Brahms (1833 – 1897): As Quatro Sinfonias – Wiener Philharmoniker – James Levine ֎

Brahms (1833 – 1897): As Quatro Sinfonias – Wiener Philharmoniker – James Levine ֎

BRAHMS

4 Sinfonias

Abertura Trágica

Rapsódia para Contralto

Wiener Philharmoniker

James Levine

 

Capa de um dos CDs lançado avulso

Esta coleção de obras de Brahms contendo principalmente as quatro sinfonias é excelente! A orquestra não poderia ser mais qualificada, a produção é impecável, com exceção da Abertura, tudo foi gravado ao vivo, a capa é sensacional – Art Noveau.

A Rapsódia para Contralto, interpretada pela ótima Anne Soffie von Otter, com acompanhamento do Arnold Schoenberg Chor é muito tocante.

O regente é James Levine, um tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde da batuta. Ele foi um maestro americano que chegou muito cedo a posições de destaque e dirigiu as melhores orquestras – Philadelphia, Chicago, Boston, Berlin e Wiener Philharmoniker. Sua mais longa ligação foi a frente do Metropolitan Opera de Nova York. Foi nomeado maestro em 1976 e viveu um rico período de realizações. No entanto, essa relação terminou de maneira tumultuada. Ele foi afastado em 2017, acusado de abuso sexual de vários músicos. Essas denúncias vieram à tona na ocasião do movimento #Me Too.

J Levine e sua toalhinha…

No que tange a música, Levine foi músico completo – regente de obras sinfônicas, grandes obras corais e ópera. Foi excelente acompanhante de solistas, tanto como regente (Kissin, Volodos, Mutter) quanto como pianista (Kathleen Battle, Christa Ludwig, Jessie Norman). Também atuou como músico de câmara junto a ótimos conjuntos. Seu legado de gravações é imenso e de muito bom nível. Esse ciclo de Brahms, gravado ao vivo, é o seu segundo. Há um ciclo gravado para RCA, com a Chicago Symphony Orchestra, que é também excelente. Você perceberá, desde as primeiras notas da Primeira Sinfonia, passando pelo seu exuberante último movimento. Não deixe de ouvir. Não é por nada que ele foi estagiário de George Szell.

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Symphony No. 1 In C Minor, Op. 68

  1. Un poco sostenuto – allegro
  2. Andante sostenuto
  3. Un poco allegretto e grazioso
  4. Adagio – più andante – allegro non troppo, ma con brio

Alto-Rapsody op.53

  1. Adagio- poco andante- adagio

Symphony No. 2 In D Major, Op. 73

  1. Allegro non troppo
  2. Adagio non troppo
  3. Allegretto grazioso (quasi andantino) – presto ma non assai
  4. Allegro con spirito

Tragische Ouvertüre Op. 81

  1. Allegro non troppo

Symphony No. 3 In F Major, Op. 90

  1. Allegro con brio
  2. Andante
  3. Poco allegretto
  4. Allegro

Symphony No. 4 In E Minor, Op. 98

  1. Allegro non troppo
  2. Andante moderato
  3. Allegro giocoso
  4. Allegro energico e passionato

Anne Sofie von Otter, contralto

Arnold Schoenberg Chor

Wiener Philharmoniker

James Levine

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MP3 | 320 KBPS | 184 MB

 

Onde está o Pateta?

Alguns críticos diziam que faltava ao seu trabalho uma marca distintiva, lembra o principal crítico de música clássica do New York Times, mas, quando dirigia, as suas apresentações eram “lúcidas, ritmicamente incisivas sem serem obstinadas, e estruturadas de forma convincente, dando ainda às linhas melódicas espaço para respirarem”.

Acima de tudo, acrescenta Anthony Tommasini, Levine “valorizava a naturalidade, sem que nada soasse forçado, fosse uma explosão tempestuosa de uma ópera de Wagner ou uma passagem reflexiva de uma sinfonia de Mahler”.

[…] faltava ao seu trabalho uma marca distintiva […] Rigorosos, não acham? Eu sou bem mais fácil de agradar e gostei muito de ouvir essas gravações. Depois você me conta.

Aproveite!

René Denon

Brahms (1833 – 1897): Ballades & Fantasies – Denis Kozhukhin (piano) ֍

Brahms (1833 – 1897): Ballades & Fantasies – Denis Kozhukhin (piano) ֍

Johannes Brahms

Baladas e Fantasias

Denis Kozhukhin, piano

 

O jovem pianista de olhos azuis e cabelos louros se deu conta que o piano estava afinado um bemol abaixo assim que, com o violinista cigano que acompanhava, atacaram a sonata de Beethoven…  Mas, não perdeu a pose, transpôs tranquilamente, de memória, a parte correspondente para um semitom acima. Estamos falando dos dias de juventude de um dos três ‘B’s da música. Hannes, como era chamado pelos íntimos, além de compositor aspirante, um pianista exímio e extremamente experiente.

A dupla Eduard Reményi e Johannes Brahms não poderia ser mais contrastante, mas como geralmente acontece nessa sorte de associação, complementavam-se de certa forma. Eles não permaneceram juntos por muito tempo, mas o gosto pelas melodias ciganas ficou. Em breve Hannes conheceria outro violinista húngaro, travando uma amizade longa com Joseph Joachim.

O disco da postagem traz uma linda coleção de peças da obra para piano de Brahms, interpretada pelo jovem pianista Denis Kozhukhin. O Tema e Variações é uma transcrição do segundo movimento do Sexteto de Cordas, op. 18, e tem uma dessas melodias ‘chiclete’, que gruda na memória da gente… Em seguida as 4 Baladas, pois que o compositor da postagem, mesmo acusado de ‘clássico’, quando isso era démodé, tinha alma romântica. Para finalizar, uma das coleções de peças curtas, produzidas no final da vida, as Fantasias op. 116. Veja como as perspectivas podem elevar ou detrair, dependendo do caso. (Por isso, devemos ter cuidado com as palavras.) Sobre essas peças, Eduard Hanslick, que era da turma do Wagner, as descreveu como um ‘breviário do pessimismo’ (ele talvez preferisse as valsas), enquanto Rüger menciona ‘gentil melancolia’. Eu sempre gostei dessas peças, desde o filme ‘Chuvas de Verão’. Espero que o disco sirva de estímulo para maiores explorações pelas diferentes interpretações dessas peças e do resto da obra para piano de Brahms.

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Theme & Variations in D Minor, Op. 18b

  1. Tema e Variações

4 Ballades, Op. 10

  1. 1 in D Minor “Edward”
  2. 2 in D Major
  3. 3 in B Minor
  4. 4 in B Major

Fantasies (7 piano pieces), Op. 116

  1. 1, Capriccio in D Minor
  2. 2, Intermezzo in A Minor
  3. 3, Capriccio in G Minor
  4. 4 in E Major, Intermezzo
  5. 5, Intermezzo in E Minor
  6. 6, Intermezzo in E Major
  7. 7, Capriccio in D Minor

Denis Kozhukhin, piano

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MP3 | 154 MB

Denis Kozhukhin

Seção ‘The book is on the table’:  “These works by Brahms reflect the many aspects of the life of a great man; the intellect of an exceptional mind and the emotions of a profoundly sensitive human being. From the Ballades with their resonance of a young man wondering about an uncertain future, to the Phantasies, with their sickening contrasts, which move from the despair of a man who suffered great loss to the powerful resilient strength of a human being who refuses to accept the approaching end.”  –  D. Kozhukhin

Russian pianist Denis Kozhukhin studied in Spain, Italy, and Germany. This fine recital of Brahms piano music consists of short pieces drawn from the beginning and end of the composer’s career. […] This is an immensely satisfying disc, raising a thirst for more Brahms from Kozhukhin. Bring on the Handel variations and the Third Piano Sonata!   –   Richard Kraus

The Ballades confirm his mastery of sonority, balance and deportment. Kozhukhin takes care to articulate each note, where the majority of pianists phrase by the bar…this is worth pursuing.  –  Diapason April 2017

Aproveite!

René Denon

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Johannes Brahms (1833-1897): Piano Pieces – Arcadi Volodos

Ağa / Giray / Gluck / Kraus / Mozart / Süssmayr: Dream Of The Orient (ou A Chegada dos Turcos à Europa)

Ağa / Giray / Gluck / Kraus / Mozart / Süssmayr: Dream Of The Orient (ou A Chegada dos Turcos à Europa)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um lindo CD cheio de obras desconhecidas! Depois de 1683, quando as tropas polonesas salvaram Viena da invasão turca, esta, a Turquia, já não era uma ameaça para a Europa Ocidental e se tornou um símbolo do Oriente misterioso. Para os músicos europeus, no entanto, a Turquia era menos nebulosa. Alguns instrumentos turcos (incluindo tambores, pratos e triângulos) entraram nas orquestras europeias, com compositores emulando o som das bandas militares turcos. A introdução deste orientalismo musical na Europa é mostrada neste sensacional álbum com excelentes performances do Concerto Köln e da Sarband, um conjunto tradicional turco.

