C.P.E. Bach (1714-1788): Concertos Duplos — Coleção Collegium Aureum Vol. 1 de 10

C.P.E. Bach (1714-1788): Concertos Duplos — Coleção Collegium Aureum Vol. 1 de 10

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um resumo bastante incompleto do que foi a carreira do extraordinário Collegium Aureum, grupo que teve sua origem na Harmonia Mundi e que foi um dos principais pioneiros das interpretações historicamente informadas. 

O CD que abre a coleção é esplêndido, verdadeiramente notável. São concertos duplos para dois cravos ou para cravo e pianoforte. CPE foi o mais talentoso filho de Bach, secundado por Wilhelm Friedemann. Vejam a lista de executantes. É a nata dos anos 60 e 70.

Segundo filho de Johann Sebastian Bach e Maria Barbara Bach, o talento de CPE se manifestou já na infância, recebendo completa e esmerada educação musical de seu pai, mas inicialmente tencionava dedicar-se profissionalmente ao Direito, estudando na Universidade de Leipzig e na Universidade de Frankfurt. Ao terminar o curso em 1738 foi empregado pelo rei Frederico II da Prússia como cravista, para quem trabalharia pelos trinta anos seguintes. Em 1768 sucedeu seu padrinho, Georg Philipp Telemann, na posição de kantor do Johanneum de Hamburgo, uma escola latina, bem como tornou-se diretor de música municipal, responsável pela música das cinco principais igrejas da cidade e pela ornamentação de cerimônias cívicas, onde permaneceria ativo até sua morte em 1788. Foi um grande dinamizador do ambiente musical de Hamburgo, além de ligar-se a importantes figuras da literatura e da filosofia, participando de clubes e sociedades de debates.

Deixou obra volumosa, com mais de 750 composições entre peças para teclado solo, concertos, sinfonias, música sacra, música de câmara e lieder. Cravista virtuoso, cerca de metade de sua produção é para o teclado, além de ter deixado um importante tratado técnico que exerceu grande impacto. Sua música é louvada pela sua originalidade, inventividade, vigor, elegância e incomum expressividade, caracterizando o chamado Estilo Galante ou Rococó. Introduziu importantes inovações em termos de forma, estilo, estrutura e harmonia, contribuiu significativamente para o desenvolvimento da sonata clássica, e é considerado um dos precursores da formação do idioma e das formas musicais típicos do Classicismo. Ao mesmo tempo, a intensidade da expressão emocional, a imprevisibilidade e os fortes contrastes de sua música o qualificam também como um dos primeiros românticos.

Seu prestígio foi muito grande enquanto viveu, tido como um dos maiores virtuosos, compositores e professores de sua época, mas na primeira metade do século XIX declinou radicalmente e sua produção foi largamente esquecida. Sua obra começou a ser resgatada na década de 1860, mas embora voltasse a ser mais apreciado, ainda era tido como uma figura menor, de talento limitado, notável mais por ter sido um agente destacado na consolidação da linguagem clássica do que pelos méritos intrínsecos de suas composições. Esta visão só começou a ser revertida na segunda metade do século XX, quando os estudos a seu respeito iniciaram uma fase de acelerada multiplicação e aprofundamento, mas permaneceu influente até a década de 1990. Desde então sua reputação vem sendo rapidamente recuperada, já sendo considerado em ampla escala como um dos mais importantes, originais e influentes compositores do século XVIII.

C.P.E. Bach (1714-1788): Coleção Collegium Aureum Vol. 1 de 10

CD01: C.P.E. Bach – Doppelkonzerte, Wq.46 & 47; Sonatine, Wq.109 (57:58)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788)
Doppelkonzert für Cembalo, Fortepiano und Orchester, Es-dur, Wq.47
01. I. Allegro di molto
02. II. Larghetto
03. III. Presto

Sonatine für 2 Cembali und Orchester, D-dur, Wq.109
04. Presto – Tempo di Minuetto

Doppelkonzert für 2 Cembali, Fortepiano und Orchester, F-dur, Wq.46
05. I. Allegro
06. II. Largo
07. III. Largo

Eric Lynn Kelley, harpsichord (Wq.47 & Wq.109)
Jos van Immerseel, fortepiano (Wq.47), harpsichord (Wq.109)
Alan Curtis, harpsichord (Wq.46)
Gustav Leonhardt, harpsichord (Wq.46)
Collegium Aureum

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PQP

C. P. E. Bach / J. C. Bach / J. C. F. Bach / W. F. Bach: Bachiana – Double Concertos (Goebel / MAK)

C. P. E. Bach / J. C. Bach / J. C. F. Bach / W. F. Bach: Bachiana – Double Concertos (Goebel / MAK)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este outro Bachiana de Goebel e grupo é uma excelente coleção de concertos dos filhos de Bach, meus irmãos. O trabalho mais substancial, neste disco bem preenchido de música, é o Concerto de C.P.E. Bach para Cravo e Pianoforte de 1788, ano de sua morte. Os dois instrumentos são tratados como iguais, e a orquestra também desempenha um papel significativo. O primeiro movimento oferece uma combinação única de drama — especialmente nas violentas interjeições da orquestra — e de inteligência picante, características marcantes e que se mostram novamente no presto. Esses movimentos cercam um larghetto grave, de beleza austera. É um trabalho profundamente pessoal. Mas o Concerto para Viola e Pianoforte de Johann Christoph Friedrich Bach não fica atrás. As outras duas peças também têm bastante apelo. OK, A Sinfonia Concertante de J.C. Bach é fraquinha, mas o Concerto para Flauta de Wilhelm Friedemann Bach é ótimo. Ele abre com um primeiro movimento de texturas complexas e passa para um largo gentil e depois para um delicioso final vivace.

Sinfonia Concertante For Violin, Violoncello, 2 Oboes, Strings And Basso Continuo In A Major WC 34 (T284/4)
Cadenza – Stephan Schardt
Composed By – Johann Christian Bach
Violin – Stephan Schardt
Violoncello – Joachim Fiedler
(13:10)
1 1. Andante di molto 8:00
2 2. Rondeau: Allegro assai 5:10

Concerto For Flute, Strings And Basso Continuo In D Major BR WFB C 15
Composed By – Wilhelm Friedemann Bach
Flute – Verena Fischer
(20:36)
3 1. Un poco Allegro 6:59
4 2. Largo 8:52
5 3. Vivace 4:45

Concerto For Fortepiano And Viola, 2 Horns, 2 Oboes, Strings And Basso Continuo In E Flat Major BR JCFB C 44
Composed By – Johann Christoph Friedrich Bach
Fortepiano – Robert Hill (9)
Viola – Reinhard Goebel
(25:50)
6 1. Allegro con brio 12:39
7 2. Larghetto cantabile 5:24
8 3. Allegretto 7:47

Concerto For Harpsichord And Fortepiano, 2 Flutes, 2 Horns, Strings And Basso Continuo In E Flat Major H 479 (Wq. 47 )
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
Fortepiano – Robert Hill (9)
Harpsichord – Léon Berben
(17:24)
9 1. Allegro molto 6:43
10 2. Larghetto 6:28
11 3. Presto 4:09

Musica Antiqua Köln
Reinhard Goebel, conductor, viola
Stephan Schardt, violin
Joachim Fiedler, violoncello
Verena Fischer, transverse flute
Robert Hill, fortepiano
Léon Berben, harpsichord

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O MAK em seus últimos anos.

PQP

C.P.E. Bach / J.C.F. Bach / W.F. Bach / J.S. Bach: Cantatas of the Bach Family (Goebel / Berliner Barock Solisten)

C.P.E. Bach / J.C.F. Bach / W.F. Bach / J.S. Bach: Cantatas of the Bach Family (Goebel / Berliner Barock Solisten)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Reinhard Goebel é o máximo. Ex-aluno de Franzjosef Maier, foi o fundador — em 1973 — e principal violinista do esplêndido Musica Antiqua Köln, conjunto de música barroca historicamente informada que foi dissolvido pelo próprio fundador em 2007. Ele é outro adicto em Bach. Seu eu sou obcecado por Johann Sebastian e seus filhos Wilhelm Friedemann e Carl Philipp Emanuel Bach, ele é por toda a família. E não para de gravar discos dedicados à obra de todos os Bach. Este aqui é o quarto CD capitaneado por Goebel que conheço e que tem esta ideia. Fica claro que nenhum familiar chega próximo das alturas de J. S., que W.F. e C.P.E, foram geniais, mas não eram Deus como o pai e que o resto da família nem seria conhecida se não fosse Johann Sebastian. Mas Goebel ama todo mundo e não para. Ainda bem. Goebel, por favor, não pare de tentar nos convencer do contrário, OK?

C.P.E. Bach / J.C.F. Bach / W.F. Bach / J.S. Bach: Cantatas of the Bach Family (Goebel / Berliner Barock Solisten)

Carl Philipp Emanuel Bach
01. – Ich bin vergnügt mit meinem Stande, Wq. deest: No. 1, Ich bin vergnügt mit meinem Stande
02. – Ich bin vergnügt mit meinem Stande, Wq. deest: No. 2, Im Schweiße meines Angesichts
03. – Ich bin vergnügt mit meinem Stande, Wq. deest: No. 3, Lieber Gott, es ist das Deine

Carl Philipp Emanuel Bach
04. – Symphony in F Major, Wq. deest: I. Allegro
05. – Symphony in F Major, Wq. deest: II. Adagio
06. – Symphony in F Major, Wq. deest: III. Allegro assai

Johann Christoph Friedrich Bach
07. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 1, Abgöttin meiner Seele!
08. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 2, Ihr Götter welche Phantaseyn!
09. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 3, Nicht taub, nicht fühllos, nein
10. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 4, Ach, dass mein irdisch Ohr nicht fähig ist
11. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 5, Ach, es muss ein Teil der Gottheit
12. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 6, O Venus! Saturnia! Bracht ich nur dir
13. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 7, O Himmel! Der Boden wankt
14. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 8, Nun senkt sie Haupt und Hand herab
15. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 9, Bald sollen diese Lippen mich
16. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 10, Ja, diese leichte Mühe, dies selige Geschäft
17. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 11, Allgütige! Wofern dich hier noch

Wilhelm Friedemann Bach
18. – Symphony in B-Flat Major, F 71: I. Allegro
19. – Symphony in B-Flat Major, F 71: II. Andante
20. – Symphony in B-Flat Major, F 71: III. Presto

Johann Sebastian Bach
21. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 1, Ich habe genug
22. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 2, Ich habe genug
23. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 3, Schlummert ein, ihr matten Augen
24. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 4, Mein Gott! Wann kömmt das schöne
25. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 5, Ich freue mich auf meinen Tod

Benjamin Appl – Baritone
Berliner Barock Solisten
Reinhard Goebel – Conductor

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O tempo passa pra todo mundo, né, seu Goebel?

