Radamés Gnattali (1906-1988): Obras completas para piano, violino e violoncelo (Trio Puelli)

Acusado durante grande parte de sua vida de ser um compositor erudito superficial, carregando vícios de sua militância artística na música popular, é hoje reverenciado justamente por essa capacidade de transitar entre esses dois mundos com a naturalidade só possível dvido ao seu profundo conhecimento das duas escritas. (do encarte do disco, por Irineu Franco Perpétuo)

Em 1950, quando Gnattali havia composto apenas metade do repertório deste álbum aqui, um professor da Escola Nacional de Música (aquela perto dos Arcos da Lapa) escrevia que, apesar da harmonia exótica e inventiva, “a música de Radamés Gnattali soa aos nossos ouvidos despida de toda agressividade, saborosa, macia, se assim nos podemos exprimir. É este o segredo dos verdadeiros mestres e o fruto de uma técnica aprofundada e autêntica: [suas obras,] dominadas pelo tino sutil do verdadeiro talento criador, fazem passar despercebidas todas as ousadias” (Luiz Heitor: Música e músicos do Brasil).

Radamés Gnattali (1906-1988):
1- Trio nº1, 1933: Movido
2- Trio nº1, 1933: Calmo
3- Trio nº1, 1933: Mesmo Tempo
4- Trio nº2, 1967: Allegro Moderato
5- Trio nº2, 1967: Tristonho
6- Trio nº2, 1967: Lento-Ritmado
7- Trio nº3, 1984: Allegro Moderato
8- Trio nº3, 1984: Seresta
9- Trio nº3, 1984: Alegre
10- Trio Miniatura, 1940: Alegre
11- Trio Miniatura, 1940: Lento
12- Trio Miniatura, 1940: Vivo
13- Lenda nº2, 1937

Trio Puelli:
Karin Fernandes – piano
Ana de Oliveira – violino
Adriana Holtz – violoncelo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – flac
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3 320kbps

Radamés & Pixinguinha

Pleyel

Johann Adolf Hasse (1699-1783): Sonatas of the Galant Time (Umbach & Consorten)

Johann Adolf Hasse (1699-1783): Sonatas of the Galant Time (Umbach & Consorten)

Eu desconhecia Hasse. Portanto, foi totalmente inesperado ouvir este baita CD cheio de sonoridades surpreendentes. Fortemente indicado para quem gosta de música barroca!

(Desculpem as poucas frases. É falta de tempo mesmo.)

Johann Adolf Hasse (1699-1783): Sonatas of the Galant Time (Umbach & Consorten)

1. Sonata In G Major (1-4)
2. Sonata In D Major (5-8)
3. Sonata In G Major Op.i, Iv (9-12)
4. Sonata In E Minor Op.5 (13-16)
5. Sonata In G Major Op.5, Iii (17-19)
6. Sonata In A Major Op.5, Ii (20-22)
7. Sonata In D Major Op.i, Vi (23-26)
8. L’amero, Saro Costante

Umbach & Consorten
Elke Martha Umbach, flute
Daniel Rothert, flute
Christian Zinke, viola da gamba
Axel Weidenfeld, gallichon, theorbo
Klaus Westermann, harpsichord, fortepiano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

.: interlúdio :. Keith Jarrett – 80 anos – The Survivors’ Suite (1977)

.: interlúdio :. Keith Jarrett – 80 anos – The Survivors’ Suite (1977)

Disco gravado em estúdio pelo quarteto americano, na época em que Jarrett tinha também um quarteto com músicos escandinavos. Aqui, mais do que em outros lugares, Keith Jarrett mostra seu ecletismo nas duas faixas que ocupam os lados inteiros do álbum (prática comum nos anos 1970 como o Jack Johnson de Miles Davis, o Köln Concert do próprio Jarrett, LPs do Pink Floyd, Rush, etc), no lado A o piano só entra depois dos oito minutos e no lado B, lá pelos 3 min. Então o que temos, em grande parte do tempo, é Jarrett tocando percussão ou sax soprano, instrumento que ele abandonaria quando mais velho. Muitas ocasiões para o resto da banda brilhar: o sax tenor de Dewey Redman e o baixo de Charlie Haden com sonoridades mais estranhas e atonais (ambos tocaram longos anos com Ornette Coleman antes de Jarrett “roubá-los”) e a bateria/percussão de Paul Motian explorando mais os ritmos hipnóticos e pouco sincopados. Lá para o meio de cada lado, temos também solos de piano característicos de Keith Jarrett, mas a variedade de estilos e de sonoridades garante que a cada 3 ou 4 minutos tudo mude.

Ecletismo é frequentemente um xingamento que pode significar mais ou menos uma falta de compromisso com um ou outro estilo, também falta de originalidade pois, afinal, quem atira para vários lados acaba às vezes soando como outras pessoas, pecado mal visto em nossos tempos tão obcecados por copyright e propriedade privada até das ideias. Por outro lado, a postura eclética frente ao mundo tem defensores de peso: nunca esqueço aquelas palavras de Guimarães Rosa no Grande Sertão. “Bebo água de todo rio… Uma só, para mim é pouca, talvez não me chegue.”

Além dessa crítica implícita à fixidez e à previsibilidade dos que só rezam com um único livro, o que Keith Jarrett faz aqui e em outros momentos de sua carreira é mostrar sua atenção e compromisso em cada momento. Não se tem a sensação de que aqui ele está tocando com o quarteto americano só para cumprir o contrato, o que temos é um grupo de músicos sedentos por novidades e com capacidade e treino suficiente para jogar em várias posições sem fazer feio em nenhuma.

Vamos por outro tipo de metáfora… Eu não vi o Pelé jogar mas vi o Romário. O que este último fazia, se a gente colocar por escrito, pode parecer banal: ficava na banheira, pegava a bola, driblava um, dois no máximo e chutava pro gol. Na prática, ele fazia isso de um jeito único e genial. Keith Jarret às vezes é como Romário, fazendo certas melodias e acordes óbvios soarem cativantes de um jeito inesperado. Mas, ao jogar em várias posições, está mais para Pelé ou, se quiserem, Messi.

A partir de 1987 ele começou a gravar obras de compositores do século XVIII, de início sobretudo J.S. Bach. Isso ganhou dimensões maiores nos anos 90: Variações Goldberg no cravo, Concertos de Mozart e o meu preferido dentre esses seus passeios pelos clássicos pré-românticos: as sonatas de C.P.E. Bach ao piano, gravadas em 1994 e lançadas só em 2023 (aqui).

E nos anos 1980 ele abriu mais uma frente de combate, gravando compositores do século XX como Dmitri Shostakovich, Alan Hovhaness e Arvo Pärt. Importante lembrar que Pärt era bem menos famoso na época do que é hoje.

Ao mesmo tempo, Jarrett continuou fazendo recitais de piano solo improvisado… aliás, se ele fosse do tipo que se especializa em uma coisa só, poderia ficar fazendo turnês comemorativas do Köln Concert (1975) que, com milhões de cópias vendidas, é não apenas o grande sucesso comercial de Jarrett mas também o disco de piano solo mais vendido de todos os tempos. O diretor de um documentário sobre o álbum diz que Jarrett não quis dar entrevistas sobre o álbum gravado em Köln (Colônia, na Alemanha):

“Deve ser irritante para um grande músico ser frequentemente questionado sobre aquele concerto específico de décadas atrás” diz (aqui) Vincent Duceau, diretor de Lost in Köln, que compara ainda com um grande pintor que só recebe perguntas sobre um detalhe de um único quadro.

