Pyotr Il’yich Tchaikovsky (1840-1893) Violin Concerto in D major, Op. 35

Finalizando o duelo Heifetz/Oystrakh vai aí minha gravação favorita do Concerto para violino de Tchaikovsky, por sinal, um de meus favoritos. Para muitos, esta gravação, realizada ainda nos anos 50, sinto não poder precisar a data, é uma das melhores deste concerto único.
Creio que a primeira vez que o ouvi, fui numa viagem para Balneário Camboriú, quando eu tinha uns 10 anos de idade. Entre minha cidade e aquele balneário tem uma belíssima serra, a Serra de Dna Francisca. Eu costumava descer a serra com um tio, apaixonado por música clássica. Certa vez, no meio da serra, ele encostou o carro, e ficamos ouvindo este Concerto de violino de Tchaikovsky e apreciando a paisagem… até hoje, 30 anos depois, sempre que passo por lá, procuro associar a paisagem à esta magnífica obra. Só me lembro que esta gravação que ele tinha em fita cassete era da Deutsche Grammophon, mas não lembro que era o solista nem a orquestra. Ainda não prestava atenção nessas informações.
Enfim, grande obra, grande solista, excelente orquestra em seu apogeu com um de seus principais regentes… tudo isso somado só pode dar um resultado: excelente audição para todos…
Espero que apreciem como eu apreciei e ainda hoje aprecio…

Violin Concerto in D major, Op. 35

1. Allegro Moderato
2. Canzonetta
3. Allegro Vivacissimo

Jascha Heifetz – violino
Fritz Reiner – Diretor
Chicago Symphny Orchestra

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Sergei Rachmaninov (1873 – 1943) – Sinfonia nº2

Pois bem, como prometido, eis outra sinfonia de Rachmaninoff, desta vez a de nº2. Entre as 3, por enquanto é minha favorita. Seu adagio é belíssimo, suave, sem muitas pirotecnias, e Lorin Maazel segura bem as pontas, não caindo nas armadilhas açucaradas que ela pode ter em alguns momentos. Interpretação segura, com uma orquestra que dispensa comentários. Espero que apreciem, como eu apreciei…

Symphony no.2 in E minor op.27

1. Largo – Allegro moderato
2. Allegro molto
3. Adagio
4. Allegro vivace

Berliner Philarmoniker
Lorin Maazel – Director

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J.S. Bach (1685-1750) – Cantatas Profanas (6 de 8 CDs) – As Mulheres e o Café

Schlendrian é um pai grosseiro e está preocupadíssimo porque sua filha Lieschen entregou-se à nova mania de tomar café. Todas as tentativas de desviá-la de tão detestável hábito com promessas ou ameaças foram infrutíferas, até que, para dissuadi-la, oferece-lhe um marido. Lieschen aceita a idéia com entusiasmo e o pai parte apressadamente para conseguir-lhe um. Esta é a idéia principal da Cantata do Café (Schweigt stille, plaudert nicht, BWV 211), obra cômica de J. S. Bach, uma mini-ópera, que foi apresentada entre 1732 e 1735 na Kaffeehaus de Zimmermann, em Leipzig. A primeira Kaffeehaus da cidade foi aberta em 1694 — o café chegara à Alemanha em 1670 — e em 1735 a burguesia podia escolher entre oito privilegiadas casas.

A Kaffeekantate, BWV 211, foi encomendada a Bach por Zimmermann e é, em parte, uma ode ao produto e, de outra parte, uma punhalada no movimento existente na Alemanha para impedir seu consumo pelas mulheres. Acreditava-se que o “negro veneno” pudesse causar descontrole e esterilidade ao sexo frágil, mas Bach, em troca do pagamento de Zimmermann, ignorou estes terríveis perigos. Senão, talvez não musicasse uma ária que diz: “Ah, como é doce o seu sabor. / Delicioso como milhares de beijos, / mais doce que um moscatel. / Eu preciso de café.”; e nem nos brindaria com estas delicadezas…: “Paizinho, não sejas tão mau. / Se eu não beber meu café / as minhas curvas vão secar / as minhas pernas vão murchar / ninguém comigo irá casar”.

Bach aprendera muito bem, em sua vida familiar, que influenciar os jovens não era assim tão fácil. Portanto, adicionou um recitativo no qual os planos de Lieschen são revelados: o homem que quiser casar com ela terá de consentir numa cláusula: o contrato matrimonial certamente preverá que a mulher possa tomar café sempre que lhe apetecer.

No final, há um breve coro de três cantores, onde o café e a evolução são admitidos como coisas inevitáveis. Esta Cantata — ao lado de outras poucas obras vocais profanas — é uma evidente exceção na obra de Bach. O compositor, que possui a injusta fama de sério, aceitou o convite de Zimmermann para compor uma propaganda de seu Café e, como quase sempre fazia, produziu uma obra-prima, uma pequena comédia que funciona tanto no palco quanto nas salas de concertos. O efeito da primeira apresentação deve ter sido consideravelmente ampliado pelo fato de que às mulheres não era permitido cantar em cafés e o papel de Lieschen foi, provavelmente, interpretado por um cantor em falsete. Bach, com o auxílio do poeta Picander, construiu dois personagens muito humanos e verossímeis: um pai resmungão e rústico e uma filha obstinada e cheia de caprichos. O compositor parece estar à vontade ao traçar a caricatura do pai com o baixo pesado, os ritmos acentuados e a prescrição con pompa, enquanto os violinos rosnam para indicar seu temperamento irascível. Quando ele ameaça privar Lieschen de sua saia-balão de última moda, Bach indica seu tremendo diâmetro de forma escandalosa. A ária de Lieschen em louvor ao café é convencional, tão convencional que parece que o compositor quer insinuar que ela futilmente adotara tal hábito apenas para seguir a moda. Entretanto, seu entusiasmo por um possível marido não é simulado… A alegria expressa na melodia em ritmo de dança popular é contagiosa. Para os puristas, o divino e sacro Bach chega a ser grosseiro: afinal, quando Lieschen diz que quer um amante fogoso e robusto, os violinos e as violas silenciam, como para deixar bem clara aos ouvintes esta afirmativa sem rodeios. O Café Zimmermann deve ter vindo abaixo…

Bibliografia: leituras de textos de discos e CDs, de livros que não lembro mais e de Karl Geiringer, principalmente.

