Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Haenchen / Netherlands Philh. Orch.)

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Haenchen / Netherlands Philh. Orch.)

Este Bruckner ficou pra trás nas comemorações, mas também é ótimo. Desconhecia Haenchen e esta orquestra holandesa, mas o fato é que eles dão uma roupagem muito interessante à terceira de Bruckner. Trata-se de uma performance muito animada, que pode ser descrita como agressiva, zombeteira, vigorosa, muito bem tocada  com som claro e completo. É uma performance em que você vai desejar aumentar um pouco o volume, pois a faixa dinâmica é bem ampla; passagens silenciosas são silenciosas como devem ser. Afinal, Bruckner usa o silêncio como ninguém. Isso é especialmente perceptível no início do adágio, mas também em vários pontos nos movimentos de abertura e fechamento. Se você estiver em uma situação em que precisa ouvir em volume baixo, vai se esforçar bastante para conseguir ouvir essas partes… E a festa do último movimento é uma festa mesmo!

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Haenchen / Netherlands Philh. Orch.)

Symphony No. 3 In D Minor (54:01)
1.1 Mehr Langsam, Misterioso 22:05
1.2 Adagio. Bewegt, Quasi Andante 14:22
1.3 Ziemlich Schnell 6:14
1.4 Allegro 11:20

Netherlands Philharmonic Orchestra
Hartmut Haenchen

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Anton Bruckner (1824-1896)

Anton Bruckner (1824-1896)

Hoje, 4 de setembro, é o dia dos 200 anos de nascimento de um dos compositores que mais amo: Anton Bruckner.

Ele nasceu em Linz, na Áustria, e foi uma figura estranhíssima. Este ano, li a biografia que Lauro Machado Coelho escreveu sobre ele. Muitas coisas começaram a fazer sentido.

Dizia a lenda que Bruckner era quase um idiota. Nada disso. Mas havia o ambiente rural e quase tacanho em que o compositor nasceu, a desgraça de ser um jeca, a sua insegurança neurótica, seu alto conhecimento e seus incríveis — de modo positivo — resultados como aluno. Porém, mesmo sendo um espetacular improvisador ao órgão, professor e compositor, Bruckner era um ingênuo que propunha casamento às moças mais inatingíveis, era hiper religioso, anotava tudo o que fazia, gastava e recebia, sabia quantas árvores existiam em todos os seus caminhos diários, pois as contava, além de outras esquisitices absolutamente originais. Quando transferiu-se de Linz para Viena, quis ter certeza de que seria aceito de volta caso fosse um insucesso em Viena. Insegurança total, sempre.

Também ficava agradecido a quem regia sua música, a ponto de se submeter a humilhações. Halb Genie, halb Trottel (metade gênio, metade pateta) era o que se dizia dele. Podem imaginar esse homem saído da pequena Linz (Sankt Florian) para a sofisticada Viena? Pois ele adquiriu o respeito de gente como, por exemplo, Gustav Mahler. Sua música foi adotada por Hitler como símbolo da força e da pureza arianas, mas logo os historiadores descobriram que, Bruckner, devoto de Richard Wagner, não era nem um pouco antissemita e o nazismo desgrudou dele assim que a guerra acabou. Quando os maestros judeus começaram a ser preteridos, Bruckner passou a convidá-los para estrear suas sinfonias, deixando de lado os “alemães”.

Compondo sinfonias imensas, realizou grandes esforços para ver sua obra aceita – inclusive revisando-a incessantemente… Não podia ouvir uma opinião contrária que já saía reescrevendo tudo. E criou imensa obra, cheia de diferentes versões. Um prato delicioso para os musicólogos.

Sou muito Bruckner e minhas sinfonias preferidas são a 3, 4, 5, 7 e 9. Ele tem 11, mas parou na nona. Ele tem uma Sinfonia de Estudo, que não era para ser publicada. Insegurança. Era tão boa que tornou-se a Sinfonia N° 0 (Nullte). Teve outra a qual ele também não deu número. Bruckner declarou que ela “gilt nicht” (não contava)… Hoje, é tocada, claro.

Sua música trazia a estranheza de parecer por vezes imitar o órgão, seu instrumento, sempre com muitas pausas significativas e entradas em fortíssimo para alegria dos metais da orquestra.

Bem, esta é minha pequena homenagem a este gênio. Abaixo, uma boa piada sobre suas incontáveis revisões.

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BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nº 8 & 9 (Philharmonisches Staatsorchester Hamburg, Symphonieorchester Des Bayerischen Rundfunks, Eugen Jochum)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nº 8 & 9 (Philharmonisches Staatsorchester Hamburg, Symphonieorchester Des Bayerischen Rundfunks, Eugen Jochum)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

Este é um CD que tem tinha tudo para ser excepcional. Quando o comprei, numa loja de CDs aqui de Porto Alegre — sim, crianças, já tivemos isso –, quase corri pela rua para chegar em casa e ouvi-lo logo. Mas há um senão — o som de 1949 e 55… Muito antigo. Jochum foi um monstro e temos gravações maravilhosas como as das Três Missas de Bruckner, só que essas deste post são bem mais velhinhas. Mas não podemos desconsiderar a notável qualidade e talento de Jochum e de suas orquestras. A Sinfonia Nº 9 é a última sinfonia na qual Anton Bruckner trabalhou, deixando o último movimento incompleto na época de sua morte em 1896. Bruckner a dedicou “ao amado Deus amado” (em alemão, “dem lieben Gott”). A sinfonia foi estreada apenas em 1903. August Göllerich e Max Auer, em sua biografia de Bruckner, afirmam que ele expressou a seu médico, Richard Heller, esta dedicatória dizendo:

Veja, eu já dediquei duas sinfonias ao pobre Rei Ludwig como o patrono real das artes. Ao nosso ilustre e querido Imperador como a mais alta majestade terrena, a quem reconheço. E agora dedico minha última obra à majestade de todas as majestades, o amado Deus, e espero que ele me dê tempo para completá-la. 

Confiar em deus é a maior furada, Anton.

A Sinfonia Nº 8 é a última sinfonia concluída pelo compositor. Ela existe em duas versões principais de 1887 e 1890. Foi estreada sob o maestro Hans Richter em 1892 no Musikverein, Viena. É dedicada ao Imperador Franz Joseph I da Áustria. Esta sinfonia é por vezes apelidada de A Apocalíptica, mas este não foi um nome dado a ela por Bruckner.

Bruckner começou a trabalhar na Oitava em julho de 1884. Trabalhando principalmente durante as férias de verão de suas funções na Universidade de Viena e no Conservatório de Viena, o compositor tinha todos os quatro movimentos concluídos em rascunho em agosto de 1885. A orquestração da obra foi concluída em abril de 1887. Durante esta fase da composição, a ordem dos movimentos internos foi invertida, deixando o Scherzo como segundo e o Adagio como terceiro movimento.

Em setembro de 1887, Bruckner copiou a partitura e a enviou ao maestro Hermann Levi . Levi foi um dos colaboradores mais próximos de Bruckner, tendo feito uma apresentação da Sinfonia Nº 7 em Munique, “o maior triunfo que Bruckner já havia experimentado”. Ele também providenciou que a carreira de Bruckner fosse apoiada de outras maneiras, incluindo uma assistência financeira da nobreza e um doutorado honorário da Universidade de Viena. No entanto, o maestro escreveu de volta a Bruckner que:

Acho impossível executar a Oitava em sua forma atual. Simplesmente não consigo torná-la minha! Por mais que os temas sejam magníficos e diretos, sua elaboração me parece duvidosa; na verdade, considero a orquestração impossível… Não perca a coragem, dê outra olhada em seu trabalho, converse com seus amigos, com Schalk, talvez uma reformulação possa conseguir alguma coisa.

Isso deixou Anton mais neurótico do que já era com suas eternas revisões…

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nº 8 & 9 (Philharmonisches Staatsorchester Hamburg, Symphonieorchester Des Bayerischen Rundfunks, Eugen Jochum)

Symphonie Nr. 9 D-Moll = Symphony No. 9 In D Minor (1894 Original Version. Ed. Leopold Nowak [1951])
Orchestra – Symphonieorchester Des Bayerischen Rundfunks*
Score Editor – Leopold Nowak
(59:02)
1-1 1. Feierlich, Misterioso 22:08
1-2 2. Scherzo. Bewegt, Lebhaft – Trio. Schnell 9:45
1-3 3. Adagio. Langsam, Feierlich 27:09

Symphonie Nr. 8 C-Moll = Symphony No. 8 In C Minor (1887/90 Mixed Versions. Ed. Robert Haas [1939])
Orchestra – Philharmonisches Staatsorchester Hamburg
(1:22:39)
1-4 1. Allegro Moderato 15:06
2-1 2. Scherzo. Allegro Moderato 13:56
2-2 3. Adagio. Feierlich Langsam, Doch Nicht Schleppend 30:36
2-3 4. Finale. Feierlich, Nicht Schnell 23:01

Conductor – Eugen Jochum

Recording: Hamburg, Musikhalle 1 & 2/1949 (Symphony No. 8); München, Residenz-Saal 11/1954 (Symphony No. 9). ℗ 1949 (No. 8)/1955 (No. 9)

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Anton Bruckner

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BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nro. 7 (Haitink, RCO)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nro. 7 (Haitink, RCO)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Espero que vocês gostem da primeira das três joias da coroa de Bruckner, conforme diz o texto abaixo. A sétima é dedicada mais a Wagner do que a Deus… O que me deixa mais tranquilo, na verdade. Apresentamos a capa da nova gravação que Haitink fez com a Orquestra de Chicago e não a capa do CD gravado com a Orquestra do Concertgebow de Amsterdam, que ora postamos. O motivo é o de que você não a consegue nem entre os usados da Amazon. Quem o tem não o larga. É uma obra-prima. Os dois primeiros movimentos são arrasadores. A seguir coloco para vocês um bom texto encontrado faz algum tempo na rede:

Anton Bruckner nasceu em 4 de setembro de 1824, no vilarejo de Ansfeld, norte da Áustria. Seus pais eram professores primários e ele mesmo teve educação formal para o magistério, mas levou adiante seus estudos de música (notadamente órgão) e, aos 13 anos, entrou para o famoso coro do monastério de Sankt Florian.

Foi lá que abraçou definitivamente sua vocação religiosa e musical. Em 1845, tornou-se professor e organista adjunto, e começou a compor. Bruckner permaneceu nas funções até 1856, quando foi nomeado organista da catedral de Linz e saiu do monastério. Este período foi marcado por estudos de contraponto e orquestração e constantes viagens a Viena. Em uma dessas viagens, Bruckner conheceu a obra de Wagner, e ficou completamente fascinado por ela. Foi nesta época, quando tinha aproximadamente 40 anos, que sua produção como compositor toma fôlego, com as primeiras sinfonias.