O fato é: Jarrett continuou fazendo concertos solo e lançando discos que registram alguns deles. O meu favorito é La Scala, de 1995, totalmente diferente de Köln e com momentos de graves profundos que talvez tenham certa influência do Concerto de Hovhaness que ele tinha gravado anos antes.

Keith Jarrett – The Survivors’ Suite
1. Beginning [Lado A do LP]
2. Conclusion [Lado B do LP]
American Quartet:
Keith Jarrett – piano, sax soprano, flauta doce baixo, celeste, percussão
Dewey Redman – sax tenor, percussão
Charlie Haden – contrabaixo
Paul Motian – bateria, percussão
Gravado em Ludwigsburg, Alemanha, abril de 1976

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – flac
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3 320kbps

Nós te amamos, Keith Jarrett

Pleyel

.:interlúdio:. Keith Jarrett — 80 anos HOJE: The Köln Concert

.:interlúdio:. Keith Jarrett — 80 anos HOJE: The Köln Concert

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Com inteira justiça, o pianista, cravista e organista Keith Jarrett é conhecidíssimo e famosíssimo. Este The Köln Concert é um de seus grandes momentos — talvez o maior deles. Jarrett começou sua carreira no jazz com Art Blakey e Miles Davis. Depois foi contratado como grande estrela da ECM, criou dois quartetos, um americano e outro escandinavo, gravou montes de concertos solo, criou um trio com Gary Peacock e Jack DeJohnette, fez esplêndidas duplas com meio mundo, virou pianista e cravista erudito, gravou O Cravo Bem Temperado, os 24 Prelúdios e Fugas de Shostakovich e também Mozart, Barber, Handel, Pärt, etc., sempre com notáveis resultados artísticos. Creio ter intuído a futura carreira erudita do moço quando ouvi um solo dilacerante de Nude Ants (1979) e vaticinei que ele queria mesmo era tocar Bach. Bem, sei lá se ele já estava tocando clássicos em 79. Bom, mas o que interessa é que The Köln Concert é um trabalho fundamental, principalmente o solo inicial de 26 minutos que contém uma súmula do que é capaz Mr. Jarrett.

Detalhando, The Köln Concert é uma gravação de um concerto ao vivo com improvisações para solo de piano executadas por Keith Jarrett na Ópera de Colônia no dia 24 de janeiro de 1975. O álbum em vinil duplo foi lançado em 1975 pela ECM e tornou-se o álbum solo mais vendido da história do jazz e o álbum de piano mais vendido, com mais de 3,5 milhões cópias comercializadas. Não pouca coisa e é justo que assim tenha sido.

O show foi organizado por Vera Brandes, de 17 anos, então a mais jovem promotora de shows da Alemanha. A pedido de Jarrett, Brandes selecionou um piano de cauda Bösendorfer 290 Imperial. No entanto, houve uma confusão por parte da equipe da Ópera e, em vez disso, eles pegaram outro Bösendorfer nos bastidores — um muito menor — e, presumindo que este fosse o solicitado, colocaram-no no palco. O erro foi descoberto tarde demais para que o Bösendorfer correto fosse colocado no local do show a tempo do concerto da noite. O piano que eles trouxeram era destinado apenas para ensaios e estava em más condições e exigia várias horas de afinação e ajuste para torná-lo tocável. O instrumento era pequeno e pouco agudo nos registros superiores e fraco nos registros graves. Os pedais também não funcionavam bem. Consequentemente, Jarrett frequentemente usou ostinatos e figuras rítmicas da mão esquerda durante sua apresentação para dar o efeito de notas de baixo mais fortes e concentrou sua execução na parte central do teclado. O produtor da ECM Records, Manfred Eicher, disse mais tarde: “Provavelmente Jarrett tocou do jeito que tocou porque não era um bom piano. Como ele não conseguia se apaixonar por seu som, ele encontrou outra maneira de tirar o máximo proveito isto.”

Jarrett chegou à Ópera no final da tarde, cansado após uma longa viagem exaustiva desde Zurique, na Suíça, onde havia se apresentado alguns dias antes. Ele não dormia bem havia várias noites, sentia dores nas costas e precisava de um aparelho ortodôntico. Depois de experimentar o piano e saber que o instrumento substituto não estava disponível, Jarrett quase se recusou a tocar e Brandes teve que convencê-lo a tocar, pois o show estava programado para começar em apenas algumas horas. Além disso, Brandes tinha reservado uma mesa em um restaurante italiano local para Jarrett jantar, mas uma confusão da equipe causou um atraso na refeição que estava sendo servida e ele só conseguiu beber alguns goles de água antes de ir para o concerto. Parecia que tudo ia dar errado e, no final das contas, Jarrett decidiu tocar principalmente porque o equipamento de gravação já estava configurado.

O concerto começou às 23h30. O horário tardio era o único que a administração colocara à disposição da jovem Brandes para um concerto de jazz — o primeiro na Ópera de Köln. O show lotou, com mais de 1.400 pessoas pagaram 4 marcos por cada ingresso. E vocês sabem o que é aquilo que ele faz com a mão esquerda logo no começo da música? Aqueles 4 toques meio solenes? Pois é, ele inicia imitando as badaladas do sino que abre a cortina da Oper Haus em Köln, que são inspiradas no toque dos sinos da Catedral de Colônia. Digo a vocês que, apesar dos obstáculos, a atuação de Jarrett foi… Bem, ouçam: É OBRIGATÓRIO.

Jarrett trouxe calma e lirismo à improvisação livre. Nada neste programa foi preparado antes que ele se sentasse para tocar. Todos os gestos e harmonias intrincadas, as linhas melódicas, os gritos e suspiros do homem, tudo é espontâneo. Embora tenha sido um concerto contínuo, a peça foi dividida em quatro seções porque teve que ser dividida para formar os quatro lados um LP duplo.

Pois bem, a partir do momento em que Jarrett dá seus acordes iniciais e começa a meditar sobre as harmonias, construindo figuras melódicas, combinações de glissandos e temas em ostinato, a música mudou. Para alguns ouvintes, mudou para sempre naquele momento. O som íntimo de Jarrett envolveu os ouvintes em sua busca por beleza e significado.

A genialidade de Keith Jarrett é demonstrada não apenas por seu claro domínio da tradição do jazz, mas também em como ele se desvia dela. A gravação de The Köln Concert demonstra a indefinição de fronteiras de gênero usando temas hipnóticos e improvisações sem fim, criando uma experiência quase religiosa para o ouvinte. Apesar de receber críticas desfavoráveis de alguns fãs de jazz mais conservadores, este álbum é certamente um testemunho do notável senso de improvisação, composição e espontaneidade de Jarrett.

Ainda me lembro do meu primeiro encontro com The Köln Concert. Eu tinha uns 20 anos e estava vasculhando as caixas de jazz e eruditos da extinta King`s Discos aqui em Porto Alegre. O Júlio, lendário atendente da loja, colocou um disco para tocar. Quando as notas de abertura começaram a serem ouvidas, pude sentir imediatamente a mudança no ambiente da loja. Os clientes ergueram os olhos e gradualmente concentraram sua atenção na música que saía dos alto-falantes. Então, algo inesperado aconteceu. Um cliente foi até o Júlio para perguntar o que era aquilo. E adquiriu o vinil duplo. Logo um segundo cliente fez o mesmo. O terceiro fui eu. Imaginem meu desespero se acabasse!