Dream Of The Orient, peças de compositores ou inspiradas pelo Oriente

1 –Concerto Köln & Sarband Introduction 1:18
2 –Concerto Köln & Sarband Overture To “Die Entführung Aus Dem Serail” 4:39
Composed By – Wolfgang Amadeus Mozart

3 –Sarband Introduction 1:22
4 –Concerto Köln & Sarband Concerto Turco Nominate “Izia Semaisi” 4:16
5 –Sarband Son Yürük Sema’i 0:55
Composed By – Traditional

6 –Concerto Köln & Sarband Overture To “La Rencontre Imprévue”
Composed By – C. W. Gluck*
2:28
7 –Sarband Introduction 0:59
8 –Sarband Uşşak Peşrevi
Composed By – Zurnazen Ibrahim Ağa 2:31

9 –Sarband & Concerto Köln Mahur Peşrevi 3:02
Composed By – Tatar Han Gazi Giray*

10 –Concerto Köln & Sarband Ballet From “Soliman II, Eller De Tre Sultaninnorna” – Allegro 3:40
Composed By – Joseph Martin Kraus

11 –Sarband Introduction 2:16
12 –Sarband Hünkar Peşrevi 2:31
Composed By – Anon.*

– Ballet From “Soliman II”
Composed By – Joseph Martin Kraus
13 –Concerto Köln & Sarband Marcia Del Sultano 0:58
14 –Concerto Köln Marcia Degli Schiavi 1:32
15 –Concerto Köln & Sarband Danza Di Elmira 1:07
16 –Concerto Köln & Sarband Marcia Dei Giannizzari 1:25
17 –Sarband Neva Ilahi – Improvisation – Neva Ilahi 5:58
Composed By – Traditional

18 –Concerto Köln Ballet from “Soliman II” – Marcia Di Roxelana 1:09
Composed By – Joseph Martin Kraus

19 –Sarband Introduction 1:15
20 –Concerto Köln Ballet from “Soliman II” – La Coronazione 1:34
Composed By – Joseph Martin Kraus

21 –Sarband Hüseyni Ilahi 1:34
Composed By – Traditional

22 –Concerto Köln Ballet from “Soliman II” – Marcia Dei Dervisci 1:12
Composed By – Joseph Martin Kraus

“Sinfonia Turchesca” In C Major
Composed By – Franz Xaver Süssmayr
23 –Concerto Köln & Sarband 1. Allegro 6:58
24 –Concerto Köln & Sarband 2. Adagio 4:08
25 –Concerto Köln & Sarband 3. [Minuetto] – Trio 3:12
26 –Concerto Köln & Sarband 4. Finale 3:51

Concerto Köln & Sarband
Vladimir Ivanoff, Werner Ehrhardt – direção

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A gente não ganha porra nenhuma fazendo o PQP
A gente não ganha porra nenhuma fazendo o PQP

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Suítes Inglesas BWV 806-811 (Glenn Gould)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Suítes Inglesas BWV 806-811 (Glenn Gould)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Meu irmão PQP Bach já postou uma bela versão destas mesmas Suítes Inglesas, com o grande Gustav Leonhardt, com certeza um dos maiores intérpretes que nosso pai já teve. Mas os gouldmaníacos logo se manifestaram, e começaram a pedir mais gravações do canadense. Fucei, então, meus cds de mp3, e logo encontrei essas gravações. Somos todos gouldmaníacos, com certeza. Essa sua versão das Suítes Inglesas é magnífica, e não canso de ouvi-la. Ainda tenho meu LP com essa gravação, aliás, e fiquei muito feliz quando consegui a versão em mp3. Mas vamos ao que interessa.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Suítes Inglesas BWV 806-811 (Glenn Gould)

Suite No. 1 In A Major, BWV 806 = A-dur = En La Majeur = In La Maggiore
1-1 I. Prélude 2:45
1-2 II. Allemande 2:10
1-3 III. Courante I 1:47
1-4 IV. Courante II 2:11
1-5 V. Double I 2:06
1-6 VI. Double II 1:59
1-7 VII. Sarabande 4:07
1-8 VIII. Bourrée I 1:16
1-9 IX. Bourrée II – Bourrée I Da Capo 2:14
1-10 X. Gigue 2:00

Suite No. 2 In A Minor, BWV 807 = A-moll = En La Mineur = In La Mineur
1-11 I. Prélude 4:31
1-12 II. Allemande 1:34
1-13 III. Courante 1:11
1-14 IV. Sarabande – Les Agréments De La Même Sarabande 3:03
1-15 V. Bourrée I 1:26
1-16 VI. Bourrée II – Bourrée I Da Capo 2:00
1-17 VII. Gigue 2:17

Suite No. 3 In G Minor, BWV 808 = G-moll = En Sol Mineur = In Sol Mineur
1-18 I. Prélude 2:53
1-19 II. Allemande 1:44
1-20 III. Courante 1:20
1-21 IV. Sarabande – Les Agréments De La Même Sarabande 3:19
1-22 V. Gavotte I (Ou La Musette) 0:50
1-23 VI. Gavotte II – Gavotte I Da Capo 1:10
1-24 VII. Gigue 1:52

Suite No. 4 In F Major, BWV 809 = F-dur = En Fa Majeur = In Fa Maggiore
2-1 I. Prélude 4:25
2-2 II. Allemande 2:46
2-3 III. Courante 0:54
2-4 IV. Sarabande 3:01
2-5 V. Menuett I 1:20
2-6 VI. Menuett II – Menuett I Da Capo 1:57
2-7 VII. Gigue 2:15

Suite No. 5 In E Minor, BWV 810 = E-moll = En Mi Mineur = In Mi Mineur
2-8 I. Prélude 4:43
2-9 II. Allemande 2:58
2-10 III. Courante 1:51
2-11 IV. Sarabande 1:59
2-12 V. Passepied I (En Rondeau) 1:06
2-13 VI. Passepied II – Passepied I Da Capo 1:37
2-14 VII. Gigue 2:04

Suite No. 6 In D Minor, BWV 811 = D-moll = En Ré Mineur = In Re Mineur
2-15 I. Prélude 8:25
2-16 II. Allemande 3:11
2-17 III. Courante 2:46
2-18 IV. Sarabande 3:07
2-19 V. Double 2:15
2-20 VI. Gavotte I 1:34
2-21 VI. Gavotte II – Gavotte I Da Capo 2:19
2-22 VIII. Gigue 2:56

Glenn Gould – Piano

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PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Cantata BWV 80, Magnificat (Herreweghe, Collegium Vocale Gent)

Duas das obras vocais mais conhecidas de Bach: não só pelas incomparáveis melodias em coros e árias belíssimas, mas também por serem obras grandiosas, celebratórias, com grandes efetivos orquestrais – para o período – incluindo três trompetes (referência bíblica). Ao contrário das Paixões de Cristo e outras várias obras compostas para momentos de seriedade, tristeza, fé e resignação – pois na Leipzig e Weimar de Bach havia forte respeito à quaresma e ao luto após a morte de duques e reis – estas duas obras se destinam a festas, comemorações: a gravidez de Maria (2 de julho no calendário luterano) e o dia da reforma protestante (31 de outubro).

Nessa gravação lançada em 1990 dificilmente algo poderia dar errado: o grupo belga Collegium Vocale Gent e seu maestro Philippe Herreweghe já tinham alguns anos de estrada, desde os tempos em que Gustav Leonhardt os convidara para participar da pioneira gravação integral das cantatas. Os solistas também são de altíssimo nível: especialmente o baixo Peter Kooy é um especialista em Bach, com uma ampla discografia com Herreweghe, Suzuki e outros (em certos lugares ele assina Peter Kooij: como vocês sabem, os holandeses e flamencos adoram vogais dobradas). Mais recentemente, Herreweghe e o Collegium Vocale abandonaram o selo Harmonia Mundi e seguiram gravando cantatas, inclusive com uma 2ª gravação da BWV 80 que eu ouvi mas sigo preferindo esta primeira gravação.

Johann Sebastian Bach (1685-1750):
Magnificat em ré maior, BWV 243
1. “Magnificat anima mea Dominum” [Coral] 2:58
2. “Et exultavit spiritus meus” [Aria – Soprano 2] 2:27
3. “Quia respexit humilitatem” [Aria – Soprano 1] 2:42
4. “Omnes generationes” [Coral] 1:18
5. “Quia fecit mihi magna” [Aria – Baixo] 2:01
6. “Et misericordia eius” [Duo – Alto, Tenor] 3:38
7. “Fecit potentiam” [Coral] 1:48
8. “Deposuit potentes” [Aria – Tenor] 1:57
9. “Esurientes” [Aria – Alto] 3:12
10. “Suscepit israel” [Trio – Sopranos 1 e 2, Alto] 1:48
11. “Sicut locutus est” [Coral] 1:36
12. “Gloria” [Coral] 2:09

Cantata “Ein Feste Burg Ist Unser Gott”, BWV 80
13. “Ein feste Burg ist unser Gott” [Coral] 4:54
14. “Alles, was von Gott geboren” [Aria – Baixo + Coral] 3:53
15. “Erwäge doch” [Recitativo – Baixo] 1:56
16. “Komm in mein Herzenshaus” [Aria – Soprano] 3:07
17. “Und wenn die Welt voll Teufel wär” [Coral] 3:30
18. “So stehe dann” [Recitativo – Tenor] 1:29
19. “Wie selig sind doch die” [Duetto – Alto, Tenor] 4:04
20. “Das Wort sie sollen lassen stahn” [Coral] 1:25

Collegium Vocale Gent (coro), La Chapelle Royale (orquestra)
Solistas: Agnès Mellon, Barbara Schlick (soprano), Gérard Lesne (alto), Howard Crook (tenor), Peter Kooy (baixo)
Regente: Philippe Herreweghe

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Pleyel

.: interlúdio :. The Art of Three (2001) + The Art of Three Live in Japan (2003) – com Billy Cobham – bateria, Ron Carter – baixo, Kenny Barron, piano

Este ano tenho postado vários álbuns gravados pelos veteranos Billy Cobham (bateria) e Ron Carter (baixo): com sax, vibrafone e piano elétrico (aqui), com sax e flauta (aqui)… Aqui eles atacam novamente em formação de trio com o pianista Kenny Barron. Ao vivo na Europa (2001) e no Japão (2003), fazem um repertório sem grandes surpresas: baladas como Autumn Leaves (Kosma/Mercer) e Someday my prince will come (do filme A Branca de Neve), composições novas de Barron e de Carter…

E o destaque maior talvez seja o passeio do trio por ‘Round Midnight e I mean you, composições de Thelonious Monk que aparecem com as sonoridades elegantes e redondas dos três músicos, dando novos significados ao que, nas interpretações com Monk ao piano, sempre soava mais torto e dissonante. As progressões harmônicas de Monk mudaram consideravelmente o pianismo jazzístico, com desdobramentos diretos nos famosos grupos liderados por Miles Davis e John Coltrane (anos 50-60), no trio americano e no quarteto europeu de Keith Jarrett (anos 70-90), etc.  Temos aqui grandes releituras das inovações de Monk por três instrumentistas de longo currículo, nenhum deles se apagando em prol dos outros.


