Bornelh / Cardenal / Palou / Peghilhan / Tolosa / Toloza, Vaqeiras, Ventadorn, Vidal / Vários Anônimos: Trobadors (Capella de Ministrers)

Bornelh / Cardenal / Palou / Peghilhan / Tolosa / Toloza, Vaqeiras, Ventadorn, Vidal / Vários Anônimos: Trobadors (Capella de Ministrers)

Excelente CD!

Este é um disco magnificamente interpretado e com rara qualidade de som. Eu desconhecia o grupo Capella de Ministrers até me deparar com este divertido CD que demonstra claramente, por sua sonoridade, o quanto os árabes estiveram presentes na cultura europeia da Idade Média.

Os trovadores eram artistas da nobreza do período medieval, em oposição aos jograis e menestréis que eram das classes inferiores. A sua própria origem já está conectada com a música, pois compunham as poesias e as melodias para se acompanharem ao alaúde, por exemplo. Algo como poetas-cantores. Assim, poesia e música estavam fortemente conectadas neste período e, a essa união feita pelos trovadores, dava-se o nome de cantigas trovadorescas. Como mencionamos na introdução, as cantigas mais comuns eram as de amigo, escárnio e maldizer. A origem dos trovadores é em Provença, na França, como troubadours. Porém, se espalharam para o resto da Europa. Em Portugal, estima-se que os primeiros trovadores surgiram ali por volta do séc. XII. Portanto, cada região da Europa teve uma característica peculiar para seus trovadores e estilos musicais.

Bornelh / Cardenal / Palou / Peghilhan / Tolosa / Toloza, Vaqeiras, Ventadorn, Vidal / Vários Anônimos: Trobadors (Capella de Ministrers)

01 – Raimbaut de Vaqeiras – Aras pot hom conoisser e proar I
02 – Bernat de Tolosa – Ben volgr
03 – Anon. – S’anc vos ame
04 – Raimbaut de Vaqeiras – Savis e fols, humils et ergulhos
05 – Aimeric de Peghilhan – En greus pantais
06 – Anon. – Amors, merce no sia
07 – Bernat de Ventadorn – A! Tantas bonas chansons
08 – Peire Vidal – S’ieu fos en cort
09 – Berenguer de Palou – Dona, la ienser
10 – Raimbaut de Vaqeiras – Kalenda maya
11 – Berenguer de Palou – Aital dona
12 – Giraut de Bornelh – Reis glorios
13 – Bernat de Ventadorn – Can vei la lauzeta mover
14 – Peire Vidal – Jes per temps
15 – Raimbaut de Vaqeiras – Aras pot hom conoisser e proar II
16 – Anon. – Tant es gay
17 – Raimbaut de Vaqeiras – Guerras ni platz no son bos
18 – Raimbaut de Vaqeiras – No magrad’iverns
19 – Peire Cardenal – Un sirventesc novel
20 – Berenguer de Palou – De la iensor
21 – Pere Raimon de Toloza – Atressi cum la candela
22 – Berenguer de Palou – Tant m’abelis

Performers:
Ruth Rosique – voice
David Antich – flutes
Efren Lopez – hurdy-gurdy, ud, saz
Octavio Lafourcade – medieval lute
Carles Magraner – vielle
Pau Ballester – psaltery, percussion

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PQP Bach

Vários anônimos: Música de Natal do Renascimento Espanhol (Capella De Ministrers)

Vários anônimos: Música de Natal do Renascimento Espanhol (Capella De Ministrers)

Grande CD!

Então é Natal e sinto algo crescer dentro de mim; trata-se de um súbito amor pela humanidade e pelo comércio. PQP Bach não poderia deixar de comemorar esta data da forma mais santa e pura! Vivemos uma época perigosa em que a falta de valores cristãos ameaça as famílias de bem e aqui em nossa trincheira preparamos a vingança em parceria com nossos amigos da Opus Dei, nossa imaculada patrocinadora. Bem, este CD do espetacular conjunto catalão Capella de Ministrers chama-se Navidad Renascentista e é bastante bom, ainda mais nesta época do ano dedicada ao comer, ao comér… aos bons sentimentos. Trata de um belo registro de música antiga interpretada por especialistas. E, como estamos no Natal, faço votos de um feliz Natal para nossos visitantes! Muita luz para vocês! Usem óculos escuros!

Não é mais Natal? Ah, foda-se!

Vários anônimos: Música de Natal do Renascimento Espanhol (Capella De Ministrers)

1. Pastores dicite by Anonymous
Performer: Jordi Comellas (Vihuela), José Antonio Lopez (Baritone), Josep Hernandez (Countertenor),
Lambert Climent (Tenor), Savid Antich (Recorder), Carles Magraner (Vihuela),
Pau Ballester (Percussion), Vicente Parilla (Recorder), Eduard Navarro (Clarinet),
Octavio Lafourcade (Guitar), Octavio Lafourcade (Vihuela), Juan Manuel Rubio (Harp),
Juan Manuel Rubio (Lute), Juan Manuel Rubio (Percussion), Ruth Rosique (Soprano)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Medieval
Date of Recording: 12/2001
Venue: Capella de la Sapiència, Valencia, Spain
Length: 1 Minutes 37 Secs.
Language: Latin

2. Bien vengades pastores by Anonymous
Performer: Josep Hernandez (Countertenor), Ruth Rosique (Soprano), Savid Antich (Recorder),
Lambert Climent (Tenor), José Antonio Lopez (Baritone), Jordi Comellas (Vihuela),
Carles Magraner (Vihuela), Pau Ballester (Percussion), Vicente Parilla (Recorder),
Eduard Navarro (Clarinet), Octavio Lafourcade (Guitar), Octavio Lafourcade (Vihuela),
Juan Manuel Rubio (Harp), Juan Manuel Rubio (Lute), Juan Manuel Rubio (Percussion)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Medieval
Date of Recording: 12/2001
Venue: Capella de la Sapiència, Valencia, Spain
Length: 3 Minutes 25 Secs.
Language: Spanish

3. Yo me soy la morenica by Anonymous
Performer: Pilar Esteban (Soprano)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Renaissance
Written: Spain
Date of Recording: 11/23/2004
Venue: Live Palau de la Música, Barcelona, Spain
Length: 2 Minutes 20 Secs.
Language: Spanish

4. Gozate Virgen by Anonymous
Performer: Tu Shi-Chiao (Countertenor)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Renaissance
Written: 16th Century; Spain
Length: 1 Minutes 50 Secs.
Language: Spanish

5. E la don don by Anonymous
Performer: Ricardo Sanjuan (Tenor), Isabel Monar (Soprano), Tu Shi-Chiao (Countertenor),
Pere Pou (Tenor), Carlos López-Galarza (Bass)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Renaissance
Written: 16th Century; Spain
Length: 3 Minutes 7 Secs.
Language: Spanish

6. Dadme Albricias by Anonymous
Performer: Ricardo Sanjuan (Tenor), Isabel Monar (Soprano), Tu Shi-Chiao (Countertenor),
Pere Pou (Tenor)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Renaissance
Length: 1 Minutes 54 Secs.
Language: Spanish

7. Riu, riu, chiu by Anonymous
Performer: Pere Pou (Tenor), Ricardo Sanjuan (Tenor), Tu Shi-Chiao (Countertenor),
Carlos López-Galarza (Bass)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Renaissance
Written: Spain
Length: 1 Minutes 50 Secs.
Language: Spanish

8. Soleta y verge estich by Bartolomé Cárceres
Performer: Pilar Esteban (Soprano)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Renaissance
Written: 16th Century; Spain
Date of Recording: 11/23/2004
Venue: Live Palau de la Música, Barcelona, Spain
Length: 3 Minutes 0 Secs.
Language: Spanish

9. La Negrina by Mateo Flecha
Performer: Lambert Climent (Tenor), Josep Hernandez (Countertenor), Ruth Rosique (Soprano),
José Antonio Lopez (Baritone), Jordi Comellas (Vihuela), Savid Antich (Recorder),
Carles Magraner (Vihuela), Pau Ballester (Percussion), Vicente Parilla (Recorder),
Eduard Navarro (Clarinet), Octavio Lafourcade (Guitar), Octavio Lafourcade (Vihuela),
Juan Manuel Rubio (Harp), Juan Manuel Rubio (Lute), Juan Manuel Rubio (Percussion)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Renaissance
Written: 16th Century
Date of Recording: 12/2001
Venue: Capella de la Sapiència, Valencia, Spain
Length: 10 Minutes 7 Secs.
Notes: This selection is sung in Catalan, Latin and Spanish.

10. Cant de la Sibilla: Sibila castellana “Al jorn del judici” by Anonymous
Performer: Ruth Rosique (Soprano), Josep Hernandez (Countertenor), Lambert Climent (Tenor),
José Antonio Lopez (Baritone), Jordi Comellas (Vihuela), Savid Antich (Recorder),
Carles Magraner (Vihuela), Pau Ballester (Percussion), Vicente Parilla (Recorder),
Eduard Navarro (Clarinet), Octavio Lafourcade (Guitar), Octavio Lafourcade (Vihuela),
Juan Manuel Rubio (Harp), Juan Manuel Rubio (Lute), Juan Manuel Rubio (Percussion)
Conductor: Carles Magraner
Orchestra/Ensemble: Capella de Ministrers
Period: Medieval
Written: Spain

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Higiene na Idade Média.

PQP

Brahms & Schumann – Works for Cello & Piano – Bruno Philippe, Tanguy de Williencourt

Essa excelente dupla de músicos franceses já apareceu cá pelas bandas do PQPBach em outra ocasião, em postagem do colega René Denon. Hoje trago os dois encarando aquela que considero a mais bela Sonata para Violoncelo e Piano já composta, o op. 38 de Brahms. Uma obra prima como esta precisa antes de tudo de parceria entre os músicos, e aqui temos Philippe e Williencourt em perfeita sintonia.

Nesta primeira Sonata, composta quando o compositor ainda andava entrando nos seus trinta anos, temos uma novidade: Brahms omite o movimento lento, ficando estruturada da seguinte forma: Allegro non troppo, Allegretto quasi minuetto and Allegro. Trata-se de uma obra leve, solta, porém já com aquela densidade tipicamente brahmsiana, ou seja, nada é tão simples assim. Bruno Phillipe é jovem, ainda tem uma carreira longa pela frente, e não se intimida com as armadilhas de obras tão expressivas. Expõe contidamente toda sua carga dramática, mostrando que é um músico em pleno desenvolvimento, apesar da precocidade.

Malcolm McDonald, em sua excelente e fundamental biografia de Brahms, assim descreve essa primeira Sonata:

Contudo, o resultado é característicamente brahmsiano, acima de tudo no primeiro movimento, cujo caráter cismático e meditativo é reforçado pela concentração de Brahms sobre o registro mais baixo do violoncelo e o tom vivo e sombrio das cordas inferiores. O Piano, porém, nunca é limitado a um papel só de acompanhamento. Brahms de fato seguiu a praxe clássica de denominar a obra uma ‘Sonata para Piano com Violoncelo’, enfatizando a paridade dos dois instrumentos e na co-projeção do material temático as tessituras são minuciosamente entretecidas, às vezes a beira da obscuridade.

Espremida entre a Primeira e a Segunda Sonata, dois petardos peso pesadíssimos, Phillipe e Williencourt nos proporcionam mais momentos prazerosos e mais leves, quando interpretam as “Fantasiestücke for cello and piano”, de Robert Schumann, pequenas peças compostas originalmente para Clarinete, mas podendo ser arranjadas para violoncelo, de acordo com as próprias notas do compositor.

A Segunda Sonata para Violoncelo e Piano, de 0p. 99,  já foi composta por um compositor maduro, totalmente ciente de seu talento e fama. Uma pequena curiosidade: Brahms compôs esta e outras duas de suas obras primas, a Sonata para Violino op. 100 e o Trio com Piano op. 101, enquanto passava suas férias de verão na estação suíça de Hofstetten. Ou seja, este foi um período altamente produtivo. MCDonald considera esta Segunda Sonata ‘de forma relativamente expansiva e de caráter extrovertido.’

