15/11/2018, 23h59, fim do dia em que nosso blog PQP Bach completou 12 anos.
Sem contar essa, hoje tivemos treze (13) esplêndidas postagens. Confiram abaixo.
Vão se divertindo, ouvindo tudo. Voltamos dia 19.
Há exatos doze anos atrás eu e PQP Bach participávamos de uma ‘comunidade’ no antigo Orkut sobre música clássica. Ali discutíamos sobre o tema e disponibilizávamos CDs. Muita gente boa participava, gente com notável conhecimento sobre o assunto e ótimos acervos discográficos. Os tempos eram outros, a qualidade da Internet era sofrível. Eram os tempos do Rapidshare, servidor de armazenamento de arquivos suíço, que pagávamos em Euro. Se não me engano, a velocidade de internet que eu tinha em casa era de no máximo 1 Mb/s, então imaginem os senhores o trabalho que eu tinha para conseguir baixar arquivos e para encaminhá-los para o servidor.
Um belo dia PQPBach entrou em contato comigo perguntando se eu teria interesse de participar de um blog especializado em música clássica, jazz e blues. Imediatamente aceitei, nem imaginando que estaria comentando sobre esta época da minha vida doze anos depois.
Muita água passou por debaixo da ponte desde então. Estava desempregado na época, um ou outro emprego sofrível, depois fiz concurso público e em um primeiro momento dei aula para o ensino fundamental e em outro momento assumi como servidor público, função que exerço até hoje e onde provavelmente irei me aposentar.
As primeiras postagens pareciam meio ingênuas, pois não sabíamos qual o formato e estilo de texto a adotar, a ideia era postarmos aquilo que estávamos ouvindo naquele momento, mas logo extrapolamos e começamos com os grandes projetos, começando com nosso Mestre Avicenna trazendo seu magnífico acervo de Musica Colonial Brasileira, nos apresentando um incrível material praticamente inédito. Lembro que o primeiro grande projeto era relativo ao maior dos compositores brasileiros, cujo nome não posso nem citar, e logo fomos impedidos de continuar, pois ficamos sujeitos a sofrer medidas judiciais por parte de seus familiares.
Muitos vieram aqui postar. O projeto iniciou com o próprio PQP Bach, eu, FDP Bach, mais Clara Schumann, que logo abandonou o barco, alegando motivos pessoais. Creio que logo vieram Avicenna, CDF, CVL, Ranulfus, Carlinus, Clara Schumann, Bisnaga, Wellbach, Ammiratore, Pleyel, Vassily Genrikhovich, Luke, Gabriel, Strava, Bluedog, etc.
Enfim, passados doze anos, ainda continuamos na batalha para disponibilizar boa música para os senhores. Já pedi para sair várias vezes, mas isso aqui é como um vício. Um vício bom, claro. Se pudesse, me dedicaria exclusivamente ao PQP Bach, mas tenho de pagar minhas contas…
Dito isso, vamos em frente.
FDP
The Fab Four: Bach, Beethoven, Mozart e Haydn comemorando os 12 anos do PQP Bach
A indumentária da versão de Nijínsky: vestuário pesado e pés para dentro
Estava quente em Paris na noite de dia 29 de maio de 1913. Durante o dia, os termômetros chegaram aos 30 graus, temperatura anormal para a primavera parisiense. Ao final da tarde, uma multidão acotovelava-se na frente do Théâtre des Champs-Élysées, onde o Balé Russo de Serguei Diághilev faria uma apresentação de gala. O público era heterogêneo, conforme descreveu Jean Cocteau:
Uma plateia da alta sociedade, elegante, de vestidos decotados, pérolas, penas na cabeça, plumas de avestruz, ternos escuros, cartolas […] ao lado, os intelectuais estetas faziam de tudo para demonstrar seu ódio a estes “elegantes”, que sentariam nos camarotes […] havia ali mil nuances de esnobismo, superesnobismo e contraesnobismo.
Todos sabiam que o empresário Diághilev gostava de escândalos. Afinal, eram lucrativos. Em comunicado à imprensa, ele dissera que preparara um novo frisson que, sem dúvida, inspiraria acalorados debates. Falava sério. O programa daquela noite começava com o inofensivo As Sílfides, drama com melodias de Chopin arranjadas para orquestra por Stravinsky. Era um antigo número do Balé Russo. Após os aplausos, as luzes se apagaram e um fagote começou a emitir notas agudas, entoando uma melodia que depois foi abraçada e continuada por outros instrumentos de sopro. E, quando entrou a segunda parte, a música enlouqueceu totalmente, ao menos para os ouvidos da plateia de 100 anos atrás.
Igor Stravinsky (1882-1971) em 1946 | Foto: Arnold Newman
O ritmo. Havia uma pulsação constante, mas os acentos eram inteiramente aleatórios, imprevisíveis, dentro e fora do compasso. Quando se deve bater o pezinho?
um dois três quatro cinco seis sete oito
um dois três quatro cinco seis sete oito
um dois três quatro cinco seis sete oito
um dois três quatro cinco seis sete oito
Quando ouviu aquilo pela primeira vez, até Diághilev ficou assustado. “Vai continuar assim por muito tempo?”, ele perguntou ao autor da obra, Igor Stravinsky. “Até o fim, meu caro”. A coreografia de Nijínsky trocava o gestual clássico e os dançarinos nas pontas do pés por mulheres dançando com os pés para dentro e outras esquisitices. Vendo hoje, parece mais uma brincadeira. Os dançarinos tremem, sacodem-se, sapateiam, dão saltos e giram pelo palco como numa dança de roda primitiva, eslava. Por trás, uma paisagem com colinas e árvores de cores brilhantes que, com a dança e a música, tornam-se pagãs.
O vídeo a seguir é de uma apresentação da Sagração da Primavera no Teatro Marinsky de São Petersburgo, com a coreografia de Nijinsky remontada por Millicent Hodson e a regência de Valery Gergiev:
Na época, os mais ricos e conservadores acomodavam-se nos camarotes. Mas não que demonstrassem alguma finesse. Quando o ritmo acelerou, começaram a vir de lá urros de desaprovação. Em resposta, os raivosos intelectuais da plateia berravam mandando-os calar a boca; afinal apenas desejavam silêncio para fruir o balé. Era a uma representação da luta de classes: “Calem a boca, suas putas do seizième!”, gritavam em provocação às damas da alta sociedade do décimo sexto arrondissement. Se havia um sacrifício no palco, havia uma guerra na plateia. A escritora Gertrude Stein esteve lá: “Após a curta introdução, não se podia mais ouvir o som da música. Minha atenção estava fixada em um homem que, no camarote ao lado, ameaçava outro com sua bengala. Por fim, usando a bengala, acabou esmagando a cartola do que discordava”.
O filme Coco Chanel & Igor Stravinsky (2010), de Jan Kounen, mostra um pouco da confusão da estreia da Sagração da Primavera:
Depois desta estreia, o espetáculo foi repetido e logo os ouvintes parisienses descobriram que a linguagem da Sagração não estava tão distante de sua sensibilidade: tratava-se de canções folclóricas de melodias simples com acordes nada incomuns mas usados de forma diferente, ritmo mutante e irresistível. Logo, as vaias foram substituídas por aplausos e, nas apresentações seguintes, Stravinsky e Nijinsky voltaram ao palco três ou quatro vezes para receberem ovações. No ano seguinte, foi marcada uma apresentação em concerto. Os jornais falaram em “aplausos efusivos” e “adoração febril”. Era a vitória de uma postura anti-romântica. Leonard Bernstein fala em início do modernismo. Outros, estão provavelmente corretos ao citar que a Sagração fugira finalmente da semântica germânica e dera espaço para o surgimento dos nacionalismos musicais, os quais tiveram seus rebentos em todo o mundo, incluindo a música de Villa-Lobos no Brasil.
Nijinsky dançando L’après-midi d’un faune
O enredo da Sagração não era nada convencional: numa Rússia primitiva, uma virgem é escolhida e deve dançar até morrer num ritual de sacrifício à primavera que se inicia. A invenção foi do próprio Stravinsky. Nenhum povo pagão, com exceção dos astecas, exigia o sacrifício de jovens. Ou seja, aquilo nunca ocorrera na Rússia. Para o palco, Diághilev queria uma atuação ousada. No ano anterior, Nijinsky já havia causado grande escândalo em Paris com a coreografia de L’après-midi d’un faune, baseado na obra de Debussy. Ou seja: o empresário sabia bem o que estava fazendo. Diághilev já tinha contratado Stravinsky para fazer a música de outros dois balés: O Pássaro de Fogo (1910) e Petrushka (1911). O trabalho seguinte seria uma certa Primavera Sagrada. Vendo-se agora (primeiro vídeo, acima), a coreografia mais parece um provocativo e quase infantil simulacro de dança, inteiramente diferente das dramáticas montagens posteriores, como a de Pina Bausch (último vídeo, abaixo).
Romântico, o regente da estreia, Pierre Monteux, disse nunca ter gostado da Sagração da Primavera
Stravinsky terminou a composição em março de 1913. Pierre Monteux, que depois se tornaria uma grande estrela da música erudita, detestara a música, mas foi o regente que conduziu a orquestra na estreia da obra. Aliás, a citada estreia em concerto também foi sob sua direção, prova de que os conceitos podem mudar rapidamente. Ou não. Anos depois, ele confessou que nunca tinha gostado daquela música, mas que foi convencido por Diághilev a regê-la. “É uma obra-prima, Monteux! Ela vai revolucionar a música e o fará famoso, pois é você quem vai conduzi-la”, dizia o homem que desconfiava dos ritmos da Sagração. Os músicos da orquestra não pensavam diferente do regente: achavam que aquilo era uma loucura absoluta. O fagotista do solo inicial estava especialmente contrariado pelo tratamento “ridículo” que a partitura lhe impunha.
