.: interlúdio :. Pat Metheny (1954): Orchestrion

.: interlúdio :. Pat Metheny (1954): Orchestrion

Em 2020, Orchestrion poderia se chamar Quarantine por ser um trabalho absolutamente individual de Metheny. Ele tocou todos os instrumentos e o resultado foi bom. O álbum, obviamente de estúdio, foi lançado pela Nonesuch em janeiro de 2010. A orquestra de Metheny foi construída pelo engenheiro Eric Singer e a Liga de Robôs Urbanos Musicais Eletrônicos (LEMUR), Ken Caulkins em Ragtime West, Mark Herbert, Cyril Lance e Peterson Electro-Musical Products . O conjunto inclui pianos, marimba, vibrafone, sinos de orquestra, baixos, GuitarBots, percussão, pratos e tambores, garrafas sopradas e outros instrumentos mecânicos, acústicos e personalizados.

Desde criança, Metheny passava os verões mexendo e alterando coisas no piano de seu avô. Ele sempre foi fascinado pela mecânica de fazer música. Com Orchestrion, ele arrasta sua obsessão infantil para o século XXI. Orchestrions eram mini-orquestras tocadas mecanicamente do século XIX, geralmente construídas em torno do piano, e a capa do álbum ilustra a interpretação moderna de Metheny do orchestrion. Ele fica pequeno ao lado dos imensos racks de mecanismos, instrumentos de percussão personalizados, guitarbots, pianos e garrafas Disklavier, todos controláveis ​​através de seu violão através de solenóides e MIDI. Embora seja tocada por máquinas, essa música soa surpreendentemente humana. Há batimentos cardíacos na percussão, vozes zumbindo nas cordas e músicas sem palavras de garrafas sopradas. A faixa-título é otimista, com um aceno para o povo irlandês e a consonância e dinâmica que você espera da música de Metheny. Há percussão densa em todos as faixas e o álbum inteiro está mergulhado em lirismo, com linhas de guitarra pungentes patinando sobre belas mudanças harmônicas. 

Peças introspectivas como o Entry Point e o Soul Search não funcionam tão bem assim. A falta de um toque humano no piano é perceptível. Ao contrário de Tubular Bells ,de Mike Oldfield, Orchestrion não desfila cada instrumento numa passarela. É o violão ou o piano que lideram em cada faixa, enquanto os outros instrumentos fornecem textura. A dinâmica é impressionante e os instrumentos parecem naturais, mas falta a excitação de um ego humano real disparando sobre outro. Apesar das algumas deficiências, Orchestrion é Pat Metheny. Afinal, ele compôs, tocou e improvisou todos os sons que você ouve. E chegou perto do seu objetivo de tornar este álbum mais do que uma curiosidade, mas o impacto real seria certamente o de ver seu Orchestrion ao vivo.

Parte de geringonça está aqui, ó:

.: interlúdio :. Pat Metheny (1954): Orchestrion

01. Orchestrion 15:52
02. Entry Point 10:28
03. Expansion 8:37
04. Soul Search 9:20
05. Spirit Of The Air 7:45

Pat Metheny – Guitar and Orchestrionics

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Pat Metheny na Sala de Descarte Instrumental da PQP Bach Corp.

PQP

Corelli / Marais / Scarlatti / Vivaldi / CPE Bach / Geminiani: Variações sobre La Folia

Corelli / Marais / Scarlatti / Vivaldi / CPE Bach / Geminiani: Variações sobre La Folia

IM-PER-DÍ-VEL !!!

E aqui termina esta coleção de Hyperion, gravada pelo Purcell Quartet e Purcell Band, dedicada aos trabalhos de diversos compositores que escreveram variações sobre o famoso tema português. Postamos os seis CDs nos últimos seis dias. No disco deste post estão as seis Folias e apenas elas. Uma joia! Na verdade, mas de 150 compositores fizeram variações sobre este tema e aqui estão somente alguns dos principais. Acho que as melhores variações são as de Marais, Scarlatti e CPE Bach, mas todo mundo pode discordar.

O tema conhecida como ‘La Folia’ fascinou muitos compositores desde o século XVII. De origem portuguesa, a palavra significa ‘louco’ ou ‘cabeça vazia’ e até a década de 1670 indicava uma dança rápida e barulhenta, na qual os participantes pareciam estar ‘fora de si’. No final do século, uma forma nova, mais lenta, se desenvolveu. Também foi ajustada a estrutura harmônica para formar a simetria perfeita que inspirou Corelli a usá-la na 12ª de suas Sonatas para Violino, Op 5.  Aquela famosa obra inspirou Vivaldi, CPE Bach, Alessandro Scarlatti e outros compositores a escreverem variações sobre ‘La Folia’ — incluindo até Rachmaninov, embora o título ‘Variações sobre um tema de Corelli’ pareça indicar que ele pensasse que a música era do compositor. Bem, o que esperar de Rachmaninov, né?

Este CD reúne obras inspiradas em ‘La Folia’ de seis compositores, começando com a Sonata original de Corelli e finalizando com o arranjo orquestral de Geminiani. As obras de CPE Bach e Scarlatti são para teclado solo. As seis peças foram retiradas da série de CDs da Hyperion que postei nos seis dias anteriores. É só conferir.

Corelli / Marais / Scarlatti / Vivaldi / CPE Bach / Geminiani: Variações sobre La Folia

1 Violin Sonata in D minor ‘La Folia’ Op 5 No 12 [9’58] Arcangelo Corelli (1653-1713)
Elizabeth Wallfisch (violin), Richard Boothby (cello), Robert Woolley (harpsichord)

2 Les Folies d’Espagne [16’23] Marin Marais (1656-1728)
The Purcell Quartet, William Hunt (viola da gamba)

3 Primo e Secondo Libro di Toccate Alessandro Scarlatti (1660-1725)
Toccata No 7: La Folia [13’08]
Robert Woolley (harpsichord)

4 Trio Sonata in D minor ‘Variations on La Folia’ RV63 [9’29] Antonio Vivaldi (1678-1741)
The Purcell Quartet

5 12 Variationen über die Folie d’Espagne H263 Wq118/9 [7’58] Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788)
Robert Woolley (harpsichord)

6 Concerto grosso ‘La Folia’ [10’53] Francesco Geminiani (1687-1762)
The Purcell Quartet, The Purcell Band

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741): Variações sobre La Folia e Outras Sonatas

Antonio Vivaldi (1678-1741): Variações sobre La Folia e Outras Sonatas

Curioso, este é um disco diferente de Vivaldi, totalmente fora do habitual. Em vez do compositor solar e expansivo, temos um Vivaldi mais concentrado e íntimo. Mas bom, muito bom. As Trio Sonatas (Op. 1) de Antonio Vivaldi são suas obras iniciais, o deslumbrante cartão de visitas do padre vermelho. Por outro lado, são uma homenagem à tradição, em particularmente ao pai de todos: Arcangelo Corelli. Mas existe um porém: Vivaldi faz de fato uma homenagem reverente e sincera ao seu grande antecessor, mas ele faz à sua maneira, isto é, afirmando a novidade de sua arte. O CD é muito bom e a Sonata Op. 1 Nº 12 são as variações compostas pelo mestre sobre La Folia. Nestas, o Quarteto Purcell toca com equilíbrio e segurança. Eles apreciam as sonoridades inerentes à escrita e não têm medo de manda bala, empregando ornamentos de bom gosto. Há muito contraste dinâmico entre as 20 seções curtas e fiquei impressionado com a excelência da interpretação. 

Antonio Vivaldi (1678-1741): Variações sobre La Folia e Outras Sonatas

Trio Sonata In G Minor, RV74
1 Andante 4:04
2 Allegro 2:58
3 Andante 3:18
4 Allegro Assai 1:43

Sonata In C, RV754
5 Preludio (Largo) 2:04
6 Allemanda (Allegro) 3:08
7 Sarabanda (Largo) 2:10
8 Corrente (Allegro) 2:54

9 Trio Sonata In D Minor, RV63 (Op 1 No 12) (Variations On ‘La Folia’) 9:29

Sonata In A Major, RV758
10 Preludio (Largo) 3:00
11 Corrente (Allegro) 2:14
12 Andante 2:02
13 Corrente (Presto) 2:22

Trio Sonata In C Major, RV60
14 Allegro 1:54
15 Allegro – Adagio 1:56
16 Adagio 2:18
17 Allegro 2:48

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Alessandro Scarlatti (1660-1725): La Folia e Duas Cantatas

Alessandro Scarlatti (1660-1725): La Folia e Duas Cantatas

O destaque disparado deste CD são as lindíssimas Variações sobre La Folia (faixa 12), escritas para cravo e sem mostrar o tema claramente. Um espanto que talvez vença Marais em nossa grande final de Folias. As duas cantatas são mais ou menos. Muitos recitativos pro meu gosto.

Alessandro Scarlatti, cujo nome verdadeiro era Pietro Alessandro Gaspari, foi um compositor italiano de grande importância para a música lírica do período barroco. Seu trabalho foi fundamental para o desenvolvimento da ópera séria e da ópera bufa (ópera cômica) do seu tempo. Ele é considerado o pai da escola napolitana de ópera, a qual contou, mais tarde, com membros como Leonardo Leo, Leonardo Vinci, Giovanni Pergolesi e Johann Adolfo Hasse, entre outros.

Dentre as obras principais de Scarlatti merecem destaque as óperas Carlo, Re d’Allemagna (1716), Telemaco (1718) e La Griselda (1721). Além das óperas, Alessandro Scarlatti também ficou famoso por suas cantatas de câmara. Foi pai de dois outros compositores, Domenico Scarlatti (1685-1757) e Pietro Filippo Scarlatti (1679-1750), e irmão mais velho de Francesco Scarlatti (1666-1741), também compositor, ainda que de menor expressão em comparação com Alessandro e Domenico.

As óperas de Alessandro Scarlatti são dotadas de alto nível musical e influenciaram compositores dos mais variados países. Do ponto de vista da ação dramática, porém, ficam a dever para as composições de autores que o sucederam, como Händel e Vivaldi. As aberturas das óperas de Alessandro Scarlatti, chamadas sinfonias, consistiam geralmente de três movimentos: rápido, lento e rápido. Essa forma se tornou de grande importância na criação posterior da sinfonia clássica para orquestra.

Alessandro Scarlatti foi um compositor de extraordinário talento criativo. Sua obra compreende nada menos que 115 óperas, 150 oratórios e mais de 500 cantatas, além de composições instrumentais. A música de Scarlatti forma um importante elo entre a música vocal do início do barroco italiano do século XVII, centrada em Florença, Veneza e Roma, e a escola clássica do século XVIII, que culmina em Haydn (1732-1809) e Mozart (1756-1791).

Alessandro Scarlatti (1660-1725): La Folia e Duas Cantatas

Correa Nel Seno Amato, Cantata (23:51)
1 Sinfonia And Balletto 2:26
2 Recitativo, Correa Nel Seno Amato 5:12
3 Aria, Ombre Opache Che Il Chiarore 3:19
4 Recitativo, Curilla, Anima Mia 0:45
5 Ritornello And Aria, Fresche Brine Che Pitose 1:51
6 Recitativo, Piante Insensate E Fide 0:59
7 Aria, Idolo Amato, Tormento Del Core 1:43
8 Recitativo, Ma Voi, Occhi Dolenti 1:50
9 Aria, Onde Belle, Che Pietose Questri Prati Rinfrescate 2:12
10 Recitativo, Curilla, Anima Mia 2:20
11 Recitativo Accompagnato, Volea Più Dir Daliso 1:14

12 Variations On La Folia, Solo Harpsichord 13:12

Già Lusingato Appieno, Cantata (14:41)
13 Sinfonia 3:23
14 Recitativo, Già Lusingato Appieno 1:56
15 Aria, Cara Sposa 1:36
16 Recitativo, Cada, Cada Sù L’empie Schiere 1:07
17 Aria, Sento L’aura Che Fedele 1:44
18 Recitativo, Al Trono, Al Trono Si Noi Nella Prole 0:39
19 Aria, Se V’è Mai Chi Fissi Il Ciglio Nel Mio Figlio 2:05
20 Recitativo, Disse, Disse E Baciò La Sposa 2:08

Harpsichord – Robert Woolley
Soprano Vocals – Lynne Dawson
Viola da Gamba – Richard Boothby
Violin – Catherine Mackintosh, Elizabeth Wallfisch

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

epa03111742 A carnival goer wearing a costume poses on San Marco Square during the Carnival in Venice, 18 February 2012. EPA/ANDREA MEROLA

PQP

Marin Marais (1656-1728): La Folia e Outras Peças

Marin Marais (1656-1728): La Folia e Outras Peças

Talvez seja esta a melhor versão de La Folia que postamos até o momento. Marin Marais foi grande! Suas variações valem a pena de serem ouvidas.