Eu ouvia muito jazz, mas o verdadeiro mistério era o motivo pelo qual os outros clientes, que estavam olhando discos de rock e pop, estavam comprando Jarrett. Uma coisa ficou logo muito clara: aquilo não soava como qualquer outra coisa no mundo da música dos meados dos anos 70. Mesmo quando comparado aos álbuns de jazz, o novo som de Jarrett era diferente. Nos anos 70, o jazz estava fazendo coisas pouco acústicas. Chick Corea e Herbie Hancock, por exemplo, estavam com os dois pés no piano elétrico e as bandas fusion pululavam.

The Köln Concert era o oposto. Jarrett não apenas tocava um piano de cauda (cada vez mais conhecido como piano acústico, naquela conjuntura, para diferenciá-lo dos teclados elétricos), mas também com um grau de sensibilidade e nuance que você não encontraria em outro lugar na música comercial. Ele até arrisca certo sentimentalismo, uma franqueza emocional que muitos artistas de jazz teriam se envergonhado de imitar — especialmente em meados dos anos 70, quando a ironia estava em ascensão como atitude cultural.

No entanto, nos meses seguintes, assisti com espanto ao The Köln Concert entrar na cultura mainstream, alcançando um público que eu poderia ter considerado imune ao apelo de um piano.

E Jarrett fez isso violando quase todas as regras da música comercial. As faixas do The Köln Concert eram longas improvisações de fluxo livre gravadas ao vivo em um recital na Alemanha. Elas careciam de estrutura. Pior ainda, eles eram longas demais para serem tocadas nas rádios. A abertura tinha 26 minutos de duração, e as próximas duas faixas tinham 15 e 18 minutos de duração. Apenas o bis de 7 minutos seguiu algo semelhante a uma forma de música divulgável, mas mesmo isso parecia um mundo à parte dos singles de sucesso do dia. Como tornou-se um tremendo sucesso?

Você pode pensar que os amantes do jazz aceitariam facilmente a música. Mas mesmo eles ficaram céticos. The Köln Concert evitava as síncopes e os sotaques familiares que permeavam os outros álbuns de jazz. Muita gente dizia que o disco não soava muito a jazz.

No entanto, de alguma forma Jarrett contornou tudo isso e conseguiu se tornar um sucesso através do método mais antigo de todos, o boca a boca, o contato pessoal com amigos que possuíam o disco. As vendas enormes nem sempre são recebidas com entusiasmo na comunidade do jazz e uma reação foi inevitável. A franqueza emocional da música e seu melodismo descarado deixaram o álbum especialmente exposto à crítica daqueles que sentiam que a forma de arte do jazz exigia algo mais abrasivo. Quando a horrorosa New Age floresceu alguns anos depois, houve inúmeros imitadores de menor talento imitando (e diluindo) a visão estética das improvisações de Köln e talvez até o próprio Jarrett se perguntasse “o que fiz?”.

Eu entendo as críticas dos jazzistas conservadores, mas não concordo com elas. Jarrett fez algo novo (e honesto) naquela noite. Ele criou um trabalho visionário que ainda chama a atenção dos ouvintes de primeira viagem hoje — da mesma forma do que naquele dia em meados dos anos 70, quando o ouvi pela primeira vez em uma loja de discos. A música se manteve, era na verdade muito melhor do que muitos dos projetos carregados de pose e que pareciam muito mais progressivos na época.

Claro, a maioria do público que descobriu Keith Jarrett com The Köln Concert nunca abraçou o resto de sua obra. Eu teria ficado encantado em ver Facing You ou o Concerto de Bremen ou os álbuns dos quartetos de Jarrett do período — e os de outros artistas de jazz merecedores — também encontrarem o grande público. Dessa perspectiva, a promessa de Köln nunca foi cumprida. Mas não podemos culpar Jarrett por isto. E ele certamente também não pode ser culpado por seus imitadores banais, ou repreendido por suas vendas. De sua parte, ele não almejava um disco de sucesso e, ao contrário de muitos de seus contemporâneos na cena do jazz, nunca fez a menor tentativa de impor uma tendência ou mesmo abraçar as fórmulas aceitas de discos comerciais. Além disso, nunca tentou recriar o ambiente especial daquela apresentação. Ele viu aquele dia como um evento único. Simplesmente confiou em sua música, em seu talento, e corajosamente se lançou. E, afinal, não é disso que trata o jazz?

Keith Jarret – The Köln Concert

1. Köln, January 24, 1975, Part I 26:01
2. Köln, January 24, 1975, Part IIA 14:54
3. Köln, January 24, 1975, Part IIB 18:14
4. Köln, January 24, 1975, Part IIC 6:56

Keith Jarrett, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Keith Jarrett durante The Köln Concert

PQP

.: interludio .: Keith Jarrett – Yesterdays – Gary Peacock, Jack DeJohnette

CREATOR: gd-jpeg v1.0 (using IJG JPEG v62), quality = 70

Interessante o nome desse CD, “Yesterdays”, assim mesmo, no plural. Acho que coloquialmente alguém fala de repente em ‘ontens’, no sentido de que nossa vida passada na verdade foram outras vidas, outras realidades, outras alternativas, outros rumos oferecidos, que optamos em não seguir.

E é neste sentido que resolvi escrever este texto em homenagem aos 80 anos de um de meus maiores ídolos, o imenso Keith Jarrett, que de certa forma me ajudou a escolher meus caminhos, me orientou a fazer minhas escolhas. Somos o que escolhemos ser, tivemos alternativas se abrindo à nossa frente, e se estou neste quarto de um pequeno apartamento em uma cidade do interior do país, muito se deve a este gigante dos teclados, que me inspirou na juventude a ser o ‘fora do padrão’, por assim dizer,  e explico. Em nossos vinte e poucos anos de vida não sabemos de nada, procuramos nosso rumo. Alguns se inspiram em seus pais (muitos de meus amigos filhos de médicos e advogados se tornaram médicos e advogados), outros procuram trilhar outros caminhos, procurar outras possibilidades, em todos os sentidos, inclusive quando se trata de nossas sensibilidades e gostos musicais. Ouço fulano pois todos os meus amigos ouvem, não ouço rock pois não sei o que estão cantando, enfim, foi ignorando estes comentários que fui aos poucos tomando um  rumo, que me levou a este imenso mundo do Jazz e da música clássica. Um dia me caiu em mãos o “Nude Ants”, e o resto é história. Ouvi, reouvi, analisei, suspirei, gritei, assim como este pianista que geme, chora, suspira, grita em seus solos. Poucos músicos se envolvem e se entregam tanto quando estão tocando. E então entendi que aquele ali era o meu destino.

Citando uma velha canção do Caetano, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. E foi ouvindo Keith Jarrett e seus fiéis escudeiros, Peacock e DeJohnette, ou mesmo Jarrett em seus discos solos, que entendi o significado desta frase tão forte e intensa.

Mestre Keith Jarrett está completando 80 anos. E que venham mais 80 … sua contribuição para o bem da humanidade está aí, registrado em suas gravações, em seus discos, CDs, plataformas de streaming, e a minha velha edição do “Nude Ants” está guardada ali entre os meus LPs, há mais de quarenta anos. E ali vai ficar, pois sempre volto a ele. É um porto seguro para os momentos de maior angústia e tensão.

