Henri Dutilleux (1916-2013): Sonata para piano, Prelúdios / Franz Liszt (1811 -1886): Angelus, Klavierstucke, Mephisto, Valse Oubliée, Nuages Gris (Jonas Vitaud, piano)

Estreada em 1948, a Sonata para piano de Dutilleux é uma das grandes obras do repertório pianístico do século XX. É claro que devemos desconfiar desse tipo de afirmação categórica, normalmente acompanhada de provas por A+B que não costumam provar grandes coisas. Mas ao menos é o que dizem meus ouvidos: Dutilleux transita com grande liberdade dentro das três formas escolhidas para os três movimentos. É verdade que Liszt argumentou: “vinho novo pede garrafas novas” e nesse aspecto foi seguido por Wagner, Schoenberg, Debussy, Messiaen e tantos outros. Mas Dutilleux já chega bem depois e faz parte daqueles que voltaram às formas antigas para, a partir delas, produzir novidades. No piano de meados do século XX, isso rendeu obras como as Sonatas para Piano de Prokofiev e os Prelúdios e Fugas de Shostakovich, além dessa Sonata de peso do francês Dutilleux.

O primeiro movimento é um legítimo Allegro de sonata, o segundo um lento Lied com explorações harmônicas tipicamente francesas – Gary Higginson escreveu que esta é uma sonata que Debussy poderia ter escrito – e o movimento final é um Chorale (no sentido das obras de Bach para órgão) com variações. Uma curiosidade: os títulos dos movimentos variam entre italiano, alemão e francês, o que poderia indicar uma inclinação cosmopolita de Dutilleux, lembrando que a sonata veio logo após o fim da 2ª Guerra.

No disco gravado pelo também francês Jonas Vitaud, a sonata – que ele estudou, quando jovem, com o próprio compositor – eclipsa as outras obras. Ainda assim, este é um bom álbum para quem quer ouvir os Três Prelúdios (1973–1988) de Dutilleux e as Nuvens cinzentas (Nuages Gris), obra madura de Liszt na qual ele flerta com a música atonal. Também a primeira obra do disco, “Angelus! Prece aos anjos da guarda”, tem uma grandiosa interpretação. Mas na Mephisto Valse e na Valse Oubliée de Liszt, ficou faltando para Vitaud um certo espírito faustiano que habita essas obras: o velho tema do pacto com o coisa-ruim. Para esse Liszt de uma certa malícia, melhor ouvir Horowitz, Novaes, Foldes ou Kissin. Aluno de Brigitte Engerer, Jonas Vitaud é mais polido, mais preocupado com os belos coloridos e ornamentos. No Dutilleux isso funciona perfeitamente.

Liszt, o prolífico, parece o oposto de Dutilleux, compositor de catálogo reduzido, homem discreto e reservado. Mas eu encontro pontos em comum mais profundos. Ambos tiveram uma longa carreira, e seu estilo mudou consideravalmente com o tempo. São músicos da síntese, que assimilaram diversas correntes na sua própria linguagem. Em vida, mostraram-se curiosos e altruistas com seus pares e com as novas gerações. Quanto a Dutilleux, tive a sorte de conhecê-lo em 2004 no festival de Cordes-sur-Ciel, e estudar com ele várias peças, incluindo suas Figuras de ressonância para dois pianos, com Bertrand Chamayou. (Jonas Vitaud, no encarte do álbum)

01 Liszt: Angelus ! Prière aux anges gardiens (extrait des Années de Pèlerinage III)
02 Dutilleux: Prélude n°1 : D’ombre et de silence
03 Liszt: Klavierstück, S192 n°3
04 Dutilleux: Prélude n°2 : Sur un même accord
05 Liszt: Valse oubliée n°1
06 Liszt: Nuages gris
07 Dutilleux: Prélude n°3 : Le jeu des contraires
08 Liszt: Méphisto-Valse n°1
09-11 Dutilleux: Sonate opus 1 (I. Allegro con moto, II. Lied, III. Choral et variations)
Jonas Vitaud, piano
Recorded: Abbaye-école de Sorrèze, France, oct. 2014

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Dutilleux on whether chance procedures have a place in music: ‘A very small one, yes – homeopathic maybe!’ (Citado na BBC Music Magazine, December 2022)

Pleyel

György Ligeti (1923-2006): Peças Diversas – Vários Intérpretes – ֍ — 28/05/2023 — 100 anos de Ligeti!

György Ligeti (1923-2006): Peças Diversas – Vários Intérpretes – ֍  — 28/05/2023 — 100 anos de Ligeti!

Ligeti • Nancarrow

Dutilleux • Scarlatti

Ravel • Chopin

Debussy • Kapustin

 

 

28/04/2023 — 100 anos de Ligeti!

Mais Ligeti aqui.

Para esta postagem comemorativa dos 100 anos de nascimento de György Ligeti imaginei uma reunião de amigos, de pessoas com muitas afinidades que se encontram para um animado papo…

É claro, deve estar presente a música do homenageado. Mas, optei por trazer algumas de suas composições misturadas a peças de outros compositores que lhe fazem, assim, companhia. Imagino que se eles estivessem todos reunidos (quem sabe?) estariam batendo papo, trocando figurinhas.

Alim ao lado do grand piano do PQP Bach Hall em Bucareste

Começo com um disco curto de um jovem pianista – Alim Beisembayev – que ganhou o Leeds Interational Piano Competition em 2021. Andrew ficou aMa(n)zed com os dotes pianísticos do Alim enquanto regia a régia RPO na linda Rapsódia sobre um tema de Paganini, do Sergei Rachmaninov – feito que lhe rendeu a Gold Medal do concurso. Nascido no Cazaquistão no apagar das luzes do século passado, Beisembayev já tem um carreira de pianista consolidada e um disco comercial com os endiabrados estudos para piano de Liszt.

