Johannes Brahms (1833-1897) – Piano Concerto nº1 in D Minor, op. 15 – Curzon, Rubinstein, Beinum, Reiner, CSO, Concertgebow Orchestra

coverNão se trata de um comparativo, são apenas duas gravações históricas de um dos maiores concertos para piano já compostos, o de nº 1 de Brahms. E só tem fera aqui: Arthur Rubinstein com Fritz Reiner e a Chicago Symphony e Sir Clifford Curzon com a Concertgebow Orchestra, regida por Eduard van Beinum. Curiosamente as duas gravações são do mesmo ano, 1953, ou seja, ambas foram gravadas ainda em Mono. Mas a qualidade da remasterização é muito boa, os senhores nem vão sentir muito a diferença.

folderPor falar em diferença, a qualidade da interpretação é de tão alto nível que é quase impossível encontrar um ‘vencedor’. Os anos de Fritz Reiner frente à Sinfônica de Chicago elevaram o nível desta orquestra ao nível das melhores orquestras européias, e aqui a comparação é inevitável com a Orquestra do Concertgebow, de Amsterdam. Altíssimo nível, volto a repetir. Rubinstein é Rubinstein, e para mim sempre será o maior pianista do século XX, mas Sir Clifford Curzon também frequentou este patamar de qualidade e excelência.

Estes quatro dinossauros nos proporcionam aqui momentos de puro prazer e introspecção, pois conseguem extrair deste concerto aqueles principais elementos que o elevaram como um dos mais belos e perfeitos concertos para piano já compostos.

Então, vamos ao que viemos.

01. Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15 I. Maestoso
02. Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15 II. Adagio
03. Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15 III. Rondo. Allegro non troppo

Arthur Rubinstein – Piano
Chicago Symphony Orchestra
Fritz Reiner – Conductor

Sir Clifford Curzon – Piano
Concertgebow Orchestra, Amsterdam
Eduard van Beinum – Conductor

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Robert Schumann (1810-1856) – Piano Quintet in E Flat major, op 44, Johannes Brahms (1833-1897) – Piano Quintet in F Minor, op. 34

51-ClBI6z3L._SX258_BO1,204,203,200_E já que estamos passando meio que por um surto camerístico brahmsiano resolvi trazer esse CD com duas obras primas nas mãos mais que competentes de um grupo de jovens músicos que dão um show de sensibilidade, técnica e virtuosismo. Um discaço, sem dúvidas.
Creio que a primeira obra de câmara que ouvi em minha vida tenha sido exatamente esse Quinteto para Piano de Schumann, em um radinho de pilha, há quase quarenta anos atrás. Lembro que fiquei com aquele sobrenome na cabeça, e a melodia do primeiro movimento já ficou registrada na memória. Muitos anos depois, quando finalmente comprei uma gravação da obra, imediatamente me vieram a mente aquele período de vacas magras, quando meu pai, mesmo aposentado, tinha de ralar em outro emprego para sustentar a casa. Sei do sacrifício que foi para ele comprar aquele radinho de pilha para eu poder ouvir música, pois sabia como eu adorava ouvir música.

01. 01 Schumann – Piano Quintet – I. Allegro brillante
02. 02 – II. In modo d’uina marcia, Un poco largamente
03. 03 – III. Scherzo – Molto vivace
04. 04 – IV. Allegro ma no troppo
05. 01 Brahms – Piano Quintet – I. Allegro ma non troppo
06. 02 – II. Andante, un poco adagio
07. 03 – III. Scherzo (Allegro) & Trio
08. 04 – IV. Finale

Leif Ove Andsnes – Piano
Artemis Quartet:
Natalia Prischepenko, Heime Müller – Violins
Volker Jacobsen – Viola
Eckart Runge – Cello

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Johannes Brahms (1833-1897) – The Violin Sonatas – Yuja Wang & Leonidas Kavakos

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Adoro estas sonatas. São de um lirismo profundo, elas calam fundo na alma. Dentro da produção musical de Brahms, talvez estas obras sejam as que mais me emocionam. Brahms tinha uma incrível capacidade de extrair o máximo do mínimo, e nunca sobram notas, elas são exatas, perfeitas, estão exatamente onde deveriam estar.
Fiz uma brincadeira há alguns anos atrás, postando duas versões com duas das grandes violinistas da atualidade, Mutter e Mullova. Depois disso, meio que me recolhi, e não trouxe mais outras versões, até agora.
Sempre digo que para se tocar Brahms é preciso suar sangue, se jogar totalmente de corpo e alma,não apenas seguir as notas na partitura. Talvez seja isso que falte nesta gravação da dupla Kavakos & Wang, excelentes instrumentistas desta nova geração que começa a despontar, mas que ainda precisam de longos anos de estrada para mostrar efetivamente a força necessária para se tocar estas obras. Com isso não quero dizer que o CD não seja excelente, talvez seja a abordagem feita que tenha me deixado um pouco perturbado, talvez sua delicadeza excessiva em determinadas passagens que creio que precisem efetivamente de mais sangue, suor e lágrimas o que tenha me deixado incomodado. Ou talvez seja assim mesmo que se deva tocar, não sei.
Espero que esta gravação seja do agrado dos senhores.

1. Scherzo from F-A-E Sonata
2. I. Vivace ma non troppo
3. II. Adagio
4. III. Allegro molto moderato
5. I. Allegro amabile
6. II. Andante tranquillo Vivace Andante Vivace di più Andante – Vivace
7. III. Allegretto grazioso
8. I. Allegro
9. II. Adagio
10. III. Un poco presto e con sentiment
11. IV. Presto agitato
12. Wiegenlied: Lullaby

Leonidas Kavakos – Violin
Yuja Wang – Piano

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Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violino (completas)

Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violino (completas)

Uma importante gravação do passado. Ultra-romântico, o violinista de lentes grossas Wolfgang Schneiderhan carregava em cores pouco utilizadas em nossos dias. O cara foi spalla da Orquestra Filarmônica de Viena e mantinha, paralelamente, uma carreira solo.. Esqueçamos seu passado no Partido Nazista. Afinal, entrou na coisa aos 15 anos, em 1940. Engraçado como, em outra gravação, Ferenc Fricsay deixou  Schneiderhan mais calmo do que ele aparece aqui, fazendo berrar seu violino com a utilização de uma força descomunal. Devia ter calosidades nas mãos. Mas o resultado é bom, mas só depois que paramos de rir de certos exageros.

Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violino (completas)

1 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.1 in G, Op.78 – 1. Vivace ma non troppo 10:39
2 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.1 in G, Op.78 – 2. Adagio 7:47
3 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.1 in G, Op.78 – 3. Allegro molto moderato 7:55

4 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.2 in A, Op.100 – 1. Allegro amabile 8:01
5 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.2 in A, Op.100 – 2. Andante tranquillo – Vivace – Andante – Vivace di più – Andante vivace 5:46
6 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.2 in A, Op.100 – 3. Allegretto grazioso (Quasi andante) 5:06

7 Brahms: Sonata for Violin and Piano No 3 in D minor, Op.108 – 1. Allegro 7:28
8 Brahms: Sonata for Violin and Piano No 3 in D minor, Op.108 – 2. Adagio 4:50
9 Brahms: Sonata for Violin and Piano No 3 in D minor, Op.108 – 3. Un poco presto e con sentimento 2:37
10 Brahms: Sonata for Violin and Piano No 3 in D minor, Op.108 – 4. Presto agitato 5:40

11 Brahms: Scherzo in C minor for violin & piano (from the FAE-Sonata) 5:28

Wolfgang Schneiderhan, violino
Carl Seeman, piano

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Wolfgang Schneiderhan: enxergava mal, mas era romântico pra caralho.
Wolfgang Schneiderhan: enxergava mal, mas era romântico pra caralho.

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 4

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 4

Um gravação decepcionante do grande Dudamel. Um Brahms frouxo e bastante sem graça este realizado pela orquestra norte-americana do venezuelano. Ficou tudo muito parecido com o time do Inter, que ronda a área adversária sem penetrar. Deixemos estas lentidões para quem sabe, alguém tipo Celibidache ou Ademir da Guia. Na boa, não me caiu bem esta versão.

