Schubert (1797 – 1828): Quinteto com Piano D. 677 (A Truta) – Trios de Cordas D. 581 & D. 471 – Paul Lewis (piano) – Leopold String Trio – Graham Mitchell (contrabaixo) ֎

Schubert (1797 – 1828): Quinteto com Piano D. 677 (A Truta) – Trios de Cordas D. 581 & D. 471 – Paul Lewis (piano) – Leopold String Trio – Graham Mitchell (contrabaixo) ֎

SCHUBERT

Quinteto “A Truta”

Trios de Cordas D. 581 & D. 471

Paul Lewis, piano

Leopold String Trio

Graham Mitchell, contrabaixo

Uma coisa pode-se dizer de Schubert: era um bom amigo! Cultivou amizades com poetas, pintores, músicos. As Schubertiades, reuniões onde música e poesia embalavam o alegre convívio desses amigos eram importantes momentos na vida do músico, onde apresentava suas mais novas obras.

von Schober

Nos fins de 1816 Schubert desistiu de se tornar professor como seu pai e foi morar em outra parte de Viena com seu amigo poeta Franz von Schober. Foi esse amigo que provocou o encontro do compositor com o barítono Johann Michael Vogl, em 1817. Schubert admirava o cantor desde 1813, mas sua notória timidez o impedira de uma aproximação. Schober pressentiu que o interesse do cantor, no fim de sua carreira, pelas lindas canções de Schubert seria de ótimo proveito para ambos. Além disso frutificou uma grande amizade, apesar da diferença de idade. Vogl era 30 anos mais velho do que Schubert e ainda assim viveu mais 12 anos após a morte do amigo. Vogl certamente contribuiu para uma maior divulgação das canções de Schubert e um ano antes de morrer fez uma última apresentação do grande ciclo de canções, o Winterreise.

Mas a história da principal peça deste disco começa com uma viagem de férias na qual Vogl foi passear em sua cidade natal, Steyr, onde morava um mecenas da música e ótimo violoncelista amador, Sylvester Paumgartner. Vogl levou Schubert com ele, garantido a melhor música que poderia ter…

Paumgartner adorava as canções de Schubert e gostava em particular da canção sobre a truta que acaba sendo fisgada. Daí para o pedido de uma peça de câmara com o tema da canção foi um pulo – que tal os instrumentos do quinteto do bom Hummel, que além do piano tinha violino, viola, violoncelo e contrabaixo? Schubert iniciou a composição do quinteto que terminou no outono, quando já estava de volta em Viena. O lindo quinteto foi despachado para Paumgartner assim que ficou pronto e revelou toda a alegria e contentamento dos dias passados em Steyr.

Trio Leopoldo

Há muitas gravações desse quinteto, peça que atrai tanto pianistas como grupos de câmara, quartetos de cordas, que precisam convidar um amigo contrabaixista, variando um pouquinho a formação. Algumas gravações notórias: Clifford Curzon e membros do Octeto de Viena, Emil Gilels, membros do Quarteto Amadeus, Rudolf Serkin e amigos, membros do Alban Berg Quartet, Elisabeth Leonskaja e Georg Hortnagel, membros do Hagen Quartet, András Schiff e Alois Posch. Eu gosto muito do disco com o Domus Quartet, gravado quando o grupo estava em seus primeiros anos, acompanhados por Chi-chi Nwanoku, com a produção impecável de Andrew Keener. Um dos pianistas expert em Schubert, Alfred Brendel, fez duas gravações para a Philips. A gravação que escolhi para a postagem também traz um pianista que tem feito maravilhosas gravações de música de Haydn, Mozart, Beethoven e Schubert e foi aluno de Brendel – Paul Lewis.

Aqui ele é acompanhado do Trio Leopold e de Graham Mitchel, numa ótima produção da Hyperion…

Following their splendid collaboration in the Mozart quartets… Paul Lewis and the Leopold Trio (with Graham Mitchell) are equally impressive in the Trout. High spirits and poetry are given equal attention… Each ‘Trout’ variation is strongly characterised – if the theme seems a little lethargic, the first three variations, each more animated than the last, put this into perspective.    – Gramophone – May 2006

Franz Schubert (1797 – 1828)

String Trio in B flat major, D471

  1. Trio

Piano Quintet in A major, D667 ‘The Trout’

  1. Allegro vivace
  2. Andante
  3. Scherzo: Presto
  4. Thema: Andantino – Variations 1-5 – Allegretto
  5. Finale: Allegro giusto

String Trio in B flat major, D581

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Minuetto: Allegretto
  4. Rondo: Allegretto

Paul Lewis, piano

Leopold String Trio

Graham Mitchell, contrabaixo

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FLAC | 249 MB

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MP3 | 320 KBPS | 184 MB

Paul Lewis

‘The Trout is played with sweetness and lyricism … the Leopold and friends allow very few clouds in this sunniest of pieces … it makes for thoroughly enjoyable listening’ (American Record Guide)

Aproveite!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para Violino e Baixo Contínuo (Schmitt, Gervreau, Jansen)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para Violino e Baixo Contínuo (Schmitt, Gervreau, Jansen)

Este é aquele cantinho de Sonatas de Bach com alguns patinhos feios. Mas mesmo sendo patinhos feios, é Bach e Bach sempre vale a pena. Tanto que damos de cara com alguns movimentos de fazer cair os butiá do bolso de tão belos e bem escritos. As sonatas para violino e cravo de Johann Sebastian Bach são obras em forma de trio sonata, com as duas partes superiores no cravo e violino sobre uma linha de baixo fornecida pelo cravo e uma viola da gamba opcional. Ao contrário das sonatas barrocas para instrumento solo e contínuo, em que a realização do baixo figurado foi deixada ao critério do intérprete, a parte do teclado nas sonatas foi quase inteiramente especificada por Bach. Provavelmente, a maioria deles foi composta durante os últimos anos de Bach em Köthen entre 1720 e 1723, antes de ele se mudar para Leipzig.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para Violino e Baixo Contínuo (Schmitt, Gervreau, Jansen)

Sonate Pour Violon & Basse Continue En La Majeur, BWV Anhang II 153
Composed By – Johann Sebastian Bach
1 Andante 3:06
2 Allegro 2:00
3 Adagio 3:32
4 Allegro 2:09
5 Fuga 2:24

Sonate Pour Violon & Basse Continue En Mi Mineur, BWV 1023
Composed By – Johann Sebastian Bach
6 – 1:14
7 Adagio Ma Non Tanto 3:39
8 Allemanda 4:31
9 Gigue 2:56

Sonate Pour Violon & Basse Continue En Do Mineur, BWV 1024
Composed By – Johann Sebastian Bach
10 Adagio 2:40
11 Presto 3:45
12 Affetuoso 2:24
13 Vivace 4:14

14 Fugue Pour Violon & Basse Continue, BWV 1026
Composed By – Johann Sebastian Bach
4:35

Sonate Pour Violon & Clavecin Obligé En La Majeur, BWV 1025
Composed By – Johann Sebastian Bach, Sylvius Leopold Weiss
15 Fantasia 2:43
16 Courante 4:11
17 Entrée 3:45
18 Rondeau 4:02
19 Sarabande 3:59
20 Menuet 2:48
21 Allegro 4:00

Harpsichord – Jan Willem Jansen
Violin – Hélène Schmitt
Violoncello – Alain Gervreau

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WILLEM VAN HERP, CELEBRATING COMPANY IN INTERIOR, 1613/14-1677: Pole dancing no século XVII.

PQP

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 4 de 5) (CBSO / Rattle)

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 4 de 5) (CBSO / Rattle)

Depois do comentário escrito por um certo Adolf Hitler na postagem anterior de Sibelius, apresso-me a postar o quarto volume. (O comentário é lá de 2008 e essa figura asquerosa — se ainda não morreu — deve ter ficado muito feliz com os anos Bolsonaro, que, aliás, quando será preso?) Antes, li felicíssimo a repercussão da atuação de Rattle em Berlim. Ele prometeu que ia mudar o repertório da orquestra e o está fazendo. Nos 44 concertos deste ano (2008), há poucos Beethoven e Mozart, mas muitas obras modernas e músicas — antigas e novas — pouco ouvidas. Um show de equilíbrio. Ele retirou da Orquestra de Berlim a obrigação de palmilhar sempre a mesma via crucis de compositores. (Hoje, Rattle escolheu sair de Berlim. Saiu como um herói, seu último concerto foi apoteótico e ele sempre volta à orquestra como convidado.)

Bem, mas este é o melhor CD da coleção de Sibelius e um dos grandes discos que possuo. Sim, claro, a música ajuda. São as duas melhores sinfonias do muuuuito misterioso – como escreveu-me um amigo – Sibelius. Há algo na Sinfonia Nro. 5 que deixa meu duro coração sem lágrimas à flor da pele, quase se desmanchando de emoção. São três movimentos com temas bastante rarefeitos, mas belos, belos, belos e orquestrados estupendamente. A CBSO e Rattle não interpretam, mas parecem autenticamente criar a Sinfonia. O final da Quinta sempre me deixou obcecado e já sonhei várias vezes que – músico de uma orquestra qualquer – o errava lamentavelmente.

A execução da Sétima fica a alguns centímetros de Mravinski, que parece ter resolvido melhor o fato de ser uma música de cinco movimentos sem interrupções e, se Rattle ganha em colorido sonoro e no controle da orquestra, perde na qualidade do trombonista e nas passagens de um movimento a outro.

Um disco obrigatório, mesmo para quem não admira Sibelius.

