Jordi Savall & La Capella Reial de Catalunya & Montserrat Figueras: El Cant de la Sibil-la I – Catalunya

Captura de Tela 2017-10-20 às 17.08.47El Cant de la Sibil-la – Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO

Jordi Savall & La Capella Reial de Catalunya

Ao longo de diferentes épocas, regiões e costumes, grande parte das passagens dos Oráculos sibilinos tiveram como prováveis origens culturais o mundo pagão, o judaico ou, ainda, o cristão. Assim, a força da Sibila manteve-se inalterada por séculos no Oriente, seja sobre os devotos de um Deus único ou adoradores de um panteão de divindades.

Sempre idealizada como uma velha mulher que profetiza em estado de êxtase, a Sibila é retratada com várias identidades. Citada desde Ovídio e Heráclito, a profetiza pode ser reconhecida como filha de Noé – na tradição judaica – ou como a “deusa Sibila” na antiga Eritréia, entre outras referências.

El Cant de la Sibil-la (O Canto da Sibila) é um drama litúrgico de melodia gregoriana que se interpreta na versão catalã de forma tradicional na Missa do Galo nas igrejas de Mallorca (entre as quais se destacam a interpretação no Mosteiro de Lluch e na Catedral de Palma) e em Alguer, aldeia da Sardenha.

Na verdade, Maiorca e Alguer são os dois únicos lugares onde o canto é uma tradição que se estende desde o final da Baixa Idade Média até hoje, tendo finalmente sido imune à proibição que ocorreu no Concílio de Trento, 1545-1563. Precisamente por este motivo, em 16 de novembro de 2010 foi declarado pela UNESCO Patrimônio Imaterial da Humanidade, e foi anteriormente declarado de Interesse Cultural (BIC) pelo Conselho da Ilha Mallorca em 13 de dezembro de 2004.

A Sibila é uma profetisa do fim do mundo da mitologia clássica que foi introduzida e adaptada para o cristianismo, graças à analogia que pode ser estabelecida entre as profecias e o conceito do apocalipse.

O mais antigo testemunho da Sibila cristianizada e cantada em mosteiros é fornecido por um manuscrito latino do mosteiro de San Marcial de Limoges (França), em pleno Império Carolíngio. Na Espanha, o documento mais antigo é um manuscrito preservado na visigótica Mesquita-Catedral de Córdoba do ano de 960, pertencente à uma liturgia mozárabe. Do século XI também data o manuscrito de Ripoll escrito em latim, no âmbito da cultura litúrgica hispânica das comunidades atuais da Catalunha, onde grande parte se enraizaria.

El Cant de la Sibil-la se constituiu então uma tradição cultural cristã que tinha como tema central o julgamento final proclamado entre os bons e maus, isto é, sobre os fiéis ao rei e ao Juiz Universal, cuja chegada foi anunciada a partir da festa de seu nascimento na condição humana.

O primeiro passo no processo de popularização foi a incorporação do canto em latim nas catedrais, pelos seus sacerdotes. Isso estava acontecendo em territórios ocidentais no sul da Europa que fazem atualmente parte da Espanha, França, Itália e Portugal, atingindo Mallorca certamente, como consequência, na época da reconquista, da Conquista de Mallorca em 1229 pela Coroa de Aragão. A primeira informação que temos de El Cant de la Sibil-la na Catedral de Mallorca é fornecido pela “consueta de tempore”, também escrito em latim entre 1360 e 1363. (ex-internet)

Palhinha: ouça 03. Sibil·la Catalane

El Cant de la Sibil-la I – Catalunya
Barcelona, X-XI siècles
01. Sibil·la Latine
Montpellier, Lectionarium XII-XIII siècles
02. Sibil·la Provençale
Seu d’Urgele, XV siècles
03. Sibil·la Catalane

El Cant de la Sibil-la I – Catalunya – 1988
Jordi Savall & La Capella Reial de Catalunya & Montserrat Figueras

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Ian McQue

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Victoria: Lamentations of Jeremiah – The Tallis Scholars

2qdzm9xThe Tallis Scholars recording of Victoria’s Lamentations of Jeremiah has been nominated for a Grammy Award in 2011

 

Victoria’s nine Lamentations contain some of his most intense, mystical and moving music and rank alongside the Requiem as one of his greatest achievements.
The Spanishness of Spanish polyphony is often invoked. There is an impression that in their worship the Spanish have a fierceness, coupled to a mysticism, which sets them apart. This way of thinking was current a long time ago: Michelangelo, when asked by the Florentine painter Pontormo how he could best please a Spanish patron, replied that he should ‘show much blood and nails’. Such rawness has readily been attributed to their music, too. (http://www.gimell.com/recording-victoria—lamentations-of-jeremiah.aspx)

Palhina: ouça 01. Lamentations for Maundy Thursday: Lamentation I

Victoria: Lamentations of Jeremiah
Tomás Luis de Victoria (Spain, 1548-1611)
01. Lamentations for Maundy Thursday: Lamentation I
02. Lamentations for Maundy Thursday: Lamentation II
03. Lamentations for Maundy Thursday: Lamentation III
04. Lamentations for Good Friday: Lamentation I
05. Lamentations for Good Friday: Lamentation II
06. Lamentations for Good Friday: Lamentation III
07. Lamentations for Holy Saturday: Lamentation I
08. Lamentations for Holy Saturday: Lamentation II
09. Lamentations for Holy Saturday: Lamentation III
Juan Gutiérrez de Padilla (1590-1664)
10. Lamentations for Maundy Thursday

Victoria: Lamentations of Jeremiah – 2010
The Tallis Scholars
Peter Phillips, director

Capa: O Profeta Jeremias, de Michelangelo, do teto da Capela Sistina.

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futuro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Missa de São Sebastião: Antonio Carlos Gomes (1836-1896)

24myhrdAntonio Carlos Gomes (Campinas, 1836-Belém, 1896)
Missa de São Sebastião (1854)

Repostagem

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Temos o prazer em apresentar o mais novo membro da equipe PQPBach: Bisnaga !

Devemos a ele as postagens das missas de Carlos Gomes. Bisnaga gosta de óperas e de música brasileira de concerto, além de possuir um belo acervo musical.

Bem vindo, Bisnaga !

Missa de São Sebastião

Há 175 anos nascia em Campinas, interior de São Paulo, Antonio Carlos Gomes, mulato, como eram quase todos os músicos, compositores e artistas dos períodos colonial e imperial. Aos mestiços não restavam muitas possibilidades nessa época: eram livres, mas não proprietários de terras; não eram escravos, porém não tinham fortunas. Deslocados num país de ordem escravocrata, muitos integraram o clero (uma boa forma de ascensão social) ou passavam a se dedicar às artes, ambiente no qual alguns acabaram se destacando e se projetando, como é o caso de Carlos Gomes.

Não, Tonico não fora um menino-prodígio como Mozart, que compunha óperas ainda na infância, mas tinha percepção musical excepcional, e por isso seu pai, Manoel José Gomes (também mulato e músico), o ensinou a tocar clarineta. Depois, o menino faria aulas de piano e violino. Logo começou a compor, a dar aulas e a reger esporadicamente a banda do pai e seguindo-o, não tardaria a se enveredar na música sacra.

Quando compôs e apresentou a Missa de São Sebastião, Carlos Gomes era ainda um rapazote de 17 ou 18 anos, mas já mostrava um refinamento compositivo impressionante. Tente imaginar a cena da estreia dessa obra: provavelmente ocorreu na Matriz Nova de Campinas (a atual Catedral Metropolitana), talvez no dia 20 de janeiro (dia de São Sebastião, padroeiro da capital) do ano de 1854. Campinas estava em franca efervescência econômica e cultural, toda em construção. Relatos de viajantes estrangeiros diziam que o movimento das ruas de terra fazia da cidade um local com poeira vermelha constante e asfixiante, que tudo tingia. A matriz tinha sido coberta há poucos anos, cheia de andaimes, ainda não tinha torres e seus altares deveriam ser provisórios, pois só anos depois começariam os entalhes. Nesse ambiente semelhante ao que vemos em filmes de Velho Oeste americano, em que tudo parecia precário e provisório, surge uma obra dessa natureza, com tamanho grau de acabamento.

Curiosamente, a Missa de São Sebastião soa mais operística que a sua segunda missa, a de Nossa Senhora da Conceição, cinco anos posterior. Segundo fala do Maestro Henrique Lian no próprio encarte desta obra, há relações com o bel canto italiano das obras de Bellini, Rossini e Donizetti, com uso das coloraturas e na orquestração mais limpa, que valorizam e destacam os solos. A obra, assim como sua outra missa, apresenta-se apenas com o Kyrie e o Gloria, provavelmente a segunda parte, do Credo (Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei) tenha desaparecido.

A missa inicia-se com certa imponência, que soa até estranha para a primeira música: o Kyrie, que depois se desenvolve calmo, mas não triste, e prepara para a entrada apoteótica do Gloria, uma poderosa marcha com grande participação inicial dos sopros, tão caros ao Carlos Gomes que cresceu em meio à banda marcial do pai. Mas já há no Gloria um forte peso do coro, ligando-o às influências de música sacra do compositor. As duas partes que se seguem, o Laudamus e o Gracias, mostram belas e elaboradas coloraturas para soprano (destaque aqui para a longeva e quase flutuante voz de Niza de Castro Tank, com 74 anos na gravação), de muita leveza e graciosidade. Esse clima é transformado com o pesado início do Domine Deus, que depois se dissolve em uma melodia mais leve para tenor. Com uma estrutura semelhante, pesada e depois suavizada, surge a Qui Tollis, agora com a presença dos quatro solistas, fazendo uma preparação para a entrada do coro no alegre Suscipe. Segue-se uma delicada introdução do Qui Sedes, que dará lugar a um dueto dramático de tenor e contralto e, em contraposição, a peça seguinte, o solo de baixo do Quoniam, inicia-se calma e melódica, aumentando a dramaticidade à medida que se desenvolve, para deixar preparada a entrada do coro no Cum Santo Spiritu, outra marcha, essa, com certeza, a peça mais operística de toda a Missa, com final não menos apoteótico que seu início.

Antonio Carlos Gomes (Campinas, 1836-Belém, 1896)
01. Missa de São Sebastião 01. Kyrie
02. Missa de São Sebastião 02. Gloria
03. Missa de São Sebastião 03. Gloria – Laudamus Te
04. Missa de São Sebastião 04. Gloria – Gracias
05. Missa de São Sebastião 05. Gloria – Domine Deus
06. Missa de São Sebastião 06. Gloria – Qui Tollis
07. Missa de São Sebastião 07. Gloria – Suspice deprecationem Nostram
08. Missa de São Sebastião 08. Gloria – Qui sedes
09. Missa de São Sebastião 09. Gloria – Quoniam
10. Missa de São Sebastião 10. Gloria – Cum Sancto Spiritu

Palhinha: ouça Missa de São Sebastião 10. Gloria – Cum Sancto Spiritu

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Missa de São Sebastião – 2005
Antonio Carlos Gomes

Coral da Unicamp
Carlos Fiorini, regente do coro
Orquestra Sinfônica de Campinas
Henrique Lian, regente

Niza de Castro Tank, soprano
Luciana Bueno, contralto
Rubens Medina, tenor
Manuel Alvarez, baixo

Gravação de duas apresentações ao vivo no Centro de Convivência Cultural, Campinas, 11 e 12 de julho de 2005.

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MP3 154 kbps VBR – 55,7 MB – 50 min
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Texto e áudio: Bisnaga
Lay-out & Operador de mouse: Avicenna

Missa Afro-Brasileira (de batuque e acalanto): Carlos Alberto Pinto Fonseca (1933 – 2006)

20htvsnMissa Afro-Brasileira
de batuque e acalanto
Carlos Alberto Pinto Fonseca 

Ars Nova – Coral da UFMG

O sincretismo religioso é a demonstração de luta de milhares de negros mantidos nos cativeiros do Brasil. lmpedidos de expressar sua devoção às divindades de seus ancestrais, os escravos buscavam na fusão da religião católica com os ritos africanos, um mecanismo de fuga à dominação do homem branco. O sincretismo é, antes de tudo, um grito de libertação religiosa. Consequência de um momento tão peculiar na História do Brasil, o sincretismo perdura até os nossos dias, revelando a força da memória e dos costumes.

Segundo Carlos Alberto Pinto Fonseca, desde que o Papa João XXIII encorajou o uso da música folclórica e popular na liturgia católica, ele desejou compor uma missa brasileira, empregando a mesma linguagem coral, baseada no folclore brasileiro usado em seus arranjos e composições. O resultado foi a Missa Afro-Brasileira (de batuque e acalanto), que reflete com energia a conflituosidade do movimento sincrético. Ao abolir as barreiras entre a música sacra e profana, entre música erudita e popular, o autor também escapa aos padrões estabelecidos nas composições eruditas. Retrata a força primitiva e o impulso quente do ritmo africano, combinando a ternura do acalanto com as formas populares como “marcha-rancho” e “samba-canção”, empregando também os modos nordestinos.

A Missa é mais extensa que o usual, pois foi usado o texto oficial da lgreja Católica no ano de sua composição, 1971. A obra é cantada em português e latim, em superposição ou alternância dos idiomas. O primeiro, possui sons brandos e consoantes suaves, e é empregado nas melodias ternas. A sonoridade e articulação do latim é reservado para as partes e para os rítmos afro, em seus efeitos percussivos. Brasil abriga contrastes e misturas; o novo, lado a lado com o velho; arquitetura moderna coexistindo com o estilo colonial das igrejas. Refletindo todos esses aspectos e mantendo uma unidade estrutural, o autor emprega um tema basico, revestido, a cada vez, de nova harmonia. Esse tema é desenvolvido de forma mais narrativa no Credo. Há também interrelações entre partes como o Christe e o Sanctus.

Existe um sentimento de tristeza, de profunda saudade na música brasileira, especialmente no “samba-canção”. Essa forma aparece no ponto mais dramático da Missa: “Também foi crucificado”, onde o tenor-solo “chora” em samba-canção, e o coro acompanha, imitando os instrumentos de um “chorinho”. Esta parte relaciona-se formalmente com o “Cordeiro de Deus”, também samba-canção, com tenor solista.

A atmosfera do “Dona Nobis Pacem” assemelha-se à de “E Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade”, do Glória. Mas não se poderia terminar a “Missa” neste ambiente angelical. Quebrando esse clima de “céu”, surge o brado forte clamando “Agnus Dei”, um grito final de misericórdia e clamor a Deus.
(extraído da contra-capa)

A Missa Afro-Brasileira (de batuque e acalanto), de Carlos Alberto Pinto Fonseca, recebeu o título de “Melhor Obra Vocal do Ano” pela Associação Paulista de Críticos de Arte em 1976.

Missa Afro-Brasileira (de batuque e acalanto)
Carlos Alberto Pinto Fonseca
1. Kyrie
2. Gloria
3. Credo
4. Sanctus
5. Benedictus
6. Agnus Dei

Missa Afro-Brasileira (de batuque e acalanto) – 1972
Ars Nova – Coral da UFMG
Regente: Carlos Alberto Pinto Fonseca
Maria Eugênia Meirelles, soprano
Mara Dalva Alvarenga, contralto
Marcos Tadeu de Miranda, tenor
José Carlos Leal, barítono

Esta é uma gravação de um LP de 1972, gentilmente cedido pelo nosso ouvinte Alisson Roberto Ferreira de Freitas e digitalizado por Avicenna.

