.:interlúdio:. Stefano Bollani – Carioca

Stefano Bollani é um brilhante pianista italiano de jazz. Nascido em Milão no ano de 1972, é como muitos italianos, apaixonado pelo Brasil e costuma tocar nossa música em suas apresentações ao lado de composições suas. Conhecido por sua vasta cultura tanto sobre a música erudita moderna quanto jazzística, Bollani — conhecido por ser um workaholic — chega a assustar com a intimidade que demonstra com nossa música, chegando ao ponto de cantar “Trem das onze”, no único equívoco do disco pois ele está longe de ser um cantor. O CD foi gravado no Rio de Janeiro com músicos brasileiros e é muito bom.

É, indiscutivelmente, em disco de jazz, mas ouçam a naturalidade com que Bollani enfrenta um chorinho! Uma curiosidade digna de ser ouvida.

Stefano Bollani – Carioca – 2008

1 Luz negra (Nelson Cavaquinho)
2 Ao romper da aurora (Ismael Silva – Lamartine Babo – Francisco Alves)
3 Choro sim (Ismael Silva)
4 Valsa brasileira (Edu Lobo – Chico Buarque)
5 A voz no morro (Zé Keti)
6 Hora da razão (J. Luna – Batatinha)
7 Segura ele (Pixinguinha)
8 Doce de coco (Jacob do Bandolim)
9 Folhas secas (Nelson Cavaquinho – Guilherme de Brito)
10 Il domatore di pulci (Stefano Bollani)
11 Samba e amor (Chico Buarque)
12 Tico-tico no fubá (Zequinha de Abreu)
13 Caprichos do destino (Pedro Caetano – Claudionor da Cruz)
14 Na Baixa do sapateiro (Ary Barroso)
15 Apanhei-te cavaquinho (Ernesto Nazareth)
16 Trem das onze / Figlio unico (João Rubinato / Riccardo del Turco)

Stefano Bollani piano, arrangements, vocal
Marco Pereira guitar
Jorge Helder bass
Jurim Moreira drums
Armando Marcal percussions
Zé Nogueira soprano sax
Nico Gori clarinet and bass clarinet
Mirko Guerrini tenor sax
Zé Renato vocal
Monica Salmaso vocal

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PQP

Jean-Philippe Rameau (1682- 1764) – Aberturas

Aqui acaba a breve chateação couperiana. Para tirar o gosto da postagem anterior, posto um dos melhores CDs já gravados de música barroca francesa, um verdadeiro espanto. Curvo-me ante Christophe Rousset. Quem faz um registro deste nível merece os maiores elogios. Nada menos que genial. Sete compradores analisaram o disco na Amazon e, nem precisaria conferir, todos deram-lhe a nota máxima. Temos aqui 17 aberturas de óperas de Rameau, algumas de óperas cômicas, outras de tragédias, outras de “pastorais heróicas”.

Rameau foi um grande gênio não apenas na música, mas também na matemática. Como tal, deu especial atenção à estrutura das coisas que compunha, algo que certamente fugiu ao irritante Couperin — do qual declaro-me inimigo desde a audição do CD postado abaixo… (Por que meu pai gostava de Couperin, meu Deus?) Bem, voltemos ao grande Rameau. Ele escreveu um famoso tratado de harmonia. Era também muito conhecido como professor de cravo e sua técnica só foi modificada por Johann Sebastian Bach — dá-lhe papai! No final de sua vida, tornou-se “compositor do rei”. Ao falecer, teve todas as honras da nobreza e funeral público com grande pompa.

CD absolutamente imperdível!

Jean-Philippe Rameau (1682- 1764) – Aberturas

1. Les fêtes de Polymnie – Overture 2:41
2. Les indes galantes – Overture 4:05
3. Zaïs – Overture 5:16
4. Castor et Pollux – Overture 4:16
5. Naïs – Overture 3:49
6. Platée [ou Junon jalouse] – Overture 3:40
7. Les fêtes d’Hébé – Overture 4:22
8. Zoroastre – Overture 4:04
9. Dardanus – Overture 4:08
10. Les Paladins – Overture – Menuet – Air gai 3:59
11. Hippolyte et Aricie – Overture 2:54
12. Le temple de la gloire – Overture 3:53
13. Pygmalion – Overture 4:36
14. Les surprises de l’Amour – Prologue (le Retour d’Astrée) 2:29
15. Les Fêtes de l’Hymne et de l’Amour (ou Les Dieux d’Egypte) – Overture 4:04
16. Les surprises de l’Amour / Act 1 (Enlèvement d’Adonis) – Ouverture – II Adagio – III – 5:20
17. Acante et Céphise, ou La sympathie – Overture: Voeux de la Nation

Les talens lyriques
Christophe Rousset

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PQP

François Couperin (1688-1733) – Les Nations

Ah, esses franceses. Costumo gostar muito dos discos do Musica Antiqua de Köln, mas algo deu errado aqui. Couperin, sem dúvida! Achei o CD sem graça, fiquei indiferente. É tudo moderadamente bonitinho e bastante homogêneo. Meio chato. Trata-se de um “barroco estático”… Há quem goste. Para tirar o gosto ruim deste CD, daqui a pouco posto um Rameau salvador, OK?

Couperin: Les Nations, 1726

Premier Ordre: La Francoise

01. Sonata [6:18]
02. Allemende. Sans lenteur [3:37]
03. Premiere Courante. Noblement [1:23]
04. Seconde Courante. Un peu plus viste [1:18]
05. Sarabande. Gravement [2:00]
06. Gigue. Gayement [1:15]
07. Chaconne ou Passacaille. Moderement [2:33]
08. Gavotte [0:56]
09. Menuet [1:08]

[20’15”]

Second Ordre: L’Espagnole

10. Sonata [7:45]
11. Allemande. Gracieusement [2:55]
12. Courante. Noblement [1:42]
13. Second Courante. Un peu plus vivement [1:37]
14. Sarabande. Gravement [1:41]
15. Gigue louree. Moderement [2:16]
16. Gavotte. Tendrement, sans lenteur [0:56]
17. Rondeau. Affectueusement [2:28]
18. Bourree. Gayement [0:51]
19. Double de la Bourree precedente [0:53]
20. Passacaille. Noblement et marque [4:30]

[27’30”]

Troisieme Ordre: L’Imperiale

01. Sonata [9:49]
02. Allemande. Sans lenteur [2:21]
03. Courante [1:26]
04. Seconde Courante. Plus marquee [1:31]
05. Sarabonde. Tendrement [2:16]
06. Bourree. Gayment [1:01]
07. Gigue. D’une legerete moderee [1:10]
08. Rondeau. Gayement [2:07]
09. Chaconne [4:31]
10. Menuet [1:07]

[27’10”]

Quatrieme Ordre: La Piemontoise

11. Sonata [8:16]
12. Allemande. Noblement et sans lenteur [2:37]
13. Courante [1:24]
14. Seconde Courante. Un peu plus gayement [1:50]
15. Sarabande. Tendrement [2:31]
16. Rondeau. Gayement [2:02]
17. Gigue. Affectueusement, quoy que legerement [1:56]

[20’36”]

Performers:
Reinhard Goebel, Hajo Bas (violin);
Wilbert Hazelzet, Philippe Suzanne (flute);
Jaap ter Linden (viola da gamba);
Henk Bouman (harpsichord)

Musica Antiqua Koln
Reinhard Goebel, dir.

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PQP

Arnold Schoenberg (1874 – 1951): Lieder

Caros amigos, confesso minha total displicência com vocês. Tenho tanta coisa para oferecer, mas como o tempo parece favorecer assuntos burocráticos e sem importância, sucumbo ao silêncio. Mas o fã das minhas intervenções sabe que a espera é sempre recompensadora. Não direi o que pretendo colocar no futuro, mas a cipoada de discos raros que pretendo postar é absurdamente empolgante e digna deste digníssimo site. Claro que não esquecerei minhas dívidas com os senhores, os outros discos da coleção Webern vão sair em breve. Na verdade sigo um pouco a política do meu irmão mais velho, gosto de colocar aquilo que ouço no momento, e para Webern, a audição deve ser curtida em espaços longos.

Mas o belo disco de canções de Webern, postado anteriormente, motivou a audição de outro grande disco com canções de Schoenberg. Este precioso disco que vos trago é uma das pérolas de minha coleção. Canções tão belas e românticas, que podem ser ouvidas com suas amadas antes do ato sexual. Ao contrário de Webern, Schoenberg não esperou atingir sua maturidade para publicar seu opus 1. O mestre percebeu que aquelas canções, mesmo bem pouco originais, mereceriam sua assinatura final. Fez certo. Os ciclos de canções op.1, op.2, op.3 e op.6 são inesquecíveis e ganham uma ótima interpretação do grande pianista Glenn Gould com cantores desconhecidos. Ressalto que a parte dedicada ao pianista tem igual importância ao dos cantores. Aliás, a fascinação de Gould por estas jóias pode ser sentida em seus gemidos, muito bem capitados pelos microfones.

Das Buch der hängenden Gärten” op.15 é a principal obra do disco. São 15 canções compostas na fase decisiva na história da música, entre 1908 e 1909. Aqui já temos um outro compositor, menos espontâneo, contudo harmonicamente superior ao dos outros ciclos. Peças de um grande mestre que ainda não está seguro no caminho que vai seguir. Terminam de maneira evasiva e conflituosa, mas apontando para o inevitável fim da tonalidade. Glenn Gould é absolutamente perfeito nessas obras, e os cantores são bem competentes.

