sobreviveram. Setenta suítes, no entanto, são conhecidas em sua totalidade; a maioria dura cerca de 20 a 25 minutos. A música de Weiss é caracterizada pela compreensão única das capacidades de seu instrumento, seus pontos fortes e fracos. Weiss também era procurado como professor. Seus muitos alunos aristocráticos incluíam o jovem Frederico, o Grande, e suas irmãs Wilhelmena (mais tarde Margravine de Bayreutlt) e Anna Amalia, princesa da Prússia.

Silvius Leopold Weiss (1687-1750): Música para Alaúde

Suite D-moll
1 Preludio 2:42
2 Fantasia 3:12
3 Sonata 3:17
4 Sarabande 4:55
5 Gique 2:15

Suite A-moll
6 Capricio 1:56
7 Allemande En Double 3:51
8 Courante 2:40
9 Fantasia 3:05
10 Gique 2:41
11 Capricio F-dur 3:08
12 Gique 2:21
13 Menuet 1:48

Suite D-moll
14 Prelude 0:58
15 Allamande 5:34
16 Courante 2:51
17 Gavotte 1:51
18 Sarabande 4:49
19 Menuet 2:05
20 Gique 2:58

Suite C-moll
21 Fantasia 2:03
22 Courante 2:18
23 Menuet I, II 3:06
24 Gique 2:50

Michael Freimuth, alaúde

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Silvius Leopold Weiss dá um sorrido maroto e despede-se deste horrível 2019

PQP

G. F. Händel (1685-1759): Süße Stille, sanfte Quelle (Neun deutsche Arien / Music For The Royal Fireworks)

G. F. Händel (1685-1759): Süße Stille, sanfte Quelle (Neun deutsche Arien / Music For The Royal Fireworks)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Que baita, tremendo CD! Que cantora é Nuria Rial e que maravilhosa é a Austrian Baroque Company! As Neun deutsche Arien (Nove árias alemãs) foram escritas entre 1724 e 1727. São lindas árias aparentemente simples para uma voz solo, um instrumento melódico que o acompanha e um baixo contínuo. Até os títulos das árias revelam que Händel — famoso como criador de óperas e oratórios suntuosos — está disposto ao intimismo e ao espírito do pietismo primitivo. Do poeta hamburguês Barthold Heinrich Brockes, ele pega textos calmos e sensíveis que não eram nem do italiano do início da carreira nem do inglês que usaria no futuro. Eles foram são retirados da coleção de poesia de Brockes, Prazeres terrenos em Deus, que apareceu em 1721. Seu humor terno, frugal e despretensioso permitiu a Handel expressar na música íntima o mesmo domínio que demonstrou nas paixões palpitantes ou emoções virtuosísticas de outros trabalhos. Tanto a letra quanto o cenário de Händel são característicos da mudança do barroco, no sentido mais restrito, para a Era do Iluminismo: o homem descobre o traço de Deus na beleza independente da natureza e agradece a ele, Criador, com louvores, às vezes alegres, às vezes íntimos. As Nove árias alemãs incomuns permaneceriam isoladas no trabalho de Handel mesmo depois de 1727, pois logo o compositor voltou a formas mais tonitruantes. Mas fica clara uma coisa: que compositor foi Händel!

Já a redução da Música para os Reais Fogos de Artifício, apesar de estar muito abaixo das árias, é uma gracinha.

G. F. Händel (1685-1759): Süße Stille, sanfte Quelle

Neun deutsche Arien
1 Künft’Ger Zeiten, Eitler Kummer, HWV 202 7:02
2 Das Zitternde Glänzen Der Spielenden Wellen, HWV 203 5:24
3 Süsser Blumen Ambraflocken, HWV 204 7:45
4 Süße Stille, Sanfte Quelle, HWV 205 4:53
5 Singe, Seele, Gott Zum Preise, HWV 206 4:44
6 Meine Seele Hört Im Sehen, HWV 207 6:09
7 Die Ihr Aus Dunklen Grüften, HWV 208 4:39
8 In Den Angenehmen Büschen, HWV 209 3:21
9 Flammende Rose, Zierde Der Erden, HWV 210 6:04

Music For The Royal Fireworks, HWV 351
Arranged By [Chamber Version] – Michael Oman

10 Ouverture 7:17
11 Bourée 1:06
12 La Paix 3:55
13 La Réjouissance 2:24
14 Menuet 0:51
15 Bourée 0:55

Bassoon – Wolfgang Heiler
Cello – Balázs Máté
Conductor, Recorder – Michael Oman
Guitar, Lute – Daniel Oman
Guitar, Theorbo – Thomas C. Boysen*
Harpsichord, Organ – Jeremy Joseph (3)
Oboe – Paolo Grazzi
Organ – Martina Schobersberger
Soprano Vocals – Nuria Rial (tracks: 1 to 9)
Violin – Riccardo Minasi

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Nuria dando um rolê pela Adega Inebriante de Vinhos da PQP Bach Corporation

PQP

Cazzati / Grossi / Jacchini / Lazzari / Melani / Scarlatti / Stradella / Torelli / Vitali / Vivaldi: Music for Trumpets and Strings from the Italian Baroque

Cazzati / Grossi / Jacchini / Lazzari / Melani / Scarlatti / Stradella / Torelli / Vitali / Vivaldi: Music for Trumpets and Strings from the Italian Baroque

Um excelente disco do tempo em que Alison Balsom ainda não era a grande estrela que é hoje – com total merecimento. Até meados do século XVII, o trompete era essencialmente um instrumento cerimonial, tocado por soldados e atendentes da corte. Era normalmente utilizado em bandas de trompetes e bateria, nas quais fanfarras e músicas populares eram tocadas. No entanto, compositores alemães como Michael Praetorius e Heinrich Schütz começaram a experimentar o uso de trompetes em concertos por volta de 1620, e logo após 1650 os compositores começaram a escrever muitas peças para uma ou duas trombetas com órgão e com cordas e continuo. Este é o repertório que é explorado neste disco. Pensa-se normalmente que as primeiras sonatas da trompete foram escritas em Bolonha. E, com efeito, as primeiras sonatas de trompete impressas foram publicadas em 1665 por Maurizio Cazzati, maestro di capella em San Petronio, em Bolonha. No entanto, existem sonatas para trompete em manuscritos nas bibliotecas do norte da Europa que são mais antigas. Um exemplo disso é a sonata do compositor e cantor romano Alessandro Melani. Ela pode ser encontrada em manuscritos de Uppsala, na Suécia, provavelmente copiada nas décadas de 1680 ou 90, embora uma versão mais curta para uma única trombeta em um manuscrito de Oxford possa remontar à metade do século.

Music for Trumpets and Strings from the Italian Baroque

Sonata a 6 in D major[5’43] Ferdinando Lazzari (1678-1754)
1 Presto e spicco[1’58]
2 Grave[0’35]
3 Canzona[0’59]
4 Grave[0’31]
5 Presto[1’40]

6 Sonata a 4 in G minor ‘La sampiera'[3’36]Maurizio Cazzati (1620-1677)

Sonata a 5 in D major Op 3 No 10[5’29] Andrea Grossi (1680-1690)
7 Vivace[1’11]
8 Adagio[2’06]
9 Grave[0’59]
10 Presto[1’13]

Sonata a 5 in D major[4’08] Giuseppe Maria Jacchini (c1663-1727)
11 Grave – Allegro[1’08]
12 Grave[0’38]
13 Allegro[1’06]
14 Grave – Allegro[1’16]
15 Sonata in A minor ‘La sassatelli’ Op 5 No 10[3’06]Giovanni Vitali (1632-1692)

Sonata a 5 in C major[10’19] Alessandro Melani (1639-1703)
16 Adagio – Allegro[2’01]
17 Allegro[3’14]
18 Canzona – Grave[2’42]
19 Vivace[2’22]
20 Sonata in E minor Op 10 No 17[5’15]Giovanni Legrenzi (1626-1690)

Il barcheggio[6’01] Alessandro Stradella (1639-1682)

21 Sinfonia in D major Movement 1: [Allegro][0’56]
22 Sinfonia in D major Movement 2: Andante[2’13]
23 Sinfonia in D major Movement 3: Allegro ma non troppo[1’16]
24 Sinfonia in D major Movement 4: Allegro[1’36]

Sonata a 5 in D major G7[5’23] Giuseppe Torelli (1658-1709)
25 Grave – Allegro[1’02]
26 Adagio[1’26]
27 Allegro[1’11]
28 Grave – Allegro[1’44]

Sonata a 4 No 1 in F minor[5’46] Alessandro Scarlatti (1660-1725)
29 Grave[0’51]
30 Allegro[1’38]
31 Larghetto[2’09]
32 Allemanda[1’08]

Concerto in C major RV537[6’41] Antonio Vivaldi (1678-1741)
33 Vivace[2’52]
34 Largo[0’33]
35 Allegro[3’16]

Crispian Steele-Perkins (trumpet)
Alison Balsom (trumpet)
The Parley of Instruments

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Vocês pensam que Vermeer não gostava de trompete?

PQP

André Danican Philidor L’Aisné (c1652-1730): Recueil De Plusieurs Airs

André Danican Philidor L’Aisné (c1652-1730): Recueil De Plusieurs Airs

André Danican Philidor, o velho [em francês: l’aîné] foi um membro da família de músicos franceses Philidor, conhecido também como André Danican Philidor le père depois de 1709. Ele era um bibliotecário musical, instrumentista e compositor. É conhecido principalmente como organizador e o principal copista do que hoje é conhecido como partituras manuscritas da Coleção Philidor de barroco francês. Philidor l’aîné foi nomeado para um cargo anteriormente ocupado por seu tio, Michel Danican, nos fuzileiros navais de Cromornes et Trompettes em 1659. Ele tocou oboé nos mosqueteiros reais de 1667 a 1677. Aparece em libretos dos balés e óperas de Lully como instrumentista de sopros e percussão. Ele tocava 33 instrumentos (!!!), incluindo oboés, flautas, flautas doces, fagotes e todo tipo de percussão. Compôs peças ocasionais ao longo de sua carreira e começou a escrever para o palco (óperas-ballets) após a morte de Lully, em 1687.

