Pois bem, eis então terceiro cd da Obra Integral de Câmara de Johannes Brahms. Demorou, mas veio. Nesse cd, temos as sonatas para violino e piano. E que podemos comentar sobre elas, além de dizer que são maravilhosas, de uma profundidade que atinge nossas almas, mas sem sobressaltos, e sim muita emotividade, paixão e energia, sem porém resvalar em superficialidades?
Tenho 4 versões destas obras: Shlomo Mintz, Anne-Shophie Mutter, Viktoria Mullova, e esta aqui, com Arthur Grumiaux e Gyorgy Sebok. Quatro versões totalmente diferentes umas das outras, mas todas conseguindo capturar a essência das obras. Um andamento de um pode diferir do andamento do outro, mas todas elas são fiéis ao espírito brahmsiano. Excelentes músicos. Daria um pouco mais de destaque para a versão da então jovem Anne Sophie Mutter, acompanhada pelo excelente Alexis Weissenberg. Se alguém quiser, posso postá-la aqui.
Mas darei a preferência à dupla Grumiaux/Sebok por ter sido a escolhida para integrar a série da Philips da obra integral de Câmera de Brahms.
Sugiro que, ao ouvirem estas obras, se preparem espiritualmente. Esqueçam os problemas e as preocupações, sentem em seu melhor sofá, relaxem, e aproveitem. Isso é Brahms em sua mais pura essência.
Johannes Brahms (1833-1897) – Complete Chamber Music (CD 3 de 11) Sonatas para Violino e Piano Nº 1, 2 & 3 (Grumiaux, Sebok)
Sonata No. 1 in G major, Op. 78
I. Vivace ma non troppo
II. Adagio
III. Allegro molto moderato
Sonata No. 2 in A major, Op. 100
I. Allegro amabile
II. Andante tranquillo – Vivace – Andante – Vivace di piu –
III. Allegretto grazioso. Quasi andante
Sonata No. 3 in D minor, Op.108
I. Allegro
II. Adagio
III. Un poco presto e con sentimento
IV. Presto agitato
Excelente CD da Zig-Zag Territoires. Destaque para a capa e os cadernos internos, verdadeiras obras de arte desta pequena gravadora francesa. Em registro de 2005, a para mim desconhecida Blandine Rannou dá um show num repertório de difícil abordagem, pois as Toccatas ora parecem improvisações, ora peças de tio Bux, ora movimentos das Suites Francesas. É coisa muito séria e já vi gente graúda se atrapalhando com elas. Têm momentos de profunda indireção e depois arremetem. Mas Mlle. Rannou entendeu-as perfeitamente com elas e nos dá um belo recital. Num repertório onde Glenn Gould sempre será referência, a francesa acrescenta — além do cravo — temperos bem diversos dos apresentados pelo grande canadense.
J. S. Bach (1685-1750) – Toccatas para cravo completas, BWV 910-916 (Blandine Rannou)
1 Toccata for keyboard in F sharp minor, BWV 910
2 Toccata for keyboard in G minor, BWV 915
3 Toccata for keyboard in D major, BWV 912
4 Toccata for keyboard in E minor, BWV 914
5 Toccata for keyboard in C minor, BWV 911
6 Toccata for keyboard in D minor, BWV 913
7 Toccata for keyboard in G major, BWV 916
A divertida suíte Háry János ganha uma versão muito boa por parte dos húngaros deste CD. Háry János é uma curiosa “ópera folclórica húngara”. Trata-se de uma obra falada com canções, à maneira de um Singspiel, em quatro atos com música de Zoltán Kodály e libreto de Béla Paulini e Zsolt Harsányi, baseada num épico cômico de János Garay. Estreou na Royal Opera House de Budapeste em 1926. O título completo da peça é Háry János: suas aventuras de Nagyabony ao Castelo de Viena. A história diz respeito a um veterano hussardo do exército austríaco da primeira metade do século XIX que se senta numa estalagem de aldeia, regalando os ouvintes com contos fantásticos de heroísmo. Suas supostas façanhas incluem conquistar o coração da Imperatriz Maria Luísa, esposa de Napoleão, e depois derrotar sozinho Napoleão e seus exércitos. Apesar de tudo, no final ele desiste de toda a sua riqueza para retornar à cidade de sua amada. Esta é uma suíte orquestral extraída da ópera, claro. O Concerto para Orquetra de Kodály foi composto entre 1939 e 1940, por encomenda da Orquestra Sinfônica de Chicago, para comemorar o seu quinquagésimo aniversário. Foi estreada em 6 de fevereiro de 1941, pela mesma orquestra, sob a regência de Frederick Stock. O título pode remeter o ouvinte conhecedor à assombrosa obra homônima de Bartók, composta em 1943. Nem a ideia nem o título, porém, são novos, e a obra de Kodály, junto com a de Hindemith (que data de 1925), são anteriores à dele. Há que se explicar que este Concerto não usa do conceito que o senso comum atribui ao concerto, como peça musical que coloca em relevo um único instrumento solista. Ao contrário, ele reelabora um procedimento muito comum no período Barroco, em que mais de um solista despontava do corpo orquestral. Ele tentar combinar uma arquitetura que lembra a do primeiro Concerto de Brandenburgo de Bach à música tradicional magiar.
Zoltán Kodály (1882-1967): Háry János (Suíte) & Concerto para Orquestra (Ferencsik)
Háry János – Suite (1927)
1 I- Introduction 3:30
2 II- The Viennese Musical Clock 2:06
3 III- Song 4:58
4 IV- Napoleon’s Battle 4:00
5 V- Intermezzo 4:38
6 VI- The Entry Of The Imperial Court 2:59
Concerto for Orchestra (1939)
7 I- Allegro Risoluto 3:38
8 II- Largo 7:54
9 III- Tempo Primo 4:45
10 IV- Largo 2:46
11 V- Tempo Primo 0:56
Cello – Tamás Koó (faixas: 7 to 11)
Conductor – János Ferencsik
Orchestra – Hungarian State Orchestra (faixas: 7 to 11), Budapest Philharmonic Orchestra* (faixas: 1 to 6)
Viola – Anna Mauthner (faixas: 7 to 11)
Violin – Zoltán Dőry (faixas: 7 to 11)
Faço aqui a minha primeira postagem e começarei inclemente. Simplesmente, derrubando a porta. O primeiro post é em homenagem ao PQP que muito aprecia Bartók e, sobretudo, Yevgeny Mravinsky. Nas duas últimas semanas, eu escutei, com certa prioridade, peças de Bela Bartók. É como é bom descobri-lo. Bartók é instigante. A princípio amedronta. Com certa gradação e paciência, por fim, conseguimos chegar àquele momento em que ele se torna necessário. Essa é a lógica para aqueles que querem se aventurar no seu mundo. Hoje à tarde ao ouvir este CD, que me falta adjetivos para caracterizá-lo, eu fui imediatamente forçado, coagido, a postá-lo. Reúne um time extraordinário — Debussy, Bartók e Stravinsky e sedimentando, conectando tudo isso, Yevgeny Mravinsky. A “Música para cordas, percussão e celesta” de Bartók é uma das coisas mais fabulosas e assustadoras que já ouvir na minha vida. Não há como não se render ao gênio de Bartók. Mravinsky conduz com a autoridade, ao meu modo de ver, de maior regente do século XX este indescritível CD. Há CDs que direcionamos uma atenção demasiada e esse é um que se encaixa nesse quesito. Não hesite em ouvir. Boa contemplação espantada!
Claude Debussy (1862-1918): Prélude à l’après-midi d’un Faune / Béla Bartók (1881-1945): Música para Cordas, Percussão e Celesta / Igor Stravinsky (1882-1971): Agon (Mravinsky)
Claude Debussy (1862-1918) – Prelude a l’ ‘Apres-midi d’un faune’
01. Prelude a l’ ‘Apres-midi d’un faun’
Béla Bartok (1881-1945) – Music for string instruments, percussion and celesta, Sz. 106
02. I. Andante tranquillo
03. II. Allegro
04. III. Adagio
05. IV. Allegro molto
Igor Stravinsky (1882-1971) – Agon, ballet for twelve dancers
06. Pas de Quatre
07. Double Pas de Quatre (8 female dancers)
08. Triple Pas de Quatre (8 female dancers and 4 male dancers)
09. Prelude
10. Saraband-step (male dance solo)
11. Gaillliarde (2 female dancers)
12. Coda (1 male and 2 female dancers)
13. Interlude
14. Bransle simple (2 male dancers)
15. Bransle Gay (1 female dancer)
16. Bransle Double (2 male and 1female dancers)
17. Interlude
18. Pas de deux (male dancer and female dancer)
19. Coda
20. Four duos (male and female dancers)
21. Four trios (male and 2 female dancers)
22. Coda (all the dancers)
Recorded live at concerts in Great Hall of Moscow Philharmonics, February, 1965 (1-5), in Great Hall of Leningrad Philharmonics, October 30th, 1968, (6-22)
Brahms loguinho se envolveu com o gênero “Sonata para Violino”. Já em 1853 ele escreveu uma sonata em lá menor, que — como tantas outras obras juvenis deste compositor muito autocrítico — não sobrevive mais. Assim, a sonata em sol maior Op. 78, escrita em 1878/79, é contada como sua primeira contribuição ao gênero. Ela tem o apelido de “Regenlied Sonata” (literalmente “sonata da canção da chuva”) por causa da citação de uma canção que aparece no final. No verão de 1886, Brahms compôs, quase simultaneamente, as duas sonatas op. 100 e 108. Todas as três obras agora têm um lugar firme no cânone violinístico. O CD é finalizado com o Scherzo em dó menor que Brahms contribuiu para a chamada “FAE Sonata”, que ele compôs junto com Robert Schumann e Albert Dietrich como um presente para o violinista Joseph Joachim em 1853. Com seu forte contraste entre o Allegro turbulento e a parte emocional più moderato, o scherzo tornou-se um popular bis. A versão de Steinbacher e Kulek para as IRRETOCÁVEIS e PERFEITAS Sonatas de Brahms é digna dos maiores elogios. Steinbacher é uma dessas mocinhas bonitinhas que agora fazem sucesso na música erudita, mas não posso fazer nada: além disso, ela é uma fantástica violinista. Tem um toque muito sutil e aveludado, no que é acompanhada pelo compreensivo Kulek. Por falar em sexo, se há um compositor consensual, além de J. S. Bach, aqui no PQP, é Brahms. Com ênfase no trio que segue: Carlinus é apaixonado, mas eu, PQP, e FDP somos devotos. Aliás, já disse e repito: meus 3 compositores preferidos são Bach, Brahms, Beethoven, Bartók, Shostakovich e Mahler, fora outros.
