IM-PER-DÍ-VEL !!!
(Postagem publicada em 26 de dezembro de 2008)
Este é um TRABALHO SOCIAL oferecido por PQP Bach. Enquanto todos aqueles HORRÍVEIS BURGUESES locupletam-se com lastimáveis sequências de camarão, enquanto eles queimam seus LOMBOS OCIOSOS em nossas praias, PQP Bach oferece a oportunidade para nossos trabalhadores se VINGAREM de forma eficiente. Nada como poder ouvir, nesta sexta-feira pós-natalina, cinco CDs da grande música do Prete Rosso de forma a minorar nosso RESSENTIMENTO contra aquelas pessoas que SE DOURAM em nosso litoral enquanto trabalhamos como mouros. Não que eu pretenda trabalhar muito. São 9h e estou aqui no escritório de calção e camiseta, pronto para ir à academia malhar um pouco meu CORPINHO ADIPOSO. À tarde, serei obrigado a adquirir uma TONELADA DE ESPUMANTES para o jantar que promoveremos para quem ficou em Porto Alegre. Ah, vida miserável!
Trevor Pinnock e o The English Concert aparecem muito bem nesta caixa de 2001 da DG. Os ingleses também sabem se divertir e fazem aquele VIVALDI ABSOLUTAMENTE SOLAR E FELIZ, colocando BELAS E NADA AMEAÇADORAS NUVENS num lindo parque onde ingleses comem seus sanduíches ao meio-dia. O critério é de seleção de melhores concertos, penso, deixando de fora As Quatro Estações, porque essas a gente coloca num disquinho separado para vender mais….
COMPANHEIRO TRABALHADOR, TOVARICH DE MINH`ALMA, apele para a abstração: imagine que estes 30 concertos sejam, cada um, UM ENORME E PERFEITO CAMARÃO, e VÁ À FORRA contra daquele povo (IN)feliz da praia.
Antonio Vivaldi (1678-1741): 30 Concertos Campeões (5 CDs, The English Concert, Pinnock)
Concerto In G Major “Alla Rustica”, RV 151 (3:42)
1-1 1. Presto 1:10
1-2 2. Adagio 1:01
1-3 3. Allegro 1:31
Concerto For Oboe And Violin In B Flat Major, RV 548
Oboe – David Reichenberg
Violin – Simon Standage
(9:18)
1-4 1. (Allegro) 3:46
1-5 2. Largo 3:21
1-6 3. Allegro 2:11
Concerto In C Major “Con Molti Stromenti”, RV 558
Chalumeau – Carlos Riera, Colin Lawson
Mandolin – James Tyler, Robin Jeffrey
Recorder – Philip Pickett, Rachel Beckett
Theorbo – Jakob Lindberg, Nigel North
Violin – Micaela Comberti, Simon Standage
Violoncello – Anthony Pleeth
(10:05)
1-7 1. Allegro Molto 5:23
1-8 2. Andante Molto 1:47
1-9 3. Allegro 2:55
Concerto For 2 Violins In G Major, RV 516
Violin – Elizabeth Wilcock, Simon Standage
(9:03)
1-10 1. Allegro Molto 3:51
1-11 2. Andante (Molto) 2:07
1-12 3. Allegro 3:05
Concerto For Oboe In A Minor, RV 461
Oboe – David Reichenberg
(10:08)
1-13 1. Allegro Con Molto 4:14
1-14 2. Larghetto 3:15
1-15 3. (Allegro) 2:39
Concerto For 2 Mandolins In G Major, RV 532
Mandolin – James Tyler, Robin Jeffrey
(10:04)
1-16 1. Allegro 4:03
1-17 2. Andante 2:10
1-18 3. Allegro 3:51
Concerto For Strings In A Major, RV 159 (5:17)
2-1 1. Allegro 1:32
2-2 2. Adagio 1:14
2-3 3. Allegro 2:31
Concerto For Violin In E Major “L’Amoroso”, RV 271
Violin – Simon Standage
(9:18)
2-4 1. Allegro 3:17
2-5 2. Cantabile 2:42
2-6 3. (Allegro) 3:19
Concerto For Bassoon In E Minor, RV 484
Bassoon – Milan Turkovic
(11:45)
2-7 1. Allegro Poco 4:50
2-8 2. Andante 3:39
2-9 3. Allegro 3:16
Concerto For Flute In G Major, RV 436
Flute – Lisa Beznosiuk
(8:54)
2-10 1. Allegro 3:11
2-11 2. Largo 3:06
2-12 3. (Allegro) 2:37
Concerto For Viola D’Amore And Lute In D Minor, RV 540
Lute – Nigel North
Viola d’Amore – Roy Goodman
(11:18)
2-13 1. Allegro 5:05
2-14 2. Largo 3:08
