Sem dúvidas, eis um CD pra mostrar os talentos virtuosísticos de Augustin Hadelich, exuberante violinista italo-germânico. Ao lado da Filarmônica de Londres ele traz duas das principais obras para violino do repertório romântico, a saber, o Concerto de Tchaikovsky, talvez o mais famoso dos concertos para violino já compostos, e a extraordinária Sinfonia Espanhola, de Édouard Lalo. São duas obras que dispensam apresentações, já as trouxemos aqui com diversos outros intérpretes.
Detalhe a destacar é que são registros gravados ao vivo, com direito a palmas, etc. E nas duas obras temos uma demonstração do talento deste incrível violinista, que vem se destacando nestes últimos anos. Recentemente lançou uma elogiada gravação das Sonatas e Partitas para Violino Solo, de Bach, se não me engano, já também postada por aqui.
Gosto de ouvir novas versões de obras tão conhecidas e gravadas. Todos temos nossas gravações favoritas, mas sangue novo sempre traz novas possibilidades. São registros cheios de vigor e intensidade e muito envolventes. Impossível ficarmos alheios à elas. Desde Heifetz, passando por Oistrakh, Francescatti, Milstein, Szeryng, todos excepcionais músicos que deram sua contribuição para as possíbilidades de interpretação destas obras, enfim, já há muito tempo venho colecionando gravações delas. Gostei de todas, e Augustin Hadelich com certeza já inscreveu seu nome no rol destes grandes músicos.
01. Violin Concerto in D Major, Op. 35, TH 59 I. Allegro moderato
02. Violin Concerto in D Major, Op. 35, TH 59 II. Canzonetta Andante –
03. Violin Concerto in D Major, Op. 35, TH 59 III. Finale Allegro vivacissimo
04. Symphonie espagnole, Op. 21 I. Allegro non troppo
05. Symphonie espagnole, Op. 21 II. Scherzando Allegro molto
06. Symphonie espagnole, Op. 21 III. Intermezzo Allegretto non troppo
07. Symphonie espagnole, Op. 21 IV. Andante
08. Symphonie espagnole, Op. 21 V. Rondo Allegro
Augustin Hadelich – Piano
London Philharmonic Orchestra
Vassily Petrenko – Conductor (faixas 1 a 3)
Omer Meir Webber – Conductos (4 a 8)
Mais um CD com a parceria Temmingh & Mields, e como não poderia ser diferente, mais um CD com o selo “IM-PER-DÍ-VEL !!” do PQPBach. Assim ele nos é apresentado na capa do Disco:
“Instrumental variations for recorder and baroque ensemble, inspired by early baroque tunes and English Songs”.
Ambos os solistas vem se destacando nos últimos anos, e afirmando-se como os grandes músicos que são. Sim, trata-se de um CD barroco, ou pré barroco, mas não encontramos aqui nenhum daqueles ‘excessos’ de alguns grupos historicamente informados. Temos sim uma leitura moderna, atualizada, mas sem perder aquele frescor, ainda mais com a delicadíssima voz de Dorothee Mields e o som único, com um timbre limpo, fluído das flautas doces de Stefan Temminghs. Ele se utiliza dos mais variados instrumentos, com as mais diversas afinações. Lembro que quando criança me colocaram para aprender a tocar Flauta Doce, e ainda tenho a minha velha Yamaha, e por incrível que pareça, quarente e cinco anos depois, ela não desafinou. De vez em quando dou limpada nela e arrisco algumas notas. Meus cachorros uivam, minha esposa me olha com o canto dos olhos, aí entendo o recado e a guardo novamente.
Cada faixa desse CD é uma jóia sendo lapidada, nada falta, nada sobra, mesmo nas faixas instrumentais. Meu único lamento é que não tenha conhecido isso antes. Temos obras de compositores anônimos, desconhecidos, para mim, é claro, e famosos, como Geminiani, Purcell e Dowland.
1 John Come Kiss Me Now
2 Lady Ann Bothwel’s Lament
3 Lady Ann Bothwel’s Lament
4 Engels Nachtegaeltje
5 A Division On A Ground By Mr. Eccles
Written-By – Solomon Eccles
6 An Irish Tune
7 An Irish Tune
8 Flow My Tears
Written-By – John Dowland
9 Lachrimae Pavan
Written-By – Johann Schop
10 When Daphne Did From Fair Phoebus Fly
11 Doen Daphne D’over Schoone Maeght
12 Faronells Ground (From The Division Flute)
13 The King’s Health, Sung To Farrinel’s Ground
Written-By – Thomas D’Urfey*
14 Greensleeves
15Can Love Be Controul’d?
Written-By – Frederick Nussen
16 Can Love Be Controul’d By Advice?
Written-By – Johann Christoph Pepusch
17 Toccata (Improvisation)
18 Dido’s Lament
Written-By – Henry Purcell
Dorothee Mields – Soprano
Stefan Temminghs – Recorder
The Gentleman´s Band.
Surpreendi-me com a alta qualidade deste CD — mais um do compositor americano Samuel Barber. O Concerto para Violoncelo é uma verdadeira joia. As passagens são belíssimas e de bom gosto. Ainda não tivera a oportunidade de conhecer esse compositor. Mas após as duas sinfonias que postei a semana passada e com mais este concerto para cello, Barber entrou positivamente em meu conceito. Vale ressaltar ainda o belo Adagio para cordas, Op.11 encontrado neste CD que ora posto. Duas palavras o traduz: belo e desolador. Parece com uma daquelas velhas melodias sobre os efeitos devastadores da guerra. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
Samuel Barber (1910-1981) – Cello Concerto, Op. 22, Medea Ballet Suite, Op. 23 e Adagio for Strings, Op. 11
Cello Concerto, Op. 22
01. Allegro moderato
02. Andante sostenuto
03. Molto allegro e appassionato
Medea Ballet Suite, Op. 23
04. Parodos
05. Choros. Medea and Jason
06. The Young Princess. Jason
07. Chroso
08. Medea
09. Kantikos Agonias
10. Exodos
Adagio for Strings, Op. 11
11. Adagio for Strings, Op. 11
Royal Scottish National Orchestra
Marin Alsop, regente
Wendy Warner, cello
Sim, sim, um bom disco de grandes compositores modernos. Em 23 de agosto de 2011 Anne-Sophie Mutter comemorou seus 35 anos de palco. De palco, gente. Ela não é apenas uma das principais violinistas do mundo, mas também uma best-seller internacional, tendo vendido mais de 5.000.000 CDs em todo o mundo — e subindo. Para celebrar, a Deutsche Grammophon lançou um novo álbum com gravações de estreias mundiais de duas novas obras escritas para Mutter: Lichtes Spiel de Wolfgang Rihm e Time Machines de Sebastian Currier, gravadas com a Orquestra Filarmônica de Nova York. Penderecki também está no CD original, mas por não ser uma estreia ficou fora até da capa, vejam só.
Wolfgang Rihm / Sebastian Currier / Krzysztof Penderecki: Lichtes Spiel / Time Machines / Duo Concertante (Mutter / NYP)
Lichtes Spiel (2009)
Composed By – Wolfgang Rihm
1 Ein Sommerstück 17:08
Duo Concertante (2010)
Composed By – Krzysztof Penderecki
2 Andante, Quasi Una Cadenza – Allegretto Scherzando – Andante, Quasi Una Cadenza 5:03
Dyade (2010-2011)
Composed By – Wolfgang Rihm
3 Andante, Quasi Sempre Rubato 12:35
Time Machines (2007)
Composed By – Sebastian Currier
4 I Fragmented Time 2:36
5 II Delay Time 4:19
6 III Compressed Time 1:29
7 IV Overlapping Time 3:44
8 V Entropic Time 6:26
9 VI Backwards Time 1:39
10 VII Harmonic Time 8:52
Composed By – Krzysztof Penderecki (faixas: 2), Sebastian Currier (faixas: 4 to 10), Wolfgang Rihm (faixas: 1, 3)
Conductor – Alan Gilbert (2) (faixas: 4 to 10), Michael Francis (3) (faixas: 1)
Double Bass – Roman Patkoló (faixas: 2, 3)
Orchestra – New York Philharmonic* (faixas: 1, 4 to 10)
Violin – Anne-Sophie Mutter
Este trabalho precisa de você para existir fisicamente e poder render uma graninha para os Argonautas. PQP, os caras merecem! E como! O que falta? Ora, pagar os royalties de alguns artistas e o serviço de liberação para poder ser lançado nas plataformas digitais. Como colaborar?
Só os pequepianos receberão o CD antes para poderem comprovar sua qualidade! Mas isso não significa que não possam ajudar os artistas! Vejam a imagem que coloquei após a foto do Edu Lobo, lá embaixo.
O recado dos Argonautas:
Fazer um disco com músicas de Edu Lobo sempre foi de nosso interesse. Com suas canções mágicas, coloca-se, vizinho de Tom e Chico, no nosso mais alto patamar.
As participações agigantam o álbum. Há Mônica Salmaso, Renato Braz, Leonardo Torres, Marco Forte e Heriberto Porto. Todos foram generosos e passionais, pelo que somos muito gratos.
Este disco tem, embutidos no repertório, uma atmosfera, um poder imersivo, que nós tentamos manter nos arranjos, na gravação, nas interpretações e até na mixagem e na masterização. Trata-se de uma coletânea de momentos artesanais, que para nós foram de transcendência, e que meio sem querer, meio meticulosos, tivemos a oportunidade de capturar.
Só podemos esperar que essa força que ele guarda atinja e cative a todos.
Argonautas Interpretam Edu Lobo
01. Jogo 3
Edu Lobo
Rafael Torres arranjo, violão, viola, flauta e acordeon
Ayrton Pessoa piano
Ednar Pinho baixo
02. Choro Bandido
Edu Lobo e Chico Buarque
Rafael Torres arranjo, violão e voz
Ayrton Pessoa acordeon
Ednar Pinho baixo
03. Pra Dizer Adeus
Edu Lobo e Torquato Neto
Rafael Torres arranjo, violão, guitarra e voz
Ednar Pinho baixo
Igor Ribeiro bateria
04. A Permuta dos Santos
Edu Lobo e Chico Buarque
Mônica Salmaso voz
Rafael Torres arranjo, violão e vocal
Ayrton Pessoa acordeon
Ednar Pinho baixo
Igor Ribeiro percussão
Luiz Orsano bateria
05. Canção do Amanhecer
Edu Lobo e Vinícius de Moraes
Rafael Torres arranjo, violão, flautas, clarinetes e voz
Ednar Pinho baixo
Igor Ribeiro bateria
06. Meia-Noite
Edu Lobo e Chico Buarque
Edu Lobo voz
Rafael Torres arranjo e violão
Ayrton Pessoa piano e acordeon
Ednar Pinho baixo
07. Beatriz
Edu Lobo e Chico Buarque
Rafael Torres arranjo, violão, flauta e voz
Ayrton Pessoa bandolim
Leonardo Torres piano
Ednar Pinho baixo
08. Forrobodó
Edu Lobo e Chico Buarque
Rafael Torres arranjo, violão, flauta e voz
Ednar Pinho baixo
Igor Ribeiro bateria
09. Sobre Todas as Coisas
Edu Lobo e Chico Buarque
Renato Braz voz
Rafael Torres arranjo, violão e voz
Ednar Pinho baixo
Ayrton Pessoa piano
10. Valsa Brasileira
Edu Lobo e Chico Buarque
Rafael Torres arranjo, clarinete e voz
Ednar Pinho baixo
Ayrton Pessoa piano
11. A Moça do Sonho
Edu Lobo e Chico Buarque
Rafael Torres violão e voz
12. O Circo Místico
Edu Lobo e Chico Buarque
Ayrton Pessoa piano, acordeon e voz
13. Ave Rara
Edu Lobo e Aldir Blanc
Marco Forte voz
Rafael Torres arranjo e violão
Ednar Pinho baixo
Ayrton Pessoa piano
Luiz Orsano percussão
14. No Cordão da Saideira
Edu Lobo
Rafael Torres arranjo, voz e violão
Ednar Pinho baixo
Ayrton Pessoa piano
Luiz Orsano bateria
15. Opereta de Casamento
Edu Lobo e Chico Buarque
Rafael Torres arranjo, arranjo, voz, saxofones e violão
Ednar Pinho baixo
Ayrton Pessoa piano
Luiz Orsano bateria
16. Corrupião / Ode Aos Ratos
Edu Lobo / Edu Lobo e Chico Buarque
Heriberto Porto flautas
Rafael Torres arranjo, voz e violão
Ednar Pinho baixo
Ayrton Pessoa piano
Luiz Orsano bateria
Como comentei em um post anterior de música romena, às vezes a sonoridade, a ambiência da música de Lerescu me lembram muito o Stefan Niculescu dos anos 70 e 80. Verdade que tenho a sensação de que falta um quê inominável, aquele que separa a obra-prima de uma obra “apenas” muito interessante e que não se restringe simplesmente a uma falta de novidade, ou de originalidade extrema. O que posso dizer é que parece faltar o peso, a força extrema com Niculescu bizarramente nos conduz pela leveza. E mais ainda, como ele consegue abandoná-la sempre que quer, sem se tornar refém da criação. Ainda assim, as sinfonias de Lerescu são obras de enorme beleza, e tenho certeza de que devem agradar mesmo os exigentes. Há nelas um transbordar de cor e dramaticidade que me recordam também um pouco daquele grandeur do Rautavaara dos primeiros concertos para piano, da época em que este ainda não tinha diluído de vez sua música (mas as sinfonias do Lerescu, ainda assim, são melhores que o melhor Rautavaara). As três primeiras sinfonias, respectivamente de 1984, 1987 e 1994, é que realmente são o caso. A quarta, para orquestra com órgão, não me impressiona tanto. E dentre as três primeiras, tenho um carinho todo especial pela segunda, que desde os primeiros segundos já nos envolve com uma entrada brilhante e sua delicadeza um pouco infantil.
Boa diversão!
Sorin Lerescu (1953)
Sinfonias
CD 1
01 Sinfonia nº1, para orquestra (1984)
02 Sinfonia nº2, para orquestra (1987)
CD 2
01 Sinfonia nº3, para orquestra (1987)
02 Sinfonia nº4, para orquestra com órgão
“Tsc”, diriam alguns, enquanto palitam dos dentes os resíduos do peru de quatrocentos guedes, “eis Vassily a aplicar o velho e preguiçoso golpe de postar o Oratório de Natal no dia do Natal!”