Neste disco (associado ao concurso) ele mostra suas credenciais tocando três lindas sonatas de Scarlatti, duas peças de Miroirs de Maurice Ravel e três estudos para piano do nosso homenageado. É interessante ver a música de Ligeti ao lado de peças de compositores que contribuíram enormemente para o desenvolvimento da técnica de tocar instrumentos com teclado. Mesmo tendo apenas três dos estudos de Ligeti neste disco, já dá para se ter uma ideia do escopo da criatividade do sujeito. Cordes à vide é o segundo estudo do primeiro livro e é estranhamente sereno, calmo e lembra o universo de Debussy. Depois deste momento de reflexão, dois estudos do segundo livro que levam a técnica de piano ao extremo. Der Zauberlehrling (O Aprendiz de Feiticeiro) e L’escalier du diable (que dispensa tradução) são estudos que dão nós nos dedos dos pianistas e deixam todos (inclusive os ouvintes) sem fôlego.

O segundo disco da postagem foi gravado ao vivo (há palmas no final dos números musicais, mas as gravações são impecáveis) na série Wigmore Hall Live no concerto do famoso Arditti String Quartet, cuja identificação com a música moderna é notória. Para este recital eles escolheram quartetos de Conlon Nancarrow, Henri Dutilleux e o Segundo Quarteto de Ligeti. O disco é realmente muito intenso, mas uma audição cuidadosa, de mente aberta às novidades, pode render muitos bons frutos. Desses dois ‘vizinhos’ de Ligeti, Nancarrow é possivelmente o menos conhecido, mas desfrutava um enorme reconhecimento do György. Veja o que ele disse sobre Conlon Nanacarrow: This music is the greatest discover since Webern and Ives… his music is so utmost original, enjoyable, constructive and at the same time emotional… for me it’s the best music of any living composer. […] para mim, é a melhor música de qualquer compositor vivo.

Irvine tentando afinar um Guarneri da coleção do PQP Bach…

Na apresentação do disco, o quarteto de Ligeti é considerado a peça mais difícil. But while both of these works are undeniably impressive for the great difficulties they present, the tour de force of this recording is György Ligeti’s enormously demanding String Quartet No. 2 (1968), a masterpiece of extended string techniques and sonorities that is a bold continuation of the explorations of Béla Bartók. O ‘tour de force’ deste disco é o terrivelmente exigente Quarteto de Cordas No. 2 (1968) de Ligeti, uma obra de técnicas e sonoridades de cordas levadas ao extremo e é uma ousada continuação dos avanços feitos por Béla Bartók.

Ligeti foi um compositor de música para piano, que ele tocava com uma técnica inadequada, como ele mesmo afirmou. Esta técnica inadequada aliada a uma imaginação prodigiosa o fez produzir peças que o colocam como mestre na linha de grandes compositores para piano, como Chopin, Liszt e Debussy.

Antes de Chopin os estudos para piano (Czerny, Moschelles, por exemplo) eram peças que tinham caráter técnico e visavam os estudantes de piano. Schumann e (principalmente) Chopin levaram o gênero a outro nível, devido à qualidade artística das obras que criaram.

Dora sendo simplesmente adorável…

Assim, o último disco da postagem coloca Ligeti em companhia destes dois gigantes, Chopin e Debussy, sem contar três lindas peças de Nikolai Kapustin. Dora Deliyska é uma ótima pianista que também é uma artista versátil e interessante. Ela tem criado projetos que resultam em discos como este, um lançamento recente. Inspirada nas muitas coleções de 24 peças, ela escolheu entre as obras desses quatro compositores – Chopin, Debussy, Ligeti e Kapustin – uma coleção de 12 estudos e 12 prelúdios, criando assim o orgânico programa do disco – Études & Préludes.

A contribuição de Ligeti está na primeira metade do programa – quatro estudos, três dos quais já apresentados no disco do Alim Beisembayev. Você poderá ouvi-los na sequência integrada aos outros estudos dos outros compositores, mas também poderá perceber as nuances entre as diferentes interpretações dos dois pianistas. O quarto estudo é do primeiro livro e chama-se Fanfares. Deve ser tocado tão presto quanto possível, vivacissimo! Em um outro livreto este estudo é caracterizado como uma furious piece, baseado em um ostinato (teimosias) e está relacionado com o Trio para Violino, Trompa e Piano, escrito uns anos antes, em homenagem à Brahms. Resolvi incluir este disco na postagem pelo Ligeti ao lado dos outros compositores, mas também pela criatividade da pianista Dora Deliyska.

E agora, aqui estão eles:

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata em dó menor, Kk. 22, L. 360
  2. Sonata em dó sustenido menor, Kk. 247, L. 256
  3. Sonata em sol maior, Kk. 13, L. 486

György Ligeti (1923 – 2006)

  1. 6 Études, Livro 1, No. 2 Cordes à vide
  2. 8 Études, Livro 2, No. 10 Der Zauberlehrling
  3. 8 Études, Livro 2, No. 13 L’escalier du diable

Maurice Ravel (1875 – 1937)

  1. Miroirs, M. 43, II. Oiseaux tristes
  2. Miroirs, M. 43, III. Une barque sur l’océan

Alim Beisembayev, piano

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MP3 | 320 KBPS | 85 MB

Conlon Nancarrow (1912 – 1997)

Quarteto de Cordas No. 3

  1. Primeiro Movimento
  2. Segundo Movimento
  3. Terceiro Movimento

György Ligeti (1923 – 2006)