Cantata No. 210, “O holder Tag, erwünschte Zeit,” BWV 210 (BC G44)
Composed by Johann Sebastian Bach
with Sibylla Rubens,
Stuttgart Bach Collegium
Conducted by Helmuth Rilling

1. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: O holder Tag, erwunschte Zeit
2. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: Spielet, ihr beseelten Lieder
3. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: Doch, haltet ein, ihr muntern Saiten
4. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: Ruhet hie, matte Tone
5. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: So glaubt man denn, daB die Musik verfuhre
6. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: Schweigt, ihr Floten, schweigt, ihr Tone
7. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: Was Luft? was Grab?
8. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: GroBer Gonner, dein Vergnugen
9. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: Hochteurer Mann, so fahre ferner fort
10. ‘O holder Tag, erwunschte Zeit’ BWV 210: Seid begluckt, edle beide

Cantata No. 211, “Schweigt stille, plaudert nicht,” (Coffee Cantata), BWV 211 (BC G48)
Composed by Johann Sebastian Bach
with Sibylla Rubens, Thomas Quasthoff, James [tenor] Taylor,
Stuttgart Bach Collegium
Conducted by Helmuth Rilling

11. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Schweigt stille, plaudert nicht
12. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Hat man nicht mit seinen Kindern
13. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Du boses Kind, du loses Madchen
14. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Ei, wie schmeckt der Coffee suBe
15. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Wenn du mir nicht den Coffee laBt
16. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Madchen, die von harten Sinnen
17. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Nun folge, was dein Vater spricht
18. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Heute noch, lieber Vater, tut es doch
19. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Nun geht und sucht der alte Schlendrian
20. ‘Schweigt stille, plaudert nicht’ BWV 211: Die Katze laBt das Mausen nicht

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Sergei Rachmaninov (1873 – 1943) – Sinfonia Nº 1

Sempre tive um certo receio com relação à obra de Rachmaninov. Não me sentia preparado para encará-la. Faltavam-me subsídios, digamos. Minha porta de entrada foi o belíssimo filme “Shine-Brilhante”. Entendi que meu medo se estendia aos intérpretes e entendi que Rachmaninov realmente exigia muito de nossa capacidade de assimilação. Acreditei que meus temores se justificavam, mas que na verdade, para superar esses temores, era necessário encará-los. Psicologia barata, eu sei.

Enfim, um belo dia, tive acesso a uma gravação do concerto para piano nº 2, na interpretação de Moura Limpani. Em seguida, caiu-me nas mãos uma outra gravação deste mesmo concerto, mas apenas com russos o interpretando. Não me perguntem seus nomes, só sei que a orquestra se chamava algo como Grande Orquestra Filarmônica de Moscou, ao algo do gênero. Com estas gravações em mãos, pus-me a ouvi-las, tentando entender qual era o segredo deste compositor. E assim se passaram 15 anos, e ainda ouço os concertos, e os considero belíssimos. Consegui romper certo “pré-conceito” com relação ao compositor, e sempre estou atrás de outras gravações de suas obras.

Foi assim com a gravação de suas sinfonias. Sempre ouvira falar delas como geniais, extremamente bem elaboradas e com momentos de puro lirismo. Um belo dia, fuçando no emule, encontrei essa integral das sinfonias com o excelente regente Lorin Maazel, á frente da Filarmônica de Berlim. Baixei-a, e estou ouvindo com atenção. Dizem que a primeira impressão é a que fica, e a impressão que tive foi de que o temor permanece, devido ao alto grau de complexidade que elas impôem aos ouvintes. Não é música para qualquer um. Deve-se estar devidamente concentrado, sem ruídos externos atrapalhando e prestando atenção à todas as suas nuances. O resultado desta audição poderá ser totalmente diferente. E satisfatório. Ou gratificante.

Me perdoem os rachmaninovs-maníacos por este desabafo. Na verdade, ele apenas comprova que a música sempre está nos impondo desafios, e que é graças a estes desafios que ampliamos nossos horizontes musicais. Se assim não fosse, ainda estaria ouvindo apenas Mozart, Beethoven, Bach e não permitindo aos meus sentidos terem acesso à evolução musical dos últimos 200 anos.

Pois bem, começo com a Sinfonia nº1, em Ré menor, op. 13, com os seguintes movimentos:

1 – Grave – Allegro Ma Non Troppo
2 – Allegro Animato
3 – Larghetto
4 – Allegro Con Fuoco

Berliner Philarmoniker
Lorin Maazel – Diretor

O seu,

FDP Bach.

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J.S. Bach (1685-1750) – Cantatas Profanas (5 de 8 CDs)

Seguindo a série, chegamos a um grande CD.

A Cantata BWV 208 é esplêndida! Foi com composta em 1713 para o aniversário de um duque. Na obra, a caçadora divina Diana, o caçador Endimião e os deuses pastoris Pã e Pales, unem suas forças para desejar exageradíssimo feliz aniversário ao duque, coisa comum na época. Bach dedicou o maior cuidado ao compor a 208; a grana do duque devia ser legal. A deliciosa e inesquecível ária de Pales (faixa 10 – Schafe konnen sicher weiden) está entre as mais insinuantes e amáveis pastorais jamais escritas. Recebeu vários arranjos modernos e uma citação absolutamente notável, inesperada e emocionante feita pelo diretor Clint Eastwood no filme Bird. Os outros solos não podem ser considerados muito inferiores. Durante a vida de Bach, foi de suas obras mais interpretadas. Foi novamente utilizada em 1716, 1720, 1740 e 1742. Ou seja, papai gostava desta Cantata.

A BWV 209 é uma Cantata escrita estranhamente em italiano. Muito boa a introdução e a participação da flauta por todos os movimentos.

Cantata No. 208, “Was mir behagt,” (Hunt Cantata), BWV 208
Composed by Johann Sebastian Bach
with Stuttgart Bach Collegium
Conducted by Helmuth Rilling

1. BWV 208: Sinfonia, BWV 1046a
2. BWV 208: No.1: Recitativo: Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd!
3. BWV 208: No. 2: Aria: Jagen ist die Lust der Gotter
4. BWV 208: No. 3: Recitativo: Wie? Schonste Gottin! Wie?
5. BWV 208: No. 4: Aria: Willst du dich nicht mehr ergotzen
6. BWV 208: No. 5: Recitativo: Ich liebe dich zwar noch!
7. BWV 208: No. 6: Recitativo: Ich, der ich sonst ein Gott in diesen Feldern bin
8. BWV 208: No. 7: Aria: Ein Furst ist seines Landes Pan!
9. BWV 208: No. 8: Recitativo: Soll denn der Pales Opfer hier das letzte sein?
10. BWV 208: No. 9: Aria: Schafe konnen sicher weiden
11. BWV 208: No. 10: Recitativo: So stimmt mit ein
12. BWV 208: No. 11: Chorus (Aria a 4): Lebe, Sonne dieser Erden
13. BWV 208: No. 12: Duetto: Entzuket uns beide
14. BWV 208: No. 13: Aria: Weil die wollenreichen Herden
15. BWV 208: No. 14: Aria: Ihr Felder und Auen, lasst grunend euch schauen
16. BWV 208: No. 15: Chorus: Ihr lieblichste Blicke! ihr freudige Stunden

Cantata No. 209, “Non sa che sia dolore,” BWV 209
Composed by Johann Sebastian Bach
with Stuttgart Bach Collegium
Conducted by Helmuth Rilling

17. BWV 209: No. 1: Sinfonia
18. BWV 209: No. 2: Recitativo: Non sa che sia dolore
19. BWV 209: No. 3: Aria: Parti pur e con dolore
20. BWV 209: No. 4: Recitativo: Tuo saver al tempo
21. BWV 209: No. 5: Aria: Ricetti gramezza e pavento

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Quarteto de Cordas Nº 8 e Sinfonia de Câmara correspondente

Hoje acordei com vontade de fazer uma coisa diferente e legal. Então, peguei uma obra-prima, o Quarteto Nº 8 de Dmitri Shostakovich, numa gravação bastante boa (talvez a mais “visceral” que conheça, por assim dizer), a do Medici String Quartet, e postei no mesmo arquivo o arranjo que Rudolf Barschai fez para orquestra de câmara do mesmo quarteto. Ou seja, há duas vezes a mesma música, só que em concepções inteiramente diferentes. A leitura do Medici chega a ser agressiva perto do tranqüilo andamento escolhido pelo regente Roland Melia na gravação para orquestra. E são as mesmas notas da mesma obra.