Marin Marais estudou composição com Jean-Baptiste Lully e frequentemente regia as óperas do mestre. Estudou viola da gamba com Monsieur de Sainte-Colombe por seis meses e depois foi contratado como músico do Palácio de Versailles em 1676. Teve sucesso como músico da corte e, em 1679, foi indicado ordinaire de la chambre du roy pour la viole, título que manteve até 1725. Logo ingressou na orquestra da Ópera de Paris, destacando-se como virtuose da gamba — ficou conhecido internacionalmente pela sonoridade e técnica soberbas — e compositor. Escreveu quatro óperas, mas ficou mais conhecido por sua imaginativa música instrumental, que abrange desde peças breves e simples a experimentos virtuosísticos em que faz uso de todos os tons. A partir de 1709, Marais retirou-se da vida pública.

Marin Marais (1656-1728): La Folia e Outras Peças

Pièces En Trio In C Major
1 Prelude 2:05
2 Sarabande 1:37
3 Sarabande 1:38
4 Fantaisie 1:56
5 Gavotte 1:26
6 La Bagatelle 0:55
7 Rondeau 1:15
8 Chaconne 8:23

Suite In D Major
9 Prelude 1:31
10 Fantaisie 0:43
11 Allemande 2:32
12 Plainte 4:20
13 Charivary 2:39

Pièces En Trio In E Minor
14 Prelude 2:50
15 Rondeau 1:54
16 Sarabande En Rondeau 1:52
17 Menuet 0:41
18 Caprice 2:42
19 Pasacaille 3:32

20 Les Folies D’Espagne 16:23

The Purcell Quartet

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Francesco Geminiani (1687-1762): La Folia e Outros Concertos e Sonatas

Francesco Geminiani (1687-1762): La Folia e Outros Concertos e Sonatas

Dos sete discos de folias, este talvez seja o mais fraco. Pobre Geminiani! É excelente compositor, mas a escolha dos extras não foi muito feliz. Seu Concerto Grosso La Folia (faixa 4) é maravilhoso, mas o repertório do restante do disco não é tudo aquilo. Geminiani foi aluno de Alessandro Scarlatti e Arcangelo Corelli. A partir de 1711 foi maestro em Nápoles. Em 1714 foi a Londres para dar concertos como violinista, onde recebeu a proteção de William Capel, conde de Essex. Em 1715 se apresentou em duo com Haendel diante do rei Jorge I. Nesse país estabeleceu residência, compôs e deu aulas, além de reunir uma coleção de obras de arte. Em sua obra se destacam suas sonatas para violino e baixo contínuo e seus concerti grossi, onde introduziu a viola como parte do concertino. Para este estilo ele também adaptou algumas sonatas para violino e baixo de seu mestre Corelli. Escreveu um tratado sobre a arte do violino em 1751, Art of Playing the Violin, que sumariza a prática do instrumento no século XVIII, sendo uma referência até os dias de hoje. Seu Guida harmonica (c. 1752) é um dos mais originais tratados de harmonia, dando instruções detalhadas para a realização do baixo continuo. Outras de suas obras teóricas são Art of Accompaniment on the Harpsichord, Organ, etc. (1754), Lessons for the Harpsichord, e Art of Playing the Guitar (1760).

Resumindo, o cara foi genial, mas o repertório escolhido só pode ser fruído por fãs.

Francesco Geminiani (1687-1762): La Folia e Outros Concertos e Sonatas

Sonata No.3 In F Major
1 Largo 3:16
2 Andante 2:12
3 Allegro 3:23

4 Concerto Grosso “La Folia” 10:53

Sonata No.3 In E Minor Op 1 No 3
5 Adagio – Allegro – Adagio 1:36
6 Tempo Giusto – Adagio 1:32
7 Allegro 2:44

Sonata No.5 In A Minor
8 Spiritoso 1:40
9 Andante 2:05
10 Allegro 2:27

Sonata No.6 In D Minor
11 Andante 2:02
12 Allegro 2:09
13 Allegro 2:05

Sonata In A Major Op 4 No 12
14 Adagio – Presto 1:53
15 Presto 1:38
16 Presto 1:20

Concerto Grosso In G Minor Op 7 No 2
17 Grave – Allegro 4:16
18 Andante 1:24
19 Allegro 3:03

Ensemble – The Purcell Band, The Purcell Quartet
Cello [The Purcell Quartet] – Richard Boothby
Harpsichord [The Purcell Quartet] – Robert Woolley
Organ [The Purcell Band] – Lucy Carolan
Viola [The Purcell Band] – Alan George, Risa Browder (tracks: 17 to 19)
Violin [The Purcell Band] – Catherine Weiss, Francis Turner*, Henrietta Wayne, Pavlo Besnosiuk*
Violin [The Purcell Quartet] – Catherine Mackintosh, Elizabeth Wallfisch
Violone [The Purcell Band] – Barry Guy

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

C. P. E. Bach (1714-1788): La Folia e Outras Peças

C. P. E. Bach (1714-1788): La Folia e Outras Peças

Este é um excelente disco. Não somente a faixa 4, 12 Variationen über die Folie d’Espagne, é muito boa, como as duas últimas sonatas, Wq 137 e 158, são obras-primas.

.oOo.

O texto abaixo foi copiado do blog Tendências do Imaginário, mais exatamente daqui:

Hoje, vou falar da folia, um produto criativo de sucesso, mas pouco conhecido, de origem nacional.

“A história da folia reparte-se por dois períodos. A primeira folia, de origem portuguesa, caracterizada por Salinas em 1577, adquire popularidade em Espanha, e é exportada para Itália por volta de 1600” (Hudson, Richard, The Folia Melodies, Acta Musicologica, Vol. 45, Fasc. 1 (Jan. – Jun., 1973), pp. 98-119, p. 98).

A folia, “um dos fenómenos mais notáveis da história da música” (La Folia- A Musical Cathedral: http://www.folias.nl/html1.html), remonta a finais do século XV. Com raízes campestres ligadas a rituais de fertilidade, a folia, música e dança, estende-se a outros públicos: tanto ocorre nos ajuntamentos populares como nas festas da corte. Garcia de Resende, na Crónica do Rei D. João II, de 1545, refere várias vezes a folia:

“E toda a gente da cidade foi posta com muita brevidade em danças e folias, com infindas tochas na praça e no Terreiro dos Paços, e por todas as ruas principaes, e tanta gente honrada e nobre, e assi a do povo, que não cabia, nem se viu nunca tanto alvoroço e alegria, e muitos velhos e velhas honradas com sobejo prazer foram juntos cantar e bailar diante de El-Rei e a Rainha, cousa de que suas edades os bem escusavam” (Chronica de ‘L Rei D. João II, Bibliotheca de Classicos Portuguezes, Lisboa, 1902, p. 64).

Gil Vicente foi o primeiro escritor a mencionar a folia. O Auto da Sibila Cassandra, de 1511, inclui a letra de uma folia cantada por quatro figuras bíblicas:

“Traz Salomão Esaias e Moyses e Abrahão , cantando todos quatro de folia a cantiga seguinte:

Que sañosa está la niña!
Ay Dios, quien le hablaria!
En la sierra anda la niña
Su ganado á repastar;
Hermosa como las flores,
Sañosa como la mar.
Sañosa como la mar
Está la niña;
Ay Dios, quien le hablaria!”

(Gil Vicente, Auto de Sibila Cassandra, Obras de Gil Vicente, Tomo I, Officina Typográphica de Langhoff, Hamburgo, 1834, p. 46).

Em pleno reinado dos Filipes, Sebastián de Covarrubias define, no Tesoro de la lengua castellana (Madrid, 1611), a folia nos seguintes termos:

“é uma certa dança portuguesa, muito barulhenta; porque comporta muitas figuras a pé com chocalhos e outros instrumentos, homens mascarados carregam aos ombros rapazes vestidos de mulher, que com as manlgas de ponta se contorcem e, às vezes, dançam. E também tocam pandeiros: e é tão grande o ruído e o som tão apressado, que parecem estar uns e outros sem juízo. E assim deram à dança o nome de folia, da palavra toscana ‘folle’, que significa oco, louco, insano, aquele que tem a cabeça vazia”.

No livro De Musica libri septem (Salamanca, 1577), Francisco de Salinas, cego desde os dez anos, organista e catedrático da Universidade de Salamanca, caracteriza a composição das “canções populares que os portugueses chamam Folias”. Apesar do amplo reconhecimento da origem portuguesa das folias, em vários países, são conhecidas por folias de Espanha. Por exemplo, em França e, pelos vistos, no Brasil. Uma tese de doutoramento em música, defendida por Flávio Apro, em 2009, na Universidade de São Paulo, tem o seguinte título: Folias de Espanha: O Eterno Retorno. Para esta deslocação da “patente” contribuiu, porventura, a contingência de a expansão das folias na Europa ter coincidido com o eclipse da nossa independência nacional entre 1580 e 1640.

“O padrão musical da Folia ibérica consistia numa linha de baixo ostinato (ou ground)sobre a qual se escreviam discantus e improvisavam-se variações, chamadas na época de diminuições (…) A moldura harmónica (…) costuma ser apresentada no tom de Ré menor.

“A melodia fácil e as possibilidades que oferecia à improvisação foram qualidades que não passaram desapercebidas entre os músicos instrumentistas do barroco” (Juan Luis de la Montaña Conchina, Apuntes sobre “las folias de España”: http://filomusica.com/filo7/cdm.html). A folia distingue-se como uma composição que, embora de raiz popular, conseguiu conquistar a corte. Estes dois traços, a adopção pela corte e a abertura ao improviso e a variações, concorreram tanto para o seu sucesso como para a sua longevidade.

A folia não se resume à música e à dança, comporta texto e animação. Estes quatro  elementos dotam a folia de uma carga envolvente vertiginosa que raia a loucura. É uma prática típica do grotesco carnavalesco de raiz medieval (Mikhail Bakhtin, A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais, São Paulo/Brasília, Hucitec/Editora Universidade de Brasília, 2008).

A popularidade da folia era tal o que próprio Dom Quixote bailou esta dança em Barcelona, em casa de D. António Moreno (Miguel Guerol Galvadá, La música en la obra de Cervantes, Madrid, Ediciones del Centro de Estudios Cervantinos, Madrid, 2005, p. 140). Em Portugal, a folia mantém-se, séculos a fio, como uma das principais atracções da procissão do Corpo de Deus. Não é raro uma procissão incorporar várias folias (Francisco Marques de Sousa Viterbo, Artes e Artistas em Portugal, Lisboa, Livraria Ferin, 2ª  ed., 1920).