PQP

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sanguineus and Melancholicus Sonatas (+Telemann, Vivaldi, Boismortier e J.B. Bach)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sanguineus and Melancholicus Sonatas (+Telemann, Vivaldi, Boismortier e J.B. Bach)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um baita CD deste originalíssimo compositor irmão de PQP Bach por parte de pai. Ouçam as faixas 5 e 6 me digam se aquilo não é um passo para o futuro. E, curiosidade, ainda temos aqui uma jovem Rachel Podger. Com apenas 19 anos, ela fazia parte deste excelente grupo chamado Florilegium como uma de suas fundadoras.

O que me fascina na ainda bastante misteriosa música de câmara de CPE Bach é sua maneira única de combinar uma marca muito digna de seriedade e uma concentração e originalidade muitas vezes perturbadora pelas surpresas nos momentos dramáticos, tudo isso sem perder o foco na simetria e na organização formal. Ele foi um mestre na arte das modulações estranhas. As tonalidades se modificam de uma forma realmente diferente do habitual. E eu adoro isso!

Carl Philipp Emanuel Bach foi o segundo filho de Johann Sebastian Bach e Maria Barbara Bach. Seu talento se manifestou já na infância, recebendo completa e esmerada educação musical de seu pai, mas inicialmente tencionava dedicar-se profissionalmente ao Direito, estudando na Universidade de Leipzig e na Universidade de Frankfurt. Para nossa sorte, seus planos deram errado. Ao terminar o curso em 1738 foi empregado pelo rei Frederico II da Prússia como cravista, para quem trabalharia pelos trinta anos seguintes… Em 1768 sucedeu seu padrinho, Georg Philipp Telemann, na posição de kantor do Johanneum de Hamburgo, uma escola latina, bem como tornou-se diretor de música municipal, responsável pela música das cinco principais igrejas da cidade e pela ornamentação de cerimônias cívicas, onde permaneceria ativo até sua morte em 1788. Foi um grande dinamizador do ambiente musical de Hamburgo, além de ligar-se a importantes figuras da literatura e da filosofia, participando de clubes e sociedades de debates. Deixou obra volumosa, com mais de 750 composições entre peças para teclado solo, concertos, sinfonias, música sacra, música de câmara e lieder.

Obs.: há um problema na faixa 14 (Telemann), mas não tenho como corrigir. Se alguém puder mandar uma versão com o CD completo em mp3 de 320, por favor.

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sanguineus and Melancholicus Sonatas (+Telemann, Vivaldi, Boismortier e J.B. Bach)

Quartet In D Major Wq 94 (1788)
Composed By – C.P.E. Bach*
1 Allegretto 5:19
2 Sehr Langsam Und Ausgehalten 4:33
3 Allegro Di Molto 4:48

4 Larghetto From Sonata In G Minor Wq 88 (1759)
Composed By – C.P.E. Bach*
6:10

Sonata In C Minor ‘Sanguineus And Melancholicus’ Wq 161 Nr.4 (1749)
Composed By – C.P.E. Bach*
5 Allegretto-Presto 5:02
6 Adagio 4:00
7 Allegro 6:22

Sonata In A Minor Wq 132 (1747)
Composed By – C.P.E. Bach*
8 Poco Adagio 4:09
9 Allegro 3:16
10 Allegro 2:52

Trio Sonata In C Major Wq 147 (1731)
Composed By – C.P.E. Bach*
11 Allegro 3:53
12 Adagio 5:04
13 Allegro 3:00

14 Allegro
Composed By – Telemann*

15 Allegro From Sonata In G Minor Opus 34
Composed By – Boismortier*

16 Allegro From Concerto In G Minor RV 107
Composed By – Vivaldi*

17 La Joye From Ouverture In D Major
Composed By – J.B Bach*

Florilegium:
Cello – Daniel Yeadon
Flute – Ashley Solomon
Harpsichord – Neal Peres Da Costa
Violin – Lucy Russell, Rachel Podger

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Pieter de Jode (1570-1634), depois de Maerten de Vos: Os Quatro Temperamentos (1590-1632)

PQP

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para piano e orquestra em Ré maior, Op. 61a – Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) – Concerto para piano e orquestra em Dó menor, Wq. 43/4 – Bashkirov

Por mais que o amemos hoje, o concerto para violino de Ludwig foi recebido com frieza e logo esquecido. O fracasso da estreia, pelo que se conta, deveu-se a ensaios insuficientes por atrasos na cópia das partes da orquestra – entregues, para variar, na penúltima hora pelo compositor – e pela necessidade do primeiro solista, Franz Clement, de tocar quase todo o solo à primeira vista.

Apesar do desinteresse pela obra, que só teria sua grandeza reconhecida pelo empenho de Mendelssohn e Joseph Joachim, quarenta anos depois, esse estranho arranjo para piano que ouvirão a seguir foi publicado, alguns anos após o original, pela firma de Muzio Clementi em Londres. Clementi, que teve que visitar Viena várias vezes antes de enfim encontrar Beethoven, comprou do compositor os direitos da publicação inglesa de seus Opp. 58-62, e incluiu no pacote um arranjo do concerto para violino, com o pedido expresso de “algumas notas adicionais”, talvez porque achasse o original insosso por ter tão poucas.

Um tal arranjo, que não seria estranho a Johann Sebastian Bach, acostumado a verter para o teclado seus concertos para cordas solo, também não espantaria os contemporâneos de Ludwig, que viram concertos para violino de Viotti e Spohr transcritos para o piano por virtuoses como Dussek e Steibelt – este, famoso por perder um duelo de improvisação que, como veremos mais adiante nesta série, insensatamente aceitou fazer com Beethoven. Embora a edição inglesa indique que o arranjo foi feito pelo próprio compositor, há vigorosos indícios de que ele o delegou a terceiros, talvez a um aluno como Czerny ou Ries, limitando-se a revisá-lo e aprová-lo. Não tinha o menor interesse tanto pela obra quanto pela encomenda de Clementi, e também estava, para variar, atrasado na importante encomenda do príncipe Nikolaus Esterházy, que seria a Missa em Dó maior. No próprio manuscrito autógrafo do concerto para violino há anotações para partes da mão esquerda do solo, que talvez tenham servido como orientações do compositor para o arranjador.

Qualquer que seja a verdade acerca do autor, é certo que o arranjo foi feito com bastante pressa e algum desleixo: as partes da orquestra são idênticas ao original, a mão direita toca quase que exatamente a parte do violino solista, sem qualquer acorde, e não há qualquer solução minimamente satisfatória para emular as longas e sustentadas notas tão essenciais ao solo do original. O resultado é duma qualidade que achamos difícil até de mencionar na mesma frase que o sublime original, e que contrasta grosseiramente com as quatro cadenze que Beethoven – que não nos legou uma cadenza sequer para o violino – resolveu lhe escrever. Vigorosas, criativas e muito idiomáticas ao piano, elas são talvez o melhor motivo para escutarmos esse arranjo, particularmente aquela para piano e tímpanos, tão instigante que violinistas como Schneiderhan, Kremer e Kopatchinskaja a roubaram do piano e a transcreveram para seu instrumento.

Para apresentar-lhes o arranjo, que é ainda hoje negligenciado por público e intérpretes, pensei primeiramente em trazer uma de suas poucas gravações feitas por um pianista de primeira linha, aquela com Daniel Barenboim tocando e regendo a English Chamber Orchestra. Como ela já tinha sido aqui divulgada, encontrei uma alternativa que, coincidentemente, traz o sogro de Barenboim, o pianista russo Dmitri Bashkirov. Nascido na Geórgia, construiu uma considerável discografia na União Soviética, mas é hoje mais lembrado pelo trabalho como pedagogo em Moscou e Madrid. Sua gravação completa-se com um concerto de C. P. E. Bach – um mestre grandemente admirado por Beethoven, que certamente estudou seu clássico tratado Versuch über die wahre Art das Clavier zu spielen (“Ensaio sobre a verdadeira arte de tocar o teclado”) – que parece curiosamente próximo, apesar das décadas que os apartam, do bizarro híbrido que é o Op. 61a.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Concerto em Ré maior para piano e orquestra, Op. 61a
Arranjo do próprio compositor de seu concerto para violino, Op. 61
Original composto em 1806 e p
ublicado em 1808
Arranjo publicado em 1810

1 – Allegro ma non troppo
2 – Larghett0
3 – Rondo: Allegro

Carl Philipp Emanuel BACH (1714-1788)

Concerto em Dó menor, Wq. 43, no. 4

4 – Allegro assai
5 – Poco adagio
6 – Tempo di minuetto
7 – Allegro assai

Dmitri Bashkirov, piano
Orchestre de Chambre de Lausanne
Péter Csaba, regência

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Um belo homem, esse CPE
#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Corelli / Marais / Scarlatti / Vivaldi / CPE Bach / Geminiani: Variações sobre La Folia

Corelli / Marais / Scarlatti / Vivaldi / CPE Bach / Geminiani: Variações sobre La Folia

IM-PER-DÍ-VEL !!!

E aqui termina esta coleção de Hyperion, gravada pelo Purcell Quartet e Purcell Band, dedicada aos trabalhos de diversos compositores que escreveram variações sobre o famoso tema português. Postamos os seis CDs nos últimos seis dias. No disco deste post estão as seis Folias e apenas elas. Uma joia! Na verdade, mas de 150 compositores fizeram variações sobre este tema e aqui estão somente alguns dos principais. Acho que as melhores variações são as de Marais, Scarlatti e CPE Bach, mas todo mundo pode discordar.

O tema conhecida como ‘La Folia’ fascinou muitos compositores desde o século XVII. De origem portuguesa, a palavra significa ‘louco’ ou ‘cabeça vazia’ e até a década de 1670 indicava uma dança rápida e barulhenta, na qual os participantes pareciam estar ‘fora de si’. No final do século, uma forma nova, mais lenta, se desenvolveu. Também foi ajustada a estrutura harmônica para formar a simetria perfeita que inspirou Corelli a usá-la na 12ª de suas Sonatas para Violino, Op 5.  Aquela famosa obra inspirou Vivaldi, CPE Bach, Alessandro Scarlatti e outros compositores a escreverem variações sobre ‘La Folia’ — incluindo até Rachmaninov, embora o título ‘Variações sobre um tema de Corelli’ pareça indicar que ele pensasse que a música era do compositor. Bem, o que esperar de Rachmaninov, né?

Este CD reúne obras inspiradas em ‘La Folia’ de seis compositores, começando com a Sonata original de Corelli e finalizando com o arranjo orquestral de Geminiani. As obras de CPE Bach e Scarlatti são para teclado solo. As seis peças foram retiradas da série de CDs da Hyperion que postei nos seis dias anteriores. É só conferir.