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fly me to the moon

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Requiem de Victoria (1605): Westminster Cathedral Choir

2roswvkEsta música, que a menudo se conoce sólo como Requiem de Victoria, se ha considerado como una de sus mejores obras y una de las últimas grandes obras de lo que denominamos estilo polifónico renacentista.

El Oficio de Difuntos de Victoria comprende su segunda Misa de Réquiem, escrita para coro a seis voces. Una convicción apasionada entrecruza su austeridad refinada y digna; relumbra con fervor extraordinario dentro de una atmósfera musical y espiritual de serenidad y aptitud para su finalidad litúrgica. Pero también requiere cierta explicación.

Durante los últimos de los veinte años más o menos que pasó en Roma, el sacerdote abulense Tomás Luis de Victoria compuso y publicó en 1533 un libro de Missas, entre ellas una Missa pro defunctis para coro a cuatro voces. Este primer Réquiem fue reeditado en 1592. Para entonces Victoria estaba bien establecido en Madrid como maestro de coro y capellán de la emperatriz María, hermana de Felipe II y viuda de Maximiliano II, recluída ahora en el Real Convento de las Clarisas Descalzas. La princesa Margarita, hija de María, hizo su profesión solemne en 1584 y era una de las treinta y tres monjas de clausura cuyos servicios diarios, la Liturgia del Oficio Divino, cantaban doce sacerdotes y cuatro infantes de coro (número que aumentó a seis en 1600).

El 26 de febrero de 1603 falleció la emperatriz, siendo enterrada tres días después en el claustro del convento. Seguramente los servicios serían sencillos. Las grandes exequias tuvieron lugar el 22 y 23 de abril en la Iglesia de los Santos Pedro y Pablo (donde ahora se yergue la catedral de Madrid). La capilla del convento era demasiado pequeña para este servicio conmemorativo. Se cantaron las Vísperas del Oficio de Difuntos; luego, de madrugada, los Maitines de Difuntos, que en inglés se conocen como Dirge, canto fúnebre, (del latín «Dirige, Domine …» con que empieza el Primer Nocturno). Luego, tras de cantar los Laudes, se celebró la Missa pro defunctis, la Misa Solemne por los difuntos. El catafalco que representaba a la emperatriz María su ataúd estaba situado entre el coro y el altar mayor. Estaban presentes el rey Felipe II, vestido con los colores plata y negro de luto, su prima la princesa Margarita, la monja real, todas las dignidades de la iglesia y el estado, agrupados en una escena que hoy nos recuerda a un cuadro del Greco, todos ellos testigos de aquella antigua ceremonia católica para los difuntos, la Misa de Réquiem.

Para esta ocasión el compositor Victoria escribió su segundo Requiem o, como él lo llamó correctamente, el Oficio de Difuntos. Compuso música para la propia Misa, un motete funeral adicional a la liturgia estricta, y uno de los grandes textos latinos para la ceremonia de absolución que sigue a la Misa, así como una Lección que pertenece a los Maitines.

Dos años más tarde, Victoria publicó esta música (Prensa Real, Madrid 1605) que desde entonces ha sido venerada además de admirada pues da la impresión de ser un Réquiem para una época, el ocaso del Siglo de Oro, el final de la música del Renacimiento, la última gran obra del mismo Victoria. Al menos no publicó nada más.

Se ha dicho que fue el canto del cisne de Victoria, pero en su dedicatoria a la princesa Margarita queda claro que el Cygneam Cantionem se refiere a la Emperatriz. Mal podía imaginar Victoria en 1603 o 1605 que él mimso fallecería en 1611, a la edad de sesenta y tres años. La dedicatoria en el fronstispicio de la edición de 1605 dice claramente que él, Victoria, compuso esta música para ‘las obsequias de vuestra muy reverenciada madre’.

La música para la Misa, creada por Victoria con las entonaciones y versos adecuados en canto llano, según la costumbre de la época, está escrita para coro a seis voces con tiples divididos, alto, tenores divididos y bajo. Las melodías en canto llano se incorporan al tejido polifónico en el segundo tiple (a excepción del Ofertorio donde el canto está en el alto). El primer tiple asciende y desciende alrededor del lento desarrollo del canto llano parafraseado, dando a toda el entramado una maravillosa luminosidad. El uso de dos voces de tenores contribuye a la ligereza y claridad. Incluso se especifica que las modulaciones y versículos del canto llano deben ser cantados por los infantes de coro. A la grandiosa sonoridad de las seis voces con las que Victoria construye su breve Kyrie eleison sigue el Christe, sólo con las cuatro voces altas, en un pasaje tan triste que parece un llanto ritual convertido en música.

Concluida la Misa, Victoria continúa con el motete Versa est in luctum, que suponemos sería cantado mientras el clero y las dignidades rodeaban el catafalco (que representaba a la Emperatriz). Seguía la Absolución y con la música compuesta por Victoria para el gran Libera me Domine concluye, con las respuestas del Kyrie, la música que compuso para esta ocasión solemne.

En la edición de 1605, Victoria añadió la Segunda Lección de Maitines por los Difuntos. Para poner esta música en su contexto y dar cierta impresión de lo que desembocaría en la Misa propia, hemos puesto el Responsorio Credo quod Redemptor en canto llano en su lugar debido antes del «Taedet» de Victoria. Forman un extracto del largo Oficio de Maitines.

A continuación hemos situado el Cántico de Zacarías, con su debida antífona, al final del Oficio de Laudes que precede a la Misa.

Se emplean las variantes españolas del s.XVI de los cantos. Hemos hecho uso en particular de la Agenda Defunctorum (1556) de Juan Vásquez.

Al restaurar el versículo «Hostias et preces» para completar litúrgicamente el Ofertorio de Victoria, hemos derivado el canto llano del anterior Requiem de 1583 del propio Victoria (vuelto a imprimir en 1592). El Agnus Dei del medio y las respuestas Requiescant in pace. Amen. han sido añadidas por el equipo editorial.

Tomás Luis de Victoria nació en 1548 en Ávila, lugar de nacimiento de Santa Teresa. Así como ella parece personificar la actitud religiosa de la España del s.XVI (al menos su aspecto positivo), del mismo modo Victoria llegó a representar lo mejor del carárcer español en música. Muy joven aprendió su arte como infante de coro de la catedral de Ávila; tan prometedor resultó que a los diecisiete años fue enviado a Roma, bajo el patrocinio de Felipe II y la Iglesia, a estudiar an el Collegium Germanicum de los jesuitas.

La carrera musical de Victoria en Roma le puso en contacto con Palestrina y los innumerables cantantes, organistas y compositores de toda Europa, activamente empleados en las capillas e iglesias de aquella gran urbe en el momento preciso en que el catolicismo recuperaba su confianza, una vitalidad nueva y una reforma disciplinada. El joven sacerdote español empezó pronto a publicar sus composiciones en ediciones suntuosas. Ni el mismo Palestrina tuvo tanta suerte en aquellos momentos.

El éxito de los años en Roma no fue óbice para que Victoria siguiera añorando una vida tranquila en España. Tras de sus publicaciones de 1585 consiguió su deseo y regresó a ocupar el puesto de capellán y maestro de capilla del Real Convento de las Clarisas Descalzas en Madrid, de hecho hogar y capilla de la hermana de Felipe II, la emperatriz viuda María. Allí concluyó sus días, componiendo cada vez menos a partir de 1600 y nada, que nosotros sepamos, tras la publicación en 1605 del gran Oficio de Difuntos. Había rechazado ofrecimientos de Sevilla y Zaragoza; visitó Roma durante el período de 1592–94, para supervisar la impresión de sus obras y acudir al funeral de Palestrina. En 1595 regresó a Madrid para no volver a partir.
(http://www.hyperion-records.co.uk/al.asp?al=CDA66250)

Victoria: Requiem
Officium Defunctorum, 1605
Anonymous
1. Credo quod redemptor meus vivit
2. Taedet animam meam vitae meae
3. Ego sum resurrectio et vita – Benedictus Dominus, Deus Israel

Tomás Luis de Victoria (Spain, 1548-1611)
4. Requiem Mass (Officium Defunctorum), 1605 1. Introitus: Requiem aeternam dona eis, Domine
5. Requiem Mass (Officium Defunctorum), 1605 2. Kyrie
6. Requiem Mass (Officium Defunctorum), 1605 3. Graduale: Requiem aeternam dona eis, Domine
7. Requiem Mass (Officium Defunctorum), 1605 4. Offertorium: Dominu Jesu Christe, rex gloriae
8. Requiem Mass (Officium Defunctorum), 1605 5. Sanctus
9. Requiem Mass (Officium Defunctorum), 1605 6. Agnus Dei
10. Requiem Mass (Officium Defunctorum), 1605 7. Communio: Lux aeterna luceat eis
11. Versa est in luctum
12. Libera me, Domine, de morte aeterna

Victoria: Requiem
Westminster Cathedral Choir
Director: David Hill
Recorded on January 1987 at Westminster Cathedral, London, United Kingdom

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chanson d'amour

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Frei Manuel Cardoso (Portugal, 1566-1650): Missa de Requiem – The Tallis Scholars

2e4e0zbMissa de Requiem
Frei Manuel Cardoso 

The Tallis Scholars

 Frei Manuel Cardoso é o principal compositor do grupo de polifonistas de Évora, os maiores expoentes do período áureo da música religiosa portuguesa. A música que compuseram caracteriza-se pela inexistência de acompanhamento de qualquer instrumento.

Foi professor de Frei Manuel Cardoso, Manuel Mendes (1547–1605), nomeado Mestre de Claustra da Sé de Évora, cargo que desempenhou até 1589.

Entre os quatro nomes de compositores que mais se salientaram – Estêvão de Brito (c.1575-1641), Filipe de Magalhães (c.1571–1652), Duarte Lobo (1565–1646) e Frei Manuel Cardoso (c.1566–1650), foi este último quem conseguiu misturar com maior sucesso o antigo e o novo, produzindo um estilo pessoal muito característico.

Frei Manuel Cardoso passou a sua vida como frade carmelita no Convento do Carmo em Lisboa. Antes de fazer os votos em 1589, praticara como menino do coro na Catedral de Évora. Entre 1618 e 1625, esteve ao serviço do Duque de Barcelos, mais tarde, D. João IV, um utilíssimo patrono, ele mesmo músico distinto e compositor de mérito.

As obras de Frei Manuel Cardoso que chegaram até nós estão imprimidas em cinco colecções, das quais duas foram pagas por D. João IV. Destas, a primeira e a última (1613 e 1648) incluem motetos e Magnificats, ao passo que as outras três (1615, 1636 e 1636) contêm Missas.

Não podemos saber se Cardoso experimentou outros tipos de música barroca, porque o resto das suas obras (como as de tantos outros músicos) foi destruída pelo terramoto de 1755.

A sua obra mais conhecida é a missa de Requiem, para seis vozes (SSAATB), que está incluída no livro de Missas de 1625. O “Libera me” a final é para quatro vozes (SATB).

Existem muitas edições internacionais em disco das suas obras, em especial, da missa de Requiem.

(Nicolau António Bibliotheca Nova, 2.º vol., pags. 44-45)

Um belo trabalho sobre a vida e a obra do Frei Manuel Cardoso, publicado pelo Instituo Camões, de Portugal, pode ser baixado aqui em .PDF

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Frei Manuel Cardoso (Portugal, 1566-1650)
01. Requiem – 1. Introitus
02. Requiem – 2. Kyrie
03. Requiem – 3. Graduale – I. Requiem aeternam – II. In memoria
04. Requiem – 4. Offertorium – Domine Iesu Christe
05. Requiem – 5. Sanctus & Benedictus
06. Requiem – 6. Agnus Dei I, II & III
07. Requiem – 7. Communio – Lux aeterna
08. Requiem – 8. Responsorium – Libera me
09. Motet: Non mortui
10. Motet: Sitivit anima mea
11. Motet: Mulier quae erat
12. Motet: Nos autem gloriari
13. Magnificat (Secundi Toni 5vv)

Requiem – 1990
The Tallis Scholars
Peter Phillips, regente

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caravela 1

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Orquestra Clássica do Porto: Carvalho – Portugal – Moreira – Bomtempo

2w5sytgFive Centuries of Portuguese Music
Carvalho – Portugal – Moreira – Bomtempo

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The Magazine for Serious Record Collectors (USA):

There is much more Portuguese music on discs than is dreamed of in the Schwann catalog’s philosophy. The Gulbenkian Foundation funded a generous survey under the direction of Michel Corboz and others. Most of it escaped me. I regret to say I do, however, have an Archiv Produktion LP in collaboration with the Gulbenkians of Portuguese music of the period represented by the present disc. It featured three of the four composers.

João de Sousa Carvalho (1745?ca. 1800) is considered the father and the greatest representative of this school. He was the teacher of all three of the other composers represented here. Of his two “Aberturas” (Overtures), the first to a comic opera called L’amore industrioso, was very familiar to me although I have no idea why. It is not among the handful of works in my collection by Carvalho (properly he should be referred to as Sousa Carvalho but I’ll follow the practice of this recording and of New Grove), yet I would have had to have heard it at least half a dozen times to have it so firmly embedded in my memory. Can it be an overture that he borrowed from Paisiello or vice versa? They were fellow students at the Naples Conservatory in the 1760s. Whoever the composer is, it’s a delectable three-movement sinfonia/overture. The other Carvalho overture programmed here belongs to the last of his three Te Deums. The entire work, minus this overture, was and may still be available on the difficult-to-find Cascavelle label (VEL 1016). The overture was probably omitted for reasons of timing since this is a very long (74:33) setting of the Te Deum. If you’re lucky enough to own this majestic work (it dates from 1792) you can now join its overture to the rest of it thanks to Koch-Schwann.

Marcos Portugal (1762?1830) had the somewhat awkward distinction of sharing his name with that of his country of origin, a not-so-rare phenomenon when you consider Benjamin Britten, Jean Françaix, John Ireland, Otto Erich Deutsch and some others. His opera La morte di Semiramide (1798 or 1801: both dates occur in the booklet) sounds like a tragedy but its overture sounds like a comedy, a paradox that Rossini has often been accused of. The use of a separate wind band, as if playing from the stage, is only one of the pleasures offered by this bracingly military overture. Perhaps not incidentally, Portugal ended up in Brazil exiled for supporting the Portuguese independence.

António Leal Moreira’s birthdate must have come to light since Archiv left it blank when they released one of his symphonies. It is given by Koch as 1758: he died in 1819. The Overture in D Major may have been intended for concert rather than theatrical use. It consists only of a Largo non molto followed by an Allegro brilliante. Written in 1805 the overture has a Napoleonic swagger employs obbligato winds in the manner of a sinfonia concertante and sounds rather like the orchestral music of Arriaga.

The final offering is a full-dress symphony, twenty-four minutes long by João Domingos Bomtempo (1775?1842). It is heavily indebted to Haydn but like other selections on this disc, has a raw noisy energy that appears to have been endemic in eighteenth-century Portuguese music. Part of the noise may be attributable to the conductor Meir Minsky who favors loud dynamics and fast tempos. The extremely resonant acoustic of the Oporto church, where the recording sessions took place, add to the clamor. But I must say that this disc got my adrenaline flowing. It contains no dull moments. This branch of the Iberian musical experience deserves more attention than it gets. (David Johnson)

Palhinha: ouça: 01. L’amore Industrioso – Overtüre

Orquestra Clássica do Porto: Carvalho – Portugal – Moreira – Bomtempo
João de Sousa Carvalho (Estremoz, 1745 – Alentejo, 1799)
01. L’amore Industrioso – Overtüre
02. Te Deum a Due Cori – Overtüre
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
03. La Morte de Semiramide – Overtüre
António Leal Moreira (Abrantes, 1758 – Lisboa, 1819)
04. Sinfonia em Ré Maior: Largo Non Molto – Allegretto Brillante
João Domingos Bomtempo (Lisboa 1775-1842)
05. Sinfonie No. 1 Es-Dur Op. 11: I. Largo – Allegro Vivace
06. Sinfonie No. 1 Es-Dur Op. 11: II. Minuetto: Allegro Assai
07. Sinfonie No. 1 Es-Dur Op. 11: III. Andante Sostenuto
08. Sinfonie No. 1 Es-Dur Op. 11: IV. Finale: Presto

Orquestra Clássica do Porto: Carvalho – Portugal – Moreira – Bomtempo – 1994
Coleção: Five Centuries of Portuguese Music
Director: Meir Minsky

Mais um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

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Boa audição.

