Wagner, sem palavras!
Eu não consigo pensar na música de Wagner sem lembrar da frase ‘When the fat lady sings’. Na verdade, uma variação de ‘It ain’t over till the fat lady sings’.
Essa frase foi usada no mundo do baseball originalmente com o sentido de que a história do jogo só é contada no final, por certo uma obviedade, mas pode haver algo aí.
O jornalista que a usou certamente tinha em mente a última parte de ‘O Anel do Nibelungo’, o famoso ‘Crepúsculo dos Deuses’, pois o mundo está a se acabar, mas não antes que a valquíria Brünnhilde cante assim por uns vinte minutos. Portanto, nada acaba antes que a senhora gorducha cante!
Wagner é um compositor de óperas, mas sua música tem longos trechos orquestrais e ele foi inovador na maneira como lidou com a orquestra. Ele não era uma boa pessoa, mas foi um compositor inovador e influente, basta lembrar dos leitmotivs. É, portanto, comum que haja concertos com trechos dessas óperas, às vezes com cantores, mas em muitos casos apenas com orquestras. Essencialmente todos regentes famosos (e também os nem tão famosos assim) deixaram gravações que poderiam ser chamadas ‘Wagner sem Palavras’. Só para não deixar de mencionar alguns: Böhm, Klemperer, Szell, Solti, Abbado, Karajan, Kempe, Kubelik, Tennstedt.

Eu tenho ouvido alguns discos gravados por Eugene Ormandy e a Orquestra da Filadélfia – foram lançadas duas coleções com as suas muitas gravações. Ormandy não é um nome que me ocorre normalmente quando escolho alguma música para ouvir, mas seu legado é impressionante e não dá para simplesmente ignorar o cara.
Entre os discos que ouvi mais do que uma vez estão estes dois com trechos de música de Wagner, gravados em 1959 (The Glorious Sound of Wagner) e 1963 (Magic Fire). O epíteto ‘glorious sound’ certamente poderia ser atribuído ao som da Orquestra da Filadélfia, uma das grandes orquestras dos Estados Unidos e que esteve por muito tempo sob a direção de Eugene Ormandy.
Os discos oferecem uma ótima seleção de trechos, numa remasterização recente. Tannhäuser, Lohengrin e Die Meistersinger Von Nürnberg oferecem abertura e prelúdios. As Valquírias trazem o tal Fogo Mágico e uma Cavalgada. Tristão oferece um prelúdio e Isolda morre de amores, Siegfried vai murmurando pelos bosques e tudo termina com o seu Ídilio.
Ótima música de um excelente compositor que, definitivamente, não foi um ‘good guy’.
Richard Wagner (1813 – 1883)
The Glorious Sound Of Wagner
- Prelude To “Lohengrin” (Act III)
- Waldweben (Forest Murmurs) From “Siegfried”
- Prelude To Act III: Dance Of The Apprentices; Entrance Of The Meistersingers From “Die Meistersinger Von Nürnberg”
- Overture And Venusberg Music From “Tannhäuser”
- Siegfried-Idyll
The Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 KBPS | 152 MB
Magic Fire Music
- Festmarsch From “Tannhäuser”
- Prelude To “Lohengrin,” Act III
- Magic Fire Music From “Die Walkure”
- The Ride Of The Valkyries From “Die Walkure”
- “Tannhäuser” Overture
- Love-Death From “Tristan Und Isolde”
The Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 KBPS | 154 MB
Seção ‘The Book is on the Table’: Of course everyone has their preferences but one cannot deny that the rich strings and mellow Philadelphia brass serve Wagner well. This is Wagner the beautiful and serene, but drama and power are there when needed. Die Meistersinger marches with joy and majesty.
Aproveite!
René Denon
Um dos melhores posts da história do melhor dos blogs. Sem mais.
Henrique!
Rapaz, que bom que você gostou!
Vou aproveitar e pedir aumento aqui na repartição…
Abraços do
René