Para o pessoal do P.Q.P. Bach se divertir, pensar e discutir (ou não), este artigo de Robert Levine.
No auge da era do MP3, a qualidade do som fica cada vez pior.
David Bendeth, produtor que trabalha com bandas como Hawthorne Heights e Paramore, sabe que os discos que faz acabam sendo ouvidos através de pequenas caixas de computador enquanto os fãs navegam na internet. Assim, ele não se surpreende quando as gravadoras pedem para que os engenheiros de masterização aumentem bastante o nível do som, de forma que até as partes mais suaves das músicas fiquem altas.
Na última década e meia, uma revolução na tecnologia de gravação mudou a forma como álbuns são produzidos, mixados e masterizados – quase sempre para pior. “Eles querem que os álbuns fiquem mais altos para conquistar a atenção [dos ouvintes]”, diz Bendeth. Os engenheiros fazem isso através da aplicação da compressão dinâmica, que reduz a diferença entre os sons mais altos e os mais suaves em uma música. Como muitos de seus colegas de profissão, Bendeth acredita que utilizar esse efeito pode obscurecer detalhes sonoros, roubar a força emocional da música e deixar os ouvintes com o que os engenheiros chamam de “fadiga auditiva”. “Acho que quase tudo hoje em dia é masterizado um pouco alto demais”, diz Bendeth. “A indústria decidiu que vivemos uma competição por volume.”
Produtores e engenheiros chamam isso de “a guerra do volume”, e ela tem mudado o som de quase todos os álbuns de rock e pop. Mas o volume não é a única questão. Programas de computador como o Pro Tools (que servem para que os engenheiros de som manipulem o som do mesmo jeito que um Word edita texto) fazem com que os músicos pareçam perfeitos, de uma forma não natural. E os ouvintes de hoje consomem uma quantidade cada vez maior de música em MP3, formato que elimina muitos dos dados existentes no arquivo original do CD e pode deixar o som metálico ou oco. “Com todas as inovações técnicas, a música ficou pior”, diz Donald Fagen, do Steely Dan, banda que produziu discos notórios pela alta qualidade sonora. “Deus está nos detalhes. Mas eles foram apagados.”
A idéia de que os engenheiros fazem álbuns com o volume mais alto parece estranha: o volume não é controlado por um botão em seu aparelho de som? Sim, mas cada movimento naquele botão comanda uma escala de volume, do vocal abafado à caixa da bateria – e arrastar o som para o alto da escala faz com que a música fique mais alta. É a mesma técnica usada para que os comerciais de TV fiquem mais alto do que os programas. E isso captura a atenção do ouvinte – mas tem um custo. No ano passado, Bob Dylan declarou à Rolling Stone que os álbuns atuais “estão cheios de sons. Não há definição de nada, nem de vocal, nada, parece tudo… estática”.
Em 2004, Mary Guibert, a mãe do músico norte-americano Jeff Buckley (falecido em 1997), escutou a fita original das gravações de Grace, o principal disco lançado por seu filho. “Estávamos ouvindo instrumentos que nunca dava para ouvir no disco lançado, como os pratos de mão ou o som das cordas da viola”, ela se lembra. “Fiquei espantada porque era exatamente aquilo o que ele tinha ouvido no estúdio.”
Para desapontamento de Guibert, a versão remasterizada de Grace, lançada em 2004, não conseguiu captar a maioria desses detalhes. Assim, no ano passado, quando organizou a coletânea So Real: Songs from Jeff Buckley, ela insistiu em ter um consultor independente para supervisionar o processo, além de um engenheiro de masterização, que iria reproduzir o som que Buckley fez no estúdio. “Agora, dá para ouvir os instrumentos distintos e o som da sala”, ela diz, sobre o novo lançamento. “A compressão borra tudo.”
Por falar em fidelidade, o que PQP achou das atrocidades cometidas pelos quatro cravistas à obra de JS?
Não vi. Mas diria que adivinhei… Não estava nem um pouco a fim de ir.