A partir do séc. XVI, muitos músicos compuseram folias, ou as inseriram nas suas obras: Arcangelo Corelli (vídeo 2), Jean Baptiste Lully, Marin Marais, Antonio Vivaldi, Domenico Scarlatti, Antonio Salieri, Niccolò Paganini, Hector Berlioz, Franz Liszt, Sergei Rachmaninov… Trata-se apenas de uma pequena amostra. A página La Folia – A Musical Cathedral (http://www.folia.tk/), que procede a um inventário de folias, estima que “mais de 150 compositores em mais de 330 anos conceberam inúmeras variações brilhantes”.

Nas sociedades ditas pós-modernas ou líquidas, ainda há lugar para a folia? “No presente, as Folias continuam a assombrar o nosso imaginário musical” (Lutin d’Ecouves: http://fr.wikipedia.org/wiki/Discussion:Folia). O cruzamento de géneros tem sido uma propensão das últimas décadas. E a folia alinha. No cinema, consta da banda sonora de filmes tais como Barry Lyndon (1975), de Stanley Kubrick, ou 1492 A Conquista do Paraíso (1992), de Ridley Scott. Karl Jenkins (Adiemus) compôs uma La Folia (http://www.youtube.com/watch?v=UIHHT0NXdsw). O jazz, a seu jeito, também se deixou tentar. Vários grupos e artistas tocam folias. Permito-me relevar Jan Johansson, pianista expoente do jazz sueco, falecido em 1968 (ver vídeo 3; Sinclairvisan – La Folia). Inesperada é porventura a presença da foliano mundo dos videojogos. Final Fantasy, distinta referência no género, inclui, na banda sonora do Final Fantasy IX, uma folia, composta por Nobuo Uematsu (Vamo’ Alla Flamenco, vídeo 4).

Os espanhóis prestam atenção e dão valor à folia. O mundo, também. E nós, os portugueses seus criadores? Deparei-me com uma obra notável: um cd intitulado O Lusitano – Portuguese Vilancetes, Cantigas e Romances, pelo ensemble Circa 1500 e Gérard Lesne, com direção de Nancy Hadden, impresso na Alemanha pela Virgin Classics,em 1992. Tudo nomes aparentemente estrangeiros… Tropecei com o seguinte comentário sobre este cd no blogue Assédio: “Se nós não investimos e não investigamos a nossa música, há quem o faça e lhe dê o real valor que tem, e que é muito! Aqui está a prova: a nossa música do século XVI” (http://assedio.blogspot.pt/2006/04/portugal-circa-1500.html). Foi, contudo, neste cd, O Lusitano, que ouvi pela primeira vez a folia de minha eleição: La Folia Dos Estrellas le Siguen, do português Manuel Machado (c. 1590-1646), compositor que se formou em Lisboa, mas que migrou, como muitos conterrâneos, em 1610, para Madrid, onde foi músico, primeiro, da Capela Real e, em seguida, no palácio de Filipe IV de Espanha. Quase  todas as partituras que compôs foram destruídas pelo terramoto de 1755.

Nós, portugueses, sabemos o que valemos?

C. P. E. Bach (1714-1788): La Folia e Outras Peças

Sinfonia a tre voci in D major H585 [9’32]
1 Allegro moderato [5’04]
2 Andantino [2’20]
3 Tempo di minuetto[ 2’08]

4 12 Variationen über die Folie d’Espagne H263 Wq118/9 [7’58]
Robert Woolley (harpsichord)

Trio Sonata in C minor ‘Sanguineus and Melancholicus’ H579 Wq161/1[14’10]
5 Allegretto – Presto [4’50]
6 Adagio [4’21]
7 Allegro [4’59]

Viola da gamba Sonata in D major H559 Wq137 [11’48]
Richard Boothby (viola da gamba), Robert Woolley (harpsichord)
8 Adagio ma non tanto [3’14]
9 Allegro di molto [5’03]
10 Arioso [3’31]

Trio Sonata in B flat major H584 Wq158 [13’10]
11 Allegretto [4’28]
12 Largo con sordini [4’03]
13 Allegro [4’39]

The Purcell Quartet

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Arcangelo Corelli (1653-1713): La Folia e Outras Sonatas

Arcangelo Corelli (1653-1713): La Folia e Outras Sonatas

Interessante projeto do Quarteto Purcell: são sete CDs de diferentes compositores que escreveram variações sobre o tema La Folia. Mas esta é apenas a (sensacional) faixa 20 deste CD. As peças restantes são outras excelentes sonatas de Corelli. Eu amo o barroco e Corelli é um de meus campeões. E o Purcell dá um verdadeiro show neste repertório.

Mas o que é La Folia? La Folia é uma melodia e dança surgida no século XV cujo esquema harmônico-melódico foi, desde então, utilizado em variações escritas por mais 150 compositores, de Lully a Rachmaninov. É um dos mais antigos e recorrentes temas musicais europeus. O primeiro registro do termo “folia” aparece no Auto da Sibila Cassandra, uma das peças que compõem o teatro castelhano do dramaturgo português Gil Vicente, escrita por volta de 1513, na qual se menciona a folia como uma dança interpretada por pastores. Por sua forma musical, estilo e etimologia da palavra, supõe-se que a melodia surgiu como uma dança em meados ou no final do século XV, em Portugal ou no antigo Reino de Leão (zona de influência galícia) ou no Reino de Valência. Sebastián de Covarrubias, no Tesoro de la lengua castellana (1611), descreve a folia como uma dança portuguesa, rápida e confusa, na qual os bailarinos carregavam sobre os ombros homens vestidos de mulher.

Arcangelo Corelli (1653-1713): La Folia e Outras Sonatas

Sonata Da Chiesa In G, Op 1 No 9
1 Allegro – Adagio 1:16
2 Allegro 1:15
3 Adagio 1:34
4 Allegro – Adagio 1:16

Violin Sonata In C, Op 5 No 3
5 Adagio 2:09
6 Allegro 2:05
7 Adagio 2:48
8 Allegro 1:03
9 Allegro 2:37

Sonata Da Camera In A, Op 4 No 3
10 Preludio (Largo) 2:35
11 Corrente (Allegro) 1:26
12 Sarabanda (Largo) 1:36
13 Tempo Di Gavotta (Allegro) 1:19

Viola Da Gamba Sonata In D (Anonymous Arrangement Of Violin Sonata In E, Op 5 No 11)
14 Preludio (Adagio) 1:43
15 Allegro 2:42
16 Adagio 0:45
17 Vivace 1:44
18 Gavotta (Allegro) 0:45

19 Sonata Da Camera In G (Ciaccona), Op 2 No 12 2:54

20 Violin Sonata In D Minor ‘La Folia’, Op 5 No 12 9:58

Sonata Da Camera In E Minor, Op 2 No 4
21 Preludio (Adagio) 2:21
22 Allemanda (Presto) 1:00
23 Grave – Adagio 1:38
24 Giga (Allegro) 1:39

Sonata Da Chiesa In A, Op 3 No 12
25 Grave – Allegro – Adagio 2:10
26 Vivace 1:01
27 Allegro 0:58
28 Allegro 1:23
29 Allegro 1:04

The Purcell Quartet:
Cello – Richard Boothby (tracks: 5 to 9, 20), Richard Campbell (tracks: 14 to 18)
Harpsichord, Organ [Chamber Organ] – Robert Woolley (tracks: 5 to 9, 14 to 18, 20)
Viol [Viola Da Gamba] – Richard Boothby (tracks: 14 to 18)
Violin – Catherine Mackintosh (tracks: 5 to 9), Elizabeth Wallfisch (tracks: 20)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Tchaikovsky (1840-1893) / Grieg (1843-1907): Cordas e mais cordas (Serenata, Souvenir, Holberg)

Tchaikovsky (1840-1893) / Grieg (1843-1907): Cordas e mais cordas (Serenata, Souvenir, Holberg)

Um excelente repertório numa interpretação que está fora de moda, mas que foi de alto nível em sua época. Também não sei porque Grieg ficou fora da capa — ou se esta é realmente a capa do CD. Sua Suíte Holberg é belíssima e não merece este descaso…

Sobre a Serenata para Cordas de Tchai: ele pretendia que o primeiro movimento fosse uma imitação do estilo de Mozart, e foi baseado na forma da sonatina clássica, com uma introdução lenta. A agitada introdução do Andante é marcada como “sempre marcatissimo”. A introdução é reafirmada no final do movimento, e depois reaparece, transformada, no quarto movimento, unindo toda a obra. Na segunda página da partitura, Tchaikovski escreveu: “Quanto maior o número de músicos na orquestra de cordas, mais isso estará de acordo com os desejos do autor.” O segundo movimento, Valse, tornou-se uma peça popular por si só.

Souvenir de Florence, também de Tchai, é originalmente um sexteto, mas não chega aos pés da Serenata.

Já a Suíte Holberg, de Grieg, é demais! A Suíte Holberg, op. 40, mais propriamente “Da época de Holberg”, com o subtítulo “Suite in olden style” é uma suíte de cinco movimentos baseados nas formas de dança do século XVIII, escritos por Edvard Grieg em 1884 para celebrar o 200º aniversário do nascimento do dramaturgo humanista Ludvig Holberg. Ela foi originalmente composta para piano, mas um ano depois foi adaptada pelo próprio Grieg para orquestra de cordas. A suíte consiste em uma introdução e um conjunto de danças. É um ensaio inicial do neoclassicismo, uma tentativa de ecoar tanto quanto se sabia no tempo de Grieg da música da época de Holberg. Embora não seja tão famosa quanto a música incidental de Grieg de Peer Gynt, muita gente boa consideram ambas como obras como de igual mérito.

É claro que as interpretações modernas da Holberg são muito melhores.

Tchaikovsky (1840-1893) / Grieg (1843-1907): Cordas e mais cordas (Serenata, Souvenir, Holberg)

Tchaikovsky (1840-1893): Serenade for strings in C major, Op.48
01. I. Pezzo in forma di sonatina_ Andante non troppo — Allegro moderato
02. II. Walzer_ Moderato, tempo di valse
03. III. Elégie_ Larghetto elegiaco
04. IV. Finale (Tema russo)_ Andante — Allegro con spirito

Tchaikovsky (1840-1893): Souvenir de Florence, Op.70
05. I. Allegro con spirito
06. II. Adagio cantabile e con moto
07. III. Allegro moderato
08. IV. Allegro vivace

Edvard Grieg (1843-1907): Holberg Suite, Op.40

09. I. Praeludium_ Allegro vivace
10. II. Sarabande_ Andante
11. III. Gavotte_ Allegretto — Musette_ Poco più mosso
12. IV. Air_ Andante religioso
13. V. Rigaudon_ Allegro con brio

Academy of St. Martin in the Fields
Sir Neville Marriner

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Tchai

PQP

John Adams (1947): Must the Devil Have All the Good Tunes? / China Gates (Wang/Dudamel)

John Adams (1947): Must the Devil Have All the Good Tunes? / China Gates (Wang/Dudamel)

Uma das coisas mais legais a respeito de John Adams é que, apesar de todos os elogios e honras acumuladas, ele mantém um ânimo leve e bem humorado. Isso se reflete nos títulos irreverentes de suas composições: “Gnarly Buttons”, “Son of Chamber Symphony”, “Roll Over Beethoven”, “American Berserk”, “Short Ride in a Fast Machine”, dentre outros. Então, quando foi anunciado que Adams escreveria uma peça para a pianista Yuja Wang e a Filarmônica de Los Angeles em uma estreia mundial no Walt Disney Concert Hall já dava para prever. Seria a composição uma sucessora tardia de “Eros Piano”, de “Century Rolls” ou seria seu Concerto para Piano No. 3? Nada disso: a peça se chama “Must the Devil Have All the Good Tunes?” (“O diabo deve ter todas as boas músicas?”). Como em um concerto convencional para piano, Devil se divide em três partes rápido-lento-rápido, mas as semelhanças param aí. Num ambiente ágil e muito percussivo, Adams nos agarra desde o início, com Wang tocando acordes pesados ​​que lembram instantaneamente o tema estrondoso de “Peter Gunn” (Henry Mancini). O piano fica constantemente ocupado ao longo dos mais de 25 minutos, e mesmo no lento movimento contemplativo, acariciado pelas cordas sustentadas típicas de Adams, há uma tensão subjacente e um desejo impaciente de ligar novamente os motores. Eles acabam fazendo um ritmo pontilhado que sugere rock ‘n’ roll. Um baixo elétrico fornece sustentação sutil. Bem, Devil é sensacional e só poderia ter vindo da parte de um compositor com um olho na cultura popular. Como bis, a esplêndida pianista Wang toca o lindo, breve e murmurado “China Gates”, lá do início da carreira de Adams (1977), mostrando quão longe ele foi desde aqueles dias minimalistas. Gustavo Dudamel conduz a turma com verve adequada. Tudo perfeito.