The Art of Three (2001)
1. Stella by Starlight
Written by N. Washington, V. Young

2. Autumn Leaves
Written by Prevert, Mercer, Kosma

3. New Waltz
Written by Ron Carter

4. Bouncing With Bud
Written by Bud Powell

5. ‘Round Midnight
Written by C. Williams, Thelonious Monk

6. And Then Again
Written by Kenny Barron

7. I Thought About You
Written by J. Van Heusen, J. Mercer

8. Someday my Prince will come
Written by Frank Churchill, Larry Morey

Billy Cobhan – drums, Ron Carter – bass, Kenny Barron – piano
Recorded jan 2001 in Odense, Denmark & Oslo, Norway

The Art of Three (2001) – BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE


The Art of Three – Live in Japan 2003
1. I Mean You
Written by T. Monk

2. Bouncin’ with Bud
Written by B. Powell

3. Autumn Leaves
Written by J. Kosma

4. Out of Nowhere
Written by J. Green

5. Body and Soul
Written by J. Green

6. Stella by Starlight
Written by V. Young

7. ‘Round Midnight
Written by C. Williams, T. Monk

8. Tour de Force
Written by D. Gillespie

Billy Cobhan – drums, Ron Carter – bass, Kenny Barron – piano
Recorded at Hyatt Regency, Osaka, Japan, 18 jul 2003

The Art of Three (2003) – BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Ron Carter e Kenny Barron

Pleyel

.: interlúdio :. Miles Davis: Porgy and Bess

.: interlúdio :. Miles Davis: Porgy and Bess

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este interlúdio continua de onde o anterior parou (ou, na verdade, um passo antes): numa colaboração entre Miles Davis e Gil Evans. Gravado em quatro sessões no verão de 1958, a adaptação de Porgy and Bess, ópera de Gerswhin, veio com a publicidade em torno do filme de Otto Preminger. A película não deu certo e desagradou os criadores. Já a versão jazz, que diferença: não apenas um dos maiores best-sellers da história do gênero, também foi aclamado por toda crítica como um marco do jazz orquestral.

Sensível e melódico, Porgy and Bess é um álbum que tem Miles Davis vivendo um momento de redescoberta das harmonias, no já pós-bop:

I think a movement in jazz is beginning, away from the conventional string of chords and a return to emphasis on melodic rather than harmonic variations….When Gil wrote the arrangement of ‘I Loves You, Porgy’, he only wrote a scale for me to play. No chords. And that other passage with just two chords gives you a lot more freedom and space to hear things.

E espaço é o que se ouve. Apesar da formação com muitos músicos, a produção delicada permite a todos seu espaço – seja na orquestração do acompanhamento, seja nos solos de Davis e do genial Cannonball Adderley. Além disso, há um aspecto lúdico – porque não é nada menos do que divertido ver os tons por onde Miles e Evans enxergaram canções populares como Summertime e It Ain’t Necessarily So.

Se aqui temos uma leitura fantástica da obra de Gershwin, ela já havia rendido outra obra-prima: a gravação de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, mais orquestra, um ano antes. Disco este que deve pintar por aqui em breve, prometido por FDP Bach.

Miles Davis – Porgy and Bess (320)

01 The Buzzard Song 4’12
02 Bess, You Is My Woman Now 5’15
03 Gone (Evans) 3’41
04 Gone, Gone, Gone 2’06
05 Summertime 3’22
06 Prayer (Oh Doctor Jesus) 4’44
07 Fisherman, Strawberry and Devil Crab 4’10
08 My Man’s Gone Now 6’14
09 It Ain’t Necessarily So 4’29
10 Here Come de Honey Man 1’26
11 I Wants to Stay Here (a.k.a. I Loves You, Porgy) 3’41
12 There’s a Boat That’s Leaving Soon for New York 3’29
13 I Loves You, Porgy [tk1 2nd version] 4’16
14 Gone [tk 4] 3’41

Composto por George Gershwin, Ira Gershwin e DuBose Heyward
Conduzido e arranjado por Gil Evans
Produzido por Cal Lampley e Teo Macero para a Columbia

Miles Davis (trumpet, flugelhorn); Cannonball Adderley (alto saxophone); Gil Evans (arranger, conductor); Paul Chambers (bass); Jimmy Cobb (drums); Ernie Royal, Bernie Glow, Johnny Coles, Louis Mucci (trumpet), Dick Hixon, Frank Rehak, Jimmy Cleveland, Joe Bennett (trombone), Willie Ruff, Julius Watkins, Gunther Schuller (horn), Bill Barber (tuba), Phil Bodner, Jerome Richardson, Romeo Penque (flute, alto flute, clarinet); Danny Bank (alto flute & bass clarinet); Philly Joe Jones (drums on tracks 3, 4, 15).

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miles davis

Boa audição!
Bluedog, revalidado por PQP Bach

Johann Joseph Fucks, digo, Fux (1660-1741): Serenada a 8, Rondeau a 7, Sonata a 4 (Harnoncourt)

Johann Joseph Fucks, digo, Fux (1660-1741): Serenada a 8, Rondeau a 7, Sonata a 4 (Harnoncourt)

A música barroca é algo realmente sem fim e, cada vez que posto mais um bom compositor, fico impressionado com uma proporção que antes não via em minha cedeteca. O troço não acaba nunca e pasmo para a época em que meu pai nos concebeu — falo de mim, FDP e CDF. Este CD foi gravado em 1970 e relançado em 2003 pela providencial gravadora APEX, que está nos trazendo de volta coisas antológicas. Aqui, temos o grande Nikolaus Harnoncourt e seu Concentus musicus de Viena cuidando de outro austríaco, Fucks, digo, Fux. Já notaram como esses compositores barrocos viviam bastante? Fucks, digo, Fux viveu 81 anos e sei de uns vinte que ultrapassaram a idade vivida por meu pai (65 anos). Johann Joseph Fucks, digo, Fux nasceu em Hirtenfeld na Áustria. Foi filho de camponeses e autodidata em música. Foi Kappelmeister e compositor da corte. É autor do Gradus ad Parnassum, o mais importante tratado de contraponto já escrito. Fucks, digo, Fux morreu em Viena. Deixou 405 obras além do Gradus ad Parnassum que é um diálogo, em latim, entre professor e aluno, seguido de exercícios de composição.

Johann Joseph Fucks, digo, Fux (1660-1741): Serenada a 8, Rondeau a 7, Sonata a 4 (Harnoncourt)

SERENADA A 8
for 2 clarinos, 2 oboes, bassoon, 2 violins, viola and basso continuo
(from Concentus musico-instrumentalis in septem partittas, Nuremberg 1701)

1 Marche: Allegro 2’ll
2 Guigue: Prestissimo 1’27
3 Menuet 2’16
4 Aria: Più allegro 3’26
5 Ouverture 3’44
6 Menuet I, Trio II 3’20
7 Guigue: Prestissimo 1’09
8 Aria: Andante 3’23
9 Aria 0’50
10 Bourée I, II 2’ll
11 Intrada 3’22
12 Rigadon 0’51
13 Ciacona 2’59
14 Guigue: Prestissimo 0’57
15 Menuet 2’12
16 Final: Poco allegro 0’37

17 RONDEAU A 7 4’17
for violino piccolo, bassoon (fagotto conc.), violin, 3 violas and basso continuo

SONATA A QUATTRO
for violin, cornet, trombone, dulcian and organ

18 Allegro 3’26
19 Adagio 2’02
20 Allegro 3’03

TOTAL TIMING 48’12

Concentus musicus Wien
on original instruments
avec instruments originaux
mit Originalinstrumenten

Nikolaus Harnoncourt, conductor

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Sou feio mas não sou pilantra.
“My name is Fux, Johann Joseph Fux”.

PQP

William Byrd (1543-1623): Consort and Keyboard Music / Songs and Anthems (Rose Consort of Viols / Red Byrd)

William Byrd (1543-1623): Consort and Keyboard Music / Songs and Anthems (Rose Consort of Viols / Red Byrd)

William Byrd foi um compositor inglês da Renascença. Considerado um dos maiores compositores britânicos, teve grande influência, tanto da sua Inglaterra natal como do continente. Ele escreveu em muitas das formas correntes na Inglaterra na época, incluindo vários tipos de polifonia sagrada e secular, teclado (a chamada escola virginalista) e música para grupos. Embora tenha produzido música sacra para serviços religiosos anglicanos, em algum momento durante a década de 1570 ele se tornou católico e passou a  escrever música sacra católica. Byrd foi o compositor mais importante da época de William Shakespeare. Seus salmos e motetos, bem como seus madrigais, estão entre as composições mais aclamadas do século XVI. Ele também escreveu obras para órgão e piano.