Johannes Brahms (1833-1897): Obra Completa para Violino e Piano (Steinbacher, Kukek)
Violin Sonata No. 1 in G major, Op. 78
1)I. Vivace ma non troppo [11:04]
2)II. Adagio [8:55]
3)III. Allegro molto moderato [9:22]
Violin Sonata No. 3 in D minor, Op. 108
7)I. Allegro [8:11]
8)II. Adagio [4:53]
9)III. Un poco presto e con sentimento [3:05]
10)IV. Presto agitato [5:54]
Violin Sonata in A minor, “F-A-E”: III. Scherzo in C minor, WoO 2
11) Allegro
12) Trio – Più moderato – In tempo ma marcato [5:50]
Hoje é o dia dos 340 anos de nascimento do maior compositor de todos os tempos, do GOAT. Não poderíamos deixar a data passar em branco. Então, resolvemos partir para o ataque de uma forma diferente. Escolhemos um dos gêneros principais e mais esquecidos de sua obra. Pois o órgão é uma coisa tão fora de moda que a gente esquece que era o instrumento preferido de Bach. É imensurável o que se perde relegando as obras de Sebastião Ribeiro para órgão a um segundo ou terceiro plano. Reduzir sua obra para o instrumento à Toccata & Fuga em Ré Menor, BWV 565, deveria ser crime inafiançável.
As obras para órgão de Johann Sebastian Bach representam um dos pilares da música ocidental e são essenciais tanto para a música sacra e secular quanto para a evolução da técnica e do repertório do instrumento. Bach, que foi um virtuose do instrumento, assim como outro grande compositor, Bruckner, além de profundo conhecedor da construção e da sonoridade do órgão. Compôs uma vasta coleção de peças que abrangem diferentes formas e estilos, consolidando o instrumento como um veículo para expressão artística, espiritualidade e inovação técnica. Bach não apenas dominou as formas tradicionais da música para órgão, como o prelúdio, a fuga e o coral, mas também expandiu os limites do instrumento em termos de harmonia, contraponto e uso do pedal. Sua música exige do organista uma grande destreza técnica e uma compreensão profunda das texturas polifônicas. Muitas das obras para órgão de Bach foram compostas para o contexto da igreja luterana, servindo como acompanhamento para o culto e reforçando a conexão entre música e fé. Seus prelúdios corais e fantasias sobre corais são exemplos de como ele transformava melodias religiosas simples em peças de profunda expressividade e complexidade contrapontística. Bach escreveu diversas obras que se tornaram marcos na literatura para o órgão, incluindo a Tocata e Fuga em Ré Menor, BWV 565 (uma das peças mais conhecidas da música ocidental, famosa pelo impacto dramático e virtuosismo), vários Prelúdios e Fugas para órgão (obras que exploram o contraponto e a riqueza harmônica do instrumento), a Passacaglia e Fuga em Dó Menor, BWV 582 (uma das mais impressionantes variações sobre um baixo ostinato, demonstrando o domínio estrutural de Bach). A música para órgão de Bach influenciou gerações de compositores, de Mendelssohn a Reger e até no desenvolvimento da música romântica e contemporânea para o instrumento. Sua abordagem técnica e expressiva continua sendo uma referência para organistas e um desafio fascinante para intérpretes até hoje. As obras para órgão de Bach são uma síntese da genialidade musical barroca, combinando estrutura rigorosa, profundidade emocional e um domínio absoluto do instrumento. Elas não apenas marcaram a história da música, mas deveriam seguir vivas em concertos e celebrações litúrgicas ao redor do mundo, reafirmando a atemporalidade do seu legado.
Helmut Walcha (1907 – 1991) foi um organista , cravista, professor e compositor alemão especializado nas obras dos mestres barrocos holandeses e alemães. Cego desde a adolescência, ele é conhecido principalmente por esta série que ora vos posto, tocada inteiramente de memória. Nascido em Leipzig, Walcha ficou cego aos 19 anos após vacinação contra varíola. Apesar de sua deficiência, ele entrou no Conservatório da cidade e se tornou assistente de Günther Ramin na Thomaskirche (posição ocupada pelo próprio Bach). Em 1929, Walcha aceitou uma posição em Frankfurt na Friedenskirche e permaneceu lá pelo resto de sua vida. De 1933 a 1938, ele lecionou no Conservatório Hoch. Em 1938, foi nomeado professor de órgão na Musikhochschule em Frankfurt e organista da Dreikönigskirche em 1946. Ele se aposentou das apresentações públicas em 1981 e morreu em Frankfurt. Walcha gravou as obras completas para teclado solo de Bach duas vezes, uma vez em mono (1947–52) e novamente em estéreo de 1956 a 1971. O primeiro ciclo (mono) foi remasterizado digitalmente e relançado como um conjunto de 10 CDs em caixa. Este último ciclo estéreo (lançado em 10/09/2001) foi remasterizado e relançado em uma caixa de 12 CDs — a mesma deste post. Esta edição também contém a gravação de sua própria conclusão da última peça de A Arte da Fuga.
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Bach, Handel e Scarlatti nasceram em 1685. Handel em 23 de fevereiro, Bach em 21 de março, Scarlatti em 26 de outubro.
São três gigantes e o fato de terem nascido no mesmo ano já é coincidência suficiente. Bem que Rameau (1683) e Vivaldi (1678) poderiam ter esperado. Bem, mas isso talvez mudasse bastante a história da música, pois Bach foi muito influenciado pelo Prete Rosso (Padre Ruivo).
Vamos procurar mais coisas em comum entre nosso grande trio de compositores? O trio de 1685 foram figuras centrais do período barroco, contribuindo significativamente para a história e o repertório da arte musical e de meu período musical preferido, o barroco. Cada um à sua maneira e segundo o ambiente em que viveu, os três moldaram a estética e as técnicas musicais da época. Bach ficou conhecido tanto por suas obras sacras, quanto por sua música instrumental, incluindo aí obras que poderíamos chamar de conceituais. Handel tem sua música instrumental, mas destacou-se muito mais nas óperas e nos oratórios, enquanto Scarlatti foi um pioneiro da sonata para teclado, especialmente no cravo. Por obrigações empregatícias escreveu mais de 500 sonatas para cravo.
Outro ponto em comum entre eles é a influência italiana. O napolitano Scarlatti naturalmente não ficaria livre dela e incorporou o estilo italiano em suas obras, claro. O super estudioso Bach estudou e adaptou técnicas italianas, especialmente de Vivaldi, em suas composições. E Handel, alemão como Bach, passou boa parte de sua carreira na Itália e na Inglaterra, absorvendo e transformando o estilo italiano em suas óperas e oratórios. Aliás, as Cantatas Italianas de Handel, escritas em sua juventude na Itália, são esplêndidas!
Mas há mais. Bach, Handel e Scarlatti eram todos exímios tecladistas. Bach era respeitadíssimo como organista e cravista, Handel destacou-se como cravista, e Scarlatti foi um dos maiores virtuoses do instrumento em sua época. Suas obras para teclado continuam sendo pilares do repertório até hoje.
Aparentemente, os três nunca se encontraram pessoalmente, mas há várias lendas e talvez uma tentativa real de encontro. A principal lenda: Handel e Scarlatti supostamente competiram em um “duelo” de cravo em Roma, onde a turma do deixa disso declarou Scarlatti superior ao cravo e Handel no órgão. Um empate real ou arranjado? Enquanto eles duelavam, Bach devia estar bebendo cerveja ou brigando com seus empregadores, mas era um admirador de Handel e diz-se que tentaram entrar em contato, sem sucesso.
Como já disse, os três compositores trabalharam tanto com música sacra quanto profana. Bach é conhecido por suas obras sacras e também pela secular. Handel equilibrou óperas e oratórios, ficando mais na área da música vocal. Já Scarlatti foi muito mais focado na música instrumental, mas também compôs obras vocais sacras.
Outra coincidência é que os três morreram em um intervalo relativamente curto de tempo: Scarlatti em 1757, Handel em 1759 e Bach em 1750. Dá pra dizer que a período barroco é finalizado com suas mortes.
A última coincidência é triste e exclui Scarlatti. Bach e Handel, quando velhos, passaram a sofrer de catarata e foram operados por John Taylor (1703–1770). Pois bem, este médico charlatão britânico — doutor em autopromoção — cegou Bach e Handel, entre muitos outros. Taylor era um notório farsante. Ambos os compositores estavam com dificuldades de visão, mas depois das “cirurgias” de Taylor, ficaram irremediavelmente cegos. Taylor é famoso. Pesquisem.
