Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonias de 5 a 7 / The Oceanides / Finlandia / Tapiola


O Carnaval está aí e nada melhor para celebrar do que a boa música finlandesa. Olha o Sibelius chegando aí, gente!!! Todos sabem que a Finlândia é o país do Carnaval. Muitas loiras, vikings, malemolência, vodka e cerveja para acompanhar o salmão fresco defumado, o arenque do Báltico, as ovas de lota, a carne de alce e as frutas de fevereiro da Escandinávia. A terra do Papai Noel fica linda durante o Carnaval. Gansos sobrevoam lagos congelados, ouve-se o grasnar dos grous e escuta-se ecos do choro dos curleus sobre os brancos campos. Sibelius dizia que sua 6ª Sinfonia lhe lembrava “a queda dos primeiros flocos de neve”, mas isso é uma coisa pré-carnavalesca.

Paavo Berglund é um grande regente finlandês e, como tal, está extremamente associado ao Carnaval. Morreu faz mais ou menos de 20 dias, em 25 de janeiro e foi um imenso divulgador de Shostakovich em suas passagens por Bournemouth, pela Escócia, pela Orquestra de Câmara da Europa, por Helsinque, etc. Mas seu nome grudou mesmo em Sibelius. Berglund gravou 3 vezes o ciclo completo de sinfonias e poemas sinfônicos do bardo finlandês. Berglund foi um grande carnavalesco, porém não resistiu à depressão contraída após a morte de Joãosinho Trinta.

Este álbum duplo é uma joia que você deveria baixar e ouvir neste sábado de Carnaval.

Jan Sibelius (1865-1957): Sinfonias de 5 a 7 / The Oceanides / Finlandia / Tapiola

Disc 1:
1. Symphony No. 5 in E flat major Op. 82: I. Tempo molto moderato – Allegro moderato – Presto 13:40
2. Symphony No. 5 in E flat major Op. 82: II. Andante mosso, quasi allegretto 8:00
3. Symphony No. 5 in E flat major Op. 82: III. Allegro molto – Un pochettino largamente 8:48

4. Symphony No. 6 in D minor Op. 104: I. Allegro molto moderato 8:14
5. Symphony No. 6 in D minor Op. 104: II. Allegretto moderato 5:31
6. Symphony No. 6 in D minor Op. 104: III. Poco vivace 3:55
7. Symphony No. 6 in D minor Op. 104: IV. Allegro molto 11:11

Disc 2:
1. Symphony No. 7 in C Op. 105: Adagio 7:15
2. Symphony No. 7 in C Op. 105: Un pochettino meno adagio 3:01
3. Symphony No. 7 in C Op. 105: Poco rallentando al adagio 6:48
4. Symphony No. 7 in C Op. 105: Presto – Poco a poco rallentando al adagio 4:24

5. The Oceanides Op. 73 8:38

6. Finlandia Op. 26 7:26

7. Tapiola Op. 112 14:52

Paavo Berglund
Helsinki Philharmonic Orchestra

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PQP

Jan Sibelius (1865-1957): Obras para Piano

Sibelius era um romântico tardio. Um romântico tardio bem esquisito do qual gosto muito. Meu primeiro contato com suas obras para piano foi um belo e pesado disco de vinil. O pianista era Glenn Gould. Somando-se esquisitice com esquisitice o resultado era excelente. Heinonen, o pianista deste CD, mantém o clima preferido do finlandês: uma sintaxe à princípio pouco convidativa, fria, mas gentil e cheia de surpresas. Eu gosto. Não são obras para serem ouvidas apenas uma vez, elas custam a convencer, mas convencem. Sibelius foi um cara fundamental para a independência da Finlândia, que ficava ora em mãos russas, ora em suecas. Sua música teve importante papel na formação da identidade nacional finlandesa. Tudo aqui é nacionalismo, cada nota, apesar do jeitão intimista do moço.

A seleção inclui a Sonata Op. 12, importante obra do Siba, e um arranjo para piano de Finlândia, a música mais famosa daquela parte fria e escura do mundo. E o que dizer da língua maluca que eles falam?