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 4

1 Brahms: Symphony No.4 In E Minor, Op.98 – 1. Allegro non troppo 14:02
2 Brahms: Symphony No.4 In E Minor, Op.98 – 2. Andante moderato 12:15
3 Brahms: Symphony No.4 In E Minor, Op.98 – 3. Allegro giocoso – Poco meno presto – Tempo I 6:22
4 Brahms: Symphony No.4 In E Minor, Op.98 – 4. Allegro energico e passionato – Più allegro 11:46

Los Angeles Philharmonic
Gustavo Dudamel

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Um Brahms meio caído, né, Dudamel?
Um Brahms meio caído, né, Dudamel?

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Sonata para Piano Nº 3, Op. 5 / 6 Peças para piano, Op. 118

Johannes Brahms (1833-1897): Sonata para Piano Nº 3, Op. 5 / 6 Peças para piano, Op. 118

Brahms era muito jovem quando escreveu seu Op. 5. Tinha 20 anos. Imagino que esta notável obra tenha sido mostrada ao casal Clara e Robert Schumann, os quais o chamaram de gênio logo no primeiro encontro.  Schumann foi o maior divulgador do jovem Brahms, um compositor que parece já ter nascido maduro, como prova esta obra de arquitetura clássica e espírito romântico. Grimaud também era jovem quando gravou a Sonata. Tinha 23 anos. Ora, alguns precisam de amadurecimento maior, outro não. Grimaud precisou. Hoje, ainda jovem aos 45 anos, a pianista francesa poderia enfrentar muito melhor o Op. 3 do que quando o fez, há mais de 20 anos. Mas vale a audição.

Ah, para esta Sonata, indico Radu Lupu.

Johannes Brahms (1833-1897): Sonata para Piano Nº 3, Op. 5 / 6 Peças para piano, Op. 118

1 Sonata For Piano No. 3 in F Minor, Op. 5: I. Allegro maestoso 9:40
2 Sonata For Piano No. 3 in F Minor, Op. 5: II. Andante espressivo 10:56
3 Sonata For Piano No. 3 in F Minor, Op. 5: III. Scherzo: Allegro energico 4:42
4 Sonata For Piano No. 3 in F Minor, Op. 5: IV. Intermezzo: Andante molto 3:32
5 Sonata For Piano No. 3 in F Minor, Op. 5: V. Finale: Allegro moderato ma rubato 7:22

6 6 Klavierstucke, Op. 118 – I. Intermezzo in A Minor 1:56
7 6 Klavierstucke, Op. 118 – II. Intermezzo in A Major 5:57
8 6 Klavierstucke, Op. 118 – III. Ballade in G Minor 3:27
9 6 Klavierstucke, Op. 118 – IV. Intermezzo in F Minor 2:32
10 6 Klavierstucke, Op. 118 – V. Romanze in F Major 3:58
11 6 Klavierstucke, Op. 118 – VI. Intermezzo in E-Flat Minor 5:01

Hélène Grimaud, piano

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Até eu já fui jovem, Hélène
Até eu já fui jovem, Hélène

PQP

Johannes Brahms (1833-1897) – Piano Quartet no.1 in G minor op.25, Ballades op10 – Emil Gilels, Amadeus Quartet

31WF6CF5ARLDia destes nosso precário SAC  recebeu uma solicitação de postagem deste genial quarteto brahmsiano e repassou ao grupo. Respondi que tinha mas não sabia onde estava (quem acompanha o blog sabe que há anos prometo que vou organizar melhor meu acervo, mas tá difícil). Porque hoje é feriado, resolvi fuçar um antigo HD externo para procurar alguma coisa para postar quando, de repente, não mais que de repente, encontro a famigerada, antológica e histórica gravaçáo do Amadeus Quartet com o sensacional pianista Emil Gilels deste bendito Quarteto para Piano, op. 25. Então aí está. Só tem fera nessa gravação, repito, antológica e histórica. É daqueles discos que devem estar sempre acessíveis, para aqueles momentos de solidão. Brahms, como poucos outros compositores, soube expressar as angústias existenciais do ser humano.
Mas chega de conversa de botequim, e vamos ao que viemos, afinal tenho um dia inteiro de feriado para aproveitar.

01. Johannes Brahms – Piano Quartet no.1 in G minor op.25 I. Allegro
02. Johannes Brahms – Piano Quartet no.1 in G minor op.25 II. Allegro ma non troppo
03. Johannes Brahms – Piano Quartet no.1 in G minor op.25 III. andante con moto
04. Johannes Brahms – Piano Quartet no.1 in G minor op.25 IV. Rondo alla Zingarese Presto
05. Johannes Brahms – Ballades op10 1. Andante
06. Johannes Brahms – Ballades op10 2. Andante
07. Johannes Brahms – Ballades op10 3. Intermezzo. Allegro
08. Johannes Brahms – Ballades op10 4.Andante con moto

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Kyung Wha Chung – Con Amore

coverKyung Wha Chung é uma violinista coreana, que foi uma criança prodígio, encantando a todos com seu talento, e conquistando os Estados Unidos antes dos vinte anos e depois disso, o mundo. Suas gravações pelo selo DECCA venderam milhões de cópias, elevando-a ao topo dos grandes músicos do século XX.

Esse CD que ora vos trago é uma coletânea de peças de diversos autores, como Brahms, Elgar, Kreisler, entre outros. É uma excelente amostra do talento e do virtuosismo da pequena coreana, pequena no tamanho mas gigante no talento. Ouçam o Noturno de Chopin, faixa 11, e depois me digam se não tenho razão.

1  Kreisler – La Gitana
2 Kreisler – Liebesleid
3 Poldini – Dancing Doll
4 Wieniawski – Scherzo-Tarantella
5 Elgar – Salut d’amour
6 Elgar – La Capricieuse
7 Tchaikovsky – Valse sentimentale
8 Kreisler – Praeludium und Allegro
9  Novacek – Moto perpetuo
10 Debussy – Beau soir.
11 Chopin – Nocturne in C sharp minor
12 Wieniawski – Caprice in A minor
13 Gossec – Gavotte
14  Kreisler – Liebesfreud
15 Chaminade – Serenade espagnole
16  Saint-Saens – Caprice
17 Brahms – Hungarian Dance No.1

Kyung Wha Chung – Violin
Phillip Moll – Piano

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Johannes Brahms (1833-1897) – Piano Concertos nº 1 & nº 2 – Freire, Chailly, Gewandhaus

FrontEsse CD foi postado há muito tempo, lá nos primórdios do blog, em 2007, olha só. Ele recém tinha sido lançado no mercado. Houve diversas solicitações para a reativação de seu link, mas sabem como é, acabamos deixando de lado. Mas acho que é um CD indispensável, daqueles fundamentais e obrigatórios na cdteca de qualquer pessoa que admira Brahms e seus adorados concertos para piano, como é o caso desse que vos escreve.
Já falei diversas vezes de minha relação com essas obras, principalmente com o Concerto de nº 2, uma das obras primas de Brahms, e um dos maiores concertos já compostos para o instrumento. A magnitude de tais obras merecem, consequentemente, intérpretes à sua altura. Brendel, Gilels, Kovacevich entre tantos outros já deixaram sua marca pessoal. Então nosso querido Nelson Freire resolveu chamar seu amigo Riccardo Chailly para acompanhá-lo na difícil missão de gravar os dois concertos. A orquestra escolhida é uma das melhores que existem, a do Gewandhaus de Leipzig, orquestra que dispensa comentários. A cumplicidade entre esse trio resultou numa das melhores gravações já realizadas destas obras.
Nelson Freire naquela altura de sua vida e de carreira, não precisava provar mais nada para ninguém, mas sentou-se em frente ao piano e entregou-se de corpo e alma. E é isso que essas obras pedem: sangue, suor e se possível for, lágrimas. Impossível não se emocionar com os vaivéns emocionais que estas obras proporcionam.

Então vamos ao que viemos.

P.S. Essa gravação está relacionada nas TOP 10 Piano Concertos  with Highly recommended recordings da revista Grammophone.

