Antonio Vivaldi (1678-1741): Dixit Dominus / Baldassare Galuppi (1706-1785): Laetatus sum / Nisi Dominus / Lauda Jerusalem (Kopp)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Dixit Dominus / Baldassare Galuppi (1706-1785): Laetatus sum / Nisi Dominus / Lauda Jerusalem (Kopp)

(Oh, yeah. Depois do comentário que meu Reich acaba de receber, melhor postar). Sim, Galuppi não é Vivaldi. Por anos e anos acharam que o Dixit Dominus era de Galuppi, mas não, era de Vivaldi. O grande Vivaldi tornou-se ainda maior e o pobre Galuppi ficou sem sua única obra importante. Este CD da Archiv tenta recolocar Galuppi como um cara legal e até, olha, Baldassare era legal. Mas não é Vivaldi. O trabalho da turminha de Dresden, chefiada por Peter Kopp é uma joia (perdeu também o acento ou não?) que você, prezado melômano amante do sexo, das drogas pesadas e da música sacra, não devaria deixar passar em branco, apesar de termos aqui um Galuppi bonzinho ao lado de um enorme Vivaldi.

Ando num período muito vivaldiano, andei comprando umas óperas que nem lhes conto. Sem baixar o nível — pois este é um blog-família — , diria que são do caraglio.

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)
Dixit Dominus, R. 807

1) Dixit Dominus [1:38]
2) Donec ponam inimicos tuos [2:58]
3) Virgam virtuis tuae [2:44]
4) Tecum principium [1:51]
5) Juravit Dominus [1:37]
6) Dominus a dextris tuis [1:50]
7) Judicabit in nationibus [2:40]
8 ) De torrente in via bibet [3:13]
9) Gloria Patri et Filio [2:10]
10) Sicut erat in principio [0:31]
11) Et in saecula saeculorum [2:34]

Baldassare Galuppi (1706 – 1785)
Laetatus sum

12) Laetatus sum [4:39]
13) Fiat pax [1:50]
14) Propter fratres meos [1:42]
15 Gloria Patri et Figlio / Sicut erat [1:52]

Nisi Dominus
16) Nisi Dominus [3:31]
17) Vanum est nobis [1:51]
18) Cum dederit [4:29]
19) Sicut sagitte [2:42]
20) Beatus vir [3:39]
21) Gloria Patri et Figlio [5:38]
22) Sicut erat [2:07]

Lauda Jerusalem
23) Lauda Jerusalem [0:59]
24) Quoniam confortavit [2:18]
25) Qui posuit fines [1:38]
26) Qui emittit [0:57]
27) Emittit verbum [2:25]
28) Qui annuntiat [0:40]
29) Gloria Patri et Figlio / Sicut erat [1:52]

Körnerscher Sing-Verein Dresden
Dresdner Instrumental-Concert
Peter Kopp

Sara Mingardo
Roberta Invernizzi
Paul Agnew
Thomas Cooley
Lucia Cirillo
Sergio Foresti

Mediafire – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – MP3 320kbps

Link alternativo:

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Vivaldi – Bom pra caraglio!
(Gravura de 1725)
Estátua de Galuppi, na ilha de Burano em Veneza, onde ele nasceu

PQP (Links revalidados por Pleyel com os pitacos a seguir)

P.S.1. Concordo com PQP: Galuppi não está no nível genial de Vivaldi, mas é um importante compositor que carrega a tocha da tradicional escola de Veneza, com características também da geração de C.P.E. Bach: árias mais operísticas que devocionais, às vezes com os cantores fazendo pausas para sublimes solos de violino que, aliás, lembram os solos da Missa do Padre João de Deus Castro Lobo, compositor do Barroco tardio nascido em Vila Rica (Ouro Preto).

P.S.2. CD gravado na Lukaskirche (Igreja São Lucas) em Dresden, 2006. Prestem atenção nas reverberações e ecos da igreja!

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Os Concertos para Violino (Ibragimova / Jurowski)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Os Concertos para Violino (Ibragimova / Jurowski)

Uma boa gravação de um extraordinário e basilar repertório do século XX. Ibragimova não alcança as transcendências de outros violinistas, como Oistrakh e Vengerov, mas sai-se muito bem na complicada tarefa.

Shostakovich referiu-se ao seu Concerto para Violino Nº 1,  iniciado em 1947, mas não estreado até 1955, como uma sinfonia para violino e orquestra. O que ele quis dizer? Que os quatro movimentos, um a mais que o normal, têm ambição e enorme grandeza. Os humores de cada um não correspondem a nenhuma norma dos concertos. Abrindo com um Noturno lento e dolorosamente melancólico, a obra mergulha na reflexão. É seguido por um Scherzo enlouquecido e sardônico que cai numa sombria e lírica Passacaglia, que nos leva a uma vasta cadência solo. O final é um “burlesco” sombrio, uma perseguição estridente e veloz entre solista e orquestra.

O Concerto para Violino Nº 2 de Shostakovich (1967), é mais curto e tem forma mais regular, girando em torno de um movimento lento prolongado, introvertido e emocional: aqui, o silêncio e concentração são essenciais. Nunca é fácil de ouvir, mas quem espera isso deste compositor?

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Os Concerto para Violino (Ibragimova / Jurowski)

1. Violin Concerto No. 1 in A Minor, Op. 77: I. Nocturne: Moderato (12:36)
2. Violin Concerto No. 1 in A Minor, Op. 77: II. Scherzo: Allegro (06:26)
3. Violin Concerto No. 1 in A Minor, Op. 77: III. Passacaglia: Andante – Cadenza – (15:02)
4. Violin Concerto No. 1 in A Minor, Op. 77: IV. Burlesque: Allegro con brio – Presto (04:56)

5. Violin Concerto No. 2 in C-Sharp Minor, Op. 129: I. Moderato (14:14)
6. Violin Concerto No. 2 in C-Sharp Minor, Op. 129: II. Adagio – (10:01)
7. Violin Concerto No. 2 in C-Sharp Minor, Op. 129: III. Adagio – Allegro (08:10)

Alina Ibragimova
State Academic Symphony Orchestra of Russia “Evgeny Svetlanov”
Vladimir Jurowski

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Deu match perfeito! Alina Ibragimova & Vladimir Jurowski mandando ver com Shostakovich | Foto: Photograph: Vera Zhuravleva

PQP

Tōru Takemitsu (1930-1996): Quatrain II / Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos

Tōru Takemitsu (1930-1996): Quatrain II / Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este álbum traz duas importantes obras de música de câmara — o Quarteto para o Fim dos Tempos (Messiaen) e Quatrain II (Takemitsu) — ambas para um invulgar grupo instrumental: clarinete, violino, violoncelo e piano. Em setembro de 1939 a França entrou na Segunda Guerra Mundial. Messiaen foi chamado às armas e poucos meses depois, em maio de 1940, durante uma ofensiva alemã, foi capturado pelo inimigo. Junto a outros prisioneiros, foi levado ao campo de prisioneiros Stalag VIII-A de Görlitz (na fronteira sudoeste da Polônia), onde permaneceu por um ano. O oficial nazista responsável pelo Stalag era amante de musica e, quando soube de Messiaen (como de outros três prisioneiros músicos), deixou que o compositor trabalhasse a fim de fazer um concerto no próprio campo. Messiaen escreveu, para os musicistas que conheceu na prisão (um violoncelista, um violinista e um clarinetista), inicialmente um breve trio (posteriormente inserido na obra como quarto movimento) e depois, com o acréscimo de um piano (tocado pelo próprio Messiaen), escreveu o Quarteto.

Quatuor pour la fin du temps foi concluído no início do novo ano e foi apresentado no dia 15 de janeiro de 1941, sob a neve e em condições muito difíceis, diante de todos os prisioneiros do Stalag VIII-A, reunidos em um pátio gelado. Os outros músicos que participaram da estreia foram Henri Akoka (clarinete), Jean le Boulaire (violino) e Étienne Pasquier (violoncelo). Nenhum dos três era músico profissional. O Quatuor pour la fin du temps foi inspirado no décimo capítulo do Livro do Apocalipse e é dedicado ao Anjo do Apocalipse. Provavelmente, o Quarteto não evoca o “fim dos dias” — ou o desaparecimento da civilização humana –, mas sim o início da Eternidade. Este pano de fundo religioso é acompanhado por uma grande riqueza de imagens que alimentaram a criatividade de Messiaen, como ritmos hindus, métricas gregas, cantos de pássaros e breves elementos emprestados de outros compositores.

Muito conhecedor e admirador das culturas e tradições musicais asiáticas, Messiaen, por sua vez, atraiu compositores do Extremo Oriente. Toru Takemitsu admirava seus trabalhos, que influenciaram seu próprio estilo. Takemitsu compôs o Quatrain I para clarinete, violino, violoncelo, piano e orquestra, e o Quatrain  II em 1976-1977 com a mesma instrumentação do Quarteto de Messiaen, sem orquestra. É uma homenagem a Messiaen. Da mesma forma que o Quarteto de Messiaen se baseia no simbolismo numérico, o Quatrain  II se organiza em torno do número quatro: quatro no sentido de plenitude, equilíbrio, simetria, como uma mesa; quatro como as linhas que compõem uma estrofe de um verso; quatro instrumentos usados; quatro seções em grupos de quatro barras…

O quarteto formado por Iturriagagoitia, Apellániz, Estellés e Rosado é realmente muito bom. Estão à altura da obra a que se propuseram, que é de difícil abordagem, tanto pelo desafio técnico como pelo ontológico.