Como salientei acima, Bruno Phillipe é um músico jovem (estes registros foram realizados em 2014, quando o músico tinha meros vinte anos de idade), e muito talentoso e tem um grande futuro pela frente, e sua parceria com o pianista Tanguy de Williencourt já proporcionou excelentes CDs, que em algum momento no futuro trarei para os senhores.

Brahms & Schumann – Works for Cello & Piano – Bruno Philippe, Tanguy de Williencourt

Johannes Brahms (1833-1897)

Sonata for cello and piano n°1 in E minor, op. 38

1. Allegro non troppo
2. Allegro quasi Menuetto
3. Allegro

Robert Schumann (1810-1856)

Fantasiestücke for cello and piano, op. 73
4. Zart und mit Ausdruck
5. Lebhaft, leicht
6. Rasch und mit Feuer

Johannes Brahms (1833-1897)

Sonata for cello and piano n°2 in F major, op. 99
7. Allegro vivace
8. Adagio affetuoso
9. Allegro passionato
10. Allegro molto

Bruno Philippe – Cello
Tanguy de Williencourt – Piano

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FDP

L. Nono (1924-1990): Il canto sospeso / G. Mahler (1860-1911): Kindertotenlieder (Abbado, BPO)

100 anos de Luigi Nono (29 jan 1924 – 8 mai 1990)

“Il canto sospeso” (O canto suspenso) é, assim como o oratório de Schoenberg “Um Sobrevivente de Varsóvia”, uma obra que associa música atonal e vanguardista a reflexões sobre os horrores da guerra, no caso a de 1939-45, mas a mensagem geral se aplica a tantas outras guerras. A ideia de que o artista devia se posicionar politicamente em relação ao mundo ao seu redor é constante nas obras de Nono. Em Darmstadt por volta de 1960, Nono gerou polêmica ao criticar a concepção musical a-histórica de John Cage e a fascinação ingênua de Karlheinz Stockhausen com as novas tecnologias eletrônicas, o que tornaria o alemão um mensageiro do imperialismo norte-americano

“Em outras palavras, Nono, como Gramsci, entendia que o compositor devia intervir na sociedade tendo sempre em mente os contextos históricos e socioeconômicos, em oposição a uma música tabula rasa baseada nas abstrações do serialismo e na introdução da aleatoriedade e acaso.” (traduzido deste texto aqui)

É verdade que, olhando isso tudo décadas depois, pode parecer uma estéril briga de egos hiperespecializados em técnicas musicais experimentais: talvez muita gente queira apenas ouvir música clássica como um prazer de domingo, sem grandes batalhas teóricas. Ou talvez as batalhas teóricas mais importantes sejam outras… enfim, sob muitos ângulos a obra musical e militante de Nono pode parecer datada, mas também é possível que as sementes que ele lançou, e que hoje parecem menos potentes, germinem em um tempo futuro.

Afinal, em meio a tantas discussões teóricas tão tensas quanto complexas, o contexto das vanguardas musicais europeias nos anos 1950-60 se inseria em uma era de contestação quando, após duas guerras mundiais, havia uma quase unanimidade contra novas guerras quentes, gerando ideias novas sobre o que seria uma revolução baseada menos na tomada violenta do poder e mais na mudança das mentalidades: “you’d better free your mind instead”, dizia Jonn Lennon, ao que os afroamericanos do Funkadelic responderam: and your ass will follow, referindo-se à dança, claro.

A morte do autor, a microfísica do poder, a revolução molecular eram ideias que circulavam na Europa, com reflexos nos EUA e também em lugares mais esquecidos como o Brasil onde as batucadas e danças também tinham algo a ensinar aos revolucionários a pianista e compositora brasileira Eunice Katunda, membra do grupo Música Viva fundado por H. Koellreutter e amiga de Nono, estudou com ele ritmos e melodias brasileiros, árabes e espanhóis. Em 1951, a influência de Katunda aparece na Polifonica-Monodia-Ritmica de Nono, obra para seis instrumentos e percussão estreada em Darmstadt. Dedicada a Katunda, essa obra se baseia em movitos rítmicos afro-brasileiros de devoção a Iemanjá.

Voltando à obra composta em 1956 por Nono e gravada pela Filarmônica de Berlim com Abbado, no programa dos concertos nos quais foi gravada parte deste disco ao vivo, constava o seguinte texto:

Luigi Nono fazendo cara de sério

“Em Il canto sospeso, Nono recorda eventos de um passado terrível, eventos que, começando na Alemanha, se espalharam por toda a Europa. Ele lembra pessoas que se opuseram à tirania Nazista e foram presas, torturadas e assassinadas por aquele regime. Nono elaborou um epitáfio para aquelas pessoas – vítimas individuais mas também muitas de nomes desconhecidos.

Em 1992 a Alemanha está novamente ameaçada por um crescimento do ódio a ‘estrangeiros’ que tomou horríveis formas e se dirige contra cidadãos de outros países ou membros de outras culturas, religiões ou modos de vida.

Na nossa orquestra (…) há pessoas das mais variadas nacionalidades e origens, todas elas deixaram sua marca no perfil artístico da Filarmônica de Berlim. É a variedade de pessoas e estilos musicais que forma a base do nosso trabalho.”

Os textos da obra de Nono foram extraídos de um livro de cartas publicado na Itália em 1955: “Lettere di condamnati a morte della resistenza europea”. Nas faixas 1 e 6 deste CD, as cartas utilizadas por Nono são lidas em alemão: para quem não entende essa língua, as duas faixas podem ser puladas sem problemas.

A outra obra do disco, gravada ao vivo pela mesma orquestra e mesmo maestro, é o ciclo de canções Kindertotenlieder (Canções para a morte de crianças), composto por Gustav Mahler para mezzo-soprano e orquestra. Na época, Mahler já era pai, mas só em 1907 ele teria a terrível experiência de enterrar uma de suas filhas: Alma Mahler, esposa do compositor, se incomodava com a temática dessa obra estranhamente premonitória e talvez ela estivesse certa. O fato, contudo, é que se trata de uma obra-prima da longa história das músicas tristes, entre as quais podemos listar as várias Paixões de Cristo (de Bach e a Penderecki e Gubaidulina) e várias óperas sérias sobre os mais diversos temas.

Aliás, ainda no tema da música vocal, não posso deixar de recordar que Mahler escreveu muita coisa para vozes femininas graves: além dessas Kindertotenlieder, impossível não lembrar de Das Lied von der Erde (para tenor e contralto) e o 4º movimento da 3ª Sinfonia, com uma contralto cantando um misterioso texto de Nietzsche. Enquanto os grandes compositores de óperas, como Mozart, Bellini e Wagner, privilegiaram as vozes femininas mais agudas e brilhantes – sim, há a Carmen de Bizet e algumas outras mezzos que ganharam muitos aplausos, mas para cada Carmen houve dezenas de protagonistas sopranos – Mahler parecia preferir os instrumentos como a flauta e o oboé para os momentos mais alegres e a voz humana para momentos mais sérios. Em seu livro dedicado a Mahler (sem tradução para o português), T.W. Adorno apresenta sua interpretação bastante pessoal da música desse compositor. Para Adorno, há um “tom traumático na música de Mahler, um momento subjetivo de desespero”, o que torna sua música um prenúncio da modernidade mesmo que ele utilizasse melodias tonais. Em certas frases banais e previsíveis, (segundo o controverso Adorno) Mahler “não queria encontrar a paz perturbada pelo curso do mundo; pelo contrário, fez uso dela com violência para resistir à violência: os miseráveis restos do triunfo acusam os triunfantes. (traduzido do italiano)

Luigi Nono (1924-1990):
1-12. Il Canto Sospeso (1956)

Gustav Mahler (1860-1911):
13-16. Kindertotenlieder (1904)
17. Ich Bin Der Welt Abhanden Gekommen (from Ruckert Lieder, 1902)

Berliner Philharmoniker, Claudio Abbado
Rundfunkchor Berlin, Barbara Bonney (soprano), Susanne Otto (mezzo-soprano), Marek Torzewski (tenor) – Nono
Marjana Lipovšek (mezzo-soprano) – Mahler
Live recordings (1992)

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Abbado dando um sorriso apesar do repertório denso e grave

Pleyel

Antonio Vivaldi (1678-1741) & Arcangelo Corelli (1653-1713): Concerti – Concerti Grossi – 4 CDs (Gli Incogniti, Amandine Beyer)

Antonio Vivaldi (1678-1741) & Arcangelo Corelli (1653-1713): Concerti – Concerti Grossi – 4 CDs (Gli Incogniti, Amandine Beyer)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O grupo da genial Amandine Beyer chama-se Gli Incogniti, que significa Os Desconhecidos ou Os Incógnitos. Parece uma brincadeira meio boba, mas vocês têm que saber mais da história da humanidade, meus amados leitores.

A Accademia degli Incogniti (Academia dos Desconhecidos, ou Incógnitos), também chamada de Academia Loredaniana, foi uma sociedade erudita de intelectuais livres pensadores, principalmente nobres, que influenciou significativamente a vida cultural e política de Veneza de meados do século XVII . A sociedade foi fundada em 1630 por Giovanni Francesco Loredan e Guido Casoni. A sociedade incluía historiadores, poetas e libretistas. A academia atraiu para si as principais figuras literárias de Veneza e outras de fora que simpatizavam com um programa libertino e com a independência política e cultural de Veneza. O nome ‘Incogniti’ alude ao uso de máscaras em muitas reuniões, além de se referir a subterfúgios como obras anônimas, alegorias e ironia, a fim de desviar a censura religiosa. Segundo a historiadora Ellen Rosand, a academia, fazendo jus ao seu nome, geralmente funcionava nos bastidores. Os membros muitas vezes escreviam numa linguagem secreta e frequentemente publicavam os seus trabalhos anonimamente.

O espírito libertino da academia foi fortalecido pelo naturalismo aristotélico (ligado às correntes céticas e epicuristas) ensinado na Universidade de Pádua, frequentado pelas classes altas venezianas. A sua filosofia geral era que nada é cognoscível além do mundo natural ao qual temos acesso apenas pela razão. Mais: eles defendiam que a alma era mortal e que os prazeres dos sentidos e a satisfação dos instintos sexuais faziam parte da vida natural. Maquiavel influenciou-os ao formular uma visão da religião como um produto da história humana, e não como uma revelação divina, exercida por uma elite com o propósito de controle social. Não é de surpreender que os censores frequentemente colocassem obras Incogniti no Index. Essas obras incluíam composições satíricas em prosa e versos, histórias bíblicas transformadas em romances de aventura erótica, coleções de novelas elogiando os instintos naturais e o prazer, narrativas históricas (muitas vezes antipapais) e uma série de gêneros muitas vezes híbridos, misturando elementos históricos, alegóricos, epistolares e picarescos. Dando continuidade a uma prática estabelecida por Aretino,  os autores Incogniti escreveram num idioma simples, vivo e contemporâneo, geralmente desprovido da bagagem clássica e do vocabulário arcaico tão em voga na época. Eles escreviam sobre temas de interesse contemporâneo para o maior número possível de leitores. Muitos de seus escritos satíricos eram anônimos, com datas e locais de publicação falsos e, portanto, deliberadamente clandestinos. Os escritos históricos da academia foram inspirados em Paolo Sarpi, bem como em Maquiavel e Guicciardini, sempre expondo o funcionamento da tirania e, assim, alertando os leitores para os abusos de poder, tanto políticos quanto religiosos. A Accademia degli Incogniti foi particularmente ativa na promoção do teatro musical em Veneza a partir da década de 1630, fundando o seu próprio teatro, o Teatro Novíssimo, que floresceu entre 1641 e 1645. Nos seus libretos para dramas musicais, os intelectuais iconoclastas da academia estabeleceram um tom que era frequentemente franco, chocante e  amoral. Entre esses libretistas estavam Giacomo Badoaro, que escreveu Il ritorno d’Ulisse in patria para Claudio Monteverdi, e Giovanni Francesco Busenello, que forneceu a Monteverdi o libreto para a última e maior obra operística do compositor, L’incoronazione di Poppea. Embora a academia seja frequentemente descrita como um grupo de “libertinos céticos exaltando um tipo peculiarmente veneziano de imoralidade”, Loredan era um respeitado senador da República de Veneza. Outros membros também serviram à República como senadores ou vereadores, e a academia permaneceu um centro não oficial de poder político durante várias décadas. Sua influência começou a diminuir no final da década de 1650 e, em 1661, deixou de se reunir.