Corelli / Marais / Scarlatti / Vivaldi / CPE Bach / Geminiani: Variações sobre La Folia

1 Violin Sonata in D minor ‘La Folia’ Op 5 No 12 [9’58] Arcangelo Corelli (1653-1713)
Elizabeth Wallfisch (violin), Richard Boothby (cello), Robert Woolley (harpsichord)

2 Les Folies d’Espagne [16’23] Marin Marais (1656-1728)
The Purcell Quartet, William Hunt (viola da gamba)

3 Primo e Secondo Libro di Toccate Alessandro Scarlatti (1660-1725)
Toccata No 7: La Folia [13’08]
Robert Woolley (harpsichord)

4 Trio Sonata in D minor ‘Variations on La Folia’ RV63 [9’29] Antonio Vivaldi (1678-1741)
The Purcell Quartet

5 12 Variationen über die Folie d’Espagne H263 Wq118/9 [7’58] Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788)
Robert Woolley (harpsichord)

6 Concerto grosso ‘La Folia’ [10’53] Francesco Geminiani (1687-1762)
The Purcell Quartet, The Purcell Band

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PQP

C. P. E. Bach (1714-1788): La Folia e Outras Peças

C. P. E. Bach (1714-1788): La Folia e Outras Peças

Este é um excelente disco. Não somente a faixa 4, 12 Variationen über die Folie d’Espagne, é muito boa, como as duas últimas sonatas, Wq 137 e 158, são obras-primas.

.oOo.

O texto abaixo foi copiado do blog Tendências do Imaginário, mais exatamente daqui:

Hoje, vou falar da folia, um produto criativo de sucesso, mas pouco conhecido, de origem nacional.

“A história da folia reparte-se por dois períodos. A primeira folia, de origem portuguesa, caracterizada por Salinas em 1577, adquire popularidade em Espanha, e é exportada para Itália por volta de 1600” (Hudson, Richard, The Folia Melodies, Acta Musicologica, Vol. 45, Fasc. 1 (Jan. – Jun., 1973), pp. 98-119, p. 98).

A folia, “um dos fenómenos mais notáveis da história da música” (La Folia- A Musical Cathedral: http://www.folias.nl/html1.html), remonta a finais do século XV. Com raízes campestres ligadas a rituais de fertilidade, a folia, música e dança, estende-se a outros públicos: tanto ocorre nos ajuntamentos populares como nas festas da corte. Garcia de Resende, na Crónica do Rei D. João II, de 1545, refere várias vezes a folia:

“E toda a gente da cidade foi posta com muita brevidade em danças e folias, com infindas tochas na praça e no Terreiro dos Paços, e por todas as ruas principaes, e tanta gente honrada e nobre, e assi a do povo, que não cabia, nem se viu nunca tanto alvoroço e alegria, e muitos velhos e velhas honradas com sobejo prazer foram juntos cantar e bailar diante de El-Rei e a Rainha, cousa de que suas edades os bem escusavam” (Chronica de ‘L Rei D. João II, Bibliotheca de Classicos Portuguezes, Lisboa, 1902, p. 64).

Gil Vicente foi o primeiro escritor a mencionar a folia. O Auto da Sibila Cassandra, de 1511, inclui a letra de uma folia cantada por quatro figuras bíblicas:

“Traz Salomão Esaias e Moyses e Abrahão , cantando todos quatro de folia a cantiga seguinte:

Que sañosa está la niña!
Ay Dios, quien le hablaria!
En la sierra anda la niña
Su ganado á repastar;
Hermosa como las flores,
Sañosa como la mar.
Sañosa como la mar
Está la niña;
Ay Dios, quien le hablaria!”

(Gil Vicente, Auto de Sibila Cassandra, Obras de Gil Vicente, Tomo I, Officina Typográphica de Langhoff, Hamburgo, 1834, p. 46).

Em pleno reinado dos Filipes, Sebastián de Covarrubias define, no Tesoro de la lengua castellana (Madrid, 1611), a folia nos seguintes termos:

“é uma certa dança portuguesa, muito barulhenta; porque comporta muitas figuras a pé com chocalhos e outros instrumentos, homens mascarados carregam aos ombros rapazes vestidos de mulher, que com as manlgas de ponta se contorcem e, às vezes, dançam. E também tocam pandeiros: e é tão grande o ruído e o som tão apressado, que parecem estar uns e outros sem juízo. E assim deram à dança o nome de folia, da palavra toscana ‘folle’, que significa oco, louco, insano, aquele que tem a cabeça vazia”.

No livro De Musica libri septem (Salamanca, 1577), Francisco de Salinas, cego desde os dez anos, organista e catedrático da Universidade de Salamanca, caracteriza a composição das “canções populares que os portugueses chamam Folias”. Apesar do amplo reconhecimento da origem portuguesa das folias, em vários países, são conhecidas por folias de Espanha. Por exemplo, em França e, pelos vistos, no Brasil. Uma tese de doutoramento em música, defendida por Flávio Apro, em 2009, na Universidade de São Paulo, tem o seguinte título: Folias de Espanha: O Eterno Retorno. Para esta deslocação da “patente” contribuiu, porventura, a contingência de a expansão das folias na Europa ter coincidido com o eclipse da nossa independência nacional entre 1580 e 1640.

“O padrão musical da Folia ibérica consistia numa linha de baixo ostinato (ou ground)sobre a qual se escreviam discantus e improvisavam-se variações, chamadas na época de diminuições (…) A moldura harmónica (…) costuma ser apresentada no tom de Ré menor.

“A melodia fácil e as possibilidades que oferecia à improvisação foram qualidades que não passaram desapercebidas entre os músicos instrumentistas do barroco” (Juan Luis de la Montaña Conchina, Apuntes sobre “las folias de España”: http://filomusica.com/filo7/cdm.html). A folia distingue-se como uma composição que, embora de raiz popular, conseguiu conquistar a corte. Estes dois traços, a adopção pela corte e a abertura ao improviso e a variações, concorreram tanto para o seu sucesso como para a sua longevidade.

A folia não se resume à música e à dança, comporta texto e animação. Estes quatro  elementos dotam a folia de uma carga envolvente vertiginosa que raia a loucura. É uma prática típica do grotesco carnavalesco de raiz medieval (Mikhail Bakhtin, A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais, São Paulo/Brasília, Hucitec/Editora Universidade de Brasília, 2008).

A popularidade da folia era tal o que próprio Dom Quixote bailou esta dança em Barcelona, em casa de D. António Moreno (Miguel Guerol Galvadá, La música en la obra de Cervantes, Madrid, Ediciones del Centro de Estudios Cervantinos, Madrid, 2005, p. 140). Em Portugal, a folia mantém-se, séculos a fio, como uma das principais atracções da procissão do Corpo de Deus. Não é raro uma procissão incorporar várias folias (Francisco Marques de Sousa Viterbo, Artes e Artistas em Portugal, Lisboa, Livraria Ferin, 2ª  ed., 1920).

A partir do séc. XVI, muitos músicos compuseram folias, ou as inseriram nas suas obras: Arcangelo Corelli (vídeo 2), Jean Baptiste Lully, Marin Marais, Antonio Vivaldi, Domenico Scarlatti, Antonio Salieri, Niccolò Paganini, Hector Berlioz, Franz Liszt, Sergei Rachmaninov… Trata-se apenas de uma pequena amostra. A página La Folia – A Musical Cathedral (http://www.folia.tk/), que procede a um inventário de folias, estima que “mais de 150 compositores em mais de 330 anos conceberam inúmeras variações brilhantes”.

Nas sociedades ditas pós-modernas ou líquidas, ainda há lugar para a folia? “No presente, as Folias continuam a assombrar o nosso imaginário musical” (Lutin d’Ecouves: http://fr.wikipedia.org/wiki/Discussion:Folia). O cruzamento de géneros tem sido uma propensão das últimas décadas. E a folia alinha. No cinema, consta da banda sonora de filmes tais como Barry Lyndon (1975), de Stanley Kubrick, ou 1492 A Conquista do Paraíso (1992), de Ridley Scott. Karl Jenkins (Adiemus) compôs uma La Folia (http://www.youtube.com/watch?v=UIHHT0NXdsw). O jazz, a seu jeito, também se deixou tentar. Vários grupos e artistas tocam folias. Permito-me relevar Jan Johansson, pianista expoente do jazz sueco, falecido em 1968 (ver vídeo 3; Sinclairvisan – La Folia). Inesperada é porventura a presença da foliano mundo dos videojogos. Final Fantasy, distinta referência no género, inclui, na banda sonora do Final Fantasy IX, uma folia, composta por Nobuo Uematsu (Vamo’ Alla Flamenco, vídeo 4).

Os espanhóis prestam atenção e dão valor à folia. O mundo, também. E nós, os portugueses seus criadores? Deparei-me com uma obra notável: um cd intitulado O Lusitano – Portuguese Vilancetes, Cantigas e Romances, pelo ensemble Circa 1500 e Gérard Lesne, com direção de Nancy Hadden, impresso na Alemanha pela Virgin Classics,em 1992. Tudo nomes aparentemente estrangeiros… Tropecei com o seguinte comentário sobre este cd no blogue Assédio: “Se nós não investimos e não investigamos a nossa música, há quem o faça e lhe dê o real valor que tem, e que é muito! Aqui está a prova: a nossa música do século XVI” (http://assedio.blogspot.pt/2006/04/portugal-circa-1500.html). Foi, contudo, neste cd, O Lusitano, que ouvi pela primeira vez a folia de minha eleição: La Folia Dos Estrellas le Siguen, do português Manuel Machado (c. 1590-1646), compositor que se formou em Lisboa, mas que migrou, como muitos conterrâneos, em 1610, para Madrid, onde foi músico, primeiro, da Capela Real e, em seguida, no palácio de Filipe IV de Espanha. Quase  todas as partituras que compôs foram destruídas pelo terramoto de 1755.

Nós, portugueses, sabemos o que valemos?

C. P. E. Bach (1714-1788): La Folia e Outras Peças

Sinfonia a tre voci in D major H585 [9’32]
1 Allegro moderato [5’04]
2 Andantino [2’20]
3 Tempo di minuetto[ 2’08]

4 12 Variationen über die Folie d’Espagne H263 Wq118/9 [7’58]
Robert Woolley (harpsichord)

Trio Sonata in C minor ‘Sanguineus and Melancholicus’ H579 Wq161/1[14’10]
5 Allegretto – Presto [4’50]
6 Adagio [4’21]
7 Allegro [4’59]

Viola da gamba Sonata in D major H559 Wq137 [11’48]
Richard Boothby (viola da gamba), Robert Woolley (harpsichord)
8 Adagio ma non tanto [3’14]
9 Allegro di molto [5’03]
10 Arioso [3’31]

Trio Sonata in B flat major H584 Wq158 [13’10]
11 Allegretto [4’28]
12 Largo con sordini [4’03]
13 Allegro [4’39]

The Purcell Quartet

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PQP

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) – Sonatas for Violin and fortepiano – Amandine Beyer, Edna Stern

Mais um grande CD do selo Alpha, e mais uma performance de gala de Amandine Beyer, uma das maiores violinistas da atualidade e, ao lado de Rachel Podger, com certeza ela é uma das maiores especialistas em violino barroco da atualidade.

“As sonatas para teclado e violino de Carl Philipp Emanuel Bach são impressionantes por sua originalidade e delicadeza. Embora menos conhecidas do que as sonatas para teclado ou fantasias para cravo, elas oferecem o mesmo sabor pungente que tornou o estilo inimitável na emblemática  sensibilidade pré-romântica alemã. Pois é verdade que esses trabalhos imprevisíveis e extravagantes são permeados por extrema sensibilidade. Mas nisso a arte da surpresa não fica sozinha: o outro lado dessas obras-primas discretas deve muito ao racionalismo e à ciência composicional já cultivada pelo pai de Emanuel, Johann Sebastian, que escreveu sonatas nas quais contava o contraponto, a proporção e a harmonia para fornecer uma arquitetura sólida e qualificada. portanto C. P. E. Bach se esforça, com modéstia e paixão, em conciliar liberdade estilística e rigor composicional.”