“Não vos afobeis”, replicaria eu, “oh, soldados de Herodes: este não é qualquer Oratório de Natal, nem tampouco deveríeis escutá-lo todo agora, enquanto contemplais as faturas de janeiro e as fraturas familiares expostas pelos arranca-rabos da ceia”.
E falo sério: nem o próprio João Sebastião Ribeiro pretendia que as seis cantatas de seu Oratório – quase todas provindas de material brilhantemente parodiado de obras suas anteriores – fossem todas escutadas num só dia de Natal. Havia uma cantata para cada uma das noites festivas de Natal, que eram três (25, 26 e 27 de dezembro) em Leipzig; também uma para o primeiro domingo após o Natal, e outra para a Festa da Epifania, que conhecemos como Dia de Reis (6 de janeiro); e até uma, vejam só, para o primeiro dia do ano, não porque ela fosse celebrar o Ano Novo, mas para honrar a dita Festa da Circuncisão de Jesus.
O fato de Sebastião ter preparado esse banquete sonoro para seis dias e noites (pois sabe-se que ele, o bicho-carpinteiro, estreou o oratório tanto na Thomaskirche quanto na Nikolaikirche) não os deve demover, tampouco, de ouvir o oratório de uma só vez. Eu próprio, que tenho um fraco pelo eletrizante coro inicial, com o toque dos tímpanos a abrir-lhe os trabalhos, as fanfarras e a brilhante parte vocal, facilmente me deixo levar pela torrente de grande música.
Por óbvio, não seria diferente quando ao ouvi-lo nessa gravação de Jordi Savall. O Midas catalão, que sempre me captura com suas criativas, estimulantes leituras do repertório barroco, operou novamente o milagre de me levar enxurrada abaixo feito pauzinho de enchente e fazer essas duas horas e meia passarem com muito deleite. Há, mais que competência, muito frescor na concepção e precisão na execução, que garantem a clareza mesmo com os rápidos andamentos escolhidos. Ainda que devesse destacar os ótimos solistas, em particular o Evangelista de Martin Platz e o contratenor Raffaele Pé, afirmo que o mais importante retrogosto dessa gravação é o de caloroso aconchego, principalmente nos belíssimos corais, que aqui trazem o habitual repouso dos números mais lépidos, sem no entanto sedarem o ouvinte, nem quebrarem o fluxo da narrativa da Natividade. A gravação, feita ao vivo no Palau de la Música Catalana em Barcelona, tem o som um tanto cavernoso, típico dos registros feitos naquele magnífico auditório, mas haverá, tenho certeza, de soar-lhes como tudo com que Savall nos presenteia: com uma pujança aventureira, e como nenhuma outra que ouviram antes.
Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Oratório de Natal (Weihnachts-Oratorium), para solistas, coro e orquestra, BWV 248
DISCO 1
Primeira parte: Para a Primeira Noite do Natal
1 – Coro: Jauchzet, frohlocket, auf preiset die Tage
2 – Recitativo (Evangelista): Es begab sich aber zu der Zeit
3 – Recitativo (contralto): Nun wird mein liebster Brautigam
4 – Ária (contralto): Bereite dich, Zion, mit herrlichen Trieben
5 – Coral: Wie soll ich dich empfangen
6 – Recitativo (Evangelista): Und sie gebar ihren ersten Sohn
7 – Coral (soprano) e recitativo (baixo): Er ist auf Erden kimmen arm
8 – Ária (baixo): Grosser Herr, o starker König
9 – Coral: Ach, mein herzliebes Jesulein
Segunda parte: Para a Segunda Noite do Natal
10 – Sinfonia
11 – Recitativo (Evangelista): Und es waren Hirten in derselben Gegend
12 – Coral: Brich an, o schönes Morgenlicht
13 – Recitativo (Evangelista, soprano): Und der Engel sprach zu ihnen/Fürchtet euch nicht
14 – Recitativo (baixo): Was Gott dem Abraham verheißen
15 – Ária (tenor): Frohe Hirten, eilt, ach eilet
16 – Recitativo (soprano): Und das habt zum Zeichen
17 – Coral: Schaut hin, dort liegt im finstern Stall
18 – Recitativo (baixo): Sogeht denn hin, ihr Hirten, geht
19 – Ária (contralto): Schlafe, mein Liebster, genieße der Ruh
20 – Recitativo (Evangelista): Und alsobald war da bei dem Engel
21 – Coro: Ehre sei Gott in der Höhe
22 – Recitativo (baixo): So recht, ihr Engel, jauchzet und singet
23 – Coral: Wir singen dir in deinem Heer
Terceira parte: Para a Terceira Noite do Natal 24 – Coro: Herrscher des Himmels, erhöre das Lallen
25 – Recitativo (Evangelista): Und da die Engel von ihnen gen Himmel führen
26 -Coro: Lasset uns nun gehen gen Bethlehem
27 – Recitativo (baixo): Er hat sein Volk getröst
28 – Coral: Dies hat er alles uns getan
29 – Dueto (soprano, baixo): Herr, dein Mitleid, dein Erbarmen
30 – Recitativo (Evangelista): Und sie Kamen eilend
31 – Ária (contralto): Schließe, mein Herze, dies selige Wunder
32 – Recitativo (contralto): Ja, ja, mein Herz soll es bewahren
33 – Coral: Ich will dich mit Fleiss bewarhen
34 – Recitativo (Evangelista): Und die Hirten kehrten wieder um
35 – Coral: Seid froh
36 – Coro (da capo): Herrscher des Himmels, erhöre das Lallen
DISCO 2
Quarta Parte: Para a Festa da Circuncisão
1 – Coro: Fallt mit Danken, fallt mit Loben
2 – Recitativo (Evangelista): Und da acht Tage um waren
3 – Recitativo (baixo) com Coral (soprano): Immanuel, o süßes Wort/Jesu, du mein liebstes Leben
4 – Ária (soprano, eco): Flößst, mein Heiland, flößt dein Namen
5 – Recitativo (baixo) com coral (soprano): Wohlan, dein Name soll allein/Jesu, mein Freud und Wonne
6 – Ária (tenor): Ich will nur zu Ehren leben
7 – Coral: Jesus, richte mein Beginnen
Quinta Parte: Para o Domingo após o Natal
8 – Coro: Ehre sei dir, Gott, gesungen
9 – Recitativo (Evangelista): Da Jesus geboren war zu Bethlehem
10 – Coro e recitativo (contralto): Wo ist der neugeborne König der Juden?/Sucht ihn in meiner Brust
11 – Coral: Dein Glanz all Finsternis verzehrt
12 – Ária (baixo): Erleucht auch meine finstre Sinnen
13 – Recitativo (Evangelista): Da das der König Herodes hörte
14 – Recitativo (contralto): Warum wollt ihr erschrecken?
15 – Recitativo (Evangelista: Und ließ versammlen alle Hohenpriester
16 – Terceto (soprano, contralto, tenor): Ach, wenn wird die Zeit erscheinen?
17 – Recitativo (alto): Mein Liebster herrschet schon
18 – Coral: Zwar ist solche Herzensstube
Sexta Parte: Para a Festa da Epifania 19 – Coro: Herr, wenn die stolzen Feinde schnauben
20 – Recitativo (Evangelista, baixo): Da berief Herodes die Weisen heimlich/Ziehet hin und forschet Fleißig nach dem Kindlein
21 – Recitativo (soprano): Du Falscher, suche nur den Herrn zu fällen
22 – Ária (S): Nur ein Wink von seinen Händen
23 – Recitativo (Evangelista): Als sie nun den König gehöret hatten
24 – Coral: Ich steh an deiner Krippen hier
25 – Recitativo (Evangelista): Und Gott befahl ihnen im Traum
26 – Recitativo (tenor): So geht! Genung, mein Schatz
27 – Ária (tenor): Nun mogt ihr stolzen Feinde schrecken
28 – Recitativo (soprano, contralto, tenor, baixo): Was will der Höllen Schrecken nun
29 – Coro: Nun seid ihr wohl gerochen
Katja Stuber, soprano Raffaele Pé, contratenor Martin Platz, tenor Thomas Stimmel, baixo La Capella Reial de Catalunya Le Concert des Nations Jordi Savall, regência
Eu não senti a falta do livro de ouro nestes dias que antecederam mais este Natal com distanciamento social. Se bem que o tal distanciamento tem encurtado muito pra meu gosto e o social está em plena expansão…
O desfile de letras gregas continua, para a minha enorme preocupação, mas se você está lendo estas linhas, é véspera de Natal ou mesmo o próprio dia de Natal de 2021, o segundo que vivemos sob a sombra da pandemia.
A ocasião é propícia para uma avaliação do que temos feito de nossos dias e eu posso dizer que tenho me esforçado para fazer bom uso de todos os recursos, que são cada vez mais limitados. Busco ouvir apenas os discos mais promissores, progredi bastante nas técnicas de preparação para atividades a distância – síncronas ou assíncronas. Tenho tentado aplicar os três res: reuse, reduza e recicle!
Finalmente retomei alguma atividade física prazerosa – tênis uma vez por semana. Na primeira vez quase morri e lembrei-me da cena do filme em que Nick Nolte faz um jogador de futebol americano acordando num dia pós-jogo. Ainda bem que o tênis não é um dos chamados jogos de contato físico, limitando-se ao contato da bolinha com a raquete.
E você? O que tem feito de seus dias? Muito fb e poucas leituras? Maratonando aquelas séries ou maratonando as Sinfonias de Bruckner? Seja lá como for, espero que encontre um equilíbrio e que tenhas conseguido adentrar a lista de Papai Noel!
Para garantir, preparei aqui este presente natalino, uma gravação do Messias, Messiah, como quiser. A Emmanuelle Haïm tem todas as credenciais e qualificações para a obra. Ótima regente de coro e orquestra, acompanha os cantores maravilhosamente e tem muita experiência com a obra de Handel. Isso a permite até algumas liberdades e como o Messias é uma obra que foi apresentada muitas, muitas vezes, mesmo ao longo da vida do compositor, há muitas variantes. Portanto, você terá a oportunidade de ouvir tudo novamente.
Eu gosto especialmente dos coros. Nem precisa mencionar o Hallelujah, ainda no primeiro disco você ouvirá o His yoke is easy, his burthen is light, mas o que me emociona sempre é o For unto us a child is born! O segundo arquivo começa com o assertivo Surely He hath borne our grifes, continua com outro coro, And with His stripes we are healed, que se completa com o delicioso All we, like sheep, have gone astray. Mas há árias, para tenor, contralto, soprano e baixo. Maravilhosas. O dueto O death, where is thy sting já prenuncia a vitória do Senhor sobre a morte. É verdade que no Natal celebramos o nascimento de Jesus, mas impossível não associar sua passagem por aqui sem considerar a morte e a ressurreição. Eis uma boa mensagem para todos aqui, seja qual for a sua fé ou mesma a sua não fé. Enquanto isso, vamos de boa música. Eu mesmo não me envergonho de quando em vez tirar um pequeno cisco do olho quando ouço esta música.
Bem não estou falando do austríaco fortão que ficou famoso como fisiculturista e ator, chegando a ser o governador da Califórnia, mas sim do outro Arnold, o Schoenberg, inventor de uma maneira totalmente nova de compor.
Podemos dizer que Arnold Schoenberg foi o compositor mais estudado e falado do século 20, mas também teve sua música bem pouco executada. Uma de suas peças bem conhecidas é o Sexteto de Cordas Verklärte Nacht (Noite Transfigurada), escrita em 1899 e se enquadra perfeitamente ao lado das peças da época – do romantismo tardio de Richard Strauss, por exemplo. Mesmo esta, que hoje poderíamos considerar peça comum nos programas de concertos e discos, foi recebida com pouco entusiasmo nos dias de sua composição.
Nesta época de vacas magérrimas, no primeiro quarto do século 20, quando sua própria música não tinha qualquer chance de ser executada, Arnold fez muitas adaptações e arranjos de música de outros compositores, regeu coros amadores e até orquestrou algumas operetas para compositores muito ocupados… Tudo para colocar das Brot auf den Tisch. Obras do escopo de Guerrelied estavam a caminho, mas tiveram que esperar. Quem sabe algum dos nossos colaboradores mais versados nas obras deste compositor e de seus discípulos se anime e prepare assim uma cesta básica para a iniciação nessas obras.
A motivação da postagem de hoje – 23 de dezembro de 2021 – é ilustrar uma parte mais intimista e mais acessível do Arnold, além de apresentar uma peça que estreou exatamente 100 anos atrás, no dia 23 de dezembro de 1921, a Weihnachtsmusik.
Como era essencialmente impossível ter suas peças apresentadas regularmente em Viena, no início do século 20, Schoenberg fundou em 1918 uma Sociedade para Performances Musicais Privadas, que oferecia concertos semanais de música de câmara para audiências que se subscreviam e estavam interessadas nas novidades.
As peças eram compostas ou arranjadas para os programas e estes arranjos eram feitos por diversos músicos, pois que havia um espírito de coletividade pairando sobre a sociedade, tudo sob a liderança do Arnold.
Este disco é uma boa mostra do que ocorria nestes concertos: obras de Mahler e Busoni ao lado de valsas de Strauss, Johann Strauss II. Com destaque para esta linda peça que Arnold compôs de olho no Natal de 1921.
Feliz Natal!
Arnold Schoenberg (1874 – 1951)
Weihnachtsmusik, para harmônio, piano e quarteto de cordas
Gustav Mahler (1860 – 1911)
Lieder eines fahrenden Gesellen
(arr. A. Schoenberg voz, piano, flauta, clarinete, harmônio e quarteto de cordas)
I Wenn mein Schatz Hochzeit macht
II Ging heut’ morgen ubers Feld
III Ich hab’ ein gluhend Messer
IV Die zwei blauen Augen
Ferrucio Busoni (1866 – 1924)
Berceuse élégiaque, Op. 42
(Arranjo para harmônio, flauta, piano, clarinete e quarteto de cordas)
Johann Strauss, II (1825 – 1899)
Kaiser-Walzer, Op. 437
(arranjo para piano, flauta, clarinete e quarteto de cordas)
Rosen aus dem Süden, Op. 388
(Arranjo para piano, harmônio e quarteto de cordas)
É claro, já estou com saudades. Após ouvir a obra completa do húngaro, penso em quando irei retornar a ela. Acho que não demorará muito. Ouvir estes CDs foi uma linda aventura patrocinada pelo colega Vassily Genrikhovich. Ouvir Bartók foi conviver com o compositor, o pianista, o professor, o musicólogo, o etnomusicólogo, o colecionador de música folclórica, enfim, com o gênio de um dos principais criadores do século XX.