Claro que descobri tudo isso ouvindo uma entrevista de Amadine Beyer no YouTube. Aliás, Beyer é encantadora e, muito antes da Guerra atual de Israel contra o Hamas, expunha suas opiniões sempre com graça e firmeza.

.oOo.

Mas fomos longe demais em nossa explicação. Temos que agora dizer que estes 4 discos são joias que devem ser ouvidas. É música da melhor qualidade, tocada com alegria, verve e sensibilidade únicas, mostrando a maturidade da música historicamente informada. O CD já tem dez anos e o tempo não o prejudicou, pelo contrário. E o som é maravilhoso. Que gravação!

Comparar Vivaldi e Corelli não faz muito sentido. Os dois compositores são totalmente diferentes. Vivaldi é pura luz e alegria, Corelli é mais decoroso e lírico. São grandes compositores do barroco italiano que tanto amamos e é muito bom ouvi-los juntos.

Gli Incogniti

Antonio Vivaldi (1678-1741) & Arcangelo Corelli (1653-1713): Concerti – Concerti Grossi – 4 CDs (Gli Incogniti, Amandine Beyer)

Antonio Vivaldi: The Four Seasons And Other Concertos

Concerto For Two Violins & Cello RV578a in G minor
1-1 I. Adagio E Spiccato 1:25
1-2 II. Allegro 2:21
1-3 III. Largo E Spiccato 2:45
1-4 IV. Allegro 1:57

Concerto For Violin RV 372 in B flat Major “Per Signora Chiara”
1-5 I. Allegro Molto E Spiritoso 5:09
1-6 II. Largo Ma Non Molto 3:04
1-7 III. Allegro 4:14

“La Primavera” Concerto For Violin Op. 8 No.1 RV 269 in E Major
1-8 I. Allegro 3:18
1-9 II. Largo 2:15
1-10 III. Allegro 3:34

“L’estate” Concerto For Violin Op. 8 No.1 RV 315 in G minor
1-11 I. Allegro Non Molto 4:45
1-12 II. Adagio 2:00
1-13 III. Presto 2:41

“L’autunno” Concerto For Violin Op. 8 No. 3 RV 293 In F Major
1-14 I. Allegro 4:39
1-15 II. Adagio Molto 3:19
1-16 III. Allegro 3:02

“L’inverno” Concerto For Violin Op. 8 No. 4 RV 297 in F Major
1-17 I. Allegro Non Molto 3:09
1-18 II. Largo 1:42
1-19 III. Allegro 3:09

Concerto For Violin RV 390 in B minor
1-20 I. Andante Molto 1:00
1-21 II. Allegro Non Molto 5:12
1-22 III. Larghetto 2:26
1-23 IV. Allegro 3:56

Antonio Vivaldi: ‘Nouova Stagione’ – Concerti

Concerto For Violin & Organ RV 808 in C Major
2-1 I. Allegro 4:16
2-2 II. Largo 2:41
2-3 III. Allegro 3:35

Concerto For Cello RV 420 in A minor
2-4 I. Andante 3:56
2-5 II. Adagio 3:18
2-6 III. Allegro 3:32

Concerto For Traverso RV in E minor
2-7 I. Allegro 2:37
2-8 II. Andante [RV 438] 2:41
2-9 III. Allegro 2:15

Concerto For Violin RV 194 in C Major
2-10 I. Allegro Mà Poco 3:57
2-11 II. Largo 2:22
2-12 III. Allegro 2:08

Concerto For Traverso RV 440 in A minor
2-13 I. Allegro Non Molto 2:53
2-14 II. Larghetto 2:12
2-15 III. Allegro 3:05

Concerto For Cello RV 403 in D Major
2-16 I. Allegro 2:54
2-17 II. Andante E Spiritoso 2:10
2-18 III. Allegro 2:22

Concerto For Violin RV 235 in D minor
2-19 I. Allegro Non Molto 4:29
2-20 II. Adagio 3:32
2-21 III. Allegro 3:23

Concerto For Violin & Organ After RV 517 in G minor
2-22 I. Allegro 3:28
2-23 II. Andante 1:56
2-24 III. Allegro 3:07

Arcangelo Corelli: The Complete Concerti Grossi Op. VI

Concerto Da Chiesa Op. VI No. 7 in D Major
3-1 Vivace – Allegro – Adagio 2:25
3-2 Allegro 1:45
3-3 Andante – Largo 2:39
3-4 Allegro – Adagio
3-5 Vivace 1:03

Concerto Da Camera Op. VI No. 9 in F Major
3-6 Preludio: Largo 1:33
3-7 Allemagna: Allegro 2:31
3-8 Corrente: Vivace 1:27
3-9 Gavotta: Allegro 0:40
3-10 Adagio 0:47
3-11 Minuetto: Vivace 1:27

Sinfonia, WoO 1, To The Oratorio Santa Beatrice d’Este in D minor
3-12 Grave 1:55
3-13 Allegro – Adagio 2:09
3-14 Largo Assai 3:22
3-15 Vivace 1:38

Concerto Da Chiesa Op. VI No. 4 in D Major
3-16 Adagio – Allegro 3:17
3-17 Adagio 2:11
3-18 Vivace 0:54
3-19 Allegro – Allegro 2:49

Concerto Da Camera Op. VI No. 11 in B-flat Major
3-20 Preludio: Andante Largo 2:41
3-21 Allemanda: Allegro 2:19
3-22 Adagio 0:40
3-23 Andante Largo 1:32
3-24 Sarabanda: Largo 0:57
3-25 Giga: Vivace 0:58

Concerto Da Chiesa Op. VI No. 2 in F Major
3-26 Vivace – Allegro – Adagio – Vivace – Allegro – Adagio – Largo Andante 4:07
3-27 Allegro – Adagio 1:44
3-28 Grave – Andante Largo 2:05
3-29 Allegro 2:13

Concerto Da Chiesa Op. VI No. 8 in G minor, “Fatto Per La Notte Di Natale”
3-30 Vivace – Grave 1:31
3-31 Allegro 2:01
3-32 Adagio – Allegro – Adagio 3:19
3-33 Vivace 1:03
3-34 Allegro – Pastorale: Largo 5:30

Concerto Da Chiesa Op. VI No. 6 in F Major
4-1 Adagio 2:18
4-2 Allegro 1:49
4-3 Largo 3:36
4-4 Vivace 2:08
4-5 Allegro 2:46

Sonata A Quattro in G minor, WoO 2
4-6 Adagio – Andante Largo 1:19
4-7 Allegro 1:29
4-8 Grave 2:08
4-9 Presto 1:01
4-10 Vivace 0:59

Concerto Da Camera Op. VI No. 10 in C Major
4-11 Preludio: Andante Largo 2:34
4-12 Allemanda: Allegro 2:09
4-13 Adagio 0:57
4-14 Corrente: Vivace 2:26
4-15 Allegro 2:14
4-16 Minuetto: Vivace 1:32

Concerto Da Chiesa Op. VI No. 5 in B-flat Major
4-17 Adagio – Allegro – Adagio 3:21
4-18 Adagio 1:45
4-19 Allegro – Adagio 1:52
4-20 Largo 1:05
4-21 Allegro 2:04

Concerto Da Camera Op. VI No. 12 in F Major
4-22 Preludio: Adagio 2:46
4-23 Allegro 2:16
4-24 Adagio 2:08
4-25 Sarabanda: Vivace 0:49
4-26 Giga: Allegro 2:30

Concerto Da Chiesa Op. VI No. 3 in C minor
4-27 Largo 2:09
4-28 Allegro – Adagio 1:56
4-29 Grave 1:50
4-30 Vivace 2:06
4-31 Allegro 2:01

Concerto Da Chiesa Op. VI No. 1 in D Major
4-32 Largo – Allegro – Adagio – Allegro – Adagio – Allegro – Adagio 2:28
4-33 Largo – Allegro 2:24
4-34 Largo 3:31
4-35 Allegro – Adagio 1:40
4-36 Allegro 2:06

Bassoon – Maria Crisol (faixas: 2-1 to 2-24)
Cello – Marco Ceccato, Rebeca Ferri* (faixas: 2-1 to 2-24, 3-1 to 4-36)
Composed By – Antonio Vivaldi (faixas: 1-1 to 2-24), Arcangelo Corelli (faixas: 3-1 to 4-36)
Double Bass – Roberto Bevilacqua (faixas: 3-1 to 4-36)
Flute [Traverse] – Manuel Granatiero (faixas: 2-1 to 2-24)
Lute – Francesco Romano (faixas: 3-1 to 4-36)
Organ, Harpsichord – Anna Fontana, Violaine Cochard (faixas: 3-1 to 4-36)
Theorbo – Francesco Romano (faixas: 1-1 to 1-23), Ronaldo Lopes (faixas: 3-1 to 4-36)
Viola – Marta Páramo*, Ottavia Rausa (faixas: 3-1 to 4-36)
Violin – Alba Roca, Bérengère Maillard (faixas: 1-1 to 1-23), Flavio Losco, Helena Zemanová (faixas: 3-1 to 4-36), María José Pámpano (faixas: 3-1 to 4-36), Patrizio Germone (faixas: 3-1 to 4-36), Sabela García (faixas: 3-1 to 4-36), Yoko Kawakubo (faixas: 3-1 to 4-36)
Violin [Soloist], Concertmistress – Amandine Beyer
Violone – Baldomero Barciela

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Amandine Beyer

PQP

Music of the Gothic Era (Early Music Consort of London – David Munrow)

Music of the Gothic Era (Early Music Consort of London – David Munrow)

David Munrow (1942-1976) é uma espécie de lenda da música antiga. Viveu apenas 33 anos, gravou dezenas de discos, escreveu livros sobre música, fez inúmeras viagens para pesquisar instrumentos esquecidos e produziu e apresentou os programas Ancestral Voices (BBC) e Early Musical Instruments (ITV), que acabaram transmitidos postumamente. Munrow suicidou-se em 1976, logo após a morte de seu pai e de seu padrasto, a quem dedicou seu último livro.

O CD que postamos é uma esplêndida coletânea de música polifônica medieval francesa (1160-1390) já fora de catálogo. O capa que mostramos acima é de uma nova edição ampliada. É um CD duplo que não temos.

Music of the Gothic Era (Early Music Consort of London – David Munrow)

Notre Dame Period (c. 1160-c. 1250)
1 Viderunt Omnes
Composed By – Léonin
9:04
2 Viderunt Omnes
Composed By – Pérotin
11:45
Ars Antiqua (c. 1250-c. 1320)
3 Alle, Psallite Cum Luya
Composed By – Anonymous
1:06
4 Amor Potest
Composed By – Anonymous
1:01
5 S’On Me Regarde
Composed By – Anonymous
2:23
6 In Mari Miserie
Composed By – Anonymous
1:50
7 O Mitissima
Composed By – Anonymous
1:26
8 Aucun Ont Trouvé
Composed By – Petrus de Cruce
3:11
9 De Ma Dame Vient
Composed By – Adam De La Halle
2:24
10 J’Os Bien A M’Amie Parler
Composed By – Adam De La Halle
1:50
Ars Nova (c. 1320-c. 1400)
11 La Mesnie Fauveline
Composed By – Anonymous
1:16
12 Impudenter Circumivi
Composed By – Philippe de Vitry
3:09
13 Cum Statua
Composed By – Philippe de Vitry
2:27
14 Clap, Clap, Par Un Matin
Composed By – Anonymous
1:29
15 Febus Mundo Oriens
Composed By – Anonymous
3:28
16 Qui Est Promesses
Composed By – Guillaume De Machaut
1:56
17 Lasse! Comment Oublieray
Composed By – Guillaume De Machaut
4:03
18 Inter Densas Deserti Meditans
Composed By – Anonymous
3:17
19 Hoquetus David
Composed By – Guillaume De Machaut
3:16

Bass Vocals – Geoffrey Shaw
Conductor – David Munrow
Countertenor Vocals – Charles Brett, David James (13), James Bowman (2)
Ensemble – The Early Music Consort Of London
Tenor Vocals – John Potter (2), John Nixon*, Martyn Hill, Paul Elliott, Rogers Covey-Crump

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Interior da Catedral de Sainte Chapelle, Paris.