2-15 3. Allegro 3:05
Concerto For Oboe And Bassoon In G Major, RV 545
Bassoon – Milan Turkovic
Oboe – David Reichenberg
(10:17)
2-16 1. Andante Molto 4:01
2-17 2. Largo 2:42
2-18 3. Allegro Molto 3:34
“L’Estro Armonico” Op. 3
Concerto No. 1 In D Major, RV 549
Violin – Elizabeth Wilcock, Micaela Comberti, Miles Golding, Simon Standage
Violoncello – Jaap ter Linden
(7:33)
3-1 1. Allegro 2:53
3-2 2. Largo E Spiccato 2:24
3-3 3. Allegro 2:16
Concerto No. 2 In G Minor, RV 578
Violin – Micaela Comberti, Simon Standage
Violoncello – Jaap ter Linden
(8:57)
3-4 1. Adagio E Spiccato 1:29
3-5 2. Allegro 2:26
3-6 3. Larghetto 2:35
3-7 4. Allegro 2:27
Concerto No. 3 In G Major, RV 310
Violin – Simon Standage
(6:32)
3-8 1. Allegro 2:16
3-9 2. Largo 1:57
3-10 3. Allegro 2:19
Concerto No. 4 In E Minor, RV 550
Violin – Elizabeth Wilcock, Micaela Comberti, Miles Golding, Simon Standage
(7:20)
3-11 1. Andante 2:18
3-12 2. Allegro Assai 2:29
3-13 3. Adagio 4. Allegro 2:33
Concerto No. 5 In A Major, RV 519
Violin – Miles Golding, Simon Standage
(7:09)
3-14 1. Allegro 2:55
3-15 2. Largo 1:34
3-16 3. Allegro 2:40
Concerto No. 6 In A Minor, RV 356
Violin – Simon Standage
(7:20)
3-17 1. Allegro 3:02
3-18 2. Largo 1:55
3-19 3. Presto 2:23
Concerto No. 7 In F Major, RV 567
Violin – Elizabeth Wilcock, Micaela Comberti, Miles Golding, Simon Standage
Violoncello – Jaap ter Linden
(9:27)
4-1 1. Andante 3:31
4-2 2. Adagio 1:16
4-3 3. Allegro 2:29
4-4 4. Adagio – Allegro 2:11
Concerto No. 8 In A Minor, RV 522
Violin – Micaela Comberti, Simon Standage
(10:32)
4-5 1. Allegro 3:33
4-6 2. Larghetto 3:42
4-7 3. Allegro 3:17
Concerto No. 9 In D Major, RV 230
Violin – Simon Standage
(7:47)
4-8 1. Allegro 2:07
4-9 2. Larghetto 3:36
4-10 3. Allegro 2:04
Concerto No. 10 In B Minor, RV 580
Violin – Elizabeth Wilcock, Micaela Comberti, Miles Golding, Simon Standage
Violoncello – Jaap ter Linden
(9:10)
4-11 1. Allegro 3:43
4-12 2. Largo – Larghetto – Adagio – Largo 2:13
4-13 3. Allegro 3:14
Concerto No. 11 In D Minor, RV 565
Violin – Elizabeth Wilcock, Simon Standage
Violoncello – Jaap ter Linden
(8:23)
4-14 1. Allegro – Adagio Spiccato E Tutti – Allegro 3:43
4-15 2. Largo E Spiccato 2:22
4-16 3. Allegro 2:18
Concerto No. 12 In E Major, RV 265
Violin – Simon Standage
(9:34)
4-17 1. Allegro 3:25
4-18 2. Largo 3:25
4-19 3. Allegro 2:44
6 Flute Concertos Op. 10
No. 1 In F Major “La Tempesta Di Mare”, RV 433
Flute – Lisa Beznosiuk
(6:51)
5-1 1. Allegro 2:55
5-2 2. Largo 1:49
5-3 3. Presto 2:07
No. 2 In G Minor “La Notte”, RV 439
Flute – Lisa Beznosiuk
(8:50)
5-4 1. Largo 1:58
5-5 2. Presto (Fantasmi) 0:53
5-6 3. Largo 1:09
5-7 4. Presto 1:01
5-8 5. Largo (Il Sonno) 1:33
5-9 6. Allegro 2:16
No. 3 In D Major “Il Gardellino”, RV 428
Flute – Lisa Beznosiuk
Viola – Trevor Jones (4)
Violin – Micaela Comberti, Simon Standage
Violoncello – Jane Coe
(10:01)
5-10 1. Allegro 3:59
5-11 2. Without Tempo Indication 3:14
5-12 3. Allegro 2:48
No. 4 In G Major, RV 435
Flute – Lisa Beznosiuk
(6:52)
5-13 1. Allegro 2:26
5-14 2. Largo 2:10
5-15 3. Allegro 2:16
No. 5 In F Major, RV 434
Flute – Lisa Beznosiuk
(9:23)
5-16 1. Allegro Ma Non Tanto 3:37
5-17 2. Largo Cantabile 3:49
5-18 3. Allegro 1:57
No. 6 In G Major, RV 437
Flute – Lisa Beznosiuk
(8:09)
5-19 1. Allegro 3:58
5-20 2. Largo 1:51
5-21 3. Allegro 2:20
Conductor, Harpsichord, Organ – Trevor Pinnock
Orchestra – The English Concert