Jan Sibelius (1865-1957): Obras para Piano

1. Five Characteristic Impressions, Op. 103 – 1. The Village Church Eero Heinonen (piano) 3:31
2. Five Characteristic Impressions, Op. 103 – 2. The Fiddler Eero Heinonen (piano) 2:28
3. Five Characteristic Impressions, Op. 103 – 3. The Oarsman Eero Heinonen (piano) 2:26
4. Five Characteristic Impressions, Op. 103 – 4. The Storm Eero Heinonen (piano) 1:42
5. Five Characteristic Impressions, Op. 103 – 5. In Mournful Mood Eero Heinonen (piano) 2:04

6. Kyllikki (Drei lyrische Stücke für Pianoforte), Op. 41 – 1. Largamente Eero Heinonen (piano) 3:10
7. Kyllikki (Drei lyrische Stücke für Pianoforte), Op. 41 – 2. Andantino Eero Heinonen (piano) 4:47
8. Kyllikki (Drei lyrische Stücke für Pianoforte), Op. 41 – 3. Commodo Eero Heinonen (piano) 3:18

9. Viisi luonnosta (Five Esquisses), Op. 114 – 1. Maisema (Landscape) Eero Heinonen (piano) 2:58
10. Viisi luonnosta (Five Esquisses), Op. 114 – 2. Talvikuvia (Winter Scene) Eero Heinonen (piano) 2:09
11. Viisi luonnosta (Five Esquisses), Op. 114 – 3. Metsälampi (Forest Lake) Eero Heinonen (piano) 1:36
12. Viisi luonnosta (Five Esquisses), Op. 114 – 4. Metsälaulu (Song in the Forest) Eero Heinonen (piano) 2:27
13. Viisi luonnosta (Five Esquisses), Op. 114 – 5. Kevätnäky (Spring in Vision) Eero Heinonen (piano) 1:34

14. Sonata in F major, Op. 12 – I Allegro molto Eero Heinonen (piano) 6:41
15. Sonata in F major, Op. 12 – II Andantino Eero Heinonen (piano) 7:01
16. Sonata in F major, Op. 12 – III Allegro pochettino moderato Eero Heinonen (piano) 4:23

17. Five pieces, Op. 85 (The Flowers) – 1. Bellis Eero Heinonen (piano) 1:42
18. Five pieces, Op. 85 (The Flowers) – 2. Œillet Eero Heinonen (piano) 2:00
19. Five pieces, Op. 85 (The Flowers) – 3. Iris Eero Heinonen (piano) 3:08
20. Five pieces, Op. 85 (The Flowers) – 4. Aquileja Eero Heinonen (piano) 2:14
21. Five pieces, Op. 85 (The Flowers) – 5. Campanula Eero Heinonen (piano) 2:13

22. Zwei Rondinos (Two Rondinos), Op. 68 – Rondino Nr. 1 in G sharp minor (gis-moll) Eero Heinonen (piano) 3:52
23. Zwei Rondinos (Two Rondinos), Op. 68 – Rondino Nr. 2 in C sharp minor (cis-moll) Eero Heinonen (piano) 1:56

24. Finlandia, Op. 26/7 (transcription by the composer) 8:56

Eero Heinonen, piano

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PQP

Jan Sibelius (1865-1957) e Magnus Lindberg (1958): Concertos para Violino

Este é um CD que vale mais pela qualidade da música do que pela interpretação. Lisa Batiashvili nasceu na Georgia, ex-União Soviética, em 1979, e é um tesão. Estudou, mora na Alemanha e, bem, é linda. Boa para capas de discos. Também é excelente violinista, mas nós do PQP temos aquela mania da grande gravação, da melhor interpretação e, enfim, Heifetz nos deixou até hoje meio viciados. Pois sua interpretação do Concerto de Sibelius é absolutamente fluente, de uma forma que parece inimitável. O esplêndido Concerto do também finlandês Lindberg finaliza o CD de forma inesperada. Ah, nem preciso dizer que Lindberg escreveu seu Concerto especialmente para a beldade. Ignoramos se comeu ou apenas escreveu.

Olha, eu baixaria o CD.

