Dmitri Shostakovich (1906-1975): Lady Macbeth de Mzensk (Chung)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Lady Macbeth de Mzensk (Chung)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Myung-Whun Chung e sua trupe fazem um monumental trabalho nesta versão da segunda e última ópera de Shostakovich.

Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk é uma ópera em quatro atos de Dmitri Shostakovitch. O libreto é inspirado na novela de mesmo nome publicada em 1865 por Nikolai Leskov. Ambientada na Rússia do século XIX, conta a história de uma mulher casada e solitária, Katerina Lvovna Ismailova, que se apaixona por outro homem e termina cometendo assassinatos. O argumento é sombrio, com bastante violência e sexo. O título faz referência a Lady Macbeth, a anti-heroina da tragédia shakespeareana Macbeth (1606).

A estreia ocorreu em 1934 em Leningrado (São Petersburgo) com enorme sucesso de público e crítica. Nos anos seguintes foi encenada nos palcos de todo o mundo. A ópera, porém, tornou-se mais famosa ainda pela intervenção das autoridades soviéticas: em 1936, funcionários do governo comunista – incluindo Josef Stálin – assistiram a uma apresentação no Teatro Bolshoi. Na edição de 28 de janeiro do jornal Pravda foi publicada uma severa crítica que descrevia a ópera como “ruído ao invés de música”, entre outras coisas (Stálin teria chamado a ópera de uma pornofonia). Frente a essa denúncia, Shostakovitch passou a temer por sua liberdade artística e até por sua vida, e em 1937 escreveu sua Quinta Sinfonia em um tom muito mais convencional, descrita pelo próprio artista como “a resposta de um artista soviético a uma crítica justa”.

Esta foi a última ópera de Shostakovich. Nos anos 60, ele a revisou, suprimindo as partes mais quentes. Atualmente, porém, a composição original é a mais executada, claro.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Lady Macbeth de Mzensk (Chung)

01. Akh, Ne Spitsya Bol’se, Poprobuyu
02. Gribli Segodnya Budut?
03. Govori/ Zacem Ze Ti Uyezzayes’, Khozyain/ Vot, Papa, Posmotri/ Proscay, Katerina…
04. Interlude
05. Ay! Ay! Ay! Ay, Besstiziy, Oy, Ne Scipli/ Otpustite Babu
06. Mnogo Vi, Muziki, O Sebe Vozmectali/ Cto Eto?
07. Interlude
08. Spat’ Pora. Den’ Prosol
09. Zerebyonok K Kobilke Toropitsya
10. Kto Eto, Kto, Kto Stucit?/ Proscay/ Uydi Ti, Radi Boga, Ya Muznyaya Zena
11. Cto Znacit Starost’: Ne Spitsya
12. Proscay, Katya, Proscay!/ Stoy! Gde Bil?/ Smotri, Katerina, Zanyatnoye Zrelisce
13. Ustal – Prikazete Mne Postegat?/ Progolodalsya Ya
14. Vidno, Skoro Uz Zarya. Ekh!/ Gde Tut Umirayut?/ Batya, Ispovedat’sya/ …
15. Interlude

01. Sergey, Seryoza! Vsyo Spit
02. Opyat’ Usnul/ Katerina L’vovna, Ubiyca!/ Nu? Cego Tebe?/ Andante(Orchestra)
03. Slusay, Sergey, Sergey!/ Katerina! – Kto Tam?/ Teper’ Sabas
04. Cto Ti Tut Stois?/ U Menya Bila Kuma/ Interlude
05. Sozdan Policeyskiy Bil Vo Vremya Ono/ U Izmaylovoy Seycas Pir Goroy/ Vase Blagorodiye!/ …
06. Interlude
07. Slava Suprugam, Katerine L’vovne I Sergeyu Filippicu, Slava!/ Nikogo Net Krase Solnca V Nebe?/ …
08. Vyorsti Odna Za Drugoy Dlinnoy Polzut Verenicey
09. Stepanic! Propusti Menya
10. Ne Legko Posle pocota Da Poklonov Pered Sudom Stoyat
11. Moyo Pocten’ Ye!/ Dostanu! Katya!/ Is, Zver’!/ Adagio
12. V Lesu, V Samoy Casce, Yest’ Ozero/ Znayes Li, Sonetka, Na Kogo S Toboy Mi Pokhozi?
13. Vstavay! Po Mestam! Zivo!

Maria Ewing
Elena Zaremba
Aage Haugland
Sergei Larin
Philip Landridge
Carlos Alvarez
Philippe Duminy
Anatoly Kotcherga
Johann Tilli
Bastille Opera Orchestra
Myung-Whun Chung, regente

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Maria Ewing não é nenhuma Galina Vishnevskaya, mas faz uma Lady Macbeth de primeira linha.
Maria Ewing não é nenhuma Galina Vishnevskaya, mas faz uma Lady Macbeth de primeira linha.