Mas hoje é dia do nascimento de Bach. E pergunto: afinal, Bach nasceu em 21 ou 31 de março de 1685? No dia 21. Vamos falar de 1582? Naquele ano, o calendário gregoriano foi introduzido em alguns países da Europa, não em todos. A Itália, a Espanha, Portugal e a Polônia, os mais católicos, aceitaram a mudança ditada pela igreja, o resto não. Só depois é que todos os outros países aderiram. O 21 de março de 1685 da Alemanha não era o mesmo 21 de março de 1685 na Itália, Espanha etc. Havia 10 dias de diferença. O dia em que Bach nasceu foi “chamado” de 21 de março na Alemanha, onde eles ainda estavam usando o calendário juliano. Mas Bach nasceu num 31 de março, considerando o calendário que todos usam hoje, o gregoriano. O que vale? Ora, segundo os historiadores, vale o que está escrito lá na igreja onde Johann Sebastian Bach foi registrado. Vale o 21 de março. Perguntem ao Francisco Marshall que ele confirmará.
Da mesma forma, é muitas vezes dito que Shakespeare e Cervantes morreram exatamente no mesmo dia, 23 de abril de 1616. A rigor, não é verdade. As mortes foram separadas por 10 dias. A de Shakespeare ocorreu em 23 de abril de 1616 (juliano), que equivalente hoje a 3 de maio (gregoriano). A de Cervantes aconteceu no dia 23 gregoriano. Mas os historiadores dizem que o que vale é o que está escrito, então ambos morreram em 23 de abril, mas com uma diferença de dez dias. Então, eles morreram no mesmo dia, mas não ao mesmo tempo… Vá entender!
O que é certo é que podemos comemorar o(s) aniversário(s) de Bach, nosso maior ídolo, com (muita) cerveja. Bach a amava e era também uma questão de segurança, de saúde. Dizem que ele a produzia em quantidades industriais em sua própria casa. Mas esta é uma história pra a gente resolver pessoalmente, né?
J. S. Bach (1685-1750): Integral das Obras para Órgão (12 CDs – Walcha)
Toccata & Fugue In D Minor, BWV 565
1-1 Toccata: Adagio 2:38
1-2 Fuge 6:52
Toccata & Fugue In F Major, BWV 540
1-3 Toccata 9:33
1-4 Fuge 5:39
Toccata & Fugue BWV 538 ”Dorian”
1-5 Toccata 6:04
1-6 Fuge 7:08
Toccata, Adagio And Fugue In C Major, BWV 564
1-7 Toccata 5:24
1-8 Adagio 4:36
1-9 Fuge 5:11
Fantasia & Fugue In G Minor, BWV 542
1-10 Fantasia 6:11
1-11 Fuge 6:48
Prelude & Fugue In C Major, BWV 531
5-1 Praeludium 2:26
5-2 Fuga 4:23
Prelude & Fugue In E Minor, BWV 533
5-3 Praeludium 1:59
5-4 Fuga 2:22
Prelude & Fugue In D Major, BWV 532
5-5 Praeludium 4:33
5-6 Fuga 6:07
Prelude & Fugue In G Major, BWV 550
5-7 Praeludium 2:32
5-8 Fuga 4:17
Prelude & Fugue In D Minor, BWV 539
5-9 Praeludium 2:19
5-10 Fuga 5:39
Prelude & Fugue In A Minor, BWV 551
5-11 Praeludium 2:08
5-12 Fuga 3:15
5-13 Fugue On A Theme By Giovanni Legrenzi In C Minor, BWV 574
Composed By [Theme] – Giovanni Legrenzi
7:35
5-14 Fugue On A Theme By Arcangelo Corelli In B Minor, BWV 579
Composed By [Theme] – Arcangelo Corelli
5:52
Prelude & Fugue In G Minor, BWV 535
6-1 Praeludium 3:11
6-2 Fuga 4:27
6-3 Fugue In G Minor, BWV 578 4:07
6-4 Pastorale In F Major, BWV 590 12:17
6-5 Canzona In D Minor, BWV 588 6:00
6-6 Allabreve In D Major, BWV 589 4:50
Four Duettos From “Part III Of The Clavier-Übung”
6-7 Duetto I In E Minor, BWV 802 3:11
6-8 Duetto II In F Major, BWV 803 4:00
6-9 Duetto III In G Major, BWV 804 3:07
6-10 Duetto IV In A Minor, BWV 805 3:05
6-11 Contrapuntcus 18 In D Minor, From “The Art Of The Fugue”, BWV 1080
Composed By [Completed by] – Helmut Walcha
10:37
Orgelbüchlein BWV 599-644
7-1 Nun Komm, Der Heiden Heiland BWV 599 1:48
7-2 Gott, Durch Deine Güte BWV 600 1:10
7-3 Herr Christ, Der Ein’ge Gottes Sohn BWV 601 1:56
7-4 Lob Sei Dem Allmächtigen Gott BWV 602 0:50
7-5 Puer Natus In Bethlehem BWV 603 1:01
7-6 Gelobet Seist Du, Jesu Christ BWV 604 1:25
7-7 Der Tag, Der Ist So Freudenreich BWV 605 1:46
7-8 Vom Himmel Hoch, Da Komm Ich Her BWV 606 0:40
7-9 Vom Himmel Kam Der Engel Schar BWV 607 1:09
7-10 In Dulci Jubilo BWV 608 1:41
7-11 Lobt Got, Ihr Christen, Allzugleich BWV 609 0:51
7-12 Jesu, Meine Freude BWV 610 2:41
7-13 Christum Wir Sollen Loben Schon BWV 611 2:01
7-14 Wir Christenleut BWV 612 1:25
7-15 Helft Mir, Gottes Güte Preisen BWV 613 1:05
7-16 Das Alte Jahr Vergangen Ist BWV 614 2:12
7-17 In Dir Ist Freude BWV 615 2:49
7-18 Mit Fried Und Freud Ich Fahr Dahin BWV 616 2:21
7-19 Herr Gott, Nun Schleuß Den Himmel Auf BWV 617 2:29
7-20 O Lamm Gottes, Unschuldig BWV 618 3:54
7-21 Christe, Du Lamm Gottes BWV 619 1:27
7-22 Christus, Der Unst Selig Macht BWV 620 2:19
7-23 Da Jesus An Dem Kreuze Stund BWV 621 1:26
7-24 O Mensch, Bewein’ Dein’ Sünde Groß BWV 622 4:34
7-25 Wir Danken Dir, Herr Jesu Christ BWV 623 1:13
7-26 Hilf Gott, Daß Mir’s Gleinge BWV 624 1:33
7-27 Christ Lag In Todesbanden BWV 625 1:18
7-28 Jesus Christus, Unser Heiland BWV 626 1:00
7-29 Christ Ist Erstanden BWV 627 4:16
7-30 Erstanden Ist Der Heil’ge Christ BWV 628 0:43
7-31 Ercheinen Ist Der Herrliche Tag BWV 629 1:10
7-32 Heut’ triumphiert Gottes Sohn BWV 630 1:32
7-33 Komm, Gott Schöpfer, Heiliger Geist BWV 631 0:53
7-34 Herr Jesu Christ, Dich Zu Uns Wend BWV 632 1:10
7-35 Liebster Jesu, Wir Sind Hier BWV 633 1:50
7-36 Dies Sind Die Heil’gen Zehn Gebot BWV 635 1:26
7-37 Vater Unser Im Himmelreich BWV 636 1:30
7-38 Durch Adams Fall Ist Ganz Verderbt BWV 637 2:04
7-39 Es Ist Das Heil Uns Kommen Her BWV 638 1:06
7-40 Ich Ruf’ Zu Dir, Herr Jesu Christ BWV 639 2:11
Orgelbüchlein (cont.)