Música extraordinária e bem característica de Shostakovich, onde estão presentes a dança brutal do Allegro Molto, o delicado sarcasmo do Allegretto, a delicadeza do Largo de abertura e a profunda inteligência da construção musical dos dois últimos Largos, o último revisitando o primeiro. Um espanto!

Mas aqui não quero mostrar somente a obra. Desejo mostrar um dos fatos mais apaixonantes da música erudita: a diversidade de interpretações e concepções. O Medici leu a obra de uma forma e o regente X o fez de forma inteiramente diferente. Claro que, aqui, a diferente sonoridade do quarteto e da orquestra serve como mais um elemento distintivo. E as duas formas são aceitáveis e têm indiscutíveis méritos. Notem como o Medici leva 5min22 para executar o primeiro movimento e a orquestra o faz em 6min52! E como as três notas que marcam o quarto movimento são muito mais expressivas quando executadas com maior lentidão.

Um dia, li este post no blog de Milton Ribeiro. É, penso, uma tentativa de explicação do fenômeno das leituras:

Uma Parábola Longa

Numa noite fria do século XVIII, Bach escrevia a Chacona da Partita Nº 2 para violino solo. A música partia de sua imaginação (1) para o violino (2), no qual era testada, e daí para o papel (3). Anos depois, foi copiada (4) e publicada (5). Hoje, o violinista lê a Chacona (6) e de seus olhos passa o que está escrito ao violino (9) utilizando para isso seu controverso cérebro (7) e sua instável técnica (8), . Do violino, a música passa a um engenheiro de som (10) que a grava em um equipamento (11), para só então chegar ao ouvinte (12), que se desmilingúi àquilo.

Na variação entre essas passagens e comunicações, está a infindável diversidade das interpretações.

Mas ainda faltam elos, como a qualidade do violino – e se seu som for divino ou de lata, e se ele for um instrumento original ou moderno? E o calibre do violinista? E seu senso de estilo e vivências? E o ouvinte? E… as verdadeiras intenções de Bach? Desejava ele que o pequeno violino tomasse as proporções gigantescas e polifônicas do órgão? Mesmo?

Há coisas que só mesmo em P.Q.P. Bach…

String Quartet No. 8 in C minor, Op. 110
Performed by: Medici String Quartet
I. Largo 05:22
II. Allegro molto 02:58
III. Allegretto 04:09
IV. Largo 05:07
V. Largo 04:17

String Quartet No. 8 in C minor, Op. 110 / (Chamber Symphony, arr. Rudolf Barschai)
Performed by: Dalgat String Ensemble
Conducted by: Roland Melia
VI. Largo 06:52
VII. Allegro molto 03:12
VIII. Allegretto 05:07
IX. Largo 06:06
X. Largo 04:52

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Viva Rostropovich – Integral das Sonatas para Piano e Violoncelo de Beethoven

Da parte de FDP Bach encerram-se com chave de ouro as homenagens prestadas ao genial Rostropovich.

Eis os links para as sonatas para violoncelo e piano de Beethoven, com a dupla Sviatoslav Richter e Mstislav Rostropovich. Mais uma gravação impecável destes dois grandes músicos russos.

CD 1 Track listing

Track 1: Sonata for Cello and Piano No. 1 in F, Op. 5 No. 1 : 1. Adagio sostenuto – Allegro (16:30)
Track 2: Sonata for Cello and Piano No. 1 in F, Op. 5 No. 1 : 2. Rondo (Allegro vivace) (06:32)
Track 3: Sonata for Cello and Piano No. 2 in G minor, Op. 5 No. 2 : Adagio sostenuto ed espressivo/ Allegro molto pi— (19:52)
Track 4: Sonata for Cello and Piano No. 2 in G minor, Op. 5 No. 2 : 3. Rondo (Allegro) (07:07)
Track 5: Sonata for Cello and Piano No. 3 in A, Op. 69 : 1. Allegro ma non tanto (11:53)
Track 6: Sonata for Cello and Piano No. 3 in A, Op. 69 : 2. Scherzo (Allegro molto) (05:28)
Track 7: Sonata for Cello and Piano No. 3 in A, Op. 69 : 3. Adagio cantabile – Allegro vivace (08:27)

Artists: Mstislav Rostropovich – cello / Sviatoslav Richter – piano
Composer : Ludwig van Beethoven 1770-1827
Recording date : March 1963
Recording location : Austria

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CD 2 Track listing

Track 1: Sonata for Cello and Piano No. 4 in C, Op. 102 No. 1 : 1. Andante – Allegro vivace (07:37)
Track 2: Sonata for Cello and Piano No. 4 in C, Op. 102 No. 1 : 2. Adagio – Tempo d’andante – Allegro vivace (06:46)
Track 3: Sonata for Cello and Piano No. 5 in D, Op. 102 No. 2 : 1. Allegro con brio (06:17)
Track 4: Sonata for Cello and Piano No. 5 in D, Op. 102 No. 2 : 2. Adagio con molto sentimento d’affetto (07:28)
Track 5: Sonata for Cello and Piano No. 5 in D, Op. 102 No. 2 : 3. Allegro – Allegro fugato (04:01)

Artists: Mstislav Rostropovich – cello / Sviatoslav Richter – piano
Composer : Ludwig van Beethoven 1770-1827
Recording date : June 1962
Recording location : Austria

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Viva Rostropovich! Robert Schumann (1810-1856) – Piano Concerto/Cello Concerto, Argerich/Rostropovich, Rostropovich/Rozhdestvensky

Aí vão mais dois momentos de Rostropovich. Primeiro como regente, à frente da National Symphony Orchestra, acompanhando Martha Argerich no Concerto para Piano de Schumann. Em seguida, em uma gravação realizada nos tempos da antiga União Soviética: acompanhado pela Leningrado Philarmonic Orchestra, regida pelo incansável Gennadi Rozhdestevensky, toca o belíssimo concerto para Violoncelo, também de Schumann.