Os grandes compositores barrocos, clássicos e românticos combinaram qualidade com quantidade — pense nas produções de Handel, Telemann, Bach, Mozart, Haydn e Beethoven. Por outro lado, nos tempos modernos, considere o caso extremo de Anton Webern, cuja produção de toda a vida é reproduzida por pouco mais de duas horas, ou seja, cerca de metade da duração de uma ópera de Strauss ou Wagner. Apesar disso, Webern é reconhecido como uma grande influência musical na segunda metade do século XX. Pois, julgada pelos padrões dos séculos anteriores ao XX, a produção de Béla Bartók não é grande. Cabe em 29 CDs. Não é pouco, mas também não é algo caudaloso. Há seis quartetos de cordas, seis concertos, três obras de palco em um ato, quatro sonatas, três suítes e outras peças orquestrais e um grande número de pequenas obras para piano, cada uma ocupando apenas algumas folhas de partitura. Ele também escreveu uma cantata e um grande número de arranjos de canções folclóricas. Nada de sinfonias. No entanto, é consenso que Bartók é um dos grandes compositores de nosso tempo. Isso por um único motivo, por causa da alta qualidade e originalidade de sua música.
Bartók era uma pessoa muito quieta, tímida e calma. Não gostava de ser importunado. Aliás, adorava ser importunado, mas só por crianças. Dizia-se que, quando admiradores entusiasmados se dirigiam a ele como “Mestre” ou “Maestro”, ele respondia: “Meu nome é Bartók”. Sim, seu nome é Bartók e você deveria conhecê-lo se quiser saber em que mundo está pisando.
E, se você tiver alguma dúvida sobre este último volume, ouça Evening e a Marcha Fúnebredo poema sinfônico Kossuth (versão para piano solo). Sim, ouça.
Béla Bartók (1881-1945): Three folksongs from the Csík District / Two Hungarian folksongs / Székely folksong / Four Slovakian folksongs / Petits morceaux zongorára / Four songs for voice and piano / Scherzo-fantasie for piano / “Evening” / Marche funèbre from symphonic poem “Kossuth” for piano / “Evening” for male choir #BRTK140 Vol. 29 de 29
1 Three folksongs from the Csík District for recorder and piano, Sz. 35, BB 45/a “Gyergyó”: No. 1. (Rubato)
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
recorder:
Gábor Kállay (tenor)
recording of:
Gyergyóból, tilinkóra és zongorára, Sz. 35, BB 45a: I. (Rubato)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
Gyergyóból, tilinkóra és zongorára, Sz. 35, BB 45a
0:51
2 Three folksongs from the Csík District for recorder and piano, Sz. 35, BB 45/a “Gyergyó”: No. 2. (Poco piú mosso)
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
recorder:
Gábor Kállay (tenor)
recording of:
Gyergyóból, tilinkóra és zongorára, Sz. 35, BB 45a: II. (Poco piú mosso)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
Gyergyóból, tilinkóra és zongorára, Sz. 35, BB 45a
1:06
3 Three folksongs from the Csík District for recorder and piano, Sz. 35, BB 45/a “Gyergyó”: No. 3. Tempo di marcia
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
recorder:
Gábor Kállay (tenor)
recording of:
Gyergyóból, tilinkóra és zongorára, Sz. 35, BB 45a: III. Tempo di marcia
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
Gyergyóból, tilinkóra és zongorára, Sz. 35, BB 45a
0:31
4 Two Hungarian folksongs for voice & piano, Sz. 33/b, BB 44: No. 1. “Édesanyám rózsafája”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Két magyar népdal: I. “Édesanyám rózsafája”
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
Két magyar népdal (Two Hungarian Folksongs), for voice and piano, Sz. 33b, BB 44
0:47
5 Two Hungarian folksongs for voice & piano, Sz. 33/b, BB 44: No. 2. “Túl vagy rózsám, túl vagy a málnás erdején”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Két magyar népdal: II. “Túl vagy rózsám, túl vagy a málnás erdején”
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
Két magyar népdal (Two Hungarian Folksongs), for voice and piano, Sz. 33b, BB 44
1:51
6 Székely folksong for voice & piano, Sz. 30, BB 34 “Négy szlovák népdal énekhangra zongorakísérettel”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Székely népdal (“Piros alma”)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1904)
1:44
7 Four Slovakian folksongs for voice & piano No. 1, Sz. 35/b+63/a, BB 46+73 “Bisztrói határon”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Négy szlovák népdal: I. “V tej Bystrickej bráne”
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
Négy szlovák népdal, Sz. 35b, BB 46
1:46
8 Four Slovakian folksongs for voice & piano No. 2, Sz. 35/b+63/a, BB 46+73 “Pohàební písen (Dolu dolinámi)”: “Halotti ének (Lent a völgyben mélyen)”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Négy szlovák népdal: II. “Pohřební pisen (Dolu dolinámi)”
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
Négy szlovák népdal, Sz. 35b, BB 46
2:28
9 Four Slovakian folksongs for voice & piano No. 3, Sz. 35/b+63/a, BB 46+73 “Priletel pták”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Négy szlovák népdal: III. “Priletel pták”
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
Négy szlovák népdal, Sz. 35b, BB 46
2:51
10 Four Slovakian folksongs for voice & piano No. 4, Sz. 63/a, BB 73 “Krutí Tono vretena”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Négy szlovák népdal: IV. “Krutí Tono vretena”
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1916)
part of:
Négy szlovák népdal, Sz. 35b, BB 46
0:49
11 Petits morceaux zongorára voice & piano, Sz. 29, BB 38 “Orsót pörget Tónika”: I. Adagio
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Kassai István
recording of:
Petits morceaux: I. Adagio
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1905)
part of:
Petits morceaux
2:30
12 Petits morceaux zongorára voice & piano, Sz. 29, BB 38 “Orsót pörget Tónika”: II. Moderato
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Kassai István
recording of:
Petits morceaux: II. Moderato
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1905)
version of:
Négy dal Pósa Lajos szövegeire: I. “Őszi szellő”part of:
Petits morceaux
1:09
13 Four songs for voice and piano No. 1, BB 24, DD 67 “Õszi szellõ”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Négy dal Pósa Lajos szövegeire: I. “Őszi szellő”
lyricist:
Pósa Lajos
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1902)
part of:
Négy dal Pósa Lajos szövegeire, Sz. 15, BB 24, DD 67
1:14
14 Four songs for voice and piano No. 2, BB 24, DD 67 “Még azt vetik a szememre”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Négy dal Pósa Lajos szövegeire: II. “Még azt vetik a szememre”
lyricist:
Pósa Lajos
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1902)
part of:
Négy dal Pósa Lajos szövegeire, Sz. 15, BB 24, DD 67
0:53
15 Four songs for voice and piano No. 3, BB 24, DD 67 “Nincs olyan bú”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Négy dal Pósa Lajos szövegeire: III. “Nincs olyan bú”
lyricist:
Pósa Lajos
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1902)
part of:
Négy dal Pósa Lajos szövegeire, Sz. 15, BB 24, DD 67
1:47
16 Four songs for voice and piano No. 4, BB 24, DD 67 “Ejnye, ejnye”
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Négy dal Pósa Lajos szövegeire: IV. “Ejnye, ejnye”
lyricist:
Pósa Lajos
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1902)
part of:
Négy dal Pósa Lajos szövegeire, Sz. 15, BB 24, DD 67
1:00
17 Scherzo-fantasie for piano in B major, BB 11, DD 50
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Kassai István
recording of:
Scherzo or Fantasie, Sz. 8, BB 11, DD 50
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1897)
part of:
Bartók Béla válogatott zenei írásai (number: Sz. 8) and Béla Bartók’s Works (BB) (number: BB 11)
4:57
18 “Evening” for voice and piano, BB 29, DD 73
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Emese Virágh (pianist)
soprano vocals:
Meláth Andrea
recording of:
Est, BB 29, DD 74 (for voice and piano)
lyricist:
Harsányi Kalman
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Béla Bartók’s Works (BB) (number: BB 29)
3:46
19 Marche funèbre from symphonic poem “Kossuth” for piano, BB 31, DD 75/b
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
piano:
Kassai István
recording of:
Marcia funèbre from Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75b (for piano)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Bartók Béla válogatott zenei írásai (number: Sz. 21) and Béla Bartók’s Works (BB) (number: BB 31)
version of:
Kossuth: IX. Mindennek vége
5:21
20 “Evening” for male choir, BB 30, DD 74
engineer:
István Berényi (engineer)
producer:
Bárány Gusztáv
editor:
Dvorák Zsuzsa
choir vocals:
Honvéd Együttes férfikara
chorus master:
Tóth András
recording of:
Est, Sz. 19, BB 30, DD 74 (for male choir)
lyricist:
Harsányi Kalman
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Bartók Béla válogatott zenei írásai (number: Sz. 19) and Béla Bartók’s Works (BB) (number: BB 30)
version of:
Est, BB 29, DD 74 (for voice and piano)
3:32
Além do violão, o inglês Julian Bream (1933-2020) também tocava alaúde, introduzindo para muitas plateias as obras de Vivaldi, Bach e Dowland para esse instrumento de cordas. Talvez pela sua familiaridade com o alaúde, Bream tirava do violão um som que me arrisco a definir como mais limpo, mais leve, com menos tensão (tesão?) nas cordas em comparação com alguns outros grandes nomes do instrumento como Narciso Yepes e Turíbio Santos. Esse estilo mais sóbrio funciona bem no concerto nº 3 do compositor cubano Leo Brouwer, que recebe o apelido “elegíaco”. Não temos aqui tanta sensualidade cubana que o público poderia esperar, é tudo bem mais sutil, e a gravação tem o próprio compositor como maestro, então imaginamos que é assim que ele queria que a obra soasse, né?
Brouwer vive em Havana, onde alternou sua carreira entre a composição de trilhas sonoras, algumas funções burocráticas na rádio cubana que ele ajudou a fundar, além de também atuar como maestro e compor mais de dez concertos para violão e orquestra e várias obras para violão solo.
Em entrevista de 1988, Brouwer tentava responder à recorrente pergunta sobre a aparente contradição entre “raízes folclóricas” e música universal/abstrata/vanguardista:
Você teve que “viajar” para o abstrato, para a vanguarda, para voltar para o folclórico?
LB: Essas são duas perguntas em uma. A primeira diz respeito a se distanciar de sua própria experiência para ser objetivo. Como foi dito por um dos grandes filósofos do século 20, José Ortega y Gassett: à distância, você pode ver todo o panorama, não apenas os pequenos detalhes no microscópio. Isso é importante.
Agora, a segunda parte da sua pergunta: redescobrir as raízes através do abstrato e da vanguarda. Esse é um verdadeiro problema e uma questão fascinante por muitos motivos. Sem saber, fui gradualmente entrando na vanguarda como linguagem natural. Recebi um grande estímulo quando estive na Polônia em 1961 para o Outono de Varsóvia, um festival de vanguarda. Foi um ótimo evento. Lembro-me de Sylvano Bussotti e da estreia da famosa Trenódia em Memória das Vítimas de Hiroshima, de Krzysztof Penderecki. A geração mais velha também estava representada: Karol Szymanowski e o grande compositor judeu Ernest Bloch. Foi uma espécie de panorama de onde tirei os elementos mais recentes, como Cage e Berio. Trouxe de volta as partituras de meus novos amigos – Penderecki, Tadeusz Baird e Bussotti – e realizei uma conferência em Cuba. As pessoas aqui ficaram fascinadas.
Foi um contato natural com a vanguarda. Não seguiu a escola polonesa, que é muito forte e sólida. Não, isso significou liberdade total, o que era normal para nós, porque na política cubana havia uma lei simples que dizia: “Você pode fazer o que quiser”. Isso é totalmente diferente de alguns países do leste europeu até agora [1988].
Sentimos a possibilidade de fazer todo um mundo de pura abstração e, digamos, de raízes nacionais. Mas não como uma colagem, e não como uma contradição, porque você pode obter uma abstração total dos elementos ou raízes nacionais e obter um sabor vital. Os elementos essenciais das raízes nacionais de qualquer país são absolutamente abstratos. Não estou falando dos elementos superficiais como, em Cuba, as maracas, os bongôs e o cha-cha-cha. Mas se você for ao ritual da música afro-cubana e analisar a parte melódica, os elementos são tão comuns quanto o canto bizantino ou gregoriano. Esses elementos – terminações particulares e relações internas rítmicas – são profundos, quase abstratos e comuns a muitas coisas em Cuba.
Minha linguagem seguiu uma espécie de estrutura em arco. Comecei com folclore e raízes nacionais. Eu gradualmente me desenvolvi na abstração. Cheguei à abstração quase total nos anos 70. E então eu voltei gradualmente às raízes nacionais através de um sentimento romântico sofisticado. Vamos chamá-lo de hiper-romântico, porque o que estou usando é um clichê óbvio. Não tem o sentimento de um romântico tardio como Barrios Mangoré ou de um romântico puro como Mahler.
Não é só uma citação de estilo, é uma necessidade, uma redescoberta de estilo, da mesma forma que alguns compositores estão usando elementos como o gamelão da Indonésia e ritmos da África, convertendo-os em uma coisa nova chamada música minimalista. Estou usando esse estilo neoromântico que não é “neo”, mas “hiper”. O Concierto Elegíaco é assim construído, tal como o são algumas secções do Quarto Concerto.
