Este álbum de Trios, Quartetos e Scherzos para vários instrumentos solistas (flautas transversais, violinos e fagote), mais baixo contínuo, é delicioso. A peças são interpretadas em instrumentos originais por membros de Parnassi Musici — grupaço de Freiburg que tem como destaques o organista e cravista Martin Lutz e o fagotista Sergio Azzolini. Telemann escreveu esses pequenos trios no início dos anos 1700. Não os desejava longos ou difíceis porque queria satisfazer “a música comprada pelo publico” para saraus domiciliares. Mas, vocês sabem, coloquem uma coisa simples na mão de grandes músicos e a coisa ganha graça ou profundidade, às vezes ambos. É o caso.
G. P. Telemann (1681-1767): III Trietti Metodichi e III Scherzi
1 Trietti Methodichi E Scherzi: Trio No. 3 In D Minor, TWV 42:D1: I. Allegro 2:17
2 Trietti Methodichi E Scherzi: Trio No. 3 In D Minor, TWV 42:D1: II. Largo 3:28
3 Trietti Methodichi E Scherzi: Trio No. 3 In D Minor, TWV 42:D1: III. Allegro 3:37
4 Trietti Methodichi E Scherzi: Scherzo No. 3 In D Major, TWV 42:D3: I. Allegro 1:34
5 Trietti Methodichi E Scherzi: Scherzo No. 3 In D Major, TWV 42:D3: II. Largo 3:05
6 Trietti Methodichi E Scherzi: Scherzo No. 3 In D Major, TWV 42:D3: III. Allegro 1:29
7 6 Quatuors Ou Trios: Quartet No. 5 In A Minor, TWV 43:A1: I. Andante 2:26
8 6 Quatuors Ou Trios: Quartet No. 5 In A Minor, TWV 43:A1: II. Divertimento I: Vivace 3:02
9 6 Quatuors Ou Trios: Quartet No. 5 In A Minor, TWV 43:A1: III. Divertimento II: Presto 1:34
10 6 Quatuors Ou Trios: Quartet No. 5 In A Minor, TWV 43:A1: IV. Divertimento III: Allegro 0:41
11 Trietti Methodichi E Scherzi: Trio No. 1 In G Major, TWV 42:G2: I. Allegro 2:01
12 Trietti Methodichi E Scherzi: Trio No. 1 In G Major, TWV 42:G2: II. Grave 3:46
13 Trietti Methodichi E Scherzi: Trio No. 1 In G Major, TWV 42:G2: III. Presto 2:34
14 Trietti Methodichi E Scherzi: Scherzo No. 1 In A Major, TWV 42:A1: I. Allegro 2:09
15 Trietti Methodichi E Scherzi: Scherzo No. 1 In A Major, TWV 42:A1: II. Moderato 3:06
16 Trietti Methodichi E Scherzi: Scherzo No. 1 In A Major, TWV 42:A1: III. Allegro 2:51
17 Quartet In D Minor, TWV 43:D3: I. Adagio 2:05
18 Quartet In D Minor, TWV 43:D3: II. Allegro 1:35
19 Quartet In D Minor, TWV 43:D3: III. Largo 1:15
20 Quartet In D Minor, TWV 43:D3: IV. Allegro 3:01
21 Trietti Methodichi E Scherzi: Trio No. 2 In D Major, TWV 42:D2: I. Vivace 2:24
22 Trietti Methodichi E Scherzi: Trio No. 2 In D Major, TWV 42:D2: II. Andante 3:01
23 Trietti Methodichi E Scherzi: Trio No. 2 In D Major, TWV 42:D2: III. Vivace 2:34
24 Trietti Methodichi E Scherzi: Scherzo No. 2 In E Major, TWV 42:E1: I. Vivace 2:36
25 Trietti Methodichi E Scherzi: Scherzo No. 2 In E Major, TWV 42:E1: II. Largo 2:46
26 Trietti Methodichi E Scherzi: Scherzo No. 2 In E Major, TWV 42:E1: III. Vivace 2:12
CD complicado de aguentar. Essas obras compostas para filmes devem significar alguma coisa para os russos, talvez sejam marcos do desenvolvimento cinematográfico do país, ou seja considerado importante o fato de Shostakovich ter sido pianista de cinema mudo, sei lá. O que sei é que não gosto.
Hamlet Suite
1. Prelude 2:18
2. The Ball at the Palace 3:41
3. The Ghost 1:20
4. In the Garden 3:03
5. Hamlet & Ophelia 3:51
6. Arrival of the Actors 2:11
7. Poisoning Scene 7:26
8. Duel and Death of Hamlet 3:57
National Symphony Orchestra of Ukraine,
Theodore Kuchar
CD 17
Tudo muda aqui. A brasileira Cristina Ortiz dá um banho em dois concertos espetaculares.
Concerto para Piano, Trompete e Cordas, Op. 35 (1933):
Shostakovich foi excelente pianista. Poderia ter feito carreira como virtuose, mas, para nossa sorte, escolheu compor. Foi o vencedor do internacional Concurso Chopin de 1927 e fazia apresentações regulares executando seus trabalhos. O pequeno número de gravações do próprio compositor como pianista talvez deva-se ao fato de ele ter perdido parcialmente os movimentos de sua mão direita ao final dos anos sessenta.
Este concerto é realmente espetacular. Era uma boa época para os concertos para piano. O de Ravel aparecera um ano antes, assim como o 5º de Prokofiev. É coincidente que os três sejam alegres, luminosos, divertidos mesmo. Com quatro movimentos, sendo o primeiro muito melodioso e gentil, os dois centrais lentos e o último capaz de provocar gargalhadas, é um grande concerto. A participação de um trompetista meio espalhafatoso é fundamental, assim como de um pianista que possa fazer rapidamente a conversão entre a música de cabaré e a música militar exigidas no último movimento. Uma vez, assistindo a uma apresentação, vi como as pessoas sorriam durante a audição deste movimento. Não há pontos baixos neste maravilhoso concerto, que ainda traz, em seu segundo movimento, um lindíssimo solo para trompete, além de uma cadenza esplêndida, de ecos beethovenianos.
Shostakovich foi o pianista de sua estréia, em 1933, na cidade de Leningrado.
Concerto Nº 2 para Piano e Orquestra, Op. 102 (1957):
Concerto dedicado ao filho pianista Maxim Shostakovich. É um autêntico presente de pai para filho. Alegre, brilhante e cheio de brincadeiras de caráter privado como a inacreditável inclusão – no terceiro movimento e totalmente inseridos na música – de exercícios que seu filho praticava quando era estudante do instrumento… E não se surpreenda, o primeiro movimento deste concerto é conhecido entre as crianças que vêem desenhos da Disney. É a música que é executada durante o episódio do Soldadinho de Chumbo em Fantasia 2000. Quando ouço esta música em casa, sempre um de meus filhos vem me dizer “olha aí a música do Soldadinho de Chumbo”. É claro que a música não tem nada a ver com a história infantil; Shostakovich fez um belo concerto para seu filho, de atmosfera delicada e afetuosa. O primeiro movimento (Allegro) começa com uma rápida introdução orquestral em seguida à qual entra o piano. De acordo com a prática habitual de Shostakovich, o tema inicial é um pouco mais poético do que o segundo, de entonação mais vigorosa e rítmica.