PQP


Invisible Nature é um álbum ao vivo do saxofonista inglês John Surman e do baterista norte-americano Jack DeJohnette, gravado em Tampere (Finlândia) e Berlim em 2000. Quem segue o PQP sabe de minha tara por Surman. Bem, há cinco décadas, John e Jack encontram-se em Londres para jams regulares. Seu primeiro disco como dupla, The Amazing Adventures of Simon Simon, definiu um estilo espaçoso e aberto, quase de free jazz.



Para finalizar este festival de concertos de Haydn, trazemos hoje este de 2010 da Accademia Bizantina. O primeiro concerto é mesmo que fecha o último CD de Haydn postado por mim. É a única repetição dentre os nove postados. Finalmente livre dos maneirismos ornamentais de seu início de carreira, Dantone nos traz um Haydn cheio de musicalidade. O disco é excelente e feliz como o compositor.
Aqui estão os três concertos para piano de Haydn tocados com pianoforte. Os intérpretes são grandes especialistas neste gênero de repertório, um luxo. Se Andreas Staier é um dos maiores pianistas e cravistas da nova geração, afirmo que a a Orquestra Barroca de Freiburg é o conjunto de melhor sonoridade que tenho ouvido. Suas gravações das obras dos filhos de Bach, meus irmãos, são esplêndidas e vocês deveriam tê-las. Destaque para o primeiro e último concertos. Para tocar Haydn adequadamente, é necessário uma boa dose de humor. Staier e von der Goltz nos demonstram claramente tal fato. Staier chega a ser excessivo no último movimento do terceiro concerto… Vocês identificarão facilmente o acorde a que me refiro. CD da Harmonia Mundi alemã.
IM-PER-DÍ-VEL !!!

Quando a gente encontra um CD com este nome, o mínimo que se espera é que ele seja engraçado. Este tem alguns bons momentos de comédia, mas acaba mesmo por se surpreender pela qualidade do Musica Antiqua Ambergensis. Um disco bem divertido, ao gosto de Clara Schumann (*) e seus elisabetanos. Bem, talvez seja um CD hilariante, mas faltam os textos pra gente poder rir junto. De qualquer maneira, triste não é.


IM-PER-DÍ-VEL !!!




Se você gosta de música barroca de câmara bem tocada, com bom equilíbrio, estilo sem afetações, com instrumentos originais, esse CD Kleine Cammer-Music da Camerata Köln é um ótimo download. É ideal tanto para ouvintes que desejam mergulhar no universo de Telemann quanto para quem quer ficar tranquilo num fim de tarde ou em leituras, como faz a moça da capa. (Ou aquilo seria uma partitura?) Dá até para esquecer uma derrota em Gre-Nal. Quem espera interpretações extremamente livres ou ornamentadas pode achar contida esta versão mais contida. A Camerata Köln opta por elegância e clareza, transparência sonora e diálogo entre os instrumentos, em vez de virtuosismo pavão.
IM-PER-DÍ-VEL !!!






Um muito querido amigo montou este CD para mim com duas obras da caixa de 4 CDs ao lado. O disco ficou assim: inicia pela Grande Fuga e termina com o Op. 132, o meu quarteto preferido. Acho que o amigo sabia do meu amor pelo Op. 132 e por certas interpretações da Grande Fuga. Porém, quando o ouvi pela primeira vez, achei que era o Quarteto Op. 130, mais ligado à Grande Fuga, ou seja, não reconheci meu lindo quartetão. Também pudera, era outra música — os holandeses do Narratio Quartet usam instrumentos de época para se aproximarem da sonoridade histórica dos séculos XVIII-XIX. Então, eles tocam os quartetos de Beethoven com cordas de tripa e os arcos típicos do século XIX. Também aplicam práticas de interpretação historicamente informadas: comedidos vibrati, uso de deslizamento entre notas, tempos mais flexíveis e articulação que busca lembrar como se tocava na época de Beethoven. Até aí, tudo bem, só que sei lá. Tanto sei lá que meus ouvidos discordariam da hipotética frase “Narratio Quartet toca Beethoven como se estivéssemos em 1820”. Por exemplo, o último movimento do 132 é um Allegro Appassionato que me pareceu incompatível com a forma de narração adotada pelos meninos do quarteto (sim, escrevi “Tempos mais flexíveis” ali atrás, não sou tão trouxa). São muitas vírgulas e travessões num texto que deve fluir como uma dança, na minha opinião. O som é sempre lindo mas algumas escolhas parecem meio malucas. Não tenho nada contra, só que às vezes não dá certo. E às vezes dá, pois há momentos realmente lindos, como em alguns trechos do Fugão e do imenso movimento central do 132. Vale muito conferir.

