B. Strozzi, C. Monteverdi, G. Kapsberger, G. Carissimi, G. Caccini, S. d’India, L. Rossi – La bella più bella (Roberta Invernizzi, soprano / Craig Marchitelli, arquialaúde)

Aqui, temos Barbara Strozzi junto com um monte de homens do século XVII. No meio desses compositores italianos – e Kapsberger, austríaco que viveu a maior parte da vida na Itália – fica evidente que Strozzi ocupa, com Monteverdi e mais um ou dois, um lugar de destaque: não se trata, aqui, apenas de elogiar uma das raras mulheres que publicaram música naquele século, mas sobretudo de ouvir música que merece ser ouvida por suas qualidades intrínsecas.

E essas coleções de obras de autores diferentes permitem notar as diferenças: nas duas obras de Luigi Rossi, por exemplo, incluindo a “bela mais bela” que dá o nome ao álbum, temos música realmente bela, com virtuosismo vocal, mas a forma e a harmonia são bem quadradinhas, previsíveis como uma bela canção de rádio do século XX. Já nas duas obras de Barbara Strozzi, uma de tom trágico e outra de risos cômicos, há mais liberdade e menos previsibilidade. Embora não haja uma rígida separação de movimentos, Strozzi cria momentos diferentes ao longo da mesma obra, uma das características da cantata italiana, gênero do qual ela é uma das criadoras.

Temos, então, neste disco, três tipos de obras:

a) as puramente instrumentais, tocadas pelo arquialaúde ou pela teorba, instrumentos de cordas típicos da música barroca

b) as que poderíamos chamar de canções, com toda a ação em um movimento único e mais ou menos próximas da música popular;

c) as cantatas, que iniciavam um distanciamento ainda incipiente e não rígido em relação à música vocal popular.

É preciso lembrar certos detalhes do contexto histórico: por toda a Idade Média, música escrita, via de regra, era apenas a religiosa, enquanto todos os vários tipos de música popular eram de tradição apenas oral. Após a invenção europeia da imprensa, no século XVI e sobretudo no XVII começam a existir dois tipos de música impressa, sobretudo nas grandes cidades italianas (Veneza e Roma): a música instrumental, como a de Frescobaldi e Merulo, e a música vocal não religiosa, como as desses compositores aqui gravados. Também continuavam havendo cópias manuscritas, é claro, mas o fato de existirem cópias impressas dava uma respeitabilidade àquela música, fazendo com que gente, digamos, estudiosa e metódica começasse a levar aquilo a sério.

Filha adotiva de um rico poeta veneziano herdeiro de uma família de banqueiros (provavelmente filha natural, ou seja, sua mãe não era casada com seu pai, este a adotou), Barbara Strozzi teve o que poucas mulheres tiveram em sua época: apoio familiar e renda suficiente para se dedicar ao estudo da música. Impossibilitada de fazer música para a igreja ou óperas como as de Monteverdi, ela destacou-se na música de câmara de sua época, para uma ou duas cantoras acompanhada(s) por baixo contínuo.

La bella più bella – música vocal do barroco italiano

01 Strana armonia d’amore 2:44
Giulio Romano (fl. early 17th century)

02 Son ruinato, appassionato 3:45
Benedetto Ferrari (?1603/4 – 1681)

03 Toccata V [instr.] 2:14
Alessandro Piccinini (1566 – c. 1638)

04 Dolcissimo sospiro 2:44
Giulio Caccini (1551 – 1618)

05 Dalla porta d ’Oriente 1:56
Giulio Caccini

06 Torna, deh torna 4:32
Giulio Caccini

07 Ciaccona [instr.] 1:28
Giovanni Girolamo Kapsberger (c. 1580 – 1651)

Giacomo Carissimi

08 La bella più bella 2:49
Luigi Rossi (?1597/8 – 1653)

09 Piangete, aure, piangete 7:25
Giacomo Carissimi (1605 – 1674)

10 Toccata VI [instr.] 3:13
Giovanni Girolamo Kapsberger

11 A qual dardo 3:51
Luigi Rossi

12 Udite amanti, L’Eraclito amoroso 6:02
Barbara Strozzi (1619 – 1677)

13 Mi fa rider la speranza 4:08
Barbara Strozzi

14 Tasteggio soave [instr.] 4:17
Bellerofonte Castaldi (1580 – 1649)

15 Folle è ben che si crede 2:38
Tarquinio Merula (1594/5 – 1665)

16 Cruda Amarilli 2:31
Sigismondo d’India (c. 1582 – 1629)

17 Intenerite voi, lagrime mie 2:34
Sigismondo d’India

18 Aria di Sarabanda [instr.] 3:48
Alessandro Piccinini

19 Ninna nanna 5:09
Giovanni Girolamo Kapsberger

20 Ecco di dolci raggi il sol armato 2:17
Claudio Monteverdi (1567 – 1643)

Claudio Monteverdi

21 Eri già tutta mia 2:18
Claudio Monteverdi

22 Voglio di vita uscir 4:41
Claudio Monteverdi

Roberta Invernizzi, soprano / Craig Marchitelli, arquialaúde, teorba

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A encantadora Barbara Strozzi

 

Christina’s Journey: Música da Corte da Rainha Cristina da Suécia

Christina’s Journey: Música da Corte da Rainha Cristina da Suécia

Cristina (1626-89) era a filha única do rei Gustavo Adolfo II e de sua esposa, a princesa Maria Leonor de Brandemburgo. Ascendeu ao trono sueco com apenas seis anos de idade, após a morte de seu pai na Batalha de Lützen. Sendo a filha de um defensor do protestantismo na Guerra dos Trinta Anos, Cristina causou escândalo ao abdicar em 1654 e converter-se ao catolicismo. Ela passou os seus anos restantes em Roma, tornando-se a líder da vida musical e teatral local. Como rainha sem um país, ela protegeu muitos artistas e projetos. Cristina morreu em 1689 e é uma das poucas mulheres enterradas no Vaticano. Cristina era mal-humorada, inteligente e interessada em livros e manuscritos, religião, alquimia e ciência. Ela queria que Estocolmo se transformasse na “Atenas do Norte”. Influenciada pela Contrarreforma, ela cada vez mais se atraiu pela cultura barroca e mediterrânea. O seu estilo de vida incomum e vestuário e comportamento masculino inspirariam vários romances, peças teatrais, óperas e filmes. Ela também foi uma das maiores patrocinadoras da música em toda a história do barroco, e é nesse papel que sua biografia figura no programa de música gravado neste CD. Todas as composições foram dedicadas a ela em algum momento de sua carreira. O compositor mais familiar do CD, Alessandro Stradella, era seu favorito e protegido em particular. Os outros — Marco Marazzoli, Luigi Rossi, Vincenzo Albrici, Alessandro Cecconi e Marc Antonio Cesti — foram beneficiados por sua generosidade. Um toque de orgulho nacionalista brilha nas notas e seleções de música em “Christinas Resa”. O soprano Susanne Rydén é sueca, assim como a maioria dos membros do Conjunto Barroco de Estocolmo, que a acompanha nessas árias de óperas e cantatas barrocas. É o excelente canto de Rydén — uma especialista no barroco historicamente informado — que leva o CD nas costas.

Christina’s Journey: Música da Corte da Rainha Cristina da Suécia

Marco Marazzoli (ca. 1602-1662)
1. La Vita Humana: Sinfonia e prologo, “L’Aurora”
Libretto Giulio Rospigliosi
Luigi Rossi (ca. 1597-1653)
2. Cantata per Gustavo Adolpho, Re di Svetia, morto in Guerra
Vincenzo Albrici (1631-1696)
3. Sinfonia a 2
From Alessandro Cecconi’s collection:
4. Pasqualini: Si bel volto
5. Anonymous: Poichè la bella Clori
6. Anonymous: E bugiardo chi dice
7. Anonymous: Pur mi parto
8. Carissimi: Vittoria, vittoria
Marc Antonio Cesti (1623-1669)
From the opera L’Argia
Libretto G F Appolloni
9. Duri lacci
10. Fuggi pur
11. Pietà Numi
Alessandro Stradella (1639-1682)
La Forza delle Stelle (excerpts)
Libretto Sebastiano Baldini
12. Sinfonia
13. RecitativL sopran
14. Damones Aria
Alessandro Stradella
From “Il duello” or “La Serenata”
Text Sebastiano Baldini
15. Sinfonia
16. Vola in altri petti
17. Balletto
18. Aria

Performers:
Susanne Ryden – Soprano
Stockholm Baroque Ensemble
Karl Nyhlin – Guitar (Baroque)
Eva Lindal – Violin
Mark Tatlow – Cembalo
Jonas Dominique – Double Bass
Anna Nyhlin – Soprano 13
Lars Warnstad – Violin
Maria Lindal – Violin
Asa Akerberg – Cello
Anna Ivanova – Violin
Joel Sundin – Viola

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A Rainha Cristina da Suécia

PQP

Les Arts Florissants: Secular Music + Sacred Music + Music & Theater, dir. William Christie

Les Arts Florissants
Edição comemorativa de 40 anos
Secular Music
Sacred Music
Music & Theater
dir. William Christie, Paul Agnew

Sandrine Piau         Michel Laplénie
Veronique Gens         Ian Honeyman
Agnès Mellon         Philippe Cantor
2019

Dedicado ao desempenho da música barroca nos últimos 40 anos, Les Arts Florissants nunca deixa de revelar um novo repertório, muitos dos quais passamos a classificar como entre as melhores realizações musicais na vida cultural da França (Lully, de Lalande, Charpentier, Rameau …), Itália (Monteverdi, Rossi …) e Inglaterra (Purcell, Handel …) – um legado que eles disponibilizaram para músicos e grupos em todo o mundo.

Quer tenham sido destinados aos cultos da igreja, aos palcos de teatro ou ao entretenimento real, aqui estão algumas das melhores jóias musicais, desde a lendária gravação de Atys até as mais recentes coleções de arias e madrigais, para listar apenas algumas. Quase todos os capítulos musicais da história do conjunto fizeram história e, juntamente com horas de puro prazer, esta retrospectiva certamente trará de volta boas recordações de seu primeiro encontro com Les Arts Florissants, que se tornou um pilar de nossa vida cultural coletiva. (do site do produtor)

CD 01 – Musique Profane
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
01 – Zefiro torna, e di soavi accenti, SV 251
02 – Madrigals, Book 8, SV 146–167 “Madrigali guerrieri et amorosi”: Lamento de la ninfa, SV 163
03 – Il combattimento di Tancredi e Clorinda, SV 153
04 – Madrigals, Book 7, SV 117–145: Lettera amorosa, SV 141 (Live)
05 – Sestina Lagrime d’Amante al Sepolcro dell’Amata, SV 107, Prima parte: I. “Incenerite spoglie”
Carlo Gesualdo, aka Gesualdo da Venosa (Italy, 1566 – 1613)
06 – Madrigals, Libro III: IX. Non t’amo, o voce ingrata
Honoré d’Ambruys (France, séc. 18)
07 – Le doux silence de nos bois
Michel Lambert (França, 1610-1696)
08 – Le repos, l’ombre, le silence
09 – Airs à une, II, III et IV parties avec la basse-continue: Sans murmurer
Michel Pignolet de Montéclair (França, 1667 – 1737)
10 – La Mort de Didon pour soprano, violon, flûte et basse continue (6e cantate, Livre I)

CD 02 – Musique Sacrée
Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704)
01. Te Deum, H. 146: I. Prélude
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759)
02. Messiah, HWV 56, Part II: “Hallelujah!”
03. The Ways of Zion Do Mourn: IV. She put on righteousness. Chorus
Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704)
04. Le Reniement de Saint Pierre , H. 424
05. Antiennes “O” de l’Avent, H.36-43, Premier O: “O Sapientia”
Luigi Rossi (Italia, 1597 – 1653)
06. Un peccator pentito: “Spargete sospiri”
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
07. Selva morale e spirituale, SV 252-288: “Chi vol che m’innamori” a 3 voci e due violini
08. Selva morale e spirituale, SV 252-288: “O ciechi ciechi” a 5 voci et doi violini
Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687)
09. Salve Regina
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759)
10. Il Trionfo del Tempo e del Disinganno, HWV 46a: “Lascia la spina, cogli la rosa ” (Piacere)
Michel Richard de Lalande (France, 1657-1726)
11. Cantique Quatrième “sur le bonheur des justes & sur le malheur des resprouvez”: “Heureux, qui de la sagesse”
12. Te Deum, S.32: I. Simphonie
13. Te Deum, S.32: II. Te Deum laudamus
Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750)
14. Mass in B Minor, BWV 232: Benedictus (Live)
Sébastien de Brossard (França 1655 – 1730)
15. Miserere mei Deus, SdB. 53 (Live)

CD 03 – Musique & theatre
Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704)
01. Les Arts florissants, H. 487: I. Ouverture
Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687)
02. Atys, LWV 53, Prologue: Ouverture
03. Atys, LWV 53, Acte III, Scène 4: Prélude. “Dormons, dormons tous” (Le Sommeil)
Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764)
04. Castor & Pollux, RCT 32, Acte I, Scène 1: Que tout gémisse (Troupe de Spartiates)
05. Castor & Pollux, RCT 32, Acte I, Scène 3: Tristes apprêts, pâles flambeaux (Télaïre)
06. Anacréon, RCT 30: Quel Bruit? Quelle clarté vient ici se répandre? (Prétresse de Bacchus et sa suite, Anacréon, Lycoris, Suite d’Anachréon)
07. Les Indes galantes, RCT 44, Troisième Entrée, Scène 3: “Amour, Amour, quand du destin j’éprouve la rigueur…” (Zaïre, Tacmas)
Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704)
08. David et Jonathas H. 490, Prologue, Scène 1: “Où suis-je ? Qu’ai-je fait ?” (Saül)
09. David et Jonathas H. 490, Acte I, Scène 3: “Ciel ! Quel triste combat en ces lieux me rappelle ?” (David)
10. Le Malade imaginaire, H. 495, Premier intermède: “Notte e di” (Spacamond)
Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764)
11. Pygmalion, RCT 52, Acte I, Scènes 1-3: Fatal Amour, cruel vainqueur (Pygmalion)
André Campra (França, 1660-1744)
12. Idoménée, Acte I, Scène 1: “Venez, Gloire, Fierté” (Ilione)
13. Idoménée, Acte II, Scène 1 – Scène 2: “O Dieux ! ô justes Dieux” (Chœur de peuple) – “Cessez de soulever les ondes” (Neptune)
Luigi Rossi (Italia, 1597 – 1653)
14. Orfeo, Acte III, Scène 10: “Abandonnez l’Averne, ô peines, et me suivez !” (Orfeo, Giove, Mercurio, Coro Celeste)
Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764)
15. Dardanus, RCT 35: “Hâtons-nous,courons à la gloire”
Antoine Dauvergne (França, 1713 – 1797)
16. La Vénitienne: “Livrons-nous au sommeil”
Michel Pignolet de Montéclair (França, 1667 – 1737)
17. Jephté, Act II, Scène 6: Marche au son des tambourins. “Ô jour heureux” (Iphise, Elise, Troupe d’Habitants de Maspha)

Les Arts Florissants: Secular Music + Sacred Music + Music & Theater
Les Arts Florissants 
dir. William Christie

Ansiosa para saber a opinião da turma do PQP.

 

 

 

 

 

 

 
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Por gentileza, quando tiver problemas para descompactar arquivos com mais de 256 caracteres, para Windows, tente o 7-ZIP, em https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ e para Mac, tente o Keka, em http://www.kekaosx.com/pt/, para descompactar, ambos gratuitos.

If you have trouble unzipping files longer than 256 characters, for Windows, please try 7-ZIP, at https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ and for Mac, try Keka, at http://www.kekaosx.com/, to unzip, both at no cost.

Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

Sogno Barocco: Monteverdi, Cavalli, Provenzale, Rossi – Ensemble Cappella Mediterranea, dir. Leonardo García Alarcón & Anne Sofie von Otter, Sandrine Piau, Susanna Sundberg

Sogno Barocco 
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Ensemble Cappella Mediterranea
dir. Leonardo García Alarcón
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Sandrine Piau
Susanna Sundberg
Anne Sofie von Otter
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RAINHAS E REIS DA PRIMEIRA OPERA
Quatro soberanos musicais reinaram sobre a ópera italiana do século XVII, Claudio Monteverdi, Pier Francesco Cavalli, Luigi Rossi e Francesco Provenzale, o menos conhecido, mestre de capela napolitano e contemporâneo de Alessando Scarlatti. 
..
Monteverdi transmitiu o gênero lírico da corte para a cidade. Cavalli popularizou o gênero em teatros públicos. Provenzale adaptou-o ao napolitano, misturando burlesco e tragédia, enquanto Luigi Rossi exportou o gênero lírico, notadamente para Paris. Suas Odes, certamente incompreendidas por uma parte do público, iniciaram os franceses no gênero da ópera. 
..

Lully, tendo escutado Rossi e Cavalli, inventa a tragédia lírica francesa. Figuras femininas, trágicas, astutas, rasgadas, foram favorecidas por esses compositores. O barroco tem sido apaixonado por bruxas do amor, como Alcina ou Medéia, e senhoras nobres negligenciadas, como Dido, Octavia, Penelope. A queixa lírica era em princípio feminina, a face profana das deplorações da Virgem e dos santos católicos. (Vincent Borel)

Ensemble Cappella Mediterranea
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
01. Si dolce e ‘l tormento
Francesco Cavalli (Crema, 1602 – Venice, 1676)
02. Instrumental (from Elena)
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
03. Pur ti miro (L’incoronazione di Poppea, III, 8) [with S.Piau]
Francesco Provenzale (Itália, 1624 – 1704)
04. Squarciato appena havea
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
05. Signor, hoggi rinasco (L’incoronazione di Poppea, III, 5) [with S.Piau]
Francesco Cavalli (Crema, 1602 – Venice, 1676)
06. Instrumental (from Elena)
Luigi Rossi (Italia, 1597 – 1653)
07. Lamento de la Regina di Suezia
Francesco Cavalli (Crema, 1602 – Venice, 1676)
08. Vivo per te (La Calisto, III, 7)
09. Dolcissimi baci (La Calisto, III, 7) [with S.Piau]
10. Sinfonia, from Elena
11. Lamento de Doriclea (Doriclea, III, 1)
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
12. Di misera regina (Il ritorno d’Ulisse in patria, I, 1) [with S.Sundberg]
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Sogno Barocco  – 2012
Ensemble Cappella Mediterranea
Leonardo Garcia Alarcon, dir.
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XLD RIP | FLAC | 402 MB
...
MP3 | 320 Kbps | 210 MB
..
powered by iTunes 12.8.0 | 1 h 11 min
Boa audição !
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– Sandrine Piau. D’où vient cette voix qui me calme?
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Avicenna

L’Arpeggiata e Phillipe Jaroussky, contratenor: Icônes du Seicento – ao vivo (2009)

Icones du SeicentoEntrei em contato com o grupo L’Arpeggiata aos poucos, através de postagens esparsas dos colegas do blog, como esta, esta, e esta.

Gostei de imediato, mas foi só a partir da terceira que me percebi em risco de ficar viciado. Comecei a ver tudo que é vídeo do grupo no YouTube, e foi aí que viciei mesmo: a paixão contida porém visível com que os músicos tocam, o bom humor e discreta teatralidade aqui e ali, e sobretudo o encanto visual dos instrumentos fazem do L’Arpeggiata algo ainda mais rico quando se vê, além de ouvir.

Talvez seja por isso que este lindo trabalho com peças italianas dos anos 1600 nem foi lançado em CD, apenas em vídeo. As faixas disponibilizadas aqui foram extraídas do vídeo. – Mas então por que postar no PQP, se já está no YouTube? – alguém poderá perguntar… e eu responderei: há abundância de ocasiões em que não se pode ver mas se gostaria de ouvir – e nessas ocasiões é prático ter o material dividido em faixas, não é?

Falando de faixas… das cantadas pelo extraordinário contratenor que é Jaroussky, minhas preferidas são a 07 (onde faz valer o sentido das palavras ‘Oh gloriosa senhora!), 09, 11 (Stabat Mater) e 13 (um setting por Monteverdi do tratado de instrumentação da antiguidade que é o Salmo 150). Jaroussky também é magnífico na faixa tratada com mais liberdade estilística, que é a versão jazzy de outra peça de Monteverdi (faixa 15), onde me encantam especialmente os efeitos à Louis Armstrong extraídos do cornetto pelo californiano Doron Sherwin – que, de resto, empresta brilho a quase todas as faixas. Mas quem compete seriamente com Jaroussky pelo estrelato máximo do show é o violinista Alessandro Tampieri, sobretudo nas faixas 06, 08 e 12. E não se deve deixar de mencionar a bela toccata de G. Kapsberger, à qual o grupo deve seu nome, solada à tiorba por sua diretora, a austríaca Christina Pluhar (faixa 10). Espiem lá!

Palhinha: um bis de Monteverdi em versão jazzy (faixa 15)

Philippe Jaroussky com L’Arpeggiata
ICONES DU SEICENTO – ao vivo / live

01 Abertura do vídeo: vinheta da faixa 10 (instrumental) – 01’00
02 Anônimo – Ninna nanna al bambino Gesù – 05’34
03 Maurizio Cazzati – Ciaccona (instrumental) – 03’36
04 Benedetto Ferrari – Queste pungenti spine – 03’16
05 Maurizio Cazzati – Passacaglia (instrumental) – 03’32
06 Pandolfo Mealli – La vinciolina (instrumental) – 02’12
07 Ignazio Donati – O gloriosa domina – 04’00
08 Marco Uccellini – La Luciminia contenta (instrumental) – 04’02
09 Luigi Rossi – Lasciate averno – 06’07
10 Girolamo Kapsberger – Toccata l’Arpeggiata (instrumental) – 02’35
11 Giovanni Felice Sances – Stabat mater dolorosa – 07’00
12 Antonio Bertali – Ciaccona (instrumental) – 04’32
13 Claudio Monteverdi – Laudate Dominum (Salmo 150) – 04’17
14 Anônimo – Ciaccona di paradiso et dell’Inferno – 03’36
15 Claudio Monteverdi – Ohimè, ch’io cado – versão jazzy – 04’19
16 Domenico Maria Melli – Dispiegate, guance amate – 02’05
17 Claudio Monteverdi – Sì dolce è’l tormento – 04’38
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Philippe Jaroussky – contratenor

L’Arpeggiata
Christina Pluhar, tiorba e direção
• Alessandro Tampieri, violino
• Doron Sherwin, corneto
• Eero Palviainen, arquialaúde e guitarra barroca
• Charles Edouard Fantin, alaúde, guitarra barroca
• Margit Übellacker, saltério
• Haru Kitamika, órgão, cravo
• Richard Myron, violone
• Michèle Claude, percussão

Gravado na Abadia de Ambronay, França, em 18 de setembro de 2008,
dentro do 29º Festival de Ambronay

Website do conjunto: http://www.arpeggiata.com

Material não lançado em CD
Áudio extraído do vídeo disponível no YouTube, código ?v=KFRMwgQLHLk
Directed by Olivier Simonnet © Broadcast by Mezzo, 2008

.  .  .  .  .  .  BAIXE AQUI – download here

Ranulfus

VIA CRUCIS – L’Arpeggiata – Christina Pluhar (2010)

VIA CRUCIS – L’Arpeggiata – Christina Pluhar (2010)

Eis um disco letal para quem por desventura for alérgico a beleza (e olhe que há quem seja). Este disco é um gravíssimo atentado à feiura. Sob a direção da teoerbista austríaca Christina Pluhar (também alaudista e harpista), o grupo L’Arpeggiata vem realizando gravações de extrema excelência e beleza, com rica instrumentação, sobre um repertório de princípios do barroco, mais temas e estilos tradicionais. Explorando bastante o gênero chaconne (caracterizado pelas variações sobre a repetição de uma breve sequência harmônica, com um baixo ostinato). Aqui o L’Arpeggiata conta com uma verdadeira constelação de artistas, a exemplo do impressionante grupo vocal Barbara Furtuna da Corsega (liderado pelo expressivo cantor Maxime Merlandi); também a soprano Nuria Rial, o consagradíssimo Philippe Jaroussky, o barítono Fulvio Bettini e o tenorino napoletano Vincenzo Capezzuto (este, se não é um anjo, canta como tal. Ouçam para crer – faixa 18 ‘Stù Criatu). Como evidencia o título, é um disco no qual se reuniram peças com uma finalidade conceitual e sacra: VIA CRUCIS – Rappresentazzione della Gloriosa Passione de Cristo, à maneira de um Intermedi sacro renascentista. Peças do século XVII se mesclam a temas da Corsega e do Sul da Itália. Um dos arrebatadores momentos do disco é a faixa 3 – Maria, canção composta sobre uma canção tradicional dos pastores de Carpino, La Carpinese – destaque para o cornetto do virtuosíssimo Doron David Scherwin. Assim como também são impressionantes as outras faixas de canto corso nas quais atua o grupo Barbara Furtuna: Suda Sangre, Stabat Mater e Lamentu di Ghjesu sopra La Follia. O disco se divide em três segmentos: Maria – La Visione (faixas 1 a 5), La Morte de Xsto – O diu, tante suffranze (faixas 6 a 13) e Ci vedrem in paradiso (faixas 14 a 18). Tive a felicidade de encontrar esta beleza na Fnac do Chiado, em Lisboa, numa promoção inacreditável, na qual discos da Harmonia Mundi, por exemplo, variavam entre 2 e 9 euros. Este custou 5! Em nosso desventurado país não custaria menos de 80 contos. Como escreveu Tennessee Williams, “às vezes Deus aparece tão de repente…” rs

  • L’Annociation – H. I. F. Von Biber
  • Ninna nanna alla Napoletana – Ann. – P. Jaroussky
  • Maria (sopra La Carpinese, trad.) – Barbara Furtuna.
  • Hor ch’è tempo di dormire – Tarquinio Merula – Nuria Rial
  • L’Aria – H. I. F. Von Biber
  • Lumi, potete piangere – Giovanni Legrenzi – Nuria Rial, P. Jaroussky
  • Suda Sangre – Trad. corso – Barbara Furtuna
  • Queste pungente spine – Benedetto Ferrari – P. Jaroussky
  • Voglio morire – Luigi Rossi
  • Stabat Mater – Trad. corso – Barbara Furtuna
  • Stabat Mater – Giovanni Felice Sances – Nuria Rial
  • Passacaglia – Maurizio Cazzati
  • Lamentu di Ghjesu (sopra La Follia) – Roccu Mambrini e L’ensemble Tavagna
  • Ciaconna – Tarquinio Merula
  • Laudate Dominum – C. Monteverdi – Nuria Rial
  • Canario – Lorenzo Allegri
  • Ciaccona di Paradiso e dell’Inferno – Ann. – P. Jaroussky, Fulvio Bettini
  • ‘Stù Criatu – Enzo Gragnaniello (n.1954) – Vincenzo Capezzuto

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Christina Pluhar
Christina Pluhar

Wellbach