PQP

Effetti e Stravaganze (pero no mucho) – Affect and Effect in 17th-Century Instrumental Music (Palatino)

Effetti e Stravaganze (pero no mucho) – Affect and Effect in 17th-Century Instrumental Music (Palatino)

Nem tantos efeitos ou extravagâncias. Esperava um CD tão escandaloso e alegre ou bizarro quanto a capa e o título sugeriam, mas nada disso. É um trabalho que é interessante sem cumprir o que promete; ou seja, seu conteúdo não é all that ludus. O Concerto Palatino é um bom grupo e deixo em aberto a avaliação da qualidade do CD. É que a desproporção entre capa e conteúdo me deixou realmente desconcertado. A Accent já foi mais séria, principalmente na época em que tinha René Jacobs entre seus contratados. Ou não entendi nada.

Effetti e Stravaganze (pero no mucho) – Affect and Effect in 17th-Century Instrumental Music

1 Giovanni Picchi: Canzon undecima à 4

Le bizzarrie:
2 Nicolò Corradini: Canzon à 4 La Sincopata (Venice, 1624)
3 Alessandro Piccinini (1566-1638): Toccata cromatica (Bologna, 1623)
4 Biagio Marini: Sonata decima terza senza cadenza (Venice, 1626)
5 Antonio Troilo (fl.1606): Canzon à 4 (Venice, 1606)

Due stravaganze a due voci:
6 Bartolomeo de Selma y Salaverde (1585-1638): Canzon à 2 tenori (Venice, 1638)
7 Giovanni Battista Fontana: Sonata 11 à 2 canti
8 Marco Uccellini: Sonata XI à 2 violini e 2 bassi (Venice, 1639)

I canti degl’uccelli:
9 Tarquinio Merula: Canzon La Gallina à 2 (Venice, 1637)
10 Marco Uccellini: Aria nona à 3 L’Emenfrodito: Maritati insieme la Gallina e il Cucco fanno un bel concerto (Venice, 1642)

Echi e risposte
11 Lodovico da Viadana: Canzon francese in risposta
12 Corradini: Suonata in risposta La Golferamma (Venice, 1624)
13 Nicolas a Kempis (c.1600-1676): Sinfonia 1. à 4 (Antwerp, 1647)
14 Benedetto Ré: Canzon à 4 in risposta (Milan, 1609)
15 Giovanni Battista Riccio (fl.c.1615) Canzon La Moceniga in ecco (Venice, 1620)

Concerto Palatino:
Bruce Dickey (cornet)
Doron Sherwin (cornet)
Charles Toet (sackbut)
Wim Becu (sackbut)
Stephen Stubbs (chitarrone)
Klaus Eichhorn (organ)

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Arcimboldo, apesar de não ser chato, era provavelmente vegano.

PQP

Igor Stravinsky (1882-1971): Ebony Concerto – Dumbarton Oaks – Chamber Works (Boulez / Ensemble Intercontemporain)

Igor Stravinsky (1882-1971): Ebony Concerto – Dumbarton Oaks – Chamber Works (Boulez / Ensemble Intercontemporain)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um notável disco! Eu realmente não sei porque estas peças neoclássicas de Stravinsky não são tão tocadas em concertos. Deveriam ser mais comuns! OK, são difíceis, mas há tanta porcaria difícil, né?

Strava escreveu o Ebony Concerto em 1945 para a banda de Woody Herman. Ele foi apresentado pela primeira vez em 25 de março de 1946 no Carnegie Hall, em Nova York, pela Woody Herman’s Band. O envolvimento de compositor com o jazz remonta aos últimos anos da Primeira Guerra Mundial, sendo as principais obras inspiradas no jazz desse período A História do Soldado, o Ragtime para Onze Instrumentos e o Piano-Rag-Music. Embora traços de elementos jazzísticos, especialmente blues e boogie-woogie, possam ser encontrados em sua música ao longo das décadas de 1920 e 1930, foi somente com o Ebony Concerto que Stravinsky pode dizer que tinha feito puro jazz. Já Dumbarton Oaks é um concerto de câmara cujo nome é inspirado pela propriedade de Robert Woods Bliss e Mildred Barnes Bliss em Dumbarton Oaks, Washington DC. O casal devia ser ultra rico, pois encomendaram o concerto para seu trigésimo aniversário de casamento. Composta no período neoclássico de Stravinsky, a peça é um dos dois concertos de câmara do compositor (sendo o outro o Concerto em Ré para cordas, 1946) escrita para uma orquestra de câmara de flauta, clarone, fagote, duas trompas, três violinos, três violas, dois violoncelos e dois contrabaixos. Os três movimentos, Tempo giusto, Allegretto e Con moto são executados sem pausa. O concerto foi fortemente inspirado no conjunto de Concertos de Brandenburgo de Bach e foi a última obra que Stravinsky completou na Europa em 1938.

Igor Stravinsky (1882-1971): Ebony Concerto – Dumbarton Oaks – Chamber Works (Boulez / Ensemble Intercontemporain)

1 Ebony Concerto (1945)
Clarinet – Michel Arrignon
8:51

2 Drei Stücke Für Klarinette Solo (1918)
Clarinet – Alain Damiens
4:00

3 Concertino Für Streichquartett (1920) 6:33

4 Acht Instrumental-Miniaturen Für 15 Spieler (1962) (7:45)
4.1 I. Andantino
4.2 II. Vivace
4.3 III. Lento
4.4 IV. Allegretto
4.5 V. Moderato
4.6 VI. Tempo Di Marcia
4.7 VII. Larghetto
4.8 VIII. Tempo Di Tango

5 Dumbarton Oaks (1937/38) – Concerto In Es Für Kammerorchester (15:12)
5.1 I. Tempo Giusto
5.2 II. Allegretto
5.3 III. Con Moto

6 Elegie Für Viola Solo (1944)
Viola – Gérard Causse*
5:09

7 Epitaphium (1959) – Für Das Grabmal Des Prinzen Max Egon Zu Fürstenberg 1:40

8 Doppelkanon Für Streichquartett (1959) – Raoul Dufy In Memoriam 1:37

Bassoon – Jean-Marie Lamothe, John Wetherill*
Cello – Philippe Muller, Pierre Strauch
Clarinet – Alain Damiens, Michel Arrignon
Conductor – Pierre Boulez
Cover [Drawing] – Pablo Picasso
Double Bass – Frédéric Stochl
Ensemble – Ensemble Intercontemporain
Flute – Istvan Matuz*, Lawrence Beauregard, Sophie Cherrier
Harp – Marie-Claire Jamet
Horn – Jacques Deleplancque, Jens McManama
Oboe – Didier Pateau, Laszlo Hadady
Percussion – Michel Cerutti
Piano – Alain Neveux
Trombone – Benny Sluchin, Jérôme Naulais
Trumpet – Antoine Cure, Jean-Jacques Gaudon
Tuba – Gérard Buquet
Viola – Gérard Causse*, Jean Sulem, Sylvie Altenburger
Violin – Jacques Ghestem, Maryvonne Le Dizes, Sylvie Gazeau

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Stravinsky tentando convencer um chefe de orquestra a tocar obras de seu período neoclássico

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Violino, Sonata a Kreutzer – Nemanja Radulović, Double Sens

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Violino, Sonata a Kreutzer –  Nemanja Radulović, Double Sens

Confesso que não vinha acompanhando muito a carreira de Nemanja Radulović até me chegar em mãos esse extraordinário CD da Warner, lançamento de final de ano pela gravadora, onde toca o Concerto para Violino, e uma incrível versão orquestral da Sonata a Kreutzer, que vai deixar os mais puristas de cabelo em pé. O rapaz é acompanhando pela própria orquestra, originalmente um Conjunto de Câmara, mas para esta empreitada, deu uma aumentada no número de músicos, afinal, é o Concerto de Beethoven, né?

Mas enfim, vamos ao CD. Como não poderia deixar de ser, o talento, a versatilidade e o incrível domínio do instrumento prevalecem. Nemanja Radulović é um violinista de mão cheia, cheio de recursos técnicos e ousado em algumas escolhas. E a cumplicidade da ótima orquestra ajuda muito, estão sempre em perfeita sintonia.

Talvez alguns puristas estranhem o arranjo para Violino e Orquestra da “Sonata a Kreutzer”. Mas de acordo com o biógrafo de Beethoven, Maynard Solomon, o próprio compositor considerava essa obra quase uma Sinfonia Concertante, quando anotou na Primeira Edição da Sonata: “Escrita num estilo muito concertante, como o de um concerto”, e Solomon conclui: “assinalando assim a sua intenção de introduzir elementos de conflito dinâmico num dos principais gêneros de salão do período clássico” (SOLOMON, p. 259).

O Concerto para Violino de Beethoven é provavelmente o maior dos Concertos para Violino já compostos e é um prazer ouvir Nemanja Radulović tocando ele. É uma lufada de ar novo, uma nova roupagem, uma nova abordagem, como várias outras que temos acompanhado, que mostram o quanto este Concerto é atemporal. Espero que apreciem, eu gostei muito.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Violino, Sonata a Kreutzer – Nemanja Radulović, Double Sens

01. Beethoven_ Violin Concerto in D Major, Op. 61_ I. Allegro ma non troppo
02. Beethoven_ Violin Concerto in D Major, Op. 61_ II. Larghetto
03. Beethoven_ Violin Concerto in D Major, Op. 61_ III. Rondo. Allegro
04. Beethoven _ Arr. Radulović_ Sonata No. 9 in A Major, Op. 47 _Kreutzer_
05. Beethoven _ Arr. Radulović_ Sonata No. 9 in A Major, Op. 47 _Kreutzer__ II. Andante con variazioni
06. Beethoven _ Arr. Radulović_ Sonata No. 9 in A Major, Op. 47 _Kreutzer__ III. Finale. Presto

Nemanja Radulović – Violino
Double Sens

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FDP

J. S. Bach (1685-1750): Schübler Chorales BWV 645-650 / Dorian Toccata e Fugue BWV 538 e outras peças (Rübsam)

J. S. Bach (1685-1750): Schübler Chorales BWV 645-650 / Dorian Toccata e Fugue BWV 538 e outras peças (Rübsam)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Neste belo disco, os 6 Schübler Chorales estão metidos entre outras peças, como Fantasias, Toccatas e Prelúdios. Uma bela escolha da Naxos. Gostei da opção. Fazia tempo que não nos dedicávamos ao órgão de meu pai. Dizem que era o instrumento preferido dele. É um belo aparato, ele efetivamente tinha um poderoso órgão. Foram 21 filhos, 20 “legítimos” e um fora dos dois casamentos. Era uma máquina de beber cerveja, fazer filhos e de criar beleza. E W. Rübsam é um representante autêntico desses estranhos seres que tocam mais de um teclado com as mãos e ainda o fazem com os pés, tudo ao mesmo tempo, como se fossem aranhas. Um discaço!

J. S. Bach (1685-1750): Schübler Chorales BWV 645-650 / Dorian Toccata e Fugue BWV 538 e outras peças (Rübsam)

1 Wachet auf, ruft uns die Stimme, BWV 645 04:54
2 Fantasia e Fuga em Dó Menor, BWV 537 09:49
3 Wo soll ich fliehen hin, BWV 646 02:17
4 Wer nur den lieben Gott last walten, BWV 647 03:39
5 Tocata e Fuga em Ré Menor, BWV 538 14:46
6 Meine Seele erhebt den Herrn, BWV 648 02:44
7 Peça d’Orgue em Sol Maior, BWV 572, “Fantasia em Sol Maior” 10h30
8 Ach, bleib bei uns, Herr Jesus Cristo, BWV 649 02:39
9 Kommst du nun, Jesus, vom Himmel herunter, BWV 650 03:48
10 Prelúdio e Fuga em Dó Maior, BWV 545 12:53

Tempo total: 01:07:59

Wolfgang Rübsam, órgão

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Eu tenho medo de organistas, Wolfgang, Fique longe de mim.