Stravinsky em 1913, ano da estreia da obra
No ocidente, a Sagração tornou-se imediatamente obra fundamental e exemplar. As plateias mais afeitas ao moderno ficaram encantadas não somente com sua fúria, mas com a precisão e clareza. Aqueles que desejavam sepultar de vez o romantismo elogiavam o predomínio dos metais e madeiras e a redução da presença das cordas. Principalmente dos violinos, os tradicionais cantores de melodias ardentes. Porém, na Rússia revolucionária, a Sagração foi considerada um modismo barulhento e a fama de Stravinsky no exterior – comparada à hostilidade russa – foi decisiva no rompimento de laços do compositor com a terra natal.
A comprovação da universalidade da Sagração não veio somente dos compositores e amantes da música erudita: os músicos de jazz gostaram demais daquele compositor que falava numa língua parecida com a deles. Para dar um exemplo curioso, Charlie “Bird” Parker incorporou a primeiras notas da Sagração à Salt peanuts e, certa vez, enquanto se apresentava, avistou Stravinsky numa das mesas do Birdland de Nova Iorque. Imediatamente, incluiu um tema do Pássaro de Fogo em seu solo sobre um tema de sua autoria, Koko, o que acabou fazendo com que o compositor cuspisse seu uísque de volta no copo, tão grande o susto.
Os jazzistas entenderam rapidamente o trabalho de Stravinsky na Sagração
Passados 100 anos, a Sagração é ouvida como uma peculiar e clássica peça do repertório. Ela pode ser ouvida e vista em concertos — a Ospa vai tocá-la em outubro — e em balés no mundo inteiro. Talvez a mais extraordinária versão em balé seja a célebre coreografia criada pela alemã Pina Bausch, cujo vídeo completo disponibilizamos abaixo:
Considerando que a Sagração da Primavera combina com modernidade, vamos atravessar o ritmo e, para finalizar, inserir três frases informais de uma brasileiríssima opinião deixada no Facebook pelo melômano Isaías Malta que, na última quarta-feira, dia dos 100 anos da estreia, dialogava conosco sobre a obra:
Música que despedaça o nosso senso de ritmo, aliás, sacoleja um ritmo próprio, primal, que é a anarquização do ritmo. Diz-se que Schoenberg dissolveu a melodia e Stravinsky desconstruiu o ritmo. Se tudo isso é verdade, também é verdade que Tom Jobim, juntando os cacos, adoçou o que foi quebrado e gingou o despedaçado.
Igor Stravinsky, por Picasso
Salonen Conducts Stravinsky
The Rite of Spring:
1 Part I, The Adoration of the Earth – Introduction 3:23
2 Part I, The Adoration of the Earth – The Auguries of Spring 2:47
3 Part I, The Adoration of the Earth – Game of Abduction 1:15
4 Part I, The Adoration of the Earth – Spring Round Dances 3:47
5 Part I, The Adoration of the Earth – Games of the Rival Tribes 1:40
6 Part I, The Adoration of the Earth – Procession of the Oldest-and-Wisest 0:36
7 Part I, The Adoration of the Earth – The Oldest-and-Wisest 0:16
8 Part I, The Adoration of the Earth – Dance of the Earth 1:10
9 Part II, The Sacrifice – Introduction 4:14
10 Part II, The Sacrifice – Mystical Circles of the Young Girls 2:58
11 Part II, The Sacrifice – Glorification of the Chosen One 1:29
12 Part II, The Sacrifice – Evocation of the Ancestors 0:40
13 Part II, The Sacrifice – Ritual Action of the Ancestors 3:28
14 Part II, The Sacrifice – Sacrificial Dance – The Chosen Victim 4:20
Symphony in Three Movements:
15 I. 9:11
16 II. Andante 5:38
17 Interlude 0:22
18 III. Con moto 5:48
Em janeiro de 2017, eu e minha mulher assistimos a um belo concerto de música de percussão na Royal Academy of Music em Londres. É muito legal ver um grupo de percussão no palco. Eles se mexem muito, mudam de instrumentos, são obrigados a fazerem o diabo. Este álbum duplo não é tão interessante quanto aquele concerto cheio de obras de Steve Reich, mas é muito bom. Eu gosto das radicais alterações da sonoridade e das surpresas que ocorrem a cada faixa. As obras de Manoury, Ohana (com citações a Sonata para Dois Pianos e Percussão de Bartók), Kabelac e Xenakis — nossa!, viajei muito ouvindo esse Xenakis, é sensacional — são muito boas. De resto, os batedores de panela venceram e o futuro está fechado para a arte.
Taïra / Manoury / Mâche / Dufourt / Varese / Ohana / Kabelac / Xenakis: Música para Percussão
1.01 –Yoshihisa Taïra Hiérophonie V 17:16
1.02 –Philippe Manoury Premier Quatuor 1:22
1.03 –Philippe Manoury Duo De Marimbas 6:28
1.04 –Philippe Manoury Sextuor De Sixens 3:23
1.05 –Philippe Manoury Solo De Vibraphone 8:04
1.06 –Philippe Manoury Deuxième Quatuor 2:31
1.07 –Philippe Manoury Sextuor De Sixens 6:43
1.08 –François-Bernard Mâche Khnoum 16:31
1.09 –Hugues Dufourt Sombre Journée 10:51
2.01 –Edgar Varese* Ionisation
Transcription By – Georges Van Gucht
6:18
Que repertório, senhores! Os dois Trios para Piano de Shostakovich são maravilhosos, sendo um totalmente diferente do outro. O Quinteto para Piano nem se fala, é obra constante em recitais no mundo inteiro. A Sonata para Violino e Piano é dificílima e árida, mas se entrega belamente quando a ouvimos pela terceira vez… A Sonata para Violoncelo e Piano é muito boa e o que dizer da última obra de Shosta, a Sonata para Viola e Piano, seu tristíssimo canto de morte, escrito numa cama de hospital?
O DSCH-Shostakovich Ensemble não tem este nome por acaso. São impecáveis especialistas em Shosta com perfeito senso de estilo. A gente ouve e tem certeza de que aquilo está como o autor desejaria. Um CD duplo obrigatório!
O DSCH-Shostakovich Ensemble foi criado pelo pianista Filipe Pinto-Ribeiro em 2006, ano do centenário do nascimento do compositor. Trata-se de um projeto português, sediado em Lisboa. O grupo tem formação variável, sendo uma plataforma de encontro e interação de músicos de excelência, mestres nos seus instrumentos.
Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral da Música para Piano e Cordas
1 Piano Trio No. 1, Op. 8 “Poème”
DSCH-Shostakovich Ensemble
Piano Quintet, Op. 57
2 I. Prelude. Lento – Poco più mosso – Lento 4:01
3 II. Fugue. Adagio 8:49
4 III. Scherzo. Allegretto 3:21
5 IV. Intermezzo. Lento 5:47
6 V. Finale. Allegretto 7:12
Sonata for Violin and Piano, Op. 134
7 I. Andante 9:48
8 II. Allegretto 6:40
9 III. Largo 12:27
10 Moderato for Cello and Piano 3:03
Sonata for Cello and Piano, Op. 40
1 I. Allegro non troppo 11:24
2 II. Allegro 3:08
3 III. Largo 7:58
4 IV. Allegro 4:10
Piano Trio No. 2, Op. 67
5 I. Andante – Moderato – Poco più mosso 7:16
6 II. Allegro non troppo 3:00
7 III. Largo 5:04
8 IV. Allegretto – Adagio 9:56
Sonata for Viola and Piano, Op. 147
9 I. Moderato 9:02
10 II. Allegretto 7:02
11 III. Adagio 10:38
DSCH-Shostakovich Ensemble
Filipe Pinto-Ribeiro
Corey Cerovsek
Cerys Jones
Adrian Brendel
Isabel Charisius
Muita gente boa diz que a música moderna é pura paródia de formas mais antigas. Acho isso absurdo, mas a afirmativa cabe para este sensacional disco com obras do argentino — que viveu grande parte de sua vida na Alemanha — Mauricio Kagel. Rrrrrrr…: 8 Stücke für Orgel (Rrrrrr… 8 peças para Órgão) são obras de um Bach enlouquecido, uma recriação da forma antiga utilizada pelo mestre. É claro que é preciso imaginação para fazê-lo bem feito, o que Kagel tem de sobra. Aliás, tem também um dos mais caros parentes da imaginação, o humor. Humor que aparece claramente em 10 Marchas para perder uma batalha, para banda militar (sopros e percussão). Eu dei muita risada ouvindo as duas obras, que não chegam a ser cômicas, mas engraçadas e estimulantes para a imaginação de quem as ouve.
Mauricio Kagel (1931-2008): Rrrrrrr… (8 Orgelstücke) & 10 Märsche um den Sieg zu verfehlen
1. Râga
2. Rauschpfeife
3. Repercussa
4. Ragtime
5. Rondeña
6. Ripieno
7. Rosalie
8. Rossignol Enrhumés
9-18. 10 Märsche Um Den Sieg Zu Verfehlen
Performer [Military Band] – Adam Bauer, Hans Gelhaar, James Townsey, Manos Tsangaris, Martin Schulz, Michael Riessler, Paul Peukker, Wolfgang Sorge
Conductor – Mauricio Kagel
Organ – Gerd Zacher (tracks: 1 to 8)
Seis cantatas de porte médio do mestre. Nenhuma chega a ser impressionante, mas lá sempre está Bach e a interpretação da Nova Orquestra de Colônia é realmente muito boa. As Cantatas constituem o grosso da produção de Bach, mas apenas nas últimas décadas sua importância vem sendo reconhecida. Esquecidas quase por completo no século XIX, até meados do século XX somente um pequeno número delas havia sido estudado em detalhe, situação que vem mudando diante do rápido crescimento dos estudos bachianos. A maior parte delas é sacra, compostas em Weimar e principalmente Leipzig, mas ele cultivou o gênero ao longo de quase toda a sua carreira. Muitas foram perdidas por descuido de seu filho mais velho, Wilhelm. De acordo com o obituário de Carl Philipp ele compôs cinco ciclos completos para o ano eclesiástico, fora as cantatas profanas, o que representaria mais de 350 obras, mas ainda sobrevivem 194 composições neste gênero, somando um total de mais de 1.200 movimentos individuais. As de sua fase inicial são compostas segundo o modelo alemão do século XVII, sem recitativos ou árias da capo, elementos de origem operística italiana que só aparecem em suas obras maduras. Mais tarde se consolidou um formato italianizado, com uma abertura mais elaborada com coro, seguida de uma alternância de cinco ou seis árias da capo e recitativos para voz solo, encerrando com uma harmonização coral simples homofônica a quatro vozes, quando a congregação possivelmente se unia ao coro, mas mesmo aqui são encontradas muitas outras soluções técnicas e formais, incluindo fugas, cânones, variações sobre um ostinato, formas concertantes, influência da abertura francesa e do antigo moteto, além de se valerem de uma ampla gama de forças instrumentais.
