M. A. Reichert – Afinidades Brasileiras: Odette Ernest Dias (flauta) & Elza Kazuko Gushikem (piano) (Acervo PQPBach)

2pqndhuMatheus André Reichert
Afinidades Brasileiras
Odette Ernest Dias (flauta)
Elza Kazuko Gushikem (piano)

Considerado o mais notável flautista do Império, o belga Matheus André Reichert (Pays-Pas, 1830-1880) chegou ao Brasil em 1859, contratado pelo Imperador Pedro II. Conhecido e admirado por músicos eruditos como Carlos Gomes, Reichert também desenvolveu suas afinidades com o Brasil, com os seresteiros e boêmios da época. Sua brilhante síntese musical é recuperada aqui pela pesquisa pioneira de Odette Ernest Dias.

Considéré comme le plus remarquable flûtiste de l’Empire du Brésil, le belge Matheus André Reichert (Pays-Pas, 1830-1880) arriva à Rio en 1859, contracté par l’Empereur Pedro Il. Connu et admiré par les compositeurs érudits comme Carlos Gomes, Reichert développa ses affinités avec le Brésil au milieu des musiciens bohêmes des sérénades de l’époque. Sa brillante synthèse musicale est récupérée ici par la recherche pionnière de Odette Ernest Dias.

Matheus André Reichert (Pays-Pas, 1830-1880)
1. Souvenir du Para – Andante elégiaque – Opus 10
“Souvenir”. Saudade. Nostalgia das águas escuras do Amazonas e das paisagens desse Brasil que Reichert palmilhou de Norte a Sul, encantando a todos com a sua “flauta mágica”.

2. Tarantelle – Étude de salon – Opus 3
Aqui Reichert voltou a ser internacional, nesta peça de endiabrado ritmo napolitano. Peça de grande brilho, que faz jus à fama de virtuoso do autor.

3. Rêverie – Opus 17
Novamente a melancolia, o sonho, a saudade, nesta peça dedicada ao seu professor Demeur Charton, outro amante do Brasil.

4. La coquette (A faceira) – Polka de salon – Opus 4
Aqui Reichert declara abertamente seu brasileirismo. O título já vem traduzido. Essa mesma “faceira” aparece copiada à mão nos cadernos dos chorões do início deste século, o que mostra como ela se tornou popular.

5. Martha – Petit morceau de salon – Opus 18
Última obra de Reichert, inspirada num tema da ópera de Flotow, que, curiosamente, na hora da variação, se transforma em um quase … “chorinho”, onde tomamos a liberdade de introduzir o violão brasileiro de Jaime Ernest Dias, … pequena licença musical.

6. Romance sans paroles – Opus 11
No estilo da época, tão expressivo em Mendelssohn, essa “romança” adquire, aqui, uma singeleza toda modinheira.

7. La sensitive – Petite polka de salon – Opus 8
Continuando a tradição dos compositores do séc. XVIII, como Couperin e Rameau, Reichert pinta aqui um retrato musical. “A Sensitiva” mostra bem o que aconteceu à polka européia ao contato com o ritmo brasileiro. Ela aderiu à síncope, ao balanço e à flexibilidade do lundu e do batuque, exemplo maravilhoso de síncope musical.

8. Souvenir de Bahia – Andante pastorale – Opus 12
Aqui parece que Reichert trouxe lembranças mais alegres dessa viagem. A tonalidade do mi Maior nos leva às águas azuis e verdes do mar baiano e ao dengue do seu povo colorido.

Afinidades Brasileiras – 1985
Odette Ernest Dias (flauta) & Elza Kazuko Gushikem (piano)
Faixa 5: Jaime Ernest Dias (violão)
Textos extraídos do LP.

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Mais outro LP do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
LP de 1985 digitalizado por Avicenna

Boa audição.

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Avicenna

Modinha e Lundu: Bahia Musical, séc. XVIII e XIX – Conjunto Anticália (Acervo PQPBach)

1zb6txvModinha e Lundu
Bahia Musical, séc. XVIII e XIX
Conjunto Anticália
1984

O material gravado neste disco ilustrou uma aula de um curso sobre cultura baiana, promovido pelo Centro de Estudos Baiano da UFBA, em 1982. Foi subsequentemente reapresentado uma quase dezena de vezes pelo grupo Anticália, para uma varieda de de platéias, das mais despretensiosas aos eruditos membros de congresso de história. Não faltaram os visitantes dos estados irmãos, e até mesmo um navio inteirinho da universidade americana, que parou no porto de Salvador. Contudo. o propósito maior é o de dar aos baianos, de volta, aquilo que é seu, um espelho de si mesmos. Não se entenda, entretanto, que haja aqui qualquer intenção regionalista ou mesquinha, pois modinha e lundu foram fenômenos não somente brasileiros, mas que envolveram também o outro lado do Atlântico.

A ênfase aqui é de música na Bahia- não da Bahia – tanto assim que não se hesitou até mesmo de incluir dois documentos de procedência portuguesa.

A despeito do interesse da UFBA, o tradicional problema das verbas não teria permitido a realização deste disco não fosse o apoio da COPENE em concretizá-lo. Não somente vale o agradecimento, mas a esperança de que isso se renove, uma vez que a Bahia, entre as demais unidades da federação, é uma das que mais se tem descuidado de sua memória musical.

A bibliografia musical brasileira carece assim de uma monografia, em profundidade, sobre as modinhas e lundus, vistos sob uma ótica baiana. Se esse é o objetivo futuro desta pesquisa, fique o ouvinte leigo poupado da controvérsia e da erudição, e apenas sujeito a um desfilar de rosas d’antanho, a que certamente não faltarão muitos deleites e alguns espinhos malvadamente permitidos.

Anticália

Compõem o Conjunto Anticália as instrumentistas Selma Alban, Conceição Perrone, Cristina Tourinho e Cândida Williams e a cantora Renata Becker (soprano), com a colaboração neste disco de Helder Parente, instrumentista e cantor.

Rendem uma homenagem de profundo carinho a Bárbara Vasconcelos, um de seus membros mais atuantes e talentosos, prematuramente levada de seu convívio e de promissora contribuição à vida musical da Bahia.

Manuel Veiga é etnomusicólogo, com doutorado na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Atualmente é Chefe do Departamento de Música da Universidade Federal da Bahia.
(extraído da contra-capa, 1984)

Modinha e Lundu: Bahia Musical, séc. XVIII e XIX
Anônimo
01. Landum
Anônimo (Séc. XVIII)
02. Quem ama para agravar
03. Eu nasci sem coração – Lundum
04. É tão bom, não dói, nem nada
Anônimo (Recolhido Von Martius entre 1817-1820)
05. Foi-se Josino e deixou-me
06. Prazer igual ao que sinto
Anônimo (Séc. XVIII)
07. Iaiazinha, você mesma
Anônimo
08. Tristes saudades
09. Astuciosos os homens são
Anônimo (modinha imperial coligida por Mário de Andrade)
10. Hei de amar-te até morrer
Xisto de Paula Bahia (Salvador, 1841-Caxambu,1894)
11. A mulata
Plínio Augusto Xavier de Lima (Caetité,1845-1873)/Xisto de Paula Bahia (Salvador, 1841-Caxambu,1894)
12. Quis debalde varrer-te da memória – Agora e sempre
Xisto de Paula Bahia (Salvador, 1841-Caxambu,1894)
13. Iaiá, você quer morrer
Anônimo
14. Morena, morena
15. És, Marília, meu arcanjo
16. Minha morena é bonita – Tirana

Modinha e Lundu: Bahia Musical, séc. XVIII e XIX – 1984
Conjunto Anticália


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Um LP do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
LP de 1984 digitalizado por Avicenna.

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Boa audição.

Avicenna

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Missa de Santa Cecília – Orquestra e Coro Gulbenkian (Acervo PQPBach)

2gwi7bbMissa de Santa Cecília (1826)
Pe. José Maurício Nunes Garcia

Orquestra e Coro Gulbenkian

Gravação gentilmente cedida por Rosana Lanzelotte. Não tem preço! Esta gravação não está em nenhum CD, é um privilégio que somente os ouvintes do PQPBach podem desfrutar!

O compositor e padre brasileiro José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) foi revisitado nos dias 6 e 7 de Junho de 2008 pelo Coro e Orquestra Gulbenkian, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian em Lisboa, quando foi interpretada a Missa de Santa Cecília com quarteto de solistas composto por Paula Almenares (soprano), Giovanna Lanza (mezzo-soprano), Aldo Caputo (tenor) e Massimiliano Gagliardo (barítono) e com direção de Ricardo Kanji.

Na Missa “Santa Cecília”, o Pe. José Maurício Nunes Garcia parece ter deixado tudo o que restava de sua força física e da sua inspiração numa despedida à vida e à arte (Maestro Ernani Aguiar). Foi a sua última composição e a sua última regência.

3148qp1O excelente e completo site ‘Música Brasilis’ (www.musicabrasilis.org.br), concebido e coordenado pela cravista e musicóloga Rosana Lanzelotte, cuja carreira de solista levou-a a importantes salas de concerto, como o Wigmore Hall, St. Martin-in-the-fields (Londres), Otto Braun Saal (Berlim), Palazzo Barberini (Roma) e Fundação Gulbenkian (Lisboa), além das principais salas da América Latina. Foi a idealizadora do projeto O Amor Brasileiro, que apresentou a música de José Maurício Nunes Garcia e Sigismund Neukomm em concertos por diversas cidades da França durante o ano do Brasil em 2005, além de idealizadora da série Música nas Igrejas que, desde 1993, leva concertos de música clássica a todos os bairros do Rio de Janeiro. (http://www.lanzelotte.com/)

Ricardo Kanji especializou-se em flauta no Conservatório Real de Haia (Holanda) a partir de 1970, e em 1972 tornou-se o único brasileiro laureado no Concurso Internacional de Bruges. De 1973 a 1995 foi professor do mesmo Conservatório, cuja orquestra barroca dirigiu. Integra a Orquestra do Século XVIII, dirigida por Frans Bruggen, com quem viaja por todo o mundo. Gravou aplaudidos CDs para selos europeus, entre os quais destacam-se os dedicados às sonatas de Handel e Telemann (Phillips) e Mancini e Van Wassenaar (Globe). Depois de mais de 25 anos na Europa, decidiu retornar ao país e dedicou-se ao resgate do repertório brasileiro do período colonial. Idealizou o projeto História de Música Brasileira, pelo qual foi apontado como o melhor regente de 1999 pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Recentemente foi convidado a reger a Orquestra da Fundação Gulbenkian em Lisboa, à frente da qual realizou uma celebrada versão da Missa de Santa Cecília de José Maurício.
(http://movimento.com/mostraconteudo.asp?mostra=2&escolha=13&codigo=4231)

‘Musica Brasilis’ tem por objetivo resgatar e disponibilizar obras significativas do patrimônio musical brasileiro, pela primeira vez em formato que possibilita a execução. Além do acesso às partituras, áudios e vídeos, o portal conta com recursos interativos para ampliar o interesse e a fruição dos repertórios disponibilizados, tais como:

* Escuta Guiada: escuta sincronizada com a visualização da partitura e de comentários explicativos, que apontam aspectos da obra e dos instrumentos utilizados.
* Jogos Musicais: tem como objetivo aguçar a escuta, ampliar o gosto pela música brasileira e estimular a criatividade. A iniciativa é inspirada nos jogos de escuta desenvolvidos pelo IRCAM.

O ‘Musica Brasilis’ disponibiliza partituras de mais de 80 compositores brasileiros, vídeos de obras gravadas de compositores nacionais e uma infinidade de áudios de obras de compositores nacionais, de todas as épocas.

Compensa visitar: www.musicabrasilis.org.br

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830)
Missa de Santa Cecília (1826), CPM 113
1. Kyrie
2. Gloria in Excelsis
3. Laudamus
4. Gratias
5. Domine Deus
6. Qui Tollis
7. Qui Sedes
8. Quoniam
9. Cum Sancto Spiritu
10. Credo
11. Et Incarnatus
12. Crucifixus
13. Et Ressurrexit
14. Sanctus – Benedictus
15. Agnus Dei

Orquestra e Coro Gulbenkian – 2008
Regente: Ricardo Kanji

 

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.Boa audição.

Captura de Tela 2017-07-02 às 17.34.22

 

 

 

 

 

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Avicenna
PS – Ao refazer esta postagem perdí todos os excelentes comentários da postagem original, motivo pelo qual peço minhas desculpas.

Música no Tempo das Caravelas: Conjunto Música Antiga da UFF (Acervo PQPBach)

29fayv4Música no Tempo das Caravelas
Conjunto Música Antiga da UFF
1998

Música Ibérica à Época do Descobrimento

Em 1992 saudávamos com entusiasmo a gravação do LP intitulado Cantares de Amor, Suspiros e Cuydados, que o Conjunto de Música Antiga da UFF, sob os auspícios da FUNARTE, realizara. Incluía-se, então, nas comemorações dos 500 anos da conquista da América, uma vez que as músicas selecionadas eram exemplos das que animavam os serões palacianos em Portugal e Espanha, ao tempo das descobertas ultramarinas.

Passados seis anos, quando se aproxima o ano 2.000 e já se iniciam as festas comemorativas dos 500 anos da conquista do Brasil pelos portugueses, esse meritório Conjunto retoma as músicas do citado LP, acrescenta-lhes outras, e oferta-nos um ainda mais rico documento cultural da Era da Expansão ibérica.

Sobre as letras do Cancioneiro de Elvas (Biblioteca Públia Hortênsia)

À exceção das composições Dos estreitas le siguen e Puestos estan frente a frente, bem como do solo de alaúde, todas as demais peças que compõem este CD foram retiradas do Cancioneiro da Biblioteca Públia Hortênsia, de Elvas (Portugal), se bem que para a composição “Romerico, tú que vienes” optou-se pela transcrição da letra, mais completa, do Cancionero Musical de Palacio.

É raríssimo o “Cancioneirinho de mão”, pequeno volume manuscrito sobre papel de 14,5 cm X 10 cm, possivelmente quinhentista, encontrado em 1928 na referida biblioteca de Elvas pelo musicólogo Manuel Joaquim, que o publicaria em Coimbra, no ano de 1940. A encadernação, evidentemente que posterior à sua elaboração, como observara o pesquisador-editor, dava a obra como pertença de um enigmático J. J. d’ A., ao que tudo indica iniciais de João Joaquim de Andrade, retratado em quadro também pertencente à Biblioteca. Curioso para nós, brasileiros, é que muito possivelmente o precioso Cancioneiro fora adquirido no Brasil, quem sabe para cá trazido pela Corte Real portuguesa em 1808, uma vez que o eclesiástico seu possuidor vivera por algum tempo no Rio de Janeiro, segundo legenda apensa ao seu retrato.

Quanto ao conteúdo, compõe-se de duas partes. Na primeira, encontram-se 65 composições com letra e notações musicais, que indicam serem elas a três vozes. Na segunda, 36 poesias sem música. Em todo o conjunto, predominam as letras em castelhano, sendo que penas 19 foram grafadas em português.

Várias marcas levam os especialistas a reconhecer como dos séculos XV e XVI as suas composições. Já Manuel Joaquim observara que uma delas seria a similaridade de certos 2yoe8sj desenhos que o papel utilizado apresenta em relação a papéis fabricados no século XVI, remontando os mais semelhantes à Salzburgo de 1525. Outra, seria a recolha, na coletânea, de música de Juan del Encina — tal seja, a composição Romerico tu que vienes. E, ainda, a analogia das letras com poemas do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. Este, fora publicado em 1516, constituindo uma recolha da produção poética dos reinados de Afonso V, D. João II e D. Manuel. Tal analogia se mostra tanto na forma quanto na temática dos textos, bem como na marcante presença da língua e da cultura castelhana que neles se percebe — de resto uma tônica da época, devido a implicações políticas relacionadas com a aspiração dos soberanos, de unirem as coroas luso-espanholas, através de guerras e casamentos.