Tōru Takemitsu (1930-1996): Quatrain II / Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos

— Tōru Takemitsu (1930-1996): Quatrain II
1. Quatrain II (15:24)

— Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos
2. Quatuor pour la fin du temps, I/22: I. Liturgie de cristal (02:32)
3. Quatuor pour la fin du temps, I/22: II. Vocalise, pour l’Ange qui annonce la fin du temps (05:00)
4. Quatuor pour la fin du temps, I/22: III. Abîme des oiseaux (08:22)
5. Quatuor pour la fin du temps, I/22: IV. Intermède (01:44)
6. Quatuor pour la fin du temps, I/22: V. Louange à l’Éternité de Jésus (07:11)
7. Quatuor pour la fin du temps, I/22: VI. Danse de la fureur, pour les sept trompettes (06:26)
8. Quatuor pour la fin du temps, I/22: VII. Fouillis d’arcs-en-ciel, pour l’Ange qui annonce la fin du temps (07:36)
9. Quatuor pour la fin du temps, I/22: VIII. Louange à l’Immortalité de Jésus (07:23)

José Luis Estellés, clarinete
Aitzol Iturriagagoitia, violino
David Apellániz, violoncello
Alberto Rosado, piano

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Da esquerda para a direita, Iturriagagoitia, Apellániz, Estellés e Rosado no banheiro do campo de prisioneiros do PQP Bach | Foto: Divulgação

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Grande Missa K. 427 (Christie / Les Arts Florissants)

W. A. Mozart (1756-1791): Grande Missa K. 427 (Christie / Les Arts Florissants)

Uma linda gravação de uma das maiores obras sacras de Mozart! Sem dúvida, A Grande Missa em dó menor (em alemão: Große Messe in c-Moll), K. 427/417a, é a maior e mais ambiciosa missa de Wolfgang Amadeus Mozart, possuindo dois coros, uma grande orquestra, e solistas: dois sopranos, um tenor e um baixo. Composta em Viena e Salzburgo em 1782 e 1783, ela foi deixada incompleta por razões desconhecidas, faltando a aria que segue o “Et incarnatus est”, aqui parcialmente reconstruída, uma grande porção da orquestração do Sanctus (que foi perdida), a maioria do Credo e o Agnus Dei. Assim como o Réquiem de Mozart, essa obra também se destaca pelo enorme número de reconstruções feitas ao manuscrito de Mozart desde o começo do século XX. Mas, assim como o Réquiem, vale a pena conhecer esta obra fundamental.

W. A. Mozart (1756-1791): Grande Missa K. 427 (Christie / Les Arts Florissants)

Mass In C Minor K 427
1 Kyrie 7:16
2 Gloria In Excelsis 2:12
3 Laudamus Te 4:51
4 Gratias 1:05
5 Domine Deus 2:40
6 Qui Tollis 4:10
7 Quoniam 3:48
8 Jesu Christe – Cum Sancto Spiritu 4:15
9 Credo In Unum Deum 3:24
10 Et Incarnatus Est 6:40
11 Sanctus 3:04
12 Benedictus 5:12

Bass Vocals – Alan Ewing
Bassoon – Claude Wassmer (tracks: 10)
Conductor – William Christie
Ensemble – Les Arts Florissants, Les Sacqueboutiers De Toulouse
Flute – Serge Saïtta (tracks: 10)
Oboe – Pier Luigi Fabretti (tracks: 10)
Soprano Vocals – Lynne Dawson, Patricia Petibon
Tenor Vocals – Joseph Cornwell
Bassoon – Claude Wassmer
Flute – Serge Saïtta
Oboe – Pier Luigi Fabretti

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William Christie e o Les Arts Florissants na Sala Sacra do PQP Bach de Jericoacoara

PQP

Sergei Prokofiev (1891-1953): Os 2 Concertos para Violino / Sonata For Violin Solo, Op. 115 (Steinbacher, Petrenko)

Sergei Prokofiev (1891-1953): Os 2 Concertos para Violino / Sonata For Violin Solo, Op. 115 (Steinbacher, Petrenko)

Os dois Concertos para Violino de Prokofiev são incontornáveis, autênticas obras-primas da música do século XX. Arabella Steinbacher e Vasily Petrenko dão-lhes tratamento sublime. A violinista é excelente e fez a muito boa escolha de se fazer acompanhada por russos. O resultado ficou como deve ser. Claro que a concorrência é forte, mas Arabella coloca-se bastante bem dentro dela. O primeiro concerto é lindo, mas o segundo sempre foi inquilino de meu ventrículo esquerdo — que é onde o coração bate mais forte. Ambos são esplêndidos!

A Sonata para Violino Solo, Op. 115, foi composta em 1947. Foi encomendada pelo Comitê de Assuntos de Artes da União Soviética como um trabalho pedagógico para estudantes de violino. É uma peça originalmente projetada para ser tocada ou por um solista ou por vários jovens intérpretes em uníssono. Não foi apresentada até 10 de julho de 1959 — seis anos após a morte de Prokofiev — por Ruggiero Ricci no Conservatório de Moscou.

Sergei Prokofiev (1891-1953): Os 2 Concertos para Violino / Sonata For Violin Solo, Op. 115 (Steinbacher, Petrenko)

Violin Concerto No. 1 In D Major Op. 19
1 Andantino 10:22
2 Scherzo – Vivacissimo 3:59
3 Moderato – Allegro Moderato – Più Tranquillo 9:09

Violin Concerto No. 2 In G Minor Op. 63
4 Allegro Moderato 11:20
5 Andante Assai – Alegretto – Andante Assai 10:06
6 Allegro, Ben Marcato 6:12

Sonata For Violin Solo In D Major Op. 115
7 Moderato 5:15
8 Theme – Andante Dolce 0:28
9 Variation 1 0:28
10 Variation 2 – Scherzando 0:26
11 Variation 3 – Andante 0:32
12 Variation 4 0:37
13 Variation 5 0:41
14 Con Brio – Allegro Precipitato 4:07

Violin – Arabella Steinbacher
Orchestra – Russian National Orchestra (tracks: 1 to 6)
Conductor – Vasily Petrenko (tracks: 1 to 6)

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Arabella Steinbacher caminhou por toda a sede de verão da PQP Bach Corp. em Florianópolis. Ela estava procurando Vassily Genrikhovich para ir à praia com ele, mas não teve sucesso.

PQP

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Jacobs / AAM)

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Jacobs / AAM)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Paixão Segundo Mateus, de Bach, vai como uma Cantatona da mais alta qualidade até a ária Erbarme dich, quando a coisa se torna cósmica, inatingível, original, profunda. É como se a Erbarme fosse um portal para uma dimensão pisciana, em que estivéssemos submersos, ocupados não somente com o que acontece em nosso plano, mas também com o que há acima e embaixo. Isto pra quem crê que estamos no meio.

Então, esqueça o comércio, mande às favas os parentes e os presentes. Muito melhor do que sair fazendo compras neste dia 23 é ouvir esta estupenda versão da Paixão Segundo Mateus a cargo de um supertime: René Jacobs mais a Akademie für Alte Musik Berlin e solistas.

A Paixão Segundo Mateus BWV 244 (em latim: Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Evangelistam Matthaeum; em alemão: Matthäus-Passion), mais conhecida em países católicos como A Paixão segundo Mateus, é um oratório de Johann Sebastian Bach, que representa o sofrimento e a morte de Cristo segundo o Evangelho de Mateus, com libreto de Picander (Christian Friedrich Henrici). Com uma duração de mais de duas horas e meia (em algumas interpretações, mais de três horas) é a obra mais extensa do compositor. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma das obras mais importantes de Bach e uma das obras-primas da música ocidental. Esta e A Paixão segundo João são as únicas Paixões autênticas do compositor conservadas em sua totalidade. A Paixão Segundo Mateus consta de duas grandes partes constituídas de 68 números, em que se alternam coros, corais, recitativos, ariosos e árias.

A obra foi escrita, provavelmente, em 1727 e foi apresentada pela primeira vez na Sexta-feira da Paixão de 1727 ou na Sexta-feira da Paixão de 1729 na Thomaskirche (Igreja de São Tomás) em Leipzig, onde Bach era o Kantor. Ele a revisou em 1736, apresentando-a novamente em março desse mesmo ano, incluindo dessa vez dois órgãos na instrumentação.

Paixão Segundo Mateus não foi ouvida fora de Leipzig até 1829, quando Felix Mendelssohn apresentou uma versão abreviada em Berlim e foi vivamente aclamado. A redescoberta da Paixão Segundo Mateus através de Mendelssohn expôs a música de Bach — principalmente suas grandes obras — a uma atenção pública que persiste até hoje.

OK, há as duas versões de Gardiner (aqui e aqui), mas este registro está ali juntinho de ambas em qualidade. São as campeãs. Fantástico! Grande Jacobs!

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244

Disk: 1
1. Chor: Kommt, Ihr Töchter, Helft Mir Klagen (1. Teil)
2. Rezitativ: Da Jesus Diese Rede Vollendet Hatte
3. Choral: Herzliebster Jesu, Was Hast Du Verbrochen
4. Rezitativ: Da Versammelten Sich Die Hohepriester – Chor: Ja Nicht Auf Das Fest – Rezitativ: Da Nun Jesus
5. Rezitativ: Du Lieber Heiland Du
6. Arie: Buß’ Und Reu’
7. Rezitativ: Da Ging Hin Der Zwölfen Einer
8. Arie: Blute Nur, Du Liebes Herz
9. Rezitativ: Aber Am Ersten Tage Der Süßen Brot – Chor: Wo Willst Du, Daß Wir Dir Bereiten Das Osterlamm Zu Essen?
10. Choral: Ich Bins, Ich Sollte Büßen
11. Rezitativ: Er Antwortete Und Sprach
12. Rezitativ: Wiewohl Mein Herz In Tränen Schwimmt
13. Arie: Ich Will Dir Mein Herze Schenken
14. Rezitativ: Und Da Sie Den Lobgesang Gesprochen Hatten
15. Choral: Erkenne Mich, Mein Hüter
16. Rezitativ: Petrus Aber Antwortete Und Sprach Zu Ihm
17. Choral: Ich Will Hier Bei Dir Stehen
18. Rezitativ: Da Kam Jesus Mit Ihnen Zu Einem Hofe
19. Rezitativ: O Schmerz! Hier Zittert Das Gequälte Herz
20. Arie: Ich Will Bei Meinem Jesu Wachen
21. Rezitativ: Und Ging Hin Ein Wenig
22. Rezitativ: Der Heiland Fällt Vor Seinem Vater Nieder
23. Arie: Gerne Will Ich Mich Bequemen
24. Rezitativ: Und Er Kam Zu Seinen Jüngern
25. Choral: Was Mein Gott Will, Das G’scheh’ Allzeit
26. Rezitativ: Und Er Kam Und Fand Sie Aber Schlafend
27. Arie: So Ist Mein Jesus Nun Gefangen – Chor: Sind Blitze Und Donner In Wolken Verschwunden
28. Rezitativ: Und Siehe, Einer Aus Denen
29. Choral: O Mensch, Bewein’ Dein’ Sünde Groß
30. Arie: Ach, Nun Ist Mein Jesus Hin! (2. Teil)
31. Rezitativ: Die Aber Jesum Gegriffen Hatten
32. Choral: Mit Hat Die Welt Trüglich Gericht’t
33. Rezitativ: Und Wiewohl Viel Falsche Zeugen Herzutraten
34. Rezitativ: Mein Jesus Schweigt Zu Falschen Lügen Stille
35. Arie: Geduld! Wenn Mich Falsche Zungen Stechen
36. Rezitativ: Und Der Hohepriester Antwortete – Chor: Er Ist Des Todes Schuldig
37. Choral: Wer Hat Dich So Geschlagen

