.: intermezzo :. Marcondes Falcão Maia (1957): A besteira é a base da sabedoria (1995)

.: intermezzo :. Marcondes Falcão Maia (1957): A besteira é a base da sabedoria (1995)

Bem, caros visitantes. O CD ora postado possui uma importância tão capital no contexto da música clássica brasileira contemporânea que nem sei.

A besteira é a base da sabedoria (1995) – terceiro álbum do cantor e compositor cearense Falcão, preconceituosamente intitulado de “brega” – talvez seja um dos mais ricos em elementos de paráfrase e paródia na década de 90, não só partindo da música popular, mas (inconscientemente ou não) também da música erudita.

Uma análise das referências musicais do disco pode, sem titubeios, auxiliar a compreender a síntese de várias correntes estéticas que emergiram ao longo do século XX, e ali presentes. Em Esculhambação, sim. Frescura, não, por exemplo, evidencia-se a mensagem de cunho político, influenciada por obras como a Sinfonia das Diretas de Jorge Antunes ou Mamãe, eu quero votar de Gilberto Mendes, porém dentro da verve satírica peculiar a Falcão (“Será o caralho?!”)

Sem precedentes pode considerada a concepção de um moteto responsorial para um réquiem em A terra há de comer (já que eu não comi), enquanto Homem é homem teve de mudar seu subtítulo original, Hommage (ou Femmage) pour Britten, por conta da previsível falta de conhecimento do público sobre o compositor britânico.

Porém nada supera a genial transformação de My world dos Guns N’Roses num minicompêndio da música de concerto do século XX, o Concerto em qualquer tom para triângulo e roi-roi. Em nenhuma outra composição brasileira dos últimos tempos é possível achar um entrecruzamento de matizes estéticos tão díspares quanto o deboche à la Satie; o percussionismo de Edgard Varèse e Amadeo Roldan; a sobreposição da própria voz gravada em diferentes canais, como Ute Lemper ao gravar canções de cabaré de Spoliansky; a utilização estilizada do rap e da polifonia semifalada, tal qual – respectivamente – em O anjo esquerdo da história e Beba Coca-Cola de Gilberto Mendes; a predominância do minimalismo e a marca stravinskiana nos poucos acordes bitonais sampleados.

***

A Besteira é a base da sabedoria

1.”Esculhambação sim. Frescura, não!”  3:39
2.”A terra há de comer (já que eu não comi)”  3:07
3.”Lends picantis in anus autrem q’sucus est”  4:41
4.”A besteira é a base da sabedoria”  3:22
5.”Caubói do Ceará”  3:13
6.”Mais antes mamãe não tivesse me(n)tido”  3:42
7.”Confesso que fresquei”  3:13
8.”Se eu morrer sem gozar do seu amor, minha alma lhe persegue de pau duro”  3:12
9.”Todo castigo pra corno é pouco”  3:25
10.”Não tem jeito que dê jeito”  3:59
11.”Holliday foi muito”  3:26
12.”Concerto em qualquer tom para triângulo e roe-roe”  2:24

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PS 1: Este post é dedicado aos ouvintes puristas e carracudos deste blog.
PS 2: Licença, que tá na hora de tomar meu comprimido de Zyprexa.

Elegância
Elegância

CVL

.: interlúdio :. Dinah Washington sings the Blues, 1954-61

Publicado originalmente em 12.08.2012

Acho que conheci o nome Dinah Washington lendo James Baldwin, nos anos 70 – a década onde, sinceramente, parece terminar toda cultura estadunidense que agrada & interessa o monge Ranulfus.

Mas em qual livro desse tremendo prosador que foi Baldwin, nem sempre condignamente traduzido em português? Quero crer que foi em Numa Terra Estranha (Another Country), dignissimamente traduzido por Érico Veríssimo, e escrito em 1962, um ano antes da morte de Dinah aos 39. Se a memória não está a fantasiar, em mais de uma ocasião algum personagem sentia que as letras cantadas por Dinah dialogavam com suas situações de vida, o que contribuiu para a sensação de identificação existencial, pois também nós, no Brasil, costumamos (ou costumávamos?) levar nosso cotidiano como que em diálogo com letras do nosso cancioneiro popular.

Porém, apesar de a prosa de Baldwin ser certamente a que mais me arrastou, entre todos os autores dos EUA que eu tenha lido, foi só dois anos atrás que ouvi Dinah Washington pela primeira vez. Afinal, nos anos 70 o acesso a música era bem mais limitado; eu já gastava quase integralmente meus parcos ganhos em LPs (traduzindo para as novas gerações: vinis), mas não conseguia adquirir nem 20% do que queria conhecer. Tristes tempos em que não havia mp3… nem (para mim) o Avicenna, que em março de 2010 me postou aqui uma coleção de suas badaladas baladas.

Na ocasião Ranulfus ainda nem era oficialmente da gang, mas tramou-se num vasto papo sobre como a voz da moça lhe agradava, mas não os arranjos violinosos das baladas, que lhe soavam como vinho adoçado, quando seus ouvidos costumam preferir bebida seca… E através desse papo acabou adquirindo este Dinah Washington sings the Blues, bem mais ao seu gosto.

Dia desses, então, uma amiga andava à procura de Dinah e eu recomendei que baixasse os dois discos do PQP, o das baladas e o dos blues. E aí pra minha surpresa ela me revelou que não havia nenhum disco da Dinah cantando blues no PQP – quer dizer: de onde foi que eu baixei?

Ora, o que menos importa é como a coisa baixou, desde que esteja lá em cima quando se precisar dela – e foi assim que o monge Ranulfus decidiu fazer esta pequena contribuição para o enriquecimento do repertório dinahwashingtoniano do PQP.

Quem foi Dinah Washington? Como viveu? Qual sua importância e diferencial entre as divas do jazz e do blues? Ora, para isso vocês têm o Google, seus preguiçosos! Se eu procurei e achei em minutos, por que não vocês? – hehehe. Mas compartilho – por que não? – algumas expressões que me pareceram especialmente pertinentes: “fantástico senso de fraseado e de ataque”, “voz aguda arenosa, salgada, marcada por uma clareza de dicção absoluta, e por um fraseado em recortes (clipped), tipicamente blues”.

De resto, encontrei também que as dezesseis faixas desta seleção foram gravadas entre 1954 e 1961, com músicos como Charlie Shavers, Clark Terry, Urbie Green, Lucky Thompson, Milt Hinton e Wynton Kelly, sendo muitas delas arranjadas e produzidas pelo onipresente Quincy Jones.

E agora chega de fala e vamos ao canto, né?

DINAH WASHINGTON SINGS THE BLUES

1. Show Time 2:55
2. Time Out For Tears 2:54
3. Trouble In Mind 2:22
4. A Bad Case Of The Blues 2:36
5. Is You Is Or Is You Ain’t My Baby? 2:42
6. Bad Luck 2:50
7. You Don’t Know What Love Is 3:59
8. Trouble In The Lowlands (Back Water Blues) 9:10
9. Blue Gardenia 5:15
10. Soft Winds 3:00
11. Somewhere Along The Line 2:38
12. Salty Papa Blues 2:27
13. Make The Man Love Me 5:30
14. Lingering 2:24
15. Since I Fell For You 3:14
16. No More 3:18

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Ranulfus

Toumani Diabaté & Ali Farka Touré: In the Heart of the Moon (mais biscoito fino do Máli)

Postado originalmente em 05.09.2012

Há poucos dias o colega PQP postou aqui “Mandé Variations”, de Toumani Diabaté, e pouco depois eu revalidei uma postagem minha de 2010 com o CD “New Ancient Strings”, do mesmo instrumentista malinês. Nesse post falei um pouco da kora, espécie de harpa da África Ocidental, e disse que só considero possível entender uma tal música como clássica.

Liguei ainda essa tradição clássica à herança dos povos mandê e alguns outros, que constituíram impérios de grande extensão, poder e riqueza cultural numa vasta área da África Ocidental, a partir do que chamamos século X.

Hoje trago um pouco mais de Toumani, desta vez junto com um músico simultaneamente mais velho e mais novo: Ali Farka Touré (1939-2006) já tinha 26 anos quando Toumani nasceu – no entanto sua música remonta, de modo geral, mais à síntese que se formou no século XX entre o que permaneceu na África e o retorno das aventuras musicais realizadas por afrodescendentes na diáspora, sobretudo no Caribe e nos EUA. Touré tocava violão – instrumento que não remonta aos antigos impérios, e o tocava muitas vezes com sabor de blues, de salsa, até de choro.

Já Toumani, embora mais jovem, cresceu no caldo de um movimento de reafirmação das antigas tradições culturais mandê, que teve seu auge nos anos 50 e começo de 60, no bojo dos grandes movimentos pela re-independização política dos povos africanos. Seu pai Sidiki Diabaté (1923-1996) foi um nome representativo desse movimento que (deixa eu ver minha cola aqui, da qual perdi o link – hehehe) teria se chamado Jurana Kura, e este CD contém inclusive música composta por ele.

Neste disco, de certa forma o “velho moderno” retorna ao universo da tradição acompanhado do “jovem antigo”, sem deixar de trazer seu tempero – nem deixar que ele encubra o sabor da tradição. O resultado… vocês vão ouvir.

“In the Heart of the Moon” – No Coração da Lua – foi gravado em 2005, em três sessões realizadas no auditório da cobertura do Hotel Mandé na atual capital do Máli – Bamako -, com vista para o Rio Níger. Antes desse encontro, Ali e Toumani haviam se encontrado esparsamente e tocado juntos um total de três horas, ao longo de 15 anos. Aí sentaram e gravaram este CD sem ensaios… pelo menos é o que se divulgou!

Toumani Diabaté e Ali Farka Touré tocando

Não vou comentar nada do disco em detalhe, exceto que a faixa 4, intitulada em francês “O senhor prefeito de Niafunké”, se refere ao fato de Ali Farka Touré ter sido eleito prefeito da sua cidade no meio das temporada de três sessões de gravação. Consta que na véspera da eleição ele não estava fazendo campanha e sim gravando parte deste disco… Chamo atenção para o começo dessa faixa, especialmente as “falas” do violão quando está liderando, e pergunto se vocês já não ouviram coisas parecidas na música de um determinado país exótico da América do Sul…

Ali Farka Touré & Toumani Diabaté

Para terminar, uma observação minha: muitas vezes tenho a impressão de ouvir aí um sabor de modo lídio – aquele que seria uma escala maior não fosse a quarta aumentada – portanto uma escala sobre-maior, por assim dizer. Acho que não é bem, e não tenho condições de levantar no momento, mas sei que traz um “up”, um quê de espíritos do fogo dançando “nas pontas dos pés”, com leveza, brilho e ao mesmo tempo substância…

Mas vou deixar que vocês viajem sua própria viagem. Agora vai!

IN THE HEART OF THE MOON (2005)
Ali Farka Touré, violão
Toumani Diabaté, kora
(harpa mandê)

01 Debe
02 Kala
03 Mamadou Boutiquier
04 Monsieur le Maire de Niafunké
05 Kaira
06 Simbo
07 Ai Ga Bani
08 Soubou Ya Ya
09 Naweye Toro
10 Kadi Kadi
11 Gomni

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Ranulfus

Toumani Diabaté (1965) e a harpa clássica do Império do Máli: New Ancient Strings

Toumani Diabaté e sua kora: www.tropis.org/imagext/toumanidiabate1b.jpg

Publicado originalmente em 01.05.2010

Esqueça qualquer ideia preconcebida sobre música africana: pra começar, você não ouvirá uma única nota de percussão neste CD.