A tendência dominante nessas letras-poemas, quanto à forma, é para os versos curtos, de arte-menor, principalmente redondilhos, sendo reduzidíssima a ocorrência dos versos mais longos, de arte-maior. Abandonando a tradição paralelística trovadoresca, e pautando-se pela mentalidade glosadora então dominante na prédica clerical e no ensino universitário, bem como no folclore espanhol, elegeram os poetas-letristas de então como estrutura mais usual dos seus poemas a glosa, volta ou desenvolvimento de um mote. Daí que as formas estróficas mais utilizadas sejam as do vilancete, da cantiga e suas variações. Ao lado dessas, encontravam-se também os romances (poemas narrativos) e as esparsas (composições monostróficas, de versos mais longos). E destacava-se, no que concerne às características retóricas, o virtuosismo dos jogos verbais, tantas vezes instaurando o paradoxo.

É o que novamente faz o Música Antiga da UFF, pelo que merece os nossos aplausos e a nossa gratidão. Não se limitando a essas peças da época áurea de Portugal, documentam também, no romance “Puestos están frente a frente”, o seu ocaso: trata-se da narrativa da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578, na qual o jovem rei português, D. Sebastião, desapareceria, sem deixar herdeiros para a coroa, que, com a morte do seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, em 1580, passaria para o domínio de Espanha, do qual só se libertaria em 1640, sem jamais retomar o brilho perdido. Brilho este que, no entanto, a arte perenizou, e que ora se representa nas peças deste CD, pelo que se torna valiosíssimo às comemorações do quinto centenário da conquista do Brasil.

Maria do Amparo Tavares Maleval, extraído do encarte

Música no Tempo das Caravelas
Anônimo
01. Obriga vossa lindeza
02. Venid a sospirar al verde prado
03. Tu Gitana que Adevinas
04. Testou minha ventura
05. Que He o que vejo
06. Las tristes lagrimas mias
07. Por amores me perdi
Pedro de Escobar (Portugal, c.1465–after 1535), a.k.a. Pedro do Porto
08. Pásame por Dios barquero
Anônimo
09. Llenos de lágrimas tristes
10. A la villa voy
Luís Milan (Espanha, c.1500-c.1561)
11. Pavana
Anônimo
12. Cuydados meus tão cuidados
13. Oigan todos mi tormento
14. Aquella voluntad que se ha rendido
Juan del Encina (Espanha, ca.1468-1529)
15. Romerico tú que vienes
Anônimo
16. Porque me não ves Joana
17. Que sentis coraçon mio
Juan del Encina (Espanha, ca.1468-1529)
18. Dos estrellas le siguen
Anônimo
19. Puestos estan frente a frente

Música no Tempo das Caravelas – 1998
Conjunto Música Antiga da UFF

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Boa audição!

Caravela

 

 

 

 

 

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Avicenna

Lobo de Mesquita (1746 – 1805): Te Deum: Orquestra de Câmara do Brasil & Coro Ars Nova: Maestro José Siqueira (Acervo PQPBach)

10moraqTe Deum de Lobo de Mesquita

(Originalmente postado em fevereiro de 2012)

Quis o destino benfazejo que este LP de 1978 fosse resgatado de uma prateleira empoeirada, cheia de LPs velhos, no fundo de um sebo! É um LP privado, não foi comercializado, e foi patrocinado pelo Banco do Brasil. Nada mais se sabe sobre ele, a não ser:


• é a principal obra (Te Deum) de um dos mais brilhantes compositores brasileiros (Lobo de Mesquita) interpretada por uma das mais importantes orquestras brasileiras (Orquestra de Câmara do Brasil) e acompanhada por um dos mais lapidados corais brasileiros (Coro Ars Barroca), regidos por um dos mais completos maestros brasileiros (José Siqueira). Em resumo: uma obra-prima jogada às traças !!  IM-PER-DÍ-VEL !!

Como podemos cobrar das novas gerações a falta de sentimento de cidadania, de amor e orgulho pela pátria, se nem os nossos heróis cultivamos? Nossos filhos vão se orgulhar do que? de quem?

Quem já ouviu falar no Maestro José Siqueira levanta a mão!

Esta repostagem é dedicada ao nosso amigo Bisnaga, que ressuscitou, reviveu neste site, a vida e a obra do maestro José Siqueira após esta postagem !!!!!! Não tem preço.

wlcd1fTe Deum

O Te Deum, também chamado às vezes o ambrosiano, devido à sua associação com Santo Ambrósio, é um hino tradicional de alegria e ação de graças. Primeiramente atribuído aos Santos Ambrósio e Agostinho, ou Hilary, agora está creditado para Nicetas, bispo de Remesiana (século 4). Ele é usado na conclusão do Ofício das Leituras da Liturgia das Horas aos domingos fora da Quaresma, diariamente durante os Oitavas de Natal e Páscoa, e nas solenidades e festas.

Maestro José de Lima Siqueira

Maestro, compositor e acadêmico brasileiro nascido em 1907 em Conceição, no Vale do Piancó, alto sertão do Estado da Paraíba, regente e compositor reconhecido em nível internacional, de suma importância como educador pelo papel de liderança que exerceu no meio musical de sua época e pela participação na criação de várias entidades de classe e culturais, tornando-se uma das grandes figuras da música brasileira no século XX.

Filho de um mestre da banda Cordão Encarnado, em sua cidade natal, que lhe ensinou a tocar diversos instrumentos como saxofone e trompete. Durante sua juventude, atuou em bandas de música de várias cidades do interior da Paraíba. Foi para o Rio de Janeiro (1927), então capital da República, como integrante das tropas que tinham sido recrutadas para combater a Coluna Prestes e logo ingressou na Banda Sinfônica da Escola Militar, como trompetista. Estudou (1928-1930) composição com Francisco Braga e Walter Burle-Marx, no antigo Instituto Nacional de Música, e formou-se em Composição e Regência (1933) e iniciou sua brilhante carreira de compositor e regente no Brasil e no exterior, em grandes orquestras dos Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Itália, Holanda, Bélgica e Rússia, entre outros países.

Regeu nos Estados Unidos grandes orquestras como a Sinfônica de Filadélfia, Detroit, Rochester. Na França regeu a Orchestre Radio-Symphonique, de Paris, e em Roma, a Sinfônica de Roma, entre outras. Foi professor da Escola de Música da Universidade do Brasil, hoje da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fundou a Orquestra Sinfônica Brasileira (1940) e formou-se em Direito (1943). Viajou pelos EUA e Canadá e fundou a Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro (1949), fechada 2 anos depois. Quando esteve em Paris (1953) freqüentou o curso de musicologia da Sorbonne. Oficializou junto ao prefeito Miguel Arraes, a Orquestra Sinfônica do Recife, a mais antiga do país.

Idealizou e criou a Ordem dos Músicos do Brasil, assumindo a sua Presidência (1960). Fundou a Orquestra Sinfônica Nacional (1961) e a Orquestra de Câmara do Brasil (1967). Figura incomparável do mundo cultural brasileiro, foi aposentado (1969) pela ditadura militar devido à sua pregação democrática. Proibido de lecionar, gravar e reger, encontrou abrigo na extinta União Soviética, onde regeu a Orquestra Filarmônica de Moscou e participou como jurado de grandes concursos de música internacionais. Também foi em Moscou que boa parte de sua obra foi editorada e preservada enquanto que no Brasil o estúpido governo militar cuidava de alijá-lo da história.

(A esse respeito, conta-nos Carlos Pereira: Em 1964, no golpe militar, foi submetido a interrogatório e protagonizou com um coronel, um diálogo que ficou famoso. O milico lhe perguntou se já tinha ido à Rússia e ele não só confirmou, como disse que gostava de lá voltar de vez em quando para… reger a Sinfônica de Moscou. Resultado: foi fichado como comunista e proibido, por alguns anos, de reger a Orquestra Sinfônica Brasileira. http://www.carlospereira.net.br/index.php/component/content/article/34-cronicas/323)

Deve-se a ele ainda a criação da Orquestra de Câmara do Brasil, da Sociedade Artística Internacional, do Clube do Disco e da Ordem dos Músicos do Brasil. Também publicou vários livros didáticos tais como Canto Dado em XIV Lições, Música para a Juventude, em quatro volumes, Sistema Trimodal Brasileiro, Curso de Instrumentação, entre outros.

Faleceu aos 78 anos, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 22 de abril de 1985, deixando uma vastíssima obra composta de óperas, cantatas, concertos, oratórios, sinfonias e até a música de câmara, para instrumentos solos e para voz. A cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Música, fundada (1945) por Heitor Villa-Lobos, nos moldes da Academia Francesa, foi alocada para ele como co-fundador, depois que o efetivo da Academia se reduziu de 50 para 40 cadeiras. Seu nome foi dado à Grande Sala da Cidade da Música por decreto do então Prefeito Cesar Maia, publicado no Diário Oficial do Município (2008). Uma justa homenagem a essa figura reconhecida internacionalmente, defensor da cultura musical brasileira e responsável por iniciativas como a criação da Orquestra Sinfônica Brasileira da cidade do Rio de Janeiro, da Academia Brasileira de Música, da Ordem dos Músicos do Brasil e dos Concertos Para a Juventude.
(http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/JoseLSiq.html)

Palhinha: ouça a integral do Te Deum, enquanto observa fotos de Serro, MG (antiga Vila do Príncipe), onde Lobo de Mesquita nasceu.

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José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
Te Deum
01. Te Dominum confitemur
02. Tibi omnes Angeli; tibi cæli et universæ Potestates
03. Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dominus Deus Sabaoth
04. Te gloriosus Apostolorum chorus
05. Te Martyrum candidatus laudat exercitus
06. Patrem immensæ maiestatis
07. Sanctum quoque Paraclitum Spiritum
08. Tu Patris sempiternus es Filius
09. Tu, devicto mortis aculeo, aperuisti credentibus regna cælorum
10. Judex crederis, esse venturus. Te ergo quæsumus, tuis famulis subveni, quos pretioso sanguine redemisti
11. Salvum fac populum tuum Domine, et benedict hereditati tuæ
12. Per singulos dies, benedicimus te
13. Dignare Domine die isto sine peccato nos custo dire
14. Fiat misericordia tua Domine super nos, quem admodum speravimus in te
15. Non confundar in aeternum

Barroco Mineiro – 1978
Orquestra de Câmara do Brasil & Coro Ars Barroca
Maestro José de Lima Siqueira

LP de 1978 digitalizado por Avicenna

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Boa audição.

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Avicenna

Revisitação dos Santos Reis – Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte (Acervo PQPBach)

aubfcwRevisitação dos Santos Reis

Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte

Esta postagem é um agradecimento à acolhida que tive do povo de Natal, RN, na semana de abril de 2010. Depois de saborear todos os camarões e lagostas a que tinha direito, nada mais me resta senão confraternizar com os amigos potiguares que tão amavelmente me receberam.

Pois não é que visitando o Museu do Artezanato Potiguar, instalado numa edificação que serviu de presídio até os anos 70, encontrei este CD maravilhoso e contundente, discretamente disposto no setor da Galeria de Arte? Imediatamente comprei-o e até agora não canso de agradecer aos Ventos do Oriente por me terem orientado nessa aquisição.

Antônio José Madureira passou a integrar o Movimento Armorial em 1970, que incluía diversas linguagens artísticas, cerâmica, tapeçaria, pintura, poesia, música e teatro, entre outras. Passou a liderar então o Quinteto Armorial.

Em 1974, no primeiro LP do grupo adaptou o romance pernambucano, provelmente do século XIX, “Romance de Minervina”. Em 1976 compôs “Aralume” que deu nome ao segundo disco do Quinteto armorial. No ano seguinte criou o Quarteto Romançal, com um violino, um violoncelo, um violão e flautas, do qual é regente. No mesmo ano gravou em Oslo na Nuruega o LP “Romançal”.

Tem participação como solista, compositor, arranjador e regente em mais de 40 músicas. Em 1980 fez a direção de produção do LP do “V Congresso Nacional de violeiros” – Disco 1 – “Violas e repentes”. Em 1986 lançou um LP de forma independente, que trazia entre outras a composição “Batucada”. Em 1992 lançou o disco “Brasília: o romance da Nau Catarineta” e no ano seguinte, “Opereta do Recife”. Neste último, interpretou, entre outras, “Índios do Nordeste”, com letra de autor desconhecido e “Poema de Natal”, “Chope”, “Ciranda”, “Dádivas do amante” e “Bairro do Recife”, sobre versos do poeta pernambucano Carlos Penna Filho.

Em 1999 lançou pela Copacabana/EMI o CD “Do romance ao galope nordestino sete flexas”. No mesmo ano fez os arranjos e as composições para o CD “Revisitação dos Santos Reis”, interpretadas pela Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte como parte das comemorações dos 400 anos da cidade de Natal. Tem diversas produções musicais para o cinema, teatro e dança. Tem músicas gravadas em diversos países e obras editadas pela Guitar Solo Publication da Califórnia, Estados Unidos. Teve músicas gravadas pelo Quinteto Armorial, por seu irmão, Antúlio Madureira e Cussy de Almeida, entre outros. (Dicionário Cravo Albin)

Revisitação dos Santos Reis
Antônio José Madureira (Macau, RN, 1949)
01. Loa do Potiguara
02. Canto do Mangue
03. Loa do Congolês
04. Procissão dos Navegantes
05. Loa do Mareante
06. Fortaleza dos Reis Magos

 

 

 

 

 

 

Revisitação dos Santos Reis -1999
Composição e arranjos: Antônio José Madureira
Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte
Coordenação artística e Regência: Maestro Osvaldo D’Amore

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Boa audição.

Avicenna

Pe. José Maurício Nunes Garcia – Missa de N. Senhora do Carmo: Associação de Canto Coral & Camerata Rio de Janeiro – 1985 – (Acervo PQPBach)

2wqwnioAvicenna foi à França para complementar a sua LP/CDteca sobre música sacra colonial brasileira, uma vez que aqui em Pindorama a sua divulgação é inexistente, marginal.

Pasmem, mas na Europa essa nossa música está fazendo um baita sucesso!

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Allons nous! Le jour de gloire est arrivé! Direto da Cidade Luz, apresentamos a “Missa de Nossa Senhora do Carmo”, considerada pelos críticos uma das obras primas do Padre José Maurício Nunes Garcia.

“Written for the holy patron saint of the Royal Portuguese family, the Mass of the Virgin of Mount Carmel , composed in 1818, is one of the masterpieces of the composer. Its dramatic intensity is strong, its vocal virtuosity is inspired by the technic of the castrati, two of them having participated in the creation of the mass: a contralto (Laudamus Te) and a soprano (Quoniam). The variations in the sounds of the instruments and the voices, the contrasts between intensity and volume, the decorative ornamental apparatus are representative of the style of this piece.

Écrite pour la sainte patronne de la famile royale portugaise, la Messe de Notre Dame du Mont Carmel, composée en 1818, est l’un des chefs-d’œuvre du compositeur. Sa densité dramatique est forte, sa virtuosité vocale est inspirée de la technique des castrati, dont deux ont participé à la création de l’œuvre: un contralto (Laudamus Te) et un soprano (Quoniam). Les variations de timbres instrumentaux et vocaux, les contrastes d’intensité et de volume, l’ornamentation décorative sont éléments significatifs de cette pièce.”
Maria Inês Junqueira Guimarães (L’oeuvre de Lobo de Mesquita, compositeur brésilien, Université Paris IV, Sorbonne. 1996. Thèse de doctorat), no encarte.

Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
01. Magnificat
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
02. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 1. Kyrie
03. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 2. Gloria In Excelsis
04. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 3. Laudamus Te
05. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 4. Gratias
06. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 5. Domine Deus
07. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 6. Qui Sedes
08. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 7. Quoniam
09. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 8. Cum Sancto Spiritu
10. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 9. Patrem Omnipotentem
11. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 10. Et Incarnatus
12. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 11. Crucifixus
13. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 12. Resurrexit
14. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 13. Sanctus Dominus Deus
15. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 14. Hosanna In Excelsis
16. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 15. Benedictus Qui Venit
17. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 16. Hosanna In Excelsis
18. Missa de Nossa Senhora do Carmo – 17. Agnus Dei Qui Tollis Peccata Mundi

* La Passion du Baroque Brésilien – 1985

* Associação de Canto Coral, dirigido por Cleofe Person de Mattos. (Em 1963, no Rio de Janeiro, a Associação de Canto Coral prestou homenagem ao recém-falecido Papa João XXIII apresentando a “Missa de 1948” de Stravinsky, sob a regência do próprio Stravinsky, que não poupou elogios à performance do Coral)

* Camerata Rio de Janeiro, regida por Henrique Morelenbaum

Aprecie! Enjoy! Appréciez!
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Avicenna
Em memória do meu irmão caçula Luis Carlos que mudou para os Céus levando parte de mim. (2014)
O Senhor te abençoe e te guarde
O Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti
O Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz
Amen”

Pe. José Maurício Nunes Garcia – Missa de Santa Cecília: Associação de Canto Coral & Orquestra Sinfônica Brasileira – 1959 – (Acervo PQPBach)

iBiSPA missa de Santa Cecília é a última criação do Pe. José Maurício. Foi o seu gran finale, la crema de la crema!

Todos os CDs e LPs desta magnífica missa foram gravados com velocidade 6,7% acima do real, comprometendo a qualidade da gravação.

Para completar o processo ‘nascoxal’ de produção desses CDs e LPs, as 15 faixas foram aglutinadas em apenas 8 faixas, sendo que a 5ª ficou igual à 4ª.

Gastamos muitas horas tratando esses LPs e CDs no computador e conseguimos chegar a um resultado harmonioso. Assim mesmo não foi possível restabelecer na sua plenitude a gravação original por defeito dos LPs-masters que originaram os CDs, principalmente as faixas 02, 11 e 15, onde alguns solos ficaram irreversivelmente comprometidos.

E a obra? Bem , segundo o prof. Paulo Castagna, ‘a monumental Missa de Santa Cecília foi a última composição de José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), escrita em 1826 para a Confraria Santa Cecília do Rio de Janeiro, uma espécie de sindicato dos músicos daquela época. Em 1959, a Associação de Canto Coral e a orquestra Sinfônica Brasileira, sob direção de Edoardo de Guarnieri, gravaram a Missa completa, em LP duplo. Trata-se da obra com a maior quantidade de instrumentos orquestrais empregados por Nunes Garcia.’. (Texto retirado da Facebook fan page do Museu da Música de Mariana).

Palhinha: ouça 01. Missa de Santa Cecília CPM 113 – 01. Kyrie

Missa de Santa Cecília CPM 113
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Missa de Santa Cecília (1826) – 1. Kyrie
Missa de Santa Cecília (1826) – 2. Gloria: Et in terra
Missa de Santa Cecília (1826) – 3. Gloria: Laudamus Te
Missa de Santa Cecília (1826) – 4. Gloria: Gratias
Missa de Santa Cecília (1826) – 5. Gloria: Domine Deus
Missa de Santa Cecília (1826) – 6. Gloria: Qui Tollis
Missa de Santa Cecília (1826) – 7. Gloria: Qui Sedes
Missa de Santa Cecília (1826) – 8. Gloria: Quoniam
Missa de Santa Cecília (1826) – 9. Gloria: Cum Sancto Spiritu
Missa de Santa Cecília (1826) – 10. Credo: Patrem Omnipotentem
Missa de Santa Cecília (1826) – 11. Credo: Et Incarnatus
Missa de Santa Cecília (1826) – 12. Credo: Crucifixus
Missa de Santa Cecília (1826) – 13. Credo: Et Ressurrexit
Missa de Santa Cecília (1826) – 14. Sanctus. Benedictus
Missa de Santa Cecília (1826) – 15. Agnus Dei

Associação de Canto Coral (Cleofe Person de Mattos, regente)
Orquestra Sinfônica Brasileira (Edoardo de Guarnieri, regente)
Gravado ao vivo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 1959.


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Notas:

• Você conhece a fan page do Museu da Música de Mariana no Facebook? Não?  Ah… me poupe!!!!! Clique aqui e curta essa fonte de informações!

• … e o site dedicado ao Pe. José Maurício? Também não? Putz! Clique aqui e conheça.

Boa audição.

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Avicenna

Missa de Nossa Senhora da Conceição & Credo em si bemol: Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Acervo PQPBach

mmao1fA música na corte de D. João VI

Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 (CPM 106) & Credo em si bemol (CPM 129).

Para solicitar a ativação de algum link, deixe sua mensagem clicando no quadradinho em branco no lado superior direito desta postagem.

O Kyrie da missa é tripartido. Na primeira parte, Kyrie eleison, já temos o José Maurício bastante característico. Uma escrita vocal homofônica, em contraposição à escrita da orquestra bastante refinada e com riqueza de timbres, variando sobre um tema que se repete e se transforma. Como movimento intermediário, um extenso e impressionante fugato no Christe eleison. É um momento que realmente se consolida como uma sofisticação da mesma forma já utilizada nas duas missa anteriores. É um fugato com stretto e pedal que prepara a volta do Kyrie, apresentado como uma volta simplificada à primeira parte, seguida de uma pequena coda que finaliza o movimento.

No Gloria in excelsis, a introdução da orquestra é brilhante e festiva, sendo a mais extensa presente em obra sua até então. O coro em uníssono, remete a uma figura temática que será usada sobre mesmo texto na Missa pastoril de 1811, abrindo a escrita do coro a quatro vozes quando na repetição da palavra Gloria, e intercalado com intervenções do tenor solista. O Et in terra pax, em andamento mais lento, caracteriza-se pelos diálogos entre as madeiras e pela utilização dos cantores solistas, ligando-se diretamente a uma repetição do Gloria anterior, porém sem a introdução orquestral, que se encaminha para a coda final.

O Laudamus te é uma ária para soprano em dois movimentos: Andante e Allegro. É uma das árias mais sofisticadas que José Maurício escreveu. Ainda distante da extrema virtuosidade do mesmo trecho na Missa de Santa Cecília, de 1826, a escrita vocal está muito mais próxima da utilizada no moteto para soprano solo e orquestra Te Christe solum novimus, de 1801. É rica em modulações e coloraturas, porém sem os extremos de extensão exigidas na de Santa Cecília.

O Gratias agimus tibi é bipartido. O movimento lento, sofisticado nos diálogos das madeiras com o restante da orquestra e coro, prepara o Allegretto do Propter magnam gloriam, que será caracterizado por uma escrita contrapontística que remete a uma forma de fugato bastante simplificado. Este recurso é utilizado pelo compositor em muitas de suas obras. Um exemplo pode ser encontrado na Missa de N. Sra. do Carmo, de 1818, no mesmo momento litúrgico.

O Domine Deus é um exemplo único de sexteto solista nestes moldes em sua produção, caracteriza-se pelo virtuosismo de forte influência operística. Numa escrita vocal que remete a de compositores como Perez e Jomelli, é a estréia de um modelo de escrita para conjuntos solistas que estará presente em suas obras mais significativas. Neste movimento podemos encontrar elementos melódicos que serão utilizados em obras posteriores, como no Te Deum, de 1811.

O Qui tollis é uma ária em dois movimentos para tenor e coro concertato. A primeira parte, Andante sostenuto em sol menor, é totalmente “modinheira” na sua escrita melódica e na ambientação. O tema apresentado pelos fagotes e depois repetido pelo tenor se assemelha ao tema que será usado na introdução do Dignare Domine do Te Deum de 1811. A segunda parte pode ser considerada uma cabaletta ao estilo das óperas belcantiscas de Jomelli e Marcos Portugal.

O Qui sedes é um dueto para tenor e contralto, que mais uma vez mostra as possibilidades técnicas dos cantores da Real Capela, principalmente dos castratti.

O Quoniam é uma grande ária para baixo, escrita provavelmente para o grande cantor João dos Reis Pereira, para o qual José Maurício escreverá ainda grandes solos, principalmente o Quoniam da Missa de Santa Cecília. É o primeiro grande solo de baixo escrito por José Maurício, com coloraturas de extrema dificuldade e uma escrita orquestral em que é bem evidente o já referido trabalho de orquestração operando entre violoncelos e fagotes. A idéia melódica dos violinos na segunda parte remete a uma mesma idéia melódica utilizada na Abertura Zemira, em mi bemol maior, mesmo tom da ária.

O Cum Sancto Spiritu é talvez um dos momentos mais surpreendentes e felizes da produção mauriciana. Uma introdução lenta precede a maior e mais bem acabada fuga escrita por José Maurício. Com 218 compassos de extensão, é a prova contundente da assimilação do estilo e da linguagem grandiloqüente da Real Capela. Esta fuga surpreende pelas várias seções e progressões harmônicas que se sucedem, sem diminuir o interesse. Após o pedal, o compositor se utiliza de uma de suas marcas registradas em outros momentos de finalização de obras com fugatos: a inserção de um tema de caráter popular, cantado em uníssono pelo coro, dialogado com a orquestra. A fuga final da Missa da Conceição faz com que caia por terra a idéia pejorativa de que estes fugatos, antes ditos mauricianos, seriam a forma de escrever fugas de alguém que não teve uma formação contrapontística adequada. Isto ocorre ao vermos que estas fugas não tiveram como modelos as centro européias, difundas por Bach e Handel e que influenciaram Mozart e Haydn, sendo vistas pelas escolas alemãs de musicologia (Musikwissenschaft), no início do séc. XX, como o modelo “correto” a ser seguido. Na realidade, este tipo de fuga era o mesmo utilizado pelos napolitanos Jomelli e Perez, que serviram de modelo para brasileiros e portugueses, representando uma visão mais moderna e iluminista da forma clássica de fuga, de acordo com a idéia da simplificação do discurso musical para atender a funcionalidade.

O Credo em Si bemol (C.P.M. 129), sem data, é uma obra bem menos pretensiosa do ponto de vista de extensão e dificuldades técnicas que a Missa da Conceição. Cada texto litúrgico é tratado dentro de uma forma musical bastante concisa. A orquestração é a mesma usada para a missa, o que dá mais brilho à obra.

O Credo in unum Deum é entoado em gregoriano. Segue o Patrem omnipotenten, com um tema em uníssono apresentado pela orquestra e depois pelo coro. Esta idéia permeia toda a obra, numa espécie de rondó, vindo a ser repetida em outros momentos, deste e dos outros movimentos.

O Et incarnatus est é um pequeno solo de soprano que prepara o Cruxifixus para vozes, flautas, fagotes e trompas somente – instrumentação esta bastante peculiar. Segue-se o Et ressurexit, vindo a finalizar o movimento com o Et vitam venturi numa espécie de alla breve, em que José Maurício utiliza novamente tema de cunho popular.

O Sanctus é dividido em quatro partes: uma pequena introdução, seguida por um breve fugato em Hosana in excelsis. O Benedictus para solistas segue a prática mauriciana de ser bastante breve, não ultrapassando os 15 compassos. Após o qual, repete-se o Hosana in excelsis.

O Agnus Dei utiliza a mesma idéia musical do início do Credo, o que dá um sentido de unidade à obra. Finaliza o movimento em grande tranqüilidade, com elementos melódicos nas cordas, que remetem às obras de sua primeira fase.

(Maestro Ricardo Bernardes, cuja excelente e completa análise desta obra está AQUI)

Palhinha: ouça 01 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 1. Kyrie

.Missa de Nossa Senhora da Conceição e Credo
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 1. Kyrie
02 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 2. Gloria
03 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 3. Laudamus
04 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 4. Gratias
05 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 5. Domine Deus
06 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 6. Qui Tollis
07 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 7. Qui Sedes
08 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 8. Quoniam
09 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 9. Cum Sancto Spiritu
10 – Credo em si bemol – 1. Credo
11 – Credo em si bemol – 2. Et Incarnatus
12 – Credo em si bemol – 3. Crucifixus
13 – Credo em si bemol – 4. Et Ressurrexit
14 – Credo em si bemol – 5. Cujus Regni
15 – Credo em si bemol – 6. Et Vitam Venturi
16 – Credo em si bemol – 7. Sanctus
17 – Credo em si bemol – 8. Hosanna
18 – Credo em si bemol – 9. Benedictus
19 – Credo em si bemol – 10. Hosanna
20 – Credo em si bemol – 11. Agnus Dei

Missa de Nossa Senhora da Conceição e Credo – 2008
Orquestra Sinfônica Brasileira da Cidade do Rio de Janeiro, maestro Roberto Minczuk
Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, maestro Julio Moretzsohn

História, vida, discografia do Pe. José Maurício, AQUI

Partituras e outros que tais? Clique aqui

 

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Boa audição.

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Avicenna

Dominica in Palmis – Office, Passion et Messe pour le Dimanche des Rameaux – Lobo de Mesquita (1746-1805) – Acervo PQPBach

2expliuDominica in Palmis – Office, Passion et Messe pour le Dimanche des Rameaux

(Domingo de Ramos)

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Dominica Palmis em 1782, na sua beleza e singularidade de estilo é uma peça vital na história da música clássica brasileira.

Para ilustrar a realização de cerimônias e procissões no Domingo de Ramos, este trabalho é surpreendente em sua sinceridade direta, na profundidade e na sensação eufórica que ele inspira. O credo, a peça central do trabalho, oferece uma consistência excepcional, com um brilho harmônico e instrumental desenvolvido pelo coro 4 vozes mistas e orquestra (cordas, sopro e continuo). (http://www.lanuittransfiguree.com/pages/catalogue/cdr_lobo.htm)

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
01. Dominica in Palmis (1782) – 1. Asperges me/Domine hyssopo
02. Dominica in Palmis (1782) – 2. Miserere
03. Dominica in Palmis (1782) – 3. Hosanna
04. Dominica in Palmis (1782) – 4. Collegerunt
05. Dominica in Palmis (1782) – 5. Et venient romani
06. Dominica in Palmis (1782) – 6. Sanctus, Benedictus
07. Dominica in Palmis (1782) – 7. Hosanna
08. Dominica in Palmis (1782) – 8. Pueri hebraerum I
09. Dominica in Palmis (1782) – 9. Pueri hebraerum II
10. Dominica in Palmis (1782) – 10. Gloria Laus
11. Dominica in Palmis (1782) – 11. Israel es tu Rex
12. Dominica in Palmis (1782) – 12. Cætus
13. Missa – 1. Introito: Domine ne longe
14. Missa – 2. Kyrie
15. Missa – 3. Credo
16. Missa – 4. Offertorium: Improperium
17. Missa – 5. Sanctus, Benedictus
18. Missa – 6. Hosanna
19. Missa – 7. Agnus Dei

Manoel Joaquim Moreira
20. Memento mei Deus
Anonyme
21. Motets

Dominica in Palmis – Office, Passion et Messe pour le Dimanche des Rameaux – 1999
Ensemble Musica Antiqua & Choeur Henri Duparc
Directeur: Jean-Paulo Salanne
Production: La Nuit Transfigurée

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Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

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Avicenna

Domingos de Farias Machado (Sto. Amaro da Purificação, 1819 – Salvador, 1872): Novena de Nossa Senhora da Purificação (Acervo PQPBach)

35crh8oNovena de Nossa Senhora da Purificação
Coral Santa Cecília & Músicos convidados
2º Tenor solista: Caetano Veloso

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Padre Jerônimo Pinto Nogueira – Santo Amaro – BA 1789-id. 1854, compositor, regente e flautista, foi o responsável pelo ensino de música nas escolas de Santo Amaro, por volta de 1820. Em 1830, aproveitando o seu prestígio como pároco da cidade, pediu que cada família colocasse, pelo menos, dois filhos para estudarem música. Com esta iniciativa, formou vários músicos.

Um deles, o mais importante, foi o autor da Novena, Domingos de Farias Machado. Domingos nasceu em Santo Amaro – BA em 1819 e faleceu em Salvador no dia 4/7/1872.