Nos anos 50 e 60, você tinha Pierre Boulez que eu admiro, e Stockhausen. Eles se tornaram os reis da música estruturalista com um sentimento totalmente serial e aleatório. Foi a decomposição de estruturas, que também utilizei na minha música: Parábola, o Segundo Quarteto de Cordas, Sonograma para orquestra sinfônica e muitas outras coisas. Mas, em determinado momento, essa linguagem se atomizou e se quebrou. Estava falhando em se comunicar e se tornando cada vez mais abstrata, cada vez mais hermética. Acho que a música é para todos, para o público – tanto o público altamente sofisticado quanto o mais simples. Claro, com educação, com cultura.
Não estou fazendo concessões. Se eu fosse fazer concessões, seria melhor fazer arranjos para Barbara Streisand.
Também temos aqui uma gravação da Fantasía para un gentilhombre, do compositor espanhol Joaquín Rodrigo. Mais uma vez a dupla Bream/Brouwer aposta na sobriedade que é um pouco rara nas gravações de violão, de forma a comunicar ao ouvinte os elementos estruturais da obra como as fanfarras de trompetes, os cantos de pássaros etc.
Rodrigo (1901-1999): Fantasía para un gentilhombre
4 Villano
5 Ricercare
6 Españoleta
7 Fanfare de la Caballería de Nápoles
8 Danza de las Hachas
9 Canario
Guitar – Julian Bream
Conductor – Leo Brouwer
Orchestra – RCA Victor Chamber Orchestra
ALTAMENTE RECOMENDADO! Isto aqui é um baita presente de Natal para os pequepianos. Rafael Torres, do grupo Argonautas, escreveu para o PQP Bach a fim de que os CDs do grupo do qual faz parte fossem divulgados por aqui. Incrivelmente, ele escreveu que “Seria uma boa maneira de divulgar o grupo, temos tão pouca oportunidade na terra do forró”.
Céus, como assim? Pouca oportunidade? Os CDs são maravilhosos, de uma qualidade e apuro instrumental difíceis de encontrar e digo mais: se este grupo tivesse surgido num ambiente mais favorável à cultura brasileira — e falo do final do século XX, ainda pertinho de nós — hoje seria um clássico.
Ah, duvidam? Então ouçam!
Os textos abaixo são do grupo Argonautas.
Sobre o 1º disco – Interiores
A alvorada e o movimento da manhã. A vida desperta sem pressa. As rotineiras e sinceras saudações entre comadres e compadres. O cheiro de café. As festas, as quermesses, as rezas, os santos. As missas. Os ciganos. O céu estrelado. O leve e solitário badalho do chocalho. O canto da coruja. O apagar da lamparina. Nos sonhos, os bons sentimentos de compartilhar, de respeitar e amar leve e imensamente (a vida).
Interiores vem de uma sensação que todos parecemos compartilhar: a de que quando as cidades cresceram, quando o progresso veio, alguma coisa se perdeu, uma inocência e uma poesia que quase não existem mais.
Esta poesia que existiu no passado nos causa uma nostalgia que não conseguimos explicar, a saudade de algo que muitos de nós nem sequer chegamos a conhecer.
Mergulhado nesse sentimento, o disco passeia pelos interiores do Brasil e pelos interiores de todos nós.
Sobre o 2º disco – Jangada Azul
Com 9 anos de lapso após o disco Interiores, os Argonautas lançam seu segundo álbum, Jangada Azul.
Sendo Interiores um disco conceitual, com uma ideia e uma atmosfera que o perpassam, o grupo decidiu por um segundo álbum mais variado.
Não que isso fuja da proposta do grupo, o disco conta com obras autorais que se enquadram no cancioneiro popular brasileiro.
Os Argonautas esperam que o álbum que seja mais do que um punhado de canções. Porque para falar da seca, que nunca viveram, precisam encontrar os seus sertões, seus mandacarus, suas ilhas, suas Fortalezas.
Sobre os Argonautas
Formado em 1999 em Fortaleza, Ceará, exibindo músicas próprias e releituras de obras relevantes do cancioneiro brasileiro.
Bossa nova, samba, maracatu, frevo, música instrumental, música do Movimento Armorial, cirandas, Tom Jobim, Chico Buarque, Edu Lobo, João Gilberto, Luiz Gonzaga, Antônio Nóbrega, Astor Piazzolla, JS Bach, Beethoven, Debussy, Rachmaninoff, Stravinsky, Villa-Lobos. São as principais influências dos Argonautas. Mas como unir todos esses universos sonoros e artísticos e combiná-los em uma só linguagem?
É nisso que os Argonautas vêm trabalhando, desenvolvendo sua sonoridade. O resultado não é um só. Em cada nova canção, em cada novo arranjo, em cada gravação o grupo pretende abrir uma nova vereda, que ele próprio descobriu ao se encantar, antes, com as possibilidades das músicas dos seus antepassados e mestres.
O quarteto trabalha com vários instrumentos: violão, piano, viola, flauta, acordeon, saxofone, clarinete, guitarra, metalofone/ glockenspiel, bandolim, contrabaixo, bateria e diversos instrumentos de percussão.
Interiores
1. Cataventos (Rafael Torres e Alan Mendonça)
2. Arlequim (Ayrton Pessoa) (Instrumental)
3. O Amor de Margarida Flor (Ayrton Pessoa e Alan Mendonça)
4. Qui Nem Jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)
5. Alameda (Rafael Torres)
6. Déjà Vu (Ayrton Pessoa e Alan Mendonça)
7. Carolina (Ayrton Pessoa, Raphael Gadelha e Rafael Torres)
8. Interiores 2 (Rafael Torres e Alan Mendonça)
9. João e Maria (Sivuca e Chico Buarque)
10. Quintal (Ayrton Pessoa) (Instrumental)
11. Canção para João de Despedida (Ayrton Pessoa e Alan Mendonça)
12. Interiores (Rafael Torres)
Gravado em 2008 no estúdio Trilha Sonora, Fortaleza, Ceará
Produção: Rafael Torres e Ayrton Pessoa
Direção Artística: Rafael Torres
Gravação: Hugo Lage
Mixagem e Masterização: Anfrísio Rocha (Estúdio Som do Mar)
Fotos: Henrique Torres
Participação do Grupo Ad Libitum: Angelita Ribeiro, Maria Helena Lage, Cristiane Ramalho, Lia Villar e Luciana Gifoni (flautas doces)
1. Mareia (Rafael Torres e Ayrton Pessoa)
2. Ilação (Ayrton Pessoa)
3. Fortaleza (Rafael Torres)
4. Aqui Nesta Ilha (Ayrton Pessoa e Joyce Nunes)
5. Choro de Mandacaru (Rafael Torres e Alan Mendonça)
6. Outros Americanos (Ayrton Pessoa)
7. Cantiga do Sertão (Rafael Torres) (Participação de Nonato Luiz ao violão)
8. Plantaria (Ayrton Pessoa e Alan Mendonça)
9. De Volta ao Começo (Rafael Torres e Alan Mendonça)
10. Flores de Maio (Rafael Torres e Alan Mendonça)
11. Miudilha do Beijo (Rafael Torres) (Instrumental)
12. Choro Dela (Rafael Torres)
Gravado em 2017 no estúdio Trilha Sonora, Fortaleza, Ceará
Produção: Rafael Torres e Ayrton Pessoa
Direção Artística: Rafael Torres
Gravação: Hugo Lage e Luiz Orsano
Mixagem e Masterização: Luiz Orsano
Este disco é dedicado a Henrique Torres e Angelita Ribeiro
Semana cheia, muitos compromissos e Natal se aproximando – já quase dá para ouvir os sininhos das renas de Papai Noel! Não tem sobrado muito tempo para ouvir música, mas para o que gostamos, sempre se dá um jeito…
Na esteira do Concerto para Violoncelo de Shostakovich, continuei a explorar a música para violoncelo e orquestra de compositores russos e dei com meus costados neste disco espetacular. Gostei tanto que comecei a preparação da postagem, deixando a tradicional busca nos vaults da corporação para saber se ele já havia sido postado para depois. Pois lá estava, com a tradicional verve do nosso editor-chefe e o carimbo iso-PQP Bach de qualidade: IM-PER-DÍ-VEL !!!
PQP Bach menciona que Han-Na Chang superou Rostropovich nesta gravação. Bem, vale a pena dizer que a moça estudou bastante e teve aulas diretamente com Misha Maisky, que foi aluno de Rostropovich. Em 1994 ela ganhou o Quinto Concurso Rostropovich de Violoncelo e passou a estudar diretamente com ele. Assim, a moça fez sua lição de casa…
A Sinfonia Concertante, obra comum aos dois discos da postagem, foi escrita entre 1950 e 1952 como uma completa revisão do Concerto para Violoncelo, op. 58, composto entre 1933 e 1938.
Prokofiev ouviu em 1947 um jovem violoncelista de 25 anos interpretar seu concerto e gostou tanto que prometeu rever a obra para ele. É claro, o violoncelista era Mstislav Rostropovich e o resultado da promessa a Sinfonia Concertante.
Basicamente, uma sinfonia concertante é um concerto para um ou mais instrumentos que atuam como solistas, mas também se misturam sinfonicamente na textura musical mais ampla. Esse gênero musical deriva em parte dos concerti grossi do período barroco e floresceu na França nos dias de Devienne, Gossec e Playel. Nosso irmão de Londres, o Johann Christian Bach compôs obras desta natureza que eram apresentadas em Londres pela orquestra dos concertos da dupla Abel-Bach. Mozart certamente conhecia estas obras e escreveu uma obra-prima no gênero. Quando Papa Haydn andou por Londres, foi jogado em um ringue pela imprensa local, tendo no outro corner um dos seus ex-alunos, o já mencionado Ignaz Playel. Qual deles seria o campeão das sinfonias concertantes. Pois não é que o idoso compositor levou o cinturão com a sua Sinfonia-Concertante…
Apesar da terminologia, as sinfonias concertantes dos compositores mais recentes se colocam em seus próprios termos e há algumas gemas que merecem ser devidamente exploradas, assim como esta obra de Prokofiev.
Sergei Prokofiev (1891 – 1953)
Sinfonia Concertante em mi menor para violoncelo e orquestra, Op. 125
Andante
Allegro giusto
Andante con moto
Sonata em dó maior para violoncelo e piano, Op. 119
Andante grave – Moderato animato – Andante grave, come prima – Allegro animato
Moderato – Andante dolce – Moderato primo
Allegro, ma non troppo – Andantino – Allegro, ma non troppo
Chang and Pappano offer a fiercely communicative Symphony-Concerto and an equally distinctive, though more conventionally ruminative account of the Sonata. […] The cellist is placed closer than would be the case in live concert, but such technically invulnerable playing can take it.
Han-Na Chang’s disc is quite superb. [The Gramophone Classical Music Guide 2010]
Sergei Prokofiev (1891 – 1953)
Concerto em mi menor para violoncelo e orquestra, Op. 58
Whatever conclusions one draws from a direct comparison between the two works, there is little doubt that Alban Gerhardt is equally committed to both. [BBC Music Magazine 2009]
Matching menace with intense lyricism, these performances of two closely related works are compelling. Alban Gerhardt…can convey the lyrical lines mellifluously and also whet his cutting edge when the composer is at his most acerbic. [The Daily Telegraph 2009]
Após os medalhões sagrados, os jovens talentos. Sim, depois do grandes especialistas em instrumentos antigos Jörg Demus e Franzjosef Maier, temos agora um trio de músicos finlandeses que têm gravado pela Naxos e pela Brilliant Classics, selos que costumam atrair menos holofotes mas muitos elogios dos melômanos.
Podemos comparar as gravações do trio “Gassenhauer” e ver que os finlandeses fazem um Beethoven com alguns andamentos bem mais ágeis do que os alemães/austríacos do LP de 1979 que postei ontem. Outra diferença: no LP da Harmonia Mundi, eram utilizados instrumentos originais da época de Beethoven. Já neste CD gravado em 2019, o Trio Origo usa um clarinete e um fortepiano fabricados há pouco tempo, mas copiando modelos respectivamente de 1784 e 1800. Esses instrumentos copiam o design e os materiais dos instrumentos antigos, mas têm como vantagem o frescor da madeira e cordas, que não estão gastas pelo tempo. O pianista Ronald Brautigam e o cravista Pierre Hantaï estão entre os músicos que preferem instrumentos desse tipo.
A outra obra do CD é um arranjo, pela mão do próprio compositor, para o Septeto opus 20. Hoje o arranjo é mais tocado do que o original, provavelmente pela dificuldade de se juntar um conjunto com quatro cordas diferentes (violino, viola, cello e contrabaixo) e mais clarinete, trompa e fagote. É um Beethoven típico da primeira fase, ainda sem vontade de chocar o gosto musical da aristocracia vienense. Os adagios são mais cantabile e menos revolucionários. O que não significa que não apareçam elementos próprios de Beethoven, que os melômanos encontrarão aos montes.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Trio for Clarinet, Cello and Fortepiano in B flat major “Gassenhauer”, Op.11 (1797)
1. Allegro con brio
2. Adagio
3. Tema con variazioni (“Pria ch’io l’impegno”: Allegretto)
Trio for Clarinet, Cello and Fortepiano in E flat major, Op.38, arrangement of the Septet Op.20 by the composer (1802-3)
4. Adagio – Allegro con brio
5. Adagio cantabile
6. Tempo di menuetto
7. Andante con variazioni
8. Scherzo: Allegro molto e vivace
9. Andante con moto alla marcia – Presto
Trio Origo:
Asko Heiskanen clarinet after H. Grenser, ca. 1800
Jussi Seppänen cello by Anon., 18th century
Jerry Jantunen fortepiano after J.A. Stein, 1784
Ludwig van Beethoven não sabia exatamente quantos anos tinha. É o que indicam um diário de 1818, anotações de 1820 e 1823 e vários depoimentos. Como nos informa esta página, a culpa provavelmente é do pai, que queria valorizar o menino prodígio e o apresentava, já em março de 1778, como uma criança de 6 anos, quando na realidade teria 7.
Quando falo “na realidade”, é segundo os historiadores atuais, que fixaram o ano de 1770 com base no documento do batizado. Mas o próprio Ludwig desconfiava desse documento. Então a realidade, ao menos na cabeça dele, era confusa e o seu nascimento estava envolvido em densas névoas. Então hoje homenageamos os 201 anos do seu nascimento, ou talvez, quem sabe?, os 200 ou 199, com uma obra tão misteriosa quanto a vida do compositor, e uma outra obra mais galante e simples.
