.: interlúdio :.

Sem delongas, que a tarde vai caindo e o fim de semana nos espera.

Nicholas Payton nasceu em 1973. Em New Orleans. Começou a tocar trumpete em 77. Seu pai era o baixista Walter Payton, que, ao lado da família, o incentivava e ensinava notação e escalas. Aos 12, fez turnês pelos EUA e Europa com a All Stars Jazz Band. Formou-se em música na universidade local, sob a tutela de Ellis Marsalis. Foi apadrinhado por outro pilar de mesmo sobrenome: Winton. Nos anos 90, começou a gravar e não parou mais. Assentou notoriedade com o disco Dear Louis, de 97, relendo em dueto com Doc Cheatham as faixas de, é claro, Louis Armstrong. É fã de Hermeto Paschoal.

Neste disco, gravado em 1999 e lançado em janeiro de 2000, não esperem um jazz novidadeiro, inovativo; tampouco um simulacro da era de ouro do jazz. Nick é um músico honesto e faz bop (ou neo-bop, como preferem alguns) com claridade cristalina; embora pudesse ter tocado em qualquer formação clássica dos ’50, não soa nada deslocado na contemporaneidade. Suas composições são atrativas, inteligentes e sensíveis; Nick@Night divide-se em faixas de um belo e atmosférico cool jazz, rendições a New Orleans big-band, e momentos onde lembra o bop espaçado de Miles Davis pré-Bitches Brew. Mas procurem não pensar muito nisso, pelos menos na primeira audição. Tenho certeza que a maior qualidade deste álbum – o frescor, a juventude – vai se fazer entender com facilidade nos ouvidos gabaritados que freqüentam este blog. Escutem sem reverência.

Nick

Nicholas Payton: Nick@Night (192)
Nicholas Payton: trumpet, flugelhorn, harpsichord, celeste
Tim Warfield: soprano & tenor saxophones
Anthony Wonsey: piano, harpsichord, celeste
Reuben Rogers: bass
Adonis Rose: drums
Produzido por Nicholas Payton para a Verve

download – 99mB
01 Beyond The Stars 5’46
02 Captain Crunch (Meets The Cereal Killer) 5’31
03 Faith 8’39
04 Pleasant Dreams 4’34
05 Interlude No. 1 (Turn Up The Funk) 0’55
06 Nick @ Night 6’14
07 Somnia 5’24
08 Interlude No. 2 (Turn Out The Burn Out) 1’10
09 Prince Of The Night 6’51
10 Blacker Black’s Revenge 8’28
11 Little Angel 5’58
12 Exquisite Tenderness 4’52
13 Sun Goddess 7’13

Boa audição!

9 comments / Add your comment below

  1. Sr. bluedog, eu queria uma opinião sua…Esses dias consegui um cd de Woody Allen em q ele toca clarinete. Acho q vc deve conhecer esse cd…Pois, vc poderia indicar algum bom claritenista para q eu possa me aprofundar nesse estilo? Eu particularmente não conheço necas!
    Grande Abraço!

  2. Uma das novas estrelas do trompete dos anos 90, Nicholas Payton combina referências de sua herança de New Orleans com o hard bop e a musicalidade dos Young Lions. Payton, nasceu em New Orleans, em 1973, para abrilhntar o mundo do jazz . Os seus albúns ( 1994 – From this Moment , 1995 – Gumbo Nouveau , 1997 – Payton’s Place , 1999 – Nick@Night , 2001 – Dear Louis e 2003 – Sonic Trance são perolas para a eternidade, são somatorias de valores inestimaveis a nova geração jezistica. Parabéns pela postagem.
    Grato

  3. Grandes clarinistas do Jazz:
    Artie Shaw, Benny Goodman (tanto jazz quanto musica erudita), Buddy DeFranco, Don Byron, Eddie Daniels. Edmond Hall. Eric Dolphy (tocou com vários nomes ), John Carter (muito bom), Jimmy Giuffre, Paulo Moura (toca jazz, choro e mpb Made in Braziil) , Paquito D’Rivera (clarinetista cubano de uma discografia invejavel), Pete Fountain, Perry Robinson, Theo Jörgensmann (clarinista e compositor alemão), Tony Scott (Irmão do cineasta Ridley Scott.), Woody Allen .
    Estas fontes podem ser pesquisadas no side: http://www.clarinetemania.com
    Espero ter contribuido.
    Grato

  4. Excelente, gostei muito deste Nicholas Payton, não conhecia.
    Gostaria de saber se é possível, que em esses bons arquivos tenha
    algumas coisa de Scot Joplin, gosto muito desse grande criador do ragtime, desde já muito obrigado.

  5. Caro Saulo! Desculpas pela demora na resposta. No jazz, o clarinete viveu seus tempos áureos no apogeu das big bands, entre 1920-40, e declinou com o domínio do trumpete a partir do bop. Se vcoê quer se aprofundar no instrumento, apostas certas são Benny Goodman e Eric Dolphy. Pode começar pelo antológico concerto no Carnegie Hall, de Goodman, 1938. Aqui há um link. Abraço!

  6. Prezado Saulo,
    A Day In New York – Tony Scott, exelente sem comparação. lançado pela Fresh Sound. Contando com a presença de um jovem e desconhecido pianista denominado Bill Evans na época, além de Clark Terry , Sahib Shihab (, Jimmy Knepper , Henry Grimes e Paul Motion , Tony mostra a insuspeita viabilidade do clarinete no ambiente bop. Aos argonautas mais incrédulos deixo as faixas There Will Never Be Another You e Blues For Three Horns no Gramophone By John Lester ( à direita na capa do CD) para uma rápida conferida no talento de Scott.
    Espero q goste, pois é um magnifico Clarinista.Recomento.
    Grato

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