PQP

Música dos sumérios, egípcios e gregos antigos (Ensemble De Organographia)

Música dos sumérios, egípcios e gregos antigos (Ensemble De Organographia)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Se alguém reclamasse que temos postado pouca música antiga, eu teria que aceitar a crítica. Então, pago parcialmente a dívida com um disco muito especial. Dizem que se trata de uma das melhores recriações da música antiga. Ou da pré-antiga… Porque estamos falando em até 1000 anos antes de Cristo. A avaliação dos musicólogos sobre este trabalho é a mais favorável possível. Trata-se de um disco absolutamente notável do ponto de vista histórico. Os historiadores da arte vão chorar ouvindo. Preparem os lenços para eles.

Music of the Ancient Sumerians, Egyptians & Greeks

Music from c. 1950 B.C. to 300 A.D.
A.D. é Anno Domini ou depois de Cristo
(Including the world’s oldest notated music)
performed on voice, lyres, kithara, pandoura, double reed pipes,
flutes & other ancient instruments.

1. Musical Excerpts….Anon. (2nd c. AD)
2. Lament…Anon. (2nd or 3rd c. AD)
3. Fragment 1…Anon. (2nd c. AD)
4. Paean…Anon. (3rd or 4th c. AD)
5. Trochaic fragment….Anon. (3rd c. AD)
6. Four settings of a line from “Epitrepontes” by Menander…Anon.(3rd c.AD)
7. Excerpts mentioning Eros and Aphrodite…Anon. (2nd or 3rd c. AD)
8. Musical excerpt…Anon. (3rd c. AD)
9. Hypolydian excerpt…Anon. (2nd or 3rd c. AD)
10. Fragment 3…Anon. (3rd c. AD)
11. A zaluzi to the gods…Anon. (c. 1225 BC)
12. Hurrian Hymns 19 and 23…Anon. (c.1225 BC)
13. Hurrian Hymns 13 and 12…Urhiya/Anon. (c. 1225 BC)
14. Hurrian Hymn 2…Anon. (c. 1225 BC)
15. Hurrian Hymn 8…Urhiya (c. 1225 BC)
16. Hurrian Hymn 5…Puhiya(na) (c. 1225 BC)
17. Hurrian Hymns 4, 21 and 22… Anon. (c. 1225 BC)
18. Hurrian Hymns 7 and 10…Anon. (c. 1225 BC)
19. Hurrian Hymns 16 and 30…Anon. (c.1225 BC)
20. Musical Instructions for “Lipit-Ishtar, King of Justice” (c. 1950 BC)
21. Trumpet call…Anon./Plutarch
22. Isis sistrum rhythm…Anon./Apuleius
23. Theban banquet scene…Anon. (14th c. BC)
24./25. Harp pieces (A) (B)…Anon. (7th or 6th c. BC)

Gayle Stuwe Neumann (strings, voice, percussion)
Philip Neuman (winds, strings, percussion, voice)
Ensemble De Organographia

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Um músico sumério toca uma lira 11 cordas
Um músico sumério toca uma lira 11 cordas

PQP

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Sonatas para Violino e Piano – Cecilia Zilliacus (violino) – Christian Ihle Hadland (piano) ֍

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Sonatas para Violino e Piano – Cecilia Zilliacus (violino) – Christian Ihle Hadland (piano) ֍

Camille Saint-Saëns

Sonatas para Violino

Fantasia & Berceuse

Cecilia Zilliacus, violino

Christian Ihle Hadland, piano

Stephen Fitzpatrick, harpa

Neste disco temos as duas sonatas para ‘piano e violino’ de Camille Saint- Saëns, além de duas outras peças menores, interpretadas ao violino e harpa.

As duas sonatas não poderiam ser mais diferentes. A primeira é virtuosística, especialmente o hipnotizante último movimento, enquanto na segunda o equilíbrio entre os instrumentos é fundamental, com a escrita para piano ganhando uma direção diferente daquela usada por Camille em obras anteriores. Como podemos ver no livreto que acompanha os arquivos musicais, Saint-Saëns tinha bastante orgulho da primeira sonata, sobre a qual escreveu ao seu editor: ‘uma sonata semelhante a um cometa que devastará o universo semeando terror e resina em seu caminho’. Sobre a segunda sonata seu comentário foi: ‘ela só será compreendida depois da oitava audição’. Eu já estou quase chegando lá…

Cecilia Zilliacus

A interpretação neste disco é maravilhosa. A dupla Zilliacus e Ihle Hadland apresenta excelente entrosamento.  Eles são instrumentistas espetaculares. A introdução da resenha do disco feita na Gramaphone diz: […] as obras para violino, piano ou harpa oferecidas aqui são tocadas com fogo e comprometimento, e muitas vezes levadas ao limite.

A primeira sonata foi composta em 1885 e apresentada em um concerto da Société Nationale de Musique, pelo próprio Saint-Saëns e Martin-Pierre Marsick ao violino. O violino de Marsick era um Stradivarius de 1705 que foi também o instrumento de David Oistrakh entre 1966 e 1974. Essa sonata é contemporânea da Sinfonia com Órgão e tem quatro movimentos, que são tocados dois a dois em seguida.

Entre uma composição e outra, Camille explorava os arredores…

A segunda sonata foi composta em 1896 na cidade de Luxor, no Egito, enquanto Camille passava por lá suas férias, fugindo do frio inverno de Paris. A sonata foi composta logo após a composição do Concerto para Piano No. 5, ‘Egípcio’.

Saint-Saëns teve uma vida longa e ímpar. Demorou bastante para casar-se, mas não ficou muito tempo casado. O infortúnio da perda dos filhos certamente não ajudou a manter o casamento levando a separação. A partir daí ele essencialmente passou a fazer parte da família de Fauré, cujos filhos o viam como um tio solteirão. Daí em diante Camille passou a viajar muito. Fez bem mais do que cem viagens ao exterior da França, visitando quase trinta países. Mas o Egito, a Tunísia e a Argélia eram seus preferidos, onde passava os invernos do hemisfério norte. Como ele dizia: ‘Você embarca em um lindo navio em Marselha e 24 horas depois desembarca em Argel; e é sol, verde, flores, vida!’. Sua última viagem foi para Argélia, onde morreu em 1921. ‘No final de 1921, Saint-Saëns, de 86 anos, deu um recital bem recebido em Paris e depois partiu, como de costume, para a sua “hivernale” anual de inverno na Argélia. Mas no dia 16 de Dezembro desse ano, pouco depois de chegar ao seu querido Norte de África, sofreu um ataque cardíaco inesperado e morreu em Argel’.

Camille Saint-Saëns (1835 – 1921)

Violin Sonata No. 1 in D minor, Op. 75

  1. Allegro agitato
  2. Adagio
  3. Allegretto moderato
  4. Allegro molto

Violin Sonata No. 2 in E flat major, Op. 102

  1. Poco allegro, più tosto moderato
  2. Scherzo
  3. Andante
  4. Allegro grazioso. Non presto

Fantaisie for violin & harp, Op. 124

  1. Fantasie

Berceuse in B flat major Op. 38 (Arr. S. Fitzpatrick for Violin & Harp)

  1. Berceuse

Cecilia Zilliacus, violino

Christian Ihle Hadland, piano

Stephen Fitzpatrick, harpa

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 219 MB

Christian gostou tanto de reaparecer no PQP Bach que sapecou um selfie…

Não deixe de visitar:

The Lark – Recital para Piano – Christian Ihle Hadland

Cecilia Zilliacus

Na seção ‘The Book is on the Table’: Here Cecilia Zilliacus offers us a violin tone that is vibrant and guttural at the same time. Her warm and sometimes wonderfully husky portamentos are such a beautiful complement to this music. But this isn’t just one kind of fearlessness – there is fire and there is ice. Pianist Christian Ihle Hadland offers the ice, the crystalline precision and sparkle: the lilting arpeggiations, the flashing passagework and the glittering cascades.

A combinação Zilliacus e Hadland é espetacular…

Aproveite!

René Denon

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Concertos para Piano K. 242, K. 365 e K. 315f – AAM, Robert Levin, Ya-Fei Chuang

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Concertos para Piano K. 242, K. 365 e K. 315f – AAM, Robert Levin,  Ya-Fei Chuang

Para os fãs das interpretações historicamente informadas, o nome de Robert Levin é bem conhecido. Trata-se de um exímio pianista, e musicólogo e desde 1993, professor em Harvard, que realizou diversas gravações com a Academy of Ancient Music, em seus áureos tempos com Christopher Hogwood como diretor, pelo saudoso selo L´Oiseau-Lyre, cujos lançamentos aguardávamos ansiosos ali em meados da década de 1980, principalmente suas gravações dos Concertos para Piano de Mozart.

A sonoridade dos instrumentos utilizados nas gravações em um primeiro momento nos deixou boquiabertos, não conhecíamos nada parecido. O som ao qual estávamos acostumados era o dos pianos Steinway, Bossenfelder ou Yamaha, e aquilo ali parecia muito seco, sem nenhuma amplitude sonora. E de Orquestras como Filarmônica de Berlim, de Viena, dentre outros grandes conjuntos europeus e norte americanos.   Eram outros tempos, não tínhamos Internet, nossa opção e talvez única forma de obter maiores informações era ler as matérias assinadas por ‘especialistas’ nos jornais e revistas da época. Então, quando estes LPs começaram a chegar aqui no Brasil, meio que virou uma febre. Aliados à qualidade das interpretações, outro detalhe a se destacar eram as capas.

Capa original do LP do selo LÓiseau-Lyre de gravação da dupla Levin/Hogwood.

Bem, e assim se passaram algumas décadas, e até mesmo aquele estilo de interpretação conhecido como historicamente informado evoluiu, muito devido a pesquisas de musicólogos como o próprio Robert Levin. Os instrumentos utilizados nesta gravação foram construídos baseados em um modelo de pianoforte que o próprio Mozart utilizava.

Ao lado de sua esposa, a também pianista Ya-Fei Chuang, Levin nos brinda com um belo CD para se ouvir o bom e velho Mozart como deveria soar lá no século XVIII. Quem nunca ouviu vai estranhar a sonoridade, não apenas do pianoforte, mas também da própria orquestra, criada há cinquenta anos por Christopher Hogwood exatamente para interpretações historicamente informadas. Atualmente ela é dirigida por Lawrence Cummings, e também já tem seu próprio selo.

Além dos conhecidos Concertos K. 242 (de nº 7) e do K. 365 (nº10), temos também uma rara gravação de uma obra que Mozart nunca concluiu, o K.Anh.56 (K315f), do qual se conheciam apenas fragmentos. A versão aqui apresentada foi reconstruída e concluida pelo próprio Robert Levin, mas com apenas um movimento. Trata-se de um Concerto para Piano e Violino, e aqui temos como solista o Spalla da AAM, Bojan Čičić. O colega René Denon já postou um CD desta mesma turma há alguns meses, que traz o imenso e poderoso Concerto de nº 21, o meu favorito e o de muita gente que conheço.

Ouvir Mozart sempre é um prazer para os ouvidos. E Robert Levin e sua turma aumenta ainda mais este prazer, nos proporcionando um Mozart leve, solto, divertido. Discaço, que vale e muito sua audição.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Concertos para Piano K. 242, K. 365 e K. 315f – AAM, Robert Levin, Ya-Fei Chuang

Concerto No. 7 For Two Pianos And Orchestra In F Major K242
1 I Allegro
2 II Adagio 7:57
3 III Rondo. Tempo Di Minuetto 5:47

4 Concerto Movement For Piano, Violin, And Orchestra In D Major KAnh56 (315f)
Composed By [Completed By] – Robert Levin

Concerto No. 10 In E-flat Major For Two Pianos And Orchestra K365 (316a)
5 I Allegro
6 II Andante
7 III Rondo. Allegro

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FDP

Florence Foster Jenkins – The Glory (???) of Human Voice

Florence Foster Jenkins – The Glory (???) of Human Voice

Obs. de PQP: Neste ano de 2016, o mundo falará muito em Florence Foster Jenkins. Afinal, Stephen Frears acaba de finalizar a cinebiografia desta absurda, patética e desafinadíssima cantora com Meryl Streep no papel principal. Ela é simplesmente hilariante. As plateias desenvolveram uma curiosa convenção. Quando ela chegava em momentos particularmente horríveis em que  eles tinham que rir, eles explodiam em aplausos e assobios para poderem rir livremente, sem machucar tanto a auto-estima — na verdade uma inabalável fortaleza — da pobre cantora. Ouçam o que ela consegue fazer nesta que é sua melhor gravação (não estou ironizando). Ouvir ‘A Faust Travesty’ é algo só para os fortes, mas ‘A Rainha da Noite’, ‘Biassy’ e ‘Like a Bird’ também quase me mataram. Mas deixemos a palavra para Das Chucruten.