Quarteto de Cordas No. 2

  1. Allegro Nervosa
  2. Sostenuto, Molto Calmo
  3. Come Un Meccanismo Di Precisione
  4. Presto Furioso, Brutale, Tumultuoso
  5. Allegro Con Delicatezza

Henri Dutilleux (1916 – 2013)

Quarteto de Cordas ‘Ainsi La Nuit’

  1. Introduction
  2. I Nocturne
  3. Parenthese 1
  4. II Miroir D’Espace
  5. Parenthese 2
  6. III Litanies
  7. Parenthese 3
  8. IV Litanies 2
  9. Parenthese 4
  10. V Constellations
  11. VI Nocturne
  12. VII Temps Suspendu

Arditti String Quartet

Irvine Arditti, violino

Graeme Jennings, violino

Ralf Ehlers, viola

Rohan de Saram, violoncelo

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MP3 | 320 KBPS | 125 MB

Études & Préludes

  1. Ligeti: Études pour piano, Livro 2, No. 10, Der Zauberlehrling
  2. Debussy: 12 Études, L. 136, No. 7, Pour les Degrés chromatiques
  3. Chopin: Étude em lá menor, Op. 25 No. 11
  4. Ligeti: Études pour piano, Livro 1, No. 4, Fanfares
  5. Chopin: Étude dó sustenido menor, Op. 25 No. 7
  6. Ligeti: Études pour piano, Livro 1, No. 2, Cordes á vide
  7. Chopin: Étude em ré bemol maior, Op. 25 No. 8
  8. Ligeti: Études pour piano, Livro 2, No. 13, L’escalier du diable
  9. Chopin: Étude em si menor, Op. 25 No. 10
  10. Debussy: 12 Études, L. 136, No. 11, Pour les Arpèges composés
  11. Chopin: Étude em lá bemol maior, Op. 25 No. 1
  12. Debussy: 12 Études, L. 136, No. 12, Pour les Accords
  13. Chopin: Prélude ré bemol maior, Op. 28 No. 15
  14. Chopin: Prélude em mi menor, Op. 28 No. 4
  15. Chopin: Prélude em fá sustenido menor, Op. 28 No. 8
  16. Chopin: Prélude em fá sustenido maior, Op. 28 No. 13
  17. Chopin: Prélude em si bemol menor, Op. 28 No. 16
  18. Debussy: Préludes, Livro 1, L. 117, No. 6, Des pas sur la neige
  19. Debussy: Préludes, Livro 2, L. 123, No. 6, General Lavine – eccentric
  20. Debussy: Préludes, Livro 2, L. 123, No. 3, La puerta del Vino
  21. Debussy: Préludes, Livro 1, L. 117, No. 7, Ce qu’a vu le vent d’ouest
  22. Kapustin: 24 Préludes in Jazz Style, Op. 53, No. 12, Allegretto em sol sustenido menor
  23. Kapustin: 24 Préludes in Jazz Style, Op. 53, No. 11, Andante em si maior
  24. Kapustin: 24 Préludes in Jazz Style, Op. 53, No. 6, Animato em si menor

Dora Deliyska, piano

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MP3 | 320 KBPS | 184 MB

Aproveite e festeje a data do Ligeti!

René Denon

É bem possível que György ficaria feliz com as postagens da semana…

Henri Dutilleux (1916-2013): Sinfonia No. 1 – Métaboles – Les Citations • Orchestre National de Lille & Jean-Claude Casadesus ֎

Henri Dutilleux (1916-2013): Sinfonia No. 1 – Métaboles – Les Citations • Orchestre National de Lille & Jean-Claude Casadesus ֎

Henri Dutilleux

Sinfonia No. 1

Métaboles

Les Citations

Orchestre National de Lille

Jean-Claude Casadesus

Henri dando umas dicas de como viver bem ao pessoal do PQP Bach…

Henri Dutilleux seria temido pelos burocratas, caso tivesse vivido por aqui. Ele trabalhou na Rádio Francesa de 1943 até 1963, quando se aposentou para se dedicar integralmente à composição. Vejam que Henri viveu até 2013 – um jubileu de aposentadoria!

No entanto, ele começou cedo. Aos 11 anos estudava piano, harmonia e contraponto no Conservatório de Douai e posteriormente estudou com Henri Büsser no Conservatório de Paris. Na Segunda Guerra alistou-se como maqueiro e serviu até a queda de Paris, em 1940. No entanto, o que conta é a música e Dutilleux era do ramo.

Fiquei surpreso com a beleza deste disco e mais surpreso ainda ao observar que seu programa coincide com a primeira metade do programa de uma postagem feita por Pleyel, coisa de dois anos atrás. Apesar disso, decidi insistir com a postagem pois as gravações oferecidas na postagem anterior foram feitas ao vivo e aqui temos uma outra opção. Além disso, Dutilleux e sua obra merecem mais visibilidade e divulgação.

No texto de sua postagem, Pleyel menciona a maneira fria como Pierre Boulez saudou a Primeira Sinfonia de Dutilleux. É bom lembrar que Boulez mandava no establishment musical francês e não admitia outras formas de composição que não adotasse o dodecafonismo. Apesar disso, Dutilleux construiu uma linguagem musical própria, evitando modismos e trabalhando cuidadosamente cada uma de suas peças. Ele dizia sobre elas: Eu não fico feliz com minha música a menos que ela me tome completamente. Tem que ser como no amor – paixão fulminante.