Jean Sibelius (1865 – 1957)
Violin Concerto in D minor, Op. 47
1)Allegro moderato (16:17)
2) Adagio di molto (8:33)
3) Allegro, ma non tanto (7:36)

Magnus Lindberg (1958 – )
Violin Concerto
4) 1st movement (12:04)
5) 2nd movement (10:07)
6) 3rd movement (3:45)

Lisa Batiashvili, violin
Finnish Radio Smphony Orchestra
Sakari Oramo

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PQP

Heifetz Concertos – Sibelius, Prokofiev, Glazunov

Jascha Heifetz foi um dos maiores violinistas do século XX. Outro dia li – não lembro onde – sobre a tradição dos judeus de legarem bons executores de intrumentos de cordas – Itzhak Perlman, Pinchas Zukerman, David Oistrakh, Yehudi Menuhin, o próprio Heifetz entre outros. Fato este realmente curioso, dadivoso. Este é um CD que impõe respeito. Apenas um adendo: o CD traz uma das melhores interpretações do Concerto para violino de Sibelius que eu já ouvi. Não deixe de se deleitar. Boa apreciação!

Jean Sibelius (1865-1957) -Violin concerto in D minor, op. 47
01. 1. Allegro Moderato
02. 2. Adagio Di Molto
03. 3. Allegro Ma Non Tanto

Chicago Symphony Orchestra
Walter Hendi, regente

Sergei Prokofiev (1891-1953) – Violin concerto No. 2 in G minor, op. 63
04. 1. Allegro Moderato
05. 2. Andante Assai
06. 3. Allegro Ben Marcato

Boston Symphony Orchestra
Charles Munch, regente

Alexander Glazunov (1865-1936) – Violin concerto in A minor, op. 82
07. 1. Moderato
08. 2. Andante Sostenuto
09. 3. Tempo 1
10. 4. Allegro

RCA Victor Symphony Orchestra
Walter Hendi, regente

Jascha Heifetz, violino

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Carlinus

Jean Sibelius (1865-1957) e Edward Elgar (1857-1934): Concertos para Violino

Um baita CD da Naxos. Repertório da virada do século XX, romanticamente coerente com o século XIX, como sempre foram Sibelius e Elgar. É óbvio que o concerto do finlandês é muito superior ao inglês.

Abaixo, uma nota biográfica de Sibelius retirada da Wikipedia:

Jean Sibelius (Hämeenlinna, 8 de dezembro de 1865 — Järvenpää, 20 de setembro de 1957) foi um compositor finlandês de música erudita, e um dos mais populares compositores do final do Século XIX e início do século XX. Sua genialidade musical também teve importante papel na formação da identidade nacional finlandesa.

Sibelius nasceu numa família que falava sueco e residia na cidade de Hämeenlinna, no Grão-Ducado da Finlândia, então pertencente ao Império Russo. Seu nome de batismo é Johan Julius Christian Sibelius e ele era conhecido como Janne por sua família, mas durante seus anos de estudo ele teve a idéia de usar a forma francesa de seu nome, Jean, após ver uma pilha de cartões postais de seu tio Johan, o irmão mais velho de seu pai, o Dr. Christian Gustaf Sibelius, que era médico na guarnição militar de Hämenlinna. O nome Johan lhe fora dado em homenagem a esse tio, que era capitão de navio e tinha morrido em Havana, em 1863. O prenome Jean era usado por ele quando estava no exterior.

Significativamente, indo de encontro ao largo contexto do então proeminente movimento Fennoman e suas expressões do nacionalismo romântico, sua família deciciu mandá-lo para um importante colégio de língua finlandesa, e ele freqüentou o The Hämeenlinna Normal-lycée de 1876 a 1885. O nacionalismo romântico ainda iria se tornar uma parte crucial na produção artística de Sibelius e na sua visão política.

A principal parte da música de Sibelius é sua coleção de sete sinfonias. Como Beethoven, Sibelius usou cada uma delas para trabalhar uma idéia musical e/ou desenvolver seu próprio estilo. Suas sinfonias continuam populares em gravações e salas de concerto.