André Danican Philidor L’Aisné (c1652-1730): Recueil De Plusieurs Airs

Musiques De L’Enfance Du Dauphin
1 Pavane Pour La Petite Guaire, Fait Pour Les Cornetz En 1601 (MS Philidor Pag. XXVI) 2:19
2 Gaillarde, En Suitte (MS Philidor Pag. XXVII) 1:46
3 Muzette “Ma Mignone” 1:31
4 Pavane Fait Au Mariage De Mr. Vandosme En 1609 (MS Philidor Pag. XVI) 2:38
5 Branle En Faubourdon (Fait En 1540) (MS Philidor Pag. XXXI) 0:36
6 Gaillarde En Suitte (MS Philidor Pag. XXXII) 0:34

Musiques Pour Le Sacre Du Roy Faites Le 17 Octobre 1610
7 Pavanne Pour Les Hautbois Fait Au Sacre Du Roy (MS Philidor Pag. XVIII) 1:33
8 2e Air En Suitte (MS Philidor Pag. XIX) 0:42
9 3e Air En Suitte (MS Philidor Pag. XX) 0:57

Musiques Pour Le Mariage Du Roy Louis XIII Faites En 1615
10 Pavanne Du Mariage De Louis XIII, 1615 (MS Philidor Pag. 120) 3:29
11 Bourée D’Avignonez (MS Philidor Pag. XXII) 1:59
12 Ballet A Cheval Pour Le Grand Carousel, Fait A La Place Royale Pour Le Mariage De Louis XIII, Joué Par Les Grands Hautbois, 1615 (MS Philidor Pag. 106) 0:59
13 2e Air En Suitte (MS Philidor Pag. 108) 0:36
14 3e Air En Suitte (MS Philidor Pag. 108) 0:17
15 4e Air En Suitte (MS Philidor Pag. 109) 0:53

Concert Donné A Louis XIII En 1627 Par Les 24 Viollons Et Les 12 Grands Hautbois
16 Les Ombres (MS Philidor Pag. 1) 3:13
17 2e. Air Pour Les Mesmes (MS Philidor Pag. 2) 1:34
18 Charivaris Pour Les Hautbois (MS Philidor Pag. 4) 0:50
19 Gavotte En Suite (MS Philidor Pag. 6) 0:41
20 Les Suisses, Air Pour Les Viollons (MS Philidor Pag. 9) 2:25
21 Les Suissesses (MS Philidor Pag. 11) 1:58
22 Les Gascons (MS Philidor Pag. 13) 2:36
23 Entrée De Mr. De Liancourt (MS Philidor Pag. 14) 1:51
24 Les Ballets De La Faiste (MS Philidor Pag. 15) 2:18
25 Les Nimphes De La Grenouillere (MS Philidor Pag. 17) 2:47
26 Les Bergers (MS Philidor Pag. 20) 2:32
27 Les Ameriquains (MS Philidor Pag. 22) 3:00

Les Musiques Royales De 1634 À 1650
28 Fanfare (Improv.) 0:39
29 Intrada – Gavotte – Sarabande, Vers 1648 (Cassel) 2:31
30 Charivaris Pour Les Hautbois, 1648 (Mr. Dumanoir) (MS Philidor Pag. 26) 1:18
31 Courante De La Reine D’Anglaterre, 1634 (MS Philidor Pag. 117) 2:23
32 Gavotte, Vers 1648 (Cassel) 1:06
33 Fantaisie “Les Pleurs D’Orphée”, 1648 (L. Rossi) (Cassel) 3:40
34 Libertas (MS Philidor Pag. 113) 1:55
35 Sarabandes & Tambourin (Cassel) 2:13
36 “A L’Impero D’Amore” (Sarabande Italienne) (MS Philidor Pag. 116)

Conductor [Direction] – Jordi Savall
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Concertmaster [Concertino] – Manfredo Kraemer (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Double Bass [Basses De Violon] – Bruno Cocset (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Claire Giardelli (tracks: 29, 32), Laura Folch (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Tamas Varga* (tracks: 29, 32)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Viola [Hautes-contre De Violon] – Angelo Bartoletti (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Giovanni de Rosa (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Judit Földes (tracks: 29, 32), Martin Barrera* (tracks: 29, 32), Natan Paruzel (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Viola da Gamba [Violes De Gambe] – Eunice Brandao (tracks: 33, 36), Sergi Casademunt (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Sophie Watillon (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Violin [Violons] – David Plantier (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Davide Amodio (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Isabel Serrano (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Lydia Cevidalli (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Mauro Lopes* (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Pablo Valetti (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Santi Aubert (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Sílvia Mondino* (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Violone – Richard Myron (tracks: 29,32), Xavier Puertas (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Bassoon [Bassons] – Barbara Sela* (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Claude Wassmer (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Jean-Noël Catrice (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Josep Borràs (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Concert Flute [Flûte Traversière] – Marc Hantaï (tracks: 5, 6)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Cornet – Jean-Pierre Canihac (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Marie Garnier* (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Musette – Jean-Christoph Maillard* (tracks: 3)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Oboe [Hautbois] – Alfredo Bernardini, Béatrice Delpierre, Marcel Ponseele (tracks: 3, 5, 6)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Sackbut [Sacqueboutes] – Daniel Lassalle (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Elies Hernándis (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Harry Ries (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Nicolas Vallade (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Stephan Legée* (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Trumpet [Trompettes] – Guy Ferber (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Roland Callmar (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19)
Ensemble [Ensemble Des Grands Hautbois 1634-1650], Bassoon [Bassons] – Claude Wassmer (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Josep Borràs (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35)
Ensemble [Ensemble Des Grands Hautbois 1634-1650], Flute [Flûtes Traversières] – Charles Zebley (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Marc Hantaï (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35)
Ensemble [Ensemble Des Grands Hautbois 1634-1650], Oboe [Hautbois] – Alessandro Pique (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Ann Vanlancher* (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Marcel Ponseele (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Paolo Grazzi (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Taka Kitazato (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35)
Ensemble [Ensemble Des Grands Hautbois 1634-1650], Trumpet [Trompettes] – Jean-Marc Imbert* (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Stephen Keavy (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35)
Ensemble [Les Basses Continues Et Percussions 1601-1650], Guitar, Theorbo [Théorbe] – Rolf Lislevand (tracks: 3, 5, 6, 29, 35), Xavier Díaz*
Ensemble [Les Basses Continues Et Percussions 1601-1650], Harpsichord [Clavecin], Organ [Organo Di Legno] – Carlos García Bernal*, Luca Guglielmi, Michael Behringer
Ensemble [Les Basses Continues Et Percussions 1601-1650], Percussion – Marc Clos (tracks: 1, 2, 4, 7 to 9, 10 to 15), Michèle Claude (tracks: 28, 29, 35), Pedro Estevan
Ensemble [Les Basses Continues Et Percussions 1601-1650], Theorbo [Théorbes] – Eduardo Egüez, Mathias Spaeter*
Ensemble, Orchestra – Le Concert Des Nations

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André Danican Philidor em quadro da Pinacoteca PQP Bach

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Oratório de Natal (Weihnachts-Oratorium / Christmas Oratorio) (Jacobs)

J. S. Bach (1685-1750): Oratório de Natal (Weihnachts-Oratorium / Christmas Oratorio) (Jacobs)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O Natal está chegando e já estou montando uma árvore em meu coração para abrigar meus amigos e presentes, principalmente os últimos. Esta data — que é uma verdadeira e bela conspiração de amor — sempre me deixa, bem , muito irritado…

Até porque o Natal é uma festa de origem pagã que nos foi roubada pelos religiosos. A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. No hemisfério norte, o solstício de inverno era comemorado por marcar a noite mais longa do ano. No dia seguinte, ela seria paulatinamente mais curta, encaminhando o final do período ruim para as lavouras. Então, no solstício de inverno era festejada a melhoria das perspectivas. Era um tempo em que o homem deixava de ser caçador errante e começava a dominar a agricultura; então a volta dos dias mais longos significava a certeza de novas colheitas no ano seguinte. Na Mesopotâmia a celebração era enorme, com mais de dez dias de festa. Já os gregos cultuavam Dionísio no solstício, o deus do vinho e do prazer. Na China, as homenagens representavam a harmonia da natureza. Os povos antigos que habitavam a atual Grã-Bretanha criaram Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano. Então, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus propôs à Igreja a fixação do nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro. Aceita a proposta, a partir do século IV o Solis Invictus começou sua mutação. Ficou convencionado que Jesus nascera em 25 de dezembro e que as celebrações eram em sua honra. Ora, e meu pai caiu nessa.

Mas tergiverso.

Meus amigos, que Cantatas, que gravação, que belo trabalho de Jacobs com a Akademie für alte Musik Berlin. Quando digo que são Cantatas, não estou fazendo uma figura de linguagem: o Oratório de Natal foi escrito para o 25 de dezembro de 1734. Talvez por falta de tempo — o que era raro em Bach — , o compositor juntou algumas de suas Cantatas,  inclusive a música de três cantatas seculares (profanas), escritas entre 1733 e 1734, e a de uma cantata extraviada por meu irmão mais velho, aquele puto, que seria a BWV 248a.

Então, o oratório tem seis partes, sendo cada uma delas destinadas a apresentação em um dia das festas principais do período natalino. Modernamente, a peça é geralmente apresentada como um todo, ou dividida em duas partes iguais. A duração total da obra é aproximadamente três horas. De modo similar aos outros oratórios, um tenor Evangelista narra a história. A primeira parte (para o dia de Natal) descreve o nascimento de Jesus; a segunda (para o dia 26 de dezembro), a anunciação aos pastores; a terceira (para 27 de dezembro), a adoração dos pastores; a quarta (para o Ano Novo), a circuncisão (ui!) de Jesus; a quinta (para o domingo após o Ano Novo), a jornada dos Reis Magos, e a sexta (para a Epifania), a adoração dos Reis Magos.

J. S. Bach (1685-1750): Oratório de Natal

Weihnachts-Oratorium; BWV 248

Erster Teil / Am Ersten Weihnachtstag
1-1 1. Chor: Jauchzet, Frohlocket, Auf, Preiset Die Tage 7:31
1-2 2. Rezitativ – Evangelist: Es Begab Sich Aber Zu Der Zeit 1:19
1-3 3. Rezitativ – Alt: Nun Wird Mein Liebster Bräutigam 0:58
1-4 4. Arie – Alt: Bereite Dich, Zion, Mit Zärtlichen Trieben 4:48
1-5 5. Choral: Wie Soll Ich Dich Empfangen 1:41
1-6 6. Rezitativ – Evangelist: Und Sie Gebar Ihren Ersten Sohn 0:25
1-7 7. Choral – Sopran: Er Ist Auf Erden Kommen Arm / Rezitativ – Bass: Wer Will Die Liebe Recht Erhöhn 3:19
1-8 8. Arie – Bass: Großer Herr Und Starker König 4:51
1-9 9. Choral: Ach Mein Herzliebes Jesulein 1:22

Zweiter Teil / Am Zweiten Weihnachtstag
1-10 10. Sinfonia 7:48
1-11 11. Rezitaitv – Evangelist: Und Es Waren Hirten In Derselben Gegend 0:39
1-12 12. Choral: Brich An, O Schönes Morgenlicht 1:30
1-13 13. Rezitativ – Evangelist: Und Der Engel Sprach Zu Ihren / Engel: Fürchtet Euch Nicht 0:42
1-14 14. Rezitativ – Bass: Was Gott Dem Abraham Verheißen 0:38
1-15 15. Arie – Tenor: Forhe Hirten, Eilt, Acht Eilet 3:24
1-16 16. Rezitativ -Engel: Und Das Habt Zum Zeichen 0:20
1-17 17. Choral: Schaut Hin, Dort Liegt Im Finstern Stall 0:55
1-18 18. Rezitativ – Bass: So Geht Denn Hin, Ihr Hirten, Geht 0:51
1-19 19. Arie – Alt: Schlafe, Mein Liebster, Genieße Der Ruh 10:14
1-20 20. Rezitativ – Evangelist: Und Alsobald War Da Bei Dem Engel 0:14
1-21 21. Chor: Ehre Sei Gott In Der Höhe 2:19
1-22 22. Rezitativ – Bass: So Recht, Ihr Engel, Jauchzet Und Singet 0:23
1-23 23. Choral: Wir Singen Dir In Deinem Heer 1:52