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 4 de 5) (CBSO / Rattle)

Disc: 4

Sinfonia Nro. 5, Op. 82
1. I. Tempo Molto Moderato – Allegro Moderato – Presto
2. II. Andante Mosso. Quasi Allegretto
3. III. Allegro Molto – Un Pochettino Largemente

4. Kualema – Scene With Cranes, Op. 44

Sinfonia Nro.7, Op. 105
5. I. Adagio –
6. II. Un Pochettino Meno Adagio – Vivacissimo – Adagio –
7. III. Allegro Molto Moderato –
8. IV. Vivace – Presto – Adagio

9. Night Ride and Sunrise, Op. 55

City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

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Sibelius tendo a cabeça de ovo duplicada

PQP

Glenn Gould (1932-1982): The Composer

Glenn Gould (1932-1982): The Composer

Gravado em 1990, esse álbum póstumo reúne seis composições de um artista que até hoje, passados mais de quarenta anos de sua morte, continua desafiando rótulos e classificações: o canadense Glenn Herbert Gould (1932-1982). Pianista, compositor, regente, escritor, documentarista e apresentador de rádio — fazia verdadeiros podcasts décadas antes de estes surgirem —, foi sobretudo ao piano que Gould inscreveu seu nome no mais sagrado panteão dos grandes artistas da história. Muitos amam e idolatram, há quem odeie, mas a verdade é que Gould era sempre, sempre, sempre, sempre interessante e desafiador. Foi alguém que viveu e pensou a música em cada poro de seu corpo, desvendando e imaginando mundos possíveis e impossíveis.

“Glenn Gould: The Composer” é um pequeno retrato da faceta compositora do artista. Reúne um madrigal para coro e piano, um quarteto de cordas, duas obras para piano (uma delas inacabada), uma sonata para fagote e piano e — a minha preferida dentre elas — uma divertidíssima fuga para oito instrumentistas, reunindo soprano, mezzo-soprano, tenor, baixo e um quarteto de cordas, chamado So You Want to Write a Fugue? É uma peça que considero irresistível, engenhosa e de fino humor.

Com a palavra, seu amigo e biógrafo, o violinista e cineasta Bruno Monsaingeon:

“(…) a gente só pode se maravilhar com a unidade conceitual e a coerência de seu trabalho como pianista, pensador, compositor e comunicador. Como os grandes artistas do Renascimento, Gould desenvolveu uma atividade multifacetada que se abre para uma produção original e fortemente pessoal, cujos ramos são interdependentes e não podem ser dissociados sem correr o risco de perder a própria essência de sua genialidade.

Glenn Gould optou muito cedo pela criação ao invés do entretenimento. Sua produção de discos após sua retirada dos palcos não foi construída a partir de objetivos de curto prazo e foi recebida por anos (a bem da verdade, não o é ainda?) com comentários sarcásticos ou chocados — não se pode fazer jogos comparativos mesquinhos com um músico tão original —, quando não solenemente ignorada. Depois de sua morte, muitos foram impactados pela avassaladora constatação de que ele foi de fato um criador e pensador importante; o próprio fato de que essa constatação ainda permanece amplamente contestada sugerem que a moda e um esnobismo passageiro nada têm a ver com isso. Mas, atenção: há muitos sinais que mostram que o que profetizamos está ocorrendo. A obra de Glenn Gould apenas começou a ser descoberta em sua profundidade e unidade. Sejamos pacientes: o tempo dele chegará.”

Será que chegou?

Gould dando um rolê em Manitoba, no norte do Canadá, em 1965

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Glenn Gould: The Composer

Lieberson Madrigal
1. I – Chorale
2. II – Recitative
3. III – Fuga
4. IV – Chorale

Clare McFaden, soprano
Marie-Thérèse Keller, mezzo-soprano
Jean-Paul Fouchécourt, tenor
Harry Van der Kamp, baixo
Emile Naoumoff, piano
Nicolas Rivenq, regente

5. String Quartet, Op. 1

Bruno Monsaingeon, violino
Gilles Apap, violino
Gérard Caussé, viola
Alain Meunier, violoncelo

Two Pieces for Piano
6. No. 1
7. No. 2

Emile Naoumoff, piano

Sonata for Bassoon and Piano
8. 1st Movement
9. 2nd Movement
10 3rd Movement

Catherine Marchese, fagote
Emile Naoumoff, piano

Piano Sonata (inacabada)
11. 1st Movement
12. 2nd Movement

Emile Naoumoff, piano

13. “So You Want to Write a Fugue?”, para quatro vozes e quarteto de cordas

Claron McFadden, soprano
Marie-Thérèse Keller, mezzo-soprano
Jean-Paul Fouchécourt, tenor
Harry Van der Kamp, baixo
Bruno Monsaingeon, violino
Gilles Apap, violino
Gérard Caussé, viola
Alain Meunier, violoncelo
Nicolas Rivenq, regente

Karlheinz

Max Bruch (1838-1920) / Felix Mendelssohn (1809-1847): Violin Concertos (Vengerov / Masur)

Max Bruch (1838-1920) / Felix Mendelssohn (1809-1847): Violin Concertos (Vengerov / Masur)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Os Concertos são magníficos, o violinista é fantástico, a orquestra idem. Importante notar que esta gravação é de 1993: Vengerov tinha 19 anos!

O Concerto para violino Nº 1 em sol menor de Max Bruch é um dos concertos para violino mais populares do repertório de violino solo e, junto com a Fantasia Escocesa , a obra mais famosa do compositor. O concerto foi concluído pela primeira vez em 1866 e a primeira apresentação foi realizada em 1866 por Otto von Königslow , com Bruch regendo. O concerto foi então consideravelmente revisado com a ajuda do célebre violinista Joseph Joachim e concluído em sua forma atual em 1867. A estreia do concerto revisado foi dada por Joachim em Bremen em 1868. 

Depois de assumir o cargo de principal diretor da orquestra do Gewandhaus de Leipzig em 1835, Mendelssohn nomeou seu amigo de infância, Ferdinand David, um ilustre violinista, como spalla da orquestra. O Concerto para violino, Op. 64, surgiu como uma colaboração entre ambos. Em carta de julho de 1838, Mendelssohn disse a David: “Eu gostaria de escrever um concerto para violino para você no próximo inverno. Já tenho uma ideia para um em mi menor, cuja abertura não deixa minha cabeça descansar”. Passaram-se seis anos para que a obra fosse completada. Foram aventadas várias hipóteses para justificar a demora: dúvidas do autor, a criação neste intervalo de uma sinfonia, e uma indesejada temporada em Berlim por ordem do rei Frederico Guilherme IV da Prússia. Neste período Mendelssohn e David mantiveram uma correspondência regular, mostrando o compositor a buscar aconselhamento técnico e estético, uma prática que depois se tornou habitual para outros compositores. Notem que esta gravação é com a mesma orquestra com que Mendelssohn estreou a obra. Os músicos já estavam com mais de 200 anos, mas muitos lembravam da estreia.

Ao final deste arquivo, veio uma obra a mais que creio ser a rápsódia Taras Bulba, de Leoš Janáček, mas só deus sabe se acertei.

Max Bruch (1838–1920) / Felix Mendelssohn (1809-1847): Violin Concertos (Vengerov / Masur)

MAX BRUCH

Violin Concerto No. 1 in G minor, Op. 26
I Vorspiel. Allegro moderato 08:10
II Adagio 08:11
III Finale. Allegro energico 07:40

FELIX MENDELSSOHN

Violin Concerto in E minor, Op. 64
I Allegro molto appassionato 12:57
II Andante 07:57
III Allegretto non troppo – Allegro molto vivace 06:34

Maxim Vengerov (violin)
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur (conductor)

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Vengerov advertindo o governador Leite sobre as alterações no Código Ambiental do RS e seus efeitos.

PQP

Alban Berg (1885-1935): Concerto para Violino “À Memória de um Anjo” / Suíte Lírica / Três Peças Orquestrais (Hirsch / Klas)

Alban Berg (1885-1935): Concerto para Violino “À Memória de um Anjo” / Suíte Lírica / Três Peças Orquestrais (Hirsch / Klas)

O belo Concerto para Violino de Alban Berg foi escrito em 1935, ano de sua morte. (Em 24 de dezembro daquele ano, ele foi provavelmente picado por um inseto peçonhento e morreu). Seu Concerto é a peça mais conhecida e executada de Berg. A obra foi encomendada por Louis Krasner e dedicada por Berg “à memória de um anjo”. Foi o último trabalho que ele concluiu. Krasner executou a parte solo na estreia no Palau de la Música Catalana, Barcelona, ​​em abril de 1936, quatro meses após a morte do compositor, tornando-se um réquiem não apenas para Manon Gropius, mas também para Berg. Por que o anjo? Ora, o acontecimento que o estimulou a escrever o concerto foi a morte por poliomielite de Manon Gropius, de 18 anos, filha de Walter Gropius e de sua amiga e patrocinadora Alma Mahler (viúva de Gustav Mahler). Alma sentiu-se abandonada pelos Berg em seu período de luto, e Berg estava ansioso para reparar o erro. Berg enviou a Alma parte da partitura em 1935. Era o aniversário de 56 anos da Alma. No Concerto temos uma demonstração de como Berg lidou com o atonalismo — com tanta habilidade que a herança clássica de suas composições não foi apagada, justificando assim o termo frequentemente aplicado a ele: o “classicista da música moderna”.

Alban Berg (1885-1935): Concerto para Violino “À Memória de um Anjo” / Suíte Lírica / Três Peças Orquestrais (Hirsch / Klas)

Violin Concerto
1 I. Andante – Scherzo 11:30
2 II. Allegro – Adagio 14:48

Pieces from the Lyric Suite (arr. for string orchestra)
3 I. Andante amoroso 07:04
4 II. Allegro misterioso 03:38
5 III. Adagio appassionato 07:26

3 Orchestral Pieces, Op. 6
6 No. 1. Praludium 05:12
7 No. 2. Reigen 05:36
8 No. 3. Marsch 09:22

Total Playing Time: 01:04:36

Conductor(s): Klas, Eri
Orchestra(s): Netherlands Radio Symphony Orchestra
Artist(s): Hirsch, Rebecca

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O dândi Alba Berg observando seus cães

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Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras Completas para órgão (Walter Kraft, 6CD)

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras Completas para órgão (Walter Kraft, 6CD)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Tio Bux nunca nos mandou um presente que fosse, acho até que tinha morrido quando nasci, mas papai falava muito dele. Contava as viagens que fizera a Lübeck a fim de aprender sobre o órgão. Para nós, crianças, tio Bux era um homem grande e poderoso, maior do que papai. Hoje sabemos que papai era maior, mas a admiração que ele tinha por Bux era algo notável. Papai contava que o tio quisera repassar-lhe a filha, mas que ela era um jaburu assustador. Naquela época, os empregos eram herdados e Bux tentara fazer de papai seu herdeiro no cargo de organista ao mesmo tempo que salvava a filha encalhada. Seria um bom acordo. Para o tio, talvez para a moça. Ainda bem que papai fugiu e ficou com a prima Maria Bárbara e depois com a Anna Magdalena, ambas bonitinhas, jovens e parideiras. Eu, como vocês sabem, nasci de uma escapadela, mas não escapei das narrativas sobre o imenso organista que tinha sido tio Bux.