Dentre as composições mais famosas de Sibelius, destacam-se:Concerto para Violino e Orquestra em ré menor (obra de grande expressão, melodiosidade profunda e virtuosismo, que goza de grande popularidade entre os violinistas e o público, tornando-se em um dos concertos para violino mais executados nas salas de concerto), Finlandia, Valsa Triste (o primeiro movimento da suíte Kuolema), Karelia Suite e O Cisne de Tuonela (um dos quatro movimentos da Lemminkäinen Suite). Outros trabalhos incluem peças inspiradas no poema épico Kalevala, cerca de 100 canções para piano e voz, música incidental para 13 peças, uma ópera (Jungfrun i tornet, A Senhora na Torre), música de câmara, peças para piano, 21 publicações separadas para coral e músicas para rituais maçônicos. Até meados de 1926 foi prolífico; entretanto, apesar de ter vivido mais de 90 anos, ele quase não completou composições nos últimos 30 anos de sua vida, após sua Sétima Sinfonia em 1924 e o poema musicado Tapiola em 1926.

E o mesmo para Elgar:

Filho de um afinador de pianos, e rodeado de música e instrumentos musicais na loja do pai em na Worcester High Street, o jovem Edward foi auto-didacta em música. No Verão levava nos seus passeios música para estudar, iniciando uma forte ligação entre música e natureza.

Deixando a escola aos 15 anos, começou por trabalhar com um advogado local, mas após um ano enveredou por uma carreira musical, aprendendo piano e violino. Aos 22 anos tornou-se chefe de banda no Worcester and County Lunatic Asylum, perto de Worcerter. Foi primeiro violino nos festivais de Worcester e Birmingham, e chegou a tocar a Sexta Sinfonia e o Stabat Mater de Antonin Dvorak sob a direcção do próprio compositor. Agradou-lhe especialmente, e influenciou-o bastante o estilo de orquestração de Dvorak.

Aos 29, através da actividade de ensino, conheceu a sua futura mulher Caroline Alice Robers, poetisa e escritora. Casaram-se três anos depois contra a vontade da família dela, e a prenda de Edward para Caroline foi a peça para violino e piano Salut d’amour. Os Elgars passaram a residir em Londres, centro da vida musical inglesa. Após algum tempo, constataram que não podiam subsistir apenas com o trabalho de compositor de Edward, pelo que ele retomou o ensino de música.

Durante a década de 1890, século XIX, Elgar construiu uma sólida reputação como compositor, especialmente de obra vocal para os festivais musicais das Midlands. The Black Knight, King Olaf (1896), The Light of Life e Caractacus tiveram algum sucesso, o que lhe permitiu obter um lugar de editor musical.

Em 1899, aos 42 anos de idade, compôs o seu primeiro grande trabalho orquestral, as Variações Enigma, estreadas em Londres dirigidas por Hans Richter. Recebendo o aplauso geral, Elgar tornou-se o compositor britânico mais conhecido da época. Este trabalho intitula-se Variations on an Original Theme (Enigma). O enigma é que, embora haja treze variações do tema original (‘enigma’), este nunca é ouvido. Em 1900 estreou em Birmingham a versão coral do poema do Cardeal Newman The Dream of Gerontius. Apesar da desastrosa estreia, a obra foi posteriormente reconhecida como uma das maiores de Elgar.

Elgar é principalmente conhecido pelas Marchas de Pompa e Circunstância (1901). Após compô-las, foi-lhe pedido para adaptar a letra de A. C. Benson para uma Ode à Coroação do Rei Eduardo VII de Inglaterra. O resultado foi Land of Hope and Glory.

Entre 1902 e 1914 Elgar teve um sucesso estrondoso, visitou quatro vezes os E.U.A., e ganhou bastante dinheiro com os direitos da sua obra. Entre 1905 e 1908 foi Professor de Música na Universidade de Birmingham.

A sua Sinfonia No. 1 (1908) foi cem vezes tocada no primeiro ano. Com a chegada da I Guerra Mundial, a música de Elgar ficou um pouco fora de moda, e, depois de ficar viúvo em 1920 pouco mais compôs. Pouco antes de falecer compôs o magnífico e elegíaco Concerto para Violoncelo. Talvez isto sugira que Alice Elgar era a sua principal influência e impulsionadora do seu êxito.