Disco 1:

1 – 2. Zwei Gesänge, Op. 1
3 – 6. Vier Lieder, Op. 2
7 – 21. “Das Buch der hängenden Gärten” op. 15

Disco 2:

1 – 6. Sechs Lieder, Op. 3
7 – 8. Zwei Balladen, Op. 12
9 – 11. Drei Lieder, Op. 48
12 – 13. Zwei Lieder, Op. 14
14 – 15. Zwei Lieder, Op. post.
16 – 23. Acht Lieder, Op. 6

CDF Bach

DISCO 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

DISCO 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Leif Ove Andsnes

Só estou escrevendo esta postagem para deixar os senhores com um pouco de inveja.

O motivo de tanta felicidade é ter tido a oportunidade de ter assistido na última quinta feira, dia 2 de outubro, à apresentação deste que é considerado atualmente como o maior pianista de sua geração, o norueguês que tem um sobrenome mais parecido com uma sopa de letrinhas, Leif Andsnes. Obviamente que a felicidade também diz respeito a possibilidade de assistir e ouvir um espetáculo de tal grandeza, afinal de contas, não é sempre que nós, simples mortais residentes numa cidade do interior do estado de Santa Catarina, temos acesso à tal possibilidade.  Infelizmente, muitas vezes cheguei a pensar que era muita areia para o nosso caminhãozinho, o povo de minha cidade acha caro pagar R$50,00 no ingresso, e isso demonstra uma certa falta de familiaridade com este tipo de evento.

A última vez que eu havia tido a possibilidade de assistir a um espetáculo deste porte foi há muito tempo atrás, quando ouvi um Rachmaninov absolutamente maravilhoso interpretado por Vladimir Viardo, pianista russo com o qual não tive mais contato desde então. Precisão, rigor, paixão, e um virtuosismo absurdo me proporcionaram duas horas de satisfação plena.

Leif Ove Andsnes é um gigante do teclado. Na apresentação de quinta feira, quem esteve presente no Teatro Carlos Gomes teve a oportunidade de ouvir um excepcional pianista, e que se joga de corpo e alma em suas interpretações .Seu  Schubert, através da Sonata D. 958, teve momentos de puro lirismo aliado a uma fúria contida. Seu Beethoven, através da Sonata ao Luar, também foi de um lirismo puro, porém o ímpeto de seu terceiro movimento, um Presto agitato, me fez ver enxergar na Sonata a alma perturbada de Beethoven, que estava começando a mostrar uma outra face, a do desespero, e Andsnes, em minha opinião, destacou esta perspectiva através de um ritmo quase lembrando uma cavalgada, como comentou um rapaz sentado ao meu lado. Parecia alguém desesperado correndo atrás de alguém inatingível.

Mas o melhor momento da apresentação foi um Mussorgsky simplesmente fantástico, um “Quadros de uma exposição” que nada deve a Ashkenazy (alguns podem lembrar de que não sou muito fã deste intérprete, mas para seu Mussorgsky tenho de tirar o chapéu), nem a Sviatoslav Richter (podem me apedrejar), para muitos, inclusive para o mano pqpbach, a interpretação definitiva desta obra. Andsnes se jogou de corpo e alma à obra, conseguindo capturar aquela alma russa que sempre busco nesta peça. Sombrio, lembrando em alguns momentos trilha sonora de filme de terror, temi em alguns momentos pelo bem estar do piano Steinway do teatro, pois o ímpeto do solista era tão grande que parecia que iria arrebentar suas teclas de um momento para outro.

Bem, talvez tenha me empolgado em minha descrição, mas para os que tiverem a oportunidade de assistir a este recital sugiro não perderem esta oportunidade. Vocês irão ver em ação um dos grandes pianistas da atualidade.

Ando meio relaxado com relação ao blog, e alguns comentários infelizes me deixaram aborrecido, e por isso deixo sempre a postagem seguinte para o próximo dia, e o tempo vai passando. Aliado a isso, a clássica e tradicional falta de tempo. Sei lá, posso postar amanhã, ou segunda, ou terça, ou na quarta… qualquer hora destas eu volto.

Um bom final de semana …

FDP Bach

Henry Purcell (1659-1695) – “Tis nature`s Voice” e outras canções e elegias

Um pouco de radicalismo nesta manhã quente em Porto Alegre: este é o melhor CD de obras de Purcell que possuo e é o ponto alto da carreira de René Jacobs como cantor. Tinha este CD em vinil e agora comprei-o num ultra “budget price” da Amazon. A gravação é de 1978 e, apesar de todas as Nancy Argentas, Emma Kirkbys e outra(o)s terem tentado — algumas mais de uma vez –, ninguém chegou perto do trio Jacobs – W. Kuijken – Junghänel deste registro da Accent. Mais um CD fundamental para quem ama o barroco.

As canções são extraordinárias. Minhas preferidas são Musick for a While — é óbvio –, Retir’d from any mortal’s sight, Ah! cruel nymph!, as grandiosas Incassum, Lesbia, Young Thirsis’ fate e talvez todas as outras. É surpreendente que Purcell tenha sua melhor produção na música para o teatro e que, contrariamente à grande maioria, sua obra sacra seja menor.

Imperdível!

Henry Purcell – “Tis nature`s Voice” e outras canções e elegias

01 Tis Nature’s voice
02 Musick for a While (from “Oedipus”), song, Z. 583/2
03 Retir’d from any mortal’s sight (from “The History of King Richard II”), song, Z. 581/1
04 Since from my dear Astrea’s sight (from “Prophetess”), aria for soprano, Z. 627/App2
05 Pious Celinda goes to prayers, song, Z. 410
06 Incassum, Lesbia, incassum rogas (The Queen Epicedium), song, Z. 383
07 Ah! cruel nymph! you give despair for soprano & continuo, Z. 352
08 The fatal hour comes on apace, song, Z. 421
09 As Amoret and Thirsis lay, song (from “The Old Bachelor”), Z. 607/11
10 Sweeter than roses (from “Pausanius”), song, Z. 585/1
11 I lov’d fair Celia, song, Z. 381
12 Young Thyrsis’ fate, ye hills and groves, deplore (On the death of Thomas Farmer), song for soprano, bass & continuo, Z. 473

René Jacobs, contratenor
Wieland Kuijken, viola da gamba
Konrad Junghanel, tiorba

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PQP

Wojciech Kilar (1932-) – Lamento para Coro a Cappella e “September Symphony”

Este CD traz dois trabalhos inspirados no 11 de Setembro. Não, não estou referindo-me ao dia do assassinato de Salvador Allende nem ao dia da morte de Joe Zawinul; Kilar resolveu deixar de lado tais acontecimentos para dedicar sua atenção à implosão das Torres Gêmeas. O Lamento é boa música — apesar de possuir sonoridades “antigas demais”, diria — , mas o que interessa neste CD é a notável “September Symphony”.

A “September Symphony” foi composta nos quatro movimentos clássicos: dois grandes Largos, com um Allegro no meio e um Moderato final. O primeiro Largo é bastante original, introspectivo e trágico. O Allegro parece trilha sonora de filme de Alfred Hitchcock e deve significar o atentado. O segundo Largo é belíssimo. Kilar fez sua própria mistura das obras mais trágicas de Shostakovich e Barber e o resultado foi excepcional. A calma do final do movimento não pode ser mais shostakovichana. O final tem características de uma composição de Bernstein que não vou lembrar… A Sinfonia é dedicada a Antoni Wit e é muito boa. Nem chega perto do kitsch que poderia ser.

Kilar – Lamento para Coro a Cappella e “September Symphony”

01 Lament For Choir

September Symphony
02 Movement I [Largo]
03 Movement II [Allegro]
04 Movement III [Largo]
05 Movement IV [Moderato]

Warsaw Philharmonic Choir
Henryk Wojnarowski

Warsaw Philharmonic Symphony Orchestra
Antoni Wit

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PQP

Mais comprovações de nossa insofismável superioridade…

Citação descoberta no blog de Tiago Casagrande e ampliada por mim aqui.

Seu cérebro é uma metamorfose ambulante. E até coisas banais, como tocar violão ou sair com os amigos, podem ajudá-lo a funcionar melhor. “A massa cinzenta é extremamente plástica”, diz Sidarta Ribeiro, um dos mais influentes neurologistas do país. “E o que mais ajuda nisso é ler muito e conversar”. Mas não fica nisso: se você quiser aprimorar uma área específica, como a matemática ou a capacidade de leitura, tem como fazer isso de um jeito inusitado. Uma pesquisa publicada em 2008 por um consórcio de 7 grandes universidades americanas mostrou algo que parecia pouco provável: música e teatro aumentam a capacidade de concentração e geram ganhos tão significativos para a memória que você tem como extrapolar a melhora para outras áreas. Eles observaram que quem treina para tocar um instrumento parece ficar mais habilidoso em geometria e compreender melhor um texto. Quem faz teatro, por fim, fica com a memória mais apurada, pelo hábito de decorar textos e interpretá-los no palco, e aumenta o nível de atenção – algo fundamental para aprender qualquer coisa. E a coisa não pára por aí. A escola de medicina de Harvard conduziu uma experiência ainda mais surpreendente em 2007. Neurocientistas de lá colocaram voluntários para tocar exercícios fáceis de piano. Eles treinaram duas horas por dia durante uma semana. Depois os pesquisadores escanearam o cérebro do pessoal. E viram que a área da massa cinzenta responsável pelos movimentos dos dedos havia crescido. Calma, essa ainda não é a parte insólita. Outros estudos já tinham mostrado que o cérebro é capaz de fazer isso quando você treina um pouco. A surpresa mesmo veio quando pegaram outro grupo e pediram que eles só imaginassem que estavam tocando piano. Resultado: o cérebro deles reagiu da mesma forma. Isso mostrou que o pensamento puro e simples é capaz de mudar a estrutura da mente. Tem mais. A psicóloga Carol Dwek, da Universidade de Stanford, mostrou que até “pensamento positivo” funciona. Ela dividiu centenas de estudantes em dois grupos: os que achavam que sua inteligência era fixa e os que pensavam que ela podia mudar. Nos dois anos seguintes, o segundo grupo se deu melhor nos estudos.