Duas obras que não precisam de muita apresentação. São grandes momentos de Rostropovich e da própria Martha Argerich. A propósito, a gravação do concerto para piano é de 1978 e a do concerto para violoncelo é de 1961.

Concerto para Piano e Orquestra em Lá Menor, Op. 54
1- Allegro afecttuoso
2-Intermezzo. Andantino-attaca
3- Allegro Vivace
Martha Argerich – piano
National Symphony Orchestra
Regente: Mstislav Rostropovich

Concerto para Violoncelo e Orquestra em Lá Menor, Op. 129
4 – Nicht zu schnell
5 – Langsam
6 – Sehr lebhaft
Mstislav Rostropovich – cello
Leningrad Philharmonic Orchestra
Regente: Gennadi Rozhdestvensky

TT:55:32

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J.S. Bach (1685-1750) – Sonatas e Partitas para Violino Solo (II)

Custei a encontrar uma boa gravação em CD destas obras fundamentais de papai. Tinha em vinil o registro de Henryk Szeryng, o qual me satisfazia inteiramente. Já na era do CD, importei a gravação do mítico Jasha Heifetz, que achei decepcionante. A área de Heifetz não é Bach. Depois, encontrei em Buenos Aires uma oferta baratíssima da gravação de Nathan Milstein, outra decepção. Achando um pouco cômica minha dificuldade, acabei chegando a esta maravilhosa gravação da santa Naxos. É realmente muito boa. Podem baixar sem medo de errar.

Violin Partita No. 2 in D minor, BWV 1004
I. Allemanda 04:18
II. Corrente 02:48
III. Sarabande 03:18
IV. Giga 04:28
V. Ciaconna 12:21

Violin Sonata No. 3 in C major, BWV 1005
I. Adagio 03:22
II. Fuga 10:30
III. Largo 03:02
IV. Allegro assai 04:10

Violin Partita No. 3 in E major, BWV 1006
I. Preludio 04:01
II. Loure 03:58
III. Gavotte en Rondeau 03:00
IV. Menuett I 01:46
V. Menuett II 01:27
VI. Bouree 01:22
VII. Gigue 02:03

Lucy van Dael, violin

Total Playing Time: 01:05:54

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J.S. Bach (1685-1750) – Sonatas e Partitas para Violino Solo (I)

Custei a encontrar uma boa gravação em CD destas obras fundamentais de papai. Tinha em vinil o registro de Henryk Szeryng, o qual me satisfazia inteiramente. Já na era do CD, importei a gravação do mítico Jasha Heifetz, que achei decepcionante. A área de Heifetz não é Bach. Depois, encontrei em Buenos Aires uma oferta baratíssima da gravação de Nathan Milstein, outra decepção. Achando um pouco cômica minha dificuldade, acabei chegando a esta maravilhosa gravação da santa Naxos. É realmente muito boa. Podem baixar sem medo de errar.

Violin Sonata No. 1 in G minor, BWV 1001
I. Adagio 03:25
II. Fuga: Allegro 05:35
III. Siciliana 02:53
IV. Presto 02:58

Violin Partita No. 1 in B minor, BWV 1002
I. Allemanda 05:20
II. Double 02:40
III. Correnta 03:42
IV. Double 04:09
V. Sarabande 03:10
VI. Double 02:28
VII. Tempo di Borea 02:18
VIII. Double 02:28

Violin Sonata No. 2 in A minor, BWV 1003
I. Grave 04:00
II. Fuga 08:30
III. Andante 05:08
IV. Allegro 04:10

Lucy van Dael, violin

Total Playing Time: 01:02:54

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Concerto para Piano e Orquestra, Op. 102

Concerto dedicado ao filho pianista Maxim Shostakovich. É um autêntico presente de pai para filho. Alegre, brilhante e cheio de brincadeiras de caráter privado como a inacreditável inclusão – no terceiro movimento de exercícios que seu filho praticava quando era estudante do instrumento… E não se surpreenda, o primeiro movimento deste concerto é conhecido entre as crianças que vêem desenhos da Disney. É a música que é executada durante o episódio do Soldadinho de Chumbo em Fantasia 2000. Quando ouço esta música em casa, sempre um de meus filhos vem me dizer “olha aí a música do Soldadinho de Chumbo”. É claro que a música não tem nada a ver com a história infantil; Shostakovich fez um belo concerto para seu filho, de atmosfera delicada e afetuosa. O primeiro movimento (Allegro) começa com uma rápida introdução orquestral em seguida à qual entra o piano. De acordo com a prática habitual de Shostakovich, o tema inicial é um pouco mais poético do que o segundo, de entonação mais vigorosa e rítmica.

Dois movimentos vivos e felizes cercam um melancólico, tocante e melodioso segundo movimento. A inspiração óbvia para este concerto foi o Concerto em Sol Maior (1931) de Ravel. Leonard Bernstein deu-se conta disto e gravou um de seus melhores discos em 1978, acumulando as funções de pianista e regente nos dois concertos. Se este concerto não arrancar algum sorriso do ouvinte, este necessita de urgentemente de anti-depressivos.

Piano Concerto No. 2 in F major, Op. 102
Michael Houstoun, piano
Performed by:New Zealand Symphony Orchestra
Conducted by:Christopher Lyndon-Gee

I. Allegro 07:22
II. Andante 06:37
III. Allegro 05:46

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Antonio Vivaldi (1678 – 1741) – Orlando Furioso, RV 728

Ainda não ouvi este CD triplo, saído das conexões de F.D.P. Bach com a longínqua Rússia, mas imagino.

F.D.P. foi sucinto:

Pois bem, acabou a espera… eis o Orlando Furioso, de Vivaldi… 3 cds e booklet compactados em .rar, em uma gravação muito inspirada de uma obra fenomenal… coisa de gênio mesmo.

Antonio Vivaldi é um compositor descoberto tão recentemente que até 40 anos atrás não imaginava-se que sua música vocal pudesse ser ainda melhor que a instrumental, mas é. Chega de conversa porque também tenho que fazer os downloads… Ah, importante: a obra foi gravada no esquema uma faixa por CD, portanto, é importante baixar o booklet.

