Chopin (1810 – 1849): Sonata para Piano No. 2 • Beethoven (1770 – 1827): Sonata para Piano No. 29 ‘Hammerklavier’ • Beatrice Rana (piano) ֍

Chopin (1810 – 1849): Sonata para Piano No. 2 • Beethoven (1770 – 1827): Sonata para Piano No. 29 ‘Hammerklavier’ • Beatrice Rana (piano) ֍

CHPN & BTHVN

Sonatas para Piano

Beatrice Rana

Beatrice Rana brilhou para o mundo da música ao ganhar o Concurso Musical Internacional de Montreal, em 2011, e novamente, ao ganhar a Medalha de Prata no 14º. Van Cliburn International Piano Competition, dois anos depois. O disco do Concurso de Montreal tem os Prelúdios de Chopin e uma sonata para piano de Scriabin. O disco do Concurso Van Cliburn tem os Estudos Sinfônicos de Schumann, Gaspard de la nuit, de Ravel e Out of Doors, de Bartók, apenas…

A jovem pianista já se apresentou aqui nos palcos do PQP Bach interpretando Bach, Chopin e Ravel, sempre com sucesso de crítica e público. Encorajado por esse retrospecto e verdadeiramente mesmerizado por esse novo disco, nada mais certo do que a trazer novamente para essas páginas.

Esse disco reúne pela primeira vez (talvez) duas sonatas para piano que são emblemáticas da obra de cada um dos compositores. Ela mesma explicou as razões dessas escolhas em uma entrevista para Jeremy Nicholas, que poderá ser lida na íntegra no livreto que acompanha os arquivos musicais da postagem. Aqui está um resumo.

Sobre a Hammerklavier, ela disse que teve tempo de estuda-la bastante durante a pandemia: Eu realmente encontrei uma conexão profunda com essa música, especialmente por causa da época em que aprendi a Sonata: o isolamento, estar trancada longe do resto do mundo. O terceiro movimento fala muito sobre solidão, sobre ir fundo em si mesmo, um espelho completo do que eu estava vivenciando. Ao mesmo tempo, o quarto movimento, com sua grande fuga, me mostrou que também havia uma chance de escapar dessa condição. É uma peça que afirma muito a vida, apesar do fato de que também refletia muito do que estava acontecendo em nosso mundo naquela época.

Sobre a Sonata de Chopin: Eu absolutamente adoro esse período intermediário de Chopin em particular, quando a Sonata foi escrita: uma época em que ele estava experimentando com som, harmonias e estrutura. Eu acho isso tão visionário. […] É muito mais aventureiro do que em suas composições finais, que são muito clássicas de certa forma. Então a Segunda Sonata, mesmo agora, é incrível. Quando você pensa no quarto movimento, é tão moderno, tão experimental. Sim, a Sonata de Beethoven é uma sonata muito humana, mas a Sonata de Chopin é humana de uma forma muito diferente. O trio no meio da marcha fúnebre [terceiro movimento] é meio que übermenschlich – como um filósofo pode descrever a superação de si mesmo de uma forma transcendental.

Sobre a reunião das duas peças em um só disco: Essas duas sonatas em si bemol transcendem a condição humana de maneiras muito diferentes — mas não totalmente diferentes, porque ambas têm muito a ver com o medo da morte, com o medo da solidão. Cada uma encontra uma solução de maneira diferente. Acho que isso tornou a junção dessas duas peças muito interessante. Mas também, embora esses compositores fossem próximos cronologicamente, eles parecem totalmente separados. E de certa forma, a Sonata de Chopin é muito Beethoveniana porque sua estrutura — a do primeiro movimento especialmente — é muito compacta. Há tanta linearidade na arquitetura. Ela está sempre avançando — não é um ciclo, é uma única história que se está contando. Tecnicamente, os dois compositores não têm muito em comum, mas ambos estão experimentando. Acho que quando você olha para os últimos movimentos das duas sonatas, ambos são experimentos — experimentos no mais alto nível e de maneiras completamente diferentes.

FRÉDÉRIC CHOPIN (1810–1849)

Piano Sonata No.2 in B flat minor Op.35 “Funeral March”
  1. Grave – Doppio movimento
  2. Scherzo
  3. Marche funèbre: Lento
  4. Finale: Presto

LUDWIG VAN BEETHOVEN 1770–1827

Piano Sonata No.29 in B flat Op.106 “Hammerklavier”
  1. Allegro
  2. Scherzo: Assai vivace
  3. Adagio sostenuto
  4. Introduzione: Largo – Allegro
  5. Fuga: Allegro risoluto

BEATRICE RANA piano

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MP3 | 320 KBPS | 173 MB

“Beatrice Rana possesses a old soul that belies under her twenty years, and more than a touch of genius.”    Gramophone

Aproveite!

René Denon

Bach (1685 – 1750): “Schübler Chorales” BWV 645-650, Passacaglia BWV 582 e outras peças – Simon Preston (órgão) ֍

Bach (1685 – 1750): “Schübler Chorales” BWV 645-650, Passacaglia BWV 582 e outras peças – Simon Preston (órgão) ֍

BACH

Simon Preston, órgão

O dia foi alucinante, hético! Logo pela manhã recebemos a notícia que três CDs da coleção do Sumo Sacerdote estavam corrompidos, pálidos, translúcidos, desprovidos de suas seivas musicais, inaudíveis! Toda a equipe da casa colocou-se prontamente em alerta, havíamos de reconstruir, mesmo que virtualmente, digitalmente, os tais desmemorizados CDs. Parecia que eles haviam sido abatidos por um dementador que lhes havia sugado todo o teor musical, para sempre…

Pois a equipe passou o dia dando buscas em arquivos, até mesmos arcaicos HDs foram vasculhados em busca das faixas perdidas. Pelo fim da tarde virtualmente todas haviam sido resgatadas, com exceção de duas delas: BWV 582 e BWV 590.

É claro que nossos bem informados leitores devem ter percebido de cara, os discos eram da coleção de obras de Bach, naquelas caixotas prateadas da Archiv Produktion, com a foto quadradinha do santo padroeiro do blog na frente. Isso é o que tornava nossa urgência, urgentíssima!

Mas, uma miríade de outras coisinhas miúdas, tarefas nossas outras, bem mais mundanas, nos pegaram, pois que a equipe do PQP Bach além de seus momentos de heróis, tem muitas horas para serem apenas Clark Kents e Bruce Waynes. No cair da noite, quando começou a resenha do dia com os colegas foi que me dei conta – BWV 590 é uma Pastorale e havia uma gravação da danadinha em uma de minhas postagens, porém com outro competente organista – Simon Preston! E não é que a BWV 582 é a poderosa Passacaglia! Essa peça também está em um dos discos do Simon Preston, mas esse eu ainda não havia postado. Daí, lembrei-me que iniciei o projeto de postar toda a sua série, mas interrompi o processo na postagem que fiz na época em que ele, Simon Preston, foi tocar instrumentos mais celestiais…

Sir Simon Preston (O órgão lhe deu ‘asas’)

Pois quem está atento aos sinais que o destino nos aponta, deve escutá-los e agir. Assim, aqui está, mais um disco do Simon Preston, este com os maravilhosos ”Schübler Chorales” e encerrando com a Passacaglia e tem outras coisas mais, que deixo para você mesmo descobrir…

Ah, essas duas peças foram também localizadas e em breve seguirão para os HDs do Sumo Sacerdote, ufa, que dia…

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Toccata, Adagio And Fugue in C Major, BWV 564
  1. Toccata
  2. Adagio
  3. Fugue
Fantasia And Fugue In G Minor, BWV 542
  1. Fantasia
  2. Fugue
6 Chorales Of Diverse Kinds (Schübler Chorales)
  1. Wachet Auf, Ruft Uns Die Stimme BWV 645
  2. Wo Soll Ich Fliehen Hin BWV 646
  3. Wer Nur Den Lieben Gott Läßt Walten BWV 647
  4. Meine Seele Erhebet Den Herrn BWV 648
  5. Ach Bleib’ Bei Uns, Herr Jesu Christ BWV 649
  6. Kommst Du Nun, Jesu, Vom Himmel Herunter BWV 650
Tocata And Fugue In F Major, BWV 540
  1. Toccata
  2. Fugue
Passacaglia And Fugue In C Minor, BWV 582
  1. Passacaglia
  2. Fugue

Simon Preston, órgão

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MP3 | 320 KBPS | 163 MB

Espero que você passe bons momentos desfrutando esse disco e que seu interesse pela obra de Bach para órgão aumente… pois há mais ainda por vir! Agora, me desculpem, mas ainda há um peça interpretada por Trevor Pinnock ao cravo que queremos localizar e ninguém quer deixar o boss desapontado, não é?

Aproveite!

René Denon

Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 35 ‘Haffner’, 40 e 36 ‘Linz’ – Deutsche Kammerphilharmonie Bremen & Tarmo Peltokoski ֎

Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 35 ‘Haffner’, 40 e 36 ‘Linz’ – Deutsche Kammerphilharmonie Bremen & Tarmo Peltokoski ֎

MOZART

Sinfonias

Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

Tarmo Peltokoski

O que primeiro chama a atenção nesse lançamento é como parece jovem esse regente! Tarmo Peltokoski é finlandês e desde muito jovem decidiu por se tornar regente. Nascido em 2000, já é reconhecido como um “um talento de um século” (Tagesspiegel). Seu conhecimento e versatilidade permitem que ele se apresente em concertos e em óperas – ele conduziu seu primeiro ciclo completo do Anel aos 22 anos – em um repertório que varia do clássico ao contemporâneo. No espaço de apenas dois anos, ele foi nomeado Diretor Musical Designado da Orchestre National du Capitole de Toulouse, Diretor Musical e Artístico da Orquestra Sinfônica Nacional da Letônia e Maestro Convidado Principal da Orquestra Filarmônica de Roterdã, bem como da Deutsche Kammerphilharmonie Bremen. Tarmo sentiu-se atraído para a regência muito cedo, ao assistir no YouTube um trecho da obra de Wagner.

No entanto, em seu primeiro disco, três sinfonias (maravilhosas) de Mozart! O que dizer? Eu digo: gostei do disco! Esse é sempre o critério para que eu escolha um disco para postar. A interpretação é bastante contemporânea, digamos assim. A orquestra usa instrumentos modernos, mas adota uma postura atenta às práticas de instrumentos de época, com pouco vibrato e com tímpanos bem presentes (até demais, poderiam dizer alguns).

Como se fosse um bônus, entre as sinfonias você poderá ouvir o jovem maestro Tarmo exibir seus talentos como pianista, improvisando sobre temas das sinfonias. Eu não sei se ouviria essas improvisações todas as vezes que ouvisse o disco, mas certamente ouvirei as sinfonias mais vezes.

Sobre as obras, eu diria que as sinfonias de Mozart não ocupam em sua obra o mesmo espaço que as óperas e os concertos para piano, mas as seis últimas são obras primas. As primeiras, compostas na infância e juventude são brilhantes e bem-acabadas, mas superficiais. Entre as que foram compostas no período mediano destacam-se as Sinfonias No. 25 em sol menor e No. 29 em lá maior, na minha opinião. Todas essas obras foram compostas no período em que Mozart vivia em Salzburgo, apesar de suas muitas viagens.

A Sinfonia No. 35 é a primeira da série de seis últimas e foi composta em 1782 quando Wolfgang já morava em Viena, mas foi resultado de uma encomenda que viera de Salzburgo, da família Haffner, enviado pelo papá Leopold. O pedido veio na forma de uma serenata, como uma que já havia sido composta quando Wolfie ainda morava lá. Mozart estava atolado de trabalho, aulas, cuidando de terminar o Rapto do Serralho, sem contar as coisas mundanas como casamento, mudanças, essas coisas. Mesmo assim, um a um os movimentos da nova serenata seguiam para Salzburgo, apesar de provavelmente não ter cumprido o prazo. Pois ao fim de tudo, não é que a música ficou supimpa… tanto que ele resolveu adaptá-la na forma de uma sinfonia, que assim tornou-se a Sinfonia No. 35 – ‘Haffner’.

