Nem tantos efeitos ou extravagâncias. Esperava um CD tão escandaloso e alegre ou bizarro quanto a capa e o título sugeriam, mas nada disso. É um trabalho que é interessante sem cumprir o que promete; ou seja, seu conteúdo não é all that ludus. O Concerto Palatino é um bom grupo e deixo em aberto a avaliação da qualidade do CD. É que a desproporção entre capa e conteúdo me deixou realmente desconcertado. A Accent já foi mais séria, principalmente na época em que tinha René Jacobs entre seus contratados. Ou não entendi nada.
Effetti e Stravaganze (pero no mucho) – Affect and Effect in 17th-Century Instrumental Music
1 Giovanni Picchi: Canzon undecima à 4
Le bizzarrie:
2 Nicolò Corradini: Canzon à 4 La Sincopata (Venice, 1624)
3 Alessandro Piccinini (1566-1638): Toccata cromatica (Bologna, 1623)
4 Biagio Marini: Sonata decima terza senza cadenza (Venice, 1626)
5 Antonio Troilo (fl.1606): Canzon à 4 (Venice, 1606)
Due stravaganze a due voci:
6 Bartolomeo de Selma y Salaverde (1585-1638): Canzon à 2 tenori (Venice, 1638)
7 Giovanni Battista Fontana: Sonata 11 à 2 canti
8 Marco Uccellini: Sonata XI à 2 violini e 2 bassi (Venice, 1639)
I canti degl’uccelli:
9 Tarquinio Merula: Canzon La Gallina à 2 (Venice, 1637)
10 Marco Uccellini: Aria nona à 3 L’Emenfrodito: Maritati insieme la Gallina e il Cucco fanno un bel concerto (Venice, 1642)
Echi e risposte
11 Lodovico da Viadana: Canzon francese in risposta
12 Corradini: Suonata in risposta La Golferamma (Venice, 1624)
13 Nicolas a Kempis (c.1600-1676): Sinfonia 1. à 4 (Antwerp, 1647)
14 Benedetto Ré: Canzon à 4 in risposta (Milan, 1609)
15 Giovanni Battista Riccio (fl.c.1615) Canzon La Moceniga in ecco (Venice, 1620)
Concerto Palatino:
Bruce Dickey (cornet)
Doron Sherwin (cornet)
Charles Toet (sackbut)
Wim Becu (sackbut)
Stephen Stubbs (chitarrone)
Klaus Eichhorn (organ)
No feliz ano de 2019 eu fiz duas postagens cuja música é interpretada pelo conjunto Palladian Ensemble, intituladas An Excess of Pleasure e The Winged Lion. Os discos contêm música de vários compositores do período barroco e em cada um deles há uma peça de Marco Uccellini. Particularmente cativante é a Aria a quinta sopra la Bergamasca – uma dessas melodias que lhe entra pelo ouvido para nunca mais ser esquecida. Também, pudera, Uccellini usou uma canção popular de seus dias, a tal Bergamasca, para construir suas variações. Assim, quando dei com esse disco fiquei logo interessado e coloquei-o na lista de audições.
As composições de Uccellini contribuíram para o desenvolvimento de um estilo idiomático de composição para violino, expandindo as possibilidades técnicas do instrumento de maneira muito expressiva, o chamado stylus fantasticus. Observe que Uccellini é anterior a Bach e Vivaldi, só para dar uma perspectiva.
Conor Gricmanis estudou violino barroco na Royal Academy of Music com Rachel Podger por cinco anos. Ela que naquelas gravações mencionadas fazia parte do Palladian Ensemble. Posteriormente, Gricmanis estudou com Bojan Čičić que toca junto com o grupo na faixa 10 do disco. O grupo Noxwole foi fundado por Conor Gricmanis, que é muito ativo em diversos grupos e orquestras que adotam o estilo de instrumentos e práticas de época.
Além disso, na gravação deste disco Gricmanis toca o que se acredita ser o mais antigo violino em plenas condições de uso no mundo – um instrumento Andrea Amati, feito em 1542.