Dritter Teil / Am Dritten Weihnachtstag
1-24 24. Chor: Herrscher Des Himmels, Erhöre Das Lallen 1:46
1-25 25. Rezitativ – Evangelist: Und Da Die Engel Von Ihnen Gen Himmel Fuhren 0:09
1-26 26. Chor: Lasset Uns Nun Gehen Gen Bethlehem 0:40
1-27 27. Rezitativ – Bass: Er Hat Sein Volk Getröst 0:36
1-28 28. Choral: Dies Hat Er Alles Uns Getan 0:56
1-29 29. Duett – Sopran, Bass: Herr, Dein Mitleid, Dein Erbarmen 7:04
1-30 30. Rezitativ – Evangelist: Und Sie Kamen Eilend Und Fanden Beide 1:24
1-31 31. Aire – Alt: Schließe, Mein Herze, Dies Selige Wunder 4:54
1-32 32. Rezitativ – Alt: Ja, Ja, Mein Herz Soll Es Bewahren 0:24
1-33 33. Choral: Ich Will Dich Mit Fleiß Bewahren 1:09
2-1 34. Rezitativ – Evangelist: Und Die Hirten Kehrten Wieder Um 0:25
2-2 35. Choral: Seid Froh 1:02
2-3 Chor (Da Capo Nr. 24): Herrscher Des Himmels, Erhöre Das Lallen 1:47

Vierter Teil / Am Fest Der Beschneidung
2-4 36. Chor: Fallt Mit Danken, Fallt Mit Loben 5:01
2-5 37. Rezitativ – Evangelist: Und Da Acht Tage Um Waren 0:28
2-6 38. Rezitativ – Bass: Immanuel, O Süßes Wort! / Choral – Sopran: Jesu, Du Mein Liebstes Leben 2:34
2-7 39. Arie – Sopran, Echo: Flößt, Mein Heiland, Flößt Dein Namen 5:34
2-8 40. Rezitativ – Bass: Wohlan, Dein Name Soll Allein / Choral – Sopran: Jesu, Mein Freud Und Wonne 1:44
2-9 41. Arie – Tenor: Ich Will Nur Dir Zu Ehren Leben 4:28
2-10 42. Choral: Jesus Richte Mein Beginnen 2:34

Fünfter Teil / Am Sonntag Nach Neujahr
2-11 43. Chor: Ehre Sei Dir, Gott, Gesungen 6:03
2-12 44. Rezitativ – Evangelist: Da Jesus Geboren War Zu Bethlehem 0:22
2-13 45. Chor: Wo Ist Der Neugeborne König Der Juden? / Rezitativ – Alt: Sucht Ihn In Meiner Brust 1:41
2-14 46. Choral: Dein Glanz All Finsternis Verzehrt 1:05
2-15 47. Arie – Bass: Erleucht Auch Meine Finstre Sinnen 4:29
2-16 48. Rezitativ – Evangelist: Da Das Der König Herodes Hörte 0:09
2-17 49. Rezitativ – Alt: Warum Wolt Ihr Erschrecken? 0:34
2-18 50. Rezitaitv – Evangelist: Und Ließ Versammlen Alle Hohenpriester 1:12
2-19 51. Terzett – Sopran, Alt, Tenor: Ach, Wenn Wird Die Zeit Erscheinen? 5:59
2-20 52. Rezitativ – Alt: Mein Liebster Herrschet Schon 0:29
2-21 53. Choral: Zwar Ist Solche Herzensstube 1:13

Sechster Teil / Am Epiphaniasfest
2-22 54. Chor: Herr, Wen Die Stolzen Feinde Schnauben 5:12
2-23 55. Rezitativ – Evangelist: Da Berief Herodes Die Weisen Heimlich / Rezitativ – Herodes: Ziehet Hin Und Forschet Fleißig Nach Dem Kindlein 0:42
2-24 56. Rezitativ – Sopran: Du Falscher, Suche Nur Den Herrn Zu Fällen 0:50
2-25 57. Arie – Sopran: Nur Ein Wink Von Seinen Händen 4:15
2-26 58. Rezitativ – Evangelist: Als Sie Nun Den König Gehöret Hatten 1:14
2-27 59. Choral: Ich Steh An Deiner Krippen Hier 1:45
2-28 60. Rezitativ – Evangelist: Und Gott Befahl Ihnen Im Traum 0:23
2-29 61. Rezitativ – Tenor: So Geht! Genug, Mein Schatz Geht Nicht Von Hier 1:54
2-30 62. Arie – Tenor: Nun Mögt Ihr Stolzen Feinde Schrecken 4:17
2-31 63. Rezitativ – Sopran, Alt, Tenor, Bass: Was Will Der Höllen Schrecken Nun 0:51
2-32 64. Choral: Nun Seid Ihr Wohl Gerochen 3:36

Dorothea Röschmann: soprano
Andreas Scholl: alto
Werner Güra: tenor
Klaus Häger: bass

René Jacobs (cond.)
RIAS-Kammerchor
Akademie für alte Musik Berlin

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René Jacobs, gênio total
René Jacobs, gênio total

PQP

.: interlúdio :. Cyminology: Saburi (2011)

.: interlúdio :. Cyminology: Saburi (2011)

Este é um daqueles discos típicos de jazz da ECM / Manfred Eicher — bonito, com som espetacular e contemplativo. Há um amigo que chama este tipo de jazz de “Te vejo lá na esquina em 5 min”. Quem conhece sabe que a ironia é válida, pois estes sons claros, free, seguros e familiares estão conosco há meio século. Aqui há também uma voz feminina. Ela se chama Cymin Samawatie, uma moça de origem iraniana que vive em Berlim. Ao lado de um trio formado pelo pianista Benedikt Jahnel, baixista Ralf Schwarz e baterista Ketan Bhatti, Cymin traz de volta uma clássica configuração de jazz de câmara, sempre muito apreciada no jazz moderno. Saburi, em persa moderno, significa “paciência”). Um disco melodioso, eufônico e muito bom.

Cyminologu: Saburi (2011)

1. Sibaai
2. Saburi
3. Shakibaai
4. Norma
5. As maa
6. Nemibinam
7. Hedije
8. Hawaa

Saburi:
Cymin Samawatie (vocals)
Benedikt Jahnel (piano)
Ralf Schwarz (doublebass)
Ketan Bhatti (drums percussion)

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O Saburi

PQP

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Cantatas Barrocas Alemãs (Vol. 7)

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Cantatas Barrocas Alemãs (Vol. 7)

Aos poucos, a gente vai completando (ou não) esta série. O que interessam são os bons discos que ela possui e não tê-la por inteiro. E este é excelente. Buxtehude foi um dos ídolos de Bach e aqui os motivos de sua admiração estão mais do que claros. Buxtehude — nascido provavelmente em Helsingborg e falecido em Lübeck — foi um compositor e organista teuto-dinamarquês do período barroco. Apesar de nascido na cidade de Helsingborg, na época pertencente à Dinamarca (hoje território sueco), Buxtehude era de ascendência alemã e é considerado um dos representantes mais importantes do período barroco alemão. Seu pai, organista e mestre de escola em Bad Oldesloe, mudou-se para Hälsingburg, na Suécia, quando Buxtehude tinha um ano de idade. Seu pai, também seu único professor de música por toda a vida, depois mudou-se para Helsingor, na Dinamarca, onde morreu em 1674. Esta foi a cidade na qual Buxtehude cursou a Lateinschule. Buxtehude assumiu a função do pai, de organista na igreja em Hälsingburg em 1658 e, em 1660, foi para Helsingor, e, posteriormente, para Lübeck, na Alemanha, onde foi nomeado Werkmeister (gerente geral) e organista da Marienkirche em 11 de abril de 1668, após concorrido concurso para um dos cargos mais cobiçados do norte do país. Casou, em agosto desse ano, com Anna Margarethe Tunder, filha de Franz Tunder, seu antecessor nesta igreja. Esse era o costume da época, no qual o sucessor do organista da igreja deveria se casar com a filha do seu antecessor. A partir daí, e nos 40 anos seguintes, Buxtehude entraria na parte mais prolífica de sua carreira, principalmente considerando que sua obra era praticamente nula até então. Ele tentou passar sua filha para Bach, que FUGIU dela. Buxtehude ganhou prestígio com a retomada da tradição dos Abendmusik, que eram saraus vespertinos organizados na igreja, idealizados por seu antecessor inicialmente apenas como entretenimento para os homens de negócios da cidade, previstos para ocorrerem em cinco domingos por ano, precedendo o Natal. Mas Buxtehude ampliou grandemente o escopo destes saraus e para eles compôs algumas de suas melhores obras, em forma de cantata, das quais se preservam cerca de 120 em manuscrito, com textos retirados da Bíblia, dos corais da tradição Protestante e mesmo da poesia secular. Também dedicou-se a outros gêneros, como solos para órgão (variações corais, canzonas, toccatas, prelúdios e fugas) e os concertos sacros. Todos os oratórios se perderam, mas guardam-se os registros de que existiram. Em diversas ocasiões, foi visitado por compositores promissores da época, como Georg Friedrich Händel e Johann Mattheson, que o procuravam principalmente quanto à sua fama de organista. De todas as visitas, a mais notável foi a de Johann Sebastian Bach, grande admirador de sua obra. Bach prorrogou a estada inicialmente planejada de quatro semanas para quatro meses. Buxtehude, a despeito da importância para a música alemã e de sua origem também alemã (a família era de Buxtehude, uma cidade a sudoeste de Hamburgo), sempre se considerou dinamarquês.

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Cantatas Barrocas Alemãs (Vol. 7)

1 O Clemens, O Mitis, O Coelestis Pater 7:57
2 An Filius Non Est Dei 13:09
3 Mein Herz Ist Bereit 7:54
4 Drei Schöne Dinge Sind 10:49
5 Quemadmodum Desiderat Cervus
Organ – Robert Kohnen
6:26
6 Ich Bin Eine Blume Zu Saron 8:26
7 Erbarm Dich Mein, O Herre Gott 18:42

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Alegoria da Amizade, de Johannes Voorhout, 1674. Buxtehude está ali sentado com a viola da gamba, atrás do cravista.

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Prelúdios e Fugas, Op. 87 – Alexander Melnikov

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Prelúdios e Fugas, Op. 87 – Alexander Melnikov

POSTAGEM ORIGINAL DE PQP BACH EM 11/9/2013, LINKS REATIVADOS POR VASSILY EM 19/12/2019

Nota de Vassily: mais uma interpretação desse monumento da literatura pianística do século XX, desta feita pelo discreto – e EXCELENTE – Alexander Melnikov. De todas as interpretações que conheço, e estamos quase a completar a lista delas aqui no PQP, esta é a que mais cresce em meu gosto cada vez que a revisito.

Falando em lista, olhem ela aqui:

Konstantin Scherbakov

Vladimir Ashkenazy

Tatiana Nikolayeva, em três versões: a primeira (1961), a segunda (1987) e  a derradeira (1990)

Keith Jarrett

Peter Donohoe

Alexander Melnikov

BÔNUS: DVD sobre Nikolayeva com uma integral do Op. 87 de Shosta

Quase lá!

Vassily

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Creio que esta seja a terceira integral desta grande obra de Shostakovich que publico. A primeira foi a de Scherbakov, depois veio a de Nikolayeva e agora a de Melnikov. Todas são excelentes — talvez a de Nikolayeva vença — , mas o que interessa é que o Op. 87 é uma composição incontornável de nosso amigo Shosta. Abaixo, para dar uma contextualizada, copio o início de um trabalho acadêmico sobre a obra encontrado na internet.