E aqui vocês têm a obra completa para órgão de Buxtehude. Sem a filha.

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras Completas para órgão (Walter Kraft, 6CD)

CD 1
01. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Praeludium 01:50
02. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Te Deum laudamus 03:00
03. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Te Martyratum candidatus 01:15
04. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Tu devicto mortis arcuelo 02:56
05. Te Deum laudamus, BuxWV 218 – Pleni sunt coeli et terra 05:28
06. Canzon in C major, BuxWV166 05:52
07. Canzonetta in C major, BuxWV167 01:19
08. Toccata in F major, BuxWV156 08:20
09. Ich ruf zu dir, Herr Jesu Christ, BuxWV196 03:08
10. Herr Jesu Christ, ich weiss gut wohl, BuxWV 193 03:55
11. Wir danken dir, Herr Jesu Christ, BuxWV 224 01:42
12. Toccata in F major, BuxWV 157 – Toccata 02:07
13. Toccata in F major, BuxWV 157 – Fugue 02:57
14. Prelude, Fugue and Ciacona in C major, BuxWV 137 – Prelude 01:42
15. Prelude, Fugue and Ciacona in C major, BuxWV 137 – Fugue 02:13
16. Prelude, Fugue and Ciacona in C major, BuxWV 137 – Ciacona 01:41
17. Ach, Herr, mein armen Sunder, BuxWV 178 03:19
18. Christ unser Herr zum Jordan kam, BuxWV 180 04:08
19. Prelude and Fugue in E minor, BuxWV 142 – Prelude 01:11
20. Prelude and Fugue in E minor, BuxWV 142 – Fugue 08:01

CD 2
01. Prelude in E minor, BuxWV 143 – Prelude 01:31
02. Prelude in E minor, BuxWV 143 – Fugue 02:59
03. Prelude in E minor, BuxWV 143 – Adagio 01:11
04. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 149 – Prelude 01:22
05. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 149 – Fugue 02:32
06. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 149 – Allegro 04:50
07. Prelude and Fugue in F major, BuxWV 145 – Prelude 01:55
08. Prelude and Fugue in F major, BuxWV 145 – Fugue 04:11
09. Fugue in B flat major, BuxWV 176 05:01
10. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 148 – Prelude 00:48
11. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 148 – Allegro 00:40
12. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 148 – Fugue 06:13
13. Prelude and Fugue in D major, BuxWV 139 – Prelude 01:09
14. Prelude and Fugue in D major, BuxWV 139 – Fugue 01:33
15. Prelude and Fugue in D major, BuxWV 139 – Adagio 03:05
16. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 150 – Prelude 01:00
17. Prelude and Fugue in G minor, BuxWV 150 – Fugue 07:11
18. Fugue in C major 03:49
19. Prelude and Fugue in A minor, BuxWV 153 – Prelude 01:24
20. Prelude and Fugue in A minor, BuxWV 153 – Fugue 05:27
21. Prelude and Fugue in C major, BuxWV 136 – Prelude 00:58
22. Prelude and Fugue in C major, BuxWV 136 – Fugue 03:04
23. Prelude and Fugue in C major, BuxWV 136 – Allegro 02:42
24. Prelude and Fugue in E major, BuxWV 141 – Prelude 00:52
25. Prelude and Fugue in E major, BuxWV 141 – Fugue 03:29
26. Prelude and Fugue in E major, BuxWV 141 – Presto 01:29
27. Prelude and Fugue in E major, BuxWV 141 – Adagio 01:42

CD 3
01. Prelude and Fugue in D minor, BuxWV 140 – Prelude 01:22
02. Prelude and Fugue in D minor, BuxWV 140 – Fugue 02:24
03. Prelude and Fugue in D minor, BuxWV 140 – Allegro 02:55
04. Der tag, der ist so freudenreich, BuxWV 182 04:29
05. Toccata in G major, BuxWV 164 03:23
06. Durch Adams Fall ist ganz verderbt, BuxWV 183 03:49
07. Prelude and Fugue in F sharp minor, BuxWV 146 01:41
08. Prelude and Fugue in F sharp minor, BuxWV 146 01:30
09. Prelude and Fugue in F sharp minor, BuxWV 146 01:28
10. Prelude and Fugue in F sharp minor, BuxWV 146 – Con discretione 03:24
11. Prelude and Fugue in the Phrygian Mode [a], BuxWV 152 – Prelude 01:16
12. Prelude and Fugue in the Phrygian Mode [a], BuxWV 152 – Fugue 03:56
13. Erhalt uns Herr bei deinem Wort 03:06
14. Es ist das Heil uns kommen her, BuxWV 186 02:46
15. Ein feste Burg ist unser Gott, BuxWV 184 03:51
16. Erhalt uns Herr bei deinem Wort, BuxWV 185 02:03
17. Praeambulum [Prelude and Fugue] in A minor, BuxWV 158 – Praeambulum 01:07
18. Praeambulum [Prelude and Fugue] in A minor, BuxWV 158 – Fugue 04:46
19. Prelude and Fugue in F major, BuxWV 144 – Prelude 01:09
20. Prelude and Fugue in F major, BuxWV 144 – Fugue 02:38
21. Nun komm, der Heiden Heiland, BuxWV 211 01:39
22. Prelude [Prelude and Fugue] in G minor, BuxWV 163 00:39
23. Praeambulum [Prelude and Fugue] in A minor, BuxWV 158 – Fughetta 01:54
24. Prelude [Prelude and Fugue] in G minor, BuxWV 163 – Fugue 1 04:00
25. Prelude [Prelude and Fugue] in G minor, BuxWV 163 – Fugue 2 01:52
26. In dulci jubilo 02:03
27. Prelude and Fugue in A major – Prelude 02:51
28. Prelude and Fugue in A major – Fugue 02:20
29. Prelude and Fugue in A major – Adagio 02:00

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CD 4
01. Ciacona in C minor, BuxWV 159 07:35
02. Lobt Gott, ihr Christen, allzugleich, BuxWV 202 01:25
03. Canzonetta [Canzona] in G major, BuxWV 171 03:00
04. Canzonetta in G minor, BuxWV 173 01:50
05. Gelobet seist du, Jesu Christ, BuxWV 189 02:15
06. Ciacona in E minor, BuxWV 160 06:01
07. Ich dank dir, lieber Herre, BuxWV 194 04:47
08. Canzonetta in D minor, BuxWV 168 05:00
09. Nun freut euch lieben Christen g’mein, BuxWV 210 14:29
10. Canzona in G major, BuxWV 170 04:33
11. Danket dem Herrn, BuxWV 181 03:28
12. Ich dank dir schondurch deinen Sohn, BuxWV 195 05:53
13. Kommt her zu mir, spricht Gottes Sohn, BuxWV 201 03:04
14. Magnificat prmi toni, BuxWV 203 08:08

CD 5
01. Gelobet seist du, Jesu Christ, BuxWV 188 10:04
02. Prelude and Fugue in G major, BuxWV162 06:13
03. Wie schon leuchtet der Morgenstern, BuxWV 223 08:52
04. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 214/215 – I. 03:33
05. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 214/215 – II. 02:24
06. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 214/215 – III. 02:22
07. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 214/215 – IV. 02:38
08. Vater unser im Himmelreich – I. 02:17
09. Vater unser im Himmelreich – II. 04:32
10. Vater unser im Himmelreich – III. 01:53
11. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 213 – I. 02:27
12. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 213 – II. 02:24
13. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 213 – III. 02:36
14. Prelude (fragment) in B flat major, BuxWV 154 01:12
15. Von Gott will ich nicht lassen, BuxWV 220 02:16
16. Von Gott will ich nicht lassen, BuxWV 221 02:31
17. Jesus Christus, unser Heiland, BuxWV 198 01:53
18. Nun lob mein Seel den Herren, BuxWV 212 04:20
19. Nun bitten wir der heil’gen Geist, BuxWV 209 02:55
20. Gott der Vater wohn bei uns, BuxWV 190 03:57
21. Fugue in G major, BuxWV 175 04:09

CD 6
01. Canzonetta in E minor, BuxWV 169 03:30
02. Magnificat primi toni, BuxWV 204 02:38
03. Vater unser in Himmelreich, BuxWV 219 02:55
04. Nun bitten wir den heilgen Geist, BuxWV 208 02:41
05. Magnificat noni toni, BuxWV 204 – Magnificat 01:58
06. Magnificat noni toni, BuxWV 204 – Versus 01:03
07. Magnificat noni toni, BuxWV 204 – Versus 5 alla duodecima 01:53
08. Auf meinen lieben Gott – Praeludium 00:57
09. Auf meinen lieben Gott – Double 01:02
10. Auf meinen lieben Gott – Sarabande 00:53
11. Auf meinen lieben Gott – Courante 00:54
12. Auf meinen lieben Gott – Gigue 00:49
13. Komm, heiliger Geist, Herre Gott, BuxWV 199 04:01
14. Herr Christ, der einig Gottes Sohn, BuxWV 192 03:00
15. Mensch, willst du leben seliglich, BuxWV 206 02:35
16. Puer natus in Bethlehem, BuxWV 217 01:18
17. War Gott nicht mit uns diese Zeit, BuxWV 222 02:44
18. Es spricht der Unweisen Mund wohl, BuxWV 187 02:53
19. Herr Christ, der einig Gottes Sohn, BuxWV 191 03:41
20. Komm, heiliger Geist, Herre Gott, BuxWV 200 03:50
21. Passacaglia in D minor, BuxWV 161 06:12
22. Toccata in G major, BuxWV 165 06:03
23. Ach Gott und Herr, BuxWV 177 02:19
24. Toccata in D minor, BuxWV 155 07:16

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Walter Kraft, órgão

Tio Bux
Tio Bux

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Um Réquiem Alemão, Op. 45 (Gardiner)

Johannes Brahms (1833-1897): Um Réquiem Alemão, Op. 45 (Gardiner)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Não preciso falar da paixão que nutrem os irmãos PQP e FDP pela obra desse gênio alemão. Temos postado muita coisa dele. Mas não resistimos a compartilhar nossas emoções com os caros leitores/ouvintes do blog.