Além de excelente aluno do Pe. Jerônimo, Domingos diplomou-se em Farmácia. Foi proprietário e redator-chefe do jornal O Patriota. Escreveu “A Crise Financeira”, sátira política. Publicou em 1858 ‘Impressões Religiosas’ e em 1859 ‘Harpa do Trovador’. Compôs um Memento em 1854 para os funerais do seu Mestre Pe. Jerônimo..Autor do “Canto de Guerra do Voluntário Baiano” (1866) e do poema sinfônico “A Tomada de Vileta”, composto para festejar uma vitória brasileira na guerra do Paraguai.

Domingos de Farias Machado é o autor da Novena de Nossa Senhora da Purificação de Santo Amaro na Bahia.

Estas informações estão contidas na Enciclopédia da Música Brasileira Erudita, Folclórica e Popular.

Segundo o Professor Édio Souza “…não se tem dele notícia biográfica completa. Tornou-se Domingos de Farias Machado um personagem quase lendário, cuja obra mais conhecida é a Novena, executada todos os anos nas festas de fevereiro em Santo Amaro.”

Nelson Varon Cadena escreveu no jornal A Tarde de 4/11/81: “A notícia mais velha que se tem dele é de 1847 como jornalista ao fundar um novo órgão de imprensa intitulado ‘O Rabeco’, onde se percebe a sua afinidade com a música. É como jornalista panfletário a sua maior fama”.

Gustavo Viana em artigo de 7/3/1945 em A Tarde escreveu: ‘Domingos de Farias Machado, exímio musicista patrício, foi excelente compositor, poeta, jornalista, dramaturgo, uma inteligência verdadeiramente privilegiada’.

É o que temos sobre o autor.

(Roberto Sant’Ana, extraido do encarte.)

Domingos de Farias Machado (Sto. Amaro da Purificação, BA, 1819 – Salvador, 1872)
Novena de Nossa Senhora da Purificação
01. Purgatione
02. Christus Ejus
03. Veni Sancte Spiritus
04. Ave Maria
05. 1ª Jaculatória (solista: Fernando Portari)
06. Ladainha/Pater et Spiritus
07. Sancta Maria (solista: Fernando Portari)
08. Ramos
09. Consolatrix (solista: Fernando Portari)
10. Regina
11. Agnus Dei
12. Tota Pulchra (solista: Luiz A. Vilas Boas)
13. 2ª Jaculatória (solista: Caetano Veloso)
14. 3ª Jaculatória (solista: Luiz A. Vilas Boas)
15. 4ª Jaculatória (solista: Luciano Fiúza)
16. Tantum Ergo
17. Hino

Novena de Nossa Senhora da Purificação – 1997
Coral Santa Cecília & Músicos convidados
Regente: Pino Onnis
2º Tenor solista: Caetano Veloso

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Mais outro CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

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Boa audição.

Avicenna

Concerto no Páteo do Colégio, SP: Stile Antico Orquestra Barroca e Grupo Vocal (Acervo PQPBach)

2yynwvqNum 20 de abril de 2005 o Maestro David Castelo regeu o Stile Antico Orquestra Barroca e Grupo Vocal no Páteo do Colégio, no centrão da cidade de São Paulo, onde a cidade foi fundada.

Com instrumentos de época. On period instruments.

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Pois somente os ouvintes deste PQPBach têm o privilégio de conhecer esta apresentação que foi muito bem gravada porém não comercializada.

Pois então apresentamos tamanha obra!

Stile Antico Orquestra Barroca e Grupo Vocal
Anônimo (Séc. XVIII)
01. Sicut cedrus – 1. Sicut cedrus – Sicut cedrus
02. Sicut cedrus – 2. Sicut cedrus – Dedi suavitatem
03. Sicut cedrus – 3. Sicut cedrus – Et sicut cinnamomum
04. Sicut cedrus – 4. Sicut cedrus – Dedi suavitatem
Marcos Coelho Neto, (Vila Rica [Ouro Preto], 1740-1806)
05. Himno a Quatro – Maria Mater Gratiae
06. Ofertório de Nossa Senhora da Assunção – Assumpta est Maria
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe [Serro], 1746- Rio de Janeiro, 1805)
07. Dominica in Palmis – partes
Anônimo (Salvador-BA) (1759?)
08. Herói, Egrégio, Douto, Peregrino 2. Ária
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
09. Missa Abreviada em Ré – 1. Kyrie – Kyrie I, Christe, Kyrie II
10. Missa Abreviada em Ré – 2. Gloria – Gloria
11. Missa Abreviada em Ré – 3. Gloria – Domine Deus
12. Missa Abreviada em Ré – 4. Gloria – Quoniam
13. Missa Abreviada em Ré – 5. Gloria

Concerto no Páteo – 2005
Stile Antico Orquestra Barroca e Grupo Vocal
Maestro David Castelo

Mais um CD gentilmente cedido pelo musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
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Avicenna

Marcelo Fagerlande no Museu Imperial – Música Portuguesa e Brasileira do Século XVIII para Cravo (Acervo PQPBach)

auytzdMarcelo Fagerlande no Museu Imperial de Petrópolis.

Espineta Mathias Bostem, 1785, Lisboa

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O Museu Imperial é conhecido por reunir um dos mais importantes acervos do Brasil Império, em exposição no palácio neo-clássico, construído em Petrópolis por D. Pedro II em 1845, para ser sua residência de verão. Em meio a telas, cristais, mobílias, tapetes e jóias, uma peça da coleção atrai o olhar dos visitantes, principalmente dos músicos. Trata-se de um pequeno instrumento preservado na Sala de Música do palácio: uma espineta construída em 1785 por Mathias Bostem, em Lisboa.

Este raro instrumento, após a restauração, foi utilizado para gravar o CD Marcelo Fagerlande no Museu Imperial, como resultado de um projeto desenvolvido a partir de 1990, que contemplou, além destas etapas, a apresentação do artista em concerto à luz de velas. Assim foi possível proporcionar ao público não só a apreciação visual da espineta, mas tambem a audição de seu som peculiar e único – já que ela é, no mundo inteiro, a única peça do gênero que restou da produção do seu fabricante. O Museu Imperial preserva assim não só a materialidade do patrimônio nacional sob sua guarda, mas revela ainda a essência mais significativa destes objetos, no caso a sonoridade eterna da música que ultrapassa as fronteiras do tempo. Esta é a nossa missão. (Maria de Lourdes Parreiras Horta, Diretora do Museu Imperial)

O artesão Mathias Bostem (Carlos Mathias Bostem ou Bosten), natural da Alemanha, nasceu um pouco antes de 1740 e faleceu em 1806, em Lisboa. Radicado na capital portuguesa, foi, desde 1769, o responsável pela manutenção dos cravos do Palácio Real e, entre 1770 e 1790, acumulou também o cargo de “cravista da Real Câmara”. Dos muitos instrumentos que construiu apenas quatro sobreviveram: um pianoforte em estado original, dois cravos convertidos na época em pianofortes e a espineta pertencente ao Museu Imperial. Este é, portanto, o único exemplo de instrumento de cordas pinçadas do construtor, constituindo uma preciosa herança de sua arte.

Classificada como espineta arqueada, o instrumento manufaturado por Mathias Bostem, típico de uso doméstico, é na realidade um cravo de corpo oblíquo em relação ao teclado e com apenas um registro (de 8′), ou seja, um único jogo de cordas. Possui 61 teclas (de sol -1 a sol 5), o que era habitual em Portugal na década de 1780. A decoração do instrumento foi realizada na primeira metade do século XIX: sobre o fundo em madeira dourada foram pintadas grinaldas em vermelho, máscaras no estilo renascentista tardio e tufos de instrumentos musicais; a parte principal do tampo, quando aberto, revela a pintura de uma paisagem. Já a superfície do espelho – parte que fica imediatamente acima do teclado – é revestida de um folheado de mogno com grinaldas de flores em forma de campainhas, em buxo e contém a data, local e assinatura de seu construtor. O tampo harmônico é feito de madeira de conífera e o teclado é revestido de marfim (teclas naturais) e de ébano maciço (teclas acidentais) (G. Doderer e J.H. van der Meer, Cordofones de tecla portugueses do século XVIII, Fundação Calouste Gulbenkian, 2005). Somente para efeito de gravação adaptou-se um registro de alaúde dividido, retirado em seguida à conclusao dos trabalhos.

O instrumento, medindo 1,83 m x 0,88 m x 0,60 m, pertenceu a José da Cunha Porto e foi doado ao Museu Nacional de Belas Artes, Rio de janeiro, em 1902. Este museu, por sua vez, transferiu-o ao Museu Imperial em 1940. Foram realizadas restaurações em 1971, 1972, 1975 e 1990.

Alem de Mathias Bostem, diversos outros construtores foram responsáveis por uma considerável produção de cravos, clavicórdios e pianofortes em Portugal na segunda metade do século XVIII. A presença destes instrumentos certamente contribuiu para o desenvolvimento da música de teclado naquele país, considerada a vertente instrumental mais significativa da música portuguesa do período. Assim, nada melhor que algumas obras de compositores desta época para fazerem soar novamente a rara espineta do Museu Imperial. Ao lado destes foram incluídos Carlos Seixas – autor da primeira metade do século XVIII e um dos maiores nomes portugueses que compôs para o teclado – e os brasileiros Luís Álvares Pinto e José Maurício Nunes Garcia, mais conhecidos por suas obras sacras, mas aqui representados por composições tecladísticas.

Carlos Seixas, compositor e virtuoso do órgão e do cravo, foi a principal figura da música portuguesa do século XVIII. Com apenas 14 anos sucedeu a seu pai como organista da Catedral de Coimbra e dois anos depois se mudou para Lisboa, onde conquistou a posição de organista da Real Capela, que manteve até sua morte prematura. Acredita·se que o terremoto de 1755 em Lisboa tenha feito desaparecer uma grande parte de sua obra e de seus manuscritos. Há autores que afirmam que suas sonatas para teclado seriam bem mais numerosas do que as 88 atualmente conhecidas. Estas obras, entretanto, são exemplos típicos da ambigüidade estilística do período de transição entre o barroco e o classicismo e confirmam que sua maior importância foi como compositor de teclado. A convivência com Domenico Scarlatti em Lisboa, a partir de 1720, quando ambos eram membros da Capela Real, levou a muitas especulações, mas o relato de Mazza em seu Dicionário (1794) aponta para a admiração do italiano, que teria “reconhecido o gigante pelo dedo” e concluído “vossa mercê é que me deve dar lições”.

Francisco Xavier Bachixa foi um compositor a respeito de quem pouco se sabe. Seu nome aparece como cantor de igreja no livro de entradas da Irmandade Santa Cecília de Lisboa. Teria sido pai de Joaquim Felix Xavier Baxixa, cravista e pianista, que esteve a serviço da Capela Real no Rio de Janeiro nas primeiras decadas do século XIX.

José Maurício Nunes Garcia foi o mais importante compositor do periodo colonial brasileiro. Neto de escravas, despertou cedo para a música, possivelmente em um coro como menino cantor, talvez na Catedral e Sé. Sendo mestiço e pobre, José Maurício ingressa na carreira sacerdotal, para que possa ascender profissionalmente como músico. Em 1798 assume o posto de mestre-de-capela da Catedral do Rio de Janeiro, tendo permanecido no cargo com a criação da Real Capela, após a chegada de D. João VI, em 1808. Este foi um periodo que compõe sem descanso para atender ao extenso calendário de solenidades. Entretanto em 1811, após a chegada de Marcos Portugal – o mais importante compositor português da época – passa a compor cada vez menos, culminando com o retorno de D. João VI a Portugal, em 1821, e com o início do período mais dramático de sua vida. É justamente neste momento que escreve o Methodo de Pianoforte, uma coleção de 30 pequenas peças para o cravo ou piano – Lições e Fantasias – elaboradas para atender à educação musical de dois de seus filhos, José Maurício e Apolinário. As duas Lições aqui gravadas são transcrições próprias do Réquiem, de 1816.

João de Souza Carvalho, considerado um expoente de sua geração em Portugal, compôs, além de música para teclado, cerca de 15 óperas e diversas obras sacras. Após estudar na Itália, de 1761 a 1767, Souza Carvalho foi nomeado professor do Seminário da Patriarcal em Lisboa, onde foi mestre de músicos notáveis, como Leal Moreira, Baldi, Bontempo e Marcos Portugal.

Luis Álvares Pinto, natural de Pernambuco, foi um dos primeiros músicos brasileiros a estudar na Europa, tendo sido aluno de contraponto de Henrique da Silva em Lisboa. De volta ao Brasil, terminou seu tratado Arte de Solfejar em 1761. Foi Mestre de Capela da Igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Livramento e, provavelmente, da Igreja de São Pedro dos Clérigos, ambas em Recife. Além de músico foi poeta, pintor e pedagogo. Das inúmeras obras musicais citadas na época só chegaram aos nossos dias o Te Deum, um Salve Regina e cinco Motetos. Em 1776 escreveu as Lições de Solfejos aqui gravadas – pequenas peças contrapontísticas a duas vozes, que finalizam um volume de teoria musical, encontrado por Ernani Aguiar na biblioteca do príncipe D. Pedro Gastão de Orleans e Bragança em Petrópolis. São obras que possivelmente serviam a jovens iniciantes do teclado no cravo ou no órgão.

Francisco Xavier Baptista, compositor, cravista e organista que viveu em Lisboa, foi o primeiro organista da Sé desta cidade. É o autor das únicas obras para teclado impressas em Portugal durante o século XVIII, a coleção Dodeci Sonate, Variazione, Minuetti per Cembalo. O volume contém a Sonata II que encerra o programa.

2hi741wÉ com emoção que relançamos este CD, remasterizado e com nova apresentação, tantos anos após seu surgimento. Que a música dos autores portugueses e brasileiros, recriada através do som especial deste instrumento, possa continuar encantando por muito tempo. (Marcelo Fagerlande, junho de 2008 – www.marcelofagerlande.com.br)
(extraído do encarte)

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Marcelo Fagerlande no Museu Imperial
José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
01. Sonata nº 37 em mí menor – 1. Allegro
02. Sonata nº 37 em mí menor – 2. Adagio
03. Sonata nº 37 em mí menor – 3. Minuet
04. Sonata nº 27 em ré menor – 1. Allegro
05. Sonata nº 27 em ré menor – 2. Minuet
06. Sonata nº 27 em ré menor – 3. Adagio
07. Minuet em fá menor (da Sonata nº 42)

Francisco Xavier Bachixa (Portugal, ? – 1787)
08. Sonata em ré menor – Allegro
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
09. Fantasia nº 2 em fá maior
10. Lição nº 11 em ré maior – Allegretto
11. Lição nº 12 em ré menor – Allegretto

João de Sousa Carvalho (Portugal, 1745 – c.1799)
12. Toccata em sol menor – 1. Allegro
13. Toccata em sol menor – 2. Andante

Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
14. Lições de Solfejos nº XXII, XXIII e XXIV
Francisco Xavier Baptista (Portugal, ? – 1797)
15. Sonata II em sol maior 1. Allegro
16. Sonata II em sol maior 1. Allegro moderato con variazoni

Marcelo Fagerlande no Museu Imperial – Música Portuguesa e Brasileira do Século XVIII
Gravação original: 1990
Remasterizado e revisão de edição: 2008
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Avicenna

Edmundo Hora: Estes nossos Brasis: Música para fortepiano no Brasil dos séculos XVIII e XIX (Acervo PQPBach)

30lo4e1Estes nossos Brasis: Música para fortepiano no Brasil dos séculos XVIII e XIX

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A invenção do “Fortepiano” deu-se em Florença na Itália, no final do século XVII, por Bartolomeo Cristofori (1655-1731) e a grande novidade que esse instrumento propunha era a capacidade de se realizar uma dinâmica “forte” e “piano” por meio do seu teclado sensitivo.