 

CD 1

01. Brahms Piano Concerto No.1 in D minor, Op.15 – I. Maestoso
02. Brahms Piano Concerto No.1 in D minor, Op.15 – II. Adagio
03. Brahms Piano Concerto No.1 in D minor, Op.15 – III. Rondo. Allegro non troppo

CD 2

01. Brahms Piano Concerto No.2 in B flat major, Op.83 – I. Allegro non troppo
02. Brahms Piano Concerto No.2 in B flat major, Op.83 – II. Allegro appassionato
03. Brahms Piano Concerto No.2 in B flat major, Op.83 – III. Andante
04. Brahms Piano Concerto No.2 in B flat major, Op.83 – IV. Allegretto grazioso

Nelson Freire – Piano
Gewandwhausorchester Leipzig
Riccardo Chailly – Conductor

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J. Brahms (1833-1897) & J. Joachim (1831-1907): Concertos para Violino

J. Brahms (1833-1897) & J. Joachim (1831-1907): Concertos para Violino

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O húngaro Joseph Joachim é uma figurinha comum nas capas de discos. O cara escreveu notáveis cadenze para uma infinidade de Concertos para Violino românticos e clássicos. Muita gente as usa. Além de violinista, foi regente, compositor e professor. Grande amigo e intérprete de Schumann e de Brahms, foi um dos mais influentes instrumentistas de seu tempo. A carreira de Joachim foi profundamente marcada pela amizade com Brahms. A colaboração entre os dois músicos foi benéfica para ambos. A obra mais signficativa dessa amizade é seguramente este Concerto para Violino de Brahms, claro. Na composição desse concerto, Brahms foi muito auxiliado por Joachim, especialmente no tocante à técnica violinística. A cadenza do concerto foi escrita por Joachim, para variar. E há mais de uma escrita por ele.

Curiosidade: parece que sua mullher plantou-lhe um belo par de cornos… O maravilhoso Concerto Duplo para Violino, Violoncelo e Orquestra de Brahms, só existe porque… Bem, em 1884, Joachim e sua mulher se separaram depois que ele se convenceu que ela mantinha uma relação com o editor de Brahms, Fritz Simrock. Brahms, certo de que as suposições do violinista eram reles paranoias, escreveu uma carta de apoio a Amalie, que mais adiante ela usará como prova no processo de divórcio que Joseph movia contra ela. O fato motivou um esfriamento das relações de amizade entre Joachim e Brahms, que depois foram restabelecidas quando Brahms escreveu o Concerto Duplo e o enviou a Joachim para fazer as pazes. Em suma, o Concerto Duplo só existe em função dos cornos que Amalie pôs em Joseph Joachim. PQP Bach é Cultura! Porém, não misturem as coisas, Joachim foi traído, mas era um monstro em seu instrumento.

Por exemplo, em Berlim, no dia 17 agosto de 1903, o músico gravou um disco para a Gramophone Company (G&T), que chegou à nossa época como uma fascinante fonte de informações sobre o estilo violinístico do século XIX. Joachim foi o primeiro violinista a fazer uma gravação sonora. Sim, ele não era moleza.

Mas, bem, o disco ora postado abre com um Concerto para Violino e Orquestra de Joachim. Olha, se lhe sobravam galhos na testa e talento para executar peças de outros, faltava-lhe a centelha que faz de um ser humano normal um compositor. O Concerto, de quase 50 minutos, não é mau, mas também não é lá essas coisas. O que é legal neste CD duplo é que a excelente violinista Rachel Barton Pine faz quase uma tese sonora explorando a obra de dois amigos, pois também coloca versões alternativas das cadenze. Versões de Joachim e dela. Sim, Joachim e suas cadenze foram imortalizados, ele grudou-se para sempre à obra de Brahms, Beethoven e outros. Quanto à Barton Pine, o futuro dirá. Bobagem comentar o Concerto de Brahms. A gente só precisa ouvir. É impecável, perfeito, incrível.

J. Brahms (1833-1897) & J. Joachim (1831-1907): Concertos para Violino

Joseph Joachim: Violin Concerto in Hungarian Style in D minor, Op. 11
1. Joachim: Violin Concerto: 1st mvmt.: Allegro un poco maestoso
2. Joachim: Violin Concerto: 2nd mvmt.: Romanze: Andante
3. Joachim: Violin Concerto: 3rd mvmt.: Finale alla Zingara: Allegro con spirito

Johannes Brahms: Violin Concerto in D Major, Op. 77
4. Brahms: Violin Concerto: Allegro non troppo
5. Brahms: Violin Concerto: 1st mvmt. cadenza (by Joachim)
6. Brahms: Violin Concerto: 2nd mvmt.: Adagio
7. Brahms: Violin Concerto: 3rd mvmt.: Allegro giocoso, ma non troppo vivace
8. Cadenza by Rachel Barton-end of 1st mvmt. (Bonus Track)

Rachel Barton Pine, Violino
Chicago Symphony Orchestra
Carlos Kalmar

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Rachel Barton Pine esteve em Porto Alegre em 2013. Foi inesquecível.
Rachel Barton Pine esteve em Porto Alegre em 2013. Foi inesquecível.

PQP

Johannes Brahms (1833-1897) – Symphony No.4 in E minor, Op.98 – Haitink, LSO

frontVamos então completar a série, trazendo a 4ª Sinfonia de Brahms, outra obra prima do genial alemão, o maior dos compositores do romantismo alemão.
E mais uma o que ouvimos aqui é uma aula de interpretação de Bernard Haitink, regendo a London Symphony Orchestra ao vivo, no Barbican Theater em Londres. Já comentamos essa sinfonia em outras ocasiões, por isso nem perderei o seu e o meu tempo com maiores detalhes. Só direi o seguinte: vale cada minuto gasto com o download. Aqui temos uma versão mais contida, não tão intensa como a que Bernstein gravou com a Filarmônica de Viena no final de sua vida,  mas Haitink é macaco velho nesse repertório, e nos oferece uma visão mais intimista, eu diria.
E vamos que vamos, pois o tempo urge.

1. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – I. Allegro non troppo
2. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – II. Andante moderato
3. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – III. Allegro giocoso
4. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – IV. Allegro energico e passionato

London Symphony Orchestra
Bernard Haitink – Conductor

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Johannes Brahms (1833-1897): Rapsódia para Contralto Op.53 – Sinfonia nº 3 – Jessye Norman – Riccardo Muti

Dia desses fui baixar aqui no PQP as outras duas obras de Brahms que mais amo: os trios para trompa-violino-piano e para clarinete-cello-piano – e aí pensei: quantas versões será que temos aqui no blog da terceira integrante da trinca? – me referindo à Rapsódia para Contralto, Coro Masculino e Orquestra, Op.53. Fui verificar, e para meu choque encontrei nenhuma!

Aí surge o mistério: onde foi que eu consegui, há uns anos, o arquivo que compartilho aqui com vocês? De alguma uma postagem do próprio PQP, retirada do ar? Ou de outra fonte? Bem, na verdade isso pouco importa, desde que a Rapsódia passe a estar disponível – e não será numa versão qualquer: é com o belo timbre e interpretação sensível ao texto de Jessie Norman.