Disk: 2
1. Rezitativ: Petrus Aber Saß Draußen Im Palast
2. Chor: Wahrlich, Du Bist Auch Einer Von Denen
3. Arie: Erbarme Dich, Mein Gott
4. Choral: Bin Ich Gleich Von Dir Gewichen
5. Rezitativ: Des Morgens Aber Hielten Alle Hohepriester – Chor: Was Gehet Uns Das An
6. Rezitativ: Sie Hielten Aber Einen Rat
7. Choral: Befiehl Du Deine Wege
8. Auf Das Fest Aber Hatte Der Landpfleger Gewohnheit – Chor: Laß Ihn Kreuzigen
9. Choral: Wie Wunderbarlich Ist Doch Diese Strafe!
10. Rezitativ: Der Landpfleger Sagte
11. Rezitativ: Er Hat Uns Allen Wohlgetan
12. Arie: Aus Liebe Will Mein Heiland Sterben!
13. Rezitativ: Sie Schrieen Aber Noch Mehr – Chor: Laß Ihn Kreuzigen – Rezitativ: Da Aber Pilatus Sahe
14. Rezitativ: Erbarm’ Es Gott!
15. Arie: Können Tränen Meiner Wangen
16. Rezitativ: Da Nahmen Die Kriegsknechte – Chor: Gegrüßet Seist Du, Judenkönig – Rezitativ: Und Speieten Ihn An
17. Choral: O Haupt Voll Blut Und Wunden
18. Rezitativ: Und Da Sie Ihn Verspottet Hatten
19. Rezitativ: Ja! Freilich Will In Uns Das Fleisch Und Blut
20. Arie: Komm, Süßes Kreuz, So Will Ich Sagen
21. Rezitativ: Und Da Sie An Die Stätte Kamen – Chor: Der Du Den Tempel Gottes Zerbrichst – Rezitativ: Desgleichen Auch Die
22. Rezitativ: Ach Golgatha
23. Arie: Sehet, Jesus Hat Die Hand
24. Und Von Der Sechsten Stunde An – Chor: Der Rufet Den Elias – Und Bald Lief Einer Unter Ihnen – Chor: Halt! Laß Sehen
25. Choral: Wenn Ich Einmal Soll Scheiden
26. Rezitativ: Und Siehe Da, Der Vorhang Im Tempel Zerriß
27. Rezitativ: Am Abend, Da Es Kühle War
28. Arie: Mache Dich, Mein Herze, Rein
29. Rezitativ: Und Joseph Nahm Den Leib – Chor: Herr, Wir Haben Gedacht – Rezitativ: Pilatus Sprach Zu Ihnen
30. Rezitativ: Nun Ist Der Herr Zur Ruh’ Gebracht
31. Chor 1 Und 2: Wir Setzen Uns Mit Tränen Nieder

Extra:
32. Rezitativ: Ja! Freilich Will In Uns
33. Arie: Komm, Süßes Kreuz

Sunhae Im
Bernarda Fink
Werner Güra
Topi Lehtipuu
Johannes Weisser
Konstantin Wolff

RIAS Kammerchor
Akademie für Alte Musik Berlin
René Jacobs

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O belga René Jacobs: sai de baixo!
O belga René Jacobs.

PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violoncelo (Busch / Dieltiens)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violoncelo (Busch / Dieltiens)

Mais um bonito disco com a música de Vivaldi! Como os concertos para fagote, os concertos para violoncelo de Vivaldi são recompensadores não apenas por sua escrita solo altamente imaginativa — que estende e explora o caráter versátil do instrumento –, mas também pelas ideias ricamente variadas contidas em seus ritornelos. Se há um único movimento enfadonho a ser encontrado entre essas obras cativantes, ainda não o encontrei. Dieltiens e sua parceira no  violino, Christine Busch, mais o Ensemble Explorations trazem vitalidade rítmica e articulação nítida aos movimentos externos, enquanto nos lentos eles prolongam sua poesia — às vezes elegíaca, às vezes puramente lírica — com fraseados eloquentes. Minha única crítica, e é pequena, é que o órgão de câmara é um pouco mais intrusivo do que deveria ser. Mas isso não é nada comparado com o resto.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violoncelo (Busch / Dieltiens)

Concerto En la Mineur / A Minor / A-moll RV 420 (F. III/21)
1 Andante 4:20
2 Adagio 3:48
3 Allegro 3:36

Concerto En Mi Bemol Majeur / E Flat Major / Es-dur RV 408 (F. III/5)
4 Allegro Non Molto 3:39
5 Largo 6:28
6 Allegro 2:09

Concerto En Fa Majeur / F Major / F-dur RV 411 (F. III/14)
7 Allegro 2:58
8 Largo 1:22
9 Allegro Molto 1:49

Concerto En Re Mineur / D Minor / D-moll RV 407 (F. III/23)
10 Allegro 3:25
11 Largo 4:13
12 Allegro 2:36

Concerto En Fa Majeur / F Major / F-dur RV 544 (F. IV/5) “Il Proteo O Sia Il Mondo Al Rovescio”
13 Allegro 3:54
14 Largo 3:06
15 Allegro 3:13

Concerto En la Mineur / A Minor / A-moll RV 421 (F. III/13)
16 Allegro Non Troppo 3:24
17 Largo 2:30
18 Allegro 2:17

Concerto En Ut Majeur / C Major / C-dur RV 561 (F. IV/3)
19 Allegro 3:32
20 Largo 3:38
21 Allegro 2:42

Cello [Violoncelle Piccolo] – Roel Dieltiens
Ensemble – Ensemble Explorations
Violin – Christine Busch
Violoncello – Richte van der Meer

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Roel Dieltiens

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um CD lindo, monstruoso, espetacular. A soma da melhor orquestra de instrumentos originais e de um esplêndido regente — além de especialista na música historicamente informada — só poderia resultar num grande disco. A versão da Sinfonia Praga é a melhor que já escutei — o primeiro movimento é uma pauleira digna de nota — e adorei as surpresas da Júpiter. O Andante Cantabile está bastante diferente do habitual e convence, convence muito.

A Sinfonia Nº 38, Praga, foi composta por Mozart no final de 1786 e estreada em Praga, claro, em 19 de janeiro de 1787, durante a primeira visita de Mozart à cidade. O autógrafo do compositor registra o dia 6 de dezembro de 1786 como a data de conclusão da obra. A versão de Jacobs apenas valoriza a Praga. E pasmem, Mozart, durante o verão de 1788, compôs três sinfonias em menos de dois meses: a Sinfonia Nº 39 (K. 543), a Sinfonia Nº 40 (K. 550) e a Sinfonia Nº 41, “Júpiter” (K. 551). Ao que tudo indica, as três não foram encomendadas por ninguém, mas Mozart raramente dava ponto sem nó. Em vista das dificuldades financeiras que passava na época, talvez ele estivesse planejando vendê-las a um editor ou executá-las em algum concerto em Viena. Ou, quem sabe, planejava uma turnê a Londres, como mais tarde fizera Haydn? Desde o início do século XVIII, vários compositores alemães encontraram sucesso artístico e financeiro em Londres. E quando convidado a se apresentar em uma grande cidade, era comum o compositor levar consigo um conjunto de novas obras. A “Júpiter”, como diz seu apelido, é a mais grandiosa de suas sinfonias. Ironicamente, o nome Júpiter parece ter sido criado em Londres pelo empresário Johann Peter Salomon, que levou Haydn à capital inglesa no ano de 1791 e que desejava levar Mozart no ano seguinte.

.oOo.

Uma ilustração

A Elena diz que é uma artesã cansada, que não busca ouvir novas músicas, só as do trabalho. Só que ela casou com PQP Bach e o cara está sempre ouvindo coisas novas.

Hoje, preparei tudo direitinho. Quando ela chegou em casa, coloquei uma gravação das Sinfonias Nros. 38 e 41 de Mozart que sabia ser espetacular, mas não sabia por quê. É isso, eu sei quando é bom, sei que tenho sensibilidade, mas nem imagino os motivos de minhas admirações. E então ela me explica o que tem lá de diferente.

E ela ouviu, pediu pra repetir, ELOGIOU MUITO, destacou e detalhou o último movimento da Júpiter, com suas respirações diferentes, as puxadas de freio do maestro, as variações no andamento, etc.

Quando acabou, eu tirei o CD e coloquei um vinil com um contratenor cantando Purcell. Ela me olhou com estranheza. O que teria a ver? Será que a pequena cirurgia que fiz hoje teria afetado meu cérebro?

Expliquei que o contratenor que cantara Purcell nos anos 70 era o regente do Mozart de agora — um cara que se especializara na regência de óperas barrocas e clássicas.

E vieram considerações e pedidos para que eu ficasse mais tempo em casa. Passamos um bom dia. Eu com alguma dor pelo dente que morreu, mas com o resto ainda bem vivo.

Gravações citadas:
— W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41
Freiburger Barockorchester
Reg.: René Jacobs

— Henry Purcell (1659-1695): “Tis Nature Voice” and other songs and elegies
Contratenor: René Jacobs

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

W.A. Mozart (1756 – 1791): Symphonie n 38 “Prague”
1 I. Adagio – Allegro 15:59
2 II. Andante 9:53
3 III. Finale. Presto 6:42

W.A. Mozart (1756 – 1791): Symphonie n 41 “Jupiter”
4 I. Allegro vivace 10:38
5 II. Andante cantabile 9:52
6 III. Menuetto. Allegretto – Trio 3:23
7 IV. Molto Allegro 12:01

Freiburger Barockorchester
René Jacobs

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René Jacobs, um monstro

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Evaristo Felice Dall’Abaco (1675-1742): Concerti A Più Instrumenti Opera Sesta

Evaristo Felice Dall’Abaco (1675-1742): Concerti A Più Instrumenti Opera Sesta

Um bom disco de música barroca italiana. Mas Dall’Abaco não é Vivaldi, nem Corelli. Embora se trate de concertos sem instrumentos declaradamente solo ou concertante, o primeiro violino pode ter breves seções concertantes. Os modelos de Vivaldi, ou mais corretamente os modelos italianos da primeira metade do século, são evidentes: escrita extremamente fluente, raro uso de contraponto imitativo, predomínio da melodia. Dall’Abaco é um sujeito bem famoso em Verona. O cara era veronês e dá nome ao conservatório musical da cidade. Está escrito lá: Conservatorio Statale di Musica Evaristo Felice Dall’Abaco, Alta Formazione Artistica e Musicale. Trata-se de uma região muito musical, a gente anda na rua e os cartazes colados nas paredes e bancas, em vez de anunciar a Ivete Sangalo ou o grupo de rock da cidade, anunciam trios de Shostakovich ou a próxima atração da Arena. É outro mundo. Quando conheci a Piazza Bra em 2006, pensei que ali poderia ser o meu lugar se fosse rico; até hoje dou frequentemente uma olhada em como está a minha Piazza com uma webcam que transmite 24 horas sua situação. Estamos de olho!