Algum tempo depois, em 1783, Mozart estava de volta de uma visita a Salzburgo, acompanhado da patroa, Sra. Constanze, e decidiu fazer uma parada em Linz, para visitar um velho amigo da família, o Conde de Thun. O conde queria uma apresentação de Mozart com a orquestra local, mas nenhuma partitura de sinfonia estava à mão. Isso não era um problema para o gênio criativo que em apenas três dias compôs um primor de sinfonia, esta belezura que conhecemos como Sinfonia No. 36, propriamente apelidada ‘Linz’.

Mozart ainda comporia quatro mais sinfonias, uma em Praga, em 1786, e as três últimas no verão de 1788. Apenas a Sinfonia No. 40 é em tom menor e é justamente famosa por sua profundidade e intensidade emocional, refletindo um lado mais sombrio e turbulento da personalidade musical de Mozart. Este período foi marcado por dificuldades pessoais e financeiras, o que pode ter influenciado o tom sombrio da peça.

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756 – 1791)

Symphony No. 35 in D major, K385 ‘Haffner’
  1. Allegro con spirito
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Finale. Presto
Improvisation on Mozart’s ‘Haffner’ Symphony
  1. Improvisation
Symphony No. 40 in G minor, K550
  1. Molto alegro
  2. Andante
  3. Menuetto. Allegretto
  4. Finale. Allegro assai
Improvisation on Mozart’s Symphony No. 40
  1. Improvisation
Improvisation on Mozart’s ‘Linz’ Symphony
  1. Improvisation
Symphony No. 36 in C major, K425 ‘Linz’
  1. Adagio – Allegro spiritoso
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Finale. Presto

Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

Tarmo Peltokoski

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MP3 | 320 KBPS | 207 MB

Deutsche Kammerphilharmonie Bremen na entrada do PQP Bach Großer Saal de Blumenau

Summing up his relationship with his players and the works on this album, Peltokoski says, “It’s a luxury to perform Mozart with The Deutsche Kammerphilharmonie Bremen, and to put these three symphonies on record is a dream come true.”

Aproveite!

René Denon

Solícitos como nunca, incompetentes como sempre, os membros do departamento de artes do PQP Bach Publishing House forneceram essa foto do jovem maestro Tarmo Peltokoski

.: interlúdio :. Egberto Gismonti (1947) e Naná Vasconcelos (1944-2016): DANÇA DAS CABEÇAS (1977) – in memoriam

Estive ouvindo novamente esse disco, depois de muito tempo, se dizer mais de trinta anos talvez não esteja exagerando. E ao fuçar nos arquivos das antigas postagens encontrei esse texto escrito pelo saudoso Monge Ranulfus, que nos deixou há alguns anos, e provavelmente está trocando idéias com o mesmo Naná Vasconcelos, que homenageia no começo de seu texto. Ou seja, o ano era 2016. 

Então aproveito o texto, e apenas atualizo o link, não podemos deixar de oferecer um disco desses no nosso PQPBach, como comentou o próprio Monge, “um dos discos mais importantes do último terço do século 20, independente de categorias.”

Que temporada de perdas na música… Dois dias depois de Harnoncourt, quem nos deixou, anteontem, foi o pernambucano Naná Vasconcelos, um dos mais refinados e reconhecidos percussionistas do mundo. Em lembrança e homenagem, atualizamos esta postagem feita originalmente em 11.06.2010 – sem alterações além deste parágrafo e da foto abaixo.

nana-gismonti

Isto é música popular? Experimente tocar ali na quermesse.

É jazz? Bem, é evidente que recebeu influência, mas quem no século 20 não recebeu? E nos trechos em piano solo também é evidente a influência de Chopin.

É clássico? O site da Amazon diz que sim. Mas conheço gente que certamente torceria o nariz diante dessa afirmação.

Afinal, o que é que faz determinada música ser “clássica” ou “erudita”? Evidentemente não pode ser a ausência de melodias cantáveis, a ausência de texto, a ausência ou pouca importância da percussão ou de determinadas instrumentações, e até mesmo ausência de vulgaridade ou banalidade… pois cada uma dessas “ausências” é contradita por abundância de presenças no repertório estabelecido.

Para muitos, “clássico” equivale, mesmo que sem consciência disso, a “em formas, escalas e instrumentações de origem européia”. Donde considerarem clássicas, p.ex., as valsas dos dois Johann Strauss, quando para mim são evidentemente música popular em arranjos para poderosos.

Não estou dizendo que são inferiores por serem populares, nem que não caibam num blog como este. As danças compostas e/ou publicadas pelo Pretorius, do século 16, também são música popular em bons arranjos, e seria uma pena não tê-las aqui!

Para mim, o “clássico” ou “erudito” se refere ao grau de complexidade da elaboração na dimensão “forma”, e/ou de libertação em relação às duas fontes primárias da música (a dança e a declamação expressiva) na direção de uma música-pela-música. E nesse sentido encontramos “clássico” em muitas tradições totalmente autônomas da européia: chinesa, indiana, mandê (da qual postei aqui o lindo exemplo que é TOUMANI DIABATÉ), e também em outras que recebem maior ou menor medida de influxo da tradição européia, mas o incorporam em formas produzidas com total autonomia em relação a essa tradição.

O Brasil talvez seja a maior usina mundial da produção deste último tipo de música – mas não me refiro a nenhum dos nossos compositores normalmente identificados como “clássicos” ou “eruditos”: nem a Villa-Lobos, nem a Camargo Guarnieri, nem a Almeida Prado, ninguém desses: todos eles trabalham fundamentalmente com a herança das matrizes formais européias. O que não os desqualifica, não se trata disso!

Trata-se, ao contrário, de qualificar música que às vezes é tida como de segunda, quando é de primeiríssima. E é nesse sentido que já postei aqui o balé “Z” de GILBERTO GIL, que recomendo com ênfase o pouco postado e o muito por postar de MARLUI MIRANDA e do grupo UAKTI… e que posto agora este outro, que foi um dos discos de maior impacto no mundo em 1977-78.

Pra deixar claro o que não quero dizer, acho pretensioso e chato a maior parte do que o Egberto fez depois. Com exceção de momentos geniais em Nó Caipira e em Sol do Meio Dia, quase tudo em que ele meteu orquestra se afastou do conceito de “clássico” que estou usando aqui. Estereotipou. E portanto banalizou.

Mas Dança das Cabeças não tem nada de esterotipado: Dança das Cabeças foi fundador. Se você já ouviu coisa parecida, veio depois, e bebeu daí. Para mim, um dos discos mais importantes do último terço do século 20, independente de categorias.

Ou seja: um clássico.

Egberto Gismonti: Dança das Cabeças – gravado em Oslo em nov. 1976
Egberto Gismonti: violão de 8 cordas, piano, flautas e outras madeiras étnicas, voz
Naná Vasconcelos: berimbau, percussão instrumental e corporal, voz

01 Part I 25:15
– Quarto Mundo #1 (E. Gismonti)
– Dança das Cabeças (E. Gismonti)
– Águas Luminosas (D. Bressane)
– Celebração de Núpcias (E. Gismonti)
– Porta Encantada (E. Gismonti)
– Quarto Mundo #2 (E. Gismonti)

02 Part II 24:30
– Tango (E. Gismonti/G.E.Carneiro)
– Bambuzal (E. Gismonti)
– Fé Cega, Faca Amolada (M.Nascimento/R.Bastos)
– Dança Solitária

. . . . . . . BAIXE AQUI – download here

Ranulfus

Link atualizado por FDPBach (em licença sabática de sei lá quanto tempo)

Georg Friederich Händel (1685-1759): Ode for St. Cecilia’s Day (Mields, Wilde, Helbich)

Georg Friederich Händel (1685-1759): Ode for St. Cecilia’s Day (Mields, Wilde, Helbich)

IM-PER-DÍ-VEL

Handel escreveu vários sambas-enredo. Há Messias, por exemplo, onde ele fantasia coisas sobre um personagem ficcional, e há muitas daquelas coisas que chamamos de óperas que são empolados sambas-enredos. A Ode para Santa Cecília — porta-bandeira da música — é uma tremenda obra que deixará os pequepianos boquiabertos. Os sambas são fenomenais. Cuidem a dolência de What passion cannot Music raise. É espetacular, perfeito. Ouçam os corais como estão afinados ao puxador de samba, sem atravessar nunca. Tudo isto é uma Cantata escrita por John Dryden. O tema é menos fantasioso do que os dos sambas-enredo habituais: trata da teoria de Pitágoras da Harmonia Mundi, onde a música era uma força central na criação da Terra. Tudo bem, né? Fazer o quê?

CD da Naxos. (Além de perfeito para um domingo de Carnaval).

Georg Friederich Händel (1685-1759): Ode for St. Cecilia’s Day (Mields, Wilde, Helbich)

1. Overture 00:03:35
2. Interlude 00:01:23
3. Recitative: From harmony, from heav’nly harmony 00:03:20
4. Chorus: From harmony 00:03:27
5. Air: What passion cannot Music raise 00:08:19
6. Air and chorus: The trumpet’s loud clangour 00:03:25
7. March 00:02:02
8. Air: The soft complaining flute 00:05:08
9. Air: Sharp violins proclaim 00:04:10
10. Air: But oh! what art can teach 00:04:15
11. Air: Orpheus could lead the savage race 00:01:46
12. Recitative: But bright Cecilia 00:00:42
13. Air and chorus: As from the powers of sacred lays 00:07:11

Total Playing Time: 00:48:43

Dorothee Mields
Mark Wilde
Alsfelder Vocal Ensemble
Concerto Polacco
Wolfgang Helbich

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Na boa, eu amo esta mulher. Ela canta maravilhosamente. Ela é Dorothee Mields.

PQP

Robert Schumann (1810 – 1856): Sinfonias – Stavanger Symphony Orchestra & Jan Willem de Vriend ֍

Robert Schumann (1810 – 1856): Sinfonias – Stavanger Symphony Orchestra & Jan Willem de Vriend ֍

SCHUMANN

Sinfonias

Stavanger Symphony Orhestra

Jan Willem de Vriend 

Há várias ótimas gravações das sinfonias de Schumann, tais como Sawallisch regendo a orquestra Staatskapelle Dresden ou Leonard Bernstein, regendo a Wiener Philharmoniker, ambas bigbands… Seria injusto não notar a gravação do então comportado John Eliot Gardiner regendo a Orchestre Révolutionnaire et Romantique, uma orquestra com instrumentos e práticas de época, nos idos 1998. O chamuscado e temperamental Gardiner gravou essas sinfonias mais recentemente regendo uma orquestra moderna, a London Symphony Orchestra. Parece que o segredo de uma boa interpretação dessas obras tão lindas consiste em permitir que a orquestração (criticada e incompreendida) de Schumann se apresente de maneira translúcida, leve, mas ainda assim, forte e a tempo.

Foi isso que eu ouvi nesses dois discos lançados recentemente – uma ótima orquestra com tradição e ao mesmo tempo um ouvido para as práticas de época e um regente que tem uma combinação de precisão, ótima dinâmica, mas sem se tornar distante e frio.

 A Stavanger Symphony Orchestra tem sede em Stavanger (!), na Noruega, e além de ter ótimas instalações, tem um programa de Música Antiga, que teve entre seus diretores nomes como Frans Bruggen, Philippe Herreweghe e Fabio Biondi. Como nosso informado leitor sabe, esses nomes são ligados ao movimento de música antiga.