A esta altura os senhores devem estar se perguntando por que estou falando só dessa obra “menor”, de 12 minutos, e não da sinfonia. O fato é que a expressividade concisa da tal rapsódia me encanta: acho que ela dá o seu recado com intensidade e sem nenhum desperdício de meios. Já a sinfonia… bom, eu também acho bonita, mas… tem uma coisa engraçada que talvez tenha a ver com a aproximação dos 60 anos deste monge: já não experimento o mesmo encanto em massas sonoras como quando era jovem. Inclusive, no caso específico de Brahms, às vezes a movimentação frenética de massas de violinos em tessitura muito aguda parece ter passado a me cansar mais que encantar. E aí não tenho como não me lembrar da seguinte passagem de Hermann Hesse:

Na planície vimos um ancião de aspecto respeitável, de longa barba, e rosto aflito, que conduzia um exército poderoso de uns dez mil homens todos vestidos de preto. Parecia estar confuso e desesperado, e Mozart disse:
— Veja, é Brahms. Aspira à redenção, mas custará muito a alcançá-la.
Soube que aqueles milhares de homens vestidos de preto eram seus cantores e executantes daquelas vozes e notas que, segundo o juízo divino, haviam sido desnecessárias e supérfluas em suas partituras.
— Orquestração demasiado pesada, vasto material desperdiçado — observou Mozart.
Em seguida vimos à frente de um grande exército, igualmente numeroso, Richard Wagner empurrado pela multidão, fatigado, arrastando-se com passos vacilantes.
— Em minha juventude — observei com tristeza — esses dois músicos eram tidos como os mais extremos contrastes que se podia conceber.
Mozart sorriu.
— Sim, é sempre assim. Tais contrastes, vistos a certa distância, sempre tendem a apresentar sua crescente similitude. A instrumentação excessiva não foi, na verdade, uma falha pessoal de Wagner ou de Brahms; era um defeito de sua época.
— Como? E tiveram de pagar tão duramente por isso? — exclamei em tom de protesto.
— Naturalmente. A lei segue seu curso. Depois de pagar a culpa de seu tempo, ver-se-á se a culpa pessoal merece alguma redenção.
— Mas nenhum dos dois teve culpa?
— Certamente que não. Não tiveram culpa, como tampouco Adão teve culpa de haver comido a maçã e nem por isso deixou de pagar pelo pecado.
— Mas isso é terrível.
— Sem dúvida, a vida é sempre terrível. Nada podemos fazer em contrário e, não obstante, somos responsáveis. Mal se nasce já se é culpado. O senhor deve ter recebido instrução religiosa muito particular para desconhecer tais dogmas. (…)

Hermann Hesse, O Lobo da Estepe.
Tradução de Ivo Barroso, Editora Record, p.209.

E já que enveredamos por literatura, nossa rapsódia tem texto. E, se tem texto, do que é que ele fala? O texto são três estrofes de Goethe que devem ter falado pessoalmente ao sujeito pouco social e às vezes depressivo que Brahms parece ter sido. São extraídas da “Viagem ao Harz no Inverno”, poema que Goethe escreveu depois de visitar um jovem que vivia nessa região montanhosa e inóspita da Alemanha, e teria entrado em depressão depois de ler o seu romance Os sofrimentos do jovem Werther. Transcrevo aqui uma tentativa de tradução das 3 estrofes em questão – enquanto o poema original e na íntegra vai em PDF no download:

[5] Mas esse, ali à parte, quem é?
No matagal a sua trilha se perde,
Atrás dele os arbustos
Se juntam,
O capim se re-ergue,
O ermo o engole.

[6] Ah, quem sanará as dores daquele
para quem bálsamo virou veneno?
Que da plenitude do amor
se embebeu de ódio pela humanidade?
Antes desprezado, agora desprezador,
Em egoísmo insaciável
Consome secretamente
Seu próprio valor.

[7] Se houver no teu saltério,
Ó pai do amor,
Um tom que seu ouvido perceba,
Renova, então, o seu coração!
Abre seu olhar obnubilado
Para as mil fontes
Ao lado dos que passam sede
No deserto!

JOHANNES BRAHMS:
SINFONIA Nº 3 Op.90 (1883)
RAPSÓDIA PARA CONTRALTO, CORO MASCULINO E ORQUESTRA Op.53 (1869)
sobre trechos do poema Harzreise im Winter, de J.W. von Goethe

01. Symphony No.3 In F, Op.90: 1. Allegro con brio
02. Symphony No.3 In F, Op.90: 2. Andante
03. Symphony No.3 In F, Op.90: 3. Poco allegretto
04. Symphony No.3 In F, Op.90: 4, Allegro
05. Rhapsody for Contralto, Male Chorus And Orchestra (Alto Rhapsody) Op. 53

Philadelphia Orchestra & Choral Arts Society of Philadelphia
Riccardo Muti, regente. Jessye Norman, soprano dramático.
Sean Deibler, maestro do coro.
Gravado em abril de 1989. CD lançado em 1990.

. . . . . . . BAIXE AQUI – download here

Ranulfus

Johannes Brahms (1833-1897) – Serenade No.2 in A major, Op.16, Symphony No.3 in F major, Op.90 – Haitink, LSO

81HWX9JtnXL._SL1415_O terceiro CD do ciclo das Sinfonias de Brahms regidas por Bernard Haitink traz uma obra que pouco apareceu por aqui, a Serenata nº 2 e a maravilhosa Sinfonia nº 3, uma das mais belas sinfonias já compostas. Já comentei em postagem anterior que sou suspeito para falar destas sinfonias, as considero o supra sumo do gênero. Alguém também comentou que considera as quatro sinfonias como sendo uma só sinfonia, sendo cada uma delas um movimento. Vejo uma certa lógica nesta colocação. Para melhor exemplificar sugiro ouvir as quatro de uma só vez, assim podem entender melhor o que estou dizendo. A estrutura da escrita musical brahmsiana possui uma lógica que mantém uma unidade entre todas as suas obras. As sinfonias seriam uma prova disso.
Não canso de chamar Haitink de maestro lendário e mítico, e é difícil encontrar uma gravação sua que possa ser considerada de menor qualidade. O homem é um fenômeno quando falamos em consistência e coerência.
Então sugiro para esta audição que os senhores sentem-se em suas melhores poltronas para melhor apreciar essas duas obras absolutamente magníficas.

01. Serenade No.2 in A major, Op.16 – I. Allegro moderato
02. Serenade No.2 in A major, Op.16 – II. Scherzo. Vivace
03. Serenade No.2 in A major, Op.16 – III. Adagio non troppo
04. Serenade No.2 in A major, Op.16 – IV. Quasi menuetto
05. Serenade No.2 in A major, Op.16 – V. Rondo. Allegro
06. Symphony No.3 in F major, Op.90 – I. Allegro con brio
07. Symphony No.3 in F major, Op.90 – II. Andante
08. Symphony No.3 in F major, Op.90 – III. Poco allegretto
09. Symphony No.3 in F major, Op.90 – IV. Allegro

London Symphony Orchestra
Bernard Haitink – Conductor

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Johannes Brahms (1833-1897): Trio para Violino, Trompa e Piano / Trio para Clarinete, Violoncelo e Piano

Johannes Brahms (1833-1897): Trio para Violino, Trompa e Piano / Trio para Clarinete, Violoncelo e Piano

Se você ama Brahms, já deve ter visto algum CD ou vinil com este repertório. Eles costumam andar juntos. Esta não é a gravação que eu levaria para a ilha deserta — alguns andamentos do Horn Trio estão muito lentos para meu gosto –, mas é de respeito. Este Op. 40 é uma elegia dedicada à memória da mãe de Brahms — que também recebeu a dedicatória de Um Réquiem Alemão — e reúne uma combinação incomum de piano, violino e trompa. É de calma beleza. O Trio para clarinete , violoncelo e piano, Op. 114, foi uma das quatro notáveis obras de câmara para clarinete compostas de enfiada por Johannes Brahms já no final de sua vida. É uma música onde parece que todos os instrumentos e toda a humanidade está apaixonada. A obra, assim como todas as que compôs para clarinete na época, foi dedicada ao clarinetista Richard Mühlfeld. Em novembro de 1891, Mühlfeld estreou a peça com Robert Hausmann ao violoncelo e o próprio Brahms ao piano.