Hoje vou postar uma pérola da indústria fonográfica do século XX, que de vez em quando deixa escapar suas máculas de maneira muito divertida. Esta é o que podemos chamar de raridade humorística da música.

Florence Foster Jenkins foi uma moça da alta sociedade americana, nascida ainda no final do séc.XIX, casada durante pouco tempo com um médico, e depois com um ator que virou seu empresário. Ao que parece sua família era muito rica e lhe permitiu manter-se de forma extravagante mesmo depois de uma separação. Consta que ela sempre quis ser cantora, mas nem seus pais nem seu marido deram bola, então ela resolveu seguir por conta própria. O resultado é que ela se autopromoveu e começou a organizar apresentações de canto às próprias custas.

Chamou a atenção dos críticos porque era totalmente desprovida de qualquer musicalidade mínima: não entendia a pulsação rítmica, era incapaz de manter-se no ritmo; não conseguia afinar-se minimamente e tinha uma pronúncia de língua estrangeira que beirava o ridículo. Não obstante, suas apresentações se tornaram “cult”, e, mesmo sabendo que o público ia assisti-la para o escárnio, dizia que os risos eram “inveja profissional”.

Pouco antes de morrer, em 1944, conseguiu apresentar-se no Carnegie Hall e gravou seu único disco de 78 rotações (aos 70 anos de idade!), que é a pérola que aqui vos apresento. O mérito do pianista acompanhador é grande, um verdadeiro malabarista que consegue, com maestria, seguir um motorista bêbado. O CD ainda tem umas faixas bônus com uma sátira ao Fausto de Gounod, cantado de forma invertida, e muito propriamente, chamado “A Faust Travesty”. Agradeço à minha amiga Ana Lucia pela introdução desta Diva na minha discografia

Abraços.

Meryl Streep como Florence em filme de Stephen Frears que será lançado este ano
Meryl Streep como Florence em filme de Stephen Frears que será lançado este ano

FLORENCE FOSTER JENKINS – THE GLORY (???) OF HUMAN VOICE / A FAUST TRAVESTY

01 Mozart: Die Zauberflöte, K 620 – Queen Of The Night Aria
02 Lyadov: Die Musikdose, Op. 32
03 Cosme McMoon: Like A Bird
04 Delibes: Lakme – Ou Va La Jeune Hindoue_
05 Cosme McMoon: Serenata Mexicano
06 David: La Perle Du Bresil – Charmant Oiseau
07 Bach,J.S. / Pavlov:  Biassy
08 Strauss, Jr.: Die Fledermaus – La Chauve-Souris_ Adele’s Laughing Son – Air D’adele – ‘mein Herr Marquis’
09 Gounod: A Faust Travesty: Valentine’s Aria (Ere I Leave My Native Land)
10 Gounod: A Faust Travesty: Jewel Song (O Heavenly Jewels)
11 Gounod: A Faust Travesty: Salut, Demeure Chaste Et Pure (Emotions Strange)
12 Gounod: A Faust Travesty: Final Trio (My Heart Is Overcome With Terror)

Florence Foster Jenkins, Soprano
Cosme McMoon, pianist
Jenny Williams – Thomas Burns, singing the Faust parody

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LINK ALTERNATIVO

Ela, a Diva
Ela, a Diva

Chucruten
Repostado por PQP
Trepostado por Bisnaga
Quadripostado por PQP

.: interlúdio :. Elza Soares & Wilson das Neves (1968)

Dois anos sem Elza Soares

Elza Soares: uma cantora que iniciou sua carreira no auge da bossa nova, mas não era nada bossa-nova. Foi o que falei na postagem em sua homenagem, há dois anos. Este disco de 1968 refutaria essa ideia? Afinal, mais ou menos metade das canções aqui reunidas fizeram sucesso em gravações de João Gilberto, Astrud Gilberto, Sergio Mendes e outros expoentes da bossa nova… Mas não, isso só mostra a personalidade de Elza ao pegar música que já era famosa e mudar tudo, principalmente tirando aquele certo doce balanço, aquela calma do violão bossa-nova, aquele Balanço Zona Sul – nome da primeira faixa do álbum – e subverter tudo com sua voz mais potente do que intimista, a bateria também barulhenta de Wilson das Neves e arranjos de metais meio jazzísticos. Aliás, o autor dos arranjos de metais é Nelsinho (1927-1996) e os nomes dos outros músicos não constam nos créditos do LP e se perderam na noite dos tempos.

Para constatar que Elza não é bossa nova, basta comparar, na canção O Pato, o scat singing de Elza, comparável ao das grandes musas do jazz, com a suave versão de João Gilberto, perfeita para se ouvir, digamos, deitado na rede. Os dois são geniais, não se trata aqui de uma disputa entre dois times de futebol, é claro. “O Pato”, aliás, é uma canção de Jaime Silva e Neuza Teixeira, composta no fim da década de 1940, mas se tornou mais conhecida após a gravação de João Gilberto para o seu segundo álbum, O Amor, o Sorriso e a Flor, de 1960.

A participação do baterista Wilson das Neves (1936-2017) abrilhanta o disco, a tal ponto que ele figurou na capa, um tanto embranquecido com truques de maquiagem e iluminação, assim como Elza. Wilson foi um nome da maior importância no samba e na bossa nova, tanto pelos inúmeros grupos em que tocou, como também por suas próprias composições. Não tão conhecido do grande público, Wilson era adorado por gente como Chico Buarque, que tinha o ritmo do baterista em todas as suas turnês de 1982 a 2012.

No meio de outros clássicos que nem preciso apresentar aqui – Garota de Ipanema, Deixa isso pra lá, lançada por Jair Rodrigues em 1964… – gostaria de dedicar mais algumas palavras a Mulata assanhada, samba de Ataulfo Alves (1909-1969). Autor também de Ai meu Deus que saudades da Amélia (este último, com Mario Lago), Ataulfo teve o azar de ter seus dois maiores sucessos “cancelados” em décadas mais recentes. A Amélia, por ter virado sinônimo de mulher submissa, obediente, nada a ver com Elza Soares e outras mulheres que admiramos hoje em dia. E sobre a “mulata assanhada”, o fato de que essas palavras vêm caindo em desuso é o menor dos senões: a letra toda pode causar vertigens em públicos acostumados com um repertório mais pasteurizado, entretenimento que não incomoda ninguém, com emoções limitadas e frias como uma sala de hospital. E Elza Soares, repito, é tão distante de um repertório morno como da obediência de uma Amélia.

Ataulfo Alves: quando jovem e quando velho

Elza Soares / Baterista: Wilson Das Neves (1968)
1 Balanço Zona Sul (Tito Madi)
2 Deixa isso pra lá (Alberto Paz, Edson Menezes)
3 Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim, Vinicius De Moraes)
4 Edmundo – In the mood (Joe Garland/Andy Razaf/ versão Aloysio de Oliveira)
5 O Pato (Jayme Silva, Neuza Teixeira)
6 Copacabana (Alberto Ribeiro, João de Barro)
7 Teleco Teco nº 2 (Nelsinho/Oldemar Magalhães)
8 Saudade da Bahia (Dorival Caymmi)
9 Samba de verão (Marcos Valle/Paulo Sérgio Valle)
10 Se acaso você chegasse (Lupicínio Rodrigues/Felisberto Martins)
11 Mulata assanhada (Ataulfo Alves)
12 Palhaçada (Luiz Reis/Haroldo Barbosa)

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Chico Buarque e Wilson das Neves, 1994

Pleyel

FRÉDÉRIC CHOPIN (1810-1849) – PIANO CONCERTOS NOS. 1 & 2 – Ekaterina Litvintseva

Já fazia algum tempo que eu não trazia uma gravação dos Concertos para Piano de Chopin, nossos tão amados e queridos concertos. E hoje trago a nova geração, com todo respeito aos nossos ídolos do passado, principalmente Arthur Rubinstein, que continua a figurar no Olimpo dos grandes intérpretes destes Concertos, e mais atual, a maravilhosa Yuliana Avdeva.

Ekaterina Litvintseva nasceu a beira do Estreito de Behring, observando a neve de sua janela, afinal a moça cresceu quase no Pólo Norte. Aquela paisagem de gelo quase eterno, entremeada pela tundra no Verão influenciou a menina, que logo cedo começou a estudar piano, e aos 15 anos mudou-se para Moscou, onde foi estudar na Colégio Estatal de Música Frederic Chopin, e dali foi estudar na Alemanha. ” she acquired a new, analytical perspective on playing piano and drew on her experiences in Russia to develop her highly distinctive pianistic style (texto extraido, traduzido e adaptado do livreto e do site da pianista).

A verdade é que sou apaixonado por estes concertos, principalmente pelo primeiro. e foi exatamente este estilo mais analítico e de alguma forma, profundamente internalizado da artista o que mais me cativou nestas gravações. Entendido que não me refiro ao lado emotivo da interpretação, mas sim, ao lado seu lado mais racional e cerebral. Acostumado que estou a Rubinstein, por exemplo, ouvir uma interpretação mais ‘racional’ de uma obra tão escancaradamente romântica me deixa feliz. É quase como ouvir outra obra.

Posso estar exagerando? Talvez, meu lado mais emotivo está um tanto quanto resguardado neste final de ano (escrevo este texto exatamente no dia 31 de dezembro de 2023), talvez seja a idade, sei lá. Só sei que a música de Chopin me deixa assim, poucos compositores foram tão a fundo na compreensão da alma humana, e o mais incrível, o rapaz viveu apenas 39 anos.

01. Piano Concerto No. 1 in E Minor, Op. 11 I. Allegro Maestoso
02. Piano Concerto No. 1 in E Minor, Op. 11 II. Larghetto
03. Piano Concerto No. 1 in E Minor, Op. 11 III. Rondo. Vivace
04. Piano Concerto No. 2 in F Minor, Op. 21 I. Maestoso
05. Piano Concerto No. 2 in F Minor, Op. 21 II. Larghetto
06. Piano Concerto No. 2 in F Minor, Op. 21 III. Allegro Vivace

Ekaterina Litvintseva piano
Czech Chamber Philharmonic Orchestra Pardubice
Vahan Mardirossian conductor

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Prokofiev (1891-1953): Concertos para piano Nº 1 & 3 / Bartók (1881-1945): Concerto para piano Nº 3 (Argerich / Dutoit)

Prokofiev (1891-1953): Concertos para piano Nº 1 & 3 / Bartók (1881-1945): Concerto para piano Nº 3 (Argerich / Dutoit)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Talvez, quem sabe?, este seja um dos melhores CDs que já postei aqui. Na minha opinião é, sem dúvida. Como dois parênteses, dois extraordinários Concertos para Piano de Prokofiev cercam o Concerto Nº 3 do maior compositor do século XX (provocação gratuita do bem, mesmo que expresse minha opinião real, àqueles que votam em Stravinsky, outro gênio indiscutível). Ao piano, Marthita em sua melhor forma. Na última vez em que veio à Porto Alegre, pedi-lhe dois autógrafos, um num antigo vinil onde interpretava peças para dois pianos junto com Nelson Freire — ela olhou para a capa e gritou “Nossa, eu um dia fui jovem, eu era um pouco mais bonita do que a bruxa de hoje, não?”, ao que assenti com entusiasmo… — e este que posto hoje — “Nossa, neste aqui eu tocava muito bem!”, e caiu na gargalhada, completando: “Gravamos tudo rapidamente. Foi perfeito. Gastamos mais tempo conversando e tirando as fotos em preto e branco para o CD”.