Em 1868, obteve o posto de professor do Conservatório de Viena, e para lá fixou residência; veio a lecionar na Universidade de Viena oito anos depois. Na capital do Império Austro-Húngaro, Bruckner, uma pessoa tímida, sem muito manejo social e com baixíssima autoestima, sofria com os ataques da ala brahmsiana, principalmente de Eduard Hanslick, o mais influente dos críticos vienenses. Porém, como organista, era aclamado e disputado.

O reconhecimento público como compositor só veio com a apresentação da Sétima Sinfonia, em 1884. A Oitava Sinfonia estreou em 1892 e foi outro grande sucesso (inquestionável até por Brahms e Hanslick), mas teve gestação complicada. O compositor havia enviado esboços da obra a seu amigo, o maestro Hermann Levi, que a reprovou. Bruckner entrou em profunda depressão – até pensou no suicídio – e tratou de revisar completamente a sinfonia. Mas o resultado final valeu muito a pena, já que a Oitava é sua maior obra e uma das maiores sinfonias de todos os tempos.

O esforço na revisão da Oitava acabou por comprometer a Nona, que foi deixada inacabada: Bruckner morreu em 11 de outubro de 1896, aos 72 anos, trabalhando no Finale. Seus restos mortais foram depositados sob o órgão do mosteiro de Sankt Florian.

SUA OBRA

Podemos fazer uma divisão da obra bruckneriana em dois períodos: o período sacro, que abrange das primeiras obras até a Terceira Sinfonia (1873); e o período das grandes sinfonias, de 73 até sua morte.

Apesar de toda a fama de Bruckner como compositor religioso, sua obra sacra não é tão grande como pode parecer (mais intrigante, porém, dado que era um organista de grande renome, é o número muito reduzido de obras para órgão). Ele compôs seis missas – destaque para a segunda e para a terceira, a Grande – e um réquiem, muitos motetos, o famoso Te Deum e o Salmo CL, os dois últimos já no final da vida.

Mais importantes, para Bruckner, são suas sinfonias. Foram compostas onze delas, sendo que as duas primeiras foram rejeitadas e depois editadas como as de números 00 e 0. Da Zero à Terceira forma-se um grupo relativamente homogêneo de sinfonias. Todas são em tom menor, trágicas e pesadas. A mais grandiosa delas é justamente a de número três, dedicada a Wagner. Nenhuma sinfonia dessa fase, mesmo as rejeitadas, é menos do que interessante.

As três sinfonias seguintes, 4, 5 e 6, formam o segundo grupo. São sinfonias mais positivas, em tom maior. A mais conhecida é a Quarta, a Romântica, uma sinfonia perfeita, de grande beleza e humanidade. A Quinta é mais ampla e tem maiores pretensões arquitetônicas, especialmente no grandioso final em fuga. Data do período em que ingressou na Universidade de Viena, talvez daí o rigor técnico.

As três últimas, 7, 8 e 9, são as verdadeiras jóias da coroa de Bruckner. A Sétima é uma sinfonia belíssima, com destaque para o sublime Adagio, composto em memória a Wagner, que tinha acabado de falecer.

A Oitava é talvez a maior obra-prima de Bruckner e uma das maiores sinfonias já compostas em todos os tempos. Gigantesca (mais de 80 minutos de duração), com orquestração grandiosa e concepção monumental, ela impressiona a todos por sua profundidade e majestosidade. O Scherzo, de mais de 15 minutos, é um dos maiores da história e seu maravilhoso trio, um dos pontos altos de sua produção sinfônica.

Da Nona, infelizmente, conhecemos apenas os três primeiros movimentos. É a mais mística das sinfonias brucknerianas, de concepção tão grandiosa quanto a Oitava e de inspiração religiosa – foi dedicada “ao Bom Deus”. Muitas vezes, a orquestra soa como um imenso órgão. É de suas obras mais potentes.

AS VERSÕES

Bruckner era uma pessoa tremendamente insegura e, por causa das críticas – muitas delas injustas – que recebia, revisava constantemente suas obras. Isso acabou gerando um problema para a posteridade. Muitas vezes suas sinfonias têm três versões para o intérprete escolher, e a escolha sempre é difícil. Afinal, qual é a mais fiel às intenções originais de Bruckner?

Duas edições completas das sinfonias foram lançadas, a de Robert Haas e a de Leopold Nowak. Cada uma delas recupera cores feitos em algumas versões, ou os aceita, ou acrescenta partes. A edição Nowak tende a manter os cortes e a Haas, a restaurar os trechos perdidos. Nenhuma versão é perfeita e cada um tem a sua predileta. Em geral, aceita-se que a melhor Terceira é a Haas e que a melhor Quarta é a Nowak (apesar do prato “errado” do Finale), mas não chegou-se a um consenso quanto à versão da Oitava. Uma opinião? Nowak.

Trecho de texto anônimo retirado daqui. O endereço parece estar desativado atualmente…

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nro. 7 (Haitink, RCO)

Symphony No. 7: I. Allegro moderato
Symphony No. 7: II. Adagio: Sehr feierlich und sehr langsam
Symphony No. 7: III. Scherzo: Sehr schnell
Symphony No. 7: IV. Finale: Bewegt, doch nicht schnell

Bernard Haitink
Royal Concertgebouw Orchestra, Amsterdam

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BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 “Romântica” (Celibidache)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 “Romântica” (Celibidache)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Anton Bruckner é um dos grande amores de PQP. E ainda mais com Celibidache… Já viram, né? Celi não gostava de estúdios (eu também prefiro tudo ao vivo), suas gravações são quase todas como esta, um registro de um concerto. E seus concertos eram arrasadoramente belos e perfeitos. À frente da Filarmônica de Munique, o regente celebrou triunfos em todo o mundo, principalmente quando interpretava obras de Anton Bruckner. A esta preferência, Celibidache justificava-se da seguinte forma: “Bruckner é ainda um homem desconhecido. Ele é o maior compositor de sinfonias da história da música, mas isso o mundo não sabe. A forma com a qual ele abarca a orquestra é algo que só ele consegue”.

Assim como Nikolaus Harnoncourt, o romeno Celibidache foi um grande inimigo de Herbert von Karajan. Se Harnoncourt ficou quieto e retirou-se para não ser mais prejudicado profissionalmente por esta figura invejosa, Celibidache tirava o maior sarro de Herbie von K. HvK não suportava o sucesso de crítica de Harnoncourt e podia alcançá-lo em Viena, mas Celi parecia viver em uma bolha de ironia em Munique, fazendo piadas com o amor ao dinheiro e os equívocos na abordagem de algumas obras por parte de HvK. Há vídeos inacreditáveis disso. Hoje, poucos críticos sérios falam em Karajan e há um certo consenso de que a melhor orquestra de todos os tempos poderia ter sido exatamente esta Filarmônica de Munique quando sob o exigente e detalhista Celi. Alguns dizem ele que torna tudo lento. É verdade. Mas ouça. Com ele você nota detalhes dos quais nem desconfia ouvindo alguns outros maestros.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 “Romântica” (Celibidache)

Symphony No. 4 In E Flat Major “Romantic” (Edition: Robert Haas)
1 I. Bewegt, Nicht Zu Schnell 21:56
2 II. Andante Quasi Allegretto 17:35
3 III. Scherzo: Bewegt – Trio: Nicht Zu Schnell, Keinesfalls Schleppend 11:04
4 IV. Finale: Bewegt, Doch Nicht Zu Schnell 27:52

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache

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Celi em 1995, pouco antes de falecer num enfarto
Celi em 1995, pouco antes de falecer num enfarto

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BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nros. 1 & 5 (Karajan, BP)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nros. 1 & 5 (Karajan, BP)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu estava pensando numa bobagem. Ia iniciar esta apresentação me desculpando pela postagem desta sinfonia de Bruckner por Herbert von Karajan. Pura besteira, coisa de brasileiro que acha que todas as grandes estrelas têm problemas e o bom é o obscuro. Eu amo apaixonadamente esta sinfonia, acho que tenho decoradas todas as suas notas e parece-me às vezes que suas melodias já nasceram comigo. Ou vieram pré-instaladas em meu cérebro. Ouvi muitas gravações, mas a que bate mais fundo é a de HvK, sem dúvida.

Acho curioso que Karajan tenha recebido prêmios importantes por suas gravações de Beethoven (integral das sinfonias), Wagner (Parsifal), Mahler (Sinfonia Nro. 9) e outros, mas nunca por esta gravação de Bruckner, de resto tão elogiada por todos os comentaristas.

A outra bobagem é que escrevo este post em meu escritório, sem a vasta bibliografia que possuo acerca da monumental quinta. Obra escrita nos quatro habituais movimentos é uma demonstração do maior romantismo possível sem passar à mediocridade. Não é um romantismo meloso ou indulgente, é um romantismo grandioso e emocionante. O segundo movimento, Adagio é uma das partituras que mais gosto. Se Wand o dirige muito bem, ele acelera demais nas repetições e não tem em mãos o tremendo instrumento da Orquestra Filarmônica de Berlim de 1977. Karajan faz com que o rendimento de sua orquestra atinja o máximo neste movimento cujo segundo tema – altamente romântico e grave – fizeram com que as vidraças das minhas últimas quatro residências tremessem de… paixão. É absurdamente lindo.

Um amigo me disse uma vez que tal Adagio é o mais longo já composto para uma sinfonia, mas não tenho certeza da veracidade da informação. Longo ou não, por mim poderia durar dias!

É a sinfonia perfeita. Muito melodiosa, tonitruante e delicada na hora certa, tem seus três primeiros movimentos revisitados no Finale. O primeiro é extremamente equilibrado; o segundo, apaixonado; o terceiro, jocoso e o quarto resume tudo o que foi ouvido.