Até o século XV, boa parte da África tinha vida totalmente comparável à da Europa: uma Idade Média com suas dinastias aristocráticas, suas intrigas palacianas, seus torneios de cavaleiros… E entre as dezenas de povos envolvidos destacavam-se os mandê, a que se ligam palavras como mandinque, mandinga, malinquê, malê –

… e Máli, que por séculos significou um dos impérios mais vastos e poderosos do planeta. Tanto que controlava a multicultural cidade de Tombúctu (ou Timbúktu), que apesar de não ser a capital abrigava entre 15 e 25 mil alunos e mestres universitários – do quê testemunham os 200 mil, talvez 700 mil manuscritos ainda existentes.

A riqueza desse mundo vinha da exportação de ouro e outros produtos para o Mediterrâneo (e portanto também para a Europa) através do Saara. Quando os portugueses chegaram a esse mundo para comerciar direto por mar, essa estrutura que sustentava uma civilização levou o primeiro e já o mais decisivo dos golpes que levariam uma das irmãs à glória do Barroco e além, a outra ao papel de gata borralheira.

Atualmente qualquer enciclopédia define “Máli” como “um dos países mais pobres do planeta” – o que ainda hoje só é verdade pelos critérios ocidentais de desenvolvimento: à beira do Níger a comida abunda, assim como fatos culturais que ainda deixam entrever e entreouvir a sofisticação das cortes do passado.

Um desses é um tipo de harpa chamada kora. Nem todo mundo a toca no nível do seu atual mestre maior, Toumani Diabaté, mas este não cria sua música do nada: trabalha com técnicas de execução, composição e desenvolvimento por improvisação que remontam a essa Idade Média.

Mas não é uma figura de museu: Toumani vive hoje, e dialoga com o mundo de hoje: no CD Mandé Variations, de 2008, na faixa Elyne Road Toumani cita e aproveita um motivo da banda UB40, que ouviu nessa rua em sua primeira estada em Londres. E faz o mesmo com um tema de trilha de filme, de Enio Morricone, em Cantelowes.

Mandé Variations (recentemente disponibilizado pelo colega PQP aqui) é provavelmente seu seu trabalho mais sofisticado até agora, onde Toumani contraria a tradição e toca desacompanhado. Por essa razão o som é às vezes menos fácil de ouvir – mais ascético, eu diria – que neste NEW ANCIENT STRINGS, de 1999, que nem por isso é biscoito menos fino!

Para um artigo de 2008 do The Guardian sobre Toumani, acesse AQUI . E quem quiser conhecer um pouco da vitalidade e diversidade musical popular do Máli (pois é esta que dá base e alimento às realizações clássicas, sempre), sugiro que procure no YouTube registros do Festival sur le Niger, anual, na cidade de Ségou. E agora acho que não cabe nenhuma palavra mais, antes de vocês terem ouvido. Um bom Primeiro de Maio para todos!

NEW ANCIENT STRINGS (1999)
Toumani Diabaté, Ballake Sissoko, koras

1. Bi Lambam
2. Salaman
3. Kita Kaira
4. Bafoulabe
5. Cheikhna Demba
6. Kora Bali
7. Kadiatou
8. Yamfa

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Ranulfus

BACH PAI (1685-1750): integral dos MOTETOS – Camerata Antiqua de Curitiba / Roberto de Regina (1991)

JSBach Motetos CamerataCuritiba RobertoDeRegina CAPAPublicado originalmente em 13.08.2011

Vai pra quase 10 meses que o Monge Ranulfus reduziu drasticamente suas postagens aqui a quase zero por entrar numa fase de peregrinações que um dia há de arregar… mas por enquanto o máximo que começa a aparecer no horizonte é o fim da fase curitibana dessa peregrinação. E com isso veio a vontade de compartilhar algumas coisas garimpadas nesta fase – acima de tudo esta surpreendente integral dos Motetos do patrono maior do blog, gravada em 1991 e lançada em 1993, como parte das celebrações dos 300 anos da cidade.

Bem, o blog já tem outra integral dos motetos, postada pelo nosso Grão-Mestre-Fio-do-Véio em 07/12/2010, na Caixa 7 da série Bach 2000 – e com ninguém menos que Harnoncourt (gravação de 1980). Tem cabimento postar uma realização brasileira depois da de Harnoncourt?

Confesso que fui ouvir cheio dessa dúvida… e tive uma ótima surpresa. Não, não é Harnoncourt – nem deveria ser. Mas ouçam… e verão.

Eu não diria que todos os 64 minutos de música estão perfeitos – especificamente o início da faixa 2 (“Der Geist hilft”) me pareceu um pouco abaixo do restante, e se eu começasse por ali julgaria mal. Mas talvez seja principalmente pelo contraste com o finalzinho da faixa 1, que saiu tão nos trinques que acaba hipertrofiando nossas expectativas.

Mas não quero deixar uma impressão de condescendência – e pra isso digo apenas: o maior dos motetos, o monumental “Jesu Meine Freude”, está muito superior aqui – muito mais lindo – que nas minhas duas honoráveis gravações alemãs em vinil, dos anos 70.

E ainda, pra não dizer que não falei de texto, o encarte traz 9 páginas de comentários substanciosos às obras e a esta realização em particular – e o monge foi patet… ops, bonzinho o suficiente pra escaneá-lo, processá-lo e incluí-lo no pacote pra vocês.

Antes de passar à música, só mais uma observação – esta triste: este CD foi encontrado num sebo, perdido entre caqueiras. A tradicional livraria da fundação mantenedora foi fechada no início de 2010, e sequer na propagandeada sede própria existe a discografia completa da Camerata em arquivo. O custo de prensagem de CDs hoje é irrisório, qualquer turma de moleques de favela produz o seu; manter sempre em exposição e venda na sede alguns exemplares de cada item da discografia honraria o grupo e a cidade, e teria custo irrisório. Será que os responsáveis administrativos (não falo dos artísticos) não percebem o quanto fica feio esse descompasso entre a importância da realização acumulada desse grupo e o pouco respeito concreto que vem sendo mostrado por essa realização?

J.S. Bach: MOTETOS (integral) – Camerata Antiqua de Curitiba
Direção: Roberto de Regina – Gravado em 1991 – Editado em 1993

01 Singet dem Herrn ein neues Lied – BWV 225
[Cantai ao Senhor um cântico novo] – 12min46 (3 movimentos)
02 Der Geist hilft unser Schwachheit auf – BWV 226
[O Espírito ajuda em nossa fraqueza] – 07min52 (4 movimentos)
03 Jesu meine Freude – BWV 227
[Jesus minha alegria] – 20min07 (12 movimentos)
04 Fürchte dich nicht, ich bin bei dir – BWV 228
[Não temas, estou contigo] – 07min41 (seções encadeadas)
05 Komm, Jesu, komm – BWV 229
[Vem, Jesus, vem] – 09min33 (4 movimentos)
06 Lobet den Herrn, alle Heiden – BWV 230
[Louvai ao Senhor todos os pagãos] – 07min06 (seções encadeadas)

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Ranulfus

Bach, Hindemith, C.Guarnieri, Fauré, Schubert e mais, na flauta & piano: dois recitais memoráveis

Duo Morozowicz 1 http://i30.tinypic.com/2vke3kg.jpgPublicado originalmente em 23.07.2010

Como vocês devem imaginar, escolhi vinis pelos quais tenho muito carinho para começar minha carreira de digitalizador amador – mas por estes dois o carinho é todo especial.

Tadeusz Morozowicz (pronunciado Morozóvitch) nasceu na Polônia em 1900, e em 1925 se instalou em Curitiba, onde dois anos depois fundaria o que se diz ter sido a segunda escola de balé do país.

Duo Morozowicz 2 http://i28.tinypic.com/6e3hv5.jpgNão sei se a escola foi mesmo a segunda, mas acho que Tadeusz realizou proeza maior: todos os três filhos foram leading figures da vida artística paranaense da segunda metade do século XX: Milena como coreógrafa, professora de dança, diretora de balé; Zbigniew Henrique como pianista, organista, compositor, professor formal e não formal com sua presença sempre questionadora e profunda; Norton, como flautista – aluno de ninguém menos que Aurèle Nicolet – e mais recentemente também como regente e diretor de festivais.

Henrique e Norton http://i27.tinypic.com/2w7274j.jpgAtuando em duo desde 1971, em 1975 Norton e Henrique resolveram transformar em disco um recital que haviam dado na Sala Cecília Meireles, no Rio. Gravadoras, como se sabe, sempre deram menos bola para qualidade que para a vendabilidade dos nomes; pouquíssimos músicos clássicos brasileiros eram gravados na época, sobretudo se não morassem no Rio. Sempre inventivo, Henrique lançou uma lista de venda antecipada – que tive o gosto de assinar -, e com isso levantou a verba para o primeiro destes discos. Com o segundo, três anos depois, não lembro os detalhes, mas também foi produção independente.

Quer dizer: a circulação destas gravações foi muito limitada até hoje – o que me parece um despropósito, dada a qualidade do material. Bom, pelo menos eu sinto assim. E é claro que, como frente a qualquer artista, pode-se discordar desta ou daquela opção – mas depois de ouvirem algumas vezes, duvido que vocês me digam que estou superestimando devido ao afeto por um professor marcante!

Ainda umas poucas observações: tenho certa preferência pela sonoridade do volume 2, onde Norton optou por menos vibrato e Henrique por menos staccato, mas isso não me impede de me deliciar com o volume 1, que começa com a singeleza das Pequenas Peças de Koechlin (que os franceses pronunciam Keklã, embora eu também já tenha ouvido Keshlã. Não conhecem? Bem, aluno de Fauré, professor de Poulenc e do português Lopes-Graça), passa pela consistência de Hindemith e pelo lirismo espantosamente ‘brasileiro’ da Fantasia de Fauré (para mim a faixa mais marcante), chegando a um final que, a despeito de minhas resistências a Bach no piano, me parece não menos que arrebatador.

Mas o ponto alto do conjunto me parecem ser as Variações de Schubert que ocupam todo um lado do volume 2 – e olhem que Schubert nem está entre meus compositores prediletos. Mas essa peça está, sim, entre as minhas prediletas, implantada que foi por ação desta dupla.

É preciso apontar ainda que em cada disco há uma seqüência de três pequenas peças de Henrique de Curitiba – ‘nome de compositor’ do pianista, adotado nos anos 50, ainda antes dos anos em Varsóvia, enquanto estudava com Koellreuter e Henry Jolles na Escola Livre de Música de São Paulo – junto com tantos nomes decisivos da nossa música, no geral bem mais velhos.

Renée Devrainne Frank foi a primeira professora de piano de Henrique. Nascida na França, emigrada para Curitiba com 9 anos, depois formada em Paris na escola de Alfred Cortot, Renée era casada com o flautista Jorge Frank e formava o Trio Paranaense com a cunhada cellista Charlotte Frank e a violinista Bianca Bianchi – tendo composto consideravelmente para as formações que esse grupo proporcionava. Pode-se dizer que sua peça gravada é puro Debussy fora de época, mas… sinceramente, dá para ignorar a beleza e a qualidade da escrita? Fico pensando em quantas donas Renée terão deixado obras de qualidade, Brasil e mundo afora, e permanecem desconhecidas – enquanto se lambem os sapatos de tantas nulidades promovidas pela indústria & mídia!