Armado cavaleiro em 1904 e tornado baronete em 1931. Em 1932, trabalhou como o jovem e talentoso violinista Yehudi Menuhin, que na altura tinha apenas 16 anos de idade, na gravação do seu Concerto para violino.

No fim da vida iniciou uma ópera e aceitou a proposta da BBC para compor uma Terceira Sinfonia. Esta encomenda foi persuadida pelo seu amigo George Bernard Shaw, a quem Elgar tinha dedicado a obra Severn Suite. A sua doença terminal impediu-o de a completar mas os esboços que deixou permitiram a Anthony Payne completá-la ao estilo do compositor. Morreu no dia 23 de Fevereiro de 1934. No espaço de apenas dois meses morreram outros dois importantes compositores ingleses – Gustav Holst e Frederick Delius.

Concerto for Violin in D minor, Op. 47 (31:09) de Jean Sibelius

1. I. Allegro moderato
2. II. Adagio di molto
3. III. Allegro ma non tanto

Concerto for Violin in B minor, Op. 61 (45:43) de Edward Elgar

4. I. Allegro
5. II. Andante
6. III. Allegro molto

Dong-Suk Kang (Violin)
Adrian Leaper
Ensemble Polish Radio Symphony Orchestra

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Jean Sibelius (1865-1857) – Symphony No. 1 in E minor, Op. 39 e Symphony No. 3 in C major, Op. 52 (CD 1 de 4)

Como gosto das sinfonias de Sibelius! As sete são para mim um grande refrigério. Tenho uma relação de carinho com cada uma delas. São de grande beleza e profundidade. Sibelius assim como Beethoven usou estas construções para trabalhar suas ideias. Há quem considere Sibelius um grande reacionário por trabalhar aspectos da música do século XIX em pleno século XX. Mas penso que o seu romantismo tardio é imenso, assim como também em Tchaikovsky ou Dvorak. Acredito de modo particular que ele não trabalhou temas esgotados. Sua música possui uma limpidez fascinante, uma relação de respeito para com a natureza que é tão exuberante em sua terra, a Finlândia. Durante algum tempo andei a procurar uma versão que fizesse jus ao tamanho das sinfonias de Sibelius. Pensei na famosa versão de Rattle, mas ela já estava por aqui; separei a de Loren Maazel; e até mesmo Blomstedt. Mas assim que ouvi esta interpretação primorosa com Bernstein, pensei: “É essa!” Portanto, aqui vai! Neste primeiro post teremos as sinfonias de número 1 e 3. Uma boa apreciação!

Jean Sibelius (1865-1857) – Symphony No. 1 in E minor, Op. 39 e Symphony No. 3 in C major, Op. 52

Symphony No. 1 in E minor, Op. 39
01. Andante ma non troppo – Allegro energico
02. Andante (ma non troppo lento)
03. Scherzo. Allegro
04. Finale (Quasi una fantasia). Andante – Allegro molto

Recorded 1967

Symphony No. 3 in C major, Op. 52
05. Allegro moderato
06. Andantino con moto, quasi allegretto
07. Moderato – Allegro (ma non tanto)

Recorded 1965

New York Philharmonic
Leonard Bernstein, regente

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Carlinus

Beethoven (1770-1827): Piano Concerto No.3 / Sibelius (1865-1957): Symphony No.5

Meus amigos raramente acreditam quando eu digo que não conheço pessoalmente FDP Bach. Porém é verdade, nunca o vi. Temos horas e horas de encontros e desencontros no MSN e alguns minutos de telefone. O resto foram e-mails e posts. É um cara de fala tranquila, muito gentil e sua saída é uma considerável perda, mas vamos lá.