Os primeiros instrumentos já possuíam o formato conhecido de hoje, ainda que em dimensões bem menores. Uma grande variedade de modelos existiu, porém todos eles possuíam os Martelletti (martelinhos) que foram se modificando com o passar dos séculos, à medida que mais sonoridade foi requerida. O seu primeiro nome foi Clavicembalo con Martelletti… (Cravo com martelinhos…), que era capaz de tocar forte e piano. Essa nova maneira de se tocar revolucionou a música para os instrumentos de teclados, promovendo então nova estética musical. Assim, numa melodia, os “crescendos e diminuendos” podiam ser realizados permitindo uma semelhança com a voz cantada.

Ao final do século XVIII, nos países de língua alemã, esses instrumentos já haviam percorrido um grande caminho adquirindo novos recursos técnicos. Na Áustria, compositores como J. Haydn (1732-1803) e W. A. Mozart (1756-1791) compuseram muito do seu repertório para esse novo “instrumento expressivo”.

Já no início do século XIX, com a chegada da família Real Portuguesa ao Brasil, precisamente em 1808, a cidade do Rio de Janeiro adquiriu o status de capital do Reino, transformando-se da noite para o dia, num grande centro político e cultural. Porém, ainda na segunda metade do século XVIII, atividades musicais foram ali muito praticadas e a figura do Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) projeta-se como o mais importante compositor e tecladista da época, ficando, por um determinado período, como o responsável pelas atividades na Capela Real da Corte. Contudo, muito pouco podemos afirmar sobre a formação musical do nosso Padre músico, e até o presente momento, que ela tenha sido adquirida pelo contato com o músico mineiro Salvador José de Almeida.

O ano de 1816 registra a chegada ao Brasil de Sigismund Neukomm (1778-1858), compositor austríaco e aluno de J. Haydn. De suas atividades como instrumentista e compositor, constava também a tarefa de ensinar música aos futuros monarcas D. Pedro (1798-1834) e sua esposa D. Leopoldina (1797-1826). Nessas funções ele permaneceu por 6 anos, legando ao nosso repertório de câmara uma vasta quantidade de músicas nas mais diversas formações, destacando-se o Les Adieux à ses amis bresiliénnes, obra escrita em 1821, como despedida aos seus amigos que aqui ficaram. Na Corte do Rio de janeiro, Neukomm travou amizade com José Maurício, reconhecendo nele o talento, a virtuosidade na composição e nos instrumentos como o Cravo e o Órgão. Assim, é natural supor-se que com essa vivência e troca de influências ambas as partes lucraram, e José Maurício pôde aperfeiçoar-se em suas atividades artísticas seja como compositor, seja também como instrumentista ao Fortepiano.

Posteriormente, e mais precisamente em 1817, a chegada ao Rio de Janeiro de D. Leopoldina, a esposa austríaca de D. Pedro, coloca o ambiente musical brasileiro na vanguarda de uma nova tendência estética, a futura música “romântica”. Dentre os diversos conteúdos de sua bagagem, a presença de um Fortepiano austríaco e sua posterior utilização, pode ser considerada como uma justificativa razoável para se executar num instrumento europeu músicas com influência brasileira. Assim, entre outras obras, tomamos a liberdade de acrescentar ao nosso programa musical os 3 Lundus, demonstrando uma vertente de miscigenação ocorrida na linguagem instrumental, como sendo a gênesis da futura música brasileira.

Reunir obras instrumentais de diferentes autores e épocas num só programa é sempre um desafio que se impõe ao intérprete contemporâneo, ainda mais em se tratando de repertório Brasileiro de concerto e de salão. O “sonho” de todo o instrumentista tecladista brasileiro sempre foi o de encontrar material suficiente para um programa de concerto, já que as fontes são escassas, limitando significativamente a margem de escolha. Felizmente nos últimos anos, tem aparecido um expressivo número de obras o que toma a nossa tarefa um pouco mais cômoda.

Também de relevante significado na interpelação é a questão da afinação e do temperamento como recurso expressivo para o instrumento utilizado. Ao se optar por um sistema de temperamento desigual, evidenciaram-se ainda mais as características tonais, favorecendo-se as “cores” dos textos musicais escolhidos. E neste campo, devemos mencionar que muito já tem sido demonstrado através de fontes históricas, da importância e da influência no plano sensorial deste elemento para a reconstrução sonora no plano estético-estilístico. Em contrapartida à proposta do sistema mesotônico de afinação, característico do séc. XVII, em que se dá preferência à beleza e à perfeição das terças maiores em seu estado puro, construiu-se, no século XVIII, diversas propostas desiguais de afinação, possibilitando-se as enarmonias e modulações, evidenciando-se as cores e “afetos” à cada tonalidade. Dessa maneira, inspirado nas orientações históricas, construímos um sistema desigual de afinação no qual os diferentes campos tonais são ressaltados, buscando melhor traduzir o conteúdo sentimental de cada obra.

Compartilhem do nosso sonho! Edmundo Hora, 2003.

Edmundo Hora, fortepiano
Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus [Lat. Amadeus] Mozart (Austria, 1756-1791)
01. Fantasia em dó menor, Kv 396
Franz Joseph Haydn (Germany, 1732-1809)
02. Adágio em Fá Maior, Hob. XVI:21
Anônimo (Sabará, MG, final do séc. XVIII)
03. Sonata 2ª (Sabará) – 1. Allegro
04. Sonata 2ª (Sabará) – 2. Adágio
05. Sonata 2ª (Sabará) – 3. Rondó
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Lições extraídas do Compêndio de Música e Método de Pianoforte, Rio 1821
06. – 1. Lição 9ª – Andantino em Dó Menor (Iªparte)
07. – 2. Lição 3ª – Andantino em Mí Maior (IIªparte)
08. – 3. Lição 5ª – Allegretto em Sol Maior (Iªparte)
09. – 4. Lição 11ª – Allegretto em Ré Maior (Iªparte)
10. – 5. Lição 12ª – Allegretto em Ré Menor (Iªparte)
11. – 6. Lição 6ª -Allegro Maestoso em Lá Maior (IIªparte)
Antonio Vieira dos Santos (Porto, 1784 – Morretes, PR, 1854)
12. Lundum da Bahia em Ré Maior (da coleção “Cifras de Música “), ajeitado por E. Hora
Anônimo bahiano (séc. XVIII e XIX)
13. Lundum em Lá Menor – com naturalidade de conversa
14. Lundum em Lá Maior – allegro
Sigismund Ritter von Neukomm (Salzburg, 1778 – Paris, 1858)
15. Les Adieux à ses amis Brésiliènes à Rio de Janeiro, em Mib Maior (Rio, 7 de abril de 1821)

Música para fortepiano no Brasil dos séculos XVIII e XIX – 2003
Edmundo Hora

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Avicenna

Grupo de Música Histórica Klepsidra: Música Profana no Brasil (Séculos XVIII e XIX) – Acervo PQPBach

Dedicado à restauração sonora de obras antigas, o Grupo Klepsidra utiliza instrumentos históricos como o cravo, a flauta doce e a viola da gamba, e apresenta um panorama da música colonial latino-americana, em peças de caráter religioso e profano.

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Formado por Roberto Sussumo Anzai (flauta, gamba), Tiche Puntoni (cravo), Eduardo Klein (flauta, gamba), Beatriz Chaves (flauta) e Eduardo Areias (voz), o grupo foi fundado em 1992 por Eduardo Klein e Tiche Puntoni. Embora a maior parte de sua atenção seja dedicada a peças anteriores ao século XVIII, seu interesse engloba também a música atual, escrita para instrumentos considerados históricos. (Extraído da internet)

Música Profana no Brasil (Séculos XVIII e XIX)
Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
01. Quatro lições de solfejo do “Músico e Moderno Sistema para Solfejar sem Confusão” (1776) – Parte1
02. Quatro lições de solfejo do “Músico e Moderno Sistema para Solfejar sem Confusão” (1776) – Parte2
03. Quatro lições de solfejo do “Músico e Moderno Sistema para Solfejar sem Confusão” (1776) – Parte3
04. Quatro lições de solfejo do “Músico e Moderno Sistema para Solfejar sem Confusão” (1776) – Parte4
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830) & Domingos Caldas Barbosa (Rio de Janeiro, 1738 – Lisboa, 1800)
05. Você trata o amor em brinco
Daniel Gottlieb Steibelt (Alemanha,1765-Rússia, 1823)
06. Bacanal (C. 1800)
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)/Aria de Thomás Antônio Gonzaga, o Dirceu
07. Marília de Dirceu – Ária
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
08. Fantasia Nº 1 do “Método de Pianoforte” (1821)
Antônio José da Silva (Rio de Janeiro, 1705-Portugal, 1739)
09. Convida, embora convida
10. De mim já se não lembra
João Martins de Souza Barros (início séc. XIX)
11. Dei um ai, dei um suspiro
Antonio Vieira dos Santos (Porto, 1784 – Morretes, PR, 1854)
12. Solo Inglês – Peça do “Cifras de Música para Saltério” (C. 1823)
13. Minuete de Corte – Peça do “Cifras de Música para Saltério” (C. 1823)
14. Zabumba Alegre – Peça do “Cifras de Música para Saltério” (C. 1823)
Anônimo séc. XIX
15. Deixa Dália, flor mimosa
Cândido Ignácio da Silva (1800-1838)
16. Busco a campina serena (C. 1835)
Anônimo séc. XIX
17. Lundu para teclado (C. 1848)Daniel Gottlieb Steibelt (Alemanha,1765-Rússia, 1823)
18. Bacanal II (C. 1800)
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)/Aria de Thomás Antônio Gonzaga
19. Os mares, minha bela
Anônimo séc. XIX
20. Landum
Antonio Vieira dos Santos (Porto, 1784 – Morretes, PR, 1854)
21. O Desterro do “Cifras de Música para Saltério” (1823?)
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
22. Aonde vais, linda negrinha (Xula Carioca)

Música Profana no Brasil (Séculos XVIII e XIX) – 2002
Grupo de Música Histórica Klepsidra

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Avicenna

Lobo de Mesquita (Missa a 4 Vozes) & João Rodrigues Esteves (Stabat Mater) & Pe. José Maurício (Moteto para a Semana Santa) – Acervo PQPBach

2je19ixPassiflora Coerulea (ilustração da capa)

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Diz a lenda que no final do século XVI jesuítas encontraram o maracujazeiro, cuja flor foi designada flor da paixão (passiflora). O nome se deve às suas diferentes partes e ao seu formato, que faz lembrar os instrumentos da paixão de Jesus Cristo (sofrimento e morte). As cinco pétalas e as cinco separas simbolizam os dez apóstolos (omitindo Judas e Pedro). A coronha púrpura representa a coroa de espinhos e o ovário de 3 carpelos, o cálice do Senhor. Os cinco estamens seriam as cinco chagas de Cristo e as folhas, as mãos de seus perseguidores. As gavinhas representam as cordas usadas para atá-lo. A flor da paixão costumava ser oferecida somente ao Papa e às personalidades importantes. Sua presença nas casas era considerada como portadora da paz.

(As anotações abaixo, quando não em itálico, são de José Maria Neves, 1998, extraídas do encarte)

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita

Segundo Harry Crowl, a informação de que esse compositor nasceu em 1746, filho natural de José Lobo de Mesquita e sua escrava Joaquina Emerenciana é uma fantasia criada pelo pesquisador Geraldo Dutra de Moraes, nos anos 70. Nenhum documento que comprove esse fato foi localizado até hoje.
A Missa para a benção de quarta-feira de cinzas é o manuscrito datado mais antigo encontrado em Minas até agora, 1778.

Muitos musicólogos citam Lobo de Mesquita como o melhor compositor setecentista brasileiro e como aquele que sintetiza melhor as características da da escola que foi um dia chamada de Barroco mineiro. Tal fato pode ser explicado pela grande quantidade de obras deste compositor conservadas nos mais diversos arquivos de manuscritos musicais, não apenas em Minas Gerais, mas também nos Estados de São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro. A própria preservação da documentação, quase sempre em cópias da segunda metade do século XIX e mesmo nos inícios do século XX, atesta a presença da música deste compositor no repertório de corporações musicais atuastes em vilas e cidades do interior do país, até meados do século XX. Entretanto, a afirmação de que Emerico foi o melhor – e que não se leia aqui nenhum indício de afirmação do contrário – resulta do quase total desconhecimento, até bem recentemente, das obras de outros compositores que atuaram nas Minas Gerais da segunda metade do século XVIII, e não de estudos comparativos que analisassem a técnica e o estilo deste compositor e seus contemporâneos.

Esta Missa para Quarta-feira de Cinzas é, ao lado dos ofícios destinados ao Domingo de Ramos (Domica in Palmis), exemplo pouco comum de utilização da totalidade do texto litúrgico na composição musical. Para o Domingo de Ramos e para Quarta-feira de Cinzas, deveriam ser musicados não apenas os chamados Ordinário e Próprio do dia (Kyrie, Sanctus e Agnus Dei, e Intróito, Gradual e Ofertório), mas também os textos para os ritos específicos do dia, a saber: Bênção e Procissão de Ramos e Benção e Distribuição das Cinzas.

O sentido da cerimônia está claramente explicitado pelo ritual religioso e pelos textos das diversas partes da cerimônia: os fiéis colocam cinzas sobre suas cabeças (gesto que já aparece no Antigo Testamento) em sinal de arrependimento e dor, como primeira etapa de percurso em busca de purificação. Deste modo abre-se o tempo da Quaresma, que prepara para a chegada da Páscoa. Os diferentes momentos da cerimônia falam exatamente da necessidade de penitência, no pedido de perdão, na certeza de que a misericórdia de Deus traz a salvação.

Quando se compara as obras de Lobo de Mesquita escritas para vozes e instrumentos com aquelas escritas para coro, observa-se de imediato que há forte distinção estilística entre elas. Enquanto as primeiras mostram-se mais “modernas”, porque mais marcadas pelo classicismo da melodia acompanhada (em algumas obras, com forte influência da linguagem musical italiana), as obras para coro mostram-se mais influenciadas pela estética do barroco, com toque polifônico. Guardadas as devidas distâncias, pode-se dizer que, quando escrevem para coro, aproximam-se de compositores de universos bem diferentes, como os paulistas de Mogi das Cruzes, os mineiros da segunda metade do século XVIII e mesmo seus sucessores da primeira metade do século XIX. É como se, na escrita coral, eles revelassem atitude musicalmente mais conservadora, enquanto buscavam linguagem mais moderna quando escreviam para solistas ou para coro com acompanhamento orquestral. Mas é preciso que se diga que em Emerico, como na maioria dos compositores setecentistas brasileiros, a escrita coral não se revela primordialmente polifonia; o tratamento é mais harmônico, em blocos sonoros, e apenas em momentos específicos aparecem fórmulas de cunho limitativo, às vezes pequenos fugatos, que aproximam esta música de suas origens polifonias do barroco português.

João Rodrigues Esteves

Comentando a respeito, Harry Crowl acrescenta que João Rodrigues Esteves foi um dos compositores portugueses enviados D.João V a Roma para estudar música. Todas as suas obras encontradas até o momento apresentam características do estilo polifônico romano do sec. XVII. É importante lembrar que esse estilo aparece em obras de compositores conhecidos dessa época, como nas obras Dixit Dominus, Salve Regina, Nisi Dominus (1707), de Haendel; no Stabat Mater (1715), de Domenico Scarlatti, em várias obras de Alessandro Scarlatti e também, Antonio Caldara. Essas composições sempre visavam a obtenção de algum posto importante em Roma, ou eram encomendas de patronos locais ligados à Igreja Católica.

É de João Rodrigues Esteves o Stabat Mater que aparece agora neste CD. Ainda que não seja exemplo da monumentalidade policoral da música religiosa da corte de Dom João V, esta obra revela bem a fineza polifonia do barroco português, que consegue, entretanto, ser comedido em virtude de sua abordagem direta do texto poético. A alternância entre solos, polifonias a duas e três partes e massas polifônicas mais densas dá à obra variedade e riqueza de escolas.