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Avicenna

João de Sousa Carvalho (1745-1799): Opera Overtures, Harpsichord Sonatas

Captura de Tela 2017-10-18 às 19.15.00João de Sousa Carvalho
Opera Overtures, Harpsichord Sonatas
Liszt Ferenc Chamber Orchestra

Em 2012, Bisnaga postou o mesmo álbum que o Avicenna já havia postado em 2011. Esta é a fusão das duas postagens.

Este álbum de hoje é uma daquelas belas surpresas que encontramos por coisa de R$ 7,00 em um desses sebos da vida (aliás, que prazer existe em se ficar garimpando tesouros a preço de banana em sebos, não?)… No meio daquele monte de compositores clássicos famosos e aquelas coleções para iniciantes (3 Tenores, Jóias da Música, Os  Mais Belos Clássicos e por aí vai…), eis que encontro este CD de João de Souza Carvalho executado por uma orquestra húngara! Pensei: “se os húngaros se deram ao trabalho de executar e gravar um português – convenhamos que Portugal nunca foi o centro de produção de música de concerto na Europa – esse cara não pode ser mau”. Dito e feito! Souza Carvalho é muito bom! O compositor português é muito elegante: suas aberturas são classudas, possuem aquela limpeza e organização típicas (e belas) do classicismo, características que também podemos perceber em suas tocatas para cravo e, ainda que eu não seja grande apreciador e muito menos conhecedor do instrumento, lhe rendo louvores. Ele carrega, inclusive, forte influência do intercâmbio musical que a coroa portuguesa realizava com a Itália no século XVIII (talvez uma tentativa de modernizar a música, afastando-a do barroco e aproximando-a do classicismo), trazendo músicos italianos e enviando compositores lusos para se aperfeiçoarem no Lácio, como ocorreu com o próprio Souza Carvalho. Sua música acaba por ser, por isso, formalmente bem próxima dos padrões italianos de então…

A bipartição do álbum em uma primeira parte orquestral e uma segunda cravística também me pareceu interessante, mostrando os dois ambientes bastante distintos para os quais Souza Carvalho produzia sua música, ora para ser apresentada nos grandes teatros de Lisboa, ora com peças mais simples para serem executadas nas casas da aristocracia portuguesa, como é o caso das tocatas deste CD.

Para saber um pouco mais, o texto original (em inglês) do álbum:

Italian opera, particularly in the latter half of the 18th century, was completely dominant on the Portuguese musical scene. The musical stage and church music were permeated with the spirit of the Roman and Neapolitan composers. Many Italians were engaged as conductors, singers or instrumentalists with cathedral choirs, and the choir of the royal court in Lisbon, and above all as teachers of music in the aristocratic homes of the capital.

By the 1720s, King John V of Portugal was already pressing for the employment of noted Venetian, Roman and Neapolitan composers in high positions. Among them was Domenico Scarlatti, who became the director of the choir of the royal chapel in 1720, and Giovanni Giorgi, who was given the post of choirmaster at Santa Catarina de Ribamar in 1729. Talented local musicians like Antonio Teixeira, Francisco Antonio Almeida and João Rodriges Esteves, on the other hand, were sent by the royal court to Rome, to fill out their knowledge. After returning home, they took on major musical tasks in the capital, and also helped to spread the Italian “concertante” style.

King Joseph I (1750-1777) continued his father’s musical policy. In 1752 he appointed David Perez as court composer and music teacher to the royal family, and sent the Braz brothers, Francisco de Lima and João de Sousa Carvalho to Naples. He also prevailed upon several Italian composers, including Niccolò Jomelli, to provide him with copies of their latest works. The royal theatres staged works by Avonado, Galuppi, Guglielmi and Lampugnani, and the dramatic pieces by local composers again showed the style and composing craft of the Italians.

The music-loving public of Lisbon was intoxicated by the musical stage and church music that likewise reflected the stylistic trends of the Italian opera: grand masses and funeral masses. But it must also be said that the standards and tastes of these audiences lagged somewhat behind those of the great European musical centres, London, Paris and Vienna. In the homes of the aristocrats and the rising middle classes, the main preference was for salon songs with a harpsichord or guitar accompaniment and for piano music. No interest was evident in symphonic music or in chamber-music genres so popular in other countries, such as the trio, quartet and quintet. The court orchestra consisted of outstanding musicians, but they played almost exclusively for the stage or in church. Their repertoire consisted of opera, serenades and large-scale sacred works,

João de Sousa Carvalho was born in 1745, in Estremoz (Alentejo province). He studied music first in the nearby Colégio dos Santos Reis Magos in Vila Viçosa, seat of the royal Braganza family, showing great gifts at an early age. When he was seventeen he was granted a scholarship to study in Italy, and enrolled at the Santo Onofrio conservatoire in Naples on January 15, 1761, under Nicola Porpora and Carlo Contumacci, where his fellow students included Paisiello. Six years later, in 1767, Sousa Carvalho returned to Portugal, where he first taught at the Lisbon cathedral school of church music, where he later became the principal conductor. In 1778 he succeeded David Perez as the music teacher to the royal family, a post he held until his death in 1798. His pupils included eminent composers who had a decisive influence on Portuguese music and won big reputation both in Europe and South America. Outstanding among them were Antonio Leal Moreira, Marcos Portugal, João José Baldi and Domingos Bomtempo.

Most of Sousa Carvalho’s music is for the stage, but he also wrote church works for soloists and choirs, and some for full orchestra. Relatively few of his keyboard works have survived.

The three overtures on this recording are from operas he wrote between 1773 and 1782. Eumene dates from 1773 and was first performed on june 9, the birthday of Joseph I. The “dramma per musica” entitled Perseo was also a birthday present, this time for Peter III, king consort to Queen Mary I, on July 5 1779, as was the third opera, Penelope, which the composer laid before his queen three years later, on December 17 1782.

All Sousa Carvalho’s works which have survived, including his operas, have come down to us in manuscript form. Most are preserved in the library of the Ajuda palace, in Lisbon. Of the three overtures, only the one for Penelope has been published (by Filipe de Sousa, in Vol. XIV of Portugaliae Musica, Lisbon 1968). All three follow the formal principle of the classical Italian sinfonia, with a fast-slow-fast movement order. Sousa Carvalho’s musical idiom bespeaks a mature musician utterly at home with the forms of musical expression, and interested in the stylistic and shaping devices of early Classicism and later Classicism. This is particularly clear from his orchestration and the play of forces between the wind and strings. On the one hand, the flutes and oboes (in the case of the Penelope overture, the bassoons as well), and, on the other the trumpets and horns assume roles both in the sound picture as a whole and in their differentiated soloistic assignments which point far beyond the tasks assigned to orchestral woodwind instruments by early classical composers.

All three surviving keyboard works by Sousa Carvalho have been included on this recording.

They can be found in an 18th century manuscript, and they have been made available in modern editions by M. S. Kastner (the toccata in G minor in Vol. I of Cravistas Portuguezes, Mainz, 1935) and G. Doderer (the sonatas in D major and F major respectively, in Vol. II of Organa Hispanica, Heidelberg, 1972). None of them can be precisely dated, and recently the authenticity of the G minor toccata has been questioned, due to its similarity with the works by the Italian Mattia Vento. Nonetheless, the expressiveness of the slow movement, replete with a Lusitanian spirit, speaks of a spectific Portuguese idiom developed by Carlos Seixas in his sonatas for keyboard. Seixas was active between 1720 and 1742 as court harpsichordist to King John V.

The sonatas in D major and in F major both reveal expressly modern features, with a three movement form and an emphatic contrasting of themes in the first movements. The pieces are in the gallant style, and excel for their frequent use of Alberti basses and the alternation of virtuoso and cantabile passages.

Even in an environment of strong Italian influence, Sousa Carvalho proves in these pieces to be the exponent of a valuable and congenial musical inheritance.

(Gerhard Dorderer, extraído do encarte)

Sousa Carvalho: Opera Overtures & Harpsichord Sonatas
João de Sousa Carvalho (Estremoz, 1745 – Alentejo, 1799)
01. Overture – Penelope
02. Overture – L’Eumene
03. Overture – Perseo
04. Toccata in G minor 1. Allegro
05. Toccata in G minor 2. Andante
06. Sonata in D major 1. Allegro
07. Sonata in D major 2. Larghetto
08. Sonata in D major 3. Allegro
09. Sonata in F major 1. Allegro
10. Sonata in F major 2. Andante
11. Sonata in F major 3. Allegro

Sousa Carvalho: Opera Overtures & Harpsichord Sonatas – 1988
Liszt Ferenc Chamber Orchestra, Budapest
Director: János Rolla
Harpsichord: János Sebastyén

Nossos agradecimentos ao maestro, musicólogo e compositor Harry Crowl Jr por esta valiosa contribuição!

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Ouça! Deleite-se! … Mas bata um papo comigo: comente!…

Captura de Tela 2017-10-18 às 19.15.50

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna & Bisnaga

João de Sousa Carvalho (Estremoz, 1745 – Alentejo, 1799) – Testoride Argonauta, ópera

2iok82Testoride Argonauta, ópera
João de Sousa Carvalho
Orquestre Baroque du Clemencic Consort

Testoride, Rei dos Argonautas e eterno rival de Ícaro, Rei de Caria, chega vitorioso à sua terra natal depois de uma longa guerra contra o seu inimigo. Mas, mal chega, faz uma terrível descoberta: a sua amada filha Irene tinha sido levada por piratas, e vendida ao seu inimigo mortal Ícaro. De imediato Testoride faz-se ao mar em busca de sua filha, no entanto é apanhado por uma enorme tempestade que o conduz até perto de Caria, terra onde reina Ícaro. Testoride é apanhado e preso por guardas de Ícaro, que no entanto o não reconhecem como Rei dos Argonautas, mas apenas como um simples grego e portanto como um inimigo. Entretanto o filho de Testoride, Calcante, tinha partido também em busca de sua irmã sob o falso nome de Leucippo, encontrando-se já na corte de Ícaro, onde foi recebido com uma calorosa recepção e onde vive em absoluta paz, pois ninguém o reconheceu como grego. Mas o impensável aconteceu, Ícaro apaixonou-se pela bela escrava Irene, ignorando o facto de ela ser filha do seu inimigo. (http://www.rtp.pt/antena2/index.php?t=Joao-de-Sousa-Carvalho.rtp&article=63&visual=11&layout=20&tm=17&autor=64)

Testoride Argonauta
João de Sousa Carvalho (Estremoz, 1745 – Alentejo, 1799)

01. Sinfonia
02. Act 1: Scene 1: Ove t’inoltri, o principessa (Leucippo, Nicea)
03. Act 1: Scene 1: Nasconderó nel seno (Nicea); Scene 2: No, di sedurmi (Leucippo); Scene 3: L’augusta autorita (Icaro, Leucippo)
04. Act 1: Scene 3: Di giusto sdegno acceso (Leucippo); Scene 4: De’ giorni miei, Signor (Irene, Icaro)
05. Act 1: Scene 4: Ah proteggi o chiaro Dio (Icaro, Irene); Scene 5: Oh Dei, che miro! (Leucippo, Irene, Testoride)
06. Act 1: Scene 5: Ah, chi mai del mio destino (Testoride); Scene 6: Oh stelle, io mi sento morir! (Irene, Icaro)
07. Act 1: Scene 6: L’affanno mi uccide (Irene); Scene 7: Non so piu dov’io sia! (Icaro)
08. Act 1: Scene 7: Fieri sospetti atroci (Icaro)

09. Act 2: Scene 1: Aure tranquille (Leucippo, Irene); Scene 2: Fidati, Irene (Nicea, Leucippo, Irene); Scene 3: Ma donde nasce in te si fiero sospetto (Leucippo, Nicea)
10. Act 2: Scene 3: Del favor de’ doni suoi (Leucippo); Scene 4: Del mio povero cor qual fier governo (Nicea, Icaro); Scene 5: Dove s’intese, oh Dei (Icaro, Irene)
11. Act 2: Scene 5: Se la mia fe’ di diedi (Icaro); Scene 6: Misera me … (Irene, Testoride)
12. Act 2: Scene 6: Fra tanti martiri (Irene); Scene 7: Respiro: all’amor mio la combattuta figlia (Testoride)
13. Act 2: Scene 7: Nell’orror della procella (Testoride); Scene 8: Non lusingarti (Nicea, Icaro)
14. Act 2: Scene 8: Serbarsi fedele (Nicea); Scene 9: Ah mi vacilla il pie … (Irene, Icaro)
15. Act 2: Scene 9: Perfida no, non sei (Icaro, Irene, Leucippo); Scene 10: Dal giusto tuo rigore (Nicea, Icaro, Testoride, Irene, Leucippo); Scene 11: Dell’infame attentato (Icaro, Testoride, Irene, Leucippo)
16. Act 2: Scene 11: Goda lieto i giorni e l’ore (Icaro, Irene, Leucippo, Nicea, Testoride)

Testoride Argonauta, opera – 2009
Orquestre Baroque du Clemencic Consort
Regente: René Clemencic
Solistas: Curtis Rayam, Daniela Hennecke, Elisabeth von Magnus, Lina Åkerlund, Lucia Meeuwsen

Áudio gentilmente cedido pelo maestro, musicólogo e compositor Harry Crowl Jr.

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MP3 320 kbps -284,8 MB – 2.0 h
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Boa audição.

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Avicenna

João de Sousa Carvalho (Estremoz, 1745 – Alentejo, 1799) – Vésperas de Nossa Senhora (1755)

2nvyptxJoão de Sousa Carvalho
Les Pages et les Chantres de la Chapelle
Vésperas de Nossa Senhora

João de Sousa Carvalho nasceu em Estremoz a 22 de Fevereiro de 1745. Aos 8 anos inicia os estudos musicais, no Colégio dos Santos Reis Magos, em Vila Viçosa, prestigiada instituição de ensino adstrita à Capela dos Duques de Bragança, fundada em 1609 pelo Duque D. Teodósio II, pai do Rei-músico D. João IV.

Aos 15 anos parte para Itália, como pensionista da corte, enviado por D. José I para se aperfeiçoar na arte da composição. Em Nápoles, ingressa no Conservatório de Santo Onofre a Capuana, conjuntamente com os irmãos Jerónimo Francisco de Lima e Braz Francisco de Lima. Aí terá tido como mestres, Nicollo Porpora, Carlo Cotumacci e Joseph Dol e também contacto com músicos como Paisiello, Piccini e Cimarosa, e com as tendências do classicismo europeu.

No Carnaval de 1766, representou-se em Roma no Teatro Delle Dame, a sua primeira ópera “La Nitteti”, sobre libreto de Metastásio.