Pois bem, a obra escolhida de Brahms foi simplesmente “Ein Deutsches Requiem”. Escolhi esta peça pois o final de semana se aproxima, e todos terão tempo de aprecia-la com atenção. Não é uma obra fácil, ao contrário, é extremamente complexa, e considerada sua maior e mais ousada obra. Composta para grande orquestra, coro misto e dois solistas, barítono e soprano, mostra uma faceta um tanto quanto diferente de Brahms, mas coerente com seus ideais estético-musicais. Cito um pequeno trecho do filósofo alemão Ernst Bloch, colhido da biografia de Brahms escrita por Malcolm McDonald:

“à música do Requiem não falta contenção e o que lhe equivale em Brahms: uma preciosa profundidade que evita a apoteose (…) Esta música nos está dizendo que existe um broto – não mais porém não menos – que poderia florescer em alegria perpétua e que sobreviverá às trevas, que na realidade ele aprisiona dentro de si (…) Nas trevas desta música estão cintilando aqueles tesouros que estão livres da ferrugem e das traças. Referimo-nos àqueles tesouros permanentes em que a vontade e o objetivo, a esperança e sua satisfação, a virtude e a felicidade possam ser unidos, em um mundo sem decepção e de supremo bem – o réquiem circunda a região secreta do supremo bem”.

Após essa belíssima descrição, que mais podemos dizer? Ah, sim, talvez uma idéia geral da obra.

Possivelmente foi escrita entre 1865-1866, logo após a morte da mãe do compositor. Com certeza ela já vinha sendo pensada já a alguns anos. Está intimamente enraizada na Bíblia Luterana, ao contrário de outros Requiems, baseados na liturgia romana. O texto foi retirado de diversas passagens do Antigo e do Novo Testamento, e para McDonald, “se dirige essencialmente aos sentimentos dos desolados pela perda de uma pessoa querida, em uma meditação consoladora sobre o destino comum dos mortos e dos vivos. (…) Não é o primeiro Réquiem em alemão (…) mas foi o primeiro em que um compositor escolhera e moldara seu texto, para ressonâncias essencialmente pessoais, a fim de falar a um público contemporâneo numa linguagem compartilhada, transcendendo as coerções do ritual: um sermão profético a partir da experiência particular e com aplicação universal”.

A obra é dividida em sete partes:

Johannes Brahms (1833-1897): Um Réquiem Alemão, Op. 45 (Gardiner)

1 – Chor: Selig sind, die da Lied tragen
2 – Chor: Denn alles Fleisch, es ist wie Grãs
3 – Solo (Bariton) und Chor: Herr, lehre doch mich
4 – Chor: Wie liebich sind Deine Wohnungen
5 – Solo (Sopran) und Chor: Ihr habt nun Traurigkeit
6 – Solo (Bariton) und Chor: Denn wir haben hie keine bleibende Statt
7 – Chor: Selig sind die Toten, die in dem Herrn sterben

A gravação é a premiada e elogiadíssima versão de Sir John Eliot Gardiner. Maiores detalhes abaixo:

Rodney Gilfry (Baritone)
Charlotte Margiono (Soprano)
Monteverdi Choir e Orchestre Révolutionnaire et Romantique
Conducted by: Sir John Eliot Gardiner

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Dãããããã… O que será que tem aqui? Um soco inglês?

FDP / PQP Bach

.: interlúdio :. Oscar Peterson plays The George Gershwin Songbook (2 LPs em 1 CD)

.: interlúdio :. Oscar Peterson plays The George Gershwin Songbook (2 LPs em 1 CD)

O incrível talento melódico de George Gershwin fica escarrado nestas duas coletâneas gravadas por Oscar Peterson. O notável pianista toca o songbook com extremo respeito e apenas trata de tocar os temas da forma mais bela e simples possível, sem grandes voos de improvisação. Basta ver os tempos de cada canção para se dar conta de que são canções tocadas em trio. Na verdade são dois LPs contidoa em um CD. Iniciamos por um de 1959 e outro de 1952. Ouvi tudo continuamente, mas creio ter gostado mais da versão de 1952 com o guitarrista Barney Kessel no lugar do baterista Ed Thigpen. Vale a pena ouvir este CD, nem que seja para poder dizer com ainda maior certeza que Gershwin foi sensacional.

Oscar Peterson Plays The George Gershwin Song Book

1 It Ain’t Necessarily So 2:45
2 The Man I Love 3:05
3 Love Walked In 2:45
4 I Was Doing All Right 2:47
5 A Foggy Day 2:51
6 Oh, Lady, Be Good! 2:58
7 Love IS Here To Stay 2:55
8 The All Laughed 2:28
9 Let’s Call The Whole Thing Off 2:16
10 Summertime 2:54
11 Nice Work If You Can Get It 2:04
12 Shall We Dance? 2:15

Oscar Peterson Plays George Gershwin

13 The Man I Love 3:30
14 Fascinating Rhythm 2:56
15 It Ain’t Necessarily So 3:13
16 Somebody Loves Me – Written-By – Ballard MacDonald, B. G. DeSylva*, George Gershwin 3:22
17 Strike Up The Band 3:14
18 I’ve Got A Crush On You 2:52
19 I Was Doing All Right 2:41
20 ‘S Wonderful 2:36
21 Oh, Lady, Be Good! 3:49
22 I Got Rhythm 3:16
23 A Foggy Day 3:38
24 Love Walked In 3:06

Bass – Ray Brown
Drums – Ed Thigpen (tracks: 1 to 12)
Guitar – Barney Kessel (tracks: 13 to 24)
Piano – Oscar Peterson
2 LPs on 1 CD

Tracks 1 to 12 recorded between July 21 and August 1, 1959 at Universal Recording Studios, Chicago – Original LP issue: Oscar Peterson Plays The George Gershwin Song Book, Verve V6-2054
Tracks 13 to 24 recorded probably between November 1 and December 4, 1952 in Los Angeles – Original LP issue: Oscar Peterson Plays George Gershwin, Clef MGC 605

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Oscar Peterson: respeito

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Quartetos de Cordas (Kodály) (CD 9 de 9)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Quartetos de Cordas (Kodály) (CD 9 de 9)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Enfim, chegamos ao final de mais uma série! O Op. 135 é menor em tamanho e nele há temas que aparecem acenar ao Op. 64 de Haydn, principalmente no primeiro movimento. Mas quando pensamos que Beethoven tornou-se mais clássico na forma, ele ataca novamente com seus temas curtos e afirmativos no segundo movimento e volta a expor uma longa reflexão no terceiro movimento. Mesmo assim, acho que nossos leitores-ouvintes, não ficariam escandalizados se eu dissesse que o Op. 135 é a Oitava Sinfonia deste grupo final. É menor e mais relaxado.

O mesmo não se pode dizer do Op. 131. Cheio de abismos e de contrastes, traz grande parte daquilo que Shostakovich faria depois. É. Confiram! Não estou dizendo que falte originalidade à Shosta, estou apenas comentando que ele foi à melhor fonte para fazer a melhor música. Alguns bebem de fontes mais impuras; Shosta caiu de cabeça na melhor delas. Porém, tergiverso. Analisando rapidamente temos um L-R-R-L-R-L-R (L=Lento, R=Rápido). Sim, sim, o homem estava escrevendo novamente em chinês e este quarteto deve ter sido detestadíssimo pelo público. Concordas, Flávio? (Quem trouxe o chinês à baila foste tu!) Na verdade, estou meio divagativo e fico pensando na impressão que aquele público da década de 20 do século XIX teve de um quarteto como este… Sorrio para o monitor como se estivesse vendo suas caras de pasmo ou talvez de indignação. Mal sabiam eles que estavam vendo o futuro. Se os movimentos fossem mais curtos e as mudanças de humor mais constantes, eles estariam DENTRO futuro e Beethoven seria internado.

Não obstante esta apresentação irônica, trata-se de música seríssima e adorada por mim. Sugiro uma audição muito atenta do Andante ma non troppo e molto cantabile. Há algo naquele violoncelo que parece negar toda a tranquilidade ao movimento. Acompanhem-no. É como se Beethoven, inteiramente neurótico como qualquer cidadão de nossa época, nos dissesse: a calma e a beleza, qualquer calma e beleza, meus amigos, são absolutamente falsas.

O Op. 131 é a música que perpassa todo o belíssimo filme "O Último Quarteto" de Yaron Zilberman
O Op. 131 é a música que perpassa todo o belíssimo filme “O Último Concerto” de Yaron Zilberman

Ludwig van Beethoven

String Quartet No. 16 in F major, Op. 135
I. Allegretto 00:06:01
II. Vivace 00:03:14
III. Lento assai, cantante e tranquillo 00:06:39
IV. Grave ma non troppo tratto – Allegro 00:07:03

String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131
I. Adagio ma non troppo e molto espressivo 00:08:01
II. Allegro molto vivace 00:03:00
III. Allegro moderato 00:00:50
IV. Andante ma non troppo e molto cantabile 00:13:43
V. Presto 00:05:19
VI. Adagio quasi un poco andante 00:02:02
VII. Allegro 00:07:06

Kodaly Quartet

Total Playing Time: 01:02:58

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Beethoven dando uma voltinha pelas redondezas
Beethoven dando uma voltinha pelas redondezas

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Quartetos de Cordas (Kodály) (CD 8 de 9)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Quartetos de Cordas (Kodály) (CD 8 de 9)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Originalmente, o Quarteto Op.130 era finalizado por uma enorme fuga. Depois, Beethoven resolveu separá-la do restante, criando a Grande Fuga (Grosse Fugue), Op. 133. Só que a indústria fonográfica atrapalhou as intenções do compositor. Creio que todos os discos de vinil e CDs que têm o Quarteto Op. 130, trazem a Grosse Fugue no final. Ou seja, a separação da fuga como obra autônoma não valeu para as gravações pelo simples motivo que é mais lógico colocá-la ali, logo após o Finale do Quarteto. É uma espécie de descumprimento póstumo. Você desejava assim, mas nós queremos assado… É claro que o CD do Kodály também traz a Grosse Fugue logo ali atrás, grudadinha no colo materno.