Para compreendermos o contexto o compositor russo Dmitri Shostakovich compôs os 24 Prelúdios e Fugas, Op.87 (1950) devemos voltar alguns anos no tempo. Em 1942, Shostakovich (1906-1975) estreou da sua Sétima Sinfonia, Op. 60, a qual obteve grande sucesso, tendo sido aclamada como um ícone da resistência das tropas russas contra o cerco nazista em Leningrado (FANNING & FAY, 2009). Logo após este sucesso, o compositor viu sua Oitava Sinfonia, Op. 65, ser duramente criticada. Afirmava-se que Shostakovich havia composto uma “sinfonia otimista (a sétima) quando o país estava sob uma terrível ameaça e agora uma pessimista (a oitava) quando a vitória estava à vista.” (FANNING & FAY, 2009, pg. 1). A partir deste episódio, gradativamente as críticas à sua obra foram ficando ainda mais duras. Havia a expectativa de que sua Nona Sinfonia, Op. 70 (1945) fosse uma sinfonia triunfal em comemoração à vitória soviética sobre os alemães. A obra, estreada no pós-guerra, não atendeu às estas expectativas do Estado, o que resultou em um artigo condenatório publicado no jornal Pravda em 1948, que veio a ser um duro golpe na sua carreira. Como consequência, Shostakovich compôs pouco nos cinco anos seguintes (BRYNER, 2004). A pouca produção de composições foi acompanhada da tarefa a ele delegada de representar a União Soviética em congressos internacionais ao redor do mundo (FANNING & FAY, 2009).

Como o compositor russo mais conhecido no exterior, Shostakovich era o espelho da música russa para o Ocidente, mesmo sendo censurado dentro de seu próprio país. Apesar deste paradoxo, estes eventos foram importantes para sua reabilitação artística (BRYNER, 2004).

No ano de 1950, o compositor foi convidado para participar como jurado de um concurso de piano em um evento, na então Alemanha Oriental, em homenagem ao bicentenário da morte de J. S. Bach. O compositor ficou muito impressionado com a pianista russa Tatiana Nikolayeva, que venceu o concurso, e decidiu ele próprio compor um conjunto de prelúdios de fugas em todas as tonalidades (assim como o Cravo Bem Temperado de J. S. Bach), o qual Shostakovich dedicou à pianista (SEO, 2003). Ele compôs esta obra entre outubro de 1950 e fevereiro de 1951.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Prelúdios e Fugas, Op. 87

Disc: 1
1. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 1 in C major. Moderato
2. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 1 in C major. Moderato (4-voice)
3. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 2 in A minor. Allegro
4. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 2 in A minor. Allegretto (3-voice)
5. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 3 in G major. Moderato non troppo
6. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 3 in G major. Allegro molto (3-voice)
7. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 4 in E minor. Andante
8. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 4 in E minor. Adagio (4-voice double fugue)
9. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 5 in D major. Allegretto
10. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 5 in D major. Allegretto (3-voice)
11. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 6 in B minor. Allegretto
12. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 6 in B minor. Moderato (4-voice)
13. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 7 in A major. Allegro poco moderato
14. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 7 in A major. Allegretto (3-voice)
15. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 8 in F sharp minor. Allegretto
16. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 8 in F sharp minor. Andante (3-voice)
17. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 9 in E major. Moderato non troppo
18. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 9 in E major. Allegro (2-voice)
19. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 10 in C sharp minor. Allegro
20. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 10 in C sharp minor. Moderato (4-voice)
21. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 11 in B major. Allegro
22. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 11 in B major. Allegro (3-voice)
23. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 12 in G sharp minor. Andante
24. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 12 in G sharp minor. Allegro (4-voice)

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Disc: 2
1. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 13 in F sharp minor. Moderato con moto
2. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 13 in F sharp minor. Adagio (5-voice)
3. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 14 in E flat minor. Adagio
4. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 14 in E flat minor. Allegro non troppo (3-voice)
5. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 15 in D flat major. Allegretto
6. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 15 in D flat major. Allegro molto (4-voice)
7. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 16 in B flat minor. Andante
8. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 16 in B flat minor. Adagio (3-voice)
9. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 17 in A flat major. Allegretto
10. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 17 in A flat major. Allegretto (4-voice)
11. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 18 in F minor. Moderato
12. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 18 in F minor. Moderato con moto (4-voice)
13. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 19 in E flat major. Allegretto
14. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 19 in E flat major. Moderato con moto (3-voice)
15. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 20 in C minor.
16. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 20 in C minor. Moderato (4-voice)
17. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 21 in B flat major. Allegro
18. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 21 in B flat major. Allegro non troppo (3-voice)
19. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 22 in G minor. Moderato non troppo
20. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 22 in G minor. Moderato (4-voice)
21. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 23 in F major. Adagio
22. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 23 in F major. Moderato con moto
23. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Prelude No. 24 in D minor. Andante
24. Preludes & Fugues (24), for piano, Op. 87: Fugue No. 24 in D minor. Moderato (4-voice double fugue)

Alexander Melnikov, piano

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Os amigos Shosta e Britten.
Os amigos Shosta e Britten.

PQP

Shostakovich: DVD dos 24 Prelúdios e Fugas com Tatiana Nikolayeva

MI0001172234POSTADO POR PQP BACH EM 18/10/2010, REVALIDADO POR VASSILY EM 29/8/2015 E 18/12/2019

Que seria de nosso blogue sem os leitores-ouvintes? Como se não bastasse serem a própria razão por que existimos, recebendo a música que polinizamos pela blogosfera e contribuindo com o influxo de comentários, volta e meia ainda nos ajudam a aumentar ou (como é o caso) restaurar o acervo do PQP Bach.

Este excelente DVD com a integral do Op. 87 por Tatiana Nikolayeva já tinha sido disponibilizada pelo leitor Rafael Pascini, mas foi tragada pelo desabamento do Megaupload. Graças a um outro leitor, o Angelo, o DVD volta para a alegria dos fãs desse monumento musical do século XX.

Cadê a lista, aquela?

Konstantin Scherbakov

Vladimir Ashkenazy

Tatiana Nikolayeva, em três versões: a primeira (1961), a segunda (1987) e  a derradeira (1990)

Keith Jarrett

Peter Donohoe

Aleksander Melnikov

BÔNUS: DVD sobre Nikolayeva com uma integral do Op. 87 de Shosta

Uma salva de palmas para o Angelo, gurizada!

Vassily

POSTAGEM ORIGINAL DE PQP BACH EM 18/10/2015

Texto e uploads: Rafael Pascini (deixado nos comentários deste blog).

O ciclo de 24 prelúdios e fugas de Shostakovich sempre ocupou um lugar especial no repertório de Tatiana Nikolayeva. Ela inspirou e estreou a obra em Leningrado em 1952 e também foi a última peça que ela apresentou no palco antes de sua morte prematura em 1993. O longa amizade entre o compositor e a intérprete começou quando, aos 26 anos de idade, Nikolayeva ganhou o primeiro prêmio no Concurso Internacional de Piano Bach em 1950 na cidade de Leipzig, organizada para o bicentenário da morte compositor alemão. Como um membro do júri, Shostakovich ficou imensamente impressionado com sua maneira de tocar. Inspirado pela experiência, ele retornou a Moscou para compor o seu próprio conjunto de Prelúdios e Fugas de 10 de outubro de 1950 a 25 de Fevereiro de 1951. Nikolayeva testemunhou o processo criativo. Tomando apenas um ou dois dias para completar cada prelúdio e fuga novos, Shostakovich pedia-lhe para vir repetidamente ao seu apartamento em Moscou, onde tocava para Nikolayeva as peças que ele tinha acabado de compor.

Classic Archive
Tatiana Nikolayeva Dmitri Shostakovich: 24 Preludes and Fugues, Op. 87 (complete)
Tatiana Nikolayeva, piano
Broadcast 21-30 December 1992, BBC Archives

Bonus:
Documentary: Tatiana Nikolayeva plays Dmitri Shostakovich

Language (bonus): Russian
Subtitle (bonus): English
Running time: 150 minutes (concert) + 14 mins (bonus)

Parte/Part 1: BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE
Parte/Part 2: BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE
Extras/Bonus: BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As 9 Sinfonias — Andris Nelsons #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As 9 Sinfonias — Andris Nelsons #BTHVN250

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Hoje são comemorados os 249 anos de nascimento de Beethoven. No ano que vem… Bom, vocês sabem.

Andris Nelsons (1978) é um jovem maestro letão. Atualmente, ele é o diretor musical da Orquestra Sinfônica de Boston e da Gewandhaus Orchestra de Leipzig. Também já foi chefe da respeitadíssima City of Birmingham Symphony Orchestra (CBSO). É uma estrela em plena ascensão e a Deutsche Grammophon já o contratou para gravar integrais das Sinfonias de Bruckner (Gewandhaus), de Shostakovich (Boston) e de Beethoven (com a Filarmônica de Viena).  As duas primeiras séries ainda estão sendo gravadas, mas a de Beethoven foi lançada neste mês.

E que esplêndido trabalho Nelsons fez com os filarmônicos de Viena! Um Beethoven forte e redondo, escandaloso e alegre, porém jamais, mas jamais mesmo, grosso. Certo pessoal do século XX achava que para tocar Beethoven, em certos trechos mais agitados, era só dar ênfase e berrar que estava bom. Era tudo muito emocional. Isso é ignorar a cultura. Beethoven foi um enorme artista de transição do classicismo para o romantismo. Se este é um dos fatores que o torna tão grande, também nos obriga a abordá-lo com conhecimento.

E Nelsons, com fraseados muito trabalhados, vai pelo outro lado e mata a questão com classe. E a Filarmônica de Viena fala beethoveniano, respira Beethoven. Creio que Nelsons deva ter ouvido muito os músicos da orquestra. Sei que se trata de um homem profundamente sensível e inteligente, conheço músicos que trabalham com ele. Sei das surpresas que apronta e que costuma dialogar com os músicos das orquestras que dirige.

O desenho do primeiro movimento da Eroica é quase erótico com a mágica das passagens da melodia de um instrumento para outro. Isso se repete a cada sinfonia, sublinhando a qualidade da orquestração. Raramente ouvi coisa mais natural, fluida e perfeita. E a sonoridade nem se fala.

Bem, ouvi as 4 primeiras sinfonias de Beethoven com Nelsons de enfiada. E vou completando o texto enquanto ouço tudinho. As duas primeiras — que jamais chamaram minha atenção — cresceram muito. A Eroica está sensacional, apesar de certas alegres liberdades tomadas na Marcha Fúnebre. A 4ª nem se fala. Mas logo voltei à Eroica (3ª), que está anormal de tão boa. Depois fui para uma excelente 5ª, cheia de sinuosidades e plena de tradição no terceiro movimento. Mas parece que Nelsons se dá melhor na delicadeza, pois sua 6ª é um primor, uma campeã.

Não, me enganei, sua sétima — com a sucessão fantástica de danças e o rock pauleira do último movimento — está sensacional!

(Comecei a frequentar os concertos de música erudita com a idade de 4 ou 5 anos. Meu pai me levava. Ele disse que, por uns 5 anos, eu sistematicamente dormia após dez minutos. Ele queria saber quando eu pararia com aquilo, ainda mais porque eu dizia que gostava de ir… Certamente gostava era da companhia dele, claro.

Mas houve um dia em que eu passei a não mais dormir. Foi quando assisti uma 7ª Sinfonia de Beethoven regida por Pablo Kómlos. Aquilo era enlouquecedor. Uma sucessão de agitadas danças com aquele Alegretto (uma Pavana) no meio.

Ouvi hoje a 7ª e, pela enésima vez… Toda aquela primeira impressão permanece viva. Eu sou o mesmo, de certa forma. De certa forma bem distorcida.)