A Sinfonia No. 1 é de 1951 e foi a primeira obra puramente orquestral de Dutilleux e foi concebida em quatro movimentos monotemáticos com uma estrutura cíclica. Seu primeiro movimento é uma Passacaglia! A sua estreia foi feita pela Orchestre de l’Office de Radiodiffusion-Télévision Française, regida por Roger Désormière e isso certamente colocou Dutilleux no mapa da música. A sinfonia logo caiu no gosto de outros regentes, entre eles Jean Martinon, Charles Munch e Ernest Ansermet.

O que mais me impressionou nesta obra foram as sonoridades obtidas de uma orquestra com muitos instrumentos, tais como piccolo, triângulo, xilofone, celesta, harpa e outros desta sorte. Estes instrumentos são empregados para obter intrigantes efeitos, especialmente usados para fazer contraste aos sons mais baixos e de tonalidades mais escuras, produzidas por instrumentos como o corne inglês, baixo clarinete, contra fagote, trombone, tuba, gongo, tam tam. Não se deixe enganar pelo início, apenas pizzicati nos contrabaixos. As lindas sonoridades logo vão surgir. A sinfonia termina num movimento no qual toda a orquestra é usada, mas a música acaba assim como começou, calando-se lentamente.

A próxima obra, Métaboles (1964) foi encomendada pela Cleveland Orchestra, por ocasião de seu aniversário de 40 anos. Sua inspiração foi o virtuosismo do conjunto de instrumentos de madeira da orquestra. Sua estreia ocorreu em janeiro de 1965 com a orquestra regida por seu tirano regente, George Szell. Nesta obra a simetria da Primeira Sinfonia deu lugar a outra abordagem.  Ela foi concebida como uma série de permutações. Cada um dos quatro primeiros movimentos é iniciado por uma seção diferente da orquestra, que só é usada como um todo para iniciar o quinto e último movimento – Flamboyant. O título Métaboles se refere ao metabolismo biológico – uma alusão à maneira como o tema do primeiro movimento se transforma gradual e substancialmente.

No verão (do hemisfério norte) de 1985 Henri Dutilleux atuou como compositor residente do Festival de Aldeburgh, que foi fundado por Benjamin Britten e Peter Pears. Ele então compôs uma peça chamada For Aldeburgh 85 para oboé, cravo e percussão, em comemoração do aniversário de Peter Pears. Em 1990 ele retomou esta peça, acrescentou um contrabaixo e compôs mais um movimento, que chamou de Janequin a Jehan Alain. Este Jehan Alain foi um organista morto em ação 50 anos antes. Na composição deste movimento Dutilleux usa temas de Janequin e de Alain, daí o nome da peça – Les Citations.

Jean-Claude ensaiando a Orquestra de Câmara do Festival PQP Bach de Alegrete

O disco traz a Orchestre National de Lille regida por seu fundador, Jean-Claude Casadesus em cuidadosa produção da Naxos. Veja o que um dos críticos disse: The liner notes by Paul Conway are helpful in every way (pdf junto aos arquivos musicais), both as an introduction to Henri Dutilleux and to his music. […]. The entire CD exhibits impressive performances from the Orchestre National de Lille and their conductor Jean-Claude Casadesus. The recording is excellent with great clarity throughout but especially so in the translucent music of Les Citations.

Henri Dutilleux (1916 – 2013)

Sinfonia No. 1

  1. Passacaille
  2. Scherzo
  3. Intermezzo
  4. Finale, con variazioni

Métaboles

  1. Incantatoire
  2. Linéaire
  3. Obsessionnel
  4. Torpide
  5. Flamboyant

Orchestre National de Lille

Jean-Claude Casadesus

 

Les Citations

  1. For Aldeburgh 85
  2. De Janequin a Jehan Alain

Cyril Ciabaud, oboé

Kasia Tomczak-Feltrin, cravo

Mathieu Petit, contrabaixo

Romain Robine, percussão

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FLAC | 270 MB

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MP3 | 320 KBPS | 187 MB

Petit, o cara do contrabaixo…

A crítica de David Hurwitz (10/10), do site Classics Today, diz: Jean-Claude Casadesus first recorded the work a few decades ago for Forlane, if memory serves, with this same orchestra. That was a good performance, but this remake is just terrific. The orchestra has improved, and so has the engineering, which permits Casadesus to concentrate on capturing the vibrant textures of the outer movements (the finale especially), as well as the poignant lyricism of the third movement Intermezzo, with particular success.

Então, está esperando o que? Baixe logo o disco e deixe seu comentário…

Aproveite!

René Denon

To be continued…

Henri Dutilleux (1916-2013): Sinfonias nº 1 e 2, Métaboles, Le temps l’horloge, etc

No longo livro de Alex Ross “O Resto É Ruído – Escutando o Século XX”, o francês Henri Dutilleux é citado apenas uma vez, no final de um dos vários parágrafos sobre Boulez:

“Nessa época, Boulez não era mais messiaenista. … Boulez foi ter aulas com René Leibowitz … Boulez trouxe … Boulez teve … Boulez viu … Boulez também mostrou animosidade contra colegas compositores que se recusaram a segui-lo no caminho da modernidade. Quando, em 1951, Henri Dutilleux apresentou sua vibrante e diatônica Primeira Sinfonia, Boulez o saudou dando-lhe as costas.”

Dutilleux não precisa ficar ofendido. Outros famosos sinfonistas recebem apenas citações en passant: três menções a Vaughan Williams, uma a Roussel, nenhuma a Rachmaninoff. Reger é citado 3 vezes: em uma delas, fala-se um pouco de sua música, em um parágrafo dedicado a Schoenberg. Nas outras duas, o alemão Max Reger é apenas listado como – vejam que surpresa! – admirado por nazistas.