De regresso a Lisboa em 1767, assina o livro de entradas para a Irmandade de Santa Cecília, nesse mesmo ano.

Posteriormente é nomeado professor de contraponto do Seminário da Patriarcal, onde teve como discípulos: António Leal Moreira, Marcos Portugal, João José Baldi e muito possivelmente João Domingos Bomtempo.

Cinco anos depois, em 1778 João de Sousa Carvalho é escolhido para suceder a David Perez no ensino da família real.

João de Sousa Carvalho morreu, provavelmente entre 1799 e 1800, numa das suas propriedades no Alentejo.

No capítulo da música instrumental as sonatas para tecla de Sousa Carvalho, escritas em 3 andamentos, com a sequência rápido – lento – rápido, revelam-nos um compositor com uma escrita virtuosística e brilhante. No entanto, nestas sonatas também se encontram passagens de grande expressividade, que alternam com o virtuosismo de algumas passagens.

No domínio da música sacra, Sousa Carvalho escreveu várias obras, sendo de destacar os três Te Deum que compôs para se cantarem na Acção de Graças que anualmente era oficiada, em dia de S. Silvestre, na Capela Real. O primeiro foi estreado em 1769, o segundo em 1789 e o terceiro em 1792. O Te Deum é um hino litúrgico católico atribuído a Santo Ambrósio e a Santo Agostinho, e que inicia com as palavras “Te Deum Laudamus” (A Ti, ó Deus, louvamos). Segundo a tradição, este hino foi improvisado na Catedral de Milão num arroubo de fervor religioso destes dois santos.

Música Dramática

“L’Amore Industrioso”, dramma giocoso em 3 actos sobre libreto anónimo, levado à cena no Teatro Real do Palácio da Ajuda em 31 de Março de 1769. A abertura desta ópera, escrita ao estilo da abertura italiana com a sequência de andamentos rápido – lento – rápido, tem nos andamentos rápidos uma escrita brilhante e dinâmica que contrasta com a expressividade dos andamentos lentos.

“Penelope nella partenza da Sparta”, dramma per musica em 1 acto, sobre libreto de Gaetano Martinelli, representado no Teatro Real do Palácio da Ajuda a 17 de Dezembro de 1782. Este drama agradou de tal maneira à Rainha D. Maria I, que esta foi uma das partituras que a soberana mais tarde decidiu enviar para a corte espanhola, a fim de ser representada em Madrid. “L’Eumene”, dramma serio em 3 actos sobre libreto de Zeno, estreado no Teatro Real do Palácio da Ajuda a 6 de Junho de 1773, dia do aniversário de D. José I, e a ele oferecido.

“Perseo” drama per música em duas partes, foi também um presente de aniversário, mas agora para o rei consorte D. Pedro III, marido de D. Maria I. Esta serenata foi estreada a 5 de Julho de 1779.

Ópera “Testoride Argonauta”: A ópera “Testoride Argonauta”, estreada a 5 de Julho de 1780, no Real Teatro de Queluz por ocasião do aniversário de Sua Majestade D. Pedro III, marido de D. Maria I, conta com libreto de Gaetano Martinelli

Vésperas de Nossa Senhora

Harry Crowl Jr., que gentilmente cedeu os áudios desta peça, em exclusivo depoimento para o PQPBach, comenta serem as Vésperas de Nossa Senhora uma obra de autoria duvidosa, pois no manuscrito aparece algo como “João de Sousa C.”. A música é muito bem escrita, mas é num estilo mais antigo que a as obras de Sousa Carvalho que conhecemos até agora. De qualquer maneira, falta ainda um corpus de obras disponíveis de compositores portugueses dessa época para que se possa ter um maior conhecimento da produção. É possível também que se trate de uma obra mais antiga de Sousa Carvalho.

João de Sousa Carvalho (Estremoz, 1745 – Alentejo, 1799)
01. Vesperas de Nossa Senhora: 01. Deus In Adjutorium Meum Intende
02. Vesperas de Nossa Senhora: 02. Antienne: Dum Esset Rex
03. Vesperas de Nossa Senhora: 03. Psaume: Dixit Dominus
04. Vesperas de Nossa Senhora: 04. Antienne: Laeva Ejus sub Capite Meo
05. Vesperas de Nossa Senhora: 05. Psaume: Laudate Pueri Dominum
06. Vesperas de Nossa Senhora: 06. Antienne: Nigra Sum sed Formosa
07. Vesperas de Nossa Senhora: 07. Psaume: Laetatus sum
08. Vesperas de Nossa Senhora: 08. Antienne: Jam Hiems Transiit
09. Vesperas de Nossa Senhora: 09. Psaume: Nisi Dominus
10. Vesperas de Nossa Senhora: 10. Antienne: Speciosa Facta Es
11. Vesperas de Nossa Senhora: 11. Psaume: Lauda Jerusalem
12. Vesperas de Nossa Senhora: 12. Hymne: Ave Maris Stella
13. Vesperas de Nossa Senhora: 13. Antienne: Beata Mater
14. Vesperas de Nossa Senhora: 14. Cantique: Magnificat

Vésperas de Nossa Senhora – 1996
Les Pages et les Chantres de la Chapelle
Regente: Olivier Schneebeli
Solistas: Kumi Arata, Luc Devanne, Francoise Johannel, Christopher Josey, Christian Treguier, Frederic Desenclos, Marc Duvernois, Monique Simon.

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Boa audição.

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Avicenna

José Joaquim de Souza Negrão (17?-1832): Cantata "O Último Cântico de Davi" (1817)

15ocpboJosé Joaquim de Souza Negrão
Orquestra e coro do VI CINVES (1989)

Os maestros Ernani Aguiar e Harry Crowl dirigiam-se ao Teatro Municipal de São João del Rey, MG, em 1989, para a apresentação da Orquestra e Coro do VI CINVES (os Cinves, como são conhecidos os Cursos Internacionais de Música Scala).

– Ouví o último ensaio, Ernani. Estão todos afiados, comentou Harry ao caminhar.
– Também gostei, Harry. Pena que não conseguimos patrocínio para gravar um disco e distribuir por esse Brasil afora. Uma obra inédita!
– Ernani, você ainda tem aquele gravador profissional?
– Ele está no porta-malas do meu carro, Harry.
– Vou pegá-lo e gravar essa apresentação!

Apresentamos a gravação realizada por Harry Crowl, no gravador do Ernani Aguiar, em 1989. Por mais tratada que tenha sido, esta gravação jamais atingirá os níveis de excelência de um CD profissional. Mas não deixa de ser um estupendo e inédito registro realizado por pessoas que se interessam pela música brasileira.

Conforme nos relata Harry Crowl, em 1988, o regente e compositor Ernani Aguiar resgatou nos arquivos da Biblioteca Nacional a Cantata “O Último Cântico de David”, datada de 1817, de autoria de José Joaquim de Souza Negrão. Este músico até então desconhecido, surge como o compositor das mais importantes obras de caráter profano cantadas em português, de todo o período colonial brasileiro. Outra obra do compositor foi localizada em 1992, também por Ernani Aguiar, na Biblioteca Nacional. Trata-se da cantata “A Estrella do Brazil”, dedicada “ao Sereníssimo Príncipe da Beira, para o dia 12 de outubro de 1816, sob o auspício do Ilmo. e Exmo Senhor Príncipe dos Arcos”. Esta cantata sobre texto anônimo apresenta uma estrutura dividida em recitativos e árias conforme o gosto operístico napolitano setecentista.

A cantata “O Último Cântico de David” teve como libretista o político e poeta mineiro José Elói Ottoni. Esta obra está dedicada “Ao Sereníssimo Príncipe Real do reino Unido de Portugal e do Algarves”. Ainda, no frontispício do manuscrito consta a observação, “Adaptada ao Gosto da Nação Portuguesa no dia 12 de Outubro de 1817”. As duas cantatas portanto, foram compostas para mesma celebração. A estrutura das duas obras é muito semelhante. Estas duas composições de José Joaquim de Souza Negrão apresentam características mais sóbrias que as das óperas bufas, ou seja, os solos vocais apresentam uma dificuldade técnica moderada. Os coros são homofônicos simples sem qualquer presença de polifonia.

A única referência existente sobre J.J. de Souza Negrão é uma carta enviada ao Conde de Palma, Governador e Capitão General da Bahia, por D.João VI, criando nesta capital uma cadeira pública de música. Esta carta atendia às solicitações do Conde dos Arcos, sucessor daquele: – “Ao Conde de Palma, Governador e Capitão General da Capitania da Bahia – Amigo. Eu EL Rei vos envio muito saudar, como aquelle anno. Sendo me presente por parte do Conde dos Arcos, vosso antecessor no governo dessa capitania, o estado de decadência, a que tem ahi chegado a arte da Música tão cultivada pelos povos civilizados, em todas as edades e tão necessária para o decoro e esplendor com que se devem celebrar as funções do Culto Divino: Hei por bem criar nessa cidade uma Cadeira de Música com o ordenado de 40.000 pago pelo rendimento do subsídio literário. E attendendo à intelligência e mais partes que concorrem na pessoa de José Joaquim e Souza Negrão, hei outrossim por bem fazer-lhe mercê de o nomear para professor da referida cadeira. Escripto no Palácio da Real Fazenda de Santa Cruz em 3 de março de 1818. Rei. – Para o Conde de Palma”.

O compositor ocupou a cadeira de música até o seu falecimento em 1832. [Amâncio dos Santos, Maria Luiza Queiróz – Origem e Evolução da Música em Portugal e sua influência no Brasil, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1943. Pag.243]

“Último Cântico de Davi” (1817) – Cantata para solistas, coro e orquestra
Música: José Joaquim de Souza Negrão (17?-1832)
Texto: José Elói Ottoni (1764-1851)
01. Cantata “O Último Cântico de Davi” : 1 – Recitativo: Eis de Davi o cântico da morte
02. Cantata “O Último Cântico de Davi” : 2 – Ária: Qual manhã serena e clara
03. Cantata “O Último Cântico de Davi” : 3 – Coro: Tal a glória do meu reino
04. Cantata “O Último Cântico de Davi” : 4 – Dueto: Da minha estirpe os vindoiros
05. Cantata “O Último Cântico de Davi” : 5 – Recitativo e Coro: Essa dos ímpios torente

Orquestra e coro do VI CINVES (1989)

Solistas:
Elenis Guimarães, soprano
Simone Santos, soprano
Dimas do Carmo, tenor

Maestro preparador do coro: Ciro Tabet
Maestro preparador dos solistas: Néri Contin
Regência: Ernani Aguiar

Obra restaurada por Ernani Aguiar, em 1988.

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Nota 1) Os fatos aqui narrados são verdadeiros. Os diálogos, bem … é como o Avicenna imagina que tenham ocorrido.

Nota 2) Fantástica contribuição do maestro, musicólogo e compositor Harry Crowl. Ainda bem que não tem preço, senão já estaria endividado até as orelhas !!!

Boa audição.

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Avicenna

Carlos Seixas (1704 – 1742): Missa, Dixit Dominus, Tantum ergo, Organ Sonatas – Coro de Câmara de Lisboa & Norwegian Baroque Orchestra

2k0tg4Carlos Seixas
Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742

Esta postagem foi possível graças à colaboração do maestro, compositor e musicólogo Harry Crowl Jr. Não tem preço!

José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742), compositor, cravista e organista da corte de D. João V, foi o mais proeminente compositor português de música para tecla na primeira metade do século XVIII e, tal como sucedeu com muitos dos seus contemporâneos, teve uma curta existência que não excedeu os 38 anos. Nasceu em Coimbra aos 11 de Junho de 1704, filho de Francisco Vaz, organista da Sé, e de sua mulher, Marcelina Nunes. Desconhecem-se os motivos que o levaram a adotar o apelido Seixas, em desfavor do apelido paterno, sendo mais vulgarmente conhecido no seu tempo apenas pelos nomes de baptismo, António Carlos, como aparece em inúmeras cópias das suas obras.

Foi um brilhante improvisador e as cerca de 150 composições da sua autoria que chegaram até nós — tocatas, minuetes, fugas, peças religiosas — colocam-no entre os maiores compositores portugueses, nomeadamente no domínio da música de tecla. Da sua arte refinada se diz que o célebre italiano Domenico Scarlatti, quando esteve em Portugal como mestre de música dos filhos do Rei Magnânimo, afirmou, após ouvir Carlos Seixas, que ” ele (Seixas) é que me pode dar lições” e “é dos maiores professores que tenho ouvido“.

Falecido Francisco Vaz pelos princípios de 1718, foi logo Carlos Seixas, aos 9 de Fevereiro desse ano, provido no lugar de organista da Sé de Coimbra, com o mesmo salário de seu pai. Dois anos depois, em 1720, mudou-se para Lisboa, altura em que a corte portuguesa era das mais dispendiosas da Europa. Foi muito solicitado como professor de música de famílias nobres da corte, nomeado organista da Sé Patriarcal e da Capela Real (sendo o Mestre desta Domenico Scarlatti, estabeleceram certamente colaborações proveitosas). Carlos Seixas gozava da fama de ser músico e professor excelente. Na capital impôs-se como organista, cravista e compositor. Com o seu trabalho sustentou a mulher, que desposara aos 28 anos, e os cinco filhos, dois filhos e três filhas, e adquiriu algumas casas nas vizinhanças da Sé, obtendo nomeação para um lugar de Organista da Santa Igreja Patriarcal, que serviu até ao fim da vida, ficando a dúvida se esta igreja era a Capela Real, ao tempo sediada na Ajuda, ou se era a Basílica de Santa Maria, Maior, junto da qual morava.

Pelos escassos documentos que subsistem, nomeadamente o processo de habilitação de Carlos Seixas ao hábito da Ordem de Cristo, e pelo primeiro escorço biográfico do compositor, publicado em 1759 por Diogo Barbosa Machado no volume IV da sua Bibliotheca Lusitana, ficamos a saber que, nos primeiros anos da sua estada em Lisboa, Seixas «ensinava cravo nesta corte por algumas cazas»; que, «attrahido de um sincero affecto», casou aos 8 de Dezembro de 1731 com D. Joana Maria da Silva, de quem teve dois filhos e três filhas; que, aos 21 de Maio de 1738, adquiriu a propriedade de um dos ofícios de contador da Ordem de Santiago; e que se fizera também militar, assentando praça aos 30 de Junho de 1733 na Companhia de Ordenanças do Paço, comandada pelo Visconde de Barbacena, de que foi alferes e, depois, capitão. Obteve finalmente a hábito de Cristo aos 12 de Novembro de 1738, depois de um longo processo de habilitação que durou nove anos.

Carlos Seixas faleceu em Lisboa na sua casa por detrás da Igreja de Santo Antonio da Sé, sendo sepultado nos covais da lrmandade do Santíssimo Sacramento daquela igreja, aos 26 de Agosto de 1742. Segundo Barbosa Machado, “enfermando de um reumatismo, que degenerou em febre maligna se dispoz catholicamente para a morte recebendo todos os Sacramentos, e recitando a Ladainha de Nossa Senhora espirou a 25 de Agosto de 1742, quando contava trinta e oito anos, dous mezes, e quatorze dias de idade”.

Ao contrário dos seus contemporâneos Francisco António de Almeida, António Teixeira e João Rodrigues Esteves, que foram bolseiros da Coroa em Roma, Carlos Seixas nunca saiu de Portugal, formando-se certamente na escola de seu pai. As suas obras também não acusam a influência de Domenico Scarlatti, mestre da Capela Real entre os finais de 1719 e 1727.