Mas, não obstante as exigências neuróticas de genialidade de nosso blog, Evaristo foi um grande compositor. Aluno de Torelli, recebeu enorme influência de Corelli e Vivaldi, porém tem voz própria e original. Dall`Abaco acabou como Kammermusicker de Maximiliano Emanuel I. Ficou pouco tempo na Bavária, teve que fugir junto para a Bélgica após uma derrota militar. Viveu anos em Bruxelas e compôs também para cortes francesas e holandesas. Eu querendo ir morar em Verona e o compositor de cidade só fugiu por toda sua vida…

A propósito, eu me apaixonei pelo Concerto V In Sol.

Evaristo Felice Dall’Abaco (1675-1742): Concerti A Più Instrumenti Opera Sesta

CD 1
Concerto XII In Re
1-1 Allegro
1-2 Grave
1-3 Allegro ma Non Troppo
Concerto IV In Si Minore
1-4 Allegro
1-5 Adagio
1-6 Allegro
Concerto II In Mi
1-7 Allegro Ma Non Troppo
1-8 Aria. Cantabile
1-9 Allegro Assai
Concerto III In Fa
1-10 Allegro
1-11 Largo Sempre Piano
1-12 Allegro E Spiritoso
Concerto I In Do
1-13 Allegro
1-14 Largo
1-15 Presto E Spiccato
Concerto VIII In Re
1-16 Allegro
1-17 Largo
1-18 Allegro
CD 2
Concerto VII In La
2-1 Allegro
2-2 Grave
2-3 Presto
Concerto XI In Mi
2-4 Allegro
2-5 Aria. Cantabile
2-6 Allegro E Spiritoso
Concerto X In Do
2-7 Allegro
2-8 Largo
2-9 Allegro
Concerto IX In Sib
2-10 Allegro Ma Non Troppo
2-11 Largo Assai
2-12 Allegro Assai
Concerto V In Sol
2-13 Allegro E Vivace Assai
2-14 Aria. Adagio Cantabile
2-15 Allegro
Concerto VI In Fa
2-16 Allegro
2-17 Adagio
2-18 Allegro Ma Non Troppo
2-19 Allegro Assai

Il Tempio Armonico
Orchestra Barocca Di Verona
Alberto Rasi

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.: interlúdio :. John Zorn: Spy Vs Spy (The Music of Ornette Coleman)

.: interlúdio :. John Zorn: Spy Vs Spy (The Music of Ornette Coleman)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Meus amigos pequepianos, meus amores, não vou lhes enganar. Este CD de John Zorn é de uma tal pauleira que pulveriza os esforços e torna dietética a imensa maioria dos grupos de heavy metal. O que quero dizer é que a grande música contida em Spy Vs Spy não é para estômagos fracos que iniciam seus domingos ouvindo a primavera de Vivaldi e sim para aqueles que desejam ver os passarinhos vivaldianos perecerem arregalados sob o tremor de baixo, bateria e saxofones alucinantes. O CD começa em altíssima rotação, depois até pisa no freio, reduzindo a velocidade para os 220 Km/h.

Mas assim é a música de Coleman e assim é Zorn, que a acentuou. Sua intensidade é a do rock, mas a dificuldade é absurda. Há fanáticos por este disco e há pessoas que o odeiam mortalmente. Difícil ficar indiferente quando de uma audição. Eu e meu filho estamos no primeiro grupo. Mas nunca o toco perto de outrem que desconheço. Não sou louco.

Volume bem alto, OK? A menos que vocês tenham vizinhos bregas armados. Ou milicianos.

São dois saxofones, duas baterias e um seguríssimo baixo dando o maior chocolate.

John Zorn: Spy Vs Spy (The Music of Ornette Coleman)

1 WRU 2:38
2 Chronology 1:08
3 Word For Bird 1:14
4 Good Old Days 2:44
5 The Disguise 1:18
6 Enfant 2:37
7 Rejoicing 1:38
8 Blues Connotation 1:05
9 C. & D. 3:05
10 Chippie 1:08
11 Peace Warriors 1:20
12 Ecars 2:28
13 Feet Music 4:45
14 Broad Way Blues 3:42
15 Space Church 2:28
16 Zig Zag 2:54
17 Mob Job 4:24

Bass – Mark Dresser
Drums – Joey Baron, Michael Vatcher
Saxophone – Tim Berne
Saxophone, Producer – John Zorn

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Fiorenza / Leo / Porpora / Sabatino: Concertos Napolitanos para Violoncelo

Fiorenza / Leo / Porpora / Sabatino: Concertos Napolitanos para Violoncelo

Um bom disco de um repertório pouco frequentado. Os compositores mais conhecidos do CD são Porpora e Leo. Nem conhecia Fiorenza e Sabatino, isso que sou um perseguidor de barrocos. Como disse tantas vezes, o barroco parece ser interminável, mas estes não são concertos especialmente belos, não são grandes achados. São animados, meridionais, rápidos, atléticos, soam bem, mas não têm magia. A extrema competência e compreensão dos músicos comandados pela extraordinária Chiara Banchini compensa e a gente sai bem convencido de que é grande música, só que depois esquece… É um disco que indico fortemente para as manhãs felizes!

Fiorenza / Leo / Porpora / Sabatino: Concertos Napolitanos para Violoncelo

Nicola Fiorenza (?-1764)
Solo Cello Concerto in F major
01. Presto
02. Allegro
03. Largo
04. Allegro

Nicola Antonio Porpora (1686-1768)
Cello concerto in G major
05. Adagio
06. Allegro
07. Adagio
08. Allegro

Leonardo Leo (1694-1744)
Solo Cello Concerto in A major
09. Andantino gracioso
10. Allegro
11. Larghetto
12. Allegro

Nicola Fiorenza (?-1764)
Cello Concerto in A major
13. Largo
14. Allegro
15. Adagio
16. Allegro

Nicola Sabatino (1708-1796)
Solo di Violoncello con due violini e basso in G major
17. Largo assai
18. Fuga
19. Adagio
20. Allegro mà preso

Gaetano Nasillo, cello
Ensemble 415
Chiara Banchini, direction

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Chiara Banchini

PQP

J. S. Bach, Biber, Montanari, Pisendel & Tartini: Guardian Angel (Rachel Podger)

J. S. Bach, Biber, Montanari, Pisendel & Tartini: Guardian Angel (Rachel Podger)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Chega o dia em que o grande violinista — no caso a grande violinista — acha que tem que roubar repertório de outros instrumentos. E o faz bem, roubando (ou transcrevendo) a belíssima Partita para Flauta Solo, BWV 1013, de Bach. O restante do repertório deste Guardian Angel é original, mas tudo fica opaco perto da Partita de Bach e da Passacaglia de Biber. Eu amo a Passacaglia, uma daquelas peças que não requerem virtuosismo e sim sensibilidade. Em mãos mais duras, ela cai na vala das obras descartáveis, mas quando cai nas mãos de uma Podger, rende loucamente. Um CD aparentemente despretensioso que é uma joia. Confiram!

J. S. Bach, Biber, Montanari, Pisendel & Tartini: Guardian Angel (Rachel Podger)

Johann Sebastian Bach (1685 -1750)
Partita for flute in A minor, BWV 1013:
01. I. Allemande (04:07)
02. II. Corrente (03:41)
03. III. Sarabande (05:26)
04. IV. Bouree Anglaise (02:40)

Nicola Matteis (d. after 1713)
From: Other Ayrs, Preludes, Allmands, Sarabands etc. – The 2nd Part:
05. Passagio rotto (02:34)
06. Fantasia (01:51)
07. Movimento incognito (02:49)

Giuseppe Tartini (1692-1770)
Sonata in A minor, B: a3:
08. I. Cantabile (01:40)
09. II. Allegro (02:15)
10. III. Allegro (03:41)
11. IV. Giga (01:21)
12. V. Theme and variations (12:12)
Sonata in B minor, No.13, B: h1:
13. I. Andante (04:45)
14. II. Allegro assai (02:48)
15. III. Giga. Allegro affettuoso (02:48)

Johann Georg Pisendel (1687-1755)
Sonata per violino solo senza basso:
16. I. (02:45)
17. II. Allegro (05:16)
18. III. Giga (02:49)
19. IV. Varoatione (04:00)

Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704)
20. From: Mystery Sonatas: Passacaglia in G minor for solo violin (08:52)

Antonio Montanari (1676-1737)
21. Sonata Camera (Giga) — Bonus Track (02:27)

Rachel Podger, violino

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Quem não ama Rachel Podger?

PQP

Iannis Xenakis (1922-2001): Oresteïa

Iannis Xenakis (1922-2001): Oresteïa

Liturgia selvagem e insolente sob o sol da Grécia de Ésquilo, a cantata Oresteïa é tudo menos música decorativa. Iannis Xenakis fascina e encanta o ouvinte com o alegria e o ritmo de seus movimentos, seus coros masculinos grandiosos [Agamenon] e o clamor opressor de suas vozes femininas [Les Chorephores].

As origens da Oresteïa de Iannis Xenakis são quase tão marcantes quanto a própria música. Em algum momento da década de 1960, a cidade de Ypsilanti, em Michigan (EUA), descobriu que seu nome não era derivado de alguma língua nativa americana, mas sim do grego. Cheia de orgulho por sua recém-descoberta associação étnica, a cidade decidiu realizar um festival grego em um anfiteatro construído no campo de beisebol da universidade local. Eles contrataram um autêntico diretor grego e também concordaram em contratar os serviços de um autêntico compositor grego para escrever a partitura incidental. Xenakis abraçou o projeto, escreveu mais de uma hora e meia de música para a produção, que ao que tudo indica foi um grande sucesso. Com o intuito de resgatar o trabalho para a atuação em concerto, Xenakis posteriormente preparou uma cantata com duração de cerca de 50 minutos, acrescentando em meados da década de 1980 o sensacional — e HILARIANTE, na minha opinião — movimento Kassandra – e aqui temos o resultado.

