Karol Szymanowski (1882-1937): Complete Works For Violin & Piano

Karol Szymanowski (1882-1937): Complete Works For Violin & Piano

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Algumas distinções recebidas por este CD:

— GRAMOPHONE RECOMMENDS CD OF THE MONTH
— BBC RADIO 3 CD REVIEW DISC OF THE WEEK
— BOSTON GLOBE TOP CLASSICAL ALBUMS OF 2009

Não preciso dizer mais nada além de que é um excelente disco que traz de volta a russa Ibragimova agora com o pianista Tiberghien. Uma joia raríssima. Música eslava de primeira linha, tocada por quem a compreende.

Igragimova e Tiberghien trabalhando duro
Igragimova e Tiberghien trabalhando duro

Karol Szymanowski (1882-1937): Complete Works For Violin & Piano

1. Nocturne & Tarantella, Op. 28 – 1. Nocturne
2. Nocturne & Tarantella, Op. 28 – 2. Tarantella
3. Mythes, Op. 30 – #1 La Fontaine D’Aréthuse
4. Mythes, Op. 30 – #2 Narcisse
5. Mythes, Op. 30 – #3 Dryades & Pan
6. Romance In D, Op. 23
7. Violin Sonata In D Minor, Op. 9 – 1. Allegro Moderato: Patetico
8. Violin Sonata In D Minor, Op. 9 – 2. Andantino Tranquillo & Dolce
9. Violin Sonata In D Minor, Op. 9 – 3. Finale: Allegro Molto, Quasi Presto
10. 3 Paganini Caprices, Op. 40 – #1 Andante Dolcissimo (#20)
11. 3 Paganini Caprices, Op. 40 – #2 Adagio (#21)
12. 3 Paganini Caprices, Op. 40 – #3 Tema: Vivace (#24)
13. Lullaby, Op. 52, ‘La Berceuse D’Aïtacho Enia’

Alina Ibragimova: violin
Cédric Tiberghien: piano

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Ei, Alina, não vai embora, fica aí com a gente!
Ei, Alina, não vai embora, fica aí com a gente!

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia nº 4

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia nº 4

Svetlanov tem a mão mais pesada do que Mehta, Haitink e Bernstein. Sua versão não chega a ser um grande modelo de referência, mas convence. OK.

A Quarta Sinfonia em sol maior de 1899-1900 pode ser considerada um epílogo para as três primeiras sinfonias. É a sinfonia mais intimista e delicada de Mahler, com orquestra reduzida e sem grandiosidades. É também a mais curta da série. E das mais belas. Não se pode falar em ingenuidade em relação a uma composição tão sutil, mas a atmosfera é certamente infantil, de modo sumamente apropriado. Não admira que seja a mais popular e acessível sinfonia de Mahler, e é a primeira em que ele se conservou fiel aos quatro movimentos do modelo clássico. Pensou em chamá-la de Humoresque. Os movimentos estão tematicamente interligados à maneira usual de Mahler. “Eu queria realmente escrever um humoresque sinfônico que acabou se convertendo numa sinfonia completa, enquanto que antes, quando quis escrever a Segunda e Terceira sinfonias, acabei escrevendo cada uma delas com o tamanho de três.”

Sua composição demorou muito tempo para os padrões de Mahler: o quarto movimento Das Leben Himmlische (Vida Celestial) foi tomado do Des Knaben Wunderhorn, ciclo de lieder escrito em 1892. Este movimento deveria ser parte, inicialmente, da Terceira Sinfonia. Como esta já estava imensa, Mahler então decidiu colocá-lo no final da sua Quarta Sinfonia e escreveu seus três primeiros movimentos…

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia nº 4

1. Bedächtig. Nicht eilen – Recht gemächlich
2. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast
3. Ruhevoll (Poco adagio)
4. Sehr behaglich: “Wir genießen die himmlischen Freuden”

Natalia Gerassimova
Russian Symphony Orchestra
Evgeny Svetlanov

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Svetlanov em ação sem batuta
Svetlanov em ação sem batuta

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (Pierre Hantaï)

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (Pierre Hantaï)


CD AB-SO-LU-TA-MEN-TE IM-PER-DÍ-VEL!!!

Comprei este CD lá na loja da Margarida (a saudosa Sala dos Clássicos Eruditos – Rua dos Andradas, 1444 conj. 26 / Galeria Chaves, Porto Alegre – RS) em 1994. Não conhecia o cravista e, como sempre, ele entrou na minha fila de CDs para serem ouvidos (a fila na verdade é uma montanha). Fui ouvi-lo uns quatro meses depois e não entendi nada. Meus ouvidos diziam que era a melhor versão que já tinha ouvido. Não havia a Internet e procurei referências em publicações como a Diapason e a Gramophone. Por pura sincronicidade, era a revista dos melhores CDs de 1994. Na categoria Baroque Non-Vocal, o CD vencedor era Bach, Goldberg Variations, Pierre Hantaï (Opus 111). Dei os parabéns a meus ouvidos e fui ler: o crítico da revista — normalmente cuidadoso — dizia apenas isso: é a melhor versão até hoje gravada. Um dia será superada por outra, claro, mas ninguém até hoje alcançou tamanha perfeição e compreensão da obra.

Será mesmo?

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (com Pierre Hantaï)

1. Goldberg Variations, BWV 988: Aria 4:40
2. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 1 a 1 Clav. 2:17
3. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 2 a 1 Clav. 1:50
4. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 3 Canone All’unisono 2:02
5. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 4 a 1 Clav. 1:08
6. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 5 a 1 Ovvero 2 Clav 1:41
7. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 6 Canone Alla Seconda 1:54
8. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 7 a 1 Ovvero 2 Clav. 1:51
9. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 8 a 2 Clav. 2:22
10. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 9 Canone Alla Terza a 1 Clav. 2:37
11. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 10 Fughetta a 1 Clav. 1:38
12. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 11 a 2 Clav. 2:28
13. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 12 Canone Alla Quarta In Moto Contrario 3:19
14. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 13 a 2 Clav. 5:37
15. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 14 a 2 Clav. 2:08
16. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 15 Canone a la Quinta In Moto Contrario a 1 Clav., Andante 2:59
17. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 16 Ouverture a 1 Clav. 2:55
18. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 17 a 2 Clav. 1:50
19. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 18 Canone Alla Sesta a 1 Clav. 1:30
20. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 19 a 1 Clav. 1:39
21. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 20 a 2 Clav. 1:58
22. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 21 Canone Alla Settima 3:23
23. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 22 Alla Breve a 1 Clav. 1:33
24. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 23 a 2 Clav. 2:20
25. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 24 Canone All’Ottava a 1 Clav. 3:16
26. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 25 a 2 Clav. 4:09
27. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 26 a 2 Clav. 1:53
28. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 27 Canone Alla Nona 1:50
29. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 28 a 2 Clav. 2:25
30. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 29 a 1 Ovvero 2 Clav. 2:06
31. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 30 Quodlibet a 1 Clav. 2:16
32. Goldberg Variations, BWV 988: Aria Da Capo e Fine

Pierre Hantaï, cravo

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Pierre Hantaï: ele venceu
Pierre Hantaï: ele venceu

PQP

.oOo.