Faz tempo que eu falo sobre isso, mas agora temos a opinião de técnicos. Acho que perdemos qualidade quando a válvula foi trocada pelo transistor, depois quando trocamos o vinil pelo CD e mais ainda pelo MP3. Alta fidelidade foi trocada por Watts, volume de som. Agora o sujeito diz, meu som é bom! Tem “tantos Watts de potência” e aí fudeu tudo!
Perfeito, Paulo. Eu “ouço a compressão”. Por isso, compro até hoje meus discos e CDs. Não me desfiz de maus 1400 vinis e considero o mp3 bom para ser apresentado a uma gravação.
Mas minha opinião perde de goleada para a realidade.
PQP,
o artigo do Robert Levine coloca em foco o problema de criar a matriz única para mídias distintas e com características sem semelhança.
Um cd tem caracteristica diferente de uma fita cassete e de um disco de vinil. Lembro que o Dire Straits quando lançou o Brothers in Arms exigiu que cd’s cassetes e discos de vinil tivessem matrizes distintas que respeitassem a caracteristica acústica de cada um. Naturalmente, a duração deste álbum em vinil é menor que no cd e no cassete, mas mais envolvemte está mais forte no lp. No cd o disco é mais longo e quase sem compressão, pois a característica de um cd é uma faixa dinâmica de 120db, a relação sinal/ruído acima dos 95 db, algo impensável para discos de vinil ou fitas cassete. As fitas cassete melhoraram muito com a introdução de CrO² e metal, dolby e etc, mas somente em equipamentos muito caros é podiam ter som comparável a um lp e mesmo assim, repassando o som de uma matriz, porque o som de um lp colocaria na gravação os ruídos eventuais de um disco como arranhões por exemplo. Quando o cd surgiu o marketing dos fabricantes e das gravadoras nos prometiam o céu em qualidade sonora, durabilidade e resitência ao uso descuidado. Em termos sonoros quando se trata de transcrever o som de uma gravação analógica para cd, no início ou se aplicava filtros em excesso e a gravação parecia morta como é o caso do Dark Side Of The Moon do Pink Floyd na primeira masterização para esta mídia ainda no início dos anos 80, ou se deixava passar todo o ruído da fita como as gravações de jazz dos anos 40 e 50. Hoje está melhor graças a programas como o pro tools, mas aquela limpeza cirúrgica no som muitas vezes incomoda.
Atualmente há o cd que já dá mostras que não terá vida muito longa, talvez mais 15 anos. O lp que no exterior ainda é fabricado quase que sob encomenda, o cassete ainda existe, o que me deixou surpreso, pois nunca foi uma mídia confiável ao longo do tempo.
Mas tem também o dvd áudio e o sacd. O Pink Floyd lançou o Dark Side em sacd, que é uma experiência auditiva surpreendente. Só não sei se como mídia popular vai pegar porque é difícil encontrar aparelhos que reproduzam esta mídia e por ser muilticanal não pode ser colocada em dispositivo portátil como um iPod.
As pessoas hoje resistem a uma nova mídia sonora por culpa das gravadoras desde a transição dos lp’s para o cd, pois tiveram que comprar seus velhos discos em cd e não tiveram nenhum tipo de desconto, mas deveriam porque já tinham pago os direitos autorais. Eu mesmo gastei muito dinheiro com isso e o que tive em troca? Alguns cd’s com ruídos de fita, outros com o miolo prateado e que eu não posso colocar o dedo para não oxidar, pois não há qualquer tipo de proteção, daí tenho que pegá-los pelas bordas.
Agora, pegue esta mesma quantidade de cd’s que substituiram os lp’s lançe uma nova mídia e pergunte se o consumidor está a fim de pagar o pato sozinho? Uma solução para tal, se algum dia for feito, será dar descontos generosos para esta substiuição. As gravadoras podem até ficar com a midia mais antiga. Como isso não acontecerá, e para o consumidor não há grande custo passar seus cd’s para um ipod e sus congêneres e ouvir aonde lhe convém, seguimos pela via torta por culpa da propria indústria cultural, só que desta vez as gravadoras tem sua sobrevivência ameaçada pela difusão de conteúdo na internet.