J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 20, 93, 3, 10, 116 e 124
O Ewigkeit, du Donnerwort, BWV 20 23:53
1
I. O Ewigkeit, du Donnerwort (Chor)
3:58
2
II. Kein Unglück ist in aller Welt zu finden (Rezitativ)
0:49
3
III. Ewigkeit, du machst mir bange (Arie)
2:37
4
IV. Gesetzt, es dau’rte der Verdammten Qual (Rezitativ)
1:28
5
V. Gott ist gerecht in seinen Werken (Arie)
3:54
6
VI. O Mensch, errette deine Seele (Arie)
1:42
7
VII. Solang ein Gott im Himmel lebt (Choral)
1:26
8
VIII. Wacht auf, wacht auf, verlornen Schafe (Arie)
2:42
9
IX. Verlass, o Mensch, die Wollust dieser Welt (Rezitativ)
1:08
10
X. O Menschenkind (Duett)
2:32
11
XI. O Ewigkeit, du Donnerwort (Choral)
1:37
Wer nur den lieben Gott lässt walten, BWV 93 20:18
12
I. Wer nur den lieben Gott läßt walten (Chor)
5:35
13
II. Was helfen uns die schweren Sorgen? (Rezitativ)
2:02
14
III. Man halte nur ein wenig stille (Arie)
2:18
15
IV. Er kennt die rechten Freudesstunden (Duett)
3:16
16
V. Denk nicht in deiner Drangsalhitze (Rezitativ)
2:38
17
VI. Ich will auf den Herren schaun (Arie)
3:02
18
VII. Sing, bet und geh auf Gottes Wegen (Choral)
1:27
Ach Gott, wie manches Herzeleid, BWV 3 20:52
19
I. Ach Gott, wie manches Herzeleid (Chor)
4:06
20
II. Wie schwerlich lässt sich Fleisch und Blut (Rezitativ)
2:26
21
III. Empfind ich Höllenangst und Pein (Arie)
5:08
22
IV. Es mag mir Leib und Geist verschmachten (Rezitativ)
1:07
23
V. Wenn Sorgen auf mich dringen (Duett)
7:18
24
VI. Erhalt mein Herz im Glauben rein (Choral)
0:47
Meine Seel erhebt den Herren, BWV 10 17:58
1
I. Meine Seel erhebt den Herren (Chor)
3:13
2
II. Herr, der du stark und mächtig bist (Arie)
5:35
3
III. Des Höchsten Güt und Treu (Rezitativ)
1:13
4
IV. Gewaltige stößt Gott vom Stuhl (Arie)
2:34
5
V. Er denket der Barmherzigkeit (Duett & Choral)
2:12
6
VI. Was Gott den Vätern alter Zeiten (Rezitativ)
1:47
7
VII. Lob und Preis sei Gott dem Vater (Choral)
1:24
Du Friedefürst, Herr Jesu Christ, BWV 116 14:15
8
I. Du Friedefürst, Herr Jesu Christ (Chor)
3:51
9
II. Ach, unaussprechlich ist die Not (Arie)
2:44
10
III. Gedenke doch, o Jesu (Rezitativ)
Christoph Spering, Das Neue Orchester & Benedikt Kristjánsson
0:53
11
IV. Ach, wir bekennen unsre Schuld (Terzett)
4:34
12
V. Ach, lass uns durch die scharfen Ruten (Rezitativ)
0:55
13
VI. Erleucht auch unser Sinn und Herz (Choral)
1:18
Meinen Jesum lass ich nicht, BWV 124 12:38
14
I. Meinen Jesum lass ich nicht (Chor)
3:34
15
II. Solange sich ein Tropfen Blut (Rezitativ)
0:38
16
III. Und wenn der harte Todesschlag (Arie)
2:18
17
IV. Doch ach welch schweres Ungemach (Rezitativ)
1:04
18
V. Entziehe dich eilends, mein Herze, der Welt (Duett)
3:50
19
VI. Jesum lass ich nicht von mir (Choral)
1:14
Das Neue Orchester & Chorus Musicus Köln
Christoph Spering
Os 24 Prelúdios e Fugas, Op. 87 por Dmitri Shostakovich é um conjunto de 24 peças para piano, uma em cada uma das notas maiores e menores da escala cromática. Claro que o estilo musical e os temas são do próprio Shostakovitch, mas a imensa peça segue a forma do Cravo Bem Temperado de Johann Sebastian Bach escrito cerca de 200 antes. Obviamente estas maravilhosas peças não foram bem recebidas por críticos soviéticos quando Shostakovich as apresentou pela primeira vez num encontro especial da União dos Compositores em maio de 1951. Os críticos expressaram rejeição à dissonância de algumas das fugas. Também disseram que a fuga, na música soviética, era muito ocidental e arcaica… Há muito mais nos 24 Prelúdios e Fugas de Shostakovich do que parece. Talvez eles causem uma impressão enganosamente árida em leituras ocasionais, mas os pianistas que se comprometem acabam demonstrando grande variedade de expressão, dando forma convincente às sutilezas do compositor. David Jalbert é faz um excelente trabalho.
Dmitri Shostakovich (1906-1975): 24 Prelúdios e Fugas, Op. 87
1. Prelude No. 1 in C major (2:35)
2. Fugue No. 1 in C major (5:09)
3. Prelude No. 2 in A minor (0:55)
4. Fugue No. 2 in A minor (1:26)
5. Prelude No. 3 in G major (1:43)
6. Fugue No. 3 in G major (1:55)
7. Prelude No. 4 in E minor (2:50)
8. Fugue No. 4 in E minor (5:47)
9. Prelude No. 5 in D major (2:08)
10. Fugue No. 5 in D major (1:53)
11. Prelude No. 6 in B minor (1:32)
12. Fugue No. 6 in B minor (4:21)
13. Prelude No. 7 in A major (1:12)
14. Fugue No. 7 in A major (2:08)
15. Prelude No. 8 in F sharp minor (1:13)
16. Fugue No. 8 in F sharp minor (5:28)
17. Prelude No. 9 in E major (2:44)
18. Fugue No. 9 in E major (1:46)
19. Prelude No. 10 in C sharp minor (1:46)
20. Fugue No. 10 in C sharp minor (5:32)
21. Prelude No. 11 in B major (1:14)
22. Fugue No. 11 in B major (2:32)
23. Prelude No. 12 in G sharp minor (4:34)
24. Fugue No. 12 in G sharp minor (3:39)
25. Prelude No. 13 in F sharp major (2:06)
26. Fugue No. 13 in F sharp major (5:27)
27. Prelude No. 14 in E flat minor (4:11)
28. Fugue No. 14 in E flat minor (2:41)
29. Prelude No. 15 in D flat major (3:07)
30. Fugue No. 15 in D flat major (1:41)
31. Prelude No. 16 in B flat minor (2:46)
32. Fugue No. 16 in B flat major (6:58)
33. Prelude No. 17 in A flat major (2:01)
34. Fugue No. 17 in A flat major (3:42)
35. Prelude No. 18 in F minor (2:00)
36. Fugue No. 18 in F minor (3:12)
37. Prelude No. 19 in E flat major (1:33)
38. Fugue No. 19 in E flat major (2:53)
39. Prelude No. 20 in C minor (3:52)
40. Fugue No. 20 in C minor (5:06)
41. Prelude No. 21 in B flat major (1:28)
42. Fugue No. 21 in B flat major (2:58)
43. Prelude No. 22 in G minor (2:36)
44. Fugue No. 22 in G minor (3:55)
45. Prelude No. 23 in F major (2:55)
46. Fugue No. 23 in F major (3:12)
47. Prelude No. 24 in D minor (3:46)
48. Fugue No. 24 in D minor (6:55)
Tivemos vários lançamentos nos últimos anos de compositores como Lourié, Roslavets, Wyschnegradsky, Deshevov e Popov: ou seja, de compositores esquecidos que demonstram o bom nível da música da era soviética em estilos que foram posteriormente abandonados. Leonid Polovinkin (1894-1949) aparentemente é o próximo a ser redescoberto. Em 1914, ele entrou no Conservatório de Moscou, graduando-se uma década depois. Ele então ensinou orquestração e análise por seis anos no mesmo Conservatório antes de ingressar no Moscow Central Children’s Theatre como diretor musical. Como Roslavets, Polovinkin era um membro ativo da radical Associação de Música Contemporânea (ACM) e até criou várias obras “coletivistas”. Fez muita música para trilhas sonoras cinematográficas. Aqui tempos uma coletânea de sua obra para piano. É boa.