Amandine Beyer e Edna Stern dão um show de competência e virtuosismo, o que não é nenhuma novidade em se tratando de intérpretes deste nível. Só lamento ter conhecido tão tarde estas obras.

SONATA IN B FLAT MAJOR H513 WQ 77
1 ALLEGRO DI MOLTO 6’42
2 LARGO 4’47
3 PRESTO 4’17

SONATA IN C MINOR H514 WQ 78
4 ALLEGRO MODERATO 7’19
5 ADAGIO MA NON TROPPO 7’25
6 PRESTO 4’43

SONATA IN G MINOR H545
7 ALLEGRO 3’15
8 ADAGIO 3’10
9 ALLEGRO 3’15

SONATA IN B MINOR H512 WQ 76
10 ALLEGRO MODERATO 7’23
11 POCO ANDANTE 5’45
12 ALLEGRETTO SICILIANO

Amandine Beyer – Baroque Violin
Edna Stern – Pianoforte

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Edna Stern – Dando detalhes sobre a parceria com Amandine Beyer na visita à sede do PQPBach

Carl Phillip Emanuel Bach (1714-1788) – CPE Bach Project 2 – Ophélie Gaillard – Pulcinella Orchestra

Por muitos anos, os filhos compositores de Johann Sebastian Bach eram vistos apenas como epígonos pálidos e distantes de suas pai, sem genialidade — uma visão sem sentido que pode somente ser explicado pelo conhecimento inadequado de suas obras.

Hoje, com melhor acesso às suas composições, podemos ter um melhor entendimento de seu verdadeiro valor, principalmente de seus dois filhos mais velhos, Wilhelm Friedemann e Carl Philipp Emanuel. É claro que a única opção deles era escapar da sombra gigantesca lançada sobre eles devido a grandeza de seu pai. Johann Nikolaus Forkel, o primeiro biógrafo de Johann Sebastian, que os conhecia pessoalmente, escreveu em 1802:

‘Tanto ele [C. P. E. Bach] e seu irmão mais velho admitiram que eles foram levados a adotar um estilo próprio pois desejam evitar a comparação com o pai incomparável”. Carl Philipp Emanuel Bach, que era um admirador forte da genialidade de seu pai e um ardente propagandista de sua obras, abriu um novo caminho para si mesmo nessa nova era de sensibilidade vibrante. Altamente admirado em seu próprio século por Haydn, Gluck e Mozart, ele se destaca hoje como um brilhante e compositor altamente original.”

O texto acima foi livremente traduzido por mim, com ajuda do Google Translator, porém é bem maior. Pode ser lido em sua íntegra no booklet que segue em anexo.

Sinfonia No. 3 in C major, Wq. 182/3 (H. 659)
1. Allegro assai
2. Adagio
3. Allegretto

Cello Concerto No. 2 in B-flat major, Wq. 171 (H. 436)
4. Allegro
5. Adagio
6. Allegro assai

Sinfonia in E minor, Wq. 178 (H. 653)
7. Allegro assai
8. Andante moderato
9. Allegro

Piccolo Cello Sonata in D major, Wq. 137 (H. 559)
10. Adagio, ma non tanto
11. Allegro di molto
12. Arioso

Harpsichord Concerto in D minor, Wq. 17 (H. 420)
13. Allegro
14. Un poco adagio
15. Allegro

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FDP

Carl Phillip Emanuel Bach (1714-1788) – CPE Bach Project 1 – Ophélie Gaillard – Pulcinella Orchestra

AP080 - sleeve

Quando fiz a postagem deste primeiro CD ainda não conhecia muito bem esta excepcional instrumentista, arranjadora, violoncelista, musicóloga, e sei lá quantos mais adjetivos poderia acrescentar. Recentemente Gaillard concluiu o que intitulou de CPE Bach Project, lançando o segundo CD. Mas antes de apresentá-lo, precisamos atualizar esta postagem, trazendo novo link e maiores informações sobre o projeto. E é a própria Ophelie Gaillard quem se encarrega disso:

“Depois de dedicar um primeiro álbum às sonatas para violoncelo de Antonio Vivaldi, em 2005, em seguida homenageando em 2009 ao mais brilhante dos violoncelistas, Luigi Boccherini, cruzamos, com meus cúmplices do conjunto Pulcinella, o universo das cantatas de Johann Sebastian Bach via violoncelo piccolo. Além de sua sexta suíte, o Kantor confiou nada menos que nove árias a esse instrumento ao longo de seus diferentes períodos criativos. E foi dentro deste curso de explorar o repertório concertante com violoncelo na última década, um compositor conseguiu nossa atenção e continuamente voltava sob nossos dedos: Carl Philipp Emanuel Bach.

Longe de ser um epígono pálido de seu pai, a quem ele tanto admirava, sendo um de seus defensores mais ardentes e também muito longe da estética galante de sua Berlim do seu colega flautista Quantz, realizada a esse respeito por Frederico II da Prússia, Carl Philipp Emanuel de fato revelou-se em toda a sua singularidade e literalmente reinventou todos os gêneros que ele tocou. Ele revolucionou o trio sonata tanto quanto o concerto ou sinfonia, derrubou formulários e códigos até modificar a posição do solista em relação à orquestra. Aqui o violoncelo não é mais um baixo contínuo ou mesmo parte do tecido orquestral, mas realmente incorpora a alteridade, posicionando-se radicalmente de frente para a orquestra e criando um diálogo que às vezes é violento, às vezes extremamente sensual. Anuncia assim as horas de glória do violoncelo nos repertórios clássico e romântico, de Haydn a Schumann. Mozart não se enganou quando ele falou sobre C.P.E: ‘é o pai, nós somos seus filhos’. Que reviravolta no destino desse “filho de …”!
Há nove anos, estamos em companhia deste gênio surpreendente. Isso é longo ainda, ao mesmo tempo, não há muito para fazer um balanço dessa revolução. Precisamos de mais tempo para elaborar o tecido orquestral, para trabalhar no arranjo do discurso, para domesticar as eruptivas nuances de sua linguagem muitas vezes desconcertante e sua dramaturgia e lirismo poderosamente eficazes. E tempo também para absorver os conselhos do próprio compositor, que recomenda total emoção e envolvimento sensível por parte do músico, ao contrário de seu amigo Diderot em seu “Paradoxe du comédien”. Assim, ele escreveu: “Você deve primeiro sentir a emoção que você despertará no ouvinte ”
P.S. Livre tradução deste que vos escreve, com uma pequena ajuda do Google Translator.

Mais um belo CD que mostra o talento desta excepcional voloncelista, Ophélie Gaillard. Já postei outros cds com algumas destas obras, com músicos igualmente excepcionais, e lhes garanto que a francesa está no mesmo nível. Oferece uma leitura mais crua, eu diria, e o excelente conjunto Pulcinella é um destaque à parte. Sugiro aos senhores que ouçam esse CD com fones de ouvido, para melhor poder apreciar os timbres dos instrumentos, principalmente do violoncelo solista.

O segundo CD desse projeto já está sendo providenciado.

01 – Concerto pour violoncelle en La Mineur, Wq 170-I. allegro assai
02 – Concerto pour violoncelle en La Mineur, Wq 170-II. andante
03 – Concerto pour violoncelle en La Mineur, Wq 170-III. allegro assai
04 – Sinfonia No. 5 en Si Mineur, Wq 182-I. allegretto
05 – Sinfonia No. 5 en Si Mineur, Wq 182-II. larghetto
06 – Sinfonia No. 5 en Si Mineur, Wq 182-III. presto
07 – Concerto pour violoncelle en La Majeur, Wq 172-I. allegro
08 – Concerto pour violoncelle en La Majeur, Wq 172-II. largo
09 – Concerto pour violoncelle en La Majeur, Wq 172-III. allegro assai

Ophélie Gaillard
Pulcinella Orchestra

10 – Sonate en Ut Mineur pour deux violons et basse ”Sanguineus & Melancholicus”, Wq 161-I. allegretto
11 – Sonate en Ut Mineur pour deux violons et basse ”Sanguineus & Melancholicus”, Wq 161-II. adagio
12 – Sonate en Ut Mineur pour deux violons et basse ”Sanguineus & Melancholicus”, Wq 161-III. allegro

Thibault Noally, violin – violon I
Nicolas Mazzoleni, violin – violon II
Ophélie Gaillard, cello – violoncelle
Francesco Corti, fortepiano – pianoforte

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J. S. Bach (1685-1750) & C.P.E. Bach (1714-1788): Magnificat

J. S. Bach (1685-1750) & C.P.E. Bach (1714-1788): Magnificat

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O repertório deste disco é extraordinário. Johann Sebastian foi um barroco tardio e maior gênio musical de todos os tempos. Já seu filho mais talentoso, Carl Philipp Emanuel, tinha ares muito mais modernos, beethovenianos. Nestas duas obras sacras de primeiríssima linha, isso fica muito claramente demonstrado.

Bem, mudando de assunto — até porque há vasta bibliografia sobre os Magnificats do CD –, se há um grupo há décadas extinto e que ainda amo apaixonadamente, este é o Collegium Aureum de Franzjosef Maier (1925-2014). Eles foram um dos pioneiros da música historicamente informada. Mas recusavam a coisa matemática dos primeiros grupos e faziam REALMENTE MÚSICA num tempo em que o pessoal dos instrumentos originais fazia apenas coisas insossas e prevaleciam verdadeiros monstrengos como Karl Richter e a sua Orquestra Bach de Munique, movida a romantismo e instrumentos modernos. Grande Franzjosef Maier!, cujos discos pela Harmonia Mundo alemã eram caçados — com sucesso — por mim na periférica e provinciana Porto Alegre. Esta gravação, de 1995, já não tem Maier na regência — ele estava se aposentando –, mas ele ainda era diretor do Collegium Aureum. Pouco tempo depois, ainda nos anos 90, o conjunto dissolveu-se. Sabem quem tocou na orquestra? Bob van Asperen, Gustav Leonhardt, Hans-Martin Linde, Barthold Kuijken, Helmut Hucke, Reinhard Goebel…

Franzjosef Maier aprendeu piano, violino e viola em tenra idade. Desde 1938, frequentava o Conservatório de Augsburg, depois a Academia de Munique e, finalmente, de 1940 a 44, frequentou a escola musical de Frankfurt com Wilhelm Isselmann (1902-1987) e Kurt Thomas. Imediatamente após a guerra e a prisão, ele estudou, de 1946 a 1948, na Universidade de Música de Colônia, incluindo composição com Philipp Jarnach. Em 1948, ele co-fundou o Collegium Musicum de Música Antiga da Rádio do Noroeste da Alemanha. Ao mesmo tempo, tocou em vários conjuntos de câmara. Foi 2º violinista do Quarteto Schäffer, com o qual gravou todos os quartetos de Mozart e Beethoven.