O regente Jan Willem de Vriend tem uma enorme discografia que inclui um ótimo ciclo de sinfonias de Beethoven e assim como um ciclo das sinfonias de Schubert. Você poderá ouvi-lo regendo os Concerti Grossi de Handel, se acessar essa postagem aqui.

A primeira das sinfonias de Schumann que eu conheci foi a Terceira, que tem apelido “Renana”, certamente uma das mais bonitas. A Primeira também tem apelido, “Primavera”, e faz jus a ele. A Segunda ocupa um ótimo lugar no ranking das sinfonias e foi composta durante um período difícil da vida de Robert. Veja a tradução de um trecho do comentário de Kenneth Woods que pode ser lido na íntegra aqui.

Não se engane: em 1844, Robert Schumann adoeceu, quase mortalmente doente, tanto quanto se tivesse desenvolvido câncer. O fato de ele ter se recuperado dessa doença para escrever sua maior obra-prima mostra uma força de vontade quase sobre-humana e grande coragem pessoal, não fraqueza. No auge de sua doença, Schumann não conseguia ouvir ou trabalhar com música, torturado como estava por alucinações auditivas. Ao começar sua recuperação, ele se voltou para um intenso estudo pessoal da música de JS Bach. Inspirado por Bach, Schumann começou a trabalhar em sua obra-prima enquanto ainda estava doente e compôs seu caminho de volta à saúde. Ao longo da obra, Bach parece ficar em segundo plano, ao lado de Haydn e Beethoven como um trio de anjos da guarda, guiando Schumann de volta à sua musa.

É claro que a Quarta é o patinho feio das sinfonias, mas eu gosto muito dela também. Ouça essa gravação estalando de nova e descubra se é mesmo assim como eu disse… e depois me conte.

Robert Schumann (1810 – 1856)

CD1

Symphony No. 1 in B-Flat Major, Op. 38
  1. Andante poco maestoso – Allegro molto vivace
  2. Larghetto
  3. Scherzo – Molto vivace
  4. Allegro animato e grazioso
Symphony No. 2 in C Major, Op. 61
  1. Sostenuto assai – Allegro ma non troppo
  2. Scherzo – Allegro vivace
  3. Adagio espressivo
  4. Allegro molto vivace

CD2

Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 97
  1. Lebhaft
  2. Scherzo: Sehr mäßig
  3. Nicht schnell
  4. Feierlich
  5. Lebhaft
Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120
  1. Ziemlich langsam – Lebhaft
  2. Romanze: Ziemlich langsam
  3. Scherzo: Lebhaft
  4. Langsam – Lebhaft

Stavanger Symphony Orchestra

Jan Willem de Vriend

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MP3 | 320 KBPS | 288 MB

Jan deu uma entrevista ao pessoal do PQP Bach na Praia de Camboinhas e adorou o inverno carioca…

The second and final instalment in Jan de Vriend’s survey of Robert Schumann’s symphonies. De Vriend conducts the wonderful Stavanger Symphony Orchestra and they both enjoy the fantastic acoustic of the Fartein Valen hall, considered one of the best in the world.  [Do site da gravadora]

“Such accomplished, high-class music-making makes the imminent follow-up with the Rhenish and Fourth Symphony en enticing prospect.” – Gramophone – UK (on CC 72958 – Symphonies nos. 1 & 2).

“de Vriend strives for a balance between a magnificent orchestral sound and a transparent polyphony that also seeks to illuminate the complex inner life of Schumann’s orchestral sound with brisk tempi.” – Rondo – DE (on CC 72958 – Symphonies nos. 1 & 2)

“Swagger and elegance.” – BBC Record Review (on CC 72958 – Symphonies nos. 1 & 2)

“…the sound of this new release is excellent: Every section of the orchestra is placed nicely in the soundstage, and it puts the listener in an ideal position to revel in the clarity and power of the orchestra. “ [Fanfare Magazine, 01-7-2024]

I certainly agree!

René Denon

SSO

Chopin (1810-1849): Scherzos, etc – Michelangeli, Richter

Postagem de 2021, links reativados em 2024

Centro e noventa anos atrás,  no dia 8 de setembro de 1831, os russos capturaram Varsóvia após a rebelião ocorrida na Polônia em meio a outras balbúrdias que sacudiram a Europa desde 1830. Chopin, ligado ao grupo que defendia a independência polonesa, jamais voltaria à sua terra natal. Ele estava em uma curta viagem pela Alemanha e, poucos dias depois, ainda em setembro, chegaria a Paris. “Coloco minha tristeza no piano”, escreveu ele em seu diário. Nesses primeiros meses de exílio ele escreveu seu primeiro Scherzo. A palavra italiana, que significa brincadeira, tem aqui um sentido enigmático, talvez de humor doentio e sarcástico, porque são as composições de Chopin mais ligadas ao que Nietzsche nomeia como estado de alma trágico. O Scherzo nº 1, em si menor, começa com acordes pesados, passa por um breve momento de paz com uma citação da canção natalina polonesa “Lulajże Jezuniu” (Dorme Jesus), canção brutalmente interrompida pelos acordes trágicos. Hoje trago dois pianistas da época do vinil, que considero até hoje os maiores intérpretes desse Scherzo.
A gravação dos quatro Scherzi por Richer era uma grande referência do Penguin Guide e outras enciclopédias musicais que deixaram de existir com a internet. Richter era um pianista de múltiplos talentos, mas provavelmente sua maior vocação era para a música mais “séria”, com uma certa solenidade, não era um homem de piadas e brincadeiras (para voltarmos à palavra italiana scherzo). Por isso ele é considerado um grande intérprete das últimas sonatas de Beethoven e de Schubert, bem como do Cravo Bem Temperado de Bach. A exceção que confirma a regra é o Concerto de Gerswhin, que surpreendeu o conselho consultivo do PQPBach por seu swing e leveza. Os Scherzi, gravados em 1977, recebem nessa edição em CD uma boa companhia com a série de miniaturas de Schumann. Aliás, Schumann era um grande admirador de Chopin e escreveu, sobre o primeiro scherzo: “Como se vestirão suas obras graves, se a piada já está sob véus negros?”

F. Chopin (1810-1849):
1. Scherzo No. 1 In B Minor, Op.20
2. Scherzo No. 3 in B-flat Minor, Op.31
3. Scherzo No. 3 in C-Sharp Minor, Op.39
4. Scherzo No. 4, E major, Op.54

R. Schumann (1810–1856):
5-18. Bunte Blätter, Op. 99 (Colorful Leaves – Folhas Coloridas)

Sviatoslav Richter, piano

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Chopin, por Eugène Delacroix

Depois da referência, a obscura gravação ao vivo. Michelangeli se notabilizou pela sua interpretação de um pequeno número de obras de Chopin: a Balada nº 1, a Sonata nº 2 “Marcha Fúnebre” e mais algumas. Perfeccionista, ele lapidava como diamantes as poucas obras de seu repertório. Era um frequente parceiro do maestro Sergiu Celibidache e compartilhava com ele o perfeccionismo e outras manias. Após as mortes dos dois ( Michelangeli em 1995, Celibidache em 1996), foram aparecendo gravações ao vivo disputadas pelos fãs, incluindo algumas dos dois juntos nos concertos de Ravel, Schumann e Beethoven.

Entre elas, essas gravações de Chopin, em recitais ao vivo entre 1962 e 1990. No Scherzo nº 1, a sonoridade de Michelangeli é aquela que os fãs conhecem: meticulosamente planejada, nada é por acaso: mesmo nos acordes mais fortes e intensos, cada nota é necessária para recriar a atmosfera sombria e trágica que passava pela cabeça de Chopin. O andamento bastante lento escolhido por Michelangeli faz parte dessa exposição transparente de todos os momentos, nada fica escondido, e nisso também, na lentidão, podemos lembrar de Celibidache.

Na Fantasia em Fá menor, obra que alterna entre momentos trágicos e outros de bravura virtuosística, Michelangeli mostra que sua técnica é realmente prodigiosa. Nas valsas e mazurkas que completam o álbum, Michelangeli tem concepções interessantes mas bastante excêntricas. Não temos aqui o ritmo dançante das mazurkas de Barbosa, de Novaes ou de Freire – esses pianistas brasileiros que parecem ter nascido para tocar esse Chopin mais dançante, onde o aspecto trágico também está presente mas apenas nas entrelinhas, mascarado pela dança.

1. Scherzo No. 1 in B Minor Op. 20 13:10
2. Fantaisie in F Minor Op. 49 14:30
3. Valse in A Minor Op. 34.2 7:23
4. Valse in A Flat Major Op. 34.1 5:40
5. Valse in A Flat Major Op. 69.1 4:18
6. Mazurka in A Minor Op. 68.2 3:07
7. Mazurka in F Minor Op. 68.4 3:41
8. Mazurka in A Flat Major Op. 41.4 1:45
9. Mazurka in G Sharp Minor Op. 33.1 2:50
10. Mazurka in D Flat Major Op. 30.3 2:58
11. Mazurka in G Minor Op. 67.2 2:34
12. Mazurka in B Minor Op. 33.4 8:06
Arturo Benedetti Michelangeli, piano

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Richter e Michelangeli em 1964

“Quanto precisou sofrer este povo para poder tornar-se tão belo! Agora,
porém, acompanha-me à tragédia e sacrifica comigo no templo de ambas as divindades!”
(Nietzsche – O Nascimento da Tragédia)

Pleyel

Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Piano Nº 1 & 2 (Zimerman, Bernstein)

Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Piano Nº 1 & 2 (Zimerman, Bernstein)

Obs. de PQP: nem venham perguntar. Assim como na postagem anterior, a coisa aqui também está estranha. Por que o Concerto Nº 2 vem antes do Nº 1? Eu sei lá. Só sei que vocês devem ouvir tudinho porque vale muito a pena. Gostei das gravações — são amplas e espaçosas, o piano é ousado e muito “presente”. Gostei. 

A meu ver, uma excelente gravação do — na época — jovem Zimerman com o veteramo Bernstein. Não vou comentar mais porque já postamos este incrível concerto um milhão de vezes.

Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Piano Nº 1 & 2 (Zimerman, Bernstein)

Konzert Für Klavier Und Orchester Nr. 2 B-dur Op. 83
1 Allegro Non Troppo 18:14
2 Allegro Appassionato 9:15
3 Andante 14:30
4 Allegretto Grazioso 9:02

Konzert Für Klavier Und Orchester Nr. 1 D-Moll Op. 15
1. Maestoso 24:32
2. Adagio 16:27
3. Rondo. Allegro Non Troppo 13:00

Com:
Krystian Zimerman, piano
Wiener Philharmoniker
Leonard Bernstein

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Ao saber que seria postado no PQP, Krystian Zimerman aderiu a nosso estilo

FDP

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 3, Variações sobre um tema de Haydn / Sinfonia Nº 1 (Bernstein)

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 3, Variações sobre um tema de Haydn / Sinfonia Nº 1 (Bernstein)

Obs. de PQP: desconheço o motivo destes CDs terem sido postados desta maneira lá em maio de 2010, mas saibam que foi assim e que FDP não é nada maluco e deve ter seus motivos. Primeiro a Sinfonia N° 3 e depois a primeira, com as Variações Haydn no meio. O fato é que tudo aqui merece ser ouvido. A relação de Lenny com os Filarmônicos de Viena deram muito frutos e estes são referência de alta qualidade e musicalidade até hoje. 