O que o livro de Alex Ross faz é repetir o grande mito fundador do modernismo musical do século XX, especialmente da música francesa e de inspiração francesa: a sinfonia como relíquia de um passado longínquo, tudo a ver com o romantismo de um Schubert ou de um Bruckner, nada a ver com a modernidade. Fauré, Debussy, Ravel preferiram fazer música orquestral em formas menos associadas ao romantismo, como o poema sinfônico, a valsa, a pavana ou o bolero. Messiaen e Boulez consideravam que a sinfonia em 4 movimentos e o concerto em 3 movimentos já tinham sido explorados até o limite por seus antecessores e buscaram formas novas, como a Turangalîla-Symphonie em 10 movimentos. Era a ideologia do progresso que, como define a antropóloga Anna Tsing, servia como um corrimão de histórias que contava aonde todos estavam indo e por quê. Para vocês verem como essa grande marcha para frente, sem possibilidade de marcha a ré, era contagiosa: Villa-Lobos tinha escrito 5 sinfonias antes de ir a Paris pela primeira vez em 1923. Uma vez tendo respirado o ar parisiense, Villa se dedicou fortemente aos Choros, depois às Bachianas, e a 6ª sinfonia surgiu apenas em 1944!

As sinfonias de Dutilleux aparecem, portanto, como dois pontos fora da curva na modernidade francesa. Compostas em 1951 e 1959, elas mostram um outro tipo de compositor: aquele que pretendia usar formas antiquíssimas, como a Passacaglia, mas com uma linguagem harmônica nova e inventiva, apesar de não ser 100% atonal. Na 2ª Sinfonia, uma orquestra de câmara dialoga com uma orquestra sinfônica, como em um concerto grosso barroco. “Duas personagens em uma só, uma como o reflexo da outra”, explica Dutilleux.

A outra obra que aparece aqui, Métaboles, é frequentemente ouvida nas salas de concerto, ao contrário das sinfonias. Fez parte do repertório de grandes maestros como Celibidache, Szell e Rattle. Assim como o Concerto para Orquestra de Lutoslawski faz um par com a primeira sinfonia do polonês, Métaboles, composta entre 1963-64, também é quase um concerto para os diferentes naipes orquestrais e faz um belíssimo trio com as sinfonias do francês.

Nas últimas décadas da sua vida, não sabemos se de forma deliberada ou por acaso, Dutilleux não compôs mais sinfonias e se dedicou a escrever principalmente obras orquestrais com instrumento solista, peças que entraram para o repertório das orquestras pelo mundo: para violino e orquestra, Tout un monde lointain… (1970) e Sur le même accord (2002), para violoncelo e orquestra, L’arbre des songes (1985).

Essa faceta do compositor é representada aqui por Les Citations (1985-1990), obra para uma peculiar formação: oboé, cravo, contrabaixo e percussão. O oboé parece reinar como solista, até o momento em que os outros instrumentos vão dando uns passinhos à frente e fazem suas intervenções.

Le temps l’horloge, completado em 2009 pelo compositor já nonagenário, traz uma soprano para solar com as orquestrações sempre muito originais de Dutilleux, dessa vez com destaque para o acordeão. Renée Fleming canta textos de três poetas sobre a passagem do tempo. O mais célebre, claro, é Enivrez-vous, de Baudelaire:

É preciso estar sempre embriagado. Isso é tudo: é a única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que lhe quebra os ombros e o curva para o chão, é preciso embriagar-se sem perdão.
Mas de que? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser. Mas embriague-se.
(Baudelaire, trad. Jorge Pontual)

Henri Dutilleux (1916-2013) : Sinfonias, Métaboles, Le temps l’horloge, etc

  1. Symphonie n°1 (1951) – I. Passacaglia, II. Scherzo molto vivace, III. Intermezzo, IV. Finale con variazioni (33:26)
  2. Les Citations (1990) (14:17)
  3. Métaboles (1964) (16:57)
  4. Préludes pour piano – I. D’ombre et de silence, II. Sur un même accord, III. Le jeu des contraires (1988) (13:43)
  5. Symphonie n°2 (Le Double) – I. Animato, ma misterioso, II. Andantino sostenuto, III. Allegro fuocoso — Calmato (1959) (31:53)
  6. Sur le même accord (2001) (8:38)
  7. Le temps l’horloge – I: Le temps l’horloge, II: Le masque, III. Le dernier poème, IV. Interlude, V. Enivrez-vous (2009) (14:00)

Orchestre National de France, Daniele Gatti, Paris, 1 oct 2015 (1)
Orchestre Philharmonique de Radio France, Kwamé Ryan, Paris, 21 jan 2016, Maroussia Gentet (piano) (2-5)
Orchestre National de France, Kurt Masur, Paris, 14 nov 2003, Anne-Sophie Mutter (violin) (6)
Orchestre National de France, Seiji Ozawa, Paris, 23 apr 2009, Renée Fleming (soprano) (7)

FLAC: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Parte 1   e  BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Parte 2

MP3: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Parte 1   e  BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Parte 2

Obs: esta é uma compilação de gravações ao vivo de rádio, que você só encontra aqui no PQP Bach. Se possível, baixe em Flac, evitando a perda de qualidade dos arquivos.

O maestro canadense Kwamé Ryan

Pleyel

Música para Flauta e Piano: Sharon Bezaly, flauta & Ronald Brautigam, piano

Música para Flauta e Piano: Sharon Bezaly, flauta & Ronald Brautigam, piano

PRoKoFieV

SCHuBeRT

DuTiLLeuX

JoLiVeT

 

Este disco foi uma agradável surpresa. Eu estava preparando uma postagem das sonatas para violino de Prokofiev e descobri que a segunda delas era uma versão para violino e piano de uma sonata originalmente escrita para flauta e piano. Daí para este álbum foi um pulo, uma vez que Ronald Brautigam é um excelente pianista e o selo BIS é ótimo. Eu não conhecia a solista Sharon Bezaly, mas ela me conquistou desde a primeira nota.