Excerto da matéria “Como turbinar o seu cérebro” – por Alexandre Versignassi e Eduardo Szklarz, revista SUPERINTERESSANTE ed. 256, setembro de 2008, p. 73.

PQP

Haydn (1732-1809) / Mozart (1756-1792) – Trio e Concerto para Violoncelo / 6 Danças Alemãs e Sinfonia Praga – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 21 de 29

E chegamos ao classicismo. Nada melhor do que Haydn e Mozart para ilustrar o período clássico; foram professor e aluno; o professor nasceu 24 anos antes e sobreviveu ao aluno por 17; o primeiro foi o mais feliz dos homens, o segundo tinha tudo para sê-lo, mas as coisas não dão certo para todos, infelizmente… Se dependesse apenas de talento, né? Penso que o grande mérito deste disco começa na versão para dois pianos que Andreas Staier e Christine Schornsheim escreveram para as 6 Danças Alemãs de Mozart. É um registro colorido de uma obra pouco divulgada. Já o Concerto para Violoncelo de Haydn e a Sinfonia Praga são obras-primas que aqui recebem excelentes interpretações da EXTRAORDINÁRIA Orquestra Barroca de Freiburg.

CD meio confuso pela mistura de peças, mas que acho inevitável baixar… Apesar de díspares, todas as obras são boas.

CD 21

Piano Trio no.39 in G major, Hob.XV:25 Joseph Haydn 15’56
1. Andante
2. Poco Adagio
3. Presto
Patrick Cohen, pianoforte
Erich Hobarth, violin
Christophe Coin, cello

6 Danses allemandes K.509, transcrites pour piano/clavecin (à partir de la version orchestrale de 1787) Wolfgang Amadeus Mozart 7’21
4. 6 Deutsche Tanze KV 509
Andreas Staier e Christine Schornsheim, 2 pianofortes Stein vis-à-vis

Concerto pour violoncelle et orchestre, Hob.VIIb:1 en Ut majeur Joseph Haydn 24’46
5. Moderato
6. Adagio
7. Finale Allegro Molto
Jean-Guihen Queyras, cello
Freiburger Baroque Orchestra
Petra Mullejans, conductor

Symphonie n°38 “Prague” en Ré majeur Wolfgang Amadeus Mozart 32’37
8. I. Adagio – Allegro – Freiburger Barockorchester
9. II. Andante – Freiburger Barockorchester
10. III. Finale. Presto – Freiburger Barockorchester
Freiburger Baroque Orchestra
Rene Jacobs, conductor

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PQP

Op. 132

De uma forma ou outra, os elogios são quase diários. E a gente faz questão deles, sim. É nosso salário moral e, na semana passada, recebemos um elogio especial. Veio num e-mail com o título acima: “Op. 132”. Nem mais, nem menos. Era de um visitante de nosso blog cujo nome não vou revelar por ainda não ter pedido permissão a ele. Dirige-se aos que fazem o PQP Bach: eu, FDP Bach, Clara Schumann, Blue Dog, CDF Bach e Ciço Villa-Lobos. Mas ele toca numa coisa da qual faço absoluta questão e do qual sou o maior falsário: os textos que acompanham as postagens. Quando inventei o blog, quis que ele fosse uma coisa minimamente pedagógica. Pensava que as pessoas deveriam ao menos saber — se quisessem — onde inserir a obra postada na história da música, sua importância, etc. Não faço isso, prefiro a diversão de expressar meu prazer ou não na audição da obra. Sei lá. O que sei é meus textos são escritos em dez minutos e olhem lá. Daí, o fato de ter utilizado a palavra falsário. De qualquer maneira, gostaria de dividir esta mensagem com os ouvintes-leitores do blog, pedindo que vocês reduzam à razoabilidade o volume dos elogios às vezes exagerados do autor.

Caro PQP,

Estou saindo de casa agora para tomar meu vôo para Praga, mas antes decidi responder o seu email. Eu fiquei muito contente com a sua mensagem, eu te acho um cara fascinante e ultimamente tenho frequentado mais o PQP para ler as resenhas do que para baixar música. Isto sim é revigorante!

Ah, caro PQP, eu te agradeço por muita coisa! Talvez como criador do blog você diminua a importância que ele tem para seus leitores. Isso seria normal. Mas acredite no que eu e todos os outros te falamos! Não é pelos downloads, não mesmo!

Eu, como já te disse, estudo composição e regência. Pretendo, assim que me estabelecer no Velho Mundo, criar um website com algumas partituras e mp3 de músicas minhas e, se isso realmente sair do papel, eu gostaria muitíssimo que você pudesse ouvir algo. Ando um tanto sem motivação para mostrar minhas músicas por aí, o último concerto com obras minhas foi um fiasco por parte dos executantes nervosos e da platéia desinteressada… mas a vida continua. Acredito que por lá encontrarei instrumentistas mais interessados, pelo menos assim espero.

E muito obrigado também pela doce imagem da pequena garota dançando uma valsinha que sempre me aparece quando ouço o último movimento do Op.132 do grande Ludwig. Sempre penso nisso sorrindo muito.

Um grande abraço! Mantenha contato.
X.

PQP

J. S. Bach (1685-1750) – Cantatas BWV 10, 130 e 17

Eu nunca sonho com PQP Bach, porém hoje sonhei que tinha postado todas as Cantatas de Bach… Como minha integral é de 69 CDs mais 6 das Cantatas Profanas, vocês podem imaginar o porte da empreitada. Não vou entrar nisso. Bem, vocês sabem que tenho minhas manias e a menor delas certamente não é a de adorar Helmuth Rilling. Ah, as gravações são antigas; ah, Gardiner regravou todas entre 25 de dezembro de 1999 e o final de 2000; ah, há outras integrais mais “corretas”; ah, e a dupla Leonhardt e Harnoncourt?; ah, e Koopman?; ah, foda-se: se eu acordo feliz, meto Rilling no CD Player. O bom é o que nos satisfaz e a integral dele é mesmo excelente. Como acordei hoje muito feliz, fui direto a este volume 17 das Cantatas.

Tenho certeza que os bachianos que nos visitam irão sorrir quando ouvirem a abertura da Cantata BWV 10. É algo feliz que me deixa feliz, mesmo que hoje eu tenha que trabalhar como um cão em coisas bem burocráticas e chatas. Afinal, sonhei com Bach e minhas dores nas costas me abandonaram, ao menos temporariamente.

Estas Cantatas são espetaculares. Se você veio até aqui, aproveite para fazer o download.

Um bom dia para todos nós.

J. S. Bach – Cantatas BWV 10, 130 e 17

1. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 1. Chor (Verses 1 And 2) – Gachinger Kantorei Stuttgart/Helmuth Rilling
2. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 2. Aria – Arleen Auger
3. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 3. Recitative – Aldo Baldin
4. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 4. Aria – Wolfgang Schone
5. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 5. Duet – Verse 8 – With Chorale – Margit Neubauer/Aldo Baldin
6. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 6. Recitative – Aldo Baldin
7. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 7. Chorale (Verses 10 And 11) – Gachinger Kantorei Stuttgart/Helmuth Rilling

8. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 1. Chor – Verse 1 – Figuralchor Der Gedachtniskirche Stuttgart/Helmuth Rilling
9. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 2. Recitative – Gabriele Schnaut
10. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 3. Aria – Wolfgang Schone
11. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 4. Recitative – Kathrin Graf/Adalbert Kraus
12. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 5. Aria – Adalbert Kraus
13. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 6. Chorale – Figuralchor Der Gedachtniskirche Stuttgart/Helmuth Rilling

14. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, First Part, BWV 17: 1. Chor (Dictum) – Gachinger Kantorei Stuttgart/Helmuth Rilling
15. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, First Part, BWV 17: 2. Recitative – Gabriele Schreckenbach
16. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, First Part, BWV 17: 3. Aria – Arleen Auger
17. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, Second Part, BWV 17: 4. Recitative – Adalbert Kraus
18. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, Second Part, BWV 17: 5. Aria – Adalbert Kraus
19. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, Second Part, BWV 17: 6. Recitative – Walter Heldwein
20. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, Second Part, BWV 17: 7. Chorale – Gachinger Kantorei Stuttgart/Helmuth Rilling

Walter Heldwein
Wolfgang Schone
Hermann Herder
Kurt Etzold
Paul Gerhard Leihenseder
Helmut Veihelmann
Jurgen Wolf
Klaus-Peter Hahn
Harro Bertz
Manfred Graser
Thomas Lon
Peter-Lukas Graf
Hans-Joachim Erhard
Martha Schuster

Gächinger Kantorei Stuttgart
Stuttgart Bach Collegium
Helmuth Rilling

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PQP

.: interlúdio :. Enrico Rava – The Pilgrim And The Stars

O trompetista Enrico Rava nasceu na cidade de Trieste em 1939. Começou no trombone, mas seu primeiro contato com Miles Davis foi como o primeiro sutiã da propaganda — Rava jamais esqueceu. Resolveu estudar mais a fundo aquela coisa e aproveitou para aderir ao instrumento de Miles. Normal, né? Ele faz um hard bop com episódios lentos, algo bossanovistas. No mais, é pauleira.