A oitava está menos haydniana do que o costume e mais parruda. A nona se vem dentro do padrão de alta qualidade do restante. Adorei.

A DG rouba sempre a cena quando o assunto é Beethoven, né?

E Nelsons, contrariamente àquela outra grande estrela da DG no século XX, está mais pela música do que pelo negócio. Isto é muito claro.

E, para deixar claro, QUE NOTÁVEL ORQUESTRA É A FILARMÔNICA DE VIENA. Não creio que possa haver algo melhor atualmente!

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As 9 Sinfonias — Andris Nelsons

Symphony No. 1 in C Major, Op. 21
1. Adagio molto – Allegro con brio 9:45
2. Andante cantabile con moto 8:46
3. Menuetto (Allegro molto e vivace) 3:24
4. Finale (Adagio – Allegro molto e vivace) 5:55

Symphony No. 2 in D Major, Op. 36
5. Adagio molto – Allegro con brio 12:30
6. Larghetto 12:04
7. Scherzo (Allegro) 3:34
8. 4. Allegro molto 6:18

Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 55 “Eroica”
9. Allegro con brio 17:40
10. Marcia funèbre (Adagio assai) 16:34
11. Scherzo (Allegro vivace) 5:53
12 Finale (Allegro molto) 12:19

Symphony No. 4 in B-Flat Major, Op. 60
13. Adagio – Allegro vivace 11:30
14. Adagio 10:16
15. Allegro vivace 5:38
16. Allegro ma non troppo 6:54

Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67
17. Allegro con brio 7:42
18. Andante con moto 10:35
19. Allegro 5:14
20. Allegro 11:12

Symphony No. 6 in F Major, Op. 68 “Pastoral”
21. Erwachen heiterer Empfindungen bei der Ankunft auf dem Lande (Allegro ma non troppo) 9:45
22. Szene am Bach (Andante molto mosso) 12:20
23. Lustiges Zusammensein der Landleute (Allegro) 5:08
24. Gewitter, Sturm (Allegro) 3:38
25. Hirtengesang. Frohe und dankbare Gefühle nach dem Sturm (Allegretto) 10:05

Symphony No. 7 in A Major, Op. 92
26. Poco sostenuto – Vivace 11:50
27. Allegretto 8:59
28. Presto – Assai meno presto 8:38
29. Allegro con brio 6:49

Symphony No. 8 in F Major, Op. 93
30. Allegro vivace e con brio 9:52
31. Allegretto scherzando 4:25
32. Tempo di menuetto 4:40
33. Allegro vivace 7:32

Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125 “Choral”
34. Allegro ma non troppo, un poco maestoso 16:42
35. 2. Molto vivace 11:59
36. Adagio molto e cantabile 16:00
37. Finale. Presto 2:53
38. Allegro assai 3:50
39. Presto – Recitativo “O Freunde, nicht diese Töne!” 3:35
40. Allegro assai vivace (alla Marcia) 3:59
41. Andante maestoso 3:17
42. Allegro energico e sempre ben marcato 2:10
43. Allegro ma non tanto 2:16
44. Poco allegro, stringendo il tempo, sempre più allegro – Presto 1:43

Camilla Nylund
Gerhild Romberger
Klaus Florian Vogt
Johannes Prinz
Georg Zeppenfeld
Wiener Singverein
Wiener Philharmoniker
Andris Nelsons

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Nelsons com alguns filarmônicos de Viena.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para violino in D major, Op. 61 / Romances Op. 50 e 61

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para violino in D major, Op. 61 / Romances Op. 50 e 61

Depois da estranha e, digamos, talvez abusiva interpretação de Kremer + Harnoncourt, depois da espetacular nova visita de Tezlaff ao concerto de Beethoven, ainda melhor do que esta, mostramos a excelente versão anterior do violinista para o concerto. Na Amazon, este disco recebeu a nota máxima de dez avaliadores e não é para menos, basta ouvi-lo. Aliás, a nova versão também. Gosto muito do Op. 61 e esta é uma das melhores gravações que conheço. É inteligente, criativa e elegante dentro de um estilo mais clássico do que romântico. Versão alegre, franca e muito bem interpretada por solista e orquestra.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para violino in D major, Op. 61 / Romances Op. 50 e 61

Concerto para violino em D major, Op. 61
01. I. Allegro ma non troppo
02. II. Larghetto
03. III. Rondo

Romance para violino e orquestra em G major, op. 40
04. I. Adagio – Allegro con brio

Romance para violino e orquestra em F major, op. 50
05. Adagio cantabile

Christian Tetzlaff, violino
Tonhalle Orchestra Zurich
David Zinman, regente

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Agora sim uma gravação decente do meu Concerto para Violino

PQP

Francesco Durante (1684-1755): Lamentationes Jeremiae Prophetae

Francesco Durante (1684-1755): Lamentationes Jeremiae Prophetae

Um belo disco com obras sacras do napolitano Durante. Embora hoje em dia seu nome não seja tão conhecido como o de outros compositores italianos de seu tempo, Francesco Durante foi considerado, nos séculos XVII e XVIII, uma das figuras mais importantes e representativas da cena musical europeia. Ele estudou em diversos conservatórios europeus e foi aluno de Alessandro Scarlatti, chegando a sucedê-lo no cargo de Primeiro Mestre em Sant’ Onofrio, permanecendo até 1742. Durante também trabalhou como líder no Conservatorio di Santa Maria di Loreto, cargo que antes era ocupado por Nicola Porpora. Francesco Durante era maestro, instrumentista e compositor, mas a sua maior contribuição na música foi como professor, tendo entre seus pupilos grandes nomes da música barroca, como Niccolò Jommelli, Giovanni Battista Pergolesi e Niccolò Piccinni. Praticamente todo o catálogo musical de Francesco Durante é voltado para obras vocais sacras. Ele foi considerado, em sua época, um dos melhores compositores para a Igreja, mas também chegou a escrever importantes obras instrumentais, como a sua série de concertos que, hoje em dia, é amplamente gravada e apreciada.

Francesco Durante (1684-1755): Lamentationes Jeremiae Prophetae

Lectio Prima in Feria Sexta Parasceve for soprano, Flutes, horns, Violins, Viola, and continuo
1 Largo: De lamentatione 03:45
2 Andante: Misericordiae Domini 02:19
3 Tempo giusto: Heth. Novi diluculo 04:12
4 Andante: Teth. Bonus est 03:36
5 Recitativo: Iod. Sedebit solitarius 00:56
6 Largo assai: Iod 00:55
7 Andante: Dabit percutienti 01:57
8 Largo: Jerusalem, convertere 04:46

Lectio Secunda in Feria Sexta Parasceve for soprano, Alto, Violins, Viola and continuo
9 Larghetto: Aleph. Quomodo obscuratum 04:28
10 Allegro Forte: Sed & lamiae 02:56
11 Andante comodo: He. Qui vescebantur 03:09
12 Allegro assai: Et maior effecta est 02:13
13 Largo: Jerusalem, convertere 04:51

Lectio Terza in Feria Sexta Parasceve, for soloists, 4-part chorus, horns, violins, viola & continuo
14 Poco Largo: Incipit oratio 06:41
15 Largo comodo: Pupilli facti sumus 02:44
16 Poco Largo: Recordare Domine 03:10
17 Andante: Patres nostri 03:37
18 Andante: Pellis nostra 02:06
19 Poco Largo: Recordare Domine 03:09
20 Largo: Mulieres in Sion humiliaverunt 02:00
21 Tempo giusto Lamentevole: Jerusalem, convertere 04:10

Mechthild Bach (soprano)
Margarete Joswig (mezzo-soprano)
Monica Frimmer (soprano)
Collegium Cartusianum
Cologne Chamber Choir
Peter Neumann

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O menino Durante

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Os 24 Prelúdios e Fugas, Op. 87 – Tatiana Nikolayeva (gravação de 1987)

51LrEkPfOwL._SX300_POSTADO ORIGINALMENTE POR PQP BACH EM 23/12/2009, REVALIDADO POR VASSILY EM 15/8/2015 E EM 14/12/2019

 Déjà vu? Não: o que postei ontem foi a gravação feita em 1990 pela mesma Nikolayeva para o mesmíssimo Op. 87 de Shostakovich, e lançada pela Hyperion. Esta é uma gravação feita em 1987, lançada pelo selo soviético Melodiya e, na minha opinião, superior à de 1990. Ainda há uma terceira, feita nos anos sessenta, disponível somente em LP e em relançamentos em CD marca-diabo, do naipe daquele que eu comprei em Bucareste. A diferença nos andamentos é marcante: se a jovem Nikolayeva adorava a velocidade, a artista madura privilegia a clareza das partes na polifonia. Para mim, vitória clara para a Tatiana, a Senhora.

Vocês se lembram da “listinha de compras” de revalidação dos links no PQP Bach para esse que é talvez o maior monumento da música pianística no século XX? Pois ela agora está assim:

Konstantin Scherbakov

Vladimir Ashkenazy

Tatiana Nikolayeva, em três versões: a primeira (1961), a segunda (1987) e  a derradeira (1990)

Keith Jarrett

Peter Donohoe

Aleksander Melnikov

BÔNUS: DVD sobre Nikolayeva com uma integral do Op. 87 de Shosta

Além da IM-PER-DÍ-VEL versão de Jarrett, que será a próxima a ser postada, e de novos links para o DVD de Nikolayeva tocando o Op. 87 e falando sobre Shostakovich (gentilmente oferecidos por um zeloso leitor do PQP Bach), prometemos ainda uma sobremesa: uma seleção de prelúdios e fugas tocada, entre uns cigarros e outros, pelo próprio Dmitri Dmitriyevich.

Portanto, comportem-se!

Vassily

POSTAGEM ORIGINAL DE PQP BACH EM 23/12/2009

Basarov pediu, o Ângelo respondeu e eu, PQP, posto a célebre, histórica versão de Tatiana Nikolayeva para os 24 Prelúdios e Fugas de Shostakovich.

Texto de Anderson Paiva (fragmento).

Em 1950, comemorava-se o bicentenário da morte de Johann Sebastian Bach, em Leipzig. O festival foi o palco da Competição Internacional Bach de Piano, que requeria a execução de qualquer um dos 48 Prelúdios e Fugas do Cravo Bem-Temperado. Entre os jurados, estava Dmitri Shostakovich.

A vencedora do concurso foi Tatiana Nikolayeva, que tocou não apenas um dos prelúdios e fugas do Cravo Bem-Temperado, conforme requeria a competição, mas executou todos os 48 Prelúdios e Fugas. Ela ganhou a medalha de ouro.

Dmitri Shostakovich, que entregou o prêmio à vencedora de 26 anos (na condição de presidente do júri), ficou impressionado com a interpretação da jovem pianista.

A última atração do evento foi o Concerto em Ré Menor para Três (cravos) Pianos, de J. S. Bach, tendo Maria Youdina, Pavel Serebriakov e Tatiana Nikolayeva como solistas. Incrivelmente, após Youdina machucar o dedo, Shostakovich, sem nenhuma preparação, e de última hora, tomou o seu lugar ao piano.

O mestre russo havia sido convidado para participar do festival de Leipzig em uma época que sua música silenciara na União Soviética, após o Decreto de Zhdanov (1948). Mas em meio ao silêncio, ele prosseguia compondo. E após retornar de Leipzig, contagiado pelo espírito de Bach – num primeiro momento, pretendia escrever apenas exercícios de técnica polifônica –, resolveu compor os seus próprios Prelúdios e Fugas. A partir daí, nasceria uma das maiores obras para piano do século XX: os 24 Prelúdios e Fugas Op. 87.