Para valorizar tão lindo álbum, aqui vai alguma informação sobre as peças.

A composição da Sonata para flauta e piano ocorreu em um momento no qual Prokofiev estava preocupado com clareza de estilo, buscando adequar sua maneira de compor aos ideais do realismo soviético. A sonata surgiu de uma comissão feita pelo Comitê de Assunto Artísticos da URSS. Prokofiev estava morando no Cazaquistão, trabalhando com Sergei Eisenstein, compondo música para Ivan, o Terrível. Em uma carta para Nikolai Miaskovsky, ele menciona que a comissão não viera exatamente em um momento oportuno, mas era agradável. Em sua autobiografia menciona ter desejado escrever uma sonata em um estilo delicado, clássico e fluente. Isto ele certamente conseguiu. Para saber mais sobre esta peça, veja esta dissertação aqui.

David Oistrakh insistiu na adaptação da sonata para violino e piano, realmente acreditando que ela teria mais sucesso nesta forma. Prokofiev concordou e você pode conferir o resultado aqui. No entanto, a versão para flauta também é sensacional, como este álbum pode provar. Prometo que esta não será a única postagem desta linda peça.

Após terminar o Die Schöne Müllerin em novembro de 1823, Schubert escolheu a melodia do seu 18º Lied, Trockne Blumen (Flores Secas) para escrever uma série de variações para flauta e piano. Aparentemente a motivação era apenas usar novamente a linda melodia, apesar de que Schubert certamente tinha flautistas entre seus amigos. A peça consiste de uma introdução e sete variações, sendo a última delas um tour-de-force, cheia de virtuosismo. A peça ficou inédita durante o tempo de vida de Schubert e não há certeza se chegou a ser executada. Após sua publicação em 1850, tornou-se muito popular entre os flautistas. Nesta gravação você pode conferir o porquê.

Mais de um século separa a composição da obra de Schubert da sonata de Prokofiev. Já as duas peças restantes são exatas contemporâneas da sonata. Dutilleux compôs sua Sonatina como uma peça para competições de flautas no Conservatório de Paris, em 1943, entre outras que foram comissionadas por Claude Delvincourt, então o diretor. Dutilleux era bastante crítico destas peças, mas a Sonatine caiu no agrado dos flautistas e amantes do instrumento. Com uma interpretação como esta, é fácil entender.

Assim como no caso de Dutilleux, Jolivet escreveu seu Chant de Linos para as competições do Conservatório de Paris, mas a peça caiu nas graças de Pierre Rampal. A inspiração para esta obra vem de um antigo mito grego. Gritos e danças são formas de expressão que pontuam esta linda e inovadora peça. Sharon Belazy realça a sua beleza com uma incrível interpretação. Fica claro por que não se tornou apenas um exercício acadêmico e hoje faz parte do repertório dos grandes intérpretes.

Sergei Prokofiev (1891-1953)

Sonata para flauta e piano em ré maior, Op. 94

  1. Moderato
  2. Scherzo
  3. Andante
  4. Allegro con brio

Franz Schubert (1797-1828)

  1. a 13. Variações em mi menor sobre o Lied Trockne Blumen, D. 802

Henri Dutilleux (1916-2013)

Sonatina

  1. Allegretto – Andantino – Animé

André Jolivet (1905-1974)

  1. Chant de Linos

Sharon Bezaly, flauta

Ronald Brautigam, piano

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MP3 | 320 KBPS | 158 MB

Um disco para quem quer levar a vida na flauta!

René Denon

Alain / Dutilleux / Ravel / Messiaen: Solitaires – French works for solo piano

Alain / Dutilleux / Ravel / Messiaen: Solitaires – French works for solo piano

Da literatura francesa para piano solo da primeira metade do século XX, Kathryn Stott escolheu quatro “solitaires” — obras que, sob formas muito próprias, brilham muito, cada uma ocupando um lugar único na produção de cada compositor escolhido. O disco abre com o breve Prelúdio e fuga de Jehan Alain, composto em 1935. Alain, que morreu aos 29 anos durante a 2ª Guerra Mundial, é principalmente lembrado como um compositor de música de órgão e, de fato, preparou uma versão desta fuga para esse instrumento. Ele considerava o prelúdio demasiadamente pianístico e compôs um novo para a versão de órgão. Alain é acompanhado pela única sonata para piano de Henri Dutilleux, escrita para a esposa do compositor, Geneviève Joy, que também deu a primeira apresentação da obra em 1948. Nas próprias palavras de Dutilleux a música é “apresentada sobretudo como uma visão, um sonho. E, ao escutar, deve-se deixar levar sem constrangimento e sem se preocupar com análises”. Interessante forma de evitar a crítica… Composto em 1914-17, Le Tombeau de Couperin é a última obra de Maurice Ravel para piano solo — uma suite inspirada pelos grandes clavecinistas franceses do barroco. Os seis movimentos são homenagens dedicadas a amigos do compositor que morreram durante os anos iniciais da Primeira Guerra Mundial. Fechando o disco temos Le baiser de l’Enfant-Jésus do monumental afresco Vingt regards sur l’Enfant-Jésus (1944), de Olivier Messiaen. O próprio Messiaen descreveu esta obra como algo “que não visa nada além de ser tão suave quanto o coração do céu…”. Sei lá, entende? Kathryn Stott é uma incrível pianista e está perfeitamente à vontade neste repertório nada fácil e pouco explorado.