Ainda meio zonzo com a notícia, posto o chamado The Legendary Berlin Concert, gravado ao vivo em 26 de maio de 1957. Parece até uma homenagem ao FDP, que gosta tanto de gravações históricas, mas era apenas a próxima da fila. Abaixo, podemos ler Karajan rasgando seda para Gould e recebendo a contrapartida:

This Beethoven Concerto was a masterly achievement that very few artists will duplicate in our own lifetime. When i heard Gould play, I felt as if I was playing myself, for his performance was exactly in line with my own view of the music.
Herbert von Karajan (on the concerto)

I had retreated into the recording cabin, which was separated from the stage by a glass panel. From that vantage point, I could see Karajan’s face and could connect his ecstatic expressions with the music. As you know, Karajan tends to conduct with his eyes closed, especially in Late Romantic works, and he makes remarkably convincing choreographic movements with his baton. The effect of all this was one of the most profound musical and dramtic experiences of my life.
Glenn Gould (on the symphony)

A capa do CD é linda e… Curti o concerto, contudo, a sinfonia… Minha humilde gravação da Naxos dá de dez!

Beethoven: Concerto para Piano Nº 3
1. Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37 – 1. Allegro con brio – Cadenza
2. Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37 – 2. Largo
3. Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37 – 3. Rondo (Allegro)

Sinfonia Nro. 5, Op. 82
1. I. Tempo Molto Moderato – Allegro Moderato – Presto
2. II. Andante Mosso, Quasi Allegretto
3. III. Allegro Molto – Un Pochettino Largamente

Glenn Gould, piano
Berliner Philharmoniker
dir. Herbert von Karajan

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Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonia No. 7 em C, Op. 105 / Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia No. 4 in E menor, Op. 98

Digamos que eu tivesse que escolher as dez maiores gravações que ouvi até hoje. Talvez não precisasse pensar muito nas primeiras três ou quatro e uma delas seria o incrível vinil onde Yevgeny Mravinsky rege a Sinfonia Nº 7 de Sibelius e a Música para Cordas, Percussão e Celesta de Bartók. Gosto tanto daquele disco com gravações de 1965 que nunca procurei os CDs correspondentes. Qual não foi minha surpresa ao ver no blog O Ser da Música a gravação de 1965 da obra de Sibelius, acompanha da Sinfonia Nº 4 de Brahms. Não sei de onde o Carlinus tirou este CD, interessa-me mais sua declaração:

Afirmo ousada e destemidamente que Yevgeny Mravinsky é o grande nome da regência no século XX. (…) Tudo aquilo que Yevgeny punha as mãos para reger, transformava-se em arte imorredoura. Um exemplo são as duas sinfonias deste post, uma de Sibelius e outra de Brahms. Não sou de ouvir a mesma música duas vezes seguidas, mas confesso que fiz isso no dia de hoje ao ouvir este registro. Detalhe: é preciso ouvir estas duas peças com um volume do som um pouco “alto” para perceber a maravilha que era o casamento Mravinsky-LPO.

E eu concordo com ele. Mravinsky foi um grande gênio, mesmo para este ouvinte que costuma fazer questão de gravações modernas em razão da qualidade de som. Há tosses em meio à gravação e o som da orquestra não é o que poderia ser, mesmo para uma gravação de 1965. Mas a interpretação… É indescritível! O destaque dado ao solo de trombone na Sinfonia de Sibelius, o primeiro movimento de Brahms… Dizer o quê? Ah!

Devo dizer que espero que uma boa alma me aponte onde está a gravação da Música de Bartók por Mravinsky. Por favor! (Afinal, este foi o motivo de eu ter repetido o post do Ser da Música aqui no PQP).

Importante: a Sinfonia de Sibelius é contínua, são cinco movimentos interligados. Aliás, nem se nota quando passamos de um para outro. Desta forma, ela sempre é apresentada em apenas uma faixa, OK?

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Jean Sibelius (1865-1957) – Sinfonia No. 7 em C, Op. 105 (Live 1965)
01. Adagio — Un Pochettino Meno Adagio — Poco Rallentando All’Adagio — Allegro Molto Moderato — Vivace

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonia No. 4 in E minor, Op. 98 (Live 1973)

02 Allegro Non Troppo
03 Andante Moderato
04 Allegro Giocoso, Poco Meno Presto, Tempo
05 Allegro Energico E Passionato, Più Allegro

Leningrad Philharmonic Orchestra
Yevgeny Mravinsky, regente

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Arnold Schoenberg (1874 – 1951): Concerto para Violino

O concerto para violino de Schoenberg é uma das obras mais importantes da música e é um absurdo que seja tão desconhecida do público. Esta obra foi escrita logo após a chegada do compositor aos Estados Unidos, no começo dos anos 1930. O mestre deixou seu país devido ao delírio nazista, talvez por isso esta obra seja tão angustiada. Obra dificílima e totalmente dodecafônica. Mas quem seria louco pra dizer que este concerto é frio ou artificial? Se não me falha a memória a obra é retratada por Thomas Mann no seu famoso livro Doutor Fausto como obra de seu personagem principal, Adrian Leverkühn.