Dois movimentos vivos e felizes cercam um melancólico, tocante e melodioso segundo movimento. A inspiração óbvia para este concerto foi o Concerto em Sol Maior (1931) de Ravel. Leonard Bernstein deu-se conta disto e gravou um de seus melhores discos em 1978, acumulando as funções de pianista e regente nos dois concertos. Se este concerto não arrancar algum sorriso do ouvinte, este necessita de urgentemente de anti-depressivos.
Piano Concerto No. 1 in C minor for piano, trumpet & strings Op. 35
1. Allegro-moderato-allegro-vivace-moderato 6:05
2. Lento 7:13
3. Moderato 1:58
4. Allegro con brio 6:42
Piano Concerto No. 2 in F major Op. 102
5. Allegro 7:27
6. Andante 6:48
7. Allegro 5:39
Cristina Ortiz, piano
Bournemouth Symphony Orchestra,
Paavo Berglund
CD 18
Não preciso apresentar David Oistrakh, certo?
Concerto para Violino Nº 1, Op. 99 (1947-48):
Outra obra-prima. É incrível que este concerto tenha recebido tão poucas gravações. Quando Maxim Vengerov e Mstislav Rostropovich o gravaram em 1994 para a Teldec, o resultado foi que o CD acabou sendo considerado o melhor do ano pela revista inglesa Gramophone e também, se não me engano, pela francesa Diapason. Dedicado a David Oistrakh, teve sua estréia realizada apenas em 1955, em razão dos problemas que o compositor arranjou com Stalin e com o Relatório Jdanov, já discutidos na primeira parte desta série.
Shostakovich o considerava uma sinfonia para violino solo e orquestra. A comparação é apropriada. Não apenas a estrutura em quatro movimentos, mas também sua longa duração (40 minutos), são exageradas para o comum dos concertos. Apesar de termos aqui a primeira e significativa aparição de melodias baseadas no motivo DSCH – o que será melhor explicado no comentário da Sinfonia Nº 10 -, apesar de tal tema aparecer no segundo movimento, esta obra tem seu coração no terceiro movimento Passacaglia – Andante. São nove variações sobre o mesmo tema em que somos lentamente levados do clímax para a calma e não ao contrário, o que é mais comum. A orquestra vai pouco a pouco deixando a voz individual do violino levar a música até uma longa cadenza, que alguns consideram um movimento a parte que se liga organicamente ao movimento final. Um espanto!
Concerto para Violino e Orquestra Nº 2, Op. 129 (1967):
Um dia, Shostakovich resolveu escrever algo bem complicado e difícil para que Oistrakh passasse o maior trabalho. E fez este Concerto Nº 2. É complicado até de ouvir, não obstante a curiosidade dos “intensos diálogos” e repetições que o violino faz com insrumentos da orquestra. Não é um mau concerto, mas, bá, é complicadíssimo!
Violin Concerto No.1 in A minor Op.99
1. Nocturne 11:52
2. Scherzo 6:18
3. Passacaglia, andante, cadenza- Burlesque, allegro con brio 18:19
Violin Concerto No.2 in C sharp minor Op.129
4. Moderato 11:56
5. Adagio, adagio- allegro 16:17
Weber é um compositor extremamente citado em todo o compêndio de história da música. Influenciou basicamente toda a sua geração posterior, e, ao que consta, foi um grande reformador da ópera alemã. Confesso que conheço muito pouco dele, algumas árias e coros mais famosos, além das obras instrumentais, suas duas sinfonias e seus concertos (para clarinete, fagote e piano). Bem, a julgar por estas obras, eu sempre me perguntava: mas onde diabos acham esse cara importante? um compositor bastante mediano, em alguns momentos frívolo, mais de efeitos que de causas, com material musical de densidade duvidosa e temas pouco cativantes. Pensei cá comigo que ele deveria ter deixado sua melhor fatia de inspiração para as óperas, e, por ser um compositor de transição clássico-romântico, suas aberturas deveriam refletir boa parte do material musical destas. Fui lá eu então, procurar onde estava a genialidade do Weber. Ouvi inteiro, de cabo a rabo, e fora as aberturas populares que eu já conhecia (Oberon e o Franco-atirador), continuei na mesma: cadê o tal genial Weber? Nada…
Cheguei à conclusão que Weber deve ter sido um compositor destes que ficam na moda um certo tempo, mas que conseguiu firmar uma determinada característica na linguagem da ópera que o fez permanecer como referência mesmo após sua música sair de moda. E foi isso que sobrou: referência.
Não conheço sua óperas na íntegra, e não duvido que tenham momentos extraordinários, mas, dessas aberturas, vou dizer: ô carinha chato de ouvir.
A boa notícia é que este disco é maravilhosamente bem interpretado, Wolfgang Sawallisch é um maestro de primeiríssima grandeza. A gravação original é de 1959, e o som é incrivelmente bom para esta idade. Ele foi relançado em 1988 (capa da Amazon acima) e depois em 2005 pela mesma EMI, com esta capa:
Carl Maria von Weber (1786-1826)
Euryanthe Overture J291
Der Beherrscher der Geister (Ruler of the Spirits) Overture J122
Abu Hassan Overture J106
Jubel-Ouverture J245
Preciosa Overture J279
Oberon Overture J306
Der Freischütz Overture J277
Philharmonia Orchestra
Wolfgang Sawallisch
EMI, 1959
Diferente dos meus primeiros posts de Franck e de Pachelbel, desta vez não coloco o título “O órgão essencial de…”
Por quê? Porque não acho que este disco dê a conhecer suficientemente este magnífico compositor a ponto de merecer o título “O essencial de”.
E por quê o estou postando mesmo assim?
Porque, acreditem ou não, não estou encontrando outra gravação deste compositor não só magnífico como também chave na história da música: um dos que operaram a transição Renascença-Barroco paralelamente a Monteverdi. Talvez se possa inclusive dizer que este fez a transição na Europa do Sul, aquele na Europa do Norte. (E, coincidência engraçada, cada um deles baseado numa “cidade dos canais”: Veneza, “a Amsterdam do Sul”, e Amsterdam, “a Veneza do Norte”).
Enfim, senhores, tenham certeza: Sweelinck é mais.
Mas não por isso deixem de baixar este disco que, apesar de ser menos do que podia, ainda assim já me rendeu tantas e tantas horas de encantamento e serenidade sensível (diferente de “sentimental”!)
Aliás, querem saber em que ponto é que eu encrenco com este disco? Lembro que em 1980 e pouco eu conversava com um amigo baixista da noite, e dizia deplorar a invasão das baterias eletrônicas. Disse-lhe que a música perdia coração, perdia vida, já que o músico humano sempre deixa escapar certas oscilações e irregularidades no tempo – o que, longe de ser um defeito, é um dos elementos fundamentais da expressividade da música. E aí ele me disse: “pois é, mas as mais novas já vem com um botão chamado humanizer, o “humanizador”, que introduz artificialmente algumas irregularidades pra deixar a música mais natural…”
Aí está. Desculpem de coração os tantos que gostam dele, mas para mim Gustav Leonhardt é uma ovelha branca que ainda não entendo como foi aceita no movimento de restauração da autenticidade da música antiga. Chego a suspeitar que se trate de um robô: um robô que toca todas as notas com perfeição, mas foi construído antes da invenção do humanizer. Ou seu metrônomo está regulado da velocidade fixa “x”, ou na velocidade fixa “y”, definitivamente não sabe oscilar, gingar, fazer uma transição.