O trabalho é um verdadeiro monumento à arte de J. S. Bach. Shostakovich admirava-o grandemente, e a música do mestre de Leipzig é um dos pilares de sua obra. Aos 44 anos, e a exemplo de compositores como Mozart, Beethoven e Brahms, que em sua fase outonal voltaram-se para o passado em uma justa reverência ao mestre barroco, aqui Shostakovich aprofunda-se no estudo do contraponto e faz música polifônica da mais alta qualidade.

Por que vinte e quatro? São 24 os Prelúdios e Fugas do CBT I, e são 24 os Prelúdios e Fugas do CBT II, de J. S. Bach – que integram os 48 prelúdios e fugas do Cravo Bem-Temperado. Vinte e quatro são os Prelúdios de Chopin, e são vinte e quatro os Caprichos de Paganini. O número 24 não é por acaso – ele corresponde aos vinte e quatro tons da música ocidental: doze maiores e doze menores.

Na Idade Mádia e em todo o Renascentismo, não havia música tonal. A música era modal. Predominavam os modos antigos (modos gregos), que eram sete. A partir do sistema tonal, que se consolidou no barroco, passaram a existir somente dois modos: o modo maior e o modo menor. Antes, haviam os complicados sistemas de afinação (temperamento), a fim de fazer os “ajustes das comas”. A coma é a nona parte de um tom inteiro, e é considerado o menor intervalo perceptível ao ouvido humano. Os físicos e músicos divergiam sobre o semitom diatônico e o semitom cromático. Para os músicos, o semitom cromático (de dó para dó sustenido) possuía 5 comas, e o diatônico (de dó sustenido para ré) possuía 4. Os físicos afirmavam o contrário. Durante muito tempo persistiu esse dilema, e os diferentes sistemas de afinação. O cravo precisava ser afinado (temperado) constantemente, de acordo com o modo da música que se estava a tocar. Até que surgiu a idéia de afinar o cravo em doze semitons iguais, com um sistema de afinação fixa, de modo que o intervalo entre cada semitom ficasse ajustado em 4 comas e meia (diferença imperceptível ao ouvido humano), quando o teórico Andreas Werckmeister publicou um documento com essa teoria, em 1691. Desse modo, qualquer peça poderia ser transposta para qualquer tonalidade sem precisar fazer constantes “reajustes” de afinação.

Essa idéia foi recebida com polêmica, mas Johann Sebastian Bach foi um dos primeiros a reconhecer a importância da inovação. Em 1722, publicou sua coleção de 24 Prelúdios e Fugas, para cada uma das doze tonalidades maiores e menores, e a chamou “Cravo Bem-Temperado, ou Prelúdios e Fugas em todos os Tons e Semitons”, provando que era possível tocar e transpor uma música para qualquer tonalidade, com o sistema temperado, sem precisar alterar a afinação. Em 1744, vinte e dois anos depois, publicaria o segundo volume (agora chamado Cravo Bem-Temperado, Livro II). Portanto, cada um dos volumes do CBT foram escritos em épocas distintas de sua vida, e é notável o fato de que a primeira parte foi escrita no mesmo ano em que Jean-Philippe Rameau publicou o seu Tratado de Harmonia (1722), com o mesmo objetivo. Ambos trabalhos foram decisivos para a consolidação do sistema tonal, que revolucionou a Harmonia e as técnicas de composição. O Cravo Bem-Temperado é considerado a “bíblia do pianista”, e permaneceu reconhecido mesmo após a morte de Bach, quando todas as suas outras obras foram esquecidas, de modo que o sistema tonal que prevaleceu até a época de Schöenberg, e que ainda é uma vital referência em nossos dias, é o legado de Johann Sebastian Bach.

A combinação entre o Prelúdio e a Fuga (considerada, mais do que uma forma musical, uma técnica de composição) é um casamento perfeito entre duas “formas” distintas, duas forças, dois opostos. A fuga é provavelmente a técnica de composição mais complexa da música ocidental. Ápice da música polifônica, e com regras que submetem o tratamento dos elementos musicais a padrões extremamente rígidos, reúne arte e ciência.

O Prelúdio é uma “forma” musical de caráter extremamente livre, como a Fantasia e o Noturno, e também de caráter improvisatório, como a Toccata e o Impromptu. Remonta à era da Renascença, desde as composições para alaúde, passando a ser utilizado como introdução das suítes francesas no século XVII. O “prato de entrada”, com a função de Abertura, como as antigas Sinfonias barrocas, e de curta duração, com passagens de difícil execução, sempre fazendo improvisar o virtuose (como a Toccata), com o objetivo de chamar a atenção da platéia, antes da execução da “peça principal”. Johann Pachelbel foi um dos primeiros a combinar Prelúdios e Fugas, e a partir de J. S. Bach, o Prelúdio adquiriu grande importância, sendo utilizado depois mesmo individualmente, por compositores como Beethoven, Chopin, Debussy, Rachmaninoff, Hindemith, Ginastera, etc.

A Fuga é utilizada desde o período medieval, e é uma técnica de composição polifônica que segue o princípio de imitação, como o Canon, porém muito mais complexa do que esse. Toda fuga começa com uma voz sem acompanhamento expondo o tema, que é o sujeito. A seguir, entra a segunda voz repetindo o sujeito na dominante (uma quinta acima ou uma quarta abaixo da tônica), enquanto a primeira voz prossegue, agora dando início a um segundo tema contrastante, que é o contra-sujeito. Os temas devem ser independentes, (como melodias distintas que se combinam), e a distinção entre as vozes, clara. Mas devem “afinar” entre si – e esse é o ponto de desafio que alia a estética da arte à engenharia da ciência. Os temas se contrapõem na direção da música polifônica, que é considerada “horizontal”, ao contrário da música homofônica, em que as partes são dependentes e simultâneas, considerada “vertical”. O contraponto é muito complexo, restrito a muitas regras de consonância e direcionamento de vozes, e, da sua complexidade, a fuga é a expressão máxima. Após todas as vozes exporem o sujeito (a fuga pode ser a duas, três, quatro ou a cinco vozes, etc.) e o contra-sujeito, segue-se um complexo desenvolvimento de temas e
motivos que culminam no ponto alto e de tensão da fuga: o stretto. É onde as vozes se aproximam, cada vez mais – e as vezes ocorrem entradas paralelas –, produzindo a impressão de que uma voz está perseguindo a outra, daí o nome fuga.

Palestrina e outros compositores utilizaram a fuga no Renascentismo. Teve o seu ápice no Barroco, sendo usada por compositores como Sweelinck, Froberger, Corelli, Pachelbel, Buxtehude e Händel. Mas foi através de Bach, com o Cravo Bem-Temperado e A Arte da Fuga, que essa magistral arte e ciência do contraponto atingiu o seu ponto culminante. Depois ela cairia em parcial esquecimento, mas sendo aproveitada por compositores como Haydn, Mozart e Beethoven, no Classicismo; Mendelssohn, Brahms, Schumman, Rmski-Korsakov, Saint-Saëns, Berlioz, Richard Strauss, Rachmaninoff e Glazunov, no Romantismo; e, no século XX, por Max Reger, Kaikhosru Sorabji, Bártok, Weinberger, Barber, Stravinsky, Hindemith, Charles Ives e Dmitri Shostakovich.

Ah! Quão belos e magistrais são os 24 Prelúdios e Fugas Op. 87 de Shostakovich! Elaborados, profundos, sinceros, é arte que desabrocha, ora sutil, ora retumbante, do mais íntimo e abissal silêncio. É música que, uma vez expandida, repreendida e calada, retorna a si, ao íntimo do compositor, e tácita e reflexiva, espera a sua hora, para irromper como um monumento, colosso perpétuo para as gerações futuras que ouvirão, ao seu tempo, os pensamentos calados e as palavras não ditas. Shostakovich, de mão dadas a Bach, como um furacão transcende o momento, atravessa o tempo, e chega como brisa aos nossos ouvidos. Quando ela foi executada pelo pianista soviético Svyatoslav Richter, um crítico que estava presente disse: “Pedras preciosas derramaram-se dos dedos de Richter, refletindo todas as cores do arco-íris”. Essa obra, Shostakovich iniciou após retornar do festival de Leipzig, trabalhando rapidamente, levando apenas três dias em média para escrever cada peça. O trabalho completo foi escrito entre 10 de outubro de 1950 e 25 de fevereiro de 1951. Após concluir a obra, Shostakovich dedicou-a a Tatiana Nikolayeva, a pianista que o inspirou, e que brilhou vencendo a competição do festival do bicentenário de Bach em Leipzig, executando os prelúdios e fugas do Cravo Bem-Temperado. Assim que ele completou o ciclo, ele a chamou ao seu apartamento em Moscou para lhe mostrar o seu trabalho. Shostakovich tocou a obra na União dos Compositores Soviéticos, em maio de 1951, e Nikolayeva estreou-a em Leningrado, à 23 de dezembro de 1952.

Mas os 24 Prelúdios e Fugas não foram bem recebidos pelos críticos soviéticos, a princípio, especialmente na União dos Compositores. Desagradaram-lhes a dissonância de algumas fugas, e eles também a reprovaram por a considerarem “ocidental” e “arcaica”. E essa obra, hoje acessível, permanece ainda, por muitos, desconhecida.

Tatiana Petrovna Nikolayeva, pianista russa, como Shostakovich, e também compositora, foi uma das maiores pianistas soviéticas do século XX. Nasceu em 1924 e começou a aprender piano aos três anos de idade. Depois entrou para o Conservatório de Moscou e estudou com Alexander Goldenweiser e Yevgeny Golubev. Após vencer a Competição Internacional Bach de Piano de Leipzig, acumulou um imenso repertório, abrangendo Beethoven, Bártok e diversos compositores. Foi uma das grandes intérpretes de Bach. Enquanto muitos pianistas escolhiam tocar em instrumentos de época, Nikolayeva preferia tocar Bach no moderno piano Steinway, sempre com grande sucesso. Suas composições incluem um concerto para piano em si maior, executado e gravado em 1951 e publicado em 1958, um trio para piano, flauta e viola, gravado pela BIS Records, prelúdios para piano e um quarteto de cordas. A partir de 1950, ela passaria a ser uma das grandes amizades de Dmitri Shostakovich.

Após Nikolayeva gravar os 24 Prelúdios e Fugas Op. 87, surgiram outras grandes gravações. Vladimir Ashkenazy, pela Decca, Keith Jarret, pela ECM, Konstantin Scherbakov, pela Naxos, e Boris Petrushansky, pela Dynamic, estão entre os poucos discos que disputam no mercado. Keith Jarret, mais conhecido como músico de jazz, afirmou o seu nome na música clássica pela ECM, com o seu toque de impecável técnica. Vladimir, Scherbakov e Petrushansky fizeram gravações notáveis, cada um com a sua interpretação única. E o próprio Shostakovich também gravou os seus 24 Prelúdios e Fugas, pela EMI. Dessas gravações, a que possuo, até o momento, é somente a de Sherbakov, a qual considero uma pérola musical.

Mas é Tatiana Nikolayeva a maior intérprete dessa obra cheia de nuanças, e quem desvenda com toque de perfeição o universo musical de Shostakovich. Ela gravou a obra por três vezes: duas pela BGM-Melodya, em 1962 e 1987, e a terceira pela Hyperion, em 1990. Todas as gravações supracitadas (exceto a primeira de Nikolayeva pela Melodya) encontram-se na internet.