01-Strollin’
02-You Took Advantage Of Me
03-Yesterdays
04-Shaw’nuff
05-You’ve Changed
06-Scrapple from the Apple
07-A Sleepin’ Bee
08-Smoke Gets in Your Eyes
09-Stella by Starlight

Keith Jarrett – Piano
Gary Peacock – Double Bass
Jack DeJohnette – Drums

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Shostakovich: 24 Prelúdios e Fugas, Op. 87 – Keith Jarrett

41Bb7A8f5DLPOSTADO POR PQP BACH EM 17/1/2012, REVALIDADO POR VASSILY EM 2015 e 2025

Concordo com o patrão PQP: esta é a melhor gravação disponível da obra-prima pianística do século XX. Apesar de Tatiana Nikolayeva ter sido a inspiradora, consultora e intérprete da première da obra de Shostakovich, a verve e a clareza de Jarrett soam-me como o padrão-ouro.

Questão de opinião, claro, até porque o páreo é duro e nele não precisamos de vencedores.

Vassily

POSTAGEM ORIGINAL DE PQP BACH EM 17/1/2012

Pois, meus filhos, vou lhes dizer uma coisa. Penso que Keith Jarrett realizou a melhor gravação dos 24 Prelúdios e Fugas de Shostakovich. O blog oferece ou ofereceu versões de Konstantin Scherbakov, Tatiana Nikolayeva e Vladimir Ashkenazy. A única que se segura ao lado da de Jarrett é a de Nikolayeva, esqueça as outras. Como nos outros posts dedicados a esta obra já colocamos longas análises a respeito, utiizo desta vez uma pequena e bela apresentação encontrada aqui.

Esta coleção é certamente a obra mais importante da produção pianística de Shostakovich. As peças foram compostas logo depois de sua visita a Leipzig por ocasião das solenidades do segundo centenário da morte de J. S. Bach, e, como tais, representam sua homenagem ao autor do Cravo bem-temperado. O que originalmente fora pensado como uma simples série de exercícios polifônicos acabou por tornar-se uma obra em grande escala, plenamente desenvolvida, na qual os gêneros pianísticos mais díspares são admiravelmente integrados em um painel coerente. A diversidade de estilos e técnicas aproxima-se às vezes do pastiche, mas a coleção é notável como ponto de consolidação das anteriores vertentes composicionais do autor, e a música, por certo, é Shostakovich em sua melhor forma, com aquela peculiar mistura de verve e pathos da qual deriva sua perene fascinação.

Shostakovich: 24 Prelúdios e Fugas, Op. 87
Keith Jarrett, piano

Disco 1

1. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 1 In C Major
2. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 2 In A Minor
3. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 3 In G Major
4. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 4 In E Minor
5. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 5 In D Major
6. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 6 In B Minor
7. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 7 In A Major
8. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 8 In F Sharp Minor
9. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 9 In E Major
10. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 10 In C Sharp Minor
11. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 11 In B Major
12. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 12 In G Sharp Minor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Disco 2

1. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.13 In F Sharp Major
2. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.14 In E Flat Minor
3. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.15 In D Flat Major
4. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.16 In B Flat Minor
5. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.17 In A Flat Major
6. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.18 In F Minor
7. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.19 In E Flat Major
8. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.20 In C Minor
9. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.21 In B Flat Major
10. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.22 In G Minor
11. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.23 In F Major
12. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.24 In D Minor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

[Links revalidados por Vassily em homenagem aos 80 anos do MESTRE Keith]

Não podemos dizer que Jarrett tenha uma postura convencional quando toca

.: interlúdio :. Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack DeJohnette: Standards, Vol. 1 e 2

.: interlúdio :. Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack DeJohnette: Standards, Vol. 1 e 2

Então vocês pensavam que iam ficar livres de fazer downloads? Nada disso! Recebemos o golpe do MegaUpload, perdemos muitos links de uma só vez e seguimos. Já sei que receberemos muitos pedidos de revalidações de links, essas coisas. Bem, digo com todo o respeito, fodam-se. Se você não comprou aquele HD externo e guardou tudo, só lamento. Por sorte, as minhas postagens permanecem pelo fato de eu usar sempre o detestado, bom e velho Rapidshare. Pura sorte, pois não creio que a Suíça seja menos subserviente aos EUA do que a Nova Zelândia. Ah, já leram isso?

Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack DeJohnette. Não preciso apresentar ninguém. O CD começa com uma faixa chamada Meaning of the Blues… Olha, numa boa, I Felt in Love Too Easily.

Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack DeJohnette: Standards, Vol. 1 e 2

CD 1

1. Meaning of the Blues
2. All the Things You Are
3. It Never Entered My Mind
4. The Masquerade Is Over
5. God Bless the Child

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2

1. So Tender
2. Moon and Sand
3. In Love in Vain
4. Never Let Me Go
5. If I Should Lose You
6. I Fall in Love Too Easily

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Keith Jarrett, piano
Gary Peacock, baixo
Jack DeJohnette, bateria

Jarrett regendo com as sobrancelhas.

Jarrett regendo com as sobrancelhas.PQP

.: interlúdio :. Keith Jarrett Quartet: Belonging

.: interlúdio :. Keith Jarrett Quartet: Belonging

Do começo ao fim, somos brindados com uma mistura de humores neste primeiro trabalho de Keith Jarrett e seu quarteto escandinavo. Astuto e consistente, Belonging traz cada músico em ótima forma. Todos têm seu momento de destaque. O trabalho de Jarrett é, claro, soberbo do começo ao fim, mas é a energia subjacente à sua execução que realmente parece impulsionar as coisas. O álbum é ziguezagueante, indo habilmente do abandono de balançar a cabeça para a escuridão pesada. As baladas constituem as passagens mais longas de Belonging. Na maior parte, sax e piano são unificados, como se estivessem caminhando em ambos os lados da mesma rua, embora às vezes pareçam olhar em direções opostas, como se estivessem envolvidos em um longo debate, inseguros se a reconciliação pode ser alcançada no meio de tanta conversa.

.: interlúdio :. Keith Jarrett Quartet: Belonging

A1 Spiral Dance 4:08
A2 Blossom 12:18
A3 ‘Long As You Know You’re Living Yours 6:11
B1 Belonging 2:12
B2 The Windup 8:26
B3 Solstice 13:15

Bass – Palle Danielsson
Drums – Jon Christensen
Piano, Composed By – Keith Jarrett
Soprano Saxophone, Tenor Saxophone – Jan Garbarek

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O Quarteto Nórdico ou Escandinavo

PQP

G. F. Handel (1685-1759): Suites for Keyboard (Keith Jarrett)

G. F. Handel (1685-1759): Suites for Keyboard (Keith Jarrett)
Version 1.0.0

Mais uma excelente gravação de Keith Jarrett no terreno da música erudita. Diferentemente do que fez com Bach, aqui Keith utiliza o piano em vez do cravo. Sem problemas. A gravação de Jarrett destas sete suites de Handel é deliciosa. Sempre a serviço do compositor, ele é consistentemente lírico, nunca é apressado ou agitado, sempre tem algo quente e rico a dizer. Cada suíte tem personalidade própria e Jarrett trata de impregná-las com profundidade e humanidade diversas. Estão notáveis o prelúdio da Suite 1, No. 1 (HWV 426), a pureza da allemande que a segue assim como a melancolia da courante. E o que dizer do adágio de abertura da Suite 1, No. 2 (HWV 427) e da peculiar beleza que Jarrett dá ao prelúdio-fuga da Suite 1, No. 8 (HWV 433)?

Baixa logo, meu.