Pacotaço para começar bem o domingo.  Já postei esta versão da Sinfonia nº 3, assim como a Sinfonia nº4, e elas são até hoje as minhas gravações de referência. Um sonho de consumo que tenho são os DVDs desta coleção, já que todas estas gravações são ao vivo, mas o preço da DG ainda está salgado. Quem sabe a um dia a gente ganha na Mega Sena…

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 3, Variações sobre um tema de Haydn / Sinfonia Nº 1 (Bernstein)

Symphonie Nr. 3 F-dur Op. 90 = Symphony No. 3 In F Major, Op.90
1 1. Allegro Con Brio 15:33
2 2. Andante 9:41
3 3. Poco Allegretto 7:04
4 4. Allegro 9:33

Variationen Über Ein Thema Von Joseph Haydn Op. 56a = Variations On A Theme By Joseph Haydn, Op. 56a (20:26)
5a Chorale St. Antoni: Andante
5b Variation I: Poco Più Animato
5c Variation II: Più Vivcace
5d Variation III: Con Moto
5e Variation IV: Andante Con Moto
5f Variation V: Vivace
5g Variation VI: Vivace
5h Variation VII: Grazioso
5i Variation VIII: Presto Non Troppo
5j Finale: Andante

Symphonie Nr. 1 C-moll Op. 68
1. Un Poco Sostenuto – Allegro 17:29
2. Andante Sostenuto 10:52
3. Un Poco Allegretto E Grazioso 5:34
4. Adagio – Allegro Non Troppo Ma Con Brio 17:54

Com:
Wiener Philharmoniker
Leonard Bernstein

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Bernstein no balanço de Brahms

FDPBach

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Haenchen / Netherlands Philh. Orch.)

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Haenchen / Netherlands Philh. Orch.)

Este Bruckner ficou pra trás nas comemorações, mas também é ótimo. Desconhecia Haenchen e esta orquestra holandesa, mas o fato é que eles dão uma roupagem muito interessante à terceira de Bruckner. Trata-se de uma performance muito animada, que pode ser descrita como agressiva, zombeteira, vigorosa, muito bem tocada  com som claro e completo. É uma performance em que você vai desejar aumentar um pouco o volume, pois a faixa dinâmica é bem ampla; passagens silenciosas são silenciosas como devem ser. Afinal, Bruckner usa o silêncio como ninguém. Isso é especialmente perceptível no início do adágio, mas também em vários pontos nos movimentos de abertura e fechamento. Se você estiver em uma situação em que precisa ouvir em volume baixo, vai se esforçar bastante para conseguir ouvir essas partes… E a festa do último movimento é uma festa mesmo!

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Haenchen / Netherlands Philh. Orch.)

Symphony No. 3 In D Minor (54:01)
1.1 Mehr Langsam, Misterioso 22:05
1.2 Adagio. Bewegt, Quasi Andante 14:22
1.3 Ziemlich Schnell 6:14
1.4 Allegro 11:20

Netherlands Philharmonic Orchestra
Hartmut Haenchen

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PQP

Percy Whitlock (1903-1946): Obras para órgão (Christoph Keller)

Percy Whitlock (1903-1946): Obras para órgão (Christoph Keller)

Aluno de Vaughan Williams no London’s Royal College of Music, Whitlock tem uma expressão musical que combina elementos de seu mestre e de Elgar. Seu estilo exuberante harmônico também tem traços de Gershwin e de outros compositores populares da década de 1920. Rachmaninov também foi outra importante influência estilística. Como Vaughan Williams e Delius, Whitlock compunha temas que soavem como música folclórica, mas que eram, na verdade, criações originais.

Entre as obras de Whitlock para órgão estão as Five Short Pieces (1929), Four Extemporisations (1933), Sketches on Verses of the Psalms (1934), Plymouth Suite (1937-1939), Sonata in C minor (1936) e Two Fantasie Chorals (1936).

Whitlock foi diagnosticado com tuberculose aos vinte anos e também sofria de hipertensão. Perto do fim da sua vida, ele perdeu a visão por completo, e morreu poucas semanas antes de seu 43º aniversário. Por décadas depois, ele permaneceu em grande parte esquecido. Esta negligência diminuiu nos últimos tempos com o aumento da popularidade da literatura musical.

Música moderna? Nem pensar. Whitlock é tão conservador quando Rachmaninov. Andava de avião e compunha para um passado já inexistente. Mas acho agradáveis seus hinos falsamente folclóricos.

Percy Whitlock (1903-1946): Obras para órgão (Christoph Keller)

Two Fantasie Chorals (1936)
01. No.1 in D flat major 14:14
02. No.2 in F sharp minor 15:55

Sonata in C minor (1937)
03. Grave – animato – Andante cantabile – Poco lento – Andante – Allargando 15:36
04. Canzona 6:57
05. Scherzetto 4:29
06. Choral 21:39

Christoph Keller, at the great Klais organ, Altenberg Cathedral, Germany.

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Mr. Whitlock, I presume.

PQP

Aram Khachaturian (1903-1978): Concerto para Piano & Concerto para Violino (Gutnikov / Servadel / Ivanov / Giunta)

Aram Khachaturian (1903-1978): Concerto para Piano & Concerto para Violino (Gutnikov / Servadel / Ivanov / Giunta)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Khachaturian era georgiano como Stálin, mas é considerado um compositor armênio, pois seus pais eram 100% originários do país vizinho. Ele protagonizou um dos mais patéticos episódios da história da música ao ser obrigado por Stálin a escrever o hino da União Soviética a quatro mãos com Shostakovich. Diz a história que Shosta fez nhé e passou à tarefa ao georgiano — algo do tipo tô fora meu, vocês que são georgianos que se entendam… O hino saiu uma verdadeira bosta, tal a boa vontade de Khat, que escolheu suas piores melodias. Se algum de nossos leitores tiver acesso a este hino, eu até gostaria de ouvi-lo quando da próxima partida do Inter. Bosta por bosta… Mas neste CD não há nada disso. Khat era excelente compositor e o demonstra com sobras aqui. Nada de Dança de Sabres e que tais, é música mesmo. Apenas lamento o fato do engenheiro de som ter gravado o som daquele fantasmal apito — que instrumento é aquele? — do segundo movimento do Concerto para Piano mais ou menos como Enner Valencia bate seus pênaltis. Tsc, tsc, tsc… Vai chutar mal assim lá na Ossétia do Sul, meu.

Aram Khachaturian (1903-1978): Concerto para Piano & Concerto para Violino (Gutnikov / Servadel / Ivanov / Giunta)

Piano Concerto
1. Allegro Maestoso (Piano Concerto)
2. Andante Con Anima (Piano Concerto)
3. Allegro Brillante (Piano Concerto)

Annette Servadei, piano
USSR Symphony Orchestra
Constantin Ivanov

Violin Concerto
4. Allegro Con Fermezza (Violin Concerto)
5. Andante Sostenuto (Violin Concerto)
6. Allegro Vivace (Violin Concerto)

Boris Gutnikov, violino
London Philharmonic Orchestra
Joseph Giunta

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Khachaturian pontificando em casa
Khachaturian pontificando em casa

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (versão para harpa, por Catrin Finch)

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (versão para harpa, por Catrin Finch)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Catrin Finch, harpista galesa, é um verdadeiro fenômeno, sendo hoje talvez o principal nome de seu instrumento. Aqui está uma estreia de gala na Deutsche Grammophon ao abordar as Variações Goldberg.

As Variações Goldberg são um ícone no mundo da música clássica. Foi o desafio mais do que qualquer coisa o que primeiro me atraiu. Não sabia se ia dar certo ou não. Foi muito emocionante fazer a adaptação, era como montar um imenso e perfeito quebra-cabeça. Quando cheguei à última parte e vi que podia ser feito, tinha que aprender a tocar a peça. Há milhares de pessoas ao redor do mundo que são loucos pelas Goldberg. Espero que meu trabalho abra portas a ainda outros. A ária é muito famosa. Serviu de tema até para Hannibal Lecter… Sinto que vou desenvolver a interpretação das Goldberg pela vida inteira. Mesmo assim, estou muito feliz com meu trabalho. É a coisa mais importante que fiz até agora na minha carreira.

EU, PQP BACH, SOU LOUCO PELAS GOLDBERG. É a música que mais ouço e portanto posso dizer que é a que mais gosto dentre todas, pois não sou masoquista. Esta deve ser a quinta ou sexta postagem desta obra no blog. Acho que vocês aguentam.

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (versão para harpa, por Catrin Finch)

Arranged for Harp by Catrin Finch

1 Aria [3:33]
2 Var. 1 a 1 Clav. [1:27]
3 Var. 2 a 1 Clav. [1:59]
4 Var. 3 Canone all’Unisono a 1 Clav. [1:26]
5 Var. 4 a 1 Clav. [1:17]
6 Var. 5 a 1 ovvero 2 Clav. [0:48]
7 Var. 6 Canone alla Seconda a 1 Clav. [1:25]
8 Var. 7 a 1 ovvero 2 Clav. [2:19]
9 Var. 8 a 2 Clav. [1:00]
10 Var. 9 Canone alla Terza a 1 Clav. [1:34]
11 Var. 10 Fughetta a 1 Clav. [1:01]
12 Var. 11 a 2 Clav. [0:58]
13 Var. 12 Canone alla Quarta [2:11]
14 Var. 13 a 2 Clav. [2:47]
15 Var. 14 a 2 Clav. [1:12]
16 Var. 15 Canone alla Quinta in moto contrario [3:48]
17 Var. 16 Ouverture a 1 Clav. [3:38]
18 Var. 17 a 2 Clav. [1:35]
19 Var. 18 Canone alla Sesta a 1 Clav. [1:19]
20 Var. 19 a 1 Clav. [1:17]
21 Var. 20 a 2 Clav. [1:19]
22 Var. 21 Canone alla Settima [2:12]
23 Var. 22 Alla breve a 1 Clav. [1:31]
24 Var. 23 a 2 Clav. [1:13]
25 Var. 24 Canone all’Ottava a 1 Clav. [3:12]
26 Var. 25 a 2 Clav. [7:13]
27 Var. 26 a 2 Clav. [1:24]
28 Var. 27 Canone alla Nona [1:54]
29 Var. 28 a 2 Clav. [1:10]
30 Var. 29 a 1 ovvero 2 Clav. [1:09]
31 Var. 30 Quodlibet a 1 Clav. [2:06]
32 Aria [2:53]

Catrin Finch, harpa

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Catrin Finch, uma versão surpreendente das Goldberg
Catrin Finch, uma versão surpreendente das Goldberg

PQP

Leos Janáček (1854-1928): Música para Piano + Concertino para Piano, 2 Violinos, Viola, Clarinete, Trompa e Fagote (Thomas Hlawatsch)

Leos Janáček (1854-1928): Música para Piano + Concertino para Piano, 2 Violinos, Viola, Clarinete, Trompa e Fagote (Thomas Hlawatsch)

Janáček é um dos meus compositores favoritos. Hlawatsch é  ótimo. Se você não conhece a música para piano de Janáček, talvez conheça suas composições orquestrais: Taras Bulba e a Sinfonietta são talvez excelentes introduções ao seu mundo sonoro. Esta música soa “rústica” (seja lá o que isso signifique, embora eu a reconheça quando a ouço) e pode lembrá-lo de Dvořák. Ainda assim, definitivamente NÃO é Dvořák. Sua música para piano quase faz você querer dançar… Hlawatsch está um pouco acima de András Schiff neste belo repertório. Se você quer outra boa introdução à música de Janáček, não vai errar com este CD da Naxos. E o Concertinho é uma esplêndida e inesquecível joia! Vi-o uma vez tocado por membros da Osesp e aquilo grudou definitivamente nos meus olhos e ouvidos.

