IM-PER-DÍVEL !!!
Este é realmente um EXCELENTE CD duplo. Trata-se da reedição de dois discos do Palladian, de 1993 e 1994. Imaginem que o Palladian contava com Rachel Podger em suas fileiras e quem Podger pode! (Vamos lá tradutor automático, dê um jeito nisso!). Essas gravações receberam vários prêmios (incluindo dois Diapason d’Or, um para cada CD) e soam hoje tão sensacionais quanto de seu lançamento.
É música do século XVII. O primeiro CD recebe o curioso nome de An Excess Of Pleasure (com direito a um job do compositor Blow) e apresenta obras de compositores ingleses e italianos que viveram e trabalharam na Inglaterra ou que venderam obras para ingleses. A música é excelente — alguns dos compositores são muito famosos, como Vivaldi ou Purcell. O segundo é uma coleção veneziana de nome ainda mais estranho — The Winged Lion — mas afirmo-lhes que tudo é bom demais. A técnica de cada músico é absolutamente magistral, especialmente os solos de Rachel Podger e Pamela Thorby, que são tocados com uma clareza e agilidade impressionantes. O grande trunfo do Palladian Ensemble não é apenas a habilidade individual, mas a forma como eles tocam juntos. Há um constante e delicado diálogo entre a flauta e o violino, com o alaúde e o violoncelo fornecendo um acompanhamento rico e inventivo. A gravação transborda vida, alegria e ritmo. É impossível não ser cativado pelo evidente prazer que os músicos tiveram ao gravar. A seleção de peças é variada, permitindo contrastes entre o estilo inglês, a elegância corelliana e o fogo veneziano, mantendo o ouvinte engajado do início ao fim. An Excess Of Pleasure / The Winged Lion é considerada uma gravação de referência para este repertório. O primeiro CD, An Excess of Pleasure dá foco à música instrumental inglesa e italiana do final do século XVII e início do XVIII. Ele captura o espírito hedonista e virtuosístico da época. As peças são cheias de energia, dança e invenção melódica. No segundo CD, o “Leão Alado” é o símbolo de São Marcos, o padroeiro de Veneza. Este CD é uma homenagem à efervescência musical da Serenissima República. A música veneziana era conhecida por sua grandiosidade, cor e o estilo “concertato” (contraste entre grupos sonoros). Mesmo em formações de câmara, essa dramaticidade está presente.
Vários compositores barrocos: An Excess Of Pleasure / The Winged Lion (Palladian Ensemble)
Marco Uccellini (1603 – 1680)
1-1 Aria Sopra ‘la Bergamasca’ 3:33
Nicola Matteis (fl. 1670)
Ayres for the Violin
1-2 ‘Aria spagnuola a due corde’ 2:45
1-3 ‘Diverse bizzarie Sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaconna’ 4:41
Matthew Locke (1621/2 – 1677)
Broken Consort in D
1-4 Pavan 4:47
1-5 Ayre 1:37
1-6 Galliard 1:34
1-7 Ayre 1:39
1-8 Saraband 1:19
Christopher Simpson (c. 1605 – 1669)
1-9 Divisions on ‘John come kiss me now’ 4:45
John Blow (1649 – 1708)
Sonata in A
1-10 ‘Slow’ 3:08
1-11 (Untitled) 1:11
1-12 ‘Brisk’ 2:16
Biagio Marini (c. 1587 – 1663)
1-13 Sonata 5:20
Anon (c. 1660)
1-14 Ciaconna 3:53
Francesco Geminiani (1687 – 1762)
Scots Airs
1-15 ‘Auld Bob Morrice’ 3:01
1-16 ‘Lady Ann Bothwell’s Lament’ 2:42
1-17 ‘Sleepy Body’ 2:18
Nicola Matteis (fl. 1670)
Ayres for the Violin
1-18 ‘Andamento con divisione’ 2:14
1-19 ‘Aria’ 1:01
1-20 ‘Grave’ 2:10
1-21 ‘Ground in D, la sol re per fa la mano’ 3:03
Henry Purcell (1659 – 1695)
1-22 Two in One Upon a Ground 2:49
Nicola Matteis (fl. 1670)
1-23 Bizzarie all’imor Scozzese (Ground after the Scotch Humour) 4:17
Dario Castello (fl. 1620)
2-1 Sonata Duodecima (Book II 1629) 6:58
Giovanni Battista Vitali (1632 – 1692)
2-2 Ciaconna (Op.7/3 1682) 2:59
Marco Uccellini (1603 – 1680)
2-3 Sonata Quarto (Op. 5 1649) 5:01
Antonio Vivaldi (1676 – 1741)
Concerto in F major RV 100
2-4 Allegro 2:23
2-5 (Untitled) 2:47
2-6 Allegro 2:42
Giovanni Battista Buonamente (d. 1642)
Suite ( Book III 1626)
2-7 ‘Gagliarda seconda’ 1:42
2-8 ‘Corrente terza e quarta’ 1:29
2-9 ‘Brando terza’ 2:58
2-10 ‘Avanti il Brando’ 1:02
2-11 ‘Brando Quarto’ 1:23
Francesco Cavalli (1607 – 1676)
2-12 Canzon (Musiche Sacrae 1656) 6:53
Santiago De Murcia (fl. 1700)
2-13 El Amor (Poema Harminico 1691) 2:28
2-14 La Jota (Saldivar Codex c. 1700) 2:52
Francesco Turini (1589 – 1656)
2-15 Sonata a tre 6:21
Antonio Vivaldi (1676 – 1741)
Concerto in D major RV 84
2-16 (Untitled) 2:51
2-17 Largo 2:48
2-18 Allegro 2:20
Marco Uccellini (1603 – 1680)
2-19 Aria undecima detta il ‘Caporal Simon’ 2:05
2-20 Aria decimaquarta sopra ‘la mia pedrina’ 4:16
2-21 Aria decimaquinta sopra ‘le scatola da gli agghi’ 1:59
Cello, Viola da Gamba – Joanna Levine
Classical Guitar, Lute, Theorbo – William Carter
Recorder, Flute – Pamela Thorby
Violin – Rachel Podger