De 1949 a 1959, lecionou no Conservatório Robert Schumann, em Düsseldorf. De 1959 a 1992, Maier foi professor de violino na Universidade de Música de Colônia. Em 1964, ele montou um estúdio para música antiga lá, autodidata que era no violino barroco .

Maier desempenhou um papel significativo no desenvolvimento da cena musical de Colônia desde a metade dos anos 50. Seus alunos foram violinistas barrocos conhecidos como Reinhard Goebel (Musica Antiqua Köln), Werner Ehrhardt, (Concerto Köln, L’arte del mondo), Manfredo Kraemer (Le concert des Nations e The Rare Fruits Council), Gustavo Zarba (Orchestra of the Eighteenth Century), etc.

Em 1964, como Konzertmeister, ele assumiu a direção do Collegium Aureum, fundado pela gravadora Deutsche Harmonia Mundi, que fazia gravações inovadoras para a prática histórica da performance na época. Maier optou pelo uso de instrumentos barrocos originais e um estilo de interpretação apropriado à época respectiva.

Franzjosef Maier morreu em 16 de outubro de 2014 em Bergisch Gladbach.

É alguém para não ser esquecido.

J. S. Bach (1685-1750), C.P.E. Bach (1714-1788) : Magnificat

Magnificat In D Major, BWV 243
1 Magnificat Anima Mea 3:14
2 Et Exsultavit Spiritus Meus 2:35
3 Quia Respexit Humilitatem 2:23
4 Omnes Generationes 1:23
5 Quia Fecit Mihi Magna 2:12
6 Et Misericordia 3:58
7 Fecit Potentiam 1:47
8 Deposuit Potentes 2:26
9 Esurientes Implevit Bonis 3:14
10 Suscepit Israel 1:57
11 Sicut Locutus Est 1:31
12 Gloria Patri 1:56

Magnificat Wq. 215
13 Magnificat Anima Mea 3:03
14 Quia Respexit Humilitatem 6:15
15 Quia Fecit Mihi Magna 4:27
16 Et Misericordia 5:24
17 Fecit Potentiam 4:25
18 Deposuit Potentes 6:38
19 Suscepit Israel 4:18
20 Gloria Patri 1:58
21 Sicut Erat 6:17

Alto Vocals – Andreas Stein (2) (tracks: 1 to 12)
Bass Vocals – Roland Hermann (tracks: 13 to 21)
Bass Vocals, Baritone Vocals – Siegmund Nimsgern (tracks: 1 to 12)
Choir – Tölzer Knabenchor
Conductor of the Choir- Gerhard Schmidt-Gaden
Conductor – Kurt Thomas
Contralto Vocals – Maureen Lehane (tracks: 13 to 21)
Director – Franjosef Maier
Ensemble – Collegium Aureum
Soprano Vocals – Elly Ameling (tracks: 13 to 21), Peter Hinterreiter (tracks: 1 to 12), Walter Gampert (tracks: 1 to 12)
Tenor Vocals – Theo Altmeyer

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O grande e genial Franzjosef Maier (1925-2014)

PQP

Carl Phillip Emanuel Bach (1714-1788) – Oboe Concertos – Xenia Löffler, Akademie für Alte Musik Berlin

Assim nos é apresentada Xenia Löffler em seu próprio site:

“As a soloist, chamber musician, and orchestral musician, Xenia Löffler has gained an outstanding reputation as a baroque oboist over the past several years. Working with ensembles such as the Akademie für Alte Musik Berlin, where she has been active as a member and soloist since 2001, she has toured throughout the world and has performed at some of the most important music festivals and concert halls.”

Neste CD recém lançado pelo selo Harmonia Mundi, Xênia se dedicada à obra de Carl Phillip Emanuel Bach, o filho mais talentoso de Johann Sebastian acompanhada pelos seus colegas do excepcional conjunto “Akademie für Alte Musik Berlin” , a solista mostra que sabe muito bem o que está fazendo.

Importante salientar que devemos entender as obras de Carl Phillip dentro de um contexto de transição entre o Barroco e o Clacissismo, e o filho de Johann Sebastian é um dos principais compositores desse período. Ele ajudou a criar uma nova linguagem, uma nova forma de compor. Influenciou Mozart  dentre outros compositores do período.

Espero que apreciem.

01. Oboe Concerto in E-Flat Major, H. 468, Wq. 165 I. Allegro
02. Oboe Concerto in E-Flat Major, H. 468, Wq. 165 II. Adagio ma non troppo
03. Oboe Concerto in E-Flat Major, H. 468, Wq. 165 III. Allegro ma non troppo
04. Sinfonia for winds, strings and basso continuo in F Major, H. 656, Wq. 181 I. Allegro
05. Sinfonia for winds, strings and basso continuo in F Major, H. 656, Wq. 181 II. Andante
06. Sinfonia for winds, strings and basso continuo in F Major, H. 656, Wq. 181 III. Allegro assai
07. Oboe Concerto in B-Flat Major, H. 466, Wq. 164 I. Allegretto
08. Oboe Concerto in B-Flat Major, H. 466, Wq. 164 II. Largo e mesto
09. Oboe Concerto in B-Flat Major, H. 466, Wq. 164 III. Allegro moderato
10. Sinfonia for 2 oboes, 2 horns, strings and basso continuo in G Major, H. 655, Wq. 180 I. Allegro di molto
11. Sinfonia for 2 oboes, 2 horns, strings and basso continuo in G Major, H. 655, Wq. 180 II. Largo
12. Sinfonia for 2 oboes, 2 horns, strings and basso continuo in G Major, H. 655, Wq. 180 III. Allegro assai

Xenia Löffler – Oboe
Akademie für Alte Musik Berlin

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C.P.E. Bach (1714-1788) – Symphonies, Cello Concertos – Leonhardt – Bylsma

coverMais uma vez tenho o maior prazer em repostar este CD duplo, que já me proporcionou momentos muito prazerosos.

Emprestei do blog do aliomodo o seguinte texto, que ele tirou da conceituada revista Gramophone:

Preciso dizer mais alguma coisa? Ah sim, podem apreciar sem moderação.

C.P.E. Bach – Symphonies, Cello Concertos – Leonhardt – Bylsma

CD 1

1. Symphony No. 1 in D Wq 183 (H663): I. Allegro di molto
2. Symphony No. 1 in D Wq 183 (H663): II. Largo
3. Symphony No. 1 in D Wq 183 (H663): III. Presto
4. Symphony No. 2 in E flat Wq183 (H664): I. Allegro di molto
5. Symphony No. 2 in E flat Wq183 (H664): II. Larghetto
6. Symphony No. 2 in E flat Wq183 (H664): III. Allegretto
7. Symphony No. 3 in F Wq183 (H665): I. Allegro di molto
8. Symphony No. 3 in F Wq183 (H665): II. Larghetto
9. Symphony No. 3 in F Wq183 (H665): III. Presto
10. Symphony No. 4 in G Wq183 (H666): I. Allegro assai
11. Symphony No. 4 in G Wq183 (H666): II. Poco andante
12. Symphony No. 4 in G Wq183 (H666): III. Presto
13. Symphony No.5 in B minor Wq182 (H661): Allegretto
14. Symphony No.5 in B minor Wq182 (H661): Larghetto
15. Symphony No.5 in B minor Wq182 (H661): Presto

Cd 2

1. Cello Concerto in A major Wq.172 / H.439 (Cadenzas: Anner Bylsma): I. Allegro
2. Cello Concerto in A major Wq.172 / H.439 (Cadenzas: Anner Bylsma): II. Largo con sordini, mesto
3. Cello Concerto in A major Wq.172 / H.439 (Cadenzas: Anner Bylsma): III. Allegro assai
4. Cello Concerto in A minor, Wq.170 / H.439 (Cadenzas: Anner Bylsma): I. Allegro assai
5. Cello Concerto in A minor, Wq.170 / H.439 (Cadenzas: Anner Bylsma): II. Andante
6. Cello Concerto in A minor, Wq.170 / H.439 (Cadenzas: Anner Bylsma): III. Allegro assai
7. Cello Concerto in B flat major, Wq.171 / H.436 (cadenzas: Anner Bylsma): I. Allegretto
8. Cello Concerto in B flat major, Wq.171 / H.436 (cadenzas: Anner Bylsma): II. Adagio
9. Cello Concerto in B flat major, Wq.171 / H.436 (cadenzas: Anner Bylsma): III. Allegro assai

Anner Bylsma – Cello
Orchestra Of The Age Of Enlightenment
Gustav Leonhardt – Conductor

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): The Symphonies for Strings

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): The Symphonies for Strings

Sem dúvida, Carl Philipp Emanuel foi meu irmão mais talentoso. Era assim: eu, PQP, era o mais bonito e burro — e também tinha um pau maior que os dos outros — ; WF era o predileto; JC era um grande filho da puta e CPE era o que  mais tinha herdado de nosso pai em termos de capacidade musical. Sério, é só consultar por aí. E ele demonstra sua categoria neste sensacional CD com suas sinfonias para cordas.  O Presto da Sinfonia Wq 182 No.5 foi meu toque de celular por anos. É uma bela ideia, viram? Podem adotar, não me importo!

Grande música com Pinnock e o English Concert afiadíssimos!

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): The Symphonies for Strings

1. Sinfonia in G, Wq 182 No.1 – 1. Allegro di molto 3:42
2. Sinfonia in G, Wq 182 No.1 – 2. Poco adagio 4:03
3. Sinfonia in G, Wq 182 No.1 – 3. Presto 3:50

4. Sinfonia in B flat, Wq 182 No.2 – 1. Allegro di molto 3:20
5. Sinfonia in B flat, Wq 182 No.2 – 2. Poco adagio 3:37
6. Sinfonia in B flat, Wq 182 No.2 – 3. Presto 5:05

7. Sinfonia in C, Wq 182 No.3 – 1. Allegro assai 2:43
8. Sinfonia in C, Wq 182 No.3 – 2. Adagio 3:17
9. Sinfonia in C, Wq 182 No.3 – 3. Allegretto 3:36

10. Sinfonia in A, Wq 182 No.4 – 1. Allegro ma non troppo 4:24
11. Sinfonia in A, Wq 182 No.4 – 2. Largo ma inocentemente 3:28
12. Sinfonia in A, Wq 182 No.4 – 3. Allegro assai 4:01

13. Sinfonia in B minor Wq 182 No.5 – 1. Allegretto 4:17
14. Sinfonia in B minor Wq 182 No.5 – 2. Larghetto 2:37
15. Sinfonia in B minor Wq 182 No.5 – 3. Presto 3:49

16. Sinfonia in E major Wq 182 No.6 – 1. Allegro di molto 2:26
17. Sinfonia in E major Wq 182 No.6 – 2. Poco andante 3:08
18. Sinfonia in E major Wq 182 No.6 – 3. Allegro spiritoso 3:12

The English Concert
Trevor Pinnock

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Pinnock e o The English Concert em ação

PQP

Obras de Câmara dos Filhos de Bach

Obras de Câmara dos Filhos de Bach

Bom disco!