Fico pensando nos motivos que teriam levado Beethoven a separar a obra em duas. Talvez a razão fosse a inacreditável Cavatina, que normalmente era a última faixa do lado 1 dos discos… A Cavatina foi muitas vezes saudada pelo compositor como uma de suas maiores realizações. E é. Movimento aparentado do glorioso Adagio da Nona Sinfonia e ainda mais do terceiro movimento do Op. 132, é belíssima, com algumas melodias claras e outras apenas sugeridas, balbuciadas. Coisa de gênio. Talvez ele não quisesse ter dois movimentos tão significativos juntos, ou talvez achasse que a fuga tinha espírito diverso do resto ou que o quarteto já estava muito grande, não sei. Ou talvez algum de nossos leitores-ouvintes saiba o real motivo e o explique nos comentários.

O que importa é que este quarteto não fica a dever em nenhum aspecto a meu preferido, o Op. 132. É também genial e foi o primeiro que conheci, numa gravação do início dos anos 60 feita pelo Quarteto Amadeus, com a enorme carranca de Ludwig van na capa. Um presente do Dr. Herbert Caro há exatos de 37 anos.

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Integral dos Quartetos de Cordas (CD 8 de 9)

1. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Adagio ma non troppo: Allegro 13:00
2. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Presto 2:03
3. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Andante con moto ma non troppo 6:28
4. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Alla danza tedesca: Allegro assai 2:51
5. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Cavatina: Adagio molto espressivo 6:17
6. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Finale: Allegro 9:00

7. Grosse Fuge in B flat major, Op. 133

Kodály Quartet

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Separo a Grosse Fugue do 130 ou deixo assim?
Goethe humilhando-se, Beethoven passando reto pelo monarca

PQP

J. S. Bach (1685-1750): 8 Cantatas Seculares (Profanas), BWV 201 a 207 + Quodlibet BWV 524 (Rilling) 4 CDs

J. S. Bach (1685-1750): 8 Cantatas Seculares (Profanas), BWV 201 a 207 + Quodlibet BWV 524 (Rilling) 4 CDs

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Publiquei há poucas semanas a segunda parte dessa maravilha. Ela está neste link, ó. E esta aqui é a primeira parte. O primeiro dos 4 CDs não é tão bom, mas os outros três são impressionantes. É notável o entusiasmo da turma de Rilling nestas Cantatas às vezes negligenciadas. As cantatas seculares foram escritas (tanto os textos como a música) para eventos especiais do calendário familiar, social, acadêmico ou político — um casamento, uma festa de aniversário, uma cerimônia acadêmica ou uma homenagem a um príncipe. Embora normalmente fossem tocadas apenas uma vez em sua forma original, Bach fez questão de reutilizar o material delas, se surgisse a oportunidade. Os exemplos mais conhecidos do uso de árias e coros seculares com novos textos sagrados são encontrados no Oratório de Natal, para o qual Bach baseou-se extensivamente em três cantatas festivas escritas para o Príncipe Eleitor da Saxônia e sua família.

J. S. Bach (1685-1750): 8 Cantatas Seculares (Profanas), BWV 201 a 207 + Quodlibet BWV 524 (Rilling) 4 CDs

Disk 1 von 4 (CD)

Geschwinde, ihr wirbelnden Winde BWV 201 (Der Streit zwischen Phoebus und Pan) (Kantate)
1 1: Chor: Geschwinde, ihr wirbelnden Winde
2 2: Rezitativ: Und du bist doch so unverschämt und frei
3 3: Arie: Patron, das macht der Wind
4 4: Rezitativ: Was braucht ihr euch zu zanken
5 5: Arie: Mit Verlangen drück ich deine zarten Wangen
6 6: Rezitativ: Pan, rücke deine Kehle nun
7 7: Arie: Zu Tanze, zu Sprunge
8 8: Rezitativ: Nunmehro Richter her
9 9: Arie: Phoebus, deine Melodie
10 10: Rezitativ: Komm, Midas, sage du nun an
11 11: Arie: Pan ist Meister, laßt ihn gehen
12 12: Rezitativ: Wie, Midas, bist du toll
13 13: Arie: Aufgeblasne Hitze
14 14: Rezitativ: Du guter Midas, geh nun hin
15 15: Chor: Labt das Herz, ihr holden Saiten

Disk 2 von 4 (CD)

Weichet nur, betrübte Schatten BWV 202 (Hochzeits-Kantate)
1 1: Arie: Weichet nur, betrübte Schatten
2 2: Rezitativ: Die Welt wird wieder neu
3 3: Arie: Phoebus eilt mit schnellen Pferden
4 4: Rezitativ: Drum sucht auch Amor sein Vergnügen
5 5: Arie: Wenn die Frühlingslüfte streichen
6 6: Rezitativ: Und dieses ist das Glücke
7 7: Arie: Sich üben im Lieben
8 8: Rezitativ: So sei das Band der keuschen Liebe
9 9: Gavotte: Sehet in Zufriedenheit

Amore traditore (Cupido, du Verräter) BWV 203 (Kantate)
10 10: Arie:Amore traditore
11 11: Rezitativ: Voglio provar
12 12: Arie: Chi in amore ha nemica la sorte

Ich bin in mir vergnügt (Von der Vergnügsamkeit) BWV 204 (Kantate)
13 13: Rezitativ: Ich bin in mir vergnügt
14 14: Arie: Ruhig und in sich zufrieden
15 15: Rezitativ: Ihr Seelen, die ihr außer euch stets in die Irre lauft
16 16: Arie: Die Schätzbarkeit der weiten Erden
17 17: Rezitativ: Schwer ist es zwar, viel Eitles zu besitzen
18 18: Arie: Meine Seele sei vergnügt
19 19: Rezitativ: Ein edler Mensch ist Perlenmuscheln gleich
20 20: Arie: Himmlische Vergnügsamkeit

Disk 3 von 4 (CD)

Zerreißet, zersprenget, zertrümmert die Gruft (Der zufriedengestellte Aeolus) BWV 205 (Kantate)
1 1: Chor der Winde: Zerreißet, zersprenget, zertrümmert die Gruft
2 2: Rezitativ: Ja, ja! Die Stunden sind nunmehro nah
3 3: Arie: Wie will ich lustig lachen
4 4: Rezitativ: Gefürcht’ter Äolus
5 5: Arie: Frische Schatten, meine Freude
6 6: Rezitativ: Beinahe wirst du mich bewegen
7 7: Arie: Können nicht die roten Wangen
8 8: Rezitativ: So willst du, grimmger Äolus
9 9: Arie: Angenehmer Zephyrus
10 10: Rezitativ: Mein Äolus, Ach!
11 11: Arie: Zurücke, zurücke, geflügelten Winde
12 12: Rezitativ: Was Lust! Was Freude! Welch Vergnügen!
13 13: Arie: Zweig und Äste
14 14: Rezitativ: Ja, ja! Ich lad euch selbst zu dieser Feier ein
15 15: Chor der Winde: Vivat! August, August vivat!

16 16: Quodlibet (Was sind das für große Schlösser) BWV 524 (Fragment für 4 Soli und Basso continuo)

Disk 4 von 4 (CD)

Schleicht, spielende Wellen BWV 206 (Glückwunsch-Kantate)
1 1: Chor: Schleicht, spielende Wellen, und murmelt gelinde!
2 2: Rezitativ: O glückliche Veränderung!
3 3: Arie: Schleuß des Janustempels Türen
4 4: Rezitativ: So recht! beglückter Weichselstrom!
5 5: Arie: Jede Woge meiner Wellen
6 6: Rezitativ: Ich nehm zugleich an deiner Freude teil
7 7: Arie: Reis von Habsburgs hohem Stamme
8 8: Rezitativ: Verzeiht, bemooste Häupter starker Ströme
9 9: Arie: Hört doch! der sanften Flöten Chor
10 10: Rezitativ: Ich muß, ich will gehorsam sein
11 11: Chor: Die himmlische Vorsicht der ewigen Güte

Auf, schmetternde Töne der muntern Trompeten BWV 207a (Kantate)
12 12: Chor: Auf, schmetternde Töne der muntern Trompeten
13 13: Rezitativ: Die stille Pleiße spielt
14 14: Arie: Augustus’ Namenstages Schimmer
15 15: Marsch
16 16: Rezitativ: Augustus’ Wohl ist der treuen
17 17: Arie: Mich kann die süße Ruhe laben
18 18: Ritornello
19 19: Rezitativ: Augustus schützt die frohen Felder
20 20: Arie: Preiset, späte Folgezeiten
21 21: Marsch
22 22: Rezitativ: Ihr Fröhlichen, herbei
23 23: Chor: August lebe, lebe König

Vereinigte Zwietracht der wechselnden Saiten BWV 207 (Kantate) (Auszug)
24 24: Rezitativ: Wen treibt ein edler Trieb
25 25: Rezitativ: Dem nur allein soll meine Wohnung offen sein
26 26: Rezitativ: Es ist kein leeres Wort

Alto Vocals – Ingeborg Danz
Bass Vocals – Andreas Schmidt, Dietrich Henschel
Choir – Gächinger Kantorei
Conductor – Helmuth Rilling
Orchestra – Bach-Collegium Stuttgart*
Soprano Vocals – Sibylla Rubens
Soprano Vocals – Christine Schäfer
Tenor Vocals – Markus Ullmann*, Markus Schäfer

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Rilling mandando o desprefeito bolsonarista de Porto Alegre calar a boca.