Grande John Adams!

John Adams (1947): Must the Devil Have All the Good Tunes? / China Gates (Wang/Dudamel)

Must the Devil Have All the Good Tunes?

1 I. Gritty, Funky, But in strict Tempo; Twitchy, Bot-Like 11:31
2 II. Much Slower; Gently, Relaxed 7:07
3 III. Piú mosso: Obsession / Swing 7:41
Yuja Wang
Los Angeles Philharmonic
Gustavo Dudamel

4 China Gates 4:39
Yuja Wang

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Wang, Adams e Dudamel comemorando a estreia

PQP

Anton Rubinstein (1829-1894): Solo Piano Music

Anton Rubinstein (1829-1894): Solo Piano Music

Um disco elegante e nobre de um compositor que foi soterrado por contemporâneos melhores. Mas trata-se de um bom compositor e o trabalho do pianista Leslie Howard é notável aqui.

O russo Anton Grigorevich Rubinstein, nasceu em Vikhvatinets (atual Moldávia) e fazia uma música bonita e sossegada — com algumas exceções onde a tensão está presente –, que certamente agradará quem ouve música como calmante. Ele foi professor de Tchaikovsky em São Petersburgo e crítico do movimento nacionalista. Ele escreveu sobre si mesmo:

Os russos me chamam de alemão, os alemães me chamam de russo, os judeus me chamam de cristão, os cristãos me chamam de judeu. Os pianistas me chamam de compositor, os compositores me chamam de pianista. Os classicistas imaginam em mim um futurista, e os futuristas me chamam de reacionário. Minha conclusão é que não sou nem peixe nem ave — mas um indivíduo lamentável.

Não exagera, Anton.

Depois da morte de Rubinstein, seus trabalhos começaram a ser ignorados, embora o seu concerto para piano perdurasse na Europa até a primeira guerra mundial. Fora do nacionalismo, e talvez faltando um pouquinho de individualidade, a música de Rubinstein era simplesmente incapaz de competir com os clássicos estabelecidos como bons ou com o novo estilo russo de Stravinsky e de Prokofiev. Rubinstein tinha-se identificado consistentemente com as tradições mais conservadoras na música europeia de seu tempo. Teve pouco tempo para a música de Richard Wagner e outros radicais musicais. Mendelssohn foi um ídolo durante toda sua vida. Ele executava frequentemente sua música em seus recitais. Sua música solo para piano contém muitos ecos de Mendelssohn, de Chopin e de Robert Schumann.

Recentemente, seu trabalho voltou a ser tocado um pouco mais freqüentemente na Rússia e no exterior, e teve críticas positivas.

Anton Rubinstein (1829-1894): Solo Piano Music

Deux Mélodies Op 3[8’03]
1 No 1 in F major: Melody in F[4’20]
2 No 2 in B major: Andante[3’43]

Deux morceaux Op 30[10’39]
3 No 1 in F minor: Première Barcarolle. Moderato[5’36]
4 No 2 in D minor: Allegro appassionato[5’03]

Trois Barcarolles[15’26]
5 Deuxième Barcarolle in A minor, Op 45bis: Moderato assai[6’32]
6 Troisième Barcarolle in G minor, Op 50 No 3bis: Moderato con moto[3’43]
7 Quatrième Barcarolle in G major: Allegretto con moto[5’11]

Fantaisie in E minor Op 77[44’43]
8 Adagio – Allegro con fuoco[13’50]
9 Moderato assai[7’08]
10 Allegro molto – Moderato – Allegro molto – Poco meno mosso – Presto[7’07]
11 Molto lento – Vivace assai – Tempo rubato – Quasi presto[16’38]

Trois Caprices Op 21[13’35]
12 F sharp major: Allegretto scherzando[2’34]
13 D minor: Andante – Allegro[5’53]
14 E flat major: Allegro risoluto – Andante – Tempo I[5’08]

Trois Sérénades Op 22[19’39]
15 F major: Moderato assai[4’34]
16 G minor: Moderato assai[6’21]
17 E flat major: Allegretto con moto[8’44]

Thème et variations Op 88[42’01]
18 Theme in G major: Lento – Allegro moderato[2’13]
19 Variation 1 in G major: Allegro[1’29]
20 Variation 2 in E minor: Andante con moto[3’13]
21 Variation 3 in C major: Moderato con moto[2’14]
22 Variation 4 in C minor: Moderato[3’25]
23 Variation 5 in G major: Moderato[3’12]
24 Variation 6 in G minor: Allegro non troppo[1’37]
25 Variation 7 in E flat major: Moderato assai[2’32]
26 Variation 8 in E flat minor: Moderato assai[4’45]
27 Variation 9 in B major: Moderato[4’20]
28 Variation 10 in B minor: Moderato[2’20]
29 Variation 11 in D major: Allegro[1’57]
30 Variation 12 in G major: Allegro moderato[8’44]

Leslie Howard (piano)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Anton Rubinstein, romantismo nobre e elegante

PQP

Charles Wuorinen (1938-2020): Scherzo / String Quartet No. 1 / Viola Variations / Piano Quintet No. 2

Charles Wuorinen (1938-2020): Scherzo / String Quartet No. 1 / Viola Variations / Piano Quintet No. 2

Charles Peter Wuorinen (9 de junho de 1938 – 11 de março de 2020) foi um compositor de música clássica contemporânea. Era também pianista e maestro. Compôs quase 300 peças, incluindo obras para orquestra, óperas como Brokeback Mountain e Haroun e o Mar de Histórias, música de câmara, além de trabalhos instrumentais e vocais solo. Salman Rushdie e Annie Proulx colaboraram com ele. O trabalho de Wuorinen foi descrito como serialista , mas ele depreciou esse termo como sem sentido. Ele recebeu o prêmio Pulitzer de Music for Time’s Encomium, sua única peça puramente eletrônica . Wuorinen também foi professor acadêmico em várias instituições, incluindo a Columbia University e a Manhattan School of Music.

Eu gostei bastante deste disco no qual a música de Wuorinen me foi apresentada. Ouvi tudo duas vezes por puro prazer, me diverti e tals.

Charles Wuorinen (1938): Scherzo / String Quartet No. 1 / Viola Variations / Piano Quintet No. 2

1. Scherzo 00:10:58
Scherzo: Serkin, Peter, piano

String Quartet No. 1:
2. I. quarter note = 60 00:05:53
3. II. [stesso tempo] 00:11:10
4. III. quarter note = 60, Allegramente 00:05:29
Macomber, Curtis, violin
Mills, Jesse, violin
Martin, Lois, viola
Sherry, Fred, cello

5. Viola Variations 00:13:59
Martin, Lois, viola

Piano Quintet No. 2:
6. I. quarter note = 120 00:01:38
7. II. quarter note = 60 – 64 00:06:59
8. III. half note = 96 (quarter note = 192) 00:02:05
9. IV. — 00:11:24
10. III. (Resumed) 00:03:03
Serkin, Peter, piano
Brentano String Quartet

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O compositor com um amigo.

PQP

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Early Concertos & Sonatas (Ensemble Cordia, Veggetti)

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Early Concertos & Sonatas (Ensemble Cordia, Veggetti)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Os trabalhos neste CD representam um aspecto desconhecido do trabalho de Telemann. Eles datam do início de sua carreira, quando ele estava experimentando as diferentes influências musicais e estilísticas que conhecia. Foi durante seu tempo como Kapellmeister em Eisenach que ele iniciou sua incrível produção de sonatas e concertos para diversos grupos de instrumentos. Ele achou inicialmente o estilo italiano moderno muito superficial e foi o estilo francês que mais o atraiu, tanto que ele disse que seus concertos acabavam “com cheiro de França”. (Cá entre nós, tudo me pareceu bem barroco tardio alemão, quase já clássico, louco para desistir de vez do baixo contínuo. Sim, Telemann não tinha o talento de Bach, mas era mais moderninho). Depois, sua opinião sobre  a música italiana melhorou, principalmente quando viu o que seu amigo, violinista e compositor J.G Pisendel tinha trazido de Veneza. Acontece que Pisendel conhecera Vivaldi.

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Early Concertos & Sonatas

1 Concerto in D Major, TWV 53:3, à Tromba, Violino Concertato, 3 Violini, 2 Viole, Violoncello Obbligato e Basso: I. Vivace 3:46
2 Concerto in D Major, TWV 53:3, à Tromba, Violino Concertato, 3 Violini, 2 Viole, Violoncello Obbligato e Basso: II. Adagio 4:42
3 Concerto in D Major, TWV 53:3, à Tromba, Violino Concertato, 3 Violini, 2 Viole, Violoncello Obbligato e Basso: III. Allegro 5:43

4 Concerto in D Minor, TWV 43:2, à 4, per 2 Violini, Viola e Cembalo: I. Largo 2:08
5 Concerto in D Minor, TWV 43:2, à 4, per 2 Violini, Viola e Cembalo: II. Allegro 2:23
6 Concerto in D Minor, TWV 43:2, à 4, per 2 Violini, Viola e Cembalo: III. Andante 1:46
7 Concerto in D Minor, TWV 43:2, à 4, per 2 Violini, Viola e Cembalo: IV. Presto 3:12

8 Concerto in D Major, TWV 43:4, a Viola da Braccio Concertata, 2 Violini, Viole e Cembalo: I. Largo 3:07
9 Concerto in D Major, TWV 43:4, a Viola da Braccio Concertata, 2 Violini, Viole e Cembalo: II. Allegro 2:37
10 Concerto in D Major, TWV 43:4, a Viola da Braccio Concertata, 2 Violini, Viole e Cembalo: III. Andante 3:27
11 Concerto in D Major, TWV 43:4, a Viola da Braccio Concertata, 2 Violini, Viole e Cembalo: IV. Presto 3:32

12 Sonata in E Minor, TWV 44:5, a 2 Violini, 2 Viole e Continuo: I. Adagio 2:24
13 Sonata in E Minor, TWV 44:5, a 2 Violini, 2 Viole e Continuo: II. Allegro 2:23
14 Sonata in E Minor, TWV 44:5, a 2 Violini, 2 Viole e Continuo: III. Grave 1:56
15 Sonata in E Minor, TWV 44:5, a 2 Violini, 2 Viole e Continuo: IV. Allegro 1:45

16 Concerto in D Major, TWV 51:8, a Corno da Caccia, Violini, 2 Viole e Cembalo: I. Vivace 1:59
17 Concerto in D Major, TWV 51:8, a Corno da Caccia, Violini, 2 Viole e Cembalo: II. Largo 3:01
18 Concerto in D Major, TWV 51:8, a Corno da Caccia, Violini, 2 Viole e Cembalo: III. Allegro 3:51