Neste CD da ECM de 1975, Rava aparece com dois integrantes do “Quarteto Escandinavo” de Keith Jarrett: Palle Danielsson — baixista de fundamental participação neste trabalho — e o baterista Jon Christensen, além de John Abercrombie, que divide os solos com o trompete de Enrico Rava. Este foi um dos discos que, nos anos 70, chamou minha atenção para aquela estranha gravadora de belas capas, a citada ECM. The Pilgrim And The Stars é um baita disco. Todas os temas foram escritos pelo italiano no tempo em que seus cabelos eram pretos.

The Pilgrim And The Stars – 1975

1. The Pilgrim And The Stars 9:43
2. Parks 1:45
3. Bella 9:18
4. Pesce Naufrago 5:12
5. Surprise Hotel 1:52
6. By The Sea 4:46
7. Blancasnow 6:44

Enrico Rava, trumpet
John Abercrombie, guitar
Palle Danielsson, bass
Jon Christensen, drums

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Reinhard Keiser (1674-1739) – Croesus – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CDs 18, 19 e 20 de 29

Eu juro que não gosto de postar óperas. Em primeiro lugar, sei pouco a respeito; em segundo lugar, sou casado com uma erudita na matéria e ela acha que, após o DVD, não faz mais sentido apenas ouvir uma ópera, pois o gênero é música, berro, atuação, luz e encenação. Tal opinião me afastou ainda mais do gênero, pois se ouço diariamente umas cinco ou seis horas de música, esta serve como trilha sonora enquanto faço coisas relacionadas a meu ganha-pão. Não me interesso muito por “ver” música e se fosse obrigado a isso, não sei se aceitaria roubar meu tempo de leitura, que já acho escasso. Para piorar, fico tentado a narrar toda a ópera de Keiser, conhecido também como “o primeiro homem do mundo”… Mas, se faço um post em 30 minutos, isto é impossível. Nestes 30 minitos não está incluído o upload, que acontece enquanto trabalho em outra coisa.

Peço ajuda à Wikipedia:

Creso foi o último rei da Lídia, da Dinastia Mermnada, (560–546 a.C.), filho e sucessor de Aliates que morreu em 560 a.C.. Submeteu as principais cidades da Anatólia (salvo a cidade de Mileto).

No entanto perante o inquietante avanço do rei Ciro II da Pérsia, Creso enviou um mensageiro ao oráculo de Delfos que lhe respondeu que se conduzisse um exército para Este e cruza-se o rio Hális, destruiria um grande império. Tentado pelo que disse o Oráculo, Creso Organizou uma aliança com Nabonidus da Babilónia, Amasis II do Egito e a cidade grega de Esparta e partiu para a guerra, no entanto a guerra não correu como esperado, sem esforço for vencido pelas forças de Ciro, batalha do rio Hális, Timbra em 547 a.C. e feito prisioneiro em Sardes.

Desta forma se completou o vaticinado pelo oráculo, mas pela destruição do império lídio. Depois de perdida a guerra, Creso refugiou-se na sua capital, Sardes, onde no ano seguinte, em 546 a.C. seria capturado e deposto por Ciro.

Ciro no entanto foi condescendente, concedendo-lhe honras e a oportunidade de viver na corte persa. Creso fora famoso pela sua riqueza, a qual foi atribuída à exploração das areias auríferas do Pactolo, rio afluente do Hermo onde, segundo a lenda, se banhara o Rei Midas (que transformava em ouro tudo o que tocava).

É isso aí. Croesus narra a defesa da Lídia (561-547 AC) contra o rei da Pérsia, Ciro. De acordo com Heródoto, Cresus considerava-se o homem mais feliz do mundo, mas Sólon o advertiu que alguém só poderia dizer-se feliz após a morte. Bem, Cresus quase acaba numa fogueira, mas, como Ciro foi legal, acabou numa relativa felicidade, como subordinado…

Claro que a música é belíssima, inovadora, extraordinária, colorida e me deixa feliz por sua qualidade e, muitas vezes, agitação e “efeitos especiais” (afinal, há drama e guerra). E René Jacobs é um gênio, nunca perde a viagem. Vale a pena baixar, só que é bom ter ao menos o libretto com traduções, etc., senão os recitativos tornam-se mero blá-blá-blá. Se alguém encontrar por aí o libretto, me avise que eu ponho no post.

Importante: Cantores e orquestra maravilhosos.

KEISER: Croesus (complete opera)

Disc: 18
1-01 Sinf Avanti L’opera Croesus
1-02 Act I, Scene I. Coro_ Croesus H
1-03 Act I, Scene I. Recitativo_ Ihr
1-04 Act I, Scene I. Aria_ Prangt Di
1-05 Act I, Scene II. Aria_ Hoffe No
1-06 Act I, Scene II. Recitativo_ Du
1-07 Act I, Scene II. Arietta_ Empfi
1-08 Act I, Scene III. Aria_ Lieben,
1-09 Act I, Scene III. Recitativo_ P
1-10 Act I, Scene IV. Aria_ Wahre Tr
1-11 Act I, Scene V. Aria_ Er Erweck
1-12 Act I, Scene VI. Recitativo Con
1-13 Act I, Scene VI. Recitativo_ Wa
1-14 Act I, Scene VI. Aria Con Recit
1-15 Act I, Scene VII. Recitativo_ D
1-16 Act I, Scene VIII. Duetto_ Ich
1-17 Act I, Scene IX. Duetto_ Blinde
1-18 Act I, Scene X. Aria_ Traure Ni
1-19 Act I, Scene X. Recitativo_ Ors
1-20 Act I, Scene XI. Recitativo Con
1-21 Act I, Scene XII. Recitativo_ D
1-22 Act I, Scene XIV. Recitativo_ M
1-23 Act I, Scene XIV. Aria_ Liebe,
1-24 Act I, Scene XV. Recitativo Con
1-25 Act I, Scene XV. Chaconne_ Ball
1-26 Act I, Scene XVI. Aria_ Lass Ic
1-27 Act I, Scene XVI. Recitativo_ I
1-28 Act I, Scene XVI. Ballet Von Pe
1-29 Act I, Scene XVII. Recitativo_
1-30 Act I, Scene XVIII. Ritornello
1-31 Act I, Scene XVIII. Recitativo_.mp3

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – CD 1

Disc: 19
2-01 Act II, Scene I. Ritornello
2-02 Act II, Scene I. Duetto_ Kleine
2-03 Act II, Scene II. Recitativo_ O
2-04 Act II, Scene III. Recitativo_
2-05 Act II, Scene III. Ballett Von
2-06 Act II, Scene IV. Duetto_ Freun
2-07 Act II, Scene V. Recitativo_ Ka
2-08 Act II, Scene V. Aria_ Ihr Stum
2-09 Act II, Scene V. Recitativo_ Du
2-10 Act II, Scene V. Aria_ Soll Dan
2-11 Act II, Scene VI. Recitativo_ S
2-12 Act II, Scene VI. Duetto_ Die R
2-13 Act II, Scene VII. Recitativo_
2-14 Act II, Scene VIII. Recitativo_
2-15 Act II, Scene VIII. Aria_ Liebe
2-16 Act II, Scene IX. Recitativo_ H
2-17 Act II, Scene IX. Aria_ Alle Fr
2-18 Act II, Scene X. Recitativo_ Wa
2-19 Act II, Scene XI. Aria_ Ich Lie
2-20 Act II, Scene XI. Recitativo_ P
2-21 Act II, Scene XI. Aria_ Ist Nie
2-22 Act II, Scene XI. Recitativo_ W
2-23 Act II, Scene XI. Aria_ Mir Gef
2-24 Act II, Scene XII. Recitativo_
2-25 Act II, Scene XIII. Recitativo
2-26 Act II, Scene XIV. Aria_ Nieman
2-27 Act II, Scene XIV. Recitativo_
2-28 Act II, Scene XIV. Aria_ Ihr Ta
2-29 Act II, Scene XIV. Entree, Pass

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – CD 2

Disc: 20
3-01 Act III, Scene I. Aria_ Die Fla
3-02 Act III, Scene I. Recitativo_ F
3-03 Act III, Scene II. Recitativo_
3-04 Act III, Scene III. Recitativo_
3-05 Act III, Scene III. Recitativo_
3-06 Act III, Scene IV. Recitativo_
3-07 Act III, Scene IV. Aria_ Waffne
3-08 Act III, Scene V. Aria_ Elmir!
3-09 Act III, Scene V. Recitativo_ P
3-10 Act III, Scene V. Aria_ Mich Ve
3-11 Act III, Scene VI. Recitativo_
3-12 Act III, Scene VI. Recitativo_
3-13 Act III, Scene VII. Ritornello
3-14 Act III, Scene VII. Recitativo_
3-15 Act III, Scene VII. Aria_ Sollt
3-16 Act III, Scene VIII. Arietta_ Z
3-17 Act III, Scene VIII. Recitativo
3-18 Act III, Scene VIII. Aria_ Schm
3-19 Act III, Scene IX. Duetto_ Nein
3-20 Act III, Scene X. Recitativo_ P
3-21 Act III, Scene X. Aria_ Dieses
3-22 Act III, Scene XII. Aria_ Gotte
3-23 Act III, Scene XIII. Recitativo
3-24 Act III, Scene XIII. Recitativo
3-25 Act III, Scene XIII. Aria_ Solo
3-26 Act III, Scene XIII. Recitativo
3-27 Act III, Scene XIII. Gluckliche

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – CD 3

Dorothea Röschmann
Werner Güra
Klaus Häger
Roman Trekel
Salomé Haller
Johannes Mannov
Markus Schäfer
Brigitte Eisenfeld
Kurt Azesberger
Kwangchul Youn
Graham Pushee

RIAS Chamber Choir
Akademie fur Alte Musik Berlin
René Jacobs

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.: interlúdio :. Backhand – Keith Jarrett

Acho que a gente pode resumir a carreira de Keith Jarrett desta maneira: início fulgurante com Miles Davis, fundação de seu “quarteto americano”, três anos de gravações na Impulse, ida para a ECM, muitos discos com o “quarteto americano”, fundação e mais CDs com o “quarteto escandinavo”, álbuns solo aos montes, música erudita — basicamente Bach — tocando cravo, fundação do trio com Peacock e De Johnette, O Cravo Bem Temperado, CDs do trio aos montes, mais álbuns solo e doença.