Leonid Polovinkin: Piano Works
1. Suite ‘Dzuba’ – 1. Introduction (1:30)
2. Suite ‘Dzuba’ – 2. Ville d’eau (1:59)
3. Suite ‘Dzuba’ – 3. Le nègre (0:43)
4. Suite ‘Dzuba’ – 4. Scène de jongleurs et valse mélancolique (4:23)
5. Suite ‘Dzuba’ – 5. Danse avec les coussins (1:48)
6. Danse lyrique op.21 No.2 (2:35)
7. Humoresque No.2 (3:45)
8. Suite ‘Les Attraits’ – 1. Regard d’adieux (1:05)
9. Suite ‘Les Attraits’ – 2. Inquiétude (0:47)
10. Suite ‘Les Attraits’ – 3. Chanson populaire d’Ukraine (1:50)
11. Suite ‘Les Attraits’ – 4. Danse populaire (3:02)
18. Deux événements op.5 – No.1: Rubato a tempo moderato (3:05)
19. Deux événements op.5 – No.2: Allegro non troppo (2:30)
20. Piano Sonata No.4 op.18 – I. Presto spirituoso (8:03)
21. Piano Sonata No.4 op.18 – II. Lento maestoso – Allegro tu… (2:20)
22. Piano Sonata No.4 op.18 – III. Finale: Allegro con brio (6:26)
Na verdade, tem razão um avaliador da Amazon: If you’re not the typical connoisseur of Classical music THIS CD IS FOR YOU! Pois é um CD variado e absolutamente encantador, um dos maiores sucessos do selo Archiv. Há excelência na interpretação de cada uma das peças e conheço muita gente boa que começou a ouvir música erudita por este LP de 1985, depois tornado CD. Porque o inexperiente que é esperto não quer saber de porcaria, quer carinho e atenção de primeira qualidade. Ninguém quer nada residual, né? E esta atenção é dada em fartas quantidades por Trevor Pinnock e seu English Concert.
(Nem que seja para mostrar para aquele seu sobrinho inteligente a fim de introduzi-lo neste mundo de leituras contraditórias).
Pachelbel: Canon & Gigue
Johann Pachelbel (1653-1706)
Canon and Gigue
for 3 violins and basso continuo in D major
Simon Standage • Micaela Comberti • Elizabeth Wilcock, violin
Anthony Pleeth, violoncello
Trevor Pinnock, harpsichord
1. Canon and Gigue in D major – 1. Canon The English Concert 4:31
2. Canon and Gigue in D major – 2. Gigue The English Concert 1:20
Antonio Vivaldi (1678-1741)
Sinfonia in G major
violin I (6), violin II (6), viola (3), violoncello (2), double bass (1), harpsichord
3. Sinfonia for Strings and Continuo in G, R.149 – 1. Allegro molto The English Concert 1:50
4. Sinfonia for Strings and Continuo in G, R.149 – 2. Andante The English Concert 1:48
5. Sinfonia for Strings and Continuo in G, R.149 – 3. Allegro The English Concert 2:31
Tomaso Albinoni (1671-1750)
Concerto a cinque, op. 9 no. 2 for solo oboe and strings in D minor
David Reichenberg, oboe
violin I (4), violin II (4), viola (3), violoncello (2), double bass (1), bassoon (I), harpsichord
6. Concerto a 5 in D minor, Op.9, No.2 for Oboe, Strings, and Continuo – 1. Allegro e non presto David Reichenberg 4:28
7. Concerto a 5 in D minor, Op.9, No.2 for Oboe, Strings, and Continuo – 2. Adagio David Reichenberg 3:59
8. Concerto a 5 in D minor, Op.9, No.2 for Oboe, Strings, and Continuo – 3. Allegro David Reichenberg 3:01
Henry Purcell (1659-1695)
Chacony in G minor
violin I (4), violin II (4). viola (3), violoncello (2), double bass (1), harpsichord
9. Ciacona in G minor The English Concert 5:23
George Frideric Handel (1685-1759)
The Arrival of the Queen of Sheba (Sinfonia from “Solomon”, Act III) in B flat major
oboe I/II, violin I (6), violin II (6), viola (3), violoncello (2), double bass (1), bassoon (1), harpsichord
10. Solomon HWV 67 – Arrival of the Queen of Sheba The English Concert 3:10
Charles Avison (1709-1770)
Concerto grosso no.9 in C major/A minor
(after Domenico Scarlatti: “Lessons for the Harpsichord”)
Concertino: Simon Standage • Elizabeth Wilcock, violin
Anthony Pleeth, violoncello
violin I (4), violin II (4), viola (3). violoncello (2). double bus (1), harpsichord
11. Concerto Grosso No.9 in A minor after “Lessons for the Harpsichord” by Domenico Scarlatti – 1. Largo The English Concert 2:13
12. Concerto Grosso No.9 in A minor after “Lessons for the Harpsichord” by Domenico Scarlatti – 2. Con spirito – Andante – Con spirito The English Concert 3:07
13. Concerto Grosso No.9 in A minor after “Lessons for the Harpsichord” by Domenico Scarlatti – 3. Siciliana The English Concert 3:19
14. Concerto Grosso No.9 in A minor after “Lessons for the Harpsichord” by Domenico Scarlatti – 4. Allegro The English Concert 3:44
Joseph Haydn (1732-1809)
Concerto for Harpsichord and Orchestra in D major
Trevor Pinnock, harpsichord
oboe I/II, horn I/II, violin I (4), violin II (4), viola (2), violoncello (2), double bass (1), bassoon (1)
15. Concerto For Harpsichord And Orchestra In D Major, Hob.XVIII:11 – 1. Vivace The English Concert 7:58
16. Concerto For Harpsichord And Orchestra In D Major, Hob.XVIII:11 – 2. Un Poco Adagio The English Concert 7:48
17. Concerto For Harpsichord And Orchestra In D Major, Hob.XVIII:11 – 3. Rondo All’Ungherese The English Concert 4:38
Anthony Pleeth
David Riechenberg
Micaela Comberti
Simon Standage
Elizabeth Wilcock
Para celebrar uma década de intensa colaboração musical e amizade, o super sax alto Lee Konitz (90 anos) e o excepcional pianista Dan Tepfer (36), lançam Decade, linda continuação para Duos With Lee. A dupla vem se apresentando frequentemente e aqui seu maduro senso de improviso aparece claramente em 15 peças curtas, espontâneas, que parecem surgidas do nada. De posse de uma invejável originalidade em termos de som e linguagem, a dupla toma a mesma direção e supera com facilidade qualquer possível lacuna geracional. Este aspecto torna-se imediatamente perceptível em Thrill, a iluminada e enigmática peça de abertura, que mostra Tepfer em fantástico trabalho de textura. A delicada tensão criada favorece a sintaxe de Konitz. Temos também momentos de criatividade extraordinária: Body and Soul é totalmente transformada através de harmonização e melodia alteradas; Rebounds afirma um groove contrapontístico que depois é expandido em acordes grandiosos. Num estilo deliciosamente peculiar, Konitz e Tepfer proporcionam ao ouvinte aqueles momentos verdadeiramente mágicos que os manterão suspirando de prazer. Konitz chega a cantar em algumas faixas.
Lee Konitz, Dan Tepfer: Decade
1 Thrill 2:30
2 9/11 Suite, Part 1 3:53
3 9/11 Suite, Part 2 2:40
4 9/11 Suite, Part 3 4:28
5 Pulsing Green 1:27
6 Alter Ego 3:10
7 Through The Tunnel 6:01
8 Egos Alter 1:04
9 Rebounds 4:37
10 A Place We Know 2:16
11 Pulsing Orange 1:33
12 Whirlpool 1:59
13 Ceaseless 2:39
14 Eager Altos 0:55
15 Body & Soul 6:59
Alto Saxophone, Soprano Saxophone, Voice – Lee Konitz
Piano – Dan Tepfer
Um blog amigo postou esta versão das sinfonias de Brahms há poucos dias. Mas o que posso fazer se a mesma gravação estava em minha linha de tiro? A versão de Jochum é uma resposta cheia de musicalidade e bons argumentos a esta gravação aqui, postada por nosotros em julho. Não sei avaliar bem qual é a melhor, mas escolho Jochum na Primeira sinfonia e Abbado na Quarta, só para iniciar o jogo. Porém, é importante notar que esta não é uma conversa de pigmeus. É Abbado e Jochum com Brahms; quer dizer que é um papo denso, muito denso e de gigantes. Todos.
Da coleção Originals da DG. Tudo que está ali é bom. É o The Best of The Best da gravadora. Baixa logo, tá?
Johannes Brahms (1833-1897): As Quatro Sinfonias
1. Symphony No.1 in C minor, Op.68 – 1. Un poco sostenuto – Allegro – Meno allegro 13:43
2. Symphony No.1 in C minor, Op.68 – 2. Andante sostenuto 9:36
3. Symphony No.1 in C minor, Op.68 – 3. Un poco allegretto e grazioso 4:50
4. Symphony No.1 in C minor, Op.68 – 4. Adagio – Piu andante – Allegro non troppo, ma con brio – Piu allegro 16:56
5. Symphony No.2 in D, Op.73 – 1. Allegro non troppo 14:59
6. Symphony No.2 in D, Op.73 – 2. Adagio non troppo – L’istesso tempo, ma grazioso 10:06
7. Symphony No.2 in D, Op.73 – 3. Allegretto grazioso ( Quasi andantino) – Presto ma non assai 5:40
8. Symphony No.2 in D, Op.73 – 4. Allegro con spirito 8:17
9. Symphony No.3 in F, Op.90 – 1. Allegro con brio – Un poco sostenuto – Tempo I 10:00
10. Symphony No.3 in F, Op.90 – 2. Andante 9:21
11. Symphony No.3 in F, Op.90 – 3. Poco allegretto 6:09
12. Symphony No.3 in F, Op.90 – 4. Allegro 8:59
13. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – 1. Allegro non troppo 12:30
14. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – 2. Andante moderato 12:05
15. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – 3. Allegro giocoso – Poco meno presto – Tempo I 6:02
16. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – 4. Allegro energico e passionato – Più allegro 9:51
O austríaco Alfred Brendel (1931) foi um dos melhores pianistas do século XX. Mas também foi ensaísta — escrevia sobre música — e poeta. Era especialista principalmente em Mozart, Schubert, Haydn, Beethoven e Schoenberg. Em 2008, em razão da artrite, decidiu retirar-se dos palcos. Então fez uma grande excursão pela Europa. Seu último concerto público foi em 18 de dezembro, em Viena, na Grande Sala do Musikverein. São justamente partes desta excursão que temos aqui. O velho mestre dá um show num repertório onde é craque absoluto, o da música germânica clássica e romântica. Brendel se aposentou no auge e esta gravação é uma bela recordação e uma bem-vinda coda de seu importante legado.