Post de Milton Ribeiro sobre as Goldberg:

Música para dormir

Só para irritar o Conde Keyserling: Charles Auguste Emile Carolus-Duran “Sleeping Man” (1861)
Só para irritar o Conde Keyserling: Charles Auguste Emile Carolus-Duran “Sleeping Man” (1861)

Eu nunca tive insônia. Talvez, em razão de alguma dor ou febre, não tenha dormido repousadamente apenas uns dez dias em minha vida. Não é exagero. Quando me deprimo, durmo mais ainda e acordar é ruim, péssimo. O sono é meu refúgio natural. Mas há pessoas que reclamam (muito) da insônia. Saul Bellow escreveu que ela o teria deixado culto, mas que preferiria ser inculto e ter dormido todas as noites — discordo do grande Bellow, acho que ele deveria ter ficado sempre acordado, escrevendo, vivendo e escrevendo para nós. Também poucos viram Marlene Dietrich na posição horizontal, adormecida. Kafka era outro, qualquer barulho impedia seu descanso, devia pensar no pai e passava suas noites acordado, amanhecendo daquele jeito… Groucho Marx, imaginem, era insone, assim como Alexandre Dumas e Mark Twain. Marilyn Monroe sofria muito e Van Gogh acabou daquele jeito não por ser daltônico, característica que apenas gera inteligência e genitália avantajadas.

O Conde Keyserling sofria de insônia e desejava tornar suas noites mais agradáveis. Ele encomendou a Bach, Johann Sebastian Bach, algumas peças que o divertissem durante a noite. Como sempre, Bach fez seu melhor. Pensando que o Conde se apaziguaria com uma obra tranquila e de base harmônica invariável, escreveu uma longa peça formada de uma ária inicial, seguida de trinta variações e finalizada pela repetição da ária. Quod erat demonstrandum. A recuperação do Conde foi espantosa, tanto que ele chamava a obra de “minhas variações” e, depois de pagar o combinado a Bach, deu-lhe um presente adicional: um cálice de ouro contendo mais cem luíses, também de ouro. Era algo que só receberia um príncipe candidato à mão de uma filha encalhada.

O Conde tinha a seu serviço um menino de quinze anos chamado Johann Gottlieb Goldberg. Goldberg era o melhor aluno de Bach. Foi descrito como “um rapaz esquisito, melancólico e obstinado” que, ao tocar, “escolhia de propósito as peças mais difíceis”. Perfeito! Goldberg era enorme e suas mãos tinham grande abertura. O menino era uma lenda como intérprete e o esperto Conde logo o contratou para acompanhá-lo não somente em sua residência em Dresden como em suas viagens a São Petersburgo, Varsóvia e Postdam. (Esqueci de dizer que o Conde Keyserling era diplomata). Bach, sabendo o intérprete que teria, não facilitou em nada. As Variações Goldberg, apesar de nada agitadas, são, para gáudio do homenageado, dificílimas. Nelas, as dificuldades técnicas e a erudição estão curiosamente associadas ao lúdico, mas podemos inverter de várias formas a frase. Dará no mesmo.

O nome da obra — Variações Goldberg, BWV 988 — é estranho, pois pela primeira vez o homenageado não é quem encomendou a obra, mas seu primeiro intérprete.

O princípio de quase toda obra de variações consiste em apresentar um tema e variá-lo. (Lembram que Elgar fez uma obra de variações sem apresentar o tema, chamando-a de Variações Enigma?). Assim, o ouvinte tem a impressão de estar ouvindo sempre algo que lhe é familiar e, ao mesmo tempo, novo. A escolha de Bach por esta forma mostrou-se adequada às pretensões do Conde. E a realização não poderia ser melhor, é uma das maiores obras disponibilizadas pela e para a humanidade pelo mais equipado dos seres humanos que habitou este planeta, J. S. Bach. O jogo criado pelo compositor irradia livre imaginação e enorme tranquilidade. A Teoria Geral das Belas-Artes, espécie de Bíblia artística goethiana de 1794, diz o seguinte sobre as Goldberg: “em cada variação, o elemento conhecido está associado, quase sem exceção, a um canto belo e fluido”. E está correto. Só esqueceu de dizer que tudo isso tinha propósito terapêutico.

É muito provável que o enfermo Conde concordasse com a Theorie para descrever seu prazer de ouvir aquela música, mas diria mais. Seus efeitos fizeram que Goldberg a tocasse centenas de vezes para ele. O cálice repleto de ouro significava gratidão pela diversão emocional e intelectual. Dormimos por estarmos calmos e felizes, talvez.

Não posso distribuir cálices de ouro por aí, mas talvez devesse dar alguma coisa a Pierre Hantaï, o maior intérprete da obra. (Por favor, neste momento não me venham com Gould; afinal, o som do cravo é fundamental e só aceito fazer a final contra o grande Gustav Leonhardt. Gould ficou lá pelas quartas-de-final).

Então, para os insones ou não, aqui estão as Variações Goldberg com Pierre Hantaï.

Figura su fondo celeste - Felice Casorati
Figura su fondo celeste – Felice Casorati

Obs.: Este post foi escrito meio de memória, mas também consultando o livro “48 variações sobre Bach” de Franz Rueb, Companhia das Letras, 2002.

CHUPA, PQP!

G.P. Telemann (1681-1767): The Cornett Cantatas (Rémy)

Não são Cantatas de Bach, mas não são ruins. Telemann foi o compositor mais prolífico de todos os tempos. Escreveu 3.000 obras. Há muita porcaria e MUITAS COISAS BOAS. Escreveu 72 cantatas e os 3 incríveis grupos de concertos da Musique de table, que são suas obras mais famosas, cada qual incluindo um concerto, uma suíte e várias peças de câmara. Durante sua vida, dedicou-se para que a música fosse difundida, publicando diversas obras de caráter didático, tendo como temas a ornamentação, o baixo cifrado, entre outros. Telemann foi o compositor mais famoso da Alemanha na época de Bach. Compôs em todas as formas e estilos existentes àquela altura. Em qualquer estilo, sua música tem um caráter inconfundível — é clara e flui com leveza. Apesar de ser quatro anos mais velho do que seus contemporâneos Bach e Händel, utilizou um estilo mais avançado e pode ser considerado um precursor do estilo clássico.