William Byrd (1543-1623): Consort and Keyboard Music / Songs and Anthems (Rose Consort of Viols / Red Byrd)

1 Pavan 03:04
2 Galliard 01:59
Byrd, William
Gueroult, Guillaume – Lyricist
3 Susanna fair 03:29
Byrd, William
4 Rejoice unto the Lord 03:24
5 John come kiss me now (from The Fitzwilliam Virginal Book) 05:18
6 Fantasia No. 2 05:21
7 Have mercy upon me, O God 03:15
8 In Nomine No. 2 03:15
9 In angel’s weed 02:56
10 Fair Britain isle 05:57
11 Fantasia 02:46
12 Triumph with pleasant melody 03:39
13 Pavan in A Minor 04:01
14 Qui passe (for my Lady Nevell) 03:07
15 Fantasia No. 3 04:11
16 In Nomine No. 5 02:33
17 Christ rising again 05:14

Total Playing Time: 01:03:29

Ensemble(s): Rose Consort of Viols, The
Choir(s): Red Byrd
Artist(s): Bonner, Tessa; Roberts, Timothy

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Byrd viveu 80 anos tendo nascido em 1543. Vá ter saúde assim no PQP

PQP

Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 35 & 36 – Haffner & Linz – The Academy of Ancient Music & Christopher Hogwood ֎

Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 35 & 36 – Haffner & Linz – The Academy of Ancient Music & Christopher Hogwood ֎

Mozart

Sinfonias Nos. 35 & 36

AAM

Christopher Hogwood

 

Esse incrível disco foi gravado em 1979, no formato analógico, e é parte do projeto de gravar todas as sinfonias de Mozart usando instrumentos e práticas de época. Este pioneiro projeto lançado pelo selo L’Oiseau-Lyre, a versão ‘Archive Produktion’ da companhia inglesa Decca, foi completado e a caça pelas caixinhas com os discos nas lojas daqui, naqueles dias, era uma verdadeira caça ao tesouro. O projeto Haydn, bem mais extenso, não teve a mesma sorte, as agruras das gravadoras o atingiram ainda em pleno voo. O disco da postagem terminou como o terceiro do Volume 5, cuja capa ilustra a abertura da postagem.

Era maravilhosamente surpreendente ouvir essa música interpretada nessa forma autêntica. A música de Mozart surgia sob uma nova luz, como as pinturas de Rembrandt após a limpeza da sujeira e das camadas de verniz. Os grandes intérpretes de Mozart naqueles dias eram regentessáuros tais como Bohm, Karajan, Szell, Kubelik, Jochum, Solti… Entre os mais antigos venerados por muitos, mas que já estavam no caminho da fossilização, tínhamos Bruno Walter, Josef Krips, Otto Klemperer.

Detalhe de “A Ronda Noturna”, feita em 1642, por Rembrandt – antes e depois da restauração

Havia os mais moderninhos, que tocavam com bandas menores, como Marriner e a ASMF, Jeffrey Tate e a ECO, Sir Charles Mackerras e a Orquestra de Câmara de Praga, mas o som da L’Oiseau-Lyre era libertador.

Escolhi esse disco para postar por gostar da música e por achá-lo sempre atual e destacando-o assim da coleção com todas as outras sinfonias. Integralidade nem sempre a maneira mais interessante de ouvir a música de Mozart, na minha opinião.

A Sinfonia No. 35 nasceu como mais uma possível Serenata a ser composta por Mozart para o pessoal da família Haffner, de Salzburgo. A encomenda havia chegado a Viena, onde Mozart morava em 1782, enviada pelo seu pai, Leopold Mozart. Wolfgang havia composto uma ‘Serenata Haffner’ enquanto ainda morava em Salzburgo e que fizera muito sucesso, tanto que ganhou o apelido.

Mas Mozart agora estava ocupadíssimo, trabalhando na ópera ‘O Rapto do Serralho’, às voltas com sua noiva e futura esposa, além de aulas muitas. Mesmo assim, foi compondo partes da Serenata e enviando para Salzburgo. O prazo da encomenda venceu e Mozart pediu de volta o que já havia mandado. Gostou tanto do que estava pronto (imagine a pressa com que foi compondo…) que rearranjou o material, acrescentou instrumentos na orquestração e assim surgiu a que agora conhecemos como ‘Sinfonia Haffner’.

A outra sinfonia (pela qual tenho uma especial afeição) é a Sinfonia No. 36, escrita em 1783: A Sinfonia “Linz” foi escrita em três dias! Em 1783, Mozart e sua mulher, Constanza, fazem uma viagem a Salzburgo, para verem o pai e a irmã do compositor. No regresso a Viena, o casal detém-se em Linz, em visita ao velho conde de Thun, grande amigo da família. O conde queria muito que Wolfgang se apresentasse com a orquestra local, mas Mozart não tinha nenhuma de suas partituras à mão. Desejoso de agradecer a boa acolhida, começa uma nova sinfonia e consegue estreá-la no dia programado. [Veja o texto completo aqui]. Essa seria a ‘Sinfonia Linz’.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Symphony No. 35 In D Major “Haffner” K.385

  1. March K. 408 No. 2 [K.385a]
  2. Allegro Con Spirito
  3. Andante
  4. Menuetto & Trio
  5. Presto

Symphony In C Major “Linz” K.425

  1. Adagio – Allegro Spiritoso
  2. Andante
  3. Menuetto & Trio
  4. Presto

The Academy of Ancient Music [on period instruments]

Christopher Hogwood – conductor

Recording locations: St. Jude’s, Hampstead Garden Suburb & St. Paul’s, Arnos Grove,
June & October 1979

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FLAC | 299 MB

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MP3 | 320 KBPS | 154 MB

O disco foi relançado individualmente numa série com preços modestos, como se dizia então…

Nesta gravação eles mantiveram a marcha que havia sido composta para a versão original na forma de uma serenata, mas que foi descartada por Mozart na versão final como Sinfonia. Acho que eles fizeram isso para exibir os tímpanos…

You cannot get any better than this set. It is outstanding. All of the Mozart Symphonies in one package is impressive enough on its own. But this is a very special package. The Academy of Ancient music under Christopher Hogwood have always been a quality act and their work on this set is no exception.

Não posso deixar de concordar…

Aproveite!

René Denon

PS: Não deixe de visitar essa outra postagem com os mesmos artistas…

F. J. Haydn (1732-1809): 4 Sinfonias – The Academy of Ancient Music – Hogwood

D. Scarlatti (1685-1757): 13 Sonatas (Nicolosi, piano) / A. Soler (1729-1783): 7 Sonatas (Chernychko, piano)

Real Biblioteca d’El Escorial, Monastério e Palácio onde tanto Scarlatti quanto Soler passaram boa parte de suas vidas
Aqui, trata-se da Biblioteca de St. Florian (Áusria) e não do Escorial, como explicou o comentário mais abaixo

Se quisermos usar uma metáfora familiar, as sonatas para teclado de Antonio Soler podem ser consideradas primas, sobrinhas ou mesmo irmãs mais novas das sonatas de Domenico Scarlatti, embora não sejam irmãs gêmeas. Ambos os compositores viveram na Espanha em um período de coexistência do cravo com o pianoforte. Ao contrário de J.S. Bach, que certamente preferia o cravo, Scarlatti e Soler – assim como seus patrões, alunos, amigos – estavam em um contexto de maior ambiguidade entre o velho instrumento e o novo “cravo com martelos”.

É razoável, então, tocar a música de Scarlatti e a de Soler tanto em um instrumento como no outro. No século XX, Alicia de Larrocha (aqui) reinava solitária como a grande intérprete de Soler ao piano, enquanto Scarlatti tinha dois ou três pianistas famosos (aqui, aqui…) que interpretavam sua música com dedos elegantes e suaves, mas também havia pianistas que carregavam nos temperos românticos: longe de mim citar nomes e gerar fofoca, mas o fato é que alguns faziam um Scarlatti horrorosowitz…

Hoje em dia temos um monte de jovens pianistas fazendo boas gravações das sonatas desses dois, sobretudo pela Naxos, que tem um longo projeto de lançar as sonatas completas de Scarlatti sem pressa e com pianistas diferentes. Pelo jeito a gravadora iniciou, mais recentemente, um projeto semelhante dedicado a Soler: há uns 3 ou 4 CDs já lançados, dos quais por enquanto só ouvi o da jovem ucraniana Regina Chernychko, convidada para essa gravação após vencer concursos de piano em Barcelona, Milão e Zurich. Ela faz um belíssimo trabalho aqui, assim como o italiano Francesco Nicolosi.


Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonatas K. 52, 77, 79, 111, 139, 170, 176, 277, 344, 340, 388, 398, 456
Francesco Nicolosi, piano
Recorded: Potton Hall, Westleton, Suffolk, UK, 2007

Scarlatti: 13 Sonatas – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3 320 kbps


Padre Antonio Soler (1729-1783): Sonatas nº 67 a 74
Regina Chernychko, piano
Recorded: Palau de Congressos, Girona, España, 2016

Soler: Sonatas R. 67-74 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3 320 kbps

Regina Chernychko em 2022

Pleyel

Robert Schumann (1810-1856): Sinfonia Nº 2 / Abertura “Manfredo” / Abertura, Scherzo e Final (Sinopoli)

Robert Schumann (1810-1856): Sinfonia Nº 2 / Abertura “Manfredo” / Abertura, Scherzo e Final (Sinopoli)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Giuseppe Sinopoli (1946-2001) foi em regente genial, morto infelizmente aos 54 anos, de ataque cardíaco, enquanto dirigia uma Aida em Berlim. A Segunda Sinfonia de Schumann é minha obra favorita do compositor e a gravação de Sinopoli com a Filarmônica de Viena é a que sempre escolho ouvir. Sinopoli foi um mestre em alcançar o máximo equilíbrio orquestral e definitivamente consegue tudo nesta gravação de 1984. A acústica do Musikverein e os engenheiros da DGG colocam os instrumentos de sopro um pouco atrás das cordas, mas isso não diminui o impacto desta performance. A importância da escrita dos metais é claramente manifesta e as páginas finais da obra têm uma majestade incomparável a qualquer outra gravação da sinfonia com a qual estou familiarizado. Sinopoli prova que a escrita orquestral de Schumann pode ser traduzida com sucesso para uma grande orquestra contemporânea. E este desempenho é muito superior à sua gravação posterior com a Staatskapelle Dresden. A execução da Abertura Manfred também é definitiva. Altamente recomendado.

Robert Schumann (1810-1856): Sinfonia Nº 2 / Abertura “Manfredo” / Abertura, Scherzo e Final (Sinopoli)

01 – Symphony No. 2 in C major – I. Sostenuto assai – Allegro, ma non troppo
02 – Symphony No. 2 in C major – II. Scherzo Allegro vivace
03 – Symphony No. 2 in C major – III. Adagio espressivo
04 – Symphony No. 2 in C major – IV. Allegro molto vivace

05 – “Manfred” Overture Op. 115

06 – Overture, Scherzo & Finale, Op. 52 – I. Overture. Andante con moto – Allegro
07 – Overture, Scherzo & Finale, Op. 52 – II. Scherzo. Vivo – trio. L’istesso tempo
08 – Overture, Scherzo & Finale, Op. 52 – III. Finale. Allegro molto vivace

Wiener Philharmoniker
Staatskapelle Dresden (faixas 6 a 8)
Giuseppe Sinopoli, regente

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Uma imagem monstruosa de Robert e Clara Schumann encontrada na web alemã.

PQP

 

Leonard Bernstein (1918-1990): West Side Story (Schermerhorn)

Leonard Bernstein (1918-1990): West Side Story (Schermerhorn)

Kenneth Schermerhorn (1929-2005) estava estudando com Bernstein durante a criação de West Side Story e foi até considerado um possível maestro para a estreia. Finalmente tendo sua chance quase 50 anos depois, Schermerhorn conduz a partitura com uma autoridade e entusiasmo que revela seu conhecimento íntimo e convicções pessoais, mesmo que às vezes seus andamentos se arrastem (como em I Feel Pretty). Esta gravação utiliza a partitura de Bernstein em sua forma original, antes de passar pelas revisões necessárias para torná-la mais adequada às necessidades do teatro musical da época. Na verdade, tudo soa praticamente o mesmo, as distinções mais óbvias são alguns compassos faltando perto do final do Prólogo e o arranjo vocal diferente para America. A Sinfônica de Nashville toca com uma mistura ideal de elegância sinfônica e jazzística que mostra por que esta obra é um clássico tão maravilhoso. Apenas a gravação multimicrofonada e obviamente destinada ao estúdio, com suas vozes artificialmente próximas, decepciona um pouco. No entanto, este CD recria fielmente o mundo mágico e fascinante que é West Side Story, e qualquer pessoa que venha a esta peça novamente terá uma experiência rara e especial. (Neste link, a última versão de Bernstein).

Bernstein, Leonard
Sondheim, Stephen – Lyricist
West Side Story
1 Act I: Prologue 04:18
2 Act I: Jet Song 02:30
3 Act I: Something’s Coming 02:49
4 Act I: Blues 01:54
5 Act I: Promenade 00:22
6 Act I: Mambo 02:39
7 Act I: Maria 03:07
8 Act I: Balcony Scene / Tonight 07:21
9 Act I: America 04:59
10 Act I: Cool 04:35
11 Act I: One Hand, One Heart 04:58
12 Act I: Tonight 03:56
13 Act I: The Rumble 03:08
14 Act II: I Feel Pretty 03:57
15 Act II: Ballet Sequence 01:32
16 Act II: Transition to Scherzo 00:41
17 Act II: Scherzo 01:40
18 Act II: Somewhere 02:38
19 Act II: Procession and Nightmare 03:37
20 Act II: Gee, Officer Krupke 04:20
21 Act II: A Boy Like That / I Have a Love 06:05
22 Act II: Taunting Scene 01:07
23 Act II: Finale 02:52

Total Playing Time: 01:15:05

Composer(s): Bernstein, Leonard
Lyricist(s): Sondheim, Stephen
Conductor(s): Schermerhorn, Kenneth
Orchestra(s): Nashville Symphony Orchestra
Artist(s): Chozen, Joanna / Cooke, Marianne / Dean, Robert / Ditty, Billy / Eldred, Mike / Gabriel, Winter / Lee, Neal Richard / Lewis, Jeff / Morrison, Betsi / Prentice, Michelle / San Giovanni, Michael / Schanuel, Greg / Shenoy, Nandita / Whiting, Jeff

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Cena de Cantando na Chuva

PQP

Peter Tchaikovsky (1840 – 1893) & Sergei Rachmaninov (1873 – 1943): Concertos para Piano No. 1 & No. 2 – Werner Haas (piano) – Orchestre National De L’opera De Monte Carlo & Radio-Sinfonie-Orchester Frankfurt – Eliahu Inbal ֎

Peter Tchaikovsky (1840 – 1893) & Sergei Rachmaninov (1873 – 1943): Concertos para Piano No. 1 & No. 2 – Werner Haas (piano) – Orchestre National De L’opera De Monte Carlo & Radio-Sinfonie-Orchester Frankfurt – Eliahu Inbal ֎

WARHORSES

Cavalos de Guerra! Eu sempre gostei dessa expressão, talvez por minha vadia juventude repleta de livros com histórias cheias de aventuras e de pouca televisão. Quando muito, uma seção na matiné do único cinema da cidade. Em música ela significa ‘algo (como uma obra de arte ou composição musical) que se tornou excessivamente familiar ou banal devido a muitas repetições no repertório usual’. E poucos concertos para piano se classificam tanto como esses dois, do disco da postagem, para a tal expressão. Ambos estão enumerados na curta lista (ah, que seria da nós sem as listas?) de melhores concertos para piano da Gramophone. Despertei sua curiosidade? Verifique quais são os outros concertos da tal lista aqui….

O Concerto No 1 de Tchaikovsky teve um início de carreira um pouco hesitante. Tchaikovsky o revisou três vezes, especialmente o início do concerto. Os acordes iniciais tocados pelo pianista, seguidos pela orquestra tocando o tema principal, eram originalmente arpeggios. Como já mencionei em outras postagens, agarrar a atenção do ouvinte logo de cara é muito importante para o sucesso da peça. O compositor também tinha a expectativa que a obra fosse interpretada pelo pianista e compositor Nikolai Rubinstein, mas este não recebeu muito bem a obra. De qualquer forma, o concerto tornou-se um exemplo de concerto romântico, quase encabeçando a lista (sim, temos uma segunda lista nesta postagem, agora a dos concertos românticos para piano).

O líder dessa lista é o segundo concerto do disco, o Concerto para Piano No. 2, de Rachmaninov. Você deve saber tudo a respeito dessa obra, especialmente de como foi composta após um período no qual o compositor amargou uma enorme depressão, da qual saiu com a ajuda de um psiquiatra que fazia uso da hipnose… Não perca tempo, leia tudo aqui.

A capa da fita cassette

O disco é um primor e faz parte de uma coleção lançada pela Philips em torno do período de surgimento dos CDs, e se chamava Concert Classics. A capa deste disco é típica da série, com a ilustração de Erik Kessels que usa uma colagem com recorte de uma foto.

Os dois concertos reunidos no disco (para a série) têm a interpretação do mesmo pianista – Werner Haas – e o mesmo regente – Eliahu Inbal – mas, foram gravados em momentos diferentes e fazem parte de específicos projetos.

O concerto de Tchaikovsky foi gravado em Monaco, em 1970, juntamente com seus outros dois irmãos menos famosos, os Concertos Nos. 2 e 3. Veja este projeto completo na postagem do FDP Bach, aqui. O concerto de Rachmaninov é de 1974, em Frankfurt, e lançado em um disco com a Rapsódia sobre um tema de Paganini. Esta gravação foi feita em som ‘quadrifônico’. Na verdade, o som do disco é mais uma evidência de como a Philips era uma grande gravadora, especialmente quando piano tomava parte do projeto.

Werner Haas

O pianista é famoso por suas interpretações das obras de Debussy e Ravel, gravadas pela Philips. Foi aluno de Walter Gieseking, mas infelizmente morreu cedo, aos 45 anos, em um acidente automobilístico. O regente Eliahu Inbal tem 88 anos e foi regente de diversas orquestras, incluindo a Orquestra da Rádio de Frankfurt, que aparece neste disco. Sua última atuação foi como regente da Taipei Symphony Orchestra. Após sua aposentadoria, Inbal foi nomeado maestro laureado desta orquestra, em 2023.