Brendel no túmulo de Schubert
Mozart / Haydn / Beethoven / Schubert / Bach: The Farewell Concerts (Alfred Brendel)
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) Piano Concerto No. 9 in E Flat Major, K.271 – “Jeunehomme”
1. 1. Allegro 10:43
2. 2. Andantino 13:17
3. 3. Rondeau (Presto) 10:45
Alfred Brendel
Wiener Philharmoniker
Charles Mackerras
Franz Joseph Haydn (1732 – 1809)
4. Variations in F Minor, Hob. XVII:6 11:38
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) Piano Sonata No. 15 in F Major, K. 533/494
5. 1. Allegro, K.533 7:55
6. 2. Andante, K.533 9:38
7. 3. Rondo (Allegretto), K.494 7:23
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827) Piano Sonata No. 13 In E Flat Major, Op. 27, No. 1
1. 1. Andante – Allegro – Tempo I 4:47
2. 2. Allegro molto e vivace 2:00
3. 3. Adagio con espressione 3:05
4. 4. Allegro vivace – Tempo I – Presto 6:31
Franz Schubert (1797 – 1828) Piano Sonata No. 21 in B-Flat Major, D. 960
5. 1. Molto moderato 15:17
6. 2. Andante sostenuto 9:10
7. 3. Scherzo (Allegro vivace con delicatezza) 4:05
8. 4. Allegro ma non troppo 9:19
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827) 7 Bagatelles, Op. 33
9. 4. Andante 3:33
Franz Schubert (1797 – 1828) 4 Impromptus, Op. 90, D. 899
10. No. 3 in G-Flat Major (Andante) 6:16
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
11. Nun komm, der Heiden Heiland, BWV 659 (Nun komm, der Heiden Heiland, BWV 659) 5:45
Meu deus, que disco lindo! Brahms é Brahms, quem não conhece? Bernarda Fink (Buenos Aires, 1955) é uma mezzosoprano argentina de ascendência eslovena. Ela canta absurdamente bem, tem uma voz maravilhosa. Nada menos que 31 canções de Brahms são apresentadas aqui por esta dupla soberba: a citada e requintada mezzo-soprano e o excelente pianista britânico Roger Vignoles, que já acompanhara Fink em vários discos de recital anteriores. Há momentos dramáticos (“Von ewiger Liebe”), leves (“Vergebliches Ständchen”), delicados (“An die Nachtigall”. E o que dizer de “Die Mainacht” e “Mädchenlied” (faixa 30)? Fink coloca a música sempre em primeiro plano. Fink pode ser a garota cantando sobre seu amante, mas também o caçador de “Der Jäger”. Vignoles está perfeito. A Harmonia Mundi contribui com o seu som imaculado habitual. Este disco é uma alegria e não se pode perder.
Johannes Brahms (1833-1897): Lieder
1 Bei Dir Sind Meine Gedanken
2 Wie Melodien Zieht Es Mir
3 Sapphische Ode
4 Feldeinsamkeit
5 Nachtigall
6 Verzagen
7 Alte Liebe
8 An Die Nachtigall
9 Das Mädchen Spricht
10 Dein Blaues Auge
11 Geheimnis
12 Ständchen
13 Von Ewiger Liebe
14 Der Tod, Das Ist Die Kühle Nacht
15 Auf Dem Kirchhofe
16 Die Mainacht
17 Anklänge
18 Spanisches Lied
19 Mädchenlied
20 Am Sonntag Morgen
21 Liebestreu
22 Vergebliches Ständchen
23 Das Mädchen
24 Therese
25 Mädchenlied
26 Der Jäger
27 Der Schmid
28 Der Gang Zum Liebchen
29 Sonntag
30 Mädchenlied
31 Wiegenlied
Sim, sinestesia. Ivan Vishnogradsky ou Wyschnegradsky (1893-1979) foi um compositor russo que viveu boa parte de sua vida em Paris. Associou as seguintes cores às 12 notas musicais:
DÓ = vermelho
DÓ sustenido = vermelho alaranjado
RÉ = laranja
RÉ sustenido = amarelo alaranjado
MI = amarelo
FÁ = amarelo esverdeado
FÁ sostenido = verde
SOL = verde azulado
SOL sostenido = azul
LÁ = azul violetado
LÁ sostenido = violeta
SI = violeta avermelhado
Tendo isso por base, Wyschnegradsky se dedicou a um grande projeto, uma cúpula hemisférica de 18 m de diâmetro contendo milhares de células geradas por luzes coloridas seguindo o som das notas musicais.
Well, este disco tem um narrador cuja voz é ornamentada pela orquestra. Wyschnegradsky compôs a música e escreveu o texto. Tudo muito metafísico e humanista, pero louquinho. Depois, há uma série de entrevistas com o compositor. Bem coisa de francês, eles não calam a boca.
Ivan Wyschnegradsky (1893-1979): La Journée de l’Existence (Confissões da vida antes da vida para orquestra, coro ad libitum e narrador — letra e música de Ivan Wyschnegradsky)
01 la journée de l’existence 1° partie 27min28 02 la journée de l’existence 2° partie 25min11
03 entretien d’ivan wyschnegradsky avec daniel charles – janvier 1978 (extrait) 02min09 04 – 13 entretiens d’ivan wyschnegradsky avec robert pfeiffer, enregistrés le 1er mars 1976 et diffusés du 8 juillet au18 août 1977 sur france-culture (extraits) 16min29
Narrador – Mario Haniotis
Orchestra – Nouvel Orchestre Philharmonique De Radio-France
Regente – Alexandre Myrat
Este CD é simplesmente sensacional e olha que eu não sou exatamente um mozartiano. Como já disse, gosto que haja mais vísceras, sangue e drama. Não gosto de nada que não seja complexo ou sujo. Nesta época, Mozart já tinha dívidas, então temos aqui aquelas pitadinhas de realidade que apareceriam no trecho final de sua obra e fariam sua obra ficar cada vez melhor.
O trabalho do quarteto Alban Berg é extraordinário. Confira!
1. String Quartet No.18 In A Major, K.464 (Allegro)
2. String Quartet No.18 In A Major, K.464 (Menuetto Trio)
3. String Quartet No.18 In A Major, K.464 (Andante)
4. String Quartet No.18 In A Major, K.464 (Allegro)
5. String Quartet No.19 In C Major, K.465 (Adagio Allegro)
6. String Quartet No.19 In C Major, K.465 (Andante Cantabile)
7. String Quartet No.19 In C Major, K.465 (Menuetto: Allegro Trio)
8. String Quartet No.19 In C Major, K.465 (Allegro)
A Missa solemnis (Missa solene), Op. 123, foi composta no período entre 1819-1823. Foi estreada em 7 de abril de 1824 em São Petersburgo sob os auspícios de um patrono de Beethoven, o príncipe Nikolai Galitzin. Uma execução incompleta foi feita em Viena em 7 de maio do mesmo ano, quando o Kyrie, o Credo e o Agnus Dei foram dirigidos pelo compositor.
Gosto, mas não morro de amores por ela, que é geralmente considerada uma das obras supremas de Beethoven. Ela representaria Beethoven no apogeu da sua capacidade criativa, mas não tem a popularidade que gozam muitas das suas sinfonias e sonatas. Escrita ao mesmo tempo que a 9ª Sinfonia, é a segunda missa composta por Beethoven, sendo a outra a Missa em Dó Maior, Op. 86, obra menos admirada.
Só que Gardiner e sua turma fazem um trabalho tão bom que quase achamos tratar-se mesmo de uma obra-prima.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Missa Solene, Op. 123
1. Kyrie 8:50
2. Gloria 16:26
3. Credo 17:29
4. Sanctus 15:17
5. Agnus Dei 13:40
Charlotte Margiono,
Catherine Robbin,
William Kendall,
Alastair Miles,
Elizabeth Wilcock,
Alastair Ross,
The Monteverdi Choir,
Orchestre Révolutionnaire et Romantique,
John Eliot Gardiner.
Um espanto este álbum com obras de Brahms interpretadas pela genial violinista russa Viktoria Mullova. O álbum duplo foi “montado” pegando os melhores registros que estavam espalhados em três discos lançados em separado anteriormente. Então, temos uma das melhores integrais das Sonatas para Violino e Piano, o ESPLÊNDIDO Piano Trio Nº 1 e uma grandes versões de um dos mais belos Concertos para Violino jamais escritos. Nas gravações, ela é acompanhada apenas por Piotr Anderszewski nas Sonatas, por Andre Previn e Heinrich Schiff no Trio e por Abbado e a Filarmônica de Berlim no Concerto. Não dá para pedir mais, né?
Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violino 1-3 / Trio para Piano Nº 1, Op. 8 / Concerto para Violino, Op. 77
1. Sonata No. 1 in G, Op. 78: Vivace Ma Non Troppo
2. Sonata No. 1 in G, Op. 78: Adagio
3. Sonata No. 1 in G, Op. 78: Allegro Molto Moderato
4. Sonata No. 2 in A, Op.100: Allegro Amabile
5. Sonata No. 2 in A, Op.100: Andante Tranquillo – Vivace – Andante – Vivace Di Piu – Andante – Vivace
6. Sonata No. 2 in A, Op.100: Allegretto Grazioso (Quasi Andante)
7. Sonata No. 3 in d, Op.108: Allegro
8. Sonata No. 3 in d, Op.108: Adagio
9. Sonata No. 3 in d, Op.108: Un Poco Presto E Con Sentimento
10. Sonata No. 3 in d, Op.108: Presto Agitato
Viktoria Mullova
Piotr Anderszewski
1. Piano Trio in B, Op.8: 1. Allegro con brio
2. Piano Trio in B, Op.8: 2. Scherzo. Allegro molto
3. Piano Trio in B, Op.8: 3. Adagio
4. Piano Trio in B, Op.8: 4. Allegro
Viktoria Mullova
Andre Previn
Heinrich Schiff
1. Violin Concerto In D, Op.77: No.1 Allegro non troppo
2. Violin Concerto In D, Op.77: No.2 Adagio
3. Violin Concerto In D, Op.77: No.2 Allegro giocoso, ma non troppo vivace-Poco piu presto
Viktoria Mullova
Berlin Philharmonic Orchestra
Claudio Abbado
Estas obras foram muito divulgadas nos anos 70 através de gravações da Archiv. Não são concertos espetaculares, mas são bons. Naquela época, tudo vinha interpretado por Karl Richter e sua Orquestra Bach de Munique. Ouvi muito, conheço cada concerto em detalhes. Incrível como tudo mudou rapidamente. Estes registros de Hogwood são muito mais modernos, ou seja, de som muito mais antigo. Aqui, tudo é muito mais bonito e barroco. A música historicamente informada veio para ficar. E os concertos ganham nova vida. O recentemente falecido Christopher Hogwood é um mestre do repertório e está inteiramente à vontade. O CD 3 é especialmente maravilhoso.