E digo mais, minha consciência não pesa quando baixo música na rede, pois é material que adqurí em outra mídia, os direitos autorais já foram pagos. De certa forma, estou devolvendo o tratamento que recebi destas gravadoras, pois quando comprei em cd o que tinha em lp, o preço que paguei foi o mesmo de quem comprou o mesmo disco pela primeira vez, e isto foi injusto.
Aquela mega hiper store da Virgin em NY, que ficava perto do Lincoln Center fechou. Porque será? Nos EUA, um cd em lançamento é proporcionalmente muito mais barato que no Brasil, devido ao poder de compra de lá. Ou seja este modelo de negócio faliu e as gravadoras estão se tornando prisioneiras da iTunes store da Apple para downloads legais. Mas os downloads ditos ilegais também tocam no iPod, logo isto não durará muito.
Logo, os artistas diretamente e sem intermédio de gravadoras terão que colocar seu conteúdo direto na rede e arranjar uma forma de receber por ele, se quiserem sobreviver da música.
Eu me pergunto e com a música erudita com orquestras como será? Seus custos com manutenção são elevadíssimos, os estudios também. Penso que este tipo de música so sobreviverá com subvenção seja do estado e ou da iniciativa privada.
Olá PQP, FDP e Clara Schumann.
Me chamo Nelson e adoro musica clássica. Porém tenho outra paixão em minha vida que se chama Heavy Metal. É um estilo fantástico, muito amado muito odiado, meio injustiçado mas sempre trazendo novos fãs. Ao estudar novas vertentes de metal descobri alguns muito interessantes cuja influência principal é a musica clássica. Bandas como
1-Rhapdsody (bem sugestivo o nome),
2-Symphony X (lembrei de Beethoven, esse nome é uma homenagem ao homem que tinha a décima sinfonia incompleta quando morreu).
3-Stratovarius
4- Timo Tolki cujo nome do estilo dele é “Neo Classical Progressive Metal”. Caraca em… ehehheehe.
5- Dol Amad
Bom, se você quiser conhecer, pelo menos só por curiosidade é só procurar na internet que tem de monte em mp3. Este post é apenas um dica e uma curiosidade para quem não conhece.
Valeu pessoal.
Muito esclarecedor este artigo, já desconfiava deste estreitamento nos níveis de equalização destes álbuns novos.. mas pensava que era porque o meu som é uma merd… (ainda penso)..
Espero que essa guerra do volume seja só uma fase.. Eu, daqui, sei que vou continuar baixando minhas mp3s.. mas agora certamente vou colocar mais prioridade no plano de adquirir um home theater 6.2.
Abraço a todos.
Luciano, aprendi um monte!!!
Volte sempre a nos dar essas aulas. Parabéns.
Muito obrigado.
Paulo Carvalho, o transistor só perde para a válvula quando estes estão no limite da potência, ou seja, quando já estão distorcendo, e a válvula, tem uma distorção mais bonita, mais macia, já o transistor não, o que não é um problema para nós, ouvintes de Bach.
O CD ganha do LP em todos os quesitos, incluindo som, mas o diferencial sempre vai ser a qualidade alcançada pelos engenheiros.
Quanto ao artigo, muito bom, a questão levantada sobre o aumento do volume no MP3, acredito que não vai ser aplicado a música erudita, pois os consumidores são mais exigentes.
Com o avanço da banda larga, acredito que o MP3 morrerá e será subistituido por arquivos de menor compressão que não perdem a qualidade original do “.wav”, como o Flac e o APE, alguns sites inclusive com o AVAX e o MP3-Club, praticamente só dismponibilizam arquivos de Audio nesses formatos.