G. F. Handel (1685-1759): Suites for Keyboard (Keith Jarrett)

1. Suite in G minor, HWV 452 – 1. Allemande 2:47
2. Suite in G minor, HWV 452 – 2. Courante 3:00
3. Suite in G minor, HWV 452 – 3. Sarabande 2:15
4. Suite in G minor, HWV 452 – 4. Gigue 1:21

5. Suite No.15 in D minor for Harpsichord, HWV 447 – 1. Allemande 2:06
6. Suite No.15 in D minor for Harpsichord, HWV 447 – 2. Courante 2:31
7. Suite No.15 in D minor for Harpsichord, HWV 447 – 3. Sarabande 1:51
8. Suite No.15 in D minor for Harpsichord, HWV 447 – 4. Gigue 1:05

9. Harpsichord Suite Set II No.7 in B flat major, HWV 440 – 1. Allemande 2:00
10. Harpsichord Suite Set II No.7 in B flat major, HWV 440 – 2. Courante 2:05
11. Harpsichord Suite Set II No.7 in B flat major, HWV 440 – 3. Sarabande 2:38
12. Harpsichord Suite Set II No.7 in B flat major, HWV 440 – 4. Gigue 1:22

13. Harpsichord Suite Set I No.8 in F minor, HWV 433 – 1. Prélude – Fuga 5:03
14. Harpsichord Suite Set I No.8 in F minor, HWV 433 – 2. Allemande 2:54
15. Harpsichord Suite Set I No.8 in F minor, HWV 433 – 3. Courante 2:39
16. Harpsichord Suite Set I No.8 in F minor, HWV 433 – 4. Gigue 2:09

17. Harpsichord Suite Set I No.2 in F major, HWV 427 – 1. Adagio 2:45
18. Harpsichord Suite Set I No.2 in F major, HWV 427 – 2. Allegro 2:48
19. Harpsichord Suite Set I No.2 in F major, HWV 427 – 3. Adagio 1:46
20. Harpsichord Suite Set I No.2 in F major, HWV 427 – 4. Allegro 2:00

21. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 1. Fuga 3:37
22. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 2. Allemande 2:07
23. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 3. Courante 2:53
24. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 4. Sarabande 3:23
25. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 5. Gigue 1:52

26. Harpsichord Suite Set I No.1 in A major, HWV 426 – 1. Prelude 2:31
27. Harpsichord Suite Set I No.1 in A major, HWV 426 – 2. Allemande 3:29
28. Harpsichord Suite Set I No.1 in A major, HWV 426 – 3. Courante 3:13
29. Harpsichord Suite Set I No.1 in A major, HWV 426 – 4. Gigue 3:15

Keith Jarrett, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

.:interlúdio:. Keith Jarrett: La Scala

.:interlúdio:. Keith Jarrett: La Scala

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Apresento este belíssimo CD de Keith Jarrett. Trata-se de um concerto solo gravado teatro La Scala em 1995 que difere um pouco de outros que Jarrett gravou antes e depois. Há uma Parte I de 45 minutos de uma improvisação lenta e triste, belíssima. FDP me disse que é apaixonado por este trabalho. A Parte II é mais moderninha e também excelente. A surpresa fica para uma interpretação de Over the Rainbow ao final. Ficou bonito.

Keith Jarrett – La Scala

1. La Scala – Part I
2. La Scala – Part II
3. Over the Rainbow (Arlen, Harburg)

Keith Jarrett, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Bora pra lá, gente!
Bora pra lá, gente!

PQP

.: interlúdio :. Keith Jarrett: No End (2013)

.: interlúdio :. Keith Jarrett: No End (2013)

Certamente, este No End concorre ao prêmio de CD de Jazz Mais Chato de Todos os Tempos ou, pelo menos, ao de Disco Mais Chato de Jarrett. Nele, em gravação de estúdio realizada em 1986, Keith Jarrett toca tudo — guitarra, baixo, percussão, tablas, o diabo — , até piano em alguns poucos momentos. O resultado é algo sem graça e indirecional: não sabe bem de onde ele saiu nem onde quer chegar com suas improvisações quase sem temas, só de climinhas pseudo-exóticos. Há momentos legais em meio à maior diluição, mas a coisa simplesmente não para em pé. Ouçam e me digam o que acharam.

Keith Jarrett — No End (2013)

Disc: 1
1. I
2. II
3. III
4. IV
5. V
6. VI
7. VII
8. VIII
9. IX
10. X

Disc: 2
1. XI
2. XII
3. XIII
4. XIV
5. XV
6. XVI
7. XVII
8. XVIII
9. XIX
10. XX

Keith Jarrett: electric guitars, fender bass, drums, tablas, percussion, voice, recorder, piano.

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Desculpe, Jarrett, mas este CD é muito ruim.
Desculpe, Jarrett, mas este CD é muito ruim.

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Lieder & Duette (Kaufmann, Schmiege, Sulzen)

Johannes Brahms (1833-1897): Lieder & Duette (Kaufmann, Schmiege, Sulzen)
Version 1.0.0

Um CD agradabilíssimo e diferente. Sempre relacionamos Brahms à densidade e ao rigor formal, porém aqui não há nada disso. É uma música de sarau, não tão simplesinha assim e boa de se ouvir nas noites em que estamos trabalhando em casa ou conversando com poucos amigos. Saibam que as faixas 1, 26 e algumas outras pararão a conversa ou interromperão nosso trabalho para que digamos ou pensemos: que coisa linda isso!

As cantoras Julie Kaufmann e Marilyn Schmiege possuem perfeito senso de estilo e adaptam-se a cada canção dando a ela personalidade própria. Um maravilhoso CD da Orfeu que merece ser comprado por sua música e pelo excelente encarte com todas as letras. A relação de duetos e lieder é interminável e isto não é uma reclamação, imagine!

Johannes Brahms (1833-1897): Lieder & Duette (Kaufmann, Schmiege, Sulzen)

1. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
2. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
3. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
4. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
5. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
6. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
7. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
8. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
9. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
10. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
11. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
12. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
13. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
14. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
15. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
16. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
17. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
18. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
19. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
20. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
21. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
22. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
23. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
24. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
25. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
26. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 5 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
27. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
28. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
29. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
30. Duette aus: Balladen und Romanzen op. 75 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
31. Duette aus: Balladen und Romanzen op. 75 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Piano, Op. 81, 106 e 20 (Hough)

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Piano, Op. 81, 106 e 20 (Hough)
Version 1.0.0

Imaginem um mundo ainda pior do que o nosso, um mundo onde Haydn (1732), Mozart (1756) e Beethoven (1770) tivessem sucumbido à alta mortalidade infantil de suas épocas. Bem, neste caso, Hummel seria muito famoso. OK, você, que é inteligente, dirá que se o trio fundamental acima não tivesse produzido nada, o Hummel que ouvimos seria outro, pois ele foi formado por Haydn e Mozart e foi contemporâneo de Beethoven. Concordo e peço que não levem tão a sério minha ficção. O que desejo dizer é que Hummel é um sub-Beethoven que não merece o pouco caso que nossa época dá a ele. Tudo porque ele é MUITO BOM. Estas sonatas para piano gravadas por Stephen Hough para a sensacional Hyperion deveriam fazer parte do repertório usual de pianistas que tocam obras do período clássico. Peço a vocês que confiram. Se as sonatas de Hummel não superam as de Mozart e Beethoven, deixam longe as de Haydn e as de quase todos os compositores do período. Ah, não acreditam? Então ouçam. BAITA CD.