.oOo.
Concerto grosso (italiano para ‘concerto grande’; plural : “concerti grossi”) é uma forma musical em que um grupo de solistas (“concertino”) — geralmente dois violinos e um violoncelo — dialoga com o resto da orquestra (“ripieno”), por vezes fundindo-se com este resultando no “tutti”. Trata-se de uma forma estritamente instrumental, típica do período barroco.
A denominação concerto grosso surgiu por volta de 1670, na partitura de uma cantata de Alessandro Stradella. Praticado, sobretudo, na Itália e na Inglaterra — um pouco nos países germânicos, mas nunca na França —, essa forma deriva da música veneziana a coro duplo e da suíte de danças.
As diferentes partes, concertino, ripieno e tuttti, são sustentadas pelo grupo do baixo contínuo (geralmente, feito por uma viola da gamba ou cravo). Alguns compositores utilizaram simplesmente a denominação de concerto, sinfonia ou sonata para designar a forma do concerto grosso.
O concerto grosso é, freqüentemente, dividido em quatro movimentos, alternativamente lentos e rápidos. Francesco Geminiani adicionou a viola ao concertino, para assim obter um quarteto de cordas completo.
Essa forma musical desapareceu no fim do Barroco, dando lugar a novas formas e gêneros, como as sinfonias pré-clássicas de Stamitz e a sinfonia concertante.
Mas, no século XX, a forma concerto grosso voltou a ser usada por vários compositores, como Igor Stravinsky, Ernest Bloch, Ralph Vaughan Williams, Bohuslav Martinů, Malcolm Williamson, Henry Cowell, Alfred Schnittke, William Bolcom, Heitor Villa-Lobos, Eino Tamberg, Krzysztof Penderecki e Philip Glass. Embora Edward Elgar (1857-1934) não possa ser considerado um compositor contemporâneo, sua romântica Introduction and allegro tem semelhanças com instrumentação do concerto grosso, com um quarteto solista (concertino) “conversando” com o restante do efetivo (ripieno).
Georg Friedrich Händel (1685-1759): 6 Concerti Grossi, Op. 3; 12 Concerti Grossi, Op. 6
Concerto Grosso in B-flat Major, op.3/1
1-1 Allegro 2:36
1-2 Largo 4:07
1-3 Allegro 1:25
Concerto Grosso in D minor, Op.3/5
1-17 (Larghetto) 1:30
1-18 Fuga: Allegro 2:12
1-19 Adagio 1:25
1-20 Allegro ma non troppo 1:35
1-21 Allegro 2:49
Concerto Grosso in D minor, Op.3/6
1-22 Vivace 2:46
1-23 Adagio 2:13
1-24 Allegro 1:52
1-25 Appendix: organ concerto movement, published by Walsh as second movement of Op. 3 No. 6. (II: Allegro) 3:30
Concerto Grosso in G major, Op. 6/1
1-26 A tempo giusto 1:54
1-27 Allegro 1:50
1-28 Adagio 2:24
1-29 Allegro 2:41
1-30 Allegro 3:05
Concerto Grosso in F major, Op.6/2
2-1 Andante larghetto 4:11
2-2 Allegro 2:21
2-3 Largo 2:40
2-4 Allegro, ma non troppo 2:08
Concerto Grosso in E minor, Op.6/3
2-5 Larghetto 1:11
2-6 Andante 1:30
2-7 Allegro 2:37
2-8 Polonaise 5:03
2-9 Allegro, ma non troppo 1:26
Concerto Grosso in A minor, Op.6/4
2-10 Largo affettuoso 2:41
2-11 Allegro 2:40
2-12 Largo e piano 2:00
2-13 Allegro 2:32
Concerto Grosso in D major, Op.6/5
2-14 Larghetto e staccato 1:42
2-15 Allegro 2:08
2-16 Presto 3:19
2-17 Largo 1:54
2-18 Allegro 2:23
2-19 Menuet: un poco larghetto 3:00
Concerto Grosso in G minor, Op.6/6
2-20 Largo affettuoso 3:07
2-21 A tempo giusto 1:34
2-22 Musette: Larghetto 5:05
2-23 Allegro 2:52
2-24 Allegro 2:19
Concerto Grosso in B-flat major, Op.6/7
2-25 Largo 1:01
2-26 Allegro 2:31
2-27 Largo 2:51
2-28 Andante 4:01
2-29 Hornpipe 3:12
Vivaldi dizia sofrer terrivelmente de asma. Há controvérsias. Alguns inimigos o acusavam de fingir ser doente para não perder tempo preparando e conduzindo missas e dedicar-se apenas à música. Vivaldi afirmava que muitas vezes tinha que se retirar também de concertos em razão das frequentes crises. Mas, como poucos viam tais fatos acontecerem, ele acabou sendo denunciado pelo compositor Benedetto Marcello, seu inimigo, que chegou ao ponto de escrever um panfleto contra Vivaldi, alegando ser ele um fingido que não apenas não era doente como tinha amantes — o que realmente era um fato público. Toda Veneza sabia que ele não era nada adepto do voto de castidade. Novamente, em 1737, um sacerdote atacou-o pelo fato de não oficiar missas e por seu, digamos, estilo de vida. Mas, porra, deixem o Padre Vermelho compor! Ele era muito bom, como podemos ouvir neste CD de obras quase desconhecidas.
Antonio Vivaldi (1678-1741): As Sonatas para Flauta Transversa
Sonate en Fa majeur RV 52
01. I. Prelude
02. II. Allemande
03. III. Siciliano
04. IV. Allegro (Aria di Giga)
Sonate en Re mineur RV 49
05. I. Prelude
06. II. Preludio (Largo)
07. III. Siciliana (Adagio)
08. IV. Allegro (Sarabanda)
09. V. Allegro
Sonate en Mi mineur RV 50
10. I. Andante
11. II. Siciliano
12. III. Allegro
13. IV. Arioso
Sonate en Sol mineur RV 58
14. I. Prelude
15. II. Vivace
16. III. Alla breve (Fuga a capella)
17. IV. Largo
18. V. Allegro ma non presto
Sonate en Ut mineur RV 53
19. I. Adagio
20. II. Allegro
21. III. Andante
22. IV. Allegro
Sonate en Re majeur RV 48
23. I. Affettuoso
24. II. Allegro assai
25. III. Larghetto
26. IV. Allegro
Sonate en Sol mineur RV 51
27. I. Prelude
28. II. Largo
29. III. Allegro
30. IV. Andante
31. V. Allegro
XVIII-21 Musique des Lumieres
Jean-Christophe Frisch, flute traversiere baroque
Christine Plubeau, viole de gambe
Pascal Bouquet, archiluth
Claude Wassmer, basson baroque
Alessandro de Marchi, clavecin
Ombre de mon amant é uma arrebatadora demonstração do virtuosismo de Anne Sofie von Otter. Seu domínio de diversos gêneros musicais, sua dicção cristalina e a requintada musicalidade são notáveis. Como se não bastasse, ela tem a companhia de William Christie e de seu Les Arts Florissants, que trazem exuberante energia para todas as faixas. A música é sempre ótima. A orquestra respeita os momentos tristes e na hora da galinhagem, faz galinhagem. A música barroca francesa é ainda pouco explorada, em especial a ópera barroca francesa. Muitas das óperas de Lully, Rameau, Campra e outros compositores do país continuam a definhar em bibliotecas universitárias e museus. Até mesmo as óperas de Vivaldi são mais gravadas do que as de Rameau, que penso serem muito melhores. Enjoy!