E nunca vou esquecer a lição que o Padre Penalva costumava proclamar em todo ensaio aos seus coralistas, em Curitiba: “mais vale a bossa que a nota”.
(E apesar disso tudo… eu se fosse vocês não perdia esta escassa oportunidade de ouvir o inspirado Sweelinck – nome que, em tempo, os holandeses pronunciam ‘suêilink’).
Jan Pieterszoon Sweelinck (1562-1621) Fantasias, Tocatas e Variações para órgão
A1 Echo-Fantasie (Fantasia em Eco) n.º 12, em la 4:20
A2 Da pacem, Domine, in diebus nostris (variações) 8:43
A3 Hexachord Fantasie 9:50
B1 Fantasie n.º 4, em re 13:55
B2 Puer nobis nascitur / Ons is gheboren (variações) 3:30
B3 Toccata n.º 17, em la
Gustav Leonhardt ao órgão da St.Jakobskerk, Den Haag (Haia)
Gravação original em LP (vinil): Harmonia Mundi, 197?
Digitalizado por Ranulfus, jul. 2010
Gidon Kremer e sua KREMERata Baltica costumam fazer abordagens criativas e competentes a repertórios aos quais estamos acostumado a ouvir da forma original. Ele e seu conjunto foram extremamente felizes nesta recriação destas obras finais de Shosta. Poderiam cair no ridículo, mas vão lá no fundo e voltam com pérolas.
Baita CD!
Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sonata para Violino / Sonata para Viola (com Orquestra de Cordas!) (Kremer, Bashmet, Kremerata Baltica)
1. Sonata for Violin and Piano, Op.134 – 1. Andante Gidon Kremer 10:56
2. Sonata for Violin and Piano, Op.134 – 2. Allegretto Gidon Kremer 6:30
3. Sonata for Violin and Piano, Op.134 – 3. Largo – Andante – Largo Gidon Kremer 15:03
Orchestrated by Michail Zinman; percussion arranged by Andrei Pushkarev
4. Sonata for Viola and Piano, Op.147 – 1. Moderato Yuri Bashmet 11:40
5. Sonata for Viola and Piano, Op.147 – 2. Allegretto Yuri Bashmet 7:04
6. Sonata for Viola and Piano, Op.147 – 3. Adagio Yuri Bashmet 17:00
O dia 8 de Março é mundialmente famoso por ser o dia Internacional da Mulher. Poucos lembram ou sabem, que nesta mesma data, há 100 anos atrás, as tecelãs de São Petersburgo fizeram uma greve histórica, que acabou por ser o estopim daquilo que hoje conhecemos como a Revolução Russa. Cansadas pelas jornadas de trabalho extenuantes e em péssimas condições, que lhes dava um salário miserável, cansadas da participação do regime czarista na guerra imperialista entre as potências europeias, as tecelãs de São Petesburgo pararam a produção no dia 8 de Março (que no calendário Juliano era 23 de Fevereiro), data que era celebrada como Dia Internacional da Mulher desde 1914. Por terem iniciado a revolução que foi o maior paradigma do século XX, essas mulheres são lembradas e homenageadas na mesma data até hoje.
Para homenagear os 100 anos dessa greve histórica, venho postar a Magnum Opus de Frederic Rzewski: “The People United Will Never Be Defeated!” (O Povo Unido Jamais Será Vencido!). Baseada na composição de Sergio Ortega e o grupo Quilapayún, “El pueblo unido jamás será vencido“, que também compuseram o famoso hino da campanha de Allende, “Venceremos“. A obra foi composta por Rzewski em 1975, em homenagem à luta do povo chileno contra um regime que derrubou o presidente eleito Salvador Allende e instaurou a ditadura militar de Augusto Pinochet.
A música contém referências a outras lutas da esquerda, como citações à tradicional canção socialista italiana “Bandiera Rossa” e a “Canção da Solidariedade” de Bertolt Brecht e Hanns Eisler.
É uma obra excêntrica. O pianista deve usar técnicas incomuns, como por exemplo gritar, bater a tampa do piano e coisas do tipo. Tipicas técnicas de vanguarda do século XX. Mas não se preocupem, a maior parte da obra é tonal, usando muita da linguagem do romantismo do século XIX, mas misturando tonalidade diatônica, musica modal, e técnicas seriais. Assim como as Variações Goldberg de Bach, o tema inicial é repetido ao final.
Para além dos aspectos técnicos, a música é uma bela homenagem às lutadores e aos lutadores que tentaram fazer do nosso mundo um lugar melhor para se viver.
Viva a greve das tecelãs de São Petersburgo! Feliz dia Internacional das mulheres! 100 anos de Revolução Russa!
Frederic Rzewski (1938):
The People United Will Never Be Defeated!
36 Variations on “El pueblo unido jamas sera vencido” by Sergio Ortega
1 Theme — With determination (1:20)
2 Variation 1 — Weaving: delicate but firm (0:50)
3 Variation 2 — With firmness (0:52)
4 Variation 3 — Slightly slower with expressive nuances (1:09)
5 Variation 4 — Marcato (0:59)
6 Variation 5 — Dreamlike, frozen (1:02)
7 Variation 6 — Same tempo as beginning (1:07)
8 Variation 7 — Tempo (Lightly, impatiently) (0:58)
9 Variation 8 — With agility; not too much pedal; crisp (1:08)
10 Variation 9 — Evenly (1:00)
11 Variation 10 — Comodo, recklessly (1:00)
12 Variation 11 — Tempo I, Like fragments of an absent melody — in strict time (0:58)
13 Variation 12 (1:09)
14 Variation 13 — ♩ = 72 or slightly faster (1:34)
15 Variation 14 — A bit faster, optimistically (1:34)
16 Variation 15 — Flexible, like an improvisation (1:14)
17 Variation 16 — Same tempo as preceding, with fluctuations (1:21)
18 Variation 17 — L. H. strictly half note = 36, R. H. freely, roughly as in space (1:00)
19 Variation 18 (1:26)
20 Variation 19 — With Energy (0:37)
21 Variation 20 — Crisp, precise (0:35)
22 Variation 21 — Relentless, uncompromising (0:53)
23 Variation 22 — ♩ = 132 (0:48)
24 Variation 23 — As fast as possible, with some rubato (0:28)
25 Variation 24 — ♩ = 72 (2:00)
26 Variation 25 — ♩ = ca. 84, with fluctuations (1:55)
27 Variation 26 — ♩ = 168 In a militant manner (1:09)
28 Variation 27 — ♩ = 72 Tenderly, and with a hopeful expression (4:46)
29 Variation 28 — ♩ = 160 (1:22)
30 Variation 29 — ♩ = 144–152 (0:32)
31 Variation 30 — ♩ = 84 (2:18)
32 Variation 31 — ♩ = 106 (0:55)
33 Variation 32 (0:57)
34 Variation 33 (0:58)
35 Variation 34 (1:02)
36 Variation 35 (1:03)
37 Variation 36 (1:22)
38 Improvisation (2:38)
39 Theme — Tempo I (2:40)
Ursula Oppens, piano
Four Hands
40 I. ♩ = 96~104 (6:06)
41 II. senza misura (ca. 30” per line) (3:14)
42 III. ♩ = 72 (1:28)
43 IV. ♩ = 96 (5:05)
Um bom CD. Por alguma razão, o estilo de Sibelius fica ótimo nas mãos de Karajan e, principalmente nas dos filarmônicos de Berlim. Pode-se dizer que HvK tenha dirigido sua orquestra com o freio de mão puxado, mas isso ficou maravilhoso na melhor das sinfonias do finlandês, a sétima. A gravação de HvK da sétima só perde mesmo para Mravinsky e a orquestra de Leningrado. O CD duplo, da série The Originals, traz, além das sinfonias de 4 a 7, os poemas sinfônicos Tapiola e O Cisne da Tuonela. Um disco muito legal para ser ouvido neste ano em que Sibelius faz 150 anos de nascimento.