8-1 In Dich Hab Ich Gehoffet, Herr BWV 640 1:08
8-2 Wenn Wir In Höchsten Nöten Sein BWV 641 1:47
8-3 Wer Nur Den Lieben Gott Läßt Walten BWV 642 2:06
8-4 Alle Menschen Müssen Sterben BWV 643 1:34
8-5 Ach Wie Nichtig, Ach Wie Flüchtig BWV 644 0:51
Chorale Settings
8-6 Herr Jesu Christ, Dich Zu Uns Wend BWV 709 2:53
8-7 Herzlich Tut Mich Verlangen BWV 727 2:18
Part III Of The Clavier-Übung (“Organ-Mass”)
8-8 Prelude In E Flat Major, BWV 552/1 9:26
Chorale Settings
8-9 1. Kyrie, Gott Vater In Ewigkeit BWV 669 3:05
8-10 2. Christe, Aller Welt Trost BWV 670 4:01
8-11 3. Kyrie, Gott Heiliger Geist BWV 671 4:36
8-12 4. Kyrie, Gott Vater In Ewigkeit BWV 672 1:32
8-13 5. Christe, Aller Welt Trost BWV 673 1:20
8-14 6. Kyrie, Gott Heiliger Geist BWV 674 1:26
8-15 7. Allein Gott In Der Höh Sei Ehr BWV 675 3:21
8-16 8. Allein Gott In Der Höh Sei Ehr BWV 676 4:56
8-17 9. Fughetta Super: Allein Gott In Der Höh Sei Ehr BWV 677 1:10
8-18 10. Dies Sind Die Heil’gen Zehen Gebot BWV 678 4:31
8-19 11. Fughetta Super: Dies Sind Die Heil’gen Zehen Gebot BWV 679 2:11
8-20 12. Wir Glauben All An Einen Gott BWV 680 3:25
8-21 13. Fughetta Super: Wir Glauben All An Einen Gott BWV 681 1:14
8-22 14. Vater Unser Im Himmelreich BWV 682 6:22
8-23 15. Vater Unser Im Himmelreich BWV 683 1:41
9-1 16. Christ Unser Herr Zum Jordan Kam BWV 684 5:22
9-2 17. Christ Unser Herr Zum Jordan Kam BWV 685 1:14
9-3 18. Aus Tiefer Not Schrei Ich Zu Dir BWV 686 5:26
9-4 19. Aus Tiefer Not Schrei Ich Zu Dir BWV 687 4:32
9-5 20. Jesus Christus, Unser Heiland BWV 688 4:32
9-6 21. Fuga Super: Jesus Christus, Unser Heiland BWV 689 3:58
9-7 Fugue In E Flat Major, BWV 552/2 7:25
Chorale Settings
9-8 Fuga Sopra Il Magnificat BWV 733 4:36
9-9 Nun Freut Euch, Lieben Christen G’mein, Oder: Es Ist Gewißlich An Der Zeit BWV 734 2:22
9-10 Fuga Sopra: Vom Himmel Hoch, Da Komm Ich Her BWV 700 2:23
Canonic Varietions On The Christmas Hymn “Vom Himmel Hoch, Da Komm Ich Her” BWV 769
9-11 Variatio 1: Nel Canone All’ottava 1:29
9-12 Variatio 2: Alio Modo, Nel Canone Alla Quinta 1:26
9-13 Variatio 3: Canone Alla Settima 2:20
9-14 Variatio 4: Per Augmentationem, Nel Canone All’ottava 2:51
9-15 Variatio 5: L’altra Sorte Del Canone Al Rovescio: 1) Alla Sesta, 2) Alla Terza, 3) Alla Seconda E 4) Alla Nona 3:00
Vom Himmel Hoch, Da Komm Ich Her, Bwv 769
9-16 Chorale “An Wasserflüssen Babylon” BWV 653b 4:51
9-17 Chorale Setting “Valet Will Ich Dir Geben” BWV 736 4:09
Eighteen Chorales Of Diverse Kinds
10-1 1. Fantasia Super: Komm, Heiliger Geist BWV 651 6:01
10-2 2. Komm, Heiliger Geist BWV 652 6:48
10-3 3. An Waserflüssen Babylon BWV 653 5:11
10-4 4. Schmücke Dich, O Liebe Seele BWV 654 7:32
10-5 5. Trio Super: Her Jesu Christ, Dich Zu Uns Wend BWV 655 3:57
10-6 6. O Lamm Gottes, Unschuldig (3 Versus) BWV 656 8:00
10-7 7. Nun Danket Alle Gott BWV 657 4:41
10-8 8. Von Gott Will Ich Nicht Lassen BWV 658 3:07
10-9 9. Nun Komm, Der Heiden Heiland BWV 659 3:43
10-10 10. Trio Super: Nun Komm, Der Heiden Heiland BWV 660 3:20
10-11 11. Nun Komm, Der Heiden Heiland BWV 661 2:56
10-12 12. Allein Gott In Der Höh Sei Ehr BWV 662 5:26
10-13 13. Allein Gott In Der Höh Sei Ehr BWV 663 7:23
10-14 14. Trio Super: Allein Gott In Der Höh Sei Ehr BWV 664 5:16
Estava com saudades deste disco onde Egberto passa uma régua em suas composições até 1987. Tudo num disco solo, com ar de sarau caseiro e competência de clube de jazz americano ou londrino. Claro que é uma enorme redução e ninguém deve pensar que passa a conhecer o Egberto pré 1987 ouvindo Alma. Aquele foi um período tão criativo que Alma é uma passadinha pelos momentos mais curtos e melódicos do compositor. Por exemplo, como incluir em Alma o notável e irrepetível Dança das Cabeças? E todos as variações que resultaram em memoráveis discos da ECM? Bem, mas para quem quer conhecer um pouco ou lembrar Egberto, Alma é excelente.
Orfeu e Eurídice de Gluck é uma obra venerável e importante. Esta é uma bela versão da ópera. Trata-se de uma das primeiras óperas a manterem seu lugar no repertório. Seu compositor, Christoph Willbald Gluck (1714-1787), foi um dos verdadeiros revolucionários da música. Ele mudou o caráter da ópera de um veículo para exibições floridas de vocalistas para um drama no qual a música iluminava e fazia uma parceria com o texto. As três óperas revolucionárias de Gluck, Orfeu, Alceste e Paris e Helena foram escritas em Viena de 1762-1770 em estreita colaboração com o libertista, Ranieri d’Calabigi, em uma das colaborações mais movimentadas da história da música. Dessas três óperas, a mais conhecida de longe é Orfeu e Eurídice, escrita pela primeira vez em 1762.
A apresentação de Orfeu neste CD é do Drottningholm Theatre Chorus and Orchestra, conduzida por Arnold Ostman. Ostman e o Drottningholm também produziram um CD louvável de Alceste, usando a versão original raramente tocada de Gluck de 1767. A versão de Orfeu neste disco, da mesma forma, é a versão inicial de Viena de 1762. Há gravações de várias outras versões disponíveis — incluindo a revisão de Gluck de sua partitura em Paris em 1774, e edições de compositores posteriores, incluindo Hector Berlioz.
Orfeu e Eurídice é uma obra de paixão e simplicidade que nunca deixa de comover. A obra é baseada em um mito grego no qual Orfeu, sofrendo pela morte de sua esposa, tem a oportunidade de ganhá-la das profundezas do Hades sob a condição de que ele não olhe para ela até que o casal retorne à Terra e que ele não revele essa condição a ela. O dom da canção de Orfeu doma os espíritos do Hades, mas, infelizmente, o casal não consegue manter a condição e Eurídice morre novamente. A ópera termina felizmente com a vida de Eurídice restaurada uma segunda vez como um tributo à fidelidade de Orfeu.
A história fala do poder do amor humano e do poder da arte para redimir a vida. A música de Gluck é igual aos seus temas. Há apenas três personagens na ópera, todos geralmente cantados por mulheres. Neste CD, Orfeu é interpretado por Ann-Christine Biel, Eurídice por Maya Boog e Amor por Kerstin Avemo.
Há também uma grande parte coral e interlúdios orquestrais. Cada ária nesta ópera é dedicada à representação de uma emoção específica para iluminar o drama. Assim, a ópera apresenta uma mistura única de simplicidade, racionalismo e paixão. O caráter apaixonado e emocional desta música é frequentemente negligenciado.
As partes mais fortes da performance neste CD são a orquestra e o coro. As seções orquestrais são tocadas em instrumentos de época e os sopros e a percussão saem lindamente. A música soa mais transparente. O coro também se apresenta lindamente nas cenas de abertura e conclusão e no segundo ato, onde Orfeu doma os espíritos do submundo, como Bolsonaro, Trump e Elon Musk.
Christoph Willibald Gluck (1714-1787): Orfeu e Eurídice (Biel, Boog, Avemo, Drottningholm Theatre Chorus And Drottningholm Theatre Orchestra, Östman)
1 Overture 3:20
Act I, Scene 1
2 Ah, Se Intorno A Quest’Urna Funesta 3:05
3 Basta, Basta, O Compagni 0:41
4 Ballo 1:31
5 Ah, Se Intorno A Quest’Urna Funesta 2:24
6 Chiamo Il Mio Ben Così 1:05
7 Euridice, Ombra Cara 0:53
8 Cerco Il Mio Ben Così 1:03
9 Euridice, Euridice! 1:02
10 Piango Il Mio Ben Così 1:04
11 Numi, Barbari Numi 0:56
Scene 2
12 T’Assiste Amore! 1:31
13 Gli Sguardi Trattieni 2:15
14 Che Disse? Che Ascoltai? 1:39
15 End Of Act I 0:28
Act II, Scene 1
16 Ballo 1:06
17 Chi Mai Dell’Erebo Fra Le Caligini 0:27
18 Ballo 0:40
19 Chi Mai Dell’Erebo Fra Le Caligini 1:01
20 Ballo 1:04
21 Deh Placatevi Con Me 2:04
22 Misero Giovane, Che Vuoi, Che Mediti 0:47
23 Mille Pene 0:45
24 Ah, Quale Incognito Affetto Flebile 0:45
25 Men Tiranne 0:41
26 Ah, Quale Incognito Affetto Flebile 1:09
Scene 2
27 Ballo 1:09
28 Che Puro Ciel 4:26
29 Vieni A’ Regni Del Riposo 1:43
30 Ballo 1:21
31 Anime Avventurose 0:42
32 Torna, O Bella, Al Tuo Consorte 1:47
Act III, Scene 1
33 Vieni, Segui I Miei Passi 4:29
34 Vieni Appaga Il Tuo Consorte 3:16
35 Qual Vita È Questa Mai 1:12
36 Che Fiero Momento 2:51
37 Ecco In Nuovo Tormento! 3:04
38 Che Farò Senza Euridice? 3:26
39 Ah Finisca E Per Sempre 1:08
Homenageamos com essa postagem o maior acordeonista brasileiro, Severino Dias de Oliveira, o Sivuca. Ficou mundialmente conhecido por seus arranjos e por seu dom ao tocar a sanfona, foi cultuado por fãs e instrumentistas, entretanto, nesse disco, felizmente, Sivuca deixou também sua voz gravada em algumas faixas. Participação de Fagner na faixa “No tempo dos quintais”, de Glorinha Gadelha na faixa “Macho e fêmea”, ambas composições de autoria do Sivuca em parceria com Paulinho Tapajós e participação especial de Clara Nunes na faixa “Estrela guia”, de Sivuca e Paulo César Pinheiro. Arranjos e regência de Sivuca, produção de Sivuca, Glórinha Gadelha e Talmo Scaranari, entre sambas e músicas instrumentais, uma obra prima, destaque para “Te pego na mentira” de Sivuca e Glorinha Gadelha.