Abraços
Apenas complementando, para que não haja mal entendido, quando me refiro à interpretação auditiva para se alcançar os benefícios da válvula, gostaria que considerasse o seguinte. Se uma pessoa nasceu depois da era do transistor, toda a sua referencia auditiva na interpretação de timbre, ataque e afinação correta das notas musicais (em hertz) foi influenciada pela transmissão via transistor (que contém natural compressão). Logo, a menos que essa pessoa tenha estudado música e executado um instrumento musical acústico, sua percepção musical de ouvinte não será outra senão o resultado das informações sonoras que seu ouvido e cérebro receberam via transistor. E se acostumaram a isso. Se essa pessoa nasceu antes do transistor e chegou a escutar música em bons amplificadores à válvula, OU se executou música em instrumento acústico, sua percepção musical e registro auditivo serão diferentes, pois influenciados pela exposição corretíssima de timbre, ataque, extensão e correção do tom, que só a válvula e o instrumento acústico conseguem atingir. É um adestramento auditivo. Isso foi o que aconteceu quando os aparelhos de TV a válvula foram substituídos pelos transistorizados. Muita gente passou a ver TV com volume muito alto. A válvula não precisa de muita potencia para expandir o som, mas o transistor sim. Com a transição, muitos acharam o som transistorizado mais agudo, mas um “som pequeno”, por isso aumentavam o volume. A incansável busca de mais watts nos amplificadores transistorizados são um excelente indício de o quanto os ouvintes não se satisfazem definitivamente. Quanto à válvula, se pesquisarmos os aparelhos single-ended, veremos que possuem potencia de, no máx., 30 watts. E possuem uma legião enorme de seguidores no mundo, que ficam admirados com o realismo de sua reprodução (como se alguém estivesse cantando na sala). De minha parte, considero que não há necessidade de amplificação de 100 watts ou mais para válvula, em ambiente doméstico. Há os que querem sempre mais, mas isso às vezes pode significar indícios de problemas auditivos(inconfessáveis) ou de percepção musical. Uma execução de piano a 200 watts (por volta de 60 dB, nível de pressão agradável) vai criar um som tão “grande”, que ultrapassará a execução sonora correta de um piano. Para muitos audiófilos o som será excepcional, imenso, mas para o músico será fictício. Uma ficção musical. Contudo, deixo claro que isso é apenas uma opinião. Abraços.
PQP,
não dei aula alguma, só comentei sobre fatos que li e fui submetido. Como consumidores de música durante muito tempo fomos submetidos aos ditames das gravadoras e alguns casos dos próprios artistas, e com a popularização do compartilhamento de conteúdo na internet esta realidade mudou. O som de um arquivo de mp3 com certeza ainda não é razoavel como o de um cd. Mas mesmo um cd de consumidor é ruim quando comparado com algumas edições especiais em que se utiliza materiais como ouro na camada reflexiva. Neste caso, o ouro tem uma reflexividade maior do que o aluminio, logo a chance de uma leitura errada do cd player é bem menor. Discos reproduzidos em equipamentos High End também tem a sonoridade muiiiito superior, mas quem tem U$$20.000 ou mais para gastar em equipamentos deste tipo? A diferença de som é absurda. Este tipo de equipamento tem amplificador valvulado, comversor digital/analogico separado do cd player e este também tem a saída do pré com válvulas, cabos e conectores feitos com material especial que não dão perda e não sofrem interferência eletromagnética, é triste, mas é para poucos. Mesmo assim, quando se compara um mesmo disco em vinil e em cd, o vinil tem som melhor. O problema é que o áudio do cd é em 16bit. Na época do lançamento do cd a philips e a sony disseram que o ideal seria que o audio fosse em 24bit, mas com as técnicas disponíveis naquele momento, se gravassem discos com 24bit eles teriam o mesmo tamanho de um lp e ainda teríamos trocar o lado para continuar a audição tal qual um lp, e adeus a então propalada portabilidade do cd, e nada de ouví-lo no automóvel ou caminhando. Mas nada o como o tempo para resolver isto. Hoje com uma mídia como dvd e ou bluray o áudio em 24bit é possível e ainda leva o multicanal de gorjeta. O que as gravadoras não contavam era com o advento do mp3 e sua difusão pela rede. Vejo muitas pessoas levando um dois cds para o carro com mp3, pois em cada disco dá para colocar cerca de 10 horas de som com qualidade razoavel já o ambiente automotivo nunca foi um local bom para audição de música. E para quem ouve pancadão sonoro não há qualquer diferença de ouví-lo em cd ou mp3. Outra vantagem é que no caso de roubo do automóvel seu disco original está em casa, sem levar em conta que reprodutores de discos em automóveis sempre danificam os discos.