PQP

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 3 de 5) (CBSO / Rattle)

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 3 de 5) (CBSO / Rattle)

Tenho poucas gravações destas duas sinfonias de Sibelius. Uma versão é a Karajan e outra é a de Leaper para a Naxos. Rattle parece ser bastante mais compreensivo para com as brumas e o estranho mundo de Sibelius. Orienta-se melhor que os outros dentro dele. Como o finlandês faz muitas vezes uma música sem movimento, é fundamental aquela atenção debussiana para o som produzido. E aqui Rattle e sua ex-orquestra, a CBSO, dão um show. Gosto especialmente dos últimos movimentos das sinfonias presentes neste CD. Moderadamente recomendável para depressões leves e decididamente desaconselhável para quem está à beira do abismo.

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 3 de 5) (CBSO / Rattle)

Disc: 3

Sinfonia Nro. 4, Op. 63
1. I. Tempo Molto Moderato, Quasi Adagio
2. II. Allegro Molto Vivace
3. III.II Tempo Largo
4. IV. Allegro

Sinfonia Nro.6, Op. 104
5. I. Allegro Molto Moderato
6. II. Allegretto Moderato
7. III. Poco Vivace
8. IV. Allegro Molto

9. The Oceanides (Aallottaret), Op.73

City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

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Sibelius lendo jornal com sua esposa Aino.

PQP

Bela Bartók (1881-1945) – O Mandarim Miraculoso, Concerto para Orquestra (Saint Louis, Slatkin)

Bela Bartók (1881-1945) – O Mandarim Miraculoso, Concerto para Orquestra (Saint Louis, Slatkin)

Disquinho precioso com duas PEDRADAS absolutas do repertório orquestral: o balé-pantomima “O Mandarim Miraculoso”, Op. 19, composto entre 1918 e 1924, e o estupendo “Concerto Para Orquestra”, de 1943, ambas da pena do húngaro Bela Bartók (1881-1945). Gravado entre 1991 e 93, mostra uma Sinfônica de Saint Louis na ponta dos cascos, em pura sintonia com o regente Leonard Slatkin, que se encontrava à frente do grupo desde 1979 (ficaria até 96).

Sobre o “Mandarim”, cito ele, o primeiro e único, PQP Bach, em post de 2017 com a gravação de Claudio Abbado em Londres:

“O ballet-pantomima O Mandarim Miraculoso narra uma curiosa história. Sons precipitados e tumultuados de rua apresentam três vagabundos que coagindo uma jovem mulher a fazer o papel de prostituta a fim de atrair homens a seu quarto para que eles pudessem roubá-los. (O chamado sedutor é soado três vezes pelo clarinete.) Primeiro, a jovem atrai a atenção de um senhor de idade. Mas seu interesse por ela é subitamente interrompido quando os três cúmplices o escorraçam porque ele não tem dinheiro. O chamado sedutor soa de novo, desta vez alcançando um jovem tímido. A jovem se sente atraída por ele e os dois dançam. Mas quando descobrem que ele também tem pouco dinheiro, é igualmente posto para fora.

O terceiro chamado traz à cena o macabro Mandarim. Os olhos traem-lhe os desejos. A jovem começa a dançar para ele- uma valsa que lentamente começa a se delinear – excitando-o ainda mais. No clímax da dança ela se lança a seus joelhos. Apaixonadamente, ele a abraça. A jovem, aterrorizada, foge dele quando um forte toque de trombone anuncia frenética perseguição em ostinato. O Mandarim a persegue e, quando alcança a mulher, os três delinqüentes saltam de seu esconderijo e tentam asfixiá-lo sob uma pilha de almofadas. Mas o mandarim consegue se reerguer e com os olhos fixos ainda mais apaixonadamente sobre a jovem. Os homens o atravessam com uma espada enferrujada, mas o Mandarim não sangra. Enforcam-no num candelabro mas ele não morre. Finalmente, sua cabeça é decepada e a jovem, chorando toma-o nos braços. Só então começam a ferir as feridas do Mandarim e ele consegue morrer.”

Estreia italiana do balé “O Mandarim Miraculoso”. La Scala, Milão, 1942

Um detalhe curioso e simpático desse disco é que ele reúne os dois finais compostos por Bartók para o “Concerto para Orquestra”: o original, de 1943, e o revisto, de fevereiro de 1945, pouco antes da morte do compositor. É este segundo final que geralmente é tocado mundo afora e que vem em primeiro lugar no disco.

Uma curiosidade sobre a Saint Louis Symphony Orchestra: o diretor artístico entre 1963 e 1968 foi ninguém mais, ninguém menos que o cearense Eleazar de Carvalho (1912-1996), tendo regido pela primeira vez na história da SLSO obras fundamentais como “A Sagração da Primavera”, de Stravinsky, e a “Missa Solemnis”, de Beethoven”.

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Bela Bartók

“O Mandarim Maravilhoso”, op. 19
1. The Miraculous Mandarin op.19: Beginning
2. The Miraculous Mandarin op.19: The curtain rises
3. The Miraculous Mandarin op.19: First seduction game: the shabby old rake
4. The Miraculous Mandarin op.19: Second seduction game
5. The Miraculous Mandarin op.19: The shy youth appears at the door
6. The Miraculous Mandarin op.19: Third seduction game
7. The Miraculous Mandarin op.19: The Mandarin enters-Encounter with the girl
8. The Miraculous Mandarin op.19: The girl’s dance
9. The Miraculous Mandarin op.19: She flees from him; he chases her wildly
10. The Miraculous Mandarin op.19: The Mandarin stumbles, but catches the girl; they fight. The…
11. The Miraculous Mandarin op.19: Suddenly the Mandarin’s head Appears. The Tramps drag him out,…
12. The Miraculous Mandarin op.19: They drag the Mandarin to the centre of the room and hang him on a…
13. The Miraculous Mandarin op.19: The tramps take him down. He falls to the floor and at once leaps…
14. The Miraculous Mandarin op.19: His longing stilled, the Manadrin’s wounds begin to bleed; he…

“Concerto para Orquestra”
15. Introduzione: Andante non troppo; Allegro vivace
16. Giuoco delle coppie: Allegretto scherzando
17. Elegia: Andante non troppo
18. Intermezzo interrotto: Allegretto
19. Finale: Presto (até o compasso 573)
20. Finale: final alternativo
21. Finale: final original

Membros do Coro da Sinfônica de Saint Louis (em O Mandarim Maravilhoso)
Thomas Peck, diretor do coro

Saint Louis Symphony Orchestra
Leonard Slatkin, regente

 

Karlheinz

Frédéric Chopin (1810-1849): Nocturnes, Nos. 1–10 (Castro)

Frédéric Chopin (1810-1849): Nocturnes, Nos. 1–10 (Castro)

Meu amor pela música clássica floresceu junto com meus tímidos, preguiçosos e sonhadores estudos de piano, aos doze anos. Penso que essas duas coisas são intimamente ligadas no meu íntimo; de uma forma ou de outra, tanto meu sentir quanto meu pensar a música passam pelas oitenta e oito teclas deste instrumento. Assim fui forjado, moldado e aprendi a ouvir o mundo, ou ao menos esse mundo de sons organizados a que damos o nome de “música”.

Faço este pequeno preâmbulo para tentar dar um pouco da dimensão do meu amor pelos Noturnos deste genial polonês, responsável por alguns dos voos mais belos do repertório pianístico: Frédéric François Chopin (1810-1849). Em meio ao rico tesouro que é sua obra, repleta de mazurcas, polcas, valsas, baladas, estudos, prelúdios e tantas outras formas, os noturnos talvez sejam os que mais se aproximam de canções: profundamente líricos, curtos, tripartites (exposição, desenvolvimento, conclusão) e algo lentos (lentoandantinoandante). Cada noturno contém em si uma vida, um mundo, uma alma.

O baiano Ricardo Castro, filho de Vitória da Conquista — terra do menestrel Elomar —, um dos grandes pianistas que esta república federativa deu ao mundo e fundador e diretor artístico do fantástico projeto NEOJIBA,  faz uma belíssima viagem pelos noturnos, que evidencia esse aspecto de imensidão de cada uma dessas miniaturas. Ao mesmo tempo em que há uma unidade, um fio que une essas reluzentes jóias, cada noturno é um universo que nos toca de uma forma única. O álbum, lançado em 1995, traz os primeiros dez noturnos, de opus 9, 15, 27 e 32. Um disco ao qual eu regresso constantemente, e sempre renova meu encantamento.

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F. Chopin — Nocturnes, vol. 1 — Nos. 1–10

  1. Nocturne Op. 9/1, em si bemol menor
  2. Nocturne Op. 9/2, em mi bemol maior
  3. Nocturne Op. 9/3, em si maior
  4. Nocturne Op. 15/1, em fá maior
  5. Nocturne Op. 15/2, em fá sustenido maior
  6. Nocturne Op. 15/3, em sol menor
  7. Nocturne Op. 27/1, em dó sustenido menor
  8. Nocturne Op. 27/2, em ré sustenido maior
  9. Nocturne Op. 32/1, em si maior
  10. Nocturne Op. 32/2, em lá sustenido maior

Ricardo Castro, piano

Karlheinz

Handel (1685 – 1759): Water Music & Fireworks – Le Concert Spiritual & Hervé Niquet ֎

Handel (1685 – 1759): Water Music & Fireworks – Le Concert Spiritual & Hervé Niquet ֎

HANDEL

Water Music

Music for the Royal Fireworks

Le Concert Spiritual

Hervé Niquet

Handel havia caído das graças do rei George I e andava amargando um misere medonho sem as bonanças reais – fornecedores de carnes, embutidos, queijos, vinhos e perucas andavam arredios e Handel na maior secura.

Mas, sempre cercados de amigos nobres e influentes, ele logo teve a sua chance. O rei decidiu oferecer um festival aquático, afinal as margens do Tâmisa são lindas.

Handel preparou para a ocasião uma excelente suíte orquestral, com oboés e todos os instrumentos de sopros que tanto agradavam ao rei, mas disso para ele nada contaram, seria uma surpresa.