OK, ouvir Oresteïa não é tão fácil de ouvir quanto Alexander Nevsky de Prokofiev, outra cantata que nasceu de, digamos, raízes históricas e geopolíticas, mas qualquer um que pense que Xenakis seja inacessível pode ouvir Oresteïa e reconsiderar este julgamento precipitado. O que dá a essa música seu estranho fascínio é a combinação de elementos vocais geralmente semelhantes a um canto (apesar de hermeticamente atonal), com interlúdios instrumentais de sonoridade primitiva (mas na verdade muito sofisticados tecnicamente). A esse respeito, não estamos tão longe de A Sagração da Primavera, de Stravinsky, das obras vocais de Varèse ou dos cenários posteriores do drama grego de Carl Orff.

Você pode ouvir isso muito claramente no segundo movimento, Kassandra, com sua escrita delirante para percussão e barítono, bem como no canto do refrão em Les Choephores. A escrita instrumental estilizada, muitas vezes monofônica e permeada por estranhos sons de percussão e extremos de altura, adiciona a impressão de rigidez primordial que se adapta perfeitamente bem ao drama.

Iannis Xenakis – Oresteïa

Oresteïa (49:23)
1 Agamemnon 9:44
2 Kassandra 13:47
Baritone Vocals [Solo] – Spiros Sakkas*
Percussion [Solo] – Sylvio Gualda
3 Agamemnon (Suite Et Fin) 4:50
4 Les Choephores 11:44
5 Les Euménides 9:18

Maîtrise de Colmar
Ensemble Vocal d’Anjou
Ensemble de Basse-Normandie
Spiros Sakkas – baritone
Sylvio Gualda – percussion

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Xenakis, estrela grega de Ypsilanti | Foto: Wikimedia Commons

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Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 6 de 6 (mais Scans)

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 6 de 6 (mais Scans)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este conjunto apareceu originalmente como LPs separados nos anos 70 e 80, e passou esgotado por muito tempo. Era um crime, já que Purcell passou boa parte de sua curta e prolífica vida profissional no teatro, seja escrevendo as músicas incidentais contidas nesses CDs, ou a música para suas obras maiores, as semi-óperas (Rei Arthur, The Fairy Queen, etc.). Quase todas essas obras são joias e certamente representam um pináculo da música inglesa do século XVII. Purcell tinha gênio para extrair ouro musical das letras mais pesadas e ele faz o mesmo com os textos das canções nessas peças. Hogwood e o AAM oferecem performances limpas. O som desses discos analógicos antigos foi limpo e melhorado — embora eles já fossem originalmente muito bons. Como acontece com a maioria das coisas que Hogwood gravou, os extremos emocionais são achatados, então a natureza “sobrenatural” da música do final do século 17, tão frequentemente enfatizada em apresentações barrocas mais recentes, não aparece aqui. Mas, nossa, como vale a pena ouvir! O CD recebe o selo de imperdível principalmente pelas lindas peças instrumentais que estão lá no final. São ouro puro!

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 6 de 6 (mais Scans)

CD6:

Love Triumphant, or Nature Will Prevail, incidental music, Z. 582
01. How happy’s the husband

Rule a Wife and Have a Wife, incidental music, Z. 587
02. There’s not a swain

The Female Virtuosos, incidental music, Z. 596
03. Love, thou art best

Epsom Wells, incidental music, Z. 579
04. Leave these useless arts

The Maid’s Last Prayer, or, Any Rather than Fail, incidental music, Z. 601
05. Though you make no return
06. No, resistance is but vain
07. Tell me no more

Aureng-Zebe, or, the Great Mogul, incidental music, Z. 573
08. I see, she flies me

The Canterbury Guests, or, A Bargain Broken, incidental music, Z. 591
09. Good neighbour why?

The Fatal Marriage, or, the Innocent Adultery, incidental music, Z. 595
10. The danger is over
11. I sigh’d and owned my love

Spanish Friar, or, the Double Discovery, incidental music, Z. 610
12. Whilst I with grief

Pausanias, the Betrayer of his Country, incidental music, Z. 585
13. Sweeter than roses
14. My dearest, my fairest

The Mock Marriage, incidental music, Z. 605
15. Oh! how you protest … ‘Twas within a furlong … Man is for the woman made

Oroonoko, incidental music, Z. 584
16. Celemene, pray tell me

17. Pavan for 2 violins & continuo in A major, Z. 748
18. Pavan for 2 violins & continuo in A minor, Z. 749
19. Pavan for 2 violins & continuo in B flat major, Z. 750
20. Pavan for 2 violins & continuo in G minor, Z. 751
21. Pavan for 3 violins & continuo in G minor, Z. 752
22. Sonata for violin & continuo (Trio Sonata) in G minor, Z. 780
23. Chacony, for 4 strings in G minor, Z. 730

Sopranos: Elizabeth Lane, Emma Kirkby, Joy Roberts, Judith Nelson, Prudence Lloyd
Countertenor: James Bowman
Tenors: Alan Byers, Julian Pike, Martyn Hill, Paul Elliott, Peter Bamber, Rogers Covey-Crump
Basses: Christopher Keyte, David Thomas, Geoffrey Shaw, Michael George
The Taverner Choir
Chorus Director: Andrew Parrott
Academy of Ancient Music
Conductor: Christopher Hogwood

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Saudades de Christopher Hogwood (1941-2014)

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Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 5 de 6

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 5 de 6

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O quinto CD desta série traz uma monte de obras-primas do barroco. Para começar, quem conhece o filme A Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, logo reconhecerá o Prelúdio, faixa 3. Logo depois, temos a belíssima Music for a while (8) e, como se não bastasse, a faixa 11 é Retir’d from any mortal’s sight, aqui em interpretação linda de morrer de Emma Kirkby. E o que dizer da cômica At the close of the ev’ning?

Imagine os filmes mais estúpidos de Hollywood que você possa imaginar: filmes de ação cafonas, comédias fofinhas e sem graça, grandes épicos xaroposos. Agora imagine que um dos maiores compositores vivos trabalhando para eles, produzindo trilhas musicais surpreendentes, assustadoramente belas e emocionantes para esses filmes descartáveis. É isso que você obtém com este conjunto: música que Henry Purcell compôs para cerca de duas dúzias de peças, muitas vezes totalmente esquecíveis, outras não, pois, ocasionalmente, ele se juntava a um dramaturgo digno de sua estatura como John Dryden, Aphra Behn ou William Congreve. Nestes casos, os resultados são ainda melhores, mas na maioria das vezes você pode — e deve — curtir a música aqui sem saber nada sobre as peças originais…

CD5:

The Libertine, or, the Libertine Destroyed, incidental music, Z. 600
01. Nymphs and shepherds
02. We come
03. Prelude
04. Prepare, prepare, new guests draw near
05. To arms, heroic prince

The Massacre of Paris, incidental music, Z. 604
06. Thy genius, Io (2 settings)

Oedipus, incidental music, Z. 583
07. Hear, ye sullen powers below
08. Music for a while
09. Come away, do not stay … Laius! Hear, hear
10. Overture for 2 violins, viola & continuo in D minor, Z. 771

The History of King Richard II, or, The Sicilian Usurper, incidental music, Z. 581
11. Retir’d from any mortal’s sight

Sir Barnaby Whigg, or, No Wit Like a Woman’s, incidental music, Z. 589
12. Blow, blow, Boreas, blow

Sophonisba, or Hannibal’s Overthrow, incidental music, Z. 590
13. Beneath the poplar’s shadow

The English Lawyer, incidental music, Z. 594
14. My wife has a tongue

A Fool’s Preferment, or, The Three Dukes of Dunstable, incidental music, Z. 571
15. I sigh’d, and I pin’d … There’s nothing so fatal as woman
16. Fled is my love … ‘Tis death alone … I’ll mount to yon blue Coelum
17. I’ll sail upon the Dog-star
18. Jenny, ‘gin you can love
19. If thou wilt give me back my love

The Indian Emperor, or, The Conquest of Mexico, incidental music, Z. 598
20. I look’d, and saw within

The Knight of Malta, incidental music, Z. 599
21. At the close of the ev’ning

Why, my Daphne, why complaining? (A Dialogue between Thirsis and Daphne), song for soprano, bass & continuo, Z. 525
22. Why, my Daphne, shy complaining

The Wives’ Excuse, or, Cuckolds Make Themselves, incidental music, Z. 612
23. Ingrateful love!
24. Hang this whining way of wooing
25. Say, cruel Amoret … Corinna, I excuse thy face

Cleomenes, the Spartan Hero, incidental music, Z. 576
26. No, no, poor suff’ring heart

Regulus, or, the Faction of Carthage, incidental music, Z. 586
27. Ah me! to many deaths

The Marriage-Hater Match’d, incidental music, Z. 602
28. As soon as the chaos … How vile are the sordid intregues

Sopranos: Elizabeth Lane, Emma Kirkby, Joy Roberts, Judith Nelson, Prudence Lloyd
Countertenor: James Bowman
Tenors: Alan Byers, Julian Pike, Martyn Hill, Paul Elliott, Peter Bamber, Rogers Covey-Crump
Basses: Christopher Keyte, David Thomas, Geoffrey Shaw, Michael George
The Taverner Choir
Chorus Director: Andrew Parrott
Academy of Ancient Music
Conductor: Christopher Hogwood

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Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 4 de 6

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 4 de 6

Muito bom este CD 4. Muitas árias bonitas e interessantes. Dotado de um sentido melódico muito expressivo, Purcell compôs toda a sua obra encaminhando-se para a modernidade. As suas composições foram escritas, basicamente, para a Igreja, a corte e o entretenimento. O gênio de Purcell como compositor de teatro foi prejudicado pelo fato de não haver ópera pública em Londres durante sua vida. A maior parte de sua música de teatro consiste em música instrumental e canções interpoladas ao drama, embora ocasionalmente houvesse oportunidades para cenas musicais mais extensas. Sua contribuição para o palco foi de fato modesta até 1689, quando escreveu a obra-prima Dido e Aeneas.