Marco Uccellini (1603 – 1680)
Sonate over Canzone, Op. 5
Sonata para Violino No. 1 em ré maior “La musica”
Sonate, correnti et arie, Op. 4
Sonata para Violino No. 1 em lá maior “La vittoria trionfante”
Sonata para Violino No. 2 em sol menor “La Luciminia contenta”
Sonata para Violino No. 3 em mi maior “La ebrea maritata”
Sonata para Violino No. 4 em dó menor “La Hortensia virtuosa”
Sonate, arie et correnti, Op. 3
Sonata No. 4 para dois Violinos em sol maior “La trasformata”
Sonate, correnti et arie, Op. 4
Sonata para Violino No. 5 em dó menor “La Laura rilucente”
“Lively performances from the group Noxwode… it’s exuberant and playful music” (BBC Radio 3 ‘Record Review’)
Não deixe de comparar as interpretações da ‘Bergamasca’ deste álbum com a gravação do Palladian Ensemble. Lá a combinação de instrumentos é outra… Depois, me conte!
Em abril de 2019 éramos felizes sem o saber e eu postei um álbum maravilhoso – uma coletânea de peças barrocas interpretadas pelo Palladian Ensemble, com o cativante nome An Excess of Pleasure. Duas faixas daquele álbum me chamaram demais a atenção – Aria sopra la Bergamasca, de Marco Uccellini, e uma Ayre de Nicola Matteis chamada Diverse bizzarie sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona.
Pois não foi com pouco espanto que reencontrei as duas peças neste álbum da postagem, aqui com outras plumas, interpretadas por um conjunto de bandolins. Em italiano, mandolinos. Como gostei do disco todo, presto postei-o.
A palavra mandola surgiu pela primeira vez como referência a um instrumento musical nas descrições do casamento de Ferdinando de Medici e Christiane of Lorraine, em Florença. O grande construtor de instrumentos Stradivarius definiu mandola como um instrumento de tamanho médio com o tampo em forma de uma amêndoa, um tipo de alaúde, e usou a palavra mandolino para descrever o mesmo instrumento em tamanho menor. Outras denominações são leutino e armandolino.
A esta altura você deve estar impressionado com minha erudição e perguntando-se como o René sabe de tudo isto? Bom, revelo o segredo: li no livreto que acompanha o arquivo de músicas…
Além das lindas peças de Uccellini e Matteis, temos um concertinho de Vivaldi, sonatas de Evaristo Felice dall’Abaco, Carlo Arrigoni e Dario Castello, Domenico Scarlatti e duas peças dos teutônicos John Sigismund Weiss e Johann Friedrich Fasch. John Sigismund era irmão de Silvius Leopold Weiss e de Jiuliana Margaretha, filhos de Johann Jacob Weiss. Todos grandes alaudistas. Silvius Leopold era amigo de Wilhelm Friedemann Bach e conheceu Johann Sebastian por ele.
O disco é uma festa de sonoridades agradabilíssimas, com produção impecável e variação suficiente nos andamentos das peças. Prepare-se para uma hora de grandes prazeres…
Evaristo Felice dall’Abaco (1675 – 1742)
Concerto a più instrumenti Op. V. 6
Allegro
Aria cantabile
Ciacona alegro spiccato – Rondeau
Allegro
Carlo Arrigoni (1697 – 1744)
Sonata per mandolino basso
Preludio
Allegro
Adagio
Allegro
Dario Castello (Veneza, século 17)
Sonata seconda a soprano solo
Sonata
Nicola Matteis (1670 – 1749)
Ayr
Diverse bizzarie sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona
Na contracapa do álbum podemos ler muitas loas ao conjunto… Their playing is expressive, their dinamics extremely flexible, the suppleness of their phrasing inpregnated with warmth and generosity, and their virtuosityis extraordinary.
Este é um CD inteiramente fora do normal. Afinal, a montanha de obras-primas escritas por Claudio Monteverdi (1567-1643) é pouco ouvida e gravada. Como se não bastasse a raridade do excelente repertório, aqui temos a enorme cantora Magdalena Kožená dando uma demonstração de arrebatador virtuosismo. E tal virtuosismo é acontece sem se rasgar ou morrer aos gritos, mas com senso de estilo e argumentos. Acompanha-a no altíssimo nível a La Cetra Barockorchester Basel, chefiada por Andrea Marcon. Um disco espantoso para ouvir, reouvir e nunca esquecer.
(Eu invejo os londrinos em muitas coisas, mas fico quase deprimido ao saber que ela e seu marido Simon Rattle, estão apresentando uma integral dos lieder de Schubert no Wigmore Hall. Espero que gravem tudo!).