Enfim, achei que vocês gostariam de ter a seqüência dos dois discos fluindo juntos numa pasta só – espero não ter me enganado!

DUO MOROZOWICZ
Norton Morozowicz, flauta
Henrique Morozowicz, piano

VOLUME 1
Gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles
Rio de Janeiro, 30.05.1975

Charles Koechlin (1867-1950): SEIS PEQUENAS PEÇAS
101 Beau soir (Noite bonita) 1:23
102 Danse (Dança) 0:51
103 Vieille chanson (Velha canção) 0:42
104 Danse printanière (Dança primaveril) 0:53
105 Andantino 1:23
106 Marche funèbre (Marcha Fúnebre) 2:30

Paul Hindemith (1895-1963): SONATA PARA FLAUTA E PIANO (1936)
107 Heiter bewegt (com movimento alegre) 4:51
108 Sehr langsam (muito lento) 4:30
109 Sehr lebhaft (muito vivo) 3:36
110 Marsch (marcha) 1:22

Gabriel Fauré (1845-1924):
111 FANTASIA op.79 5:45

Henrique de Curitiba (1934-2008):
112 TRÊS EPISÓDIOS 3:54

J.S. Bach (1685-1750): SONATA EM SOL MENOR, BWV 1020
113 Allegro 3:40
114 Adagio 2:42
115 Allegro 3:42

VOLUME 2
Gravado ao vivo no Teatro Guaíra
Curitiba, 22.08.1978

Pietro Locatelli (1693-1764): SONATA EM FA
201 Largo 2:31
202 Vivace 2:14
203 Cantabile 4:16
204 Allegro 1:57

Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993):
205 IMPROVISO n.º 3 para flauta solo (1949) 3:50

Henrique de Curitiba (1934-2008):
206 TRÊS PEÇAS CONSEQÜENTES para piano solo (1977) 6:19

Renée Devrainne Frank (1902-1979):
207 IMPROVISANDO (1970) 4:15

Franz Schubert (1797-1828):
208 Introdução e variações sobre ‘Ihr Blümlein alle’, op.160 18:34

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Ranulfus

Kodály e Bach por Aldo Parisot, uma lenda do cello

Kodaly e Bach por Aldo Parisot http://i27.tinypic.com/9a2x38.jpgPublicado originalmente em 09.07.2010 como “uma lenda viva do cello”. Parisot faleceu em 31.12.2018, com 100 anos de idade.

Como os filhos de Bach em relação ao pai, Zoltán Kodály corre o risco de ser tomado por um compositor menor devido à sombra do outro húngaro maior do século 20, o gigante Béla Bartók – mas ainda que não tivesse as outras obras de valor que tem, já seria um pecado considerá-lo “menor” devido a esta Sonata para Cello Solo.

Meu conhecimento do repertório do cello é limitado, mas ainda assim arrisco a aposta de que essa é a maior obra do século 20 para o instrumento. No mínimo porque acho difícil conceber outra maior, ou em que a ousadia de experimentação nas técnicas tanto de composição quanto de execução – e isso em 1915! – tenham tido um resultado musical tão convincente. Arrisco mais: arrisco que essa é uma das poucas obras do repertório cellístico que podem de fato figurar lado a lado com as 6 suítes de Bach (a quinta das quais também comparece neste disco).

Vi-ouvi essa peça ao vivo apenas uma vez. Foi nos anos 70. Eu era um adolescente começando a descobrir com avidez o repertório do meu próprio século, e fiquei embasbacado não só com o poder musical da obra como também com o seu grau de exigência física. Nunca esqueci do cellista levantando ao final, vitorioso porém inteiramente enxarcado de suor… e só muitos anos mais tarde fiquei sabendo que aquele cellista, só três anos mais novo que o Parisot aqui, também tinha entrado para o campo das lendas: János Starker.

(… nome que é uma boa deixa para uma pequena digressão sobre a pronúncia do húngaro: ‘á’ tem o som do nosso ‘a’ e é sempre longo. Sem acento o ‘a’ tem o som do nosso ‘ó’, porém breve – de modo que o nome do gigante é pronunciado bÊÊló bÓrtook (com a tônica nas maiúsculas; o dobramento das vogais indica apenas que são longas). E o nome do cellista é iÁÁ-nosh.

Acontece que os húngaros juram que todas as suas palavras, sem exceção, têm a primeira sílaba como tônica. Mas aí falei ‘kôdali’ para um húngaro, e ele me corrigiu: ‘kodÁÁi’. E eu falei “mas a tônica não é sempre na primeira sílaba?”, e ele “É sim, não está ouvindo? ‘kodÁÁi'”. Continuei ouvindo a tônica no A que ele me dizia ser apenas longo, não tônico, mas achei prudente não discutir com um descendente dos hunos… E de resto aprendi que, pelo menos nesse caso, o L na frente do Y desaparece, como se fosse em francês).

Bom, sobre as suítes de Bach não há necessidade de que eu escreva uma linha que seja, não é mesmo? Então vamos falar do cellista.

Vocês pensam que o Antonio Meneses, nascido no Recife em 1957, foi o primeiro membro da elite mundial do violoncelo a sair do Nordeste brasileiro? Pois o Aldo Parisot nasceu em 1918 em Natal, onde deu seu primeiro concerto com 12 anos.

Parisot com Villa-Lobos 1953 http://i30.tinypic.com/zlyg6g.jpgParisot e James Kim 2006 http://i27.tinypic.com/2w3ties.jpgSegundo a en.wikipedia, em 1941-42 era primeiro cellista da Sinfônica Brasileira, no Rio, quando um diplomata estadunidense lhe ofereceu bolsa para estudar nos EUA com seu ídolo Emanuel Feuermann – o qual porém cometeu a indelicadeza de morrer antes do início das aulas.

Ainda assim o pessoal insistiu (era época da famosa política de sedução dos EUA para que o Brasil entrasse na guerra), e em 1946 Parisot desembarcou em Yale para cursos em Música de Câmara e Teoria Musical – havendo imposto a condição de que ninguém pretendesse dar-lhe aulas de cello. Ah, detalhe: o professor do curso teórico se chamava Paul Hindemith.

Parisot nunca voltou a viver no Brasil. Solou com as principais orquestras dos EUA, estreeou peças dedicadas a ele por um belo punhado de compositores, passou a ensinar nas escolas Peabody, Mannes, Julliard, e em Yale desde 1958. Deu master classes regularmente no Canadá, Israel, Coréia, Taiwan. Dean Parisot, um de seus três filhos com a pintora Ellen James, é respeitado como diretor de cinema e tevê – e ele mesmo, Aldo, também pinta e faz exposições cujos proventos são direcionados a um fundo de bolsas para estudantes de cello.

Tudo isso podemos ler sobre esse cidadão brasileiro em inglês. A wikipedia em português lhe dedica 3 (três) linhas. (Fotos acima: Parisot com Villa-Lobos em 1953; Parisot com o jovem cellista premiado James Kim na Coréia, 2006?)

A presente gravação foi feita não antes de 1956, pois utiliza o ‘Stradivarius De Munck’ que Aldo adquiriu nesse ano, mas provavelmente antes de 58, pois o artigo da capa menciona seu posto de professor em Peabody, mas não em Yale (assumido em 58). Seu Bach é portanto anterior à restauração estilística iniciada nos anos 60. É possivelmente a realização mais introvertida e escura que conheço da Suíte em do menor – respeitável mas não propriamente sedutora. Aliás, parece que em geral, também no Kodály, Parisot parece mais interessado em viajar fundo na música que em mostrá-la com brilho sedutor, mas esse Kodály… não, não vou dizer nada, deixo com vocês!

Zoltán Kodály (1882-1967)
Sonata para cello solo, op.8
(1915)
A1 Allegro maestoso
A2 Adagio
A3 Allegro molto vivace

J.S. Bach (1685-1750)
Suíte em do menor para cello solo
(n.º 5)
B1 Prelude
B2 Allemande
B3 Courante
B4 Sarabande
B5 Gavotte I
B6 Gigue

Violoncello: Aldo Parisot (* Natal, RN, Brasil, 1918)
Instrumento: Stradivarius ‘De Munck’, de 1730
Gravação original Everest (EUA), prov. entre 1956 e 1958
LP brasileiro Fermata: 1971
Digitalizado por Ranulfus, jul.2010

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Ranulfus

Beethoven (1770-1827): Os 5 Concertos para Piano com Paul Lewis (revalidado)

Conheci Paul Lewis através de uma gravação ao vivo da última sonata de Beethoven, a Op. 111. Realização extraordinária, cuja aparente simplicidade e profunda verdade cativaram minha atenção ao pianista para sempre.

Não muito tempo depois consegui a gravação integral das sonatas em estúdio, que Paul Lewis realizou entre 2006 e 2008 (disponibilizada aqui), e viciei: confesso que de lá pra cá raramente consigo suportar ouvi-las nas realizações de outros pianistas.

Nada mais natural, portanto que também quisesse disponibilizar os concertos de Beethoven com Lewis – o que fiz aqui originalmente em 16/09/2012 – mas confesso que não senti o mesmo entusiasmo que com as sonatas. Na ocasião levantei a hipótese de que o maestro não estivesse à altura da genialidade interpretativa do pianista –

… mas admito que pode ser um julgamento totalmente injusto. O fato é que qualquer interpretação de Lewis (inclusive as das sonatas) exige algum tempo de convívio, de audição repetida, até chegarmos a reconhecer toda a sua sutil grandeza. E é engraçado como a idade vem me tirando o gosto de ouvir massas orquestrais, me deixando cada vez mais fã da beleza do pequeno… E então simplesmente não parei para ouvir estas gravações por tanto tempo quanto a das sonatas. Quer dizer: ainda não me concedi a chance de me entusiasmar.

Seja como for, a esta altura já não dá pra falar de piano de Beethoven no século XXI sem levar Paul Lewis em conta. No mínimo por isso, estas gravações merecem ser conhecidas. Por isso tratei de incluí-las logo na “campanha de revalidação” dos links das postagens de Ranulfus (iniciada há poucos dias com as duas postagens de Porgy and Bess: na versão original e integral de Gershwin, e na extraordinária releitura de Louis Armstrong e Ella Fitzgerald).

Mas, enfim, falávamos de Beethoven; vamos a ele, então!

BEETHOVEN: OS CINCO CONCERTOS PARA PIANO
BBC Symphony Orchestra regida por Jirí Belohlávek
Piano: Paul Lewis

Concerto No 1, em Do Maior, op.15 (1796-97)
I. Allegro con brio
II. Largo
III. Rondò: Allegro scherzando

Concerto No 2, em Si b Maior, op.19 (1787-89-95)
I. Allegro con brio
II. Adagio
III. Rondò: Molto allegro

Concerto No 3, em Do menor, op.37 (1800)
I. Allegro con brio
II. Largo
III. Rondò: Allegro

Concerto No 4, em Sol Maior, op.58 (1805-06)
I. Allegro moderato
II. Andante con moto in E minor
III. Rondò (Vivace)

Concerto No 5, em Mi b Maior, op. 73, “Imperador” (1809-11)
I. Allegro
II. Adagio un poco mosso
III. Rondò: Allegro ma non troppo

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Ranulfus, com a colaboração de FDP Bach

George Gershwin (1898-1937): PORGY AND BESS – ópera completa (Simon Rattle)

Postado inicialmente em 16.10.2010

Ouve-se muito Porgy and Bess em mil releituras e adaptações – nem todas tão grandiosas como a de Louis Armstrong & Ella Fitzgerald, postada pelo colega FDP em 2008, e que acabo de revalidar.