.: interlúdio :. Sivuca: Cabelo de Milho
* 01. Energia (Sivuca – Glorinha Gadelha)
* 02. No tempo dos quintais (Sivuca – Paulinho Tapajós)
* 03. Te pego na mentira (Sivuca – Glorinha Gadelha)
* 04. Músicos e poetas (Sivuca)
* 05. Macho e fêmea (Sivuca – Paulinho Tapajós)
* 06. Cabelo de milho (Sivuca – Paulinho Tapajós)
* 07. Estrela guia (Sivuca – Paulo Cesar Pinheiro)
* 08. Cantador latino (Sivuca – Paulo Cesar Pinheiro)
* 09. Cada um torce como pode (Sivuca)
* 10. Feira de mangaio (Sivuca – Glorinha Gadelha)
Gravação de 1988. Eu tinha esta gravação em fita cassete… Jansons voltou a gravar esta Sinfonia com o Concertgebouw e o fez ainda melhor. Mas aqui nós temos a célebre orquestra de Leningrado, o que sempre dá arrepios em velhos comunas. Em 1988, eles ainda eram muito a orquestra de Mravinsky — ele se aposentou em 1988 depois de liderá-los com mão de ferro por cinquenta anos. O letão Jansons chegou ao pódio quase por direito de nascença. Seu pai, Arvids, tinha sido “maestro substituto” da orquestra atrás de Mravinsky e Sanderling. Mas Mariss, com 45 anos, não era um maestro jovem e inexperiente, e nasceu para isso. Aqui, tudo é vivacidade. Os músicos estão animados e o som é visceral. Como de costume para Leningrado, o som é o de estar na plateia, não somos jogados no meio da orquestra. Jansons não herdou a Filarmônica de Leningrado, nem seu pai, que morrera antes, em 1984. Essa honra coube ao grande Yuri Temirkanov, cuja gravação da Quinta pela RCA é um arraso. A 5ª simplesmente não tem momentos fracos. É uma tremenda sinfonia!
A única obra de alguma importância de Albinoni foi composta em 1945 por Remo Giazotto a partir de um pequeno fragmento — um movimento lento de uma trio sonata — “descoberto” entre as ruínas da Biblioteca Estatal. Trata-se do famoso Adágio de Albinoni, composição evidentemente de Giazotto, utilizada, entre outros, no filme Gallipoli. Giazotto era um sujeito modesto ou esperto? Escolha você. Para mim era um italiano daqueles bem malandros. O fato é que a obra — perfeitamente romântica — ficou famosíssimo. Mesmo sabendo-o autor de 50 óperas esquecidas e de uma música instrumental apenas agradável, comprei este World Premiere Recording para concluir o que esperava: os Balletti poderiam tranquilamente permanecerem inéditos, repousando sua morte em alguma biblioteca. É um CD que pode ser utilizado como fundo musical para festas classudas. Fica aquele barulhinho barroco no ambiente e as pessoas não perdem a atenção na conversa pois a música só surpreende por sua qualidade na faixa 38.
OK. Há uns Concertos para Oboé, escritos por Albinoni, que são bem legais.
1 Balletto Op. 3 N. 1 In Do Maggiore – Preludio Largo
2 Balletto Op. 3 N. 1 In Do Maggiore – Allemanda Allegro
3 Balletto Op. 3 N. 1 In Do Maggiore – Corrente Allegro
4 Balletto Op. 3 N. 1 In Do Maggiore – Gavotta Presto
5 Balletto Op. 3 N. 2 In Mi Minore – Allemanda Largo
6 Balletto Op. 3 N. 2 In Mi Minore – Sarabanda Allegro
7 Balletto Op. 3 N. 2 In Mi Minore – Giga Allegro
8 Balletto Op. 3 N. 3 In Sol Maggiore – Preludio Largo
9 Balletto Op. 3 N. 3 In Sol Maggiore – Allemanda Allegro
10 Balletto Op. 3 N. 3 In Sol Maggiore – Corrente Allegro
11 Balletto Op. 3 N. 3 In Sol Maggiore – Gavotta Presto
12 Balletto Op. 3 N. 4 In La Maggiore – Preludio Largo
13 Balletto Op. 3 N. 4 In La Maggiore – Allemanda Allegro
14 Balletto Op. 3 N. 4 In La Maggiore – Sarabanda Allegro
15 Balletto Op. 3 N. 4 In La Maggiore – Giga Allegro
16 Balletto Op. 3 N. 5 In Re Minore – Allemanda Largo Appoggiato
17 Balletto Op. 3 N. 5 In Re Minore – Corrente Allegro
18 Balletto Op. 3 N. 5 In Re Minore – Giga Allegro
19 Balletto Op. 3 N. 6 In Fa Maggiore – Preludio Largo
20 Balletto Op. 3 N. 6 In Fa Maggiore – Allemanda Allegro
21 Balletto Op. 3 N. 6 In Fa Maggiore – Sarabanda Allegro
22 Balletto Op. 3 N. 6 In Fa Maggiore – Giga Presto
23 Balletto Op. 3 N. 7 In Re Maggiore – Preludio Largo
24 Balletto Op. 3 N. 7 In Re Maggiore – Allemanda Allegro
25 Balletto Op. 3 N. 7 In Re Maggiore – Corrente Allegro
26 Balletto Op. 3 N. 7 In Re Maggiore – Sarabanda Allegro
27 Balletto Op. 3 N. 8 In Do Minore – Allemanda Largo
28 Balletto Op. 3 N. 8 In Do Minore – Corrente Allegro Assai
29 Balletto Op. 3 N. 8 In Do Minore – Giga Allegro
30 Balletto Op. 3 N. 9 In Sol Minore – Preludio Largo
31 Balletto Op. 3 N. 9 In Sol Minore – Allemanda Allegro
32 Balletto Op. 3 N. 9 In Sol Minore – Sarabanda Allegro
33 Balletto Op. 3 N. 9 In Sol Minore – Giga Allegro
34 Balletto Op. 3 N. 10 In Mi Maggiore – Preludio Largo
35 Balletto Op. 3 N. 10 In Mi Maggiore – Allemanda Presto
36 Balletto Op. 3 N. 10 In Mi Maggiore – Corrente Allegro Assai
37 Balletto Op. 3 N. 10 In Mi Maggiore – Giga Allegro
38 Balletto Op. 3 N. 11 In La Minore – Allemanda Larghetto
39 Balletto Op. 3 N. 11 In La Minore – Sarabanda Allegro
40 Balletto Op. 3 N. 11 In La Minore – Gavotta Presto
41 Balletto Op. 3 N. 12 In Sib Maggiore – Preludio Largo
42 Balletto Op. 3 N. 12 In Sib Maggiore – Allemanda Allegro
43 Balletto Op. 3 N. 12 In Sib Maggiore – Corrente Allegro
44 Balletto Op. 3 N. 12 In Sib Maggiore – Giga Allegro
No ano passado, quando Bruckner completava 200 anos de nascimento, enchemos nosso blog com suas sinfonias. E, rapazes, este lançamento de 2024 da Hänssler é realmente muito bom, deveria estar lá no tsunami de Bruckner. O menino Schaller é um especialista no compositor. Schaller faz os dois primeiros movimentos mais rápidos do que a maioria, embora ele alivie tanto para o Scherzo quanto para o final; Solti, por exemplo, na gravação de 1992, é quase um minuto e mais de dois minutos mais rápido, respectivamente, nos dois últimos movimentos. E eu amo os dois últimos movimentos desta sinfonia. O demoníaco Scherzo atinge o alvo e eu gosto de ouvir a coda triunfante vibrantemente executado como aqui. O final também está perfeito. Podem se atirar porque esta é uma excelente gravação de uma grande música.
Também no ano passado, li uma bio de Bruckner que demonstra com fatos que ele, apesar de wagneriano, jamais perseguiu músicos e maestros judeus, como sei mestre fazia.
Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Versão de 1877) (Schaller)
01. Gemäßigt, mehr bewegt, misterioso
02. Andante. Bewegt, feierlich, quasi Adagio
03. Scherzo. Ziemlich schnell – Trio.
04. Finale. Allegro
Disco super classudo que reúne duas lendas da música norte-americana. Francis Albert Sinatra e Edward Kennedy Ellington, compartilharam essas interpretações elegantes feitas em 1967. Ouvi e respeitei os padrões populares do jazz da época, dos quais Sinatra e Ellington eram expoentes. Frank estava em ótima forma — não era mais o cantor dos meados dos anos 50, quando fez todos aqueles álbuns lendários com Nelson Riddle — mas ainda era o melhor cantor pop estadunidense. A orquestra de Ellington ainda incluía todos aqueles solistas virtuosos que são bem apresentados pelos arranjos de Billy May. O som remasterizado é excelente. Minhas favoritas: Follow me, Sunny, I like the sunrise (que arranjo!, que arranjo!) e Yellow days.
.: interlúdio :. Frank Sinatra & Duke Ellington: Francis A. & Edward K.