Peter Tchaikovsky (1840 – 1893)

Piano Concerto No.1 In B Flat Minor, Op. 23

  1. Allegro Non Troppo E Molto Maestoso – Allegro Con Spirito
  2. Andantino Simplice – Prestissiomo – Tempo I
  3. Allegro Con Fuoco

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

Piano Concerto No.2 In C Minor, Op. 18

  1. Moderato
  2. Adagio Sostenuto
  3. Allegro Scherzando

Werner Haas, piano

Orchestre National De L’opera De Monte Carlo (Tchaikovsky)

Radio-Sinfonie-Orchester Frankfurt (Rachmaninov)

Eliahu Inbal

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MP3 | 320 KBPS | 155 MB

PQP Bach Banho & Tosa em ação…
Eliahu Inbal

Sobre o RACH#2: Eliahu Inbal is one of the most underrated conductors around. It’s good to have so many old recordings of his again available and in this glorious sound as well. This one has definitely aged gracefully and survived the test of time. […] This is highly charged reading, truly emotional and never overblown. Haas is a true virtuoso, but has expressive power most of today’s Kissins and Lang Langs are missing. The piano sound is captured in its full glory

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern Chamber Orchestra)

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern  Chamber Orchestra)

Não adianta. Nem todos são Beethoven, Mozart ou meu pai. Mas alguns podem chegar a um bom patamar como este Beck. Suas obras são muito boas, muito agradáveis, mas sem aquela faísca que um gênio colocaria em determinado momento para virar o jogo. Ele representa a Escola de Mannheim e foi, em vida, um equivocado. Imaginem que ele fugiu da Alemanha, chegou a Veneza e Nápoles, terminando por fixar-se em Marselha por ter participado de um duelo em que pensou ter matado seu oponente. Mas não matou. Seu inimigo talvez esteja vivo até hoje… A vida é assim mesmo. Ele compôs um apreciado Stabat Mater (não Matar, como eu tinha escrito em ato falho), muitas sinfonias e aberturas. O CD é bom, muito bom até. Mas não é Mozart, nem Haydn, nem… vocês sabem.

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern Chamber Orchestra)

Sinfonia in B flat major
I. Allegro 03:59
II. Largo 07:28
III. Allegro 01:57

Sinfonia in D major
I. Allegro 04:25
II. Andante 03:49
III. Minuetto 02:34
IV. Presto 02:24

Sinfonia in G major
I. Allegro molto 03:34
II. Andante moderato 05:54
III. Presto 05:52

Sinfonia in D major, Op. 10. No. 2
I. Allegro 02:17
II. Andante 02:12
III. Presto 02:55

Sinfonia in E major, Op. 13, No. 1
I. Allegro 02:39
II. Andante 02:36
III. Allegro 04:08

Performed by: Northern Chamber Orchestra
Conducted by: Nicholas Ward

Total Playing Time: 49:43

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Beck tomando um ventinho Minuano em visita ao RS.

PQP

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Karol Szymanowski nasceu na Ucrânia em uma rica família cheia de artistas. Após a Revolução Russa, a família regressou à sua Polônia natal, onde Szymanowski encontrou inspiração na música folclórica. Seu lírico Concerto para Violino Nº 1 foi dedicado ao seu grande amigo, o violinista Pavel Kochański, e é notável por sua clareza de textura. Inspirado na visita de Kochański à Polônia em 1932, o Concerto para Violino Nº 2 foi escrito no final da vida criativa de Szymanowski. Os dois músicos trabalharam juntos na partitura, que mostra influências da música do povo montanhês da Polônia. O intenso e virtuoso Nocturne & Tarantella baseia-se no impressionismo de Debussy e do início de Stravinsky, mas também na cultura e no folclore do Oriente.

São gravações excepcionalmente claras destas três obras concertantes de Szymanowski, não apenas os dois Concertos para Violino, mas uma versão orquestrada do Noturno & Tarantela. A turma 100% polaca dá um show, oferecendo leituras puras e claras com entonação impecável e uso cuidadoso do vibrato. Ter um maestro e uma orquestra polonesas como acompanhantes contribui para o sentimento idiomático de cada um, com os sons orquestrais mágicos lindamente evocados, particularmente no Nº 1, a mais radical das duas obras. Kulka toca o relativamente breve Noturno e Tarantela com a mesma empatia. A Tarantella é virtuosística e extravagante, trazendo um clímax concertístico para um disco excelente.

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

Violin Concerto No. 1, Op. 35
1 Vivace assai – 06:12
2 Tempo comodo – Andantino – 05:59
3 Vivace scherzando – 01:29
4 Poco meno – Allegretto – 06:53
5 Vivace (Tempo I) 05:36

Violin Concerto No. 2, Op. 61 (*)
6 Moderato – Molto tranquillo – 06:12
7 Andantino sostenuto – 06:34
8 Allegramente – Molto energico – 04:01
9 Andantino – Molto tranquillo 05:25

Nocturne and Tarantella, Op. 28
10 Nocturne: Lento assai 05:49
11 Tarantella: Presto appassionato 06:02
(Fitelberg, Grzegorz – Arranger)

Conductor(s): Stryja, Karol
Orchestra(s): Polish State Philharmonic Orchestra, Katowice
Violins(s): Kulka, Konstanty Andrzej; Lasocki, Roman (*)

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Szyma declarou-se estarrecido com PL do Aborto

PQP

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Membra Jesu Nostri — Ciclo de 7 Cantatas (Gardiner)

Ignoro quem foi o autor desta façanha. Além do bitrate rasante, todos os CDs com esta gravação de Gardiner têm também uma obra de Schütz, compositor que amo, chamada O Bone Jesu, Fili Mariae. Quem botou este CD na rede esquartejou a coisa, retirando esta peça que abria o disco e que deve ser interessante. E, por falar em esquartejamento, Membra Jesu Nostri é um ciclo de sete pequenas cantatas compostas em 1680. A letra, Salve mundi salutare – também conhecida como Rhythmica oratio – é um poema atribuído às vezes a São Bernardo de Claraval (1153), outras vezes a Arnulf de Louvain (1250), ambos da ordem cisterciense. Cada uma das sete partes em que se divide a obra é dedicada a uma parte do corpo crucificado de Jesus: pés, joelhos, mãos, costas, peito, coração e cabeça. É música sacra da melhor qualidade. Buxtehude, tenho a dizer que era imenso compositor, organista admiradíssimo por meu pai – que viajou algumas vezes para encontrá-lo e vê-lo tocar – e que seria mais conhecido, não fora a presença sufocante de papai em nossa cultura. Entre nós, os mais jovens da família, era conhecido como tio Bux.

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Membra Jesu Nostri — Ciclo de 7 Cantatas (Gardiner)

O Bone Jesu, Fili Mariae (SWV 471) 7:42

Membra Jesu Nostri (BuxWV 75)
I. Ad Pedes 10:00
II. Ad Genua 7:14
III. Ad Manus 9:52
IV. Ad Latus 8:23
V. Ad Pectus 11:23
VI. Ad Cor 9:29
VII. Ad Faciem 8:03

Sir John Eliot Gardiner, regência;
Monteverdi Choir;
English Baroque Soloists.

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Opa, esse aí é Tiradentes que existiu e foi esquartejado! (Pintura de Pedro Américo — 1843-1905)

PQP

.: interlúdio :. Louis Armstrong: Louis Armstrong plays W. C. Handy

.: interlúdio :. Louis Armstrong: Louis Armstrong plays W. C. Handy

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Louis Armstrong Plays W.C. Handy é um lançamento de estúdio de 1954 de Louis Armstrong and His All Stars, descrito pela Allmusic como “o melhor disco de Louis Armstrong da década de 1950” e “música essencial para todas as coleções sérias de jazz”. Este encontro de dois dos maiores de Nova Orleans é indiscutivelmente insuperável. Handy ainda estava vivo para ouvir o que Armstrong fez com seu trabalho – que foi, simplesmente, borrifá-lo de magia. (O encarte cita Handy dizendo, durante as sessões de gravação, que as performances de Louis trouxeram lágrimas aos seus olhos cegos.) Apenas a primeira faixa, St. Louis Blues, já faz valer a pena ouvir o CD. WC Handy (1873-1958) foi o sujeito que popularizou o blues, adaptando uma tradição musical puramente regional da virada do século XX e dando-lhe uma boa dose de atenção e respeito. O blues de Handy é consideravelmente mais polido e elaborado do que o clássico estilo delta e tem boas letras. Armstrong canta todas as músicas com total convicção e bom humor. Ele está acompanhado em várias faixas por Velma Middleton, cujo tom brando e alcance limitado pareceriam um erro de escolha, mas ela mais do que compensa isso com um ótimo timing e, mais importante, uma química fantástica com Armstrong. Eles se separam e seguem em frente, fazendo festa sem comprometer o resultado.