No momento certo a orquestra tocou sob a regência de Handel e a música agradou tanto sua majestade que vários trechos tiveram que ser repetidos. O próprio rei exigiu a presença do responsável por aquelas belezuras. Como não se deve negar qualquer coisa ao rei, os nobres levaram à presença real o outro George… Nem precisa dizer que Handel voltou a ficar de boas com o rei, para grande alegria dos seus fornecedores e nossa também, que a música é ouvida até hoje.

Maestros tais como Sir Thomas Beecham, Rafael Kubelik e George Szell estão entre os que deixaram registros dessa música usando orquestras convencionais, mas depois do surgimento dos grupos historicamente informados, esse tipo de abordagem ficou anacrônico. Temos tantas e tão boas gravações com estas orquestras que é até difícil escolher. Os conhecidos Pinnock, Hogwood, Manitas-de-Piedra-Gardiner, Savall são algumas que não podemos esquecer, mas há muitas mais. Para essa postagem iniciei com a gravação da orquestra belga B’Rock, mas acabei chegando a essa outra gravação, de Hervé Niquet e Le Concert Spiritual, que acabei favorecendo, mas a decisão precisou do uso de VAR.

Este disco foi gravado para celebrar o 15º aniversário do grupo Le Concert Spirituel reunindo uma centena de músicos no Arsenal, na cidade de Metz, um espaço cultural que é a sede da Orquestra Nacional da Lorraine, para recriar com exatidão o evento original, regido por Handel:

Foi uma longa e luxuosa noite; um exercício de relações públicas, poder e política, e um entretenimento privado muito público. Na noite amena de 17 de julho de 1717, a um custo de “cento e cinquenta libras apenas para os músicos”, o rei George I entrou na Barca Real em Whitehall e navegou em uma flotilha de cortesãos e diplomatas para a casa de Lord Ranelagh, em Chelsea, onde jantou.

Com o ouvido embevecido por três suítes orquestrais que sintetizavam estilos francês, italiano e inglês com instrumentação inédita (acredita-se que a suíte G maior de contornos mais suaves pode ter sido tocada dentro de casa), o rei gostou tanto da criação de Handel que pediu que ela fosse tocada uma segunda e terceira vez.

Pois então, você precisa ouvir para crer – um som realmente majestoso, dignos dos Georges em questão…

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Water Music Suite No. 1 in F major, HWV348

  1. Overture – II. Adagio e staccato
  2. Allegro
  3. Andante
  4. Allegro da capo
  5. Passepied
  6. Air
  7. Menuet
  8. Bouree – IX. Hornpipe
  9. Air: Allegro

Water Music Suite No. 2 in D major, HWV349

  1. Prelude: Allegro
  2. Alla Hornpipe
  3. Menuet
  4. Lentement
  5. Bourree

Water Music Suite No. 3 in G major, HWV350

  1. Sarabande
  2. Rigaudon I-II
  3. Menuet I-II
  4. Gigue I-II

Music for the Royal Fireworks, HWV351

  1. Overture Adagio
  2. Overture: Allegro
  3. Bourree
  4. La paix
  5. La rejouissance
  6. Menuet I – VI. Menuet II

Special track

  1. Joyeux Anniversaire

Le Concert Spirituel

Hervé Niquet

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Hervé pousando em frente às colunas do PQP Bach Hall de Metz…

Handel Royal Fireworks Music; Water Music

Veja essa crítica para maiores detalhes sobre os instrumentos usados…

Massed bands for Handel in exhilarating period performances by Hervé Niquet 

“Under Niquet’s high-adrenalin direction the instruments bray, rasp and swagger to gloriously raucous effect. You will not hear a more elementally exciting Fireworks than this.” The Daily Telegraph

A equipe de artes do PQP Bach mandou essa ilustração para a postagem do mighty George…

Aproveite!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Motetos, BWVs 225-230 (Herreweghe)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Motetos, BWVs 225-230 (Herreweghe)

Por algum motivo até agora inexplicável, os Motetos de papai ainda não foram postados. Não sei o porque, talvez mano PQP esteja guardando algum trunfo na manga, mas resolvi atender a alguns pedidos insistentes, feitos no correr dos últimos meses, aproveitando uma pequena folga que terei nesta semana. Obras corais extremamente complexas, inexplicavelmente pouco gravadas (talvez mesmo pela sua dificuldade de interpretação), estes motetos são verdadeiras obras primas de papai. Introspectivas, meditativas, elas exigem do ouvinte concentração absoluta, de preferência sem barulhos externos que atrapalhem suas peculiaridades. Herreweghe, bem, Herreweghe é um dos maiores regentes da obra de papai. Até agora não li nenhum comentário negativo de suas gravações. A Chapelle Royale e o Collegium Vocale Gent são seus eternos  companheiros, e graças a eles e seus solistas, temos tido acesso a interpretações magníficas, não apenas das obras de papai, mas também de diversos outros compositores barrocos.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Motetos, BWVs 225-230 (Herreweghe)

01 – BWV 226 Der Geist hilft unsrer Schwachheit auf
02 – BWV 228 Fürchte dich nicht
03 – BWV 227 Jesu meine Freude
04 – BWV 229 Komm, Jesu, Komm
05 – BWV 230 Lobet den Herrn, alle Heiden
06 – BWV 225 Singet dem Herrn ein neues Lied

La Chappele Royalle
Collegium Vocale, Gent
Phillipe Herreweghe – Condutor

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Frans Hals: Dois meninos cantando (1620)

FDP Bach

Brahms / Liszt: Concertos para Piano Nº 1 (Lizzio * / Nanut / Goldmann / Tomsic)

Brahms / Liszt:  Concertos para Piano Nº 1 (Lizzio * / Nanut / Goldmann / Tomsic)

* Alberto Lizzio foi um pseudônimo inventado pelo produtor musical e maestro Alfred Scholz e associado a gravações antigas, muitas vezes dirigidas por Milan Horvat, Carl Melles ou pelo próprio Scholz. Essas gravações foram usadas para lançar gravações clássicas baratas para o mercado de massa ou para produção musical. Scholz escreveu uma biografia fictícia de Lizzio, alegando que ele nasceu em Merano , Tirol do Sul , em 30 de maio de 1926, estudou violino, composição e regência em Milão , Lombardia , e que sua segunda esposa, com quem teve um filho, morreu em 1980 em um acidente de carro em que Lizzio ficou gravemente ferido. A biografia fictícia termina com a sua morte em 22 de outubro de 1999, em Dresden.

Já Anton Nanut (13 de setembro de 1932 – 13 de janeiro de 2017) existiu de fato e foi um famoso maestro esloveno. De 1981 a 1999 atuou como maestro titular da Orquestra Sinfônica da RTV Eslovênia. Foi professor de regência na Academia de Música de Liubliana e líder artístico do Octeto Esloveno nos seus anos mais produtivos. Nanut colaborou com mais de 200 orquestras e fez mais de 200 gravações com diversas gravadoras. Sua gravação do Concerto de Brahms neste CD é fantástica! A pianista solista, a eslovena Dubravka Tomšič também existiu. Aliás, ainda está viva aos 84 anos e é realmente baita!

Brahms / Liszt: Concertos para Piano Nº 1 (Lizzio * / Nanut * / Goldmann / Tomsic)

Concerto For Piano No. 1 In D Minor Op. 15
Composed By – J. Brahms*
1 Maestoso 22:58
2 Adagio 13:12
3 Rondo: Allegro Ma Non Troppo 11:57

Concerto For Piano And Orchestra No. 1 In E Flat Major G124
Composed By – F. Liszt*
4 Allegro Maestoso 5:23
5 Quasi Adagio – Allegretto Vivace – Allegro Animato 9:11
6 Allegro Marziale Animato 4:05

Conductor – Alberto Lizzio (tracks: 4, 5, 6), Anton Nanut (tracks: 1, 2, 3)
Orchestra – Philharmonia Slavonica (tracks: 4, 5, 6), Simfonični Orkester RTV Ljubljana (tracks: 1, 2, 3)
Piano – Dieter Goldmann (tracks: 4, 5, 6), Dubravka Tomsic (tracks: 1, 2, 3)

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Dubravka Tomšič Srebotnjak, pianista eslovena | Foto: Tamino Petelinsek / STA

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / Wiener)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / Wiener)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

É óbvio que nós já temos esta gravação no PQP, mas é tão bom revisitá-la, né? O ritmo de Bernstein para a marcha do primeiro movimento da Quinta Sinfonia de Mahler tornou-se mais lento nos longos 23 anos que separam a sua gravação de Nova York (CBS) desta mais nova, feita durante uma apresentação em Frankfurt. Prefiro muito mais esta versão como um todo. Por um lado, a Wiener toca muito melhor do que a NYPO de 1964, que estava num dia relativamente ruim quando a gravação foi feita. O melhor de tudo é o próprio Bernstein, aqui no seu auge, dando um toque demoníaco à música — onde é apropriado — e construindo a sinfonia inexoravelmente até ao seu triunfo final. Graças a uma gravação muito clara e bem equilibrada, cada sutileza, especialmente alguns dos contrapontos das cordas mais graves, são transmitidos conforme pretendido pelo maestro. Ficamos cientes da ousada novidade de grande parte da orquestração, de quão avançada ela deve ter soado nos primeiros anos deste século. Aqui temos a clara estrutura, o som e a emoção. O Adagietto não é arrastado, e a atenção escrupulosa à dinâmica de Mahler permite que o som sedoso das cordas de Viena seja ouvido com vantagem cativante, com a harpa também bem gravada. Parece-me que Bernstein é mais forte em Mahler quando a obra é uma das sinfonias mais otimistas, com menos tentação para ele acrescentar mais alguns graus de angústia. Suas Sétima e Quinta são ótimas interpretações, ao passo que eu relutaria em incluir sua Nona entre os momentos realmente memoráveis.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / Wiener)

Symphony No. 5 In C Sharp Minor (1:15:00)
1 Part I – 1. Trauermarsch. In Gemessenem Schritt. Streng. Wie Ein Kondukt 14:35
2 Part I – 2. Stürmisch Bewegt. Mit Größter Vehemenz 15:05
3 Part II – 3. Scherzo. Kräftig, Nicht Zu Schnell (Horn – Friedrich Pfeiffer) 19:05
4 Part III – 4. Adagietto. Sehr Langsam 11:16
5 Part III – 5. Rondo-Finale. Allegro – Allegro Giocoso. Frisch 15:02

Composed By – Gustav Mahler
Conductor – Leonard Bernstein

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Gustav Mahler desejando estar em uma festa com amigos.