Acte II, Scène 2
2 Princesse C’est Sur Vous 2:38
—
3 Ma Bergère Est Tendre Et Fidelle 2:34
4 Ombre de Mon Amant 4:32
5 Concert [Suite] Pour Quatre Parties De Violes, H. 545: I. Prelude 3:27
Médée (H. 491)
Acte III, Scènes 3-7
6 Quel Prix De Mon Amour 5:00
7 Croiras-tu Mon Malheur – Dieux Témoins De La Foi 0:56
8 C’en Est Fait, On M’y Force 1:16
9 Avant Que D’éclater – Malgré Ta Noire Trahison 1:52
10 Noires Filles Du Styx 1:47
11 Venez Mêler À Mes Poison 0:58
12 Je Voy Le Don Fatal 0:52
13 Premier Air Pour Les Démons 1:23
14 a Dieu Du Cocyte Et Des Royaumes Sombres 3:12
14 b L’Enfer M’A Répondu 1:16
15 Entrée Des Démons 1:26
—
16 Auprès Du Feu L’on Fait L’amour 1:59
17 4. Gigue Angloise 1:07
18 Celle Qui Fait Mon Tourment (H. 450) 1:55
19 5. Gigue Francoise 1:11
Hippolyte Et Aricie
Acte III, Scène 1
20 Cruelle Mère Des Amours 5:37
Les Fêtes D’Hébé Ou Les Talens Lyriques
Prologue, Scène 5
21 Air Gracieux Pour Zéphyre Et Les Grâces 1:40
Prologue, Scène 5
22 Vole, Zéphyre! 2:11
Première Entrée (“La Poésie”), Scène 8
23 Tambourins I Et II 1:46
Seconde Entrée (“La Musique”), Scène 5
24 Air Tendre 0:51
25 Pour Le Génie De Mars 1:08
26 La Victoire 1:13
27 Chaconne 3:48
Hippolyte Et Aricie
Acte IV, Scène 4
28 Quelle Plainte En Ces Lieux M’appelle? 4:13
—
29 Vos Mépris Chaque Jour 2:30
Composed By – Jean-Philippe Rameau (tracks: 20 to 28), Marc Antoine Charpentier (tracks: 1, 2, 5 to19), Michel Lambert (3) (tracks: 3, 4, 29)
Anne Sofie Von Otter
Les Arts Florissants
William Christie
Aqui quem escreve é o PQP. Estou revalidando num só arquivo estes super posts do Carlinus. Motivo: (1) dois ou três dos CDs estavam com seus links idos e (2) Brahms é bom demais. Mantive todos os textos introdutórios originais. Só não há texto para o 5º CD pelo simples fato de o post para o 4º e 5º CDs serem um só. Grande destaque para os Op. 88, 34, 114, 115 — obra que inspirou Erico Verissimo a dar o nome de Solo de Clarineta a seus livros de memórias, a ter infartos e mais: acho que a gravação de Leister era a que ele tinha em casa — , 18, 51 nº 2, 36 e para todo o resto!
Como diz o Carlinus: boa apreciação!
CD1:
Já venho há dois meses com o intento de postar os quartetos de cordas de Brahms, uma joia, uma pérola, algo para qual nos falta palavras. Mas foi somente hoje que disse para mim mesmo: “Hoje a criança nasce!”. E como estou entusiasmado com estas postagens! Nutro uma profunda admiração pela música brahmsiana. Com o compositor não havia tempo para devaneios ou produções que fugiam àqueles elementos tão típicos da música genuinamente clássica. Deve ser por isso que ele não compôs balê ou ópera. Seus pés estavam fincados no terreno da música pura. Música-música (se é que existe esta expressão). Toda as vezes que vou postar Brahms corre dentro de mim certa expectação reverente. A alemão não era brincadeira. Sua música é um atestado de sua competência e seriedade. Em sua época o que vigorava eram as megalomanias de Wagner e dos compositores programáticos. Brahms conseguiu se impor compondo música absoluta – a mesma que compusera Beethoven, Mozart e Haydn. Tudo isso amalgamado ao espírito profundo do Romantismo. Resta-nos apenas ficar com o primeiro CD com os dois primeiros quartetos – O opus 51 no. 1 e 2. Estes quartetos são verdadeiras obras primas. Possuem uma capacidade de síntese, concentração e honestidade musical invejáveis, dificilmente encontráveis em outros compositores. Prestem atenção: falo “dificilmente”. Páro por aqui: é preciso ouvir para sentir estas duas maravilhas. Aprecie sem moderação, incontidamente!
Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2
String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 [30:10]
01. Allegro
02. Romanze. Poco Adagio
03. Allegretto molto moderato e comodo – Un poco piu animato
04. Allegro
String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 [31:04]
05. Allegro non troppo
06. Andate moderato
07. Quasi Minuetto, moderato – Allegretto vivace
08. Finale. Allegro non assai
Amadeus Quartet
CD2:
Após alguns dias de ausência eu retorno ao PQP Bach para dá continuidade ao ciclo de postagens com o material camerístico de Brahms, iniciado há alguns dias atrás. Nesta ocasião teremos o Quarteto in B flat maior, Op. 67 e o o famoso Quinteto para piano, dois violinos, viola e violoncelo em F menor, Op. 34. Para um dia como este é uma música agradavelmente adequada. Os comentários são dispensáveis. Que a música forneça suas explicações. Boa apreciação!
Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in B flat major, Op. 67 e Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34
String Quartet in B flat major, Op. 67 [32:13]
01. 1.Vivace
02. 2. Andante
03. 3. Agitato(Allegretto Non Troppo)
04. 4. Poco Allegretto Con Variazioni
Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34 [41:21]
05. 1. Allegro Non Troppo
06. 2. Andante, Un Poco Adagio
07. 3. Scherzo.Allegro-Trio
08. 4. Finale.Poco Sostenuto
Amadeus Quartet
CD3:
Dizer o quê? Comentar o quê? Não há necessidade nem disso nem daquilo. A obra camerística de Brahms é uma das coisas mais belas que já foram escritas em toda a história da música. É a mistura da melancolia correta com a técnica exata. Destaca-se neste CD o opus 111. É uma obra tardia do velho Brahms. Uma curiosidade: conta-se que após ter escrito esse Quinteto, Brahms decidiu parar de compor e até preparou um testamento. Entrementes, alguém como ele não poderia ficar parado. Esse fato teria se dado lá pelos anos de 1890. O que acontece é que após ter encontrado o clarinetista Richard Mülhfeld, e, encantado com o instrumento para sopro, resolve escrever inúmeras obras para o clarinete. Sorte a nossa! Resta-nos apreciar essas maravilhas. Seguem dois quintetos neste registro – o opus 88 e o opus 111. Uma boa apreciação!
Johannes Brahms (1833-1897) – String Quintet in F major, Op. 88 e String Quintet in G major, Op. 111
String Quintet in F major, Op. 88
01. I. Allegro non troppo ma con brio
02. II. Grave ed appassionato-Allegretto vivace-Tempo I – Presto
03. III. Finale. Allegro energico
String Quintet in G major, Op. 111
04. I. Allegro non troppo, ma con brio
05. II. Andante, un poco Adagio
06. III. Scherzo. Allegro – Trio
07. IV. Finale. Poco sostenuto
Amadeus Quartet
CD4:
Finalizemos esta integral com postagens da obra camarística de Brahms. Foi uma caminhada de grandes hiatos, postergações, supressões e tudo mais. Mas, chegamos a bom termo. Brahms é daqueles compositores profundos, de música sensível, que exigem uma atenção demasiada. É preciso ouvi-lo mais de uma vez para que entremos em seu mundo. Destacam-se nesse post os dois sextetos para cordas. O primeiro é o opus 18, composto em 1860 e estreado em 1862. Possui quatro movimentos. É marcado por duas violas, dois violinos e dois violoncelos. E a outra peça é o sexteto para cordas opus 36, composto durante os anos de 1864-1865. Apesar de Brahms tê-lo composto na atmosfera solitária, calma de Baden-Baden, Alemanha, o sexteto foi tocado pela primeira vez nos Estados Unidos, mais precisamente em Boston. Segue a mesma marcação do primeiro sexteto, com duas violas, dois violinos e dois violoncelos. Fica aqui a certeza de dois trabalhos fantásticos. Boa apreciação!
Johannes Brahms (1833-1807) – Trio para piano, clarinete e violoncelo em A menor, Op. 114 e Quinteto para clarinete, 2 violinos, viola e violoncelo em B menor, Op. 115
Trio para piano, clarinete e violoncelo em A menor, Op. 114
01. Allegro
02. Adagio
03. Andante grazioso
04. Allegro
Karl Leister, clarinete
Georg Donderer, violoncelo
Christopher Eschenbach, piano
Quinteto para clarinete, 2 violinos, viola e violoncelo em B menor, Op. 115
05. Allegro
06. Adagio
07. Andantino – Presto non assai, ma con sentimento
08. Con moto
Amadeus Quartet
Karl Leister, clarinete
CD5:
Johannes Brahms (1833-1897) – Sexteto para cordas em B flat major, Op. 18 e Sexteto para cordas em G major, Op. 36
Sexteto para cordas em B flat major, Op. 18 [33:25]
01. Allegro ma non troppo
02. Thema con Variazioni. Andante, ma moderato
03. Scherzo. Allegro molto – Trio. Animato
04. Rondo. Poco Allegretto e grazioso
Sexteto para cordas em G major, Op. 36 [38:55]
05. Allegro ma non troppo
06. Scherzo. Allegro ma non troppo – Presto giocoso – Tempo I
07. Poco Adagio
08. Poco Allegro
Amadeus Quartet
Cecil Aronowitz, viola II
William Pleeth, violoncelo II
Eu adoro Telemann, mas não curti muito este CD. O problema deve ser eu. Ou não. Bem, não me surpreendo que Helig, heilig, heilig ist Gott (“Santo, Santo, Santo é Deus”) venha de uma parte do catálogo de Georg Philipp Telemann que é raramente frequentada — as cantatas e os oratórios que ele compôs as igrejas. Estes são em número de 13, menos dois que estão perdidos. Heilig foi escrita em 1747 para a reabertura da Dreieinikeitskirche em St. Georg, um subúrbio de Hamburgo. St. Georg estava crescendo rapidamente, pois a população de Hamburgo fugia para lá em razão de uma epidemia. A Dreieinikeitskirche ficou pequena demais para acomodar o aumento dos participantes, e assim teve de ser remodelada a grande custo durante a década de 1740. Sem dúvida, a Cantata de Telemann foi incluída no orçamento. Tragicamente, a Dreieinikeitskirche, antes conhecida como uma das mais belas igrejas barrocas da Europa, foi destruída em um bombardeio aliado em julho de 1943.