Louis Armstrong: Louis Armstrong Plays W. C. Handy

A1 St. Louis Blues
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

A2 Yellow Dog Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

A3 Loveless Love
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

A4 Aunt Hagar’s Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Brymn*, Handy*

A5 Louis Armstrong Monologue

A6 Long Gone (From The Bowlin’ Green)
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – C. Smith*, Handy*

B1 The Memphis Blues (Or Mister Crump)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Norton*, Handy*

B2 Beale Street Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B3 Ole Miss Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B4 Chantez Les Bas (Sing ‘Em Low)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B5 Hesitating Blues
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

B6 Atlanta Blues (Make Me One Pallet On Your Floor)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Elman*, Handy*

Bass – Arvell Shaw
Clarinet – Barney Bigard
Drums – Barrett Deems
Piano – Billy Kyle
Trombone – Trummy Young
Trumpet – Louis Armstrong
Vocals – Louis Armstrong (tracks: A1 to B2, B4 to B6), Velma Middleton (tracks: A1, A3, A5, B5)

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Velma Middleton e Louis Armstrong

PQP

Franz Schubert (1797-1928) – Quarteto para Cordas “A Morte e a Donzela” (arranjo Gustav Mahler, Sonata Arpegione – Michal Kánka, Pavel Hüla

Até ter acesso a esse CD, eu não conhecia esse arranjo para orquestra de cordas que Mahler fez da obra prima de Schubert, o Quarteto para Cordas “A Morte e a Donzela”. Ainda não tenho uma opinião formada na verdade, precisaria ouvir mais vezes para absorver, tão acostumado que estou com a versão para Quarteto para Cordas. Em se tratando de uma obra dessa envergadura, provavelmente umas das maiores composições já escritas para o gênero, a empreitada é um tanto arriscada.

 

Ao mesmo tempo, o nome de Mahler, um mestre em se tratando de composições para orquestras de grande porte, lembramos imediatamente de seu magnífico Quarteto para Cordas, e o que dizer do Adagietto de sua Quinta Sinfonia? Obras de rara sensibilidade para um compositor acostumado compor para grandes conjuntos orquestrais, como comentei acima.  Em minha humilde opinião, entendo que a interpretação da excelente “Praga Camerata” está um pouco acelerada para o meu gosto, já no primeiro movimento entendo que devia ser mais cadenciado, como podemos ouvir na ótima gravação do “Orlando Quartet”, que postei há pouco tempo. Não sei quais as recomendações de Mahler para o arranjo, e se o maestro foi fiel a essas recomendações. Mas enfim, à parte a estranheza que esses arranjos podem causar em um primeiro momento para aqueles apaixonados pela obra, Schubert está presente, com certeza, com toda a sua carga emotiva e sentimental.

A Sonata “Arpegione’ também mantém-se fiel ao original, porém lhes garanto que a estranheza permanece, mas nada que venha a comprometer o resultado. Afinal, apesar de tudo, é Schubert.

Vale a pena conferir.

01. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): I. Allegro moderato
02. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): II. Andante con moto
03. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): III. Scherzo. Allegro moderato
04. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): IV. Presto
05. Arpeggione Sonata in A Minor, D. 821 (Arr. for Cello and Strings by Michal Kaňka): I. Allegro moderato
06. Arpeggione Sonata in A Minor, D. 821 (Arr. for Cello and Strings by Michal Kaňka): II. Adagio
07. Arpeggione Sonata in A Minor, D. 821 (Arr. for Cello and Strings by Michal Kaňka): III. Allegretto

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FDP

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 5 (Blomstedt, Leipzig)

Confesso que eu não me lembrava de ter ouvido algo com o nonagenário maestro Herbert Blomstedt até um ou dois anos atrás, quando seu disco a 3ª de Bruckner (aqui) me chamou a atenção. Seu disco das últimas sinfonias de Schubert, lançado em 2022 também com a orquestra de Leipzig, recebeu elogios intensos nas revistas inglesas. Ainda me resta ouvir a maior parte do seu repertório gravado, seja aquele dedicado aos austro-alemães como Mozart, Beethoven e Brahms, seja as suas muitas gravações de compositores escandinavos (Nielsen e Sibelius, que até hoje têm me emocionado menos do que Grieg e Langgaard). Aliás, Blomstedt é de família sueca e passou boa parte de sua juventude naquele país, embora tenha nascido nos EUA e vivido boa parte da vida adulta na Califórnia. Também foi regente principal em Copenhagen, Oslo e em Leipzig (de 1998 a 2005) com esta orquestra do disco de hoje.

É nessa condição de quem ainda conhece pouco o maestro – e, portanto, menos suspeito de idolatria, da posição de quem aguarda o desfile de conhecimentos do velho mestre, o que acontece um pouco quando ouço o Bruckner de Celibidache ou Jochum – que afirmo: esta sua série de sinfonias de Bruckner com a Gewandhausorchester de Leipzig é um absurdo, um escândalo de tão boa, a começar pela excelente qualidade do áudio, e passou na frente de todas as outras gravações de Bruckner que estavam na minha fila.

Uma breve nota sobre a Quinta de Bruckner: alguns lhe dão o apelido de “Sinfonia Pizzicato”, por ter cordas em pizzicato no início de cada um dos movimentos. Esse vai-e-vem das cordas fazendo essas incisivas sonoridades, e também uma série de temas que vem e vão (às vezes invertidos), fazem dela uma sinfonia de grande coerência interna, com fortes diálogos e simetrias entre os movimentos. O mundo de Bruckner é um mundo ordenado por uma elevada inteligência divina, onisciente e benevolente: isso fica bem explícito na sua Quinta.

O tema que mais se repete, como notarão aqueles que não passaram os últimos 20 anos isolados da sociedade, lembra vagamente o riff de guitarra de Seven Nation Army, composto pelo guitarrista Jack White e sem dúvida o último grande riff do rock’n’roll, tão amplamente tocado e cantado por multidões e plagiado quanto certos riffs dos Beatles e Rolling Stones.

Esta sinfonia já foi muito bem apresentada por PQP aqui, aliás em outra gravação com esse mesmo conjunto de Leipzig que se mostra talvez a maior orquestra bruckneriana do século XXI, então vamos ao que interessa:

Anton Bruckner (1824-1896):
Sinfonia Nº 5 em si bemol maior
Gewandhausorchester de Leipzig, Herbert Blomstedt

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Pleyel

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Esta é uma gravação de 1963 quando Bernstein ainda não tinha desenvolvido o “seu próprio Mahler”. É uma versão vendida bem baratinho pela Sony, meio que com vergonha daquilo de Lenny fez depois na DG. Foi tão, mas tão barato que comprei mesmo sabendo da decepção. Claro, é de alto nível, mas vários maestros fizeram depois versões muito superiores. Abbado, por exemplo. O excelente filme Tar fala muito nesta música que foi composta entre 1901 e 1902, principalmente durante os meses de verão na casa de férias de Mahler em Maiernigg. Entre suas características mais distintivas estão o solo de trompete que abre a obra com um motivo rítmico semelhante à abertura da Sinfonia nº 5 de Ludwig van Beethoven, os solos de trompa no terceiro movimento e o Adagietto tão frequentemente executado. A sinfonia é geralmente considerada a sinfonia mais convencional do compositor, mas mesmo assim ela tem várias peculiaridades. Ela “quase” tem uma estrutura de quatro movimentos, já que os dois primeiros podem ser facilmente vistos como um só. A sinfonia também termina com um rondó, no estilo clássico. Algumas surpresas são a marcha fúnebre que abre a peça e o Adagietto para harpa e cordas que contrasta com a orquestração complexa dos outros movimentos.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Symphony No. 5 In C-Sharp Minor
1 I. Trauermarsch 12:30
2 II. Stürmisch bewegt, mit größter Vehemenz 14:20
3 III. Scherzo. Kräftig, nicht zu schnell 17:44
4 IV. Adagietto. Sehr langsam 11:00
5 V. Rondo-Finale. Allegro 13:47

Conductor – Leonard Bernstein
French Horn – James Chambers
Orchestrated By – New York Philharmonic

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Esta é a edícula onde Mahler se isolava para compor em Maiernigg. Foi construída e é mantida por PQP Bach

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 5 de 11) – Clarinet Quintet in B minor, Op 115, String Quintet No. 2 in G major, Op. 111 (Berlin Philarmonic Octet / Herbert Stahr)

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 5 de 11) – Clarinet Quintet in B minor, Op 115, String Quintet No. 2 in G major, Op. 111 (Berlin Philarmonic Octet / Herbert Stahr)

Dando continuidade à obra de câmara integral de Brahms, e ainda com os quintetos, vamos agora ao CD 5.

Eu tinha na cabeça, como uma idéia fixa, frases do quinteto para clarineta e cordas de Brahms, que para mim sugere a cor, o som, a fragrância, o espírito, enfim, do outono. Depois de despedir docemente uma rapariga americana que chorou no meu ombro as dores dum amor mal correspondido (o noivo tinha fugido para a Índia), liguei o telefone para a minha secretária e disse: “Mary, faça passar o próximo paciente”.

Erico Verissimo, Solo de Clarineta, Vol. 1

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 5 de 11) – Clarinet Quintet in B minor, Op 115, String Quintet No. 2 in G major, Op. 111 (Berlin Philarmonic Octet / Herbert Stahr)

Clarinet Quintet in B minor, Op 115
1 – Allegro
2 – Adagio
3 – Andantino – Presto non assai – ma con assentimento
4 – Com moto

String Quintet No. 2 in G major, Op. 111
5 – Allegro non troppo, ma con brio
6 – Adagio
7 – Un poco allegretto
8 – Vivace ma non troppo presto

Berlin Philarmonic Octet
Herbert Stahr – Clarinet

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Brahms: esse era um mal-humorado, nossa!