Johannes Brahms (1833-1897): Horn Trio / Clarinet Trio

1. Trio for Violin, Horn and Piano in E-Flat Major, Op. 40: I. Andante – Poco piu animato 9:09
2. Trio for Violin, Horn and Piano in E-Flat Major, Op. 40: II. Scherzo: Allegro – Molto meno allegro – Allegro 8:13
3. Trio for Violin, Horn and Piano in E-Flat Major, Op. 40: III. Adagio mesto 8:27
4. Trio for Violin, Horn and Piano in E-Flat Major, Op. 40: IV. Finale: Allegro con brio 6:47

5. Clarinet Trio in A Minor, Op. 114: I. Allegro 8:48
6. Clarinet Trio in A Minor, Op. 114: II. Adagio 8:22
7. Clarinet Trio in A Minor, Op. 114: III. Andantino grazioso 5:08
8. Clarinet Trio in A Minor, Op. 114: IV. Allegro 4:55

The Borodin Trio:
Luba Edlina, piano
Rostilav Dubinsky, violino
Yuli Turovsky, cello
Michael Thompson, horn
James Campbell, clarinete

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O Trio Borodin
O Trio Borodin

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Johannes Brahms (1833-1897) – 21 Hungarian Dances – Abbado,Wiener Philharmoniker [link atualizado 2017]

510Jnb58ajLDia destes postei estas mesmas Danças Húngaras de Brahms com as Irmãs Labèque, na versão para dois pianos, e foi muito bem recebida, já tendo inclusive passado a marca dos 200 downloads.

Resolvi então trazer a versão orquestral, na excepcional gravação que Claudio Abbado realizou nos anos 80 com a Filarmônica de Viena. É deliciosa, para dizer o mínimo. Trata-se de música alegre, festiva, que nos deixa com vontade de sair dançando, além de melodias fáceis de guardar, o que nos faz ficar cantarolando-as o resto do dia.

Como já comentei anteriormente, estou sem muito tempo hábil para me dedicar ao blog, devido a compromissos profissionais. Estarei um tanto quanto ausente até o final de outubro, vou tentar deixar agendada o número de posts, para não sobrecarregar o nosso querido PQPBach, ainda mais agora que nosso Mestre de Avis pediu afastamento, e o Bisnaga está envolvido com seus estudos.

Mas hoje é domingo, e essa música é para nos alegrar o dia. Aproveitem o dia, então.

1-21 – Hungarian Dances

Wiener Philharmoniker
Claudio Abbado – Conductor

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Katia & Marielle Labèque – Piano Fantasy – Music for 2 pianos – CD 1 de 6 – Katia & Mariele Labèque

41x6CKN3V5L._SY450_Piano Fantasy é uma espécie de coletânea das irmãs Labèque nos tempos em que gravavam pelo selo Philips. É uma grande iniciativa do selo trazer essa coleção, pois alguns destes cds estão fora de catálogo há algum tempo.

Acompanho a carreira dessas moças já há quase trinta anos, quando comprei um espetacular LP com obras de Gershwin, gravação esta felizmente presente nesta coleção. Em seguida adquiri o cd em que tocam as maravilhosas Danças Húngaras de Brahms, em sua versão para dois pianos, exatamente este cd que abre a coleção. Aliás, foi uma de minhas primeiras postagens aqui no PQPBach.

Vou trazer esta caixa aos poucos, para melhor ser apreciada. É uma pérola depois da outra.

E começo exatamente com as Danças Húngaras. Um primor a energia e vitalidade que elas conseguem extrair dessas obras. É uma interpretação digna da qualidade das obras. A cumplicidade das pianistas só poderia existir mesmo entre irmãs, Ouçam com atenção e depois me deem suas opiniões.

CD 1

1 – 21 – The 21 Hungarian Dances

Katia & Marielle Labèque – Pianos

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Katia e Marielle Labèque: beleza e talento a serviço da música
Katia e Marielle Labèque: beleza e talento a serviço da música

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Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 1 e Abertura Trágica

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 1 e Abertura Trágica

IM-PER-DÍVEL !!!

Sei, há Beethoven, Mozart, Bruckner, Mahler e Shostakovich, mas, em minha humilde opinião, esta sinfonia é a melhor que conheço. Brahms era visto como o sucessor de Beethoven e estava muito preocupado em ser digno da tradição sinfônica do mestre. Tão preocupado estava que preparou sua primeira sinfonia ao longo de mais de 20 anos. Sua composição iniciou-se em 1854 e sua finalização só ocorreu em 1876.

O maestro Hans von Bülow apelidou-a de “A Décima de Beethoven”, o que é apenas uma frase de efeito. Não pretendo desconsiderar que há uma citação da Nona de Beethoven no último movimento, porém os fatos obrigam-me a encarar isto como uma demonstração de gratidão a seu antecessor, ao qual tanto devia – ou, corrigindo, ao qual tanto devemos… Depois de anos e anos como ouvinte, afirmo tranquilamente que, até mais do Beethoven, o que há aqui é Schumann, principalmente na forma inteligente como foram desenvolvidos os elos entre os movimentos que parecem brotar logicamente um do outro. No mais, a Primeira de Brahms é uma derivação autêntica, exclusiva e original do estilo empregado por Brahms em sua música de câmara. Ademais, Brahms – que estreou sua sinfonia quarenta e nove anos após a morte de Beethoven – aborda o gênero de forma diversa, dando, por exemplo, extremo cuidado à orquestração e chegando a verdadeiros achados no segundo movimento e na introdução ao tema do último tema: aquele esplêndido solo de trompa, seguido da flauta e do arrepiante trio de trombones. Tais cuidados orquestrais evidentemente não revelam um compositor maior que Beethoven, apenas revelam que o tempo tinha passado, que Brahms já tivera contato com as orquestrações de Rimsky-Korsakov, Berlioz, Wagner, Liszt (os dois últimos eram seus inimigos), que Mahler tinha 16 anos de idade e que a Sinfonia Titã estaria pronta dali a 12 anos…

Seria idiotice dizer que tenho certeza de que tudo o que ouço nesta sinfonia está realmente lá? É que em minha opinião, Brahms resolveu apresentar nela todas as suas armas como compositor. A solidez da intrincada estrutura do primeiro movimento (Un poco sostenuto – Allegro) vem diretamente de alguns outros notáveis “primeiros movimentos” de sua música de câmara. Sua complicada estrutura rítmica e aparente rispidez causa certo desconforto a ouvintes mais acostumados a gentilezas. Sua estrutura não é nada beethoveniana, os temas são mostrados logo de cara, sem as lentas introduções de nosso homem de Bonn e nada de motivos curtos e afirmativos. Afinal, estamos ouvindo nosso homem de Hamburgo! Se o primeiro movimento demonstra toda a maestria do compositor ao lidar com diversas vozes e linhas rítmicas, o próximo é um arrebatador andante (Andante sostenuto) que parece pretender mostrar “vejam bem: além daquilo que ouviram, eu também faço melodias sublimes”. A melodia levada pelo primeiro violino ao final do andante é belíssima e inesquecível. O terceiro movimento (Un poco Allegretto e grazioso) nos diz que “além daquilo que ouviram, eu também faço scherzi divertidíssimos, viram?”. Claro que não chegamos à alegria demonstrada nos scherzi de Bruckner, porém, para um sujeito contido como foi Brahms, a terceira parte da sinfonia chega a ser uma galinhagem.

O último movimento é um capítulo à parte. É a música perfeita. Há a já citada introdução de trompas e trombones, mas há principalmente um dos mais belos temas já compostos. Meus livros estão dentro de caixas esperando por uma mudança e não posso conferir o que direi a seguir: no livro Doutor Fausto, de Thomas Mann, o personagem principal Adrian Leverkühn vende sua alma ao demônio em troca da glória e da imortalidade como compositor. Feito o negócio – no mais belo capítulo já escrito: o diálogo entre Adrian e o Demônio, que deverá estar figurando como papel de parede no lavabo de minha nova casa -, Adrian vai compor e… bem, ele acaba escrevendo uma peça muito parecida com o tema a que me refiro e a abandona. Seria este um sinal de Mann, indicando que seu personagem partiria do ponto mais alto existente para a construção de uma obra estupefaciente? Creio que sim, creio que sim. Mas, sabem?, não vou gastar meu latim descrevendo o tema que aparece aos 5 minutos do último movimento da sinfonia para ser transformado e retorcido até seu final.

Afinal, ele está aqui. A sinfonia completa está. Há versões melhores do que esta, mas o registro de Haitink é ótimo. Abbado — com uma abordagem de rispidez muito mais prussiana do que Karajan, em minha opinião por demais respeitoso – , Bernstein — que a aborda com o mais desbragado romantismo — são os campeões, em minha opinião. Os registros de Böhm e de, surpresa!, Riccardo Muti também não são nada desprezíveis.