Claudio MONTEVERDI (1567-1643)
01. Zefiro torna, e di soavi accenti (06:59)
02. Lamento della ninfa (08:08)
03. Quel sguardo sdegnosetto (04:00)
Marco UCCELLINI (1610-1680)
04. Aria quinta sopra la Bergamasca (05:04)
Claudio MONTEVERDI
05. Disprezzata Regina (05:10)
06. Con che soavita (05:28)
Tarquinio MERULA (1594/95-1665)
07. Ballo detto Pollicio (02:09)
Este é o segundo disco gravado pelo Palladian Ensemble para o selo Linn Records. O primeiro apresenta um retrato da música barroca inglesa na segunda metade do século XVII – An Excess of Pleasure.
Aqui temos um repertório de música barroca veneziana. O título do disco – The Winged Lion – refere-se ao Leão Alado, que representa o evangelista São Marco e é o símbolo da Sereníssima República de Veneza.
No início do Século XVII o poderio político de Veneza começa a declinar, mas seu esplendor cultural e artístico ainda se estenderá por muito tempo. A cidade é diferente de todas as outras cidades italianas e tem uma cultura bem especial, como o Carnaval de Veneza, por exemplo. Suas relações com o oriente ecoam também em sua música. O liberalismo da cidade recebeu fabricantes de instrumentos musicais e editores de música provenientes da Alemanha. As formas musicais que se perdurariam no período barroco, ainda estavam se formando.
O repertório do disco reflete esta diversidade. Há dois concertos de Vivaldi, uma sonata e algumas árias de Uccellini, peças de Dario Castello, Giovanni Battista Vitali e Francesco Turini. De Giovanni Battista Buonamente reuniu-se algumas danças formando uma suite. O disco tem ainda duas peças espanholas para guitarra, instrumento que era muito popular e largamente fabricado em Veneza. Muito útil para as serenatas…
Deixemos as peças falarem por elas mesmo e aproveite um passeio por uma das mais belas cidades do mundo, pelo menos na imaginação.
Dario Castello (c. 1590 – c. 1658)
Sonata Duodecima (Book II 1629)
Giovanni Battista Vitali (1632 – 1692)
Ciaconna (Op. 7/3 1682)
Marco Uccellini (1603 – 1680)
Sonata Quarto (Op. 5 1649)
Antonio Vivaldi (1676 – 1741)
Concerto in F major RV 100
Allegro
Untitled
Allegro
Giovanni Battista Buonamente (c. 1595 – 1642)
Suite (Book III 1626)
Gagliarda seconda
Corrente terza e quarta
Brando terza
Avanti il Brando
Brando Quarto
Francesco Cavalli (1607 – 1672)
Canzon (Musiche Sacrae 1656)
Santiago de Murcia (1673 – 1739)
El Amor (Poema Harmonico 1691)
La Jota (Saldivar Codex c. 1700)
Francesco Turini (1589 – 1656)
Sonata a tre (1642)
Antonio Vivaldi (1676 – 1741)
Concerto in D major RV 84
Untitled
Largo
Allegro
Marco Uccellini (1603 – 1680)
Aria undecima detta il “Caporal Simon”
Aria decimaquarta sopra “la mia pedrina”
Aria decimaquinta sopra “le scatola da gli agghi”
Palladian Ensemble
Pamela Thorby, flautas doce
Rachel Podger, violino
Joanna Levine, viola da gamba, violoncelo, violone
As peças deste disquinho adorável, produzido em 1996, seguem um modelo que floresceu no início do século XVII, na Itália. Dois instrumentos melódicos com o acompanhamento do baixo contínuo – estamos em pleno período barroco. A combinação mais comum era de dois violinos como instrumentos melódicos, mas aqui temos um violino e uma flauta doce.
O repertório escolhido pelo (então) jovem grupo de instrumentalistas é de peças de compositores ingleses ou italianos que viveram na Inglaterra ou que tiveram suas músicas publicadas e ouvidas ali.
A maior parte delas é uma composição sobre um ground bass (basso ostinato, em italiano), que é um pequeno padrão melódico recorrente, tocado pelos instrumentos que fazem o baixo.