Alain / Dutilleux / Ravel / Messiaen: Solitaires – French works for solo piano

Jehan Alain
Prélude et fugue for piano, JA87A (1935) 4’21
01 Prélude (JA87) 3’10
02 Fugue (JA57A) 1’11

Henri Dutilleux
Piano Sonata (1946–48) 24’45
03 I. Allegro con moto 7’48
04 II. Lied. Assez lent 6’05
05 III. Choral et Variations (I–IV) 10’52

Maurice Ravel
Le tombeau de Couperin, suite for piano (1914–17) 24’43
06 I. Prélude. Vif 3’02
07 II. Fugue. Allegro moderato 3’33
08 III. Forlane. Allegretto 5’55
09 IV. Rigaudon. Assez vif 3’08
10 V. Menuet. Allegro moderato 4’51
11 VI. Toccata. Vif 4’14

Olivier Messiaen
from Vingt regards sur l’Enfant-Jésus (1944)
12 XV. Le baiser de l’Enfant-Jésus 13’28

Kathryn Stott, piano

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Temos mais de 1500 compositores, mas esta é a estreia de Jehan Alain por aqui.
Temos mais de 1500 compositores, mas esta é a estreia de Jehan Alain por aqui.

PQP

Amoyel, Bacri, Britten, Cassadó, Crumb, Dutilleux, Henze, Kodály, Ligeti: O Violoncelo do Século XX

Amoyel, Bacri, Britten, Cassadó, Crumb, Dutilleux, Henze, Kodály, Ligeti: O Violoncelo do Século XX

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este álbum reúne dois CDs de música moderna para violoncelo solo interpretados por Emmanuelle Bertrand. No passado recente, ambos foram lançados em separado. O primeiro disco é a estreia de Bertrand na Harmonia Mundi. Ele apresenta obras de Dutilleux, Crumb, Henze, Ligeti e Bacri. O segundo, lançado sob o título Le violoncelle parle (o violoncelo fala), inclui suítes para violoncelo solo de Britten e Cassadó e a monumental Sonata de Kodaly para violoncelo solo. Nas mãos de Bertrand, o violoncelo realmente “fala” e nos leva direto ao coração de uma linguagem ainda não compreendida por todos. “Não gostam agora? Gostarão mais tarde”, diria Beethoven. Muitas das peças foram dedicadas a Bertrand, mas damos destaque especial para Itinérance, onde a violoncelista canta — sim, com a voz. É óbvio que o compositor Pascal Amoyel sabia da bela voz da violoncelista.

Emmanuelle Bertrand – Le violoncelle au XXe siècle

Disc 1

Henri Dutilleux [1916-2013]
Trois strophes sur le nom de SACHER (1976-82)
1 I. Un poco indeciso / A tempo 4’02
2 II. Andante sostenuto 3’21
3 III. Vivace – Calmo – A tempo 3’14

Hans Werner Henze [1926-2012]
Sérénade (1949)
4 I. Adagio rubato 0’58
5 II. Poco allegretto 0’50
6 III. Pastorale 0’42
7 IV. Andante con moto. Rubato 0’59
8 V. Vivace 0’42
9 VI. Tango 1’16
10 VII. Allegro marciale 0’42
11 VIII. Allegretto 0’44
12 IX. Menuett 1’04

George Crumb [1929]
Sonate (1955)
13 I. Fantasia. Andante espressivo e con molto rubato 4’16
14 II. Tema pastorale con variazioni. Tema : Grazioso e dlicato Var. I : Un poco più animato. Var. II : Allegro possibile e sempre pizzicato. Var. III : Poco adagio e molto espressivo 5’01
15 III. Toccata. Largo e drammatico. Allegro vivace 2’31

György Ligeti [1923-2006]
Sonate (1948-53)
16 I. Dialogo. Adagio, rubato, cantabile 5’18
17 II. Capriccio. Presto con slancio – Sostenuto – Presto 5’10

Nicolas Bacri [1961]
Suite n°4 op.50 (1994-96)
dédiée à Emmanuelle Bertrand
18 I. Preludio. Adagio 4’35
19 II. Sonata gioconda. Presto volante, etc. 2’43
20 III. Intermezzo improvvisato. Adagio lamentoso 4’02
21 IV. Sonata seria. Andante maestoso 4’56

Disc 2

Benjamin Britten [1913-1976]
Suite for solo violoncello no.3 op.87 (1971) in C minor / ut mineur / e-moll
1 I. Introduzione. Lento 2’15
2 II. Marcia. Allegro 1’44
3 III. Canto. Con moto 1’20
4 IV. Barcarola. Lento 1’19
5 V. Dialogo. Allegretto 1’27
6 VI. Fuga. Andante espressivo 2’48
7 VII. Recitativo. Fantastico 1’27
8 VIII. Moto perpetuo. Presto 0’55
9 IX. Passacaglia. Lento solenne 8’32

Gaspar Cassadó [1897-1966]
Suite for solo violoncello (1926)
10 I. Preludio-Fantasia. Andante 6’06
11 II. Sardana (Danza). Allegro giusto 4’09
12 III. Intermezzo e danza finale. Lento ma non troppo 5’23

Pascal Amoyel [1971]
13 Itinérance (2003). Lento. Prégnant, du fond des âges 10’35

Zoltán Kodály [1882-1967]
Sonata for solo violoncello op.8 (1915)
14 I. Allegro maestoso ma appassionato 9’13
15 II. Adagio 12’50
16 III. Allegro molto vivace 11’46

Nicolas Bacri [1961]
17. Suite No. 4 pour violoncelle seul, Op. 50: V. Postludio – Adagio (2:36)

Emmanuelle Bertrand, violoncelo e também voz em Itinérance

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Emmanuelle Bertrand: intimidade com o século XX
Emmanuelle Bertrand: intimidade com o século XX

PQP

Henri Dutilleux (1916-2013) — Béla Bartók (1881-1945) — Igor Stravinski (1882-1971): works played by Anne-Sophie Mutter

Henri Dutilleux (1916-2013) — Béla Bartók (1881-1945) — Igor Stravinski (1882-1971): works played by Anne-Sophie Mutter

Anne-Sophie Mutter, muito amada pelos editores e leitores deste blog, interpreta aqui Dutilleux, Bártok e Stravinsky. Eu não tenho nem um pouco da intimidade que o PQP ou o FDP têm com ela, mas digo sem medo que neste álbum o vigor de seu toque é arrepiante.