Bem, meus caros. Como vocês sabem, sou filho de Bach. Um filho bastardo. O 21º. Infelizmente, minha mãe me criou sozinha, na maior dificuldade. Não tive uma educação musical como meus irmãos tiveram. Mas gosto de música. Muito. Afinal carrego a carga genética de meu pai. Este é um CD com músicas de meus irmãos. Não os odeio. Fazer o quê? E eles, apesar de não serem tão competentes como papai, eram compositores até que bons.

Vejam bem, aos 22 anos de idade, papai casou-se com uma prima, Maria Barbara Bach. Deste casamento, ele teve 7 filhos, dos quais sobreviveram quatro:  Catharina Dorotheia, Johann Gottfried Bernhard e os compositores Wilhelm Friedmann e Carl Philipp Emanuel. Maria Barbara morreu em maio de 1720. Depois ele conheceu a soprano Ana Magdalena Wilcken e casou-se pela segunda vez em 1721. Teve 13 filhos com ela, dos quais 7 faleceram ainda bebês. Sua casa, ainda acrescida de diversos alunos residentes, era lotada. Como ele arranjava tempo para compor e ainda ter casos extra-conjugais como o que teve com minha amada genitora?

Obras de Câmara dos Filhos de Bach

Johann Christoph Friedrich Bach (1732-1795)
Quartett Nr. 3 C-Dur Für Flöte, Violine, Viola & B.c. (c.1768) – Quartet No. 3 in C Major For Flute, Violin, Viola & B.c.
Composed By – Johann Christoph Friedrich Bach
1 Allegretto 5:44
2 Scherzo 3:46

Johann Christian Bach (1735-1782)
Quintett F-Dur Op. 11 Nr. 3 Für Flöte, Oboe, Violine, Viola & B.c. (1774) – Quintet In F Major For Flute, Oboe, Violin, Viola & B.c.
Composed By – Johann Christian Bach
3 Andante 5:25
4 Rondo: Allegretto 3:47

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788)
Sinfonia D-Dur H 585 Für 2 Violinen & B.c. (c.1754) – Sinfonia In D Major For 2 Violins & B.c.
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
5 Allegro 3:59
6 Andantino 3:06
7 Tempo Di Minuetto 2:14

Carl Philipp Emanuel Bach
Sonate Für Cembalo Und Violine H-Moll H 512 (1763) – Sonata For Harpsichord And Violin In B Minor
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
8 Allegro Moderato 7:06
9 Poco Andante 5:30
10 Allegretto Siciliano 4:56

Carl Philipp Emanuel Bach
Sonata A-Dur H 570 Für Flöte, Violine & B.c. – Sonata In A Major Fpr Flute, Violin & B.c. (1731 Revidiert / Revised 1747)
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
11 Allegretto 5:55
12 Andante 3:44
13 Vivace 3:08

Johann Christian Bach
Quintett G-Dur Op. 11 Nr. 2 Für Flöte, Oboe, Violine, Viola & B.c. (1774) – Quintet In Gmajor Fpr Flute, Oboe, Violin, Viola & B.c.
Composed By – Johann Christian Bach
14 Allegro 5:30
15 Allegro Assai 2:48

Les Adieux:
Flute [Traversflöte/Transverse Flute] – Wilbert Hazelzet
Fortepiano [Hammerflügel], Harpsichord [Cembalo] – Andreas Staier
Oboe – Hans Peter Westermann*
Violin – Mary Utiger
Violin, Viola – Hajo Bäss*
Violoncello – Christine Kyprianides

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A casa em que J. S. Bach nasceu em Eisenach.

PQP

Mozart (1756-1791) / C.P.E. Bach (1714-1788) / Lebrun (1752-1790): Concertos para Oboé

Mozart (1756-1791) / C.P.E. Bach (1714-1788) / Lebrun (1752-1790): Concertos para Oboé

Um bom disco da época áurea da Archiv. Trevor Pinnock é um gênio da regência clássico-barroca e Paul Goodwin um mestre do oboé. O CD funciona maravilhosamente. Quase todo mundo vai achar o Concerto de Mozart superior aos outros, mas eu sou mano CPE e não abro. E não é por defender a família, é por convicção mesmo: este concerto de CPE é superior a seu análogo mozartiano, só isso. Vários dos concertos para outros instrumentos escritos por CPE são arranjos de outros antes escritos para teclado. Eu acho que já ouvi este concerto tocado por cravo (Hogwood), mas deixo esta pesquisa para os briosos jovens que leem este blog. Boa pesquisa!

Ah, o Lebrun? Meu deus, quem é Lebrun?

Mozart (1756-1791) / C.P.E. Bach (1714-1788) / Lebrun (1752-1790): Concertos para Oboé

Mozart: Concerto For Oboe And Orchestra In C Major, KV 314 (285 d)
1 Allegro Aperto 7:18
2 Adagio Non Troppo 7:16
3 Rondo: Allegretto 5:34

CPE Bach: Concerto Für Oboe And Orchestra In E Flat Major H 468 (Wq. 165)
4 Allegro 7:07
5 Adagio Ma Non Troppo 9:02
6 Allegro Ma Non Troppo 5:50

Lebrun: Concerto No. 1 For Oboe And Orchestra In D Minor
7 Allegro 8:11
8 Grazioso 5:52
9 Allegro 5:26

Bassoon – Alastair Mitchell, Alberto Grazzi
Cello – Helen Verney, Jane Coe, Timothy Kraemer
Directed By – Trevor Pinnock
Double Bass – Amanda McNamara
Flute – Neil McLaren (2), Rachel Brown (2)
Harpsichord – Trevor Pinnock
Horn – Andrew Clark (3), Christian Rutherford, Robert Montgomery (5)
Oboe – Lorraine Wood, Paul Goodwin (Solos), Sophia McKenna
Orchestra – English Concert
Timpani – Robert Howes
Trumpet – David Staff, Michael Harrison (4)
Viola – Rupert Bawden, Susan Bicknell, Trevor Jones (4)
Violin – Alison Cracknell, Diane Moore, Fiona Huggett, Graham Cracknell, James Ellis (3), Julia Bishop, Maurice Whitaker, Micaela Comberti, Miles Golding, Pauline Nobes, Walter Reiter
Violin, Concertmaster – Simon Standage

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Retrato do Mano Quando Velho (tela de Franz Conrad Löhr)

PQP

C.P.E. Bach (1714-1788): Chamber Works (Rachel Podger & Friends)

C.P.E. Bach (1714-1788): Chamber Works (Rachel Podger & Friends)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714 – 1788)

Música de Câmera 

 

Eu adoro lojas de discos usados – sebos! A vida toda frequentei estes lugares um pouco mágicos, um pouco marginais, mas sempre interessantes. E os personagens? Os donos, atendentes, frequentadores… Uma verdadeira galeria de personagens. Seria um perfeito ambiente para um bom filme. Sempre que posso, visito um (dos poucos que restaram) na rua Augusta, em São Paulo, e outro, na rua da Travessa, no centro do Rio.

Agora há o sebo virtual. Vocês sabem, lá na internet. Este dá para visitar sem sair de casa. Não é a mesma coisa. Não tem cheiro (só quando a compra chega), não tem papo agradável com a turma, sobre o que está rolando na novela, qual foi o melhor jogador do clássico, essas coisas que a gente só dá valor quando não as tem. Mas, reserva umas boas surpresas, como este disquinho aqui da postagem. A BBC Music Magazine, muito boa revista sobre música e discos, tem a tradição desde seu lançamento de oferecer de brinde, em cada número, um CD com gravações dos seus arquivos. Este da postagem é um deles.

O disco foi gravado em 28 de julho de 2014, no Cadogan Hall, durante o BBC Proms, na seção de música de câmera. O concerto marcou a data histórica dos 300 anos de nascimento de Carl Philip Emanuel Bach.

A violinista barroca, musa de metade e meia da turma do PQP, Rachel Podger, juntou uma patota e preparou um concerto com quatro obras do CPE, que ilustram a sua produção de música de câmera.

Rachel Podger
Carl Philipp Emanuel Bach

As críticas e resenhas falam de Carl Philipp Emanuel Bach como uma figura de ligação entre a música barroca (especialmente a obra de J.S.Bach) e a música clássica (representada pela obra de Haydn e Mozart). No entanto, não é necessário muita leitura, basta relaxar naquela poltrona na qual você se senta para ouvir os arquivos que baixa daqui, e desfrutar um excelente programa de música.

Veja, um disco deste tipo é um retrato de um momento, de um concerto ao vivo, onde imperfeições são parte do pacote, aplausos após cada peça e algum barulho que revela o clima alegre da ocasião.

A seguir, uma livre tradução da resenha que você poderá ler na íntegra aqui.

O programa começa e termina com duas trio sonatas, que ladeiam uma sonata para violino e fortepiano e uma sonata para fortepiano.

A trio sonata para flauta, violino e contínuo, que abre o programa, foi escrita ainda na juventude de CPE, provavelmente sob a supervisão do pai, mas revista posteriormente, em 1747.

A sonata para violino e fortepiano em dó menor, de 1763, é uma peça substancial e mostra o lado mais dramático de CPE. O movimento lento é particularmente sublime e a sonata termina com uma vibrante tarantella.

Na sequência, uma sonata para fortepiano que pertence ao conjunto intitulado für Kenner und Liebhaber (para profissionais e amadores), publicadas em 1785. A sonata tem as típicas características de CPE – grandes contrastes, vôos de fantasia, excentricidade e vivacidade.

A segunda das duas trio sonatas, em dó menor, Sanguineus and Melancholicus, de 1749, é uma obra altamente individual – um animado diálogo entre dois violinos, um alegre e otimista (Rachel Podger) e o outro profundamente melancólico (Bojan Čičić). Basicamente Sanguineus tenta animar Melancholicus, que permanece inconsolável até o último movimento, quando eles se reunem num animado dueto. A obra realmente sumariza o espírito de CPE Bach.

O time liderado pela Rachel Podger é excelente e conta com maravilhoso suporte do tecladista Kristian Bezuidenhout. Se depender de mim, os senhores ouvirão mais coisas deste ótimo músico.

Kristian Bezuidenhout

Carl Philipp Emanuel Bach (1714 – 1788)

1-3. Trio Sonata para flauta, violino e contínuo, em lá maior, H570, Wq. 146

4-6. Sonata para violino em dó menor, H514, Wq. 78

7-9. Sonata para pianoforte em mi menor, No. 5 da Coleção ‘Kenner und Liebhaber’, H281, Wq. 59/1

10-12. Trio Sonata em dó menor, ‘Sanguineus & Melancholicus’, H579, Wq. 161/1

Rachel Podger, violino

Katy Bircher, flauta

Bojan Čičić, violino

Tomasz Pokrzywiński, violoncelo

Kristian Bezuidenhout, pianoforte

 

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FLAC | 282 MB

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MP3 | 320 KBPS | 127 MB

Emanuel, dando um suporte para sua majestade!

Que este concerto desperte a sua curiosidade para a música do Calos Felipe Emanuel Ribeiro!