Mas já não é com tanta freqüência que se ouve a ópera completa, com todos os seus 3 atos, e da forma como Gershwin a escreveu. Então, pra compensar sua longa ausência, o monge Ranulfus traz logo esse pacotaço para vocês.

Mas, como disse o Mestre PQP há pouco em seu post das sinfonias de Brahms… “Comentar as obras? Mas pra quê, cara pálida?” Tem coisas que são clássicos dos quais todo mundo devia saber, e se não sabe taí a wikipedia e o resto da net pra procurar, sem falar dos livros!

Ainda assim, como sou bonzinho, incluí no pacote de download um “guia de estudo de Porgy and Bess” em PDF, de alguma instituição de ensino dos USA. Divirtam-se!

De resto aproveito pra dar meu “alô” a toda a cambada que freqüenta o blog, de quem estou morrendo de saudades, mas ainda vai demorar um pouco pra eu voltar à plena atividade: em outubro provavelmente será este pacotaço e nada mais. Aliás, passemos a ele:

George Gershwin (1898-1937): PORGY AND BESS, ópera em 3 atos (1935)
Gravação lançada em 1997, com base em produção de palco de 1989

London Philharmonic Orchestra e The Glyndenbourne Chorus
regidos por Sir Simon Rattle

Com Harolyn Blackwell, Ted Maynard, William Johnson, Mervin Wallace, Willard White, Marietta Simpson, Maureen Braithwaite, Cynthia Clarey, Damon Evans, Raemond Martin, Wayne Marshall, Autris Paige, Gregg Baker, Curtis Watson, Colenton Freeman, Bruce Hubbard, Camellia Johnson, Linda Thompson, Paula Ingram, Alan Tilvern, Billy J. Mitchell, Ron Travis, Johnny Worthy, Michael Forest, Cynthia Haymon

ATO I
01 Introduction, Jasbo Brown solo, chorus 04:19
02 Summertime 03:28
03 Oh, nobody knows when the Lawd id goin’ to call 06:20
04 Give him to me / Lissen to yo’ daddy warn you: a woman is a sometime thing 03:28
05 Here’s the ol’ crap shark! No, no, brudder 04:17
06 Here comes Big Boy! 07:09
07 Six to make! 04:06
08 Jesus, he’s killed him! That you, Sportin’ Life? 05:05
09 Where is brudder Robbins? Come on, sister! 04:53
10 Overflow, overflow 00:59
11 A saucer-burying set-up, I see 03:50
12 My man’s gone now 03:59
13 How the saucer stan’ now, my sister? 02:06
14 Oh, the train is at the station 04:04

ATO II
15 Oh, I’m agoin’ out to the Blackfish Banks 03:30
16 Mus’be you mens forgot about de picnic / Oh I got plnety o’ nuttin’ 03:26
17 Lissen there, what I tells you… I hates yo’ struttin’ style 02:28
18 Mornin’, Lawyer, looking for somebody?
19 Boy! Come here, boy! 02:41
20 Buzzerd keep on flyin’ over 03:03
21 ‘Lo Bess, goin’ to picnic? 02:58
22 Honey, we are [sure?] strut our stuff today! Bess, you is my woman now 06:15
23 Oh, I can’t sit down 04:16
24 I ain’t got no shame 02:33
25 It ain’t necessarily so… Shame on all you sinners 05:06
26 Crown! 04:07
27 Oh, what you want wid Bess? 04:11
28 Honey, dat’s all de breakfast I got time for 02:06
29 Take yo’ han’s off me 02:28
30 Oh doctor Jesus 02:14
31 Oh dey’s so fresh an’ fine 04:60
32 Porgy, Porgy, dat you there, ain’t it? 02:44
33 I wants to stay here 03:53
34 Why you been out on that wharf so long, Clara? 02:49
35 Oh, Doctor Jesus 03:47
36 One of dese mornings you goin’ to rise up singin 01:52
37 Oh, dere’s somebody knockin’ at de do’ 01:23
38 You is a nice parcel of Christians 04:06
39 A red-headed woman make a choo-choo jump its track 02:18
40 All right, I’m goin’ out to get Clara / Oh Doctor Jesus 02:20

Ato III
41 Clara, Clara, don’t you be downhearted
/ You low-life skunk, ain’t you got no s… 06:35
42 Summertime 04:20
43 Wait for us at the corner 03:45
44 Come out here, both of you 02:26
45 Oh, Lawd, what I goin’ do?
Oh, Gawd! They goin’ make him look on Crown’s face 03:42
46 Listen: there’s a boat dat’s leavin’ soon for New York 04:28
47 Introduction 02:26
48 Good mornin’, sistuh! It’s Porgy comin’ home 03:30
49 Dem white folks sure ain’t put nuttin’ over on this baby 04:01
50 Here Mingo, what’s de matter wid you all? 01:49
51 Where’s Bess? 03:06
52 Bess is gone 02:02
53 Oh Lawd, I’m on my way 01:22

Arquivo único 420 MB
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Ranulfus

Bach na Viola Brasileira (1971): cinco transcrições por A. Theodoro Nogueira (1913-2002) [link atualizado 2017]

capa-medAINDA PELOS 330 ANOS DE J.S.B.
Postagem original: julho de 2010
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Arquivos digitalizados a partir de um vinil original em mono, cujo estado de conservação deixa a desejar: valerá a pena postar?

Se os senhores têm sensibilidade, estou certo que dirão que sim. E que não economizarão qualificativos como “preciosidade” para esta raridade!

Ascendino Theodoro Nogueira nasceu em 1913 em Santa Rita do Passa Quatro, mas viveu boa parte da vida em Araraquara, ambas no interior de São Paulo. Aluno de Camargo Guarnieri, deixou composições para as mais diversas combinações instrumentais e vocais, porém a obra maior de sua vida parece ter sido sua vasta pesquisa sobre a viola brasileira – origens, técnicas de execução etc. – tendo em vista o reconhecimento de sua nobreza e potencial para todos os tipos de música.

Foi nesse sentido que incluiu uma viola brasileira na instrumentação da sua Missa, que escreveu o Concertino para Viola Brasileira e Orquestra de Câmara (1963?) e os 7 Prelúdios nos Modos da Viola Brasileira, e que realizou as presentes cinco transcrições de peças de Bach para violino solo (Theodoro era também violinista de formação), havendo preparado para executá-las um aluno seu, também compositor, Geraldo Ribeiro.

O disco foi lançado em 1971, com um artigo de Theodoro na contracapa “Anotações para um estudo sobre a viola: origem do instrumento e sua difusão no Brasil” – cuja imagem escaneada está incluída na postagem.

Que possa valer como um tributo especial ao velho João Sebastião Ribeiro por ocasião dos seus 330 anos (cumpridos ontem, em 31.03.2015), da parte de um país cuja música, por mil caminhos, lhe deve tanto!

BACH NA VIOLA BRASILEIRA

Transcrições de A. Theodoro Nogueira
Execução: Geraldo Ribeiro
Gravação: Fermata, 1971

A1  Prelúdio (da Partita 3 para violino solo) 4:00
A2  Loure (da Partita 3 para violino solo) 3:46
A3  Gavota (da Partita 3 para violino solo) 3:25
A4  Fuga (da Sonata 1 para violino solo) 4:27
B    Chacona (da Partita 2 para violino solo) 12:14

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Ranulfus

Richard Strauss (1864-1949): Assim Falou Zaratustra (Also Sprach Zarathustra), Jean Sibelius (1865-1957) – Valsa Triste e Sinfonia No. 2 in D major, Op. 43

Richard Strauss (1864-1949): Assim Falou Zaratustra (Also Sprach Zarathustra), Jean Sibelius (1865-1957) – Valsa Triste e  Sinfonia No. 2 in D major, Op. 43

Mariss JansonsHá músicas e compositores que possuem um poder inebriador, enfeitiçador, sobre cada um de nós. Há, por sua vez, outros que não chamam a atenção. Com relação a isso, posso afirmar que já tentei ouvir dezenas de vezes a música de Rossini, Johann Strauss e um pouco de Wagner. E olhe que cheguei até a comprar CDs dos três compositores, para que ninguém diga que é uma implicação boba. Acho-os chatões de galocha. O mais suportável deles é o Rossini. Johann Strauss é enfadonho; e Wagner é um “mastodonte megalomaníaco”, que entedia nos primeiros acordes. Claro, peço perdão àqueles que gostam desses compositores. Esboço aqui um ponto de vista pessoal. Para se ter uma ideia, possuía um outro compositor em minha lista de sacrílegos — Rachmaminov –, mas após ouvi-lo com mais atenção, o russo saiu do purgatório. Ainda não entrou no paraíso, mas já começa a ser cortejado pelos anjos que guardam os portões da eternidade. Mais uma vez: uma opinião pessoal. Com relação às peças que nos marcam, posso afirmar que há nesta postagem duas delas. O poema sinfônica Assim falou Zaratustra de um outro Strauss, o Richard, e a Sinfonia no. 2 de Jean Sibelius. Com relação à peça de Richard Strauss, acredito que seja uma das mais conhecidas e celebradas no século XX. É só assistir à película 2001, uma odisséia no espaço, de Kubrick. Strauss compôs a peça no ano de 1896. É um dos primeiros trabalhos feitos para homenagear Nietzsche — embora este estivesse com uma paralisia geral à essa época. Mas, ele deve ter ouvido as notícias referentes a essa homenagem feito pelo compositor. A filosofia do futuro avivava-se. Com relação à outra peça da postagem — a Sinfonia no. 2 de Sibelius — tenho uma relação de carinho para com ela. Começou a ser composta em 1900. É um trabalho belíssimo que exalta o seu país, a Finlândia. O trabalho enfoca a luta do povo finlândes contra a opressão russa. Ficou conhecida, alternativamente, como Sinfonia da Independência. É uma sinfonia de espiríto grandioso, de exaltação. A condução desses dois registros é executada por Maris Jansons, um maestro letão, de ótimo nível. A gravação é ao vivo. Uma boa apreciação!

Richard Strauss (1864-1949) – Assim Falou Zaratustra (Also Sprach Zarathustra)

01. Einleitung (Introdução), ou nascer do sol
02. Von den Hinterweltlern (Dos Antigos Homens)
03. Von der großen Sehnsucht (Da Grande Saudade)
04. Von den Freuden und Leidenschaften (Das Alegrias e Paixões)
05. Das Grablied (O Túmulo-Canção)
06. Von der Wissenschaft (Da Ciência)
07. Der Genesende (A Convalescença)
08. Das Tanzlied (A Dança-Canção)
09. Nachtwandlerlied (Canção do Sonâmbulo)

Jean Sibelius (1865-1957) – Valsa Triste
10. Valsa Triste

Sinfonia No. 2 in D major, Op. 43
11. Allegretto – Poco allegro – Tranquillo, ma poco a poco revvivando il tempo al allegro
12. Tempo andante, ma rubato – Andante sostenuto
13. Vivacissimo – Lento e suave – Largamente
14. Finale: (Allegro moderato)

Bavarian Radio Symphony Orchestra
Mariss Jansons, regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Sieblius ri: "Hahahaha Até Strauss sabe que eu sou mais compositor do que ele!"
Sibelius ri: “Hahahaha, Até Strauss sabia que eu era mais compositor do que ele!”