Não é música para diletantes leigos como eu. Como a ouço há anos, posso avaliar como deve ser difícil equilibrar a rigidez formal e a imaginação melódica de uma sinfonia de orquestração complexa e que – inteiramente dentro da tradição de contrastes das sinfonias – parece pretender abarcar o mundo, mostrando-se ora imponente, ora delicada; ora jocosa, ora séria.

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 1 e Abertura Trágica

1. Symphony No. 1 in C minor, Op. 68: I. Un poco sostenuto – Allegro 13:42
2. Symphony No. 1 in C minor, Op. 68: II. Andante sostenuto 8:38
3. Symphony No. 1 in C minor, Op. 68: III. Un poco allegretto e grazioso 4:43
4. Symphony No. 1 in C minor, Op. 68: IV. Adagio – Allegro non troppo ma con brio 17:17

5. Tragic Overture in D minor, Op. 81 15:11

(Gravação ao vivo)

London Symphony Orchestra
Bernard Haitink

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PQP, é bom esse Haitink!
PQP, é bom esse Haitink!

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Johannes Brahms (1833-1897) – Violin Concerto in D major, Op.77, Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 – Oistrakh, Rostropovich, Kondrashin, MPO

Oistrakh_Rostropovich_bbcl41972Esses registros ao vivo dos concertos para violino e do concerto duplo de Brahms foram gravados no Royal Albert Hall, em 1963, do op. 77, e em 1965, do op. 102 e provavelmente foram transmitidos pelas ondas da Radio 3 da BBC. O trio principal, o violinista David Oistrakh, o violoncelista Mstislav Rostropovich e o maestro Kiryll Kondrashin, dispensa apresentações. São três gigantes do século XX, que deixaram sua marca bem registrada nos estúdios de gravação e palcos do mundo inteiro. É interessante, para não dizer que é ainda mais prazeroso ouvi-los assim, ao vivo, sem retoques. Oistrakh dominou como poucos este concerto, e na minha opinião, e a de muita gente, é o grande intérprete deste concerto no século XX. Como amigos que eram, era comum estes três realizarem excursões juntos com a Filarmônica de Moscou, sob os auspícios do próprio governo soviético, como tentativa de demonstrar a qualidade e superioridade de seus músicos (e precisava?). Curioso seria saber que acordos foram feitos para Kondrashin poder tocar o Hino da URSS em pleno Royal Albert Hall, em plena Guerra Fria.
Como todas os registros ao vivo, é comum ouvirmos tosses no meio da gravação, entre outros ruídos, ranger de cadeiras, etc. Mas tudo bem. Dá mais verossimilhança ao registro. E convenhamos, Oistrakh, Rostropovich, Kondrashin e Filarmônica de Moscou tocando Brahms ao vivo em pleno Royal Albert Hall? Quem vai reparar em ruídos, tosses ou ranger de cadeiras?
Deleitem-se, mortais.

01 – National Anthem of the USSR
02 – Brahms – Violin Concerto in D major, Op.77 – I. Allegro non troppo
03 – Brahms – Violin Concerto in D major, Op.77 – II. Adagio
04 – Brahms – Violin Concerto in D major, Op.77 – III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace
05 – Brahms – Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 – I. Allegro
06 – Brahms – Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 – II. Andante
07 – Brahms – Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 – III. Vivace non troppo

David Oistrakh – Violin
Mstislav Rostropovich – Cello
Moscow Philharmonic Orchestra
Kiryll Kondrashin – Conductor

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David Oistrakh e Mstislav Rostropovich
David Oistrakh e Mstislav Rostropovich

 

Johannes Brahms (1833-1897): Violin Concerto, Op. 77

Johannes Brahms (1833-1897): Violin Concerto, Op. 77

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O pessoal da Philips deve ter enlouquecido com esta performance ao vivo do Concerto para Violino de Brahms gravado em Tóquio, em 1992. Caso contrário, é difícil entender porque lançaram um CD de apenas 39 min. Não há nada além do concerto no CD, nadica de nada. Para mim, o que eles ouviram foi uma leitura incrível espontaneidade. Na verdade, o concerto de Brahms, parece ter importância fundamental nas vidas de Mullova e Abbado, e eles dão tudo.

Mullova vem romântica e quente, toda coleante em floreios expressivos. Nenhuma nota é menos do que bela. Normalmente, isso não é uma vantagem em Brahms, mas ela é uma baita cantora, se me entendem. Pura emoção.

Johannes Brahms (1833-1897): Violin Concerto, Op. 77

1. Allegro non troppo
2. Adagio
3. Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco piu presto

Viktoria Mullova, violino
Berlin Philharmonic Orchestra
Claudio Abbado

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Este blog ama Mullova
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Ludwig van Beethoven (1770-1827): Konzert für Klavier und Orchester No.1 C-Dur op. 15 / Johannes Brahms (1833-1897): Konzert für Klavier und Orchester No.2 B-Dur op. 83

frontGéza Anda foi um pianista húngaro que viveu apenas 55 anos mas durante estes meros 55 anos tornou-se um dos grandes nomes do seu instrumento do século XX. É dífícil encontrarmos uma gravação sua que digamos que não seja de primeira qualidade. Teve a oportunidade de vivenciar a evolução dos estúdios de gravação, da qualidade dos microfones, enfim, e do surgimento do estéreo, mas felizmente não se trancou em estúdios o tempo todo, como Glenn Gould resolveu fazer em determinada etapa de sua vida, recusando-se a fazer recitais. Ao contrário, Anda frequentava os melhores palcos do mundo, sempre acompanhado das melhores orquestras e regentes.
É o caso deste CD que ora vos trago. Géza Anda toca o primeiro concerto para piano de Beethoven, talvez o mais mozartiano de seus concertos, e o concerto favorito das multidões, meu inclusive, o Segundo Concerto de Brahms. São gravações realizadas ao vivo em dois momentos bem diferentes, o Beethoven foi gravado em 1962 e o Brahms foi gravado em 1968. A orquestra é a da Rádio Bávara, regida pelo grande Rafael Kubelik. O responsável por nos trazer tal pintura de CD é o selo alemão, Orfeo, especializado em resgatar gravações antigas, principalmente as realizadas ao vivo. Pretendo trazer outros cds deste selo, são verdadeiros tesouros escondidos ali.
Como grande mozartiano e beethovenniano que era, Anda realiza uma interpretação quase que perfeita do Primeiro Concerto de Beethoven. E mostra um Beethoven em evolução, que já está encontrando o seu estilo, e linguagem, mas que reconhece Haydn e Mozart como suas influências diretas. Existem certas passagens no Rondó final que são mozartianos em sua essência. E Anda salienta estas passagens com um fraseado perfeito.
Reza a lenda que o grande regente Wilhelm Fürtwangler o teria apelidado de “a troubadour of the piano”. Como bem analisa o comentarista que assina o libreto interno, “the term  seems to me a comprehensive sense characteristic of what was special in the playing and the nature of the Hungarian pianist. Géza Anda was a singing pianist. His touch allowed the piano to sound in a special way: it was a sound of unprecedented luminosity that allowed notes to connect and phrases to stretch”. 
Depois de nos iluminar o dia com um Beethoven quase perfeito, Anda encara o robusto e inigualável Segundo Concerto de Brahms, o favorito deste que vos escreve tantas bobagens. Depois de ouvir este concerto por mais de 25 anos, nem tenho mais o que dizer dele. Cada nota, cada compasso me parece tão perfeito, tão bem colocado, nunca sobrando nada, cada intervenção da orquestra e do piano nos traz um embate de titãs, assim como no primeiro concerto. É como se o piano e a orquestra travassem um combate, mas que no final das contas não importasse quem seria o vencedor. Anda e Kubelik encaram o desafio como dois grandes músicos que foram, ainda mais tendo a Orquestra da Rádio Bávara como cúmplice. Definitivamente, não é um desafio que qualquer um possa encarar.
Poderia me estender por horas falando sobre este CD, mas não quero vos aborrecer por mais da conta. Só tenho a lhes garantir que temos aqui dois grandes momentos, e vos deixo nas mãos mágicas de dois grandes músicos do século XX, Rafael Kubelik e Géza Anda.