FDP

Paul Hindemith (1895-1963): Symphonia Serena / Harmonie der Welt (Gewandhaus / Blomstedt)

Paul Hindemith (1895-1963): Symphonia Serena / Harmonie der Welt (Gewandhaus / Blomstedt)

Há compositores difíceis de defender. E Hindemith é um deles. Já ouvi críticas severas, mas bem coerentes sobre a não espontaneidade de suas obras. Já certos ouvintes (como eu) que tem profunda admiração por Hindemith, não encontram argumentos suficientes para defendê-lo. Não consigo dizer porque gosto de Hindemith. Às vezes, numa mesma obra, posso sentir tédio e grande empolgação. Mas nunca deixei de ficar fascinado com sua técnica e virtuosismo. Ludus Tonalis para piano (algo como um cravo bem temperado do século XX) é um bom exemplo do que falo. Difícil ir até o fim sem bocejar, mas ouvindo com cuidado podemos esbarrar nas mais belas passagens já escritas. Dependendo com que disposição o ouvinte esteja, Hindemith pode ser um grande compositor ou um tremendo chato.

As duas obras desse disco, Symphonia Serena e Symphonia “Der Harmonie der Welt”, são ótimos exemplos do que falei, de como agarrar ou afastar o ouvinte. A riqueza orquestral dessas duas obras são inegáveis, mas podem cansar um ouvinte a procura de um sentido ou de uma estrutura. São sinfonias completamente anti-shostakovichianas. Mas tampouco são vazias de expressividade.

Sentem suas bundas nas cadeiras e decidam.

Paul Hindemith (1895-1963): Symphonia Serena / Harmonie der Welt (Gewandhaus / Blomstedt)

1. Symphonia Serena: Moderately fast
2. Geschwindmarsch by Beethoven. Paraphrase. Wind instruments only. Rather fast
3. Colloquy. String orchestra in two sections. Quiet
4. Finale. Gay

5. Harmonie der Welt: No. 1, “Musica Instrumentalis”
6. No. 2, “Musica Humana”
7. No. 3, “Musica Mundana”

Performed by Leipzig Gewandhaus Orchestra
Conducted by Herbert Blomstedt

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Grande Blomstedt!

CDF

Diversos Compositores: Piano Encores (Bombonzinhos…) – Tristan Pfaff ֍

Diversos Compositores: Piano Encores (Bombonzinhos…) – Tristan Pfaff ֍

Quem ainda não ouviu a frase ‘Eu gosto de um piano bem tocado…’? Como se alguém preferisse ouvir um piano ser maltratado… Mas, quem não gosta de ouvir ao piano lindas melodias, especialmente as mais conhecidas, que nos trazem lindas memórias, lembranças queridas?

Este disco é assim, uma coleção de peças, breves em sua maioria, com as quais os pianistas brindam as audiências ao fim do recital. Eu me interessei em postar essa coleção por lembrar-me de uma fase boa da minha primeira vida.

Meu amigo Paulo e eu íamos a muitas lojas de discos na década de 1980 e os encontros com os frequentadores mais assíduos eram constantes, já havia até uma certa camaradagem entre nós. Os atendentes das lojas conhecíamos todos e os mais diversos eles eram. Um do qual gostávamos muito era o Sr. Rubens, que trabalhava numa loja do Shopping da Gávea, sempre com um colete de lã – por causa do ar condicionado – e um lenço de seda ao pescoço, que lhe dava um certo ar de lorde. Seu Rubens guardava no peito um coração de ouro, mas tinha uma maneira seca de ser, era bem formal. Era necessário um certo esforço para que ele permitisse uma maior proximidade. Deu-me generosamente umas tantas dicas e sempre boas sugestões. Mas, meu amigo e eu adorávamos provoca-lo com afirmações que sabíamos que ele contestaria sobre peças ou intérpretes dos quais ele não gostava.

Uma vez, estávamos lá, com os narizes enfiados nas gôndolas repletas de novidades, fazendo ginásticas mentais pensando nos parcos recursos que guardávamos nas carteiras, quando entrou no salão dos clássicos uma senhora que levou a paciência e a fleuma de Seu Rubens (Rubão, nas nossas conversas longe dele…) ao limite extremo. Ela queria um disco com peças avulsas para piano – para serem ouvidas durante o encontro com as amigas, para o chá e fofocas. E ela se esforçava – aquele assim, com pecinhas bonitas, uns bombonzinhos. Pois foi aí que Rubão não aguentou: Minha senhora, para comprar bombonzinhos é melhor ir a uma bomboniere…

Esse se tornou nosso bordão – tem aí, Seu Rubens, um disco com bombonzinhos? Ele mesmo não resistia à provocação e caíamos todos na gargalhada.

Pois então, nessa nossa ‘loja de discos’, onde nos encontramos virtualmente para fuçar as gôndolas em busca de boa música, agora também tem um disco com bombonzinhos e boa memória de amigos na música.

Gran Quizz PQP Bach: Relacione o nome das peças na coluna à esquerda com o nome do compositor, na coluna da direita.

  1. The Man I Love                                                                                (  ) Schubert
  2. 21 Hungarian Dances, WoO 1: No. 1, Allegro molto                  (  ) de Falla
  3. Kuolema: Valse triste, Op. 44 No. 1                                               (  ) Chopin
  4. In das Album der Fürstin Metternich, WWV 94                        (  ) Tchaikovsky
  5. El Amor brujo: VIII. Danza ritual del fuego                                 (  ) Bach, C P E
  6. Easy Variations on Folk Themes, Op. 51: Merry Dance             (  ) Gounod
  7. Keyboard Sonata in B Minor, Wq. 55 / 3, H. 244                        (  ) Scriabin
  8. Tango (No. 2 from Espana, Op. 165)                                              (  ) Mozart
  9. 3 Songs, Op. 21: III. Jeg giver mit digt til våren                          (  ) Satie
  10. Marche funèbre pour une marionnette                                         (  ) Gershwin
  11. Suite bergamasque: Clair de lune                                                   (  ) Wagner
  12. 3 Pieces, Op. 2: I. Etude                                                                    (  ) Prokofiev
  13. Foglio D’album                                                                                    (  ) Sibelius
  14. Moments Musicaux, D780: No. 3 in F minor                               (  ) Bach, J S
  15. 6 morceaux, Op. 51, TH 143: VI. Valse sentimentale                  (  ) Debussy
  16. Nocturnes, Op. 9: II. Andante en Mi Bémol Majeur                  (  ) Puccini
  17. Pieces From “Romeo And Juliet” – Montagues and Capulets  (  ) Schumann
  18. Prelude in C Minor, BWV 999                                                        (  ) Kabalevsky
  19. Das Butterbrot                                                                                    (  ) Grieg
  20. Kinderszenen, Op. 15: XIII. Der Dichter spricht                         (  ) Brahms
  21. Gymnopédie No. 1                                                                              (  ) Albéniz

Tristan Pfaff, piano

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Tristan Pfaff

The encore, an end-of-concert ritual, is always highly appreciated by the audience. In a way, through them the listener gets to know the artist a little better, as encore choices reveal taste and personality. Thus, pianist Tristan Pfaff interprets above all pieces he loves: from the Baroque era of Bach to music of the 20th century by Prokofiev and Kabalevsky, a very broad musical horizon is proposed. Popular song is also present with Gershwin’s ‘The man I love’, in its piano version.

Aproveite!

René Denon

Tristan Pfaff na festa de pré-lançamento da postagem no PQP Bach Great Hall, vendo se aproximar um garçom com mais uma bandeja de bombonzinhos servidos durante o rega-bofes…

Philip Glass (1937): Kronos Quartet performs Philip Glass

Philip Glass (1937): Kronos Quartet performs Philip Glass

Na verdade, acho que Glass teve um bom começo como compositor e depois foi superado por vários outros minimalistas. E olha que só ponho na conta os norte-americanos! Neste momento de decadência artística, teve que encarar a realidade e atirou-se a uma série de projetos cinematográficos, operísticos, teatrais e de merchandising pessoal — principalmente o último — , sem nunca retornar à qualidade que tinha no início de sua carreira. Mas há quem goste. E quando gostam são agressivos e escabelados na defesa de um telhado de vidro.

Aqui ele se arrisca. Os Quartetos de Cordas são um gênero importante. Basta falar no que fizeram Bartók e Shostakovich na primeira e segunda metades do século XX. Mas Glass fracassa constrangedoramente.

De uma forma estranha, quartetos de cordas sempre funcionaram assim por compositores. Eu realmente não sei por que, mas é quase impossível ficar longe dele. É a maneira compositores do passado ter pensado e que não é menos verdadeiro para mim .

Philip Glass

KRONOS QUARTET performs PHILIP GLASS

STRING QUARTET No. 5 (1991)
1) I (1:11)
2) II (3:00)
3) III (5:28)
4) IV (4:38)
5) V (7:36)

STRING QUARTET No. 4 (Buczak) (1990)
6) I (7:54)
7) II (6:18)
8) III (8:38)

STRING QUARTET No. 2 (Company) (1983)
9) I (2:09)
10) II (1:34)
11) III (1:28)
12) IV (2:04)

STRING QUARTET No. 3 (Mishima) (1985)
13) 1957-Award Montage (3:27)
14) November 25-Ichigaya (1:19)
15) 1934-Grandmother and Kimitake (2:41)
16) 1962-Body Building (1:40)
17) Blood Oath (3:11)
18) Mishima/Closing (2:56)

KRONOS QUARTET
David Harrington, violin
John Sherba, violin
Hank Dutt, viola
Joan Jeanrenaud, cello

1995 Nonesuch Records
1 CD 9 79356-2

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PQP