René Denon

 

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) / Johann Nikolaus Bach (1669-1753): Magnificat / Missa Brevis

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) / Johann Nikolaus Bach (1669-1753): Magnificat / Missa Brevis

Johann Nikolaus era o filho mais velho de Johann Christoph Bach, primo em segundo grau de Johann Sebastian Bach é tio de sua primeira esposa Maria Barbara Bach.

CPE Bach foi o segundo filho de Bach e teve como padrinho um famoso compositor, Georg Philipp Telemann.

Ou seja, estamos novamente na presença da família Bach. O Magnificat de CPE é ótimo, a Missa Brevis de Nikolaus idem. E Rilling é o de sempre, competentíssimo.

Eu, se fosse você, conferiria o CD que é muito bom.

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) / Johann Nikolaus Bach (1669-1753): Magnificat / Missa Brevis

Carl Philipp Emanuel Bach — Magnificat
1 Chor 3:03
2 Aire (Sopran) 6:20
3 Aire (Tenor) 4:08
4 Chor 3:45
5 Aire (Baß) 4:36
6 Duett (Alt, Tenor) 6:20
7 Arie (Alt) 5:03
8 Chor 1:54
9 Chor 6:10

Johann Nikolaus Bach — Missa Brevis
10 Kyrie 4:27
11 Gloria 13:02

Gachinger Kantorei Stuttgart
Bach-Collegium Stuttgart
dir. Helmut Rilling

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Johann Sebastian Bach em casa com sua família. | Autor: Toby Edward Rosenthal (1848-1917)

PQP

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) / Johann Christian Bach (1735-1782): Magnificat

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) / Johann Christian Bach (1735-1782): Magnificat

Carl Philipp Emanuel parece anunciar  Beethoven, Johann Christian é mais Mozart. Nenhum dos dois era o filho preferido, mas JC — filho mais novo — devia ser insuportável. CPE trabalhou anos com Frederico II, da Prússia. JC viveu um bom tempo na Inglaterra, motivo pelo qual ficou conhecido como “Bach Londrino”. Talvez, para nosso tempo, seja difícil entender o homem que foi Johann Sebastian Bach, o pai deles. Ele nasceu em 21 de março de 1685, no que hoje é a Alemanha, numa família de músicos. Era um tempo em que era comum os filhos adotarem a profissão dos pais. Na região da Saxônia, o nome Bach era de tal forma relacionado à música que alguém com tal sobrenome só poderia ser músico e provavelmente trabalhava em alguma igreja. Seguindo a árvore genealógica da família Bach, dos 33 Bach homens, 27 foram músicos. Só que o talento explodiu espetacularmente em Johann Sebastian. Estes 2 Magnificats são muito diferentes dos de JS, soam muito mais modernos, mas não têm aquela transcendência, né? A abertura do Magnificat de CPE é magnífico.

Carl Phillipp Emanuel Bach (1717-1788): Magnificat
1. Magnificat for 4 voices, chorus, 2 flutes, 2 oboes, 3 trumpets, 2 horns, strings & continuo in D minor, H. 772, Wq. 215,: Magnificat
2. Magnificat for 4 voices, chorus, 2 flutes, 2 oboes, 3 trumpets, 2 horns, strings & continuo in D minor, H. 772, Wq. 215,: Quia respex
3. Magnificat for 4 voices, chorus, 2 flutes, 2 oboes, 3 trumpets, 2 horns, strings & continuo in D minor, H. 772, Wq. 215,: Quia fecit
4. Magnificat for 4 voices, chorus, 2 flutes, 2 oboes, 3 trumpets, 2 horns, strings & continuo in D minor, H. 772, Wq. 215,: Et miserico
5. Magnificat for 4 voices, chorus, 2 flutes, 2 oboes, 3 trumpets, 2 horns, strings & continuo in D minor, H. 772, Wq. 215,: Fecit poten
6. Magnificat for 4 voices, chorus, 2 flutes, 2 oboes, 3 trumpets, 2 horns, strings & continuo in D minor, H. 772, Wq. 215,: Deposuit po
7. Magnificat for 4 voices, chorus, 2 flutes, 2 oboes, 3 trumpets, 2 horns, strings & continuo in D minor, H. 772, Wq. 215,: Suscepit Is
8. Magnificat for 4 voices, chorus, 2 flutes, 2 oboes, 3 trumpets, 2 horns, strings & continuo in D minor, H. 772, Wq. 215,: Gloria
9. Magnificat for 4 voices, chorus, 2 flutes, 2 oboes, 3 trumpets, 2 horns, strings & continuo in D minor, H. 772, Wq. 215,: Sicut erat

Johann Christian Bach (1735-1782): Magnificat
10. Tantum ergo, for 4 solo voices, chorus & orchestra in G major, CW E26 (T. 209/7): Tantum ergo
11. Tantum ergo, for 4 solo voices, chorus & orchestra in G major, CW E26 (T. 209/7): Genitori genitoque
12. Magnificat, for 4 solo voices, chorus & orchestra in C major, CW E22 (T. 207/3): Magnificat
13. Magnificat, for 4 solo voices, chorus & orchestra in C major, CW E22 (T. 207/3): Et misericordia
14. Magnificat, for 4 solo voices, chorus & orchestra in C major, CW E22 (T. 207/3): Fecit potentiam
15. Magnificat, for 4 solo voices, chorus & orchestra in C major, CW E22 (T. 207/3): Gloria patri et filio
16. Magnificat, for 4 solo voices, chorus & orchestra in C major, CW E22 (T. 207/3): Et in saecula saeculorum

Elisabeth Scholl
Ruth Sandhoff
Andreas Karasiak
Gotthold Schwarz
Dresdner Kammerchor
La Stagione
Michael Schneider

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CPE não era o filho preferido, mas era o mais talentoso.

PQP

Carl Phillipp Emanuel Bach – Flute Concertos, Oboe Concertos, etc. – Nicolet, Holliger, Zinman, Leppard, English Chamber Orchestra

51NmF+IErzL._SS500Belo CD duplo este da Philips, que traz os Concertos para Flauta e para Oboé do filho de Johann Sebastian, o Carl Phillip. A interpretação está em ótimas mãos, com Aurèle Nicolet no auge de sua carreira e de seu talento, entre os anos 60 e 70.  A orquestra que o acompanha é a Netherlands Chamber Orchestra, dirigida pelo então jovem David Zinman. O maior dos oboístas, Heinz Holliger, é o responsável pelos concertos para o seu instrumento, também acompanhado pela tradicional English Chamber Orchestra, que aqui é dirigida por Raymond Leppard, um especialista na música do período barroco e clássico.

Espero que apreciem. Eu particularmente não canso de ouvir estas obras.

CD 1

01. Flute Concerto in A minor, Wq 166 1. Allegro assai
02. Flute Concerto in A minor, Wq 166 2. Andante
03. Flute Concerto in A minor, Wq 166 3. Allegro assai
04. Flute Concerto in B flat, Wq 167 1. Allegretto
05. Flute Concerto in B flat, Wq 167 2. Adagio
06. Flute Concerto in B flat, Wq 167 3. Allegro assai

Aurèle Nicolet – Flute
Netherlands Chamber Orchestra
David Zinman – Conductor

07. Oboe Concerto in E flat, Wq 165 1. Allegro
08. Oboe Concerto in E flat, Wq 165 2. Adagio ma non troppo
09. Oboe Concerto in E flat, Wq 165 3. Allegro ma non troppo

Heinz Holliger
English Chamber Orchestra
Raymond Leppard – Conductor

10. Solo in G minor, Wq 135 for oboe and continuo 1. Adagio
11. Solo in G minor, Wq 135 for oboe and continuo 2. Allegro
12. Solo in G minor, Wq 135 for oboe and continuo 3. Vivace

Heinz Holliger
Ursula Holliger – Harp

CD 2

01. Flute Concerto in A, Wq 168 1. Allegro
02. Flute Concerto in A, Wq 168 2. Largo con sordini, mesto
03. Flute Concerto in A, Wq 168 3. Allegro assai
04. Flute Concerto in G, Wq 169 1. Allegro di molto
05. Flute Concerto in G, Wq 169 2. Largo
06. Flute Concerto in G, Wq 169 3. Presto

Aurèle Nicolet – Flute
Netherlands Chamber Orchestra
David Zinman – Conductor

07. Oboe Concerto in B flat, Wq 164 1. Allegretto
08. Oboe Concerto in B flat, Wq 164 2. Largo e mesto
09. Oboe Concerto in B flat, Wq 164 3. Allegro moderato

Heinz Holliger – Oboe
English Chamber Orchestra
Raymond Leppard – Conductor

10. Solo in G, Wq 139 for harp 1. Adagio un poco
11. Solo in G, Wq 139 for harp 2. Allegro
12. Solo in G, Wq 139 for harp 3. Allegro

Ursula Leppard – Harp

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Carl Philipp Emanuel Bach / Johann Christian Bach / Wilhelm Friedemann Bach: Concertos Duplos de filhos de Johann Sebastian Bach

Carl Philipp Emanuel Bach / Johann Christian Bach / Wilhelm Friedemann Bach: Concertos Duplos de filhos de Johann Sebastian Bach

Clipboard01Um bom disco com a música composta por meus irmãos gravada pelo Leonhardt-Consort, isto é, por um dos grupos fundadores em tocar tudo com instrumentos originais, os que são chamamos modernamente de historicamente informados. O CD tem a criatividade e o ímpeto de C.P.E., o convencionalismo chato de J.C. e a estranheza das obras do provavelmente alcoolista W.F. Alguns dizem que W.F. Bach é o único dos filhos de J.S. a escrever trabalhos que se aproximam da densidade estrutural do pai. O que este CD mostra é que todos os três eram fortemente influenciados com o estilo mais simples e posterior do rococó / classicismo e que W.F. só se aproxima da densidade do pai em sonhos. Mas há que considerar que C.P.E. foi um tremendo compositor — incisivo e muito inspirado — e que Beethoven deve alguns centavos a ele.

Carl Philipp Emanuel Bach / Johann Christian Bach / Wilhelm Friedemann Bach: Concertos Duplos de filhos de Johann Sebastian Bach

Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
1 Allegro Di Molto 6:58
2 Larghetto 5:09
3 Presto 4:28

Sinfonia Concertante In F Major, T.VIII/6
Composed By – Johann Christian Bach
4 Allegro Moderato 7:33
5 Tempo Di Minuetto 3:17

Double Concerto In E Flat Major, F46
Composed By – Wilhelm Friedemann Bach
6 Un Poco Allegro 11:20
7 Cantabile 2:54
8 Vivace 7:35

Conductor – Gustav Leonhardt
Ensemble – Concentus Musicus Wien, Leonhardt-Consort
Violoncello – Nikolaus Harnoncourt

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O Leonhardt-Consort sem Gustav Leonhardt: sim, esta gravação é bem mais nova, mas o conjunto já existia em 1959.
O Leonhardt-Consort sem Gustav Leonhardt: sim, esta gravação é bem mais nova, mas o conjunto já existia em 1959.

PQP

Carl Phillip Emanuel Bach (1714-1788): Concerti a flauto transverso obligato – Kossenko – Arte dei Suonatori

Carl Phillip Emanuel Bach (1714-1788): Concerti a flauto transverso obligato – Kossenko – Arte dei Suonatori

frontAs gravações do selo Alpha geralmente são de alto nível, e essa que vos trago não foge à regra.