Pelo menos é o que eu posso dizer ao ouvir o concerto para violino do Stravinsky, que deste álbum, é minha peça favorita. Stravinsky foi um bicho muito esquisito. Começou sua carreira de forma ascendente, com uma obra atrás da outra gerando sucesso e polêmicas, tudo isso a partir de um estilo próprio que condizia com a quebra das tradições e convenções na música que ocorria numa época em que a Europa era sacudida pela guerra e por revoluções. Mas esse estilo não durou muito, em sua fase seguinte, o neoclassicismo (que foi só uma das três fases de estilo de composição ao longo da longa vida de Stravinsky), o compositor resolveu voltar às velhas formas de composição. Um desses trabalhos é o concerto contido aqui, muito embora tudo que Stravinsky faça, seja num estilo de vanguarda, seja num estilo neoclássico, é perceptivelmente ímpar. Eu adoro isso nele.

Temos também o belo concerto para violino de Bártok e Sur le même accord abrindo o CD, obra que Dutilleux dedicou à própria Mutter (Já viram que muitos grandes homens perdem a cabeça por essa pessoa).

Anne-Sophie Mutter plays Dutilleux, Bartók, Stravinsky

Henri Dutilleux (1916-2013)

01 Sur le même accord

Orchestre National de France
Kurt Masur, conductor

Béla Bartók (1881-1945)

Violin Concerto No.2, BB 117, Sz.112
02 1. Allegro non troppo
03 2. Andante tranquillo – Allegro scherzando – Tempo 1
04 3. Allegro molto

Boston Symphony Orchestra
Seiji Ozawa, conductor

Ígor Stravinski (1882-1971)

Violin Concerto in D major
05 1. Toccata
06 2. Aria 1
07 3. Aria 2
08 4. Capriccio

Philharmonia Orchestra
Paul Sacher, conductor

Anne-Sophie Mutter, violin

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Dutilleux e Mutter.
Dutilleux e Mutter.

Luke

Henri Dutilleux (1916- ) – Sur le même accord, nocturne for violin & orchestra. Bela Bartok (1881-1945)- Violin Concerto (No. 2) in B minor, Sz. 112, BB 117, Igor Stravinsky (1892-1971)- Violin Concerto in D major – Anne-Sophie Mutter

Excepcional cd de minha musa, a violinista alemã Anne-Sophie Mutter, que toca um repertório dedicado ao século XX. E que repertório. E que violinista… e que baita CD.

A primeira obra, de Henri Dutilleux, foi a ela dedicada pelo próprio compositor, e mostra a excepcional técnica da alemã, numa obra de difícil execução. Ela nesta obra é acompanhada pelo grande Kurt Masur frente à Orchestra Nationale de France.

A segunda obra é o conhecidíssimo Concerto nº2 para Violino e orquestra de  Béla Bartok, já postado aqui no blog com outros intérpretes, inclusive com a magnífica Viktoria Mullova. Novamente Mutter mostra a sua competência e técnica, e nos brinda com uma interpretação impecável.Atençao especial ao andante tranquilo, com as cordas da Sinfônica de Boston fazendo um belíssimo trabalho, claro que sempre com a regência de Seiji Ozawa.

A terceira obra é outra obra conhecida daqui do blog, o Concerto para Violino de Stravinsky, e também já postado aqui com a mesma Viktoria Mullova. Não vejo necessidade de fazer as devidas comparações, pois o que importa é que são leituras recentes de obras importantíssimas do repertório violinístico, e executadas por duas das principais violinistas do final do século XX e início deste século XXI. Nesta obra, Mutter é acompanhada pela London Philharmonia Orchestra, sob a regência de Paul Sacher.

Espero que apreciem. Os clientes da amazon foram unânimes em dar 5 estrelas para este cd.

Henri Dutilleux – Sur le même accord, nocturne for violin & orchestra
01. Henry Dutillieux – Sur le meme accord (Nocturne for Violin and Orchestra)

Anne-Sophie Mutter – VIolin
Orchestra Nationale de France
Kurt Masur – Conductor

Bela Bartok – Violin Concerto (No. 2) in B minor, Sz. 112, BB 117
02. Bela Bartok – Violin Concerto (No. 2) in B minor, Sz. 112, BB 117 I. Allegro non troppo
03. II. Andante tranquillo-Allegro scherzando-Tempo I
04. III. Allegro molto

Anne-Sophie Mutter – VIolin
Boston Symphony Orchestra
Seiji Ozawa – Conductor

Igor Stravinsky – Violin Concerto in D major
05. Igor Stravinsky – Violin Concerto in D major I. Toccata
06. II. Aria I
07. III. Aria II
08. IV. Capriccio

Anne-Sophie Mutter – Violin
London Philharmonia Orchestra
Paul Sacher – Conductor
Anne-Sophie Mutter – Violin

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FDP Bach