No que diz respeito à composição, Carlos Seixas fez escola em Portugal criando um estilo seu (apesar da influência italiana e francesa que se constatam em algumas das suas obras) que foi imitado durante algum tempo após a sua morte.

No século XVIII era exigido aos compositores que a sua música fosse fiel aos pensamentos e ideais estéticos do meio. A composição era, de certa forma, limitada a um rol de características previamente definidas, facto que devemos levar em conta quando analisamos a obra dos compositores.

A obra de Seixas é, em grande parte, resultado dos ambientes em que compôs. Como organista da Capela da Sé Patriarcal tinha a possibilidade de tocar, antes e depois da missa, um trecho a solo que poderia ser uma tocata ou uma sonata (ritual comum em todas as catedrais de prática Católica). Para este efeito, havia uma preferência pelas peças de carácter vistoso e brilhante. Noutras partes da cerimónia, o organista podia ainda tocar em alturas que admitissem um solo instrumental. Desta forma, os compositores aproveitavam para dar a conhecer as suas composições ou improvisações. Por certo que as sonatas de Seixas foram tocadas na Igreja, pelo menos as de carácter religioso. Carlos Seixas acompanhava ao cravo os saraus de música nos paços reais ou no solar de algumas casas nobres. Nestes eventos tinha também a oportunidade de tocar como solista, aproveitando, provavelmente, para tocar as suas sonatas compostas com o objectivo de ser reconhecido como concertista e compositor.

Para além da Capela Real e da Corte, apenas se dedicava ao ensino de música. Esta faceta obrigava-o a ter material didáctico diversificado, variando de aluno para aluno, consoante o grau e as capacidades de cada um, dos cravos ou clavicórdios que possuíam. Apesar de fortemente sujeita a um vasto rol de condicionantes, a obra de Seixas não deixa de parte a qualidade e a originalidade do seu estilo pessoal.

Nunca se deixou levar pelos estilos importados em Portugal, nem deixou que a sua obra se confundisse com a dos seus contemporâneos estrangeiros. A presença do temperamento lusitano é uma constante das suas composições. A evolução da estrutura bipartida da sonata para tecla, para a estrutura tripartida está presente nas sonatas de Carlos Seixas, sendo uma antecipação da forma da sonata clássica.

Até agora não são conhecidos versos de Seixas. O mais provável é terem-se perdido uma vez que é pouco credível que Seixas tenha usado sempre versos alheios nas suas composições.

(textos adaptados do encarte, da Wikipedia e da Academia de Música Santa Cecília, http://am-santacecilia.pt)

José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
01. Missa – 1. Kyrie 1. Kyrie eleison – Chorus
02. Missa – 1. Kyrie 2. Christie eleison – Duet: Soprano, Alto
03. Missa – 1. Kyrie 3. Kyrie eleison – Chorus
04. Missa – 2. Gloria 1. Gloria in excelsis Deo/Et in terra pax – Chorus
05. Missa – 2. Gloria 2. Laudamus te – Aria
06. Missa – 2. Gloria 3. Gratias agimus tibi – Chorus
07. Missa – 2. Gloria 4. Domine Deus – Aria
08. Missa – 2. Gloria 5. Domine Fili unigenite – Aria: Bass
09. Missa – 2. Gloria 6. Qui tollis – Chorus
10. Missa – 2. Gloria 7. Qui sedes – Duet: Soprano, Alto & Chorus
11. Missa – 2. Gloria 8. Quoniam tu solus Sanctus – Aria: Tenor & Chorus
12. Missa – 2. Gloria 9. Cum Sancto Spiritu – Chorus
13. Missa – 3. Credo 1. Credo in unum Deum /Patrem omnipotentem – Chorus
14. Missa – 3. Credo 2. Et incarnatus est – Chorus
15. Missa – 3. Credo 3. Crucifixus – Chorus
16. Missa – 3. Credo 4. Et resurrexit – Chorus
17. Missa – 3. Credo 5. Et vitam venturi – Chorus
18. Missa – 4. Sanctus 1. Sanctus – Chorus
19. Missa – 4. Sanctus 2. Hosanna – Chorus
20. Missa – 4. Sanctus 3. Benedictus – Trio: Soprano, Alto, Tenor
21. Missa – 4. Sanctus 4. Hosana – Chorus
22. Missa – 5. Agnus Dei – Chorus
23. Organ Sonata No. 76 in A minor – Fuga: Allegro-Minuet I-Minuet II
24. Organ Sonata No. 75 in A minor – Largo-Minuet
25. Organ Sonata No. 48 in G maior – Moderato
26. Organ Sonata No. XXII in A minor – Fuga: Andante
27. Tantum ergo
28. Dixit Dominus 1. Dixit Dominus – Chorus
29. Dixit Dominus 2. Donec ponam inimicos tuos – Aria: Soprano
30. Dixit Dominus 3. Tecum principium – Chorus
31. Dixit Dominus 4. Dominus a dextris tuis – Aria: Alto
32. Dixit Dominus 5. Judicabit in nationibus – Chorus
33. Dixit Dominus 6. De torrente – Aria: Tenor
34. Dixit Dominus 7. Gloria Patri – Chorus

Carlos Seixas: Missa, Dixit Dominus, Tantum ergo, Organ Sonatas – 1994
Coro de Câmara de Lisboa & Norwegian Baroque Orchestra
Director: Ketil Haugsand

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MP3 320 kbps -145,5 MB – 1,0 h
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Boa audição.

aurora

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

PS: Comentário do Monge Ranulfus;

Ranulfus
fevereiro 24th, 2011 às 23:42

Ouvindo totalmente embasbacado, com um arrepio atrás do outro e sem conseguir manter os olhos secos, só posso pensar: o que foi que nos fez aprendermos a consumir “clássicos” tão menores que isso, e ficarmos alheios a música de tamanha qualidade produzida em Portugal e no próprio Brasil?!? Quando é que a gente vai aprender a SE valorizar, meu Deus?”

.: interlúdio :. Ray Conniff Singers – The Best of

capa Ray Conniff Singers

Seus grandes sucessos
Anos dourados

A Orquestra e Coro de Ray Conniff embalava as festinhas de fim de semana dos hoje ‘semi-novos’, como o nosso leitor Manuel e eu, nos anos 60.

Os rapazes de terno escuro e gravata fininha, e as moças com vestido abaixo do joelho e um colarzinho de pérolas. O som vinha da vitrola.

Spica_ST-600+caseBons tempos. Os novos radinhos que nos traziam as atualidades musicais já eram de pilha, normalmente um ‘tijolinho’ Spica, portáteis e transistorizados, pois não tinham válvulas! Bem … ouvíamos sómente uma faixa AM, pois não existia FM naquela época.

Nosso colega Wellington Mendes adiciona um interessante comentário: “Comenta-se a forma como Ray Conniff desenvolveu seu inimitável estilo e característica sonoridade. Na estrada com a orquestra, não havia muito tempo ou espaço para ensaios, então ele ensaiava no solfejo, on the road, com cada músico cantando sua parte. Ele então teve a ideia de incorporar um coral à orquestra, dobrando as vozes entre coro e naipes; daí a sua sonoridade cheia e marcante.”

A seguir, uma seleção das melhores gravações do Ray Conniff Singers, extraídas de diversos LPs da época.

Ray Conniff Singers
01. Harbour lights
02. These Foolish Things
03. Pearly Shells
04. You’ll Never Walk Alone
05. Spanish Eyes
06. The Impossible Dream
07. On The Street Where You Live
08. Far Away Places
09. Jamaica Farewell
10. Invisible Tears
11. Whatever Will Be, Will Be & True Love
12. I’ll Be Seeing You
13. I’m in the Mood for Love
14. If I Loved You
15. Young At Heart
16. I Only Have Eyes For You
17. Turn Around Look At Me
18. Are You Lonesome Tonight ?
19. I’ll See You In My Dreams
20. The Most Beautiful Girl

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Boas emoções!


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Avicenna

Te Deum (João de Sousa Carvalho, 1792) & Motetos (José António Carlos de Seixas, António Teixeira, Francisco António de Almeida) – Gulbenkian Chamber Orchestra & Chorus

2i7v6vtGravado em 1971 e remasterizado em 1997, esta apresentação em 2 CDs nos traz obras dos mais importantes compositores portugueses do século XVIII.

 

Harry Crowl Jr. nos brinda com alguns comentários sobre João de Sousa Carvalho e o Te Deum:

João de Sousa Carvalho, talvez o compositor mais importante da segunda metade do séc.XVIII em Portugal, foi o último português a ser enviado à Itália para realizar os seus estudos musicais. Durante o reinado de D.José I, ele foi enviado com “bolseiro” do rei para Nápoles, onde estudou no Conservatório de “San Onofrio a Capuana”, onde também foi colega de Giovanni Paisiello. Quando de sua volta a Portugal, tornou-se professor de contraponto no Seminário da Patriarcal. Em 1778, foi nomeado para o cargo de mestre dos príncipes e infantes, que fora exercido por David Perez. Dois discípulos seus foram importantes compositores: António Leal Moreira e Marcos Portugal. A sua produção concentra-se em óperas, serenatas e música religiosa, tendo escrito também alguma música para cravo. Apesar de sua importância para a música portuguesa, falta muito ainda para que possamos ter a real dimensão desse compositor. Suas óperas foram apresentadas com freqüência nos teatros de Lisboa e, como era o hábito na sua época, todas sobre libretos em italiano, seguindo o modelo napolitano de alternância entre recitativos e árias. A sua música religiosa, por sua vez, apresenta elementos de construção mais variados.

Até o momento, foram encontrados 4 Te Deum escritos por Sousa Carvalho. Este é o último. Escrito em 1792, é uma obra composta, muito provavelmente, para uma cerimônia na Capela Real de Nossa Senhora da Ajuda, em Lisboa, em 1792. Podemos suspeitar que possa ter sido para o dia de São Silvestre (31/12), no qual era costume se apresentar um Te Deum em agradecimento às graças recebidas no ano que se findava. Trata-se de uma obra de enormes proporções para a época, afastando qualquer estereótipo a respeito do suposto atraso de Portugal em relação a outros países europeus.

São 5 solistas, coro duplo e orquestra, também dividida em duas. A obra está dividida em 16 partes com alguns longos trechos orquestrais, inclusive uma abertura. Todas as técnicas de uso da voz conhecidas na época aparecem na obra, como árias da capo e coros antifonais. Apesar de se aproximar muito de uma ópera, o que era costume nessa época, o compositor parece transitar com muito mais liberdade no terreno da música sacra do que da música de cena.

Sousa Carvalho faleceu em sua propriedade rural no Alentejo, em 1798. Sua vida parece ter sido cercada de glórias locais e certa comodidade financeira.”

No site http://musicantiga.com.sapo.pt, encontramos:

José António Carlos de Seixas, nascido em Coimbra, marca sem dúvida a música portuguesa da primeira metade do séc. XVIII, e as suas criações destacam-se pela sua elegância, inventividade, energia, e um apurado sentido estético. Tendo adquirido a sua formação musical com o seu pai, à morte deste, por volta dos seus catorze a dezasseis anos de idade, ocupou de imediato o seu cargo como organista da Sé de Coimbra, ganhando o mesmo salário que seu pai.

Por volta dos vinte anos de idade veio para Lisboa, onde arranjou posto como professor de cravo de famílias nobres da Corte, e rapidamente fez nome no meio musical lisboeta. Foi mais tarde nomeado vice-mestre da Capela Real, e no âmbito desta posição compôs belíssimas obras de música sacra, entre as quais se contam o “Ardebat Vicentius”, para a festa de S. Vicente, a Missa em Sol, e um “Te Deum” para duplo coro e orquestra, entretanto desaparecido muito provavelmente com o terramoto de 1755, tal como a maioria da sua obra. Desta constam ainda cerca de 700 sonatas para instrumento de tecla (umas para cravo e outras para órgão), das quais restam cerca de cem, um concerto para cravo, uma sinfonia em Si, uma abertura em Ré, e um outro concerto para cravo que lhe é atribuído.

É de notar que na música ibérica Carlos Seixas é único, e tal reflecte-se na sua obra: é incrível como um musico que se formou numa cidade de província, ainda que com grande talento, tenha criado obras como a abertura e outras como os concertos: em terras lusas é difícil crer que chegassem noticias dos concertos para cravo de Bach ou Haendel, sendo que até a maior parte dos concertos destes sejam ulteriores ao de Seixas. No entanto o compositor criou obras de inigualável graça e elegância. Já quanto à abertura, ao estilo francês, é o único exemplo do género na Península Ibérica e iguala em rigor formal, instrumentação, e grandeur, as aberturas de um Haendel ou um Telemann. Decerto, o compositor conhecia as composições do género criadas por Campra, Lully ou Rameau.

António Teixeira é outro dos compositores de maior importância da primeira metade do séc. XVIII, e um dos vários bolseiros em Roma de D.João V.
Teixeira destacou-se não só por ser bolseiro por D.João V, mas ainda pelo cargo ocupado de mestre de capela da Patriarcal, para a qual escreveu belíssimos motetes e outros serviços religiosos, como um “Te Deum” para 5 coros e orquestra. No entanto, Teixeira ainda compunha música profana, sendo o autor de cerca de oito óperas e diversas cantatas, entre as quais a belíssima “Gaudete, astra gaudete!”.

Na sua música, nota-se uma perfeita assimilação dos modelos com os quais contactou em Roma, onde se aperfeiçoou em contraponto, cravo e composição, e a sua música é uma das grandes glórias da corte de D.João V: o seu Te Deum é de uma dimensão e magnanimidade que está a par de obras de Vivaldi, Telemann ou Haendel, e as suas produções operáticas são de uma graça e expressividade inigualáveis, como a ópera feita em conjunto com António Silva (o Judeu), as Guerras do Alecrim e Manjerona, uma das suas poucas partituras que tem, desde o séc. XVIII, sido interpretadas com alguma regularidade até aos dias de hoje, devido principalmente à popularidade do texto de António Silva.

Francisco António de Almeida foi decerto, a par de Carlos Seixas, o maior compositor da primeira metade do séc. XVIII. Estudou como bolseiro de D.João V em Roma, e aí estreou as suas primeiras oratórias, entre as quais “La Giuditta”, a sua última oratória romana. Enquanto Carlos Seixas é o paradigma do compositor luso, de um colorido único e insuperável, Almeida representa sem dúvida “o estrangeirado”: a sua música é puramente italiana, e a instrumentação e construção tanto nos fazem lembrar Häendel como Pergolese, quer na grandeza, quer na elegância e maestria nos campos melódico, harmónico e contrapontistico.