G. P. Telemann (1681-1767): Heilig, heilig, heilig ist Gott
Before the Sermon: I. Heilig, heilig, heilig ist Gott (Chorus) 3:36
II. Recitative: Herr, dessen unumschrankte Macht 3:09
III. Aria: Es strahlt die Pracht der gottlichen Starke 4:43
IV: Herr, was ist der Mensch (Chorus) 2:24
V. Recitative: So uberfallt uns Angst 2:21
VI. Aria: Herr, wenn wir zitternd vor dich treten 4:24
VII. Recitative: So fallt vor dir, Herr, unsre Andacht nieder 2:06
VIII. Aria: Schau mit gnadenvollem Blicke 4:38
IX. Chorale: Sei Lob und Preis mit Ehren 1:09
After the Sermon: X. Machet die Tore weit (Chorus) 4:08
XI. Recitative: Der Gott, der Heiland, der die Welt besucht 1:00
XII. Aria: Auf! sucht in vereingten Choren 6:26
XIII. Singet frohlich Gott (Chorus) 2:19
XIV. Recitative: Doch unsern Gott 1:03
XV. Aria: Der Glaude, der in Liebe gluhet 4:50
XVI. Chorale: Herr Gott, Vater, mein starker Held 1:12
XVII. Recitative: Allein, was sind wir ohne dich? 1:49
XVIII. Aria: Unverletzlich ewge Klarheit 7:20
XIX. Chorale: Du heiliges Licht, edler Hort 1:10
XX. Recitative: Herr, unser Glaube stammt von dir 2:22
XXI. Aria: Herr! starke die befohlnen Triebe 4:56
XXII. Chorale: Du susse Liebe, schenk uns deine Gunst 0:40
XXIII. Recitative: Du ewger Vater, deine Gute 1:19
XXIV. Chorale: Gott Vater, dir sei Preis 0:50
XXV. Aria: Herr! Deine Treue kennt kein Wanken 6:22
XXVI. Chorale: Es danke Gott und lobe dich 1:15
Performers:
Monika Mauch, Soprano
Ralf Popken, Altus
Andreas Post, Tenor
Albrecht Pohl, Bass
Excelente versão de um ótimo e justamente famoso quarteto de Schubert e de outro menos conhecido. O quarteto de cordas nº 14 em ré menor, conhecido popularmente como O quarteto de cordas A Morte e a Donzela (em alemão: Der Tod und das Mädchen) foi composto em 1824, dois anos depois de Schubert ter descoberto que contraíra sífilis. O compositor sentia que estava morrendo. O quarteto é assim nomeado em razão do tema do segundo movimento, no qual Schubert retomou de uma canção, um lied, escrito em 1817 com o mesmo título. É uma das obras-primas do período mais maduro de Schubert. A primeira execução foi em 1826 em uma audição domiciliar privada, e não foi publicado até 1831, três anos após a morte de Schubert.
Franz Schubert (1797-1828): Quartetos de Cordas Nº 10 e 14 “A Morte e a Donzela”
String Quartet No. 10 in E flat major, D. 87
1 I. Allegro Moderato 6:30
2 II. Scherzo. Prestissimo 2:00
3 III. Adagio 5:47
4 IV. Allegro 7:30
String Quartet No. 14 in D minor, D. 810 “Death and the Maiden”
5 I. Allegro 11:15
6 II. Andante Con Moto 13:01
7 III. Scherzo: Allegro – Trio 4:09
8 IV. Presto – Prestissimo 8:56
Um belo disco difícil de definir: é jazz ou erudito? Bem, na verdade eu nem noto mais a diferença. Ouço ambos os gêneros indistintamente. A pianista Shani Diluka, nascida no Sri Lanka, chama seu recital de 18 peças de compositores e improvisadores norte-americanos de Route 66. Nas anotações que vêm junto ao CD, ela liga cada peça a uma passagem de On the Road, de Jack Kerouac, embora a calma que prevalece na maioria das canções dificilmente evoque a narrativa contundente do romance. Ela demonstra um colorido maior do que normalmente se ouve dos chamados especialistas em música contemporânea. Isso é bom, claro. Porém, na maioria das peças líricas, no entanto, a dinâmica suave retrocede e murcha quase a ponto de desaparecer, especialmente quando Diluka faz diminuendos. Mas o saldo final é altamente positivo. A pianista é excelente e o repertório fantástico.
Deixem eu contar uma história rapidinha para vocês. Certa vez, estava em Londres e fui assistir a um concerto sensacional onde um conhecido pianista interpretaria um Concerto de Mozart. Ele tocou maravilhosamente e foi muito aplaudido. Voltou três vezes ao palco. O pedido por um bis era óbvio. Então ele ergueu os braços e pediu silêncio. Disse que no dia anterior substituíra outro pianista que caíra doente. Tivera que ir até Praga para fazer o Concerto Nº 1 de Brahms. Estava no contrato. Na volta, o avião atrasara. Contou que estava cansadíssimo e que ia dar o bis tocando a peça que costumava tocar à noite, quando estava em casa e queria relaxar para dormir. E anunciou: “Vamos relaxar juntos. Vou tocar Peace Piece, de Bill Evans. Espero que vocês não durmam”. A ultra civilizada e culta plateia londrina, em vez de aplaudir, fez aquele som misto de aplausos e Uh, Uh! típicos dos concertos de jazz. Melhor cidade do mundo.
Shani Diluka: Route 66 (American Piano Music)
1 China Gates
Composed By – John Adams
4:40
2 My Wild Irish Rose
Arranged By – Keith Jarrett
5:05
3 Lullaby
Composed By – Percy Grainger
5:06
4 Pas De Deux
Composed By – Samuel Barber
3:59
5 Young Birches
Composed By – Amy Beach*
2:38
6 Waltz For Debby
Composed By – Bill Evans
2:10
7 Etude No. 9
Composed By – Philip Glass
2:17
8 For Felicia Montealegre
Composed By – Leonard Bernstein
1:59
9 In A Landscape
Composed By – John Cage
6:18
10 I Love Porgy
Arranged By – Keith Jarrett
Composed By – George Gershwin
5:10
11 Interlude
Composed By – Leonard Bernstein
1:36
12 Chandeliers
Composed By – Hyung-Ki Joo
6:26
13 Danza De La Mozo Donosa
Composed By – Alberto Ginastera
3:23
14 For Aaron Copland
Composed By – Leonard Bernstein
1:06
15 Piano Blues No. 1 “For Leo Smit”
Composed By – Aaron Copland
2:22
16 Peace Piece
Composed By – Bill Evans
7:05
17 Love Walked In
Arranged By – Percy Grainger
Composed By – George Gershwin
4:29
18 What Is This Thing Called Love
Arranged By – Raphaël Merlin
Composed By – Cole Porter
Piano – Shani Diluka
Vocals – Natalie Dessay (faixa 18)
Na semana passada, postei um CD de música medieval que foi um grande sucesso (Love’s illusion – Music from the Montpellier Codex 13th century). Então volto à carga com outro, talvez ainda melhor. Sei pouco a seu respeito, sei mais é de sua notável qualidade e das grandes obras apresentadas que vão de Hildegard von Bingen a Dufay. Baita CD. Podem baixar sem receio.
Ensembles Discantus & Alla Francesca – Sur La Terre Comme Au Ciel (2002)
1.Anon., conductus: Salve rosa venustatis
2.Hildegard, antiphon: O pulchrae facies
3.Anon., motet: Ave parens / Ad gratie
4.Anon., offertory: Iustus ut palma V / Plantatus in domo Domini
5.Anon., prosa: Portum in ultimo
6.Anon., motet: Iohannes doce nos / Internatos mulierum
7.Anon., motet: Alle psallite cum luya
8.Anon., estampie: Tierche estampie royale
9.Jacques de Cambrai, chanson pieuse: Retrowange novele
10.Guillaume d’Amiens, rondeau: Prendes i garde
Anon., motet: S’on mi regarde / Prennes i garde
11.Gace Brule, chanson: L’an que voi l’erbe resplandre
12.Machaut, virelai: J’aim sans penser laidure
13.Anon., canon: Sing cucu / Sumer is icumen in
14.Anon / Machaut, diminution: De toutes flours
15.Machaut, rondeau: Doulz viaire gracieux
16.Machaut, ballade: J’aime mieux languir
17.Johanes Vaillant, virelai: Par maintes fois
18.Anon., estampie: Petrone
19.Dufay, chanson: Je me complains piteusement
20.Dufay, chanson: Resvelons nous amoureux / Alons ent bien tos au may
21.Anon., rondeau: Christo sit laus in celestibus
22.Anon., conductus-motet: Alleluia moduletur Syon filia
Sources:
[1] Notre Dame and related conductus – Opera omnia. Vol. IX, G. Anderson
[2] Riesenberg codex, Wiesbaden, Landesbibliotek
[3], [7], [10b] Ms Montpellier, Bibliotheque de l’Ecole de Medecine H 196
[4] Paris, B.N.F., Latin 776, Graduel de Gaillac
[5] Liber Sancti Iacobi – Codex Calixtinus, W.M. Whitehill & dom Prado
[6] Engelberg Stiftsbib., codex 314
[8] Ms 844 (Chansonnier du Roi), Paris, B.N.F.
[9] Chansons des Trouveres, M. Zink
[10a] Hs. Rom. Vaticana, Fond. Christ 1490
[11] Ms 846 (Chansonnier Cange), Paris, B.N.F., fonds francais
[12], [15]-[16] G. de Machaut – oeuvres completes, L. Schrade
[13] Londres, British Library, Harley 978, Ms Abbaye de Reading
[14] Codex Faenza, Bib. Comunale, Ms 117
[17] Polyphonic Music of the XIVth c., Vol. I, G.K. Greene
[18] Robertsbridge codex, London, Brit. Mus., add. 28550
[19]-[20] G. Dufay – Opera omnia, H. Besseler
[21] Ms Florence, Bib. Mediceo-Laurenziana, Pluteo 29.1
[22] Polyphonic Music of the XIVth c., Vol. IV, E.H. Sanders
TT: 63min22s
Brigitte Lesne (voice, harps, bells, percussion)
Helene Decarpignies (voice)
Emmanuelle Gal (voice)
Anne Guidet (voice)
Lucie Jolivet (voice)
Brigitte Le Baron (voice)
Catherine Schroeder (voice)
Catherine Sergent (voice)
Pierre Hamon (recorders, flutes, double flutes, bagpipe, percussion, pipe & tabor)
Cyrille Gerstenhaber (voice)
Birgit Goris (vielle)
Lucas Guimaraes-Peres (vielle)
Pierre Boragno (recorder, double flute)
Michael Grebil (lute)
Angelique Mauillon (harp)