György Ligeti
Lontano – Concerto para Violino
Benjamin Schmid
Atmosphères – San Francisco Polyphony
Finnish Radio Symphony Orchestra
Hannu Lintu
Mais Ligeti aqui.
1968 foi um ano fora da curva. Entre tantas coisas, assistiu ao lançamento de um filme que mesmo hoje parece além do tempo – 2001, Uma Odisseia no Espaço. Stanley Kubrick sabia como poucos usar a música como um componente fundamental na construção de suas obras.
Pois foi assim, nos fins de 1960, György Ligeti morava na Alemanha e era conhecido como um importante compositor de vanguarda, quando recebeu uma carta de um amigo de Nova Iorque parabenizando-o pela música do recém lançado sucesso, o filme 2001, Uma Odisseia no Espaço. Estamos falando de um tempo no qual as notícias literalmente caminhavam. Ligeti ficou chocado e foi à première do filme em Viena. Passou ouvindo meia hora de sua própria música. Bem, houve uma disputa judicial e ao fim de seis anos a MGM pagou U$ 3500 pelo uso das músicas.
Atmosphères é uma das peças usadas por Kubrick e havia sido composta em 1961, sob encomenda da Southwest German Radio (SWF), que a estreou em 22 de outubro de 1961 sob a regência de Hans Rosbaud. A técnica usada na composição foi chamada por Ligeti de micropolifonia e o efeito obtido não passou desapercebido por Kubrick. Segundo ele, a peça foi escolhida devido à maneira que ela sugere atemporalidade. Essa peça é crucial para criar o clima de imobilidade temporal nos momentos finais do filme.
Kubrick havia enviado partituras de obras de Ligeti para o compositor ‘oficial’ do filme, para que ele compusesse algo ‘semelhante’, mas a música original acabou sendo usada (sem a permissão) mas com os devidos créditos. Apesar do estresse, a música e o nome de Ligeti ganharam audiência universal, bem além dos exotéricos círculos de interessados em música clássica contemporânea, e a obra de Kubrick pode atingir o nível artístico que tem. Posteriormente Kubrick voltou a usar música de Ligeti em seus filmes, mas com as devidas permissões.
– Mas você gostou do filme? – perguntou um jornalista…
– Sim, eu realmente gostei do filme! – respondeu Ligeti.
A outra peça desse disco é o Concerto para Violino, que foi composto entre 1989 e 1993 e incorpora elementos diversos como influências da música medieval e da renascença, passando pelo romântico e alguns estilos contemporâneos. Uma viagem no tempo. Não deixe de notar o efeito obtido do uso de ocarinas, no seu segundo movimento, e que devem ser tocadas quase em uníssono. O solista, Benjamin Schmid nasceu e estudou em Viena e no Curtis Institute, na Filadélfia. Ele ganhou importantes prêmios em concursos internacionais e se dedica bastante a música mais recente, além de interpretações do repertório mais tradicional. A Orquestra Sinfônica da Rádio Finlandesa é regida por Hannu Lintu, que tem grande interesse em música mais atual.
György Ligeti (1923 – 2006)
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- Lontano
Concerto para Violino
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- Praeludium
- Aria-Hoquet-Chorale
- Intermezzo
- Passacaglia
- Appassionato
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- Atmosphères
- San Francisco Polyphony
Benjamin Schmid, violino
Finnish Radio Symphony Orchestra
Hannu Lintu
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FLAC | 282 MB
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MP3 | 320 KBPS | 161 MB
Em 1980, Kubrick usou outra peça deste disco para uma cena de O Iluminado, desta vez Ligeti estava na companhia de Wendy Carlos, Bartók, Berlioz e Panderecki…
Author and cultural commentator Norman Lebrecht states: “Kubrick had completely altered the way music was applied in movies; no longer as an enhancement of emotion, but as a dimension in its own right.”
O Chat PQP: Uma das obras mais conhecidas de Ligeti para orquestra é “Atmosphères”. Nessa peça, Ligeti busca criar uma textura sonora densa e em constante transformação, explorando a sobreposição de camadas de som e a mudança gradual de timbres e densidades orquestrais. “Atmosphères” é uma obra marcante pela sua abordagem não linear e pelo uso de microvariações, que criam uma atmosfera etérea e misteriosa. Na outra obra, “Lontano”, ele explora a ideia de distância e evocação espacial. A peça começa com notas individuais de diferentes instrumentos, criando um efeito de distância e dispersão sonora. Gradualmente, os sons se juntam, criando uma textura sonora rica e evocativa.
Outra gravação de Atmosphères… veja como os instrumentos da orquestra são usados!
Aproveite!
René Denon