Leos Janáček (1854-1928): Música para Piano + Concertino para Piano, 2 Violinos, Viola, Clarinete, Trompa e Fagote (Thomas Hlawatsch)

1 Theme and Variations, Op. 1, JW VIII/6, “Zdenka Variations” 10:21

2. Three Moravian Dances (I. Ej, danaj!: Allegro II. Celadensky: Con moto III. Pilky: Andante) 04:39

3 A Recollection 01:13

4 Music for Exercise Gymnastique I – V 04:01

5 In the Mist, JW VIII/22: IV. Presto (original version) 01:51

In the Mist, JW VIII/22
6 I. Andante 03:57
7 II. Molto adagio 04:14
8 III. Andante 02:42
9 IV. Presto 04:43

Concertino for Piano, Two Violins, Viola, Clarinet and Horn, JW VII/11
10 I. Moderato 05:42
11 II. Più mosso 03:19
12 III. Con moto 03:55
13 IV. Allegro 04:34

Total Playing Time: 55:11

Thomas Hlawatsch, piano

Karoly Ambrus, horn
Csaba Babacsi, viola
Geza Banhegyi, clarinet
Istvan Hartenstein, bassoon
Bela Nagy, violin
Vilmos Olah, violin

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Janáček out of mist.

PQP

Ravel: Trio / Debussy, Respighi: Sonatas para violino e piano (Heifetz, Rubinstein, Piatigorsky, Bay)

Jascha Heifetz é a estrela do CD, mas os fãs de Arthur Rubinstein vão certamente se interessar pelo Trio de Ravel, muito bem gravado, com perfeito equilíbrio entre os três instrumentos. E, claro, com Rubinstein no piano e Piatigorsky no violoncelo a interpretação é cheia de nuances e de brilho.

Todos eles compostos na década de 1910, o Trio de Ravel e as Sonatas para violino de Debussy e Respighi eram obras contemporâneas para esses músicos aqui gravados. O Duo de Bohuslav Martinů, de 1927, mais ainda.

O Trio de Ravel e as peças de Debussy trazem todas as sutilezas da música francesa daquele período – aliás, aqui Ravel e Debussy se parecem, mais do que na música orquestral de ambos… E a Sonata do italiano Ottorino Respighi, obra relativamente pouco tocada, também merece o seu lugar ao sol. O encarte do álbum fala assim dela: a sonata robusta e expressiva, que equilibra com sucesso força emocional e substância musical, foi uma das várias boas obras que Heifetz retirou do anonimato: por anos ele foi o único violinista famoso a colocá-la no repertório dos seus recitais.

1-3. Debussy: Sonata para Violino e Piano em sol menor
4. Debussy: La fille au cheveux de lin (dos Prelúdios para Piano, transcrição A. Hartmann)
5-7. Respighi: Sonata para Violino e Piano em si menor
8. Ravel: Menuet (da Sonatina para Piano, transcrição L. Roques)
9-12. Ravel: Trio para Piano, Violino e Violincelo
13-14. Martinů: Duo nº 1 (Preludium – Rondo) para Violino e Violincelo, H 157

Recorded: 1950 (except track 8: 1947; tracks 13-14: 1964)
Jascha Heifetz – violin
Emmanuel Bay – piano (tracks 1-8)
Arthur Rubinstein – piano (tracks 9-12)
Gregor Piatigorsky – cello (tracks 9-14)

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Cuidado Monsieur Ravel, a cinza do cigarro vai cair nas teclas!

Pleyel

Antonio Vivaldi (1678 – 1741): Vivaldi x 2² (Concertos Duplos) – La Serenissima & Adrian Chandler ֍

Antonio Vivaldi (1678 – 1741): Vivaldi x 2² (Concertos Duplos) – La Serenissima & Adrian Chandler ֍

Vivaldi x 2²

Este disco é recente, foi produzido o ano passado, e é repleto de concertos duplos compostos pelo Padre Vermelho.

Chandler reclamando do fotógrafo do blog que só levou filmes em pb para a Rolleiflex…

Esses concertos eram compostos para ocasiões especiais – festas religiosas – e são cheios de grandeur, esperavam impressionar suas audiências mais do que os concertos para um instrumento solista. E certamente o faziam, caso fossem interpretados assim como o são aqui, com flair e maestria, pela excelente La Serenissima e seu fundador, Adrian Chandler.

A maioria dos concertos são para pares de instrumentos solistas: dois violoncelos, duas flautas, dois violinos ou dois oboés. No entanto, o primeiro concerto do disco é ainda mais suntuoso, empregando seis solistas: dois violinos, dois oboés e duas flautas doce. Fechando o cortejo com chave de ouro temos o famoso Concerto Il Proteo ò il Mondo al Roverscio para violino, violoncelo, duas flautas, dois oboés e cravo, além das cordas e contínuo.

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto for 2 violins, 2 oboes, 2 recorders, strings & continuo in C Major, RV 557
  1. Allegro non molto
  2. Largo
  3. Allegro non molto
Concerto for 2 cellos, strings & continuo in G Minor, RV 531
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto for 2 flutes, strings & continuo in C Major, RV 533
  1. Allegro molto
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto for 2 violins, strings & continuo in G Major, RV 516
  1. Allegro molto
  2. Andante
  3. Allegro
Concerto for 2 oboes, strings & continuo in C Major, RV 534
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto for 2 violins, strings & continuo in B-Flat Major, RV 524
  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro
Concerto Il Proteo ò il Mondo al Roverscio for violin, cello, 2 flutes, 2 oboes, harpsichord, strings & continuo in F Major, RV 572
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Oliver Cave, violino

Rachel Chaplin, oboé

Katy Bircher, flauta e flauta doce

Mark Baigent, oboé

Vladimir Waltham, Carina Drury, violoncelos

Flavia Hirte, flauta

Samuel Staples, violino

Robin Bigwood, cravo e órgão

La Serenissima

Adrian Chandler, violino e regência

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MP3 | 320 KBPS | 180 MB

Agora sim, todo mundo feliz com as cores…

A follow up to their album Vivaldi X2, this new offering from baroque specialists Las Serenissima combines further double concerti by Antonio Vivaldi with works for violin, cello, oboe, recorder and continuo. The previous album received rave reviews including Recording of the Month from BBC Music Magazine. These are some of Vivaldi’s most colourful and joyful works, and with director Adrian Chandler at the helm listeners can look forward to further baroque excellence from this dynamic ensemble. [Signum]

… after being obsessed by the composer and his musical world for more than 30 years, Chandler by now is almost Vivaldi incarnate…The playing style is forthright without being strident, and the notes are dispatched without the quirky additions (folksy improvisations, stamped feet) beloved of free spirits such as Nigel Kennedy. [The Times – August 2024]

Aproveite!

René Denon

Veja também o primeiro da série:

Vivaldi (1678-1741): Concertos Duplos – La Serenissima – Adrian Chandler

Berg (1885 – 1935) – Shostakovich (1906 – 1975) – Ligeti (1923 – 2006): Quartetos de Cordas – Minetti Quartet ֍

Berg (1885 – 1935) – Shostakovich (1906 – 1975) – Ligeti (1923 – 2006): Quartetos de Cordas – Minetti Quartet ֍

Berg: Quarteto Op. 3

Shostakovich: Quarteto No. 7

Ligeti: Quarteto No. 1

 

A postagem de hoje é um convite para uma voltinha pelo lado mais selvagem da música. Assim como investidores, os amantes da música se dividem em conservadores, moderados, arrojados e aqueles que vivem em outro planeta.

Os conservadores se destacam por insistir sempre no mesmo repertório ou na segurança daqueles eternos mesmos intérpretes, mesmo quando esses tais intérpretes começam a definhar. No outro lado do espectro encontramos uma tribo que se interessa por novos intérpretes ou intérpretes menos badalados, ou compositores que ainda não conseguiram o ticket para o panteão da imortalidade. Aqui estou pensando nos ouvintes arrojados, pois que os que estão em outro planeta podem ser bem fora das caixinhas, com programas de música experimental, construção de novos instrumentos ou tudo junto e misturado.

Eu gostaria de crer que me encontro entre moderado e arrojado (moderojado?). Nos meus dias de arrojo, instigado pela curiosidade, deixo a segurança dos selos mais conhecidos e tradicionais, de repertório conhecido por algum cheiro de novidade. Foi o caso desse disco da postagem. Simpatizei com o Quarteto Minetti, que pelo repertório de seus discos é bastante conservador: Haydn, Beethoven, Schubert e Mendelssohn. Mas tem também esse álbum, que começa com uma maravilha – o Quarteto Op. 3 de Alban Berg, um desses compositores mais esquisitões, mas que compôs peças dolorosamente bonitas. Ouça os dois movimentos que formam este quarteto e entenderão o que eu quero dizer.

Shostakovich é um grande enigma para mim. Sei que é compositor respeitadíssimo, que o boss aqui da repartição o tem em altíssima conta, que adora suas peças e que ele compôs uma enfiada de quartetos de cordas e de sinfonias, além de muitas outras coisas, como ópera, inclusive. Ouvir um quarteto de Shosta (é assim que a ele se refere o patrão…) é uma das minhas ousadias. E não foi que gostei! Acho que vou insistir um pouco mais nessas coisas. Tem um outro quarteto dele que já ouvi mais de uma vez, creio que seja o Oitavo.

O resto do disco tem o Primeiro Quarteto de Ligeti, cuja obra foi bastante divulgada aqui em nossas páginas por ocasião da celebração de seu centenário de nascimento.

Então é isso, fica a dica, é muito bom ouvir umas novidades de vez em quando… a menos que você seja do time dos arrojados e já conheça todas essas músicas. Se bem que o ainda jovem quarteto seja bastante bom e você que já é perito nesse tipo de música poderá desfrutar bastante do disco.

O nome “Quarteto Minetti” faz referência a uma peça do escritor Thomas Bernhard, que viveu em Ohlsdorf, no Salzkammergut, onde os dois violinistas do quarteto cresceram.

O Quarteto Minetti é vencedor de vários concursos internacionais de música de câmara (Concurso Schubert, Concurso Haydn) e recebeu o prêmio austríaco “Grande Gradus ad Parnassum”, a bolsa de estudos inicial do Ministério Federal Austríaco e a bolsa Karajan.

Entre os mentores do Quarteto Minetti temos Johannes Meissl e os membros do Quarteto Alban Berg na Universidade de Música de Viena, onde o quarteto se reuniu em 2003. Como participantes da Academia Europeia de Música de Câmara (ECMA), eles também foram muito incentivados e receberam apoio artístico de Ferenc Rados, Alfred Brendel e dos membros dos Quarteto Artemis, Quarteto Amadeus e Quarteto Hagen. A Hänssler Classic lançou quatro gravações de CD com quartetos de cordas de Haydn, Mendelssohn, Beethoven e Schubert, e a Avi music lançou quintetos de clarinete com Matthias Schorn, todos com ótimas críticas.

Alban Berg (1885 – 1935)

Quarteto de Cordas, Op. 3

  1. Langsam
  2. Mäßige Viertel

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)

Quarteto de Cordas No. 7 em fá sustenido menor, Op. 108

  1. Allegretto
  2. Lento
  3. Allegro – Allegretto

György Ligeti (1923–2006)

Quarteto de Cordas No. 1 ‘Métamorphoses nocturnes’

  1. Allegro grazioso
  2. Vivace
  3. Adagio, mesto
  4. Presto
  5. Prestissimo
  6. Andante tranquillo
  7. Tempo di valse, moderato con eleganza, un poco capriccioso
  8. Subito prestissimo
  9. Allegretto, un poco gioviale
  10. Prestissimo
  11. Ad libitum, senza misura
  12. Lento

Minetti Quartet

Maria Ehmer, violino
Anna Knopp, violino
Milan Milojicic, viola
Leonhard Roczek, violoncelo

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MP3 | 320 KBPS | 126 MB

O Quarteto Minetti esperando na entrada do PQP Bach Saal, em POA, antes de sua apresentação…

The Minettis show a marked aff inity for the soundworld of 20th-century string quartet repertoire, rising to the Berg’s tortured passion and performing with characterful range and versatility in Ligeti’s ‘Métamorphoses nocturnes’. For my money, though, Shostakovich No. 7 is the album’s gem, its sparser textures allowing more room for rhythmic elegance and elasticity. [BBC Music Magazine]

Aproveite!