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Flötensonaten – Flute Sonatas / Triosonate – Trio Sonata BWV 1038 (Ensemble Trazom)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Flötensonaten – Flute Sonatas / Triosonate – Trio Sonata BWV 1038 (Ensemble Trazom)

Um disco bem antigo, com interpretações atualmente apenas aceitáveis, mas que vale pela Trio Sonata que abre o CD. Se você quiser ouvir uma grande versão das outras obras que figuram no CD, a provável campeã é esta aqui. Meus ouvidos garantem veementemente que a BWV 1038 é de Bach, mas… A Trio Sonata BWV 1038 de Bach para Flauta, Violino e Continuo propõe um enigma. Ele sobreviveu como um conjunto de peças escritas por Johann Sebastian Bach – mas a fonte não fornece um compositor. Assim, sua autenticidade tem sido questionada repetidas vezes. De acordo com as pesquisas mais recentes, entretanto, presume-se que esta bela sonata seja uma obra original de Bach.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Flötensonaten – Flute Sonatas / Triosonate – Trio Sonata BWV 1038 (Ensemble Trazom)

Trio Sonata In G Major BWV 1038 For Traverso, Violin And Basso Continuo
1 Largo 3:14
2 Vivace 1:01
3 Adagio 1:58
4 Presto 1:22

Flute Sonata In E Flat Major BWV 1031 For Traverso And Obl. Fortepiano
5 Allegro Moderato 3:17
6 Siciliano 2:18
7 Allegro 4:25

Flute Sonata In G Minor BWV 1020 For Traverso And Obl. Fortepiano
8 Allegro 3:37
9 Adagio 3:16
10 Allegro 5:00

Flute Sonata In E Major BWV 1035 For Traverso And Basso Continuo
11 Adagio Ma Non Tanto 2:22
12 Allegro 3:06
13 Siciliano 3:11
14 Allegro Assai 3:12

Flute Sonata In E Minor BWV 1034 For Traverso And Basso Continuo
15 Adagio Ma Non Tanto 3:08
16 Allegro 2:39
17 Andante 3:24
18 Allegro 4:36

Cello – Stefan Fuchs (2)
Ensemble – Ensemble Trazom
Flute [Traverso] – Julia Dickson
Harpsichord, Fortepiano – Urte Lucht
Violin – Susanne von Bausznern

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Hendrick ter Brugghen: O Tocador de Flauta

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 40. K. 550, e 41, “Júpiter”, K. 551 (Scholz)

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 40. K. 550, e 41, “Júpiter”, K. 551 (Scholz)

Hoje estava ouvindo a Rádio da Ufrgs e, de repente, entrou a Sinfonia N° 99 de Haydn, regida por Alfred Scholz. Esse Scholz foi um sujeito… Bem, ele foi um maestro e produtor musical que comprava a preço de banana gravações feitas atrás da chamada Cortina de Ferro e as vendia no Ocidente com nomes de orquestras, maestros e solistas que simplesmente não existiam. Às vezes, punha seu próprio nome, quando eram muito boas. Aqui no Brasil esses CDs chegavam pela MoviePlay. Alberto Lizzio era o pseudônimo mais usado. A orquestra Musici di San Marco e Philharmonia Slavonica, colaboradoras habituais de Lizzio, também jamais existiram… É claro que a Rádio da Universidade não vai examinar a biografia de cada músico, só que, como disse, Scholz atribuiu a si algumas boas gravações, além de ter escrito a biografia do grande Alberto Lizzio.

Porque falo nisto? Ora, porque me deparei hoje com este bom CD gravado por Scholz. Eu não tenho como saber quem é o verdadeiro maestro, quem vocês estarão ouvindo.

Symphonie Nr. 40 G-moll K 550 = Symphony No.40 In G Minor K 550
1 Molto Allegro 6:34
2 Andante 12:05
3 Menuetto – Allegretto 3:41
4 Finale: Allegro Assai 6:46

Symphonie Nr. 41 C-dur K 551 “Jupiter” = Symphony No.41 In C Major K 551
5 Allegro Vivace 11:20
6 Andante Cantabile 9:26
7 Menuetto – Allegro 5:01
8 Molto Allegro 8:49

Conductor – Alfred Scholz
Orchestra – London Philharmonic Orchestra

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Você é Alfred Scholz? Aparecem vários rostos diferentes no Google Images..

PQP

BRUCKNER 200 ANOS! Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 6 (Leitner – SWR Sinfonieorchester) / Hartmann (1905-1963): Sinfonia Nº 6

O maestro alemão F. Leitner, mais famoso por suas gravações de óperas e de concertos com solistas como Kempff e Freire, gravou aqui uma bela e elegante Sexta Sinfonia de Bruckner. Ele escolheu gravá-la junto da 6ª do compositor alemão Karl Amadeus Hartmann (1905-1963): ele tinha em alta estima essas duas sinfonias e via relações entre elas. Das sinfonias do austríaco, a sexta às vezes é dita a mais clássica: há momentos explosivos com percussões e tudo mais, mas durante a maior parte do tempo as melodias se desenvolvem em um clima de harmonia, equilíbrio e elegância, sem tantos extremos quanto nas outras sinfonias. Vejamos por exemplo o Adagio com sua melodia que vai se expandindo de maneira orgânica e suave, sem o chororô de momentos lentos de Tchaikovsky, Grieg ou Rachmaninoff. A personalidade de Bruckner se encontra mais próxima, ao menos nesse adagio, dos elegantes movimentos lentos de sinfonias e concertos de Mozart, ou ainda das sonatas lentas de Domenico Scarlatti com seus movimentos “adagio e cantabile“, “andante moderato“, “andante commodo“, etc (aqui e aqui). Ou talvez a maior semelhança – ainda em termos de classicismo – seja entre este adagio da 6ª de Bruckner e os movimentos lentos de Schubert em suas sinfonias, quartetos e quintetos. Compatriota de Bruckner, Schubert também se perdia às vezes (ou melhor: se encontrava) em repetições que um estrito professor de composição, ciente das opiniões do senso comum e sem a originalidade dos gênios, poderia cortar como pleonásticos. E, de fato, Bruckner em muitos momentos aderiu ao senso comum e fez cortes em várias de suas sinfonias, ou ainda as teve cortadas por terceiros para aumentar as chances de tê-las tocadas por grandes orquestras como a Filarmônica de Viena.

As repetições de Bruckner são, então, uma de suas marcas registradas. Para tentar entender o que significava esse aspecto do seu jeitinho único, fiz um exercício criativo: traduzir um texto do antropólogo Bruno Latour (1947-2022) sobre as repetições no estilo do poeta e ensaísta francês Charles Péguy (1873-1914), que teria idade para ser filho ou neto de Bruckner, também era católico e também foi muito criticado pelo estilo repetitivo. Para Latour, não se trata de uma simples questão de estilo, mas da substância mesmo da mensagem do poeta. E vejamos se não se aplica um pouco para o nosso esquisito e amado Anton Bruckner…

Péguy [Bruckner] repete sem parar as frases, os argumentos e mesmo os temas em suas obras. Essa característica é frequentemente criticada como uma falha. Acusam-no de não saber se limitar e de agir por aproximações sucessivas.

Ora, Péguy [Bruckner] procede quase por aforismos. Se ele repete, não é por ignorância ou por indecisão. Ele busca na repetição um “efeito”, que a simples qualidade da linguagem não pode dar. Que “efeito” é esse?

Um autor que não se repete corre de uma frase à outra, de modo progressivo, planejando as transições, e impõe assim ao [ouvinte] a imagem de um rio que desce do começo ao fim. Um autor que se repete suspende este movimento, desvia dessa corrente, e reduz a confiança que habitualmente se tem no progresso. Se, além disso, ele repete os argumentos e volta várias vezes para o começo, ele produz um efeito de confusão e ansiedade.

O [ouvinte] esperava uma “história”, com peripécias habilmente amarradas e desamarradas que se seguiriam como horizontalmente. E ele é forçado a parar em uma só peripécia que, bem longe de chegar a um fim, se aprofunda mais a cada instante, como verticalmente. Essa lógica, que desenha a repetição contra o seguimento e a lógica habituais, é precisamente o ato de colocar os hábitos de cabeça para baixo.

Esse pressentimento impede de considerar esse aspecto de estilo unicamente como um problema de forma. É preciso considerar o estilo repetitivo de Péguy [Bruckner] como o problema de fundo de sua obra.

Péguy [Bruckner] busca um “outro tempo”. Onde ele vai ser encontrado naquele fim de século XIX? No futuro? Mas o futuro para Péguy [Bruckner] não é uma categoria plena; ele não crê no progresso. Se ele briga com seus amigos, é pela mesma razão que o força a se repetir: ele espreita outra coisa que não o habitual; ele busca a novidade da origem através dos efeitos da quebra do hábito. Ele busca, no choque, o essencial – ou melhor dizendo, fazer com que, no choque, o essencial se mostre.

1-4. Anton Bruckner: Symphony No. 6 in A Major
Composed By – Anton Bruckner
I. Majestoso 15:47
II. Adagio. Sehr Feierlich 15:28
III. Scherzo. Nicht Schnell 9:18
IV. Finale. Bewegt, Docht Nicht Zu Schnell 15:05

5-6. Karl Amadeus Hartmann: Symphony No. 6 For Big Orchestra (Für Großes Orchester)
I. Adagio 11:43
II. Toccata Variata. Presto 12:14

Ferdinand Leitner, SWR Sinfonieorchester Baden-Baden Und Freiburg
Recording: 27/28 oct 1982 at Rosbaud-Studio Baden-Baden, SWR, West Germany

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Beethoven e Bruckner em vitral na Catedral de Linz, circa 1920

Pleyel