Jan Sibelius (1865-1957): Sinfonias Nros. 4 a 7 / Tapiola / O Cisne da Tuonela
Symphonie Nr. 4 Op. 63
01. I Tempo molto moderato, quasi adagio
02. Allegro molto vivace
03. Il tempo largo
04. Allegro
05. O Cisne da Tuonela op. 22 No. 3
Symphony No. 5 Op.82
06. Tempo molto moderato – Largamente 9:32
07. Allegro moderato – Presto 4:40
08. Andante mosso, quasi allegretto 8:22
09. Allegro molto
10. Symphony No. 6 in D Minor – Allegro molto moderato
11. Symphony No. 6 in D Minor – Allegretto moderato
12. Symphony No. 6 in D Minor – Poco vivace
13. Symphony No. 6 in D Minor – Allegro molto
14. Symphony No. 7 in C Major – Adagio
15. Symphony No. 7 in C Major – Vivacissimo – Adagio
16. Symphony No. 7 in C Major – Allegro molto moderato – Allegro moderato
17. Symphony No. 7 in C Major – Vivace – Presto – Adagio – Largamente molto
Para homenagear as mulheres nesta semana, eis alguns posts cujo destaque são as mulheres compositoras.
E começo pelo prodígio Lili Boulanger, que faleceu precocemente aos 24 anos, mas não sem, aos 19, simplesmente abocanhar o Prêmio de Roma, o mais cobiçado concurso de composição da Europa. Em outro post sobre ela, o colega fdp mencionou, muito a propósito: “Lili Boulanger viveu pouco, porém intensamente, e era a irmã mais nova de Nadia Boulanger, também compositora e professora de piano e composição. Morreu com apenas 24 anos de idade, porém mesmo assim influenciou diversos compositores que vieram a se destacar no século XX, como Arthur Honneger.”
Esta obra que aqui apresento, Faust et Hèléne, é justamente a obra que a fez ganhar o Prêmio, e impressionou até mesmo críticos ácidos como Debussy, que na época escrevia crítica musical em Paris. É impressionante. Formal e criativamente, uma obra densa, povoada por ideias musicais brilhantes, e sobretudo por uma visão apaixonada do assunto, só que pelo lado feminino, coisa que na música infelizmente não estamos acostumados. Poderíamos, a título de comparação, pensar: “como seria musicalmente descrito o amor de Tristão por Isolda se ele fosse composto por uma mulher?”. Bem, salvaguardadas as devidas proporções, este é um belo exemplo.
As demais peças são puro deleite, pequenos poemas orquestrais de avassaladora intimidade, e dois salmos inspiradíssimos, que revelam um talento incomum, cuja distinção não passa despercebida por ninguém. Cuidado: pode ser paixão à primeira vista.
Lili Boulanger (1893-1918)
Psalm 24, “La terre appartient a l’Eternel”
Faust et Hèléne
D’un soir triste
D’un matin de printemps
Psalm 130, “Du fond de l’abime”
Lynne Dawson, soprano
Ann Murray, mezzo-soprano
Bonaventura Bottone, tenor
Neil MacKenzie, tenor
Jason Howard, bass
City of Birmingham Symphony Chorus
BBC Philharmonic
Yan Pascal Tortelier
CHANDOS, 1999
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Arquivo FLAC (sem perda de qualidade), 310Mb
Há pouco mais de um mês, vi Andris Nelsons à frente da Philharmonia Orchestra, em Londres, regendo a 9ª Sinfonia de Bruckner e o Concerto Nº 27 de Mozart para Piano e Orquestra (pianista: o extraordinário Paul Lewis). O letão de apenas 38 anos é algo de extraordinário e é compreensível que tenha havido uma verdadeira guerra entre várias orquestras para contratá-lo como maestro titular. Ele hoje é titular da Boston Symphony Orchestra e da Leipzig Gewandhaus Orchestra, apenas. Li no The Guardian que só não é o próximo titular da Filarmônica de Berlim em razão de compromissos assumidos com várias orquestras e que não quis cancelar por questões de ética pessoal. Sua concepção da 2ª Sinfonia de Sibelius aponta para uma grande imaginação e respeito para com o compositor. Sibelius não é um autor vulgar, mas seu enorme sucesso popular, principalmente nos EUA, durante boa parte do século XX, gerou uma série de gravações que o diminuíram bastante. Agora, uma nova geração de regentes, como Nelsons e Søndergård, está repondo as coisas no lugar. Confiram se minto! (Gravação gloriosamente ao vivo).
Richard Wagner (1813-1883): Abertura “Tannhäuser” / Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonia Nº 2, Op. 43
01. Wagner: Overture to “Tannhäuser”
Sibelius: Symphony No. 2 in D, Op. 43
02. Allegretto
03. Tempo Andante, ma rubato
04. Vivacissimo
05. Finale: Allegro moderato
Grigory Sokolov (1950) é um artista excepcional, uma lenda. Ele é considerado um dos maiores pianistas vivos e é adorado pelo publico em concertos sempre esgotados. Seu álbum de estreia na Deutsche Grammophon foi um enorme sucesso e é ainda o disco mais vendido pelo selo em 2016. Sokolov retorna com mais uma excelente gravação ao vivo — realizadas durante concertos em Varsóvia e Salzburgo — como gosta de fazer. Eu também as prefiro aos registros 100% corretos — e às vezes engessados — dos estúdios de gravação. O repertório é absolutamente fantástico. Vamos dos melodiosos Impromptus de Schubert, fazendo um descanso nas três peças para piano do mesmo compositor e para depois adentrar a mais lenta Sonata Hammerklavier que conheço. São 53 minutos! Depois vamos para a leveza de Rameau e finalizamos com a densidade de Brahms. E, curiosamente, tudo combina direitinho. Um CD que está no mais sublime grau de poesia e intimidade.
Schubert / Beethoven / Rameau / Brahms: Impromptus / Hammerklavier e outras peças
CD1: Franz Schubert – Impromtus D 899
1. No.1
2. No.2
3. No.3
4. No.4
Franz Schubert – Three Piano Pieces D 946
5. No.1
6. No.2
7. No.3
CD2: Ludwig van Beethoven – Piano Sonata No.29, Op.106 ‘Hammerklavier’
01. I. Allegro
02. II. Scherzo. Assai vivace
03. III. Adagio sostenuto
04. IV. Largo – Allegro risoluto
Jean-Philippe Rameau
05. Premier livre de pieces de clavecin / Suite In D Minor-Major (1724) – 2. Les tendres plaintes (Live)
06. Premier livre de pieces de clavecin / Suite In D Minor-Major (1724) – 17. Les tourbillons (Live)
07. Premier livre de pieces de clavecin / Suite In D Minor-Major (1724) – 18. Les cyclopes (Live)
08. Premier livre de pieces de clavecin / Suite In D Minor-Major (1724) – 15. La follette (Live)
09. Nouvelles suites de pièces de clavecin / Suite In G Major – 6. Les sauvages (Live)
Venho convidar a todos para as três apresentações do Requiem de Mozart no Teatro Bradesco. As récitas contarão com três breves palestras introdutórias minhas.