Gulbenkian Chamber Orchestra & Chorus
João de Sousa Carvalho (Estremoz, 1745 – Alentejo, 1798)
01. Te Deum – 1. Overture for two orchestras
02. Te Deum – 2. O salutaris Hostia
03. Te Deum – 3. Te Deum Laudamus
04. Te Deum – 4. Tibo omnes Angeli
05. Te Deum – 5. Sanctus, sanctus, sanctus
06. Te Deum – 6. Te gloriosus Apostolorum chorus
07. Te Deum – 7. Patrem immensae majestatis
08. Te Deum – 8. Sanctum quoque Paraclitum Spiritum
09. Te Deum – 9. Tu Patris sempiternus
10. Te Deum – 10. Tu devicto mortis aculeo
11. Te Deum – 11. Judex crederis esse venturus
12. Te Deum – 12. Te ergo quaesumus
13. Te Deum – 13. Salvum fac populum tuum, Domine
14. Te Deum – 14. Per singulos dies benedicimus te
15. Te Deum – 15. Dignare, Domine, die isto
16. Te Deum – 16. Fiat misericordia tua, Domine
17. Te Deum – 17. Tantum ergo Sacramentum

José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
18. Ardebat Vincentius: Ardebat Vincentius extrinsecus-Sed maior illum intrinsecus/Intrepidus Dei athleta/Sed maior illum
19. Tantum ergo Sacramentum

António Teixeira (1707-1759)
20. Gaudete, astra – 1. Recitativo: Gaudete, astra, gaudete
21. Gaudete, astra – 2. Aria: In vallibus ad fontes
22. Gaudete, astra – 3. Recitativo: Refulsit alma lux
23. Gaudete, astra – 4. Aria: Aura infida

Francisco António de Almeida (ca.1702-1755)
24. O quam suavis – 1. O quam suavis est
25. O quam suavis – 2. Pane suavissimo de caelo praestito
26. O quam suavis – 3. Esurientes reples bonis
27. O quam suavis – 4. Alleluia
28. Beatus Vir – 1. Beatus Vir, Qui Timet Dominum
29. Beatus Vir – 2. Exortum Est In Tenebris Lumen Rectis
30. Beatus Vir – 3. Jucundus Homo
31. Beatus Vir – 4. Gloria Patri, Et Filio

Te Deum – 1971
Gulbenkian Chamber Orchestra & Chorus
Director: Pierre Salzmann

Este CD é mais uma excelente colaboração do maestro, compositor e musicólogo Harry Crowl Jr. Não tem preço!

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MP3 320 kbps -362,3 MB – 2,2 h (2 CDs)
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Boa audição.

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Avicenna

João Rodrigues Esteves (c.1700-Lisbon, after 1751): Missa a 8 vozes & Pinguis est panis & Christmas Responsoires

347h7xlJoão Rodrigues Esteves
c.1700-Lisboa, depois de 1751

 

O famoso Dicionário Biográfico de Músicos Portugueses de José Mazza, escrito provavelmente na segunda metade do século XVIII, assim refere-se a João Rodrigues Esteves: “João Rodrigues Esteves foi mandado pelo senhor El Rey D. João 5º estudar a Roma, foi mestre do real Seminário da Muzica de Lxa alem de varias que compos forao 2 Te Deus para se cantarem nas reaes presenças, em dia de S. Silvestre sendo hum dos ditos Te Deus a quatro coros, faleceo no século de 700”.

Esta notícia dada por Mazza, que foi também o responsável pelas parcas informações sobre muitos outros músicos do passado português (incluindo-se aí os primeiros artistas brasileiros), contém algumas informações importantes para bem aquilatar a importância que a música teve no reinado de D. João V.

A referência de ter sido o compositor mandado para Roma, para aprofundamento da formação musical, mostra a importância que o Rei dava à música de sua capela e a grande exigência de qualidade da produção musical na corte. O Rei, que era casado com D. Mariana da Áustria (filha do Imperador Leopoldo I, ele mesmo bom compositor), tudo fez para aumentar a importância da vida religiosa e artística de Portugal. Seu prestígio pessoal fez com que a arquidiocese de Lisboa fosse elevada ao grau de Patriarcado e que o arcebispo recebesse a púrpura de Cardeal, e seu desejo de criação de monumento religioso consubstanciou-se na construção do Convento de Mafra.

Ele tudo faria também para restabelecer a importância que a música havia tido na corte de D. João IV, não apenas mandando copiar os livros de coro usados no Vaticano, mas contratando artistas da capela pontifica. O ponto culminante deste esforço foi, certamente, a instalação em Lisboa, provavelmente desde 1719, do grande Domenico Scarlatti, então Mestre da Capella Giulia. Por esta época, o efetivo da capela real tinha entre 30 e 40 cantores e uma dúzia de instrumentistas. Desejando desde logo assegurar a presença de bons músicos nos conjuntos musicais, Dom João criou, já em 1713, um Seminário destinado à formação de jovens artistas, anexo à Capela real, célula inicial do que seria, pouco depois, o Seminário Patriarcal. O regulamento deste Seminário seguia de perto a estrutura do famoso Colégio dos Reis, de Vila Viçosa, que foi o principal centro português de formação musical do século XVII, durante e logo após o reinado de D. João IV.

Durante todo o reinado de Dom João V, foram muitos os jovens músicos enviados à Itália como pensionistas da Coroa, com o objetivo de aprimoramento de formação. João Rodrigues Esteves esteve em Roma entre 1718 e 1726. Voltando a Portugal, artistas como Antônio Teixeira e João Rodrigues Esteves desempenharam importantes funções na Capela Real, na Sé de Lisboa (Esteves foi Mestre de Capela da Sé a partir de 1729) e no Seminário Patriarcal, além de dedicarem-se também à composição de Óperas e de música de câmara.

8wb94zOs musicólogos portugueses (Gerhard Doderer, Ruy Vieira Nery, Manuel Carlos de Brito) destacam sempre a monumentalidade policoral, às vezes com acompanhamento instrumental, na obra dos principais compositores deste período, com destaque para o Te Deum de Antônio Teixeira, a Missa a 8 e o Magnificat de João Rodrigues Esteves, a grande Missa de Carlos Seixas e os motetos de Francisco Antônio de Almeida. É dentro desta monumentalidade policoral que situa-se o Te Deum a quatro coros citado por José Mazza, cantado no encerramento do ano civil (dia de São Silvestre) na presença do Rei. Deve-se lembrar que freqüência com que todos os compositores colocaram em música o hino Te Deum explica-se pela sua forte incidência no cerimonial religioso: o nono Responsório dos ofícios de Matinas das festas ditas de Primeira Classe era sempre este hino, que também era usado para encerramento de todas as cerimônias de destaque (não apenas as festividades do calendário litúrgico, mas também as efemérides reais, como nascimentos, batizados, casamentos, aclamações), assim como nos encerramentos do ano litúrgico (dia anterior ao primeiro domingo do Advento) e do ano civil (31 de dezembro).
(http://www.caliope.mus.br/musica_coral/artigos/artigos_Jose_Maria_Neves_2.php)

João Rodrigues Esteves (c.1700-Lisbon, after 1751)
01. Mass for 8 voices – 1. Kyrie
02. Mass for 8 voices – 2. Gloria
03. Mass for 8 voices – 3. Credo
04. Mass for 8 voices – 4. Sanctus
05. Mass for 8 voices – 5. Agnus Dei
06. Motet: Pinguis est panis
07. Christmas Responsories – 1. Hodie nobis cælorum Rex
08. Christmas Responsories – 2. Hodie nobis de cælo
09. Christmas Responsories – 3. Quem vidistis pastores dicite
10. Christmas Responsories – 4. O magnum mysterium
11. Christmas Responsories – 5. Beata Dei Genitrix
12. Christmas Responsories – 6. Sancta et immaculata
13. Christmas Responsories – 7. Beata viscera Maria
14. Christmas Responsories – 8. Verbum caro factum est

João Rodrigues Esteves – 1996
Christ Church Cathedral Choir, Oxford
Director: Stephen Darlington

Este CD é mais uma colaboração do maestro, compositor e musicólogo Harry Crowl Jr. Não tem preço!

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Boa audição.

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Avicenna

Novena do Carmo – Orquestra Ribeiro Bastos (Acervo PQPBach)

2ynpjwxOrquestra Ribeiro Bastos

Novena do Carmo

A Orquestra Ribeiro Bastos é uma corporação musical atuante de modo ininterrupto desde o século XVIII. Ao longo deste tempo assegurou o serviço das festividades religiosas promovidas pelas associações leigas (Irmandades) também remanescentes do século XVIII. Sendo estas instituições religiosas a Ordem Terceira de São Francisco, Ordem Terceira do Carmo, Irmandade do Santíssimo Sacramento e Passos, entre outras, em missas semanais, festa dos Passos (quaresma) e Semana Santa, acumulando em seus arquivos, ao longo de sua existência, grande quantidade de obras produzidas para as solenidade religiosas. O repertório da Orquestra Ribeiro Bastos é baseado na produção musical brasileira dos séculos XVIII, XIX e XX, constituindo assim uma importância fundamental na formação da identidade cultural mineira, sendo depositária de parcela significativa da tradição musical brasileira.

Constitui-se a Orquestra Ribeiro Bastos, desde o século passado de amadores que nada recebem por suas atividades musicais. Assim, ao lado de sua importância enquanto depositária de parcela significativa da tradição musical brasileira, representa interessante experiência da prática artística comunitária, integrando ao grupo profissionais das mais diversas atividades sociais.

Mantendo-se viva e atuante, a Orquestra Ribeiro Bastos presta serviços às entidades religiosas, contribuindo para manter viva as tradições religiosas e musicais de São João del Rey, dando continuidade à prática musical comunitária, mais valorizada amadoristicamente, assegurando a preservação de um arquivo musical sempre aberto aos pesquisadores e musicólogos interessados no estudo de diferentes aspectos da música brasileira dos séculos XVIII, XIX e XX. Desta forma a Orquestra Ribeiro Bastos proporciona formação musical para jovens que constituirão a orquestra de amanhã (pode-se informar que muitos jovens musicalizados pela Orquestra Ribeiro Bastos, sempre quase oriundos de classes menos favorecidas, profissionalizam na música, como músicos militares e, em alguns casos, como professores de orquestras profissionais das capitais).
(Maria Elizabeth de Almeida, Gabriel Heitor Ribeiro – extraído do encarte)

Histórico da Novena do Carmo (citando José Maria Neves)

Não se sabe exatamente desde quando se realizam as Novenas do Carmo em São João del Rey. Certo é que em 1733 quando começou a ser construída a capela primitiva, já existia a Irmandade do Carmo. Esta irmandade passou a categoria de Ordem Terceira em 1746.

A julgar pelas obras musicais executadas nas Novenas supõe-se que ela já existe desde o início do séc. XVIII. Diversas obras hoje ainda executadas são de autoria de Jerônimo de Souza, falecido em 1803. O hino Flos Carmeli executado nas Novenas antigas é atribuído ao padre Manuel Cabral Camelo que em 1716 benzeu a Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Constam do arquivo da Orquestra Ribeiro Bastos as cópias antigas da Novena do Carmo feitas pelo Mestre Chagas, seu regente até 1859.

Comparando texto de épocas diferentes, constata-se que a Novena do Carmo teve acréscimos e eliminações de textos. A Novena de Jerônimo de Souza se compunha de: Veni Sancte Spiritu, Domine ad adjuvandum, Invitatório (In honorem), Antífona (Regina Mundi), 3 Ave Marias cantadas, Ponto (Leitura), Ladainha de Nossa Senhora e Hino (Flos Carmeli).

Um segundo hino – Virgem Sagrada, foi incluído na segunda metade do séc. XIX e é provavelmente do padre José Maria Xavier que também é o autor do Veni Sancte Spiritu e Domine Adjuvandum que substituem as peças originais de Jerônimo de Souza Lobo desde o séc. XIX. Foram incluídas ainda quatro invocações cantadas primeiro pelos músicos e repetidas pelo povo (Deus vos salve) e também no séc. XX o Hino à bandeira de Nossa Senhora do Carmo, do padre carmelita Frei Alberto Nicholson e Ir. João Calybita. Este hino que é cantado no início e no fim da Novena tem hoje um arranjo solene feito pelo musicólogo Dr. José Maria das Neves.

Por mais de 80 anos a Orquestra Ribeiro Bastos é encarregada do acompanhamento musical desta novena.
(Anna Maria Parsons, extraído do encarte)

Comentários sobre a Orquestra Ribeiro Bastos (Rafael Sales Arantes)

A Orquestra Ribeiro Bastos, desde a sua fundação, foi formada por pessoas que não tinham a música como atividade principal, mas como uma atividade extra e estritamente ligada à tradição religiosa. Sendo assim nunca foi uma orquestra formada por profissionais, o que não faz que sua execução seja menos profissional que as orquestras a que estamos habituados a ouvir. A Orquestra Ribeiro Bastos não é uma orquestra de concertos, mas é uma orquestra de função religiosa. Aqueles que tem a oportunidade de visitar São João del Rei poderão se deliciar assistindo as missas de Quinta e Sexta na Basílica Nossa Senhora do Pilar e as de domingo pela manhã na Igreja de São Francisco, ao som da Orquestra Ribeiros Bastos, e ouvir músicas que nos remetem ao rico período da música brasileira que está sendo redescoberto com atraso, mas ainda em tempo de não se perder por completo.

Uma característica interessante em São João del Rei é que as novenas são sempre feitas nos dias corretos e as festas religiosas nos dias corretos, o que não acontece na maioria das paróquias. E são feitos todos os dias, ininterruptamente. A novena do Carmo está entre as mais belas do repertório sanjoanense. O ouvinte poderá perceber a funcionalidade da música. Suscinta sempre, mas de boa qualidade. Nesse CD da Novena do Carmo, o ouvinte perceberá uma nítida diferença entre a Orquestra Ribeiro Bastos de outrora e a de hoje. Aqui já ouvimos outras postagens de peças por essa orquestra. A qualidade da orquestra e do coro estão muito superiores aos LPs lançados no passado. Não posso dizer que a orquestra Ribeiro Bastos esteja profissionalizada, pois acho que sendo assim deixaria de ser a Orquestra Ribeiro Bastos, mas com uma qualidade profissional. Nessa gravação podemos observar uma pronúncia mais elaborada do latim, uma afinação e sincronização da orquestra bem superiores às outras gravações. Acredito que a influência das outras orquestras profissionais se mostram um pouco nessa gravação, pois até então as únicas interpretações de peças do período colonial eram quase que restritas à Ribeiro Bastos e Lira Sanjoanense. Hoje em dia temos vários grupos profissionais se especializando nessa música de boa qualidade, é impossível não termos influência dessas interpretações. A Orquestra Ribeiro Bastos nos brinda com essa fantástica Novena do Carmo e já ouvi rumores que em breve outras novenas serão gravadas. Uma notícia que acredito ser recebida com grande entusiasmo pelos amantes desse gênero tão especial de música.

Novena do Carmo
Pe. José Maria Xavier (São João del Rey, 1819-1887)
01. Novena de Nossa Senhora do Carmo – Deus vos salve
02. Novena de Nossa Senhora do Carmo – Veni Sancte Spiritus
03. Novena de Nossa Senhora do Carmo – Domine

Jerônimo de Souza Lobo (Vila Rica 1780-1810)
04. Novena de Nossa Senhora do Carmo – In Honorem
Pe. José Maria Xavier (São João del Rey, 1819-1887)
05. Novena de Nossa Senhora do Carmo – Virgem Sagrada
Jerônimo de Souza Lobo (Vila Rica 1780-1810)
06. Novena de Nossa Senhora do Carmo – Regina Mundi
07. Novena de Nossa Senhora do Carmo – Flos Carmeli

Pe. José Maria Xavier (São João del Rey, 1819-1887)
08. Novena de Nossa Senhora do Carmo – Hino à Bandeira
09. Novena de Nossa Senhora do Carmo – Flos Carmeli – coro

Este CD é uma colaboração do nosso ouvinte Rafael Sales Arantes. Não tem preço!

Novena do Carmo – 2010
Orquestra Ribeiro Bastos
Direção: Maria Stella Neves Valle

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MP3 320 kbps – 67,1 MB – 27,1 min
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Boa audição.

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Avicenna

Manoel Dias de Oliveira: Gradual – Fuga do Egito & Francisco Gomes da Rocha: Novena de Nossa Senhora do Pilar & Pe. João de Deus de Castro Lobo : 6 Responsórios Fúnebres – The Sixteen & The Symphony of Harmony and Invention Orchestra

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The Sixteen & The Symphony of Harmony and Invention Orchestra
1992


Esta é a capa da caixa do CD desta postagem, cedido pelo Maestro, compositor e musicólogo Harry Crowl Jr.