Essa obra completa dura mais de duas horas. Os pianistas costumam executá-la em duas apresentações, tocando metade do ciclo em cada uma.

A ordem dos prelúdios e fugas não é aleatória, nem escolhida por um critério extra-musical qualquer. Partindo de dó maior, percorre um ciclo de progressões harmônicas. Os prelúdios e fugas de Bach, no paralelo maior/menor, seguem a ordem da escala cromática ascendente (dó maior, dó menor, dó sustenido maior, dó sustenido menor, etc.). Mas Shostakovich, a exemplo dos 24 Prelúdios de Chopin, com a relação do par maior/menor, segue o ciclo das quintas (dó maior, lá menor, sol maior, mi menor, ré maior, si menor, etc.). E se a obra é construída em torno das 24 tonalidades, quer dizer que a música é tonal. Sim, Shostakovich faz música tonal em plena era do atonalismo, mas com incursões atonais, abuso de dissonâncias e domínio da técnica com diferentes assimilações que sustentam o seu estilo singular e “poliestilista”. Nos Prelúdios e Fugas de Shostakovich há citações de Bach. Mas a substância dessa obra é a expressão musical única e interior do próprio compositor, Shostakovich, que com grande capacidade eclética e assimilativa, e sendo, ao mesmo tempo, profundamente original, percorre os mais diversos climas e variações de humor, com modulações ora bruscas e desconcertantes, ora tênues e elegantes. Serena, como na fuga n.º. 1 ou na fuga n.º. 13, brincalhona, como na fuga n.º. 3 ou no prelúdio n.º 21, a música de Shostakovich permeia os mais distintos aspectos da expressão musical. Estranhas são as fugas n.º 8 e n.º 19, misteriosas; cômica é a fuga n.º 11, ousada é a fuga n.º 6, luminosa é a fuga n.º 7. Os prelúdios de Shostakovich às vezes combinam-se perfeitamente com as fugas, e eles se atraem; e às vezes se contrastam. As fugas magnificamente elaboradas são emolduradas pelos belos prelúdios que, no entanto, não devem ser considerados obras menores. Cada peça, além de ser parte essencial de um todo, é também uma pequena obra-prima à parte, de modo que o conjunto de 24 Prelúdios e Fugas Op. 87 formam, na verdade, uma coleção de 48 obras agrupadas em torno de um trabalho monumental e único.

DMITRI DMITRIYEVICH SHOSTAKOVICH (1906-1975)

VINTE E QUATRO PRELÚDIOS E FUGAS PARA PIANO, OP. 87

TATIANA NIKOLAYEVA, piano

DISCO 1

01 – Prelúdio e Fuga no. 1 em Dó maior
02 – Prelúdio e Fuga no. 2 em Lá menor
03 – Prelúdio e Fuga no. 3 em Sol maior
04 – Prelúdio e Fuga no. 4 em Mi menor
05 – Prelúdio e Fuga no. 5 em Ré maior
06 – Prelúdio e Fuga no. 6 em Si menor
07 – Prelúdio e Fuga no. 7 em Lá maior
08 – Prelúdio e Fuga no. 8 em Fá sustenido menor
09 – Prelúdio e Fuga no. 9 em Mi maior
10 – Prelúdio e Fuga no. 10 em Dó sustenido menor

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DISCO 2

01 – Prelúdio e Fuga no. 11 em Si maior
02 – Prelúdio e Fuga no. 12 em Sol sustenido menor
03 – Prelúdio e Fuga no. 13 em Fá sustenido maior
04 – Prelúdio e Fuga no. 14 em Mi bemol menor
05 – Prelúdio e Fuga no. 15 em Ré bemol maior
06 – Prelúdio e Fuga no. 16 em Si bemol menor

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DISCO 3

01 – Prelúdio e Fuga no. 17 em Lá bemol maior
02 – Prelúdio e Fuga no. 18 em Fá menor
03 – Prelúdio e Fuga no. 19 em Mi bemol maior
04 – Prelúdio e Fuga no. 20 em Dó menor
05 – Prelúdio e Fuga no. 21 em Si bemol maior
06 – Prelúdio e Fuga no. 22 em Sol menor
07 – Prelúdio e Fuga no. 23 em Fá maior
08 – Prelúdio e Fuga no. 24 em Ré menor

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Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
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Johannes Brahms (1833-1897): Um Réquiem Alemão

Johannes Brahms (1833-1897): Um Réquiem Alemão

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sempre se esperava algo novo quando Nikolaus Harnoncourt voltava sua atenção para uma importante peça musical. Nos últimos anos, ele vinha dando ao público uma nova visão de algumas das obras-primas da música romântica e da música romântica tardia. Seu Um Réquiem Alemão de Brahms é baseado em um estudo completo das ideias do compositor sobre como ele deve ser realizado. É uma interpretação sensível que adota uma abordagem completamente nova para o trabalho. Tecnicamente e artisticamente, o disco é um registro perfeito do concerto realizado em Viena em dezembro de 2007, que foi recebido com entusiasmo pela imprensa musical e pelo público. Até o fim de sua vida, Nikolaus Harnoncourt não demonstrava nenhum sinal de acomodar sua insaciável curiosidade musical. Ainda bem.

Johannes Brahms (1833-1897): Um Réquiem Alemão

1 Selig Sind, Die Da Leid Tragen 11:46
2 Denn Alles Fleisch, Es Ist Wie Gras 14:28
3 Herr, Lehre Doch Mich 11:39
4 Wie Lieblich Sind Deine Wohnungen 5:36
5 Ihr Habt Nun Traurigkeit 7:23
6 Denn Wir Haben Hier Keine Bleibende Statt 12:21
7 Selig Sind Die Toten 12:12

Baritone Vocals – Thomas Hampson
Soprano Vocals – Genia Kühmeier
Choir – Arnold Schoenberg Chor
Orchestra – Wiener Philharmoniker
Conductor – Nikolaus Harnoncourt

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O grande Nikolaus Harnoncourt

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Johann Sebastian Bach (1685-1750): Integral das Suítes para Violoncelo

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Integral das Suítes para Violoncelo

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este CD foi um dos premiados pela revista Gramophone em 2019. Ouvi com grande atenção cada respiração de Emmanuelle Bertrand nesta gravação e lhes digo que esta é uma das melhores versões que ouvi destas peças, apesar de ela ser algo diferente do normal. Acontece que Bertrand vem da música moderna e cada nota parece ter valor diferente do normal — para mais e para menos. A violoncelista é a mesma deste maravilhoso CD O Violoncelo do Século XX, no qual ela toca e até canta, acompanhando-se ao violoncelo.

Grande artista, Bertrand é sempre interessante. A gente a ouve com enorme prazer. Fica a impressão de que ela está lembrando a música da memória em vez de lê-la da partitura. 

Acho que esta gravação pode figurar ao lado das melhores como as de Cocset (a melhor, ao lado de…), Pandolfo (a melhor, empatada com Cocset), Queyras e Bylsma. Minha opinião.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Integral das Suítes para Violoncelo

Cello Suite No. 1 BWV 1007
in G Major / Sol majeur / G-Dur
I. Prélude 2’28
II. Allemande 4’18
III. Courante 2’35
IV. Sarabande 3’04
V. Menuets 1 & 2 2’59
VI. Gigue 1’46

Cello Suite No. 2 BWV 1008
in D Minor / ré mineur / d-Moll
I. Prélude 3’27
II. Allemande 3’13
III. Courante 1’53
IV. Sarabande 5’02
V. Menuets 1 & 2 2’57
VI. Gigue 2’28

Cello Suite No. 3 BWV 1009
in C Major / Ut majeur / C-Dur
I. Prélude 3’28
II. Allemande 3’45
III. Courante 3’06
IV. Sarabande 4’05
V. Bourrées 1 & 2 3’21
VI. Gigue 3’20

Cello Suite No. 4 BWV 1010
in E-Flat Major / Mi bémol majeur / Es-Dur
I. Prélude 4’14
II. Allemande 3’49
III. Courante 3’27
IV. Sarabande 4’02
V. Bourrées 1 & 2 5’01
VI. Gigue 2’43

Cello Suite No. 5 BWV 1011
in C Minor / ut mineur / c-Moll
I. Prélude 5’30
II. Allemande 5’14
III. Courante 2’02
IV. Sarabande 3’52
V. Gavottes 1 & 2 4’46
VI. Gigue 2’25

Cello Suite No. 6 BWV 1012
in D Major / Ré majeur / D-Dur
I. Prélude 4’25
II. Allemande 7’30
III. Courante 3’39
IV. Sarabande 5’37
V. Gavottes 1 & 2 4’17
VI. Gigue

Emmanuelle Bertrand, violoncelo

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Emmanuelle Bertrand, grande versão das Suítes

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Hjalmar Borgstrøm (1864-1925): Concerto para Violino Op. 25 / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violino Nº 1, Op. 77

Hjalmar Borgstrøm (1864-1925): Concerto para Violino Op. 25 / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violino Nº 1, Op. 77

Ela é loira e linda. Mas esconde enormes profundezas, pois só assim poderia enfrentar o Concerto para Violino Nº 1, Op. 77, de Shostakovich. A violinista norueguesa Eldbjørg Hemsing não chega a arranhar Oistrath, Vengerov ou mesmo Khachatryan em sua tentativa, mas toca muito bem e vale a audição.

Este Concerto foi escrito entre 1947 e 1948. Shostakovich ainda estava trabalhando na peça na época do decreto Jdanov e, no período posterior a sua denúncia, o trabalho não pôde ser apresentado. A primeira apresentação só foi ocorrer em 29 de outubro de 1955 e, até esta data, o compositor e David Oistrakh trabalharam em várias revisões. O trabalho foi finalmente apresentado pela Filarmônica de Leningrado sob Yevgeny Mravinsky. A obra foi muito bem recebida. Não era para menos, trata-se de uma OBRA-PRIMA.

O concerto de DSCH vem acompanhado por outro do norueguês Borgstrøm (prazer em conhecer). O concerto é romanticão e bom, mas não basta ser bom para fazer companhia a Shosta.

Hjalmar Borgstrøm (1864-1925): Concerto para Violino Op. 25 / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violino Nº 1, Op. 77

Hjalmar Borgström
Violin Concerto in G major, Op. 25 (1914) 36’12
01 I. Allegro moderato 15’59
02 II. Adagio 8’44
03 III. Allegro con spirito 11’29

Dmitri Shostakovich
Violin Concerto No.1 in A minor, Op. 77 (1947–48, rev. 1955) 37’58
04 I. Nocturne. Moderato 12’11
05 II. Scherzo. Allegro 6’41
06 III. Passacaglia. Andante – Cadenza 13’39
07 IV. Burlesque. Allegro con brio – Presto 5’27

Eldbjørg Hemsing, violino
Wiener Symphoniker
Olari Elts

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Eldbjørg Hemsing: parece nórdica, não?

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J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 12, 103 & 146

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Cantata BVW 12 é de chorar de tão linda. O coro Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen é muito emocionante. É uma obra de juventude, é de 1714 e eu não tinha nascido ainda. JS ainda não conhecia minha mãe na época. A 146 é um daqueles roubos que Bach faz de si mesmo. Seu início é baseado num Concerto para Cravo dele mesmo. E mais de um movimento, tá?