O texto do Stabat Mater (de autoria atribuída a Jacopone da Todi, por volta de 1300) tem duas utilizações litúrgicas principais: é o Hino do ofício das Vésperas e é a Seqüência da Missa da comemoração das Sete Dores de Nossa Senhora (por isso, com estrutura literária semelhante ao Dies irae da Missa dos Defuntos e ao Lauda Sion da Missa do Santíssimo Sacramento). O poema tem dez estrofes de três versos de sete sílabas e trata especificamente do sofrimento da Mãe que sofre ao pé da cruz, da qual pende o seu Filho.

Padre José Maurício Nunes Garcia

As cinco peças incluídas neste disco apresentam facetas bem diferentes da produção de José Maurício, embora todas elas destinem-se a um mesmo ciclo litúrgico: a Semana Santa. Enquanto estrutura (e funcionalidade) litúrgico-musical, aqui aparece um Gradual (para ser cantado após a Epístola, funcionando como uma meditação sobre o que ela enunciou), dois Responsórios (que funcionam também como comentários poéticos a cada uma das nove leituras que, em grupos de três, encerram cada um dos Noturnos do ofício das Matinas) e dois Motetos. Destaque-se, no que se refere à forma poético-musical, a estrutura dos Responsórios, que, para uso dos chamados Ofícios de Trevas, sempre são compostos de três partes: um Moderato inicial, que é seguido de um Allegro, completado com um Andante, concluindo-se a obra com a repetição do Allegro (A-B-C-B).

Os responsórios In Monte Oliveti e Judas mercador pessimus são, respectivamente, o primeiro e o quinto das Matinas de Quinta-feira Santa (também chamada de Ofício de Trevas, como as Matinas de Sexta-feira da Paixão e de Sábado Santo). O texto do Domine tu mini lavas pedes foi colocado em música por muitos compositores e está sempre pensado para acompanhar o gesto do celebrante que, na noite de Quinta-feira Santa, lava os pés de doze homens, representando o gesto de Jesus com o grupo dos Apóstolos. O texto relata exatamente esta cena bíblica.

O moteto Sepulto Domino é um dos casos mais interesantes do repertório sacro musical. Ele faz parte de conjunto que, traz como denominação Quarteto (ou Coros) para a Procissão do Enterro do Senhor. Este conjunto maior representa três momentos de uma mesma cerimônia: antes do Sermão do Descendimento da Cruz, que antecede a Procissão do Enterro, o coro canta o moteto Spiritus cordis nostri. Em diversos momentos da Procissão, o cortejo pára e é cantado um conjunto de cantos que atrai enormemente o povo que acompanha a festividade: este ciclo inicia-se com um terceto feminino (as Marias Beús do interior do país) que canta: Heu, Domine Salvator Nostri (Ai, Senhor nosso Salvador), que prepara o primeiro moteto: Pupili facti sumus. A seguir, a cantora que representa a Verônica canta, sem acompanhamento, o O vos omnes, mostrando ao povo o sudário com a reprodução da face de Jesus. Este ciclo é concluído com o moteto Cecidit corona. Tradicionalmente, ao final da Procissão do Enterro, entram na Igreja apenas o esquife contendo a imagem de Cristo morto, os celebrantes e o coro, que canta o último moteto da coleção, que é precisamente o Sepulto Domino, que relata a cena do sepultamento. O que há de absolutamente curioso neste fato é que, no repertório de igreja, todas as obras servem de oração ou de meditação e têm função pública, sendo dirigidas também ao povo que as ouve. No final da Procissão do Enterro, entretanto, isto não ocorre; o coro não canta o Sepulto Domino diante da comunidade dos fiéis, fazendo-se apenas para a imagem de Cristo.

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
Missa a 4 Vozes para Quarta-Feira de Cinzas (1778)
01. Para a benção da Cinza: Exadi nos Domine/Gloria Patri/Sicut erat
02. Enquanto se dá a Cinza: Immutemur habito
03. Introito: Misereris omnium/Misereri mei Deus/Quoniam in te confidit/Gloria Patri/Sicut erat
04. Kyrie
05. Gradual (tractus): Domine ne memineris
06. Ofertório: Exaltabo te Domine
07. Sanctus-Benedictus
08. Agnus Dei

João Rodrigues Esteves (c.1700-Lisbon, after 1751)
09. Stabat Mater – 1. Stabat Mater
10. Stabat Mater – 2. Quis est homo
11. Stabat Mater – 3. Quis non posset contristari
12. Stabat Mater – 4. Pro peccatis suae gentis
13. Stabat Mater – 5. Eia Mater
14. Stabat Mater – 6. Fac ut ardeat cor meum
15. Stabat Mater – 7. Sancta Mater
16. Stabat Mater – 8. Fac me vere
17. Stabat Mater – 9. Juxa crucem tecum stare
18. Stabat Mater – 10. Virgo virginum plecara
19. Stabat Mater – 11. Fac ut portem

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
20. Moteto para a Semana Santa – 1. Gradual para Domingo de Ramos
21. Moteto para a Semana Santa – 2. In Monte Oliveti
22. Moteto para a Semana Santa – 3. Domine tu mihi lavas-pedes (1799?)
23. Moteto para a Semana Santa – 4. Judas Mercator Pessimus (1809)
24. Moteto para a Semana Santa – 5. Sepulto Domino (1789?)

Calíope – 1998
Conjunto Calíope
Director: Júlio Moretzsohn

Este CD é uma colaboração do maestro, compositor e musicólogo Harry Crowl Jr.
Não tem preço!
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XLD RIP | FLAC 254,1 MB | HQ Scans

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MP3 320 kbps -139,8 MB – 58,3 min
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Boa audição.

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Avicenna

Antigas Cantigas Brasileiras

30bffr6Antigas Cantigas Brasileiras
Renato Motha & Patrícia Lobato

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Antes de abrir o encarte para acompanhar as letras de Prenda Minha, Bodas de Prata, Sabiá lá na gaiola e outras guloseimas com jeito de compota da cristaleira da vovó, o verso de Drummond dá a senha:
“Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!”
É só liberar a saudade …”
Kiko Ferreira (crítico musical) – Estado de Minas – 13/07/1999

Antigas Cantigas resgata canções, valsas e modinhas antigas do nosso cancioneiro popular, muitas delas de domínio público, e a elas confere um tratamento simples e belo. Primoroso também é o trabalho do encarte, de rara beleza.
Maurício Gouvêa (crítico musical) – International Magazine – RJ – dezembro / 1999

Com uma belíssima releitura de valsas, modinhas e canções de domínio público, a dupla Renato Motha e Patricia Lobato esbanjou talento em Antigas Cantigas Brasileiras, mostrando que obras enraizadas na cultura popular têm caráter perene e nunca perdem o viço do novo.
Osvaldo Afonso (jornalista) – Jornal Minas Gerais –24/02/2000

1gly5hComo tudo começou

Desde criança, Renato Motha ouvia na voz de sua mãe as músicas de seresta, valsas, modinhas, e só mais tarde pôde perceber a riqueza daquelas canções que povoaram sua infância. Em 1998, Renato elaborou um projeto com o objetivo de registrar em disco parte desse repertório numa leitura pessoal, mas preservando-lhe a essência.

O álbum

Em 1999, Renato Motha lança com Patricia Lobato o álbum Antigas Cantigas Brasileiras, e recebe sua mãe, Zaíra Fernandes Mota, para dividir com ele a faixa É a ti flor do céu.

A popularidade

O CD Antigas Cantigas obteve grande sucesso de público e crítica, tendo figurado entre os independentes mais vendidos no ano de 1999, além de ter sido trilha para o espetáculo da Escola do Grupo Corpo naquele mesmo ano. Este trabalho foi também escolhido para representar o Estado de Minas Gerais num show especialmente produzido pela Rede Minas na virada do século, exibido pela TVE – RJ.

Baú de pérolas

O álbum Antigas Cantigas nos transporta para um tempo de delicadeza, expressando com simplicidade e requinte toda riqueza inerente a nossa música. Grande parte do repertório é de temas pertencentes ao domínio público, compostos por autores anônimos, além de clássicos de grandes compositores da música brasileira surgidos na primeira metade do século xx, principalmente nos anos 30, período este conhecido como a nossa “Época de Ouro”.
As cantigas, temas folclóricos, cirandas, serestas, valsas e modinhas são parte do inconsciente coletivo nacional, e têm sido ao longo dos anos fonte de inspiração e matéria-prima para a produção das mais relevantes obras da música popular brasileira. Esse acervo nos revela um autêntico retrato sonoro do Brasil em seus primórdios, em uma de suas maiores vocações, ser cancioneiro.

Resgatando

Este trabalho também visa resgatar e levar ao conhecimento das novas gerações parte do enorme, mas pouco difundido, manancial de jóias existentes na cultura musical do nosso país.

Palhinha: ouça 02. Prenda minha

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01. Morena morena (domínio popular)
02. Prenda minha (domínio popular)
03. Eu sonhei que tu estavas tão linda (Lamartine Babo e Francisco Mattoso)
04. Bodas de prata (Roberto Martins e Mario Rossi)
05. Tim tim (domínio popular)
06. Sabiá lá na gaiola (Hervé Cordovil e Mario Vieira)
07. É a ti flor do céu (Teotônio Alves Pereira e Modesto A. Ferreira)
08. Róseas flores d’alvorada (domínio popular – recolhido e arranjado por Mário de Andrade)
09. Adeus Sarita (domínio popular)
10. Pingo d’água (domínio popular)
11. Casinha pequenina (domínio popular – arranjo para piano de Radamés Gnatalli)
12. Quem sabe? (Carlos Gomes e Bittencourt Sampaio)

Antigas Cantigas Brasileiras – 1999
Renato Motha & Patrícia Lobato
Textos extraídos de http://www.renatomothaepatricialobato.com/products/antigas-cantigas/

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Boa audição.

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Avicenna

O órgão da Matriz de Santo Antonio de Tiradentes (Die Orgel der Kirche Santo Antonio in Tiradentes)

1216dl0A presente gravação é, antes de mais nada, uma documentação para registro e divulgação dos resultados alcançados até hoje, através de um projeto de cunho cultural que vem se desenvolvendo desde 1977.

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Este projeto, iniciado por brasileiros e alemães, teve seu ponto de partida com a restauração do órgão alemão barroco da Igreja Matriz de Santo Antonio, em Tiradentes, Minas Gerais.

O órgão de tubo de Tiradentes foi comprado em 1779 na cidade de Porto, Portugal, sob o reinado de D. Maria I e transportado no ano de 1788 para o Brasil. É um instrumento de origem alemã – provavelmente construído na Francônia – pois a registração que ele oferece é característica dos órgãos fabricados no Sul da Alemanha, no século XVIII.

O instrumento dispõe de um manual com 4 oitavas e 15 registros, sendo 8 para a região aguda e 7 para a grave, não possuindo pedal. A caixa foi projetada por Salvador de Oliveira e esculpida por Antonio Rodrigues Penteado e Antonio da Costa Santeiro. Em 1798 Manuel Victor de Jesus confeccionou uma armação suntuosa para a caixa. Finalmente, no mesmo ano, Francisco de Paula Oliveira Dias (filho de Manoel Dias de Oliveira), foi o primeiro organista a tocar o órgão da Matriz.

Em 1977, atendendo à sugestão de eminentes personalidades brasileiras, a Kraftwerk Union AG, que participa do Programa Nuclear Brasileiro, enviou a Tiradentes um construtor de órgãos da Francônia, Manfred Thonius, que restaurou o órgão bicentenário, colocando-o novamente em perfeitas condições de funcionamento.

A reinauguração deu-se a 22 de abril de 1978, com um concerto, quando foram executadas obras de Bach, Haendel e Pachelbel, por Manfred Thonius, demonstrando a excelente qualidade sonora do instrumento.

Dando continuidade ao projeto do órgão de Tiradentes, a Kraftwerk Union AG concedeu em 1980, uma bolsa de estudos na Alemanha ao jovem músico André Luis Pires, hoje radicado em Tiradentes. Durante o estágio na Alemanha, André Luis Pires estudou órgão com Walter Greb, organista da Igreja de São Bonifácio em Erlangen, e aprendeu com Manfred Thonius, em Nuremberg, a manutenção básica do instrumento.

Em Tiradentes, André Luis Pires iniciou em 1981 suas apresentações como organista. Fica conhecendo a obra do excelente compositor mineiro e tiradentino, do século XVIII, Manoel Dias de Oliveira, e propõe-se a calcar o esforço maior do seu trabalho na divulgação de sua obra.

2dlkz6uCompletando a idéia original do projeto, que partindo da restauração do órgão se propunha a reativar e enriquecer uma tradição musical bicentenária da região, foi criado um conjunto coral, pois a música do “Barroco Mineiro” envolve sempre, e, necessariamente, “vozes”.

Em fins de 1981 o coral foi formado, sob a regência de André Luis Pires, por habitantes de Tiradentes. Na Semana Santa de 1982 dá-se a primeira apresentação pública, participando das cerimônias litúrgicas.

Em fevereiro de 1982, é criada a Sociedade Manoel Dias de Oliveira, que passa a ser, desde então, a entidade mantenedora do projeto.

Esta gravação é dedicada, com gratidão, a todos aqueles – brasileiros e alemães – que, através de sua colaboração permitiram tornar realidade, ouvir novamente o som do órgão de Tiradentes e possibilitaram o renascimento e enriquecimento de uma tradição de grande valor cultural. Ela é dedicada, também, a todos aqueles que se interessam pela Arte e pela Cultura em geral, e que amam a Musica em particular.

(Flávia Camargo Toni, 1982, extraído da capa interna do LP)

PS: – Nossa ouvinte Nicia Braga informa: “Muito tempo se passou desde o que foi citado no texto. Hoje o órgão voltou a funcionar graças a um projeto viabilizado pela organista Elisa Freixo e pelos patrocinadores do projeto. Todas às sextas feiras, às 20:30, ele pode ser ouvido tocado pela própria Elisa Freixo ou convidados. Vale a pena ouví-lo”

Texto interessante encontrado na internet:

O único documento que informa a data aproximada de nascimento de Manoel Dias de Oliveira é o Rol dos confessados desta Freguezia de S. Antonio da Villa de S. Jozé Comca do Rio das Mortes deste prezente anno de 1795 (IPHAN – Tiradentes-MG). Já que as idades indicadas dos filhos neste censo populacional conferem com as respectivas certidões de nascimento – o que jamais poderia ser exemplo de regra sobre o rigor dos recenseamentos coloniais, a idade do compositor – 60 anos – também pode ter sido anotada corretamente. Ele teria nascido portanto entre setembro de 1734 e agosto de 1735.

Flávia Toni, em sua dissertação de mestrado pela USP (1985), levantou a hipótese sobre as origens do compositor mulato. Segundo a musicóloga paulistana, Manoel Dias de Oliveira talvez fosse filho de Lourenço Dias de Oliveira (Portugal?, ? – Vila de São José, 1760). Branco, solteiro e possivelmente português, atuou como organista na Vila de São José entre 1756 e 1760, onde pertenceu às Irmandades do Bom Jesus do Descendimento, Caridade de Nossa Senhora da Piedade, Nosso Senhor dos Passos e por fim São Miguel e Almas. Sendo solteiro – o que não era de se estranhar, pois havia menos mulheres que homens brancos na primeira metade do século XVIII em Minas, Lourenço Dias de Oliveira pode ter gerado o filho com uma negra ou escrava, costume, aliás, comum no Brasil colonial. Se foi realmente seu pai, pode ter sido também seu professor. Em todo o caso, a coincidência de sobrenomes e profissão não pode ser subestimada.