René Denon

Shosta, depois de ter lido a crítica do disco pela BBC Music Magazine

.: interlúdio :. Chick Corea: Rendezvous in New York

.: interlúdio :. Chick Corea: Rendezvous in New York

Rendezvous in New York é um álbum onde o pianista estadunidense Chick Corea reuniu embros das nove bandas com as quais tocou no passado. Os músicos incluíam Terence Blanchard, Gary Burton, Eddie Gomez, Roy Haynes, Bobby McFerrin, Joshua Redman, Gonzalo Rubalcaba, Michael Brecker e Miroslav Vitous, dentre outros. Um timaço para celebrar sei 60º aniversário. Corea é, sem dúvida, um dos pianistas de jazz mais fluentes em improvisação de todos os tempos, além de ser um compositor talentoso e grande líder de banda. Pode ser um muito exibido, pode ser intrusivo, quebrando momentos mágicos que ele se esforçou muito para construir: às vezes tem uma incapacidade completa de esquecer ou ignorar o público, algo que está amplamente ausente em Jarrett, por exemplo. No entanto, os discípulos de Corea estarão interessados ​​neste notável e educado álbum duplo ao vivo, gravado ao longo de três semanas de apresentações no Blue Note de Nova York. Corea recebeu uma oportunidade que só um artista de sua estatura e poder de atração tem: a chance de tocar em nove conjuntos separados com uma variedade de amigos musicais. Cada banda tocou no Blue Note por duas noites, e o melhor de tudo isso foi capturado aqui. As três peças de dueto de abertura com o vocalista McFerrin são mais brincalhonas do que musicais, e dão ao show um começo esquisito. Mas depois disso, o pianista irrompe de uma forma assustadora em um trio com Roy Haynes e Miroslav Vitous, e continua em sua melhor imprevisibilidade malódica em uma banda expandida celebrando o pianista Bud Powell em Glass Enclosure e Tempus Fugit. Em Crystal Silence, a insensibilidade de Corea à necessidade de abrir espaço está sob sublime controle em um dueto sussurrante com o vibrafonista Gary Burton, e depois o grupo maior Origin exibe as cores ousadas do líder. Mas o dueto de dois pianos com Gonzalo Rubalcaba em um medley de Concierto D’Aranjuez e a própria Espanha de Corea é o destaque deslumbrante – um turbilhão de corridas entrelaçadas brilhantes, acordes latinos percussivos, intensidade e swing jubiloso.

Chick Corea: Rendezvous in New York

1-1 Chick Corea & Bobby McFerrin Duet– Armando’ Rhumba
Piano – Chick Corea
Vocals – Bobby McFerrin
4:56
1-2 Chick Corea & Bobby McFerrin Duet– Blue Monk
Piano – Chick Corea
Vocals – Bobby McFerrin
5:31
1-3 Chick Corea & Bobby McFerrin Duet– Concierto De Aranjuez / Spain
Piano – Chick Corea
Vocals – Bobby McFerrin
8:12
1-4 Now He Sings, Now He Sobs Trio– Matrix
Bass – Miroslav Vitous
Drums – Roy Haynes
Piano – Chick Corea
10:45
1-5 Remembering Bud Powell Band– Glass Enclosure / Temps Fugit
Bass – Christian McBride
Drums – Roy Haynes
Piano – Chick Corea
Tenor Saxophone – Joshua Redman
Trumpet – Terence Blanchard
16:08
1-6 Chick Corea & Gary Burton Duet*– Crystal Silence
Piano – Chick Corea
Vibraphone – Gary Burton
10:02
1-7 Chick Corea Akoustic Band– Bessie’s Blues
Bass – John Patitucci
Drums – Dave Weckl
Piano – Chick Corea
8:38
2-1 Chick Corea Akoustic Band– Autumn Leaves
Bass – John Patitucci
Drums – Dave Weckl
Piano – Chick Corea
11:32
2-2 Origin (12)– Armando’s Tango
Alto Saxophone – Steve Wilson (2)
Bass – Avishai Cohen
Drums – Jeff Ballard
Piano – Chick Corea
Tenor Saxophone – Tim Garland
Trombone – Steve Davis (7)
12:08
2-3 Ckick Corea & Gonzalo Rubalcaba Duet– Concierto De Aranjuez / Spain
Piano – Chick Corea, Gonzalo Rubalcaba
13:23
2-4 Chick Corea New Trio*– Lifeline
Bass – Avishai Cohen
Drums – Jeff Ballard
Piano – Chick Corea
11:59
2-5 Three Quartets Band– Quartet N° 2 Part I
Bass – Eddie Gomez
Drums – Steve Gadd
Piano – Chick Corea
Tenor Saxophone – Michael Brecker
11:42

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Nas bandas de Lagoa da Canoa (AL), ele também conhecido como Chico Correa

PQP

Giovanni Gabrieli (1553/6-1612): Música para Metais (Vol. 1) (Crees / London Symph Orch Brass)

Giovanni Gabrieli (1553/6-1612): Música para Metais (Vol. 1) (Crees / London Symph Orch Brass)

Um bom CD de música antiga. As 16 peças neste CD têm todas cinco minutos ou menos de duração, e a seleção varia de obras compostas entre 1597 até 1615. As peças são maravilhosamente tocadas e brilhantemente apresentadas, mantendo a marca registrada de Gabrieli na amplitude e beleza melódica. Antecedendo Bach e o Barroco mais conhecido por mais de 100 anos, a música de Gabrieli permanece como um testamento de um gênio artístico. Em termos de história da música, Gabrieli será lembrado pela influência pan-europeia que teve em seu tempo, pelo número de jovens compositores que estudaram com ele, lançando até as bases do barroco alemão, e por muitas obras corais importantes. Porém, se a música para metais tivesse sido tudo o que sobreviveu de sua grande obra, ele seria aclamado somente por isso.

Giovanni Gabrieli (1553/6-1612): Música para Metais (Vol. 1) (Crees /London Symph Orch Brass)

1 Canzoni et sonate: Canzon No. 17 (arr. E. Crees for brass) 02:40
2 Sacrae symphoniae: Canzon septimi et octavi toni a 12 (arr. E. Crees for brass) 02:40
3 Canzon IX (arr. E. Crees for brass) 03:02
4 Sacrae symphoniae: Canzon duodecimi toni I a 10 (arr. E. Crees for brass) 03:04
5 Canzon in echo a 12 (arr. E. Crees for brass) 03:26
6 Canzon XIV 03:10
7 Canzon VII 03:59
8 Canzon septimi toni II a 8 03:02
9 Sonata pian e forte a 8 05:09
10 Canzon XXVIII a 8, “Sol sol la fa mi” (arr. E. Crees for brass) 01:50
11 Canzoni et sonate: Canzon No. 11 (arr. E. Crees for brass) 03:38
12 Sacrae symphoniae: Canzon noni toni a 8 (arr. E. Crees for brass) 03:12
13 Canzoni et sonate: Sonata No. 13 (arr. E. Crees for brass) 02:27
14 Sacrae symphoniae: Canzon duodecimi toni III a 10 (arr. E. Crees for brass) 03:12
15 Canzoni et sonate: Canzon No. 8 (arr. E. Crees for brass) 04:24
16 Sacrae symphoniae: Canzon noni toni a 12 (arr. E. Crees for brass) 03:29

Total Playing Time: 52:24

Composer(s): Gabrieli, Giovanni
Arranger(s): Crees, Eric
Conductor(s): Crees, Eric
Ensemble(s): London Symphony Brass

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Gabrieli em visita recente à Accademia Veneziana da PQP Bach Corp.

PQP

Manuel de Falla (1876-1946): La vida breve / El amor brujo / El sombrero de tres picos (Victoria De Los Angeles, Rafael Frühbeck De Burgos, Carlo Maria Giulini, Orquestra Nacional De España, Philharmonia Orchestra)

Manuel de Falla (1876-1946): La vida breve / El amor brujo / El sombrero de tres picos (Victoria De Los Angeles, Rafael Frühbeck De Burgos, Carlo Maria Giulini, Orquestra Nacional De España, Philharmonia Orchestra)

Este disco é um “must have”, obrigatório para todos os que apreciam a música espanhola, mais especialmente a obra do grande Manuel de Falla.

Temos aqui as principais obras de Falla, “La Vida Breve”, “El Amor Brujo” e “Lo Sombrero de Tres Picos”, além de outras obras menos conhecidas, porém não  menos belas, na interpretação que consagrou a grande mezzo´soprano Victoria de Los Angeles.

O então jovem Carlo Maria Giulini a acompanha regendo a Filarmônica de Londres, em “El Amor Brujo”, enquanto que o regente espanhol Rafael Fruhbeck de Burgos a dirige em “La Vida Breve”, e em “El Sombrero de tres picos”.

“La Vida Breve” é uma pequeno Drama Lírico dividido em dois atos e quatro quadros. A música de Falla é uma homenagem à música flamenca, e são diversos os momentos em que se pode destacar na obra.

“El Amor Brujo” é uma obra para balé encomendada a Falla por Pastora Imperio, a mais famosa bailarina flamenca de sua época. De acordo com a sinopse tirada da Wikipedia, El Amor brujo cuenta la historia de Candela, una muchacha gitana, cuyo amor por Carmelo se ve atormentado por su descreído antiguo amante. La obra es de carácter marcadamente andaluz, tanto en lo musical como en lo literario. El libreto fue escrito por Gregorio Martínez Sierra en dialecto andaluz, si bien se ha llegado a poner en duda su autoría, en favor de su mujer, María de la O Lejárraga García, feminista apasionada que publicó obras bajo el nombre de su marido. La música contiene momentos de gran belleza y originalidad, e incluye las famosas Danza del fuego fatuo y Danza del terror.

“El Sombrero de Tres Picos” é outro balé,  “baseado en la novela homónima del escritor decimonónico Pedro Antonio de Alarcón. Se estrenó el 22 de julio de 1919 en el Alhambra Theatre de Londres bajo la batuta de Ernest Ansermet.

* En la historia de la danza teatral del siglo XX, ‘El sombrero de tres picos’ de Manuel de Falla puede reclamar un lugar tan significativo como el de la Petrushka de Ígor Stravinski. Ambas obras fueron producidas por el gran empresario Sergei Diaghilev y representadas por sus Ballets Rusos. Las dos rompen con las primitivas tradiciones temáticas que poblaban el género de princesas, apariciones y cisnes. Pero todavía más importante, quizás, es su visión de la burguesía con una cierta simpatía. En este sentido, en El sombrero… se reflejan las actitudes y aspiraciones de la Andalucía rural.

* Tras su estreno en Londres, la obra tuvo un rotundo éxito, elogiándose la acertada síntesis de música, baile, drama y decorado.

* Una primera versión de la obra, llamada El corregidor y la mujer del molinero fue representada en 1917 en el Teatro Eslava de Madrid como un fragmento de una pantomima de dos partes. Más tarde, Diaghilev conoció a de Falla y le convenció de la necesidad de retocar la obra con la intención de dotarla de mayor estructura teatral; el autor modificó su obra dándole más profundidad y sustancia.

* El ballet está basado en un cuento folclórico que comparte el espíritu de Beaumarchais, su brío y su profundo respeto por los recursos y el espíritu del segundo estrato de la sociedad.

Três obras primas de Manuel de Falla que encerram minha humilde e modesta homenagem à musica espanhola, tão rica e emotiva em detalhes. Volto a repetir que esta gravação é um primor, altamente recomendável.