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 4 de 6

CD4:

The Double Dealer, incidental music, Z. 592
01. Overture
02. Hornpipe – Minuet – Air – Hornpipe
03. Cynthia frowns
04. Minuet – Minuet – Air – Air

The Richmond Heiress, or, A Woman Once in the Right, incidental music, Z. 608
05. Behold the man

The Rival Sisters, or, the Violence of Love, incidental music, Z. 609
06. Overture
07. Celia has a thousand charms
08. Take not a woman’s anger ill
09. How happy, how happy is she

Henry II, King of England, incidental music, Z. 580
10. In vain, ‘gainst Love, in vain I strove

Tyrannic Love, or, the Royal Martyr, incidental music, Z. 613
11. Hark! my Damilcar!
12. Ah! how sweet it is to love
13. Overture for 2 violins, 2 violas & continuo in G minor, Z. 772

Theodosius, or, the Force of Love, incidental music, Z.606
14. Prepare, prepare, the rites begin
15. Cans’t thou, Marina
16. The gate to bliss
17. Hark! Hark! behold the heav’nly choir
18. Now the fight’s done
19. Sad as death at dead of night
20. Dream no more of pleasures past
21. Hail to the myrtle shade
22. Ah cruel, bloody Fate

Sopranos: Elizabeth Lane, Emma Kirkby, Joy Roberts, Judith Nelson, Prudence Lloyd
Countertenor: James Bowman
Tenors: Alan Byers, Julian Pike, Martyn Hill, Paul Elliott, Peter Bamber, Rogers Covey-Crump
Basses: Christopher Keyte, David Thomas, Geoffrey Shaw, Michael George
The Taverner Choir
Chorus Director: Andrew Parrott
Academy of Ancient Music
Conductor: Christopher Hogwood

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Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 3 de 6

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 3 de 6

Este disco não chega ao nível dos dois primeiros, mas mesmo assim é muito bom. São mais árias do que música orquestral, às vezes parece que estamos ouvindo uma ópera barroca. Em sua música vocal, Purcell definiu a língua inglesa com uma sensibilidade que ninguém tinha igualado antes ou depois. Apenas Britten, que amava a música de Purcell, chegou próximo. Em sua música instrumental, Purcell mostrou-se um verdadeiro moderno, sendo um dos primeiros a explorar as possibilidades da cor orquestral. Ele mesclou influências do contraponto antigo às últimas danças francesas e às acrobacias vocais italianas. Ainda assim, o resultado é sempre puro Purcell. E com uma cara inglesa que vou lhes contar.

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 3 de 6

CD3:

01. Overture and Suite for 2 violins, viola & continuo in G major, Z. 770 (inner parts incomplete)

Don Quixote, incidental music, Z. 578
02. Sing all ye Muses
03. When the world first knew creation
04. Let the dreadful engines of eternal will
05. With this sacred charming wand
06. Since times are so bad
07. Genius of England
08. Lads and Lasses, blithe and gay
09. From rosie bow’rs

Amphitryon, or, the Two Sosias, incidental music, Z. 572
10. Overture
11. Saraband
12. Celia, that I once was blest
13. Hornpipe – Scotch tune
14. For Iris I sigh
15. Air – Minuet – Hornpipe
16. Fair Iris and her swain
17. Bourrée

Sopranos: Elizabeth Lane, Emma Kirkby, Joy Roberts, Judith Nelson, Prudence Lloyd
Countertenor: James Bowman
Tenors: Alan Byers, Julian Pike, Martyn Hill, Paul Elliott, Peter Bamber, Rogers Covey-Crump
Basses: Christopher Keyte, David Thomas, Geoffrey Shaw, Michael George
The Taverner Choir
Chorus Director: Andrew Parrott
Academy of Ancient Music
Conductor: Christopher Hogwood

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J. S. Bach (1685-1750): Cantatas para Soprano (BWV 82a, 199, 51, 84, 209 & 202) – Nancy Argenta

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas para Soprano (BWV 82a, 199, 51, 84, 209 & 202) – Nancy Argenta

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu amo as Cantatas para soprano solo de Johann Sebastian Bach. Especialmente a BWV 82 e a 202, mas também as outras. E o que dizer delas na voz translúcida de Nancy Argenta? Bem, abaixo coloco um texto de Mark Swed, publicado no L.A. Times em julho deste ano. Swed faz uma curiosa e linda relação entre a Cantata BWV 82 e nossos tempos covideanos. Excluí os dois parágrafos finais pois eles diziam respeito a outra interpretação que não a da canadense Argenta, porém, é claro, o artigo está em sua versão completa no link acima e traduzido aqui.

Bach escreveu a Cantata BWV 82 para transcender a tragédia. É uma canção de ninar para os nossos tempos

Por Mark Swed

Ich habe genug, Cantata BWV 82 de Bach, é comumente traduzida como Estou contente. No centro da cantata, há uma canção de ninar de doçura consoladora e benção sonolenta, cuja melodia é incomparável. Quem está atualmente contente? Quem não está dormindo muito ou pouco, com noites pesadas e angustiadas?

Na verdade, a Cantata 82 fornece um manual de como morrer tranquilamente, mapeando o caminho para o paraíso. E, aparentemente, essa é a última coisa que alguém quer ouvir durante as circunstâncias terríveis que vivemos.

Eu tentei um experimento. Por alguns dias, a Cantata foi a última música que eu escutei antes de ir para a cama e a primeira que eu ouvi de manhã. Não me aliviou a apreensão noturna nem se mostrou eficaz para melhorar o humor diurno. Eu não fiquei mais contente, mas o curioso era que eu esperava ansiosamente aqueles momentos de escuta. Claro, a BWV 82, para usar o sistema de numeração convencional que usamos para Bach, não se tornou sem motivo uma dos mais amadas das cerca de 200 cantatas existentes de Bach. Ela é linda.

As cantatas de Bach são uma conquista da humanidade. Acredita-se que ele tenha composto pelo menos 300 (um terço ou mais foram perdidas). Aos 38 anos, em 1723, ele era o encarregado da música das quatro principais igrejas luteranas de Leipzig, na Alemanha, e era obrigado a fornecer 59 cantatas por ano, uma para o culto de cada domingo e outras para os feriados. A maioria das cantatas era composta por 3 árias, 3 movimentos corais e recitativos. E era interpretada por um ou dois cantores solo, coral e um conjunto instrumental no qual os membros também podiam ter partes solo, o que significava agendamentos frenéticos de ensaios.

As cantatas acabaram se tornando um álbum de respostas emocionais a seu tempo e lugar, às estações do ano, às alegrias e tristezas da vida de Leipzig no século XVIII. Elas eram meditações profundas sobre o significado de tudo, discursos pessoais de sons.

A Cantata (que significa apenas cantada) era, por si só, um gênero vago. Embora principalmente sacras, as elas também poderiam ser seculares, destinadas a casamentos e outras celebrações, funerais ou mesmo, como Bach nos demonstrou deliciosamente, a um café.

Como disse, elas normalmente continham árias para um ou dois cantores, um coro e um pequeno conjunto com solos para instrumentistas virtuosos. Para aborrecimento dos padres, a música de Bach costumava ser a principal atração para os cultos que começavam às 7 da manhã e podiam durar quatro horas. Sabe-se que a congregação da sociedade de Leipzig chegava tarde à missa e saía mais cedo, ou seja, iam mais para assistir Bach do que o sermão.

O BWV 82 foi escrito em 1727 para a Festa da Purificação da Virgem Maria, que aconteceu em 2 de fevereiro. É para um cantor solo e prescinde do coro. Seu libreto anônimo concentra-se em Simeão, que, depois de ver o menino Jesus no templo, não precisa mais da vida terrena.

Em seu brilhante estudo de Bach, Música no Castelo do Céu, o maestro John Eliot Gardiner diz que a teologia da época encarava o mundo como “um hospício povoado por almas doentes cujos pecados apodrecem como furúnculos supurantes e excrementos amarelos”. Mas, no BWV 82, Bach radicalmente nos permite aspirar a sermos anjos. A morte não é transformação ou punição, é missão cumprida, é uma boa noite de sono e uma alegre viagem para casa.

Anjos não somos, mas por 25 minutos sentimos que somos. Os sons das palavras do texto anônimo são transformados em melodias luxuosas, que demonstram um talento operístico indiscutível. Mas a realização mais significativa é a de que a melodia e a instrumentação transcenderem o texto completamente.

O formato da cantata é simples: um cantor — Bach criou versões para soprano, mezzo-soprano e baixo-barítono — e três árias conectadas por dois recitativos curtos. Um pequeno conjunto de cordas o acompanha. Um oboé solo (ou flauta na versão soprano) gira melodias acrobáticas fazendo um sofisticado contraponto à linha vocal. Sobre as cordas suaves, a ária de abertura começa com o oboé ou flauta, introduzindo a frase melódica de cinco notas que carregará as palavras “Ich habe genug”.

Bach não está nos dizendo isso por palavras. Ele não está explicitando nada. Nem está, por mais que pareça, revelando as emoções carregadas no texto. Ele está nos levando pela mão a algum lugar.

A suposta tarefa da ária de canção de ninar “Schlummert ein” era representar a morte como sono. Em vez disso, Bach produz um milagre musical. Para que ele não nos leve a dormir, Bach produz um estado de reverência. O sono, então, torna-se não a morte, mas uma visão fugaz da morte, da qual acordamos revigorados. É por isso que a ária final curta e alegre pode estar escandalosamente viva.

Ich habe genug veio logo depois que Bach se cansou de cantatas para funerais. Aliás, a morte foi sua companheira constante. Seus pais morreram quando ele era menino. Sua primeira esposa morreu jovem. Ele sofreu a morte de seis de seus 20 filhos, incluindo a de um filho de seis meses antes de escrever o BVW 82. A essa altura, Bach havia deixado a tarefa hercúlea de escrever cantatas sem parar, para produzi-las apenas ocasionalmente. Mas o BWV 82 parece ser uma questão pessoal e Bach produziu um total de seis versões, a última em 1748, dois anos antes de sua própria morte.

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas para Soprano (BWV 82a, 199, 51, 84, 209 & 202)

CD 1 (64:47)
1-5 Ich habe genug BWV 82a 21:51
6-13 Mein Herze schwimmt in Blut BWV 199 22:16
14-17 Jauchzet Gott in allen Landen BWV 51 17:30

CD 2 (54:15)
1-5 Ich bin vergnugt mit meinem Glucke BWV 84 13:34
6-10 Non sa che sia dolore BWV 209–Italian Cantata 20:37
11-19 Weichet nur, betrubte Schatten BWV 202–Wedding Cantata 19:46

Soprano Vocals – Nancy Argenta (tracks: CD 1 & CD 2)
Directed By – Monica Huggett (tracks: CD 1 & CD 2)
Ensemble – Sonnerie (tracks: CD 1 & CD 2)
Flute – Lisa Beznosiuk (tracks: BWV 82a & 209 (CD 1: 1-5; CD 2: 6-10))
Oboe – Paul Goodwin (2) (tracks: BWV 84, 199 & 202 (CD 1: 6-13; CD 2: 1-5, 11-19))
Trumpet – Crispian Steele-Perkins (tracks: BWV 51 (CD 1: 14-17))

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A extraordinária soprano canadense Nancy Argenta

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#BTHVN250 – Ludwig van Beethoven (1770-1827): String Quintets Op. 4 & 29 (Nash)

#BTHVN250 – Ludwig van Beethoven (1770-1827): String Quintets Op. 4 & 29 (Nash)

O Nash Ensemble é dos melhores agrupamentos que conheço da cena erudita. Nunca pesquisei a respeito, mas deve ser um grupo de músicos de alto nível que molda sua formação para interpretar as obras cujas necessidades instrumentais estejam fora dos padrões habituais. O Nash gravou o maravilhoso Quinteto de Korsákov, de estranhíssima formação, assim como outras composições raras. É a especialidade dos caras.