Se, após ouvi-la, alguém chamar Bruckner de simples ou musicalmente ingênuo, merece imediata internação.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nros. 1 & 5 (Karajan, BP)

Symphonie Nr. 1 C-moll = Symphony No. 1 In C Minor = Symphonie Nᵒ 1 En Ut Mineur = Sinfonia N. 1 In Do Minore (Fassung = Version = Versione: 1866 »Linzer« = “Linz”; Hrsg. = Ed. = Publiée Par Les Soins De = Edizione Curata Da: Leopold Nowak)
Score Editor [Hrsg./Ed./Publiée Par Les Soins De/Edizione Curata Da] – Leopold Nowak
1-1 1. Allegro 12:53
1-2 2. Adagio 14:17
1-3 3. Scherzo. Schnell 8:54
1-4 4. Finale. Bewegt, Feurig 14:27

Symphonie Nr. 5 B-dur = Symphony No. 5 In B Flat Major = Symphonie Nᵒ 5 En Si Bémol Majeur = Sinfonia N. 5 In Si Bemolle Maggiore (Originalfassung = Original Version = Version Originale = Versione Originale)
1-5 1. Introduction: Adagio – Allegro 20:43
2-1 2. Adagio. Sehr Langsam 21:26
2-2 3. Scherzo. Molto Vivace (Schnell) 13:44
2-3 4. Finale. Adagio 24:42Moderato

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PQP

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Kubelik)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Kubelik)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Meu deus que provavelmente não exista! Que gravação! E que Sinfonia! O que é aquele Finale? Que coisa maravilhosa! A Sinfonia Nº 3 é uma sinfonia que foi dedicada a Richard Wagner, mas não pensem que Bruckner era antissemita, não era de modo nenhum. Ela foi escrita em 1873, revista em 1877 e novamente em 1891. Em 1873, Bruckner enviou quer a sua Sinfonia Nº 2 e Nº 3 para Wagner, dizendo-lhe para escolher aquela que preferia. Ele escolheu a terceira. A premiere desta sinfonia foi dada em Viena, em 1877, com Bruckner a conduzir a orquestra. O concerto não correu bem. Bruckner não era muito competente como maestro e o público, nada empático, foi abandonando a sala enquanto a música era tocada. Depois disto, Bruckner efetuou várias revisões no trabalho, deixando de fora partes antes significativas.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Kubelik)

Symphony No. 3 In D Minor (Revised Version Of 1878)
1 I—Gemässigt, Mehr Bewegt, Misterioso 21:14
2 II—Adagio, Bewegt, Quasi Andante 15:33
3 III—Scherzo: Ziemlich Schnell 7:05
4 IV—Finale: Allegro 14:40

Conductor – Rafael Kubelik
Orchestra – Symphonie-Orchester des Bayerischen Rundfunks

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Bruckner chegando ao céu dos católicos

PQP

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 0 ∙ Helgoland ∙ Psalm 150 (Ruth Welting, Chicago Symphony Orchestra & Chorus, Daniel Barenboim)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 0 ∙ Helgoland ∙ Psalm 150 (Ruth Welting, Chicago Symphony Orchestra & Chorus, Daniel Barenboim)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

Bem, o que tenho a dizer a vocês neste momento? Diria que não entendo de verdade a obsessão revisora de Bruckner. O que tem de errado com a Sinfonia Nº 0 (Zero)? É muito boa! Só ressuscitando o cara para saber os motivos dele. Lendo sua biografia, já sei que ele era um neurótico não louco. Aliás, era mais razoável do que muitos de nós. Além de ser manso. Anton Bruckner (1824-1896) é conhecido por suas 9 sinfonias. A Nº 1 se enquadra em seu estilo inicial; as nº 2-5 são seu estilo médio, culminando na maestria consumada evidente na Quinta. As nº 6-8 e a incompleta 9ª formam o último grupo. No entanto, há uma sinfonia que fica fora dessa numeração. A Sinfonia nº 1 foi concluída em 1866 e estreou em 1868. A Sinfonia nº 2 foi concluída em 1872 e estreou em Viena em 1873. Entre elas, no entanto, há uma Sinfonia em Ré menor. Embora a sinfonia seja conhecida, erroneamente, como Sinfonia Nº 0, a obra de Bruckner deveria ser, na verdade, a sinfonia 1,5. Bruckner passou cerca de 9 meses trabalhando nessa obra, concluindo-a no final de 1869. Bruckner inicialmente intitulou a obra Sinfonia Nº 2 e a submeteu a Otto Dessoff, o maestro permanente da Filarmônica de Viena, para sua revisão. A esperança de Bruckner era que Dessoff incluísse a obra em uma apresentação ou talvez a incluísse em uma das leituras de música nova da orquestra. Quando a resposta de Dessoff foi “Onde está o tema principal?” para o primeiro movimento, Bruckner retirou a obra de consideração inteiramente.

Quando essa revisão aconteceu é incerto. Sabemos, no entanto, que quando Bruckner terminou o que agora é conhecida como sua segunda sinfonia, a obra foi chamada de Sinfonia Nº 3, mas quando ele terminou a sinfonia seguinte em dezembro de 1873, ela foi chamada de Sinfonia Nº 3 e a obra anterior foi renomeada como Sinfonia Nº 2. A sinfonia que Dessoff havia revisado foi arquivada em uma gaveta e aparentemente esquecida.

Há pontos de similaridade entre a Sinfonia nº 0 e a Sinfonia nº 3: os compassos de abertura não são muito diferentes. As duas sinfonias compartilham material, então podemos supor que Bruckner já havia relegado a Nº 0 para a pilha de reciclagem quando começou a Nº 3.

Em 1895, quando Bruckner estava se mudando para acomodações menores, localizadas em uma ala dos edifícios do Palácio Belvedere, Bruckner examinou seus papéis e descobriu a partitura desta sinfonia que ele havia escrito 25 anos antes. Ele não destruiu a partitura, mas escreveu palavras desdenhosas através da partitura, como ‘inválido’ (ungiltig), ‘completamente nulo’ (ganz nichtig) e ‘anulado’ (annulirt). Ele também escreveu o símbolo ‘nulo’, Ø, três vezes na partitura e é a partir disso que a obra é conhecida como Die Nullte Symphony e em outras línguas como Sinfonia Nº 0.

Assim com Shostakovich dava suas piores melodias para os eventos comemorativos e patrióticos, Bruckner também fazia das suas. Helgoland é uma cantata secular e patriótica para coro masculino e orquestra. Como Bruckner não completou a 9ª sinfonia , Helgoland é sua última obra completa. A Cantata foi composta em abril de 1893 para o Coro Masculino de Viena  a fim de comemorar seu 50º aniversário. O texto foi escrito por August Silberstein. A frísia de Helgoland tinha acabado de ser dada à Alemanha em 1890 pela Grã-Bretanha em troca de Zanzibar… Helgoland foi estreada em 8 de outubro de 1893 pelo Coro Masculino da Orquestra Filarmônica de Viena no Palácio de Hofburg.

Bem melhor, o Salmo 150 de Anton Bruckner é uma versão deste salmo para coro misto, soprano solista e orquestra, escrita em 1892. Richard Heuberger pediu a Bruckner um hino festivo para celebrar a abertura da exposição Internationale Ausstellung für Musik und Theatherwesen em 1892, mas Bruckner não entregou a peça a tempo. A obra foi estreada no Musikvereinsaal em Viena em 13 de novembro de 1892, com o Wiener Singverein e a soprano solista Henriette Standthartner e Wilhelm Gericke na regência.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 0 ∙ Helgoland ∙ Psalm 150 (Ruth Welting, Chicago Symphony Orchestra & Chorus, Daniel Barenboim)

Symphonie D-moll »Nullte«
1 Allegro 15:13
2 Andante 12:43
3 Scherzo. Presto – Trio. Langsamer Und Ruhiger – Scherzo Da Capo 6:49
4 Finale. Moderato – Allegro Vivace 11:03

5 Helgoland (Für Männerchor Und Großes Orchester) 13:49

6 Psalm 150 (Für Sopran, Chor Und Orchester) 8:45

Choir – Chicago Symphony Chorus (tracks: 5, 6)
Conductor – Daniel Barenboim
Orchestra – Chicago Symphony Orchestra
Soprano Vocals – Ruth Welting (tracks: 6)

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Bruckner revisando uma partitura…

PQP

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 9 em ré menor – Orquestra Filarmônica Chinesa – Jonathan Nott ֍

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 9 em ré menor – Orquestra Filarmônica Chinesa – Jonathan Nott ֍

BRUCKNER

Sinfonia No. 9

Orquestra Filarmônica Chinesa

中国爱乐乐团

Jonathan Nott

乔纳森·诺特

Essa gravação da Nona Sinfonia de Bruckner é a terceira e última da coleção chamada ‘CPO Live 100 CDs’, lançada pela DR Classics Cultural Development, gravada na Sala da Cidade Proibida. As outras duas gravações, das Sinfonias No. 4 e No. 8, já foram postadas aqui no BRUCKNER 200 ANOS!

A Nona Sinfonia nos chegou em uma só versão, ao contrário de outras sinfonias de Bruckner, que se deixou levar por influências várias, tentando sempre tê-las executadas. Há um projeto de gravação de todas as suas sinfonias em todas as suas ‘oficiais’ versões sendo completado agora em 2024, todas sob a regência de Markus Poschner, no qual há três gravações da Terceira Sinfonia e mais três gravações da Quarta Sinfonia.

Por outro lado, a Nona Sinfonia tem o apelido ‘Inacabada’, por ter apenas três movimentos, terminando com um Adagio. Consta que Bruckner trabalhou em sua composição até seu último dia e havia um esboço completo do último movimento, apesar de não estar orquestrado. No entanto, dois alunos de Bruckner, Ferdinand Löwe e Franz Schalk aparentemente deram e venderam páginas desse Finale. Devido a isso, o que restou são apenas fragmentos com interrupções e a Sinfonia ficou nesse formato de três movimentos, a despeito do compositor ter dado a sugestão de usar o seu Te Deum como último movimento.

Aqui está um link para um ótimo Guia da Nona Sinfonia de Bruckner, apesar de estar em inglês.

Jonathan Nott

O regente Jonathan Nott é inglês e iniciou seus estudos de música na Inglaterra, mas sua formação como regente se deu na Alemanha, seguindo os empregos de regente de pequenas orquestras e casas de ópera. Passou um bom período como regente da Bamberger Symphoniker, com a qual gravou um bonito ciclo de Sinfonias de Mahler. Foi também o diretor da Orquestra Sinfônica de Tokyo, com a qual gravou a Sinfonias Nos. 5, 8 e 9, de Bruckner. Atualmente Jonathan Nott é regente de L’Orchestre de la Suisse Romande.

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 9 em ré menor

  1. Feierlich, misterioso
  2. Bewegt, lebhaft – Trio. schnell – Scherzo
  3. Langsam, feierlich

Orquestra Filarmônica Chinesa

Jonathan Nott

Gravação feita ao vivo em 20 de junho de 2012

Sala de Concerto da Cidade Proibida, Beijing.

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FLAC | 255 MB

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MP3 | 320 KBPS | 138 MB

Sobre a Sala de Concertos: A Sala de Concertos da Cidade Proibida (中山公园音乐堂) é um local multifuncional com 1.419 lugares em Pequim. O nome do local veio do fato de estar localizado dentro do Parque Zhongshan de Pequim, um vasto antigo altar imperial Shejitan e agora um parque público localizado a sudoeste da Cidade Proibida e na Cidade Imperial.

Cidade Proibida Púrpura 紫禁城 (zǐ jìn chéng)

O nome de do regente traduzido para Chinês significa Jo-na-than Nott…

Jonathan Nott – 乔纳森·诺特 (Qiáonàsēn·nuò tè)

Parte de uma crítica sobre uma gravação da Sinfonia No. 4 de Bruckner, com a Tokyo Symphony Orchestra, regida por Jonathan Nott, cuja íntegra pode ser lida aqui: From the first shimmering tremolo bars overlaid by the smoothest of horn calls, this live performance of the version of this symphony which is the most often played sets just the right tone – and the weight of the orchestral entry underpinned by suitably prominent timpani confirms that sense of propriety. Nott’s tempi are to my taste ideal; they are on the “conventionally-leisurely” side, very similar to Karajan’s 1970 recording but with slightly slower first and second movements. The playing of the Tokyo Symphony Orchestra is flawless – mightily impressive – especially that of the principal horn and his fellow brass-players. This is one of those recordings where the listener need fear no flaws or idiosyncrasies but just sit back and let the music take over.