É uma ironia especialmente trágica — um pianista que, aos 51 anos, tinha centenas de discos gravados e que estudava música erudita, ou seja, alguém que trabalhava muito –, tivesse caído vítima da Síndrome de Fadiga Crônica, doença que o fez primeiramente fazer um esforço notável para tocar e que depois retirou-o dos palcos e das gravações. Hoje, Jarrett toca e grava pouco, ainda em luta contra a doença. Mas… há um CD para ser lançado com Concertos para Piano e Orquestra de Mozart. Torço muito por Jarrett, claro. Um troço desses devia acontecer com o Bush, sei lá, não com cara meio amalucado mas produtivo no melhor sentido.

Este CD é do Jarrett inicial, pré-ECM. É um CD meio selvagem que conta com o “quarteto americano” + o percussionista Guilhermo Franco devidamemente endiabrados. Destaque para Inflight e Backhand.

Backhand

1. Inflight
2. Kuum
3. Vapallia
4. Backhand
5. Victoria

Keith Jarrett (piano, flute, drums)
Dewey Redman (tenor sax, musette, maracas)
Charlie Haden (accoustic bass)
Paul Motian (drums, percussion)
Guilhermo Franco (percussion)

Atlantic Recording Studios, NYC, October 9-10, 1974
Tony May (sound engineer)
Ed Michel (producer)
Impulse AS-9305

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Padre Penalva (1924-2002) – Ágape II e Drummondianas

Caminhando aqui em Curitiba, soube através de um amigo que, bem pertinho da Catedral e da filial do Café do Rato Preto, havia um sebo superlegal. Lá, achei essa raridade do Padre [José de Almeida] Penalva, natural de Campinas, mas radicado na capital paranaense. Pensei que, apesar de contemporâneo, fosse escutar algo à la Padre José Maurício, já que ambos foram sacerdotes (são aquelas imagens que formamos para preencher nosso vazio de informações e que ao virem à realidade se mostram equivocadas).

Que surpresa ao ouvir o Ágape II, principalmente pelo turbulento movimento final e pelo recitante, que intercala orações em grego inteligível ao texto cantado em latim. Depois vi que no encarte do CD que o compositor dizia que essa era a peça que melhor o retratava. Lendo-se as palavras do próprio Padre Penalva (no programa do I Festival Penalva, em 2003), percebe-se que ele não tinha a menor cara de conservador, pelo menos na estética musical:

“Passei pela Vanguarda. Vivi e me decidi por ela. Depois, me apaixonei pela Pós-Vanguarda, que significou uma revolução contra o exclusivismo da Vanguarda. Hoje estamos num paraíso: cada um pode compor da maneira que quiser: pode-se escrever um acorde perfeito ao lado de um cluster, empregar melodias folclóricas dentro de um tecido atonal! Durante muito tempo escrevi música não figurativa que nem eu mesmo entendia, uma música hermética. Hoje prefiro uma música que comunique, que atinja. Acho que a música tem que passar emoção. Eu mesmo sou assim: eu preciso da emoção, eu sinto emoção! Sempre usei todos os meios novos não por eles mesmos, mas subjugando-os à idéia, ao texto, à mensagem. As novas técnicas servem para aumentar a palheta, os recursos usados em direção a este objetivo maior que é a idéia”.
(José Penalva, 1993)

Padre Penalva pertenceu a uma linha de clérigos brasileiros ligados à composição erudita e que foram também membros da Academia Brasileira de Música, linha que inclui o pernambucano Padre Jaime Diniz (antecessor de Penalva na Cadeira 27), o Frei Pedro Sinzig, austríaco naturalizado brasileiro, e o Padre João Batista Lehmann, alemão (sucessor de Sinzig na Cadeira 05).

Por sinal, vocês sabiam da existência da ABM? Pois é, ela (fundada por meu pai em 1945) nunca cogitou a admissão de Roberto Marinho em suas fileiras, daí a falta de mídia da qual não sofre sua correlata na área das Letras. Por sinal, apesar de ela não ser de música clássica ou popular, nominalmente, só entram maestros, compositores, intérpretes e musicólogos de extensa trajetória, ou seja, é preciso no mínimo ser musicalmente alfabetizado. Uma vez perdida, entra um crítico (Luiz Paulo Horta, recentemente admitido na ABL, é membro da ABM há anos e passou a ser a primeira pessoa a integrar ambas as instituições).

As seis Drummondianas, a outra obra original de Penalva no CD, são belas canções para coro feminino com piano ou coro misto à capela. Dentre as cantadas por coro misto, Sub usa um recurso de estilo ouvido de Cromorfonética de Jorge Antunes, chiados diversos imitando um fundo acusmático sobre o qual pairam as vozes principais, e Sinal de apito, peça de música-teatro, segue a trilha das peças corais de Gilberto Mendes.

No mais, as outras peças deste CD do competente Madrigal Vocale não são muito inspiradas. Le regard de Dieu é uma adaptação coral de “um tema do terceiro movimento do segundo concerto para piano” de Scriabin com texto de Teilhard de Chardin. O resto são arranjos de canções folclóricas e populares – na Mini-suíte Arlequim, uma releitura de três clássicos da MPB, tem até uma descaracterização total de Menina, de Paulinho Nogueira. Dá pra passar sem essa.

O texto abaixo também foi extraído do programa do I Festival Penalva.

“José de Almeida Penalva nasceu em Campinas, São Paulo, a 15 de maio de 1924 e faleceu em Curitiba, Paraná, a 20 de outubro de 2002. Sacerdote, compositor, professor, musicólogo, escritor, foi, para todos os que tivemos o privilégio de conhecê-lo, um exemplo de vitalidade e vigor na sua busca por abrir novos caminhos para os seus contemporâneos em direção a uma música sem fronteiras ou preconceitos.

“Na sua grandeza tanto na música quanto na sua humanidade, deixou-nos um modelo de seriedade, sinceridade e simplicidade. Foi um dos mais importantes compositores brasileiros da segunda metade do século XX. Sua música apresenta uma singularidade especial, principalmente quanto à exploração das linguagens (antiga e nova, sacra e secular) e à densidade e à intensidade expressivas.

“Construiu um discurso próprio e inserido no seu tempo, em que comenta e compreende a realidade humana no seu lirismo, na sua leveza e, ao mesmo tempo, no seu drama e na sua busca pela verdade. Autor de uma obra extremamente expressiva, compôs desde música de câmara e peças solísticas para piano até obras orquestrais e corais.

“Usa os mais diversos idiomas contemporâneos, como a música tonal orgânica e inorgânica, dodecafônica, atonal, tonal/modal livre e matérica, que combina a elementos da música brasileira e de épocas passadas, como o canto gregoriano, a polifonia renascentista, o romantismo de Brahms, a música de Schönberg e Webern. Sua produção mais recente integra, ainda, elementos da música de Ligeti, Penderecki e, principalmente, o ecletismo de Schnittke.

Dentro de um discurso que o próprio Penalva classifica de pósvanguardista, faz uma releitura das formas e das linguagens do passado modificando-as, metamorfoseando-as e combinando-as com técnicas da vanguarda e da pós-vanguarda de maneira livre, individual e atual. Sua obra demonstra, de um lado, um compositor preocupado com o lado reflexivo e filosófico da criação; de outro, um músico de humor refinado e de profunda humanidade”.

Elisabeth Seraphim Prosser
Comissão Organizadora do I Festival Penalva

Ágape II

01. Metanóia
02. Doxa
03. Páter
04. Eirene

05. Le regard de Dieu
Scriábin – Transcrição para coro de Padre Penalva – Texto de T. de Chardin

Drummondianas

06. Hotel Toffolo
07. A qualquer tempo
08. A mulinha
09. Sub
10. Sinal de apito
11. Quero me casar

Arranjos de Padre Penalva

12. Casinha pequenina (Tradicional)
13. Cantiga por Luciana (Paulo Tapajós e Edmundo Souto)
14. Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro)

15. Mini-suíte Mania das pessoas

16. Mini-suíte Arlequim

Madrigal Vocale
Regência: Bruno Spadoni

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CVL

Wojciech Kilar (1932 -) – 70th Birthday Concert (2002)

Para mim, Kilar daria um bom nome de enceradeira ou batedeira, mas em vez de fabricar tais peças Wojciech Kilar PROVOU A ÁGUA DO MAR BÁLTICO. Em torno deste mar, reúne-se a grande parte dos maiores compositores de nosso tempo. Estônia, Lituânia e principalmente a grande Polônia banham-se no mar da música de nosso tempo. Krzysztof Penderecki, Henryk Górecki e o amigo de Kieslowski, Zbigniew Preisner formam a vanguarda mais ouvida de nosso tempo. NA QUALIDADE DE SUA MÚSICA, Wojciech Kilar não fica atrás de nenhum dos conterrâneos citados. Como Penderecki e Górecki, pertenceu à vanguarda polonesa dos anos 60, mas a consagração acabou vindo pelas telas dos cinemas. Conscientes que a grandiosidade de sua música era cinematográfica, Roman Polanski e Francis Ford Coppola, começaram a utilizá-la em seus filmes. Espertos. Hoje, Kilar tem duas carreiras: a de compositor erudito e a de criador de trilhas sonoras. Para o cinema, já realizou mais de 50 trilhas para filmes de todo o mundo. Se a maioria deles são filmes poloneses e russos, saiba que se você viu Drácula de Bram Stoker, The Truman Show ou The Portrait of a Lady, você ouviu Kilar.