19 Concerto in D Major, TWV 43:4, à 4, per 2 Violini, Viola e Cembalo: I. Largo 1:54
20 Concerto in D Major, TWV 43:4, à 4, per 2 Violini, Viola e Cembalo: II. Allegro 2:05
21 Concerto in D Major, TWV 43: 4, à 4, per 2 Violini, Viola e Cembalo: III. Adagio 1:12
22 Concerto in D Major, TWV 43:4, à 4, per 2 Violini, Viola e Cembalo: IV. Presto 2:15

Ensemble Cordia
Stefano Veggetti

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Em registro pré-coronavírus, o Ensemble Cordia aquece as turbinas antes de arrasar em mais um Telemann.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os Últimos Quartetos (Takács) #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os Últimos Quartetos (Takács) #BTHVN250

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma gravação daquelas imbatíveis, de referência. Ouçam! Verdadeiros monumentos humanistas, os últimos quartetos de Beethoven têm que ser conhecidos por todos aqueles que desejam ser algo mais do que um saco vazio de conteúdo. Ouvi-los é como conhecer Mann e Kafka, Joyce e Proust. Os húngaros do Takács — formado em 1975, atualmente com dois norte-americanos no grupo — enfrentam estes difíceis quartetos com naturalidade e fluência. Engraçado que uma outra gravação de referência é a do Kodály Quartet, outro grupo húngaro, este fundado em 1965. Os húngaros parecem ter invadido esta área… O Takács não é mole. São artistas associados ao Southbank Centre, receberam em maio a Wigmore Hall Medal e estiveram dia desses com Merl Streep homenageando Philip Roth. Tais posturas podem ser ouvidas nestes CDs, acreditem.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os Últimos Quartetos

CD1

String Quartet in E Flat, Op.127
01. I. Maestoso-Allegro
02. II. Adagio, Ma Non Troppo e Molto Cantabile-Andante
03. III. Scherzo.Vivace
04. IV. Allegro-Allegro Comodo

String Quartet in C Sharp Minor, Op.131
05. I. Adagio ma non troppo e molto espressivo
06. II. Allegro Molto Vivace
07. III. Allegro Moderato
08. IV. Andante Molto Cantabile-Più Mosso-Andante Lusinghiero
09. V. Presto
10. VI. Adagio Quasi un Poco Andante
11. VII. Allegro

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

CD2

String Quartet in A Minor, Op.132
01. I. Assai Sostenuto-Allegro
02. II. Allegro Ma Non Tanto
03. III. Holy Songs. Andante-Molto Adagio
04. IV. Alla Marcia, Assai Vivace-Piu Allegro
05. V. Allegro Appassionato-Presto

String Quartet in F Major, Op.135
06. I. Allegretto
07. II. Vivace
08. III. Lento Assai, Cantante e Tranquillo
09. IV. Der schwer gefaßte Entschluß.Grave, Ma Non Troppo Tratto-Allegro

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

CD3

String Quartet in F Minor, Op.95
01. I. Allegro Con Brio
02. II. Allegretto Ma Non Troppo
03. III. Allegro Assai Vivace Ma Serioso
04. IV. Larghetto Espressivo-Allegretto Agitato-Allegro

String Quartet in B Flat, Op.130
05. I. Allegro Ma Non Troppo-Allegro
06. II. Presto
07. III. Andante Con Moto, Ma Non Troppo
08. IV. Alla Danza Tedesca.Allegro Assai
09. V. Cavatina.Adagio Molto Espressivo

Grosse Fuge, Op.133
10. Grosse Fuge, Op.133
11. VI. Finale.Allegro

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Takács Quartet

Obra retratando Beethoven em Bonn: de alguns ângulos a coisa é quase incompreensível
Obra retratando Beethoven em Bonn: de alguns ângulos a coisa é quase incompreensível
Mas, olhando bem de frente...
Mas, olhando bem de frente…

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os Últimos Quartetos (Brodsky) #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os Últimos Quartetos (Brodsky) #BTHVN250

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este repertório é uma irrepetível mistura de profundidade e sofisticação, de comunicação e transcendência. Muitos quartetos o enfrentaram, mas poucos se saem realmente bem neste cânone da música.

O Quarteto Brodsky dedicou bastante de seu tempo aos quartetos de Beethoven. Em 2006, eles lançaram um disco com dois dos quartetos Rasumovsky, Op. 59 Nº 2 e 3, e seguiram dois anos depois com o conjunto dos seis Op. 18. Somente agora, no início do ano do 250º aniversário de Beethoven, eles enfrentaram os últimos quartetos. O conjunto inclui também o Op. 95, bem como, é claro, as obras geralmente consideradas como parte do cânone tardio: os Op. 127, 130 (com os dois finais, Grande Fuga, bóbvio), 131, 132 e 135. As gravações foram feitas antes da saída do primeiro violino do grupo, David Rowland, no ano passado. Ele foi substituído por Gina McCormack.

Não faltam gravações dessas obras máximas, desse verdadeiro Olimpo do repertório para quartetos de cordas. As mais famosas são a do Quarteto de Budapeste e do Busch nos anos 70, a do Italiano nos 80,  e a do Takács, do Kodály e do Alban Berg na era digital. Todos estão disponíveis em CD. O aniversário trará, sem dúvida, outras gravações. Embora as versões de Brodsky não possam ameaçar as posições de nenhum dos grandes conjuntos citados, elas certamente têm suas próprias virtudes, e seus destaques são muito altos.

Em primeiro lugar, a serenidade e a abordagem estranhamente antiquada. Tecnicamente, essas performances são imaculadas, então tudo se resume a questões de gosto pessoal. Para mim, o Quarteto Op. 132 está esplêndido, aqui com seu lindíssimo Adagio levado tão lentamente quanto qualquer um poderia desejar.  A intensidade de seu final cresce com perfeita segurança. Mas, como um todo, o quarteto final, o Op. 135, parece um pouco relaxado demais. No Op. 131, o desdobramento da fuga de abertura é muito bem feito, mesmo que o seu Presto pareça Mendelssohn, enquanto que no Op 130 a Cavatina parece evitar a profundidade do sentimento que alguns grupos — o Busch e o Kodály Quartet, principalmente — encontraram nela.

Como em qualquer ciclo dessas obras inesgotáveis, a gente têm que escolher o que prefere, mas não há dúvida de que são performances muito boas de algumas das melhores músicas já escritas.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os Últimos Quartetos

Beethoven: String Quartet No. 11 in F minor Op. 95 ‘Serioso’ 22:11
I. Allegro con brio 4:26
II. Allegretto ma non troppo 7:59
III. Allegro assai vivace ma serioso 4:35
IV. Larghetto espressivo. Allegretto agitato 5:11

Beethoven: String Quartet No. 13 in B flat major, Op. 130 42:45
I. Adagio ma non troppo. Allegro 13:08
II. Presto 2:00
III. Andante con moto ma non troppo 7:02
IV. Alla danza tedesca. Allegro assai 3:12
V. Cavatina. Adagio molto espressivo 7:40
VI. Finale. Allegro 9:43

Beethoven: Grosse Fuge in B flat major, Op. 133 15:02

Beethoven: String Quartet No. 12 in E flat major, Op. 127 39:45
I. Maestoso. Allegro 6:47
II. Adagio ma non troppo e molto cantabile 16:55
III. Scherzando vivace 8:41
IV. Finale. Allegro 7:22

Beethoven: String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131 38:43
I. Adagio ma non troppo e molto espressivo 7:22
II. Allegro molto vivace 2:58
III. Allegro moderato 0:42
IV. Andante ma non troppo e molto cantabile 14:29
V. Presto 4:46
VI. Adagio quasi un poco andante 2:22
VII. Allegro. Poco adagio 6:04

Beethoven: String Quartet No. 15 in A minor, Op. 132 47:07
I. Assai sostenuto. Allegro 9:47
II. Allegro ma non tanto 8:57
III. Molto adagio. Andante 19:43
IV. Alla marcia, assai vivace 2:01
V. Allegro appassionato 6:39

Beethoven: String Quartet No. 16 in F major, Op. 135 24:27
I. Allegretto 6:20
II. Vivace 3:17
III. Lento assai, cantante e tranquillo 8:12
IV. Grave, ma non troppo tratto. Allegro 6:38

Brodsky Quartet
Daniel Rowland
Ian Belton
Paul Cassidy
Jacqueline Thomas

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O Quarteto Brodsky chegando na sede porto-alegrense da PQP Bach Corp.

PQP

Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704): Un Carnaval en Kremsier

Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704): Un Carnaval en Kremsier

Um bom, leve e divertido disco de danças com a música do grande Biber, um dos compositores mais talentosos do barroco.

Heinrich Ignaz Franz von Biber foi um compositor e violinista do período barroco. Pouco se sabe de sua educação, além de que pode ter estudado num colégio jesuíta em Opava, na Boêmia, e que possivelmente recebeu alguma educação musical de um organista local. Antes de 1668, Biber trabalhou na corte do Príncipe Johann Seyfried von Eggenberg, em Graz, e depois foi empregado pelo príncipe-bispo de Olomouc, Karl II von Liechtenstein-Kastelkorn , em Kroměříž. Biber tinha boa reputação, e suas habilidades no violino eram altamente apreciadas.

No verão de 1670, Karl II enviou Biber a Absam, perto de Innsbruck, para adquirir novos violinos, feitos pelo luthier Jacob Stainer, para a Kapelle, porém Biber nunca retornou e, em vez disso, começou a trabalhar para o Arcebispo de Salzburg, Maximilian Gandolph von Kuenburg. Como Karl e Maximilian eram amigos, o antigo empregador não tomou nenhuma atitude… Biber permaneceu em Salzburg pelo resto de sua vida.

Em 1684, foi nomeado Kapellmeister (mestre de capela) em Salzburg. Sua vasta produção musical foi recuperada e é interpretada até hoje. Biber serviu à nobreza com afinco, provavelmente sem participar de turnês. Foi inovador, trazendo para o repertório de violinos, inovações técnicas e estéticas. São relevantes as pitorescas e virtuosísticas Sonatas de Biber, com destaque para as Mystery Sonatas, que inclui novas técnicas e tonalidades incomuns.

Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704): Un Carnaval En Kremsier

Trombet-undt Musicalischer Taffeldienst A 4
1 Intrada 0:58
2 Sonata, Allamanda, Courante, Allamanda 4:55
3 Intrada 1:07
4 Gavotte, Gigue 2:41
5 Sonatina (Ciacona) 3:10

Arien A 4
6 Allegro – Adagio, Allamanda 2:12
7 Amoresca, Giga, Sonatina 3:33

Harmonia Romana
8 Sonata, Presto, Courante, Fuga 6:16
9 Passagio 3:19
10 Saltarello, Allemanda, Gigue 5:53

Balletti
11 (Intrada), Ballo (Trezza), Aria, Die Werber, (Aria), Allemanda 6:42
12 Ciacona 2:10

Arien A 4
13 Intrada (Allegro-Adagio), Aria, Aria, Gigue (Prestissimo) 5:03

Balletti
14 Aria 1ª (Barbaresca), Aria 2ª, Intrada – Aria 2ª 2:02
15 (Aria) 2, (Aria) 3 2:09
16 (Aria) 4, (Aria) 5 2:08
17 (Aria) 6, (Aria) 7 2:45
18 (Aria) 8, Campanas 3:27

Balletti Lamentabili A 4
19 Sonata 3:10
20 Allamanda 2:43
21 Sarabande 2:25
22 Gavotte 0:49
23 Gigue 3:25
24 Lamenti (Adagio) 1:30

Conductor – Gunar Letzbor
Orchestra – Ars Antiqua Austria

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE


Dança de casamento ao ar livre (1607, detallhe), de Pieter Brueghel, o Jovem

PQP

Gottfried August Homilius (1714-1785): A Paixão Segundo Mateus

Gottfried August Homilius (1714-1785): A Paixão Segundo Mateus

Gottfried August Homilius foi um Konzertmeister, compositor e organista alemão. Gottfried August Homilius não tinha o talento de J. S. Bach nem de seus filhos. Então sua Mateus não se compara com esta aqui que postamos na última sexta-feira. Mas Gottfried August Homilius era bom. Ele é considerado um dos compositores de igrejas mais importantes da geração pós-Bach. Homilius nasceu em Rosenthal, na Saxônia, filho de um pastor luterano. Foi educado em Dresden. Ele estudou Direito na Universidade de Leipzig e órgão com APENAS Johann Sebastian Bach. Desde 1742, ele foi organista na Dresden Frauenkirche e, de 1755 até sua morte, cantor no Kreuzkirche em Dresden, com a responsabilidade associada do diretor de música na Kreuzkirche , na Sophienkirche e na Frauenkirche. Após a destruição do Kreuzkirche durante a Guerra dos Sete Anos, ele trabalhou principalmente na Frauenkirche.