Carlinus

Erik Satie (1866-1925): Obras orquestrais

Erik Satie (1866-1925): Obras orquestrais

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Satie foi um compositor sem igual, que podia fazer a graça que fosse e não parecer ridículo ou afetado, embora durante boa parte de sua carreira – antes de ser descoberto por Ravel, Debussy, Le Six e outros – a opinião dominante fosse a contrária. A própria vida excêntrica de Satie é tão fascinante que qualquer biografia que se lance sempre traz fatos e especulações completamente novas. Esse texto da Wikipédia serve como ponto de partida.

Aqui vai o melhor das obras orquestrais do místico francês, com destaque para o sui generis balé Parade, que por si só rende um livro.

***

Satie: Orchestral Works

En habit de cheval (In riding habit), 4 pieces for piano duet (or orchestra)
1. I: Choral
2. II: Fugue Litanique
3. III: Autre Choral
4. IV: Fugue De Papier

5. Gymnopedie No.1 (Orch. Debussy)

6. Gymnopedie No.3 (Orch. Debussy)

Parade, ballet in 1 scene for orchestra
7. Choral – Prelude Du Rideau Rouge – I: Prestidigitateur Chinois / II: Petite Fille Americaine / III: Acrobates
8. Finale – Suite Au ‘Prelude Du Rideau Rogue’

Relâche (No Performance Today), ballet for orchestra (also piano version)
9. I: Ouverture / II: Projectionette – Rideau
10. III: Entree De La Femme / IV: Musique…
11. V: Entree De Borlin / VI: Danse De La Porte Tournante
12. VII: Entree Des Hommes / VIII: Danse Des Hommes / IX: Danse De La Femme / X: Final / Deuxieme Partie
13. XI: Musique De Rentree / XII: Rentree Des Hommes / XIII: Rentree De La Femme / XIV: Les Hommes Se Devetissent / XV: Danse De Borlin Et De La Femme / XVI: Les Hommes Regagnent Leur Place
14. XVII: Danse De La Brouette / XVIII: Danse De La Couronne / XIX: Le Danseur Repose La Couronne / XX: La Femme Rejoint Son Fauteuil / XXI: La Queue Du Chien

15. Gnossienne No.3 (Orch. Poulenc)

La belle excentrique, “serious fantasy” for orchestra (or piano, 4 hands)
16. Grande Ritournelle
17. Marche Franco-Lunaire
18. Valse Du Mysterieux Baiser Dans L’oeil
19. Cancan Grand Mondain

Grimaces (5) for “A Midsummer Night’s Dream,” incidental music
20. Modere
21. Peu Vite
22. Modere
23. Temps De Marche
24. Modere
25. Le Picadilly

Jean-Pierre Armengaud, piano
Orchestre National du Capitole de Toulouse
Michel Plasson, regência

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Erik Satie: talentoso, excêntrico e incontornável
Erik Satie: talentoso, excêntrico e incontornável

CVL / PQP

Beethoven (1770-1827): as 32 Sonatas para piano por Paul Lewis (2006-08) – REVALIDADO

Que mistério tem Paul Lewis? Pra ser sincero, conheço uma carrada de pianistas que passam, bem mais que ele, impressões de profundidade, expressividade, grandiosidade no que fazem. Quanto mais ouço, mais me convenço de que Lewis usa, digamos, uma paleta limitada de climas, cores, efeitos –

… entre eles, é verdade, o uso mais afetuosamente aveludado do pedal ‘una corda’ que já ouvi – sem falar da capacidade de fazer cada nota soar audível por si, sem jamais virar mera componente de massas. Mas por magistrais que sejam essas habilidades, continuam sendo parte de um quadro bastante limitado.

E no entanto eu não consigo parar de ouvir! Que mistério tem o Paul?

Tento levantar hipóteses. Penso em chamar sua abordagem de “vitória da simplicidade”, quem sabe até “apoteose”. Suponho uma opção de não carregar a música com emoções e interpretações pessoais, para deixar transparecer com pureza a vida mental-emocional do próprio compositor, corporificada na estrutura mesma da música com tanta clareza que – como a Marina morena que já é bonita com o que Deus lhe deu – torna supérfluo ou contraproducente qualquer tipo de maquiagem.

Será por aí? Venho apostando que sim, mas com uma dimensão adicional: vejo (com os ouvidos) Lewis abordar Beethoven com uma forma eminentemente clássica de tocar, não romântica. Tocá-lo como quem tocasse Mozart, Haydn ou – mais ainda – aquela enxurrada de música mais ou menos didática para teclado deixada pelos Diabellis e Clementis da vida.

Mas isso não seria rebaixá-lo, de certa maneira? Fazê-lo retroceder?

É aí que estaria a genialidade da sacada de Lewis: tocando ao modo romântico, Beethoven pode soar “pré” alguma coisa: estilisticamente, uma espécie precursor imaturo de um Schumann, um Brahms, até um Tchaicóvski… Tocado como clássico, no entanto, desaparece qualquer ideia de “pré”, e em seu lugar se ergue retumbante um “pós-“, um “trans”, um “meta-“,

… a dilatação de uma linguagem até os seus limites e, de repente, para além deles, por territórios que simplesmente não existiam antes – e, se não existiam, nem eles nem os que vieram depois, a troco de quê considerá-los um “pré”?

Se é por isso não sei, mas meu antigo preconceito contra as peças mais antigas do Ludovico desta vez não resistiu: fui ouvir a primeira de todas as sonatas – que é Opus 2, quer dizer: apenas a segunda obra publicada pelo nosso compositor… e já achei música madura, consistente – e estilisticamente (mais uma vez) um passo além de Mozart e Haydn com segurança, sem titubear. E ainda mais: música com conteúdo emocional denso, sem absolutamente nada que se pudesse julgar “banal” (embora, curiosamente, eu não consiga evitar uma impressão de banalidade em vários trechos – trechos, nunca peças inteiras – de obras bem posteriores, como p.ex. da Sonata 18 e mesmo da 28, apesar de esta de certa forma já integrar o Himalaia final, constituído pelas Sonatas 29 [Hammerklavier], 31 e 32, com esta 28 e a 30 como vales surgidos da mesma rocha, no entremeio).

Me perdoem a prolixidade, mas acontece que, apesar de meus pais terem usado um disco da Pastoral (a sinfonia) pra me fazerem dormir no berço (juro!), foi só agora, meio século e meia década mais tarde, que tive a oportunidade de conhecer as 32 sonatas como conjunto – e não há como não estar embriagado. Queria mesmo é falar horas sobre este e aquele detalhe desta e daquela sonata, mas, sosseguem, só vou registrar umas poucas impressões:
• Cada vez mais encantado por diferentes aspectos da Waldstein (nº 21)… e da Tempestade (nº 17).
• Entre as popularmente famosas, parece que a Appassionata (nº 23) é de longe a mais consistente.
• Alguém aí já prestou atenção na “despretensiosa” nº 27? Coisa gostosa, sô!
• Ainda não contabilizei quantos dos 102 movimentos são séries de variações – mas são um monte, dentre eles algumas das criações máximas do Ludovico (vide Opus 111). Ele chega ao cúmulo de abrir a nº 12 com um Andante con variazioni – o que parece uma negação da própria ideia de sonata!
Por outro lado, seu cabelo preto e olhos castanhos têm provocado muitos a supor uma ancestralidade espanhola, e até moura, através do lado flamengo da família (isto é, de região dominada pela Espanha por alguns séculos). E a Espanha é tida como pioneira na construção de peças na forma tema-e-variações, na música europeia. Não tem como evitar uma vontade danada de especular relações… mas a verdade é que, se eu tenho algum bom senso, o que ele diz dessa hipótese é “bullshit!”. Abobrinha pura.
• O Himalaia I: quer me parecer que foi só na Hammerklavier (Op.106, de 1819) que Beethoven transcendeu de vez o uso clássico do teclado, com sua herança cravística ou clavicordística. Os acordes massivos nas duas mãos – que soam como produzidos por 20 dedos, não 10 -, as explorações dos extremos do teclado – parecem estabelecer de uma vez, numa obra só, a linguagem pianística do romantismo e, no último movimento, já grande parte do que o século XX viria a explorar.
• O Himalaia II. A Opus 110 (nº 31) é uma joia de primeira grandeza que nunca deveria ser deixada na sombra da Opus 111, como tantas vezes se faz. Aliás, olhando o conjunto de cada uma dessas quatro ou cinco como sonata, a Opus 111 não é de modo nenhum a melhor. Mas quem diz que a esta altura estamos falando de sonatas? A altitude chegou a tanto que as formas começaram a se evaporar, a sequência de variações virou uma trilha, uma passagem… (Para o quê? Melhor não tentar explicar!)

Voltando a Lewis, pra terminar: ao falar de “modo clássico de tocar”, longe de mim a ilusão de que Lewis toque precisamente como um Mozart ou um Clementi tocariam! Afinal, ele vive hoje, ouviu tudo o que veio depois… mas parece dar preferência a deixar entrever que ouviu jazz, e até mesmo tango, a deixar transparecer que ouviu Chopin ou Liszt ou Brahms, em sua preparação para abordar o Ludovico.

Talvez venha daí um tanto do encanto desta sua realização das sonatas – um encanto que talvez não seja imortal: talvez fique para sempre atrelado a este momento ‘pós-moderno’ que vivemos. Mas mesmo sabendo disso… torço pra que seja infinito enquanto dure!

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As sonatas estão postadas aqui em sua ordem cronológica, que não foi seguida nos 10 CDs da gravação de Lewis, lançados de 2006 a 2008. Se alguém quiser ouvir na ordem dos CDs, é a seguinte:
CD 01: Sonatas 16, 17 e 18 · CD 02: Sonatas 08, 11 e 28 · CD 03: Sonatas 09, 10, 21 e 24
CD 04: Sonatas 25, 27 e 29 · CD 05: Sonatas 01, 02 e 03 · CD 06: Sonatas 04, 22 e 23
CD 07: Sonatas 12, 13 e 14 · CD 08: Sonatas 05, 06 e 07 · CD 09: Sonatas 15, 19, 20 e 26
CD 10: Sonatas 30, 31 e 32
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BEETHOVEN: AS 32 SONATAS PARA PIANO em sua ordem original

ATENÇÃO: os mp3 estão soltos dentro dos arquivos rar; sugiro criar uma pasta e extrair o conteúdo dos 4 arquivos rar dentro dela. Mp3 files are loose within the rar files; the best way to manage them is creating a folder to extract all 4 rar files into it.