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Essas apresentações, que contam com o apoio do Música e Sociedade, estão ao cargo da Orquestra Acadêmica de São Paulo e do Coral da Cidade de São Paulo, sob a batuta do regente Luciano Camargo e acontecerão nos dias 29 e 30 de abril, às 21 horas, e no dia 1º de maio às 19:00. As palestras introdutórias acontecem uma hora antes.Espero vocês lá!
Orquestra Acadêmica de São Paulo
Coral da Cidade de São Paulo
Regência: Luciano Camargo
Solistas: Caroline De Comi, Marcela Rahal, Anibal Mancini e Guilherme de Oliveira
Realização: Associação Coral da Cidade de São Paulo
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Horários e local
Sábado, 29 de abril de 2017 – 21:00 (Palestra às 20:00)
Domingo, 30 de abril de 2017 – 19:00 (Palestra às 18:00)
Segunda-feira, 1º de maio de 2017 – 19:00 (Palestra às 18:00)
Um excelente disco que inclui até algumas world premières de Sibelius. O finlandês Osmo Vänskä, chefe de orquestra na pequena Lahti, no sul da Finlândia, perto de Helsinque, é um maestro de primeira linha e, bem estamos 100% entre finlandeses. E eles demonstram que sabem o que fazem com seu conterrâneo. É o sotaque de Sibelius, sem tirar nem por. Não adianta, se o país de origem do compositor tiver grandes músicos, boa parte das melhores gravações dos caras sairão de lá. Ainda mais se forem compositores que não entraram ou que estão ainda chegando ao ícone. Infelizmente, não encontrei o nome das notáveis cantoras da faixa 8. Ah, e Faixas 1, 5 e 6 são World Première Recordings.
Jean Sibelius (1865-1957): Seriously
1. In Memoriam, funeral march for orchestra, Op. 59 Versão de 1909
Two Serious Melodies For Cello And Orchestra, Op.77
2. Earnest melodies (2), for cello & orchestra, Op. 77: No. 1. Cantique (Laetare anima mea). Moderato assai
3. Earnest melodies (2), for cello & orchestra, Op. 77: No. 2. Devotion (Ab imo pectore). Tempo molto moderato
4. Presto, for string quartet (or string orchestra) in D major
5. Lemminkäinen in Tuonela, tone poem for orchestra (Lemminkäinen Suite No. 2), Op. 22/2
6. Humoresques (2) for violin & orchestra, Op. 87b: No. 1
Three Pieces For Orchestra, Op.96
7. Pieces (3) for orchestra, Op. 96: a. Valse lyrique. Poco moderato
8. Pieces (3) for orchestra, Op. 96: b. Autrefois. Allegretto
9. Pieces (3) for orchestra, Op. 96: c. Valse chevaleresque. Comodo
10. In Memoriam, funeral march for orchestra, Op. 59, versão de 1910
Marko Ylönen, violoncelo
Jaakko Kuusisto, violino
Lahti Symphony Orchestra
Osmo Vänskä
Por favor, não olhe para a capa ao lado. Sua feiura é a antítese de Mravinsky! Mas também a qualidade do som é a antítese do finíssimo maestro da lendária orquestra de Leningrado. O CD vale (e muito) pela concepção dadas as obras. Mravinsky (1903-1988) foi um sábio. Sob comando de Mravinsky, a Orquestra Filarmônica de Leningrado ganhou justa reputação internacional, particularmente interpretando a música russa. Ele foi o campeão indiscutível de Tchaikovsky e Shostakovich. Tudo com sotaque russo. Durante a Segunda Guerra Mundial, Mravinsky e a orquestra foram evacuados para a Sibéria. Tudo para manter a orquestra. Entre as interpretações lendárias de Mravinsky estão seis sinfonias de Dmitri Shostakovich: a Sinfonia n.º 5, Sinfonia n.º 6, Sinfonia n.º 8, Sinfonia n.º 9, Sinfonia n.º 10 e Sinfonia n.º 12. Tais sinfonias foram estreadas por ele, OK? Mravinsky fez gravações de estúdio entre o período de 1938 a 1961. Suas gravações após 1961 foram feitas em concertos ao vivo. A sua última gravação aconteceu em abril de 1984, interpretando a Sinfonia n.º 12 de Dmitri Shostakovich. Na 13ª de Shosta há uma história muito feia e quem saiu com a imagem maculada foi o estado russo e Mravinsky. Já Shosta, Kondrashin e Yevtushenko saíram como heróis. Mas hoje é dia de celebrar o velho Mrav.
Richard Wagner (1813 -1883) – Siegfried’s Funeral March, from Götterdämmerung
01. Siegfried’s Funeral Mach, from Götterdämmerung
Ernest Chausson é um compositor que deveria fazer parte de nosso dia-a-dia musical. Considerando a música pós-romântica francesa, que tiveram nomes como D’Indy, Fauré, Pierné, Dukas e Duparc, a sua obra se destaca como uma das mais bem acabadas, de um refinada arquitetura e um discurso musical límpido, avesso à prolixidade.
Mais uma vez nos perguntamos o porquê de sua música, como de tantos outros em condições similares, ser tão negligenciada. Só nos resta saborear esta arte incomum, não para fazer jus à sua qualidade, mas simplesmente porque é música boa mesmo.
Chausson, como tantos outros de sua geração, também foi enfeitiçado por Wagner, cuja influência é bastante nítida, mas seu toque francês inconfundível trata a matéria sonora com singular bom gosto, com toda a sutileza que lhe é inerente. Uma fusão da grandiloquencia wagneriana com a severidade arquitetônica de um César Franck ou de um Brahms, que também Chausson admirava profundamente. A Sinfonia em Si bemol é sua única obra do gênero, e é realmente espantosa pela maneira como consegue não cair nos modelos saturados de padrões sinfônicos dos discursos pós-românticos germânicos. É música clara, original e grandiosa.
Os poemas sinfônicos que a seguem são igualmente belos, com nítido destaque para Viviane, inspirado nas lendas do Rei Arthur, que nutriam em Chausson fascínio especial (aliás, este era um tema recorrente em Chausson, sua única ópera versa sobre este assunto) e A Tempestade, sobre Shakespeare, outro tema caro aos compositores do romantismo extendido. Consta ainda que esta que foi a primeira obra a utilizar a Celesta, dois anos antes de Tchaikovsky em seu poema sinfonico Voyoveda e depois no Quebra-Nozes (dizem que Tchaikovsky esperneou porque queria ter sido o primeiro a usar, mas isso também é lenda).