CD : 1

1. Sinfonia, Rv116 : Allegro
2. Sinfonia, Rv116 : Andante
3. Sinfonia, Rv116 : Allegro
4. Acte 1, Scène 1 : Recitativo
5. Acte 1, Scène 1 : Un Raggio Di Speme
6. Acte 1, Scène 2 : Recitativo
7. Acte 1, Scène 2 : Alza In Quegl’Occhi
8. Acte 1, Scène 3 : Recitativo
9. Acte 1, Scène 3 : Costanza Tu M’Insegni, E Vuoi Ch’Io Speri
10. Acte 1, Scène 4 : Recitativo
11. Acte 1, Scène 4 : Ascondero Il Mio Sdegno
12. Acte 1, Scène 5 : Recitativo
13. Acte 1, Scène 5 : Nel Profondo
14. Acte 1, Scène 6 : Recitativo
15. Acte 1, Scène 7 : Recitativo
16. Acte 1, Scène 8 : Recitativo
17. Acte 1, Scène 8 : Tu Sei Degl’Occhi Miei
18. Acte 1, Scène 8 : Recitativo
19. Acte 1, Scène 8 : Troppo E Fiero, Il Nume Arciero
20. Acte 1, Scène 9 : Recitativo
21. Acte 1, Scène 9 : Rompo I Ceppi
22. Acte 1, Scène 10 : Recitativo
23. Acte 1, Scène 11 : Recitativo
24. Acte 1, Scène 11 : Sol Da Te, Mio Dolce Amore
25. Acte 1, Scène 12 : Recitativo
26. Acte 1, Scène 13 : Recitativo
27. Acte 1, Scène 13 : Amorose Ai Rai Del Sole

CD : 2

1. Acte 2, Scène 1 : Recitativo
2. Acte 2, Scène 1 : Vorresti Amor Da Me
3. Acte 2, Scène 2 : Recitativo
4. Acte 2, Scène 2 : Benche Nasconda
5. Acte 2, Scène 3 : Recitativo
6. Acte 2, Scène 3 : Taci, Non Ti Lagnar
7. Acte 2, Scène 4 : Recitativo
8. Acte 2, Scène 4 : Sorge L’Irato Nembo
9. Acte 2, Scène 4 : Recitativo
10. Acte 2, Scène 5 : Recitativo
11. Acte 2, Scène 5 : Qual Candido Fiore
12. Acte 2, Scène 6 : Recitativo
13. Acte 2, Scène 6 : Chiara Al Pari Di Lucida Stella
14. Acte 2, Scène 6 : Recitativo
15. Acte 2, Scène 7 : Recitativo
16. Acte 2, Scène 8 : Recitativo
17. Acte 2, Scène 9 : Recitativo
18. Acte 2, Scène 10 : Recitativo
19. Acte 2, Scène 10 : Che Bel Morirti In Sen
20. Acte 2, Scène 10 : Recitativo
21. Acte 2, Scène 10 : Se Cresce Un Torrente
22. Acte 2, Scène 11 : Al Fragor De Corni Audaci
23. Acte 2, Scène 11 : Recitativo
24. Acte 2, Scène 11 : Recitatico Accompagnato
25. Acte 2, Scène 11 : Gran Madre Venere
26. Acte 2, Scène 11 : Recitativo
27. Acte 2, Scène 11 : Diva Dell’Espero
28. Acte 2, Scène 11 : Recitativo
29. Acte 2, Scène 11 : Cosi Potessi Anch’Io
30. Acte 2, Scène 12 : Recitativo
31. Acte 2, Scène 12 : Belle Pianticelle
32. Acte 2, Scène 12 : Recitativo
33. Acte 2, Scène 12 : Sei Mia Fiamma, E Sei Mio Bene
34. Acte 2, Scène 13 : Recitativo
35. Acte 2, Scène 13 : Recitativo Accompagnato

CD : 3

1. Acte 3, Scène 1 : Recitativo
2. Acte 3, Scène 1 : Dove Il Valor Combatte
3. Acte 3, Scène 2 : Recitativo
4. Acte 3, Scène 3 : L’Arco Vuo Frangerti
5. Acte 3, Scène 3 : Recitativo
6. Acte 3, Scène 3 : Recitativo Accompagnato
7. Acte 3, Scène 3 : Recitativo
8. Acte 3, Scène 4 : Recitativo
9. Acte 3, Scène 5 : Canzon E Recitativo
10. Acte 3, Scène 5 : Recitativo
11. Acte 3, Scène 5 : Che Dolce Pui, Che Pui Giocondo Stato
12. Acte 3, Scène 5 : Recitativo
13. Acte 3, Scène 5 : Poveri Affetti Miei, Siete Innocenti
14. Acte 3, Scène 6 : Recitativo
15. Acte 3, Scène 6 : Io Son Ne’ Lacci Tuoi
16. Acte 3, Scène 6 : Recitativo
17. Acte 3, Scène 7 : Recitativo
18. Acte 3, Scène 8 : Recitativo
19. Acte 3, Scène 8 : Come L’Onda
20. Acte 3, Scène 9 : Recitativo
21. Acte 3, Scène 9 : Vorrebe Amando Il Cor
22. Acte 3, Scène 10 : Recitativo
23. Acte 3, Scène 10 : Scendi Nel Tartaro
24. Acte 3, Scène 10 : Recitativo
25. Acte 3, Scène 10 : Recitativo Accompagnato
26. Acte 3, Scène 11 : Recitativo
27. Acte 3, Scène 12 : Recitativo
28. Acte 3, Scène Finale : Recitativo
29. Acte 3, Scène Finale : Recitativo Accompagnato
30. Acte 3, Scène Finale : Andero, Chiamero Dal Profondo
31. Acte 3, Scène Finale : Recitativo
32. Acte 3, Scène Finale : Con Mirti E Fiori

Conductor: Jean-Christophe Spinosi
Performers: Ann Hallenberg (Mezzo Soprano – Bradamante)
Blandine Staskiewicz (Mezzo Soprano – Medoro)
Marie-Nicole Lemieux (Alto – Orlando)
Jennifer Larmore (Mezzo Soprano – Alcina)
Veronica Cangemi (Soprano – Angelica)
Philippe Jaroussky (Countertenor – Ruggiero)
Lorenzo Regazzo (Bass – Astolfo)
Genre Baroque Period / Opera
Date Written 1727
Ensemble Ensemble Matheus
Period Baroque
Language
Venice, Italy
Recording Studio

CD1 – BAIXE AQUI

CD2 – BAIXE AQUI

CD3 – BAIXE AQUI

BOOKLET – BAIXE AQUI

Michael Nyman (1944-) – Where the Bee Dances / Piano Concerto

Achei um tanto decepcionante este CD do grande autor das trilhas dos filmes de Greenaway, Leconte e do esplêndido “O Piano” de Jane Campion. Mesmo que o Piano Concerto tenha sido em grande parte adaptado da trilha do filme, aqui há trechos de clímax tão longos que chego a pensar em orgasmos de 5 ou 10 minutos. Não sei se agüentaria tanta felicidade.

Michel NYMAN: Piano Concerto / Where the Bee Dances

1. Where the Bee Dances 16:46

Piano Concerto
2. The Beach 11:24
3. The Woods 06:21
4. The Hut 08:01
5. The Release 04:36

Simon Haram, saxophone
John Lenehan, piano
Performed by: Ulster Orchestra
Conducted by: Takuo Yuasa

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Luciano Berio (1925-2003) – Sinfonia

Tentar definir a música – que em todo caso não é um produto mas um processo – é quase como tentar definir a poesia, ou seja: trata-se de uma operação felizmente impossível, considerando a futilidade de querer estabelecer uma fronteira entre o que é música e o que não é, entre poesia e não-poesia. Talvez a música seja justamente isto: a procura de uma fronteira constantemente deslocada. (Luciano Berio)

Sinto-me tentado a pensar na 2ª sinfonia de Mahler como um produto da sinfonia de Berio e não o contrário, cambalhota perversa da lei da causalidade. (Sérgio Azevedo)

A famosa Sinfonia (1968) de Berio está por toda a rede. São centenas de artigos que analisam a obra musical mais importante do vanguardismo musical do século XX. Ela foi dedicada à Leonard Bernstein, que a estreou, mas na verdade homenageia toda a história da música, principalmente em seu terceiro movimento em que ouve-se claramente Mahler, Mahler, Mahler mas também Debussy, Bach e Schoenberg.