Ludwig van Beethoven (1770-1827):
Konzert für Klavier und Orchester No.1 C-Dur op. 15
Johannes Brahms (1833-1897):
Konzert für Klavier und Orchester No.2 B-Dur op. 83

01 – Konzert fuer Klavier und Orchester No.1 C-Dur op. 15_ Allegro con brio
02 – Largo
03 – Rondo_ Allegro scherzando

04 – Konzert fuer Klavier und Orchester No.2 B-Dur op. 83_ Allegro non troppo
05 – Allegro appassionato
06 – Andante
07 – Allegro grazioso

Géza Anda – Piano
Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunk
Rafael Kubelik – Conductor

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Gza+Anda+0812anda
Géza Anda (1921-1976) – The troubador of the Piano

Johannes Brahms (1833-1897) – Violin Sonatas – Szering, Rubinstein

img054Fala sério, este cd com certeza estaria na minha relação de cds que eu levaria para uma ilha deserta: um primor de técnica, sensibilidade, genialidade, enfim, aliados às mais belas peças escritas para violino e piano do Romantismo.
Juntar dois medalhões do porte de Henryik Szeryng e Arthur Rubinstein poderia oferecer riscos à gravadora, afinal eram verdadeiras lendas vivas naquele momento, dois monstros consagrados. Claro que ainda existia o fator idade, Rubinstein já era septuagenário nesta época, enquanto que Szeryng estava com seus quarenta e poucos anos. Mas quando se trata de músicos deste nível isso não é problema.
Este Cd faz parte da coleção RCA Red Seal Best 100, que traz as cem principais gravações realizadas por este tradicional selo norte-americano. Também faz parte da Rubinstein Collection.
Mas chega de falar e vamos ao que interessa, afinal, não é todo dia que trarei uma verdadeira jóia da indústria fonográfica como este cd.

01 – Brahms Violin Sonata No.1 in G, Op.78 – I. Vivace ma non troppo
02 – Brahms Violin Sonata No.1 in G, Op.78 – II.

From nice !. Condition ever-so-present iron http://www.geneticfairness.org/ definitely lovely my should Brushs future.

Adagio
03 – Brahms Violin Sonata No.1 in G, Op.78 – III. Allegro molto moderato
04 – Brahms Violin Sonata No.2 in A, Op.100 – I. Allegro amabile
05 – Brahms Violin Sonata No.2 in A, Op.100 – II. Andante tranquillo
06 – Brahms Violin Sonata No.2 in A, Op.100 – III. Allegretto grazioso (quasi Andante)
07 – Brahms Violin Sonata No.3 in D minor, Op.108 – I. Allegro
08 – Brahms Violin Sonata No.3 in D minor, Op.108 – II. Adagio
09 – Brahms Violin Sonata No.3 in D minor, Op.108 – III. Un poco presto e con sentimento
10 – Brahms Violin Sonata No.3 in D minor, Op.108 – IV. Presto agitato

Arthur Rubinstein – Piano
Henryk Szeryng – Violino

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Brahms faz uma pose especial para o PQP

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“Carlinus Files” – Johannes Brahms (1833-1897) – Brahms – The Symphonies – Harnoncourt – Berliner Philharmoniker

91T3lHFTZDL._SL1400_Uma das grandes satisfações que tive com a visita do Carlinus foi a qualidade do material que tive o prazer de trocar com ele. E uma das grandes aquisições, não temo em dizer que seja a principal, foi essa belíssima caixa com as sinfonias de Johannes Brahms nas mãos de Nikolaus Harnoncourt. Um primor, como não poderia deixar de ser, ainda mais considerando o compositor, o regente e a orquestra que ele escolheu para gravar sua integral das sinfonias. Curiosamente, sempre tive dificuldade de conseguir estas gravações. Agora os meus problemas se acabaram-se, como diria o seu Creysson, e graças ao Carlinus.
Brahms nunca é demais, ainda mais quando se trata de suas sinfonias. Até agora, meus regentes favoritos para este repertório era Herr Karajan, e o bom velhinho, Günther Wand, que realizou uma das mais notáveis gravações a que tive acesso. Bernstein corria por fora, principalmente por causa de suas últimas gravações da terceira e quarta sinfonias, com a Filarmônica de Viena. Na verdade, estou ansioso para verificar o que Harnoncourt andou aprontando por aqui. Portanto, estou lhes entregando os cds como o nobre colega Carlinus me passou, inclusive os links são dele. Enjoy it.

CD 1
01. Variations on a Theme by Joseph Haydn in B Flat, Op. 56a – Chorale St. Anthony: Andante
02. Var. I_ Poco piu animato
03. Var. II. Piu vivace
04. Var. III_ Con moto
05. Var. IV_ Andante con moto
06. Var. V_ Vivace
07. Var. VI_ Vivace
08. Var. VII_ Grazioso
09. Var. VIII_ Presto non troppo
10. Finale_ Andante
11. Symphony No.1 in C Minor, Op. 68 – I. Un poco sostenuto. Allegro
12. II. Andante sostenuto
13. III. Un poco Allegretto e grazioso
14. IV. Adagio. Piu Andante. Allegro non troppo, ma con brio

CD 2
01. Symphony No.2 in D, Op. 73 – I. Allegro non troppo
02. II. Adagio non troppo
03. III. Allegretto grazioso (Quasi Andantino) Presto ma non assai
04. IV. Allegro con spirito
05. Tragic Overture in D Minor, Op. 81
06. Academic Festival Overture in C Minor, Op. 80

CD 3

01. Symphony No.3 in F, Op. 90 – I. Allegro con brio
02. II. Andante
03. III. Poco allegretto
04. IV. Allegro
05. Symphony No.4 in E Minor, Op. 98 – I. Allegro non troppo
06. II. Andante moderato
07. III. Allegro giocoso
08. IV. Allegro energico e passionato

Berliner Philharmoniker
Nikolaus Harnoncourt – Conductor

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 3 – BAIXE AQUI – DONWLOAD HERE

T985_J BrahmsCROPPED©Tully Potter
Retrato do artista enquanto gênio. Ou seria ao contrário?

 

Johannes Brahms faz 180 anos (1833-1897): Concertos para Piano e Orquestra – Gilels, Jochum, BPO

516g+OGvp5L._SX300_Envolvido com outras questões, como os 200 anos de nascimento de Wagner, e,  principalmente, com os problemas que estou tendo com minha operadora de telefonia, esqueci que um dos compositores favoritos do blog, Johannes Brahms, completaria hoje 180 anos de idade. Sim, o bom e velho Johannes está de aniversário.

O filósofo alemão Ernst Bloch, em sua obra “O Espírito da Utopia” faz a seguinte observação sobre a música de Brahms:

“Ele tem colorido: seu som orquestral tem sido comparado, não desfavoravelmente, á terra das urzes do norte da Alemanha, que de longe aparece como uma larga,monótona extensão, mas cujas cinzas, quando penetramos, subitamente se dissolvem numa miríade de pequeninas flores e partículas de cor”.

Malcolm McDonald, em sua excelente biografia de Brahms, de onde também tirei esta citação de Bloch, obrigatória para os apaixonados pela obra do compositor, assim inicia o prefácio dessa biografia:

“Brahms tinha uma forte consciência da importância de sua música, mas era menos seguro quanto a vir esta a ser entendida pela posteridade. Nos seus momentos de mais melancolia predisse que se tornaria um “mestre desprezado” e suas obras apenas um privilégio de especialistas, com as de Cherubini, que tanto admirava. Ficaria surpreso, e até um tanto constrangido, ao saber que desde sua morte nada chegou de fato a prejudicar o seu prestígio popular como um dos mestres supremos da música européia. Algumas obras podem ser menos ou mais queridas, mas de um modo geral em suas composições se mantém comodamente na principal vertente dos gêneros que ele mais enriqueceu: orquestral, de câmara, para piano, canções. (…).”