Aproveite!

René Denon

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 7 (Barenboim, Staatskapelle Berlin)

Cá entre nós: Daniel Barenboim merecia uma aposentadoria, uma despedida dos palcos em grande estilo para curtir a vida com a família, amigos, tomar bons vinhos, esse tipo de coisa. Uma despedida em grande estilo, por exemplo, teria sido a série de Sinfonias de Bruckner que regeu em Berlim em 2010, de onde saiu essa gravação da Sétima que mostra toda uma intimidade de maestro e orquestra com o estilo grandioso do compositor austríaco e católico devoto. Barenboim teve uma longa série de sucessos regendo Bruckner com a Sinfônica de Chicago, depois com a Filarmônica de Berlim logo após a morte de Karajan, com aquela orquestra tecnicamente impressionante mas ao mesmo tempo, para muitos críticos, um tanto fria pelo excesso de legato e de toque aveludado. Finalmente, com a Staatskapelle de Berlim ele fez muito Bruckner e anos e anos de óperas de Wagner, cuja linguagem harmônica é mais ou menos a mesma do austríaco que muito o admirava. Barenboim e Staatskapelle fizeram também um excelente Fidelio de Beethoven, obra cujo tom de celebração monumental da liberdade também tem muito a ver com Bruckner. Então eles estão no seu elemento aqui.

É uma pena que Barenboim não tenha se preparado pra parar: em apresentações junto com Martha Argerich na última década, ficou evidente que ele, ao contrário dela, já não tem mais a mesma técnica como pianista, ou tempo e paciência para estudar as horas necessárias. Também como regente, apesar de alguns sucessos recentes, acaba deixando em algumas orquestras a impressão de já não ser lá essas coisas. É comum entre músicos de renome essa falta de tato para planejar a despedida: basta lembrar de Pollini que, após mais de 50 anos de brilho e inimitável pianismo, teve dois ou três últimos anos menos bons como uma pequena mancha na carreira. Também no Brasil temos músicos que já passaram do auge mas seguem nos palcos, por exemplo dois maestros, um que já foi um bom pianista e hoje só sabe dar entrevistas televisivas lamentando as mãos machucadas e falando – sempre sobre si mesmo – pra emocionar quem não entende nada de música… um outro, com a letra K, que já era velho há uns 40 anos… e hoje em dia alterna entre momentos bons e vergonhosos regendo neste nosso país tropical.

Voltando para Barenboim, deve-se mencionar o quanto o maestro veterano é respeitado por gente mais jovem como Gustavo Dudamel e Antonio Pappano. Este último, que já foi seu assistente muitos anos atrás em Bayreuth, conversou com a revista Gramophone sobre o grande especialista em Wagner e Bruckner, mostrando que mesmo quando discorda sobre o significado de uma ou outra obra musical, tem grande respeito pelas escolhas de Barenboim e também pela maneira como ele se relaciona com as orquestras nos ensaios e concertos, respeito esse que, para Pappano, é um significado da palavra influência, muito além de imitações ou cópias baratas:

Barenboim’s track record as a noted Brucknerian, I wondered whether Pappano had ever worked with him on these symphonies. ‘With Barenboim it was mostly opera. I did see him rehearse Bruckner, but not often. And we don’t conduct Bruckner at all the same way! I’ll tell you why, because there are two schools of thought about Bruckner. Interestingly enough, Furtwängler – God, right? – in the long wind-ups to climaxes almost always speeds up, accelerates. And to me, that goes against the tug, the Wagnerian tug. You have to torture people to arrive; it has to be hard won. And of course, Daniel belongs to that school. I don’t. It’s not a criticism at all. But in Bruckner I prefer the slower burn so that when it hits, it’s unbearable. I don’t know if it’s right. I just feel that that’s theway. This whole question of influence is very important. If it’s done right it makes you come to your own conclusions. Not “Oh, you know how he was very influenced by Barenboim”. Of course, I was very influenced by him, but if I conducted the same as him, that’s rubbish. That’s copying. I’m very different from him. I have very different repertoire choices from him. He wouldn’t go near Rachmaninov’s Second in a million years, nor Vaughan Williams. So that’s helped me keep my individuality intact and therefore the influence he’s had on me has been about bigger things: how do you treat tempo in a classical symphony when so much of the material is repetitive. The importance of transforming the themes after a combustible development? How do you deal with the repeat? What is important in conducting? Who do you take care of? Those things are really important. How do you deal with them? And they take a long time.

Anton Bruckner (1824-1896):
Sinfonia Nº 7
Staatskapelle Berlin, Daniel Barenboim
Live Recording: Berlin Philharmonie, 2010

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Barenboim e a famosa cortina do Teatro alla Scala di Milano

Pleyel

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 9 – Columbia Symphony Orchestra – Bruno Walter ֍

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 9 – Columbia Symphony Orchestra – Bruno Walter ֍

The Best of Jurassic World!

 

Anton Bruckner

Columbia Symphony Orchestra

Bruno Walter

 

Este disco certamente se qualifica tanto para o projeto BRUCKNER 200 ANOS! quanto para a série The Best of Jurassic World!

capa da primeira edição em CD

A Sinfonia No. 9 de Bruckner é uma das mais lindas e aqui temos uma gravação antológica. Ademais, Bruno Walter nasceu em 1876, em Berlim e foi amigo de Gustav Mahler. Ele ficou famoso por suas interpretações das obras de compositores austro-germânicos como Mozart, Beethoven, Schubert, Brahms, Wagner, Bruckner e seu amigo Mahler. Foi o maestro que regeu a primeira apresentação da Canção da Terra, em 1911.

Em 1939 Bruno Walter mudou-se para os Estados Unidos, escapando dos horrores da guerra e do nazismo. No novo mundo passou a gravar seu repertório para a Columbia, regendo a Orquestra Filarmônica de Nova Iorque. Em fevereiro de 1957, teve um ataque cardíaco enquanto gravava a Segunda Sinfonia de Mahler. No entanto, em 1958 ele terminou a gravação da apropriadamente chamada Sinfonia da Ressurreição. Depois disso, Bruno Walter passou a gravar novamente seu repertório, mas em Los Angeles, onde morava, em Beverly Hills, com uma orquestra de estúdio, formada por músicos da Filarmônica de Los Angeles e de músicos dos estúdios de Hollywood, nomeada Columbia Symphony Orchestra. Essas gravações tiveram a extra motivação da nova tecnologia – estéreo – e ficaram conhecidas por terem sido feitas durante seu ‘Indian Summer’. A gravação desta postagem é um ótimo exemplo do sucesso da empreitada.

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 9 em ré menor

  1. Feierlich, misterioso
  2. Bewegt, lebhaft
  3. Langsam, feierlich

Columbia Symphony Orchestra

Bruno Walter

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MP3 | 320 KBPS | 135 MB

Trechos de críticas dispostas no site da Amazon: Bruno Walter once described his experience of understanding Bruckner. He said that for many years he didn’t especially like the music. Then one day he heard a Bruckner work while ill in bed. Disarmed, receptive and uninhibited by prejudice, the music overpowered him. Suddenly he understood.

That must have been an astounding epiphany, because this 9th could not be more subtle, more beautiful, exquisite, loving, serene, plumbing … I don’t have the words.

 

Identifique esses autênticos jurássicos…

While Walter underplays the emotional weight of the music compared to a conductor like Karajan, Bruckner’s message of end of life resignation and fulfillment — especially in the closing pages of the finale — is more truthful and compelling than in more dramatic versions. It is as if Walter, at the end of his illustrious career, was perfectly suited to conduct this music, which was composed at the end of Bruckner’s life.

Aproveite!

René Denon

tecno-jurássico

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 5 (Blomstedt, Leipzig)

Confesso que eu não me lembrava de ter ouvido algo com o nonagenário maestro Herbert Blomstedt até um ou dois anos atrás, quando seu disco a 3ª de Bruckner (aqui) me chamou a atenção. Seu disco das últimas sinfonias de Schubert, lançado em 2022 também com a orquestra de Leipzig, recebeu elogios intensos nas revistas inglesas. Ainda me resta ouvir a maior parte do seu repertório gravado, seja aquele dedicado aos austro-alemães como Mozart, Beethoven e Brahms, seja as suas muitas gravações de compositores escandinavos (Nielsen e Sibelius, que até hoje têm me emocionado menos do que Grieg e Langgaard). Aliás, Blomstedt é de família sueca e passou boa parte de sua juventude naquele país, embora tenha nascido nos EUA e vivido boa parte da vida adulta na Califórnia. Também foi regente principal em Copenhagen, Oslo e em Leipzig (de 1998 a 2005) com esta orquestra do disco de hoje.

É nessa condição de quem ainda conhece pouco o maestro – e, portanto, menos suspeito de idolatria, da posição de quem aguarda o desfile de conhecimentos do velho mestre, o que acontece um pouco quando ouço o Bruckner de Celibidache ou Jochum – que afirmo: esta sua série de sinfonias de Bruckner com a Gewandhausorchester de Leipzig é um absurdo, um escândalo de tão boa, a começar pela excelente qualidade do áudio, e passou na frente de todas as outras gravações de Bruckner que estavam na minha fila.

Uma breve nota sobre a Quinta de Bruckner: alguns lhe dão o apelido de “Sinfonia Pizzicato”, por ter cordas em pizzicato no início de cada um dos movimentos. Esse vai-e-vem das cordas fazendo essas incisivas sonoridades, e também uma série de temas que vem e vão (às vezes invertidos), fazem dela uma sinfonia de grande coerência interna, com fortes diálogos e simetrias entre os movimentos. O mundo de Bruckner é um mundo ordenado por uma elevada inteligência divina, onisciente e benevolente: isso fica bem explícito na sua Quinta.

O tema que mais se repete, como notarão aqueles que não passaram os últimos 20 anos isolados da sociedade, lembra vagamente o riff de guitarra de Seven Nation Army, composto pelo guitarrista Jack White e sem dúvida o último grande riff do rock’n’roll, tão amplamente tocado e cantado por multidões e plagiado quanto certos riffs dos Beatles e Rolling Stones.

Esta sinfonia já foi muito bem apresentada por PQP aqui, aliás em outra gravação com esse mesmo conjunto de Leipzig que se mostra talvez a maior orquestra bruckneriana do século XXI, então vamos ao que interessa:

Anton Bruckner (1824-1896):
Sinfonia Nº 5 em si bemol maior
Gewandhausorchester de Leipzig, Herbert Blomstedt

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Pleyel

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 8 em dó menor – Orquestra Filarmônica Chinesa – Lan Shui ֍

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 8 em dó menor – Orquestra Filarmônica Chinesa – Lan Shui ֍

BRUCKNER

Sinfonia No. 8

Orquestra Filarmônica Chinesa

中国爱乐乐团

Lan Shui 

水蓝

Essa gravação da magnífica Oitava Sinfonia de Bruckner faz parte de uma coleção chamada ‘CPO Live 100 CDs’, lançada pela DR Classics Cultural Development, e foi gravada na Sala da Cidade Proibida. Já postamos uma destas gravações, com a Quarta Sinfonia.