Ao ouvinte com pouca vivência em mpusica moderna, sugiro começar a audição pelo terceiro movimento. Ali está o cerne da Sinfonia. O texto principal deste movimento é formado por fragmentos: trata-se de The Unnamable de Samuel Beckett. A segunda parte de Sinfonia é um tributo à memória de Martin Luther King. As oito vozes remetem simplesmente os sons que constituem o nome do mártir negro até a enunciação completa e inteligível do seu nome.

Sinfonia (para 8 vozes amplificadas e orquestra)

Composed by Luciano Berio
with Orchestre National de France and Swingle Singers
Conducted by Ward Swingle and Pierre Boulez

1. Sinfonia For eight Voices And Orchestra: I –
2. Sinfonia For eight Voices And Orchestra: II – O King
3. Sinfonia For eight Voices And Orchestra: III – In ruhig fliessender Bewegung
4. Sinfonia For eight Voices And Orchestra: IV –
5. Sinfonia For eight Voices And Orchestra: V –

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Jean Sibelius (1865–1957) – Concerto para Violino e Orquestra, Op.47

Existem violinistas e violinistas, ou generalizando, músicos e músicos. Alguns com certo talento até conseguem sucesso, de público e crítica. Mas assim como eles vêm, vão. São vários os casos de pequenos mozarts se transformarem em zé-ninguéns, a indústria fonográfica investe em jovens talentos, para no final eles caírem no ostracismo. Por culpar de quem? Não sei… talvez da voragem da mesma, da exigência do público e da crítica, ou incompressão de todos… sei lá. Digo isso pois a postagem que coloco a seguir é a de um grande violinista – que também foi um pequeno Mozart virtuose, e para muitos o maior de todos os tempos – tocando uma música maravilhosa, porém, inexplicavelmente pouco executada. O resultado dessa soma de talentos é algo excepcional. Já se discutiu aqui à exaustão a questão do gosto nas execuções, mas existem as unanimidades. E Jascha Heifetz é uma unanimidade. Pode-se criticar sua forma de tocar quase cerebral, insensível (?????), se preocupando apenas com a exatidão, com a precisão, muito meticuloso, e se esquecendo de expor a alma da música (particularmente considero isso tudo bobagem, mas quem sou eu para criticar?). Mas não se pode negar sua paixão por aquilo que fazia… e como fazia.

Dentro da idéia de duelo que propus em postagem anterior, Heifetz/Oistrack estou postando abaixo o concerto para violino de Sibelius, peça de um encanto único, um retrato da longínqüa Finlândia, e executado aqui com maestria e exuberância por Jascha Heifetz, esse gigante do violino do século XX. Deixo a critério de vocês a análise da obra e da execução. Nessa gravação ele é acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Chicago, regida por Walter Hendl. Fico devendo a informação sobre o ano dessa gravação.

Concerto para Violino e Orquestra, Op. 47, de Jean Sibelius

1. Conc in d, Op. 47: Allegro Moderato – Chicago SO/Walter Hendl
2. Conc in d, Op. 47: Adagio Di Molto – Chicago SO/Walter Hendl
3. Conc in d, Op. 47: Allegro/Ma Non Tanto – Chicago SO/Walter Hendl

Performer: Jascha Heifetz (Violin)
Conductor: Walter Hendl
Orchestra: Chicago Symphony Orchestra
Period: Romantic
Written: 1903-1905; Finland
Date of Recording: 01/1959
Venue: Orchestra Hall, Chicago
Length: 26min43s

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Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia Nº 7

Um belíssimo Scherzo, cercado por duas esplêndidas Canções da Noite, as quais têm, adjacentes a si, dois movimentos ásperos e duros, o primeiro e o último. Um compositor em crise pela morte de sua filha mais velha e pelos problemas que enfrentava na Ópera de Viena. Melancolia e ódio, a sétima de Mahler.

1. I: Langsam – Allegro Risoluto, Ma Non Troppo
2. II: Nachtmusik: Allegro Moderato
3. III: Scherzo. Schattenhaft
4. IV: Nachtmusik: Andante Amoroso
5. V: Rondo

Symphony No. 7 in E minor
Composed by Gustav Mahler
Performed by City of Birmingham Symphony Orchestra
Conducted by Simon Rattle

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J. S. Bach (1685-1750) – Oratório da Páscoa e Cantata BWV 4

Estas duas notáveis obras situam-se, cronologicamente, em pólos opostos na produção de meu pai. A Cantata BWV 4 Christ lag in Todesbanden ou “Cristo esteve em ânsias de morte” ou “Cristo jaz amortalhado” (os tradutores que se entendam) foi composta entre os anos de 1708 e 1709, enquanto que Oratório da Páscoa, BWV 249, faz parte da produção seus últimos anos de vida.

O Oratório da Páscoa talvez seja mais bonito do que a Cantata BWV 4 (Cantata para o Domingo de Páscoa), porém esta me interessa muito mais. Raramente Bach compôs uma obra com os olhos tão decididamente voltados para o passado mostrando, ao mesmo tempo, características modernas. O texto é de Lutero e a música baseia-se numa melodia so século XII. A Cantata é composta sobre sete movimentos, todos eles apresentando trechos da melodia arcaica. Mesmo a sinfonia instrumental introdutória, no estilo de Buxtehude, emprega o “tema base”. Suas ásperas hamonias e as partes centrais dobradas das violas contribuem para a sonoridade arcaica, a qual assume um estilo de uma partita coral muito próxima a Böhm ou Pachelbel. É algo espantoso.

O Oratório também é excelente e gostaria que vocês ouvissem atentamente a arrepiante ária Sanfte Soll Mein Todeskummer, uma coisa de louco, perfeitíssima, a cargo do tenor.