O trio em ré maior, opus 70 nº 1, publicado em 1809, foi chamado Geistertrio (Trio des Esprits, Ghost Trio, Trio “Fantasma” ou “dos Fantasmas”, o que faz diferença) devido ao seu longo, lento e misterioso movimento central, com a indicação de tempo “Largo assai ed espressivo“. Houve também quem associasse estes fantasmas ao fato de Beethoven, entre 1808 e 1809, estar trabalhando paralelamente numa ópera sobre Macbeth. Mas ao que tudo indica, o apelido “fantasma” aparece – ao menos por escrito – apenas nos anos 1840, a partir de Carl Czerny, pupilo de Beethoven. Ele é característico da face (e da fase) mais heróica, mais emocionalmente intensa do compositor, justamente a face de Beethoven com a qual os Românticos do século XIX iriam se identificar e reverenciar. Também a Sonata “ao luar” (1801) ganharia esse apelido apenas em 1832, cinco anos após a morte do compositor. E o famoso tema inicial da Quinta Sinfonia (1808) só aparece descrito como uma representação do “destino batendo na porta” em 1840 na biografia publicada por Anton Schindler, o mesmo que escreveu que Beethoven comparava à 17ª Sonata para Piano à Tempestade de Shakespeare. Schindler foi secretário e assistente do compositor, então talvez sua interpretação seja a correta. Ou não. O importante aqui é notar essa profusão post mortem de apelidos românticos para obras que realmente têm (ou não tem?) uma expressão romântica e misteriosa.
Já o Trio para piano, clarinete e violoncelo opus 11, de 1797, é menos misterioso e foi muito popular na época em que foi lançado. O apelido “Gassenhauer” significa algo como um hit cantado nas ruas e esquinas, e faz referência ao tema do último movimento, uma melodia que todos conheciam na Áustria (tá vendo Sérgio? Voltamos com a Áustria, recém-riscada do mapa neste blog). Aqui, o compositor de vinte e poucos anos já mostrava sua habilidade na forma “Tema e variações”, que aparecerá em obras como as variações opus 35 (1802), o final da Sinfonia Eroica (1804) e depois em várias de suas últimas sonatas e nas enormes variações sobre um tema de Diabelli (1823).
Este disco de 1979 recebeu uma excelente transferência para o digital e não se ouve o chiado do LP. E o elenco aqui é de primeira linha:
O austríaco Jörg Demus (1928-2019) foi um pioneiro nas interpretações com instrumentos antigos. Ele gravou, em sua longa carreira, obras de Beethoven para piano solo, a quatro mãos, piano e violoncelo, piano e violino, quinteto com sopros… Enfim, teve experiência com toda a obra, e não só com as sonatas e concertos.
O alemão Franzjosef Maier (1925-2014) foi spalla do Collegium Aureum desde sua formação. Esse grupo baseado em Colônia (Köln) gravou muito pela Harmonia Mundi, mesmo selo que lançou este LP de hoje. Os outros dois músicos também tocavam com o Collegium Aureum.
Ludwig van Beethoven (1770-1827):
Lado A
Geistertrio – Trio Op. 70 No. 1, “Fantasma”, em ré maior
I. Allegro vivace e con brio
II. Largo assai ed espressivo
III. Presto
Lado B
Gassenhauertrio – Trio Op. 11 para piano, violoncelo e clarinete
I. Poco sostenuto – Allegro, ma non troppo
II. Allegretto, C major/minor
III. Allegretto ma non troppo
IV. Finale. Allegro
Jörg Demus – fortepiano (Hammerflügel) por Conrad von Graf, Viena
Franzjosef Maier – violino por N. Gagliano, Nápoles 1728
Rudolf Mandalka – violoncelo por J. & A. Gagliano, Nápoles 1747
Hans Deinzer – clarinete por Turz, Innsbruck, 1790
LP by Deutsche Harmonia Mundi, 1979
Uma dúvida: quais terão sido as obras de Beethoven que lhe renderam mais dinheiro em vida? Para responder a essa difícil questão, seria preciso converter entre as moedas de vários países da Europa, pois, assim como Haydn, Beethoven publicava suas partituras em várias cidades ao mesmo tempo, como uma forma de aumentar seus rendimentos.
Das obras gravadas por Brautigam neste CD, as Variações Diabelli op.120 foram publicadas em Viena, não sem tentativas de publicação em Londres (intermediadas por Ferdinand Ries, ex-aluno de Beethoven) e em Leipzig pela editora Peters, que existe até hoje. E as Variações sobre temas nacionais op.105 foram publicadas em Londres, durante uma pausa na composição das Variações Diabelli. Não poderiam ser mais diferentes, apesar de serem do mesmo período: as variações op. 105 são em estilo “agradável e não muito difícil” segundo o pedido do editor escocês, elas se baseiam sobretudo em temas populares escoceses, com algumas melodias de outras origens. Para aumentar as vendas, elas foram compostas para uma formação variável: piano e flauta ou violino ad libitum, o que significa que a flauta ou violino é opcional. E aqui, Brautigam toca sozinho em um pianoforte que é réplica de um instrumento de 1822 do austríaco Conrad Graf. Beethoven foi proprietário de um piano feito por Graf, já muito maior e mais potente do que aqueles em que compôs suas primeiras sonatas e concertos.
Já as variações Diabelli, como vocês já viram aqui e aqui, tiveram origem em uma valsa bastante simplória mas, após anos de labuta do compositor, se tornaram uma das obras mais complexas, sofisticadas, ousadas e longas do repertório para piano. Vou poupá-los de mais elogios a essas variações e voltar brevemente para a questão da grana, afinal, Beethoven não era um herdeiro como Mendelssohn nem um amante de mulher rica como Chopin, ele realmente precisava ganhar dinheiro com suas obras. Isso aparece nas histórias do biógrafo Schindler, que conhecia bem o homem, de quem foi secretário, mas também relatou algumas lendas pouco confiáveis. Schindler conta que Beethoven teria jogado no chão um romance de Walter Scott, gritando: “Este sujeito escreve para ganhar dinheiro”. Adorno e Horkheimer comentam que o Beethoven dos últimos anos fornece o exemplo mais grandioso da contradição entre mercado e autonomia na arte burguesa, ao compor música difícil e de pouco apelo comercial, ao mesmo tempo em que suas cartas revelam um negociante experiente: “Os que sucumbem à ideologia são exatamente os que ocultam a contradição, em vez de acolhê-la na consciência de sua própria produção, como Beethoven.” [1]
Essa contradição entre arte e mercadoria, diz Adorno, foi conscientemente vivida por Beethoven, e não jogada pra debaixo do tapete. Ele precisava de dinheiro para cuidar de seu sobrinho e precisava manter seu gosto por vinhos. Um exemplo desse Beethoven bem pé-no-chão aparece na sua correspondência com os editores de Mainz, cidade do oeste da Alemanha. Ao mesmo tempo em que discutia com os editores da família Schott sobre a publicação de algumas de suas obras mais sublimes – Nona Sinfonia, Missa Solemnis, Quarteto op. 127, todos foram publicados primeiro em Mainz – ele repetia em várias cartas o pedido de que lhe enviassem vinhos brancos, os únicos que seu médico permitia nos anos finais de sua longa doença.
Em 1º de março de 1827, por exemplo, ele escreveu: “Repito meu pedido anterior, relativo ao vinho do Reno ou Mosel. É infinitamente difícil conseguir algum aqui que seja genuíno e não adulterado, mesmo pelos maiores preços.” Poucos dias antes ele já tinha escrito: “Assim que tiver forças para tal, enviarei as marcações metronômicas de andamentos para a Missa [Solemnis], pois passarei por uma quarta operação neste período. Quanto antes, então, eu receber os vinhos do Reno ou Mosel, mais benefícios eles farão para minha presente condição”. Para outro amigo ele escrevia: “Eu posso beber Champagne… Primeiro o Dr. Malfatti permitia apenas Mosel [vinho da fronteira entre Alemanha, Luxemburgo e França] mas percebeu que não havia como obtê-lo aqui em Viena”. [2]
Voltando de vinhos para pianos: alguns preferirão Arrau, Brendel, Pollini ou Levit tocando as Diabelli em pianos modernos. Mas é inegável que a gravação de Brautigam, longe de ser apenas uma curiosidade (como as Diabelli soam em um pianoforte que imita aquele que Beethoven tinha em casa?), tem todas as características que não podem faltar nas Diabelli: o sarcasmo em relação ao tema saltitante, a seriedade do ‘último Beethoven’ e mesmo umas referências discretas às últimas sonatas, que Brautigam também gravou pela BIS.
Ludwig van Beethoven (1770-1827):
1-34. 33 Veränderungen über einen Walzer von Anton Diabelli, Op. 120 (1819–23) (48’26)
35-40. 6 National Airs with Variations, Op. 105 (1818–19) (18’18)
Ronald Brautigam – fortepiano after Conrad Graf, c. 1822
Incrível, mas já faz um ano que lhes alcancei o epílogo do imenso tributo que fiz a Ludwig em seu jubileu. Ainda mais impressionante, parece-me, é que tenhamos resistido a mais um ano de tanatocracia e que tudo o que nos reste para comemorar, talvez, seja tão só não estarmos no rol de suas centenas de milhares de vítimas fatais.
Quem for capaz de comemorar algo mais que esse extraordinário fenômeno que é estar vivo no Brasil de 2021 poderá celebrar, entre hoje e amanhã, mais um natalício do genial renano, que provavelmente nasceu num 16 de dezembro como hoje e foi batizado no dia seguinte, o 17 de dezembro que se convencionou considerar seu aniversário. E, já que suponho que ainda estejam a digerir a fartadela de postagens e gravações beethovenianas com que abarrotei este blogue no ano passado, em vez dum banquete pantagruélico, então, hei de oferecer-lhes somente um digestivo, um fino chocolatinho mentolado.
A despeito do enganoso título de “A Obra Completa de Ludwig van Beethoven”, nosso esforço de alcançar-lhes a integral do grande homem teve algumas desimportantes lacunas, quase todas por conta de obras fragmentárias, ou rascunhos, ou coisas que ele próprio houve por bem não levar à prensa. De significativo, sem dúvidas, faltou apenas a segunda versão de sua única ópera, lançada como “Leonore” e que viria a se tornar “Fidelio”, cuja gravação não encontrara em lugar algum…
… até que a encontrei.
Com um ano de atraso, alcanço-lhes a primeira e até agora única gravação comercial já realizada da segunda versão de “Leonore”. Composta por dois atos, foi estreada em 29 de março de 1806, meros quatro meses depois do naufrágio da versão original em três atos, muito por conta de que o público da première em Viena era composto de invasores franceses que provavelmente entendiam lhufas de alemão e, mesmo que entendessem, não aplaudiriam um libelo daquele naipe contra a opressão. Beethoven, como era seu hábito, tomou para si os engulhos do fracasso e, aconselhado por amigos e com a ajuda de um dos melhores deles, Stephan von Breuning, tratou de podar “Leonore” para deixá-la com um ato a menos.
Nem tudo foram cortes: foi adicionada uma marcha para a entrada do vilão Pizarro e, mais notavelmente, uma poderosa abertura, que se ouve amiúde, por si mesma, nas salas de concertos, e que depois se convencionou chamar de “Leonore no. 3”. Ela é uma adaptação daquela da versão original, transfigurada num portento sinfônico que contrasta, e alguns dirão que não favoravelmente, com o singelo número vocal inicial. Não só este, mas boa parte da tertúlia entre Marzelline e Jaquino por conta de Fidelio, que tomava praticamente todo o primeiro dos atos da versão de 1805, foi sumariamente decepada. Também foram tosadas uma ária inteira de Rocco e a discussão entre Don Fernando e a turba sobre a punição de Pizarro, no final da ópera. O maravilhoso dueto “O namenlose Freude” foi cortado pela metade, e o início da ária “Ach! brich noch nicht!” de Leonore (que se tornaria “Abscheulicher!” na versão de 1814) foi abreviado. As apressadas machetadas surtiram efeito, e a nova “Leonore” foi um sucesso em sua estreia, ainda que a temporada viesse a ter apenas mais uma récita, por conta de brigas (para variar) entre o compositor turrão e a direção do teatro.
Para todos que se interessam por “Leonore”/”Fidelio”, indiscutivelmente a maior fonte de gastura e cabelos brancos para Beethoven entre todas suas obras, essa gravação da versão de 1806 é um pitéu. Reconstruída pelos musicólogos dos Arquivos Beethoven de Bonn, torna-se especialmente fascinante quando cotejada com a versão anterior e a final da ópera. Dessa forma, ela nos mostra como funcionava o estaleiro musical do renano, ao coletar os restos dum naufrágio de bilheterias e transfigurá-lo num razoável, ainda que tardio, sucesso. Ademais, ela se sustenta por si só, em especial pela notável Leonore de Pamela Coburn – uma das melhores Leonores entre todos “Fidelios” e “Leonores” que há no mercado fonográfico -, pelo ótimo coro e pelo competente acompanhamento sob a regência de Marc Soustrot, muito bem gravados por uma orquestra e num teatro conterrâneos do aniversariante de amanhã. O ponto fraco, como sói acontecer em gravações deste Singspiel, são os diálogos, aqui gravados por atores, cujas vozes têm timbres completamente diferentes dos cantores, e cujas intervenções são separadas dos números musicais por pausas que destroem qualquer fluência na trama. Minha sugestão é a habitual: pular os diálogos, indicados abaixo por aspas simples, e ouvir só a grande música do renano.
Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Leonore, oder Der Triumph der ehelichen Liebe (“Leonore, ou O Triunfo do Amor Conjugal”), ópera em dois atos (versão de 1806, Hess 110)
Libreto de Joseph Sonnleithner, baseado na peça “Leonore, ou L’Amour Conjugal” de Jean-Nicolas Bouilly, editado por Stephan von Breuning
DISCO 1
1 – Abertura em Dó maior, Op. 72b (“Leonore III”)
PRIMEIRO ATO
2 – ‘Fidelio kommt noch nicht zurück!’