Manuel de Falla: La vida breve; El amor brujo; El sombrero de tres picos

La Vida Breve
Acto Primero / Erster Akt / Act One / Premier Acte
¡Ah! ¡Ah! ¡Ande La Tarea! 2:51
Mi Querer Es Como El Hierro 3:05
¡Ramicos De Claveles! 2:38
Abuela, ¡No Viene! 2:13
Solo Tengo Dos Cariños 2:16
¡Ande La Tarea! 1:50
¡Vivan Los Que Ríen! 3:14
¡Malhaya El Hombre, Malhaya! 1:55
Salud…¿Qué? ¿Qué Pasa? 1:00
¡Paco! ¡Paco!…¡Mi Salud! 1:36
Dime, Paco 1:36
¡Paco!…¡Mi Chavala! 0:50
¿Ande Vas? 1:01
¡Mahlaya La Jembra Pobre! 2:20
Intermedio / Intermezzo 6:52

Acto Segundo / Zweiterr Akt / Act Two / Deuxième Acte
¡Olé!… ¡Ay! Yo Canto Por Soleares 3:08
Danza / Dance 3:19
¡Allí Está! Riyendo 3:32
¡Ay Qué Mundo Y Ay Qué Cosas! 0:41
¿No Te Dije? ¿La Ves? 2:35
¡Malhaya La Jembra Pobre! 1:39
Intermedio / Intermezzo 3:26
Danza / Dance 3:50
¡Carmela Mía! 1:48
¡Qué Gracia! 1:00
¡Yo No Vengo A Cantar! 3:35

Siete Canciones Populares Españolas
El Paño Moruno 1:19
Seguidilla Murciana 1:12
Asturiana 2:52
Jota 2:51
Nana 1:34
Canción 1:00
Polo 1:29

El Sombrero De Tres Picos
Introducción / Introduction 1:27
El Mirlo 1:47
El Petimetre Y El Cortejo 1:56
La Chica 1:09
El Corregidor 0:47
Danza De La Molinera 2:35
Minueto 1:05
Las Uvas 2:14
Fandango 1:53
Danza De Los Vecinos (Seguidilla) 3:16
Danza Del Molinero 3:04
La Detenciòn 1:33
Nocturno 2:43
Danza Del Corregidor 2:43
La Confrontación 2:08
Retorno Del Molinero 2:29
Danza Final 6:20

El Amor Brujo
Introducción Y Escena 0:34
En La Cueva 2:20
Canción Del Amor Dolido 1:38
El Aparecido 0:14
Danza Del Terror 2:01
El Circulo Mágico 2:44
A Medianoche 0:30
Danza Ritual Del Fuego 4:12
Escena 1:09
Canción Del Fuego Fatuo 1:34
Pantomimia 4:40
Danda Del Juego De Amor 3:00
Final = Finale: Las Campanas Del Amanecer 1:21

Soneto A Córdoba 2:26

Psyché 5:00

Baritone Vocals [El Cantaor] – Gabriel Moreno (tracks: 1-1 to 1-26)
Baritone Vocals [Manuel] – Luis Villarejo* (tracks: 1-1 to 1-26)
Bass Vocals [El Tío Sarvaor] – Víctor De Narke (tracks: 1-1 to 1-26)
Bass Vocals [La Voz De Un Vendedor] – Juan De Andia (tracks: 1-1 to 1-26)
Chorus – Orfeón Donostiarra (tracks: 1-1 to 1-26)
Chorus Master – Juan Gorostidi (tracks: 1-1 to 1-26)
Conductor – Carlo Maria Giulini (tracks: 2-18 to 2-30), Rafael Frühbeck De Burgos (tracks: 1-1 to 1-26, 2-1 to 2-17,)
Libretto By – Carlos Fernández Shaw (tracks: 1-1 to 1-26)
Mezzo-soprano Vocals [La Abuela, 2a. Vendedora] – Inés Rivadeneira (tracks: 1-1 to 1-26)
Orchestra – Orquesta Nacional De España (tracks: 1-1 to 1-26), Philharmonia Orchestra (tracks: 2-1 to 2-30)
Piano – Gonzalo Soriano (tracks: 1-27 to 1-33)
Soprano Vocals – Victoria De Los Angeles (tracks: 1-27 to 2-32)
Soprano Vocals [Carmela, 3a. Vendedora] – Ana María Higueras* (tracks: 1-1 to 1-26)
Soprano Vocals [Salud] – Victoria De Los Angeles (tracks: 1-1 to 1-26)
Tenor Vocals [Paco] – Carlo Cossutta (tracks: 1-1 to 1-26)
Tenor Vocals [Una Voz En La Fragua, Una Voz Lejana] – José María Higuero (tracks: 1-1 to 1-26)

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de Falla em visita ao RS para saber porque um grupo de rock adotou seu nome

FDP Bach

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Lady Macbeth de Mzensk (Chung)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Lady Macbeth de Mzensk (Chung)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Myung-Whun Chung e sua trupe fazem um monumental trabalho nesta versão da segunda e última ópera de Shostakovich.

Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk é uma ópera em quatro atos de Dmitri Shostakovitch. O libreto é inspirado na novela de mesmo nome publicada em 1865 por Nikolai Leskov. Ambientada na Rússia do século XIX, conta a história de uma mulher casada e solitária, Katerina Lvovna Ismailova, que se apaixona por outro homem e termina cometendo assassinatos. O argumento é sombrio, com bastante violência e sexo. O título faz referência a Lady Macbeth, a anti-heroina da tragédia shakespeareana Macbeth (1606).

A estreia ocorreu em 1934 em Leningrado (São Petersburgo) com enorme sucesso de público e crítica. Nos anos seguintes foi encenada nos palcos de todo o mundo. A ópera, porém, tornou-se mais famosa ainda pela intervenção das autoridades soviéticas: em 1936, funcionários do governo comunista – incluindo Josef Stálin – assistiram a uma apresentação no Teatro Bolshoi. Na edição de 28 de janeiro do jornal Pravda foi publicada uma severa crítica que descrevia a ópera como “ruído ao invés de música”, entre outras coisas (Stálin teria chamado a ópera de uma pornofonia). Frente a essa denúncia, Shostakovitch passou a temer por sua liberdade artística e até por sua vida, e em 1937 escreveu sua Quinta Sinfonia em um tom muito mais convencional, descrita pelo próprio artista como “a resposta de um artista soviético a uma crítica justa”.

Esta foi a última ópera de Shostakovich. Nos anos 60, ele a revisou, suprimindo as partes mais quentes. Atualmente, porém, a composição original é a mais executada, claro.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Lady Macbeth de Mzensk (Chung)

01. Akh, Ne Spitsya Bol’se, Poprobuyu
02. Gribli Segodnya Budut?
03. Govori/ Zacem Ze Ti Uyezzayes’, Khozyain/ Vot, Papa, Posmotri/ Proscay, Katerina…
04. Interlude
05. Ay! Ay! Ay! Ay, Besstiziy, Oy, Ne Scipli/ Otpustite Babu
06. Mnogo Vi, Muziki, O Sebe Vozmectali/ Cto Eto?
07. Interlude
08. Spat’ Pora. Den’ Prosol
09. Zerebyonok K Kobilke Toropitsya
10. Kto Eto, Kto, Kto Stucit?/ Proscay/ Uydi Ti, Radi Boga, Ya Muznyaya Zena
11. Cto Znacit Starost’: Ne Spitsya
12. Proscay, Katya, Proscay!/ Stoy! Gde Bil?/ Smotri, Katerina, Zanyatnoye Zrelisce
13. Ustal – Prikazete Mne Postegat?/ Progolodalsya Ya
14. Vidno, Skoro Uz Zarya. Ekh!/ Gde Tut Umirayut?/ Batya, Ispovedat’sya/ …
15. Interlude

01. Sergey, Seryoza! Vsyo Spit
02. Opyat’ Usnul/ Katerina L’vovna, Ubiyca!/ Nu? Cego Tebe?/ Andante(Orchestra)
03. Slusay, Sergey, Sergey!/ Katerina! – Kto Tam?/ Teper’ Sabas
04. Cto Ti Tut Stois?/ U Menya Bila Kuma/ Interlude
05. Sozdan Policeyskiy Bil Vo Vremya Ono/ U Izmaylovoy Seycas Pir Goroy/ Vase Blagorodiye!/ …
06. Interlude
07. Slava Suprugam, Katerine L’vovne I Sergeyu Filippicu, Slava!/ Nikogo Net Krase Solnca V Nebe?/ …
08. Vyorsti Odna Za Drugoy Dlinnoy Polzut Verenicey
09. Stepanic! Propusti Menya
10. Ne Legko Posle pocota Da Poklonov Pered Sudom Stoyat
11. Moyo Pocten’ Ye!/ Dostanu! Katya!/ Is, Zver’!/ Adagio
12. V Lesu, V Samoy Casce, Yest’ Ozero/ Znayes Li, Sonetka, Na Kogo S Toboy Mi Pokhozi?
13. Vstavay! Po Mestam! Zivo!

Maria Ewing
Elena Zaremba
Aage Haugland
Sergei Larin
Philip Landridge
Carlos Alvarez
Philippe Duminy
Anatoly Kotcherga
Johann Tilli
Bastille Opera Orchestra
Myung-Whun Chung, regente

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Maria Ewing não é nenhuma Galina Vishnevskaya, mas faz uma Lady Macbeth de primeira linha.
Maria Ewing não é nenhuma Galina Vishnevskaya, mas faz uma Lady Macbeth de primeira linha.

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Arpeggione Sonata, 3 Sonatines, op. 137 (P. Wispelwey, P. Giacometti)

Ah, essa Sonata “Arpergionne” de Schubert é uma delícia. Não há como não nos emocionarmos com ela. A beleza das melodias é única, como diria nosso colega PQPBach, provavelmente Schubert foi um dos maiores dos melodistas da história da música.

A dupla Wispelwey / Giacometti faz aqui neste cd uma leitura mais contida, não tão romantizada da “Arpeggione”, como as que estamos acostumados a ouvir. Talvez seja a sonoridade do pianoforte de Giacometti que contenha o excelente violoncelista holandês, o fato é que a dupla funciona muito bem, e explora com maestria os meandros dessa obra prima do repertório do violoncelo.

No cd eles também tocam as Sonatinas, op. 137, que originalmente foram escritas para violino, e que já trouxemos aqui mesmo no blog. A transcrição foi feita pelo próprio Wispelwey.

Franz Schubert (1797-1828): Arpeggione Sonata, 3 Sonatines, op. 137 (P. Wispelwey, P. Giacometti)

01 Sonata in a minor D 821 Arpeggione – I. Allegro moderato
02 Sonata in a minor D 821 Arpeggione – II. Adagio
03 Sonata in a minor D 821 Arpeggione – III. Allegretto

04 Sonatina in D major D 384 Opuis 137 No 1 – I. Allegro molto
05 Sonatina in D major D 384 Opuis 137 No 1 – II. Andante
06 Sonatina in D major D 384 Opuis 137 No 1 – III. Allegro vivace

07 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 – I. Allegro moderato
08 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 – II. Andante
09 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 – III. Menuetto and Trio
10 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 – IV. Allegro

11 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 – I. Allegro giusto
12 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 – II. Andante
13 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 – III. Menuetto and Trio
14 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 – IV. Allegro moderato

Pieter Wispelwey – Cello (Bohemian, 19th century)
Paolo Giacometti – Pianoforte (Salvatore Lagrassa, vienese school, circa 1815)
Recording: Deventer, Doop. Kerk, 1996

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Schubert ao Piano – pintura de Gustav Klimt, 1899

FDP (2015), revalidado por Pleyel (2024)

Franz Schubert (1797-1828): Quinteto para Cordas D 956 (Orpheus Quartet, P. Wispelwey)

Entre os melômanos mais dedicados existe um quase consenso de que a música de câmara permite aos compositores uma atenção aos detalhes – e aos ouvintes a audição transparente desses detalhes na voz de cada um dos instrumentos que se combinam – que fica impossibilitada nas obras para grande orquestra. Cada instrumento, em um trio ou quarteto, tem sua voz autônoma e elas ao mesmo tempo dialogam entre si, isso fica muito evidente desde as Trio Sonatas que surgem por volta do ano 1700, primeiro na Itália e logo depois na Alemanha de Händel e J.S. Bach. No classicismo vienense, o quarteto de cordas se torna o veículo principal para esse tipo de música, não sem relação com um certo ideal de equilíbrio entre as sonoridades dos instrumentos, equilíbrio que é justamente um dos fundamentos para a música da corrente iniciada por Haydn ser chamada classicismo – pois, para além do uso banal do tipo “são clássicos imortais”, o clássico na cultura ocidental envolve certas ideias de simetria, harmonia, ordem etc. que os românticos (e depois os modernistas) vão denunciar como uma ordem autoritária que atrapalha as fantasias e sonhos.