Veja como a sinfonia é apresentada pelo The Guardian: O próprio Bruckner disse quando terminou o gigantesco e revelador final: “Aleluia… O Finale é o movimento mais significativo da minha vida.” Temas de todos os grandes movimentos da obra soam juntos no final da sinfonia, um momento que encandece com o que Robert Simpsons chama de “calma ardente”. É o ponto final de uma jornada sinfônica de 75 minutos e é uma das experiências existencialmente mais emocionantes que uma sinfonia já criou. O sucesso de Bruckner é fazer você sentir, quando chegar a este movimento final, que toda a experiência da peça está contida e transfigurada nessa coroação do espaço e do tempo sinfônicos, e que as sublimes trevas da obra – como os abismos aterrorizantes a dissonância no primeiro movimento, o tipo de música que o maestro Wilhelm Furtwängler descreveu como a “batalha de demônios” de Bruckner – e sua luz igualmente transcendente, como no clímax do movimento lento, são simultaneamente sobrepujadas pela magnificência pura e deslumbrante dessa música, a última coda sinfônica que Bruckner comporia.

Lan Shui curtindo a suavidade das cordas da PQP Bach String Orchestra…

Sobre o regente, o site da OSS, orquestra com quem trabalhou por longa data e da qual é Conducter Laureate diz: Lan Shui is renowned for his abilities as an orchestral builder and for his passion in commissioning, premiering and recording new works by leading Asian composers. As Music Director of the Singapore Symphony Orchestra from 1997 to Jan 2019, American Record Guide noted that Shui has “turned a good regional orchestra into a world-class ensemble that plays its heart out at every concert”. [Lan Shui é conhecido por suas habilidades como construtor de orquestras e por sua paixão em encomendar, estrear e gravar novas obras dos principais compositores asiáticos. Como Diretor Musical da Orquestra Sinfônica de Cingapura de 1997 a janeiro de 2019, o American Record Guide observou que Shui “transformou uma boa orquestra regional em um conjunto de classe mundial que toca seu coração em todos os concertos”.]

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 8 em dó menor

  1. Allegro moderato
  2. Scherzo
  3. Adagio
  4. Finale

Orquestra Filarmônica Chinesa

Lan Shui

Gravação feita ao vivo em 20 de junho de 2012

Sala de Concerto da Cidade Proibida, Beijing.

Disponível no interessantíssimo site https://www.abruckner.com/

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FLAC | 308 MB

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MP3 | 320 KBPS | 169 MB

Uma palavra sobre 中国爱乐乐团, que é como se escreve Orquestra Filarmônica Chinesa.

Os dois primeiros caracteres, 中 (zhong) e 国(guó), formam a palavra China.

爱 (ài) significa amar, gostar e 乐 (lè) significa alegria, rir, música. Juntos formam Filarmônica.  团(tuán) significa redondo, bola, mas também grupo, sociedade. Assim, 乐团 quer dizer orquestra. Não é impressionante?

Sobre a Sala de Concertos: A Sala de Concertos da Cidade Proibida (中山公园音乐堂) é um local multifuncional com 1.419 lugares em Pequim. O nome do local veio do fato de estar localizado dentro do Parque Zhongshan de Pequim, um vasto antigo altar imperial Shejitan e agora um parque público localizado a sudoeste da Cidade Proibida e na Cidade Imperial.

Cidade Proibida Púrpura 紫禁城 (zǐ jìn chéng)

O nome do regente, Lan Shui, se escreve invertendo os caracteres: 水蓝.

水 (Shui), indica água e 蓝 (Lan), azul.

Aproveite!

德农·雷内 (Denon René)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias – Sinfonia Nro. 00 “Study Symphony” (Tintner)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias – Sinfonia Nro. 00 “Study Symphony” (Tintner)

Seu nome era Anton mas podia ser Vassili por seu caráter dubitativo (sim, Les Luthiers!). Tinha 39 anos e não sabia ainda se era um sinfonista de verdade ou um estudante. Então, escreveu esta sinfonia que posto hoje e que nunca foi executada durante sua vida. Ele tinha quase certeza que escrevera uma porcaria e, como o neurótico que era, manteve tal quase certeza na quarta, quinta, sétima, oitava e nona, verdadeiras obras-primas do ocaso do século XIX.

Suas onze sinfonias (há esta oo e depois de 0 a 9) têm versões e revisões que o entretiveram durante toda a vida. Esteve em dúvida até morrer e foi uma tortura para maestros e editores. Portanto, neste CD, após a Sinfonia de Estudos, está a segunda das três versões para o último movimento de sua extraordinária Sinfonia Nº4. É uma Volksfest da qual o compositor acabou desistindo, mas que, se tivesse vivido uns três dias, talvez acabasse por mandar um bilhete ao editor, pedindo para recolocar este finale e criando uma nova versão, quem sabe?

As versões que postarei são as que mais gosto. O caos imperará e aparecerão uns cinco regentes diferentes em minha “integral” altamente pessoal.

Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias – Sinfonia Nro. 00 “Study Symphony” (Tintner)

Symphony No. 00 in F minor, “Study Symphony”, WAB 99
1. I. Allegro molto vivace 11:27
2. II. Andante molto 12:35
3. III. Scherzo: Schnell 05:09
4. IV. Finale: Allegro 08:21
Performed by: Royal Scottish National Orchestra
Conducted by: Georg Tintner

Symphony No. 4 in E flat major, WAB 104, “Romantic” (Fragmento recusado):
5. V. Volkfest (1878 version) 19:03
Performed by: Royal Scottish National Orchestra
Conducted by: Georg Tintner

Total Playing Time: 55:35

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Tintner suplicando para os primeiro violinos

PQP

BRUCKNER 200 ANOS! Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 6 (Leitner – SWR Sinfonieorchester) / Hartmann (1905-1963): Sinfonia Nº 6

O maestro alemão F. Leitner, mais famoso por suas gravações de óperas e de concertos com solistas como Kempff e Freire, gravou aqui uma bela e elegante Sexta Sinfonia de Bruckner. Ele escolheu gravá-la junto da 6ª do compositor alemão Karl Amadeus Hartmann (1905-1963): ele tinha em alta estima essas duas sinfonias e via relações entre elas. Das sinfonias do austríaco, a sexta às vezes é dita a mais clássica: há momentos explosivos com percussões e tudo mais, mas durante a maior parte do tempo as melodias se desenvolvem em um clima de harmonia, equilíbrio e elegância, sem tantos extremos quanto nas outras sinfonias. Vejamos por exemplo o Adagio com sua melodia que vai se expandindo de maneira orgânica e suave, sem o chororô de momentos lentos de Tchaikovsky, Grieg ou Rachmaninoff. A personalidade de Bruckner se encontra mais próxima, ao menos nesse adagio, dos elegantes movimentos lentos de sinfonias e concertos de Mozart, ou ainda das sonatas lentas de Domenico Scarlatti com seus movimentos “adagio e cantabile“, “andante moderato“, “andante commodo“, etc (aqui e aqui). Ou talvez a maior semelhança – ainda em termos de classicismo – seja entre este adagio da 6ª de Bruckner e os movimentos lentos de Schubert em suas sinfonias, quartetos e quintetos. Compatriota de Bruckner, Schubert também se perdia às vezes (ou melhor: se encontrava) em repetições que um estrito professor de composição, ciente das opiniões do senso comum e sem a originalidade dos gênios, poderia cortar como pleonásticos. E, de fato, Bruckner em muitos momentos aderiu ao senso comum e fez cortes em várias de suas sinfonias, ou ainda as teve cortadas por terceiros para aumentar as chances de tê-las tocadas por grandes orquestras como a Filarmônica de Viena.

As repetições de Bruckner são, então, uma de suas marcas registradas. Para tentar entender o que significava esse aspecto do seu jeitinho único, fiz um exercício criativo: traduzir um texto do antropólogo Bruno Latour (1947-2022) sobre as repetições no estilo do poeta e ensaísta francês Charles Péguy (1873-1914), que teria idade para ser filho ou neto de Bruckner, também era católico e também foi muito criticado pelo estilo repetitivo. Para Latour, não se trata de uma simples questão de estilo, mas da substância mesmo da mensagem do poeta. E vejamos se não se aplica um pouco para o nosso esquisito e amado Anton Bruckner…

Péguy [Bruckner] repete sem parar as frases, os argumentos e mesmo os temas em suas obras. Essa característica é frequentemente criticada como uma falha. Acusam-no de não saber se limitar e de agir por aproximações sucessivas.

Ora, Péguy [Bruckner] procede quase por aforismos. Se ele repete, não é por ignorância ou por indecisão. Ele busca na repetição um “efeito”, que a simples qualidade da linguagem não pode dar. Que “efeito” é esse?

Um autor que não se repete corre de uma frase à outra, de modo progressivo, planejando as transições, e impõe assim ao [ouvinte] a imagem de um rio que desce do começo ao fim. Um autor que se repete suspende este movimento, desvia dessa corrente, e reduz a confiança que habitualmente se tem no progresso. Se, além disso, ele repete os argumentos e volta várias vezes para o começo, ele produz um efeito de confusão e ansiedade.

O [ouvinte] esperava uma “história”, com peripécias habilmente amarradas e desamarradas que se seguiriam como horizontalmente. E ele é forçado a parar em uma só peripécia que, bem longe de chegar a um fim, se aprofunda mais a cada instante, como verticalmente. Essa lógica, que desenha a repetição contra o seguimento e a lógica habituais, é precisamente o ato de colocar os hábitos de cabeça para baixo.

Esse pressentimento impede de considerar esse aspecto de estilo unicamente como um problema de forma. É preciso considerar o estilo repetitivo de Péguy [Bruckner] como o problema de fundo de sua obra.

Péguy [Bruckner] busca um “outro tempo”. Onde ele vai ser encontrado naquele fim de século XIX? No futuro? Mas o futuro para Péguy [Bruckner] não é uma categoria plena; ele não crê no progresso. Se ele briga com seus amigos, é pela mesma razão que o força a se repetir: ele espreita outra coisa que não o habitual; ele busca a novidade da origem através dos efeitos da quebra do hábito. Ele busca, no choque, o essencial – ou melhor dizendo, fazer com que, no choque, o essencial se mostre.