3 – No. 1, ária: ‘O war ich schon mit dir vereint’
4 – ‘Wenn ich diese Thüre heute nicht schön’
5 – No. 2, dueto: ‘Jetzt, schatzchen, jetzt sind wir allein’
6 – ‘Es ist hein anderes Mittel übrig’
7 – No. 3, quarteto: ‘Mir ist so wunderbar’
8 – ‘Höre, Fidelio, wenn ich auch nicht weiß’
9 – No. 4, trio: ‘Gut, Sohnchen, gut’
10 – ‘Aber nun es Zeit, daß ich’
11 – No. 5: Marcha
12 – ‘Drey Schildwachen auf den Wall’
13 – No. 6, ária com coro: ‘Ha! Welch ein Augenblick!’
14 – ‘Ich darf keinen Augenblick säumen’
15 – No. 7, dueto: ‘Jetzt, Alter, hat es Eile!’
16 – ‘Ha! Rocco spricht noch immer mit dem Gouverneur!”
17 – No. 8, recitativo e ária: ‘Ach, brich noch nicht, du mattes Herz!…’
18 – ‘Sieh’ doch, da bist du schon wieder allein’
19 – No. 9 dueto: ‘Um in der Ehe froh zu leben’
20 – ‘Sieh’ lieber Fidelio, so anhänglich’
DISCO 2
1 – ‘Ha! so habe ich dich endlich ertappt’ – ‘Was habt ihr beyde dann wieder mit einander zu zanken?’
2 – No. 10, trio: ‘Ein Mann ist bald genommen’
3 – ‘Immer erregt es in mir wohlthätige Empfindung’
4 – No. 11, finale: ‘O welche Lust, in freier Luft’ – ‘Nun sprecht, wie ging’s?’ – ‘Wir müssen gleich zum Werke schreiten’ – ‘Auf euch nur will ich bauen’
SEGUNDO ATO
5 – No. 12: Introdução em Ré maior – Recitativo e ária: ‘Gott! Welch Dunkel hier!…’ – ‘In des Lebens Frühlingstagen’
6 – ‘Wie kalt ist es in diesen unterrdischen Gewölbe!’
7 – No. 13, dueto: ‘Nur hurtig Fort, nur frisch Gegraben’
8 – ‘Er erwacht!’
9 – No. 14, trio: ‘Euch werde Lohn in bessern Welten’
10 – ‘Alles ist bereit; ich gehe das Signal geben!’
11 – No. 15, quarteto: ‘Er sterbe! Doch er soll erst wissen’
12 – ‘Verlaß uns nicht! O hilf – ‘
13 – No. 16, recitativo e dueto: ‘Ich kann mich noch nicht fassen’ – ‘O namenlose Freude!’
14 – ‘O Leonore, sprich! durch welches Wunder’
15 – No. 17, finale: ‘Zur Rache! Zur Rache!’ – ‘Hinweg mit diesem Bösewicht’
Pamela Coburn, soprano (Leonore) Christine Neithardt-Barbaux, soprano (Marzelline) Mark Baker, tenor (Florestan) Jean-Philippe Lafont, tenor (Pizarro) Benedikt Kobel, tenor (Jaquino) Eric Martin-Bonnet, baixo (Don Fernando) Victor von Halem, baixo (Rocco) Kölner Rundfunkchor Orchester der Beethovenhalle Bonn Marc Soustrot, regência
Nem todo CD que a gente posta neste blog é por morrer de amores pelo repertório; existem muitas outras razões possíveis. Por exemplo, o CVL e eu (Ranulfus) postamos bastante por razões de documentação: disponibilizar coisas de determinada época ou tendência artística pras pessoas poderem saber que essas coisas existem e como são.
Aliás, o próprio Grão Mestre PQP não faz isso sempre, mas quando faz vai fundo: baste ver o Miles Davis que ele postou há dois dias, que, como ele mesmo é o primeiro a dizer, é realmente o ó do borogodó.
Mas esse NÃO é, de jeito nenhum, o caso do CD que estou postando agora! É um CD muito bom; minha ressalva é só que pessoalmente sinto mais afinidade com repertórios de outras épocas e estilos.
Então minha decisão de postar estas peças brasileiras inincontráveis de outro modo tem por um lado esse caráter documental – mas também outras razões: uma delas a própria voz, e a impecabilidade no uso dessa voz, dentro da técnica que escolheu, da soprano Marília Vargas – que apesar de minha conterrânea só conheci este ano com a estupenda postagem feita pelo CVL das cantatas da compositora seiscentista veneziana Barbara Strozzi.
Pessoalmente continuo preferindo ouvir a voz da Marília nas cantatas de Strozzi – mas também não posso deixar de reconhecer o capricho, o empenho verdadeiramente amoroso colocado por Marília e pelo musicólogo Paulo José da Costa, seu pai, na pesquisa e realização do CD, não por acaso chamado (a partir de um verso de uma das canções) “Todo amor desta terra”.
As 22 faixas procedem de 8 compositores, só 2 deles vivos, com por volta de 90 anos. Desses oito, o nascido há mais tempo (130 anos) morreu com 47, vítima da gripe espanhola: trata-se de Augusto Stresser (1871-1918), sempre mencionado como autor da primeira ópera composta no Paraná, “Sidéria”, de 1912 (houve outras?). O mais recente estaria com 77 anos, se não houvesse morrido aos 74: Henrique de Curitiba (1934-2008), que comparece com um ciclo de 6 poemas musicados, mais uma faixa independente.
No entremeio temos (retomando a ordem de antiguidade) Benedito Nicolau dos Santos (1878-1956), com uma faixa – e aí as principais estrelas da “face antiga” do disco: 5 faixas de Bento Mossurunga (1879-1970) e 4 de Alceo Bocchino (1918). Entram ainda Wolf Schaia (1922-2002) com 2 faixas, Gabriel de Paula Machado (1924) com uma, e também uma de José Penalva (1924-2002).
Canções paranaenses ou curitibanas? Dos oito compositores, cinco são curitibanos – sendo que Alceo Bocchino, com 92 anos, vive há 65 no Rio. Mossurunga nasceu em Castro (cidade cujo rio é homenageado na primeira faixa), mas viveu 25 anos no Rio e bem uns 60 em Curitiba. Paula Machado parece ter vivido dividido entre sua Ponta Grossa natal e Curitiba. E o Padre Penalva, provavelmente o compositor mais denso do grupo, é paulista de Campinas; mudou-se com 34 anos para Curitiba, onde produziu o principal de sua obra nos 44 anos seguintes.
Paranaenses ou curitibanas, minha impressão é que a sombra de uma terceira cidade recai sobre pelo menos metade das canções: a do Rio antigo. Pois pelo menos metade podem ser classificadas como modinhas tardias: criações novecentistas dentro do principal gênero “de salão” da música brasileira oitocentista – “popular” na medida em que possa ser chamada assim a música cultivada nas casas senhoriais. E na combinação soprano e piano a modinha está inteiramente em casa.
Talvez o caso mais curioso no CD seja a canção do Padre Penalva (faixa 14), compositor que estamos acostumados a ver transitando entre o dodecafonismo e os clusters vocais à la Penderecki: pois não é que comparece aqui com uma espécie de modinha alunduzada? A propósito, uma exploração bastante interessante dos belos versos de Menotti del Picchia, mas em certo sentido a menos paranaense das canções: antecede em cinco anos a instalação do autor em Curitiba.
As mais paranaenses, num sentido folclorizante, são – é chato dizer, mas necessário – as que eu menos gosto: peças que pretendem estilizar para o salão um tipo de música que têm seu berço no galpão, e que vive muito bem no galpão sem precisar fingir o que não é. (Falo de um galpão sulino, puxando para o gauchesco). Cabem nesse saco (ou pelo menos tendem a ele) as faixas 2, 6 e 9, sintomaticamente chamadas “Tristeza do Pinheiro”, “Sapecada” (nome que se dá para assar pinhão no mato numa fogueira das próprias grimpas do pinheiro/araucária) e “Gauchinha”.
Eu diria ainda que duas das canções escapam ao modinheiro e ao folclorizante no rumo do Lied romântico europeu (com perdão da redundância): as faixas 5 (“As letras”, de Wolf Schaia sobre versos de Fagundes Varella) e 15 (a forte “Canção de Inverno” de Alceo Bocchino).
Finalmente, espero não estar sendo influenciado pela generosidade com que, nos anos 70, Henrique de Curitiba recebia os estudantes mais inquietos na sua mesa na Confeitaria Iguaçu ou mesmo na sua casa, ao dizer que se há uma voz propriamente pessoal no CD, essa é a sua. Não que aí também não apareça o elemento “modinha”; só que, justamente, é apenas um elemento. Também não quero dizer que a composição de Henrique me convença sempre: a última faixa do CD, por exemplo (e a exemplo de algumas outras peças suas que conheço, não neste CD), me parece ficar no nível de uma construção artificial, uma intenção de composição que não recebeu a graça daquele sopro de vida que concede naturalidade até às coisas construídas mais artificialmente. Mas Henrique também tem outros momentos –
… como o encontro entre o filho de poloneses Zbigniew Henrique Morozowicz (“de Curitiba” é nome artístico) e a filha de ucranianos Helena Kolody (1912-2004), uma modesta professora de ciências apaixonada pelas palavras desde menina, que com os anos atingiu um minimalismo singelo tão pessoal que a tornou a inegável grande dame da poesia paranaense. De 1999, os “Seis Poemas de Helena Kolody” são a peça mais recente do CD, e me caem como um vinho branco de perfume sutil. Em sua delicada síntese de eslavo e brasileiro, romântico e moderno, estudado e intuitivo, quer-me parecer que neste ciclo nosso professor e amigo Henrique chegou lá – tanto no sentido de realização pessoal quanto no de alguma coisa que possa ser chamada de “canções paranaenses”, e não apenas “de compositores paranaenses”.
Mas eu falei que postava o CD por diversas razões, e há uma que ainda não mencionei – esta bem pessoal: é que precisamente hoje, 10 de setembro, se encerra a estada de nove meses do peregrino monge Ranulfus na cidade de Curitiba: sua próxima postagem já virá de outro canto do Brasil. Daí a vontade de marcar o momento com a divulgação deste CD, o qual talvez possa ser entendido – inclusive em sua imagem de capa reproduzida abaixo – como um sensível reflexo das múltiplas e para mim fascinantes ambiguidades deste lugar.
“Todo amor desta terra” – canções paranaenses [1900-1999] (2008)
Soprano: Marília Vargas – Piano: Ben Hur Cionek
Flauta transversal: Fabrício Ribeiro (faixa 6)
01 Ondas do Iapó – Bento Mossorunga / José Gelbeck
02 Tristeza do Pinheiro – Bento Mossorunga / Alberico Figueira
03 Virgem do Rocio – Bento Mossorunga / Alberico Figueira
04 Cantiga de Ninar – Alceo Bocchino / Glauco de Sá Britto
05 As Letras – Wolf Schaia / Fagundes Varela
06 Sapecada – Bento Mossorunga / João de Barros Cassal
07 A Marília – Alceo Bocchino / Tomás Antônio Gonzaga
08 Só tu – Wolf Schaia / Paulo Setúbal
09 Gauchinha – Alceo Bocchino / Antônio Rangel Bandeira
10 Mimosa Morena – Benedito Nicolau dos Santos / Correia Junior
11 Vem – Bento Mossorunga / José Gelbeck
12 Serenata da ópera “Sidéria” – Augusto Stresser / Jayme Ballão
13 Ismália – Gabriel de Paula Machado / Alphonsus de Guimarães
14 Saudade – José Penalva / Menotti del Picchia
15 Canção de Inverno – Alceo Bocchino / Pery Borges
. . . . . . . . .
SEIS POEMAS DE HELENA KOLODY – Henrique de Curitiba
16 Cantar
17 Cantiga de Roda
18 Voz da Noite
19 Âmago
20 Nunca e Sempre
21 Viagem Infinita
. . . . . . . . .
22 E se a lua nos contasse – Henrique de Curitiba
Um disco apenas razoável, nada demais. Invernizzi é ótima, assim como a Bizzarrie Armoniche.
Élisabeth-Claude Jacquet de La Guerre (nascida Jacquet) nasceu em 17 de março de 1665, em uma família de músicos e mestres fabricantes de instrumentos na paróquia de Saint-Louis-en-l’Île, Paris. Ela veio de uma rica família de pedreiros, músicos, compositores e fabricantes de instrumentos. Seu avô, Jehan Jacquet, e seu pai, Claude Jacquet, eram fabricantes de cravos. Em vez de apenas ensinar seus filhos, Claude Jacquet ensinou seus filhos e filhas como sobreviver e prosperar no mundo. Essa educação, o apoio de seu pai e a rica história musical de sua família foram um importante trampolim para sua carreira musical. Ela recebeu sua educação musical inicial de seu pai. Aos cinco anos, Luís XIV notou quando ela se apresentou, evidentemente como uma criança prodígio, em seu palácio de Versalhes. Isso a levou a se tornar uma musicista na corte de Luís XIV, o Rei Sol. Ela escreveu a maioria de suas obras para o rei. Quando adolescente, ela foi aceita na corte francesa, onde sua educação foi supervisionada pela amante do rei, Françoise-Athénaïs, marquesa de Montespan. Ela ficou com a corte real até que se mudou para Versalhes. Em 1684 ela se casou com o organista Marin de La Guerre, filho do falecido organista da Sainte-Chapelle, Michel de La Guerre. Após o casamento, ela ensinou, compôs e deu concertos em casa e por toda a Paris, com grande aclamação.
Barbara Strozzi (Veneza, batizada em 6 de agosto de 1619 – Pádua, 11 de novembro de 1677) foi uma compositora e cantora barroca. Era provavelmente filha ilegítima do poeta e libretista veneziano Giulio Strozzi (1583–1652) e de sua serviçal, Isabella Garzoni, apelidada la Greghetta. Em 1628, Giulio, também ele, filho ilegítimo (depois legitimado) de Roberto Strozzi, refere-se a Barbara como sua figliuola elettiva, ao designá-la como herdeira em seu testamento. Sob a orientação de seu pai, Barbara estudou música com o cantor, organista e compositor Francesco Cavalli, parceiro próximo de Claudio Monteverdi, cuja morte o levou a assumir a liderança entre os compositores da ópera barroca veneziana. Com ele, Barbara também desenvolveu seus dotes de soprano. Aos 16 anos, ela cantava, acompanhando-se de um dos muitos instrumentos de que seu pai dispunha, nos concertos promovidos por Giulio, nas reuniões da Accademia degli Incogniti ou, a partir de 1637, da Accademia degli Unisoni, esta última fundada pelo próprio Giulio.
