CHPN & BTHVN
Sonatas para Piano
Beatrice Rana
Beatrice Rana brilhou para o mundo da música ao ganhar o Concurso Musical Internacional de Montreal, em 2011, e novamente, ao ganhar a Medalha de Prata no 14º. Van Cliburn International Piano Competition, dois anos depois. O disco do Concurso de Montreal tem os Prelúdios de Chopin e uma sonata para piano de Scriabin. O disco do Concurso Van Cliburn tem os Estudos Sinfônicos de Schumann, Gaspard de la nuit, de Ravel e Out of Doors, de Bartók, apenas…
A jovem pianista já se apresentou aqui nos palcos do PQP Bach interpretando Bach, Chopin e Ravel, sempre com sucesso de crítica e público. Encorajado por esse retrospecto e verdadeiramente mesmerizado por esse novo disco, nada mais certo do que a trazer novamente para essas páginas.
Esse disco reúne pela primeira vez (talvez) duas sonatas para piano que são emblemáticas da obra de cada um dos compositores. Ela mesma explicou as razões dessas escolhas em uma entrevista para Jeremy Nicholas, que poderá ser lida na íntegra no livreto que acompanha os arquivos musicais da postagem. Aqui está um resumo.
Sobre a Hammerklavier, ela disse que teve tempo de estuda-la bastante durante a pandemia: Eu realmente encontrei uma conexão profunda com essa música, especialmente por causa da época em que aprendi a Sonata: o isolamento, estar trancada longe do resto do mundo. O terceiro movimento fala muito sobre solidão, sobre ir fundo em si mesmo, um espelho completo do que eu estava vivenciando. Ao mesmo tempo, o quarto movimento, com sua grande fuga, me mostrou que também havia uma chance de escapar dessa condição. É uma peça que afirma muito a vida, apesar do fato de que também refletia muito do que estava acontecendo em nosso mundo naquela época.
Sobre a Sonata de Chopin: Eu absolutamente adoro esse período intermediário de Chopin em particular, quando a Sonata foi escrita: uma época em que ele estava experimentando com som, harmonias e estrutura. Eu acho isso tão visionário. […] É muito mais aventureiro do que em suas composições finais, que são muito clássicas de certa forma. Então a Segunda Sonata, mesmo agora, é incrível. Quando você pensa no quarto movimento, é tão moderno, tão experimental. Sim, a Sonata de Beethoven é uma sonata muito humana, mas a Sonata de Chopin é humana de uma forma muito diferente. O trio no meio da marcha fúnebre [terceiro movimento] é meio que übermenschlich – como um filósofo pode descrever a superação de si mesmo de uma forma transcendental.
Sobre a reunião das duas peças em um só disco: Essas duas sonatas em si bemol transcendem a condição humana de maneiras muito diferentes — mas não totalmente diferentes, porque ambas têm muito a ver com o medo da morte, com o medo da solidão. Cada uma encontra uma solução de maneira diferente. Acho que isso tornou a junção dessas duas peças muito interessante. Mas também, embora esses compositores fossem próximos cronologicamente, eles parecem totalmente separados. E de certa forma, a Sonata de Chopin é muito Beethoveniana porque sua estrutura — a do primeiro movimento especialmente — é muito compacta. Há tanta linearidade na arquitetura. Ela está sempre avançando — não é um ciclo, é uma única história que se está contando. Tecnicamente, os dois compositores não têm muito em comum, mas ambos estão experimentando. Acho que quando você olha para os últimos movimentos das duas sonatas, ambos são experimentos — experimentos no mais alto nível e de maneiras completamente diferentes.
FRÉDÉRIC CHOPIN (1810–1849)
Piano Sonata No.2 in B flat minor Op.35 “Funeral March”
- Grave – Doppio movimento
- Scherzo
- Marche funèbre: Lento
- Finale: Presto
LUDWIG VAN BEETHOVEN 1770–1827
Piano Sonata No.29 in B flat Op.106 “Hammerklavier”
- Allegro
- Scherzo: Assai vivace
- Adagio sostenuto
- Introduzione: Largo – Allegro
- Fuga: Allegro risoluto
BEATRICE RANA piano
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MP3 | 320 KBPS | 173 MB
“Beatrice Rana possesses a old soul that belies under her twenty years, and more than a touch of genius.” Gramophone
Aproveite!
René Denon