A lindíssima Aria Sopra la Bergamasca, de Uccelini, que nunca esteve na Inglaterra, é um bom exemplo.
Nicola Matteis viajou da Itália para a Inglaterra a pé, com sua rabeca às costas. Presumo que ele tenha usado algum tipo de embarcação para cruzar o Canal da Mancha. Matteis tocava violino e guitarra e fez muito sucesso em Londres, por volta de 1670. O sucesso, no entanto, aparentemente lhe custou caro. O relato deixado por Roger North conta que excess of pleasure threw him into a dropsie, and he became very poor. Para entender o que lhe sucedeu basta saber que dropsie significa hidropsia.
Outro italiano do disco é Biaggio Marini, um virtuose do violino, como vários outros italianos. Originário de Brescia, ocupou postos em vários países, mas terminou seus dias em Veneza, onde conviveu com músicos da Catedral de São Marcos, Monteverdi entre eles.
Francesco Geminiani é de uma geração posterior a Marini e estudou com Alessandro Scarlatti (pai do Domenico) e Corelli, entre outros. Em 1714 visitou a Inglaterra, caindo nas graças do Conde de Essex e acabou se estabelecendo. São famosos seus arranjos das Sonatas para Violino Op. 5, de Corelli, para o formato de Concerto Grosso.
Completam o disco peças dos ingleses Matthew Locke, Christopher Simpson, John Blow e o mais famoso deles, Henry Purcell. Veja a opinião deste último sobre este tipo de composição: Composing upon a Ground is a very easie thing to do and requires but little Judgement. Sei, bom senso, não é, Henry?
Chamo a atenção para a violinista do Palladian Ensemble, que na capa do disco aparece timidamente segurando o seu instrumento, trajando um vestido verde turquesa – Rachel Podger, hoje uma referência para amantes da música barroca.
O selo Linn Records foi criado pela companhia do mesmo nome (Linn Hi-Fi), que produz aparelhos de som de altíssima qualidade. A produção é de Lindsay Pell e o local de gravação, Rosslyn Hill Chapel, Hampstead, é famosíssimo para os amantes da boa música gravada.
O excesso de prazer, que aparentemente foi o caminho da perdição para o Matteis, caiu esplendidamente para o título do disco, realmente muito prazeroso. A Aria sopra la Bergamasca, do Uccellini, vai grudar em você como chiclete no seu sapato.
Marco Uccellini (1603 – 1680)
1.Aria quinta sopra la Bergamasca
Nicola Matteis (1650 – 1714)
2. Aria spagnuola a due corde (from Ayres for the Violin)
3. Diverse bizzarie Sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona
Matthew Locke (1621 -1677)
Broken Consort in D
4. Pavan
5. Ayre
6. Galliard
7. Ayre
8. Saraband
Christopher Simpson (1605 – 1669)
9. Divisions on John Come Kiss me Now
John Blow (1649 – 1708)
Sonata in A
10. Slow
11. (untitled)
12. Brisk
Biagio Marini (c. 1587 – 1663)
13. Sonata
Anonymous
14. Ciaconna
Francesco Geminiani (1687 – 1762)
15. Auld Bob Morrice
16. Lady Ann Bothwet’s Lament
17. Sleepy Body
Nicola Matteis (1650 – 1714)
18. Adamento con divisione (from Ayres for the Violin)
19. Aria (from Ayres for the Violin)
20. Grave (from Ayres for the Violin)
21. Ground in D, la sol re per fa la mano (from Ayres for the Violin)
Henry Purcell (1659 – 1695)
22. Two in one upon a ground
Nicola Matteis (1650 – 1714)
23. Bizzarie all’imor Scozzeze (Ground after the Scotch Humour)
Palladian Ensemble
Pamela Thorby, flautas doce
Rachel Podger, violino
Joanna Levine, viola da gamba, violoncelo, violone
Entrei em contato com o grupo L’Arpeggiata aos poucos, através de postagens esparsas dos colegas do blog, como esta, esta, e esta.
Gostei de imediato, mas foi só a partir da terceira que me percebi em risco de ficar viciado. Comecei a ver tudo que é vídeo do grupo no YouTube, e foi aí que viciei mesmo: a paixão contida porém visível com que os músicos tocam, o bom humor e discreta teatralidade aqui e ali, e sobretudo o encanto visual dos instrumentos fazem do L’Arpeggiata algo ainda mais rico quando se vê, além de ouvir.