G.P. Telemann (1681-1767): The Cornett Cantatas (Rémy)

1. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Sehet An Die Exempel Der Alten – Klaus Mertens
2. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Es Ist Von Allen Keiner – Henning Voss
3. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Hofft Auf Den Hern – Wilfried Jochens
4. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Es Kommt Die Hilfe Zwar Nicht Allemal – Klaus Mertens
5. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Die Stunde Wird Doch Endlich Schlagen – Henning Voss
6. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Und So Soll Keine Pein Vermogend Sein – Wilfried Jochens
7. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Ich Bleibe Fest Dabei – Mona Spagele
8. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: So Sei Nun, Seele, Seine – Mona Spagele/Henning Voss/Wilfried Jochens/Klaus Mertens

9. Cantata For The Sunday Rogate: Erhore Mich, Wenn Ich Rufe – Wilfried Jochens
10. Cantata For The Sunday Rogate: Wahrlich, Wahrlich, Ich Sage Euch – Klaus Mertens
11. Cantata For The Sunday Rogate: Ich Rufe Tag Und Nacht – Wilfried Jochens
12. Cantata For The Sunday Rogate: Noch Keinen Hat Gott Je Verlassen – Klaus Mertens
13. Cantata For The Sunday Rogate: Ach! Manches Hab’ Ich Ja Begehret – Wilfried Jochens/Klaus Mertens
14. Cantata For The Sunday Rogate: Herr, Auf Dein Wort Verlass Ich Mich – Wilfried Jochens/Klaus Mertens
15. Cantata For The Sunday Rogate: Und Was Der Ew’ge Gut’ge Gott – Mona Spagele/Henning Voss/Wilfried Jochens/Klaus Mertens

16. Cantata For The Sunday Exaudi: Ich Halte Aber Dafur – Wilfried Jochens
17. Cantata For The Sunday Exaudi: Gewiss, Die Zeiten Sind Schon Angegangen – Henning Voss
18. Cantata For The Sunday Exaudi: So Will Ich Mich Zufrieden Geben – Klaus Mertens
19. Cantata For The Sunday Exaudi: Der Trost Bei Allen Plagen – Wilfried Jochens
20. Cantata For The Sunday Exaudi: Herr, Die Kinder Deiner Knechte – Henning Voss
21. Cantata For The Sunday Exaudi: Ihr Sunder, Gott Der Heil’ge Geist – Klaus Mertens
22. Cantata For The Sunday Exaudi: Nichts Raubt Mir Das Herze – Mona Spagele
23. Cantata For The Sunday Exaudi: Du Heil’ge Brunst, Susser Trost – Mona Spagele/Henning Voss/Wilfried Jochens/Klaus Mertens

Telemann Chamber Orchestra
Ludger Rémy

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Telemann: "Como eu não tinha Facebook, escrevi 3000 obras".
Telemann: “Como eu não tinha Facebook, escrevi 3000 obras”.

PQP

C. P. E. Bach (1714-1788): Der Frühling (A Primavera)

C. P. E. Bach (1714-1788): Der Frühling (A Primavera)

Carl Philipp Emanuel Bach é o mais famoso dos filhos de J.S. Bach. Sua obra é muito pessoal, distinta de tudo que se ouviu antes e depois. Ele tinha voz e estilo próprios. Meu meio-irmão escreveu um grande número de concertos para vários instrumentos e peças de teclado. Mas também se destacou na música vocal, continuando a tradição familiar, compondo, entre outros gêneros, cantatas e canções sacras e seculares. Suas peças respeitam as regras do estilo barroco mas também insinuam o alvorecer do clássico, posteriormente representado por Haydn e Mozart. O extraordinário grupo Café Zimmermann tem incluído a música de C. P. E. Bach em seus programas há anos. Quem ouve o sensacional Café Zimmermann, vai querer ouvir mais CPE. Palavra de PQP. Esta é uma parceria do Zimmermann com o tenor inglês Rupert Charlesworth. Vale a pena baixar.

O tenor Rupert Charlesworth
O tenor Rupert Charlesworth

C. P. E. Bach (1714-1788): Der Frühling (A Primavera)

01. Der Frühling, Wq. 237 – ,
02. Sinfonia in A Minor for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 156: I. Allegro assai –
03. Sinfonia in A Minor for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 156: II. Andantino –
04. Sinfonia in A Minor for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 156: III. La coorl, tempo di minuetto –
05. Three Arias for Tenor, Wq. 211: I. Edle Freiheit, Götterglück – ,
06. Three Arias for Tenor, Wq. 211: II. Himmelstochter, Ruf der Seelen – ,
07. Three Arias for Tenor, Wq. 211: III. Reiche bis zum Wolkensitze – ,
08. Trio Sonata in B-Flat Major for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 158: I. Allegretto –
09. Trio Sonata in B-Flat Major for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 158: II. Largo con Sordini –
10. Trio Sonata in B-Flat Major for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 158: III. Allegro –
11. Fürsten sind am Lebensziele, Wq. 214 – ,
12. Selma, Wq. 236 – ,
13. Sonatina in D Minor, Wq. 104: I. Adagio –
14. Sonatina in D Minor, Wq. 104: II. Allegro, ma non troppo –
15. Sonatina in D Minor, Wq. 104: III. Allegretto –

Café Zimmermann & Rupert Charlesworth

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A gurizada do Café Zimmermann
A gurizada do Café Zimmermann

PQP

Amaral Vieira (1952): Te Deum in stilo barocco e Missa Choralis [link atualizado 2017]

Amaral Vieira (1952): Te Deum in stilo barocco e Missa Choralis  [link atualizado 2017]

te-deum-missa-choralisAmaral Vieira
Te Deum in stilo barocco
Missa Choralis

Ouvir Amaral Vieira e descobrir quais foram os compositores que inspiraram a concepção de cada obra – da estruturação à orquestração, do contraponto à temática – é um saudável e complexo exercício que recomendo aos mais bem aventurados fazê-lo. Aqui vão duas das melhores obras coral-sinfônicas do compositor paulistano. A Missa Choralis em particular é um primor de majestade musical, valendo-se apenas de três instrumentos para dar suporte ao coral: duas trompas e um piano.

***

Amaral Vieira – Te Deum in stilo barocco e Missa Choralis

Te Deum
1. Abertura
2. Te Deum laudamus
3. Te ergo quaesumos
4. Aeterna fac
5. Salvum fac populum
6. In te Domine speravi

Missa
7. Kyrie
8. Gloria
9. Credo
10. Sanctus
11. Post elevationem (Benedictus)
12. Agnus Dei

Orquestra Filarmônica da Eslováquia e Coro, regidos por Mario Kosik e Jan Rozehnal

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MP3 | 320 kbps | 110,4 MB |51 min

Já viu nossos mais de 100 endereços para baixar partituras? Clique aqui

Escreve, Amaral, escreve
Escreve, Amaral, escreve

CVL
Repostado por Avicenna
Trepostado por Bisnaga

Johannes Brahms (1833-1897) – Violin Concerto in D major op. 77, Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Violin Concerto in D major op. 35 – David Oistrakh, Franz Konwitschny, Staatskapelle Dresden

folderDuas obras primas do repertório romântico violinístico tocados por um dos maiores violinistas do século XX, David Oistrakh. São duas gravações históricas, realizadas nos anos 50, ainda em Mono, mas que precisam ser conhecidas, para ainda mais admirarmos o gigante do violino que foi Oistrakh. Sou suspeito quando se trata deste músico pois já declarei inúmeras vezes que o considero o maior de todos, mas em feroz disputa com Jascha Heifetz, mas não quero entrar no mérito desta discussão. Gosto é gosto, e não se discute.
Os senhores poderão julgar.