PQP



É Natal! Jesus nasceu e todos estão felizes fazendo compras como se o mundo fosse acabar. E aqui temos um excelente CD. SÉRIO! Bem, sei, melhor me acalmar. Um CD delicadíssimo e de alto nível artístico este da Nonesuch Records. Não é aquele barroco cheio de vigor, é tranquilo e autenticamente camarístico. As melhores obras do CD são as de Charpentier, o que não deixa de ser uma surpresa; afinal, Marc-Antoine é francês… Os americanos que o interpretam também são muito bons… Melhor rever meus conceitos (e preconceitos). Música sacra da melhor qualidade! Feliz Natal!
E hoje é o Dia de Santa Cecília, a padroeira da música. Também é o Dia do Músico! Hail! Bright Cecilia ( Z. 328), também conhecida como Ode a Santa Cecília, foi composta por Henry Purcell para um texto do irlandês Nicholas Brady em 1692 em homenagem à festa de Santa Cecília, padroeira dos músicos. As celebrações anuais da festa desta santa — sempre em 22 de novembro — começaram em 1683, organizadas pela Sociedade Musical de Londres , um grupo de músicos e amantes da música. A primeira apresentação ocorreu em 22 de setembro de 1692 no Stationers’ Hall. Foi um grande sucesso e recebeu bis. Melhor dizendo, foi tocada duas vezes. Também pudera, a música é muito inventiva e boa.

IM-PER-DÍ-VEL !!! 
Ah, adorável Purcell! King Arthur (ou The British Worthy, Z. 628), é uma ópera em cinco atos com música de Henry Purcell e libreto de John Dryden. Foi apresentada pela primeira vez no Queen’s Theatre, Dorset Garden, Londres, no final de maio ou início de junho de 1691. O enredo é baseado nas batalhas entre os bretões do Rei Arthur e os saxões, e não nas lendas de Camelot (embora Merlin apareça). Também não foi baseado na fundamental obra do Monty Python. Trata-se de uma obra mais sobrenatural, incluindo personagens como Cupido e Vênus, além de referências aos deuses germânicos dos saxões, Woden, Thor e Freya. A história centra-se nos esforços de Arthur para recuperar a sua noiva, a cega princesa Emmeline da Cornualha, que foi raptada pelo seu arquiinimigo, o rei saxão Osvaldo de Kent. Lembrei do Monty Python novamente… Rei Arthur é uma “ópera dramática” ou uma “semi-ópera”: os personagens principais não cantam. Personagens secundários cantam por eles. É uma diegese muito bem escrita — sim, pode ir ao dicionário. Os protagonistas normalmente são atores. Esta era uma prática normal na ópera inglesa do século XVII. Mas, hoje, Arthur é sempre apresentado por cantores. Eu amo especialmente a ária que ficou famosa como The Cold Song.





John Eliot Gardiner gravou as obras da Rainha Mary — a Ode de Aniversário e a Música para o Funeral — lá em 1976. A Orquestra e o Coro Monteverdi já eram espetaculares, só que esta gravação analógica do Aniversário, feita na Capela Rosslyn Hill, em Londres, não é tão bem equilibrada, com os solistas às vezes soando pequenos demais para competir com o conjunto de apoio. No entanto, a execução da Música Funeral por Gardiner é um acontecimento grandioso e imponente, e é uma pena que a gravação não lhe faça maior justiça. O Funeral — com o perdão da palavra — é um verdadeiro deleite, especialmente os quartetos de trombones. Há um verdadeiro sentimento de luto, mas sem deixar a música totalmente sombria. Interpretação suntuosa e altamente dramática. Talvez insuperável ainda hoje, apesar de seus problemas.
Esta não é a melhor gravação de Dido e Aeneas que está em nosso blog. Há outras bem melhores, quase todas. Mas Harnoncourt é sempre Harnoncourt e merece nosso respeito. Trata-se de uma obra-prima composta por Purcell. É considerada a primeira ópera nacional inglesa, tendo sido a única escrita por Purcell (1659-1695), um dos maiores compositores britânicos de todos os tempos e mestre do barroco. Ainda que tenha vivido pouco, nos deixou um número expressivo de odes para coro e orquestra, cantatas, canções, hinos, serviços, sonatas de câmara e obras para teclado, além de mais de quarenta peças para música de cena (PQP Bach tem TODAS, 

IM-PER-DÍ-VEL !!!

















IM-PER-DÍ-VEL !!!
Este delicado CD traz uma excelente amostra do que é a música instrumental do grande Henry Purcell. São Sonatas curtinhas e muito bonitas. As sonatas do inglês estão entre os pilares da música de câmara barroca. O próprio compositor as descreveu despretensiosamente como “uma imitação dos mais famosos mestres italianos”. No entanto, a audição e a suas estruturas revelam que a modéstia de Purcell esconde uma mistura altamente original de modelos italianos, de música tradicional inglesa e uma quase obsessão com a técnica contrapontística. O Purcell Quartet dá uma verdadeira aula de como abordar este belo e negligenciado repertório. A personalidade criativa do mestre inglês, seu dom melódico arrebatador e as suas inquietas harmonias estão por toda parte, negando, de certa forma, sua modéstia.




