Ernest Chausson (1855-1899)
Symphony in B-flat, op.20
Viviane, op.5
Soir de Fête, op.32
La Tempête, op.18
BBC Philharmonic Orchestra
Yan Pascal Tortelier
CHANDOS, 1999
Dentre o mar de regentes, uso poucos como tábuas certas de salvação: Fricsay, Kleiber, Wand, Celibidache, Abbado, Bernstein, Temirkanov, Gardiner, Rattle. Neste século, Dudamel e Nelsons. Mas, de todos eles, o cara no qual confio mesmo é Bernard Haitink. Chegando aos 88 anos, o ex-violinista tem tantas gravações de grande qualidade como regente que dá para preencher paredes de CDs. Seus anos de Concertgebouw, Londres e Boston foram brilhantes. Vi-o recentemente em ação, à frente da Chamber Orchestra of Europe, com Alina Ibragimova. Está com tudo em cima, regendo como nunca. Aqui temos um registro recente de um concerto realizado em Munique em junho de 2016. Haitink, ao vivo, faz uma 3ª de Mahler bem diferente de suas gravações do século XX. A sinfonia está mais delicada e próxima do texto-programa do compositor. Ou seja, Haitink não estava confortável no cânone de grandiosidade normalmente utilizado. Mesmo no Olimpo, ainda se incomoda. E é notável como tudo ganhou uma vida diferente. As bandas militares da infância de Mahler ficaram mais lúdicas. A poesia é poesia — Haitink respeitou minuciosamente o modo rarefeito com que a orquestra é tratada e sublinha este fato com clareza. Enfim, não dá para deixar passar. Trata-se de algo que deve ser ouvido.
Haitink em 1984
Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3
01. Symphony No. 3 in D Minor_ I. Kräftig. Entschieden
02. Symphony No. 3 in D Minor_ II. Tempo di menuetto. Sehr mäßig
03. Symphony No. 3 in D Minor_ III. Comodo. Scherzando
04. Symphony No. 3 in D Minor_ IV. Sehr langsam. Misterioso
05. Symphony No. 3 in D Minor_ V. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck
06. Symphony No. 3 in D Minor_ VI. Langsam. Ruhevoll. Empfunden
BERNARD HAITINK
Conductor
GERHILD ROMBERGER
Mezzosoprano
AUGSBURGER DOMSINGKNABEN
Director: Reinhard Kammler
FRAUENCHOR DES BAYERISCHEN RUNDFUNKS
Director: Yuval Weinberg
SYMPHONIEORCHESTER DES BAYERISCHEN RUNDFUNKS
Este é um CD com belas interpretações de Cantatas menores de J. S. Bach. Kuijken e sua turma — onde está a notável e bela mezzo-soprano Magdalena Kožená — Lady Simon Rattle desde 2008 — saem-se conforme o esperado, mas, pô, podiam ter colocado ao menos uma cantatinha de primeira linha, né? Ao menos esta é a opinião de PQP Bach, a qual vale pouco. Eu baixaria o CD. Sua sonoridade é majestosa e deixa a gente feliz só pelos timbres e competência dos envolvidos. Sigiswald Kuijken é um mestre absoluto.
(1-7) Kantate / Cantata Bwv 9: Es Ist Das Heil Uns Kommen Her
(8-15) Kantate / Cantata Bwv 94: Was Frag Ich Nach Der Welt
(16-22) Kantate / Cantata Bwv 187: Es Wartet Alles Auf Dich
Midori Suzuki (soprano)
Magdalena Kožená (mezzo-soprano)
Knut Schoch (tenor)
Jan Van der Crabben (baritone)
La Petite Bande
Sigiswald Kuijken
Depois da complexa polifonia de Palestrina e dos maravilhosos madrigais de Monteverdi, voltamos novamente nossos olhos (ou ouvidos) para a música antiga, neste caso antiquíssima. Le Jeu Des Pèlerins D’Emmaüs é um exemplo típico de drama litúrgico da Alta Idade Média. Dentro da espetacular sonoridade obtida pelo Ensemble Organum este CD impressiona tanto por sua qualidade musical como por sua riqueza dramática e espiritual. A peça nos traz de volta à mente este período muito pouco conhecido quando o homem medieval queria ver, ouvir e tocar as realidades místicas. E era melhor ficar com elas porque senão o pau comia solto. Este lindíssimo trabalho foi lançado pela primeira vez em 1990. Raridade. Aproveitem.
Le Jeu Des Pèlerins D’Emmaüs
Procession D’Entrée Des Vêpres De Pâques
Kyrie 4:55 Procession Aux Fonts Baptismaux
Psaume: Laudate Pueri 2:55
Repons: Haec Dies 4:36
Hymne: Jesu Nostra Redemptio 2:30 Officium Peregrinorum
Dialogue Des Deux Pèlerins 9:06
Antienne: Ego Sum Alpha Et Omega 1:51
Antienne: Sedit Angelus 4:03
Dialogue De L’Ange Avec Marie-Madeleine 2:08
Prose: Victimae Paschali Laudes 1:52
Alleluia: Surrexit Dominus 4:34
Apparition Du Christ À Thomas 3:23
Antienne: Ego Sum Alpha Et Omega 2:01 Retour Au Choeur
Psaume: In Exitu Israel 5:10
Oraison. Antienne: Lux Perpetua 1:44
Benedicamus Domino 2:30
Antienne De Procession: Christus Ressurgens 5:04
É notável como Luigi Nono envelheceu rapidamente. Antes, gostava de todas as suas obras, mas hoje muitas delas me parecem para lá de datadas. Não sei o que vocês dirão, porém, para mim, sua música tornou-se ruim e chata. O disco que posto em mp3 tem como origem um LP que nunca foi editado em CD. Ouça a raridade e depois briguem comigo à vontade. A possível simpatia ideológica não bastou para que eu gostasse da coisa.
Luigi Nono – 1969 – Un volto, e del mare & non consumiamo marx – para voz e gravação eletrônica
Lado A — Un Volto, Del Mare 16:46
Lyrics By – Cesare Pavese
Voice – Kadigia Bove, Liliana Poli
Lado B — Non Consumiamo Marx 17:36
Voice – Edmonda Aldini
Both tracks for voice and magnetic tape.
Lyrics for track A from the Cesare Pavese poem “Il Mattino”.
Lyrics for track B from writings on Paris walls (May 1968), documents on fights against Biennale di Venezia (June 1968) and found voices recorded live during street demonstrations.
Composed By – Luigi Nono
Technician [Magnetic Tapes] – Marino Zuccheri
Hoje, 4 de março, é (tradicionalmente) o dia de nascimento de Vivaldi. Eu não ponho minha mão no fogo sobre a precisão dos registros de 1678, mas parece certo que foi este dia mesmo.
Bem, ele é um dos meus compositores favoritos, por duas razões: primeiro, ele trabalha com uma paleta de tons extremamente simples e consegue arrancar delas as possibilidades mais incríveis, e, segundo, é uma máquina de invenção temática. Eu me lembro de quando garoto, cada vez que ouvia um novo concerto de Vivaldi (e normalmente eles vinham em vários de uma vez), ficava prestando atenção em como cada um conseguia ser diferente através do material temático, como seria a “personalidade” de cada concerto quanto ao seu tema. Por isso nunca fui a favor daquela tese que ele escreveu o mesmo concerto 400 vezes. Albinoni talvez, mas Vivaldi não. Cada um concerto, por mais que tenham estruturas e desenvolvimentos extremamente simples e similares, tinham temas, os mais diversos. Cada concerto era uma nova aventura.
Vivaldi teve seu momento de redescoberta no século XX e o infeliz estigma de ter escrito As Quatro Estações. Como esta é preferida do público (diria que só a Primavera, na verdade, porque os outros são concertos bem mais avançadinhos e só são ouvidos porque estão no pacote), as suas demais obras acabam por ficar relegadas a ouvintes eventuais.