1-4. Anton Bruckner: Symphony No. 6 in A Major
Composed By – Anton Bruckner
I. Majestoso 15:47
II. Adagio. Sehr Feierlich 15:28
III. Scherzo. Nicht Schnell 9:18
IV. Finale. Bewegt, Docht Nicht Zu Schnell 15:05

5-6. Karl Amadeus Hartmann: Symphony No. 6 For Big Orchestra (Für Großes Orchester)
I. Adagio 11:43
II. Toccata Variata. Presto 12:14

Ferdinand Leitner, SWR Sinfonieorchester Baden-Baden Und Freiburg
Recording: 27/28 oct 1982 at Rosbaud-Studio Baden-Baden, SWR, West Germany

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Beethoven e Bruckner em vitral na Catedral de Linz, circa 1920

Pleyel

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 4 em mi bemol maior ‘Romântica’ – Orquestra Filarmônica Chinesa – Okko Kamu ֍

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 4 em mi bemol maior ‘Romântica’ – Orquestra Filarmônica Chinesa – Okko Kamu ֍

BRUCKNER

Sinfonia No. 4

Orquestra Filarmônica Chinesa

中国爱乐乐团

Okko Kamu

A Sinfonia No. 4 de Bruckner, conhecida como ‘Sinfonia Romântica’, é uma das mais conhecidas do compositor. Na coleção Mestres da Música, vendida nas bancas – LP e fascículo – foi a obra escolhida para representar a arte de Bruckner. O LP trazia uma gravação da sinfonia com a Orquestra Sinfônica de Viena, regida por Otto Klemperer, bem possivelmente uma produção do selo VOX.

O que temos nesta postagem é uma gravação bastante peculiar – feita ao vivo no dia 13 de março de 2009 no Sala de Concertos da Cidade Proibida, em Pequim, com a Orquestra Filarmônica da China, regida por Okko Kamu. É a gravação ao vivo de um concerto no qual, pela primeira vez alguma Sinfonia de Bruckner era interpretada pela orquestra, que havia sido formada em 2000.

O disco é parte de uma coleção chamada ‘CPO Live 100 CDs’, lançada pela DR Classics Cultural Development. Veja, CPO não é o famoso selo de música clássica alemão ou o igualmente famoso robô da franquia Star Wars, mas a sigla de China Philharmonic Orchestra, o nome da orquestra em inglês. Nesta coleção há mais duas sinfonias de Bruckner que eventualmente estarão disponíveis no seu PQP Bach mais próximo.

CPO (ilustração obtida pela equipe de mídia do PQP Bach)

Fiquei muito bem impressionado com a interpretação e foi divertido prestar atenção aos ruídos típicos de uma gravação ao vivo, mas que não atrapalharam em nada a audição, até o aplauso final. Pelos nomes dados aos movimentos e às suas durações, acredito que a edição Haas deve ter sido usada. Os responsáveis pela gravação – Liu Da e Lu Nannan – capricharam. Desde a abertura, com os trêmulos nas cordas bem audíveis, coisa que nem sempre acontece nas gravações, passando pelos muitos tuttis, que me fizeram correr para o botão de volume do Denonzão, tudo soa muitíssimo bem.

Veja o que o site do agente fala sobre o regente: Okko Kamu nasceu em uma família musical em Helsinque. Seu pai tocava contrabaixo na Filarmônica de Helsinque e ele começou a tocar violino aos dois anos de idade com seu primeiro professor, Väinö Arjava, que dirigia a orquestra de seu pai, antes de continuar as aulas com Onni Suhonen na Academia Sibelius, onde também estudou o piano. Mais tarde, tornou-se líder do Quarteto Suhonen e, aos 20 anos, concertino da Orquestra Nacional de Ópera da Finlândia, antes de se tornar maestro permanente.

Gravou mais de 100 CDs para selos como Finlandia e Musica Sveciae, entre outras, e as suas gravações das quatro sinfonias de Berwald e do concerto para piano para Naxos receberam o distinto e raro prêmio “Diapason d’Or”. O repertório gravado de música fora do mainstream inclui “Música Completa para Orquestra de Cordas” de Aulis Sallinen e concertos para flauta de Penderecki, Takemitsu e Sallinen, juntamente com música mais central das eras clássica e romântica

Do site da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais: Bruckner é uma ponte direta entre Schubert e Mahler e, daí, à Segunda Escola de Viena. Foi através da ascendência de Wagner sobre Bruckner que a música na Áustria encontrou a necessidade de escapar das estruturas clássicas e de finalmente emancipar a dissonância. Por isso seu romantismo é tão profundo: ele é mais instintivo, mais livre e mais ousado do que a maioria de seus contemporâneos.

O apelido “Romântica”, dado por ele mesmo, parece advir de um programa imagético, à maneira de Wagner, baseado em castelos, caçadas e festejos medievais. Isso, no entanto, é o que menos conta na obra. Importam muito mais o Ländler (dança tradicional austríaca) usado na seção central do terceiro movimento, que, se não se tivesse a certeza de Bruckner, suspeitar-se-ia Schubert; as duas ideias melódicas que se opõem no segundo movimento (de causarem inveja a qualquer dialética) e, aí, o discurso quase declamado posto na voz das violas; os contrastes entre metais e cordas no primeiro movimento e, nele, as melodias que sabem ao popular.                      Moacyr Laterza Filho

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 4 em bemol maior – Romântica

  1. Bewegt, nicht zu schnell
  2. Andante, quasi allegretto
  3. Scherzo – bewegt
  4. Finale – bewegt, doch nicht zu schnell

Orquestra Filarmônica Chinesa

Okko Kamu

Gravação feita ao vivo em 13 de março de 2009

Sala de Concerto da Cidade Proibida, Pequim

Disponível no interessantíssimo site Discografia de Bruckner.

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Uma palavra sobre 中国爱乐乐团, que é como se escreve Orquestra Filarmônica Chinesa usando caracteres chineses.

Os dois primeiros caracteres, 中 (zhong) e 国(guó), formam a palavra China.

爱 (ài) significa amar, gostar e 乐 (lè) significa alegria, rir, música. Juntos formam Filarmônica.  团(tuán) significa redondo, bola, mas também grupo, sociedade. Assim, 乐团 quer dizer orquestra. Não é impressionante?

Sobre a Sala de Concertos: A Sala de Concertos da Cidade Proibida (中山公园音乐堂) é um local multifuncional com 1.419 lugares em Pequim. O nome do local veio do fato de estar localizado dentro do Parque Zhongshan de Pequim, um vasto antigo altar imperial Shejitan e agora um parque público localizado a sudoeste da Cidade Proibida e na Cidade Imperial.

Cidade Proibida Púrpura 紫禁城 (zǐ jìn chéng)

Aproveite!

德农·雷内 (Denon René)

.: interlúdio :. D’Elboux / Beethoven / Bruckner / Borodin / Bach: Meus Dois Mundos (Tau Ceti)

.: interlúdio :. D’Elboux / Beethoven / Bruckner / Borodin / Bach: Meus Dois Mundos (Tau Ceti)

José Eduardo D’Elboux é um pequepiano. Volta e meia ele comenta algum post, está sempre por aí. Há poucos anos, ele me mandou este CD que eu ouvi e deixei de lado por estar passando uma fase meio anti-rock progressivo. Mas hoje o peguei gostei muito do que ouvi. Os clientes da Livraria Bamboletras (2 links) também. As pergutavam o que era aquilo e o José Eduardo ficaria feliz porque um deles perguntou se era o ELP. Achei ótimo e muito divertido. Ele é dividido em duas partes: a primeira composta por D’Elboux sozinho ou com parceiros e a segunda com arranjos de eruditos de outrem ou par D’Elboux.

Como disse, às vezes, D’Elboux soa muito como o grupo que mais admira, o Emerson, Lake & Palmer, mas sua voz natural me parece mais tranquila do que com a fúria habitual dos ingleses. Gostei muito dos arranjos de eruditos. Seu Coriolano e o início da Sinfonia Nº 4, Romântica, de Bruckner, ficaram excelentes, assim como a Toccata e Fuga em Ré Menor, BWV 565, de Bach.

D’Elboux fez sua vida como engenheiro. Foi uma opção consciente. “Especialmente no Brasil, onde o tipo de música que gosto é pouco divulgada, preferi ter uma carreira como profissional de engenharia (o que também gosto) e levar o lado musical como hobby – mas fazendo exatamente o que eu queria em Música, sem concessões, uma vez que não iria depender financeiramente disso. (…) Foi minha “cabeça-dura”, de insistir no que acredito, que fez, desde meu início em 1982 com as primeiras tentativas de bandas, até formar o Tau Ceti em 1988 (cuja semente já estava em minha banda anterior, o Antares, de 1985), e lançar o primeiro álbum em 1995… Depois de um longo tempo parado, retomando a Música ainda insisti e lancei mais um álbum em 2019, mais de 20 anos depois do primeiro. E, neste, já sem outros músicos que topassem a empreitada, fiz um álbum solo onde me responsabilizei por tudo, desde composições e tocar os teclados, como programar os demais instrumentos, arranjos, produção, etc.”.

Para quem chegou da Lua ontem, o rock progressivo (também abreviado por prog rock ou prog) é um gênero que se desenvolveu na Inglaterra e nos EUA em meados da década de 1960, atingindo o pico no início da década de 1970. O estilo foi uma consequência das bandas psicodélicas que abandonaram as tradições padrão em favor de instrumentação e técnicas de composição mais frequentemente associadas ao jazz ou à música clássica. Elementos adicionais contribuíram para o rótulo de “progressivo”: as letras eram mais poéticas, a tecnologia era aproveitada para novos sons, a música se aproximava da condição de “arte” e o estúdio, mais do que o palco, tornou-se o foco da atividade musical, que muitas vezes envolvia criar música para ouvir em vez de dançar.

.: interlúdio :. D’Elboux / Beethoven / Bruckner / Borodin / Bach: Meus Dois Mundos

Parte 1 — Mundo Prog
1. Prelúdio para Sintetizador (D’Elboux) 1:23
2. D’Elboux is on the Table (D’Elboux) 3:17
3. Boto (D’Elboux / Iantorno) 2:21
4. Tempestades Noturnas (D’Elboux / Cesarino) 2:52
5. Reflexões Ectoplasmáticas (D’Elboux) 4:55
6. Prelúdio-Improviso para Piano (D’Elboux) 5:16

Parte 2 — Mundo Clássico
7. Coriolano (Beethoven / arr. D’Elboux) 5:07
8. Prelúdio para Orquestra (D’Elboux) 1:17
9. Romântica (Bruckner / arr. D’Elboux) 5:12
10. Prelúdio para Órgão (D’Elboux) 1:41
11. Épica (Borodin / arr. D’Elboux) 1:58
12. Antares (D’Elboux) 4:49
13. Toccata (Bach / arr. D’Elboux) 3:36

José Eduardo D’Elboux: teclados e programação

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PQP

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824 – 1896): Sinfonia No. 8 em dó menor [Versão 1890 – Edição R. Haas] – Wiener Philharmoniker – Herbert von Karajan ֍

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824 – 1896): Sinfonia No. 8 em dó menor [Versão 1890 – Edição R. Haas] – Wiener Philharmoniker – Herbert von Karajan ֍

BRUCKNER

Sinfonia No. 8

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

 

Os tempos nas partituras originais [Ed. Haas] de Bruckner são bem mais simples do que parecem em algumas edições posteriores [Ed. Nowak]. Bruckner frequentemente quer uma pequena modificação no tempo e escreve ‘lagsamer’ (mais devagar). No entanto, alguns regentes diminuem o tempo por cerca de trinta por cento! Não, é bem mais sutil do que isso – como uma valsa vienense.  Ninguém jamais editou uma valsa vienense (marcar na partitura), todas as inflexões de tempo ficariam horríveis no papel’. HvK

Darth von Vader

Karajan passou para a história como o maior regente que já houve, pelo menos como figura midiática de referência na música clássica, a despeito de nomes como Toscanini e Furtwängler. Certamente o período histórico pelo qual sua figura esteve presente nas diversas mídias contribuíram para formar essa imagem. Um misto de herói e vilão, que em geral polariza as pessoas – os que o adoram e os que o detestam – um tipo Darth Vader da batuta.