ESTE CD ALGO MISTERIOSO É UM ACHADO. Gravado ao vivo, trata-se de um registro polonês do concerto comemorativo aos 70 anos de Kilar. Ele estava na platéia. Creio que a Naxos o lançou no Ocidente desmembrado ou misturado a outras obras, pois a mesma turma interpreta Kilar em diversos CDs da gravadora. Mas não há um CD Naxos com este ESPETACULAR REPERTÓRIO. A prova de que o CD existe está abaixo.

Viram? Eu não produzo capas. O CD é de verdade!

Kilar faz uma música absolutamente emocionante. Fiquei impressionado com seu Concerto para Piano e Orquestra (faixas de 2 a 4) e com a inteligência de Exodus. É música erudita moderna de primeira linha, sem maiores indícios de uma vida cinematográfica. Kilar cria movimentos estáticos cuja qualidade deveria deixar Pärt roxo de vergonha e ainda consegue movimentar-se, coisa que o estoniano (nada a ver com membros dos Rolling Stones…) simplesmente não consegue, pois botaram Super Bonder sob seus sapatos e o homem não consegue nem bater o pézinho… INDICO FORTEMENTE ESTE BAITA CD!

Kilar – 70th Birthday Concert

01 – Koscielec 1909 [1976]

02 – Koncert Fortepianowy – I Preludium – Andante Con Moto [1997]
03 – Koncert Fortepianowy – II Corale – Largo Religiosamente [1997]
04 – Koncert Fortepianowy – III Toccata – Vivacissimo [1997]

05 – Bogurodzica [1975]

06 – Exodus [1981]

Orquestra e Coro Filarmônico de Narodowy
Orquestra Filarmônica de Varsóvia
Waldemar Malicki, piano
Antoni Wit

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Ainda helicópteros

Por CELSO LOUREIRO CHAVES

A música mais notória do alemão Karlheinz Stockhausen é o Quarteto de Cordas dos Helicópteros. Mais do que Carré para quatro orquestras e quatro coros ou Sternklangque ocupa um parque inteiro com eventos sonoros, essa música ficou célebre pela proposta improvável de colocar um quarteto de cordas dentro de um quarteto de helicópteros, transmitindo sons e imagens para uma sala de concertos em meio a evoluções aéreas. Só agora, anos depois da estréia de 1995 num festival de música nova na Holanda, foi lançado o DVD com o registro visual da peça, mostrando como tudo se passou, como foi possível transformar em realidade o que Stockhausen diz lhe ter sido revelado em sonho. Não é por nada que a palavra mais presente no documentário é precisamente esta: sonho.

O documentário, chamado simplesmente Helicopter String Quartet – nenhum outro título aguçaria tanto a curiosidade do espectador – foi dirigido por Frank Scheffer, cineasta que já se dedicou a vários outros compositores fundamentais na definição do modernismo musical. A Sinfonia de Luciano Berio foi dissecada por ele em todas as dimensões de texto e subtexto e o mesmo aconteceu com a descrição em vídeo de Éclat do francês Pierre Boulez. Com o seu talento para recolher o inusitado nas personalidade muito conflitantes dos compositores, Frank Scheffer é o cronista ideal do Quarteto dos Helicópteros, cuja proposta percorre simultaneamente o megalomaníaco, o ridículo e o sublime.

O filme de Scheffer deixa passar em branco os problemas de logística da estréia da peça, o desafio de unir instrumentistas e pilotos, violinos e rotores, espaço aéreo e espaço de concerto. A performance completa da peça também passa ao largo, a não ser quando o foco se fecha sobre os momentos finais em que os helicópteros pousam e a música se dissolve em dramaticidade e silêncio. O foco do documentário é a estratégia de ensaios e a motivação, o ímpeto mesmo, que deflagrou uma composição tão bizarra. Primeiramente os músicos são vistos numa mesma sala, conferindo suas partituras com o compositor, detalhe a detalhe. Depois, já separados, os músicos são guiados apenas por fones de ouvido, seguindo o passar do tempo, segundo a segundo. Por fim, os helicópteros entram em cena e a técnica dos instrumentistas tem que se adaptar rapidamente a condições precárias de equilíbrio. Antes de embarcar na aventura, um dos músicos do Quarteto Arditti define a situação: “É a primeira vez na história do universo que músicos voam…!”

Quanto a Stockhausen, autêntico babalorixá coordenando os acontecimentos, parece que nada lhe escapa. O Quarteto dos Helicópteros tem todos os ingredientes para ser apenas um golpe de teatro mas tem um requinte estrutural que só é compreensível porque a música foi escrita em cores diferentes a indicar cada instrumento – ao que os instrumentistas também embarcam em seus helicópteros vestidos com as cores de suas respectivas partituras. Um apressamento indevido aqui, um expressividade um pouco tímida ali – tudo é corrigido por Stockhausen, com um ouvido que se mantém atento mesmo diante de idéias musicais potencialmente absurdas. Perguntam a ele se é o seu primeiro quarteto de cordas. “Sim. Primeiro e último”. E, em seguida, confirma uma das marcas da vanguarda em música, o abandono explícito das formas clássicas dos séculos passados. Mesmo como pianista, Stockhausen nunca escreveu um concerto para piano e nunca aceitou encomendas para compor sinfonias ou sonatas. O próprio quarteto de cordas só foi possível porque um sonho franqueou ao compositor as portas da inventividade. Músicos voando. Era isso.

No acúmulo das informações do documentário de Frank Scheffer, o que mais fica na memória é a sensação de literalidade que invade o Quarteto dos Helicópteros. Mesmo em 1995 já seria possível transformar o sonho de Stockhausen em videogame ou em simulação virtual. Mas não: o compositor é produto dos anos 1950 e, ao que indicam as evidências, só lhe interessava a realização literal da idéia. Helicópteros foram sonhados. Ali estão. Músicos voadores foram imaginados. Ali estão. Diálogos improváveis entre música e motores foi sonhado. Ali estão. Não deixa de ser perturbador que uma música aparentemente tão nova e inédita vá se revelando, na concretização de uma alucinação, tributária de princípios estéticos já superados, quase uma re-interpretação da obra de arte total wagneriana. Por isso, a crônica visual do Quarteto dos Helicópteros é reveladora: há a confirmação explícita dos princípios que nortearam a vanguarda musical mas há também a constatação de que, por modernas que queiram ser, muitas vezes as obras mais esdrúxulas tem mais a dizer do passado do que a apontar para o futuro.

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Banchieri (1558-1634), Telemann (1681-1767), Couperin (1727,1789), Schobert (1740?-1767) – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 17 de 29

Como somos todos pessoas de boa índole, perdoaremos a grande Harmonia Mundi o fato de ter montado um CD com obras tão esplêndidas — verdadeiras redescobertas — e tão díspares. No livrinho que acompanha a caixa de 29 CDs, os CDs numerados de 16 a 20 têm o título geral de “50 anos de Redescobertas”. OK, de acordo; meu desacordo é porque este CD 17 parece um daqueles LP dos anos 70 ou 80 que vinham com gatinhos na capa… Não, Banchieri nada tem a ver com Telemann; Couperin tem pouco a ver com o último e Schobert possui zero de intersecções com todos os anteriores. Não obstante, as obras são todas excelentes e os intérpretes idem.

Disc: 17

BANCHIERI: Barca di Venetia per Padova
1. L’Umor Svegliato –
2. Strepito Di Pescatori –
3. Parone Di Barca E Ninetta –
4. Barcaruolo A Pasaggieri –
5. Libraio Fiorentino –
6. Mastro Di Musica Luchese –
7. Cinque Cantori In Diversi Lengaggi –
8. Venetiano E Thedesco –
9. Madrigale Affetuoso –
10. Madrigale Capriccioso –
11. Mattinata In Dialogo –
12. Dialogo –
13. Mercante Bresciano Et Hebrei –
14. Madrigale Alla Romana –
15. Madrigale Alla Napolitana –
16. Prima Ottava All’Improviso Nel Liuto –
17. Seconda Ottava All’Improviso Nel Liuto –
18. Aria A Imitazione Del Radesca Alla Piamoniese –
19. Barcaruoli Procaccio E Tutti Al Fine –
20. Soldato Svaligiato –
Ensemble Clément Janequin – Dominique Visse

TELEMANN – Overture “La Bizzare”
21. Ouverture –
22. Courante –
23. Gavotte En Rondeau –
24. Branle –
25. Sarabande –
26. Fantaisie –
27. Menuet I – Menuet II –
28. Rossignol –
Akademie für Alte Musik Berlin

L. COUPERIN: Symphony for Harpsichords
29. Allegro Moderato Et Marque –
30. Andante –
31. Presto –
William Christie / David Fuller, cravos

SCHOBERT: Piano Quartet
32. Andante –
33. Menuetto –
34. Allegro –
Luciano Sgrizzi, pianoforte / Chiara Banchini e Véronique Méjean, violins / Philipp Bosbach, cello

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Georges Alexandre César Léopold Bizet (1838-1875) – Carmen – Victoria de Los Angeles, Nicolai Gedda, Thomas Beecham

FDP Bach sai de suas férias blogueiras para fazer uma postagem obrigatória, algo que estou prometendo já há mais de ano.
Quando me propus a postar uma série de óperas, a que me veio  imediatamente à cabeça foi Carmen, de Georges Bizet. E explico o porquê dizendo que é a minha ópera favorita. E não creio que precise dar maiores explicações. Victoria de Los Angeles é a minha Carmen favorita, e sei que muitos vão berrar falando de Callas, mas continuo tendo esta como a minha gravação favorita, que ouço desde que me conheço por gente.