Estes concertos para Flauta Transversal de CPE Bach são de uma beleza ímpar. Dos inúmeros filhos que o velho Johann teve, o Carl Phillip foi o mais famoso e criativos deles. Sua obra não pode mais ser considerada barroca, mas ainda está naquela fase de transição com o classicismo. Não mais movimentos curtos, mas sim mais longos, para melhor explorar os recursos disponíveis da orquestra e do instrumento solista, aqui no caso, uma Flauta Transversal. Gosto muito também de sua obra para Cravo, que pretendo trazer assim que possível.
front

Não conhecia esse solista, então fui atrás de maiores informações. Nasceu em Nice, França, e com apenas 36 anos de idade, já tem uma carreira consolidada e mais de cinquenta cds gravados. Também é regente e musicólogo. Maiores informações podem ser encontradas em sua página oficial: http://www.alexiskossenko.com .

Um Cd, ou melhor, dois cds belíssimos.

CD 1

01. Concerto G-Dur Wq169 – I.Allegro di molto
02. Concerto G-Dur Wq169 – II.Largo
03. Concerto G-Dur Wq169 – III.Presto
04. Concerto B-Dur Wq167 – I.Allegretto
05. Concerto B-Dur Wq167 – II.Adagio
06. Concerto B-Dur Wq167 – III.Allegro assai
07. Concerto d-moll Wq22 – I.Allegro
08. Concerto d-moll Wq22 – II.Un poco andante
09. Concerto d-moll Wq22 – III.Allegro di molto

CD 2

01. Concerto a-moll Wq166 – I.Allegro assai
02. Concerto a-moll Wq166 – II.Andante
03. Concerto a-moll Wq166 – III.Allegro assai
04. Concerto D-Dur Wq13 – I.Allegro
05. Concerto D-Dur Wq13 – II.Un poco andante e piano
06. Concerto D-Dur Wq13 – III.Allegro assai
07. Concerto A-Dur Wq168 – I.Allegro
08. Concerto A-Dur Wq168 – II.Largo con sordini, mesto
09. Concerto A-Dur Wq168 – III.Allegro assai

El Arte Del Suonatori
Alexis Kossenko – Flaute Transverso & Direction

CD 1 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDP

Alexis Kossenko em ação
Alexis Kossenko em ação

LINK ALTERNATIVO (PQP)

J. S. Bach e C. P. E. Bach: Sonatas para Viola da Gamba transcritas para Violoncelo

J. S. Bach e C. P. E. Bach: Sonatas para Viola da Gamba transcritas para Violoncelo

00181f3dElegância poderia ser o outro nome deste CD. É incrível notar como se adapta a música diversa e variada que J. S. Bach escreveu. Originalmente escritas para a gamba e o cravo, essas composições aparecem muito bem no violoncelo e no piano modernos. Os sons são agradáveis e ensolarados, a música, linda. A última sonata do filho mais musicalmente inovador de Bach, CPE Bach, é um bônus do CD. O tratamento recebido pelo mano CPE é igualmente luxuoso. Bem, tendo gravado todas as principais obras para teclado de Bach, Angela Hewitt agora ataca essas peças com o violoncelista Daniel Muller-Schott. As composições não são necessariamente “virtuosísticas”, mas são as primeiras a dar uma tratamento mais igualitário ao teclado além de ser apenas o continuo. As sonatas transbordam de melodias e os belos desenvolvimentos vêm sem o menor esforço.

J. S. Bach e C. P. E. Bach: Sonatas para Viola da Gamba transcritas para Violoncelo

1. Sonate No.1 G-dur BWV 1027 – I. Adagio (3:55)
2. Sonate No.1 G-dur BWV 1027 – II. Allegro ma non tanto (3:33)
3. Sonate No.1 G-dur BWV 1027 – III. Andante (2:57)
4. Sonate No.1 G-dur BWV 1027 – IV. Allegro moderato (3:11)

5. Sonate No.2 D-dur BWV 1028 – I. Adagio (2:04)
6. Sonate No.2 D-dur BWV 1028 – II. Allegro (3:34)
7. Sonate No.2 D-dur BWV 1028 – III. Andante (4:14)
8. Sonate No.2 D-dur BWV 1028 – IV. Allegro (4:02)

9. Sonate No.3 g-moll BWV 1029 – I. Vivace (5:07)
10. Sonate No.3 g-moll BWV 1029 – II. Adagio (5:43)
11. Sonate No.3 g-moll BWV 1029 – III. Allegro (3:56)

12. Sonate fur Viola da gamba und Basso continuo D-dur H 559 – I. Adagio m… (3:13)
13. Sonate fur Viola da gamba und Basso continuo D-dur H 559 – II. Allegro… (4:20)
14. Sonate fur Viola da gamba und Basso continuo D-dur H 559 – III. Arioso (4:53)

Daniel Muller-Schott, violoncelo
Angela Hewitt, piano

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Daniel Müller-Schott procurando Angela
Daniel Müller-Schott: onde está Angela?

PQP

C.P.E. Bach (1714-1788): 8 Sinfonias e 3 Quartetos (Hogwood)

5115aX79mNL._SY355_Segundo filho de papai e Maria Barbara, Carl é considerado o fundador do estilo clássico na música erudita. É uma baita responsa. Sua música é excelente e tem curiosos episódios onde pode-se ouvir os vagidos de um pequeno Beethoven. Os motivos curtos e afirmativos são os mesmos, mas sem nem sombra da qualidade do mestre de Bonn. Gosto muito deste irmão que foi muitíssimo admirado na segunda metade de do século XVIII e que recebeu grandes elogios de Mozart e Haydn, que levaram seu estilo, digamos, às últimas consequências. Robert Schumann desprezava sua música, mas Brahms, muito menos trouxa, o admirava e costumava tocar suas obras.

Este álbum de Hogwood nos mostra sua Academy no auge e é, talvez, o mais importante registro das sinfonias de CPE, ao lado do realizado pela Orquestra de Freiburg.

Excelente!

Carl Philipp Emanuel Bach – 8 Symphonies, 3 Quartets

01 – Allegro Di Molto – Symphony In G Major Wq 182 No.1
02 – Poco Adagio
03 – Presto

04 – Allegro Di Molto – Symphony In B Flat Major Wq 182 No.2
05 – Poco Adagio
06 – Presto

07 – Allegro Assai – Symphony In C Major Wq 182 No.3
08 – Adagio
09 – Allegretto

10 – Allegro Ma Non Troppo – Symphony In A Major Wq 182 No.4
11 – Largo Ed Innocentemente
12 – Allegro Assai

13 – Allegretto- Symphony In B Minor Wq 182 No.5
14 – Larghetto
15 – Presto

16 – Allegro Di Molto – Symphony In E Major Wq 182 No.6
17 – Poco Andante
18 – Allegro Spiritoso

19 – Symphony in C major Wq 174, H649. Allegro assai
20 – Symphony in C major Wq 174, H649. Andante
21 – Symphony in C major Wq 174, H649. Allegro

22 – Symphony in D major Wq 176, H651. Allegro assai
23 – Symphony in D major Wq 176, H651. Andante
24 – Symphony in D major Wq 176, H651. Presto

25 – Quartet in A minor Wq 93, H537. Andantino
26 – Quartet in A minor Wq 93, H537. Largo e sostenuto
27 – Quartet in A minor Wq 93, H537. Allegro assai

28 – Quartet in D major Wq 94, H538. Allegretto
29 – Quartet in D major Wq 94, H538. Sehr langsam und ausgehalten
30 – Quartet in D major Wq 94, H538. Allegro di molto

31 – Fantasy in C major Wq 59,6, H284

32 – Quartet in G major Wq 95, H539. Allegretto
33 – Quartet in G major Wq 95, H539. Adagio
34 – Quartet in G major Wq 95, H539. Presto

Catherine Mackintosh
Nicholas McGegan
Anthony Pleeth
The Academy of Ancient Music
Christopher Hogwood

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Mano CPE posando para os pequepianos
Mano CPE posando para os pequepianos

PQP

Alessandro Scarlatti / Górecki / C.P.E. Bach / Geminiani / Reich / J.S. Bach: Time Present And Time Past

Alessandro Scarlatti / Górecki / C.P.E. Bach / Geminiani / Reich / J.S. Bach: Time Present And Time Past

IM-PER-DÍ-VEL !!!

CD belíssimo, absolutamente notável e anormal — às vezes parece até uma tese — deste brilhante facefriend que sofre de insônia e que, para relaxar, costuma postar gravações suas feitas a partir de seu iPhone, dando belas explicações sobre cada obra que está estudando… É uma insônia muito produtiva! O multipremiado Mahan Esfahani recebeu todos os prêmios de melhor CD de música barroca de 2014 por suas interpretações das Württemberg Sonatas, de C.P.E. Bach e pelo visto vai de novo com este Time Present and Time Past. Um outro amigo resumiu bem no Facebook o que é este CD:

Muito foda. A seleção do repertório é tão brilhante quanto a interpretação. Fazer-nos escutar o concerto de Bach sobre Vivaldi com uma cadenza de Brahms depois de Reich e Górecki foi um achado. Longa vida ao garoto!!!

Sim, o disco alterna obras barrocas e modernas e… a gente acha natural e que têm tudo a ver. Longa vida a Mahan Esfahani e que possamos ver até onde ele vai chegar. É um cara talentosíssimo, comunicativo e que quebra inteiramente a distância entre si e seu público. Acho que está identificado o Gustav Leonhardt de nosso tempo. Abaixo, ele improvisa com extraordinário talento sobre a Fantasia (sem a fuga) Cromática de Bach.

https://youtu.be/N4Ngo47jy2Y

Alessandro Scarlatti / Górecki / C.P.E. Bach / Geminiani / Reich / J.S. Bach:
Time Present And Time Past

Alessandro Scarlatti
01 06:27 VARIATIONS ON “LA FOLLIA”

Henryk Górecki — HARPSICHORD CONCERTO, OP. 40
02 04:25 1. ALLEGRO MOLTO
03 04:07 2. VIVACE

Carl Philipp Emanuel Bach
04 07:14 12 VARIATIONS ON “LA FOLIA D’ESPAGNE” IN D MINOR, WQ. 118, NO. 9 –

Francesco Geminiani
05 11:45 CONCERTO GROSSO IN D MINOR

Steve Reich
06 16:37 PIANO PHASE FOR TWO PIANOS

Johann Sebastian Bach — HARPSICHORD CONCERTO IN D MINOR, BWV 1052
07 07:49 1. ALLEGRO
08 06:38 2. ADAGIO
09 08:25 3. ALLEGRO (CADENZA: JOHANNES BRAHMS)

G. F. Handel
10. 05:15 Handel Chaconne In G Major For Harpsichord. HWV 435

Mahan Esfahani, cravo

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Mahan Esfahani após dizer que sua 'big mouth' tinha dito bobagens numa entrevista à BBC
Mahan Esfahani após dizer que sua ‘big mouth’ tinha dito bobagens numa entrevista à BBC.

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