Outra possibilidade é que Manoel Dias de Oliveira tenha sido escravo de Lourenço Dias de Oliveira, e por este alforriado, independente de ter sido ou não seu filho. Como músico de destaque desde jovem, o que lhe possibilitaria uma situação financeira acima da média dos escravos, é possível também que Manoel Dias de Oliveira tenha comprado sua liberdade através do processo de coartação, já que os artistas podem ter sido os primeiros a se beneficiar desta singular relação entre escravo e proprietário, desenvolvida principalmente na Capitania de Minas Gerais a partir do final da primeira metade do século XVIII. Não se sabe onde Manoel Dias de Oliveira nasceu. Talvez tenha nascido na própria Vila de São José, o que só não se pode comprovar pelo fato de estarem perdidos os registros de nascimento daqueles anos. É provável que o compositor já estivesse na Vila de São José desde 1752, na ocasião, com aproximadamente 18 anos – e sabe-se isto por sua entrada como irmão na Irmandade de São João Evangelista. Não há notícia que daquela data até sua morte, em 1813, tenha vivido em qualquer outra vila fora São José, apesar de atividades comprovadas em outros arraiais e vilas mineiras, quer seja como compositor (São João d’El Rey e Congonhas), calígrafo (Igreja Nova da Borda do Campo, atual Barbacena) ou militar (Arraial da Laje, atual Resende Costa).

Órgão da Matriz de Santo Antonio de Tiradentes
André Luis Pires, organista
Bach, Johann Sebastian (1685-1750)
01. Lobt Gott, ihr Christen allzugleich em Mi Maior
02. Sinfonia nº 6 a três vozes em Mi Menor
03. Prelúdio e Fuga a três vozes em Lá Menor, BWV 559
04. Prelúdio e Fuga nº 16 a quatro vozes em Sol Menor, BWV 861 (1º vol. do Cravo bem Temperado)
05. Fantasia em Sol Menor
06. Fuga a quatro vozes em Dó Maior
Johann Caspar Ferdinand Fischer (1665-1746)
07. Prelúdio e Fuga a quatro vozes em Dó Sustenido Menor
Domenico Zipoli (1688 – 1726)
08. Versetten (Sonate d’Intavolatura per Organo e Cembalo, Roma, 1716) – Verso I em Ré Menor
09. Versetten (Sonate d’Intavolatura per Organo e Cembalo, Roma, 1716) – Verso II em Mi Menor
10. Versetten (Sonate d’Intavolatura per Organo e Cembalo, Roma, 1716) – Verso III em Sol menor
11. Versetten (Sonate d’Intavolatura per Organo e Cembalo, Roma, 1716) – Verso IV em Sol Menor
12. Versetten (Sonate d’Intavolatura per Organo e Cembalo, Roma, 1716) – Verso V em Dó Maior

Coral da Sociedade Manoel Dias de Oliveira
Maestro André Luis Dias
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
13. Motetos para Procissão do Enterro do Senhor: 1. Heu
14. Motetos para Procissão do Enterro do Senhor: 2. Canto da Verônica
15. Motetos para Procissão do Enterro do Senhor: 3. Pupili
16. Motetos para Procissão do Enterro do Senhor: 4. Cecidit Corona
17. Motetos para Procissão do Enterro do Senhor: 5. Quomodo
18. Motetos para Procissão do Enterro do Senhor: 6. Spiritus
19. Motetos para Procissão do Enterro do Senhor: 7. Sepulto Domino
20. Surrexit Dominus vere
21. Motetos para Procissão das Dores: 1. Stabat Mater
22. Motetos para Procissão das Dores: 2. Cujus animam
23. Motetos para Adoração: 1.Venite adoremus
24. Motetos para Adoração: 2.Tantum ergo
25. Popule meus
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
26. Domine, tu mihi lavas pedes
Bach, Johann Sebastian (1685-1750)
27. Gloria sei Dir gesungen (da Cantata”Wachet auf, ruft uns die Stimme”)

O órgão da Matriz de Santo Antonio de Tiradentes – 1982
Maestro e organista André Luis Pires
Solo da Verônica: Leila Taier

LP de 1982, do acervo do poeta Oscar Iskin Jr. (não tem preço!) e digitalizado por Avicenna

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MP3 320 kbps – 307,2 MB – 47,6 min
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Boa audição.

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Avicenna

Modinhas e Lunduns dos Séculos XVIII e XIX – Segréis de Lisboa (Acervo PQPBach)

a42244Modinhas e Lunduns dos Séculos XVIII e XIX
Segréis de Lisboa

Com instrumentos de época. On period instruments.
To my friend Duckjammy

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Instrumentos originais usados nesta gravação:
Pianoforte – H. Van Casteel, Lisboa, 1763
Guitarra inglesa – Domingos José de Araujo, Braga, 1812

A presente gravação oferece uma selecção do repertório criado para os salões desta sociedade luso-brasileira da viragem do século XVIII para o XIX. Parte desse repertório destinava-se a pequenos conjuntos instrumentais, e era composto muitas vezes por virtuosi da orquestra da Real Câmara de Lisboa, como o violinista Pedro António Avondano ou o flautista espanhol António Rodil, cujas obras se tornaram tão populares que foram objecto de edições impressas de ampla circulação.

Um dos instrumentos solistas mais populares neste período foi a guitarra inglesa, com forma peróide e dez cordas, a qual permaneceu em uso em Portugal muito depois de ter sido esquecida nos restantes países europeus e acabou por isso por ser conhecida como guitarra portuguesa.

António Pereira da Costa foi o autor de uma das raras colecções impressas de obras para este instrumento. Quanto à “Marcha da Retirada” de João José Baldi, trata-se de um exemplo divertido de como uma melodia que entra no ouvido se pode desligar do seu contexto original, à medida que a sua circulação aumenta: a peça, muito provavelmente destinada a ser tocada de forma despreocupada na salinha de qualquer menina de boa família, não é senão um arranjo para cravo da feroz canção revolucionária francesa “Ça ira“…

Mas o género favorito deste repertório de salão é sem dúvida a Modinha, um tipo de canção solista em que as influências da aria cantabile e da canzonetta da tradição operática napolitana se misturam com as doces e sensuais melodias afro-brasileiras, originalmente cantadas pelos escravos negros e gradualmente adaptadas pelos compositores profissionais, tanto no Brasil como em Portugal. No final do século XVIII as modinhas eram já compostas às centenas e circulavam, não só em colecções manuscritas mas também em séries impressas de publicação periódica, como o popular Jornal de Modinhas, editado em Lisboa pelos franceses Milcent e Maréchal.

Os autores iam do poeta mulato e boémio Domingos Caldas Barbosa a cantores da Capela Real como o Tenor Policarpo José António da Silva, a virtuosi instrumentais de renome como o violinista espanhol José Palomino, a músicos de Igreja como António da Silva Leite e a compositores de Ópera distintos como o próprio Marcos Portugal.

2jfwpwkQuanto aos arranjos, as modinhas eram habitualmente escritas para uma ou duas vozes, com um acompanhamento instrumental que podia ser uma simples linha de baixo contínuo, uma parte integralmente realizada para um instrumento obbligato como o cravo, a guitarra ou a guitarra portuguesa, ou até um pequeno conjunto de câmara que podia ir mesmo a um quarteto de cordas com cravo (como exemplo deste último caso veja-se, designadamente, “Menina que vive à moda”, de Palomino, uma canção especificamente composta como Música de cena para uma peça para o teatro da Rua dos Condes, em Lisboa).

A qualidade das modinhas luso-brasileiras foi unanimemente elogiada pelas descrições de diversos viajantes europeus no Brasil, vários dos quais transcreveram exemplos deste género nos seus livros. Um discípulo de Haydn que esteve temporariamente ao serviço da Corte no Rio de Janeiro, Sigismund Neukomm, publicou ele próprio uma colecção de modinhas com acompanhamento de piano, e a fama destas canções chegou mesmo ao próprio Beethoven, que as incluiu na sua colecção de Volkslieder.

Particularmente interessante pela sua evidente natureza inter-cultural é o Lundum, um sub-género no seio da Modinha caracterizado pelo seu ritmo acentuadamente sincopado e por textos que com frequência tendem a conter sugestões eróticas mal disfarçadas. Para grande espanto de alguns dos visitantes estrangeiros mais puritanos, estas canções de forte influência e abordando temas habitualmente considerados inaceitáveis em boa sociedade não pareciam gerar objecções por parte das classes mais elevadas da realidade luso-brasileira, em geral tão conservadoras em quaisquer outros domínios.

Rui Vieira Nery (extraído do encarte)
Universidade Nova de Lisboa
1993

Modinhas e Lunduns dos Séculos XVIII e XIX
António Cláudio da Silva Pereira (Portugal, 1780-1820)
01. Tenho um bicho cá por dentro (modinha)
Jose Forlivesi
02. Hei-de amar a quem me ama (modinha)
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
03. Vem cá, por que foges (modinha)
Domingos Caldas Barbosa (1740-1800) / Anônimo
04. Triste Lereno (modinha)
Antonio Pereira da Costa (Portugal, 1697?-1770)
05. Serenata IV em dó maior
Antonio Galassi (Italie, c.1750-Portugal, 1790)
06. Marcia prejura as leis de amor (modinha)
Pedro Antonio Avondano (Lisboa, 1714-1782)
07. Minueto em lá maior
Domingos Caldas Barbosa (1740-1800) / Anônimo
08. Eu nasci sem coração
09. Quando eu não amava (modinha)
Gabriel Fernandes da Trindade (Ouro Preto ,1799/1800-Rio de Janeiro, 1854)
10. Graças aos céus de vadios (lundum)
Policarpo José António da Silva. (Portugal, fl.1770 – ca.1790)
11. De amor sobre as aras (modinha)
António Rodil (Portugal, 1710?-1787)
12. Duetto II en sol maior, allegro/vivo
Anónimo
13. Ganinha, minha Ganinha (lundum)
José Palomino (Spain, 1755-1810)
14. Menina que vive à moda (modinha)
João José Baldi (Portugal, 1770 – 1816)
15. Marcha da retirada (cemb.)
José Palomino (Spain, 1755-1810)
16. Sinto amor de dia em dia (modinha)
Pedro Antonio Avondano (Lisboa, 1714-1782)
17. Minueto em ré maior
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
18. Vem meu bem que eu te perdoo (modinha)
Anónimo
19. Menina, você que tem? (lundum)
Domingos Schiopetta (Portugal, sécX VIII-XIX)
20. Quando a gente está com gente (lundum)
Anônimo / Ludwig van Beethoven
21. Seus lindos olhos (modinha)
José Francisco Édolo (Porto, 1792 – ?)
22. Tranquiliza, doce amiga (modinha)
António Rodil (Portugal, 1710?-1787)
23. Duetto em si bemol maior (moderato/minuetto)
Manuel Telles (? – ?)
24. Quando a vejo enfadadinha (lundum)
Alexandre José Pires (1ª metade XIX)
25. Sussurrando amigas auras (modinha)
Joaquim Manoel Gago da Camara (fin du XVIII siècle)
26. Quando te peijo
Anónimo
27. Minha Lília, quem disfruta (modinha)

Modinhas e Lunduns dos Séculos XVIII e XIX – 1993
Segréis de Lisboa
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Um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Boa audição.

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Avicenna

Padre José Maria Xavier (1819-1887) – Ofício de Trevas vol. 1 (Acervo PQPBach)

2cx3pz Originalmente postado pelo CVL em abril de 2009. Repostagem pelo Avicenna.

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Outro achado de um de nossos visitantes, chamado Geraldo: o desconhecidíssimo mineiro Padre José Maria Xavier, que eu também não conhecia e que – apesar de ter vivido no séc. XIX – é classicista de primeira linha. Tudo bem que, ao ouvir este CD, parece que se trata mesmo de Mozart, mas esse era o gosto dominante em música sacra nos tempos do império e principalmente nos cafundós do judas, como era a pacata São João Del Rei, terra do padre (isso valia para qualquer cidade longe do Rio).

Comentários de Paulo Cesar Machado dos Santos:
Compositor e instrumentista, foi discípulo de seu tio Francisco de Paula Miranda com quem aprendeu canto, violino e clarineta. Estudou no Seminário de Mariana, ordenando-se padre em 1846. Designado a trabalhar em Rio Preto, retornou à sua terra natal, São João del-Rei, por motivos de saúde. Além do sacerdócio, exerceu múltiplas funções como vigário forâneo e lecionou música em várias escolas da cidade. Filiado a todas as associações religiosas, foi padre comissário da Ordem Terceira do Carmo e, também, capelão da Irmandade de Nosso Senhor dos Passos e da Confraria de Nossa Senhora do Rosário. De sua vasta obra são conhecidas mais de cem composições, executadas, tradicionalmente, em solenidades religiosas são-joanenses, especialmente na Semana Santa, na Novena de Nossa Senhora da Boa Morte e no Natal. As peças Matinas do Natal e Missa nº 5 foram editadas em Munique, na Alemanha, fato raro na música oitocentista brasileira. O compositor nasceu em 1819 e faleceu em 1887.

Comentários de Harry Crowl:
Não há nada de barroco nem no Pe. José Maria Xavier, nem nos compositores coloniais anteriores a ele. Quando estudava no Seminário de Mariana, em meados do sec.XIX, J.Ma. Xavier ficou encantado com a obra do Pe. João de Deus de Castro Lobo, que falecera em 1832. JMXavier procurou escrever numa linguagem parecida, mas já com influência muito forte da ópera italiana introduzida pela corte no Rio, na época de D.João VI e D.Pedro I. Essa influência estava também presente na música de João de Deus. Só que no caso do último, o domínio da orquestração e da instrumentação e a eventual disponibilidade de músicos fez de sua obra algo muito mais elaborado. Tive a oportunidade de tocar viola com a Orquestra Ribeiro Bastos, em São João del Rei, em várias semanas santas, na década de 90. Toquei inclusive esse Ofício algumas vezes. É uma obra de grande força dramática e de escrita muito simples para a orquestra, pois a prática instrumental no Brasil no tempo do Império, especialmente no interior, já era amadora. Porém, São João Del Rei foi a única cidade no Brasil que conseguiu manter viva essa tradição. Vale muito a pena dar uma chegada até lá na época da semana-santa. É uma excelente oportunidade para se entender como a música funcionava dentro da liturgia católica até o final do sec.XIX, antes do estabelecimento do moto próprio, em 1906.

Ofício de Trevas – vol 1
Pe. José Maria Xavier (São João del Rey, 1819-1887)
Ofício de Trevas 1. Ofício de Quinta-feira Santa – Antiphona – Zelus Domus Tuae
Ofício de Trevas 2 :Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium I – In Monte Oliveti
Ofício de Trevas 3. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium II – Tristis Est
Ofício de Trevas 4. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium III – Ecce Vidimus
Ofício de Trevas 5. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium IV – Amicus Meus
Ofício de Trevas 6. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium V – Judas Mercator Pessimus
Ofício de Trevas 7. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium VI – Unus Ex Discipulis Meis
Ofício de Trevas 8. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium VII – Eran Quasi Agnus Ínnocens
Ofício de Trevas 9. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium VIII – Una Hora
Ofício de Trevas 10. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium IX – Seniores Populi
Ofício de Trevas 11. Ofício de Sexta-feira Santa – Antiphona – Astiterunt Reges Terrae
Ofício de Trevas 12. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium I – Omnes Amici Mei
Ofício de Trevas 13. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium II – Velum Templi
Ofício de Trevas 14. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium III – Vinea Mea
Ofício de Trevas 15. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium IV – Tamquan Ad Latronem
Ofício de Trevas 16. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium V – Tenebrae Factae Sunt
Ofício de Trevas 17. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium VI – Animam Meam
Ofício de Trevas 18. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium VII – Tradiderunt Me
Ofício de Trevas 19. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium VIII – Jesum Tradidit Impius
Ofício de Trevas 20. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium IX – Caligaverunt Oculi Mei Laudes
Ofício de Trevas 21. Ofício de Sexta-feira Santa – Antiphona – Posuerunt Super Caput Ejus
Ofício de Trevas 22. Ofício de Sexta-feira Santa – Christus Factus Est

Ofício de Trevas – vol 1 – 2004
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais & Coral Lírico Palácio das Artes
Maestro Marcelo Ramos
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Boa audição.

CVL + Avicenna

Padre José Maria Xavier (1819-1887) – Ofício de Trevas – Vol. 2 (Acervo PQPBach)

352i2y1REPOSTAGEM

Avicenna se encantou com o primeiro volume do Ofício de Trevas.