Em diversos momentos aqui no PQPBach demonstramos nossa afeição por esse gênio da música ocidental. A homenagem que ora faço, mesmo modesta, é de coração.Todos os que acompanham o blog há algum tempo sabem a admiração que tenho pelos concertos para piano do compositor, considero inclusive o segundo como o principal e melhor concerto já composto para o instrumento. E para prestar esta homenagem, resolvi trazer uma das melhores gravações que possuo, a que Emil Gilels realizou para a Deutsche Grammophon, acompanhado por Eugen Jochum, que rege a Filarmônica de Berlim. Definitivamente, trata-se de uma batalha de gigantes, onde não existem vencedores ou vencidos, apenas nós, meros e mortais ouvintes, que ficamos embevecidos com tamanha precisão, concisão e genialidade demonstradas por todas as partes envolvidas.

Sugiro também a leitura do blog de Milton Ribeiro, que ainda agora pouco, postou um belo texto em homenagem à data: http://miltonribeiro.sul21.com.br/2013/05/07/e-johannes-brahms-faz-180-anos.

Uma boa audição.

CD 1

01 Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15- Maestoso
02 Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15- Adagio
03 Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15- Rondo

CD 2

01 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Allegro non troppo
02 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Allegro appassionato
03 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Andante
04 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Allegretto grazioso
05 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 1 ‘Capricio’ in A minor
06 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 2 ‘Intermezzo’ in A minor
07 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 3 ‘Capriccio’ in G minor
08 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 4 ‘Intermezzo’ in E major
09 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 5 ‘Intermezzo’ in E minor
10 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 6 ‘Intermezzo’ in E major
11 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 7 ‘Capriccio’ in D minor

Emil Gilels – Piano
Berliner Philharmoniker
Eugen Jochum – Conductor

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Retrato do artista enquanto gênio

 

Restaurado – Beethoven / Bach / Gluck / Saint-Saëns / Brahms: Concerto Nº 4 para piano e orq. de Beethoven e outras peças (por Guiomar Novaes)

Grande Guiomar Novaes! Aqui vai ela num antigo CD de meu pai. O som não é tudo aquilo, mas a pianista é. Ela toca o concerto de Beethoven sob a regência de Otto Klemperer. Quem foi Guiomar? Abaixo uma pequena nota biográfica encontrada na internet.

Guiomar Novaes
(Pianista brasileira)
28-2-1894, São João da Boa Vista (SP)
7-3-1979, São Paulo (SP)

Como explicar o talento musical de uma pianista que começou a tocar aos 8 anos já com absoluto domínio da técnica, com poesia e precisão? Guiomar Novaes, a maior pianista brasileira e uma das maiores celebridades nos meios musicais da Europa e dos Estados Unidos no início do século XX, transfigurava-se de tal modo ao piano, tocando de forma arrebatadora, como se estivesse improvisando, que diziam parecer estar em transe ou ser a encarnação de um grande artista. Para alguns, sua genialidade era um mistério psicológico, um milagre musical. “Toca como se algum espírito estivesse soprando em seu ouvido os segredos mais profundos de toda a harmonia”, escreveu um crítico do Times, dos Estados Unidos. Nascida no interior de São Paulo, Guiomar cresceu em meio a uma família de 19 crianças e num ambiente religioso. Menina, impulsionada pelo som do piano tocado pelas irmãs mais velhas, esperava que elas deixassem o teclado para sentar-se ao banquinho e tocar até “os dedos doerem”. Antes de aprender a ler e a escrever, dominou as notas. Seu primeiro professor foi o paulista Eugênio Nogueira e, mais tarde, o italiano Luigi Chiaffarelli, com quem realizou suas primeiras apresentações, os saraus musicais, em São Paulo e, depois, no Rio de Janeiro. Em 1909, aos 15 anos, partiu para a Europa para tentar uma vaga no Conservatório de Música de Paris. Avaliada por um júri formado por célebres músicos, como Claude Debussy, Moszckowski, Widor e Lazare-Lévy, foi apontada como a candidata com os melhores dotes artísticos e obteve a vaga. No conservatório, estudou com o húngaro Isidore Phillip e conquistou o primeiro prêmio ao concluir as provas finais, em 1911, com a execução da Balada, de Chopin. Poucos meses depois de graduar-se, projetou-se no mundo musical europeu. De Paris, realizou concertos em Londres, Itália, Suíça e Alemanha. Com o advento da Primeira Guerra Mundial, mudou-se para os Estados Unidos, onde, a partir de 1915, ascendeu profissionalmente numa trajetória rara. Desde o começo uma revelação, permaneceu 62 anos brilhando nos palcos. Foi especialmente genial ao interpretar Schumann e Chopin. Além de ter sido grande divulgadora da obra de Heitor Villa-Lobos no exterior.

Beethoven / Bach / Gluck / Saint-Saëns / Brahms: Concerto Nº 4 para piano e orq, de Beethoven e outras peças (por Guiomar Novaes)

Lv Beethoven
1. Piano Conc No.4 in G, Op.58: I. Allegro moderato
2. Piano Conc No.4 in G, Op.58: II. Andante con moto
3. Piano Conc No.4 in G, Op.58: III. Rondo: Vivace

JS Bach
4. Prld in g

CW Gluck
5. Dance of the Blessed Spirits (from ‘Orpheus and Eurydice’)

C Saint-Saëns
6. Caprice sur des airs de Ballet d’Alceste

J Brahms
7. Intermezzo in b-flat, Op.117, No.2
8. Capriccio in d, Op.76
9. Waltz in A-flat, Op.39, No.15

Lv Beethoven
10. Turkish March

Guiomar Novaes, piano

No concerto de Beethoven:
Orquestra Sinfônica de Viena
Otto Klemperer

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Guiomar Novaes
Guiomar Novaes

PQP

[restaurado por Vassily em 22/5/2020]

Johannes Brahms (1833-1897) – Violin Concerto in D Minor, op. 77, Concerto for Violin, Cello and Orchestra in A minor, op. 102, “Double Concerto – Stern, Rose, Ormandy, PO

Não sei quantas gravações deste concerto de Brahms já postamos por aqui, mas quem se importa? A obra é de tal magnitude e importância na história da música que não nos importamos em ouvir o que os mais diversos intérpretes tem a nos dizer a respeito.
Se esta é a melhor gravação já realizada destes concerto, de acordo com alguns comentaristas da amazon, ficará a critério dos senhores decidir, mas em minha modesta opinião ela compete cabeça a cabeça com a gravação que David Oistrakh realizou uns quinze anos antes. Tudo está em perfeita sintonia. Não há o que se possa reclamar. Isaac Stern foi um gigante do violino do século XX, um dos maiores com certeza, e todas as gravações que ouvi dele beiravam a perfeição. E com este concerto de Brahms ele não foge à regra. Chamou Eugene Ormandy e sua Orquestra da Filadélfia, um dos melhores conjuntos orquestrais daquela época, e seu velho companheiro, o violoncelista Leonard Rose, para encararem o Concerto Duplo do mesmo Brahms. E o resultado? Não existe adjetivo para classificá-lo que possa se diferente de estupendo, imperdível. Com certeza este seria um dos cds que eu levaria para uma deserta, claro que junto com o cd do Oistrakh.

1 – Concerto for Violin and Orch. in D Major, Op. 77 _ Allegro non troppo
2 – Concerto for Violin and Orch. in D Major, Op. 77 _ Adagio
3 – Concerto for Violin and Orch. in D Major, Op. 77 _ Allegro giocoso, ma non troppo vivace
4 – Concerto for Violin, Cello & Orch. in A Minor, Op. 102 ‘Double Concerto’ _ Allegro
5 – Concerto for Violin, Cello & Orch. in A Minor, Op. 102 ‘Double Concerto’ _ Andante
6 – Concerto for Violin, Cello & Orch. in A Minor, Op. 102 ‘Double Concerto’ _ Vivace non troppo

Isaac Stern – Violin
Leonard Rose – Violoncello
The Philadelfia Orchestra
Eugene Ormandy – Conductor

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FDPBach