L’Arpeggiata e Phillipe Jaroussky, contratenor: Icônes du Seicento – ao vivo (2009)

Icones du SeicentoEntrei em contato com o grupo L’Arpeggiata aos poucos, através de postagens esparsas dos colegas do blog, como esta, esta, e esta.

Gostei de imediato, mas foi só a partir da terceira que me percebi em risco de ficar viciado. Comecei a ver tudo que é vídeo do grupo no YouTube, e foi aí que viciei mesmo: a paixão contida porém visível com que os músicos tocam, o bom humor e discreta teatralidade aqui e ali, e sobretudo o encanto visual dos instrumentos fazem do L’Arpeggiata algo ainda mais rico quando se vê, além de ouvir.

Talvez seja por isso que este lindo trabalho com peças italianas dos anos 1600 nem foi lançado em CD, apenas em vídeo. As faixas disponibilizadas aqui foram extraídas do vídeo. – Mas então por que postar no PQP, se já está no YouTube? – alguém poderá perguntar… e eu responderei: há abundância de ocasiões em que não se pode ver mas se gostaria de ouvir – e nessas ocasiões é prático ter o material dividido em faixas, não é?

Falando de faixas… das cantadas pelo extraordinário contratenor que é Jaroussky, minhas preferidas são a 07 (onde faz valer o sentido das palavras ‘Oh gloriosa senhora!), 09, 11 (Stabat Mater) e 13 (um setting por Monteverdi do tratado de instrumentação da antiguidade que é o Salmo 150). Jaroussky também é magnífico na faixa tratada com mais liberdade estilística, que é a versão jazzy de outra peça de Monteverdi (faixa 15), onde me encantam especialmente os efeitos à Louis Armstrong extraídos do cornetto pelo californiano Doron Sherwin – que, de resto, empresta brilho a quase todas as faixas. Mas quem compete seriamente com Jaroussky pelo estrelato máximo do show é o violinista Alessandro Tampieri, sobretudo nas faixas 06, 08 e 12. E não se deve deixar de mencionar a bela toccata de G. Kapsberger, à qual o grupo deve seu nome, solada à tiorba por sua diretora, a austríaca Christina Pluhar (faixa 10). Espiem lá!

Palhinha: um bis de Monteverdi em versão jazzy (faixa 15)

Philippe Jaroussky com L’Arpeggiata
ICONES DU SEICENTO – ao vivo / live

01 Abertura do vídeo: vinheta da faixa 10 (instrumental) – 01’00
02 Anônimo – Ninna nanna al bambino Gesù – 05’34
03 Maurizio Cazzati – Ciaccona (instrumental) – 03’36
04 Benedetto Ferrari – Queste pungenti spine – 03’16
05 Maurizio Cazzati – Passacaglia (instrumental) – 03’32
06 Pandolfo Mealli – La vinciolina (instrumental) – 02’12
07 Ignazio Donati – O gloriosa domina – 04’00
08 Marco Uccellini – La Luciminia contenta (instrumental) – 04’02
09 Luigi Rossi – Lasciate averno – 06’07
10 Girolamo Kapsberger – Toccata l’Arpeggiata (instrumental) – 02’35
11 Giovanni Felice Sances – Stabat mater dolorosa – 07’00
12 Antonio Bertali – Ciaccona (instrumental) – 04’32
13 Claudio Monteverdi – Laudate Dominum (Salmo 150) – 04’17
14 Anônimo – Ciaccona di paradiso et dell’Inferno – 03’36
15 Claudio Monteverdi – Ohimè, ch’io cado – versão jazzy – 04’19
16 Domenico Maria Melli – Dispiegate, guance amate – 02’05
17 Claudio Monteverdi – Sì dolce è’l tormento – 04’38
__

Philippe Jaroussky – contratenor

L’Arpeggiata
Christina Pluhar, tiorba e direção
• Alessandro Tampieri, violino
• Doron Sherwin, corneto
• Eero Palviainen, arquialaúde e guitarra barroca
• Charles Edouard Fantin, alaúde, guitarra barroca
• Margit Übellacker, saltério
• Haru Kitamika, órgão, cravo
• Richard Myron, violone
• Michèle Claude, percussão

Gravado na Abadia de Ambronay, França, em 18 de setembro de 2008,
dentro do 29º Festival de Ambronay

Website do conjunto: http://www.arpeggiata.com

Material não lançado em CD
Áudio extraído do vídeo disponível no YouTube, código ?v=KFRMwgQLHLk
Directed by Olivier Simonnet © Broadcast by Mezzo, 2008

.  .  .  .  .  .  BAIXE AQUI – download here

Ranulfus

10 comments / Add your comment below

  1. Adorei a ideia, Ranulfus!
    Há outro motivo além das faixas: nem sempre é bom depender da Internet para ouvir boa música… O Youtube é ótimo, mas está sob o controle de quem posta o vídeo. O download, de quem o baixar… como eu, agora!
    🙂
    Obrigado!

    1. Obrigado pelo retorno, Rameau!
      Os vídeos que aprecio mais eu também costumo baixar, como arquivo mp4 – mas realmente não é sempre que a gente pode fazer uso de um vídeo mesmo se o arquivo for local – além de que os arquivos de vídeo ocupam muito mais espaço!

      E já que estamos conversando – que tal dar um retorno depois sobre o conteúdo?

      1. Ah, Ranulfus!
        O conteúdo é maravilhoso!
        Adoro música renascentista e barroca e a interpretação de todos nessa gravação é magnífica!
        Sou amador – escuto por amor – e não posso falar senão de meus sentimentos: alegria, excitação, calma, sossego, tudo em alternância, graças à linda voz de Jaroussky e ao exímio acompanhamento de L’Arpeggiata – um luxo poder ouvir como se estivesse em Ambronay (inclusive pela acústica na perfeita gravação, seus ecos e resonâncias)… Delicioso!
        Só o PQP tem a oferecer essa beleza, regada a molho de comunidade, diversidade, generoso compartilhar!
        Muito obrigado!
        🙂

        1. PS: esqueci-me de comentar que a “jazzy version” do “Ohime, ch’io cado” é uma surpresa genial, que me parece fazer links com a relação construída entre barroco e jazz… Bem humorada, sensual, brilhante! Jaroussky canta como se não houvesse esforço e dançasse por puro prazer… 😀

      2. Ah, Ranulfus!
        O conteúdo é maravilhoso!
        Adoro música renascentista e barroca e a interpretação de todos nessa gravação é magnífica!
        Sou amador – escuto por amor – e não posso falar senão de meus sentimentos: alegria, excitação, calma, sossego, tudo em alternância, graças à linda voz de Jaroussky e ao exímio acompanhamento de L’Arpeggiata – um luxo poder ouvir como se estivesse em Ambronay (inclusive pela acústica na perfeita gravação, seus ecos e ressonâncias)… Delicioso!
        Só o PQP tem a oferecer essa beleza, regada a molho de comunidade, diversidade, generoso compartilhar!
        Muito obrigado!
        🙂

  2. Boa noite, coloque por favor num servidor alternativo pois o Mega diz que o meu limite de downloads acabou, sendo que na verdade eu não tinha baixado nada ainda.

    [ ]s

      1. Estranho. O Mega até hoje não tinha me dado problemas. Tenho realmente que pensar em usar outro servidor – mas tá complicado, no momento!

        Outra ideia é vocês terem sua própria conta no Mega e experimentar importar para a sua própria nuvem – o que é instantâneo – e só depois baixar. Um pouco chato, mas sem cu$to. Ou vocês já terão tentado isso?

Deixe um comentário