Eu tenho pouco interesse pelas inúmeras gravações que ele fez, especialmente na última década à frente da igualmente mítica Berliner Philharmoniker, de repertório tão amplo quanto o espectro dos antibióticos de última geração. No entanto, sua habilidade para lidar com o tempo, sua capacidade de concentração, o tornavam ótimo intérprete de um repertório que incluía obras de Bruckner, Sibelius e Richard Strauss, para citar alguns. Sem contar a admiração que tinha por algumas dessas obras, como a Sétima e a Oitava Sinfonias de Bruckner. A Sinfonia No. 8 teve papel fundamental em sua carreira.

Em 1944, quando ainda era chamado de Heribert, ele convenceu a direção da Rádio Alemã a fazer uma gravação de estúdio da Oitava de Bruckner, o que ocorreu entre junho e setembro de 1944. Apesar do primeiro movimento ter se perdido, essa gravação sobrevive, incluindo a gravação em estéreo experimental do último movimento.

Com a morte de Furtwängler em 1954, Karajan foi eleito regente da Berliner Philharmoniker, que ainda estava sendo reconstruída. As gravações com a orquestra recomeçaram em 1957 e, após vários concertos, eles finalmente gravaram a sinfonia em maio de 1957, com a produção de Walter Legge. Essa gravação foi lançada na versão mono, uma das teimosias de Walter Legge, e só alguns anos depois a versão estéreo foi disponibilizada, sob demanda. [Aguarde postagem em futuro próximo.]

HvK e a Wiener Philharmoniker

Mas, como tudo, até contrato vitalício chega ao fim, tem que acabar, e a relação entre o Herr Direktor e a orquestra se deteriorou ao ponto de rompimento. E como o monge perde a túnica, mas não o hábito, Herbert seguiu regendo as Sinfonias de Bruckner, agora com a Wiener Philharmoniker. Essa gravação ocorreu em 1988, pouco tempo antes da morte do maestro. Eu gosto dessa gravação pois acho que nesse momento de despedida dessa obra que lhe era tão cara nos legou um registro de altíssimo nível, marcando o fim de uma era. A melhor orquestra austríaca regida por um de seus mais notórios maestros com a música que ele adorava. Vale a pena conferir…

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 8 em dó menor

[Versão 1890 – Edição: Robert Haas]

  1. Allegro moderato
  2. Scherzo: Allegro moderato
  3. Adagio: Feierlich langsam; doch nicht schleppend
  4. Finale: Feierlich, nicht schnell

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

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Gravado em: 14 – 11 – 1988

Local da gravação: Grosser Saal, Musikverein, Wien

Penguin Guide: Rosette

Recorded the year before he died, this might stand as a spiritual testament to Karajan’s relationship with this work. — James Jolly, Gramophone Magazine

 Gramophone Magazine: 100 Greatest Recordings

Aproveite!

René Denon

Heribert Karajan

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824 – 1896): Sinfonia No. 7 em mi maior – Wiener Philharmoniker & Herbert von Karajan ֎

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824 – 1896): Sinfonia No. 7 em mi maior – Wiener Philharmoniker & Herbert von Karajan ֎

BRUCKNER

Sinfonia No. 7

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

 

Qual é a melhor gravação da Sétima de Bruckner?

Esse tipo de pergunta costumava levar o grupo de habitués da loja de discos a acirradas e calorosas discussões. Estamos falando dos fins da década de 80, início de 90 do século passado, período que viu surgimento dos CDs e uma tsunami de lançamentos e relançamentos inundava as caçambas das lojas, para grande desespero de nossas magras economias. Temas como gravações ao vivo ou feitas em estúdio, com tecnologia digital ou analógica eram enfileirados ao lado das opiniões sobre os estilos dos regentes e suas orquestras. Havia radicalismo, mas também opiniões bastante aproveitáveis. Os nomes mais citados eram Giulini, Bohm, Jochum, Klemperer, Walter, Celi (os íntimos o tratavam assim) e aquele menino, o Haitink. O nome que eu não coloquei na lista é aquele que mais radicalizava entre lovers and haters. Estamos falando do fim da década de 80 do século passado e assistíamos ao crepúsculo de um deus. O maestro que havia abocanhado a tríplice coroa e que havia exercido maior poder no mundo da música estava no fim de sua longa carreira. Herbert von Karajan dividia opiniões e certamente dava motivos tanto para seus fãs como para os que detestavam seu estilo, incluindo aqueles que ficava em cima do muro.

HvK teve oportunidade de gravar com as melhores orquestras um repertório enorme durante um longo período, passou pelos grandes avanços tecnológicos, que ele sempre usou como trampolim para mergulhar em uma nova onda de gravações. Deixou pelo menos três ciclos completos das Sinfonias de Beethoven: com a Philharmonia Orchestra para a EMI (Walter Legge) no início dos anos 50, o mais interessante deles no início da década de 60, já com a Berliner Philharmoniker, para a DG, e depois mais um, glossy, na era digital.

Mas nossa conversa é sobre Bruckner, cuja música sempre despertou o melhor das habilidades de Herbert. Ele certamente se interessava mais pelas sinfonias famosas, especialmente pelas três últimas, mas chegou a gravar um ciclo ‘completo’, para a DG.

A gravação desta postagem desafia algumas armadilhas comuns a essas situações. Karajan detinha o controle absoluto sobre a Berliner Philharmoniker num contrato fechado para toda a sua vida, mas nos fins dos anos 80 a vida havia sido longa e os ressentimentos se amontoavam de tal forma que o rompimento foi inevitável. Em abril de 1989 ele abriu mão desse poder. Neste mesmo mês ele deu um concerto e gravou essa sinfonia com sua ‘outra’ orquestra, a Wiener Philharmoniker, com a música que ele definitivamente amava. Seria um gesto para despertar ciúmes na outra orquestra, seria mesmo um consciente adeus à música ou simplesmente uma ocasião onde a mágica voltou a funcionar? De qualquer forma, esse registro merece seu lugar em qualquer séria discussão sobre a obra de Bruckner, inclusive nessa comemoração pelos duzentos anos do nascimento do Anton.

Seja você partidário, detrator ou simples figurante no que tange às interpretações musicais de Karajan, caso você se interesse pela obra de Bruckner, você precisa ouvir esse disco. Depois me diga se essa gravação pode ser pelo menos uma boa candidata à resposta da pergunta que abriu o texto.

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 7 em mi maior (Ed. Robert Haas)

  1. Allegro moderato
  2. Sehr feierlich und sehr langsam
  3. Sehr schnell
  4. Bewegt, doch nicht schnell

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

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“The Vienna Philharmonic also feature on what was Karajan’s last recording, an equally idiomatic account of the Seventh Symphony, lighter and more classical in feel than either of Karajan’s two Berlin recordings yet loftier, too. When Abbado’s in many ways very fine Vienna Philharmonic recording was released a couple of years ago (DG, 5/94), I noted, “With Karajan we appear to have clambered to a higher track where the footing is as firm, yet where the views are even more breathtakingly complete”.  [Gramophone, na ocasião do relançamento da gravação, na série Karajan Gold]

Anton Bruckner (1824 – 1896)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 5 (Gergiev / Münchner)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 5 (Gergiev / Münchner)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Provavelmente, a Filarmônica de Munique deu mais apresentações da música de Anton Bruckner do que qualquer outra orquestra. Há um grande número de gravações de Bruckner conduzidas pelos maestros lendários que trabalharam na Filarmônica de Munique, incluindo Celibidache, Thielemann, Kempe e Wand. Tendo começado em setembro de 2017, no Mosteiro de St. Florian — um cenário com significado histórico único neste contexto –, a Filarmônica de Munique e Valery Gergiev apresentaram um ciclo espetacular das sinfonias de Anton Bruckner. A extraordinária e belíssima Quinta Sinfonia de Bruckner tem muitas gravações impressionantes. Penso em particular na gravação de Eugen Jochum, que regeu uma performance fantástica (1964) na Abadia de Ottobeuren. E depois um concerto de Chailly em 1991. E, mais recentemente, o último concerto que Nikolaus Harnoncourt deu com a Concertgebouw Orchestra em 2013. Harnoncourt e Bruckner simplesmente “se entenderam” fantasticamente. Mas certamente há apresentações ainda melhores, basta pensar em Celibidache, Karajan e Wand. Aqui, Gergiev nos dá de 80 minutos de pura emoção, sem nenhum tédio. Que profundidade, que brilho, que riqueza de detalhes, sem nenhuma superficialidade! Ele é intenso e envolvente a cada segundo. Este é realmente um acréscimo à discografia de Bruckner e merece um lugar junto aos maiores campeões citados. E, céus, que música!

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 5 (Gergiev / Münchner)

ANTON BRUCKNER: Symphony No. 5, WAB 105
1. Introduction: Adagio – Allegro
2. Adagio: Sehr langsam
3. Scherzo: Molto vivace (Schnell) – Trio: Im gleichen Tempo
4. Finale: Adagio – Allegro moderato

RECORDING DATE: 23 / 24 September 2019
LOCATION: Stiftsbasilika St. Florian, Austria

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Ignoro quem é (foi) o autor.

PQP

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Haitink / London Symphony)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Haitink / London Symphony)

O número de vezes que Bernard Haitink gravou a 4ª Sinfonia de Bruckner com diversas orquestras… Garanto que ele gravou em Viena, Londres (esta aqui, ao vivo) e Amsterdam (claro) e que deve ter apresentado a obra pela Europa inteira. Obviamente, era um especialista no compositor e ele novamente não nos decepciona, realizando uma gravação redonda e bela, apesar de mais branda que o habitual. Também, este é um registro quando o grande maestro já tinha 82 anos. O primeiro movimento está sensacional, mas depois parece que a coisa cai um pouco. Contribui para isso o fato de que achei o som meio ruim. O som está seco e os instrumentos (particularmente as madeiras, percussão e cordas graves) soam abafados. O resultado está longe do “som sensacional” que o LSO Live costuma apresentar. Um dos prazeres da música de Bruckner é o grandioso e visceral som orquestral que sua música atinge. Esta versão soa estranha. Mas é Haitink, né?

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Haitink / London Symphony)

Symphony No. 4 In E Flat Major, “Romantic” (1874-80)
1 Bewegt, Nicht Zu Schnell 20:33
2 Andante Quasi Allegretto 15:07
3 Scherzo, Bewegt – Trio: Nicht Zu Schnell, Keinesfalls Schleppend 11:11
4 Finale: Bewegt, Doch Nicht Zu Schnell 22:17

Composed By – Anton Bruckner
Directed By – Bernard Haitink
Orchestra – The London Symphony Orchestra
Score Editor – Leopold Nowak

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Grande Haitinkão da Massa!