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Piano, Op. 81, 106 e 20 (Hough)

Piano Sonata in F sharp minor, Op 81
1. Allegro
2. Largo Con Molt’espressione
3. Vivace

Piano Sonata in D major, Op 106
4. Allegro Moderato, Ma Risoluto
5. Un Scherzo All’antico: Allegro, Ma Non Troppo
6. Larghetto A Capriccio
7. Allegro Vivace

Piano Sonata in F minor, Op 20
8. Allegro Moderato
9. Adagio Maestoso
10. Presto

Stephen Hough

Stephen Hough é um tremendo pianista que, dentre outros, especializou-se em Hummel

, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

PQP

D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 4 (Haitink, Chicago)

D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 4 (Haitink, Chicago)

Qualquer gravação da Sinfônica de Chicago traz os melhores metais. Não adianta, é cultural. E aqui não é diferente. As trombonadas, agora comandadas por um maestro genial, são impecáveis. Sempre. O restante talvez seja pior do que o ciclo de Haitink-Shostakovich que recém publicamos. A Sinfonia Nº 4 é uma sinfonia decididamente mahleriana. Shostakovich estudara Mahler por vários anos e aqui estão ecos monumentais destes estudos. Sim, monumentais. Uma orquestra imensa, uma música com grandes contrastes e um tratamento de câmara em muitos episódios rarefeitos: Mahler. O maior mérito desta sinfonia é seu poderoso primeiro movimento, que é transformação constante de dois temas principais em que o compositor austríaco é trazido para as marchas de outubro, porém, minha preferência vai para o também mahleriano scherzo central. Ali, Shostakovich realiza uma curiosa mistura entre o tema introdutório da quinta sinfonia de Beethoven e o desenvolve como se fosse a sinfonia “Ressurreição”, Nº 2, de Mahler. Uma alegria para quem gosta de apontar estes diálogos. O final é um “sanduíche”. O bizarro tema ritmado central é envolvido por dois scherzi algo agressivos e ainda por uma música de réquiem. As explicações são muitas e aqui o referencial político parece ser mesmo o mais correto para quem, como Shostakovich, considerava que a URSS viera das mortes da revolução de outubro e estava se dirigindo para as mortes da próxima guerra.

D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 4 (Haitink, Chicago) (1:10:26)
1 Allegretto Poco Moderato – Presto 29:39
2 Moderato Con Moto 9:41
3 Largo – Allegro 31:06

Chicago Symphony Orchestra
Bernard Haitink

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Haitink, desse eu sinto e sentirei saudades! Que maestro!

PQP

Ignaz Moscheles (1794-1870) e Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Violoncelo e Piano (Bárta, Milne)

Ignaz Moscheles (1794-1870) e Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Violoncelo e Piano (Bárta, Milne)

A Sonata de Moscheles é muito boa, mas a verdadeira surpresa deste CD são os Estudos Melódicos e Contrapontísticos do mesmo Moscheles sobre Prelúdios de Bach nas faixas 5, 6 e 7. Já a Sonata de Hummel é rotineira, ainda mais se considerarmos sua luminosa obra, especialmente as Sonatas de nosso próximo e excelente post (PQP o postará na terça pela manhã). Para variar, a Hyperion nos brinda com um disco com repertório raro e que vale a pena conhecer. Serve bem a uma tarde preguiçosa de domingo.

Ignaz Moscheles (1794-1870) e Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Violoncelo e Piano (Bárta, Milne)

Cello Sonata in E major, Op 121 [Moscheles]
1. Movement 1: Allegro espressivo e appassionato
2. Movement 2: Scherzo ‘ballabile’. Allegretto quasi allegro
3. Movement 3: Ballade ‘in böhmische Weise’. Andantino
4. Movement 4: Allegro vivace, ma non troppo

Melodisch-contrapunktische Studien, Op 137 [Bach & Moscheles]
5. No 4: Andante con moto espressivo ‘Well-tempered Klavier II Prelude No 7 in E flat major’
6. No 8: Allegro maestoso ‘Well-tempered Klavier II Prelude No 6 in D minor’
7. No 9: Andante espressivo ‘Well-tempered Klavier I Prelude No 4 in C sharp minor’

Cello Sonata in A major, Op 104 [Hummel]
8. Movement 1: Allegro amabile e grazioso
9. Movement 2: Romanze. Un poco adagio e con espressione
10. Movement 3: Rondo. Allegro vivace un poco

Jiří Bárta, violoncelo
Hamish Milne, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Bartá
Jiří Bárta: esse sujeito dá um banho neste CD

PQP

Mouret (1682-1738), Delalande (1732-1807), Philidor (1726-1795), Lully (1632-1687), Charpentier (1643-1704): Música Barroca Francesa para Trompete e Orquestra (Scherbaum, Kuentz)

Mouret (1682-1738), Delalande (1732-1807), Philidor (1726-1795), Lully (1632-1687), Charpentier (1643-1704): Música Barroca Francesa para Trompete e Orquestra (Scherbaum, Kuentz)

Como é que os franceses podem viver sem reis e rainhas? O repertório que ouvimos em filmes que querem mostrar a nobreza e grandiosidade dos monarcas está todo aqui. Eu tenho algum respeito por Adolf Scherbaum, mas este CD… Tem umas músicas famosíssimas que são usadas quando o filme tem reis e rainhas ou quando deseja fazer alguma caricatura da nobreza. Sabe aqueles toques de trompete bem famosos? São todos franceses e estão neste disco. Adolf Scherbaum têm gravações estupendas de música para trompete e órgão, por exemplo. Mas este aqui é dureza. Mouret é o compositor que 10 entre 10 reis absolutistas escolheriam. Um saco. Ah, a faixa 32 de Monsieur Delalande é plágio escarrado de uma suíte orquestral de papai Bach. Fuja deste CD, a não ser que você queira usar numa festa à fantasia onde todos aparecerão metamorfoseados como nobres.

Mouret (1682-1738), Delalande (1732-1807), Philidor (1726-1795), Lully (1632-1687), Charpentier (1643-1704): Música Barroca Francesa para Trompete e Orquestra (Scherbaum, Kuentz)

Fanfares: Première Suitte
Composed By – Jean-Joseph Mouret
(7:34)
1 1. [Sans Indication de mouvement] 1:51
2 2. Gracieusement, sans lenteur 3:17
3 3. Allegro 1:41
4 4. Gay 0:45

Simphonies: Seconde Suitte
Composed By – Jean-Joseph Mouret
(13:36)
5 1. Air Ou Prélude 1:51
6 2. Allegro 1:55
7 3. Gracieusement 2:27
8 4. A) Première Gavotte – B) Deuxième Gavotte 2:34
9 5. A) Fanfare – B) Air 2:02
10 6. A) Premier Menuet – B) Second Menuet 1:51
11 7. Allegro 0:56

Simphonies Pours Les Soupers Du Roy Quatrième Suitte
Composed By – Delalande*
(26:16)
12 1. Simphonie Du Te Deum 1:54
13 2. 2e Air Du “Concert De Trompettes Pour Les Festes Sur Le Canal De Versailles” 0:54
14 3. 1er Air Pour Concert De Trompettes 3e Air Pour Les Mêmes 1:25
15 4. 1er Menuet Pour Les Trompettes 0:38
16 5. 2e Menuet 1:01
17 6. Fanfare; Air En Écho 1:12
18 7. Air Grave De “L’amour Fléchy Par La Constance” 2:39
19 8. Sarabande 2:12
20 9. Légèrement 0:41
21 10. “Chantons Ce Héros”. Gayement 1:51
22 11. Sarabande De “Cardeino” 1:43
23 12. Air. Gay “Ballet De Mélicerte” À Fontainebleau Marrage De M. De Lorraine 0:41
24 13. Musette Du “Ballet De L’lnconnue” 0:43
25 14. Air. Gay 0:56
26 15. Rondeau Du “Ballet Des Cléments” 1:32
27 16. Rondeau Du “Ballet De Cardenio” 0:58
28 17. Doucement Et Pesamment 0:43
29 18 “La Pagode”. Doucement Et Pesament 1:46
30 19. 7e Air Du “Ballet De La Paix” 1:33
31 20. Chaconne En Écho Avec Les Trompettes 2:14