Mesmo assim, é raríssimo encontrar um disco com este concerto para violino. Só existem gravações relativamente antigas. Alguns dizem que pelo fato de exigir “seis dedos na mão esquerda”, o músico fica intimidado. Ora, só por isso? Bem, já que a maioria dos marmanjos treme ao desafio, só mesmo uma bela garota como Hilary Hahn para trazer esta obra-prima à tona.

A outra obra do disco é o já manjado concerto de Sibelius que, para ser sincero, ainda não ouvi. Na verdade, depois da gravação de Heifetz, não ouço esta peça com mais ninguém.

1. Violin Concerto, Op.36 – 1. Poco Allegro
2. Violin Concerto, Op.36 – 2. Andante grazioso
3. Violin Concerto, Op.36 – 3. Finale. Allegro
4. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 1. Allegro moderato
5. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 2. Adagio di molto
6. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 3. Allegro, ma non tanto

Violin: Hilary Hahn
Swedish RSO
Conductor Esa-Pekka Salonen

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Grieg (1843-1907), Nielsen (1865-1931), Sibelius (1865-1957) – Intimate Voices (Voces Intimae)

Dentro as novidades que ouvi em 2007, esta foi o melhor CD de todas. Quando ganhei de presente o excelente calhamaço “1001 Classical Recordings You Must Hear Before You Die”, fiquei impressionado com a beleza do livro e, de forma um tanto sacana, resolvi procurar um grande CD que não estivesse ali. Fui direto atrás do Intimate Voices do Emerson String Quartet e ele estava lá, na página 575… (o livro é de 2008). Passei e respeitar o livro que, depois vi, tinha textos extraordinários e é muito informativo. Aliás, virou meu livro de cabeceira.

Pois bem, o assunto principal do CD é o quarteto de Sibelius, mas quem rouba a cena é Grieg.

Seu quarteto é o melhor do disco e o Emerson resolveu colocá-lo em primeiro lugar para tivéssemos logo o choque. Mas a história da composição de Sibelius é mais interessante. Situado cronologicamemente entre a terceira e quarta sinfonias, marca um período em que o compositor lutava contra um câncer na garganta (1909). Sibelius venceu o câncer através de várias operações. Durante aquele difícil período, produziu obras bem fechadas. Os quartetos preferem ignorar a existência deste estranho e íntimo quarteto, mas o Emerson abraça a causa e demonstra não ser ela perdida. A interpretação, grave e respeitosa, está como deve ser.

Já o único quarteto de Grieg nos deixa encantado com seu início raivoso, interrompido com episódios melodiosos. Aliás, estes os únicos quartetos de cordas de ambos. Sibelius tinha mais dois, mas destruiu-os. A peça de Grieg é fácil de assimilar e é estranho que seja em tom menor, tal sua alegria. A dança do segundo movimento e o vivaz final valem várias audições, mas nada como o belíssimo primeiro movimento. O Nielsen deste disco não compromete o trabalho, mas é apenas simpático.

Edvard Grieg – Quarteto de Cordas, Op. 27
1. I. Un Poco Andante-Allegro Molto Ed Agitato
2. II. Romanze: Andantino
3. III. Intermezzo: Allegro Molto Marcato-Piu Vivo Scherzando
4. IV. Finale: Lento-Presto Al Saltarello

Carl Nielsen – Ved en ung kunstners baare, Op. 58
5. Ved En Ung Kunstners Baare, Op.58

Jean Sibelius – Quarteto de Cordas, Op. 56 “Voces Intimae”
6. I. Andante-Allegro Molto Moderato
7. II. Vivace
8. III. Adagio Di Molto
9. IV. Allegretto (Ma Pesante)
10. V. Allegro