Bem, então apresento uma série pouco conhecida, e que eu gosto muito, o seu Opus 9, chamado La Cetra. O título que faz referência a um instrumento antigo parecido com a Lira, muito provavelmente por conta da grande quantidade de arpejos que a série contém. Mas é uma das séries de concerto mais convincentes de Vivaldi. Ouvi-as pela primeira vez meio sem atenção, através de um disco emprestado de uma amiga. Me arrebatou completamente. Na época, acabei gravando em Fita K7 (sim, sou meio velho, era o que tinha), e ouvi exaustivamente, mas nunca consegui achar o CD aqui no Brasil. Quando achei era na caixa com sua obra completa, a um preço proibitivo que me fez esperar para comprar quando ficasse fora de moda e mais barato. Isso demorou muito para acontecer, e mantive um tape-deck no meu equipamento de som só para poder ouvir essa obra, que eu não tinha outra gravação. Em 2014, achei na Amazon, comprei e nunca chegou. Procurei com todos os colegas que tinham sites similares ao PQP e nada… Achei uma versão com Marriner e a Academy of St.Martin, mas não fui muito com a cara, e eu queria mesmo essa do I Musici, porque a primeira impressão é a que fica. Só agora, em 2016, consegui achar, no site Presto Classical, que vende por download o arquivo original em FLAC. O preço era módico e finalmente consegui a gravação, 20 anos depois.
Deu tanto trabalho que este post é também um desabafo sobre as dificuldades de ouvir música boa e, portanto, a extrema necessidade de compartilhar.
O Concerto 1 em Dó maior é uma pérola, uma delícia de concerto. Os demais são bacanas, mas a partir do 7, em Si bemol, a coisa fica séria. É um dos meus Top 5 de Vivaldi, e toda a sequencia posterior: o 8 em ré menor, sombrio e profundo, de arcaica beleza, o 9 em si bemol, de alegria abundante, e o 10 em Sol maior, de uma pureza tocante, quase infantil, e os sóbrios últimos concertos 11 e 12 , são absolutamente maravilhosos. E o I Musici em sua melhor forma, liderados pelo Obi-wan Kenobi do violino barroco, Félix Ayo. Não tem coisa melhor. Puro deleite.
Antonio Vivaldi (1678-1741)
La Cetra, op.9
CD 1
Violin Concerto No. 1 in C Major, RV 181a
Violin Concerto No. 2 in A Major, RV 345
Violin Concerto No. 3 in G Minor, RV 334
Violin Concerto No. 4 in E Major, RV 263a
Violin Concerto No. 5 in A Minor, RV 358
Violin Concerto No. 6 in A Major, RV 348
CD 2
Violin Concerto No. 7 in B-Flat Major, RV 359
Violin Concerto No. 8 in D Minor, RV 238
Violin Concerto No. 9 (for 2 Violins) in B-Flat Major, RV 530
Violin Concerto No. 10 in G Major, RV 300
Violin Concerto No. 11 in C Minor, RV 198a
Violin Concerto No. 12 in B Minor, RV 391
I Musici
Félix Ayo, violino I
Anna Maria Cotogni, violino II (no.9)
Enzo Altobelli, Cello
Maria Teresa Garatti, organ
PHILIPS, 1965
DOWNLOAD HERE
Arquivo FLAC (sem perda de qualdiade), 699Mb
Excelente este registro realizado por dois pioneiros da interpretação de barrocos por instrumentos originais. O som delicado dos instrumentos é bastante amplificado por um engenheiro indignado e sem noção, que desejava ouvir tudo bem alto. Mas não é nada que seja suficiente para destruir a bela concepção destas obras pelos dois monstros Kuijken e Leonhardt. Destaco a Sonata BWV 1016 para que nossos leitores-ouvintes se apaixonem de vez por esta coleção de obras. Uma gravação legendária que vale a pena conhecer.
J. S. Bach (1685-1750): Sonatas Completas para Violino e Cravo
Sonata h-Moll BWV 1014
01. I. Adagio
02. II. Allegro
03. III. Andante
04. IV. Allegro
Sonata E-Dur BWV 1016
05. I. Adagio
06. II. Allegro
07. III. Adagio ma non tanto
08. IV. Allegro
Sonata G-Dur BWV 1019
09. I. Allegro
10. II. Largo
11. III. Allegro
12. IV. Adagio
13. V. Allegro
Sonata f-Moll BWV 1018
01. I. Largo
02. II. Allegro
03. III. Adagio
04. IV. Vivace
Sonata A-Dur BWV 1015
05. I. (Andante)
06. II. Allegro assai
07. III. Andante un poco
08. IV. Presto
Sonata c-Moll BWV 1017
09. I. Siciliano_ Largo
10. II. Allegro
11. III. Adagio 12.
IV. Allegro
Sigiswald Kuijken, violino
Gustav Leonhardt, cravo
Tenho imensa relação afetiva com esta sinfonia de Bruckner. Quando meus filhos eram pequenos, eles enlouqueciam com o Scherzo da mesma, pulando pela sala ao ritmo frenético de um dos temas. Este ano, vi Andris Nelsons reger esta obra em Londres. E ele, tão contido e competente, pulava naquele trecho como minhas crianças. A versão de Mravinsky e de sua extraordinária orquestra — atual Orquestra Filarmônica de São Petersburgo, sob a direção de Yuri Temirkanov — é muito boa, mas perde para Nelsons, que conhece muito mais música alemã do que o russo. Deixemos Mravinsky para os russos e eslavos em geral. Este Bruckner tem certo sabor de Tchaikovsky… Mas não pensem que é uma versão a ser descartada. É que Wand, Celibidache e outros fizeram melhor.
A gravação é gloriosa, isto é, ao vivo.
Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 9 em Ré menor
01. 1. Feierlich, misterioso
02. 2. Scherzo. Bewegt, lebhaft – Trio. Schnell
03. 3. Adagio – Langsam, feierlich
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 9 de maio de 1567 — Veneza, 29 de novembro de 1643) foi um compositor, maestro, cantor e gambista italiano. Desenvolveu sua carreira trabalhando como músico da corte do duque Vincenzo I Gonzaga em Mântua, e depois assumindo a direção musical da Basílica de São Marcos em Veneza, destacando-se como compositor de madrigais e óperas. Foi um dos responsáveis pela passagem da tradição polifônica do Renascimento — ver postagem anterior, de Palestrina — para um estilo mais livre, dramático e dissonante, baseado na monodia e nas convenções do baixo contínuo e da harmonia vertical, que se tornaram as características centrais da música dos períodos seguintes, o Maneirismo e o Barroco. Monteverdi é considerado o último grande madrigalista, certamente o maior compositor italiano de sua geração, um dos grandes operistas de todos os tempos e uma das personalidades mais influentes de toda a história da música do ocidente. Sua elevada estatura musical deriva de ter empregado recursos existentes com uma força e eficiência sem paralelos em sua geração, e integrado diferentes práticas e estilos em uma obra pessoal rica, variada e muito expressiva, que continua a ter um apelo direto para o mundo contemporâneo ainda que ele não seja exatamente um compositor popular nos dias de hoje.