PQP

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 9 (Wand / Berliner)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 9 (Wand / Berliner)

Günter Wand (1912-2002) foi, junto com Jochum e Celibidache, um dos maiores especialistas em Bruckner. Gravou toda a obra. Já bem velhinho, regravou tudo e nada de morrer. Ao contrário, parecia cada vez mais vivo, ativo e competente. Gostava de andamentos rápidos — um anti-Celibidache — e acelerava Bruckner, para desespero de alguns. Posso dizer que adoro o jeitinho dele (Wand). Ao final de sua produtiva existência, era um velhinho curvado que demonstrava uma energia de Madonna quando ouvia os primeiros acordes de uma orquestra. Suas integrais de Schubert e Brahms também são referência. Há em DVD e você deveria ver tudo isso.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 9 (Wand / Berliner)

Symphony No. 9 em Ré Menor de Anton Bruckner (Ed. Nowak)
1. Symphonie Nr. 9 d-moll: 1. Feuerlich, misterioso
2. Symphonie Nr. 9 d-moll: 2. Scherzo. Bewegr, lebhaft – Trio, Schnell
3. Symphonie Nr. 9 d-moll: 3. Adagio. Langsam, feierlich

Günter Wand
Berlin Philharmonic Orchestra

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Wand larga aquele Olhar 43 para o povo pequepiano.

PQP

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Dausgaard)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Dausgaard)

Há muito a ser dito sobre a abordagem de Thomas Dausgaard para a Quarta Sinfonia de Bruckner. Ao adotar um tempo relativamente rápido para o primeiro movimento e, particularmente, para o Finale, ele nos deixa uma sensação de continuidade e coesão que a maioria das outras interpretações não têm. Além disso, a execução da Filarmônica de Bergen, capturada aqui em um som incrivelmente vívido, é absolutamente excelente. Do lado do débito, há algumas passagens que soam um pouco mal caracterizadas. Por exemplo, o maravilhoso coral de metais que aparece no meio do primeiro movimento poderia irradiar mais majestade. Da mesma forma, a abertura do Finale está um tanto carente de mistério, e o crescendo cataclísmico que o segue não abre os céus. Por outro lado, os dois movimentos centrais são excelentes. O andamento de Dausgaard para o Andante quasi allegretto parece ideal por soar nem muito apressado nem muito prolongado. Nele, pulsam a saudade e a melancolia desejadas por Bruckner. Lindo, lindo! E o Scherzo nos chega com grande força e emoção, com Dausgaard trazendo um sedutor ritmo vienense para a suave seção do Trio.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Dausgaard)

Symphony No. 4 In E-Flat Major, WAB (Second Version, 1878-80, Ed. Nowak)
1 I. Bewegt, Nicht Zu Schnell 16:54
2 II. Andante Quasi Allegretto 14:41
3 III. Scherzo 9:58
4 IV. Finale 19:37

Bergen Philharmonic Orchestra
Thomas Dausgaard

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Dausgaard fazendo como um velho marinheiro que, durante o nevoeiro, leva o barco devagar.

PQP

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 9 – Berliner Philharmoniker & Herbert von Karajan [Gravação de 1966] ֎

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 9 – Berliner Philharmoniker & Herbert von Karajan [Gravação de 1966] ֎

Anton Bruckner

Sinfonia No. 9 em ré menor

Berliner Philharmoniker

Herbert von Karajan

 

Dia desses foi ao ar uma postagem do chefe com as Sinfonias Nos. 8 e 9 de Schubert interpretadas por Karajan, regendo a Filarmônica de Berlim. É claro do texto que nosso editor chefe não possui registro no Fã Clube do HvK: Comentários irônicos diziam que possivelmente o maestro tinha algum compromisso inadiável no dia da gravação da Sinfonia Nº 9, por isso acelerou o tempo dos movimentos, para acabar o quanto antes e não se atrasar. Ou talvez ele quisesse deixar a Grande menor do que ele, quem sabe.

A anedota é conhecida em diferentes variantes e aplicada a outras obras e regentes. Eu ouvi uma na qual um famoso expert da obra de Wagner teria sido escalado para reger uma importante orquestra alemã em um programa com uma de suas óperas. O tal regente teria dito aos músicos envolvidos: ‘Eu conheço essa música, vocês também conhecem a música, então vamos logo com isso’. Aparentemente todos iram jantar em um ótimo restaurante bem próximo da casa de espetáculos. Você conhece anedota semelhante? Sabe os nomes dos personagens envolvidos nessa variante?

Veja que a gravação postada era dos anos sessenta, antes que a onda dos instrumentos de época e interpretações historicamente informadas varresse o mundo da música. O famoso ciclo gravado pela DG para o bicentenário de nascimento do Ludovico, em 1970, também foi gravado nessa época e também tem algumas sinfonias (ou pelo menos alguns movimentos dessas sinfonias) nos quais o Herbert acelerou a batuta. Mesmo assim, esse ciclo continua bastante reverenciado, até hoje.

HvK

O tempo de gravação de um específico movimento certamente reflete o andamento escolhido pelo maestro, mas há outros fatores que influenciam o resultado, especialmente a observação (ou não observação) de repetições. Isso pode ser particularmente efetivo no caso das sinfonias de Schubert, que adorava as repetições.

Mas, antes que minhas considerações me façam voltar alguns andares abaixo, para mais perto das fornalhas aqui do PQP Bach main building, vamos a postagem de hoje.

Esta é a primeira de duas gravações comerciais que Karajan fez da Nona Sinfonia de Bruckner e, na minha opinião e na opinião de muita gente boa, é a melhor, mas apenas por um fio de cabelo.

Neste exato momento meu Yamaha enche a sala do PQP Bach MB com os maravilhosos primeiros acordes do magnífico adagio, movimento final dessa incompleta (?) sinfonia.

O austríaco Karajan, amado e vilipendiado por tantos, era um ótimo intérprete das obras de Bruckner. A segunda gravação da Nona, feita alguns anos depois, também para a DG, com a mesma orquestra, em 1976, faz parte do ciclo completo, que ele gravou entre 1976 e 1982. As primeiras sinfonias foram gravadas por último, provavelmente apenas para completar o ciclo, mas são bastante decentes. Ele era bom mesmo nas famosas, Quarta (a gravação para a EMI é mais interessante), a Sétima e a Oitava, ambas gravadas em diferentes momentos, para a EMI e para a DG (com a Filarmônica de Viena, a Sétima sendo sua última gravação).

Veja o que o Penguin Guide diz sobre essa gravação da Nona, feita em 1966, editada na coleção Galleria da DG: A reedição da DG Galleria oferece uma performance gloriosa da última e incompleta sinfonia de Bruckner, moldada de forma característica por Karajan e exibindo uma nobreza simples e direta que às vezes falta nesta obra. Mesmo em um campo competitivo, este disco de 1966 se destaca a um preço acessível, ao lado da nobre versão de Bruno Walter em 1959.

Mais um trechinho, traduzido de outra fonte, com a ajuda de nosso Chat PQP: A Nona Sinfonia nos confronta com Bruckner em seu momento mais introspectivo. Você sente que, ao mesmo tempo, ele está buscando novas perspectivas nesta obra, mas relutante em segui-las, possivelmente percebendo que a antiga ordem, na música e em muitas outras coisas, estava se esvaindo. Talvez isso explique a linguagem musical parcimoniosa e frequentemente sombria, como observa Richard Osborne, bem como a falta de um final. Nesta obra, Osborne opina que temos “Bruckner em sua bravura e desespero mais profundos”. Não vou me repetir. Karajan e a Filarmônica de Berlim trazem a esta obra todas as finas qualidades de interpretação e execução que foram tão evidentes nas sinfonias anteriores, especialmente na Sétima e Oitava, e entregam uma magnífica e majestosa performance. No final do Adagio, tem-se uma sensação de fim.

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 9 em ré menor

  1. Feierlich, misterioso                    [24’54]
  2. Bewegt, lebhaft                             [10’37]
  3. Langsam, feierlich                        [25’51]

Berliner Philharmoniker

Herbert von Karajan

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MP3 | 320 KBPS | 402 MB

Speed K

Aproveite!

René Denon

Selo Denon de Jurassiquidade…

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): As Três Missas (Jochum)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): As Três Missas (Jochum)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

As três Missas estão entre as maiores composições de Bruckner e merecem o mesmo respeito de suas sinfonias. Na minha opinião, são as mais belas obras sacras do século XIX. Os textos da liturgia católica estão em latim e as contribuições corais e dos solistas desta gravação são impecáveis ​​no fraseado e beleza de tom. Jochum foi um monstro! Sobre Bruckner, o famoso e já citado Manual do Blefador nos ensina:

É costume dizer que Bruckner foi um homem muito simples — praticamente um menino natural, falam alguns. Se, depois de ouvir uma de suas sinfonias, você ainda achar que ele era simples, então você não é o tipo de pessoa que deveria estar lendo este livro. De fato, Bruckner era profundo como o oceano. Era também organista e organistas estão longe de ser homens simples. Outro erro comum a seu respeito é equipará-lo a Mahler. A única coisa que tinham em comum era o gosto pelas sinfonias longas. Enquanto Mahler queria realmente que as pessoas gostassem e desfrutassem de suas sinfonias, Bruckner não poderia ter se importado menos com isso. Em meio a toda a grana que rolava em Viena no meio musical em fins do século XIX, Bruckner silenciosamente gostava de escrever sinfonias e missas imensas e difíceis, e não poupava esforços para não parecer artista — usava cabelo curto e bigodinho. Só Elgar conseguia parecer menos músico.

(E segue, terminando assim…)

Desista, Bruckner simplesmente não compôs pequenas peças recomendáveis.

Anton Bruckner (1824-1896): As Três Missas (Jochum)

Mass No.1 in D minor for soloists, chorus and orchestra
1. Kyrie
2. Gloria
3. Credo
4. Sanctus
5. Benedictus
6. Agnus Dei

Mass No.2 in E minor
7. Kyrie
8. Gloria
9. Credo

CD2
Mass No.2 in E minor
1. Sanctus
2. Benedictus
3. Agnus Dei

Mass No.3 in F minor (Original version)
4. Kyrie
5. Gloria
6. Credo
7. Credo (cont.)
8. Sanctus
9. Benedictus
10. Agnus Dei

Edith Mathis
Marga Schiml
Wieslaw Ochman
Elmar Schloter
Karl Ridderbusch
Maria Stader
Claudia Hellmann
Ernst Haefliger
Kim Borg
Anton Nowakowski

Symphonieorchester und Chor des Bayerischen Rundfunks
Eugen Jochum

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Bruckner e sua cara de eletricista incompetente aposentado: vai nessa
Bruckner e sua cara de eletricista incompetente aposentado. Vai nessa…

PQP