Antonia Padoani Bembo (c. 1640 – c. 1720) foi outra compositora e cantora italiana. Ela nasceu em Veneza , filha de Giacomo Padoani (1603-1666), um médico e Diana Paresco (1609-1676); ela se casou com o nobre veneziano Lorenzo Bembo (1637–1703) em 1659. Teve três filhos. Mudou-se para Paris antes de 1676, possivelmente para deixar um mau casamento. Lá ela cantou para Luís XIV. Louis concedeu-lhe pensão e moradia na Petite Union Chrétienne des Dames de Saint Chaumont, uma comunidade religiosa.
de la Guerre / Strozzi / Bembo: La Vendetta
E. Jacquet de la Guerre – Sonata I in re per violino e BC
Barbara Strozzi – Sul Rodano Severo
E.Jacquet de la Guerre – Preludio, dalla suite in la per clavicembalo
Antonia Bembo – Passan veloci l’hore
Antonia Bembo – Anima perfida
E.Jacquet de la Guerre – Sonata prima per due violini e violoncello obbligato
E.Jacquet de la Guerre – Sinfonia da ‘Samson’
Antonia Bembo – M’ingannasti in verità
Barbara Strozzi – La vendetta
Barbara Strozzi – Sino alla Morte
Barbara Strozzi – Costume de’ grandi
Roberta Invernizzi, soprano
Bizzarrie Armoniche
dir. Elena Russo
Se o volume 27 foi apenas razoável, este é excelente, principalmente em razão da presença dos 27 Corais para crianças e coro feminino que finalizam este belo CD. Eles foram compostos durante um surto de criatividade no verão de 1935. Segundo o amigo de Bartók e compositor Zoltán Kodály, Bartók precisava de algum incentivo para escrever música coral, o que Kodály forneceu. Kodály também revelou que, antes de compor os corais, Bartók havia se apaixonado pela música do compositor renascentista Giovanni Pierluigi da Palestrina. Impulsionado por Kodály e inspirado por Palestrina, Bartók produziu os Vinte e Sete Corais para vozes agudas.
Os textos para esses corais foram extraídos de canções folclóricas húngaras, como seria de esperar, dadas as predileções etnomusicológicas de Bartók, embora aqui a música seja menos retirada de expressões populares do que em obras anteriores. Talvez o mais interessante sobre os textos corais é que Bartók removeu palavras, frases e versos inteiros dos textos folclóricos originais, em alguns casos substituindo-os por textos próprios a fim de aperfeiçoar o ritmo e o acento métrico dos versos. Assim, Bartók criou não apenas uma obra musical a partir de textos folclóricos, mas também poliu os textos originais. Sua música frequentemente borrava os limites entre a música folclórica e a linguagem mais abstrata. A linguagem musical dos corais é predominantemente diatônica e as harmonias são predominantemente triádicas. Às vezes elas criam confrontos duros e dissonâncias inesperadas. Os corais foram escritos em duas e três partes para coro feminino e infantil: oito dos corais são para vozes femininas, os restantes dezenove para coro infantil. Bartók posteriormente dividiu as peças em volumes de três ou quatro peças cada. Embora não tenha sido projetado especificamente como um ciclo de canções, o trabalho é frequentemente executado como um conjunto completo.
Embora as canções folclóricas húngaras forneçam o material de base para este trabalho, a influência de Palestrina e da polifonia renascentista não deve ser esquecida. A predileção de Bartók por Palestrina é evidente na textura contrapontística fortemente tecida e na imitação e fugas generalizadas nos corais. Bartók também usa esse estilo contrapontístico anacrônico e diatônico para acentuar as dissonâncias: no contexto de passagens muito tonais, os choques dissonantes entre vozes em contraponto são poderosamente ampliados. No entanto, embora os corais sejam exemplos magistrais de escrita polifônica, eles também são muito acessíveis tanto para corais quanto para o público. Bartók tomou muito cuidado para compor uma música que não fosse muito difícil de executar, mas sua expressividade tornam os 27 Corais uma obra memorável e importante.
Ah, o Gyõr Girls’ Choir é sensacional!
Béla Bartók (1881-1945): Old Hungarian folksongs for four-part male choir / Székely songs for six-part male choir / “From Olden Times” for three-part male choir / Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra) (Hungarian Army Male Chorus / Gyõr Girls’ Choir) #BRTK140 Vol. 28 de 29
1 Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60: No. 1. “Rég megmondtam bús gerlice”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60: No. 1. “Rég megmondtam bús gerlice”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60
1:32
2 Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60: No. 2. “Jaj Istenem! kire várok”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60: No. 2. “Jaj Istenem! kire várok”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60
0:36
3 Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60: No. 3. “Ángyomasszony kertje”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60: No. 3. “Ángyomasszony kertje”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60
0:52
4 Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60: No. 4. “Béreslegény, jól megrakd a szekeret”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60: No. 4. “Béreslegény, jól megrakd a szekeret”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Old Hungarian folksongs for four-part male choir, Sz. 50, BB 60
0:57
5 Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 1. “Hej, de sokszor megbántottál”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 1. “Hej, de sokszor megbántottál”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106
4:57
6 Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 2. “Istenem, életem”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 2. “Istenem, életem”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106
2:00
7 Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 3. “Vékony cérna, kemény mag”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 3. “Vékony cérna, kemény mag”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106
1:03
8 Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 4. “Kilyénfalvi közeptizbe”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 4. “Kilyénfalvi közeptizbe”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106
0:52
9 Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 5. “Vékony cérna, kemény mag”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 5. “Vékony cérna, kemény mag”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106
0:29
10 Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 6. “Járjad pap a táncot”
choir vocals:
Hungarian Army Male Chorus
recording of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106: No. 6. “Járjad pap a táncot”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Székely songs for six-part male choir, Sz. 99, BB 106
1:21
11 “From Olden Times” for three-part male choir, Sz. 104, BB 112: No. 1. “Nincs boldogtalanabb”
recording of:
“From Olden Times” for three-part male choir, Sz. 104, BB 112: No. 1. “Nincs boldogtalanabb”
composer:
Béla Bartók (composer)
6:39
12 “From Olden Times” for three-part male choir, Sz. 104, BB 112: No. 2. “Egy, kettõ, három, négy”
recording of:
“From Olden Times” for three-part male choir, Sz. 104, BB 112: No. 2. “Egy, kettõ, három, négy”
composer:
Béla Bartók (composer)
2:39
13 “From Olden Times” for three-part male choir, Sz. 104, BB 112: No. 3. “Nincsen szerencsésebb”
recording of:
“From Olden Times” for three-part male choir, Sz. 104, BB 112: No. 3. “Nincsen szerencsésebb”
composer:
Béla Bartók (composer)
6:49
14 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume I, No. 1. “Tavasz”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume I, No. 1. “Tavasz”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
2:13
15 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume I, No. 2. “Ne hagyj itt!”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume I, No. 2. “Ne hagyj itt!”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:54
16 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume I, No. 3. “Jószágigézõ”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume I, No. 3. “Jószágigézõ”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:24
17 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume II, No. 1. “Levél az otthoniakhoz”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume II, No. 1. “Levél az otthoniakhoz”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
2:05
18 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume II, No. 2. “Játék”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume II, No. 2. “Játék”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
0:45
19 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume II, No. 3. “Leánynézõ”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume II, No. 3. “Leánynézõ”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:13
20 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume II, No. 4. “Héjja, héjja, karahéjja”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume II, No. 4. “Héjja, héjja, karahéjja”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
0:53
21 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 1. “Ne menj el”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 1. “Ne menj el”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:31
22 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 2. “Van egy gyûrûm, karika”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 2. “Van egy gyûrûm, karika”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:08
23 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 3. “Senkim a világon”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 3. “Senkim a világon”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:24
24 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 4. “Cipósütés”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 4. “Cipósütés”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
2:05
25 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 1. “Huszárnóta”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 1. “Huszárnóta”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:45
26 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 2. “Resteknek nótája”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 2. “Resteknek nótája”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
0:41
27 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 3. “Senkim a világon”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 3. “Senkim a világon”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:50
28 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 4. “Leánycsúfoló”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 4. “Leánycsúfoló”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:33
29 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume V, No. 1. “Legénycsúfoló”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume V, No. 1. “Legénycsúfoló”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:04
30 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume V, No. 2. “Mihálynapi köszöntõ”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume V, No. 2. “Mihálynapi köszöntõ”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
3:01
31 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume V, No. 3. “Leánykérõ”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume V, No. 3. “Leánykérõ”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:45
32 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VI, No. 1. “Keserves”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VI, No. 1. “Keserves”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:57
33 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VI, No. 2. “Madárdal”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VI, No. 2. “Madárdal”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:31
34 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VI, No. 3. “Csujogató”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VI, No. 3. “Csujogató”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:19
35 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VII, No. 1. “Bánat”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VII, No. 1. “Bánat”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:35
36 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VII, No. 2. “Ne láttalak volna”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VII, No. 2. “Ne láttalak volna”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
2:24
37 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VII, No. 3. “Elment a madárka”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VII, No. 3. “Elment a madárka”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:20
38 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VIII, No. 1. “Párnás táncdal”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VIII, No. 1. “Párnás táncdal”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
2:57
39 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VIII, No. 2. “Kánon”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VIII, No. 2. “Kánon”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
0:58
40 Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VIII, No. 3. “Isten veled!”
choir vocals:
Gyõr Girls’ Choir
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume VIII, No. 3. “Isten veled!”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
2:39
Ouvir é um ato que requer humildade. É imprescindível acreditar. Infelizmente nossa natureza não é assim, o que alguns chamam de senso crítico, eu chamo de idealização ou característica estética preferida. E isso, na maioria das vezes, leva a um impedimento da expressão do outro. A grande maioria de vocês sabem da dificuldade de ouvir o novo (não estou falando de um período específico da história). Aquela linguagem que é totalmente alheia ao nosso mundo tem que “forçosamente” criar uma memória musical. Pois a apreciação quase sempre vem da lembrança. Não foi a toa que boa parte das grandes obras-primas tiveram uma rejeição inicial. No meu caso, devo confessar que tenho enorme dificuldade com a música medieval e renascentista, isso porque meus ouvidos estão acostumados a uma certa dinâmica que é muito difícil abandonar. Ou talvez a sonoridade, tão próxima da arquitetura das igrejas, seja muito sacrificada numa gravação. Vou citar um exemplo bem geral: estou lendo uma biografia fantástica sobre Handel (Handel – Paul Henry Lang; Dover). Esta biografia foi lançada no início dos anos 1960, época na qual a música barroca, instrumental ou operística, era pouco executada (com exceção de Bach). Há um capítulo fantástico e quase profético sobre a estética das óperas barrocas, praticamente impossível de ser apreciada pelo século XIX e início do século XX. Pois o público valorizava um certo realismo ou tipo de ação no palco, que era inexistente e desinteressante para o ouvinte do período barroco. Tanto Handel como Rameau, por exemplo, deveriam enfatizar apenas as características psicológicas dos personagens, já que a ação (temas bíblicos, romanos ou gregos, em geral) era amplamente conhecida pelo público na época. Muitas vezes o mesmo libreto era usado por vários compositores. O que realmente importava era como o compositor arrancava lirismo e verdade daquilo. Hoje, passado algumas décadas depois do livro, o público é bem menos ortodoxo e muito mais interessado nesse período genial da música, um período além de Bach.
“E o que isso a ver com Schoenberg?” Bem, esse disco com obras corais, praticamente todos a cappela, me lembram um pouco a dificuldade que tenho com a música medieval. É difícil essa empreitada neste momento da minha vida (quanto mais cedo acostumar o ouvido, melhor), mas não vejo a música de Schoenberg mais difícil que a música de Guillaume de Machaut, por exemplo. São mundos tão distantes no tempo, mas tem tanto em comum. Pelo menos, não falta humildade nas minhas audições.
Arnold Schoenberg (1874 – 1951) – Choral Works
1. Satires (3), for chorus and instruments, Op. 28: Am Scheideweg (At the Crossroads)
2. Satires (3), for chorus and instruments, Op. 28: Vielseitigkeit (Versatility)
3. Satires (3), for chorus and instruments, Op. 28: Der neue Klassizismus (The New Classicism)
4. Pieces (4) for chorus & ensemble, Op. 27: Unentrinnbar (Inescapable)
5. Pieces (4) for chorus & ensemble, Op. 27: Du sollst nicht, du mußt (Thou Shall Not, Thou Must)
6. Pieces (4) for chorus & ensemble, Op. 27: Mond und Menschen (Moon and Mankind)
7. Pieces (4) for chorus & ensemble, Op. 27: Der Wunsch des Liebhabers (The Lover’s Wish)
8. Pieces (6) for male chorus, Op. 35: Hemmung (Restraint)
9. Pieces (6) for male chorus, Op. 35: Gesetz (The Law)
10. Pieces (6) for male chorus, Op. 35: Ausdrucksweise (Means of Expression)
11. Pieces (6) for male chorus, Op. 35: Glück (Happiness)
12. Pieces (6) for male chorus, Op. 35: Landsknechte (Yeomen)
13. Pieces (6) for male chorus, Op. 35: Verbundenheit (Obligation)
14. German Folksongs (3) for chorus, Op. 49: Es gingen zwei Gespielen gut
15. German Folksongs (3) for chorus, Op. 49: Der Mai tritt ein mit Freuden
16. German Folksongs (3) for chorus, Op. 49: Mein Herz in steten Treuen
17. Peace on Earth (Friede auf Erden), for chorus & instruments ad lib, Op. 13
18. Dreimal tausend Jahre, for chorus, Op. 50a
19. De Profundis, for chorus, Op. 50b
Em homenagem ao grande Nelson Freire (1944 – 2021), vamos trazer hoje gravações que vocês não encontram nos serviços de streaming nem na livraria digital com nome de floresta. Quem sabe faz ao vivo e no caso de Nelson o que ele sabia muito bem, entre outras coisas, era a arte dos recitais variados, com uma associação livre de ideias em que um impromptu (improviso) de Chopin é seguido de algumas mazurkas ou dois estudos do polonês, depois vem um Debussy, um Villa-Lobos, um Albéniz…
Há pianistas que fazem, às vezes ou sempre, recitais com temas bem definidos: três ou quatro grandes sonatas de Beethoven, como fazem Pollini e Levit. Ou só prelúdios e fugas de Bach do início ao fim, como fazem Hewitt e Schiff. Richter fez recitais especializados em Bach (1969), em Beethoven (1960, 1991) em Scriabin (1972), em Prokofiev (1960), em Chopin (1976) e alguns com o longo ciclo de quadros de Mussorgsky. Não é entre esses recitais cerebrais, estimulantes como um longo romance russo, que se enquadravam os de Nelson. Seus grandes ídolos, que ele sempre mencionava com saudades, eram Novaes e Horowitz e outros dessa turma, mestres das miniaturas pianísticas e dos programas que contrastavam Mozart com Scriabin, Chopin com Debussy, Scarlatti com Schumann. Por isso a Folha de SP acertou na mosca ao publicar, recentemente, uma manchete sensível e respeitosa: “Nelson Freire foi o elo entre a era de ouro do piano e o terceiro milênio”.