Arquivo 1 : Sonatas 1 a 7 : BAIXE AQUI – download here

Arquivo 2 : Sonatas 8 a 15 : BAIXE AQUI – download here

Arquivo 3 : Sonatas 16 a 24 : BAIXE AQUI – download here

Arquivo 4 : Sonatas 25 a 32 : BAIXE AQUI – download here

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Sonata no.01 in F minor, Op.2 no.1 – 1795
..1………01.1………Allegro
..2………01.2………Adagio
..3………01.3………Menuetto: Allegretto
..4………01.4………Prestissimo

Sonata no.02 in A major, Op.2 no.2 – 1795
..5………02.1………Allegro vivace
..6………02.2………Largo appassionato
..7………02.3………Scherzo: Allegretto
..8………02.4………Rondò: Grazioso

Sonata no.03 in C major, Op.2 no.3 – 1795
..9………03.1………Allegro con brio
10………03.2………Adagio
11………03.3………Scherzo
12………03.4………Allegro assai

Sonata no.04 in E flat major, Op.7 ‘GRAND SONATA’ – 1797
13………04.1………Allegro molto e con brio
14………04.2………Largo con gran espressione
15………04.3………Allegro
16………04.4………Rondò: Poco allegretto e grazioso

Sonata no.05 in C minor, Op.10 no.1 – 1798
17………05.1………Allegro molto e con brio
18………05.2………Adagio molto
19………05.3………Finale: Prestissimo

Sonata no.06 in F major, Op.10 no.2 – 1798
20………06.1………Allegro
21………06.2………Allegretto
22………06.3………Finale: Presto

Sonata no.07 in D major, Op.10 no.3 – 1798
23………07.1………Presto
24………07.2………Largo e mesto
25………07.3………Menuetto: Allegro
26………07.4………Rondò: Allegro

• • • • • • • • • • ARQUIVO / FILE 2 • • • • • • • • • •
Sonata no.08 in C minor Op.13 ‘PATHETIQUE’- 1798
27………08.1………Grave – Allegro di molto e con brio
28………08.2………Andante cantabile
29………08.3………Rondò: Allegro

Sonata no.09 in E major Op.14 no.1 – 1798
30………09.1………Allegro
31………09.2………Allegretto
32………09.3………Rondò: Allegro commodo

Sonata no.10 in G major Op.14 no.2 – 1798
33………10.1………Allegro
34………10.2………Andante
35………10.3………Scherzo: Allegro assai

Sonata no.11 in B flat major Op.22 – 1800
36………11.1………Allegro con brio
37………11.2………Adagio con molto espressione
38………11.3………Tempo di menuetto
39………11.4………Rondò: Allegretto

Sonata no.12 in A flat major, Op.26 ‘MARCIA FUNEBRE’- 1801
40………12.1………Andante con variazioni
41………12.2………Scherzo: Allegro molto
42………12.3………Marcia funebre sulla morte d’un eroe
43………12.4………Allegro

Sonata no.13 in E flat major, Op.27 no.1 ‘QUASI UNA FANTASIA I’ – 1801
44………13.1………Andante
45………13.2………Allegro molto e vivace
46………13.3………Adagio con espressione
47………13.4………Finale. Allegro vivace

Sonata no.14 in C sharp minor, Op.27 no.2
‘QUASI UNA FANTASIA II’, ‘MOONLIGHT’, ‘AO LUAR’ – 1801
48………14.1………Adagio sostenuto
49………14.2………Allegretto
50………14.3………Presto agitato

Sonata no.15 in D major, Op.28 ‘PASTORALE’ – 1801
51………15.1………Allegro
52………15.2………Andante
53………15.3………Scherzo: Allegro vivace
54………15.4………Rondò: Allegro ma non troppo

• • • • • • • • • • ARQUIVO / FILE 3 • • • • • • • • • •
Sonata no.16 in G major, Op.31no.1 – 1802
55………16.1………Allegro vivace
56………16.2………Adagio grazioso
57………16.3………Rondò: Allegretto

Sonata no.17 in D minor, Op.31 no.2 ‘TEMPEST’, ‘A TEMPESTADE’- 1802
58………17.1………Largo
59………17.2………Adagio
60………17.3………Allegretto

Sonata no.18 in E flat major, Op 31 no.3 ‘LA CACCIA’, ‘A CAÇA’ – 1802
61………18.1………Allegro
62………18.2………Allegretto vivace
63………18.3………Menuetto: Moderato e grazioso
64………18.4………Presto con fuoco

Sonata no.19 in G minor, Op.49 no.1 – 1805
65………19.1………Andante
66………19.2………Rondò: Allegro

Sonata no.20 in G major, Op.49 no.2 – 1805
67………20.1………Allegro ma non troppo
68………20.2………Tempo di menuetto

Sonata no.21 in C major Op.53 ‘WALDSTEIN’ – 1803
69………21.1………Allegro con brio
70………21.2………Introduzione. Adagio molto
71………21.3………Rondò: Allegretto moderato

Sonata no.22 in F major, Op.54 – 1804
72………22.1………In tempo di menuetto
73………22.2………Allegretto

Sonata no.23 in F minor, Op.57 ‘APASSIONATA’ – 1805
74………23.1………Allegro assai
75………23.2………Andante con moto
76………23.3………Allegro ma non troppo

Sonata no.24 in F sharp major Op.78 ‘A THERESE’ – 1809
77………24.1………Allegro ma non troppo
78………24.2………Allegro vivace

• • • • • • • • • • ARQUIVO / FILE 4 • • • • • • • • • •
Sonata no.25 in G major Op.79 ‘ALLA TEDESCA’ – 1809
79………25.1………Presto alla tedesca
80………25.2………Andante
81………25.3………Vivace

Sonata no.26 in E flat major, Op.81a ‘LEX ADIEUX’, ‘LEBEWOHL’ – 1810
82………26.1………Adagio – Allegro (Les Adieux)
83………26.2………Andante espressivo (L’Absence)
84………26.3………Vivacissimamente (Le Retour)

Sonata no.27 in E minor Op.90 – 1814
85………27.1………Allegro: Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck
86………27.2………Rondò: Nicht zu geschwind und sehr singbar vorzutragen

Sonata no.28 in A major Op.101 – 1816
87………28.1………Allegretto ma non troppo. Etwas lebhaft
88………28.2………Vivace alla marcia. Lebhaft
89………28.3-4……Adagio ma non troppo – Allegro ma non troppo

Sonata no.29 in B flat major Op.106 ‘HAMMERKLAVIER’ – 1819
90………29.1………Allegro
91………29.2………Scherzo: Assai vivace
92………29.3………Adagio sostenuto: Appassionato e con molto sentimento
93………29.4………Largo – Allegro risoluto

Sonata no.30 in E major, Op.109 – 1820
94………30.1………Vivace ma non troppo. Adagio espressivo
95………30.2………Prestissimo
96………30.3………Andante: Gesangvoll mit innigster empfindung, mezza voce

Sonata no.31 in A flat major, Opus 110 – 1821
97………31.1………Moderato cantabile molto espressivo
98………31.2………Allegro molto
99………31.3………Adagio ma non troppo – Allegro ma non troppo (Fuga)

Sonata no.32 in C minor, Opus 111 – 1822
100………32.1………Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
101………32.2………Arietta: Adagio molto semplice e cantabile

Ranulfus (postado originalmente em 20.10.2012)

Johannes Brahms (1833-1897): Rapsódia para Contralto Op.53 – Sinfonia nº 3 – Jessye Norman – Riccardo Muti

Dia desses fui baixar aqui no PQP as outras duas obras de Brahms que mais amo: os trios para trompa-violino-piano e para clarinete-cello-piano – e aí pensei: quantas versões será que temos aqui no blog da terceira integrante da trinca? – me referindo à Rapsódia para Contralto, Coro Masculino e Orquestra, Op.53. Fui verificar, e para meu choque encontrei nenhuma!

Aí surge o mistério: onde foi que eu consegui, há uns anos, o arquivo que compartilho aqui com vocês? De alguma uma postagem do próprio PQP, retirada do ar? Ou de outra fonte? Bem, na verdade isso pouco importa, desde que a Rapsódia passe a estar disponível – e não será numa versão qualquer: é com o belo timbre e interpretação sensível ao texto de Jessie Norman.

A esta altura os senhores devem estar se perguntando por que estou falando só dessa obra “menor”, de 12 minutos, e não da sinfonia. O fato é que a expressividade concisa da tal rapsódia me encanta: acho que ela dá o seu recado com intensidade e sem nenhum desperdício de meios. Já a sinfonia… bom, eu também acho bonita, mas… tem uma coisa engraçada que talvez tenha a ver com a aproximação dos 60 anos deste monge: já não experimento o mesmo encanto em massas sonoras como quando era jovem. Inclusive, no caso específico de Brahms, às vezes a movimentação frenética de massas de violinos em tessitura muito aguda parece ter passado a me cansar mais que encantar. E aí não tenho como não me lembrar da seguinte passagem de Hermann Hesse:

Na planície vimos um ancião de aspecto respeitável, de longa barba, e rosto aflito, que conduzia um exército poderoso de uns dez mil homens todos vestidos de preto. Parecia estar confuso e desesperado, e Mozart disse:
— Veja, é Brahms. Aspira à redenção, mas custará muito a alcançá-la.
Soube que aqueles milhares de homens vestidos de preto eram seus cantores e executantes daquelas vozes e notas que, segundo o juízo divino, haviam sido desnecessárias e supérfluas em suas partituras.
— Orquestração demasiado pesada, vasto material desperdiçado — observou Mozart.
Em seguida vimos à frente de um grande exército, igualmente numeroso, Richard Wagner empurrado pela multidão, fatigado, arrastando-se com passos vacilantes.
— Em minha juventude — observei com tristeza — esses dois músicos eram tidos como os mais extremos contrastes que se podia conceber.
Mozart sorriu.
— Sim, é sempre assim. Tais contrastes, vistos a certa distância, sempre tendem a apresentar sua crescente similitude. A instrumentação excessiva não foi, na verdade, uma falha pessoal de Wagner ou de Brahms; era um defeito de sua época.
— Como? E tiveram de pagar tão duramente por isso? — exclamei em tom de protesto.
— Naturalmente. A lei segue seu curso. Depois de pagar a culpa de seu tempo, ver-se-á se a culpa pessoal merece alguma redenção.
— Mas nenhum dos dois teve culpa?
— Certamente que não. Não tiveram culpa, como tampouco Adão teve culpa de haver comido a maçã e nem por isso deixou de pagar pelo pecado.
— Mas isso é terrível.
— Sem dúvida, a vida é sempre terrível. Nada podemos fazer em contrário e, não obstante, somos responsáveis. Mal se nasce já se é culpado. O senhor deve ter recebido instrução religiosa muito particular para desconhecer tais dogmas. (…)

Hermann Hesse, O Lobo da Estepe.
Tradução de Ivo Barroso, Editora Record, p.209.

E já que enveredamos por literatura, nossa rapsódia tem texto. E, se tem texto, do que é que ele fala? O texto são três estrofes de Goethe que devem ter falado pessoalmente ao sujeito pouco social e às vezes depressivo que Brahms parece ter sido. São extraídas da “Viagem ao Harz no Inverno”, poema que Goethe escreveu depois de visitar um jovem que vivia nessa região montanhosa e inóspita da Alemanha, e teria entrado em depressão depois de ler o seu romance Os sofrimentos do jovem Werther. Transcrevo aqui uma tentativa de tradução das 3 estrofes em questão – enquanto o poema original e na íntegra vai em PDF no download:

[5] Mas esse, ali à parte, quem é?
No matagal a sua trilha se perde,
Atrás dele os arbustos
Se juntam,
O capim se re-ergue,
O ermo o engole.

[6] Ah, quem sanará as dores daquele
para quem bálsamo virou veneno?
Que da plenitude do amor
se embebeu de ódio pela humanidade?
Antes desprezado, agora desprezador,
Em egoísmo insaciável
Consome secretamente
Seu próprio valor.

[7] Se houver no teu saltério,
Ó pai do amor,
Um tom que seu ouvido perceba,
Renova, então, o seu coração!
Abre seu olhar obnubilado
Para as mil fontes
Ao lado dos que passam sede
No deserto!