Sinopse da ópera pode ser encontrada aqui.  Maiores informações sobre Bizet também serão encontradas na mesma Wikipedia.

Georges Alexandre César Léopold Bizet (1838-1875) – Carmen – Victoria de Los Angeles, Nicolai Gedda, Thomas Beecham

CD 1

1 Ouverture
2. Scène et Choeur: Sur la place
3 Choeur: Avec la garde montante
4. Récit: C’est bien là, n’est-ce pas
5. Choeur: La cloche a sonné…Dans l’ai, nous suivons des yeux la fumée
6. Récit & Habanera: Quand je vous aimerai?…L’amour est un oiseau rebelle
7. Scène: Carmen! sur tes pas, nous nous pressons tous!
8. Récit: Quels regards Quelle effronterie!
9. Duo: Parle-moi de ma mère!
10.Récit: Reste là, maintenant, pendant que je lirai
11.Choeur: Au secours! Au secours!
12.Chanson & Mélodrame: Mon officier, c’était un querelle
13.Séguedille & Duo: Près des ramparts de Séville
14.Final: Voici l’ordre; partez

Disc 2

1. Entr’acte
2. Chanson bohème: Les tringles des sistres tintalent
3  Récit: Messieurs, Pastia me dit
4. Choeur: Vivat! vivat le Toréro!
5. Couplets: Votre toast, je peux vous le rendre … Toréador
6. Récit: La belle, un mot
7. Récit & Quintette: Eh bien! vite, quelles nouvelles? Nous avons en tête un affaire
8. Récit: Mais qui donc attends-tu?
9. Chanson: Halte là!
10.Récit: Enfin c’est toi!
11.Duo: Tout doux, Monsieur, tout doux
12.La fleur que tu m’avais jetée
13.Duo: Non, tu ne m’aimes pas!…Là bas, là-bas, dans la montagne
14.Final: Holà Carmen! Holà! Holà!

Disc 3

1 Entr’acte
2.Sextuor & Choeur: Ecoute, écoute, compagnon, écoute
3. Récit: Reposons-nous une heure ici, mes camarades
4. Trio: Mêlons! Coupons!
5. Récit: Eh bien?
6. Morceau d’Emsemble: Quant ua douanier, c’est notre affaire
7. Récit & Air: C’est des contrabandiers le refuge ordinaire…Je dis, que rien ne m’épouvante    Janine Micheau/Orchestre National de la Radiodiffusion Française/Sir Thomas Beecham    6:20    $0.99    Buy Track
8. Récit: Je ne me trompe pas….c’est lui sur ce rocher

9. Final: Holà, holà! José

10. Entr’acte
11. Choeur: A deux cuartos! A deux cuartos!
12. Marche & Choeur: Les voici! voici la quadrille
13. Duo: C’est toi!…Carmen, il est temps encore
14. Choeur Final: Viva viva! la course est

Victoria de Los Angeles
Nicolai Gedda
Janine Micheau
Bernard Plantey
Chouers Nationals de la Radiodifusion Française
Petit Chanteurs de Versailles
Orchestre de la Radiodifusion Française
Sir Thomas Beecham – Director

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDP Bach

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas Opp. 54, 57 “Appassionata”, 78 e 90 – CD BÔNUS!!!

Devo estar padecendo de uma enfermidade verdadeiramente grave pois NÃO VI que este CD da DG — que postei domingo passado e que vocês baixaram como se suas vidas dele dependesse — era duplo, ou seja, que continha um CD bônus com uma apresentação ao vivo, ocorrida em 4 de junho de 2002, no Musikverein em Viena… Sacanagem, né? Os caras da Deutsche Grammophon fizeram tudo para me enganar. O aviso 2 CD que tinha na capa era tão grande que não podia ser visto por pessoas de feições intelectuais, que gostam das letras pequenas! E o bônus é um CD pretinho, escondido lá atrás, pra gente não ver e não ouvir… Pura sacanagem. E é um bônus mesmo, são apenas duas sonatas, 33 minutos, tocadas daquele jeito frio e calculista que nos deixa perdidamente apaixonados.

Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

Beethoven – Sonatas Opp. 54, 57 “Appassionata”, 78 e 90

1. Piano Sonata No.24 in F sharp, Op.78 “For Therese” – 1. Adagio cantabile – Allegro ma non troppo
2. Piano Sonata No.24 in F sharp, Op.78 “For Therese” – 2. Allegro vivace

3. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 1. Allegro assai
4. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 2. Andante con moto
5. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 3. Allegro ma non troppo

Maurizio Pollini, piano

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PQP

Richard Wagner – Götterdämmerung – Karajan

Eu havia comentado com o  mano pqpbach de que, devido a falta de tempo, e excesso de trabalho, iria dar um tempo no blog. Mas ao mesmo tempo, fiquei com pena daqueles que ficariam esperando pela conclusão do ciclo. Por isso, então, me propus fazer esta postagem no final deste domingo, e estarei entrando em “férias”por uns dias, talvez de dez a quinze dias.

A postagem de uma obra do porte do Anel dos Nibelungos é muito cansativa. Façam as contas, são 14 cds para ser upados para o rapidshare… haja paciência.. além, é claro, de ter de ouvir toda a obra, para verificar se não tem falhas. Claro que elas passam assim mesmo (as falhas, quero dizer), mas o que quero salientar é que dá muito trabalho, e que irei pensar dez vezes antes de encarar tal empreitada novamente.

Mas como se trata de Wagner, fazemos o esforço. Adoro esta obra, mas não tenho o mesmo conhecimento dela que muitos outros possuem, uma vida dedicada à causa, digamos assim. Minha intenção era torná-la acessível àqueles que ainda não a possuiam. Nada de querer discutir questões referentes à melhor interpretação, ou mesmo questões  ideológicas que a obra de Wagner costuma suscitar. Nada disso. E sempre estarei indicando o melhor lugar para análises mais aprofundadas  da obra, ou seja, minha fonte de informações será sempre a turma do RWB, comunidade especializada em Wagner do Orkut, e moderada pelo Velius. Ali os senhores poderão encontrar dezenas de outras gravações destas obras, inclusive em vídeo.

Em minha humilde opinião, esta gravação de Karajan é a melhor das realizadas em estúdio. Mesmo não tendo as estrelas  wagnerianas que Solti tinha na época em que gravou sua integral, Karajan compensa com uma regência de altíssimo nível, e claro, tendo à disposição um timaço de primeiríssima linha de cantores, alguns com um belíssimo currículo em Bayreuth.

Mas vamos ao que interessa.

Disco 1

01. – Einleitung zum Vorspiel
02. “Welch Licht leuchtet dort”
03. Orchesterzwischenspiel (Tagesanbruch)
04. “Zu neuen Taten, teurer Helde”
05. Mehr gabst du, Wunderfrau, als ich zu wahren weiß
06. Orchesterzwischenspiel (Siegfrieds Rheinfahrt)
07. Szene 1 “Nun hör, Hagen, sage mir, Held”
08. Was weckst du Zweifel und Zwist!
09. “Vom Rhein her tönt das Horn”
10. Szene 2 “Heil Siegfried, teurer Held”
11. Begrüße froh, o Held, die Halle
12. “Willkommen, Gast, in Gibichs Haus”

CD 2

01. Hast du, Gunther, ein Weib (Siegfried, Gunther)
02. Blut-Brüderschaft schwöre ein Eid!
03. “Hier sitz’ ich zur Wacht”
04. Orchesterzwischenspiel
05. Szene 3 “Altgewohntes Geräusch raunt meinem Ohr in die Ferne”
06. “Seit er von dir geschieden, zur Schlacht nicht mehr”
07. “Da sann ich nach Von seiner Seite durch stumme”
08. Blitzend Gewölk, vom Wind getragen, stürme dahin
09. Jetzt bist du mein, Brünnhilde, Gunthers Braut

CD 3

01. Orchestervorspiel
02. Szene 1 “Schläfst du, Hagen, mein Sohn”
03. Orchesterzwischenspiel – Szene 2 “Hoiho Hagen! Müder Mann!”
04. “Hoiho! Hoihohoho! Ihr Gibichsmannen”
05. Szene 4 “Heil dir, Gunther!”
06. “Brünnhild’, die hehrste Frau”
07. Was ist ihr Ist sie entrückt
08. Achtest du so der eigenen Ehre
09. “Helle Wehr! Heilige Waffe!”
10. Szene 5 “Welches Unholds List liegt hier verhohlen”
11. “Dir hilft kein Hirn, dir hilft keine Hand”
12. Muss sein Tod sie betrüben, verhehlt sei ihr die Tat
13. Orchestervorspiel
14. Szene 1 “Frau Sonne sendet lichte Strahlen”
15. Ich höre sein Horn

CD 4

01. Was leid’ ich doch das karge Lob
02. Szene 2 “Hoiho!”
03. “Mime hieß ein mürrischer Zwerg”
04. Was hör’ ich! (Gunther, Hagen, Mannen)
05. Brünnhilde, heilige Braut (Siegfrieds Tod)
06. Trauermarsch
07. Szene 3 “War das sein Horn”
08. “Schweigt eures Jammers jauchzenden Schwall”
09. “Starke Scheite schichtet mir dort”
10. “Mein Erbe nun nehm’ ich zu eigen”
11. Fliegt heim, ihr Raben! (Immolation Scene)
12. “Zurück vom Ring!”