Talvez seja por isso que este lindo trabalho com peças italianas dos anos 1600 nem foi lançado em CD, apenas em vídeo. As faixas disponibilizadas aqui foram extraídas do vídeo. – Mas então por que postar no PQP, se já está no YouTube? – alguém poderá perguntar… e eu responderei: há abundância de ocasiões em que não se pode ver mas se gostaria de ouvir – e nessas ocasiões é prático ter o material dividido em faixas, não é?
Falando de faixas… das cantadas pelo extraordinário contratenor que é Jaroussky, minhas preferidas são a 07 (onde faz valer o sentido das palavras ‘Oh gloriosa senhora!), 09, 11 (Stabat Mater) e 13 (um setting por Monteverdi do tratado de instrumentação da antiguidade que é o Salmo 150). Jaroussky também é magnífico na faixa tratada com mais liberdade estilística, que é a versão jazzy de outra peça de Monteverdi (faixa 15), onde me encantam especialmente os efeitos à Louis Armstrong extraídos do cornetto pelo californiano Doron Sherwin – que, de resto, empresta brilho a quase todas as faixas. Mas quem compete seriamente com Jaroussky pelo estrelato máximo do show é o violinista Alessandro Tampieri, sobretudo nas faixas 06, 08 e 12. E não se deve deixar de mencionar a bela toccata de G. Kapsberger, à qual o grupo deve seu nome, solada à tiorba por sua diretora, a austríaca Christina Pluhar (faixa 10). Espiem lá!
Palhinha: um bis de Monteverdi em versão jazzy (faixa 15)
Philippe Jaroussky com L’Arpeggiata ICONES DU SEICENTO – ao vivo / live
01 Abertura do vídeo: vinheta da faixa 10 (instrumental) – 01’00
02 Anônimo – Ninna nanna al bambino Gesù – 05’34
03 Maurizio Cazzati – Ciaccona (instrumental) – 03’36
04 Benedetto Ferrari – Queste pungenti spine – 03’16
05 Maurizio Cazzati – Passacaglia (instrumental) – 03’32
06 Pandolfo Mealli – La vinciolina (instrumental) – 02’12
07 Ignazio Donati – O gloriosa domina – 04’00
08 Marco Uccellini – La Luciminia contenta (instrumental) – 04’02
09 Luigi Rossi – Lasciate averno – 06’07
10 Girolamo Kapsberger – Toccata l’Arpeggiata (instrumental) – 02’35
11 Giovanni Felice Sances – Stabat mater dolorosa – 07’00
12 Antonio Bertali – Ciaccona (instrumental) – 04’32
13 Claudio Monteverdi – Laudate Dominum (Salmo 150) – 04’17
14 Anônimo – Ciaccona di paradiso et dell’Inferno – 03’36
15 Claudio Monteverdi – Ohimè, ch’io cado – versão jazzy – 04’19
16 Domenico Maria Melli – Dispiegate, guance amate – 02’05
17 Claudio Monteverdi – Sì dolce è’l tormento – 04’38
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• Philippe Jaroussky – contratenor
L’Arpeggiata
• Christina Pluhar, tiorba e direção
• Alessandro Tampieri, violino
• Doron Sherwin, corneto
• Eero Palviainen, arquialaúde e guitarra barroca
• Charles Edouard Fantin, alaúde, guitarra barroca
• Margit Übellacker, saltério
• Haru Kitamika, órgão, cravo
• Richard Myron, violone
• Michèle Claude, percussão
Gravado na Abadia de Ambronay, França, em 18 de setembro de 2008,
dentro do 29º Festival de Ambronay
Este é realmente um bom CD duplo. Trata-se da reedição de dois discos do Palladian, de 1993 e 1994. Essas gravações receberam vários prêmios (incluindo dois Diapason d’Or, um para cada CD) e soam hoje tão sensacionais quanto quando de seu lançamento.
É música do século XVII. O primeiro CD recebe o curioso nome de An Excess Of Pleasure e apresenta obras de compositores ingleses e italianos que viveram e trabalharam na Inglaterra ou que venderam obras para ingleses. A música é excelente — alguns dos compositores são muito famosos, como Vivaldi ou Purcell. O segundo é uma coleção veneziana de nome ainda mais estranho — The Winged Lion — ,mas afirmo-lhes que tudo é bom demais.