JOHANNES BRAHMS:
SINFONIA Nº 3 Op.90 (1883)
RAPSÓDIA PARA CONTRALTO, CORO MASCULINO E ORQUESTRA Op.53 (1869)
sobre trechos do poema Harzreise im Winter, de J.W. von Goethe

01. Symphony No.3 In F, Op.90: 1. Allegro con brio
02. Symphony No.3 In F, Op.90: 2. Andante
03. Symphony No.3 In F, Op.90: 3. Poco allegretto
04. Symphony No.3 In F, Op.90: 4, Allegro
05. Rhapsody for Contralto, Male Chorus And Orchestra (Alto Rhapsody) Op. 53

Philadelphia Orchestra & Choral Arts Society of Philadelphia
Riccardo Muti, regente. Jessye Norman, soprano dramático.
Sean Deibler, maestro do coro.
Gravado em abril de 1989. CD lançado em 1990.

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Ranulfus

Canto Brasilis – Madrigal de Brasília [link atualizado 2017]

Como já disse, reduzi o ritmo mas não vou parar. Volto hoje com mais outra contribuição inédita aqui pro blog.

Não tinha visto até agora nenhum post com obras corais à capela de compositores brasileiros (acho que nem de estrangeiros, fora peças renascentistas). Tenho poucas coisas dignas nesse campo e o presente CD nem é a melhor delas, particularmente pela qualidade do coral, mas vale bastante pelo repertório.

Minhas peças preferidas neste álbum são, nessa ordem, as de Jorge Antunes (Folia de Reis), José Vieira Brandão, Ronaldo Miranda (Autopsicografia), Kilza Setti, Camargo Guarnieri e Amaral Vieira.

***

Canto Brasilis – Madrigal de Brasília

01. Ave Maria – Camargo Guarnieri
02. Pater Noster – Antonio Vaz
03-07. Opuscula Sacra, op. 227 – Amaral Vieira
Kyrie Eleison
Judas Mercator Pessimus
Ave Verum
Christus Factus Est
Panis Angelicus
08. O Magnum Misterium, op. 20 – Marco AB Coutinho
09. Gloria – Cláudio Ribeiro
10. Yemanjá-ôtô – Kilza Setti
11-13. Três Cânticos Breves – Ronaldo Miranda (sobre poemas de Fernando Pessoa)
Canção
Pobre e velha música
Autopsicografia
14. Pingos d’Água – Henrique de Curitiba
15. Trem de ferro – José Vieira Brandão
16. Acalanto – Flávio Gontijo
17-18. Das quatro pequenas peças de povo – Jorge Antunes
Se ela nua fosse minha
Folia de Reis
19. Nascente – Murilo Antunes e Flávio Venturini (Arr.: Joaquim França)
20. Preciso aprender a ser só – Paulo e Sérgio Valle (Arr.: Radovir Filho)
21-22. Faixas bônus

Regência: Éder Camúzis

PS.: Basta escutar até a faixa 18. Depois não tem mais graça.

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CVL
Repostado por PQP
Trepostado por Bisnaga

César Franck (1822-1890) – Symphony in D minor e Ernest Chausson (1855-1899) – Symphony in B-flat op.20

  Franck e Chausson são dois compositores da escola francesa. O disco traz dois trabalhos importantes desses compositores, sendo que a obra de Franck é mais conhecida. A Sinfonia em D do compositor de origem belga, e radicado na França, se constitui em algo singular entre tudo aquilo que foi escrito no século XIX. Possui uma linguagem à parte. Destoa do romantismo beethoveano ou brahmsiano; anda por caminhos diversos e possui, esteticamente, um encanto oriundo de um compositor que foi/é grande, mas que acabou sendo ofuscado por circunstâncias históricas à semelhança de Saint-Säens. O outro trabalho do disco é de Chausson. Inclusive este último foi pouco postado aqui no PQP Bach nos seus oito anos de febricitante atividade. Ainda não conhecia a Sinfonia do francês. Um ótimo disco não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

César Franck (1822-1890) – 

Symphony in D minor
01. I. Lento – Allegro non troppo
02. II. Allegretto
03. III. Allegro non troppo

Ernest Chausson (1855-1899) –

Symphony in B-flat op.20
04.  I. Lent – Allegro vivo
05.  II. Tres lent
06.  III. Anime – Tres anime

Orchestre de la Suisse Romande
Marek Janowski, regente

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O experiente regente polonês Marek Janowski!

Carlinus

Karl Jenkins (1944): Requiem

Karl Jenkins (1944): Requiem


O tema do intróito deste réquiem, tocado de cara duas vezes pela trompa e então entregue ao coral, é daqueles tão simples e sinceros que se fixa de imediato em sua cabeça. Penso que o Avicenna vá gostar desse primeiro movimento pela eloquência e pela beleza da escrita coral de Jenkins. O Piu Jesu também é magnífico nesse sentido.

Já o segundo movimento, o Dies Irae, deve empolgar o Strava graças à batida hip hop. Do jeito que a peça está orquestrada, dá para botar sem nenhum acréscimento em uma pista de dança e se embalar no ritmo. Do terceiro movimento pra frente começam uma intervenções de hai kais dentro de uma atmosfera new age que já não me agradam (nesse pé eu acabaria postando Vangelis em breve).

A outra obra deste CD é uma cantata sobre poemas galeses de três poetas amigos de Jenkins – vale a pena pela segunda parte da abertura (faixa 15). Saiba mais aqui e dê uma olhada no clipe do YouTube.

***

Karl Jenkins – Requiem

1. Requiem: Introit
2. Requiem: Dies Irae
3. Requiem: The Snow of Yesterday
4. Requiem: Rex Tremendae
5. Requiem: Confutatis
6. Requiem: From Deep in my Heart
7. Requiem: Lacrimosa
8. Requiem: Now As A Spirit
9. Requiem: Pie Jesu (Reqiuem)
10. Requiem: Having Seen The Moon
11. Requiem: Lux Aeterna
12. Requiem: Farewell
13. Requiem: In Paradisum
14. In These Stones Horizons Sing: Agorawd [Overture] Part I: Cân yr Alltud [The Exile Song]
15. In These Stones Horizons Sing: Agorawd [Overture] Part II: Nawr! [Now!]
16. In These Stones Horizons Sing: Grey
17. In These Stones Horizons Sing: Eleni
18. In These Stones Horizons Sing: In These Stones Horizons Sing

Performed by Marat Bisengaliev, West Kazakhstan Philharmonic Orchestra
with Clive Bell, Sam Landman, Nicole Tibbels, Gary Kettel, Tim Thorne, Catrin Finch, Gavin Horsley
Conducted by Karl Jenkins

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Jenkins:
Jenkins:

CVL

Karl Jenkins (1944): The armed man: A mass for peace

Karl Jenkins (1944): The armed man: A mass for peace


Segundo as toscas linhas na Wikipédia em português:

“Karl William Jenkins (17 de fevereiro de 1944) é um músico galês mais conhecido por seus trabalhos Adiemus e Palladio. Este último utilizado em uma campanha publicitária da De Beers nos Estados Unidos, posteriormente utilizado também em uma campanha publicitária por uma joalheria brasileira. Foi membro do grupo de rock Soft Machine e foi homenageado pela rainha da Inglaterra em 2005 pela atuação no meio musical.”

Nas salas de concerto europeias, particularmente nas britânicas, sua obra mais conhecida é esta ora postada: um oratório sobre o texto ordinário da missa criado a partir de uma melodia folclórica renascentista chamada l’homme armé (o homem armado), prática que vários outros compositores daquele período já faziam (como vocês podem conferir aqui).

Neste segundo link, dá para saber mais sobre como nasceu The armed man. Acima tem outro CD de Jenkins, mais empolgante.

***

Karl Jenkins – The armed man: A mass for peace

1. The Armed Man
2. The Call To Prayers (Adhaan)
3. Kyrie
4. Save Me From Bloody Men
5. Sanctus
6. Hymn Before Action
7. Charge!
8. Angry Flames
9. Torches
10. Agnus Dei
11. Now The Guns Have Stopped
12. Benedictus
13. Better Is Peace

Orchestra: London Philharmonic Orchestra
Conductor: Karl Jenkins

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Jenkins:
Jenkins:

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Amaral Vieira (1952): Fantasia coral In nativitate Domini [link atualizado 2017]

Amaral Vieira (1952): Fantasia coral In nativitate Domini  [link atualizado 2017]

José Carlos do Amaral Vieira Filho, ou simplesmente Amaral Vieira, é daqueles músicos que – a despeito da quantidade de prêmios conquistados (10 como intérprete e 16 como compositor), da extensão de seu catálogo (no qual constam mais de 500 obras) e do reconhecimento de público e crítica – fazem muito mais sucesso no exterior do que aqui. (É bem provável que ele tenha se apresentado mais no Japão do que na cidade onde nasceu, São Paulo.) Com isso, já tava na hora de ele aparecer em nosso blog, inclusive em resposta a pedidos educados e conscientemente desprendidos de qualquer expectativa – que nosso SAC falhou em registrar. Hoje e daqui a 15 dias disponibilizarei dois dos vários álbuns que possuo de Amaral Vieira. Só não tenho, por ora, como me estender nas palavras.

***

Amaral Vieira (1952): Fantasia coral In nativitate Domini

1. Choral-Fantasy ‘In Nativitate Domini’ Op.260 – Eloisa Baldin/Amaral Vieira/Selma Asprino/Norma Rodrigues/Coral Pro Musica Sacra/Luiz Roberto Borges
2. Tecladofonia Op.104: Allegro Moderato-Attacca
3. Tecladofonia Op.104: Non Troppo Lento
4. Tecladofonia Op.104: Scherzando-Attacca
5. Tecladofonia Op.104: Finale: Maestoso
6. Magnificat Op.254 – Eloisa Baldin/Sao Paulo State Chor/Jose Ferraz De Toledo

Com a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo

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Amaral Vieira
Amaral Vieira

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Alfvén, Larsson, Peterson-Berger, Sibelius: Scandinavian masterworks [link atualizado 2017]

Alfvén, Larsson, Peterson-Berger, Sibelius: Scandinavian masterworks [link atualizado 2017]

escandinavia(Post antigo de CVL. PQP Bach estava ouvindo o CD, notou que este estava com o link quebrado e o reativou. Coisa rara, não se acostumem…).

Este post é para o mano FDP, cultuador do repertório romântico. Repertório muito bonito e tipicamente nórdico: sei que vocês irão começar a ouvir da faixa 10 pra frente, mas antes de partir direto pra Sibelius, vale a pena conhecer a primeira rapsódia sueca de Alfvén – encantadora.