Christ lag in Todesbanden
1. 1. Sinfonia
2. 2. Versus I, Christ Lag In Todes Banden
3. 3. Versus II, Den Tod Niemand Zwingen Kunnt
4. 4: Versus III, Jesus Christus, Gottes Sohn
5. 5. Versus IV, Es War Ein Wunderlicher Krieg
6. 6. Versus V, Hie Ist Das Rechte Osterlamm
7. 7. Versus VI, So Feiren Wir Das Hohe Fest
8. 8. Versus VII, Wir Essen Und Leben Wohl

Oratório da Páscoa
9. 1. Sinfonia
10. 2. Adagio
11. 3. Chor, Kommt, Eilet Und Laufet
12. 4. Recitative, O Kalter Manner Sinn!
13. 5. Aria, Seele, Deine Spezereien
14. 6. Recitative, Hier Ist Die Gruft
15. 7. Aria, Sanfte Soll Mein Todeskummer
16. 8. Recitative, Indessen seufzen
17. 9. Aria, Saget, Saget Mir Geschwinde
18. 10. Recitative, Wir Sind Erfreut
19. 11. Chorus, Preis Und Dank

Conductor: Andrew Parrott
Performers: Emily van Evera [soprano], Charles Daniels [tenor], David Thomas [bass]

Taverner Consort and Players

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The Salieri Album, com Cecilia Bartoli

Antonio Salieri (1750 – 1825) não era Mozart, mas também não era um perna-de-pau. Vale a pena conhecer a música deste rival vienense de Mozart. Por outro lado, as interpretações da espevitada e espetacular Cecilia Bartoli são capazes de valorizar mesmo as mais bobas árias, o que aqui não é o caso.

A romana Bartoli, possuidora de uma rara auto-ironia num meio em que as cantoras costumam portar-se como se gozassem de precedência divina, diz que já nasceu cacarejando… Eu, P.Q.P. Bach, aprecio tanto sua voz e musicalidade que nem noto suas caretas em cena. Quem repara diz que são horríveis.

Neste CD, ela faz uma seleção de árias das óperas de Salieri.

The Salieri Album
1. Questo guajo mancava…Son qual lacera tartana (La secchia rapita)
2. Che dunque!…Or ei con Ernestina…Ah sia gia (La Scuola dei gelosi)
3. Vi sono sposa e amante (La Fiera di Venezia)
4. Voi Lusingate invano lo smarito cor mio…Misera abbandonata (Palmira, Regina di Persia)
5. E void a buon marito…Non vo gla che vi suonino (La Cifra)
6. Alfin son sola…Sola e mesta (La Cifra)
7. Dopo pranzo addormentata (Il Ricco d’un glorno)
8. No, non cacillera…Suelle mi temple (La secchia rapita)
9. Lungi da me sen vada quella veste fatal…Dunque anche il cielo…Contro un’alma sventurata (Palmira, Regina di Persia)
10. Se lo dovessi vendere (La Finta scema)
11. Eccomi piu che mai…Amor pletoso Amore (Il Ricco d’un Glorno)
12. La ra la (La Grotta di Trofonio)
13. E non degg’io seguirla!…Forse chi sa…Vieni a me sull’ali d’oro (Armida)

Composed by Antonio Salieri
Performed by Orchestra of the Age of Enlightenment [members of]
with Cecilia Bartoli, Claudio Osele
Conducted by Adam Fischer

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[Restaurado] Maurice Ravel (1875-1937) – Concerto para Piano em Sol Maior, Gaspard de la Nuit e Sonatine

Eu tenho muito a dizer sobre este estranho concerto de 1931 que começa com um estalar de chicote. O que mais me surpreende é o fato de Ravel ter dito que o modelara segundo o Quinteto para Clarinete de Mozart… E falou sério.

É extraordinário o Allegramente inicial, desde o tema executado pelo flautim até as intervenções jazzísticas dos sopros. Porém, minha maior consideração vai para o Adagio assai. Começa com um longo solo de piano e desenvolve-se livre e calmamente, como se fosse uma canção. OK, aqui podemos fazer comparações com o larghetto do Quinteto de Mozart, mas ainda assim com reservas. Um movimento belíssimo. O Presto final é brilhante, curto, mais jazzístico que o primeito movimento e mostra o motivo pelo qual Ravel fora aos EUA conhecer Gershwin.

Ia escrever mais, mas não vou fazê-lo. É que estou ouvindo a gravação e começa o segundo movimento que amo.

Piano Concerto in G
1. Allegramente [8:03]
2. Adagio assai [9:00]
3. Presto [3:51]
Martha Argerich, piano
Berliner Philharmoniker, reg. Claudio Abbado

Gaspard de la nuit
4. Ondine [6:12]
5. Le gibet [6:35]
6. Scarbo [9:15]

Sonatine for Piano
7. Modéré [3:59]
8. Mouvement de menuet [2:59]
9. Animé [3:34]
Martha Argerich, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

[restaurado por Vassily em 5/6/2021, em homenagem aos oitenta anos da Rainha!]

Claudio Monteverdi (1567-1643) – Scherzi Musicali

Um CD de notável qualidade artística este que reúne a soprano María Cristina Kiehr, o barítono Stephan MacLeod e o Concerto Soave. Não é música para arrasar quarteirões, pelo contrário: ela vem de um reino de delicadeza e gentileza, é divertida, bela e extremamente bem interpretada. Estas canções e temas instrumentais são excertos dos livros de madrigais de 1607 e 1632 de Monteverdi. Destaque para a extraordinária alaudista Monica Pustilnik.

Um CD que vale a pena comprar na loja, pois vem acompanhado de um libreto de 63 páginas com todos os detalhes da obra, da gravação e, fundamentalmente, das letras.

Retirados da reserva especial de P.Q.P. Bach, é um presentinho de domingo para vocês.

1 Fugge ‘L Verno De’ Dolori
2 Come Faro Cuor Mio Quando Mi Parto
3 Lidia Spina Del Mio Core
4 Damigella Tutta Bella
5 Quel Sguardo Sdegnosetto
6 Piu Lieto Il Guardo
7 Et E Pur Dunque Vero
8 Si Dolce E ‘L Tormento
9 Clori Amorosa
10 Ecco Di Dolci Raggi
11 Lo Che’Armato Sin Hor
12 Eri Gia Tutta Mia
13 Maledetto Sia L’Aspetto
14 Aria Detta Balletto (Frescobaldi)
15 Quando Sperai
16 Quando L’Alba In Oriente
17 Toccata Arpeggiata (Anonyme)
18 Se I Languidi Miei Sguardi
19 Ohime Ch’io Cado
20 De La Bellezza Le Dovute Lodi

Total Running Time: 1:12:29

Com
María Cristina Kiehr, Soprano
Stephan MacLeod, Barítono-base
Concerto Soave
Dir: Jean-Marc Aymes

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Sergei Prokofiev (1891-1953) – Concertos para Violino

F.D.P. Bach escreve:

Com esta postagem estou propondo abrir um “duelo”: afinal, qual foi o maior violinista do século XX? Vai ser uma parada dura, pois pretendo botar frente a frente duas lendas: Jascha Heifetz x David Oistrakh. São dois ícones, que, enquanto vivos, conviveram com esses rótulos. Existiam os partidários de Heifetz assim como existiam os partidários de Oistrakh. Alguns podem perguntar: sim, onde está o Yehudy Menuhin nesse confronto? E o Szering? Enfim, é a velha questão das preferências de interpretação. Em minha preferência, eles estão na frente. Apesar de considerar imbatível as sonatas para violino de Beethoven com a dupla Menuhin/Kempf.