De um amigo (enviado por e-mail). É uma resposta ao primeiro comentário do Luciano.
A rede de lojas que fechou não só em NY foi a TOWER Records e não a Virgin ( por enquanto que eu saiba ) .
A diferença na queda da venda dos cds, as gravadoras estão ‘repassando’ para os show,que custam um absurdo de caro não só no Brasil mas no exterior tb ( os megaeventos com grandes nomes e não os show pequenos mas com excelentes musicos,esses são baratos e incriveis de se ver !!)
Os Lps nunca pararam de ser fabricados no exterior e agora estão com as ediçoes aumentadas, já existem lojas e sites que só vendem Lps de todos os estilos e novos.Algumas ediçoes nem existem em outros formatos é lançado exclusivamente em LP ,podendo vc escolher se quer a versão de luxo ou não. Vc pode comprar Lp em vinil virgin de varias gramaturas : 140g ( normal ), 180g e até 220 g ,um dos mais pesados,mas o detalhe não está só aí. Muitas gravadoras tem masterizados os lps de forma correta para a midia usando equipamento analogico valvulado , pois uma mera cópia de um cd com toda sua limitação em versão Lp não faz muito sentido mas existe aos montes . No exterior os preços são bons mas as ediçoes de luxo são mais caras e pesadas encarecendo o frete. Em SP pode-se achar esses Lps mas o preço é estratosferico e não é nenhuma raridade.
Quanto ao MP3 , não gosto do som mas acho que é útil para se conhecer uma gama enorme de discos que eram impossiveis de se achar ou são caros demais. Se valer a pena corro atras e compro o LP ou uma boa ediçao do cd 🙂 Uso MP3 como ferramenta de pesquisa, agora pra ouvir nas caixas de som não dá .
Já existe arquivo com menos compressão que o MP3 , um deles o FLAC mas ainda assim não me convence. Sou das ‘antigas’ e apesar de gostar de tecnologia ainda gosto de segurar uma bela capa de Lp na mão ou mesmo uma edição boa em cd. O pior do cd pra mim nem é tanto o som mas a durabilidade do produto , o danado descasca,apodrece , corroi, oxida….. realmente não confio. Já tive muitos problemas com cds fabricados entre 88 e 92 os chamados ‘Rotten Years’ do cd,mas essa já é outra historia…..
PQP,
me enganei com o nome da loja, realmente é a Tower que fechou.
Bom, as gravadoras agora são sócias quando do artista quando sai en tourneé? Não seria de duvidadar já que a queda nas vendas de discos é alarmante não só aqui, mas em todo o mundo.
Sei que os lp’s não deixaram de ser fabricados e que os atuais são melhores que os do passaddo como seu amigo escreveu, só que o preço é muito salgado, está muito elitista.
O que falar do mp3 e de outras formas de compressão de arquivos sonoros? Compressão é compressão , e sempre implicará em perdas auditivas, uma coisa de útil que estes arquivos fizeram foi a exibição das tags das músicas indicando nome da faixa, artista, autor, nome do disco, isto é algo que os cd’s desde o inicio deveriam informar no display.