***

Scandinavian masterworks

Scandinavian masterworks

1. Hugo Alfvén (1872-1960) – Vigília da meia-noite (Rapsódia sueca n° 1, op. 19)
2-4. Lars-Erik Larsson (1928-1986) – Suíte pastoral
a. Abertura – adagio
b. Romance – adagio
c. Scherzo – vivace
5-9. Wilhelm Peterson-Berger (1867-1942) – As flores de Frösö, Suíte orquestral n° 1
a. Canção de verão – andante
b. Na igreja de Frösö – lento
c. Às rosas – moderato, poco rubato
d. Parabéns: liggiero con gracia
e. Saudações – semplice e dolce
10. Jean Sibelius (1865-1957) – O cisne de tuonela, op. 22/3
11. Sibelius – Finlândia, op. 26
12. Sibelius – Valsa triste, da Suíte Kuolema, op. 44/1

Orquestra da Ópera de Sófia, regência de Ivan Marinov

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Edvard Grieg (1843-1907) – Concerto for Piano and Orchestra in A minor,Op. 16, Robert Schumann (1810-1856) – Concerto for Piano and Orchestra in A minor, Op. 54 e Concert Piece for Piano and Orchestra in G major, Op. 92

Excelente este disco! Traz dois importantes concertos para piano e orquestra – que geralmente aparecem sempre juntos em discos – o norueguês Edvard Grieg e o alemão Robert Schumann. São dois concertos essencialmente românticos, com passagens de grande beleza e inspiração. O concerto de Grieg em específico é uma obra docemente arejada e de grande virtuosismo. A condução fica a cargo do grande regente americano Eugene Ormandy, gravação realizada no ano de 1958. O outro concerto – o de Schumann – já é bastante conhecido e revela toda a profusão de sentimentos tão costumeiros nos trabalhos do alemão. Vale a pena ouvir. Continuamos com nossa homenagem a Grieg. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Edvard Grieg (1843-1907) – 

Concerto for Piano and Orchestra in A minor,Op. 16
01. I. Allegro molto moderato
02. II. Adagio – attacca
03. III. Allegro moderato molto e marcato – Quasi Presto – Andante maestoso

Philippe Entremont, piano

Robert Schumann (1810-1856) –

Concerto for Piano and Orchestra in A minor, Op. 54
04. I. Allegro affettuoso
05. II. Intermezzo. Andantino grazioso – attacca
06. III. Allegro vivace

Concert Piece for Piano and Orchestra in G major, Op. 92
07.  I. Introduktion und Allegro appassionato

Rudolf Serkin, piano

Philharmonia Orchestra
Eugene Ormandy, regente

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Sabia das coisas!

Carlinus

.: interlúdio :. SaGrama – Tenha modos [link atualizado 2017]

.: interlúdio :. SaGrama – Tenha modos [link atualizado 2017]

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Dia desses postei um CD do Mawaca, um dos dois grupos mais originais que vi aparecer no Brasil nos últimos anos. O outro é o SaGrama, que assinou a trilha sonora do filme e seriado O Auto da Compadecida e já lançou sete CDs. O sexto deles é este daqui, misturando composições de músicos pernambucanos e do próprio grupo [o conjunto é formado por músicos recifenses e nasceu no Conservatório Pernambucano de Música] relacionadas ao rico carnaval de Pernambuco.

Achei uma matéria do dia do lançamento do CD, para maiores informações.

Quinta-feira, 19 de Abril de 2007
Sa Grama faz concerto aberto
Michelle de Assumpção
Da equipe do Diário

O teatro Santa Isabel recebe esta noite um grupo mais que sintonizado com os ensinamentos da música folclórica de leitura erudita. Um representante armorial, digamos, mesmo que seus integrantes não vistam essa bandeira de forma a sintonizar com a política cultural do governo do estado de Pernambuco. O fato é que, formado por professores e músicos eruditos em sua maioria, o Sa Grama montou seu repertório a partir de releituras do cancioneiro popular. O CD mais recente, Tenha modos, traz muitas composições próprias do flautista Sérgio Campelo, que foram baseadas nesse universo, mais voltado especificamente para o carnaval. O grupo também contextualiza este momento reeditando alguns clássicos da música carnavalesca, como Evocação nº 1, de Nelson Ferreira, Último dia, de Levino Ferreira, além de músicas contemporâneas, como o afoxé Olinda, de Alceu Valença e o Frevo centenário, de Luiz Guimarães.

O show contará com os convidados especiais que fizeram parte do CD, tais como Spok (nos frevos-de-rua), Maciel Salu (com a rabeca, nos bois de carnaval), Maíra Macedo (bandolim e bandola nos frevos de bloco), Nilsinho Amarante (trombone), Quebra-Baque (grupo do percussionista do Sa Grama, Tarcísio Rezende, que encerra o espetáculo) e da Cia. de Dança Perna de Palco. “A gente já tinha feito exploração de outros gêneros, como do círculo junino e natalino, então resolvemos concentrar no disco o frevo, o maracatu e o afoxé, porque tem gêneros bem interessantes. Pegamos la ursa, boi de carnaval, samba de terreiro – fizemos um samba de terreiro bem rústico, que é de onde vem o samba pernambucano – caboclinhos, frevos de rua e de bloco”, diz Campelo.

Sérgio afirma que o show no Santa Isabel é natural pela origem do próprio Sa Grama, já que dos nove integrantes do grupo, cinco são da Sinfônica do Recife, que tem o teatro como sede. Sobre estarem em sintonia com o movimento armorial, o líder do grupo não acredita que isso possa ser visto como uma conveniência, na era Ariano Suassuna. “Nós temos influência quase que direta do armorial. O Sa Grama passa pelas músicas modais, que é uma característica maior da música armorial, a escala nordestina, a gente passa por esse lado, mas a gente não é um grupo essencialmente armorial, fazemos frevo e isso não está no contexto, Mas somos fãs, somos influenciados”, confessa.

SaGrama
Tenha modos

01. Matruá – Sérgio Campelo
02. Limpa de Cacimba – Cláudio Moura
03. Samba Caboclo – Roberto J Silva, Sérgio Campelo
04. Boi Cipó – Sérgio Campelo
05. Evocação nº1 – Nelson Ferreira
06. Maracatu Nassau – Sérgio Campelo
07. Cintura Amarrada – Sérgio Campelo
08. Olinda – Alceu Valença
09. Banzo Maracatu – Dimas Sedícias
10. Frevo Centenário – Luiz Guimaraes
11. Mordido – Alcides Leão
12. Último Dia – Levino Ferreira
13. Tenha Modos – Sergio Campelo

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sagr

CVL
Repostado por PQP
Trepostado e tetrapostado por Bisnaga

Cussy de Almeida (1936 -2010), Clóvis Pereira (1932), César Guerra-Peixe (1914-1993), Waldemar de Almeida (1904-1975), Luiz Gonzaga (1912-1989) e Humberto Teixeira (1915-1979) – Orquestra Armorial (1994) [link atualizado 2017]

Cussy de Almeida (1936 -2010), Clóvis Pereira (1932), César Guerra-Peixe (1914-1993), Waldemar de Almeida (1904-1975), Luiz Gonzaga (1912-1989) e Humberto Teixeira (1915-1979) – Orquestra Armorial (1994) [link atualizado 2017]

ORQ aRMORIALMUITO BOM !!!

Pra quem se lembra do CD com a Grande Missa Armorial de Capiba [calma, calma que o Bisnaga está preparando a repostagem da missa, que sai no domingo – UPDATE: já saiu faz tempo], aqui vai outro CD lançado pela Orquestra Armorial revival em 1994, sob regência de Cussy de Almeida.
Disco obrigatório para compreender melhor o movimento armorial e sua proposta musical.

Sivuca (1897-1986)

Orquestra Sinfônica da Paraíba & Sivuca (1999)

Cussy de Almeida (1936 -2010)
1. Aboio
Clóvis Pereira (1932)
2. Cantiga
Luiz Gonzaga (1912-1989) e Humberto Teixeira (1915-1979)
3. Asa Branca – Arr. Cussy de Almeida
César Guerra-Peixe (1914-1993) e Clóvis Pereira (1932)
4. Mourão
Cussy de Almeida (1936 -2010)
5. Kyrie, da Missa Nordestina
6. Gloria, da Missa Nordestina
7. Reino da Pedra Verde
Waldemar de Almeida (1904-1975)
8. Dança de índios
César Guerra-Peixe (1914-1993)
9. Galope, no estilo de cantoria
Cussy de Almeida (1936 -2010)
10. Cipó branco de Macaparana
César Guerra-Peixe (1914-1993)
11. Velame
Cussy de Almeida (1936 -2010)
12. Cirandância
César Guerra-Peixe (1914-1993)
13. Terno de pífanos
Capiba (1904 -1997)
14. Suíte sem lei nem rei – I. Chamada (moderato)
15. Suíte sem lei nem rei – II. Aboio (Largo)
16. Suíte sem lei nem rei – III. Galope esporeado (Allegro)

(Solistas não identificados no Kyrie e no Gloria)
Orquestra e Coro Armorial
Cussy de Almeida, regente

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CVL
Repostado/recauchutado por Bisnaga

Frédéric Chopin (1810-1849): Polonaises

Frédéric Chopin (1810-1849): Polonaises

Minha conexão está judiando de mim esta noite. Não consigo fazer nada. Tinha planos nobres para hoje à noite, mas estou sendo acanalhado pelos influxos da virtulidade. Felizmente, havia enviado este bom registro com a pianista russa Elisabeth Leonskaja. Ela interpreta as memoráveis Polonaises de Chopin. Polonaise é o termo que os franceses usam para denominar “polaco” (se não estou equivocado!) A Polonaise é uma dança lenta de origem polonesa. Mas Chopin soube imprimir feições pianísticas a essa dança da sua terra. Ouçamos mais este bom registro em homenagem aos 200 anos do nascimento de Chopin. Boa apreciação!

Frédéric Chopin (1810-1849) – Polonaises

Deux Polonaises Op. 26
01. No. 1 in C sharp minor – Allegro appassionato
02. No. 2 in E flat minor – Maestoso

Deux Polonaises Op. 40
03. No. 1 in A major – Allegro con brio
04. No. 2 in C minor – Allegro maestoso

Polonaise, Op. 44 in F sharp minor
05. Tempo di polacca doppio movimento, Tempo de mazurka – Tempo I

Polonaise, Op. 33 in A flat major
06. Maestoso

Polonaise-fantaisie, Op. 61 in A flat major
07. Allegro maestoso

Elisabeth Leonskaja, piano

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Elisabeth Leonskaja

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Carlinus

Iánnis Xenákis (1922-2001): Orchestral Works, Vol.1

Iánnis Xenákis (1922-2001): Orchestral Works, Vol.1

Talvez seja cedo falar sobre quem fica e quem sai do cenário musical nos próximos anos. Mas das injustiças cometidas no passado, já melhoramos muito. Quem ainda a pouco duvidava da excelência de um Haydn, hoje quebra a cara. Em qualquer lugar sério, sua maestria é reconhecida. São inúmeros os concertos e gravações em sua homenagem. Vivaldi também passou por situação semelhante. Telemann é outro mestre que sofreu muito pela maldita comparação com Bach, mas hoje há vastíssima discoteca dedicada a ele. Enfim, estamos falando da redenção de compositores bem antigos. E o que acontecerá com a música dos compositores pós-1945? Acho que todos concordam que ela nunca será popular, pois exige do ouvinte uma participação muitas vezes extenuante e pouco recompensadora. Toda vez que ouço Pli Selon Pli de Boulez perco alguns quilos. Como disse, ainda é cedo.

No entanto, não podemos dizer que este cenário pós-1945 foi homogêneo. Trago Xenakis para provar que sua música lembra muito a impetuosidade de um Beethoven, não é necessário pensar muito em ritmo ou texturas (apesar da música ser riquíssima nesse quesito), é como pular no precipício, você não tem muito o que fazer, mas nunca irá bocejar. Acredito que Xenakis vai permanecer conosco para sempre.

Iánnis Xenákis (1922-2001) – Orchestral Works, Vol.1

1 – Aïs, for amplified baritone, solo percussion & orchestra
2 – Tracées, for 94 musicians
3 – Empreintes, for 85 musicians
4 – Noomena, for 103 musicians
5 – Roáï, for 90 musicians

with Beatrice Daudin
Luxembourg Philharmonic Orchestra
Conducted by Arturo Tamayo

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Xenákis
Xenákis: impetuosidade e permanência

CDF Bach