Tinha razão, foi tudo perfeito. O que Martha Argerich faz nestes três concertos em termos de virtuosismo e temperatura emocional é efetivamente espantoso, apenas repetível sob outra forma, tão pessoal é sua abordagem.

Não é um CD normal este que você vai baixar hoje.

Prokofiev (1891-1953): Concertos para piano Nº 1 & 3 / Bartók (1881-1945): Concerto para piano Nº 3 (Argerich / Dutoit)

Prokofiev – Piano Concerto No. 1 in D flat Op. 10
1. First movement: Allegro brioso 6:57
2. Second movement: Andante assai 4:34
3. Third movement: Allegro scherzando 4:31

Bartók – Concerto for Piano and Orchestra No. 3 Sz119
4. First movement: Allegretto 7:22
5. Second movement: Adagio religioso -[poco più mosso] – tempo I 10:45
6. Third movement: Allegro vivace – [presto] 6:50

Prokofiev – Piano Concerto No. 3 in C Op. 26
7. First movement: Andante – Allegro 9:43
8. Second movement: Tema (Andatino) and Variations 9:39
9. Third movement: Allegro ma non troppo – meno mosso – Allegro 9:51

Martha Argerich, piano
Orchestre Symphonique De Montréal
Charles Dutoit

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PQP

Robert Schumann (1809-1856): Pollini plays Schumann — Davidsbündlertänze / Concert sans orchestre / Kreisleriana / Allegro Op. 8 / Gesänge der Frühe

Robert Schumann (1809-1856): Pollini plays Schumann — Davidsbündlertänze / Concert sans orchestre / Kreisleriana / Allegro Op. 8 / Gesänge der Frühe

Decidi, hoje à noite, ouvir uma melodia doce, em quadros minúsculos. Os universos sinfônicos são extensos demais para esta noite. Quero retratos pequenos. Devaneios. Por isso, desejei apreciar a música de Robert Schumann, com o mago do piano Maurizio Pollini. Adjetivos são dispensáveis para algo assim. Sempre penso que existe um intervalo de silêncio na música de Schumann. As melodias são inexplicáveis. Schumann era um grande melodista. Essa desconfiança se confirma em Chopin, mas Schumann possui peças em que essa percepção se adensa — Kresleriana, Cenas Infantis, Cenas da Floresta, Carnaval etc. Penso que ele, Mozart, Chopin e Tchaikovsky tenham sido os maiores melodistas que surgiram.  Schumann possui uma linguagem carregada de sentimento e reflexão. Mas como estou bastante cansado esta noite, dispensarei os colóquios flácidos. Trabalhei o dia todo e quase não consegui escrever estas palavras. Mas, ouçamos este baita CD com o Pollini. Uma boa apreciação!

Robert Schumann (1809-1856): Pollini plays Schumann — Davidsbündlertänze / Concert sans orchestre / Kreisleriana / Allegro Op. 8 / Gesänge der Frühe

DISCO 01

Davidsbündlertänze Op.6
01. I- Lebhaft
02. II- Innig
03. III- Etwas hahnbüchen
04. IV- Ungeduldig
05. V- Einfach
06. VI- Sehr rasch und sich hinein
07. VII- Nicht schnell und mit äußerst starker Empfindung
08. VIII- Frisch
09. IX- Crotchet = 126
10. X- Balladenmässig, sehr rasch
11. XI- Einfach
12. XII- Mit Humor
13. XIII- Wild und lustig
14. XIV- Zart und singend
15. XV- Frisch
16. XVI- Mit gutem Humor
17. XVII- Wie aus der Ferne
18. XVIII- Nicht schnell

Concert sans orchestre Op.14
19. I- Allegro brillante
20. II- Quasi Variazioni. Andantino de Clara Wieck
21. III- Prestissimo possible

DISCO 02

Allegro in B minor Op.8 (1831)
01. Allegro in B minor Op.8 (1831)

Kreisleriana Op.16
02. I- Äusserst bewegt
03. II- Sehr innig
04. III- Sehr aufgeregt
05. IV- Sehr langsam
06. V- Sehr lebhaft
07. VI- Sehr langsam
08. VII- Sehr rasch
09. VIII- Schnell und spielend

Gesänge der Frühe Op.133
11. I- Im ruhigen Tempo
12. II- Belebt, nicht zu rasch
13. III- Lebhaft
14. IV- Bewegt
15. V- Im anfange ruhges, im Verlauf beweg

Maurizio Pollini, piano

DOWNLOAD HERE — BAIXE AQUI

Maurizio Pollini (1942)

Carlinus

Robert Schumann (1810-1856): Liederkreis, Dichterliebe – P. Schreier, tenor; A. Schiff, piano

Música de câmara boa é aquela marcada por um certo clima de intimidade: menos carregado, menos intenso ou sério do que um grandioso concerto de Tchaikovsky ou sinfonia de Bruckner. O tenor alemão Peter Schreier, já então um senhor de mais de sessenta anos com uma carreira cheia de sucessos em óperas de Wagner e Mozart e paixões de Bach, reuniu-se em 2002 com András Schiff – que tinha menos de 50 – para esse recital inteiro dedicado a Lieder de Schumann. Em português: canções. Outras notáveis vozes como o barítono D. Fischer-Dieskau e a soprano Jessye Norman provavelmente fizeram gravações dessas obras com mais virtuosismo vocal, mais precisão nas subidas e descidas, mas também com certos exageros e arroubos que soam melhor em árias de ópera… Aqui nesta gravação, a voz de Schreier soa humana, muito humana, ou seja: limitada, imperfeita, o que é um diferencial em nossos tempos de gravações perfeitíssimas tanto nos clássicos quanto na música pop de autotune e shows com playback. (Breve parêntesis pra falar de outro grande cantor maduro: nos shows no Maracanã em dezembro de 2023 aos 81 anos, Paul McCartney também mostrou uma voz bastante humana e bem cuidada, mas em uns 10% das canções havia algum playback? Ou não?)

Schreier e Schiff às vezes se rendem brevemente ao estrelismo característico de intérpretes famosos mas logo depois, como aquelas flores que se fecham à noite, se seguram nos vários momentos suaves com dinâmica marcada piano. Aliás, boa parte das temáticas das canções de Schumann são romanticamente noturnas com títulos como “Noite de luar”, “Diálogo na floresta” e “Noite de Primavera”.

E uma característica comum em todos os ciclos de Lieder de Schumann é a escrita para piano sempre interessante: o pianista não está apenas acompanhando o cantor, sempre tem seus momentos de brilho com alguns ritmos, manias, trejeitos bem típicos do Schumann das obras para piano solo como o Carnaval, as Sonatas ou a Kreisleriana.

Com seu jeito de tocar pontuando as frases musicais com um certo humor húngaro discreto mas quase constante, András Schiff tem uma afinidade especial com certos compositores: Bartók, claro, mas também os barrocos Bach e Scarlatti e os centro-europeus Haydn e Schumann. O mais comum é que Schiff faça mesmo os momentos mais carregados em termos intelectuais (no Bach) ou em termos emocionais (no Schumann) com uma pitada do mesmo sarcasmo que aparece no Bartók. Respeitando os estilos de cada compositor, claro, apenas adicionando um leve tempero exótico.

Robert Schumann (1810-1856):
1-9. Liederkreis, Op. 24 (poemas de Heinrich Heine)
10-21. Liederkreis, Op. 39 (poemas de Joseph von Eichendorff)
22-37. Dichterliebe, Op. 48 (poemas de Heinrich Heine)

Peter Schreier (1935 – 2019) – tenor
András Schiff (n. 1953) – piano
Recorded: Lukaskirche, Dresden, 2002

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Pleyel

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): As Três Missas (Jochum)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): As Três Missas (Jochum)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

As três Missas estão entre as maiores composições de Bruckner e merecem o mesmo respeito de suas sinfonias. Na minha opinião, são as mais belas obras sacras do século XIX. Os textos da liturgia católica estão em latim e as contribuições corais e dos solistas desta gravação são impecáveis ​​no fraseado e beleza de tom. Jochum foi um monstro! Sobre Bruckner, o famoso e já citado Manual do Blefador nos ensina:

É costume dizer que Bruckner foi um homem muito simples — praticamente um menino natural, falam alguns. Se, depois de ouvir uma de suas sinfonias, você ainda achar que ele era simples, então você não é o tipo de pessoa que deveria estar lendo este livro. De fato, Bruckner era profundo como o oceano. Era também organista e organistas estão longe de ser homens simples. Outro erro comum a seu respeito é equipará-lo a Mahler. A única coisa que tinham em comum era o gosto pelas sinfonias longas. Enquanto Mahler queria realmente que as pessoas gostassem e desfrutassem de suas sinfonias, Bruckner não poderia ter se importado menos com isso. Em meio a toda a grana que rolava em Viena no meio musical em fins do século XIX, Bruckner silenciosamente gostava de escrever sinfonias e missas imensas e difíceis, e não poupava esforços para não parecer artista — usava cabelo curto e bigodinho. Só Elgar conseguia parecer menos músico.

(E segue, terminando assim…)

Desista, Bruckner simplesmente não compôs pequenas peças recomendáveis.

Anton Bruckner (1824-1896): As Três Missas (Jochum)

Mass No.1 in D minor for soloists, chorus and orchestra
1. Kyrie
2. Gloria
3. Credo
4. Sanctus
5. Benedictus
6. Agnus Dei

Mass No.2 in E minor
7. Kyrie
8. Gloria
9. Credo

CD2
Mass No.2 in E minor
1. Sanctus
2. Benedictus
3. Agnus Dei

Mass No.3 in F minor (Original version)
4. Kyrie
5. Gloria
6. Credo
7. Credo (cont.)
8. Sanctus
9. Benedictus
10. Agnus Dei

Edith Mathis
Marga Schiml
Wieslaw Ochman
Elmar Schloter
Karl Ridderbusch
Maria Stader
Claudia Hellmann
Ernst Haefliger
Kim Borg
Anton Nowakowski

Symphonieorchester und Chor des Bayerischen Rundfunks
Eugen Jochum

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Bruckner e sua cara de eletricista incompetente aposentado: vai nessa
Bruckner e sua cara de eletricista incompetente aposentado. Vai nessa…

PQP

Francis Poulenc (1899-1963): Concerto para Órgão / Concerto Campestre / Suíte Francesa (Lefebvre, Chojnacka, Orch. Lille, Casadesus)

Francis Poulenc (1899-1963): Concerto para Órgão / Concerto Campestre / Suíte Francesa (Lefebvre, Chojnacka, Orch. Lille, Casadesus)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Aposto que vocês pensavam que Poulenc fosse propriedade privada de René Denon, né? Mas não é! E este é um estupendo CD gravado por uns franceses que demonstram conhecer DEMAES um de seus mais importantes compositores NACIONAES. O Concerto para Órgão (1938) é uma joia, o para Cravo (Campestre, de 1928) nem se fala, a Suíte, de 1935, também é ótima. A música de Poulenc — viva, eclética e ao mesmo tempo muito pessoal — é melodiosa e embelezada por dissonâncias do século XX. O cara tem talento, elegância, profundidade de sentimento e um doce-amargo derivado da sua personalidade ao mesmo tempo alegre e melancólica. Poulenc repleto de sons novos e aqui está transbordante de bom humor. Aproveitem!