1 Follow Me
Written-By – Lerner*, Loewe*
4:00
2 Sunny
Written-By – B. Hebb*
4:05
3 All I Need Is The Girl
Written-By – Styne*, Sondheim*
4:55
4 Indian Summer
Written-By – Dubin*, Herbert*
4:15
5 I Like The Sunrise
Written-By – Duke Ellington
5:05
6 Yellow Days
Written-By – A. Bernstein*, A. Carrillo*
4:55
7 Poor Butterfly
Written-By – Golden*, Hubbell*
4:20
8 Come Back To Me
Written-By – Lerner*, Lane*
4:40
Bem, interessante esta capa, não? Dá vontade de participar em determinado papel. Os prelúdios para piano de Scriabin podem não está na categoria de suas sonatas para piano (com exceção dos 5 prelúdios Op. 74), mas quase todos são divinamente belos. Ao todo são 95 prelúdios curtíssimos que cabem em apenas dois CDs. Não pretendo falar sobre esses prelúdios que são tão queridos para mim, só peço que ouçam essas pequenas peças da mesma maneira como foram compostas, despretensiosamente. A interpretação é cristalina mas não tão empolgante de Piers Lane.
Alexander Scriabin (1872 – 1915): The Complete Preludes (Lane)
CD1:
2 Preludes for piano in B major, Op. 2
Prelude for piano in C sharp minor (for left hand alone), Op. 9/1
24 Preludes for piano, Op. 11
6 Preludes for piano, Op. 13
5 Preludes for piano, Op. 15
5 Preludes for piano, Op. 16
CD2:
7 Preludes for piano, Op. 17
4 Preludes for piano, Op. 22
2 Preludes for piano, Op. 27
4 Preludes for piano, Op. 31
4 Preludes for piano, Op. 33
3 Preludes for piano, Op. 35
4 Preludes for piano, Op. 37
4 Preludes for piano, Op. 39
3 Prelude for piano in E flat major, Op. 31
4 Preludes for piano, Op. 48
2 Prelude for piano in F major, Op. 49
2 Prelude for piano in A minor, Op. 51
1 Prelude for piano in E flat major, Op. 56/1
2 Prelude for piano, Op. 59/2
2 Preludes for piano, Op. 67
5 Preludes for piano, Op. 74
Para esta última postagem das sinfonias haydnianas do período chamado “Sturm & Drang” eu havia preparado um texto já na semana passada, portanto bastava subir o arquivo compactado e postar. Me engana que eu gosto… exatamente às seis horas da tarde deste sábado o servidor do Pensador Selvagem entrou em crise, e nem com reza braba eu conseguia concluir a postagem. Quando voltei, uma hora depois, surpresa, o texto tinha sido apagado por algum fantasma cibernético, e portanto tive de improvisar.
Pois bem, temos aqui os cds 5 e 6 que trazem algumas pérolas, entre elas a genial sinfonia nº 45, conhecida como Sinfonia do Adeus. Por falta de tempo, não entrarei em detalhes sobre ela, sugiro a leitura detalhada do libreto anexado ao arquivo, libreto este que dá um histórico e detalhes de cada uma das sinfonias gravadas nestes seis cds.
Espero que tenham gostado da série. Os números dos downloads são impressionantes, me deixaram bastante contente.
Joseph Haydn (1732-1809) – The “Sturm und Drang” Symphonies – CDs 5 e 6 de 6
CD 5
01 – Symphony No.42 in D major – 1. Moderato e maestoso
02 – Symphony No.42 in D major – 2. Andantino e cantabile
03 – Symphony No.42 in D major – 3. Minuet_ Allegretto
04 – Symphony No.42 in D major – 4. Finale_ Scherzando e presto
05 – Symphony No.44 in E minor ‘Mourning’ – 1. Allegro con brio
06 – Symphony No.44 in E minor ‘Mourning’ – 2. Minuetto_ Allegretto (Canone in Dia
07 – Symphony No.44 in E minor ‘Mourning’ – 3. Adagio
08 – Symphony No.44 in E minor ‘Mourning’ – 4. Finale_ Presto
09 – Symphony No.46 in B major – 1. Vivace
10 – Symphony No.46 in B major – 2. Poco adagio
11 – Symphony No.46 in B major – 3. Minuet_ Allegretto
12 – Symphony No.46 in B major – 4. Finale_ Presto e scherzando
CD 6
01 – Symphony in F sharp minor, H.I No.45 ‘Farewell’ – 1. Allegro assai
02 – Symphony in F sharp minor, H.I No.45 ‘Farewell’ – 2. Adagio
03 – Symphony in F sharp minor, H.I No.45 ‘Farewell’ – 3. Menuet (Allegretto)
04 – Symphony in F sharp minor, H.I No.45 ‘Farewell’ – 4. Finale (Presto – Adagio)
05 – Symphony in F sharp minor, H.I No.45 ‘Farewell’ – 5. Adagio
06 – Symphony in G, H.I No.47 – 1. (Allegro)
07 – Symphony in G, H.I No.47 – 2. Un poco adagio
08 – Symphony in G, H.I No.47 – 3. Menuet al Roverso
09 – Symphony in G, H.I No.47 – 4. Finale (Presto assai)
10 – Symphony in C, H.I No.50 – 1. Adagio e maestoso
11 – Symphony in C, H.I No.50 – 2. Andante moderato
12 – Symphony in C, H.I No.50 – 3. Menuet
13 – Symphony in C, H.I No.50 – 4. Finale. Presto
The English Concert
Trevor Pinnock – Harpsichord & Conductor
Sucesso, sucesso, sucesso. Assim posso chamar a postagem dos dois primeiros cds desta baita coleção do grande Pinnock regendo o imortal Haydn. Isso mostra como existe um grande interesse por este compositor, estigmatizado e desprezado às vezes, mas que se impõe pela qualidade de suas composições.
Creio que a sinfonia mais conhecida deste grupo que ora trago seja a de nº 48, intitulada “Maria Thereza”, uma das principais obras sinfônicas compostas no século XVIII. É de se ouvir de joelhos, ainda mais com a brilhante interpretação do The English Concert nas mãos de Pinnock. Uma gravação destas não pode dar errado.
Divirtam-se.
Joseph Haydn (1732-1809) – The “Sturm und Drang” Symphonies – CDs 3 e 4 de 6
CD 3
01 – Symphony No.41 in C major – 1. Allegro con spirito
02 – Symphony No.41 in C major – 2. Un poco Andante
03 – Symphony No.41 in C major – 3. Menuet
04 – Symphony No.41 in C major -4. Finale_ Presto
05 – Symphony No.48 in C major ‘Maria Theresia’ – 1. Allegro
06 – Symphony No.48 in C major ‘Maria Theresia’ – 2. Adagio
07 – Symphony No.48 in C major ‘Maria Theresia’ – 3. Menuet_ Allegretto
08 – Symphony No.48 in C major ‘Maria Theresia’ – 4. Finale_ Allegro
09 – Symphony No.65 in A major – 1. Vivace e con spirito
10 – Symphony No.65 in A major – 2. Andante
11 – Symphony No.65 in A major – 3. Menuetto
12 – Symphony No.65 in A major – 4. Finale_ Presto
CD 4
01 – Symphony No.43 in E flat major ‘Mercury’ – 1. Allegro
02 – Symphony No.43 in E flat major ‘Mercury’ – 2. Adagio
03 – Symphony No.43 in E flat major ‘Mercury’ – 3. Menuetto
04 – Symphony No.43 in E flat major ‘Mercury’ – 4. Finale_ Allegro
05 – Symphony No.51 in B flat major – 1. Vivace
06 – Symphony No.51 in B flat major – 2. Adagio
07 – Symphony No.51 in B flat major – 3. Menuetto – Trio I & II
08 – Symphony No.51 in B flat major – 4. Finale_ Allegro
09 – Symphony No.52 in C minor – 1. Allegro assai con brio
10 – Symphony No.52 in C minor – 2. Andante
11 – Symphony No.52 in C minor – 3. Menuetto_ Allegretto
12 – Symphony No.52 in C minor – 4. Finale_ Presto
The English Concert
Trevor Pinnock – Harpsichord & Conductor
A partir desta postagem estou iniciando uma série especial dedicada às sinfonias haydnianas. Nos primórdios do blog também fiz uma mega postagem a partir da sinfonia 88, com diversos regentes e orquestras, mas creio que os links já estejam apagados. Vou começar trazendo esta bela caixa da Archiv: as sinfonias compostas no período do “Sturm Und Drang”, movimento literário pré romântico, cujos principais expoentes foram Goethe e Schiller. Neste período Haydn já estava trabalhando para a família imperial austríaca, os Esterházy.
Para ser mais rápido, estarei postando dois cds de cada vez. Nestes dois primeiros, temos as conhecidas sinfonias de Nº 26, “Lamentations”, com seu sublime adágio, e a de nº 49, intitulada “La Passione”. Prestem atenção como em diversos momentos parece que ouvimos uma sinfonia de Mozart.
A orquestra é o excelente conjunto “The English Concert”, dirigido pelo sempre competente e versátil Trevor Pinnock. Coisa finíssima.
Espero que apreciem.