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Jean Sibelius (1865–1957) – Sinfonias Nos. 2 & 7

Atendendo a pedidos, postamos a Sinfonia Nº 2 de Sibelius. Dentre as sinfonias do finlandês, a segunda sinfonia não é uma das preferências de P.Q.P. Bach, que prefere as de Nº 4, 5 e 7. Para sua alegria, há um CD da Naxos onde a segunda vem acompanhada da maravilhosa sétima, apesar de que a gravação que mora nos ouvidos de PQP é uma antiga, a cargo do grande Evgueni Alexandrovitch Mravinski (1903-1988), junto à Filamônica de Leningrado, na qual o trombonista dá um show de competência. Aliás, acho que nesta gravação o engenheiro de som achatou o trombonista, que executa o principal tema desta vertiginosa sinfonia em um movimento.

O registro de Leaper não é nada ruim – longe disso! – e, como só tenho a gravação de Mravinski em glorioso vinil (que cuido com todo o carinho), fiquemos com ela.

Symphony No. 2 in D major, Op. 43
Performed by:Slovak Philharmonic Orchestra
Conducted by:Adrian Leaper

I. Allegretto – Poco allegro – Tranquillo, ma poco a poco revvivando il tempo al allegro 10:05
II. Tempo andante, ma rubato – Andante sostenuto 13:50
III. Vivacissimo – Lento e suave – Largamente 6:00
IV. Finale: (Allegro moderato) 13:21

Symphony No. 7 in C major, Op. 105
Performed by:Slovak Philharmonic Orchestra
Conducted by:Adrian Leaper

V. Symphony No. 7 in C major, Op. 105 20:25

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Jean Sibelius (1865–1957) – Concerto para Violino e Orquestra, Op.47

Existem violinistas e violinistas, ou generalizando, músicos e músicos. Alguns com certo talento até conseguem sucesso, de público e crítica. Mas assim como eles vêm, vão. São vários os casos de pequenos mozarts se transformarem em zé-ninguéns, a indústria fonográfica investe em jovens talentos, para no final eles caírem no ostracismo. Por culpar de quem? Não sei… talvez da voragem da mesma, da exigência do público e da crítica, ou incompressão de todos… sei lá. Digo isso pois a postagem que coloco a seguir é a de um grande violinista – que também foi um pequeno Mozart virtuose, e para muitos o maior de todos os tempos – tocando uma música maravilhosa, porém, inexplicavelmente pouco executada. O resultado dessa soma de talentos é algo excepcional. Já se discutiu aqui à exaustão a questão do gosto nas execuções, mas existem as unanimidades. E Jascha Heifetz é uma unanimidade. Pode-se criticar sua forma de tocar quase cerebral, insensível (?????), se preocupando apenas com a exatidão, com a precisão, muito meticuloso, e se esquecendo de expor a alma da música (particularmente considero isso tudo bobagem, mas quem sou eu para criticar?). Mas não se pode negar sua paixão por aquilo que fazia… e como fazia.

Dentro da idéia de duelo que propus em postagem anterior, Heifetz/Oistrack estou postando abaixo o concerto para violino de Sibelius, peça de um encanto único, um retrato da longínqüa Finlândia, e executado aqui com maestria e exuberância por Jascha Heifetz, esse gigante do violino do século XX. Deixo a critério de vocês a análise da obra e da execução. Nessa gravação ele é acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Chicago, regida por Walter Hendl. Fico devendo a informação sobre o ano dessa gravação.

Concerto para Violino e Orquestra, Op. 47, de Jean Sibelius

1. Conc in d, Op. 47: Allegro Moderato – Chicago SO/Walter Hendl
2. Conc in d, Op. 47: Adagio Di Molto – Chicago SO/Walter Hendl
3. Conc in d, Op. 47: Allegro/Ma Non Tanto – Chicago SO/Walter Hendl

Performer: Jascha Heifetz (Violin)
Conductor: Walter Hendl
Orchestra: Chicago Symphony Orchestra
Period: Romantic
Written: 1903-1905; Finland
Date of Recording: 01/1959
Venue: Orchestra Hall, Chicago
Length: 26min43s

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