Eu não sabia que aquele período em que se fabricou discos com o miolo com a camada reflexiva era denominado rotten years. “Anos podres”, poderiam denominar ânus podres que não faria diferença e ainda seria cômico. Me pergunto, qual foi a gravadora que fez um recall destes discos? Pois é, mais uma vez ficamos no prejuízo.
Luciano,
tendo sido o responsável por repassar a PQP o artigo do Levine recebido do Raul Beira (aguardem o disco…) que acendeu este virtuoso e necessário debate sobre o fim do hi-fi, sou impelido a instar-te energicamente a publicar teu ótimo texto (cujos méritos resisto a detalhar) em instâncias do OPS! mais evides do que estes comentários.
É salutar, também, constatar a emergência em virtuosas redes da blogosfera, por meio de posts como este ou o seguinte de PQP sobre crítica musical, do interesse pelas insidiosa relação do jornalismo cultural com a indústria fonográfica. Mas isto também já pano para muitas mangas.
Por hora, então, parabéns pelo conteúdo, forma e estilo de teu texto.
Hello, caríssimos editores.
Augusto
A matéria é ótima, já tinha lido. flatou falar que ela saiu na edição brazuca deste mês da Rolling Stones, aquela com a deliciosa capa da Fernanda grávida. Mas isso já é perverção minha…
Realmente caminhamos para o caos. Quando essa geração passar a ouvir só MP3 e com a morte do CD, estaremos fudilsons.
Permita-me discordar do Exigente. Amplificadores à válvula SEMPRE foram melhores que os transistorizados. Basta ouvir dois dias um amp a válvula e vc nunca mais vai querer ouvir um transistor na vida.
Outra discordância: o CD nem sempre é melhor que o LP. Existem prensagens maravilhosas de LP.
Luciano, nos países minimamente civilizados, lançamentos em LP são uma realidade. Você encontra em qualquer loja virtual que se preze. Aqui, na república dos bananas é que se acostumou a dizer que o LP morreu pq é uma bosta.
abs
Diletos audiófilos,
não deu mais prá segurar: há meses reagrupando meu toca-discos e a nata de meu acerto em vinil, dediquei preciosos minutos do domingo à reinstalação do equipamento (infelizmente, ainda não tenho nenhum amplificador valvulado – mas bem que fiz em desempoierar um par de robustas caixas Lando (sim, ainda acredito, a despeito do pouco que já suportei ouvir de hometheaters que tentam compensar a probreza harmônica de falantes baratos montados em plástico com erupções distorcidas de subwoofers avantajados…)).
Assim, depois de “ressucitar” meus ouvidos com um all time favorite – o primeiro movimento da Terceira Sinfonia de Nielsen com Blomstedt à frente da Danish Radio Symphony (Seraphim, 1975), adquirido, ironicamente, numa liquidação da aqui mencionada Tower Records quando eu garimpava relíquias por lá ao crepúsculo dos anos 80…. que metais !…
Depois, ouvi outro monumento: Chick Corea’s Three Quartets, com Michael Brecker, Eddie Gomez e Steve Gadd (Warner, Los Angeles, 19891).
Ao sair daqui, reverenciarei Oliver Nelson com Eric Dolphy, e dois Evans há muito inauditos, que nunca tive em CD: Intuition e You Must Believe in Spring, etc.. Eventualmente, continuo a lista.
Abraços,
Augusto
Interessante. Sempre achei os discos atuais “altos” demais.
Mas a música digital veio pra ficar, detalhes técnicos à parte. Nem todo mundo hoje em dia tem aparelho de som mais. É Ipod e similares, com seus fones de ouvido. Eu mesmo voltei a ter prazer ouvindo música, graças a internet, a possibilidade de ouvir coisas que sempre tive vontade mas o dinheiro não permitia.
Novos tempos indeed.
Augusto,
os textos que escrevi foram muito apressados e até descuidados [leia atentamente e devagar para perceber os erros de português, por exemplo], pois queria mostrar o ponto de vista de quem consumia música através de um meio físico e teve das gravadoras um tratamento não condizente com quem lhes sustentava.