Sixième Suitte – Premier Caprice
Composed By – Michel Richard Delalande
(15:11)
32 1. Fièrement Et Détaché – Gracieusement – Un Peu Plus Gay – Viste 4:55
33 2. Gracieusement, Sans Lenteur – Vif 2:53
34 3. Trio. Doucement (attacca) 5:37
35 4. Fièrement – Vivement 1:46
36 Marche à Quatre Timbales
Composed By – André I Danican Philidor
2:42

Airs de Trompettes, Timbales Et Hautbois (LWV 72)
Composed By – Jean-Baptiste Lully
(5:57)
37 1. Prélude 3:11
38 2. Menuet 0:59
39 3. Gigue 0:54
40 4.Gavotte 0:53
41 Prélude du Te Deum (H. 146)
Composed By – Marc Antoine Charpentier
1:34

Bassoon – André Sennedat
Conductor – Paul Kuentz
Harpsichord – Huguette Gremy, Olivier Alain
Horns – Georges Barbouteu*, Jacky Magnardi
Oboe – Emile Mayousse, Maurice Bourgue
Orchestra – Orchestre De Chambre Paul Kuentz
Soprano Vocals – Edith Selig
Timpani [Kettle Drums] – Jacques Remy
Trumpet – Adolf Scherbaum

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE 

Adolf Scherbaum (1909-2000)

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): As Sinfonias Completas e mais alguma coisa (Haitink)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): As Sinfonias Completas e mais alguma coisa (Haitink)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

No século XX, só posso comparar este conjunto de sinfonias de Mahler, à série de romances de Thomas Mann ou à literatura de Kafka, Borges ou Joyce ou ainda às pinturas de Picasso ou Kandinsky — ou ainda a algo maior, coisa que não sei se existe.

A surpreendente Sinfonia Nº 1; a decepcionante Nº 2; a curiosa Nº 3; a Nº 4, a que muda tudo, que é a primeira das grandiosas e talvez a mais sarcástica de todas — aquele Moderato beethoveniano bem ali no meio… –; a clássica e famosa Nº 5; a bipolar — pois dramática e circence — Nº 6; a importante, heroica e não tão boa Nº 7; a muito apaixonante e longa Nº 8 — com direito a dois scherzi e uma passacaglia –; a zombeteira (alvo: Stálin) Nº 9; a antistalinista e linda Nº 10; a Nº 11, que é a melhor das músicas programáticas que conheço; o escorregão da Nº 12 — filha piorada da Nº 7 –; a dilacerante e linda Babi Yar, Nº13; os grandes poemas de morte da quase camarística Nº 14; a autêntica suma de sua arte sinfônica que é a Nº 15 — com seu sarcasmo, canções de morte e citações.

E, nossa, que orquestras maravilhosas as formadas por Haitink! Aqui, o maestro demonstra toda a sua musicalidade ao nos acompanhar, com perfeito senso de estilo e compreensão, aos picos e vales emocionais por onde Shostakovich nos leva. Muitas vezes tive taquicardia ouvindo estes discos. O fuzilamento da Sinfonia Nº 11 é um fuzilamento, a canção de luto é exatamente isto, uma canção de luto. A Sinfonia Nº 14 é formada por verdadeiras canções de morte. Já os sarcasmos estão por toda a parte — na 4, 5, 6, 8, 9, 15º, todos bem desenhados. É uma música muito humana e dolorida, às vezes de incontrolável alegria, outras vezes de uma tristeza de cortar os pulsos. O compositor parece contar histórias e, mesmo que não compreendamos seus conteúdos sem palavras, deixa-nos com sua implacável lógica emocional.  Como diria, meu amigo, o Dr. Herbert Caro, Haitink é um maestro compreensivo — isto é, que compreende tudo e bem. Ele nos leva pela mão nesta coleção absolutamente notável! Como escreveu a Concerto, Haitink é poesia, elegância e refinamento.

Lembro de quando o vi reger no Concertgebouw de Amsterdam. Uma vez estava atrás da orquestra, de frente para o maestro. Ele era uma figura magnética. Quando ele mandou a orquestra levantar para receber os aplausos, a gente lá atrás quase levantava junto.

(Fico muito curioso de ouvir a integral de Maxim Shostakovich. Alguém tem?).

Dmitri Shostakovich (1906-1975): As Sinfonias Completas e mais (Haitink)

CD1
Symphony No.1 In F Minor, Op.10
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
1-1 I Allegretto – Allegro Non Troppo 8:14
1-2 II Allegro 8:14
1-3 III Lento 8:46
1-4 IV Allegro Molto – Lento – Allegro Molto 9:15

Symphony No.3 In E Flat Major, Op.20 ‘The First Of May’
Choir – London Philharmonic Choir*
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
1-5 I Allegretto – Allegro 10:25
1-6 II Andante 5:35
1-7 III Allegro – Largo 10:34
1-8 IV Moderato: ‘V Pervoye Pervoye Maya’ 6:15

CD2
Symphony No.2 In B Major, Op.14 ‘To October – A Symphonic Dedication’
Choir – London Philharmonic Choir*
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
2-1 I Largo – Allegro Molto 12:44
2-2 II My Shli, My Prosili Raboty I Khleba 8:10

Symphony No.10 In E Minor, Op.93
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Richard Beswick (2)
2-3 I Moderato 24:16
2-4 II Allegro 4:03
2-5 III Allegretto 12:23
2-6 IV Andante – Allegro 13:57

CD3
Symphony No.4 In C Minor, Op.43
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Richard Beswick (2)
3-1 I Allegretto Poco Moderato — 16:20
3-2 Presto 12:32
3-3 II Moderato Con Moto 9:06
3-4 III Largo — 7:03
3-5 Allegro 22:35

CD4
Symphony No.5 In D Minor, Op.47
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
4-1 I Moderato 18:04
4-2 II Allegretto 5:21
4-3 III Largo 15:40
4-4 IV Allegro Non Troppo 10:35

Symphony No.9 In E Flat Major, Op.70
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
4-5 I Allegro 4:57
4-6 II Moderato 7:44
4-7 III Presto 2:38
4-8 IV Largo 3:56
4-9 V Allegretto — Allegro 6:37

CD5
Symphony No.6 In B Minor, Op.54
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
5-1 I Largo 17:47
5-2 II Allegro 6:20
5-3 III Presto 7:06

Symphony No.12 In D Minor, Op.112 ‘The Year 1917’
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
5-4 I Revolutionary Petrograd 13:31
5-5 II Razliv 14:04
5-6 III Aurora 4:15
5-7 IV The Dawn Of Humanity 11:05

CD6
Symphony No.7 In C Major, Op.60 Leningrad
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Richard Beswick (2)
6-1 I Allegretto 28:57
6-2 II Moderato (Poco Allegretto) 11:35
6-3 III Adagio 20:22
6-4 IV Allegro Non Troppo 18:28