01. Brahms Violin Concerto in D major op. 77 – 1. Allegro non troppo
02. Brahms Violin Concerto in D major op. 77 – 2. Adagio
03. Brahms Violin Concerto in D major op. 77 – 3. Allegro giocoso, ma non troppo…
04. Tchaikovsky Violin Concerto in D major op. 35 – 1. Allegro moderato
05. Tchaikovsky Violin Concerto in D major op. 35 – 2. Canzonetta. Andante
06. Tchaikovsky Violin Concerto in D major op. 35 – 3. Finale. Allegro vivacissimo

David Oistrakh – Violin
Staatskapelle Dresden
Franz Konwitschny – Conductor

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FDPBach

G.P. Telemann (1681-1767): A Tafelmusik completa

G.P. Telemann (1681-1767): A Tafelmusik completa

IM-PER-DÍVEL !!!

UM TREMENDO BANQUETE PARA OS AMANTES DO BARROCO! Tafelmusik significa “música para a mesa” ou “música para jantares”. Claro que estes concertos não foram escritos como fundo musical para os lanchinhos enjoativos do McDonalds, mas para ocasiões mais formais e de alto nível gastronômico. Trata-se de uma série de concertos para diferentes formações, cada um com personalidade própria. Uma espécie de Concertos de Brandemburgo de Telemann. Coisa de primeira linha e rara. Sim, pois não há muitas gravações completas de Tafelmusik de Telemann. Esta é muito especial. É realizada por um grupo de extraordinários músicos holandeses, daqueles dos quais se costuma dizer que tomam poucos banhos e andam sempre de sandálias com meias — o mais poderoso dentre os anticoncepcionais conhecidos — ou crocs.

Este grande trabalho foi um presente vindo de um antigo pequepiano português que nos mandou tudo organizadinho acompanhado da mensagem que segue. Muito obrigado, HB! Ficamos autenticamente comovidos!

Carta de Reconhecimento Eterno

Caríssimo PQP,

faz muito tempo que acompanho o seu blog desde Portugal. Descobri-o através de um amigo que me falou nele pouco tempo depois de ter iniciado. Havia acabado a universidade. À época, eu próprio tinha um blog de partilha de música, mas não com a dimensão pantagruélica do PQP. Escrevo porque queria expressar o meu agradecimento pelo vosso trabalho. Há quase dez anos, senão mais, já não sei, que tenho o ritual diário de ir ao PQP. Os excelentes textos que acompanham a música são sempre rastilho e combustível para o dia. Já me surpreendi rindo alto lendo alguns deles. Enfim, todo o dia me é oferecido algo, sem pedir nada, apenas que desfrute ou deixe comentário. Devo reconhecer que não sou um prolífico comentador, e por isso me penitencio. Mas meu agradecimento é eterno e gostaria que fosse concreto, e nessa medida pagarei com amor o amor que o PQP me devotou. Assim, envio uma obra de que gosto muito, a Tafelmusik do Telemann, numa caixa de 4cd da Brilliant Classics. Confesso que não sei em pormenor a história da gravação desta obra. Não faço ideia do valor desta versão, se é pior ou melhor do que outras. Sei que foi a primeira que adquiri, pelo valor baixo da compra, mas igualmente porque me apercebi do próprio valor da Brilliant Classics. Neste particular, deixo pois para vocês o texto final.

Acabo dizendo a todos que foram, e têm sido importantes na minha educação musical, e por isso vos agradeço lamentando ser incapaz de vos corresponder a essa eterna dádiva. Terão de se contentar com o meu igualmente eterno agradecimento… e uns cds do Telemann.

Abraço de Portugal

H.

G.P. Telemann (1681-1767): A Tafelmusik completa

Disc: 1

1. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Ouverture (Lentement – Vite – Lentement – Vi
2. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Réjouissance
3. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Rondeau
4. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Loure
5. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Passepied
6. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Air. Un peu vivement
7. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Gigue

8. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Largo – Allegro – Largo
9. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Vivace – Moderato – Vivace
10. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Grave
11. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Vivace

12. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Largo
13. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Allegro
14. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Grazioso
15. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Allegro

Disc: 2

1. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Affetuoso
2. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Vivace
3. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Grave
4. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Allegro

5. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Cantabile
6. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Allegro
7. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Dolce
8. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Allegro

9. Sinfonia (Conclusion) for 2 flutes, 2 oboes, bassoon, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/6), TWV 50:5

10. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Ouverture (Lentement – Vite – Lentemen
11. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Tempo giusto
12. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Vivace
13. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Presto
14. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Allegro

Disc: 3

1. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Andante
2. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Vivace
3. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Largo
4. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Allegro

5. Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik II/3), TWV 53:F1: Allegro
6. Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik II/3), TWV 53:F1: Largo
7. Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik II/3), TWV 53:F1: Vivace

8. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Affetuoso
9. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Allegro
10. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Dolce
11. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Vivace

12. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Andante
13. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Vivace
14. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Cantabile
15. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Allegro

Disc: 4

1. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Ouverture (Lentement – Pres
2. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Bergerie (un peu vivement)
3. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Allegresse (vite)
4. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Postillons
5. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Flaterie
6. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Badinage (très vite)
7. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Menuet

8. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Adagio
9. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Allegro
10. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Dolce
11. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Allegro

12. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Maestoso
13. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Allegro
14. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Grave
15. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Vivace

16. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Andante
17. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Allegro
18. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Grave – Largo – Grave
19. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Vivace

20. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Largo
21. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Presto – Tempo giusto – Presto
22. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Andante
23. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Allegro

24. Conclusion, sinfonia for 2 oboes, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/6), TWV 50:10

Wilbert Hazelzet transverse flute
Rémy Baudet violin
Jaap ter Linden cello
Musica Amphion
Pieter-Jan Belder harpsichord and concert master

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Dimensões pantagruélicas é com a gente mesmo!
Dimensões pantagruélicas é com a gente mesmo!

PQP

Wolf: Penthesilea, Italian Serenade, Excerpts from “Der Corregidor” etc. Barenboim, Orchestre de Paris ERATO/APEX 1992

Procurando na preciosa lista de compositores do PQP, me deparei com o curioso fato de que não consta o nome de Hugo Wolf (1860-1903). Verifiquei novamente, mas os fatos eram incontestáveis: PQP ainda não tem uma postagem deste importante compositor. Ignorância? Negligência? Esquecimento? Seja qual for a causa, que na verdade não importa, urge sanar esta lacuna. E eis que, então, posto o primeiro disco de Wolf.

Mais conhecido por ter sido um dos píncaros do gênero Lied pós-romântico, Wolf foi influenciado basicamente por Wagner, manteve certa antipatia pela causa neoclássica de Brahms, e no frigir dos ovos, acabou por se tornar, de certa forma, modelo para a geração posterior, representada pela Segunda Escola de Viena, em termos de intensidade dramática e concisão de ideias. Wolf é frequentemente colocado na linha sucessória de Schubert como herdeiro da tradição germânica do Lied, e muitos deles são diretamente comparados aos do seu mestre. Alguns se dizem superiores aos de Schumann, e tenho para mim que são mais fluentes que os de Richard Strauss. Não é pouca coisa.

Infelizmente, Wolf teve uma vida conturbada, tentando se estabelecer num cenário musical competitivo e desigual, o que lhe acarretou graves crises depressivas, e acabou enlouquecendo pela sífilis, ainda jovem.

Wolf escreveu pouco para orquestra, e tem apenas uma ópera acabada. Este disco reúne quase a totalidade de sua música orquestral, e, de certa forma, é uma ótima introdução à sua arte particular, que definitivamente precisa ser conhecida.

HUGO WOLF
Penthesilea, symphonic poem
Der Corregidor, opera: Vorspiel & Zwischenspiel
Italian Serenade
Scherzo & Finale

Orchestre de Paris
Daniel Barenboim
Gravação original de 1992, relançada em 2003.

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Arquivo FLAC (sem perda de qualidade), 233Mb

CHUCRUTEN

.: interlúdio :. Ahmad Jamal: Blue Moon (2012)

.: interlúdio :. Ahmad Jamal: Blue Moon (2012)

Quem ouve este respeitável senhor em seu Steinway, não imagina que ele tenha 82 anos, quase 83. Por cinco décadas, Ahmad Jamal liderou pequenas bandas de jazz a partir de seu piano, sempre com grande elegância e dando importância verdadeiramente africana ao ritmo. Nunca parou tocar ou criar e este Blue Moon não é apenas mais um CD de Ahmad Jamal, mas um dos melhores trabalhos de uma longa carreira. Miles Davis disse por diversas vezes que Jamal era uma de suas maiores inspirações e é possível admitir tal fato desde os primeiros acordes de Autumn Rain, a primeira faixa de Blue Moon.

Neste disco, Jamal reinventa de forma requintada várias canções do pós-guerra, demonstrando um amor insuspeitado por Hollywood. Ele vai desde a música-tema de  Laura, filme de 1944 de Otto Preminger, até o clássico Blue Moon, que aparece desnuda, quase resumida a um minimalista ostinato de 10 minutos. Coisa de gênio.

A impressão que Jamal nos passa é a de ter atingido um grau de perfeição que  simplesmente não é possível melhorar. Mas é o nível habitual, visitado e revisitado por ele. Resta saber o que come e bebe. Em 2010, aos 80 anos, Jamal lançou um dos álbuns mais belos de sua carreira, o esplêndido A Quiet Time. Agora, dois anos depois repete a dose. Esperamos mais e mais, Ahmad.

Ahmad Jamal: Blue Moon (2012)

1. Autumn Rain 7’45
2. Blue Moon 10’11
3. Gypsy 5’26
4. Invitation 13’21
5. I Remember Italy 13’14
6. Laura 6’33
7. Morning Mist 8’44
8. This Is the Life 7’38
9. Woody’n You 5’11

Ahmad Jamal – piano
Reginald Veal – double bass
Herlin Riley – drums
Manolo Badrena – percussion

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Jamal chega a um ponto de extrema juventude, impossível de melhorar.
Jamal chega a um ponto de extrema juventude, impossível de melhorar.

PQP

Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonatas

Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonatas

Domenico Scarlatti é um compositor barroco — quase clássico — italiano que anda meio fora de moda. Filho de um compositor maior, Alessandro Scarlatti, suas maiores contribuições para a música foram suas pequenas e numerosas sonatas para teclado em um único movimento, em que empreendeu abordagens harmônicas bastante inovadoras, apesar de ter composto também obras para orquestra e voz. Gente, ele compôs mais de 500 Sonatas! Embora tenha vivido no período que corresponde ao auge da música barroca européia, suas composições, mais leves e homofônicas, têm estilo mais próximo daquele do início do período clássico. Ivo Pogorelich interpreta espetacularmente bem esta 15 Sonatas. Não há exageros nem economia. Pogo trabalhou para a música. A interpretação da Sonata K. 380, faixa 15 do CD, por exemplo, é uma pérola de perfeição.

Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonatas

1 K. 20 In E Major 3:31
2 K. 135 In E Major 4:16
3 K. 9 In D Minor 4:14
4 K. 119 In D Major 5:14
5 K. 1 In D Minor 2:30
6 K. 87 In B Minor 6:21
7 K. 98 In E Minor 3:18
8 K. 13 In G Major 4:24
9 K. 8 In G Minor 5:55
10 K. 11 In C Minor 2:53
11 K. 450 In G Minor 3:32
12 K. 159 In C Major 2:31
13 K. 487 In C Major 3:52
14 K. 529 In B Flat Major 2:30
15 K. 380 In E Major 4:59

Ivo Pogorelich, piano

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Scarlatti em pose perfeitamente natural.
Scarlatti em pose perfeitamente natural.

PQP

Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera para Jazz Trio (!!!)

Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera para Jazz Trio (!!!)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Finalizando minha participação nas homenagens aos 100 anos de A Sagração da Primavera, relanço um dos CDs mais baixados este ano — este post é originalmente de 2013 — em nosso blog: a versão da Sagração para Jazz Trio. Ah, por falar nisso, este grupo está apresentando este mesmo arranjo hoje, em Nova Iorque.

Como é que é? Vão tocar a minha Sagração com um trio de jazz?
Como é que é? Vão tocar a minha Sagração com um trio de jazz? Muito bom!

Grande The Bad Plus!

Acho que nunca mais aquele amigo do meu filho dirá novamente algo parecido para mim. Ele disse que um “power trio” tinha gravado toda a Sagração da Primavera e que era fantástico. Fiquei enchendo o saco dele para ouvir. Ele me mandou sua única fonte, um vídeo do YouTube, desses que mostram uma reles foto parada enquanto ouvimos a música. Putz, era realmente espetacular. Ao que indica esta reportagem, eles estrearam a Sagração no dia 26 de março de 2011, na Duke University, depois de passar 8 meses desvendando e domando o monstro. O resultado é espetacular.

O baixista, o pianista e o baterista.
O baixista, o pianista e o baterista. “É uma peça difícil…”.

Há declarações curiosas, como a do baixista Reid Anderson. Para aliviar as dificuldades da obra, a banda escolheu um plano curioso de ataque. Começaram pelo final e trabalharam dali para trás. “Nós inventamos que o último movimento era o mais difícil”, diz o baixista. “Era bom pensar assim do ponto de vista psicológico. Nós estávamos, cuidadosamente, tentando fazer da Sagração uma peça nossa, algo nosso”. O pianista Iverson diz pouca coisa além de “é uma peça difícil”.

No início, há alguns efeitos que achei estranhos, mas depois que engrena fica uma coisa de louco.

Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera para Jazz Trio (!!!)

01 – First Part– Adoration Of The Earth- Introduction
02 – The Augurs Of Spring
03 – Ritual Of Abduction
04 – Springs Rounds
05 – Games Of The Two Rival Tribes–Procession Of The Sage
06 – The Sage–Dance Of The Earth
07 – Second Part– The Sacrifice- Introduction
08 – Mystic Circle Of The Young Girls
09 – Glorification Of The Chosen One
10 – Evocation Of The Ancestors–Ritual Action of The Ancestors
11 – Sacrifical Dance

The Bad Plus:
Ethan Iverson, piano
Reid Anderson, baixo
Dave King, bateria

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Doidos varridos, todos
Doidos varridos, todos (clique para ampliar)

PQP

.: interlúdio :. The Bad Plus — It’s Hard

.: interlúdio :. The Bad Plus — It’s Hard

Uma penca de divertidos covers jazzísticos de música popular pelo extraordinário trio estadunidense The Bad Plus, todos de Mineápolis, cidade de Prince. A seguir roubamos a resenha de Gabriel Sacramento, do grande blog Escuta Essa!

Caos que une o popular ao jazzístico

Por Gabriel Sacramento

The Bad Plus é um trio americano de jazz instrumental. Mas quando digo jazz, não me refiro ao jazz clássico, easy listening que é, em muitos momentos, trilha sonora de momentos românticos. O jazz desses caras é totalmente diferente, confuso (que aqui não é um demérito), intrigante e caótico.

A proposta sonora deles é o avant garde jazz, utilizando métodos inortodoxos e experimentais com o jazz para expressar sentimentos através da música. Além disso, eles costumam fazer covers de diversos artistas da música popular, trazendo o comum para o universo jazzístico meândrico no qual estão inseridos.

O novo disco – It’s Hard – é composto só por covers. Dentre os artistas que foram regravados estão Johnny Cash, Peter Gabriel, Prince e Neil Finn. E mais uma vez o grupo vem reafirmar a autoridade que tem quando se fala em avant garde mesclado com jazz. Isso fica claro, por exemplo, no caos sonoro de alguns momentos de “Maps” e nas notas estranhas de “Game Without Frontiers”. Eles misturam passagens realmente intrincadas com momentos mais calmos, como em “Time After Time”. Em “Alfombra Magica”, percebemos vários direcionamentos diferentes pelos quais a música segue, entrecortados por pausas periódicas.

Fazer covers é uma tarefa um tanto complicada. É preciso saber até onde se deve colocar sua pessoalidade e até onde se deve respeitar a criação original. Os caras do The Bad Plus mostram que são peritos na arte de desconstruir ideias antes gravadas e construí-las novamente, tomando como norte a livre improvisação. Nisso, eles também se mostram preocupados com a essência das criações originais. “I Walk The Line” do Johnny Cash é um exemplo claro. O trio mantém a melodia e o ritmo, enquanto trabalha a música dando-lhe sentimentos novos e seguindo novos rumos com a improvisação.

Se em vários momentos eles soam caóticos e complexos demais para uma primeira audição, em outros eles nos fazem perceber a beleza de poucas notas e melodias simples, enquanto a instrumentação nos envolve e nos eleva. A música do trio segue uma progressão impressionante, que se dá tanto do começo ao fim de cada faixas, quanto da primeira à última música do álbum.

É como se o caos que eles tentam criar fosse o mundo que enfrentamos diariamente com todos os problemas e o estresse do dia-a-dia, e o contraste com momentos mais limpos e calmos seria o chegar em casa, descansar e dormir. Essa analogia com o que vivemos torna mais fácil a compreensão do que os americanos tentam fazer. A completude e profundidade do que o trio tenta passar com sua música, aliado à sofisticação com que tudo é feito, é o que chama a atenção para o que ouvimos no disco.

Uma sonoridade criativa, complexa (e completa) feita por apenas três músicos. Um baixo, teclado e bateria, trabalhando o conceito de música de uma forma inventiva, falando a linguagem jazzística, mas tomando como base a produção pop. Um disco que vale a pena, mesmo que você não o entenda completamente na primeira vez que ouvir.

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The Bad Plus — It’s Hard

1. “Maps” — Brian Chase, Karen Lee Orzolek, Nick Zinner 4:21
2. “Games Without Frontiers” — Peter Gabriel 4:19
3. “Time After Time” — Cyndi Lauper, Rob Hyman 6:14
4. “I Walk The Line” — Johnny Cash 3:18
5. “Alfombra Magica” — Bill McHenry 4:07
6. “The Beautiful Ones” — Prince 3:32
7. “Don’t Dream It’s Over” — Neil Finn 5:21
8. “Staring At The Sun” — Tunde Adebimpe, David Andrew Sitek 4:27
9. “Mandy” — Scott English, Richard Kerr 6:13
10. “The Robots” — Florian Schneider, Karl Bartos, Ralf Hütter 3:30
11. “Broken Shadows” — Ornette Coleman 3:32

The Bad Plus:
Reid Anderson – bass
Ethan Iverson – piano
David King – drums

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The Bad Plus
The Bad Plus

PQP

Mendelssohn: 12 String Symphonies – Ross Pople, London Festival Orchestra HYPERION, 2004

Hoje, 3 de fevereiro, é aniversário de Felix Mendelssohn. Pensei muito no que postar, e vi que o PQP já tem praticamente tudo dele, alguns itens várias vezes. Mas este chucruten tem um trunfo, que nunca foi postado, e eis aqui em primeira mão a integral de suas Sinfonias de juventude escritas para orquestra de cordas.

Entre os 12 e os 14 anos, Mendelssohn escreveu 12 Sinfonias para serem executadas em ambiente privado, provavelmente uma orquestra de cordas que se reunia em sua casa, por ser um ambiente abastado cultural e monetariamente (ele era filho de um rico banqueiro judeu). A primeira eventual sinfonia em que acrescenta madeiras, metais e percussão, que ele considerava a sua 13a., ficou sendo a sua Sinfonia no.1 em dó menor op.11, escrita por ele aos 15 anos. Então, se o ouvinte se pergunta: mas como um rapaz de 15 anos poderia ter escrito tal sinfonia, e no pacote, em idades próximas, o fabuloso Octeto op.20 e a mágica abertura do Sonho de uma Noite de Verão? Bem, a resposta mais evidente é: ele treinou muito antes, com estas sinfonias para cordas. Quando resolveu investir numa orquestra completa, já era um compositor maduro. Ademais, é notório que Mendelssohn é frequentemente comparado, em relação à precoce inclinação musical e espontaneidade de ideias, a Mozart. Foi Schumann, por notar estas semelhanças, que o apelidou “Mozart do século XIX”. É ver pra crer.

Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847)
CD1
String Symphony No. 1 In C Major
String Symphony No. 2 In D Major
String Symphony No. 3 In E Minor
String Symphony No. 4 In C Minor
String Symphony No. 5 In B Flat Major
String Symphony No. 6 In E Flat Major
CD2
String Symphony No. 7 In D Minor
String Symphony No. 8 In D Major
String Symphony No. 9 In C Minor “Swiss Symphony”
CD3
String Symphony No. 10 In B Minor
String Symphony No. 11 In F Major
String Symphony No. 12 In G Minor

London Festival Orchestra
Ross Pople
Hyperion, 1991

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Arquivo FLAC (sem perda de qualidade), 962Mb

Chucruten

 

Maurice Ravel (1875-1937): Piano Concertos; Menuet Antique; Le Tombeau de Couperin; Fanfare

Maurice Ravel (1875-1937): Piano Concertos; Menuet Antique; Le Tombeau de Couperin; Fanfare

Para mim, o destaque do disco é a excelente performance da dupla Argerich-Abbado no Concerto para Piano de Ravel. O Concerto consiste de dois movimentos externos curtos, “jazzy”, que aninham um muito meditativo Adagio. A dupla e mais a Sonfônica de Londres, tocam a música à perfeição — ela cintila quando necessário e é tomada de calma no citado Adagio. Ouvi muitas performances deste Concerto ao longo dos anos e continuo a preferir esta inspirada interpretação. O pianista francês Michel Beroff é um nome menor do que Argerich, mas ele é conhecido por algumas ótimas interpretações da música impressionista, então Abbado fez uma escolha certa ao selecioná-lo para tocar o Concerto para Piano para Mão Esquerda. Este concerto foi escrito para Paul Wittgenstein, irmão do famoso filósofo, que tinha perdido o braço direito na Primeira Guerra Mundial. O início é bom para testar as frequências mais baixas do seu equipamento de áudio.

Os extras não são de jogar fora.

Maurice Ravel – Piano Concertos in G & D major (Martha Argerich, Michel Beroff, Claudio Abbado) (1993)

Classical

London Symphony Orchestra cond. Claudio Abbado

1. Fanfare for the ballet “L’Eventail de Jeanne”

Martha Argerich, piano
London Symphony Orchestra cond. Claudio Abbado

2. Piano Concerto in G – 1. Allegramente [8:43]
3. Piano Concerto in G – 2. Adagio assai [9:34]
4. Piano Concerto in G – 3. Presto [4:04]

Michel Beroff, piano
London Symphony Orchestra cond. Claudio Abbado

5. Piano Concerto in D for the Left Hand
Lento – Andante – Allegro – Tempo1 [17:22]

Martha Argerich, piano

6. Gaspard de la Nuit – Ondine [6:18]
7. Gaspard de la Nuit – Le gibet [6:40]
8. Gaspard de la Nuit – Scarbo [9:16]

9. Sonatine – Modéré [4:00]
10. Sonatine – Mouvement de menuet [2:59]
11. Sonatine – Animé [3:38]

Martha Argerich, piano
Berlin Philharmonic Orchestra cond. Claudio Abbado

12. Piano Concerto in G – Adagio assai (fragment of 1967 rec.) [5:24]

Recorded in 1976 (tracks 6-12), 1988 (tracks 1-5)”

 

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Martha e Claudio fazendo misérias
Martha e Claudio fazendo misérias

PQP

Karol Szymanowski (1882-1937): Concertos 1 e 2 para violino e orquestra; Sinfonia concertante

Karol Szymanowski (1882-1937): Concertos 1 e 2 para violino e orquestra; Sinfonia concertante

Este é o CD que é vendido em par com o do Stabat Mater e outras obras sinfônico-corais de Szymanowski, que postei aqui não faz muito.

Na ocasião escrevi bastante sobre o compositor e sua música, e também o Carlinus escreveu bastante quando postou o lindo CD das obras para violino e piano. Acho então que agora não precisa ser dito nada… Que fale a música!

Hmmm… mas acho que não vou perder a oportunidade de tocar nisto: será que todos os leitores sabem que SZ em polonês tem o som do nosso CH, e portanto o nome do compositor se pronuncia “chimanóvsqui”?

Acho interessante isso, porque em húngaro é bem ao contrário: todo S tem som de CH, e eles acrescentam o Z para o S parar de chiar (p.ex. Liszt se pronuncia “lisst” porque é escrito assim; se fosse escrito apenas List, se pronunciaria “lisht”).

Engraçado, né?, já que são duas línguas da Europa Oriental… Só que o parentesco entre as duas é perfeitamente comparável ao parentesco entre o português e o japonês!

Enfim, chega de conversa mole, e fiquem com a música do nosso caro “chimanóvsqui”!

Szymanowski: Concerto para violino e orquestra n.º 1, op.35
01 I. Vivace assai
02 II. Vivace scherzando
03 III. Cadeza. Allegro Moderato
Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio Polonesa
Solista: Konstanty Kulka – Regência: Jerzy Maksymiuk

Szymanowski: Concerto para violino e orquestra n.º 2, op.61
04 I. Moderato
05 II. Allegramente
06 III. Andantino
Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio Polonesa
Solista: Konstanty Kulka – Regência: Jerzy Maksymiuk

Szymanowski: Sinfonia concertante op.60
07 I. Moderato, tempo comodo
08 II. Andante molto sostenuto
09 III. Allegro non troppo, ma agitato ed ansioso
Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio Polonesa
Solista: Piotr Paleczny – Regência: Jerzy Semkov

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Szymanowski, como se diz chimarrão
Szymanowski, como se diz chimarrão

Ranulfus

Modest Mussorgsky (1839-1881): Pictures at an Exhibition / Uma noite no Monte Calvo / Valsa do Lago dos Cisnes (Tchaikovsky)

Modest Mussorgsky (1839-1881): Pictures at an Exhibition / Uma noite no Monte Calvo / Valsa do Lago dos Cisnes (Tchaikovsky)

A interessantíssima suíte para piano Quadros de uma Exposição foi composta por Mussorgsky em junho de 1874, inspirada em uma mostra de desenhos do arquiteto e pintor Viktor Hartmann, amigo de Mussorgsky, falecido no ano anterior. A peça coloca cada quadro sob forma musical e há até um tema que descreve a caminhada entre um e outro. É uma visita à exposição. Décadas depois, Ravel realizou sua célebre versão orquestral, presente neste CD.