Quanto à reprodução de música, tentei demonstrar que se há uma ‘evolução’ de meios de armazenagem, esta nem sempre se pauta pela qualidade, ou seja não há uma linearidade ascendente. Por exemplo: os discos 78 rpm surgiram antes dos lp’s, mas a fita cassete surgiu depois das fitas de rolo aberto, sem ter a mesma qualidade e o dcc [digital compact cassette] não pegou como tecnologia, pois o cd já era popular e os primeiros gravadores de cd já estavam no mercado mesmo com mais recursos que um cd, pois exibia tags das músicas, detalhes das gravações, letras e etc.
Quanto aos equipamentos de som dá muito pano para manga fazer comparações entre equipamentos valvulados e transistorizados, caixas de som, cabos, conectores, conversores e é disto que vive a indústria de equipamentos high end.
E no meio disto tudo artistas e outros que vivem de música no final se prejudicam enquanto as gravadoras se comportarem tomando o consumidor como desprovido de inteligência.
Bom, a falta de visão dos ‘capos’ das gravadoras é tanta que em paises desenvolvidos suas empresar tornaram-se refens da Applestore. Só que a relação entre gravadoras e a Apple está mais para guerra do que outra coisa, pois o download lá tem gerenciamento de DRM que é uma forma de controle que limita a quantas pessoas você pode repassar o arquivo de música e também a quantidade de vezes que esta música pode ser gravada em cd, seja para backup ou simplesmente para ouvir. É uma forma de tentar controlar a pirataria, mas esta atidude não dá muito resultado porque os iPods tocam arquivos musicais sem controle de drm, então o download ‘ilegal’ prospera. Quando despertarem para a realidade de que os jovens não só, mas principalmente, pois é o maior público consumidor] não estão nem aí para capa de disco, seu encarte, o próprio disco como mídia de armazenamento, mas dão somente importâcncia à música e, esta somente durante um certo tempo, pois -na alta modernidade ou pós modernidade como queira- tudo é descartável. De certa forma nós em casa com lp’s, cassetes, e cd’s nos tornamos museus de nós mesmos e para os mais novos o que importa é o agora. Mas nem por isso abrirei mão do que possuo, no máximo posso compartilhar já que a tecnologia me oferece esta possibilidade!
Já ia esquecendo que também existe forma legal de baixar música na rede sem controle de drm e que o formato de arquivos musicais da applestore não permite que sejam ouvidos em outros equipamentos que não seja um ipod ou o itunes que é o seu gerenciador no computador.
Mas para juntar tudo isso de forma atraente para leitores é preciso tempo para escrever, dados para demonstrar e dedicar-se de forma constante, além do que acho necessário ter uma credencial de envolvido com o meio, e neste caso tenho a de consumidor que mal tem tempo para ver este blog, pois de manhã tenho que cuidar de minhas filhas gêmeas de um ano e dez meses, enquanto a mãe delas trabalha e quando chega do trabalho eu saio para o trabalho no período vespertino, e quando chego em casa a noite, tenho que cuidar delas junto com minha esposa e po-las para dormir e a também ajudar minha esposa a preparar aulas para o dia seguinte, ou seja, aqui em casa é uma loucura.
Grande abraço,
Luciano
Só para complementar, o texto aqui foi retirado do site da Rolling Stones, e é somente 1/5 do que está na revista. Vale a pena ler inteiro.
abs
Bom saber que já em 2008 alguém se preocupava com isso. Após sete anos, vê-se que infelizmente a alta fidelidade não voltou. Em breve pretendo gravar minhas composições e já descobri que pelo visto terei de engolir essa maldita compressão em estúdio. Está mais que na hora de organizarmos passeatas, paradas ou quantos tipos de manifestações existirem sobre a face da terra numa campanha conjunta para acabar com isso. Fora rolo compressor! Mil vezes fora!