Homilius compôs predominantemente música da igreja. Escreveu mais de 10 paixões. A Paixão Segundo  Mateus foi escrita em 1775 e é bem no estilo pré-clássico de CPE Bach. Mas Homilius é um sucessor digno da obra de JS Bach. Também escreveu um Oratório de Natal e um da Páscoa, mais de 60 motets, 150 cantatas, corais e prelúdios. Também compôs música para órgão. Suas composições vocais desfrutaram de grande popularidade até o século XIX, como testemunha o grande número de cópias ainda existentes.

Gottfried August Homilius (1714-1785): A Paixão Segundo Mateus

1-1-42 Part I (Compact Disc 1) 74:23
2-1-43 Part II (Compact Disc 2) 56:41

Alto Vocals – Ulla Groenewold
Bass Vocals – Hans-Georg Wimmer, Klaus Mertens
Chorus – Cappella Vocale Leverkusen
Chorus Master – Christoph Schoener
Composed By – Gottfried August Homilius
Concertmaster – Bernhard Forck
Conductor – René Jacobs
Ensemble – Akademie Für Alte Musik Berlin
Liner Notes – Henrike Koerth
Soprano Vocals – Ann Monoyios
Tenor Vocals – Gerd Türk

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Herreweghe, 1985)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Herreweghe, 1985)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Esta foi a primeira gravação da Paixão Segundo Mateus que Herreweghe realizou. É de 1985, dos tempos do vinil. A segunda está neste link. Afirmo que a segunda gravação — do link recém colocado em negrito — é melhor, mas aqui temos um maior sabor de juventude e René Jacobs barbarizando.

A Paixão Segundo Mateus BWV 244 (em latim: Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Evangelistam Matthaeum; em alemão: Matthäus-Passion), mais conhecida em países católicos como A Paixão Segundo Mateus, é um oratório de Johann Sebastian Bach, que representa o sofrimento e a morte de Cristo a partir do Evangelho de Mateus, com libreto de Picander (Christian Friedrich Henrici). Com uma duração de mais de duas horas e meia (em algumas interpretações, mais de três horas) é a obra mais extensa do compositor. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma das obras mais importantes de Bach e uma das obras-primas da música ocidental. Esta e A Paixão Segundo João são as únicas Paixões autênticas do compositor conservadas em sua totalidade. A Paixão Segundo Mateus consta de duas grandes partes constituídas de 68 números, em que se alternam coros, corais, recitativos, ariosos e árias.

A obra foi escrita, provavelmente, em 1727. Apenas duas das quatro (ou cinco) composições sobre a Paixão de Cristo, que Bach escreveu, subsistiram integralmente; a outra é A Paixão Segundo João, como dissemos. A peça completa foi apresentada pela primeira vez na Sexta-feira da Paixão de 1727 ou na Sexta-feira da Paixão de 1729 na Thomaskirche (Igreja de São Tomás) em Leipzig, onde Bach era o Kantor. Ele a revisou em 1736, apresentando-a novamente em março desse mesmo ano, incluindo dessa vez dois órgãos na instrumentação.

A Paixão Segundo Mateus não foi ouvida fora de Leipzig até 1829, quando Felix Mendelssohn apresentou uma versão abreviada em Berlim e foi vivamente aclamado. A redescoberta da obra através de Mendelssohn expôs a música de Bach — principalmente suas grandes obras — à atenção pública e acadêmica que persiste até os dias atuais.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus (Herreweghe, 1985)

Erster Teil
1-1 Chorus : Kommt, Ihr Töchter, Helft Mir Klagen
1-2 (Evangelista, Jesus) : Da Jesus Diese Rede Vollendet Hatte
1-3 Choral : Herzliebster Jesu, Was Hast Du Verbrochen
1-4a (Evangelista) : Da Versammleten Sich Die Hohenpriester
1-4b (Chori) : Ja Nicht Auf Das Fest
1-4c (Evangelista) : Da Nun Jesus War Zu Bethanien
1-4d (Chorus) : Wozu Dienet Dieser Unrat
1-4e (Evangelista, Jesus) : Da Das Jesus Merkete
1-5 Recitativo : Du Lieber Heiland Du
1-6 Aria (Alto) : Buß Und Reu
1-7 (Evangelista, Judas) : Da Ging Hin Der Zwölfen Einer,
1-8 Aria (Soprano) : Blute Nur, Du Liebes Herz
1-9a (Evangelista) : Aber Am Ersten Tage Der Süßen Brot
1-9b (Chorus) : Wo Willst Du, Daß Wir Dir Bereiten
1-9c (Evangelista, Jesus) : Er Sprach : Gehet Hin In Die Stadt
1-9d (Evangelista) : Und Sie Wurden Sehr Betrübt
1-9e (Chorus) : Herr, Bin Ich’s
1-10 Choral : Ich Bin’s, Ich Sollte Büßen
1-11 (Evangelista, Jesus) : Er Antwortete Und Sprach
1-12 Recitativo : Wiewohl Mein Herz In Tränen Schwimmt
1-13 Aria (Soprano) : Ich Will Dir Mein Herze Schenken
1-14 (Evangelista, Jesus) : Und Da Sie Den Lobgesang Gesprochen Hatte
1-15 Choral : Erkenne Mich, Mein Hütter
1-16 (Evangelista, Jesus, Petrus) : Petrus Aber Antwortete Und Sprach Zu Him
1-17 Choral : Ich Will Hier Bei Dir Stehen
1-18 (Evangelista, Jesus) : Da Kam Jesus Mit Ihnen Zu Einem Hofe
1-19 Recitativo : O Schmerz ! Hier Zittert Das Gequälte Herz
1-20 Aria (Tenore) : Ich Will Bei Meinem Jesu Wachen
1-21 (Evangelista, Jesus) : Und Ging Hin Ein Wenig
1-22 22 Recitativo : Der Heiland Fällt Vor Seinem Vater Nieder
1-23 Aria (Basso) : Gerne Will Ich Mich Bequemen
2-1 24 (Evangelista, Jesus) : Und Er Kam Zu Seinem Jüngern
2-2 25 Choral : Was Mein Gott Will, Das Gscheh Allzeit
2-3 26 (Evangelista, Jesus, Judas) : Und Er Kam Und Fand Sie Aber Schlafend
2-4a 27a Aria (Soprano, Alto E Choro): So Ist Mein Jesus Nun Gefangen
2-4b 27b (Chori) : Sind Blitze, Sind Donner In Wolken Verschwunden
2-5 28 (Evangelista, Jesus) : Und Siehe, Einer Aus Denen
2-6 29 Choral : O Mensch, Bewein Dein Sünde Groß

Zweiter Teil
2-7 30 Aria (Alto E Coro) : Ach, Nun Ist Mein Jesus Hin
2-8 31 (Evangelista) : Die Aber Jesum Gegriffen Hatten
2-9 32 Choral : Mir Hat Die Welt Trüblich Gericht’
2-10 33 (Evangelista, Pontifex, Testis I, II) : Un Wiewohl Viel Falsche Zeugen Herzutraten
2-11 34 Recitativo : Mein Jesus Schweigt Zu Falschen Lügen Stille
2-12 35 Aria (Tenore) : Geduld
2-13a 36a (Evangelista, Pontifex, Jesus) : Und Der Hohepriester Antwortete Und Sprach Zu Him
2-13b 36b (Chori) : Er Ist Des Todes Schuldig
2-13c 36c (Evangelista) : Da Speieten Sie Aus
2-13d 36d (Due Chori) : Weissage Uns, Christe
2-14 37 Choral : Wer Hat Dich So Geschlagen
2-15a 38a (Evangelista, Ancilla I, II, Petrus) : Petrus Aber Saß Draußen Im Palast
2-15b 38b (Chorus) : Wahrlich, Du Bist Auch Einer Von Denen
2-16 39 Aria (Alto) : Erbarme Dich
2-17 40 Choral : Bin Ich Gleich Von Dir Gewichen
2-18a 41a (Evangelista, Judas) : Des Morgens Aber Hielten Alle Hohepriester
2-18b 41b (Chori) : Was Gehet Uns Das An
2-18c 41c (Evangelista, Pontifex I, II) : Und Er Warf Die Silbberlinge In Den Tempel
2-19 42 Aria : Gebt Mir Meinem Jesum
2-20 43 (Evangelista, Pilatus, Jesus) : Sie Hielten Aber Einen Rat
2-21 44 Choral : Befiehl Du Deine Wege
2-22a 45a (Evangelista, Pilatus, Uxor Pilati, Chori) : Auf Das Fest Aber Hatte Der Landpfleger Gewohnheit
2-22b 45b (Due Chori) : Laß Ihn Kreuzigen
2-23 46 Choral : Wie Wunderbarlich Ist Doch Diese Strafe
2-24 47 (Evangelista, Pilatus) : Der Landpfleger Sagte
3-1 48 Recitativo : Er Hat Uns Allen Wohlgetan
3-2 49 Aria : Aus Liebe Will Mein Heiland Sterben
3-3a 50a (Evangelista) : Sie Schrieen Aber Noch Mehr
3-3b 50b (Due Chori) : Laß Ihn Kreuzigen
3-3c 50c (Evangelista, Pilatus) : Da Aber Pilatus Sahe
3-3d 50d (Chori) : Sein Blut Komme Über Uns
3-3e 50e (Evangelista) : Da Gab Er Ihnen Barrabam Los
3-4 51 Recitativo : Erbarm Es Gott
3-5 52 Aria : Können Tränen Meiner Wangen
3-6a 53a (Evangelista) : Da Nahmen Die Kriegsknechte
3-6b 53b (Chori) : Getrüßet Seist Du, Jüdenkönig
3-6c 53c (Evangelista) : Und Speieten Ihn An
3-7 54 Choral : O Haupt Voll Blut Und Wunden
3-8 55 (Evangelista) : Und Da Sie Ihn Verspottet Hatten
3-9 56 Recitativo :Ja Freilich Will In Uns Das Fleisch Und Blut
3-10 57 Aria Komm, Süßes Kreuz, So Will Ich Sagen
3-11a 58a (Evangelista) : Und Da Sie An Die Stätte Kamen
3-11b 58b (Chori) : Der Du Den Tempel Gottes Zerbrichst
3-11c 58c (Evangelista) : Desgleichen Auch Die Hohenpriester
3-11d 58d (Chori) : Andern Hat Er Geholfen
3-11e 58e (Evangelista) : Desgleichen Schmäheten Ihn Auch Die Mörder
3-12 59 Recitativo : Ach Golgatha
3-13 60 Aria : Sehet, Jesus Hat Die Hand
3-14a 61a (Evangelista, Jesus) : Und Von Der Schsten Stunde An
3-14b 61b (Chorus) : Der Rufet Dem Elias
3-14c 61c (Evangelista) : Und Bald Lief Einer Unter Ihnen
3-14d 61d (Chorus) : Halt ! Laß Sehen
3-14e 61e (Evangelista) : Aber Jesus Schriee Abermal
3-15 62 Choral : Wenn Ich Einmal Soll Scheiden
3-16a 63a (Evangelista) : Und Siehe Da, Der Vorhang Im Tempel Zerriß
3-16b 63b (Due Chori In Unisono) : Wahrlich, Dieser Ist Gottes Sohn Gewesen
3-16c 63c (Evangelista) : Und Es Waren Viel Weiber Da
3-17 64 Recitativo : Am Abend, Da Es Kühle War
3-18 65 Aria : Mache Dich, Mein Herze, Rein
3-19a 66a (Evangelista) : Und Joseph Nahm Den Leib
3-19b 66b (Due Chori) : Herr, Wir Haben Gedacht
3-19c 66c (Evangelista, Pilatus) : Pilatus Sprach Zu Ihnen
3-20 67 Recitativo : Nun Ist Der Herr Zur Ruh Gebracht
3-21 68 Chorus : Wir Setzen Uns Mit Tränen Nieder