Modest Petrovich Mussorgsky foi um compositor e milico russo. Foi membro do nacionalista Grupo dos Cinco, ao lado dos músicos Mily Balakirev, Aleksandr Borodin, César Cui e Nikolai Rimsky-Korsakov. Com a morte de sua mãe, quanfo Modest tinha 26 anos, em 1865, o alcoolismo passou a fazer parte de sua vida. Em 1867 compôs a peça orquestral Uma noite no Monte Calvo, presente neste CD, que Balakirev se recusou a reger em razão de sua modernidade… Aos 29 anos de idade começou a compor Boris Godunov, sua ópera mais conhecida e uma das peças mais importantes da história da música russa, baseada na obra de Pushkin. Utilizando o ritmo da fala dos mujiques ao invés de melodias líricas; com harmonias excêntricas na época, como a harmonia sacra eslava; coros e personagens populares com papéis importantes, Boris Godunov causou grande polêmica, sendo que a versão original de 1870 foi recusada. A estréia ocorreu no Teatro Maryinsky em 1873, após diversas alterações feitas por Mussorgsky e Rimsky-Korsakov. Após uma segunda apresentação de apenas alguns trechos, a ópera deixou de ser encenada. Após 1874 a qualidade de sua música começa a decair. Khovanshchina (1872-1881) é uma ópera em que predominam os motivos líricos. Nos anos que se seguiram, o alcoolismo passa a se intensificar. É dessa época o ciclo Canções e danças da morte (1875-1877), de sabor exótico e oriental. Em 1880 foi demitido de seu posto no serviço governamental por alccolismo. Mussorgsky uma semana após completar 42 anos.

Modest Mussorgsky (1839-1881): Pictures at an Exhibition / Uma noite no Monte Calvo / Valsa do Lago dos Cisnes (Tchaikovsky)

01. Pictures At An Exhibition : Promenade I
02. Pictures At An Exhibition : Gnomus
03. Pictures At An Exhibition : Promenade II
04. Pictures At An Exhibition : The Old Castle
05. Pictures At An Exhibition : Promenade III
06. Pictures At An Exhibition : Tuileries Gardens
07. Pictures At An Exhibition : Bydlo
08. Pictures At An Exhibition : Promenade IV
09. Pictures At An Exhibition : Ballet Of The Unhatched Chicks
10. Pictures At An Exhibition : Samuel Goldenberg und Schmuÿle
11. Pictures At An Exhibition : The Market At Limoges
12. Pictures At An Exhibition : Catacombae (Sepulchrum Romanum)
13. Pictures At An Exhibition : Cum Mortuis In Lingua Mortua
14. Pictures At An Exhibition : The Hut On Chicken’s Legs
15. Pictures At An Exhibition : The Great Gate Of Kiev

16. Mussorgsky: Night On Bald Mountain

17. Tchaikovsky: Swan Lake Suite, Op.20a : 2. Waltz

Vienna Philharmonic Orchestra
Gustavo Dudamel

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Mussorgsky: como nasciam russos bons no século XIX!
Mussorgsky: como nasciam russos bons no século XIX!

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Giuseppe Tartini (1692-1770): A Sonata do Diabo (“Il Trillo del diavolo”, “O Trinado do Diabo”) e outras peças

Giuseppe Tartini (1692-1770): A Sonata do Diabo (“Il Trillo del diavolo”, “O Trinado do Diabo”) e outras peças

IM-PER-DÍ-VEL !!!

“Uma noite sonhei que tinha feito um pacto com o diabo, o qual se dispôs a me obedecer, em troca de minha alma. Meu novo servo antecipava meus desejos e os satisfazia. Tive a ideia de entregar-lhe meu violino para ver se ele sabia tocá-lo. Qual não foi meu espanto ao ouvir uma Sonata tão bela e insuperável, executada com tanta arte. Senti-me extasiado, transportado, encantado; a respiração falhou-me e despertei. Tomando meu violino, tentei reproduzir os sons que ouvira, mas foi tudo em vão. Pus-me então a compor uma peça – Il Trillo del Diavolo – que, embora seja a melhor que jamais escrevi, é muito inferior à que ouvi no sonho”.

Giuseppe Tartini

Este é um dos CDs mais loucos que você vai ouvir. Mas é uma loucura inspirada. Andrew Manze, seguindo uma sugestão que está em uma das cartas de Tartini, livra-se de qualquer acompanhante e toca estas peças — normalmente executadas no mínimo com cravo contínuo — no violino solo. E Manze se utiliza de grande liberdade, improvisando, afastando-se do texto e voltando à partitura original. É um belo pesadelo e uma grande performance, altamente barroca. Se é “autêntica” ou não, eu não tenho a menor ideia. Manze não parece preocupado com isso. São execuções fluidas e livres, de bela sonoridade. Um CD inesquecível.

A vida de Tartini foi um tanto louca. Mesmo proibido pela família, casou-se secretamente com Elisabetta Premazzone, sobrinha de um cardeal que se opôs ao casamento. O feito rendeu-lhe uma ordem de prisão, o que levou Tartini a fugir para Assis, onde, disfarçado de Frade, se exilou no mosteiro da cidade.

Em Assis, Tartini se entregou ao estudo do violino, pesquisando novas metodologias e possibilidades sonoras do instrumento. Ali ele fez a descoberta do “Terzo Suono”, o terceiro som, um “fantasma sonoro” que pode ser percebido quando dois sons são intensos o suficiente para chegarem simultaneamente ao ouvido e gerar um terceiro som.

É um efeito semelhante ao dos sons binaurais. No violino, é comum executar este som, basta que o violinista toque notas duplas, se seu ouvido for sensível o suficiente ele ouvirá um terceiro tom, também conhecido como “Tons de Tartini”. Foi em seu livro Tratado de música segundo a verdadeira ciência da harmonia, que Tartini tornou o tema público.

Passados dois anos, Tartini foi perdoado e voltou imediatamente à companhia da esposa. Neste período, Tartini deu início a carreira de concertista.

Os três últimos parágrafos foram roubados daqui.

Giuseppe Tartini (1692-1770): A Sonata do Diabo e outras peças

“La Sonata Del Diavolo” En Sol Mineur
1 [Largo] 6:36
2 Allegro 6:06
3 Andante – Allegro – Adagio 6:18

De “L’Arte Del Arco” (14 Variations Sur La Gavotte De L’op. 5 n 10 De Corelli)
4 Theme Et Variation 1 1:00
5 Variations 2 Et 4 1:09
6 Variations 9, 15 Et 12 1:28
7 Variations 10 Et 20 1:52
8 Variations 29 0:46
9 Variations 30 0:38
10 Variations 33 2:04
11 Variations 34 1:11
12 Variations 23 0:53
13 Variations 38 1:11

Sonate En La Mineur
14 Cantabile 1:56
15 Allegro 1:57
16 [Andante] 4:50
17 Giga 2:33
18 Aria [Avec Vatiations] 1:40
19 Variations I 1:18
20 Variations II 3:52
21 Variations III 1:32
22 Variations IV 2:43
23 Variations V 1:19

“Pastorale” Pour Violon Scordatura
24 Grave 5:00
25 Allegro 3:30
26 Largo – Presto – Andante 4:59

Andrew Manze, violino

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Exemplo de execução da Sonata "Il Trillo del diavolo"
Exemplo de execução da Sonata “Il Trillo del diavolo”

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