Nem sempre ele estava tocando obras tão curtinhas: a longa Fantasia de Schumann esteve no seu repertório desde jovem até os últimos anos e, como vocês sabem, sua gravação dos Concertos de Brahms com Chailly/Leipzig foi elogiada por várias revistas e indicada para o Grammy. Mas aqui em casa a medalha de ouro vai para o cuidado de Nelson ao preparar e executar essas charmosas peças curtas.
Em 2014, Nelson dizia que estava sempre mudando os programas dos recitais. “Sempre evito me comprometer com as coisas com um ano de antecedência. Às vezes eu mudo tanto os programas que, quando chego, tenho a impressão de que todo o mundo vai ficar com raiva. Gosto de decidir na hora”. E pra decidir na hora, nada melhor do que o(s) bis(es). Nos últimos vinte anos, Nelson tinha uma peça sempre à manga para o bis: o arranjo de Sgambati (1841 – 1914) para uma melodia da ópera Orfeu (1762), de Gluck. Permitindo ao pianista mostrar a delicadeza de seus timbres suaves, esse era o bis padrão da maioria das noites. Mas a depender do humor, outras obras apareciam de surpresa, muitas vezes de compositores pouco conhecidos, como o catalão Mompou (1893 – 1987) ou o polonês Paderewski (1860 – 1941). Também podiam aparecer pesos-pesados como Debussy ou Bach, na transcrição da pianista Myra Hess (1890 – 1965) da cantata “Jesus, alegria dos homens”.
Em um prefácio de sua edição (1898) de transcrições dos Prelúdios Corais de Bach, obras originalmente compostas para órgão, o pianista italiano F. Busoni escreveu que seus arranjos eram em “estilo música de câmara”. É bom lembrar que o órgão para o qual Bach escrevia tinha pedais, de forma que as composições têm três vozes: as duas mãos e os pés. Daí as Triosonatas para órgão, por exemplo. Isso tudo pra dizer que o interessante ao ouvir essas transcrições de Bach-Busoni e Bach-Hess ao vivo é acompanhar os malabarismos de Nelson pra tocar três vozes com duas mãos. É um pequeno desafio tocar todas as notas e um grande desafio fazer soar as três vozes de forma separada e musical.
Em seus últimos anos, Nelson Freire foi aclamado em Londres, em São Petersburgo, no Brasil, é claro, mas talvez o lugar onde mais tenha tocado em sua maturidade tenha sido Paris, onde ele passava parte do ano em uma casa de frente para a de sua amiga Martha Argerich. Ao contrário do Presidente do Brasil, o da França soltou uma nota homenageando, poucos dias após a morte, “o excepcional intérprete de Debussy que tantas vezes honrou o nosso país com a sua presença”.
Nelson Freire – Encores 2 – Live Schumann: Arabeske in C major, op. 18 Chopin: Impromptu no. 2 in F-sharp major, op. 36
Mazurka op. 17 No.4 in A minor
Mazurka op. 33 No.4 in B minor
Mazurka op. 41 No.1 in C# minor
Étude op. 10 no. 3 “Tristesse”
Étude op. 10 no. 12 “Revolutionary” Bach-Busoni: Ich ruf zu Dir, Herr Jesu Christ, BWV 639
Komm, Gott Schöpfer, heiliger Geist, BWV 667 Bach-Hess: Jesu, Joy of Man’s Desiring, BWV 147 Debussy: La plus que lente Prokofiev: 10 Visions Fugitives Debussy: Poissons d’or (bis) Mompou: Jeunes filles au jardin (bis) Albéniz-Godowsky: Tango (bis) Grieg: “Wedding Day at Troldhaugen” from the Lyric Pieces (bis) Paderewski: Nocturne in B-flat major, op. 16 (bis) Gluck-Sgambati: Mélodie d’Orphée (bis)
Nelson Freire – piano
Live recordings from: Maryland 1975, Amsterdam 2005, La Chaux-de-Fonds 2012, Paris 2018 & 2019, Brasilia 2019, Bucharest 2019.
E ainda temos, de brinde, Freire tocando o 3º Concerto de Bartók com o luxuoso acompanhamento da orquestra alemã da NDR de Hannover regida por Ferdinand Leitner, maestro que fez sua fama regendo óperas de Wagner e Carl Orff. Leitner também gravou, nos anos 1960, discos históricos dos concertos de Beethoven com os veteranos A. Foldes e W. Kempff. Era um maestro daqueles que sabem criar o pano de fundo para os solistas – cantores ou instrumentistas – brilharem. Os momentos de “música noturna” do Adagio Religioso soam especialmente interessantes. No diálogo entre os músicos alemães e o então jovem brasileiro, o adjetivo religioso ganha aqui um caráter meditativo que nunca chega a uma solenidade exagerada como em outras gravações.
Béla Bartók (1881-1945): Piano concerto No. 3 in E major
I. Allegretto
II. Adagio religioso – poco più mosso – tempo I
III. Allegro vivace
Nelson Freire – piano
Ferdinand Leitner – conductor
Rundfunkorchester Hannover des NDR (NDR Radiophilharmonie)
22/10/1971, Funkhaus des NDR, Hannover
Hoje fazem 113 anos que o compositor francês Olivier Messiaen nasceu no sul da França, na cidade de Avignon, famosa por sua arquitetura medieval. Em algumas das suas primeiras obras, como Hymne (1932) e L’Ascension (1933), Messiaen utilizou orquestrações mais convencionais, para orquestra com poucos percussionistas e sem piano.
Após a 2ª Guerra, a partir de Trois petites liturgies de la présence divine (1944) e Turangalîla-Symphonie (1948), o compositor vai tentar imitar o canto dos pássaros e escreve várias obras para um tipo de orquestra muito influenciada pelo gamelão (conjunto de percussões do extremo-oriente que também despertou grande interesse em Debussy). O piano, nessas obras, de certa forma faz parte do naipe de percussões, e tem um papel essencial, fazendo alguns apartes como solo, mas jamais no sentido convencional de um concerto para piano.
Os dois pianistas dessa gravação parecem entender bem o tipo de sonoridade que exige a música de Messiaen. Roger Muraro toca em Trois petites liturgies, ele tem um toque leve e recentemente gravou os estudos de Debussy e algumas obras de Messiaen pela Harmonia Mundi.
Catherine Cournot não fica atrás, embelezando Couleurs de la cité céleste (1963) com citações ao canto de pássaros de lugares como Nova Zelândia, Brasil, Venezuela, Argentina e Canadá. A orquestração dessa última obra é bastante original: uma orquestra sem cordas, com três clarinetes, metais e percussões variadas incluindo um gongo.
O maestro Myung-whun Chung (nascido em Seul em 1953) comandou a Orquestra da Ópera de Paris de 1989 a 94 e conheceu Messiaen nos últimos anos de vida do compositor. Foi dedicatário de uma das suas últimas obras e gravou uma meia dúzia de CDs de Messiaen pela DG. Há quem prefira a regência do francês Boulez, do holandês de Leeuw, do finlandês Salonen, ou alguns da velha guarda como Dorati, mas para mim Chung é a primeira opção para as obras orquestrais de Messiaen.
Olivier Messiaen (1908-1992):
1-3. Trois Petites Liturgies de la Présence Divine
I. Antienne de la conversation intérieure (Dieu présent en nous…)
II. Séquence du Verbe, Cantique Divin (Dieu présent en lui-même…)
III. Psalmodie de l’ubiquité par amour (Dieu présent en toutes choses…)
4. Couleurs de la Cité Céleste
5. Hymne pour grand orchestre
Orchestre Philharmonique De Radio France – Myung-whun Chung
Piano: Roger Muraro (1-3), Catherine Cournot (4)
Mais um destes discos que poderia passar por baixo do radar, especialmente se você está em busca de discos com selos de renome, música sinfônica ou intérpretes com nomes arrasa-quarteirão, os blockbusters!
Este aqui foi produzido pelo selo DUX e gravado no Krzysztof Penderecki European Music Center, em Lusławice, sob o apadrinhamento do diretor do Centro, Adam Balas.
O Gruppo di Tempera é formado por músicos poloneses com o propósito de interpretar as lindas peças para conjuntos de sopros, eventualmente acrescido de um piano. Você pode saber mais sobre eles acessando a página do conjunto no facebook ou aqui.
Pois nada mais adequado do que um programa com música francesa – com muita tradição neste gênero. Os quatro compositores são praticamente contemporâneos e o disco todo é muito bom. Eu ouvi diversas vezes, mas esta manhã de domingo combinou especialmente bem com essa música. Não está muito quente e a preguiça permitiu ouvir sem pressa cada pedacinho, uma boa surpresa depois da outra.
O Sexteto do Poulenc é bem conhecido, mas os outros compositores são menos divulgados. As três peças de Jacques Ibert são deliciosas e eu adorei o nome da suíte do Darius Milhaud: Le cheminée du Roi René. Estas duas peças são típicas do que se chama neoclassicismo. Da música de Ibert o libreto menciona que reúne uma mistura de racionalismo, humor, perspicácia, extravagância e refinamento! A suíte de Milhaud é um arranjo de música escrita para um filme de Raymond Bernard, Cavalcade d’amour, para o qual também contribuíram outros compositores. Os nomes dos movimentos são uma alusão à um período antigo. Para completar o disco, a peça de Françaix, L’heure du berger é um pouco programática – com muito humor descreve personagens típicos de um café parisiense. Começando com Les vieux beaux, envelhecidos dândis presos ao passado, passando para as Pin-up girls, mulheres de posters dos anos 1940, com largos sorrisos e poucas roupas, sedutoras. Termina com Les petits nerveux, um rondó que acaba abruptamente.
Francis Poulenc (1899 – 1963)
Sexteto para flauta, oboé, clarinete, trompa, fagote e piano, Op. 100
Allegro vivace: Tres vite et emporte
Divertissement: Andantino
Finale: Prestissimo
Jacques Ibert (1890 – 1962)
Três peças breves para flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote
Quando consideramos sonatas para piano, as peças de Beethoven vêm logo à mente, pois que formam um conjunto formidável de obras-primas, que foi construído ao longo de toda a vida produtiva do compositor. Além disso, como Beethoven produziu suas obras depois de Mozart, pode se ter a primitiva imagem que suas obras são, em algum sentido, melhores ou mais difíceis. Mas, uma viagem pela obra de Wolfgang, seja como ouvinte ou como intérprete, pode revelar que as questões podem ser bem mais difíceis de resolver.
As sonatas de Mozart oferecem desafios e tanto a quem se disponha interpretá-las e a escolha da gravação mais satisfatória pode ser muito divertido.
Mesmo as sonatas produzidas no início de sua carreira de compositor, como a maravilhosa Sonata em mi bemol maior, K. 282 (ouça os primeiros compassos e perceberá que há muita coisa linda a ser desfrutada) ou a primeira ‘grande sonata’ em ré maior, K. 284 ‘Dürnitz’.
Após a série de sonatas clássicas do primeiro período, você terá pela frente obras igualmente originais e belíssimas, como a Sonata em lá maior, K. 331, que inicia com um conjunto de variações e termina com a Marcha Turca.
Em nossas páginas não faltam Sonatas para Piano de Mozart. Eu mesmo já postei a integral com a Klára Würtz (1, 2 e 3) e mais alguns discos avulsos com algumas das sonatas, com o Murray Perahia e com a Alicia de Larrocha. Nosso editor chefe recentemente repostou a integral com a pianista Maria João Pires, na gravação da DG. Pela enfiada de comentários – os leitores de antes eram bem mais loquazes e participativas… – podemos concluir que a postagem foi um enorme sucesso.
Apesar disso tudo, considerando que é Natal, tomei a brava iniciativa de postar o ciclo completo (seja lá o que isso queira dizer) com a Mitsuko Uchida. Faço isso por amor que tenho às Sonatas do Wolferl e por que a interpretação da Uchida oferece uma opção que demanda ser ouvida por novos e não novos amantes da música de Mozart, inclusive em perspectiva das outras integrais mencionadas. Tudo isso sem entrar no mérito de comparações classificatórias, pois que já disse propriamente Stravinsky (ou seria Bartók?) que corridas são para cavalos…
Ah, já ia quase me esquecendo, faço isso também por que o BB pediu…
This is unfailingly clean, crisp and elegant playing, that avoids anything like a romanticised view of the early sonatas such as the delightfully fresh G major, K283. On the other hand, Uchida responds with the necessary passion to the forceful, not to say Angst-ridden, A minor Sonata, K310. Indeed, her complete series is a remarkably fine achievement, comparable with her account of the piano concertos. The recordings were produced in the Henry Wood Hall in London and offer excellent piano sound; thus an unqualified recommendation is in order for one of the most valuable volumes in Philips’s Complete Mozart Edition. Don’t be put off by critics who suggest that these sonatas are less interesting than some other Mozart compositions, for they’re fine pieces written for an instrument that he himself played and loved. [Gramophone Classical Music Guide]