Alto Vocals [Alto Solo, Testis 1] – René Jacobs
Baritone Vocals [Judas] – Renaud Machart
Baritone Vocals [Petrus, Pontifex 1] – Marc Meersman
Bass Vocals [Bass Solo, Pilatus, Pontifex 2] – Peter Kooy
Bass Vocals [Jesus] – Ulrik Cold
Choir – Chœur D’Enfants «In Dulci Jubilo»
Choir [Chorus 1] – Ensemble Vocal Européen De La Chapelle Royale
Choir [Chorus 2] – Collegium Vocale
Soprano Vocals [Ancilla 2] – Catherine Bignalet
Soprano Vocals [Soprano Solo, Ancilla 1, Uxor Pilati] – Barbara Schlick
Tenor Vocals [Evangelista] – Howard Crook
Tenor Vocals [Tenor Solo, Testis 2] – Hans Peter Blochwitz
Orchestra – La Chapelle Royale
Conductor – Philippe Herreweghe

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Rogier van der Weyden, A Descida da Cruz, c. 1435, Museu do Prado, Madrid

PQP

Valentin Silvestrov (1937): Fleeting Melodies (2008)

Valentin Silvestrov (1937): Fleeting Melodies (2008)

Busquei este CD num site russo. Continha um recado: rare digipack edition, out of print. Publisher: Rostok Records. Year: 2008. Mais recados:

… Um grande ciclo, composto por sete obras, que são executadas sem interrupção – como um texto longo. Neste trabalho, há certa analogia com o ciclo de Bach “A Arte da Fuga “. Na obra de Bach a ideia é didática. Aqui, eu poderia ter chamado meu ciclo de “A Arte da Melodia”, mas falta didática a meu ciclo, então pensei em chamá-lo de “Fleeting Melodies” ou “Melodias Passageiras”. São melodias que só existem na fronteira entre o seu aparecimento e desaparecimento…

Valentin Silvestrov

E tem razão. A música de Silvestrov canta — com ou sem componente vocal. “Ao ouvir, esta música deve soar leve e clara, distante”. A música de Silvestrov é delicada mas nada fácil de ignorar. É um sussurro muito instigante e contemporâneo. Os artistas deste disco — Bohdana Pivnenko (violino) e Valeriy Matiukhin (piano) — mostram grande compreensão do trabalho do compositor. Suas interpretações não poderias ser perfeitas e simples. E nem melhores.

A primeira e a última peça do CD são esplêndidas melodias. E as outras não são nada esquecíveis.

Valentin Silvestrov: Fleeting Melodies (2008)

1-5. Five pieces for Gidon Kremer
6-8. Three pieces for Anatoliy Bazhenov
9-11. Three pieces (2005) for Helle Mustonen
12-14. Fleeting Melodies for Olga Rexrot
15-16. Two Elegies to Eduard Edelchuk
17-19. In memory of Pyotr Tchaikovsky
20-22. Song without words to Bohdana Pivnenko

Bohdana Pivnenko, violin
Valeriy Matiukhin, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

O próprio Silvestrov

PQP

Krzysztof Penderecki (1933-2020): Credo

Vejam bem, meus amigos, nada tenho contra CDF Bach, muito pelo contrário! Só que costumo postar o que ouço e estou em pleno período — alguns diram crise — moderno. Espero não provocar a ira cedeefiana.

Um comentarista escreveu algo muito interessante sobre o Credo de Penderecki: aqui, ele não utiliza estilos de empréstimo de outros compositores; aqui, é a própria voz de Penderecki numa composição que une coral e solistas de forma absolutamente natural. O compositor teve a fortuna de contar com Helmuth Rilling e um notável grupo de solista na estreia que apresentamos, mas o que interessa realmente é a espetacular música de indiscutível religiosidade que nos faz pensar em alguns grandes autores do passado, como nosso papai.

Deixo-vos com o entusiasmado comentário de um músico:

A masterpiece for this century in a superb recording

In June 1999 I had the privelege of performing a recently written work by Polish composer Krzysztof Penderecki, under his direction. By that time I had no idea who was Penderecki, but as soon as I heard that piece I was enchanted by his music: the piece was Credo. Since then, I have been studying his art and atracted even more to his music. Credo is definitely a masterpiece for this century, from the beginning till the end. As soon as it begins, with the choir, in the powerful main theme it captures all your attention. Particularly expressive is the place where the theme comes back, with the soloists. The second movement is very beautifull and rich in textures and solo melodies that express the happening of the Lord’s birth. But the focus point should be the third movement, with it’s Latin, Polish and German interpolations. The quasi aria Pangue Lingua (Mz) is rich in power and virtuosity, but it is enriched by the glorious appearance of the hymn Ludu moj ludu, for me, the most beautiful moment in the whole piece. The 4th movement is incredibly dramatic and rhythmic. The 5th, brings again the main theme with virtuoso parts for the soloists. I must take notice of the powerful harmonies in the brasses in “visibilium omnium” and the beautiful melody in the choir in “unum Dominum…” After a big dramatic section, it begins to push toward the ending, only interrupted by an Alleluia in the children’s choir that resembles the Gregorian chant. The finale is amazing: three big Amens, but…, wait…, a soft chord in the offstage brass remind us that Credo is supposed to be part of a BIG Mass to be completed soon. So this is not really THE END. This recording is great: the choirs, the orchestra, the soloists, the CONDUCTOR, but the one who should REALLY be praised is the composer. Bravi!

F.J. Rivera

Penderecki – Credo

1. Credo: I. Credo In Unum Deum
2. Credo: II. Qui Propter Nos Homines – III. Et Incarnatus Est
3. Credo: IV. Crucifixus
4. Credo: V. Et Resurrexit Tertia Die
5. Credo: VI. Et In Spiritum Sanctum – VII. Et Vitam Venturi Saeculi

Juliane Banse, Soprano / Milagro Vargas, Mezzosoprano / Marietta Simpson, Mezzosoprano / Thomas Randle, Tenore / Thomas Quasthoff, Basso
Helmuth Rilling, conductor
Oregon Bach Festival Orchestra and Choir

BAIXE AQUI  – DOWNLOAD HERE

Descanse em paz!

PQP (2008) / Pleyel (2020)

Bruckner / Wagner: Sinfonia Nº 8 / Prelúdios de Lohengrin, Idílio de Siegfried, Prelúdios de Parsifal

Bruckner / Wagner: Sinfonia Nº 8 / Prelúdios de Lohengrin, Idílio de Siegfried, Prelúdios de Parsifal

Hans Knappertsbusch (1888-1965) e seu pega-rapaz foram maestros alemães bastante conhecidos por suas performances da música de Richard Wagner, Anton Bruckner e Richard Strauss. Knappertsbusch e seu pega-rapaz eram nacionalistas moderados altamente cultos e nunca tiveram associação ao Partido Nacional Socialista, apesar de nunca terem deixado a Alemanha. Knappertsbusch e seu pega-rapaz achavam os nazistas burros e vulgares. Caramba, que coincidência! Bem, eles — o maestro e seu pega-rapaz — muitas vezes entraram em conflito com as autoridades, arriscando suas liberdades e até suas vidas. Por exemplo, provocaram a ira de Joseph Goebbels perguntando a um diplomata alemão na Holanda se ele era um “nazista” — ou seja, alguém que ingressou no Partido de Hitler somente por ser carreirista — ou um “nazista-nazista”. Como resultado, seus contratos na orquestra de Munique foram revogados e foram temporariamente proibidos de trabalhar na Alemanha. O próprio Hitler esteve envolvido na decisão de demiti-los. No entanto, como havia escassez de regentes de primeira categoria na Alemanha, em resultado das políticas raciais e ideológicas nazistas, sua proibição de trabalhar foi retirada após um curto período de tempo. Ademais, Knappertsbusch e seu pega-rapaz eram wagnerianos da gema. E s nazistas gostavam de Wagner, né? Ao longo da existência do Terceiro Reich, Knappertsbusch e seu pega-rapaz atacaram muitas vezes as autoridades nazistas, e apenas suas excelentes reputações internacionais e alta popularidade entre o público os salvaram de punições. Em 1944, eles foram adicionados à lista Gottbegnadeten (literalmente “lista dotada por Deus”), que o excluíram do serviço militar. Knappertsbusch e seu pega-rapaz eram muito respeitados por seus músicos e pelo público em geral, especialmente em Munique, onde o primeiro era simplesmente chamado de “Kna”. Após a guerra, ficou claro que Kna e seu pega-rapaz haviam ajudado vários músicos perseguidos durante a era nazista. Grande Knappertsbusch (e seu pega-rapaz)!

Esta gravação demonstra o notável maestro que eles foram. Estávamos nos anos 50 e, claro, os brucknerianos de hoje são MUITO MELHORES.

Bruckner / Wagner: Sinfonia Nº 8 / Prelúdios de Lohengrin, Siegfried Idyll, Prelúdios de Parsifal

Bruckner:
Symphony No.8 In C Minor
1 Allegro Moderato 15:55
2 Scherzo. Allegro Moderato – Trio. Langsam 15:59
3 Adagio.Feierlich, Doch Nicht Schleppend 27:41
4 Finale. Feierlich, Nicht Schnell 26:02

Wagner:
5 Lohengrin: Prelude To Act I 7:27
6 Siegfried-Idyll 19:12
7 Parsifal: Prelude To Act I 11:48

Münchner Philharmoniker
Hans Knappertsbusch

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Que lindo pega-rapaz, Knappertsbusch

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Violin & Voice

J. S. Bach (1685-1750): Violin & Voice

Este é um CD apenas OK, nada mais. A ideia foi boa, mas a escolha das árias parece ter passado por cima do conceito de beleza para abraçar outros critérios. O critério comercial? Sei lá. Como filho de Bach, tenho coleções de árias na minha cabeça e acho que este CD apenas acertou em 50% das tentativas. Ah, o disco é uma seleção de árias de Cantatas e Paixões que incluem voz e violino, certo? Pois é como ia dizendo, há dezenas delas, mas a escolha foi assim assim. Quem rouba o disco é o sensacional Matthias Goerne, que é um barítono alemão realmente maravilhoso. Já Christine Schafer é apenas aceitável. Não curti muito a cantora. Acho que foi isso. Paciência.