Claro que não existirá vencedores nesse embate, mesmo porque ambos já estão mortos, mas tenho certeza de quem vencerá essa parada serão os nossos leitores/ouvintes.

Começarei com essa gravação dos concertos de Prokofiev nas mãos de Oistrakh. Trata-se de uma gravação histórica, quando o genial russo se encontrava em seu apogeu… é uma interpretação antes de tudo virtuosística, pois essas obras assim o exigem. Ah, de quebra, ainda vão levar de brinde a sonata para piano e violino nº 2, onde ele é acompanhado ao piano por Vladimir Yampolsky.

No concerto nº 1 ele é acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Londres, regida por Lovro von Matatic, e no concerto nº 2 é acompanhado pela Philarmonia Orchestra, regida pelo Alceo Galliera. São gravações realizadas na metade da década de 50. Mesmo assim, a qualidade do som é muito boa. Ponto para os engenheiros de som da EMI.

P.S – Vocês irão verificar que o cd foi ripado em arquivo único. Foi desse jeito que peguei no emule, e tive preguiça de separar as faixas… é muito burocrático. A capa e a contracapa do cd foram escaneadas e anexadas, então ali se encontrarão maiores detalhes sobre o nome dos movimentos, etc.

A seu dispor,
FDPBach.

P.Q.P. se intromete:

Ah, a mulinha… O Google resolve tudo em 3 minutos.

Composer: Sergey Prokofiev
Conductor: Alceo Galliera, Lovro von Matacic
Performer: Vladimir Yampolsky, David Oistrakh
Orchestra: London Symphony Orchestra, Philharmonia Orchestra of London
Format: Original recording remastered

Concerto for Violin no 1 in D major, Op. 19 by Sergei Prokofiev
Performer: David Oistrakh (Violin)
Conductor: Lovro von Matacic
Orchestra/Ensemble: London Symphony Orchestra
Period: 20th Century
Written: 1916-1917;
Russia Date of Recording: 11/1954
Venue: London, England
1. I. Andantino
2. II: Scherzo (Vivacissimo)
3. III: Moderato

Concerto for Violin no 2 in G minor, Op. 63 by Sergei Prokofiev
Performer: David Oistrakh (Violin)
Conductor: Alceo Galliera
Orchestra/Ensemble: Philharmonia Orchestra
Period: 20th Century
Written: 1935; Paris, France
4. I: Allegro Moderato
5. II: Andante Assai
6. III: Allegro, Ben Marcato

Sonata for Violin and Piano no 2 in D major, Op. 94bis by Sergei Prokofiev
Performer: Vladimir Yampolsky (Piano), David Oistrakh (Violin)
Period: 20th Century
Written: 1944; USSR
Venue: Colonaille Hall, Brussels, Belgium
Notes: Arranger: David Oistrakh.
Colonaille Hall, Brussels, Belgium (05/22/1955 – 05/25/1955)
7. I. Moderato
8. II: Scherzo (Presto)
9. III: Andante
10. IV: Allegro Con Brio

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J. S. Bach (1685-1750) – Cantatas Profanas (4 de 8 CDs)

A Cantata BWV 206 é muito boa. Quatro rios, Pleisse (soprano), Danúbio (contralto), Elba (tenor) e Weichsel (baixo), unem suas forças para glorificar o governante Eleitor e sua esposa, através de cujos territórios os rios correm. Na composição, a cada um dos quatro rios é dado um caráter próprio através da orquestração da respectiva ária. O ponto alto da cantata é o primeiro coro, que representa um alegre quadro de águas correndo ora impetuosa ora serenamente.

A BWV 207a foi escrita em honra do onomástico do Eleitor. É também muito boa e tem a curiosidade de incluir material – no coral inicial e no ritornello da ária Nº 6 – do Concerto de Branbenburgo Nº 1. A 207 é a mesma 207a. Neste CD, apenas os recitativos são mostrados, pois é o único fato que diferencia uma Cantata da outra.

1. Cantata BWV 206: No. 1. Chorus: Schleicht, Spielende Wellen, Und Murmelt Gelinde!
2. Cantata BWV 206: No. 2. Recitativo: O Gluckliche Veranderung!
3. Cantata BWV 206: No. 3. Aria: Schleuss Des Janustempels Turen
4. Cantata BWV 206: No. 4. Recitativo: So Recht! Begluckter Weichselstrom!
5. Cantata BWV 206: No. 5. Aria: Jede Woge Meiner Wellen
6. Cantata BWV 206: No. 6. Recitativo: Ich Nehm Zugleich An Deiner Freude Teil
7. Cantata BWV 206: No. 7. Aria(A): Reis Von Habsburgs hohem Stamme
8. Cantata BWV 206: No. 8. Recitativo: Verzeiht, Bemooste Haupter Starker Strome
9. Cantata BWV 206: No. 9. Aria: Hort Doch! Der Sanften Floten Chor
10. Cantata BWV 206: No. 10. Recitativo: Ich Muss, Ich Will Gehorsam Sein
11. Cantata BWV 206: No. 11. Chorus: Die Himmlische Vorsicht Der Ewigen Gute
12. Cantata BWV 207a: No. 1. Chorus: Auf, Schmetternde Tone Der Muntern Trompeten
13. Cantata BWV 207a: No. 2. Recitativo: Die Stille Pleisse Spielt
14. Cantata BWV 207a: No. 3. Aria: Augustus’ Namenstages Schimmer
15. Cantata BWV 207a: Marche
16. Cantata BWV 207a: No. 4. Recitativo: Augustus’ Wohl Ist Der Treuen Sachsen Wohlergehn
17. Cantata BWV 207a: No. 5. Aria: Mich Kann Die Susse Ruhe Laben
18. Cantata BWV 207a: Ritornello
19. Cantata BWV 207a: No. 6. Recitativo: Augustus Schutzt Die Frohen Felder
20. Cantata BWV 207a: No. 7. Aria: Preiset, Spate Folgezeiten
21. Cantata BWV 207a: Marche
22. Cantata BWV 207a: No. 8. Recitativo: Ihr Frohlichen, Herbei
23. Cantata BWV 207a: No. 9. Chorus: August Lebe, Lebe Konig
24. Cantata BWV 207: No. 2. Recitativo: Wen Treibt Ein Edler Trieb
25. Cantata BWV 207: No. 4. Recitativo: Dem Nur Allein Soll Meine Wohnung Offen Sein
26. Cantata BWV 207: No. 6. Recitativo: Es Ist Kein Leeres Wort

Na 206 e 207a:
Christine Schafer (Soprano)
Michael Volle (Bass)
Ingeborg Danz (Alto)
Stanford Olsen (Tenor)

Na 207:
Marlis Petersen (Soprano)
Marcus Ullman (Tenor)
Klaus Hager (Bass)

Conductor: Helmuth Rilling
Performer: Stuttgart Bach Collegium

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