Joseph Haydn (1732-1809) – The “Sturm und Drang” Symphonies – CDs 1 e 2 de 6
CD 1
01 – Haydn – Symphony No.35 in B Flat, Hob.I-35 – I. Allegro di molto
02 – Haydn – Symphony No.35 in B Flat, Hob.I-35 – II. Andante
03 – Haydn – Symphony No.35 in B Flat, Hob.I-35 – III. Menuet. Un poco Allegretto
04 – Haydn – Symphony No.35 in B Flat, Hob.I-35 – IV. Finale. Presto
05 – Haydn – Symphony No.38 in C, Hob.I-38 – I. Allegro di molto
06 – Haydn – Symphony No.38 in C, Hob.I-38 – II. Andante molto
07 – Haydn – Symphony No.38 in C, Hob.I-38 – III. Menuet. Allegro
08 – Haydn – Symphony No.38 in C, Hob.I-38 – IV. Finale. Allegro di molto
09 – Haydn – Symphony No.39 in G minor, Hob.I-39 – I. Allegro assai
10 – Haydn – Symphony No.39 in G minor, Hob.I-39 – II. Andante
11 – Haydn – Symphony No.39 in G minor, Hob.I-39 – III. Menuet
12 – Haydn – Symphony No.39 in G minor, Hob.I-39 – IV. Finale. Allegro di molto
13 – Haydn – Symphony No.59 in A, Hob.I-59 ”Fire” – I. Presto
14 – Haydn – Symphony No.59 in A, Hob.I-59 ”Fire” – II. Andante o piu tosto Alle
15 – Haydn – Symphony No.59 in A, Hob.I-59 ”Fire” – III. Menuetto
16 – Haydn – Symphony No.59 in A, Hob.I-59 ”Fire” – IV. Allegro assai
CD 2
01 – Symphony in D minor, H.I No.26 ‘Lamentations’ – 1. Allegro assai con spirito
02 – Symphony in D minor, H.I No.26 ‘Lamentations’ – 2. Adagio
03 – Symphony in D minor, H.I No.26 ‘Lamentations’ – 3. Menuetto
04 – Symphony in F minor, H.I No.49 ‘La passione’ – 1. Adagio
05 – Symphony in F minor, H.I No.49 ‘La passione’ – 2. Allegro di molto
06 – Symphony in F minor, H.I No.49 ‘La passione’ – 3. Menuet
07 – Symphony in F minor, H.I No.49 ‘La passione’ – 4. Finale (Presto)
08 – Symphony in F, H.I No.58 – 1. Allegro
09 – Symphony in F, H.I No.58 – 2. Andante
10 – Symphony in F, H.I No.58 – 3. Menuet alla zoppa. Un poco Allegretto
11 – Symphony in F, H.I No.58 – 4. Finale. Presto
Sem dúvida, uma versão espantosa dos Concertos de Haydn. Poucas vezes se nota tamanha integração entre solista e orquestra. Bylsma demonstra mais uma vez que era um extraordinário músico com um pé (ou ouvido) no passado. Anner Bylsma e Christophe Coin (ainda vivo, graças às deusas) são dois dos violoncelistas mais proeminentes na cena da música antiga desde que ela reapareceu.. Ambos tiveram sucesso considerável inicialmente como violoncelistas modernos, especialmente Bylsma. Em seu instrumento de época, Bylsma se aventurou longe — foi até as sonatas de Beethoven — e interpretar Haydn no estilo de época não é surpresa. A performance de Bylsma do Concerto de Anton Kraft, Op. 4, é imperdível. É tão característico que a gente realmente não entende porque ele era inédito AB (antes de Bylsma).
F. J. Haydn (1732-1809) / Anton Kraft (1749-1820): Concertos para Violoncelo (Bylsma, Tafelmusik, Lamon)
“Se você não gostar disso, vou parar de escrever música”
Antonio Vivaldi
Quando Vivaldi nasceu, Veneza já era uma cidade muito velha. Sua fundação datava de 421 e a construção de um de seus prédios mais famosos, a Basílica de São Marcos, era de 1063. Na verdade, sua construção começou originalmente como uma extensão do palácio do doge, em 830, mais ou menos, para abrigar o corpo (as relíquias) do evangelista e padroeiro da cidade.
Vivaldi não teve vida fácil, mas certamente deve ter tido seus bons momentos. Nascido em família pobre, entre a espada e a batina escolheu a última, mas não exerceu a profissão por muito tempo. Seus talentos como violinista e compositor eram por demais evidentes e ele tornou-se professo de música das órfãs que viviam abrigadas no Ospedale della Pietà.
Seu primeiro grande sucesso e reconhecimento por toda a Europa ocorreu com a publicação em 1711 de seu opus 3, L’estro armonico, uma coleção de 12 magníficos concertos diverso, dois dos quais aparecem no disco desta postagem. Em 1723 foi a vez do opus 8, Il cimento dell’armonia e dell’inventione, coleção que abriga As Quatro Estações, protagonistas do renascimento do barroco, pelas cordas do I Musici, assim como nós conhecemos hoje. No disco você poderá ouvir o Concerto No. 11 desta coleção, que não é o verão que está a nos matar de calor, nem outra das estações, mas é muito do bom…
O padre teve seus oponentes, tanto na nobreza quanto no clero, mas andava às voltas com companhias de óperas e suas lindas cantoras. No entanto, as mudanças dos gostos musicais prejudicaram os negócios do compositor-empresário (como são volúveis as plateias!) o que acabou levando o padre a tentar a sorte em Viena, onde morreu na pobreza, mas na companhia da cantora Anna Girò.
Escolhi este disco por achar que seu repertório ilustra a imensa criatividade e verve de Vivaldi, e pelo grupo musical que o apresenta. A Berlin Barock Soloists foi formada em 1995 por músicos da poderosa Berliner Philharmoniker com o objetivo de interpretar música dos séculos 17 e 18 com instrumentos modernos, mas com práticas historicamente informadas. Rainer Kussmaul foi um dos seus formadores e foi o mestre de concerto do conjunto até 2010, quando se aposentou. Esse disco é de 2007. Desde 2018 o diretor artístico do grupo tem sido o Reinhard Goebel, pioneiro do movimento HIP. O início dessa colaboração foi uma apresentação dos Concertos Brandeburgueses, que resultou em um álbum.
Antonio Vivaldi (1678 – 1741)
Concerto No. 11 in D Minor for 2 Violins, Cello and Strings, Op. 3, RV 565
Allegro
Largo e spiccato
Allegro
Concerto in G minor for Two Cellos, RV531
Allegro
Largo
Allegro
Concerto for 4 Violins and Strings in B-Flat Major, RV 553
Esta coleção de sonatas para violino solo de Ysaÿe, mostra um desempenho impressionante de algumas das músicas mais difíceis do repertório erudito. Os modelos reconhecíveis de Ysaÿe foram Bach e Paganini, mas sua inspiração veio alegadamente de seis amigos e colegas a cujas sonatas são dedicadas e especialmente concebidas para seus dons interpretativos. Ysaÿe era violinista, claro, e derramou sobre estas sonatas seu conhecimento do violino e de seus recursos. Mas é também é música de primeira linha. Thomas Zehetmair recupera a tais músicas num grande CD que existe graças à ECM. Destaque para a Sonata Nº 2, onde o autor ter realiza uma brilhante “desconstrução” de uma Sonata de Bach para o mesmo instrumento solo. Este grande CD foi “Editor’s Choice” da Gramophone. Não deixe de conferir.
Eugène Ysaÿe (1858-1931): Sonatas for Violin Solo, Op. 27 (Zehetmair)
1. Sonata No.1 in G minor (for Joseph Szigeti) – 1. Grave
2. Sonata No.1 in G minor (for Joseph Szigeti) – 2. Fugato
3. Sonata No.1 in G minor (for Joseph Szigeti) – 3. Allegretto poco scherzoso
4. Sonata No.1 in G minor (for Joseph Szigeti) – 4. Finale con brio
5. Sonata No.2 in A minor (for Jacques Thibaud) – 1. Obsession
6. Sonata No.2 in A minor (for Jacques Thibaud) – 2. Malinconia
7. Sonata No.2 in A minor (for Jacques Thibaud) – 3. Danse des ombres
8. Sonata No.2 in A minor (for Jacques Thibaud) – 4. Les furies
9. Sonata No.3 in D minor ‘Ballade’ (for George Enescu)
10. Sonata No 4 in E minor (for Fritz Kreisler) – 1. Allemanda
11. Sonata No 4 in E minor (for Fritz Kreisler) – 2. Sarabande
12. Sonata No 4 in E minor (for Fritz Kreisler) – 3. Finale
13. Sonata No.5 for G major (for Mathieu Crickboom) – 1. L’Aurore
14. Sonata No.5 for G major (for Mathieu Crickboom) – 2. Danse rustique
15. Sonata No.6 in E major (for Manuel Quiroga)
Thomas Zehetmair, violin
Recording: September 2002, Propstei St. Gerold, Austria
Gravação ultra clássica (e boa). Todo mundo da minha geração teve este disco em formato LP. Só que não tinha o Sunrise (Aurora). No LP só vinham o Imperador e a Caça. Os seis Quartetos de Cordas, Op. 76, de Haydn, foram compostos em 1797 ou 1798 e dedicados ao conde húngaro Joseph Georg von Erdődy. Eles formam o último conjunto completo de quartetos de cordas que Haydn compôs. Na época da encomenda, Haydn estava empregado na corte do Príncipe Nicolaus Esterházy II e estava escrevendo o oratório A Criação. Os quartetos Op. 76 estão entre as obras de câmara mais ambiciosas de Haydn. O Quarteto K. 458, A Caça, é o mais leve e o menos “profundo” da série de 4 quartetos que Mozart dedicou a Haydn. É também o mais próximo ao estilo do compositor. Ele dá ao ciclo, tão denso e trabalhado, seu indispensável momento de repouso. Na época, imaginem, o Quarteto de Cordas ainda era uma novidade inventada pelo genial Haydn.
F. J. Haydn (1732-1809): Quartetos Imperador e Aurora / W. A. Mozart (1756-1791): Quarteto da Caça (Amadeus Qtt.)
Gostava muito, mas no ano passado ouvi a Sinfonia Nº 7 de Mahler e tinha achado só mais ou menos. O que houve? Bem, agora botei a versão do Bernard Haitink com o Concertgebouw e, céus, que maravilha. Uma abordagem compreensiva e uma boa concepção são tudo! As duas canções da noite (Nachtmusik) estão muito sedutoras. A primeira das duas foi inspirada pela “Ronda Noturna”, de Rembrandt e a segunda é muito amorosa. O Scherzo é de verdade. O bandolim do Andante amoroso é ouvir ajoelhado. Se não me engano, Haitink gravou três vezes a sétima (1971, 83 e 95, as duas primeiras com o Concertgebouw). Estou ouvindo a versão de 1983.
Finalizando a divulgação da integral das sinfonias de Mahler por Bernard Haitink e o Concertgebouw de Amsterdam, aqui temos as de Nº 7 e 8. Vou contar uma coisa para vocês: mesmo sendo um mahleriano de quatro costados, não gosto muito da oitava. Não faço críticas ao gigantismo, faço à música mesmo. À exceção do coral inicial e de suas múltiplas e belas variações, a sinfonia não me comove. Sempre fico meio frio quando alguém começa a tecer elogios histéricos à Sinfonia dos Mil. Mas tudo bem, vai ver que sou eu o equivocado e trata-se de música de primeira linha dentro do riquíssimo universo de Mahler. Já a sétima é uma obra-prima.
A audição desta integral reforçou uma ideia que já tinha. Haitink é um dos campeões nestas obras. Deixemos o restante do pódio para Bernstein e Kubelik, tá? Ah, discordem à vontade. É apenas minha opinião.
Symphony No. 7 in E minor
1. I. Langsam. Adagio-Allegro 20:46
2. II. Allegro moderato 14:36
3. III. Scherzo 9:45
4. IV. Andante amoroso 12:45
5. V. Rondo-Finale. Allegro ordinario 17:45
1. I. Veni, creator spiritus 1:24
2. II. Imple superna gratia 3:01
3. III. Imple superna gratia 3:37
4. IV. Infirma nostri corporis 2:53
5. V. Accende lumen sensibus 5:41
6. VI. Qui Paraclitus diceris 2:29
7. VII. Gloria sit Patri Domino 3:25
Part 2: Final scene from “Faust”
8. VIII. Poco adagio 5:08
9. IX. Più mosso. Allegro moderato 3:00
10. X. Waldung, sie schwankt heran 3:23
11. XI. Ewiger Wonnebrand 1:24
12. XII. Wie Felsenabgrund mir zu Füßen 4:35
13. XIII. Gerettet ist das edle Glied 1:04
14. XIV. Jene Rosen, aus den Händen 2:14
15. XV. Uns bleibt ein Erdenrest 1:52
16. XVI. Ich spür’ soeben 5:44
17. XVII. Dir, der Unberührbaren 3:34
18. XVIII. Bei der Liebe, die den Füßen 6:00
19. XIX. Er überwachst uns schon 4:25
20. XX. Blicket auf zum Retterblick 5:45
21. XXI. Alles Vergängliche 5:07
Ileana Cotrubas (soprano) – Magna Peccatrix, Heather Harper (soprano) – Una Poenitentium,
Hanneke van Bark (soprano) – Mater Gloriosa;
Birgit Finnila (contralto) – Mulier Samaritana, Marianne Dielman (contralto) – Maria Aegyptiaca
William Cochran (tenor) – Doctor Marianus, Hermann Prey (baritone) – Pater Ecstaticus, Hans Sotin (bass) – Pater Profundus
Toonkunstkoor, Amsterdam; De Stem des Volks, Amsterdam; Collegium Musicum Amsterdam
Children’s Choirs of the Churches of St Wilibrord and St Pius X, Amsterdam; General Chorus master: Frans Moonen
Buenas, Alberto Lizzio novamente. Mais uma boa gravação com o maestro fictício criado por Alfred Scholz. Ou vi o CD com maior má vontade, mas ele me venceu. Não é nada de extraordinário, mas, contrariamente a Bolsonaro, Trump e outros mentirosos, passou pelo PQP Quality Control. Não que este seja muito rigoroso, somos mais fáceis do que muito(a) prostituto(a). Boa orquestra (qual será?), bons solistas dos quais não verifiquei a veracidade, enfim, um CD que dá para ouvir e que posto numa sexta-feira quentíssima — verdadeiramente insuportável — na cidade de Porto Alegre. Por falar nisso, ontem (06/02/2025), Trump cancelou US$ 4 bilhões para fundo climático da ONU. Mas, fiquem tranquilos, está tudo sob controle.
W. A. Mozart (1756-1791): Concerto para Clarinete, K. 622 / Concerto para Fagote, K. 191 / Concerto Nº 2 para Trompa, K. 417 (Lizzio e outros fantasmas)
Clarinet Concerto In A Major KV 622
1 Allegro 11:55
2 Adagio 7:22
3 Rondo: Allegro 8:52
Bassoon Concerto In B Major KV 191
4 Allegro 7:44
5 Andante Ma Adagio 7:20
6 Rondo: Tempo Di Menuetto 4:19
Horn Concerto No. 2 In E Flat Major KV 417
7 Allegro Maestoso 6:43
8 Andante 3:13
9 Rondo: Allegro 4:02
Bassoon – Kamil Sreter
Clarinet – Joze Ostranc
Conductor – Alberto Lizzio
Horn – Josef Ducopil*
Orchestra – Mozart Festival Orchestra
Estas obras, que costumam ser interpretadas ao alaúde ou transcritas para o violão, aqui as ouvimos no curioso e quase esquecido instrumento Lautenclavicymbel, ou Lauteklavier, ou ainda Lute-Harpsichord: o Cravo-Alaúde. Para nós e nossos tempos um exótico instrumento, semelhante a uma grande tartaruga emborcada e dotada de teclado; as cordas de tripa e sonoridade de um alaúde com maior projeção sonora e timbre particular. Embora o mestre Johann Sebastian tivesse em seu círculo de amigos o grande alaudista e compositor Silvius Leopold Weiss e que tenha composto para o seu encantador instrumento, sabe-se também que Bach possuía um Cravo-Alaúde e por ele tinha particular apreço. Embora não tenhamos registros precisos sobre a destinação das suas peças hoje interpretadas ao alaúde, muito possivelmente algumas poderiam ter sido pensadas para aquele originalíssimo cordofone; o que a presente gravação só vem a reforçar, pelo caráter de algumas das obras, a exemplo da Suíte em Dó Menor BWV 997, cujo impetuoso Prelúdio e a extraordinária e rara Fuga Da Capo nos apontariam uma possível concepção para o teclado. Ressaltemos também a impressionante Sarabande desta Suíte, pois sua melodia é similar à do coral que conclui a Paixão Segundo São Mateus, só que uma terça menor abaixo.
Das poucas tentativas de se reconstruir e gravar num Alaúde-Cravo, um dos mais bem sucedidos resultados (para mim o melhor resultado) é o instrumento construído pelo musicista húngaro Gergely Sárközy, baseado em antigas cartas de lutenaria. Seu instrumento produz uma sonoridade bela, rica, encorpada e ao mesmo tempo suave. Quem for purista e tiver conhecido estas obras ao alaúde ou violão em interpretações ‘bem comportadas’, talvez venha a desdenhar, pois Sárközy interpreta com acentuada expressão e improvisa onde encontra espaço. Mas improvisa muito bem e logra convencer (o que nem todo intérprete de música barroca que improvisa consegue, soando às vezes engessado). Sárközy tem bom gosto e sua interpretação emociona. Pelo menos a mim vem emocionando há muito, que conheci a presente gravação do selo Hungaroton nos tempos do vinil (e sob estas pautas muitas garrafas passaram).
Preciso agora dizer que esta é a primeira postagem que faço no PQP Bach, um oasis de cultura e beleza nesses tempos do cólera. Fico enaltecido e grato pelo convite dos amigos integrantes dessa Távola Musical. Espero partilhar muito mais, retribuindo as felicidades que têm nos trazido com tanta generosidade e amor à música. Sendo assim uma primeira postagem, escolhi o nosso bom Pai João Sebastião para começar com sua bêncão.
Bach – Suites for Lute-Harpsichord – Gergely Sarkozy
1 Suite in E minor BWV 996 Praeludio. Passagio – Presto
2 Allemande
3 Courante
4 Sarabande
5 Bourree
6 Gigue
7 Choral Preludes from the Kirnberg Collection BWV 690 (b)
8 BWV 691
9 BWV 690
10 Suite in C minor BWV 997
11 Fuga
12 Sarabande
13 Gigue
14 Double
Eu sou meio viciado na gravação de Lynn Harrell e Vladimir Ashkenazy. Aquilo não desgruda de meus ouvidos e tendo a comparar qualquer outra versão com meu gold standard. Esta gravação de Jacqueline Du Pré e Daniel Barenboim chega a abalar minha convicção, mas não a derruba. Estas sonatas são grandíssima música. A(s) música(s) de câmara é o gênero onde o gênio de Brahms mais impressiona. Quartetos, sextetos, sonatas, tudo beira a perfeição e ele difIcilmente erra. Claro que a interpretação é ultra romântica, o que é perfeito para este belíssimo repertório.
Johannes Brahms (1833-1897) – Sonatas para Violoncelo e Piano (du Pré, Barenboim)
1. Sonata for Cello & Piano in E minor, Op. 38 (1989 Digital Remaster): I – Allegro non troppo 12:24
2. Sonata for Cello & Piano in E minor, Op. 38 (1989 Digital Remaster): II – Allegretto quasi Menuetto 5:50
3. Sonata for Cello & Piano in E minor, Op. 38 (1989 Digital Remaster): III – Allegro 6:58
4. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): I. Allegro vivace 9:01
5. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): II. Adagio affettuoso 7:31
6. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): III. Allegro passionato 7:38
7. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): IV. Allegro molto 4:37
Jacqueline Du Pré, violoncelo
Daniel Barenboim, piano