Segundo o depoimento do Maestro Harry Crowl Jr., “esta apresentação aconteceu em junho ou julho de 1992, no Teatro Municipal de São Paulo e a gravação foi da Rádio Cultura. O “Sixteen” se apresentou em Brasília (Igreja Dom Bosco), São Paulo (Teatro Municipal), São João del Rey (Igreja de São Francisco), Juiz de Fora (Igreja do Rosário?) e Rio de Janeiro (Sala Cecília Meireles). A gravação do Te Deum, do António Teixeira, aconteceu logo depois.”

Me lembro de falar com o Harry Christophers sobre isso“, continua Harry. “No programa, havia também o Ofício 1816, do Pe. José Maurício. Mas, essa gravação, existe somente em fita cassete. A versão apresentada dos 6 Responsórios Fúnebres é um trabalho de resconstrução meu. Os trompetes que aparecem não são originais. A versão do Júlio Moretzsohn é mais fiel ao original. O que acontece é que essas músicas são encontradas como coleções de partes individuais de instrumentos e vozes. Muitas vezes, as cópias são de procedências distintas e de épocas diferentes. Na época, fiquei na dúvida em relação aos trompetes dobrando as trompas ritmicamente o tempo todo. Mas, como as notas tocadas não eram as mesmas, acabei incluindo-os, apesar de se tratar de um erro crasso de orquestração, que não seria compatível com o Pe. João de Deus de Castro Lobo.”

Não fosse os préstimos do Maestro Harry Crowl Jr, não teríamos conhecimento de mais este tesouro. Não tem preço!

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Palhinha: ouça o Responsório Fúnebre # 3 enquanto se delicia com 32 telas/aquarelas do pintor inglês Henry Chamberlain, que morou e retratou o Rio de Janeiro durante 1819 e 1820:

Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
01. Gradual: Fuga do Egito – Angelus Domini
Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG)
02. Novena De Nossa Senhora do Pilar – 1. Veni Sanctu Spiritu
03. Novena De Nossa Senhora do Pilar – 2. Domine ad Adjuvandum
04. Novena De Nossa Senhora do Pilar – 3. Gloria Patri
05. Novena De Nossa Senhora do Pilar – 4. Sicut Era in Principie
06. Novena de Nossa Senhora do Pilar – 5. In Honorem Sacratissimae Virginis Mariae (Invitatório)
07. Novena de Nossa Senhora do Pilar – 6. Quem Terra, Pontus, Sidera (Hino)
08. Novena de Nossa Senhora do Pilar – 7. Virgo Prudentissima (Antífona)
Pe. João de Deus de Castro Lobo (Vila Rica, 1794 – Mariana, 1832)
09. Seis Responsórios Fúnebres – 1. Credo quod Redemptor. Et in carne. Quem visurus. Et in carne
10. Seis Responsórios Fúnebres – 2. Qui Lazarum. Tu eis, Domine. Qui venturus. Tu eis, Domine
11. Seis Responsórios Fúnebres – 3. Domine, quando veneris. Quia peccavi. Commissa mea. Quia peccavi. Requiem æterna. Quia peccavi
12. Seis Responsórios Fúnebres – 4. Memento mei. Nec aspiciat. De profundis. Nec aspiciat
13. Seis Responsórios Fúnebres – 5. Hei mihi!. Miserere mei. Anima mea. Miserere mei
14. Seis Responsórios Fúnebres – 6. Ne recorderis. Dum veneris. Dirige, Domine. Dum veneris. Requiem æternam. Dum veneris

Gravação ao vivo em São Paulo, em 1992
The Sixteen & The Symphony of Harmony and Invention Orchestra
Director: Harry Christophers

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MP3 320 kbps – 80,5 MB – 34,6 min
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Avicenna

António Teixeira (1707-c.1759) – Te Deum – The Sixteen & The Symphony of Harmony and Invention Orchestra

33lz58zTe Deum, de António Teixeira
The Sixteen & The Symphony of Harmony and Invention Orchestra

 

“Continuously exhilarating” THE FINANCIAL TIMES

“A real-opener that demands to be heard” GRAMOPHONE

“A glittering performance of a neglected masterpiece” BBC MUSIC MAGAZINE

Winner of the Diapason D’Or and Choc du Monde.

This remains the only recording of this exuberant and unique piece, and a multiple award-winner.

António Teixeira’s extraordinary and grandly structured setting of the Te Deum was written for a New Years’s Eve performance in 1734 in the Italian Church of his home city, Lisbon.

Calling for eight soloists, five spaced choirs and a large orchestra, this lavish and ornate piece bubbles and sparkles through the text with an easy zest and breezy charm that is distinctively Portuguese, giving us a rare insight into musical life in Lisbon before the devastating earthquake of 1755.

Includes solo performances by Lynda Russell, Gillian Fisher, Catherine Denley, Catherine Wyn-Rogers, William Kendall, Andrew Murgatroyd, Michael George and Peter Harvey.
(extraído do encarte)

Te Deum é um hino litúrgico católico atribuído a Santo Ambrósio e a Santo Agostinho, iniciado com as palavras “Te Deum Laudamus” (A Vós, ó Deus, louvamos). Segundo a tradição, este hino foi improvisado na Catedral de Milão num arroubo de fervor religioso desses santos.

Esse texto foi musicado por vários compositores, entre eles Marc-Antoine Charpentier, Henry Purcell, Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Joseph Haydn, Hector Berlioz,Anton Bruckner, Antonín Dvorák, Antônio Francisco Braga e José Maurício Nunes Garcia. Também o imperador Pedro I do Brasil compos um Te Deum. (extraído da Wikipedia)

Obrigado ao maestro, compositor e musicólogo Harry Crowl Jr. que abriu a sua Arca do Tesouro e nos disponibilizou mais esta jóia rara. Não tem preço!

Uma palhinha: Te Deum – 2. Tibi omnes Angeli

António Teixeira – Te Deum (1734)
Te Deum – 1 .Te Deum laudamus
Te Deum – 2. Tibi omnes Angeli
Te Deum – 3. Sanctus
Te Deum – 4. Te gloriosus
Te Deum – 5. Te martyrum candidatus
Te Deum – 6. Patrem immensae maiestatis
Te Deum – 7. Sanctum quoque
Te Deum – 8. Tu Patris sempiternus
Te Deum – 9. Tu devicto mortis
Te Deum – 10. Iudex crederis
Te Deum – 11. Te ergo quaesummus
Te Deum – 12. Salvum fac
Te Deum – 13. Per singulos dies
Te Deum – 14. Dignare Domine
Te Deum – 15. Fiat misericordia tua
Te Deum – 16. In te Domine speravi

António Teixeira – Te Deum – 2002
The Sixteen & The Symphony of Harmony and Invention Orchestra
Director: Harry Christophers

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MP3 320 kbps – 185,1 MB – 1,3 h
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Boa audição.

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Avicenna

Henrique Oswald (1852-1931) : Sinfonia op. 43

sinfonia-op-43Nascido no Rio de Janeiro e filho de suíços, Oswald viveu grande parte de sua vida na Europa. Estudou em Florença com Graziani e Buonamici, obtendo o primeiro prêmio do concurso instituído pelo jornal francês Le Fígaro com a peça Il neige, representativa de sua fina escrita pianística e de um clima “pré-impressionista”.

Dos compositores brasileiros, é um dos autores musicais que não teve a preocupação em dar o “clima local” e nacionalista em suas composições. No entanto, sua técnica apurada revela-se nos noturnos, romances (para piano), uma sinfonia, concertos para piano e violino, uma suíte e três óperas: A Cruz de Ouro, O Destino e O Novato.

Henrique Oswald radicou-se definitivamente no Brasil aos 60 anos de idade e foi diretor do Instituto Nacional de Música. Seus alunos mais brilhantes foram Luciano Gallet, Lorenzo Fernandez e Fructuoso Viana.

Henrique Oswald (1852-1931)
01. Sinfonia, op. 43 – 1. Allegro moderato
02. Sinfonia, op. 43 – 2. Adagio
03. Sinfonia, op. 43 – 3. Scherzo (allegro vivace)
04. Sinfonia, op. 43 – 4. Molto Allegro, Deciso

Sinfonia, op. 43 – 1969
Orquestra Sinfônica Brasileira
Regente: Eduardo de Guarnieri

Esta é uma gravação de um LP de 1969, selo Festa, gentilmente cedido pelo nosso ouvinte Sérgio Luiz Gaio e digitalizado por Avicenna.

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MP3 320 kbps – 83,9 MB – 36,5 min
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2 irmãs africa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

Concerto for Clarinet and Orchestra in A major – K 622 – Benny Goodman: Concert at Tanglewood

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Benny Goodman & Boston Symphony Orchestra

 

Complementando a excelente postagem do Marcelo Stravinsky sobre Benny Goodman, lembro uma gravação de 1956 de Benny Goodman com a Boston Symphony Orchestra, sob a direção do Maestro Charles Munch: de Wolfgang Amadeus Mozart, Concerto for Clarinet and Orchestra in A major – K 622. O sensível Adagio foi utilizado na trilha sonora do marcante filme Out of Africa.

Nesta gravação, Benny Goodman desenvolve toda a sua sensibilidade. Maravilha!

Concerto for Clarinet and Orchestra in A major –  K 622: 1. Allegro
Concerto for Clarinet and Orchestra in A major –  K 622: 2. Adagio
Concerto for Clarinet and Orchestra in A major –  K 622: 3. Rondo

Mozart at Tanglewood – 1956
Benny Goodman & Boston Symphony Orchestra , (dir) Charles Munch

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MP3 192 kbps – 39,4 MB – 28,2 min
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silhueta musical

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Ariel Ramirez (1921-2010) – Misa Criolla, com Mercedes Sosa

misa-criollaMisa Criolla

de Ariel Ramirez

com Mercedes Sosa

 

 

Written and composed by the Argentine composer Ariel Ramírez in 1963, Misa Criolla has become one of the most well known and oft-performed South American choral works throughout the world. A product of the composer’s long study of Argentine folk music, the piece synthesizes popular and liturgical styles, drawing on the rhythms and melodies of Argentina and other South American cultures. The opening Kyrie (“Lord, have mercy upon us…”) uses the slow rhythms of the vidala-baguala folk style (characteristic of northern Argentina) and a spare accompaniment to depict the loneliness of the high plateaus. In the Gloria (“Glory to God in the highest, and peace to all people on earth…”), the joyous rhythms of the carnavalito style are temporarily interrupted by the soloists’ plaintive pleas for mercy. The following Credo is based on the obsessive cross-rhythms (two against three) of the chacarera trunca style, emphasizing the conviction of this profession of faith. Similar cross-rhythms from the Bolivian carnaval cochabambino underlie the Sanctus (“Holy, holy, holy…”). The closing Agnus Dei (“Lamb of God, who takes away the sin of the world, hear our prayer…grant us peace.”) uses the estilo pampeano (“style of the Pampas”) to evoke the solitude and distance of that southern plains region. Though originally scored for keyboard, string bass, and standard percussion, our performance utilizes indigenous folk instruments, which the composer elsewhere has endorsed, in order to capture the flavor of the underlying musical styles. (Maza’s blog)

Ariel Ramírez
1. Misa Criolla: 1. Kyrie (Vidala baguala)
2. Misa Criolla: 2. Gloria (Carnavalito yaraví)
3. Misa Criolla: 3. Credo (Chacarera trunca)
4. Misa Criolla: 4. Sanctus (Carnaval cochabambino)
5. Misa Criolla: 5. Agnus Dei (Estilo pampeano)

Félix Luna / Ariel Ramírez
6. Navidad Nuestra: 1. La Annunciación (Chamamé)
7. Navidad Nuestra: 2. La Peregrinación (Huella pampeana)
8. Navidad Nuestra: 3. El Nacimento (Vidala catamarqueña)
9. Navidad Nuestra: 4. Los Pastores (Chaya riojana)
10. Navidad Nuestra: 5. Los Reyes Magos (Takirari)
11. Navidad Nuestra: 6. La Huida (Vidala tucumana)

Misa Criolla – Mercedes Sosa – 1999
Estudio Coral de Buenos Aires, director: Carlos López Puccio (Misa Criolla)
Asociación Coral Lagun Onak, director: Mario de Rose (Navidad Nuestra)

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MP3 320 kbps – 97,3 MB – 41,6 min
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pé na agua

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

The Swingle Singers : Bach Hits Back – A new a cappella tribute (21 de março / 328 anos do nascimento do pai do PQPBach e do FDPBach)

bach-hits-back-a-new-a-cappella-tributeThe Swingle Singers
Bach Hits Back – A new a cappella tribute

 

Experience pleasant and enjoyable a capella realizations of Bach preludes, fugues, chorale and instrumental numbers. The Swingle Singers render some as vocal transcriptions of Bach’s original, instrumental music, and others as jazz arrangements. Their hymn-like rendition of Ein Feiste Burg (A Mighty Fortress) bounces into a light and jazzy scatting of “Organ Fugue from Fantasia and Fugue.” They perform 21 excerpts from Bach, none of which are too obtrusive for background music, yet all are excellent enough to listen to while doing nothing but enjoying the music.
Bach was a technical genius, and the Swingle Singers have the talent and creativity to bring his music alive, translating it into new idioms successfully. Worth every chord of five stars. (extraído da internet)

Compensa publicar o comentário do Monge Ranulfus:

“Me faz relembrar o quanto os anos 60 foram criativos – pois esse CD pode ser dos anos 90, mas o conceito dos Swingle Singers surgiu nos 60.

A propósito, é a primeira vez que eu os ouço cantando com palavras – e ainda combinando o uso instrumental e o “tradicional” da voz. E é incrível que no tradicional eles soam muito mais perfeitos que muitos corais que não têm nenhuma proposta de inovar ou coisa parecida.”

Johann Sebastian Bach (1685-1750)
01. Chorale: Ein’ feste Burg ist unser Gott (Cantata BWV 80)
02. Organ Fugue from Fantasia and Fugue in G minor (‘Great’ BWV 542)
03. Prelude XVIII from The Well-Tempered Clavier (BWV 863)
04. Chorale prelude from Cantata BWV 140 ‘Wachet auf, ruft uns die Stimme’
05. Chorale from Wachet auf (Cantata BWV 140)
06. Liebster Jesu, wir sind hier (BWV 373)
07. In dulci jubilo – Chorale prelude (BWV 729)
08. In dulci jubilo – Chorale (BWV 608)
09. Andante from Sonata No. 2 for unaccompanied violin
10. First movement from Brandenburg Concerto No. 3 (BWV 1048)
11. Aria: Schafe konnen sicher weiden from Cantata BWV 208
12. Badinerie from Suite No. 2 (BWV 1067)
13. Fugue VIII from The Well-Tempered Clavier (BWV 852)
14. Three-part invention (BWV 797)
15. Et resurrexit from Mass in B minor (BWV 232)
16. Bist du bei mir (BWV 508)
17. Blute nur from Matthauspassion, (BWV 244)
18. Organ Fugue: Alla Gigue (BWV 577)
19. Air from Suite No. 3 (BWV 1068)
20. Little Organ Fugue (BWV 578)
21. Choral: Es ist genung (Cantata BWV 60)

Bach Hits Back – A new a cappella tribute – 1994
The Swingle Singers

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.Avicenna

.: interlúdio :. ‘S Different – Billy Butterfield & Ray Conniff and His Orchestra

'S-Different-capa-solo-web‘S Different
Conniff Meets Butterfield
1959

Quem já passou por esta vida e não dançou sentindo o calor do rosto da Amada, ao som da música de Ray Conniff & Billy Butterfield, pode ser mais, mas sabe menos do que eu.