Quintetos de Cordas não chegam a ser coisas muito inéditas — basta pegar um quarteto e acrescentar um músico — mas é algo do interesse do Nash. E, como sempre, ele dá um banho de competência. O CD é da Hyperion, o que é garantia de muita qualidade, como a maioria de vocês sabem.

Uma boa noite beethoveniana aos pequepianos!

Ludwig van Beethoven (1770-1827): String Quintets Op. 4 & 29

1. String Quintet In E Flat, Op. 4 – 1. Allegro Con Brio
2. String Quintet In E Flat, Op. 4 – 2. Andante
3. String Quintet In E Flat, Op. 4 – 3. Menuetto Più Allegretto; Trio
4. String Quintet In E Flat, Op. 4 – 4. Presto

5. String Quintet In C, Op. 29 – 1. Allegro Moderato
6. String Quintet In C, Op. 29 – 2. Adagio Molto Espressivo
7. String Quintet In C, Op. 29 – 3. Scherzo: Allegro; Trio
8. String Quintet In C, Op. 29 – 4. Presto; Andante Con Moto & Scherzoso; Tempo I

The Nash Ensemble

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G. F. Händel (1685-1759): Concerti grossi, Op. 3 (Akademie für Alte Musik Berlin)

G. F. Händel (1685-1759): Concerti grossi, Op. 3 (Akademie für Alte Musik Berlin)

Mesmo que a seleção de Concertos deste Op. 3 tenha sido provavelmente compilada pelo editora de Händel e não pelo próprio compositor, a qualidade geral e a natureza colorida da música contida nele o tornam um poderoso opus. Com sua profunda competência e absoluta animação, a Akademie für Alte Musik Berlin e o maestro Georg Kallweit demonstram porque eu os considero um dos melhores conjuntos barrocos da atualidade ao lado da Orquestra Barroca de Freiburg, do Giardino Armonico, Orchestra of the Age of Enlightenment e de outros poucos. Poucas vezes Händel foi tão bem tratado. Imaginem que conheci esses concertos na horrorosa versão romântica de Karl Richter. Que sorte que o mundo girou tantas vezes desde aqueles dias.

Concerto grosso (‘concerto grande’; plural: concerti grossi) é uma forma musical em que um grupo de solistas (concertino) — geralmente dois violinos e um violoncelo — dialoga com o resto da orquestra (ripieno), por vezes fundindo-se com este, resultando no tutti. Trata-se de uma forma estritamente instrumental, típica do período barroco. A denominação concerto grosso surgiu por volta de 1670, na partitura de uma cantata de Alessandro Stradella. Foi praticado principalmente na Itália, na Inglaterra e nos países germânicos. As diferentes partes — concertino, ripieno e tutti — são sustentadas pelo grupo do baixo contínuo (geralmente, feito por uma viola da gamba ou cravo). Alguns compositores utilizaram simplesmente a denominação de concerto, sinfonia ou sonata para designar a forma do concerto grosso.

G. F. Handel (1685-1759): Concerti grossi, Op. 3 (Akademie für Alte Musik Berlin)

Handel, George Frideric (1685-1759) :
Concerto Grosso Op. 3 No. 1 in B flat major, HWV312 7:44
01. I. Allegro 2:25
02. II. Largo 3:53
03. III. Allegro 1:26

Concerto Grosso Op. 3 No. 2 in B flat major, HWV313 10:08
04. I. Vivace 1:37
05. II. Largo 2:34
06. III. Allegro 1:47
07. IV. Menuet 1:18
08. V. Gavotte 2:52

Concerto Grosso Op. 3 No. 3 in G major, HWV314 8:01
09. Ia. Largo e staccato 0:36
10. Ib. Allegro 2:30
11. II. Adagio 1:04
12. III. Allegro 3:51

Concerto Grosso Op. 3 No. 4a in F Major, HWV315 12:03
13. I. Andante – Allegro – Lentement 5:57
14. II. Andante 2:07
15. III. Allegro 1:26
16. IV. Minuetto alternativo 2:33

Concerto Grosso Op. 3 No. 5 in D minor, HWV316 9:32
17. I. Grave 1:27
18. II. Allegro 2:19
19. III. Adagio 1:40
20. IV. Allegro ma non troppo 1:30
21. V. Allegro 2:36

Concerto Grosso Op. 3 No. 6 in D major, HWV317 6:30
22. I. Vivace 3:14
23. II. Allegro 3:16

Akademie für Alte Musik Berlin
Georg Kallweit

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Após muito procurarmos, encontramos a AKAMUS perdida na filial de Niterói da PQP Bach Corp.

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Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 2 de 6

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 2 de 6

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Incrível a beleza das melodias e o bom humor das obras contidas neste CD 2. Não sei nada sobre as obras literárias que deram origem às músicas, mas acho que podemos garantir bons momentos de audição à comunidade pequepiana. Henry Purcell morreu aos 36 anos em 21 de novembro de 1695. Seu funeral na Abadia de Westminster, onde trabalhou por 16 anos como organista, foi enorme. Era figura muito importante e ele foi definido na época como “o maior gênio musical que a Inglaterra já teve”. Uma coleção de suas canções, publicada logo após sua morte, foi chamada de “Orpheus Britannicus”- o Orfeu Britânico. Não é um exagero.

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 2 de 6

Bonduca, or, The British Heroine, incidental music, Z. 574
01. Overture
02. Air – Hornpipe – Air
03. Hornpipe – Air – Minuet
04. Jack, thou’rt a toper
05. Hear us great Rugwith
06. Hear, ye Gods of Britain
07. Sing, sing, ye Druids!
08. Divine Andate, president of war
09. To arms
10. Britons strike home!
11. O lead me to some peaceful gloom

Circe, incidental music, Z. 575
12. We must assemble by a sacrifice
13. Their necessary aid you use
14. Come every demon
15. Lovers, who to their first embraces go
16. Magicians’ Dance … Pluto, arise!

The Virtuous Wife, or, Good Luck at Last, incidental music, Z. 611
17. Overture
18. Song tune – Slow Air – Air
19. Preludio – Hornpipe – Minuet – Minuet (1st Act tune)

The Old Bachelor, incidental music, Z. 607
20. Overture
21. Hornpipe
22. Thus to a ripe, consenting maid
23. Slow Air – Hornpipe
24. As Amoret and Thyrsis lay
25. Rondeau – Menuet – Boree – March – Jig

Sopranos: Elizabeth Lane, Emma Kirkby, Joy Roberts, Judith Nelson, Prudence Lloyd
Countertenor: James Bowman
Tenors: Alan Byers, Julian Pike, Martyn Hill, Paul Elliott, Peter Bamber, Rogers Covey-Crump
Basses: Christopher Keyte, David Thomas, Geoffrey Shaw, Michael George
The Taverner Choir
Chorus Director: Andrew Parrott
Academy of Ancient Music
Conductor: Christopher Hogwood

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Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 1 de 6

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 1 de 6

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O Teatro Elisabetano é o teatro produzido durante o reinado de Elisabeth I da Inglaterra, de 1558 a 1603. Seu grande nome é, na verdade, imenso: William Shakespeare. A tradição de alta qualidade se mantém até hoje e Purcell teve boa fatia nesta aventura, apesar de ser pós-elisabetano. O teatro inglês diferenciava-se da produção do resto do continente europeu por seu alcance social: enquanto na Itália, por exemplo, o teatro estava reservado à elite, na Inglaterra príncipes, nobres, artesãos e camponeses assistiam e deleitavam-se com as montagens, embora cada um ocupasse um lugar específico dentro do teatro. Essa fusão de públicos levou também a uma fusão de estilos. Nesse período surgem as misturas muito particulares entre a tragédia, a comédia e o novelesco. Purcell escreveu música para muitas peças. Elas eram tocadas na abertura, nos intervalos e, às vezes também durante as peças, em momentos especialmente tensos, líricos ou cômicos. É tudo de primeira qualidade e este sexteto de CDs comprova a genialidade envolvida.

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 1 de 6

Abdelazer, or, the Moor’s Revenge, incidental music, Z. 570
01. Overture
02. Rondeau – Air – Air – Minuet
03. Air – Jig – Hornpipe – Air
04. Song: Lucinda is bewitching fair

Distressed Innocence, or, the Princess of Persia, incidental music, Z. 577
05. Overture
06. Air – Slow Air – Air – Hornpipe or Jig
07. Rondeau – Air – Minuet

The Married Beau, or, the Curious Impertinent, incidental music, Z. 603
08. Overture
09. Slow Air – Hornpipe
10. Air – Hornpipe – Jig
11. Trumpet Air – March – Hornpipe on a ground
12. Song: See! where repenting Celia lyes

The Gordian Knot Unty’d, incidental music, Z. 597
13. Overture
14. Air – Rondeau Minuet – Air – Jig
15. Chaconne – Air – Minuet

Sir Anthony Love, or, the Rambling Lady, incidental music, Z. 588
16. Overture
17. Pursuing Beauty
18. No more, Sir, no more
19. In vain Clemene
20. Ground

Sopranos: Elizabeth Lane, Emma Kirkby, Joy Roberts, Judith Nelson, Prudence Lloyd
Countertenor: James Bowman
Tenors: Alan Byers, Julian Pike, Martyn Hill, Paul Elliott, Peter Bamber, Rogers Covey-Crump
Basses: Christopher Keyte, David Thomas, Geoffrey Shaw, Michael George
The Taverner Choir
Chorus Director: Andrew Parrott
Academy of Ancient Music
Conductor: Christopher Hogwood

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Charles Ives (1874-1954): Integral das Sinfonias (Dudamel)

Charles Ives (1874-1954): Integral das Sinfonias (Dudamel)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Antes que a rotina normal de concertos parasse em março, um dos últimos projetos de Gustavo Dudamel com a Filarmônica de Los Angeles foi um ciclo de sinfonias de Charles Ives. São estas excelentes performances de Ives, gravadas ao vivo no Walt Disney Hall de Los Angeles em fevereiro, que estão reunidas neste lançamento.