IM-PER-DÍ-VEL !!!


Disco excelente e do qual encontrei referências mínimas na rede. Como “trascrizione” significa “transcrição”, deve tratar-se de transcrições que Vivaldi fez de outros compositores. Valem a pena, viu? São músicas barrocas de primeira linha, certamente de origem italiana, muito bem interpretadas pela obscura Accademia del Ricercare, dirigida pelo desconhecido Pietro Busca. São transcrições para uma ou duas flautas. Em minha última visita à Veneza, encontrei vários conservatórios com conjuntos próprios, produzindo e vendendo bons CDs. Tenho alguns, até. Gravadora Tactus? CD 042? Sei lá. Só sei que é um bom CD de música barroca italiana! A “Follia” final tem baixo contínuo de escola de samba. É muito bom. Não perguntem muita coisa. Quem puder esclarecer, esclareça!
IM-PER-DÍ-VEL !!!

Já que meu irmão FDP Bach deu continuidade à minha “Onda Harnoncourt”, eu sigo sua última postagem repetindo o autor, Antonio Vivaldi.
IM-PER-DÍ-VEL !!! Uma estupenda gravação da décima de Shosta.
Benjamin Britten foi autenticamente um grande compositor num país que ama a música, mas que estava agarrado no pincel desde Purcell e a presença de Handel. No entremeio, houve equívocos com Elgar e outros menos votados.
Obviamente, o nome Mazurka deve-se ao grande goleiro uruguaio Ladislao Mazurkiewicz (1945-2013) que jogou principalmente no Peñarol, mas também no Galo Mineiro. Seu apelido? Mazurka. Pois Mazurka jogou 3 Copas do Mundo (1966, 1970 e 1974) e é muito lembrado como o artista coadjuvante de um dos maiores lances da historia do futebol. Na Copa do Mundo de 1970 sofreu um drible sensacional de Pelé, que acabou chutando para fora. Em outro lance do mesmo jogo, cobrou mal um tiro de meta que o mesmo Pelé emendou de bate-pronto, mas o chopiniano arqueiro recuperou-se a tempo e fez boa defesa. Aliás, o extraordinário livro O Drible, de Sérgio Rodrigues, inicia com uma linda descrição do drible de Pelé. Bem, não sou tarado por Chopin, mas minha mãe era. Às vezes, em seus últimos anos, eu botava este disco, que era de meu pai, para tocar. Ela ficava satisfeita. Mas logo Chopin se enredava em meio aos nós das suas sinapses cada vez mais dementes do Alzheimer e ela levantava para fazer qualquer outra coisa. Mas num primeiro momento, de uns 10 minutos, ela parecia flutuar com Chopin. Quando ela faleceu, após o longo percurso da doença, minha irmã pediu uma música para tocar no crematório, mas que eu escolhesse bem! Peguei este, do qual já tinha notado a extraordinária qualidade. Talvez eu não tenha muita propensão à neurose e ao trauma, então consigo ouvir seus incríveis 143 minutos apesar de rever o caixão da Maria Luiza indo naquela esteira em direção ao vazio.
Forte candidato a capa mais feia e nada a ver de todos os tempos, trata-se de um excelente disco da espetacular Orquestra Barroca de Freiburg, belíssima cidade que possui um time na segunda divisão alemã cuja camiseta é igual à do Flamengo do Rio. Após estas informações essenciais à fruição do CD, diria que este é um exemplar muito germanizado do grande compositor veneziano que, por ser COMUNISTA, era chamado de “Il Prete Rosso” ou O PADRE VERMELHO. Como os comunas comiam criancinhas, Vivaldi foi trabalhar num orfanato para meninas chamado Ospedale della Pietà. Era um padre menos safado que os atuais, que parecem preferir MENINOS. Sua música é maravilhosa, mas os publicitários, em vez de ouvi-la quietos, preferem estragá-la em propagandas. O Concerto da Primavera das Quatro Estações, por exemplo, é capaz de me provocar enjoo quando acompanhado de imagens ensolaradas de crianças correndo num parque, vendendo a liberdade que só determinada fralda ou supermercado dá.
IM-PER-DÍ-VEL !!!