O disco costuma ser muito elogiado. Vai ver estou errado…

J. S. Bach (1685-1750): Violin & Voice

1. St. Matthew Passion, BWV 244 / Part Two – No.51 Aria (Bass): ”Gebt Mir Meinen Jesum Wieder” 2:59
2. Wachet Auf, Ruft Uns Die Stimme Cantata, BWV 140 – Arie (Duett): ”Wann Kommst Du, Mein Heil?” 5:44
3. Cantata, BWV 204 ”Ich Bin Vergnügt” – Aria ”Die Schätzbarkeit Der Weiten Erde” 4:13
4. Liebster Jesu, Mein Verlangen Cantata, BWV 32 – 3. Aria: Hier, In Meines Vaters Stätte 7:09
5. Zerreißet, Zersprenget, Zertrümmert Die Gruft Dramma Per Musica, BWV 205 – 9. Aria Soprano: ”Angenehmer Zephyrus” 3:29
6. Mass In B Minor, BWV 232/Gloria – Laudamus Te 3:50
7. Ich Lasse Dich Nicht, Du Segnest Mich Denn (Cantata BWV 157) – Ja, Ja Ich Halte Meinen Jesum Fest 6:18
8. Cantata ”Wer Mich Liebet, Der Wird Mein Wort Halten” BWV 59 – 4. Aria: ”Die Welt Mit Allen Königreichen” 3:06
9. Cantata, BWV 58 ”Ach Gott, Wie Manches Herzeleid” – Aria ”Ich Bin Vergnügt In Meinem Leiden” (Soprano) 3:44
10. Cantata, BWV117 – 6. Wenn Trost Und Hülf’ Ermangeln Muß 4:03
11. Der Friede Sei Mit Dir: Cantata, BWV 158 – 2. Aria & Choral: Welt, Ade, Ich Bin Dein Müde 5:49
12. St. Matthew Passion, BWV 244 / Part Two – No.39 Aria (Alto): ”Erbarme Dich” 6:29

Hilary Hahn
Matthias Goerne
Christine Schafer

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP gosta
Não funcionou, Hahn

PQP

Biber: Battalia e outras obras / Locke: The Tempest / Zelenka: Fanfare — Il Giardino Armonico

Biber: Battalia e outras obras / Locke: The Tempest / Zelenka: Fanfare — Il Giardino Armonico


IM-PER-DÍ-VEL !!!

Em verdade vos digo: nunca deixeis de ouvir as gravações do Il Giardino Armonico, são sempre FANTÁSTICAS. Mas sim, comecemos pelo que interessa: IM-PER-DÍ-VEL !!!! Ah, já tinha dito, né? Este é um disco de música barroca sem o qual você não pode viver sem. A vitalidade e o frescor das interpretações do Il Giardino Armonico trabalham favoravelmente à música dos grandes Biber e Locke, compositores imerecidamente pouco ouvidos. E, para melhorar ainda mais, são obras divertida, cheias de expressão surpreendente. A Battalia de Biber e a a música incidental escrita por Locke para a peça de Shakespeare A Tempestade são das coisas mais arrepiantes que há.

Mas temos que voltar a Antonini e seu Giardino: há muitos especialistas em barroco, mas este grupo — o preferido por Cecilia Bartoli — é especial. Muitas vezes agressivo, quase sempre inesperado mas sempre eufônico, o grupo costuma explorar seu repertório com tanto entusiasmo que as músicas parecem outras após um tratamento “Armonico”.

Biber: Battalia e outras obras / Locke: The Tempest / Zelenka: Fanfare — Il Giardino Armonico

Jan Dismas Zelenka (1679-1745):
1. Fanfare in D major (02:11)

Heinrich Ignaz Franz Von Biber (1644 – 1704):
2. Battalia – Sonata – Allegro (01:52)
3. Battalia – Die liederliche Gesellsschaft von allerley Humor (Allegro) (00:45)
4. Battalia – Presto (00:26)
5. Battalia – The march (violin I solo) (01:03)
6. Battalia – Presto (2) (01:01)
7. Battalia – Aria (02:39)
8. Battalia – The battle (00:42)
9. Battalia – Lamento der Verwundten Musquetirer (Adagio) (01:31)
10. Passacaglia in C minor (04:55) — Luca Pianca, archlute
11. Anon. / Tune for the woodlark (00:20) – Giovanni Antoini, flautino
12. Sonata Violino solo representativa – Allegro (01:46)
13. Sonata Violino solo representativa – The nightingale (01:22)
14. Sonata Violino solo representativa – The cuckoo (00:42)
15. Sonata Violino solo representativa – The frog (00:42)
16. Sonata Violino solo representativa – Adagio (00:25)
17. Sonata Violino solo representativa – The hen & the cock (00:24)
18. Sonata Violino solo representativa – Presto (00:12)
19. Sonata Violino solo representativa – Adagio – The quail (00:42)
20. Sonata Violino solo representativa – The cat (00:25)
21. Sonata Violino solo representativa – The musketeers’ march (01:14)
22. Sonata Violino solo representativa – Allamande (01:41)
23. – Onofri, Enrico – Ricercare (01:52) Michele Barchi, gravicembalo / Riccardo Doni, organ
24. – Partita VII in C minor – Praeludium (03:24) Enrico Onofri, Marco Bianchi, viole d’amore / Giovanni Antonini, tenor chalumeau / Vittorio Ghielmi, bass and tenor violas da gamba / Luca Pianca, archlute / Michele Barchi, gravicembalo and organ
25. – Partita VII in C minor – Allamande (02:18)
26. – Partita VII in C minor – Sarabande (01:42)
27. – Partita VII in C minor – Gigue – Presto (01:22)
28. – Partita VII in C minor – Aria (01:35)
29. – Partita VII in C minor – Trezza (00:48)
30. – Partita VII in C minor – Arietta variata (05:58)

Matthew Locke (1621 – 1677):
31. – Canon 4 in 2 (00:48)
32. – Music for The Tempest – Introduction (01:03)
33. – Music for The Tempest – Galliard (01:30)
34. – Music for The Tempest – Gavot (01:06)
35. – Music for The Tempest – Sarabrand (03:02)
36. – Music for The Tempest – Lilk (00:54)
37. – Music for The Tempest – Curtain Tune (05:19)
38. – Music for The Tempest – First Act Tune – Rustick Air (01:18)
39. – Music for The Tempest – Second Act Tune – Minoit (01:32)
40. – Music for The Tempest – Third act tune – Corant (01:05)
41. – Music for The Tempest – Fourth act tune – A Martial Jigge (01:43)
42. – Music for The Tempest – Conclusion: A Canon 4 in 2

Il Giardino Armonico
Giovanni Antonini

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Parte dos membros do Il Giardino Armonico
O correto é tocar assim, viu?

PQP

Bennet / Browne / Coleman / Pearce / Purcell / Ravenscroft: Purcell in The Ale House

Bennet / Browne / Coleman / Pearce / Purcell / Ravenscroft: Purcell in The Ale House

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A part song é uma forma de canção coral secular organizada em várias partes vocais. Essas canções são comumente cantadas por um coral de soprano-contralto-tenor-barítono ou por um conjunto masculino ou feminino. O Pro Cantione Antiqua é masculino. Criada no período elisabetano, essa música geralmente é homofônica — o que significa que a parte mais aguda carrega a melodia e as outras vozes ou partes fornecem as harmonias que a acompanha — mas também podem ser altamente polifônicas, como a maioria das deste disco. São cantadas sempre a cappella, isto é, sem acompanhamento. Esta música foi criada na Grã-Bretanha e pode ser muito divertida, cantando piadas, amores, poemas líricos ou satíricos. O Pro Cantione Antiqua é um conjunto especialista neste gênero de repertório e, bem, eles dão um show pra nós.

Já sei que vai ter um monte de gente pedindo as Lute Songs. Não adianta pedir. É só conseguir que eu acrescento aqui. Este é um blog colaborativo, não temos SAC ou Central de Atendimento. Temos um Setor de Foda-se que está 24h à disposição de vocês. Quando algum de vocês quiserem pedir algo, façam-no com muitos elogios, salamaleques, agrados e bombons. Ou fodam-se.

Bennet / Browne / Coleman / Pearce / Purcell / Ravenscroft: Purcell in The Ale House
Part Songs
1 Hey Ho, To The Greenwood
Written-By – Thomas Ravenscroft
1:06
2 Luer Falconers
Written-By – John Bennet
1:37
3 Hey Trola, Trola
Written-By – Edward Pearce
3:08
4 We Cats When Assembled
Written-By – Richard Browne (2)
2:20
5 Round About In A Fair Ring
Written-By – John Bennet
1:06
6 Yonder Comes
Written-By – Thomas Ravenscroft
6:25
7 Since Time So Kind
Written-By – Henry Purcell
1:23
8 I Cannot Come Every Day
Written-By – Thomas Ravenscroft
2:57
9 Once, Twice, Thrice
Written-By – Henry Purcell
1:43
10 Tomorrow The Fox Will Come
Written-By – Thomas Ravenscroft
2:09
11 Canst Thou Love
Written-By – Thomas Ravenscroft
2:11
12 Celia Learning On A Spinnet
Written-By – Henry Purcell
1:44
13 Who Liveth So Merry
Written-By – Thomas Ravenscroft
1:51
14 Long Have We Bin Perplext
Written-By – Thomas Ravenscroft
2:03
15 Hey Ho, Nobody At Home
Written-By – Thomas Ravenscroft
1:03
16 Give Us Once A Drink
Written-By – Thomas Ravenscroft
2:58
17 Would You Know
Written-By – Henry Purcell
1:14
18 The Glories Of Our Birth
Written-By – Edward Coleman
4:04
19 Under This Stone
Written-By – Henry Purcell
1:55
20 Who’s The Fool Now?
Written-By – Thomas Ravenscroft
1:42

Pro Cantione Antiqua

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Quem ouvir o CD entenderá

PQP

Jan Dismas Zelenka (1679-1745): Hipocondrie à 7 Concertanti / Alcune Arie (Virtuosi di Praga, Vlcek)

Jan Dismas Zelenka (1679-1745): Hipocondrie à 7 Concertanti / Alcune Arie (Virtuosi di Praga, Vlcek)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

(Em razão do repertório).

Sim, um excelente, um lindíssimo disco pelo repertório. Já a execução é antiguinha, naquele estilo cravo + instrumentos modernos de Karl Richter. Só que as músicas são tão boas que tudo vale a pena. Nada vale a pena, ó meu amor longínquo, senão o saber como é suave saber que nada vale a pena… (Fernando Pessoa)

Este CD traz uma peça instrumental — a sensacional Hipocondrie à 7 Concertanti e algumas esplêndidas árias. Tudo, olha, tudo MUITO BOM.

Bem, Jan Dismas Zelenka foi um compositor barroco boêmio.  Ele escreveu música instrumental e vocal, embora a maior parte de sua obra seja dedicada à música religiosa. Sua música é pouco convencional e de grande originalidade. Apesar disso, e pelo fato de Zelenka ser considerado um compositor muito conservador em sua época (tal como Johann Sebastian Bach), a maior parte de sua obra caiu no esquecimento após sua morte, e não foi antes do fim do século XX que algumas de suas obras voltaram a ser interpretadas. A maior parte de sua música religiosa foi escrita para a corte de Dresden, que se convertera ao catolicismo por questões políticas. Nesse tipo de música, Zelenka une as técnicas de composição antigas, baseadas sobre um contraponto muito estrito, conseguindo desta maneira obras de grande expressividade. Conhecem-se cerca de 20 missas, fragmentos de missas, responsórios, dois Magnificats, numerosos salmos, e três oratórios: Gesù al Calvario, Il Serpente de bronzo e I penitente al Sepolcro.

Jan Dismas Zelenka (1679-1745): Hipocondrie à 7 Concertanti / Alcune Arie (Virtuosi di Praga, Vlcek)

1 Hipocondrie à 7 Concertanti (ZWV 187)
2 Alcune Arie (ZWV 176) IV
3 Alcune Arie VI
4 Alcune Arie V
5 Alcune Arie III
6 Alcune Arie VIII

Zdena Kloubova (S)
Marta Benackova (A)
Ivan Kusnjer (B)
Five arias of eight: no. 3 (for A), 4 (for S), 5 (for S), 6 (for A) and 8 (for B).
Virtuosi di Praga
Oldrich Vlcek

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Zelenka: homens mais bonitos já passaram pelo PQP Bach

PQP