CD7
Symphony No.8 In C Minor, Op.65
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
7-1 I Adagio 25:55
7-2 II Allegretto 6:14
7-3 III Allegro Non Troppo 5:57
7-4 IV Largo 8:49
7-5 V Allegretto 14:47

CD8
Symphony No.11 In G Minor, Op.103 ‘The Year 1905’
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
8-1 I Adagio: The Palace Square 15:53
8-2 II Allegro: 9 January 19:54
8-3 III Adagio: In Memoriam 11:23
8-4 IV Allegro Non Troppo: Tocsin 14:16

CD9
Symphony No.13 In B Flat Minor, Op.113 ‘Babi Yar’
Bass Vocals [Bass] – Marius Rintzler
Choir – Gentlemen From The Choir Of The Concertgebouw Orchestra*
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
9-1 I Adagio: Babi Yar 17:11
9-2 II Allegretto: Humour 8:18
9-3 III Adagio: In The Store 13:06
9-4 IV Largo: Fears 12:22
9-5 V Allegretto: A Career 13:23

CD10
Symphony No.14, Op.135
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
10-1 I De Profundis
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
4:45
10-2 II Malagueña
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
2:37
10-3 III Loreley
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
8:35
10-4 IV Le Suicidé
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
6:45
10-5 V Les Attentives I
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
2:58
10-6 VI Les Attentives II
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
1:52
10-7 VII À La Santé
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
8:46
10-8 VIII Réponse Des Cosaques Zaparogues…
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
2:03
10-9 IX O Delvig, Delvig
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
4:44
10-10 X Der Tod Des Dichters
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
5:26
10-11 XI Schluß-Stück
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
1:14

6 Poems Of Marina Tsvetaeva, Op.143a
Composed By – Dmitri Shostakovich
Contralto Vocals [Contralto] – Ortrun Wenkel
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
10-12 I My Poems 3:23
10-13 II Such Tenderness 3:52
10-14 III Hamlet’s Dialogue With His Conscience 3:23
10-15 IV The Poet And The Tsar 1:40
10-16 V No, The Drum Beat 3:28
10-17 VI To Anna Akhmatova 6:10

CD11
Symphony No.15 In A Major, Op.141
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Richard Beswick (2)
11-1 I Allegretto 8:05
11-2 II Adagio — Largo — Adagio — Largo 16:28
11-3 III Allegretto 4:12
11-4 IV Adagio —Allegretto — Adagio — Allegretto 16:57

From Jewish Folk Poetry, Op.79
Composed By – Dmitri Shostakovich
Contralto Vocals [Contralto] – Ortrun Wenkel
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
Soprano Vocals [Soprano] – Elisabeth Söderström
Tenor Vocals [Tenor] – Ryszard Karczykowski
11-5 I Lament For A Dead Infant 2:40
11-6 II Fussy Mummy And Auntie 2:50
11-7 III Lullaby 3:48
11-8 IV Before A Long Separation 2:25
11-9 V A Warning 1:18
11-10 VI The Deserted Father 2:05
11-11 VII A Song Of Poverty 1:24
11-12 VIII Winter 3:21
11-13 IX The Good Life 1:49
11-14 X A Girl’s Song 3:15
11-15 XI Happiness 2:39

[Recording details]
(No. 10): Kingsway Hall, London 1977
(No. 15): Kingsway Hall, London 1978
(Nos. 4 & 7): Kingsway Hall, London 1979
(Nos. 1 & 9): Kingsway Hall, London 1980
(Nos. 2 & 3): Kingsway Hall, London 1981
(No. 14): Concertgebouw, Amsterdam 1980
(No. 5): Concertgebouw, Amsterdam 1981
(Nos. 8 & 12): Concertgebouw, Amsterdam 1982
(Nos. 6, 11, From Jewish Folk Poetry & Six Poems): Concertgebouw, Amsterdam 1983
(No. 13): Concertgebouw, Amsterdam 1984

BAIXE CDs de 1 a 3 AQUI — DOWNLOAD CDs 1 to 3 HERE
BAIXE CDs de 4 e 5 AQUI — DOWNLOAD CDs 4 and 5 HERE
BAIXE CDs de 6 a 8 AQUI — DOWNLOAD CDs 6 to 8 HERE
BAIXE CDs de 9 a 11 AQUI — DOWNLOAD CDs 9 to 11 HERE

Bernard Haitink (1929-2021), um dos maiores maestros da era das gravações

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Concertos para Violino – James Ehnes

Já estabelecido como um dos maiores violinistas do século  XX, James Ehnes tem passado bastante tempo nos estúdios. O rapaz é uma máquina de gravar discos. Já perdi as contas de quantos seus já foram postados por aqui.

Em sua segunda incursão pelo universo bachiano Ehnes nos apresenta um Bach atualizado, discreto, mas ao mesmo tempo, muito, mas muito coerente e tremendamente bem tocado. Acompanhado discretamente por uma orquestra intitulada ‘Canada´s National Arts Centre Orchestra’, ele desfila todo o seu talento e virtuosismo em um repertório já muito gravado e interpretado. Não diria que ele é um entusiasta das gravações historicamente interpretadas, mas o nível de excelência de sua execução nos brinda com um tremendo respeito pela obra do gênio alemão, sempre contando com cumplicidade da ótima orquestra canadense e seus solistas de primeira.

Já ouvi dezenas, quiçá centenas de vezes estes concertos, com os mais diversos intérpretes, de todas as épocas. Dos atuais, talvez Rachel Podger seja a minha favorita neste repertório, mas isso aqui não é uma competição, apenas uma audição de obras primas. James Ehnes, ao encarar o desafio de gravar estes concertos, deixou sua marca muito bem estabelecida.

Nosso líder supremo, PQPBach, com certeza vai gostar muito deste CD, ao qual ainda não teve acesso. Esta embevecido atualmente com o pacotaço que a DG lançou do Andriss Nelsons tocando Shostakovitch. Mas isso é segredo, não contem para ninguém.

Violin Concerto in E major, BWV 1042
I. Allegro
II. Adagio
III. Allegro assai

James Ehnes, violon / violin

Concerto for Flute, Violin, and Harpsichord in A minor, BWV 1044
I. Allegro
II. Adagio ma non tanto e dolce
III. Tempo di Alla breve

James Ehnes, violon / violinFlute
Luc Beauséjour, clavecin / harpsichord

Concerto for Oboe and Violin in C minor, BWV 1060R
I. Allegro
II. Adagio
III. Allegro

James Ehnes, violon / violin
Charles Hamann, hautbois / oboe

Violin Concerto in D minor, BWV 1052R
I. Allegro 7:25
II. Adagio 5:33
III. Allegro 7:10

James Ehnes, violon / violin

CD 2

Violin Concerto in A minor, BWV 1041
I. [aucune indication de tempo /
no tempo marking]
II. Andante
III. Allegro assai

James Ehnes, violon

Concerto for Two Violins in D minor, BWV 1043
I. Vivace
II. Largo ma non tanto
III. Allegro

James Ehnes, violon / violin
Yosuke Kawasaki, violon / violin

Violin Concerto in G minor, BWV 1056R
I. [aucune indication de tempo / no tempo marking]
II. Largo
III. Presto

James Ehnes, violon

Concerto for Three Violins in D major, BWV 1064R
I. Allegro
II. Adagio
III. Allegro
James Ehnes
Jessica Linnebach, violon
Yosuke Kawasaki, violon

Canada´s National Arts Centre Orchestra

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE