Missa dos Defuntos, para Coro Misto a Quatro Vozes e Órgão: Pe. José Maurício Nunes Garcia (Acervo PQPBach)

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Este LP foi um presente do Monge Ranulfus. Não tem preço!!!

Este vinil é o de número 46, último da coleção “Grandes Compositores da Música Universal”, publicado pela Editora Abril em 1970. Peço licença ao mestre Strava para antecipar esta postagem de sua coleção!

Os vinís publicados nesta coleção são mais finos que um vinil comercial e produzidos com um composto mais barato. É surpreendente como ainda conseguimos digitalizar com algum sucesso essas faixas com 43 anos de idade!

— De quem é esta música tão bonita?
— É sua, padre-mestre.
No fim da vida, José Mauricio, a memória fraca, não mais se lembrava das músicas que compusera. Quantas seriam? Trezentas, quatrocentas, quinhentas, quem sabe. E o velho não reconhecia mais as melodias, que, salvo algumas exceções, só haviam sido executadas uma ou duas vêzes. Durante 43 anos escrevera música, quase sempre por encomenda, a mando de soberanos ou a pedido de algum bispo ou cortesão. Na verdade, nunca passara de um criado: esta era a verdadeira posição do músico na época. Nunca pedira, em troca, grandes favores. Contentava-se com o salário medíocre, para “não incomodar Sua Majestade”. Nem mesmo fôra recompensado pela fama, senão num rápido e fugaz momento.

Pobre, simples, humilde, José Maurício nunca lamentara que o tratassem como artista secundário. Permanecia na obscuridade, aplaudindo e aprendendo com aquêles que obtinham mais sucesso. Jamais reclamou por ser na Côrte um serviçal relegado a segundo plano. Seguia servindo, obsequioso e modesto, sem nada ambicionar ou exigir. Jamais se incomodou com os nobres, que viam nêle um provinciano, um colono. Desgastava-se trabalhando, compondo música sacra ou profana, conforme os pedidos, e ensinando gratuitamente na sua escolinha: “A mocidade a instruir-se nessa arte da música”.

Sem nunca poder deixar o Rio de Janeiro para mergulhar nos grandes centros musicais da Europa, ainda assim foi o mais importante compositor clássico do período colonial, não só no Brasil, mas talvez em tôda a América Latina. E nunca pensou nisso, nunca se preocupou com isso. Compunha e cantava porque gostava de compor e cantar. Nada mais.

Se com êle se cometiam injustiças ou se exigiam esforços quase acima de sua precária saúde, não tinha voz para protestar ou lamentar-se. Uma vez escreveu uma modinha, por titulo: Beijo as Mãos Que me Condenam. Esse poderia ter sido perfeitamente o seu submisso lema.

Todavia, como escreveu a ilustre musicóloga e regente brasileira Cleofe Person de Matos: “Rejubilemo-nos, porém, com as suas alegrias, que delas sabemos nós, com quem elas se repartem. E, se no compositor elas se misturam às angústias da criação, para nós, que do ato criador só conhecemos as primeiras, essas alegrias são puras. E são a riqueza que o padre José Maurício Nunes Garcia deixou para a cultura do seu povo”. “Para nosso país, a mais humilde figura do período musical que circundou a nossa Independência é também a sua mais significativa personalidade.”
(extraído do excelente encarte que acompanha esta postagem)

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro. Maestro Walter Lourenção
01. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 01. Introito
02. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 02. Kyrie
03. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 03. Gradual
04. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 04. Ofertório
05. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 05. Ofertório
06. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 06. Ofertório
07. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 07. Ofertório
08. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 08. Sanctus
09. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 09. Hosana in Excelsis
10. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 10. Benedictus
11. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 11. Hosana in Excelsis
12. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 12. Agnus Dei
13. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 13. Communio
14. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 14. Cum Sanctis Tuis
15. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 15. Requiem aeternam
16. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 16. Cum Sanctis Tuis
Associação de Canto Coral. Maestrina Cléofe Person de Mattos
17. Moteto: Improperium do Ofício de 6ª Feira Santa (1789) – Popule Meus
18. Antífona para a cerimônia do Lava Pés da 5ª Feira Santa (1799?) – Domine Tu Mihi Lavas Pedes
19. Moteto para a Semana Santa – In Monte Oliveti

Missa dos Defuntos, para Coro Misto a Quatro Vozes e Órgão – 1970
Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro. Maestro Walter Lourenção
Associação de Canto Coral. Maestrina Cleofe Person de Mattos

LP digitalizado por Avicenna
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Visite o mais completo site sobre a vida e obra do Padre José Maurício. (http://www.josemauricio.com.br/)
Em português & English. CLIQUE AQUI.
CL

Boa audição.

Avicenna

José Alves, sec. XVIII & Manoel Dias de Oliveira (1735-1813) & José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805) & Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) (Acervo PQPBach)

lkwv8Música Sacra do Brasil Colonial
Orquestra e Coro Vox Brasiliensis

Ricardo Kanji, regente
1998

Há cinco séculos atrás começava para os Portugueses e Espanhóis a colonização e exploração do Novo Mundo recém descoberto. Para a extração das suas riquezas naturais, utilizaram duas estratégias vitoriosas: a conquista e submissão dos nativos, pacífica ou através das armas, e a importação de mão de obra escrava da África.
Em ambos os casos, os vencidos foram obrigados a aceitar os valores culturais dos vencedores, entre eles a religião católica.

A música foi um recurso utilizado pelos missionários para aproximar-se dos nativos. Não raro encontram-se, nas centenárias igrejas do Peru ou do México, partituras de polifonias escritas na língua dos que se pretendia converter. Estes, uma vez convertidos, após um aprendizado tomavam parte nos coros e nas orquestras presentes nas cerimônias religiosas. O mesmo destino era reservado aos escravos que demonstravam algum talento para o canto.

A serviço da Igreja, também atuaram no continente grandes compositores europeus, como Tomás de Torrejon y Velasco no Peru (Século XVII), Ignácio de Jerusalem no México (Séc. XVIII), Domeinco Zipoli e Roque Ceruti na Argentina (Século XVIII) e André da Silva Gomes no Brasil (Sécs. XVIII-XIX). Mas a medida que a educação musical foi-se difundindo, destacaram-se compositores entre os nativos, às vezes indígenas ou mulatos.

No Brasil, o maior destes compositores foi o Padre José Mauricio Nunes Garcia, mulato e neto de escravas. Sua obra ainda é desconhecida mesmo do público brasileiro amante da música clássica, o que não faz justiça ao grande compositor que foi.

-oOo-

Five centuries ago Portugual and Spain began to colonize and explore the New World, recently discovered. To extract its natural resources, they employed two successful strategies: to conquer and submit the natives, either pacifically or through firearms, and to import slave working hands from Africa.
In both cases, subjected people had by obligation to accept the conqueror’s cultural values, among them Catholic Religion.

Music was a resource used by the missionaries to get closer to the natives. It is not rare to find, in centenary churches from Peru or Mexico, polyphony scores written in the natives’ own languages. Once converted, after some learning they took part in choirs and orchestras playing in religious ceremonies. The same destiny was reserved for slaves with some talent for singing.

Some fine european composers worked for the Church in Latin America, like Tomás de Torrejon y Velasco in Peru (17th century), Ignácio de Jerusalem in Mexico (18th century), Domenico Zipoli and Roque Ceruti in Argentina (18th century), and André da Silva Gomes in Brazil (18th and 19th centuries). But as musical education made progress, some native composers appeared, regardless their race. Indians and mulatos (half-breed) were not rarely seen making scores and conducting music.

In Brazil, the finest of all native composers was Father José Mauricio Nunes Garcia, a mulato and grandson of slaves. His works are quite unknown even for brazilian music lovers, what does not make justice to the great composer he was.

Textos extraídos do excelente site dedicado ao Padre José Maurício: http://www.josemauricio.com.br/JM_P_Dis.htm

Palhinha: Ouça: 31. Tota pulchra es Maria, com escuta guiada

Anônimo (início do séc. XVIII)
01. Matais de incêndios (Cantiga ou Vilancico para o Natal)
Anônimo Mineiro séc XVIII
02. Ex tractatu Sancti Augustini
José Alves (Portugal, sec. XVIII)
03. Donec Ponam (du Dixit Dominus)
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
04. Bajulans
Anônimo Mineiro séc XVIII
05. Asperges me / Domine, hyssopo
06. Miserere mei, Deus
07. Gloria, Patri
08. Sicut erat
09. Hosanna filio David
10. Collegerunt pontifices
11. Sanctus
12. Pueri Hebræorum

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
13. Ego enim accepti a Domino
14. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 1. Exaudi nos, Domine
15. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 2. Gloria, Patri
16. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 3. Sicut erat
17. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 4. Immutemur habitu
18. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 5. Misereris omnium, Domine
19. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 6. Miserere mei, Deus
20. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 7. Quoniam in te confidit
21. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 8. Gloria, Patri
22. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 9. Sicut erat
23. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 10. Kyrie / Christe / Kyrie
24. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 11. Domine, ne memineris
25. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 12. Exaltabo te, Domine
26. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 13. Sanctus
27. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 14. Benedictus
28. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 15. Hosanna
29. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 16. Agnus Dei

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
30. Abertura em Ré
31. Tota pulchra es Maria
32. Dies Sanctificatus
33. Abertura da Ópera Zemira (1803) – Ouverture que expressa Relâmpagos e Trovoadas

Brasil Barroco – Música Sacra do Brasil Colonial – K617 – 1998
Orquestra e Coro Vox Brasiliensis
Ricardo Kanji, regente
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Boa audição.

Avicenna

Novenas – Pe. José Maurício Nunes Garcia – Coral Porto Alegre e Orquestra – (Acervo PQPBach)

260zv5eNovenas
Pe. José Maurício Nunes Garcia

Coral Porto Alegre e Orquestra

Esta postagem foi possível graças ao ouvinte Fernando Santos que nos enviou os áudios e o encarte do CD “Novenas”, disponibilizando para todos nós um tesouro que não mais se encontra em lojas, sebos ou internet. Não tem preço!

A atividade musical no Brasil durante quase todo o período colonial funcionava basicamente no âmbito das funções religiosas, como comprova a imensa quantidade de peças sacras que foram conservadas. As diversas festas santorais, que sempre exigiam música composta pelos compositores locais, eram patrocinadas, principalmente, pelas Irmandades e Ordens Terceiras. As Irmandades eram congregações de leigos que se reuniam em torno de determinada devoção, sendo formadas, principalmente, por representantes de uma espécie de classe média urbana, profissionais liberais e comerciantes. Aquelas mais ricas construíam sua própria igreja e se serviam dos músicos, mulatos livres na sua maioria, para abrilhantar o serviço litúrgico e as festas em torno do padroeiro. As cerimônias preparatórias à festa do santo de devoção de uma Irmandade eram denominadas de acordo com a sua duração em dias, sendo a Novena a mais comum, ou seja, uma cerimônia ao longo de nove dias.

As Novenas do Padre José Maurício Nunes Garcia, maior compositor brasileiro do período colonial, foram compostas entre 1814 e 1822 e se caracterizam pelo estilo despojado, com limitados recursos instrumentais, no caminho contrário a uma tendência na qual o desenvolvimento das partes vocais e a incorporação de um efetivo maior de instrumentos davam à música mais dramaticidade e colorido. Nas novenas, para acompanhar o quarteto solista e o coro a 4 vozes, o compositor utiliza uma orquestra com o naipe de cordas sem as violas, uma clarineta e uma trompa.

O uso que o compositor faz dos instrumentos e das vozes é bastante idiomático. A parte do baixo geralmente não exerce função melódica ou motívica sendo usado apenas no papel contínuo. Os violinos apresentam-se normalmente em movimento paralelo e as tropas cumprem papel de reforço harmônico ou de ligação temática. Especial mérito tem a parte da clarineta, com uma destacada função concertante, muitas vezes dialogando com os solistas vocais.

O tratamento quase exclusivamente silábico do texto é outra importante característica. Tal procedimento visava tornar o texto litúrgico mais inteligível e era também conseqüência natural do estilo clássico ao qual estava filiado o compositor. O coro geralmente apresenta-se em blocos harmônicos costurados pela atuação mais movida dos violinos e da clarineta, que quase sempre tem o privilégio de expor e desenvolver o material temático. A tessitura não alcança extremos das vozes ou dos instrumentos. Essas características e o fato de possuírem a mesma, até certo ponto inusitada, instrumentação dão ao conjunto das três novenas uma grande unidade.

A mais antiga delas, escrita em 1814, é a Novena do Apóstolo São Pedro e, segundo a musicóloga Cleofe Person de Mattos, foi possivelmente composta “para expressar alegria com o retorno do Papa Pio VII à cátedra de São Pedro, em Roma“. A obra foi oferecida à Ordem Terceira do Carmo com uma ressalva do compositor, em nota autografa na partitura, que a mesma não deveria ser recusada à sua Irmandade, a de São Pedro dos Clérigos, quando solicitada. Uma curiosidade dessa novena é, no Tantum Ergo, uma célula melódica e rítmica que podemos identificar como aquela utilizada por Francisco Manuel da Silva (1795-1865) aluno do Padre José Maurício, na composição do Hino Nacional Brasileiro. A primeira audição contemporânea foi realizada em 1197 durante a Retrospectiva da Música Brasileira realizada no Salão Leopoldo Miguez, com os conjuntos da Escola de Música da UFRJ sob direção do Maestro Ernani Aguiar.

A Novena Nossa Senhora do Carmo também foi fruto de encomenda da mesma Ordem Terceira para a festa da padroeira no ano de 1818 e foi composta junto com a Missa de Nossa Senhora do Carmo que difere completamente da Novena por ser, nas palavras de Cleofe Person de Mattos, “obra vigorosa e de grande agilidade“. Tal fato nos faz supor uma intencionalidade do compositor procurando dar ao conjunto de novenas uma unidade estilística e instrumental, pois o mais lógico seria utilizar na novena a mesma instrumentação da Missa, que prevê um par de clarinetas e outro de tropas, já que foram escritas para a mesma festividade.

A Novena do Santíssimo Sacramento foi ums das obras compostas em 1822, ano marcado como de extrema penúria na vida do Padre José Maurício, com os salários como Mestre da Capela Real atrasados e sem remuneração que recebia pelas aulas de seu curso de música, concedida pro D. João VI em 1809 e retirada em fins de 1821. A novena foi composta por ocasião da entrada do compositor na Irmandade do Sacramento em 17 de março do mesmo ano.

Para a presente gravação foram utilizados os manuscritos autógrafos das novenas pertencente ao acervo da Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As “Ladainhas” das novenas do Carmo e do Santíssimo Sacramento, não foram aqui registradas por serem essencialmente litúrgicas, destinadas ao canto da audiência na igreja, e por não despertarem interesse artístico, já que são trechos de dez a vinte compassos repetidos com diferentes textos.

O trabalho do Maestro Ernani Aguiar, fiel “mauriciano” traz à luz pela primeira vez, após quase dois séculos, obras de um dos mais brilhantes artista do período colonial brasileiro que tem sobrevivido graças à abnegação de alguns poucos que, desde sua morte, têm trabalhado no sentido do reconhecimento de um conjunto de peças que é uma das mais importantes contribuições ao patrimônio cultural brasileiro. (André Cardoso, Professor da UFRJ e Regente, extraído do encarte)

Novenas – Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Novena do Santíssimo Sacramento:
01. I. O Salutaris Hostia (solistas, coro e orquestra)
02. II. Hino: Veni Sancte Spiritus (solistas e orquestra)
03. II. Hino: Veni Pater pauperum (gregoriano – coro masculino)
04. II. Hino: Consolator Optime (soprano, coro e orquestra)
05. II. Hino: In labore requies (gregoriano – coro masculino)
06. II. Hino: O Lux Beatissima (solistas, coro e orquestra)
07. II. Hino: Sine tuo numine (gregoriano – coro masculino)
08. II. Hino: Lava Quod est Sordidum (solistas, coro e orquestra)
09. II. Hino: Flecte quod est rigidum (gregoriano – coro masculino)
10. II. Hino: Da Tuis Fidelibus (coro e orquestra)
11. II. Hino: Da virtutis meritum (gregoriano – coro masculino)
12. III. 1ª Jaculatória: Bendito e louvado seja (solistas e orquestra)
13. IV. O Sacrum Comvivium: Antífona (solistas, coro e orquestra)
14. V. Sub Tuum Praesidium: Antífona (solistas, coro e orquestra)
15. VI. Tantum Ergo (soprano, coro e orquestra)
16. VI. Tantum Ergo: Genitori genitoque (gregoriano – coro masculino)
17. VII. 2ª Jaculatória: Bendito e louvado seja (soprano, coro e orquestra)
18. VIII. 3ª Jaculatória: Bendito seja Jesus (soprano, coro e orquestra)

Novena do Apóstolo São Pedro:
19. I. Invitatorio: Regem Apostolorum Dominum (coro e orquestra)
20. II. Hino: Veni Sancte Spiritus (solistas e orquestra)
21. II. Hino: Veni Pater pauperum (gregoriano – coro masculino)
22. II. Hino: Consolator Optime (coro e orquestra)
23. II. Hino: In labore requies (gregoriano – coro masculino)
24. II. Hino: O Lux Beatissima (coro e orquestra)
25. II. Hino: Sine tuo numine (gregoriano – coro masculino)
26. II. Hino: Lava quod est sordidum (coro e orquestra)
27. II. Hino: Flecte quod est rigidum (gregoriano – coro masculino)
28. II. Hino: Da tuis fidelibus (coro e orquestra)
29. II. Hino: Da virtutis meritum (gregoriano – coro masculino)
30. III. 1º Jaculatória: Apostolo Pedro (soprano, coro e orquestra)
31. IV. Responsório (Hino): Beate Pastor Petre (coro e orquestra)
32. IV. Responsório (Hino): Egregie Doctor Paule (gregoriano – coro masculino)
33. IV. Responsório (Hino): Sensit Trinitat Sempterna Gloria (gregoriano – coro masculino)
34. V. Verso (Evangelho): Tu es Petrus (tenor e orquestra)
35. VI. Et Tibi Dabo (coro e orquestra)
36. VII. Quod Qumquae Ligaveris (soprano, contralto e orquestra)
37. VIII. Et Tibi Dabo (coro e orquestra)
38. IX. Gloria Patri (baixo e orquestra)
39. X. Et Tibi Dabo (coro e orquestra)
40. XI. Tantum Ergo (coro e orquestra)
41. XI. Tantum Ergo: Genitori genitoque (gregoriano – canto masculino)
41. XII. 2ª Jaculatória: Apóstolo Pedro (coro e orquestra)
43. XIII. 3ª Jaculatória: Apóstolo Pedro (coro e orquestra)

Novena de Nossa Senhora do Carmo:
44. I. Invitatório: Dominum qui Suum Carmelitarum Matrem (coro e orquestra)
45. II. Hino: Veni Sancte Spiritus (coro e orquestra)
46. II. Hino: Veni Pater pauperum (gregoriano – coro masculino)
47. II. Hino: Consolator Optime (soprano, coro e orquestra)
48. II. Hino: In labore requies (greporiano – coro masculino)
49. II. Hino: O Lux Beatissima (coro e orquestra)
50. II. Hino: Sine tuo numine (gregoriano – coro masculino)
51. II. Hino: Lava quod est sordidum (contralto, coro e orquestra)
52. II. Hino: Flecte quod est rigidum (gregoriano – coro masculino)
53. II. Hino: Da tuis fidelibus (coro e orquestra)
54. II. Hino: Da virtutis meritum (gregoriano – coro masculino)
55. III. 1ª Jaculatória: Senhora do Carmo (soprano, coro e orquestra)
56. IV. Flos Carmeli: Antífona (soprano, contralto, coro e orquestra)
57. V. Tantum Ergo (soprano, coro e orquestra)
58. V. Tantum Ergo: Genitore genitoque (gregoriano – coro masculino)
59. VI. 2ª Jaculatória: Senhora do Carmo (soprano, coro e orquestra)
60. VII. 3ª Jaculatória: No transe horrendo da morte (soprano, coro e orquestra)

Novenas – Pe. José Maurício Nunes Garcia – 1999
Coral Porto Alegre e Orquestra
Maestro Ernani Aguiar
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Boa audição.

Avicenna

Obras de Capella – Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) – Acervo PQPBach

250juopPe. José Maurício Nunes Garcia
Obras de Capella

Coral Porto Alegre
Carlos Morejano organista

“… não tardando a aurora do dia em que as obras primas do Mestre sejam publicadas para que não só os brazileiros mas a humanidade possam receber o legado do patrimônio que elle deixou”.
(Alberto Nepomuceno, 1897)

“O Visconde de Taunay relata um diálogo com Bento das Mercês, arquivista da Capela Imperial e colecionador de manuscritos de José Maurício, ocorrido em 21 de dezembro de 1872, após a realização da Missa do Espírito Santo, quando ouviu pela primeira vez uma obra de José Maurício:
– Porque quer o Sr. saber-lhe o nome [do compositor]? retrucou-lhe o músico carrancudo e rebarbativo.
– Por ter gostado immenso da sua música.
– Pois não sabe que é do grande José Maurício Nunes Garcia?
Negativamente abanou a cabeça o curioso inquisitor.
– Eis ahi, fulminou-lhe o velho cantor depreciativamente. E é deputado! E é deputado!
– Está a missa impressa? onde poderei compral-a? sofregamente indagou o maltratado parlamentar.
– Impressa! retrucou-lhe o músico amarga, acerbamente: Fique sabendo que até hoje, ouviu? _ até hoje! não existe uma só música do nosso José Maurício impressa! Nem uma única! É assim que o Brasil cuida das suas glórias! E trabalhe a gente e se mate por este paiz! Escrever obras primas para serem apreciadas só pelos cupins e as traças!”
(Visconde de Taunay, 1872).

Naquele momento nada havia disponível. Felizmente a situação mudou um pouco e foi exatamente pela cruzada empreendida pelo Visconde de Taunay, no final do século XIX, que a obra de José Maurício foi sendo redescoberta, tendo sido ele peça chave não só na elaboração de inventários do repertório do compositor, mas também no episódio da compra pelo governo federal, no final do século XIX, do espólio de Gabriela Alves de Souza, sobrinha de Bento das Mercês, e que continha um enorme número de manuscritos mauricianos. O acervo adquirido foi depositado na Biblioteca do então Instituto Nacional de Música, hoje Escola de Música da UFRJ. Foi o Visconde de Taunay ainda um incentivador de execuções de obras de José Maurício, tal como na inauguração da Igreja da Candelária no Rio de Janeiro, em 1898, e outras mais.

(extraído de “As Edições de Obras Sacras de José Maurício Nunes Garcia”, por Carlos Alberto Figueiredo, regente e fundador do Coro de Câmara Pro-Arte, pesquisador da música colonial brasileira, em especial a obra de José Maurício Nunes Garcia.)

Palhinha: ouça 01. Credo em Dó Maior CPM 122 – 1. Credo in unum Deum, com imagens recolhidas do site dedicado à vida e obra do padre José Maurício. Clique aqui.

Obras de Capella – Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01. Credo em Dó Maior CPM 122 – 1. Credo in unum Deum
02. Credo em Dó Maior CPM 122 – 2. Sanctus – Benedictus
03. Credo em Dó Maior CPM 122 – 3. Agnus Dei
04. Psalmus CXXVI CPM 180a – 1. In convertendo Dominus
05. Psalmus CXXVI CPM 180a – 2. Gloria Patri
06. Psalmus CXXXIX CPM 180b – 1. Domine, probasti me
07. Psalmus CXXXIX CPM 180b – 2. Gloria Patri
08. Ave Regina Caelorum CPM 6 – 1. Ave Regina caelorum
09. Ave Regina Caelorum CPM 6 – 2. Gaude Virgo gloriosa
10. Gradual e Ofertório de São Miguel Arcanjo CPM 138/160 – 1. Benedicite Dominum
11. Gradual e Ofertório de São Miguel Arcanjo CPM 138/160 – 2. Stetit Angelus
12. Responsório “Simon Petre” CPM 171 – 1. Simon Petre
13. Responsório “Simon Petre” CPM 171 – 2. Et clavis regni caelorum
14. Responsório “Simon Petre” CPM 171 – 3. Quodcumque ligaveris
15. Responsório “Simon Petre” CPM 171 – 4. Et clavis regni caelorum
16. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 1. Regem Virginum (Invitatório)
17. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 2. Veni Sancte Spiritus (Antífona)
18. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 3. Barbara Virgem (Jaculatória)
19. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 4. Ave Virgo gloriosa (Hymnus Sanctae Barbarae)
20. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 5. Ave Virgo pulchra tota (Hino)
21. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 6. Ave criminis ignara (Hino)
22. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 7. Ave Barbara serena (Hino)
23. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 8. Ave Barbara beata (Hino)
24. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 9. Ave fulgens margarita (Hino)
25. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 10. Bárbara virgem (1ª Jaculatória)
26. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 11. Bárbara virgem (2ª Jaculatória)
27. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 12. Bárbara virgem (3ª Jaculatória)
28. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 1. Te Deum Laudamus
29. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 2. Te Ergo Quae Sumus
30. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 3. Æterna Fac
31. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 4. Dignare Domine
32. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 5. In Te Domine Speravi

Obras de Capella – 2004
Coral Porto Alegre com direção de Gisa Volkmann, Carlos Morejano organista
Maestro Ernani Aguiar
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Boa audição.

Avicenna

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Methodo de Pianoforte (Acervo PQPBach)

1252ouqPe. José Maurício Nunes Garcia
Methodo de Pianoforte

Ruth Serrão, pianista
1982

 

O Methodo de Pianoforte, datado de 1821, escrito expressamente para o aprendizado de seus filhos Apollinário José e José Maurício, reflete a pedagogia usada pelo mestre no trabalho de formação de profissionais de música. Compreende um conjunto de peças, agradáveis de se estudar, tocar e ouvir, divididas em duas séries de 12 lições (1ª Parte e 2ª Parte) e 6 Fantezias. Depois das primeiras lições rudimentares, as peças vão evoluindo em dificuldade técnica e interpretativa. Além de melodias originais, de fácil assimilação, criadas para o Methodo, José Maurício não hesitou em fazer citações de melodias conhecidas de outros compositores: assim encontramos Haydn na 7ª Lição da 2ª Parte e Rossini na 5ª Lição da 2ª Parte. Citou também a sí próprio nas Lições 9, 11 e 12 da 1ª Parte, usando melodias de seu belíssimo Requiem, aproveitando também a música de caráter popular da época, o que nos faz lembrar o notável Gyermekeknek (Para Crianças) de Bartók. Foi acrescida a Peça para Piano, de José Maurício, salva do esquecimento total graças ao primeiro “mauriciano”: o Visconde de Taunay.

Ruth Serrão, pianista e mestra, cuja dedicação à música brasileira é digna dos maiores louvores, consolida aqui o trabalho iniciado em 1980, com o resgate da obra para teclado de José Maurício.”
(Ernani Aguiar, da Academia Brasileira de Música)

1. Primeira Parte: 1ª Lição em dó maior – 2ª Lição em dó maior
2. Primeira Parte: 3ª Lição em dó maior – 4ª Lição em dó maior
3. Primeira Parte: 5ª Lição em dó maior – 6ª Lição em dó maior
4. Primeira Parte: 7ª Lição em ré maior
5. Primeira Parte: 8ª Lição em dó maior
6. Primeira Parte: 9ª Lição em dó maior
7. Primeira Parte: 10ª Lição em dó maior
8. Primeira Parte: 11ª Lição em ré maior
9. Primeira Parte: 12ª Lição em ré menor
10. Segunda Parte: 1ª Lição em dó maior
11. Segunda Parte: 2ª Lição em ré maior
12. Segunda Parte: 3ª Lição em mí maior
13. Segunda Parte: 4ª Lição em fá maior
14. Segunda Parte: 5ª Lição em sol maior
15. Segunda Parte: 6ª Lição em lá maior
16. Segunda Parte: 7ª Lição em si maior
17. Segunda Parte: 8ª Lição em ré bemol maior
18. Segunda Parte: 9ª Lição em mí bemol maior
19. Segunda Parte: 10ª Lição em sol bemol maior
20. Segunda Parte: 11ª Lição em lá bemol maior
21. Segunda Parte: 12ª Lição em si bemol maior
22. 1ª Fantezia em dó maior
23. 2ª Fantezia em fá maior
24. 3ª Fantezia em sol maior
25. 4ª Fantezia em dó maior
26. 5ª Fantezia em ré maior
27. 6ª Fantezia em dó maior
28. Peça para piano

Ruth Serrão, pianista, 1982.
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Boas aulas !

Avicenna

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Ofício dos Defuntos de 1816 (Officium 1816) – Acervo PQPBach

2d1qkwkPe. José Maurício Nunes Garcia
Ofício dos Defuntos de 1816
Camerata Novo Horizonte de São Paulo – 1998
Maestro: Graham Griffiths

Originalmente postado em março de 2011. 

Esta postagem é dedicada aos valorosos Brasileiros, verdadeiros ratos de museus e igrejas, que dedicaram parte substancial de suas vidas ao trabalho de pesquisa e difusão da Música Colonial e Imperial Brasileira e que têm deixado raízes indeléveis na nossa cultura musical, apesar do profundo desamparo e descaso por parte dos governos.

Tenho procurado CDs esgotados e a resposta que sempre ouço é: “- O convênio que fizemos com a Petrobras (ou Correios, ou outro) somente permitiu imprimir 1.000 CDs e não conseguimos verba para imprimir mais.” CDs esgotados há mais de 10 anos!

Tenho enviado emails a maravilhosos intérpretes brasileiros, graduados na Europa ou Estados Unidos, com diversas apresentações Brasil afora, e a maioria das respostas é sempre a mesma: “- Falta-nos apoio.”

Esta postagem é dedicada a todos esses valorosos Brasileiros.

Mas esta postagem também é dedicada à ‘zelite brasileira’ que permite uma Maria Bethania abocanhar R$ 1.300.000,00, via Lei Rouanet, para publicar poesias num blog. Nosso dinheiro!

Mas esta postagem também é dedicada à ‘zelite brasileira’ que obrigou este site a deletar de suas páginas um dos maiores acervos existentes no mundo sobre o Maestro Villa-Lobos, com comentários e análises que estudantes jamais encontrarão similares.

A essa ‘zelite brasileira’ dedicamos este Ofício dos Defuntos de 1816 e recomendamos que decorem o Responsório 5-01 abaixo, pois dele hão de precisar no último dia:

Hei mihi! Domine, quia peccavi nimis in vita mea. Quid faciam ubi fugiam, nisi ad te Deus meus? Miserere mei dum veneris in novissimo die.

Ai de mim! Senhor, pequei muito em minha vida. Para onde irei senão para vós? Senhor, tende piedade de mim quando vieres no último dia.

Officium 1816
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 1-01. Credo
02. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 1-02. Et in carne
03. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 1-03. Quem visurus
04. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 1-04. Et in carne
05. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 2-01. Qui Lazarum
06. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 2-02. Tu eis Domine
07. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 2-03. Qui venturus
08. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 2-04. Tu eis domine
09. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 3-01 Domine, Domine
10. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 3-02. Commissa mea
11. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 3-03. Quia peccavi
12. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 4-01. Memento mei
13. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 4-02. Nec aspiciat
14. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 4-03. De profundis
15. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 4-04. Nec aspiciat
16. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 5-01. Hei mihi
17. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 5-02. Anima mea
18. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 6-01. Ne recorderis
19. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 6-02. Dum veneris
20. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 6-03. Dirige
21. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 6-04. Dum veneris
22. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 7-01. Peccantem
23. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 7-02. Deus in nomine tuo
24. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 7-03. Quia in inferno
25. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 8-01. Domine secundum
26. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 8-02. Ut tu Deus
27. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 8-03. Amplius
28. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 8-04. Ut tu Deus
29. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-01. Libera me
30. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-02. Tremens
31. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-03. Requiem
32. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-04. Libera me
33. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-05. Kyrie
34. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-06. Requiest in pace

Camerata Novo Horizonte de São Paulo – 1998
Maestro: Graham Griffiths
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Visitem o mais completo site sobre a vida e obra do Padre José Maurício, obra de um desses valorosos Brasileiros mencionados! CLIQUE AQUI

.Boa audição.

macaco pensante

 

 

 

 

 

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Avicenna

24º Festival de Música de Juiz de Fora: Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) + Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) (Acervo PQPBach)

9jg4te24º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora
2013

Com instrumentos de época. On period instruments.

 

Requiem KV 626, com instrumentos da época de Mozart, com forças sonoras mais adequadas à linguagem da música do século XVIII.

A Orquestra Barroca trouxe ao Brasil a primeira versão brasileira com instrumentos de época do Requiem de W.A.Mozart. Para esta ocasião, o grupo se juntou ao coro carioca Calíope, dirigido por Julio Moretzsohn, somando ao projeto ainda mais confluências festivas: Calíope não somente comemora seus 20 anos, mas o faz no mesmo evento onde estreou, em 1993.

O espírito agregador – comprovadamente a marca do Pró Música – está presente nesta versão da grande obra prima de Mozart. Quantas versões do Requiem existem disponíveis no mercado fonográfico? Bem, o número já é ridiculamente grande para que pudéssemos dizer que uma gravação a mais faria a mesma diferença que uma gota no oceano. Mas aqui neste CD temos a prova do contrário: a talvez mais bela obra musical de todos os tempos sempre espera ser revisitada com os ingredientes necessários – e nem sempre empregados – à altura do grande feito artístico de Mozart em seus últimos dias. Fonte inesgotável de beleza e deslumbramento, o Requiem exige uma entrega completa dos músicos; uma execução padronizada ofende e diminui tudo na obra, desde sua gênese ao seu conteúdo e efeito. Portanto, nada mais adequado para a aventura da Orquestra Barroca neste 24º Festival: ao lado dos solistas e do coro, podemos mostrar – e registrar – o grau de amadurecimento, comprometimento e energia artística a que chegamos.

Ao se tratar de uma obra prima quase além dos parâmetros da vida real, qualquer leitura dela sempre se revelará incompleta, com sua versão perfeita existindo somente no mundo das ideias. Porém, aqui neste CD, temos não somente mais uma versão mas sim “a nossa”versão, aquela que espelha todo o espírito do Festival – a paixão pela música e a perseverança na crença de que ela pode, sim, unir e transformar as pessoas. Portanto, mais uma vez a Orquestra Barroca desbrava a discografia brasileira (já são tantos os registros inéditos no país de grandes obras da literatura universal) trazendo aqui o “nosso” Requiem, que une com coragem e alegria as nossas idiossincrasias ao gênio benevolente do grande Mozart – com a certeza que contribuímos mais uma vez para um notável avanço da produção musical “made in Brazil”, deixando, como sempre, a marca indelével da trajetória do Centro Cultural Pro Música/UFJF.

Aqui utilizamos os instrumentos da época de Mozart, com forças sonoras mais adequadas à linguagem da música do século XVIII – bem diversas do modelo oratório “sinfônico” do período romântico, infelizmente ainda muito utilizado nos dias de hoje, com orquestra e coro com pelo menos o dobro de músicos. O efetivo de músicos de acordo com os padrões históricos – mais reduzido- e a sonoridade dos instrumentos antigos permitem uma execução muito mais eloquente do texto musical de Mozart; vale lembrar que ainda estamos num estilo musical que prioriza sobretudo a visão retórica da música: a música “fala”, e a composição segue as mesmas convenções do discurso e as regras da oratória.

vsm41wDessa forma, todas as ideias musicais saltam do papel para um verdadeiro palco de gestos e expressões no qual instrumentos e vozes não apenas “pintam” as ideias do compositor, mas são de fato os próprios protagonistas da “ação musical”: exclamações, reticências, ênfases, devaneios, surpresas, impressões vívidas e pictóricas… tudo se torna concreto em uma execução retórica do texto mozartiano!

Não poderíamos deixar de incluir nesta gravação o Ave Verum KV 618, também uma das derradeiras composições de Mozart, que mostra bem o grau de depuramento técnico do mestre, onde a perfeição e o sublime se exprimem através da mais espantosa simplicidade imaginável. Um verdadeiro bálsamo após o mais impactante ato fúnebre da História da Música.

ff5v7sPara concluir o CD, visitamos duas pequenas obras do nosso grande P. José Maurício – seguramente o maior representante do estilo mozartiano em terras brasileiras. São obras despretensiosas, pertencentes à primeira fase do compositor (anterior à chegada da família real ao Brasil), mas que revelam ainda assim o talento e o frescor que mais tarde se desenvolveria consideravelmente. Estas obras sofreram seguidas instrumentações (como explica no seu texto Sergio Dias), e considerando sobretudo as partes de sopros com uma escrita possivelmente inadequada e pouco idiomática nos instrumentos antigos, preferimos registrá-las somente com orquestra de cordas, seguindo uma intuição de fundo prático que prioriza somente o essencial, mostrando assim o âmago da obra de arte na sua forma mais pura e segura.

O Centro Cultural Pró-Música/UFJF realizou, entre os dias 14 e 28 de julho, o 24º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga. O evento, que acontece em Juiz de Fora (MG), ofereceu 37 cursos de instrumentos antigos e modernos e 30 concertos gratuitos com grupos e músicos de referência no Brasil e no exterior. Os cerca de 700 inscritos frequentaram cursos de traverso, viola da gamba, violino, violoncelo, cravo, além de canto e dança barroca e oficinas de prática de orquestra brasileira histórica e transcrição e edição de documentos antigos. Entre as opções também estão as oficinas para crianças, como a de prática de orquestras. A formação de professores tem espaço com o curso de didática da musicalização.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
01. Requiem KV 626 – 1. Requiem
02. Requiem KV 626 – 2. Kyrie
03. Requiem KV 626 – 3. Dies Irae
04. Requiem KV 626 – 4. Tuba Mirum
05. Requiem KV 626 – 5. Rex Tremendae
06. Requiem KV 626 – 6. Recordare
07. Requiem KV 626 – 7. Confutatis
08. Requiem KV 626 – 8. Lacrymosa
09. Requiem KV 626 – 9. Domine Jesu
10. Requiem KV 626 – 10. Hostias
11. Requiem KV 626 – 11. Sanctus
12. Requiem KV 626 – 12. Benedictus
13. Requiem KV 626 – 13. Agnus Dei
14. Requiem KV 626 – 14. Lux Aeterna
15. Ave Verum KV 618
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
16. Dies Sanctificatus
17. Gradual de São Sebastião

24º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juíz de Fora – 2013
Orquestra Barroca – Maestro Luis Otávio Santos
Conjunto Calíope – Maestro Julio Moretzsohn
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Partituras e outros que tais? Clique aqui
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Boa audição.

tentações

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

18º Festival de Música de Juiz de Fora: Franz Joseph Haydn (1732-1809) + C.P.E. Bach (1714-1788) + Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Acervo PQPBach

261k8jo18º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora
2007

Com instrumentos de época. On period instruments.

 

Uma celebração especial

Esta postagem tem o objetivo especial de celebrar o retorno do mais completo website sobre a vida e obra do Pe. José Maurício Nunes Garcia, que ficou 2 anos fora do ar. Devemos essa obra prima a Antonio Campos Monteiro Neto, que dedicou 2 anos para remontar e atualizar o site.

Nao deixe de visitar. IM-PER-DÍ-VEL!!!
http://www.josemauricio.com.br/

Palhinha: ouçam 08. Abertura em Ré Maior

Franz Joseph Haydn  (1732-1809)
01. Sinfonia em Ré Maior, Hob. 104 “Londres”, Adagio – Allegro
02. Sinfonia em Ré Maior, Hob. 104 “Londres”, Andante
03. Sinfonia em Ré Maior, Hob. 104 “Londres”, Menuet
04. Sinfonia em Ré Maior, Hob. 104 “Londres”, Finale – Spiritoso
C.P.E. Bach (1714-1788)
05. Sinfonia em Ré Maior Wt 183, Allegro di Molto
06. Sinfonia em Ré Maior Wt 183, Largo
07. Sinfonia em Ré Maior Wt 183, Presto

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
08. Abertura em Ré Maior
09. Sinfonia Fúnebre (1790)
10. Ouverture “Que Expressa Relâmpagos e Trovoadas”

18° Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora – 2007
Orquestra Barroca
Regente: Luis Otávio Santos

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Boa audição.

de surpresas

Avicenna

10º Festival de Música de Juiz de Fora: Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Obra Profana (Acervo PQPBach)

mwprom

10º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga
1999

Pe. José Maurício Nunes Garcia
Obra profana

O encarte deste CD traz um completo tratado sobre a música profana do Pe. José Maurício, escrito em 1999 pelo Maestro Sérgio Dias. Nada mais me resta senão reproduzir o primeiro parágrafo, além de destacar a bela voz da solista soprano Katya Oliveira (http://www.youtube.com/user/Katybia), cuja excelente gravação de “Creator Alme” já foi aqui postada.

Como de praxe em quase toda a pretérita música brasileira, ainda não nos é possível estabelecer muitas certezas sobre a obra profana de José Maurício Nunes Garcia. No caso específico de algumas peças instrumentais, mais prudente seria considerá-las como avulsas, cuja ausência de dados documentais nos impede de identificar se foram ou não relacionadas à esfera eclesiástica. Uma boa ilustração para tal – e que até hoje é cultivada em cidades como São João Del Rey e Prados – se consubstancia no fato de que, em determinadas festividades do calendário litúrgico, persiste o hábito de se ouvirem aberturas ou peças de circunstância, cuja principal função é conferir a devida pompa ao início da celebração.

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Coral e Orquestra de Câmara da Pró-Música. Regente: Nelson Nilo Hack
01. Abertura em Ré (s.d.)
02.
Sinfonia Fúnebre (1790)
03. Coro para o Entremês (1808)
Coro e Orquestra do X Festival
Solista: Katya Oliveira, soprano. Regente: Sérgio Dias
04. O Triunfo da América (1809) 1. Ária da América
05. O Triunfo da América (1809) 2. Coro que se há de cantar dentro
06. O Triunfo da América (1809) 3. Coro Final do Drama
07. Ulissea – Drama Eroico (1809) – 1. Abertura da Ópera Zemira” (1803) – Ouverture que Expressa Relâmpagos e Trovoadas
08. Ulissea – Drama Eroico (1809) – 2. Coro das Fúrias
09. Ulissea – Drama Eroico (1809) – 3. Coro das Ninfas
10. Ulissea – Drama Eroico (1809) – 4. Gênio de Portugal – Recitado
11. Ulissea – Drama Eroico (1809) – 5. Gênio de Portugal – Ária
12. Ulissea – Drama Eroico (1809) – 6. Coro Final Acompanhando a Voz

Solistas: Pedro Couri Neto, contratenor & Cláudio Ribeiro, cravo
13. Beijo a Mão Que Me Condena (s.d) – modinha

10º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga – 1999
Coral e Orquestra de Câmara da Pró-Música. Regente: Nelson Nilo Hack
Coro e Orquestra do X Festival: Katya Oliveira, soprano; Pedro Couri Neto, contratenor e Cláudio Ribeiro, cravo.
Regente: Sérgio Dias
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Boa audição.

caminho1

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

6º Festival de Música de Juiz de Fora: Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) + Ignácio Parreira das Neves (1736-1790) + Francisco Gomes da Rocha (1746-1808) (Acervo PQPBach)

16iirva6º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora

Os compositores
(Notas musicológicas de Harry Crowl Jr.)

O nome de Ignácio Parreiras Neves aparece pela primeira vez numa relação de membros da Irmandade de São José dos Homens Pardos, em Vila Rica, onde consta o seu ingresso em 16/4/1752. A partir de 1760, a sua atuação se deu como regente nas “Festas Oficiais do Senado da Câmara” e nas Irmandades de Nsa. Sra. das Mercês dos Perdões, entre 1776 e 1782, e na de São José. Em quase todos as documentos onde seu nome está mencionado, I.P. Neves aparece como tenor ao lado de Francisco Gomes da Rocha (contralto) e Florêncio José Ferreira Coutinho (baixo). Este conjunto foi ativo durante mais de 15 anos, em Vila Rica, onde os coros para as solenidades cotidianas eram formados apenas pelas quatro vozes solistas, sendo que a voz de soprano era normalmente cantada por um tiple, ou seja, um menino cantor, que era substituído sempre que mudava de voz.

Da obra de Ignácio Parreiras Neves pouco restou. Há uma referência a uma composição fúnebre pela morte de D. José I, regida pelo compositor na ocasião, em 1787, que teria sido concebida para 4 coros, 4 baixos (violoncelos e contrabaixos?), 2 fagotes e 2 cravos. Esta composição encontra-se perdida. Restaram-nos apenas três exemplos de sua produção que são os seguintes:

• Antífona de Nsa. Senhora: Salve Regina, sem data, para 4 vozes, violinos I e II, Trompas I e II, e Baixo instrumental.
• Credo, para 4 vozes, Violinos I e II, Viola, Trompas I e II, e Baixo instrumental, também sem data.
• Oratória ao Menino Deus Para a Noite de Natal, s. d., para vozes solistas (Soprano I, Soprano II e Baixo), Coro a 4 vozes, Violinos I e II, e Baixo instrumental.

Da última peça restam apenas fragmentos, dos quais foi possível a reconstituição somente dos coros de abertura e de conclusão da obra, pois embora existam indicações musicais suficientes para a reconstrução da obra na sua íntegra, o texto encontra-se muito incompleto tratando-se de um auto de natal anônimo desconhecido em língua vernácula.

Portanto, as duas obras apresentadas nesta gravação são os dois únicos exemplos completos de sua produção. O Credo foi reconstituido por Francisco Curt Lange e a Antífona da Nsa. Sra. foi publicada pela coleção “Música Sacra Mineira”, do INM/FUNARTE.

Francisco Gomes da Rocha nasceu em Vila Rica, provavelmente em 1754. A partir de 1766, atuou nas lrmandades da Boa Morte, na Matriz de Nsa. Sra. da Conceição de Antônio Dias e na de S. José dos Homens Pardos. Em todas elas ocupou cargos importantes como o de escrivão e tesoureiro. Apresentou-se como regente e contralto em inúmeras festividades, durante quase toda a segunda metade do século XVIII. Foi também timbaleiro da tropa de linha, conforme o recenseamento de 1804, no qual consta que o compositor teria a idade de 50 anos. Amigo de José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, foi por ele designado para cobrar seus haveres ganhos na Ordem 3ª do Carmo, quando o compositor se mudou para o Rio de Janeiro. Vários manuscritos de Lobo de Mesquita que chegaram até os nossos dias estão com a assinatura de propriedade de Francisco Gomes da Rocha. Como no caso de Parreiras Neves, a produção de Gomes da Rocha que chegou até os nossos dias é bastante reduzida. Apenas três obras completas sobreviveram aos tempos. São elas:

• Invitatório a 4, s. d., para 4 vozes, Violinos I e II, Trompa I e II, e Baixo instrumental.
• Novena de Nsa. Sra. do Pilar, em 1789, para 4 vozes, Violinos I ell, Viola, Trompas I e II, e Baixo instrumental.
• Spiritus Domini a 8, 1795, para 2 coros a 4 vozes, Violinos I e II, Viola, Trompas I e II, e Baixo instrumental.

A obra apresentada nesta gravação é a sua composição mais elaborada. O Spiritus Domini a 8 é, na verdade, o primeiro responsório das “Matinas do Espírito Santo”, para o dia de Pentecostes. Nesta obra podemos observar que o compositor desenvolveu um estilo bastante refinado dentro do gosto da época. A orquestração é brilhante e mantém-se relativamente independente das vozes, o que representa um avanço estilístico em relação às obras de Parreiras Neves. Francisco Gomes da Rocha faleceu em 1808. A transcrição dos manuscritos utilizados na presente gravação foi realizada por Francisco Curt Lange.

O Pe. José Maurício Nunes Garcia (1765-1830) foi o mais importante compositor brasileiro do período colonial. Toda a sua trajetória como músico e compositor deu-se no Rio de Janeiro, onde nasceu. Sua obra, certamente influenciada pelos compositores mineiros que o antecederam, constitui-se no maior acervo de música religiosa do período no Brasil, apesar de uma grande quantidade de manuscritos terem desaparecido. Quando da chegada da Corte Portuguesa ao Rio, em 1808, o Pe. José Maurício ja era um compositor estabelecido com uma considerável produção, inclusive não religiosa. A partir de 1808, o seu trabalho sofre uma mudança estilística tornando-se mais operístico, conforme era o gosto da capela real portuguesa.

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Orquestra e Coral do Festival, regente: Sérgio Dias
01. Matinas de Nossa Senhora da Conceição – 1. Primeiro Noturno
02. Matinas de Nossa Senhora da Conceição – 2. Responso Segundo
03. Matinas de Nossa Senhora da Conceição – 3. Responso Terceiro
04. Matinas de Nossa Senhora da Conceição – 4. Responso Quarto
05. Matinas de Nossa Senhora da Conceição – 5. Responso Quinto
06. Matinas de Nossa Senhora da Conceição – 6. Responso Sexto
07. Matinas de Nossa Senhora da Conceição – 7. Responso Sétimo
08. Matinas de Nossa Senhora da Conceição – 8. Responso Oitavo

Ignácio Parreira Neves (Vila Rica, atual Ouro Preto, 1736-1790)
Orquestra de Câmara e Coral Pró-Música, regente: Nelson Nilo Hack
09. Credo – 1. Patrem Omnipotentem
10. Credo – 2. Sacramentus
11. Credo – 3. Et Resurrexit
12. Credo – 4. Sanctus
13. Credo – 5. Benedictus
14. Credo – 6. Agnus Dei

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Ars Nova – Coral da UFMG, regente: Carlos Alberto Pinto Fonseca
15. Judas Mercator Pessimus
16. Gradual para o Domingo de Ramos

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Coral do Festival, regente: Júlio Moretzsohn
17. In Monte Olivetti
Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG)
Ars Nova – Coral da UFMG & Orquestra de Câmara Pró-Música de Juiz de Fora, regente: Carlos Alberto Pinto Fonseca
18. Spiritus Domini – 1. Andante vivo
19. Spiritus Domini – 2. Allegro
20. Spiritus Domini – 3. Andante

Ignácio Parreira Neves (Vila Rica, atual Ouro Preto, 1736-1790)
Orquestra de Câmara e Coral Pró-Música, regente: Nelson Nilo Hack
21. Salve Regina – 1. Largo
22. Salve Regina – 2. Andantino

6º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora – 1995
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de surrealismo

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Avicenna

Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 9/9 – Música Fúnebre (Acervo PQPBach)

 

2wgvtzbA Liturgia dos Defuntos, no Rito Romano, possui oito cerimônias distintas, nas quais participava música polifônica nos séculos XVIII e XIX, cada uma delas com estrutura e textos específicos.

Inicialmente, as Exéquias (Funeral ou Ofício de Sepultura), seguidas pelo Officium Deffunctorum, este constituído de Vesperas, Matinas e Laudes. Há também a Missa (que pode ser dos Funerais, de Aniversário, Quotidiana ou pela Comemoração dos Fiéis Defuntos), a Absolvição e Inumação após a Missa (ou Encomendação Litúrgica de Adultos), as Cinco Absolvições (destinadas às exéquias solenes) e o Ofício de Sepultura de Crianças (ou Encomendação Litúrgica de Anjinhos). No universo luso-brasileiro, entretanto, foram comuns três outras cerimônias fúnebres, não prescritas no Rito Romano: a Encomendação Paralitúrgica de Adultos (ou Memento), a Encomendação Paralitúrgica de Crianças e as Estações na Comemoração dos Fiéis Defuntos.

Para este volume, foram selecionadas composições presentes em manuscritos musicais do Museu da Música de Mariana, destinadas a quatro cerimônias fúnebres, três delas litúrgicas (Matinas, Encomendação de Anjinhos e Absolvição e Inumação após a Missa) e uma paralitúrgica (Memento).

Pe. João de Deus Castro Lobo (Vila Rica, 1794 – Mariana, 1832) – Seis Responsórios Fúnebres
Próprio das Matinas dos Defuntos, os Seis Responsórios de Castro Lobo são obra de fôlego, de grande maturidade e dramaticidade. São várias as tonalidades utilizadas, embora cada Responsório tenda a ser uniforme na apresentação de tais tonalidades, exceto os Responsórios I e VI. A textura é predominantemente homófona nas quatro vozes, destacando-se, no entanto, algumas seções a solo, como o Qui Lazarum e o De profundis, para o baixo.
01. Seis Responsórios Fúnebres – 1. Credo quod Redemptor. Et in carne. Quem visurus. Et in carne
02. Seis Responsórios Fúnebres – 2. Qui Lazarum. Tu eis, Domine. Qui venturus. Tu eis, Domine
03. Seis Responsórios Fúnebres – 3. Domine, quando veneris. Quia peccavi. Commissa mea. Quia peccavi. Requiem æterna. Quia peccavi
04. Seis Responsórios Fúnebres – 4. Memento mei. Nec aspiciat. De profundis. Nec aspiciat
05. Seis Responsórios Fúnebres – 5. Hei mihi! Miserere mei. Anima mea. Miserere mei
06. Seis Responsórios Fúnebres – 6. Ne recorderis. Dum veneris. Dirige, Domine. Dum veneris. Requiem æternam. Dum veneris

Florêncio José Ferreira Coutinho (c1750-1819) – Encomendação Para Anjinhos
O autor desta obra foi trompista, cantor (baixo), mestre de música e compositor, citado com frequência na documentação de Vila Rica, onde pertenceu e prestou serviços musicais a várias irmandades, tendo composto também a música das óperas reais de 1795, infelizmente perdida.
07. Encomendação para Anjinhos – 1. Antífona e Salmo 112
08. Encomendação para Anjinhos – 2. Kyrie – Kyrie.
09. Encomendação para Anjinhos – 3. Antífona do Salmo 148 – Juvenes est virgines.

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) – Matinas e Encomendação de Defuntos
Composta em 1799, associada a uma Missa de Defuntos, esta obra é de grande austeridade e apresenta seções concisas e homófonas nas quatro vozes. Apesar disso, existe uma certa variedade nas tonalidades utilizadas. É notável a presença de certos motivos empregados em obras fúnebres posteriores do mesmo compositor.
10. Matinas e Encomendação de Defuntos – Responsório I
11. Matinas e Encomendação de Defuntos – Responsório II
12. Matinas e Encomendação de Defuntos – Responsório III
13. Matinas e Encomendação de Defuntos – Responsório IV
14. Matinas e Encomendação de Defuntos – Responsório V
15. Matinas e Encomendação de Defuntos – Responsório VI
16. Matinas e Encomendação de Defuntos – Responsório VII
17. Matinas e Encomendação de Defuntos – Responsório VIII
18. Matinas e Encomendação de Defuntos – Responsório IX
19. Matinas e Encomendação de Defuntos – Kyrie.
20. Matinas e Encomendação de Defuntos – Requiescat.

Pe. José Maurício Nunes Garcia – Memento
O mais elaborado dos Mementos aquí presentes, é modulante em três de suas seções (Nec aspiciat, Kyrie e Requiescat) e exibe nuances como, por exemplo, os marcatos incisivos que sublinham a palavra clamavi e o piano sempre que matiza o canto do Requiescat.
21. Memento – I – Memento. Nec aspiciat. De profundis. Nec aspiciat
22. Memento – II – Kyrie
23. Memento – III – Requiescat

Anônimo Mineiro séc XVIII – Memento
O mais conciso dos Mementos aqui apresentados, possui seções que variam de apenas cinco a dez compassos, sendo duas delas modulantes de Si Bemol maior a Sol menor (Nec aspiciat e Requiescat). Como também é característico, prevalece a homofonia não imitativa, muito embora a maior independência entre as quatro vozes no expressivo Requiescat seja digno de nota, assim como a rápida diferenciação de textura que realça a palavra clamavi, no De profundis.
24. Memento – I – Memento. Nec aspiciat. De profundis. Nec aspiciat
25. Memento – II – Kyrie
26. Memento – III – Requiescat

Anônimo Mineiro séc XVIII – Memento
Pode-se destacar nesta peça, além de uma ênfase sobre a tonalidade da mediante, a predominância de ritmos pontuados no Nec aspiciat, o uso menos comum da métrica ternária no Kyrie e a presença de singelas imitações no Requiescat, sublinhando a expressão in pace.
27. Memento – I – Memento. Nec aspiciat. De profundis. Nec aspiciat
28. Memento – II – Kyrie
29. Memento – III – Requiescat

Pe. José Maurício Nunes Garcia – Libera Me
Esta obra, destinada à Encomendação Litúrgica de Adultos, contém o Responsório Libera me e o Kyrie, mas não o Requiescat, também prescrito para essa cerimônia.
30. Libera Me – I – Libera me
31. Libera Me – II – Kyrie

Pe. José Maurício Nunes Garcia – Memento
Trata-se de peça curta, austera e uniforme na tradicional tonalidade de Sol menor.
32. Memento – I – Memento. Nec aspiciat. De profundis. Nec aspiciat
33. Memento – II – Kyrie
34. Memento – III – Requiescat

Pe. José Maurício Nunes Garcia – Ego sum resurrectio
Esta singela Antífona do Benedictus (cantada na Encomendação Litúrgica de Adultos e nas Laudes dos Mortos), apesar de curta, apresenta grande variedade de texturas: homofonia e polifonia nas quatro vozes, além de um tratamento de vozes aos pares, que foge ao padrão mais comum da produção mauriciana. O tratamento tonal é simples, destacando-se o cromatismo do texto non morietur in æternum.
35. Ego Sum Resurrectio

(adaptado do encarte)

Conjunto Calíope & Orquestra Santa Tereza
Regência Júlio Moretzsohn
Museu da Música de Mariana – 2003
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. IX – Música Fúnebre

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Avicenna

Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. 2/9 – Missa (Acervo PQPBach)

mkz09hProjeto Acervo da Música Brasileira
Vol. II – Missa

Diferentemente das partes do Próprio (Intróito, Gradual, Ofertório, Comúnio, etc.), cujos textos variam de uma festa para outra, as partes do Ordinário são cantadas na Missa sempre com o mesmo texto ou, em alguns casos, com texturas referentes a determinado tempo litúrgico.

Desde fins da Idade Média, a polifonia foi preferencialmente aplicada a seis partes do Ordinário: Kyrie, Credo, Gloria, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei. Com o aumento da duração das composições a partir de meados do século XVIII, em Portugal e no Brasil, o Ordinário das Missas passou a ser dividido em dois grandes blocos: o primeiro – denominado Missa – era integrado pelo Kyrie e pelo Gloria, enquanto o segundo – denominado Credo – era constituído pelo Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei.

Por essa razão, o Ordinário completo de uma missa festiva era normalmente denominado Missa e Credo, embora nem sempre seja possível definir hoje, nos acervos de manuscritos musicais, quais Missas correspondem a quais Credos e vice-versa. O Ordinário da Missa, que contém os textos mais utilizados nas celebrações católicas, é uma das categorias mais representadas na produção musical brasileira dos séculos XVIII e XIX. No Museu da Música de Mariana (http://www.mmmariana.com.br), existem mais de duzentas composições diferentes para Missas e/ou Credos, com vozes e instrumentos.

Nesta gravação estão representadas três Missas festivas na acepção dos séculos XVIII e XIX (Kyrie e Gloria) e uma Missa ferial para o Advento e a Quaresma (Kyrie). (adaptado do encarte)

Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
1. Missa Abreviada em Ré – 1. Kyrie – Kyrie I, Christe, Kyrie II. Adagio. Allegro. Adagio. Allegro
2. Missa Abreviada em Ré – 2. Gloria – Gloria. Allegro
3. Missa Abreviada em Ré – 3. Gloria – Domine Deus. Andante
4. Missa Abreviada em Ré – 4. Gloria – Qui tollis. Andante moderato
5. Missa Abreviada em Ré – 5. Gloria – Quoniam. Andantino. Adagio
6. Missa Abreviada em Ré – 6. Gloria – Cum Sancto Spirito. Allegro
7. Missa de Oitavo Tom – 1. Kyrie – Kyrie I. Sem andamento
8. Missa de Oitavo Tom – 2. Kyrie – Christie. Sem andamento
9. Missa de Oitavo Tom – 3. Kyrie – Kyrie II. Sem andamento

Joaquim de Paula Sousa “Bonsucesso” (Prados, c. 1760 – idem, c. 1820)
10. Missa Pequena em Dó – 1. Kyrie – Kyrie I. Largo. Allegro
11. Missa Pequena em Dó – 2. Kyrie – Christie. Moderato
12. Missa Pequena em Dó – 3. Kyrie – Kyrie II. Allegro
13. Missa Pequena em Dó – 4. Gloria – Gloria. Allegro
14. Missa Pequena em Dó – 5. Gloria – Domine Deus. Andante moderato
15. Missa Pequena em Dó – 6. Gloria – Qui sedes. Allegro molto
16. Missa Pequena em Dó – 7. Gloria – Quoniam. Andante
17. Missa Pequena em Dó – 8. Gloria – Cum Sancto Spiritu. Largo. Allegro

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
18. Missa em Mí Bemol (Missa Diamantina) – 1. Kyrie – Kyrie I. Christe. Kyrie II. Larghetto
19. Missa em Mí Bemol (Missa Diamantina) – 2. Gloria – Gloria. Allegro vivo
20. Missa em Mí Bemol (Missa Diamantina) – 3. Gloria – Laudamus. Andante
21. Missa em Mí Bemol (Missa Diamantina) – 4. Gloria – Gratias. Larghetto. Allegro
22. Missa em Mí Bemol (Missa Diamantina) – 5. Gloria – Domine Deus. Allegro maestoso
23. Missa em Mí Bemol (Missa Diamantina) – 6. Gloria – Qui sedes/Quoniam. Larghetto. Allegro
24. Missa em Mí Bemol (Missa Diamantina) – 7. Gloria – Cum Sancto Spirito. Larghetto. Allegro vivo

Coral de Câmara São Paulo & Orquestra de Câmara Engenho Barroco
Naomi Munakata, regente
Museu da Música de Mariana – 2001
Projeto Acervo da Música Brasileira – Vol. II – Missa

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Avicenna

Creator Alme – Pe. José Maurício Nunes Garcia & Manoel A. de M. Senra & Francisco Gomes da Rocha & José R. D. de Meirelez & Jerônimo de Souza Lobo & José Joaquim da Paixão & Manoel Dias de Oliveira (Acervo PQPBach)

2agugqcCreator Alme
Coro e Orquestra Domine Maris

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O Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) apresenta o inspiradíssimo, maravilhoso Moteto ao Pregador escrito para solista e orquestra, em duas versões: Te Christe solum novimus e Creator Alme siderum. Ambas versões possuem estrutura musical e de texto semelhantes. A musical do Creator Alme siderum é mais desenvolvida, possui longa introdução instrumental e escrita virtuosística para o solista.

A partitura da Ave Maria, de Manoel Augusto de Medeiros Senra (Séc. XIX, Coimbra, MG), é destinada a uma voz de soprano solo com acompanhamento instrumental com flauta, clarineta, piston, ophecleid, violinos I e II e contrabaixo. Para esta gravação foram incluídos violoncelo e trompa.

O Invitatorium, de Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG), apresenta uma escrita coral de clara textura homofônica. Os violinos realizam um contraponto elaborado à base de semicolcheias apoiadas por notas harmônicas das trompas. O baixo instrumental realiza um apoio com variantes ao baixo vocal. Obra editada por Harry Lamott Crowl, Jr.

Ária escrita para soprano solo acompanhada de conjunto de cordas, a peça Lingua benedicta de José Rodriguez Dominguez de Meirelez (séc. XIX, Pitanguí, MG), não apresenta alterações de andamento e o estilo é bastante influenciado pela ária de ópera italiana. A parte do solista tem uma escrita refinada com coloraturas de ligeiro virtuosismo.

Jerônimo de Souza Lobo (17xx-1803, Vila Rica, MG), além de compositor, atuava como violinista, organista e regente na antiga Vila Rica, atual Ouro Preto. Sua obra O Patriarcha Pauperum possui clara influência da ópera, tanto na escrita como no conteúdo.

José Joaquim da Paixão (Lisboa, c. 1770 – Funchal, c. 1820), de quem se tem poucas referências, teve algumas de suas obras circulado em terras brasileiras nos séculos XVIII e XIX. O Vere Christe possui momentos de virtuosismo percebendo-se influências do italianismo que predominou na época. O Tremit mundus muito se assemelha à obra anterior e conserva a mesma organização estrutural apresentando lirismos na voz solista apoiada pelo conjunto instrumental.

Tractos, Missa e Vésperas, de Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813), é música para o Sábado Santo. Para a Vigília são quatro os tratos, versículos que se cantam nas épocas de penitência logo após o gradual em substituição à Aleluia. Para a Missa da Tarde foram especialmente compostos todos os cânticos, exceto os que, como o Kyrie e o Glória, fazem parte do ofício ordinário.
(texto adaptado do encarte)

Palhinha: Ouça 1. Te Christe solum novimus (Moteto ao Pregador) na inspirada voz de Katya Oliveira

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
1. Te Christe solum novimus (Moteto ao Pregador)
2. Creator alme siderum (Moteto ao Pregador)

Manoel Augusto de Medeiros Senra (Séc. XIX, Coimbra, MG)
3. Ave Maria
Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG)
4. Invitatorium
José Rodriguez Dominguez de Meirelez (séc. XIX, Pitanguí, MG)
5. O lingua benedicta
Jerônimo de Souza Lobo (17xx-1803, Vila Rica, MG)
6. O Patriarcha pauperum (Moteto ao Pregador para a festa de São Francisco de Assis)
José Joaquim da Paixão (Lisboa, c. 1770 – Funchal, c. 1820)
7. O vere Christe (Moteto ao Pregador)
8. Tremit mundus

Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
9. Tractos, Missa e Vésperas de Sábado Santo 1. Cantemus Domino
10. Tractos, Missa e Vésperas de Sábado Santo 2. Vinea facta est
11. Tractos, Missa e Vésperas de Sábado Santo 3. Attende Caelum
12. Tractos, Missa e Vésperas de Sábado Santo 4. Sicut servus – Alleluia
13. Tractos, Missa e Vésperas de Sábado Santo 5. Confitemini
14. Tractos, Missa e Vésperas de Sábado Santo 6. Laudate Dominum
15. Tractos, Missa e Vésperas de Sábado Santo 7. Vespere autem
16. Tractos, Missa e Vésperas de Sábado Santo 8. Magnificat

Creator Alme – 2005
Coro e Orquestra Domine Maris, regente: Modesto Flávio
Soprano solo: Katya Oliveira
Mezzo-Soprano: Edinea Pacheco Stikan
Baixo (convidado): Lício Bruno
Tenor: Fabrício Miyakawa

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mares-nunca-dantes-navegados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Música na Corte Brasileira – Vol. 3 de 5: Na Corte de D. Pedro I (Acervo PQPBach)

25g3urtMúsica na Corte Brasileira – Vol. 3
Na Corte de D. Pedro I
1965

 

A Arquiduquesa d’Áustria, D. Leopoldina de Habsburgo, primeira esposa de D. Pedro I e mãe de D. Pedro II, escrevendo a seu pai, o lmperador Francisco I, em data de 19-11-1821, encaminha a este uma Missa cantada de Sigismond Neukomm e acrescenta que essa obra “contem duas fugas que, todos sabemos, vós muito gostais”. Passa então ao principal: “O meu marido é compositor também, e faz-vos presente de uma Sinfonia e Te Deum, compostos por êle; na verdade são um tanto teatrais, o que é culpa do seu professor (Marcos Portugal), mas o que posso assegurar é que êle próprio os compôs sem auxílio de ninguém”. D. Pedro I estudou teoria, harmonia, composição, flauta, clarineta, fagote, trombone, violino, celo. Tinha boa voz e cantava acompanhando-se êle próprio ao cravo e à guitarra. No entanto, os interesses afetivos e as preocupações políticas do monarca impediam-no de dar assídua atenção à vida musical. Assim, com a abdicação de D. Pedro I encerrou-se um período ainda de relativo esplendor devido principalmente, e de qualquer modo, à presença daqueles mestres insígnes, José Maurício, Marcos Portugal e Neukomm.

De José Maurício Nunes Garcia pouco resta no gênero instrumental puro. E eis, porém, surge há pouco a Overtura em Ré (como está inscrito nas suas partes), a extraordinária Abertura em Ré. Vem-nos ela dum passado talvez mais do que sesquicentenário; chega-nos com as suas intatas vivências, nobre e dramática de acentos, dum vigoroso dinamismo. E estruturada com mão de mestre, nos elementos pouco numerosos porém incisivos.  De imediato, a Abertura em Ré colocou-se na culminância não somente da música instrumental do Reino e do Império, como de nossa música sinfônica de todos os tempos, entre o melhor que, nesse terreno, temos produzido.

A Sinfonia de D. Pedro I (Queluz, Portugal 12-X-1798 Porto, 14-IX-1834) a que alude D. Leopoldina será possivelmente a obra agora cognominada Abertura Independência, antes sempre mencionada como Sinfonia Para Grande Orquestra. Será a mesma a que se refere a seguinte carta, de Gioacchino Rossini a D. Pedro ll e que foi publicada por Álvaro Cotrim (Álvarus) no seu livro sobre Daumier, ed. do S. de D. do M.E.C.: “Pendant le trop court séjour de sa Majesté l’Empereur Don Pedro à Paris j’ai fait exécuter au Théatre Italien uneouverture de sa composition qui était charmante, elle eut un grand succès, et comme par discrétion je n’ai pas nommé l’auteur on m’adressa des compliments croyant peut-être que la susdite overture était composé par moi, erreur qui ne déplaira pas à son auguste fills, qui pourrait bien en souvenir m’adresser un peu d’un café si célèbre de vos contrées. (Ass. DG. Rossini/Paris  5 avril/1866)” zelosamente conservada em São João del-Rei, cujas tradicionais orquestras possuem preciosos arquivos, sobretudo de música do Oitocentos. Apresenta na parte de 1.a clarineta a seguinte inscrição: “Ouvertura composta pelo Senhor D. Pedro I na época da Independência do Brasil“. A sua propensão para a composição é de maior evidência em outras obras por ele deixadas, como o Te-Deum para o batizado da lnfanta D. Maria da Glória, futura D. Maria II, ou o Credo – outrora muito executado em todo o Brasil – da missa cantada em 5 de dezembro de 1829, na Capela Imperial, escrita especialmente para a celebração de suas bodas com a Arquiduquesa D. Amélia de Leuchtenberg, sua segunda esposa.

Sigismond Neukomm (Salzburgo, 10-VII-1778 – Paris, 3-IV-1858), vindo na comitiva do Duque de Luxemhurgo, embaixador da Áustria, teve aqui posição e atividades abaixo do seu merecimento. Retornou à Europa (Paris) em 1821. A ele, no entanto, se deve o reconhecimento do valor do Padre José Maurício, por êle declarado “o maior improvisador do mundo”; a regência por José Maurício do Requiem de Mozart foi nestes termos por êle comentada no “Allegemeine Musik-Zeitung”, de Viena: “A execução da obra-prima mozartiana nada deixou a desejar.” Deu lições a D. Pedro I e a Francisco Manuel da Silva. É de sua autoria a primeira obra conhecida em que aparece um tema musical brasileiro: o belo capricho O Amor Brasileiro, no qual engastou a melodia de um lundu, obra essa encontrada em Paris por Mozart de Araujo, que também alí verificou a existência de uma Fantasia Para Grande Orquestra Sobre uma Pequena Valsa de D. Pedro I. Harmonizou modinhas do músico popular carioca Joaquim Manuel.

A Abertura “Le Héros” (O Herói) dedicada a D. Pedro I, é cabalmente reveladora da segurança artesanal de Neukomm.

A Missa de Nossa Senhora da Conceição (de “8 de dezembro”), de José Maurício, escrita em 1810, está provavelmente completa, porque naquela época era frequente encontrarem-se partituras de missas contendo somente o Kyrie, mais o Gloria, ou o Credo. A sua feição é predominantemente teatral, a exemplo de tantas do melhor repertório barroco, aí incluídas as de Haydn e Mozart. João de Freitas Branco narra: “Aliás D. João VI manifestara a Marcos Portugal o seu real desejo de que tornasse a sua música sacra mais leve e parecida com a profana – de ópera, está claro. (H. da M. Portuguêsa, 1959, Lisboa, p. 142‘)”. Assim, compreende-se que tantos elementos da linguagem musical do melodrama estejam acusados nessas páginas das quais, ainda assim, não estão excluídas a nobreza natural de inflexões expressivas, caracteristicas da música do Padre-Mestre, bem como a sua superioridade no trato da matéria coral.

Para Marcos Portugal, operista de renome europeu, cantado nos maiores teatros, com peças traduzidas até para o russo e o alemão, a Modinha saloneira não passaria de simples aria-minor e despretensiosa. Assim, esta delicada Cuidados, Tristes Cuidados, em que se afirma o melodista experiente.

D. Pedro I deixou-nos uma página que nunca mais saiu do sentimento de todos os brasileiros, e hoje já com leve pátina de simpático arcaismo: o Hino da Independência, letra de Evaristo da Veiga. Após a abdicação, a bordo da corveta “D. Amélia”, em viagem da Ilha da Madeira para o Pôrto – a fim de confirmar no trono de Portugal a sua filha D. Maria II – compôs o Hino da Carta Constitucional, Carta que iria outorgar para contrapô-la ao absolutismo de seu irmão D. Miguel. Esse hino foi mantido como Hino Nacional Português até a Revolução Republicana de 1910.

Bernardo José de Sousa Queiroz, músico português, radicado no Rio de Janeiro desde, parece, antes da chegada da Côrte, foi bastante considerado como operista e autor de peças leves, como a valsa O Aniversário, de 1838, ou o Lundum Variado, de 1839. Pelo “Jornal do Commercio”, em 1835, “oferece seus préstimos” como “mestre de música e compositor”. A Abertura em Si Bemol, de 1814, mostra um músico senhor do seu “métier”.
Andrade Muricy, da Academia Brasileira de Música, 1965 (extraído da contra-capa do LP)

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01. Abertura Em Ré Maior
Imperador D. Pedro I (Queluz, Portugal, 1798 – idem, 1834)
02. Independência – Abertura
Sigismund Ritter von Neukomm (1778-1858)
03. O Herói – Abertura
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
04. Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – Kyrie e Fuga
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
05. Cuidados, Tristes Cuidados
Imperador D. Pedro I (Queluz, Portugal, 1798 – idem, 1834)
06. Hino da Carta Constitucional
Bernardo José de Souza Queiroz (Séc. XIX)
07. Abertura em Sí Bemol (1814)

Música na Corte Brasileira – Vol. 3 de 5: Na Corte de D. Pedro I – 1965
* Faixa 01 a 06: Associação de Canto Coral. Maestrina Cleofe Person de Mattos & Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C. Maestro Alceo Bocchino
* Faixa 07 a 11: Collegium Musicum da Rádio M.E.C. Maestrina Julieta Strutt & Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C. Maestro Alceo Bocchino
Selo Odeon, Coordenador-Assistente: Marlos Nobre

LP gentilmente ofertado pelo nosso ouvinte Antonio Alves da Silva e digitalizado por Avicenna.

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medico

 

 

 

 

 

Avicenna

Música na Corte Brasileira – Vol. 2 de 5: Na Corte de D. João VI (Acervo PQPBach)

mua%cc%83a%cc%8asica-na-corte-brasileira-vol-2_-na-corte-de-d-joaa%cc%83eo-viMúsica na Corte Brasileira – Vol. 2
Na Corte de D. João VI
1965

 

A música de classe, que no Rio de Janeiro de D. João VI se executava no palco dos teatros, no coro das igrejas ou nos salões arlstocráticos, girava em tôrno de três nomes principais: José Maurício Nunes Garcia, Marcos Antonio Portugal e Sigismond Neukomm.

Marcos Portugal (1762-1830), músico português de renome, que D. João fez nomear Diretor dos Teatros e das Funções Públicas da Corte, era sobretudo, um autor dramático e só por ordem do Príncipe Regente compunha música religiosa.

Como músico, Marcos Portugal reunia, por assim dizer, todos os defeitos e todas as qualidades da escola italiana, da qual foi êle o primeiro grande representante no Brasil.

Já Sigismond Neukomm (1778-1858) era a antítese de Marcos Portugal. Possuindo, como este, uma sólida formação musical, sua obra era, no entanto, de cunho eminentemente camerístico e sinfônico, como convinha a um músico austríaco.

De Haydn, de quem foi o discípulo predileto, Neukomm assimilou as virtudes mais específicas da escola alemã.

Enquanto Marcos Portugal mandava reservar para sí o camarote de boca do Teatro S. João, para nele exibir, juntamente com a sua música, os seus punhos de renda e as suas comendas, Sigismond Neukomm, homem simples, comedido, preferia os saraus da residência do Consul da Rússia no Brasil, o Barão de Langsdorff, nos quais, em companhia do Padre José Maurício, executava as últimas novidades musicais chegadas da Europa.

Entre Marcos Portugal e Neukomm vagava a figura modesta, quase humilde, do Padre José Maurício (1767-1830), cuja obra, predominantemente sacra iria merecer, por isso mesmo, as preferências do Príncipe Regente, que, como se sabe, tinha entre as suas preocupações e vaidades a de ostentar o brilho da sua Real Capela.

Efetivamente, a produção do Padre, composta de mais de 400 obras, não inclui, segundo o Visconde de Taunnay, mais do que 4 obras profanas.

A êsse diminuto repertório pertence a ópera Zemira, da qual só chegou até nós a Abertura, datada de 1803 e em cuja partitura escreveu o autor que deveria ser executada “com relâmpagos e raios nos bastidores”.

Já no Te Deum, de 1811, o Padre-Mestre se integra no seu “métier” de autor sacro. O tratamento vocal, de admirável propriedade, é sublinhado por um suporte orquestral brilhante, enriquecido de contrastes dinâmicos e colorido de timbres. É uma peça magnífica, que se situa entre as melhores do catálogo do mestre.

De Marcos Portugal é a Abertura nº 16, peça que terá servido, porventura, de introdução ou prólogo a uma de suas óperas ou cantatas.

Antonio José do Rego, músico que suponho português, e Domingos Caldas Barbosa, o patriarca da modinha e do lundu, assinam, respectivamente a música e a letra da cantiga Ora Adeus Senhora Ulina. O original, para duo vocal e piano, foi publicado em Lisboa, em 1792, num curioso “Jornal de Modinhas” dedicado à S.A.R. a Princesa do Brasil D. Carlota Joaquina.

De autoria até bem pouco tempo controvertida, é a modinha Beijo a Mão que me Condena, peça muito citada pelos autores mas apenas atribuída a José Maurício. O próprio Mário de Andrade, nossa maior autoridade no assunto, não teve elementos para afirmar a verdadeira autoria da peça. Em 1958, porém, deparei na Biblioteca Nacional com a edição original, para voz e piano, dessa modinha famosa, saída da copistaria de P. Laforge, à Rua da Cadeia n.o 89 e em cujo frontispício se lê o nome por extenso do Padre-Mestre.

Na Chula Carioca, de Antonio da Silva Leite, Mestre de Capela do Porto, aparece pela primeira vez numa peça musical uma alusão à terra carioca. No original dessa peça, publicada em Lisboa em 1792, o autor recomenda o “acompanhamento de duas guitarras e hüa violla”.

Para as solenidades da Aclamação de D.João VI, em 1816, Marcos Portugal compôs e regeu o Hino da Aclamação, com o qual se encerra êste segundo volume da série “Música na Corte Brasileira”.
Novembro, 1965, Mozart de Araujo (extraído da contra-capa do LP)

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01. Abertura da Ópera Zemira (1803) – Ouverture que Expressa Relâmpagos e Trovoadas
02. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 1. Te Deum Laudamus
03. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 2. Te Ergo Quae Sumus
04. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 3. Æterna Fac
05. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 4. Dignare Domine
06. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 5. In Te Domine Speravi

Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
07. Abertura nº 16
Antonio José do Rego (Séc. XVIII) & Domingos Caldas Barbosa (Séc. XVIII)
08. Ora a Deus Senhora Ulina
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
09. Beijo a mão que me condena
Antonio da Silva Leite (Portugal, séc. XVIII)
10. Chula carioca
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
11. Hino para a Aclamação de D. João VI

Música na Corte Brasileira, Vol 2 – Na Corte de D. João VI – 1965
Faixa 01 e 06: Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C., Regência: Alceo Bocchino
Associação de Canto Coral, Diretora: Cléofe Person de Mattos
Dircea Amorim, soprano. Juan Thibault, tenor. José Evergisto Netto, tenor.

Faixa 07 a 11: Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C., Regência: Alceo Bocchino
Collegium Musicum da Rádio M.E.C, Regência: Julieta Strutt. Olga Maria Schroeter, soprano
Selo Odeon, Coordenador-Assistente: Marlos Nobre

LP gentilmente ofertado pelo nosso ouvinte Antonio Alves da Silva e digitalizado por Avicenna.

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MP3 320 kbps – 96,6 MB – 41,7 min
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Boa audição.

pinguim

 

 

 

Avicenna

Música na Corte Brasileira – Vol. 1 de 5: O Vice-Reinado (Acervo PQPBach)

qq7i3aMúsica na Corte Brasileira – Vol. 1 de 5
Rio de Janeiro – Vice-Reinado

LP de 1965

 

Até alguns anos passados, não seria possível realizar esta série de discos que a Odeon denominou “Música na Corte Brasileira” e com a qual se associa às comemorações do IV Centenário de Fundação da Cidade do Rio de Janeiro.

Efetivamente, o repertório de que se compõe este primeiro volume da série é, por assim dizer, inteiramente novo para os ouvidos das últimas gerações de brasileiros.

São peças buscadas nos arquivos de Lisboa, de Paris e do Brasil, que trazem, com o sabor característico de documentos amarelecidos pelo tempo, a evocação de uma época distante, quando o Rio de Janeiro, prestigiado com a presença da família real e da nobreza portuguesa, passou a ser a sede da Corte de D. Maria I, a Louca.

O Principe Regente, governando em nome de sua Augusta Mãe, era um Bragança e, como tal, portador de um atávico pendor para a música.

Nao é de estranhar que esse pendor se exercesse em primeiro lugar no templo, já que, filho de uma rainha cujo misticismo chegou ao delírio e à loucura, D. João trazia do berço o hábito de rezar o terço ouvindo o cantochão.

Fora do templo, havia o salão, onde se fazia música com viola e cravo. E, somente em dose diminuta, havia também a música de teatro.

O primeiro autor a figurar no repertório aqui apresentado é Joaquim Manuel, mestiço carioca nascido no século XVIII e que ainda em 1820 vivia no Rio de Janeiro. Joaquim Manuel passou à História graças à maneira excepcional com que executava “une petite viole française, appelée cavaquinho” e ao talento musical que revelava compondo modinhas.

Sem saber uma nota de música, Joaquim Manuel causou forte impressão em alguns viajantes e cronistas da época, entre os quais Freycinet e Balbi, além de Neukomm, o músico austríaco que, permanecendo no Rio de Janeiro de 1816 a 1821, levou para a Europa algumas das modinhas de Joaquim Manuel, harmonizando e fazendo-as publicar num album, em 1824, ano em que foi anunciado a venda, em Lisboa, no Armazém de Música de J. B. Waltmann.

A descoberta das modinhas de Joaquim Manuel se deve a Luis Heitor, que encontrou recentemente na Biblioteca do Conservatório de Paris as harmonizações autógrafas de Neukomm, para canto e piano. Do album impresso em Paris não há notícia de um único exemplar.

As modinhas de Joaquim Manuel constituem o que de melhor existe na música profana do Brasil Colonia e podemos ouvir aqui as seguintes: Se me Desses um SuspiroSe Queres Saber a Causa, Foi o Momento de Ver-te, Triste Salgueiro e Desde O Dia em que Nasci.

De Marcos Antonio (Marcos Portugal, 1762-1830), com poema de Domingos Caldas Barbosa (1740-1800), é a modinha Você Trata o Amor em Brinco, peça descoberta pelo autor destas notas na Biblioteca Nacional de Lisboa.

Marcos Portugal, o orgulhoso musico português cujo nome figura no programa dos principais teatros da Europa como autor de óperas, veio para o Rio de Janeiro em 1811, aqui permanecendo até 1830, quando, vitimado por um “ataque paralítico”, faleceu em estado de pobreza, na casa de uma velha fidalga que dele se apiedou, a Marquesa de Aguiar. Caldas Barbosa, autor do poema, é o criador da modinha e do lundu de salão. Transportando-se para Lisboa em 1770, foi ele o primeiro brasileiro a levar para os salões da aristocracia lisboeta esses dois gêneros musicais, nos quais repontam os primeiros indícios de nacionalidade brasileira.

Recolhidas pelo naturalista Von Martius em 1817/18, que as publicou no apêndice musical do seu monumental “Reise in Brasilien”, aparecem aqui duas modinhas anônimas: No Regaço da Ventura, modinha mineira cujo poema pude identificar como sendo da autoria de Tomas Antonio Gonzaga, e Uma Mulata Bonita, lundu da Bahia.

Canidê-Ioune (ave amarela) é a curiosa peça com que nos deparamos agora. A melodia harmonizada para coro por Villa-Lobos, foi recolhida dos índios Tamoios por Jean de Lery em 1557, na Baia de Guanabara, nas imediações do Rio Carioca, na Praia do Flamengo. A melodia, como se vê, é anterior à fundação da cidade.

Sendo a maior figura da musica colonial brasileira, o Padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), deixou uma obra numerosa, da qual conhecíamos pouquíssimas peças. Graças às pesquisas de Cleofe Person de Mattos, começamos a ter do Padre-Mestre o conhecimento auditivo que nos faltava.

De José Maurício são as peças Crux Fidelis, de 1806, Judas Mercator Pessimus de 1809 e, finalmente, a Sinfonia Fúnebre, de 1790, executada nas exéquias do autor em 1830.
(Novembro, 1965, Mozart de Araujo, extraído da contra-capa do LP)

Anônimo da Bahia
01. Uma mulata bonita
Anônimo (Séc. XVIII) & Thomaz Antonio Gonzaga (Porto, 1744-Ilha de Moçambique, 1810)
02. No regaço da ventura
Joaquim Manoel Gago da Câmara (Séc. XVIII) & harmonizada por Sigismund Neukomm
03. Se me desses um suspiro
04. Se queres saber a causa
05. Foi o momento de ver-te
06. Triste salgueiro
07. Desde o dia em que nasci
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830) & Domingos Caldas Barbosa (1740-1800)
08. Você trata o amor em brinco

Anônimo (Rio, séc. XVI) & harmonizada para coro por Villa-Lobos
09. Canidê-Ioune
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
10. Crux fidelis
11. Judas mercator pessimus
12. Sinfonia Fúnebre

Música na Corte Brasileira, Vol 1 – Rio de Janeiro – O Vice-Reinado – 1965
Faixa 01 a 08: Collegium Musicum da Rádio M.E.C., Regência: George Kiszely
Olga Maria Schroeter, soprano
Faixa 09 a 11: Associação de Canto Coral, Diretora: Cleofe Person de Mattos
Faixa 12: Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C., Regência: Alceo Bocchino

Selo Odeon, Coordenador-Assistente: Marlos Nobre
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MP3 320 kbps – 72,0 MB – 48,8 min
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.LP gentilmente ofertado pelo nosso ouvinte Antonio Alves da Silva. Não tem preço!!!!
Digitalizado por Avicenna

 

 

Boa audição.

 

 

 

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Avicenna

Música em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais em Fins do Século XVIII – Americantiga Ensemble (Acervo PQPBach)

Captura de Tela 2017-10-10 às 15.31.37
Americantiga Ensemble

 

Fundado em 1995 por Ricardo Bernardes, o Americantiga é um conjunto especializado em música brasileira, hispano-americana, portuguesa e italiana dos séculos XVIII e princípios do XIX. Com diferentes formações e enfoques interpretativos, o trabalho tem procurado a execução historicamente informada com o uso de instrumentos de época. Nos últimos anos tem realizado concertos nos Estados Unidos, Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia. Muitos desses concertos foram organizados por embaixadas e consulados brasileiros com o objetivo de difundir esta importante e pouco conhecida produção musical. Em sua discografia já se encontram quatro CDs e um DVD a ser lançado brevemente. O Americantiga tem sido elogiado pela crítica e público como um dos mais sólidos e ativos conjuntos de música antiga no terreno do repertório Luso-Brasileiro. A presente gravação foi realizada contando com excelentes músicos argentinos, no Palácio Pereda, sede da Embaixada do Brasil em Buenos Aires. (texto extraído do encarte)Captura de Tela 2017-10-10 às 15.32.36

André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
01. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 1: Stabat Mater
02. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 2: Eia Mater
03. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 3: Quando Corpus
04. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 4: Amen

José Rodriguez Dominguez de Meirelez (séc. XIX, Pitanguí, MG)
05. Oh Lingua Benedicta Para Soprano Solo, Cordas e Continuo
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
06. Tota Pulchra Es Maria Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
07. Ego Enim (Verso Das Matinas De Quinta-Feira) Para Contralto Solo, Cordas e Continuo
Jerônimo de Souza “Queiroz” (Late 18c – 1826)
08. O Patriarca Pauperum Para Tenor Solo, 2 Flautas, Trompas, Cordas e Continuo
Frei Jesuino do Monte Carmelo (Santos, 1764 – Itú, SP, 1819)
09. Ladainha Em Sol Menor Para 4 Vozes e Continuo
10. Pange Lingua, Para 4 Vozes, Cordas e Continuo

Antonio Leal Moreira (1758-1819)
11. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 1: Te Dominum
12. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 2: Te Gloriosus
13. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 3: Tu Devicto
14. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 4: Te Ergo Quaesumus
15. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 5: Aeterna Fac
16. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 6: In Te Domine

Brasil XVIII – XIX – Música em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais em Fins do Século XVIII – 2009
Americantiga Ensemble
Conductor: Ricardo Bernardes

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MP3 320 kbps – 124,1 MB – 58 min
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Nossos agradecimentos por nos terem enviado este CD.

Boa audição.

ice skating

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Américantiga Coro e Orquestra de Câmara – Compositores Brasileiros, Portugueses e Italianos do Século XVIII

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Américantiga Coro e Orquestra de Câmara
Compositores Brasileiros, Portugueses e Italianos do Século XVIII

 

No primeiro CD do Américantiga Coro e Orquestra de Câmara, gravado em 1998, inconscientemente lançávamos aquele que seria o primeiro volume desta série que somente hoje se configura. Neste trabalho anterior, entitulado Música Brasileira e Portuguesa do século XVIII, iniciávamos a proposta de estabelecer conexões estilísticas entre essas duas produções musicais. Nesta série, que agora estruturamos, propomos traçar um panorama – por meio de gravações – das profundas relações existentes entre as produções artísticas, sobretudo a musical, do Brasil e da Hispano-américa do período colonial com as práticas musicais de Portugal e Espanha, que por sua vez foram influenciadas pela italiana, representada principalmente pelas assim chamadas “escolas” de Roma e Nápoles.

Para a compreensão deste fenômeno podemos citar os casos de Domenico Scarlatti, importante compositor que atuou nas cortes de Lisboa e principalmente Madri, e de Davide Perez – napolitano de origem espanhola – que veio a ser um dos principais compositores a serviço de D. José I de Portugal.

Outro fato importante é o de muitos jovens compositores portugueses terem se aperfeiçoado na Itália durante o reinado de D. João V (1706 – 1750), graças, sobretudo, à riqueza proporcionada pela descoberta de ouro na província brasileira das Minas Gerais. O estilo musical que absorveram será modelo para sua produção e, consequentemente, para a produção musical brasileira do período colonial, representada pelos compositores atuantes no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Nordeste.

O momento culminante deste processo para a história da música no Brasil é a vinda da corte de D. João VI para o Rio de Janeiro, em 1808, com a criação do Teatro de Ópera São João e da Real Capela de Música – o mais importante centro fomentador e de criação musical das Américas da primeira metade do século XIX.
(Ricardo Bernardes, no encarte)

O Barroco é puramente a origem do Jazz aonde o instrumentista, para ser bom, teria que improvisar o melhor possível. (Grout, Donald J.& Claude V. Palisca, History of Western Music, Norton, Londres, 2001)

Francesco Durante (Itália, 1684-1755)
01. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 1. Magnificat anima mea
02. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 2. Et misericordia eius
03. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 3. De possuit potentes
04. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 4. Suscepti Israel
05. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 5. Sicut locutus est
06. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 6. Sicut erat in principio

Nicola Fargo (Itália, 1677-1745)
07. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 1. Credo in unum Deum
08. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 2. Et incarnatus est
09. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 3. Crucifixux etiam pro nobis
10. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 4. Et ressurexir tertia die
11. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 5. Sanctus et Benedictus
12. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 6. Agnus Dei

José Alves (Portugal, sec. XVIII)
13. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 1. Dixit Dominus
14. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 2. Donec ponam
15. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 3. Juravit Dominus
16. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 4. Tu es sacerdos
17. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 5. Gloria Patri
18. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 6. Sicut erat in principio

José Totti (Itália, 1780 – Portugal, 1832)
19. Solitario bosco ombroso (duo de sopranos com teorba)
David Perez (Itália, 1711 – Portugal, 1778)
20. Requiem em fá menor a 4 vozes, fagote obbligato e baixo contínuo – 1. Requiem aeternam
21. Requiem em fá menor a 4 vozes, fagote obbligato e baixo contínuo – 2. Kyrie eleison

atrib. Antonio da Silva Leite (Séc. XVIII)
22. Xula Carioca
Anônimo brasileiro Séc. XVIII

23. Modinha: É delícia de amor
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
24. Te Deum laudamus (1801) a 4 vozes e órgão 1. Te Deum laudamus
25. Te Deum laudamus (1801) a 4 vozes e órgão 2. Te ergo quasumus
26. Te Deum laudamus (1801) a 4 vozes e órgão 3. Aeterna fac

Compositores Brasileiros, Portugueses e Italianos do Século XVIII – 2002
Relações musicais nos séculos XVII, XVIII e XIX – Vol. II
Américantiga Coro e Orquestra de Câmara
Regente: Ricardo Bernardes

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MP3 320 kbps – 148,4 MB – 47,9 min
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Boa audição!

vitrola

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Missa de Nossa Senhora da Conceição & Credo em Sí bemol (Acervo PQPBach)

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Pe. José Maurício Nunes Garcia
Missa de Nossa Senhora da Conceição & Credo em Sí bemol
Austin Chamber Singers

 

José Maurício Nunes Garcia, é o exemplo máximo de todo o avanço em direção à linguagem tida como mais moderna e ao gosto da corte, seguindo os modelos da ópera italiana dos primeiros anos do século XIX, para a qual Marcos Portugal, Paisiello, Cimarosa e, posteriormente, Rossini serviram de modelo.

O tempo de José Maurício à frente da Real Capela é claramente um período de transição estilística entre suas duas práticas, já há muito estabelecidas pelos pesquisadores de sua obra: antes e depois da chegada da corte. Se, antes, escrevia para grupos pequenos e possivelmente com limitações técnicas, vê-se obrigado, a partir de então, a escrever uma música mais brilhante e virtuosística, com o objetivo de se aproximar do “estilo da Capela Real”. O que justamente caracteriza este período como de transição é a síntese através da qual José Maurício adapta sua música e sua linguagem, obtendo um estilo híbrido em sua criação, ainda com resquícios fortes da primeira fase, mas já alçando vôos em direção ao estilo que iria caracterizar sua segunda fase: mais madura e moderna.

A grande obra do período de José Maurício à frente da Real Capela é sem dúvida a Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810. É a obra mais complexa e grandiloquente das que havia composto até então, e uma das mais sofisticadas de toda a sua carreira, composta num momento de plena maturidade: José Maurício contava com 43 anos.

A Missa da Conceição (C.P.M. 106) unida ao Credo em Sí bemol (C.P.M 129) é sua primeira missa com coro e grande orquestra, e apresenta uma mudança do estilo severo empregado nos tratamentos anteriores ao mesmo texto. É uma obra com características únicas em sua criação, pois conta com estruturas e elementos que não virão a se repetir, mesmo em obras posteriores, como a utilização de uma orquestração extremamente refinada com divisões em todas as cordas, a presença de um sexteto solista e, principalmente, o uso de três grandes processos imitativos chamados de fugas ou fugatos.
(Ricardo Bernardes, musicólogo e maestro, editor da Missa de Nossa Senhora da Conceição, do Padre José Maurício).

Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810
01. Kyrie
02. Christie (fuga)
03. Kyrie
04. Gloria
05. Et in terra pax hominibus
06. Gloria
07. Laudamos te
08. Gratias agimus tibi
09. Propter magnam gloriam tuam
10. Domine Deus
11. Qui tollis peccata mundi
12. Suscipe deprecationem
13. Qui sedes ad dexteram Patris
14. Quoniam tu solus sanctus
15. Cum Sancto Spiritu
16. Cum Sancto Spiritu (fuga)
Credo em Sí bemol
17. Credo
18. Et incarnatus est
19. Crucifixus
20. Et resurrexit
21. Cujus regni
22. Et vitam venturi saeculi
23. Sanctus
24. Hosanna in excelsis
25. Beneditus
26. Hosanna in excelsis
27. Agnus Dei

University of Texas at Austin Chamber Singers, James Morrow (dir)
Sacred Music of José Maurício Nunes Garcia
1995

memoria

 

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MP3 320 kbps – 151,3 MB – 60 min
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Boa audição!

moça ao vento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

 

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Missa Pastoril para a Noite de Natal – Associação de Canto Coral (Acervo PQPBach)

 671522_145Apresentamos um LP de 1965 da Associação de Canto Coral, dirigida pela maestrina e musicóloga Cleofe Person de Mattos. Uma raridade!

Missa Pastoril para a Noite de Natal: uma delicadeza. IM-PER-DÍ-VEL! (™PQP).

 

A Missa Pastoril para a Noite de Natal data do ano de 1811: consegue refletir na singeleza e ternura inerentes ao espírito da noite de Natal, as ciscunstâncias que lhe determinaram o aparecimento. Por um lado, a ingenuidade da invenção melódica, de feição pastoral, em um 6/8 que envolve diversos momentos da missa com a mesma idéia cuidadosamente articulada nas formas tradicionais. Essa unidade temática confere à Missa Pastoril caráter repousante, que é reforçado pelo balouçante movimento rítmico que lhe serve de base.
(da contra-capa)

1. Kyrie
2. Gloria
3. Laudamus Te
4. Gratias
5. Qui Tollis
6. Qui Sedes
7. Cum Sancto Spiritu
8. Credo
9. Et Incarnatus
10. Crucifixus
11. Et Resurrexit
12. Sanctus
13. Benedictus
14. Agnus Dei

Monumento da Música Clássica Brasileira – Vol. 2 – Missa Pastoril
Paulo Fortes, barítono
Dircéia Amarim, soprano
Maura Moreira, contralto
Isauro Camino, tenor
Orquestra da Associação de Canto Coral do Rio de Janeiro, regência de Francisco Mignone
Coro da Associação de Canto Coral do Rio de Janeiro, direção de Cleofe Person de Mattos
LP de 1965 digitalizado por Avicenna

memoria

 

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Conheça o site exclusivo do Padre José Maurício, em http://www.josemauricio.com.br/

 

IM-PER-DÍ-VEL! (™PQP)

Gustav Klimt, Apple Tree, 1912
Gustav Klimt, Apple Tree, 1912

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

José Mauricio Nunes Garcia: Matinas do Natal & Manoel Dias de Oliveira: Magnificat (Acervo PQPBach)

MatinasWEBMatinas do Natal
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830)

Magnificat
Manoel Dias de Oliveira (1735-1813)

Associação de Canto Coral
Maestrina Cleofe Person de Mattos

Camerata Rio de Janeiro
Maestro Henrique Morelenbaum

 

Os oitos responsórios das Matinas do Natal representam sem dúvida um ponto de referência na música composta no Rio de Janeiro em tempos coloniais. Compostos para o último Natal do século dezoito, sua atmosfera, feita de ingênua simplicidade, não anula o sentido devocional que lhe atribui o compositor. Um inequívoco sopro de brasilidade envolve, sobretudo, o Andante em solo de soprano do terceiro responsório: dicite, annunciate, interferência bastante compreensível na pena desse padre que compunha xácaras e cantava modinhas.

Como linguagem musical, ainda que situada a obra em plena evolução de personalidade do compositor, estas Matinas representam o seu mais puro estilo de criação. Não lhe faltam qualidades no tratamento musical de texto tão singelo e ao mesmo tempo tão festivo. Se a obra não tem a dramaticidade que posteriormente vai caracterizar a pena do mestre-de-capela da Sé, é certo que nada perde diante de tanta graça e tanto recolhimento.

(texto recolhido da contra-capa)

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01. Matinas do Natal (1799): 1º Responsório – Hodie nobis caelorum Rex
02. Matinas do Natal (1799): 2º Responsório – Hodie nobis de caelo pax descendit
03. Matinas do Natal (1799): 3º Responsório – Quem vidistis Pastores?
04. Matinas do Natal (1799): 4º Responsório – O magnum mysterium
05. Matinas do Natal (1799): 5º Responsório – Beata Dei Genitrix
06. Matinas do Natal (1799): 6º Responsório – Sancta et Immaculata Virginitas
07. Matinas do Natal (1799): 7º Responsório – Beata viscera
08. Matinas do Natal (1799): 8º Responsório – Verbum caro
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
09. Magnificat

José Mauricio Nunes Garcia: Matinas do Natal & Manoel Dias de Oliveira: Magnificat – 1985
Associação de Canto Coral. Maestrina Cleofe Person de Mattos
Camerata Rio de Janeiro. Maestro Henrique Morelenbaum

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LP de 1985 digitalizado por Avicenna.
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vida é curta

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

Coral Ford/Willys • Pe. José Maurício Nunes Garcia: Laudate Pueri + Te Deum (Acervo PQPBach)

Captura de Tela 2017-10-02 às 16.18.36Coral Ford/Willys
Integrantes da Orquestra de Câmara de S. Paulo
e do Teatro Municipal de S. Paulo
1969

Um faxineiro cantar num coral? Um ferramenteiro entende de máquinas; e de música, ele entende alguma coisa?

Muita gente acha que música é privilégio. Mas, nós não vemos as coisas assim.

Hoje, trabalho com quarenta cantores, no Coral Ford/Willys, vindo de todas as partes funcionais da empresa. São ajudantes, desenhistas, faxineiros, torneiros, advogados, operadores de máquinas, ferramenteiros, engenheiros, mecânicos, eletricistas, supervisores, gerentes, tapeceiros, auxiliares de escritório, secretárias. Tudo formando uma unidade só, musicalmente…. Ao todo já fizemos centos e dez apresentações públicas …
(Geraldo Menucci, diretor artístico, 1969)

Coral Ford/Willys
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
1. Laudate pueri 1. Alegro maestoso
2. Laudate Pueri 2. Andante. Allegro giusto
3. Laudate pueri 3. Allegro maestoso
4. Te Deum 1. Maestoso
5. Te Deum 2. Larghetto
6. Te Deum 3. Allegro moderato. Più allegro

Coral Ford/Willys – 1969
Coral Ford/Willys & Integrantes das Orquestras de Câmara de S. Paulo e do Teatro Municipal de S. Paulo
LP de 1969 digitalizado pelo Avicenna, sendo que a última faixa estava muito judiada.

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estatuas

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

Coral Artis Canticum & Os Cameristas: Lobo de Mesquita & Padre José Maurício (Acervo PQPBach)

Artis Canticum“Esta produção foi realizada com a colaboração do Sindicato dos Músicos Profissionais do Rio de Janeiro e integra a Plano de Ação Cultural da Associação dos Produtores de Discos”

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita
Tercio

Repostagem para apresentar novos links com melhores digitalizações, incluindo-se um link para arquivo flac.

Inexistem, na formação histórica brasileira, períodos sem música da vida coletiva. As investigações do nosso passado, no tempo e no espaço, estabelecem, via de regra, não só a presença, mas ainda a intensidade das manifestações musicais do nosso povo. O que cumpre admitir-se, tomando-se por base o material englobado desde os primeiros cronistas até os modernos historiadores e sociólogos, é que recolhemos antes fortes indícios da riqueza da prática da música no Brasil do que a configuração do quadro exato.

Torna-se lícito admitir a grandeza do quadro, mas suas proporções são ainda maiores do que supomos, ao nos louvarmos na documentação já recolhida. A música, certamente, escapa aos propósitos da grande maioria dos historiadores. E a despeito da vasta e preciosa documentação que tende a desaparecer na voragem do tempo, cada sondagem a que se proceda no passado musical do Brasil trará o testemunho da palpitante e generosa prática da arte, cujos primeiros expoentes surgiram no período colonial.

O Tercio (e não Tercis como anteriormente publicado), que inicia esta valiosa gravação, data de 1783. Esta gravação torna a mostrar-nos – na partitura elaborada, bem assim como o respectivo contínuo, pelo Maestro Toni – que a denominação de música barroca dada à criação dos compositores que floresceram àquela época, nas zonas de mineração aurífera de Minas, é imprópria, porque se trata de música que recebe a influência direta do classicismo europeu. Com quinteto de cordas, o Andante Lento, para soprano, contralto e baixo, impressiona pela extrema, ideal pureza, da inspiração, em um contraponto sempre límpido, de comovente inocência. O Padre Nosso, para coro – que o admirável Coral Artis Canticum, regido pelo Maestro Nelson de Macêdo, explode logo no primeiro compasso – é uma página de alta eloquência mística. A Ave-Maria, tem um largo dueto de soprano e contralto, de delicadeza extrema, que vai até a metade da oração. O Glória é majestoso, com seu dueto, que tem uma célula rítmica incisiva, de soprano e contralto.

Estas composições, bem como as demais que constam desta gravação, são pela primeira vez apresentadas em disco. O fenômeno da criação da grande música, em um meio sem nenhum contato direto com os centros da cultura universal, é provavelmente único no mundo. Há muito de mistério e de milagre na arte musical que floresceu em Minas e se equiparam, por sua força, à arte escultórica – esta sim, barroca – do Aleijadinho.

Padre José Maurício Nunes Garcia: Alleluia Emitte Spiritum Tuum

Grande figura de músico do Brasil-Colônia, o Padre José Maurício nasceu no Rio de Janeiro em 1767, na antiga Rua da Vala, que é hoje a Uruguaiana. Se a dispersão da sua obra, em parte perdida, o tornou semilendário, ele aguarda ainda uma revalidação, que o projete para o círculo dos especialistas, junto ao grande público. Para esse fim contribui o trabalho de musicologia e pesquisa empreendido pela Maestrina Cleofe Person de Matos.

Nunca transpôs o padre os limites desta cidade, onde foi mestre de capela da Catedral e Sé do Rio de Janeiro e, mais tarde, da Real Capela, que depois se chamou Capela Imperial. De origem humílima, mestiço, hauriu os rendimentos da arte musical com Salvador José – e progrediu sozinho, até as culminâncias dos monumentos de música religiosa que nos legou. Ordenado em 1792, já então havia composto as primeiras obras, que se sucederam, ininterruptas, em número de quatrocentos, segundo estimativas de Taunay. Morreu em 1830.

Alleluia Emitte Spiritum Tuus é uma breve página que se notabiliza pela mestria do contraponto real a quatro partes. Mostra-se, por isso, diversa em estilo das página anteriores, do mestre mineiro Lobo de Mesquita, onde o espírito harmônico preside à gênese polifônica. A execução do Coral Artis Canticum, sob a regência do Maestro Nelson de Macêdo, é igualmente de primeira ordem.

(Eurico Nogueira França, 1977, extraído da contra-capa)

Palhinha: ouça 01. Tercio – 1. Difusa est Gratia – Andante Lento

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
Coral Artis Canticum & Os Cameristas
01. Tercio – 1. Difusa est Gratia – Andante Lento
02. Tercio – 2. Padre Nosso
03. Tercio – 3. Ave Maria
04. Tercio – 4. Gloria
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Coral Artis Canticum
05. Alleluia emitte spiritum Tuum

Artis Canticum – 1977
Coral Artis Canticum & Os Cameristas
Maestro Nelson de Macêdo

Para esta postagem foi utilizado um LP de 1977, do acervo do nosso ilustre ouvinte das Gerais, Dr. Alisson Roberto Ferreira de Freitas (não tem preço!) e digitalizado por Avicenna.

2jcbrls

 

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evolucao

 

 

 

 

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Avicenna

Alma Latina: Domenico Zipoli (1688 – 1726): Missa Santo Inácio & Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830): Salmos 115, 119 e 139 (Acervo PQPBach)

Captura de Tela 2017-09-29 às 16.04.33O que podem ter em comum esses dois mestres da música sacra do continente latino-americano, José Maurício Nunes Garcia e Domenico Zipoli, além de terem vivido no cone sul do continente e defenderem o canto litúrgico?

Ambos provinham de famílias pobres e tiveram que custear os estudos musicais com o seu trabalho, dado aula e sendo organista de capelas e catedrais. Ambos demonstraram, desde cedo, a vocação musical e os dotes necessários para a carreira. Tanto Zipoli quanto José Maurício foram precoces em suas composições (o primeiro, com 20 anos, ombreava com compositores renomados, fazendo parte de uma obra coletiva, o segundo, aos 16 anos compunha a sua primeira obra. Os dois, quando decidiram pela vida religiosa e pelo sacerdócio, já possuíam um nome e um respeito no mundo musical. Zipoli era um homem do mundo. Antes de vir para o continente latino-americano, para as missões jesuítas, circulou por grandes centros musicais da Itália e da Espanha. O Pe. José Maurício jamais saiu do Rio de Janeiro. Entretanto, possuía conhecimento invulgar sobre toda a tendência musical na época. Zipoli conseguiu estudar com os melhores mestres da Itália. O Pe. José Maurício teve seus mestres no Rio de Janeiro. Entretanto, a sua capacidade e talento invulgares permitem-nos imaginar que, com os mestres de Zipoli, quão maior teria sido o Pe. José Maurício. Quanto à filiação musical, Zipoli era barroco, ao passo que o Pe. José Maurício era clássico.

Por último, ambos tiveram uma produção musical extensa e variada. Durante muito tempo, a quase totalidade dessa obra esteve perdida. Pelo trabalho incessante de pesquisadores, grande parte da produção artística desses dois compositores foi recuperada.
(extraído do encarte)

Domenico Zipoli (1688 – 1726)
01. Missa Santo Inácio – 1. Kyrie – Kyrie eleison
02. Missa Santo Inácio – 2. Kyrie – Christie eleison
03. Missa Santo Inácio – 3. Kyrie – Kyrie eleison
04. Missa Santo Inácio – 4. Gloria – Gloria in excelsis Deo
05. Missa Santo Inácio – 5 .Gloria – Et in terra pax hominibus
06. Missa Santo Inácio – 6. Gloria – Gratias agimus tibi
07. Missa Santo Inácio – 7. Gloria – Domine Deus, Rex celestis
08. Missa Santo Inácio – 8. Gloria – Domine Fili unigenite, Jesu Christe
09. Missa Santo Inácio – 9. Gloria – Domine Deus, Agnus Dei
10. Missa Santo Inácio – 10. Gloria – Qui tollis peccata mundi, miserere nobis
11. Missa Santo Inácio – 11. Gloria – Qui tollis peccata mundi
12. Missa Santo Inácio – 12. Gloria – Suscipe, deprecationem nostram
13. Missa Santo Inácio – 13. Gloria – Qui sedes ad dexteram Patris
14. Missa Santo Inácio – 14. Gloria – Quoniam Tu solus Sanctus, Tu solus Dominus
15. Missa Santo Inácio – 15. Gloria – Quoniam Tu solus Sanctus, Tu solus Altissimus
16. Missa Santo Inácio – 16. Gloria – Cum Sancto Spiritu
17. Missa Santo Inácio – 17. Credo – Patrem omnipotentem
18. Missa Santo Inácio – 18. Credo – Et incarnatus est de Spiritu Sancto
19. Missa Santo Inácio – 19. Credo – Crucifixus etiam pro nobis
20. Missa Santo Inácio – 20. Credo – Et resurrexit tertia die
21. Missa Santo Inácio – 21. Credo – Et vitam venturi saeculi
22. Missa Santo Inácio – 22. Sanctus – Sanctus, Sanctus, Sanctus

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
23. Salmo 115 – 01. Credidi, propter quod locutus sum
24. Salmo 115 – 02. Gloria Patri
25. Salmo 115 – 03. Sicut erat in principio
26. Salmo 119 – 01. Ad dominum cum tribularer clamavi
27. Salmo 119 – 02. Gloria Patri
28. Salmo 119 – 03. Sicut erat in principio
29. Salmo 139 – 01. Eripe me, Domine, ab homine malo
30. Salmo 139 – 02. Gloria Patri
31. Salmo 139 – 03. Sicut erat in principio

Missa Santo Inácio & Salmos I, II e III – 2004
Orquestra e Madrigal Unisinos
Roberto Duarte, regente
Flávia Fernandes, soprano
Angela Diel, mezzo-soprano
Marcos Liesenberg, tenor
Daniel Germano, baixo-barítono
Gravado na Igreja de Nossa Senhora das Dores, em Porto Alegre, RS, nos dias 11, 12 e 13 de junho de 2004.
Trilhas sonoras e encarte gentilmente cedidos pelo nosso ouvinte Fernando Santos. Não tem preço!!

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caravela

 

 

 

 

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Avicenna

Livro “Uma grande glória brasileira: José Maurício Nunes Garcia”, de Alfredo Taunay (Visconde de Taunay)

rhtwrhtrJOSÉ MAURÍCIO POR ALFREDO TAUNAY

Alfredo Maria Adriano d’Escragnolle Taunay (Rio de Janeiro, 22/02/1843 – 25/01/1899), mais conhecido como Visconde de Taunay, foi o escritor responsável pelo primeiro livro dedicado a um dos mais significativos compositores brasileiros: o Padre José Maurício Nunes Garcia (Rio de Janeiro, 22/09/1767 – 18/04/1830). Mas foi uma longa história até esse livro chegar às lojas e até nós.

Alfredo Taunay não conheceu Nunes Garcia, pois nasceu 13 anos após o falecimento desse compositor sacro, mas vivenciou um período no qual sua música ainda era bastante executada nas cerimônias religiosas nas igrejas do Rio de Janeiro. Encantado com as composições do padre mestre, Taunay empreendeu várias iniciativas para tentar salvá-la do esquecimento, entre elas uma campanha para tentar imprimi-las, na década de 1890, mas que resultaram apenas na impressão de seu Requiem de 1816, pela Casa Bevilacqua, em 1897.

Mas essa campanha teve alguns outros resultados: outra das importantes ações de Alfredo Taunay foi a realização de intensas pesquisas biográficas sobre José Maurício Nunes Garcia, que resultaram em vários artigos publicados no Rio de Janeiro, especialmente na Revista Brasileira, entre 1895-1896, e no Jornal do Comércio, entre 1896-1898.

Três décadas após o falecimento do Visconde de Taunay, seu filho, o historiador catarinense Afonso d’Escragnolle Taunay, resolveu organizar os inúmeros artigos do pai sobre José Maurício Nunes Garcia, para publicá-los em um único volume, por ocasião do centenário do falecimento do compositor carioca, em 1830. O enorme trabalho de Afonso Taunay, que requereu ainda a consulta de outros textos sobre o assunto, para completar lacunas e corrigir imprecisões, resultou no livro Uma grande glória brasileira: José Maurício Nunes Garcia (São Paulo: Melhoramentos, 1930).

No mesmo ano, Afonso Taunay e o editor Walther Weiszflog também uniram a esse livro os textos que Alfredo Taunay havia escrito sobre o compositor de óperas Antônio Carlos Gomes (Campinas, 11/07/1836 – Belém, 16/09/1896), para lançar, no mesmo ano, o livro Dois artistas máximos: José Maurício e Carlos Gomes (São Paulo: Melhoramentos, 1930). Esses dois livros ajudaram a reacender o interesse sobre Nunes Garcia e Carlos Gomes, demonstrando que somente as ações apaixonadas de homens como os que trabalharam nessas edições são capazes de preservar a memória musical brasileira do esquecimento, pois quase nenhum setor nos nossos sistemas de governo são conscientes da importância dessa preservação.

Uma grande raridade, o livro Uma grande glória brasileira: José Maurício Nunes Garcia, de Alfredo Taunay (Visconde de Taunay), organizado por seu filho Afonso Taunay em 1930, foi digitalizado pela primeira vez pelo Avicenna do PQP Bach, a partir do seu exemplar pessoal, e agora disponibilizado online, em um mais um gesto característico do seu altruísmo e interesse na difusão do patrimônio histórico-musical brasileiro. Com isso podemos usufruir um raro texto escrito no final do século XIX sobre o compositor brasileiro José Maurício Nunes Garcia, que requereu muitas mãos e muita dedicação para chegar até nossa casa como um presente.

Valeu, Seu Alfredo, Seu Afonso e Seu Avicenna, os três grandes ‘A’s que nos ajudaram a manter vivo no Brasil o interesse pela música de José Maurício Nunes Garcia, um dos maiores compositores brasileiros e latino-americanos de nossa história, e um dos mais importantes autores de música sacra em todo o mundo!

Prof. Paulo Castagna
[email protected]

_----------hklhjkhLivro “Uma grande glória brasileira: José Maurício Nunes Garcia”

Autor: Alfredo Maria Adriano d’Escragnolle Taunay (Rio de Janeiro,1843-1899), mais conhecido como Visconde de Taunay.

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Saiba muito mais sobre a vida e obra de José Mauricio no site www.josemauricio.com.br/

Avicenna

PS: –  Personagem importante desta história é o nosso amigo e colega Bisnaga. Ele comprou este livro num sebo online e deu como endereço o da minha casa !  Valeu, Seu Bisnaga!!!