Eu gosto enormemente desse quinteto de Schubert, mais do que dos seus quartetos: não é um gosto racional, é uma daquelas obras que simplesmente tocam mais fundo em alguns de nós, mas, tentando interpretar esse gosto em termos racionais, diria que o quinteto mantém em certos momentos o diálogo transparente da música de câmara e em outros momentos dá uns passos em outra direção. Nessa obra, uma das últimas de Schubert, a transparência já não é completa: cinco instrumentos já estão bem no limite das nossas capacidades de acompanhar as melodias individuais, mas além disso os dois violinos e os dois violoncelos às vezes se fundem no agudo e no grave. Também gosto bastante, claro, do quinteto com piano e contrabaixo “A Truta”, mas aqui neste quinteto mais tardio em dó maior parece que essa mistura das vozes dá um toque diferente que também faz parte da transição entre o classicsmo vienense e a sensibilidade romântica. Sem falar em tantas melodias belíssimas, mas isso é chover no molhado em se tratando de Schubert.

Orpheus Quartet e P. Wispelwey fazem aqui uma interpretação mais contida do que outras que se ouve por aí. Esse quarteto teve uma carreira meteórica, encerrada após a morte precoce do seu primeiro violinista.

Franz Schubert (1797-1828): Quinteto para Cordas D. 956
I. Allegro ma non troppo
II. Adagio
III. Scherzo: Presto – Trio – Andante sostenuto
IV. Allegretto
Orpheus Quartet e Pieter Wispelwey
Recorded: Dutch Reformed Church, Kortenhoef, NL, june 1994

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Pieter Wispelwey

Pleyel

Beethoven (1770-1827): Sinfonia Nº 7 / Brahms (1833-1897): Sinfonias 1, 3 & Abertura Trágica / Dvořák (1841-1904): Sinfonia Nº 8 (Wiener Philharmoniker – Herbert von Karajan) ֎

Beethoven (1770-1827): Sinfonia Nº 7 / Brahms (1833-1897): Sinfonias 1, 3 & Abertura Trágica / Dvořák (1841-1904): Sinfonia Nº 8 (Wiener Philharmoniker – Herbert von Karajan) ֎

The Best of Jurassic World!

Beethoven #7

Brahms #1 & #3

Dvořák # 8

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

Houve um período no qual enormes maestrossáuros andavam pelos territórios musicais e regiam tudo à sua volta! Uma dessas típicas criaturas era Herr Karajan, que dominava as melhores orquestras, os melhores festivais e casas de ópera. Com a Berliner Philharmoniker ele gravava (over and over) seu vasto repertório sinfônico para o selo amarelo, iniciando tudo de novo a cada novo avanço tecnológico. Em geral, suas melhores contribuições ocorreram na década de 1960. A postagem de hoje, no entanto, explora outra parte de suas gravações, feitas com a Wiener Philharmoniker para a gravadora DECCA. O produtor aqui era John Culshaw, uma verdadeira lenda das gravações. O repertório aqui incluía óperas e música sinfônica, mas nada de ciclos completos.

Reuni para essa postagem quatro sinfonias:  Sétima de Beethoven, Primeira e Terceira de Brahms e Oitava de Dvořák. Uma festa para quem gosta dessas sinfonias interpretadas com grande orquestra.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sinfonia No. 7 em lá maior, Op. 92

  1. Poco sostenuto – Vivace
  2. Allegretto
  3. Presto – Assai meno presto
  4. Allegro con brio

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Abertura Trágica, Op. 81

  1. Allegro Non Troppo

Sinfonia No. 1 em dó minor, Op. 68

  1. Allegro
  2. Andante sostenuto
  3. Un poco allegretto e grazioso
  4. Allegro non troppo ma con brio

Sinfonia No. 3 em fá maior, Op. 90

  1. Allegro con brio
  2. Andante
  3. Poco allegretto
  4. Allegro

Antonin Dvořák (1841 – 1904)

Sinfonia No. 8 em sol maior, Op. 88

  1. Allegro con brio
  2. Adagio
  3. Allegretto grazioso
  4. Allegro ma non troppo

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

Gravações feitas na Sofiensaal, Viena

1959 (Beethoven 7 & Brahms 1); 1961 (outras)

Produção: John Culshaw

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MP3 | 320 KBPS | 378 MB

Maestrossáuro pronto para dar um bote…

Regendo a Filarmônica de Viena: Em Salzburgo, em 1934, von Karajan liderou a Filarmônica de Viena pela primeira vez e, de 1934 a 1941, foi contratado para conduzir concertos de ópera e orquestra sinfônica no Teatro Aachen.

Sobre a criatura: Como diretor e administrador, ele tolerava pouca interferência, mas como maestro, ele era camaleônico em sua abordagem às orquestras: um professor nato e um ensaiador habilidoso que, nas palavras de Walter Legge, “conhecia a psicologia de uma orquestra provavelmente melhor do que qualquer pessoa viva”.  Os críticos notaram isso pela primeira vez no Festival de Salzburgo de 1957 quando, após um cancelamento de Otto Klemperer, Karajan foi obrigado a reger a Filarmônica de Viena e sua própria Filarmônica de Berlim em noites sucessivas. Ambas as orquestras são carros dos melhores fabricantes, observou o Die Presse de Viena, e Karajan dirige ambos com igual habilidade. “No caso da Filarmônica de Viena, sua direção é calma e sem ostentação. Ele não pressiona a orquestra; ele sabe que ela prefere um ritmo fácil e uma maneira relaxada. Os berlinenses, por outro lado, tocam da ponta de seus assentos.” Dito isso, a Filarmônica de Viena também podia tocar da ponta de seus assentos, particularmente em grandes peças orquestrais, como mostram essas gravações.

Aproveite!

René Denon

Maestrossáuro, para colorir…

.: interlúdio:. Brad Mehldau – The Art of Trio

Esse texto aí de baixo é da postagem original, lá de 2013. Muita água rolou por baixo da ponte, muita coisa aconteceu, e depois de ler o texto de apresentação pensei que talvez fosse a hora de trazer novamente essa espetacular série, desta vez completa, com seus cinco cds, um melhor que o outro, lhes garanto. Mehldau não é mais um menino, ao contrário, é hoje um sóbrio senhor, que ainda vem encantando seu público com seu virtuosismo, sensibilidade e técnica apuradíssima. 

Vou botar os cinco cds de uma só vez, para serem apreciados devidamente, se possível, na sua sequência, não que isso seja obrigatório, ouçam da forma que quiserem. 

Volto a reforçar que o texto abaixo é de 2013, claro que o Milton Ribeiro nesta altura do campeonato já conhece muito bem este pianista. 

Nosso amigo Milton Ribeiro confidenciou-me dia destes que desconhecia Brad Mehldau. Eu fiquei espantando, ainda mais sabendo que o Milton é uma verdadeira enciclopédia da música, e conhece muita coisa e muita gente. Surpreendeu-me realmente, afinal de contas, o jovem pianista (nasceu em 1970) já está há um bom tempo na área, e já gravou com um monte de gente conhecida, como Pat Metheny, Anne Sophie von Otter, entre diversos outros.

Meu caro Milton, imagine um Keith Jarrett sem ter passado por todas as fases que passou até chegar à sua versão de trio acústico. Sei que estou exagerando, mas vejo Brad Mehldau como a evolução daquilo que Keith Jarrett acrescentou e ainda acrescenta à técnica do piano. O rapaz é um fenômeno e não teme se arriscar. Claro que não podemos esquecer de Bill Evans, Herbie Hancock, Thelonius Monk, Chick Corea, para citar apenas algumas das influências visíveis do rapaz;  Então, una estas técnicas apuradíssimas,  conseguidas através de anos sentados atrás do instrumento, aliadas a um virtuosismo espantoso, desconte a idade e a quantidade de heroína que Bill Evans consumiu… então podes ter uma idéia de quem é Brad Mehldau. Aí comece a ouvir este cd pela sua terceira faixa, uma homenagem a Thelonius Monk… e depois me diga o que achas. Se o conheço mais ou menos bem, sei que sua expressão será: onde diabos eu estava que não conheci esse cara antes?

Num primeiro momento, o espanto… depois a certeza de que estamos diante de um novo fenômeno do piano, e o que é mais importante, ainda jovem, e ainda podendo evoluir, e muito. Quando comecei a ouvir este rapaz, há pelo menos uns dez anos atrás, achei muita presunção da parte dele lançar uma série de cinco cds com o título de “Art of Trio”. Pensei comigo mesmo, quem esse cara está pensando que é? Ainda mais com toda a lista de excepcionais músicos que vieram antes dele e deram forma à este estilo tão característico do jazz, o Piano Trio. Depois entendi que na verdade se tratava de uma homenagem à todos aqueles gigantes que vieram antes dele, me apropriando de uma frase meio clichê, ele se apoiava sobre os ombros dos gigantes para mostrar a evolução da técnica, e do próprio jazz.

Em todos os CDs os músicos que acompanham serão sempre os mesmos: o baixista Larry Grenadier e o baterista Jorge Rossi.

As gravações foram realizadas entre 1997 e 2001.

Volume One
1 Blame It On My Youth
2 I Didn’t Know What Time It Was
3 Ron’s Place
4 Blackbird
5 Lament For Linus
6 Mignon’s Song
7 I Fall In Love Too Easily
8 Lucid
9 Nobody Else But Me

 

Live At The Village Vanguard – The Art Of The Trio Volume Two 
1 It’s Alright With Me
2 Young And Foolish
3 Monk’s Dream
4 The Way You Look Tonight
5 Moon River
6 Countdown

 

 

Volume Three – Songs
1 Song-Song
2 Unrequited
3 Bewitched, Bothered And Bewildered
4 Exit Music (For A Film)
5 At A Loss
6 Convalescent
7 For All We Know
8 River Man
9 Young At Heart
10 Sehnsucht

Volume 4 Back At The Vanguard
1 All The Things You Are
2 Sehnsucht
3 Nice Pass
4 Solar
5 London Blues
6 I’ll Be Seeing You
7 Exit Music (For A Film)

 

 

Volume 5 Evolution Art Of The Trio
CD 1
1 The More I See You – Live
2 Dream’s Monk – Live
3 The Folks Who Live On The Hill
4 Alone Together – Live
5 It Might As Well Be Spring
6 Cry Me A River – Live
7 River Man – Live

 

CD 2
1 Quit – Live
2 Secret Love – Live
3 Sublation – Live
4 Resignation – Live
5 Long Ago And Far Away – Live
6 How Long Has This Been Going On? – Live

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE (OS CINCO CDS ESTÃO COMPACTADOS EM ARQUIVO ÚNICO)

FDP