Por sinfonias “completas”, falamos das quatro obras numeradas. O conjunto não inclui a New England Holiday Symphony, coleção de quatro peças com nomes de feriados dos Estados Unidos que Ives admitiu não ter nenhuma conexão musical entre elas e que poderia ser tocada em concerto como obras orquestrais separadas, ou a Universe Symphony, planejada em 1915 como uma contemplação dos mistérios da criação e que deixou inacabada como uma pilha de esquetes.

Talvez Dudamel acabe gravando essas duas obras também, pois este CD certamente demonstra que ele é um excelente intérprete de Ives, traçando infalivelmente a jornada do quase irrepreensível romantismo tardio da Primeira Sinfonia à complexidade modernista da Quarta.

Mas se a Primeira Sinfonia foi um adeus à tradição europeia (Wagner e Dvořák), então a Segunda está positivamente repleta de referências à música americana, sejam hinos, canções patrióticas ou números de vaudeville. Dudamel e sua orquestra habilmente desvendam os emaranhados contrapontísticos em que Ives tece com a mesma certeza que orienta a Terceiro, mais explicitamente carregada de citações.

Mas em qualquer ciclo dessas sinfonias, é a Quarta que apresenta os maiores desafios de execução e as maiores recompensas musicais. A performance de Dudamel, com Marta Gardolińska como a segunda maestrina e o Los Angeles Master Chorale fornecendo o coro fora do palco, resume magnificamente a complexidade e a ambição transcendental deste trabalho extraordinário.

Charles Ives (1874-1954): Integral das Sinfonias (Dudamel)

1. Symphony No. 1 : I. Allegro con moto (12:10)
2. Symphony No. 1 : II. Adagio molto. Sostenuto (7:23)
3. Symphony No. 1 : III. Scherzo. Vivace (4:27)
4. Symphony No. 1 : IV. Allegro molto (12:27)

5. Symphony No. 2 : I. Andante moderato (5:53)
6. Symphony No. 2 : II. Allegro (9:44)
7. Symphony No. 2 : III. Adagio cantabile (8:38)
8. Symphony No. 2 : IV. Lento maestoso (2:12)
9. Symphony No. 2 : V. Allegro molto vivace (9:26)

10. Symphony No. 3 “The Camp Meeting” : I. Old Folks Gatherin’ – Andante maestoso (7:27)
11. Symphony No. 3 “The Camp Meeting” : II. Children’s Day – Allegro moderato (6:32)
12. Symphony No. 3 “The Camp Meeting” : III. Communion – Largo (7:25)

13. Symphony No. 4 : I. Prelude. Maestoso (3:29)
14. Symphony No. 4 : II. Comedy. Allegretto (11:46)
15. Symphony No. 4 : III. Fugue. Andante moderato (8:12)
16. Symphony No. 4 : IV. Finale. Very slowly – Largo maestoso (7:29)

Los Angeles Philharmonic
Gustavo Dudamel

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Ives: compositor e homem de negócios

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F. J. Haydn (1732-1809): Trios para Piano Nº 39, 43, 44 e 45 (Wanderer)

F. J. Haydn (1732-1809): Trios para Piano Nº 39, 43, 44 e 45 (Wanderer)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Aqui, você encontrará toda a gentileza, elegância, classe e catiguria de Haydn. E a música é de primeira linha. Os quatro trios deste disco são ótimos, mas o destaque vai para o famoso Trio Nº 39, o famoso Gypsy, nome devido a seu último movimento, um sensacional Rondo a l’Ongarese. Quem garante a chega de um Haydn completinho até você é o excelente Trio Wanderer.

“Quão doce é o gosto da liberdade”, escreveu Haydn de Londres para sua amiga Marianne von Genzinger durante sua primeira turnê por lá em 1791. Londres o vinha chamando há vários anos, mas ele não foi à cidade até a morte de seu empregador, o Príncipe Nicolau Esterházy. A “doce liberdade” se tornou uma realidade para o compositor só aos 58 anos. Ele finalmente aceitou o último de muitos convites do promotor de concertos Johann Peter Salomon para compor e conduzir uma série de concertos.

Pouco depois de sua chegada, Haydn recebeu uma carta de Rebecca Schroeter, uma viúva rica de seus 40 anos, procurando seus serviços como professor. O que se seguiu foi um caso clássico de professor e aluna entrando em relação íntima. A Sra. Schroeter escreveu-lhe 22 cartas demonstrando seu amor, enviou-lhe presentes e até copiou músicas para ele. Haydn não estava apenas lisonjeado, mas igualmente apaixonado por sua aluna. Ele fez esta declaração a seu primeiro biógrafo que “embora eu tivesse 60 anos, ela ainda era amorosa e amável, e com toda a probabilidade eu teria me casado com ela se fosse solteiro”. Na sua segunda estada em Londres em 1794, Haydn se hospedou em um aposento perto da casa da Sra. Schroeter… Foi durante esta visita que ele lhe dedicou alguns trios de piano, incluindo o segundo, Nº 39, em Sol maior, o Gypsy.

F. J. Haydn (1732-1809): Trios para Piano Nº 39, 43, 44 e 45 (Wanderer)

Haydn: Piano Sonata No. 43 in E flat major, Hob.XVI:28 17:00
I. Allegro 7:32
II. Andante 4:56
III. Finale – Presto 4:32

Haydn: Piano Trio No. 44 in E Major, Hob.XV:28 14:57
I. Allegro moderato 6:57
II. Allegretto 2:47
III. Finale – Allegro 5:13

Haydn: Piano Trio No. 45 in E flat Major, Hob.XV:29 15:45
I. Poco allegretto 7:30
II. Andantino ed innocentemente 3:04
III. Finale ‘in the German style’ – Presto assai 5:11

Haydn: Piano Trio No. 39 in G major, Hob.XV:25 ‘Gypsy’ 14:05
I. Andante 5:56
II. Poco adagio 5:07
III. Rondo a l’Ongarese: Presto 3:02

Trio Wanderer

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Trio Wanderer: esses caras são bons demais!

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Johann Sebastian Bach (1685-1750): As Sonatas para Violino e Cravo (Holloway / Moroney / Sheppard)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): As Sonatas para Violino e Cravo (Holloway / Moroney / Sheppard)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Mais um belo disco deste monstro do violino barroco que é John Holloway. As 6 Sonatas para violino e cravo obbligato, BWV 1014-1019, de Johann Sebastian Bach, foram provavelmente compostas durante os últimos anos de Bach em Köthen entre 1720 e 1723, antes de se mudar para Leipzig. Em Leipzig, ele continuou a fazer alterações nelas. Ela são, na sua maioria, escritas em 4 movimentos, lento-rápido-lento-rápido e foram desenvolvidas como trios, ou seja, há três partes independentes que consistem de duas vozes superiores combinados com uma linha de baixo. Em vez de fazer o papel de um instrumento contínuo, preenchendo as harmonias de um baixo cifrado, o cravo tomou uma das linhas melódicas superiores em igualdade de condições com a violino. Ao mesmo tempo, ele proporciona a linha de baixo (a qual pode ser reforçada ou não por uma viola da gamba, por exemplo). Holloway é toda uma paleta de cores. Seu violino soa às vezes tão grave que parece uma viola. Em outros pontos, como no final do Adagio da Sonata Nº 5, ele parece uma orquestra. Um disco realmente muito bom, que nos dá outra visão de obras fundamentais de Bach.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Sonatas para Violino e Cravo (Holloway / Moroney / Sheppard)

Tracklist:

CD1:

01. Sonata in G major BWV 1021 – I. Adagio (03:58)
02. Sonata in G major BWV 1021 – II. Vivace (01:07)
03. Sonata in G major BWV 1021 – III. Largo (02:13)
04. Sonata in G major BWV 1021 – IV. Presto (01:24)

05. Sonata in E minor BWV 1023 – [Prelude] – Adagio ma non tanto (04:18)
06. Sonata in E minor BWV 1023 – II. Allemanda (03:45)
07. Sonata in E minor BWV 1023 – III. Gigue (02:58)

08. Sonata No.1 in B minor BWV 1014 – I. Adagio (03:49)
09. Sonata No.1 in B minor BWV 1014 – II. Allegro (03:07)
10. Sonata No.1 in B minor BWV 1014 – III. Andante (03:22)
11. Sonata No.1 in B minor BWV 1014 – IV. Allegro (03:33)

12. Sonata No.2 in A major BWV 1015 – I. Dolce (03:05)
13. Sonata No.2 in A major BWV 1015 – II. Allegro assai (03:25)
14. Sonata No.2 in A major BWV 1015 – III. Andante un poco (02:54)
15. Sonata No.2 in A major BWV 1015 – IV. Presto (04:37)

16. Sonata No.3 in E major BWV 1016 – I. Adagio (03:51)
17. Sonata No.3 in E major BWV 1016 – II. Allegro (03:10)
18. Sonata No.3 in E major BWV 1016 – III. Adagio ma non tanto (04:48)
19. Sonata No.3 in E major BWV 1016 – IV. Allegro (04:01)

CD2:

01. Sonata No.4 in C minor BWV 1017 – I. Largo (03:58)
02. Sonata No.4 in C minor BWV 1017 – II. Allegro (04:43)
03. Sonata No.4 in C minor BWV 1017 – III. Adagio (03:12)
04. Sonata No.4 in C minor BWV 1017 – IV. Allegro (05:01)

05. Sonata No.5 in F minor BWV 1018 – I. Lamento (07:30)
06. Sonata No.5 in F minor BWV 1018 – II. Allegro (04:38)
07. Sonata No.5 in F minor BWV 1018 – III. Adagio (03:03)
08. Sonata No.5 in F minor BWV 1018 – IV. Vivace (02:40)

09. Sonata No.6 in G major BWV 1019 – I. Allegro (03:53)
10. Sonata No.6 in G major BWV 1019 – II. Largo (01:30)
11. Sonata No.6 in G major BWV 1019 – III. Allegro (harpsichord solo) (04:53)
12. Sonata No.6 in G major BWV 1019 – IV. Adagio (02:32)
13. Sonata No.6 in G major BWV 1019 – V. Allegro (03:33)

14. Sonata No.6 (appendix) – I. Adagio (01:38)
15. Sonata No.6 (appendix) – II. Cantabile, ma un poco adagio (06:38)
16. Sonata No.6 (appendix) – III. (harpsichord solo) (05:35)
17. Sonata No.6 (appendix) – IV. Violino solo e basso (02:25)

John Holloway, violin
Davitt Moroney, harpsichord, chamber organ
Susan Sheppard, cello

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Anônimo do século XVII

PQP