As performances de Gardiner animam e atualizam a música de Bach em quase todos os momentos. O Coral Monteverdi arrasa e eu gostei especialmente da ária a cargo de Julian Clarkson, ‘Ich folge Christo nach’ (BWV 12), e a ‘Kein Arzt’, com William Towers (BWV 103). Um disco espetacular!

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 12, 103 & 146

For The Third Sunday After Easter (Jubilate)
Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen BWV 12
1-1 1. Sinfonia 2:19
1-2 2. Coro Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen 7:34
1-3 3. Recitativo: Alt Wir Müssen Durch Viel Trübsal 0:48
1-4 4. Aria: Alt Kreuz Und Krone Sind Verbunden 5:40
1-5 5. Aria: Bass Ich Folge Christo Nach 1:45
1-6 6. Aria Con Choral: Tenor Sei Getreu, Alle Pein 3:37
1-7 7. Choral Was Gott Tut, Das Ist Wohlgetan 0:53

Ihr Werdet Weinen Und Heulen BWV 103
1-8 1. Coro E Arioso: Bass Ihr Werdet Weinen Und Heulen 5:23
1-9 2. Recitativo: Tenor Wer Sollte Nicht In Klagen Untergehn 0:33
1-10 3. Aria: Alt Kein Arzt Ist Außer Dir Zu Finden 4:37
1-11 4. Recitativo: Alt Du Wirst Mich Nach Der Angst 0:34
1-12 5. Aria: Tenor Erholet Euch, Betrübte Sinnen 2:48
1-13 6. Choral Ich Hab Dich Einen Augenblick 1:11

Wir Müssen Durch Viel Trübsal In Das Reich Gottes Eingehen BWV 146
1-14 1. Sinfonia 7:32
1-15 2. Coro Wir Müssen Durch Viel Trübsal 7:45
1-16 3. Aria: Alt Ich Will Nach Dem Himmel Zu 8:59
1-17 4. Recitativo: Sopran Ach! Wer Doch Schon Im Himmel Wär! 1:31
1-18 5. Aria: Sopran Ich Säe Meine Zähren 5:12
1-19 6. Recitativo: Tenor Ich Bin Bereit 1:09
1-20 7. Aria (Duetto): Tenor, Bass Wie Will Ich Mich Freuen 5:24
1-21 8. Choral Denn Wer Selig Dahin Fähret 1:17

Alto Vocals – William Towers (tracks: 1-1 to 1-21)
Bass Vocals – Julian Clarkson (tracks: 1-1 to 1-21)
Choir – The Monteverdi Choir
Conductor – John Eliot Gardiner*
Orchestra – The English Baroque Soloists
Soprano Vocals – Brigitte Geller (tracks: 1-1 to 1-21)
Tenor Vocals – Mark Padmore (tracks: 1-1 to 1-21)

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Johann Paul von Westhoff (1656-1705): Sonatas para Violino e Baixo Contínuo Dresden 1694

Johann Paul von Westhoff (1656-1705): Sonatas para Violino e Baixo Contínuo Dresden 1694

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um grande CD deste desconhecido Westhoff, que produziu uma imensa obra que simplesmente se perdeu. Pela amostra deste disco, a perda foi enorme. O violinista David Plantier e o trio Les Plaisirs Du Parnasse dão uma verdadeira aula de senso de estilo e compreensão ao remontarem Westhoff. Há amor pela arte neste disco.

Johann Paul von Westhoff (1656-1705) foi um compositor e violinista barroco alemão. Tornou-se um dos membros mais importantes da fundamental escola de violino de Dresden. Estava entre os instrumentistas mais considerados de sua época e compôs algumas das primeiras músicas conhecidas para violino solo. Trabalhou como músico e compositor como membro da Hofkapelle de Dresden (1674-1697) e na corte de Weimar (1699-1705). A obra sobrevivente de Westhoff compreende seis obras para violino e baixo contínuo e seis para violino solo, todas publicadas durante sua vida. Outros trabalhos, particularmente uma coleção de música para violino solo de 1682, são considerados perdidos. Juntamente com Heinrich Ignaz Franz Biber e Johann Jakob Walther, influenciou bastante a geração subsequente de violinistas alemães, e as seis partitas para violino solo inspiraram as famosas sonatas e partitas de violino de Johann Sebastian Bach.

Johann Paul von Westhoff (1656-1705): Sonatas para Violino e Baixo Contínuo Dresden 1694

Suite N°4 En Ré Mineur
1 Aria : Largo 2:40
2 Allegro 1:40
3 Aria : Andante 2:38
4 Allegro 1:02
5 Arioso 2:37

Suite N°3 En Ré Mineur
6 Grave 2:23
7 Largo 3:27
8 Imitatione Delle Campane 3:30
9 Adagio 1:45
10 Allegro 2:22

Sonate N°2 En La Mineur
11 Largo 2:15
12 Presto 2:33
13 Imitatione Del Liuto 3:30
14 Aria : Grave 1:45
15 Finale 0:59

Sonate N°5 En Sol Mineur
16 Aria : Adagio 3:42
17 Allegro 1:10
18 Adagio 2:30
19 Allegro 1:23
20 Aria : Andante 2:10
21 Allegro 1:10

Sonata N°6 En Sol Mineur
22 Aria : Adagio 3:42
23 Allegro 1:27
24 Aria : Largo 1:58
25 Allegro 1:30
26 Largo 1:55

Sonate N°1 En La Mineur
27 Allegro/ Adagio 2:52
28 Allegro 2:18
29 Adagio/ Allegro 2:01
30 Aria : Adagio 2:30
31 Allegro 1:30

David Plantier, violino
Les Plaisirs Du Parnasse:
Cello – Maya Amrein
Harpsichord – Andrea Marchiol
Lute [Archlute] – Shizuko Noiri

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David Plantier: comandante de um grande CD

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In memoriam Mariss Jansons: Dmitri Shostakovitch (1906-1975): Sinfonia Nº 10, Op.93

In memoriam Mariss Jansons: Dmitri Shostakovitch (1906-1975): Sinfonia Nº 10, Op.93

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Mariss Jansons considerava Dmitri Shostakovich um dos compositores mais sérios e sinceros de todos os tempos e pensava que suas quinze sinfonias eram particularmente emocionantes e cativantes. Ele via aquela música como uma testemunha esmagadora de uma era traumática de escuridão política, enquanto mantinha uma expressão atemporal de sentimento e de experiência humana existencial. Durante dezessete anos, Mariss Jansons gravou todas as sinfonias de Shostakovich, juntamente com a orquestra com a qual ele estava artisticamente associado no momento. Seis das apresentações foram com o Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks. A estupenda gravação deste post foi gravada ai vivo. Em 2006, o ciclo foi concluído a tempo do centenário do nascimento do compositor.

Shostakovich: Symphony No. 10 in E minor, Op. 93 53:44

I. Moderato (Live) 23:24
II. Allegro (Live) 4:42
III. Allegretto – Largo (Live) 12:12
IV. Andante – Allegro (Live) 13:26

Symphonie-Orchester des Bayerischen Rundfunks
Mariss Jansons

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Mariss Jansons (1943-2019)

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Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino de 1 a 3 (Op. 12) – Variações sobre ‘Se vuol’ballare’

Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino de 1 a 3 (Op. 12) – Variações sobre ‘Se vuol’ballare’

O 250º aniversário de Beethoven está chegando em 2020, mas os maiores craques, orquestras e gravadoras estão comemorando antes. Pela DG, Andris Nelsons já lançou uma extraordinária integral das sinfonias e Ehnes vem a passos largos gravando as Sonatas. Talvez isso acabe esvaziando a data de 17 de dezembro de 2020. Nós, por exemplo, postaremos a integral de Nelsons em 17 de dezembro de 2019… Este disco é excelente, apesar dessas primeiras Sonatas não serem tudo aquilo. Mas gosto muito da alegria da Sonata Nº 2 e das 12 Variações sobre um tema de Mozart. Tudo muito lindinho.

Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino de 1 a 3 (Op. 12) – Variações sobre ‘Se vuol’ballare’

Beethoven: Violin Sonata No. 1 in D major, Op. 12 No. 1 20:19
I. Allegro con brio 8:47
II. Tema con Variazioni 6:42
III. Rondo – Allegro 4:50

Beethoven: Violin Sonata No. 2 in A major, Op. 12 No. 2 16:57
I. Allegro vivace 6:45
II. Andante, piu tosto Allegretto 5:00
III. Allegro piacevole 5:12

Beethoven: Violin Sonata No. 3 in E flat major, Op. 12 No. 3 18:19
I. Allegro con spirito 8:21
II. Adagio con molt’ espressione 5:37
III. Rondo – Allegro molto 4:21

Beethoven: Variations (12) for piano & violin in F major on Mozart’s ‘Se vuol’ballare’, WoO 40 10:41

James Ehnes, violino
Andrew Armstrong, piano

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Ehnes e Armstrong, uma dupla que tem tudo para se tornar uma lenda

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W. A. Mozart (1756-1791): The Complete Violin Concertos

W. A. Mozart (1756-1791): The Complete Violin Concertos

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Toda época tem direito de dar sua interpretação para os clássicos, mas muita gente pensa que, nesses dias de historicamente informados, não há mais espaço para os concertos de violino de Mozart serem gravados em instrumentos modernos. Esta versão é uma tabefe sonoro em quem pensa assim. Há muito que sou um grande fã de James Ehnes, embora raramente o tenha ouvido no repertório pré-século XIX. Seu conjunto de concertos de Mozart é um deleite: cheio de personalidade, cheio de ideias musicais, casando o melhor do estilo do período com o melhor do que os instrumentos modernos podem trazer. E ele ainda escreveu cadenzas próprias. A primeira coisa que impressiona é como seu som é leve. A música salta dos alto-falantes como uma lufada de ar fresco, com o violino cantando sobre a orquestra. A Mozart Anniversary Orchestra (uma orquestra escolhida entre amigos de Ehnes, tô por dentro) soa pequena em escala, mas grande em termos de personalidade. As cordas vêm brilhantes, frescas e ágeis.

Os Concertos de Nº 3 e 5 são extraordinários, mas o restante não é tudo aquilo dentre a produção de Mozart. Uma pena. O grande destaque destas versões — e isto ocorre em todos os concertos — é não apenas a cultura e o senso de estilo de Ehnes, mas suas cadenzas: UMA MAIS LINDA QUE A OUTRA.

W. A. Mozart (1756-1791): The Complete Violin Concertos

Violin Concerto No.1 in B flat major K207
1. Allegro moderato 7.16
2. Adagio 8.38
3. Presto 5.31

Violin Concerto No.2 in D major K211
4. Allegro moderato 8.54
5. Andante 7.47
6. Rondeau – Allegro 4.39

7. Adagio in E major K261 8.27
8. Rondo in B flat major K269 (K261a) 7.17
9. Rondo in C major K373 5.53

Total CD1 64.57

Violin Concerto No.3 in G major K216
10. Allegro 9.26
11. Adagio 8.28
12. Rondeau – Allegro 6.34

Violin Concerto No.4 in D major K218
13. Allegro 8.55
14. Andante cantabile 7.34
15. Rondeau – Andante grazioso 7.10

Violin Concerto No.5 in A major K219 ‘Turkish’
16. Allegro aperto 10.04
17. Adagio 10.48
18. Rondeau – tempo di Menuetto 8.27

Total CD2 78.14

Cadenzas: James Ehnes
James Ehnes, violino
Mozart Anniversary Orchestra

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Gravura anônima do século XIX mostrando Mozart com violino.

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