Claudio Monteverdi (1567-1643): Madrigali Guerrieri Et Amorosi – Libro Ottavo
I. Altri Canti D’Amor (Canto Guerriero)
Sinfonia 0:30
Altri Canti D’Amor 4:42
Tu Cui Tessuta Han Die Cesare Alloro 2:18
Che Mentre Guerre Canta E Guerre Sona 1:51
II. Gira Il Nemico (Canto Guerriero)
Gira Il Nemico 1:08
Noi Lasciamo Accostar 0:32
Armi False Non Son 0:52
Vuol Degl’occhi 1:08
Non È Più Tempo 0:43
Cor Mio Non Val Fugir 1:41
III. Ballo: Volgendo Il Ciel Movete Al Mio Bel Suon (Canto Guerriero)
Introduzione Al Ballo: Volgendo Il Ciel 5:56
Ballo: Movete Al Mio Bel Suon 1:59
Ciaccona 1:45
Seconda Parte Del Ballo: Ei L’Armi Cinse E Su Destrier Alato 2:01
IV. Sinfonia A Cinque 2:54
V. Altri Canti Di Marte (Canto Amoroso)
Altri Canti Di Marte 4:02
Due Belli Occhi 4:11
VI. Lamento Della Ninfa (Canto Amoroso)
Non Havea Febo Ancora 1:46
Lamento Della Ninfa 4:21
Si Tra Sdegnosi Pianti 0:51
VII. Sinfonia A Sei (after Cantate Domino) 1:48
VIII. Hor Che’l Ciel E La Terra (Canto Guerriero)
Hor Che’l Ciel, E La Terra 4:39
Così Sol D’una Chiara Fonte Viva 4:23
Não houve compositor anterior a Bach tão prestigiado como Palestrina, nem outro cuja técnica de composição tivesse sido estruturada com maior minúcia. Palestrina foi denominado o “O Príncipe da Música”, e suas obras foram classificadas como a “perfeição absoluta” do estilo eclesiástico. Reconheceu-se que Palestrina captou, melhor que nenhum outro compositor, a essência do aspecto sóbrio e conservador da Contra-Reforma numa polifonia de extrema pureza, apartada de qualquer sugestão profana. O estilo de Palestrina pode-se verificar, com clareza nas suas Missas: a sua índole objetiva, friamente impessoal, resulta extremamente apropriada aos textos formais e rituais. Desde logo a base do seu estilo é o contraponto imitativo franco-flamengo; as partes vocais fluem num ritmo continuo, com um motivo melódico novo para cada frase do texto. Palestrina sempre foi plenamente consciente das suas capacidades, nunca foi forçado a aceitar encomendas desagradáveis para sobreviver. Pelo contrário, soube fazer-se recompensar generosamente por todos os seus protetores, de modo que o Vaticano se viu constrangido a aumentar continuamente o seu salário anual, para mantê-lo em Roma, por causa de tantas propostas que recebia. Foi um homem de fortes impulsos e surpreendentes escolhas, tais como um segundo casamento, celebrado após receber ordenações religiosas menores. Compositor prolífico, publicou muito em vida.
Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594) : Stabat Mater, Litaniae De Beata Virgine Maria, Veni Sponsa Christi (Antiphona, Mottetto E Missa), Magnificat
Antes de qualquer coisa: aquitemos uma gravação de inacreditável qualidade dos Brandenburgo. E aqui, a gravação que eu mais gosto. Aliás, amo também o registro constante no post que você está lendo.
Não há como contestar a notável qualificação técnica do Il Giardino Armonico, mas seus tempi mais rápidos que o habitual e a utilização um pouco arbitrária de dinâmicas (piano, forte, fortissimo, etc.) talvez assuste alguns ouvidos mais cheios de pudores. Não é meu caso. Gosto de surpresas e não tenho uma relação reverente com a música. Não posso ser reverente com algo que me é tão íntimo e me faz tão feliz. Posso admirar minha mulher, mas, digamos, deveria reverenciá-la? Ora, se a arte não puder ser lúdica e alegre, o que pode? É claro que não gostaria de ouvir o Réquiem Alemão em versão heavy metal, mas uma acelerada aqui, uma freada ali, mesmo brusca, qual é o problema? A música é uma coisa viva, não? O mundo não gira apenas pela sensibilidade e senso de estilo, mas também pelo inusitado. Afinal, são os pequenos e suaves abusos que nos fazem felizes…
É uma gravação rápida, às vezes furiosa, e eu duvido que você a rejeite por inteiro, mesmo que seja um futuro ou atual membro da TFP.
As leituras de Giovanni Antonini merecem ser respeitadas e seu Giardino nem se fala. O pessoal que bate papo amigavelmente na capa do CD toca demais. O andamento vivíssimo do terceiro concerto, o destaque dado ao trompete no segundo e às trompas no primeiro, o último movimento do quarto concerto e todo o sexto — com o ingresso de um alaúde no baixo contínuo, o que acentua o timbre grave de um concerto sabidamente sem violinos –, são realizações e serem consideradas..
A gravação do Giardino já foi taxada de sinful, de ser rock n´roll e outros absurdos. Por quê? Os modelos têm de ser fixos, a seriedade absoluta tem de ser nosso algoz até na música? Ora, vá, vá!
Os Seis Concertos de Brandemburgo de Johann Sebastian Bach
Disc: 1
1. Brandenburg Concertos: Concerto No. I In F Major: Allegro
2. Brandenburg Concertos: Concerto No. I In F Major: Adagio
3. Brandenburg Concertos: Concerto No. I In F Major: Allegro
4. Brandenburg Concertos: Concerto No. I In F Major: Menuetto
5. Brandenburg Concertos: Concerto No. II In F Major: Allegro
6. Brandenburg Concertos: Concerto No. II In F Major: Andante
7. Brandenburg Concertos: Concerto No. II In F Major: Allegro Assai
8. Brandenburg Concertos: Concerto No. III In G Major: Allegro
9. Brandenburg Concertos: Concerto No. III In G Major: Adagio
10. Brandenburg Concertos: Concerto No. III In G Major: Allegro
Disc: 2
1. Brandenburg Concertos: Concerto No. IV In G Major: Allegro
2. Brandenburg Concertos: Concerto No. IV In G Major: Adante
3. Brandenburg Concertos: Concerto No. IV In G Major: Presto
4. Brandenburg Concertos: Concerto No. V In D Major: Allegro
5. Brandenburg Concertos: Concerto No. V In D Major: Affettuoso
6. Brandenburg Concertos: Concerto No. V In D Major: Allegro
7. Brandenburg Concertos: Concerto No. VI In B Major: Allegro
8. Brandenburg Concertos: Concerto No. VI In B Major: Adagio ma non tanto
9. Brandenburg Concertos: Concerto No. VI In B Major: Allegro
Infelizmente, nesta velha gravação, ouvimos mais Bernstein do que Sibelius. Depois, na Europa, Lenny fez muito melhor. Eu amo Sibelius e Bernstein, mas aqui… Olha, melhor ouvir esta brilhante gravação da 2ª Sinfonia do finlandês.
Devido ao seu lugar na linha do tempo na história da música, Sibelius foi um compositor a repensar a Sinfonia, não como Mahler que a queria englobando todas as outras formas (o Concerto, o Oratório ou a Ópera), mas genuinamente como sinfonista, como aquele que quer combinar os sons, e precisa de um formato para isso. Esta Segunda de Sibelius é, na forma, aparentemente tradicional (4 movimentos), mas espelha-se na Quinta de Beethoven ao juntar os dois movimentos finais; fora isso, ele surpreende pelas combinações inusitadas de instrumentação, pela fragmentação da melodia, um pouco como Bruckner, mas ao contrário do colega austríaco, Sibelius não quer o acúmulo vertical de idéias para chegar ao céu: seu campo de trabalho é horizontal, plano, longas frases com suas repetições insistentes contrastando com mais longas ainda as frases ininterruptas, líricas e espaçosas. É como se suas partituras tivessem as dimensões da vastidão gelada de sua Finlândia.