Como dizia o poeta, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não

 

E como testemunhou o nosso amigo Wellington Mendes: este [Billy Butterfield] foi um dos maiores e mais elegantes trompetistas. Um som único e clássico, à maneira de outros como Al Hirt, Doc Severinsen, Bob Hacket, Ruby Braff… “

‘S Different (Conniff Meets Butterfield)
01. Beyond The Blue Horizon
02. You Must Have Been a Beautiful Baby
03. All The Things You Are
04. Oh , What a Beautiful Mornin´
05. Time On My Hands (You In My Arms)
06. Something To Remember You By
07. What a Diff´rence a Day Made
08. South Of The Border (Down Mexico Way)
09. Can´t We Be Friends
10. Rosalie
11. A Love Is Born (Song Of The Trumpet)
12. I Found a Millon Dollar Baby (In a Five And Ten Cent Store)
13. Summertime
14. Love Letters In The Sand

Palhinha: ouça 11. A Love Is Born (Song Of The Trumpet)

‘S Different – 1959
Billy Butterfield & Ray Conniff and His Orchestra

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 The Dancers, por Fernando Botero
– The Dancers, por Fernando Botero

 

Avicenna

Música na Corte Brasileira – Vol. 5 de 5: A Ópera no Antigo Teatro Imperial (Acervo PQPBach)

2cik8dyMúsica na Corte Brasileira – Vol. 5
A Ópera no Antigo Teatro Imperial
1965

 

O panorama da Ópera no Brasil, apreciado neste momento, mostra que até o presente não houve um desenvolvimento real do gênero mas apenas desdobramento processado em épocas bem próximas e que, na atualidade, é posssível reconhecer que teve repercussão positiva com relação à música vocal. O século XIX foi o momento de sua maior expansão, tendo o Rio de Janeiro como cenário. Houve naturalmente uma fase obscura de preparação revelada nas chamadas CASAS DE ÓPERA que, no século XVIII, se espalharam pelas principais cidades brasileiras, sendo que no Rio de Janeiro funcionou o Teatro do Padre Ventura, levando à cena óperas italianas e sobretudo as do brasileiro Antonio José da Silva, cognominado o Judeu.

Marcam-se dois períodos no mesmo século: o primeiro de 1808 a 1831 aproximadamente, o segundo entre 1857 e 1864.

O primeiro período foi conseqüente à vinda da Corte portuguêsa para o Brasil. Nesse momento a vida musical recebeu impulso renovador e a Ópera contou com casa própria, o Real Teatro de S. João, edificado no local em que hoje se ergue o Teatro João Caetano.

A ópera dessa época, de autoria de portuguêses e possivelmente de brasileiros, tinha libreto em português e, quando do repertório italiano, texto traduzido.

Os nomes que aparecem são os do Padre José Maurício Nunes Garcia, Marcos e Simão Portugal, Bernardo José de Souza Queiroz, Luiz Inácio Pereira, Damião Barbosa de Araújo, Eleutério Feliciano de Sena, Pedro Teixeira Seixas, Sigismond Neukomm e o do próprio Príncipe D. Pedro.

Os acontecimentos políticos, que forçaram D. João VI a se retirar do Brasil e logo em seguida a abdicação de D. Pedro I, atingiram naturalmente a vida artística, escapando, no entanto, a Ópera, que sempre contou com a predileção do público.

Com pequena diferença de 26 anos, verificou-se o segundo movimento em torno da Ópera. Um grupo de idealistas do qual faziam parte o Marquês de Abrantes, o Visconde de Uruguai, o Barão de Pilar, Francisco Manuel da Silva, Manuel de Araujo Porto-Alegre, Dionísio Vega, Isidoro Bevilacqua, Joaquim Gianini seguindo a iniciativa do espanhol Dom José Amat, fundou no Rio de Janeiro, em marco dc 1857, a Imperial Academia de Música e Ópera Nacional. Nesse momento o Rio de Janeiro conheceu um dos maiores movimentos em prol da Arte e dos artistas nacionais. Verificou-se realmente um surto de nacionalismo que incentivou os artistas jovens e deu ao Brasil o seu maior representante no gênero – Carlos Gomes.

Período 1808 – 1831: Teatro Imperial
Marcos Antonio Portugal da Fonseca, abreviado para Marcos Portugal (Lisboa, 24/3/1762 – Rio de Janeiro, 7/2/1830). Aluno de Borselli. Acompanhador da Ópera de Madri (1782), Mestre de Capela na Corte portuguêsa (1797); no Brasil, Mestre da Capela Real desde 1811, Diretor artístico do Teatro S. João e Inspetor das Diversões Públicas. Autor de 40 óperas, além de música de circunstâncias, operetas e obras sacras. Da obra de Marcos Portugal existem partituras no Brasil (Biblioteca da Escola Nacional de Música), entre as quais a da ópera-bufa O Basculho, literalmente O Basculho da Chaminé, levada à cena em Lisboa em 1894, em Veneza, na tradução italiana Lo Spazzacamino Principe, em 1795, e em Petersburgo em 1797.

Com justica, Marcos Portugal é considerado o maior músico português nos domínios da Ópera.

Bernardo José de Souza Queiroz ( …… – …. ) Poucas informações acompanham o seu nome e daí a impossibilidade de saber qual a sua nacionalidade. Iza de Queiroz Santos o coloca entre os compositorcs portugueses, enquanto Ernesto Vieira (“Dicionário Biográfico de Músicos Portuguêses”) o considera brasileiro, já militando no Rio de Janeiro quando aí se estabeleceu a Corte portuguêsa, em 1808.

Periodo 1857 – 1864: Ópera Nacional
Henrique Alves de Mesquita (Rio de Janeiro, 31/7/1831 – 12/7/1906). Primeiro diplomado em composição e o primeiro a alcançar o “Prêmio de Viagem à Europa” pelo Conservatório do Rio de Janeiro. Estudou em Paris com F. Bazin. Foi professor de instrumentos de bocal e órgão do mesmo estabelecimento de ensino (Conservatório do Rio de Janeiro). Autor de obras cênicas: Noivado em Paquetá, Estrêla do Brasil, O Vagabundo. Preocupavam-no as características nacionais que na peça para piano Batuque realizou de maneira deveras interessante.

Antônio Carlos Gomes (Campinas, 11/7/1836 – Belém, 16/9/1896). Em relação ao Padre José Maurício Nunes Garcia é o segundo grande músico brasileiro. No entanto, apesar das qualidades excepcionais do padre, Carlos Gomes representa para o Brasil o seu primeiro compositor de projeção mundial. Ambos figuras representativas de épocas, não tiveram continuadores até este momento. A posição de Carlos Gomes no cenário da Música Brasileira tem a mais alta significação: pela situação criada em sua época, pela posição que ocupa na atualidade como representante único da Ópera no Brasil, pela influência que exerceu nos músicos seus contemporâneos e mesmo nos que vieram depois. Carlos Gomes, que alcançou a consagração da platéia italiana com a ópera O Guarani, que atingiu o ponto mais alto de sua carreira com a Fosca, estreou na Ópera Nacional com A Noite do Castelo, apresentando logo em seguida Joana de Flandres, cantada a 15 de setembro de 1863, no Teatro Lírico Fluminense.
Helza Camêu (da Academia Brasileira de Música) (extraído da contra-capa do LP)

Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
01. Ópera bufa “O Basculho da Chaminé” – Abertura
02. Ópera bufa “O Basculho da Chaminé” – Dueto Rosina e Pierotto

Bernardo José de Souza Queiroz (Séc. XIX)
03. Ópera “Os Doidos Fingidos por Amor” – Abertura
04. Ópera “Os Doidos Fingidos por Amor” – Ária de Cacilda

Henrique Alves de Mesquita (1838-1906)
05. Ópera “O Vagabundo” – Abertura
06. Ópera “O Vagabundo” – Cena e dueto: Traído, Esquecido

Antonio Carlos Gomes (1836-1906)
07. Ópera “Joana de Flandres” – Ária de Raul

Música na Corte Brasileira – Vol. 5 de 5: A Ópera no Antigo Teatro Imperial – 1965
Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C. Maestro Alceo Bocchino

Selo Angel/Odeon, Coordenador-Assistente: Marlos Nobre

LP digitalizado por Avicenna.

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MP3 320 kbps – 82,3 MB – 39,2 min
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Boa audição.

french mammoth

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Alma Latina: Ex Cathedra: Baroque Music from Latin America – vol 3: Fire burning in snow

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BBC Music Magazine:  Disc of the month
Classic FM Magazine: Opera & vocal disc of the month

 

‘Skidmore and his choir … have included the largest of Araujo’s liturgical pieces, an imposing Dixit Dominus in eight parts. The colourful, carefully paced sequence is interspersed with sections of an anonymous setting of the Quechua text Hanacpachap Cussicuinin, a Marian hymn that is regarded as the oldest printed piece of polyphony from the Americas. With beautifully varied instrumental support, Ex Cathedra turn it into a hauntingly beautiful processional’ (The Guardian)

‘Followers of Jeffrey Skidmore’s earlier excursions into the Latin American Baroque with his Ex-Cathedra group should need no prompting to buy volume three … Nothing stifles the infectious spark of these mostly secular effusions by the 17th-century Juan de Araujo, cathedral organist in Bolivia. Uplifting, and foot-tapping’ (The Times)

‘The performances throughout can hardly be faulted. A lovely and varied sonority is created by soloists emerging and returning from the 14-strong choir. The instrumental contribution is equally distinguished, from sensitive continuo of sustained organ and more rhythmically engaging plucked strings, to a positive kaleidoscope of wind and brass in the larger numbers’ (BBC Music Magazine)

‘… Captures the essence of music informed by the assured grandeur of 16th-century Spanish music, tinged with the colour of native ‘Indian’ culture and often marked by vibrant echoes of the regions’ African slave communities … An unmissable release’ (Classic FM Magazine)

‘A hugely appealing, atmospheric disc … The reason we should bother with such an obscure composer is clear from the first note – the vivid contrasts and thrilling rhetoric found in Gabrieli and Monteverdi are developed and combined with a magical, dramatic, dark-hued Iberian sensibility’ (Sunday Times)

‘Araujo is rightly considered to be perhaps the finest composer of his age working in Latin America … This is a captivating, colourful recording which may breathe the stiller London air but audibly relishes the genius of the too-long-neglected Juan de Araujo’ (International Record Review)

‘Araujo’s fusion of European-style vocal techniques with foot-tapping Latino rhythms is a revelation. Bouquets to Hyperion for opening our ears to these riches, and to the Birmingham-based Ex Cathedra vocal and instrumental ensemble, under scholar-director Jeffrey Skidmore, for such engaging performances’ (Financial Times)

‘It’s superbly performed … The most impressive element is the precision, blend and sonority of his singers in a splendid setting of Dixit Dominus. The evocation of a bullfight in Salga el torillo hosquillo (in which the Matador is compared to the Virgin Mary) is thrilling in its energy and drama, and the contemplative serenity of Silencio is breathakingly beautiful … This is a terrific disc’ (Gramophone)

‘Jeffrey Skidmore not only has this repertoire thoroughly under his skin, but equally the ability to inspire his splendid forces to communicate his enthusiasm for it with colourful immediacy’ (Goldberg)

‘The performances are glorious. Soloists and choir sing lustily but stylishly, and the instrumental backing is aptly contrived. Even more than in past volumes, I found this release just plain enchanting. Fine notes, full texts and translations. In all, one of those releases that is truly perfect! What an absolute treasure Hyperion has in Skidmore and his confederates!’ (American Record Guide)

‘The rediscovery of Latin American baroque music was a success story waiting to happen: it combines the dramatic contrasts of texture and the expressive word-setting of the European baroque with the rhythmic energy of New World folk music and the dances of West African slaves … The choral textures are thrilling’ (Oxford Today)

‘This is a splendid disc and a very worthy successor to the preceding volumes. The standard of performance is unfailingly excellent. Ensemble work, both vocal and instrumental, is tight and the many vocal solos are all taken extremely well. The performances display flair and finesse on the part of all concerned Jeffrey Skidmore’s direction is perceptive, lively and, above all, persuasive. It’s quite astonishing to think of this music being composed and performed in a remote colonial outpost in seventeenth century Latin America and the survival of the music and its revival today is something for which we should be grateful. Juan de Araujo was a fine composer and he has been exceptionally well served here by Jeffrey Skidmore and Ex Cathedra. This is a CD that commands attention’ (MusicWeb.com)

‘High art meets the reality of the New World, resulting in a new music that modern performers and audiences are just beginning to appreciate … This is exactly what the classical music ‘industry’ should be about’ (PositiveFeedback.com, USA)

‘Jeffrey Skidmore continues his exploration of Latin American Baroque music with an imaginatively programmed disc largely devoted to the music of the Spanish-born Juan de Araujo (1648–1712), who spent the final 30 years of his life as organist at the cathedral of La Planta (now Sucre, Bolivia). Judging by what’s here recorded, Araujo was equally at home in sacred and secular pieces: the Dixit Dominus for three choirs is particularly attractive, and his secular music has an irresistible foot-tapping quality. We remain indebted to Skidmore and the fine vocal and instrumental forces of his Ex Cathedra ensembles for resurrecting this material. An important release’ (Choir & Organ Magazine)

‘Araujo’s music is very different: sophisticated and marvellously expressive, and Ex Cathedra makes the most of it. The poetry too is worthy of attention: very enjoyable’ (Early Music Review)

‘Jeffrey Skidmore and Ex Cathedra of Birmingham have made a hit recently, with their recording of South American music … Another hit which you can’t keep out of your mind, released by Hyperion’ (Daily Mail)

‘The instrumental ensemble is exciting, vital, rhythmically alert … The music of Juan de Araujo … is unquestionably a good find’ (Fanfare, USA)

‘IM-PER-DÍ-VEL’ (Guess who)

Ex Cathedra: Baroque Music from Latin America – vol 3: Fire Burning In Snow
Anonymous
01. Hanacpachap cussicuinin – 1. verses 1-5
Juan de Araujo (Villafranca en León/En Cáceres ca. 1646 – Chuquisaca, 1712)
02. Dixit Dominus a 3 choros
03. Silencio
04. Dime, amor
05. ¡A, de la region de luces!

Anonymous
06. Hanacpachap cussicuinin – 2. verses 6-10
Juan de Araujo (Villafranca en León/En Cáceres ca. 1646 – Chuquisaca, 1712)
07. ¡A, del cielo!
08. ¡Fuego de amor!
09. En el muy gran Padre Ignacio

Anonymous
10. Hanacpachap cussicuinin – 3. verses 11-15
Diego José de Salazar (c1660-1709)
11. ¡Salga el torillo hosquillo!
Juan de Araujo (Villafranca en León/En Cáceres ca. 1646 – Chuquisaca, 1712)
12. Dios de amor
13. ¡A, del tiempo!

Anonymous
14. Hanacpachap cussicuinin – 4. verses 16-20

Baroque Music from Latin America – vol 3: Fire Burning In Snow – 2007
Ex Cathedra Choir & Ensemble and QuintEssential Sackbut & Cornett Ensemble
Director: Jeffrey Skidmore

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MP3 320 kbps – 205,3 MB – 1,2 h
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Boa audição.

musica = vidda

 

 

 

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Avicenna