Mas, como bom mineiro-persa, perguntou aos ventos do oriente qual a origem do nome “Ofício de Trevas”. Alguma conotação com o post-mortem? Ou com rituais cabalísticos?

Quem responde é o Maestro Marcelo Ramos:

“A tradição que envolve o ofício é antiqüíssima. Esta denominação de Trevas está envolvida num contexto ritualístico, extremamente rico em simbologia, e merece uma justificativa litúrgica. Desde o séc. VII, celebra-se com orações as exéquias do Senhor. No séc. VIII, a liturgia franco-romana já conhecia o apagar das luzes durante o ofício. Desde o séc. XII, o nome “Ofício de Trevas” indicava a oração noturna (matinas e laudes) do ofício divino nos três dias que antecedem o Domingo da Ressurreição. As matinas e laudes rezadas seguidas contam 14 salmos, nove leituras (incluindo três lamentações do profeta Jeremias) e nove responsórios. É “de trevas” pois, no decorrer dele, apagam-se sucessivamente as 14 velas em memória das trevas que cobriram a Terra na morte do Senhor. Para esse fim, é usado um candelabro triangular com 15 velas.

A vela da ponta, a décima quinta, representa o Cristo. As outras representam os onze apóstolos e as três Marias. Segundo vários autores medievais, apagar uma vela após cada salmo significa o abandono de Jesus por seus seguidores, principalmente no horto. A liturgia antiga colocava a última vela acesa atrás do altar para trazê-la de volta mais tarde, talvez ao amanhecer, simbolizando assim a morte do Senhor; em São João del-Rey (MG) esta tradição permanece intocada. Em Portugal, a décima quinta vela no alto do candelabro é conhecida como galo ou galo das trevas.

No final do ofício, cantado em latim, era costume fechar os livros com força exagerada ou bater os pés no chão com veemência, simbolizando o terremoto que acompanhou a morte de Jesus e a destruição de Jerusalém.”

Avicenna apresenta o Segundo volume do “Ofício de Trevas”, composto pelo Padre José Maria Xavier (1819-1887, S. João del-Rey, MG), com a Orquestra e Coro dos Inconfidentes, regidos pelo Maestro Marcelo Ramos, gravado na Sala Sérgio Magnani, Palácio das Artes, Belo Horizonte, em dezembro de 2005.

Ofício de Trevas – vol II
Pe. José Maria Xavier (São João del Rey, 1819-1887)
Ofício de Trevas 23. Matinas de Sábado Santo – Antiphona: In pace in idipsum
Ofício de Trevas 24. Matinas de Sábado Santo – Responsorium I: Sicut ovis
Ofício de Trevas 25. Matinas de Sábado Santo – Responsorium II: Jerusalem surge
Ofício de Trevas 26. Matinas de Sábado Santo – Responsorium III: Plange quasi virgo
Ofício de Trevas 27. Matinas de Sábado Santo – Responsorium IV: Recessit pastor noster
Ofício de Trevas 28. Matinas de Sábado Santo – Responsorium V: O vos omnes
Ofício de Trevas 29. Matinas de Sábado Santo – Responsorium VI: Ecce quomodo
Ofício de Trevas 30. Matinas de Sábado Santo – Responsorium VII: Astiterunt reges terrae
Ofício de Trevas 31. Matinas de Sábado Santo – Responsorium VIII: Aestimatus sum
Ofício de Trevas 32. Matinas de Sábado Santo – Responsorium IV: Sepulto Domino
Ofício de Trevas 33. Matinas da Ressureição – Invitatório
Ofício de Trevas 34. Matinas da Ressureição – Responsorium I: Angelus Domini
Ofício de Trevas 35. Matinas da Ressureição – Responsorium II: Cum transisset sabbatum
Ofício de Trevas 36. Matinas da Ressureição – Laudes do Tempo Pascal: Haec dies
Ofício de Trevas 37. Matinas da Ressureição – Antiphona Final: Regina Coeli
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
Ofício de Trevas 38. 8ª Leitura de Sábado Santo

Ofício de Trevas – Volume 2 – 2005
Orquestra e Coro dos Inconfidentes
Maestro Marcelo Ramos
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Boa audição!

Avicenna

Modinhas Imperiais: Adélia Issa (voz) & Alexandre Pascoal (piano) – Acervo PQPBach

30uy2om

REPOSTAGEM

Ramilhete de 15 preciosas modinhas de salão brasileiras, do tempo do Império, para canto e piano, seguidas por um delicado Lundu para piano-forte; cuidadosamente escolhidas, prefaciadas, anotadas e dedicadas ao seu ilustre e genial amigo, o maestro Heitor Villa-Libos, por Mário de Andrade, S. Paulo 1930. (Dedicatória que Mário de Andrade escreveu no prólogo do seu livro “Modinhas Imperiais”)

Transcorridos cinquenta anos da publicação do livro de Mário de Andrade “Modinhas Imperiais” (Casa Chiarato, H. G. Miranda Editora, S. Paulo, 1930) a gravadora Eldorado lança agora, sob o mesmo título, a versão sonora do livro de Mário de Andrade.

Este disco bem poderia ser o primeiro de uma série que tivesse por propósito ilustrar a história da música brasileira, já que foi através da modinha e do lundu, nos fins do século XVIII, que surgiram os primeiros sinais de fusionamento sonoro de que resultou esse produto cultural a que chamamos Música Brasileira. Assim como não seria lícito nomear de brasileira a música dos índios ou o baticum dos escravos africanos importados nos três primeiro séculos de colonização, do mesmo modo seria absurdo pretender que brasileira fosse também a ária sete e oitocentista importada nos nossos salões coloniais, de onde proviria a nossa modinha.

Cumpre ter presente que a música do Brasil não teve, como a música dos países europeus de civilização mais estratificada um back-ground racial que a precedesse. Não houve, por parte dos compositores italianos, franceses ou alemães qualquer preocupação de serem nacionais, pois o caráter nacional de suas escolas musicais já vinha condicionado pela raça e pelo desenvolvimento lógico de suas respectivas civilizações.

A modinha brasileira originou-se do formulário melódico europeu. Nas primeiras modinhas brasileiras é facilmente identificável a presença de Gluck, Mozart, Rossini, Donizetti, Bellini. E mesmo no repertório modinheiro dos fins de oitocentos e começo de novecentos nota-se ainda o acentuado gosto nacional pelo cantábile melodramático italiano. E foi certamente a permanência desse cantábile que levou Mário de Andrade a dizer que a nacionalidade brasileira da modinha se processou ao contato dessa melódica européia e apesar dela … (extraído da capa do LP)

Palhinha: ouça algumas modinhas enquanto contempla algumas das melhores telas em arte Naïff.

Modinhas Imperiais
Anônimo/Thomaz Antonio Gonzaga
01. Acaso são estes
Anônimos
02. Escuta, formosa Márcia
Cândido Ignácio da Silva (1800-1838)
03. Busco a campina serena
04. Quando as glórias que gozei
Anônimos
05. Vem cá, minha companheira
06. Se te adoro
07. Vem a meus braços
08. Róseas flores d’alvorada
Frederico de Varnhagen (Sorocaba, SP 1816 – Viena, Áustria 1878)
09. O coração perdido
Anônimos
10. Deixa dália, flor mimosa
Padre Telles
11. Eu tenho no peito
João Martins de Souza Barros
12. Dei um ai, dei um suspiro
Emílio do Lago/J. A. B. Júnior
13. Último adeus de amor
Antonio José dos Santos Monteiro (Rio de Janeiro, RJ, c.1830 – c.1890)/Vilela Tavares
14. Que noites eu passo
Anônimos
15. Hei de amar-te até morrer
16. Lundum

Modinhas Imperiais – 1980
Adélia Issa (voz) & Alexandre Pascoal (piano)
LP de 1980, digitalizado por Avicenna

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MP3 320 kbps – 89,3 MB – 39,2 min

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Boa audição.

rji7gm

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.Avicenna

História da Música Brasileira – Episódio 8 de 10: Carlos Gomes, o emblema da ópera no Brasil

15hiyrsOitavo episódio da série História da Música Brasileira que apresentamos com um link para baixar o vídeo do episódio, incentivando a divulgação desse trabalho em universidades, conservatórios e amantes da música. Contamos com o seu apoio!

REPOSTAGEM


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EPISÓDIOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA

Os temas dos 10 programas são os abaixo e estão disponíveis aqui:

1. Introdução e primeiros tempos da música no Brasil
2. A música setecentista no Brasil
3. A música no período áureo de Minas Gerais
4. Ouro, diamantes e música em Minas.
5. Padre José Maurício Nunes Garcia: um brasileiro nos ouvidos da Corte
6. A música da Independência.
7. Saraus, danças e intimidades: A música no Brasil no século XIX
8. Carlos Gomes: o emblema da ópera no Brasil
9. Romantismo: um Brasil para poucos
10. Romantismo e patriotismo: afinal, somos brasileiros?

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA
Episódio 8 – Carlos Gomes, o emblema da ópera no Brasil

Paulo Castagna

O oitavo episódio de História da Música Brasileira é dedicado ao compositor Antônio Carlos Gomes (Campinas-SP, 1836 – Belém-PA, 1896), primeiro autor brasileiro de óperas a ter adquirido notoriedade na Europa. O programa discorre sobre sua formação em Campinas, São Paulo e Rio de janeiro, e sobre sua vida profissional no Brasil e na Itália, apresentando obras menos conhecidas de sua produção, entre elas, peças para piano como as polcas Caiumba e Nini, canções como o Hino à Mocidade Acadêmica, a modinha Quem sabe, a ária Conselhos, o prelúdio da ópera A noite do castelo e a Sonata em ré maior para cordas, que recebeu do autor o subtítulo “Burrico de pau”.

Veja abaixo o episódio 8 – Carlos Gomes, o emblema da ópera no Brasil, que também pode ser visto no Youtube em http://www.youtube.com/user/HistoriadaMB

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Vídeo mp4 – 179,3 Mb – 28 min 27 seg

Nossos agradecimentos ao Prof. Paulo Castagna, musicólogo, (http://paulocastagna.com) por nos ter incentivado nesta empreitada. Não tem preço!!!
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Avicenna

Brazilian Adventures – Ex Cathedra (Acervo PQPBach)

Brazilian AdventuresBrazilian Adventures
Missa Pastoril para a noite de Natal
(Pe. José Maurício Nunes Garcia)

Missa a 8 Vozes & Instrumentos
(André da Silva Gomes)

REPOSTAGEM

Será útil aqui dizer algo sobre o termo barroco. A palavra é de origem portuguesa, significando uma pérola mal formada. Foi usado pela primeira vez, pejorativamente, no século XVIII para descrever a música de Rameau!

Somente no século XIX é que os historiadores usaram o termo barroco para descrever um período estilístico, mais ou menos entre 1600 a 1750.

No Brasil houve uma floração tardia da música e da arquitetura barroca, especialmente em Minas Gerais (FC Lange cunhou o termo barroco mineiro), onde as técnicas-continuo musicais barrocas, baixo cifrado, estrutura, abordagem a textos combinados com uma realização arquitetônica e artística, e misturou-os com uma nova linguagem clássica que estava sendo ansiosamente importado da Europa. Por algum tempo, a frase barroco brasileiro foi confusamente intercambiada com o termo música colonial brasileira.

(Jeffrey Skidmore, extraído e traduzido do encarte)

Brazilian Adventures
Anonymous
01. Matais De Incêndios – 1. Matais De Incêndios
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
02. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 01. Kyrie
03. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 02. Gloria
04. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 03. Laudamus Te
05. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 04. Gratias Agimus
06. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 05. Qui Tollis
07. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 06. Qui Sedes
08. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 07. Cum Sancto Spiritu
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
09. Tercio – 2. Padre Nosso
10. Tercio – 3. Ave Maria
11. Tercio – 4. Gloria
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
12. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 08. Credo
13. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 09. Et Incarnatus
14. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 10. Crucifixus
15. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 11. Et Resurrexit
Pe. Theodoro Cyro de Souza (Caldas da Rainha, Portugal, 1761 – Salvador, Brasil, ?)
16. Ascendit Deus
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
17. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 12. Sanctus
18. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 13. Hosanna I
19. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 14. Benedictu
20. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 15. Hosanna II
21. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 16. Agnus Dei
Anonymous
22. Matais De Incêndios – 2. Para Abrasar Corações
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
23. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 01. Kyrie I
24. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 02. Christe
25. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 03. Kyrie II
Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
26. 5 Divertimentos Harmônicos – #1 Beata Virgo
27. Lição de Solfejo #25
28. 5 Divertimentos Harmônicos – #5 Oh! Pulchra Es
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
29. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 04. Gloria I
30. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 05. Et In Terra Pax
31. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 06. Gloria II
32. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 07. Laudamus Te
33. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 08. Gratias Agimus
34. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 09. Domine Deus
35. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 10. Qui Tollis
36. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 11. Quoniam Tu Solus Sanctus
37. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 12. Cum Sancto Spiritu

(Curiosamente, o 1º movimento do Tercio de Lobo de Mesquita – Diffusa est gratia – não foi incluído)

Brazilian Adventures – 2014
Ex Cathedra Choir & Ensemble
Maestro Jeffrey Skidmore

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• Site oficial do Pe. José Maurício Nunes Garcia – AQUI

• Partituras de autores brasileiros: AQUI

Boa audição.

PeladaoWEB

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

História da Música Brasileira – Episódio 7 de 10: Saraus, Danças e Intimidades. A Música no Brasil do séc. XIX

1233bf7Sétimo episódio: uma breve análise sociológica do Brasil do século XIX, em 28 minutos! Escravidão, Inglaterra, café, eleições … a música refletindo, como um espelho do tempo, os valores da época!

Sétimo episódio da série História da Música Brasileira que apresentamos com um link para baixar o vídeo do episódio, incentivando a divulgação desse trabalho em universidades, conservatórios e amantes da música. Contamos com o seu apoio!

REPOSTAGEM
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EPISÓDIOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA

Os temas dos 10 programas são os abaixo e estão disponíveis aqui:

1. Introdução e primeiros tempos da música no Brasil
2. A música setecentista no Brasil
3. A música no período áureo de Minas Gerais
4. Ouro, diamantes e música em Minas.
5. Padre José Maurício Nunes Garcia: um brasileiro nos ouvidos da Corte
6. A música da Independência.
7. Saraus, danças e intimidades: A música no Brasil no século XIX
8. Carlos Gomes: o emblema da ópera no Brasil
9. Romantismo: um Brasil para poucos
10. Romantismo e patriotismo: afinal, somos brasileiros?

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA
Episódio 7 – Saraus, Danças e Intimidades. A Música no Brasil do séc. XIX

Paulo Castagna

O sétimo episódio de História da Música Brasileira explora a música usada no ambiente doméstico brasileiro do século XIX. Canções, como modinhas e lundus – gêneros respectivamente apolíneo e dionisíaco – envolviam a expressão dos sentimentos amorosos (presentes ou perdidos), o humor e a sátira, sendo muito comuns em reuniões familiares e sociais daquele período. As danças, por sua vez, eram destinadas às festas e comemorações, sendo as principais, nessa época, a polca, a quadrilha, a mazurca e a valsa, abordadas nessa ordem no sétimo programa. Embora tenham circulado, no Brasil do século XIX, tanto obras locais quanto internacionais, o sétimo programa apresenta composições brasileiras destinadas ao meio doméstico da elite do período, abordando também algumas questões sociais envolvidas nesse repertório.

Veja abaixo o episódio 7 – Saraus, Danças e Intimidades. A Música no Brasil do séc. XIX, que também pode ser visto no Youtube em http://www.youtube.com/user/HistoriadaMB

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Vídeo mp4 – 162,4 Mb – 28 min 08 seg

Nossos agradecimentos ao Prof. Paulo Castagna, musicólogo, (http://paulocastagna.com) por nos ter incentivado nesta empreitada. Não tem preço!!!
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Avicenna