Francis Poulenc (1899-1963): Concerto para Órgão / Concerto Campestre / Suíte Francesa (Lefebvre, Chojnacka, Orch. Lille, Casadesus)

Concerto para Órgão em Sol Menor, FP 93
1 Andante- 03:10
2 Allegro giocoso – 02:14
3 Subito andante moderado – 07:19
4 Tempo allegro, muito agitado – 02:49
5 Très calme: Lent – 02:20
6 Tempo de allegro initial – 02:09
7 Introdução do tempo: Largo 03:03

Concerto Campestre, FP 49
8 I. Allegro molto. Adágio. Allegro muito 10:16
9 II. Andante: Movimento da Sicília 05:27
10 III. Finale: Presto 07:59

Suite Francesa de Apres Claude Gervaise
11 I. Bransle de Borgonha 01:24
12 II. Pavane 02:34
13 III. Pequena marcha militar 01:09
14 IV. Complainte 01:40
15 V. Bransle de Champagne 01:55
16 VI. Siciliana 01:48
17 VII. Carrilhão 01:36

Tempo total: 58:52

Órgão: Lefebvre, Philippe
Cravo: Chojnacka, Elisabeth
Orquestra(s): Orquestra Nacional de Lille
Regente: Casadesus, Jean-Claude

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Poulenc com o megacravo Pleyel de Wandoka Landowska

PQP

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Piano Concertos – Gabriel Tacchino, Orchestra of Radio Luxembourg, Louis de Froment

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Piano Concertos – Gabriel Tacchino, Orchestra of Radio Luxembourg, Louis de Froment

Temos aqui um pacotaço com os 5 Concertos para Piano de Saint-Saëns, esse compositor tão interessante, e que aparece tão pouco cá pelas bandas do PQPBach, o que realmente é uma pena. Suas obras são belíssimas, inovadoras, conforme Franz Liszt observou, após o fracasso da primeira apresentação de seu segundo concerto:

‘I’d like to thank you again for your Second Concerto, of which I warmly approve. The form is new, and very successful; it becomes increasingly interesting as its three movement proceed, and you take due account of the effect that can be achieved by the pianist without sacrificing any of the composer’s ideas – an essential rule in this kind of work.’

Em outras palavras, Liszt enxergou o ‘revolucionário’ da obra, a partir do momento em que o compositor deixou de lado a forma tradicional e inovou em sua composição. Seguiram-se a este segundo mais três concertos, somando cinco no total.

E é com esta integral que inauguro minhas participações no PQPBach em 2024, ano em que estaremos completando a maioridade. Adoro essa virada dos séculos XIX e XX, exatamente por estas inovações que ocorriam na História da Música, principalmente na França. Debussy, Franck, Poulenc, Fauré, Saint-Saëns, entre outros (mesmo que esse fosse de uma geração anterior, mas foi um compositor que não se rendeu a estilos ‘amarrados’, ao contrário, inovou, e muito).

Os Concertos são bem diferentes entre si. O pianista francês Gabriel Tecchino nasceu em 1934 e foi aluno de ninguém mais, ninguém menos do que François Poulenc, se tornando um dos principais intérpretes do século XX, se especializando no repertório francês, mas não se limitando a ele. Gravou Beethoven, Liszt, Chopin, Mozart, sempre deixando sua marca nestas gravações.

O lendário maestro francês Louis de Froment o acompanha nesta empreitada, realizada no final dos anos 70 e restaurado pelo selo Brilliant Classics.

Camille Saint-Saëns (1835-1921) – Piano Concertos – Gabriel Tacchino, Orchestra of Radio Luxembourg, Louis de Froment

01. Piano Concerto No. 1 in D major, Op. 17 I. Andante – Allegro assai
02. Piano Concerto No. 1 in D major, Op. 17 II. Andante sostenuto quasi adagio
03. Piano Concerto No. 1 in D major, Op. 17 III. Allegro con fuoco

04. Piano Concerto No. 2 in G minor, Op. 22 I. Andante sostenuto
05. Piano Concerto No. 2 in G minor, Op. 22 II. Allegro scherzando
06. Piano Concerto No. 2 in G minor, Op. 22 III. Presto

07. Piano Concerto No. 4 in C minor, Op. 44 I. Allegro moderato
08. Piano Concerto No. 4 in C minor, Op. 44 II. Allegro vivace

09. Piano Concerto No. 3 in E-Flat Major, Op. 29 I. Moderato assai
10. Piano Concerto No. 3 in E-Flat Major, Op. 29 II. Andante – III. Allegro non troppo

11. Piano Concerto No. 5 in F Major, Op. 103 Egyptian I. Allegro animato
12. Piano Concerto No. 5 in F Major, Op. 103 Egyptian II. Andante
13. Piano Concerto No. 5 in F Major, Op. 103 Egyptian III. Molto allegro
14. Piano Concerto No. 5 in F Major, Op. 103 Egyptian Fantasy for Piano and Orchestra, Op. 89 Africa

Gabriel Tacchino – Piano
Orchestra of Radio Luxembourg
Louis de Froment – Conductor

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FDP

Shostakovich: Concerto para Violoncelo e Orq. Nº 2 / Prokofiev: Sinfonia Concertante para Violoncelo e Orq. (Harrell, Schwarz, Royal Liverpool Phil Orch)

Shostakovich: Concerto para Violoncelo e Orq. Nº 2 / Prokofiev: Sinfonia Concertante para Violoncelo e Orq. (Harrell, Schwarz, Royal Liverpool Phil Orch)

Um disquinho bem mais ou menos. Um Shostakovich molenga e um Prokofiev mais ou menos. Harrell e Schwarz ficam a léguas de Rostropovich e Ozawa e a quilômetros disto aqui (Gabetta e Mäkelä). Acho que não é música pra eles, porque, por exemplo, eu me desmilinguo ouvindo Harrell tocando as Sonatas de Brahms para Violoncelo e Piano e aqui não acontece nada. Fui ler outras críticas para ver se estava muito errado e a Gramophone me tranquilizou ao chamar o Shosta de molenga e o Prokofiev de… Nem lembro mais. Harrell é um mestre, mas talvez se saia melhor entre os românticos.

Shostakovich: Concerto para Violoncelo e Orq. Nº 2 / Prokofiev: Sinfonia Concertante para Violoncelo e Orq. (Harrell, Schwarz, Royal Liverpool Phil Orch)

Cello Concerto No. 2 In G Major Op. 126
Composed By – Dmitri Shostakovich
(34:20)
1 I. Largo 13:42
2 II. Allegretto — 4:40
3 III. Allegretto 15:58

Symphony-Concerto For Cello And Orchestra In E Minor Op. 125
Composed By – Sergei Prokofiev
(38:03)
4 I. Andante 10:14
5 II. Allegro Giusto 17:26
6 III. Andante Con Moto — Allegretto — Allegro Marcato 10:23

Violoncelo – Lynn Harrell
Orchestra – Royal Liverpool Philharmonic Orchestra
Conductor – Gerard Schwarz

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Saudades da Sol Gabetta

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Divertimentos K. 287 e 131 (Capella Istropolitana / Nerat)

W. A. Mozart (1756-1791): Divertimentos K. 287 e 131 (Capella Istropolitana / Nerat)

Dois dos melhores Divertimentos de Mozart. O Divertimento K. 287 é formado por seis movimentos tranquilos e gentis, sendo que seu Adágio (4º mov.) tem uma melodia sublime, do melhor Mozart. Não me canso de ouvi-lo. Diga-se de passagem que o K. 131 também apresenta seis movimentos… A performance da Capella Istropolitana é, como sempre, de alto nível. Hoje, eles foram rebatizados como Orquestra de Câmara da Cidade de Bratislava. Aquela região sabe o que é um bom Mozart. Aliás, sabem que Bratislava já foi chamada de Istrópolis? Bem, o Divertimento é uma forma musical que se caracteriza pela leveza. Pode ser composto para um ou vários instrumentos e consta em geral de uma série de movimentos alternados e livres. O termo indica, sobretudo na França, um intermezzo com dança, que no século XVII e XVIII se inseria nas óperas e comédias-balés.

W. A. Mozart (1756-1791): Divertimentos K. 287 e 131 (Capella Ostropolitana / Nerat)

Divertimento No. 15 in B flat major, K. 287, “Lodron Night Music No. 2”
Performed by: Capella Istropolitana
Conducted by: Harald Nerat
1. I. Allegro 09:42
2. II. Andante grazioso con variazioni 08:35
3. III. Menuetto 03:41
4. IV. Adagio 08:35
5. V. Menuetto 04:12
6. VI. Andante – Allegro molto 08:05

Divertimento in D major, K. 131
Performed by: Capella Istropolitana
Conducted by: Harald Nerat
7. I. Allegro 05:19
8. II. Adagio 06:10
9. III. Menuetto 05:35
10. IV. Allegretto 03:06
11. V. Menuetto 04:09
12. VI. Adagio – Allegro molto – Allegro assai 06:12

Total Playing Time: 01:13:21

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Bratislava, meu amigo

PQP

Maurice Ravel (1875–1937): Música para Piano Solo (completa) (Gordon Fergus-Thompson)

Maurice Ravel (1875–1937): Música para Piano Solo (completa) (Gordon Fergus-Thompson)

Bio curtinha, retirada da Wikipedia:

Joseph-Maurice Ravel (Ciboure, 7 de março de 1875 – Paris, 28 de dezembro de 1937) foi um compositor e pianista francês, conhecido sobretudo pela sutileza, das suas melodias instrumentais e orquestrais, entre elas, o Bolero, que considerava trivial e descreveu-o como “uma peça para orquestra sem música”.

Começou a manifestar interesse pela música aos 7 anos. Desde então dedicou-se ao estudo do piano, mas só começou a frequentar o Conservatório de Paris aos 14. Posteriormente, em 1895, passou a estudar só e retornou ao Conservatório em 1898, quando estudou composição com Gabriel Fauré. Concorreu no Prix de Rome, mas não foi bem sucedido.

Foi influenciado significativamente por Debussy, mas também por compositores anteriores, como Mozart, Liszt e Strauss, mas logo encontrou seu próprio estilo, que ficou, porém, marcado pelo Impressionismo.

É mundialmente conhecido pelo seu Bolero, ainda hoje a obra musical francesa mais tocada no mundo. A composição foi encomendada pela bailarina Ida Rubistein e estreou na Ópera de Paris em 1928.

Faleceu das conseqüências de um acidente de táxi ocorrido em 1932. Durante o período que precedeu a sua morte, havia perdido parte da sua capacidade de compor devido às lesões cerebrais causadas pelo acidente. A sua inteligência sempre se manteve intacta mas o seu corpo já não respondia adequadamente tendo sofrido de graves problemas motores.

Eu gosto muito da música orquestral de Ravel, mas não sou exatamente tarado por sua obra pianística. O Ravel que me interessa e que considero imortal é o notável orquestrador e compositor, não o de obras de câmara. FDP Bach já postou estas mesmas composições num CD duplo de Bavouzet. Eu acho que esta aqui é uma second choice. A postagem do FDP é superior. Mas a gente gosta de ouvir muita música e de variedade, não é assim?

Enjoy!

Maurice Ravel (1875–1937): Música para Piano Solo (completa) (Gordon Fergus-Thompson)

CD 1

1. Modere – Tres Franc (Valses Nobles Et Sentimentales)
2. Assez Lent (Valses Nobles Et Sentimentales)
3. Modere (Valses Nobles Et Sentimentales)
4. Assez Anime (Valses Nobles Et Sentimentales)
5. Presque Lent (Valses Nobles Et Sentimentales)
6. Vif (Valses Nobles Et Sentimentales)
7. Moins Vif (Valses Nobles Et Sentimentales)
8. Epilogue – Lent (Valses Nobles Et Sentimentales)
9. Ondine (Gaspard De La Nuit)
10. Le Gibet (Gaspard De La Nuit)
11. Scarbo (Gaspard De La Nuit)
12. Jeux D’eau
13. Prelude (Le Tombeau De Couperin)
14. Fugue (Le Tombeau De Couperin)
15. Forlane (Le Tombeau De Couperin)
16. Rigaudon (Le Tombeau De Couperin)
17. Menuet (Le Tombeau De Couperin)
18. Toccata (Le Tombeau De Couperin)

CD 2

1. Prelude Miroirs
2. Noctuelles
3. Oiseaux Tristes
4. Une Barque Sur L’ocean
5. Alborada De! Sracioso
6. La Vallee Des Cloches
7. Menuet Sur Le Nom De Haydn
8. Menuet Antique
9. Serenade Grotesque Sonatine
10. Modere
11. Mouvement De Menuet
12. Anime
13. Borodine (A La Maniere De…)
14. Emmanuel Chabrier (A La Maniere De…)
15. Pavane Pour Une Infante Defunte

Gordon Fergus-Thompson, piano

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A perfeita naturalidade de uma foto posada

PQP