Vários compositores barrocos: An Excess Of Pleasure / The Winged Lion
An Excess Of Pleasure (CD 1)
Marco Uccellini (1603-1680)
Aria Sopra La Bergamasca Nicola Matteis (fl. 1670) Ayres for the Violin: Aria Sagnuola A Due Corde · Diverse Bizzarie Sopra La Vecchia Sarabanda o pur Ciaconna Matthew Locke (1621/2-1677)
Broken Consort In D: Pavan · Ayre · Galliard · Ayre · Saraband Christopher Simpson (c.1605-1669)
Divisions Of John Come Kiss Me Now John Blow (1649-1708)
Sonata In A: Slow · Untitled · Brisk Biagio Marini (c.1587-1663)
Sonata Anon (c.1660)
Ciaconna Franceso Geminiani (1687-1762)
Scots Airs: Auld Bob Morrice · Lady Ann Bothwell’s Lament · Sleepy Body Nicolas Matteis
Ayres For The Violin: · Andamento Con Divisione · Aria · Grave · Ground In D, La Sol Re Per Fa La Mano Henry Purcell (1659-1695)
Two In One Upon A Ground Nicola Matteis
Bizzarie All’imor Scozzeze
The Winged Lion (CD2)
Dario Castello (fl. 1620)
Sonata Duodecima Giovanni Battista Vitali (1632-1692)
Ciaconnna Marcelo Uccelini (1603-1680)
Sonata Quarto Antoni Vivaldi (1676-1741)
Concerto in F major RV 100 · Allegro · Untitled · Allegro Giovanni Battista Buonamente (d.1642)
Suite (Book III 1626)
Gagliarda Seconda · Corrente terza e quarta · Brando terza · Avanti il Brando · Brando Quarto Franceso Cavalli (1607-1676)
Canzon Santiago De Murcia (fl..1700)
El Amor · La Jota Franceso Turini (1589-1656)
Sonata a tre Antonio Vivaldi
Concerto in D major RV.84: Untitled · Largo · Allegro Marco Uccelini
Aria undecima detta ‘Il Caporal Simon’ · Aria decimaquarta ‘la mia pedrina’ · Aira decimaquinta sopra ‘le scatola da gli ogghi’
Mais um IM-PER-DÍ-VEL !!! Maravilhoso, espantoso CD do Il Giardino Armonico. Talvez seja o melhor álbum já lançado desses com a finalidade de dar um apanhado na música de uma região em determinada época. A época é das melhores — o barroco italiano — e o Giardino nem usou as armas principais. Nada de Vivaldis, Corellis, Torellis, a fim de dar aquela incrementada nas vendas.
Toda a música desta gravação é maravilhosamente viva e vibrante. O violino é particularmente bom — é o gordinho careca do qual não lembro o nome. Ouçam como se não houvesse amanhã. Todo amante da música instrumental barroca deve experimentar este grande disco.
Viaggio Musicale: Italian Music of the 17th Century
01. Monteverdi: Sinfonia aus Il ritorno d’Ulisse in Patria
02. T. Merula: Ciaccona
03. Improvisation
04. Dario Castello: Sonata IV
05. Giovanni Battista Spadi: “Anchor che co’l partire”
06. Improvisation
07. Dario Castello: Sonata X
08. Giovanni Battista Riccio: Sonata a 4
09. Improvisation
10. Biagio Marini: Sonata sopra “la Monica”
11. Marco Uccellini: Aria sopra “la Bergamasca”
12. Salomone Rossi: Sinfonia a 3
13. Giovanni Battista Fontana: Sonata XV
14. Alessandro Piccinini: Toccata
15. Marco Uccellini: Sonata XVIII
16. Salomone Rossi: Sinfonia in eco a 3
17. Francesco Rognoni: “Vestiva i colli”
18. Salomone Rossi: Gagliarda “Zambalina” a 4
19. Sinfonia grave a 5
20. T. Merula: Canzon “la Cattarina”
21. Marco Uccellini: Aria sopra “La scatola degli aghi”
22. Giovanni Paolo Cima: Sonata
23. T. Merula: “Ruggiero”
24. Salomone Rossi: Gagliarda “Norsina” a 5