Helge Briliot
Thomas Stewart
Zoltan Kelemen
Karl Ridderbusch
Helga Dernesch
Gundula Janowitz
Christa Ludwig

Chor der Deutsche Opera Berlin
Berliner Philarmoniker
Herbert von Karajan

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FDP Bach

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas Opp. 54, 57 “Appassionata”, 78 e 90

Eu não vou nem começar. Recebi o CD da Amazon na sexta-feira. Ouvi à noite. Pensei uma série de coisas. Depois, li a avaliação dos compradores na Amazon: 11 avaliações, todas elas dando 5 estrelas, ou seja, a nota máxima. Li algumas críticas avulsas. Todas altamente laudatórias. Pensei na pujança de nossa Fundação para Divulgação, Louvor, Discussão e Defesa da Obra e da Visão de Maurizio Pollini sobre a Obra de Compositores Clássicos e Românticos, Tão Hostilizada por Admiradores de Pianistas Mortos e… Dormi como um justo, na certeza de que faria a Alegria de minha co-gestora, co-fundadora e co-lega Lais Vogel, que já deve ter clicado pressurosamente no BAIXE AQUI antes mesmo de ler esta bobagem altamente sincera. O homem é o campeão!

Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

Beethoven – Sonatas Opp. 54, 57 “Appassionata”, 78 e 90

1. Piano Sonata No.22 in F, Op.54 – 1. In Tempo d’un Menuetto 5:06
2. Piano Sonata No.22 in F, Op.54 – 2. Allegretto 5:31

3. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 1. Allegro assai 9:21
4. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 2. Andante con moto 5:59
5. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 3. Allegro ma non troppo 8:01

6. Piano Sonata No.24 in F sharp, Op.78 “For Therese” – 1. Adagio cantabile – Allegro ma non troppo 7:03
7. Piano Sonata No.24 in F sharp, Op.78 “For Therese” – 2. Allegro vivace 2:52

8. Piano Sonata No.27 in E minor, Op.90 – 1. Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck 5:23
9. Piano Sonata No.27 in E minor, Op.90 – 2. Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen 7:21

Maurizio Pollini, piano

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PQP

.: interlúdio :.

11 de setembro é um dia de tristeza, perda.

Ora, faz um ano que Joe Zawinul nos deixou.

Já citei diversas vezes aqui no blog o apreço que tenho pelo pianista austríaco, sempre com seu respeitável bigodão. Não apenas eu; Zowy ganhou mais de 30 (sim, trinta) vezes o prêmio de ‘best keyboardist’ dos críticos da DownBeat. Um dos mais queridos músicos do jazz e muitas vezes homenageado com músicas por seus pares, militou em diversas frentes de vanguarda do jazz – incluindo vários sabores de bop, fusion (o seu Weather Report será sempre a referência) e também third stream, que é o disco desta postagem.

Também já falamos sobre third stream aqui, na postagem do Modern Jazz Quartet. E como é complexo definir esse desejado ponto de encontro entre música clássica e jazz, que o criador do termo diga o que não é:

It is not jazz with strings.
It is not jazz played on ‘classical’ instruments.
It is not classical music played by jazz players.
It is not inserting a bit of Ravel or Schoenberg between be-bop changes–nor the reverse.
It is not jazz in fugal form.
It is not a fugue played by jazz players.
It is not designed to do away with jazz or classical music.

Este Rise and Fall of the Third Stream foi gravado em 1965, durante a passagem de Zawinul pelo quinteto de Cannonball, e antes de seu encontro definitivo com o fusion – nas gravações com Miles a partir de 69. Lançado pela pequena Vortex, é sua segunda gravação como líder. Sua saída para contar a história do third stream foi aliar-se a William Fischer, maestro, arranjador e compositor. Fischer trouxe, além das composições, uma pequena seção de cordas para somar à jazz band, e o resultado é sublime. Música clássica? Eu não saberia dizer onde. Ouve-se jazz modal; sem a presença de temas, é verdade. Há poucos improvisos, e a maior parte das canções foi escrita; mas eles existem. Em muitos momentos até lembra o free jazz, em outras o cool, e também se ouve o elec piano que se tornou marca registrada da sonoridade de Zawinul (especialmente em “The Soul of a Village” – que, atentem, tem as duas partes unidas no mp3 trazido aqui). E o swing afro/black que o tornou famoso.

Rótulos à parte, temos aqui um gênio em formação, experimentando formatos e a si mesmo. Jamais deixaria de ser inquieto, até que um raro câncer de pele o impedisse de tocar. Apreciem. Zowy fazia música longa vida.

Joe Zawinul – The Rise and Fall of the Third Stream (256)
Joe Zawinul: piano, electric piano
William Fischer: tenor sax, arrangements
Jimmy Owens: trumpet
Alfred Brown, Selwart Clarke, Theodore Israel: violins
Kermit Moore: cello
Richard Davis: bass
Roy McCurdy, Freddie Waits: drums
Warren Smith: percussion

download aqui – 67MB
01 Baptismal (Fischer) 7’37
02 The Soul of a Village Part I (Fischer) 2’13
03 The Soul of a Village Part II (Fischer) 4’12
04 The Fifth Canto (Fischer) 6’55
05 From Vienna, With Love (Gulda) 4’27
06 Lord, Lord, Lord” (Fischer) 3’55
07 A Concerto, Retitled (Fischer) 5’30

Boa audição!

Blue Dog

Vários Compositores – Lord Herbert of Cherbury´s Lute Book – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 16 de 29

(Só PQP Bach dá a você um porre não programado de alaúde. É o terceiro post consecutivo em que tal instrumento é protagonista. Como vemos, o alaúde está na crista da onda… Há coisas que só aqui mesmo! Um dia, ainda vamos programar um ciclo de viela de roda!)

Quem mora no sul do Brasil sabe que Odete é um nome típico de nossas respeitadas trabalhadoras de prostíbulos. Então, creio que nosso alaudista Paul O`Dette teria sérios problemas se tivesse nascido em nosso ambiente cheio de preconceitos para com estas trabalhadoras — as quais preferem transferir-se para Portugal e arredores. Uma lástima.

Lord Herbert of Cherbury (1582-1648) era tudo o que Alexandre Soares Silva gostaria de ser. Era um verdadeiro homem da Renascença. Gentleman, diplomata (bem, então não serve para ser um sonho de ASS, pois trabalhava un peau), poeta, historiador, teólogo, soldado (opa!), compositor e alaudista, é mais lembrado por sua controversa autobiografia. Ele foi amigo dos grandes alaudistas e compositores franceses de sua época. Para os momentos de lazer, tinha um caderninho onde anotava suas pecinhas. Ah, também foi professor da Rainha Henriette-Marie na corte da Inglaterra. Neste ponto, cessam minhas informações históricas e peço ajuda à Clara Schumann para descobrir que Rainha é esta. Eu apenas suponho que Lord Herbert tinha um caso amoroso com ela. Ah, mais: ele tratou de importar o alaudista Jacques Gaultier para seu país. Após intensas negociações, Luís XIII vendeu o passe do atleta.

Escrevo todo este besteirol enquanto ouço o CD, que é muito bom. Finalizando aproveito para fazer uma saudação a O`Dette. Belo sobrenome, meu amigo!

LORD HERBERT OF CHERBURY’S LUTE BOOK – Paul O’Dette, lute

CD 16
Lord Herbert of Cherbury’s Lute Book – Various Composers – 76’32

Anônimo
1. ‘En Me Revenant’ – Paul O’Dette
Jacques Gaultier
2. Courante – Paul O’Dette
3. Courante ‘Son Adieu’ – Paul O’Dette
4. Courante Sur ‘J’Avois Brise Mes Fers’ – Paul O’Dette
Anônimo
5. Chacogne – Paul O’Dette
Luc Despond
6. ‘Filou’ – Paul O’Dette
Daniel Bacheler
7. Prelude – Paul O’Dette
8. Fantasie – Paul O’Dette
9. Galliard Upon a Galliard By John Dowland – Paul O’Dette
Robert Johnson
10. Pavin – Paul O’Dette
11. Almaine – Paul O’Dette
Lorenzini di Roma
12. Fantasia – Paul O’Dette
Diomedes Cato
13. Fantasia Sopra ‘La Canzon Degli Uceli’ – Paul O’Dette
Cuthbert Hely
14. Fantasia – Paul O’Dette
15. Fantasia – Paul O’Dette
Robert Johnson
16. Fantasie – Paul O’Dette
Jacob Polonais
17. Ballet – Paul O’Dette
Julien Perrichon
18. Courante – Paul O’Dette
Jacob Polonais
19. Courante Sur Le Courante De Perrichon – Paul O’Dette
20. Sarabande – Paul O’Dette
Cuthbert Hely
21. Fantasia – Paul O’Dette
22. Sarabrand – Paul O’Dette
Daniel Bacheler
23. Pavin – Paul O’Dette
24. Courante – Paul O’Dette
25. Courante – Paul O’Dette
26. Courante – Paul O’Dette
27. ‘La Jeune Fillette’ – Paul O’Dette
28. Pavan – Paul O’Dette

Paul O’Dette, Alaúde

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