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Arpeggione Sonata, 3 Sonatines, op. 137 (P. Wispelwey, P. Giacometti)

Ah, essa Sonata “Arpergionne” de Schubert é uma delícia. Não há como não nos emocionarmos com ela. A beleza das melodias é única, como diria nosso colega PQPBach, provavelmente Schubert foi um dos maiores dos melodistas da história da música.

A dupla Wispelwey / Giacometti faz aqui neste cd uma leitura mais contida, não tão romantizada da “Arpeggione”, como as que estamos acostumados a ouvir. Talvez seja a sonoridade do pianoforte de Giacometti que contenha o excelente violoncelista holandês, o fato é que a dupla funciona muito bem, e explora com maestria os meandros dessa obra prima do repertório do violoncelo.

No cd eles também tocam as Sonatinas, op. 137, que originalmente foram escritas para violino, e que já trouxemos aqui mesmo no blog. A transcrição foi feita pelo próprio Wispelwey.

Franz Schubert (1797-1828): Arpeggione Sonata, 3 Sonatines, op. 137 (P. Wispelwey, P. Giacometti)

01 Sonata in a minor D 821 Arpeggione – I. Allegro moderato
02 Sonata in a minor D 821 Arpeggione – II. Adagio
03 Sonata in a minor D 821 Arpeggione – III. Allegretto

04 Sonatina in D major D 384 Opuis 137 No 1 – I. Allegro molto
05 Sonatina in D major D 384 Opuis 137 No 1 – II. Andante
06 Sonatina in D major D 384 Opuis 137 No 1 – III. Allegro vivace

07 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 – I. Allegro moderato
08 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 – II. Andante
09 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 – III. Menuetto and Trio
10 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 – IV. Allegro

11 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 – I. Allegro giusto
12 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 – II. Andante
13 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 – III. Menuetto and Trio
14 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 – IV. Allegro moderato

Pieter Wispelwey – Cello (Bohemian, 19th century)
Paolo Giacometti – Pianoforte (Salvatore Lagrassa, vienese school, circa 1815)
Recording: Deventer, Doop. Kerk, 1996

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Schubert ao Piano – pintura de Gustav Klimt, 1899

FDP (2015), revalidado por Pleyel (2024)

Franz Schubert (1797-1828): Quinteto para Cordas D 956 (Orpheus Quartet, P. Wispelwey)

Entre os melômanos mais dedicados existe um quase consenso de que a música de câmara permite aos compositores uma atenção aos detalhes – e aos ouvintes a audição transparente desses detalhes na voz de cada um dos instrumentos que se combinam – que fica impossibilitada nas obras para grande orquestra. Cada instrumento, em um trio ou quarteto, tem sua voz autônoma e elas ao mesmo tempo dialogam entre si, isso fica muito evidente desde as Trio Sonatas que surgem por volta do ano 1700, primeiro na Itália e logo depois na Alemanha de Händel e J.S. Bach. No classicismo vienense, o quarteto de cordas se torna o veículo principal para esse tipo de música, não sem relação com um certo ideal de equilíbrio entre as sonoridades dos instrumentos, equilíbrio que é justamente um dos fundamentos para a música da corrente iniciada por Haydn ser chamada classicismo – pois, para além do uso banal do tipo “são clássicos imortais”, o clássico na cultura ocidental envolve certas ideias de simetria, harmonia, ordem etc. que os românticos (e depois os modernistas) vão denunciar como uma ordem autoritária que atrapalha as fantasias e sonhos.

Eu gosto enormemente desse quinteto de Schubert, mais do que dos seus quartetos: não é um gosto racional, é uma daquelas obras que simplesmente tocam mais fundo em alguns de nós, mas, tentando interpretar esse gosto em termos racionais, diria que o quinteto mantém em certos momentos o diálogo transparente da música de câmara e em outros momentos dá uns passos em outra direção. Nessa obra, uma das últimas de Schubert, a transparência já não é completa: cinco instrumentos já estão bem no limite das nossas capacidades de acompanhar as melodias individuais, mas além disso os dois violinos e os dois violoncelos às vezes se fundem no agudo e no grave. Também gosto bastante, claro, do quinteto com piano e contrabaixo “A Truta”, mas aqui neste quinteto mais tardio em dó maior parece que essa mistura das vozes dá um toque diferente que também faz parte da transição entre o classicsmo vienense e a sensibilidade romântica. Sem falar em tantas melodias belíssimas, mas isso é chover no molhado em se tratando de Schubert.

Orpheus Quartet e P. Wispelwey fazem aqui uma interpretação mais contida do que outras que se ouve por aí. Esse quarteto teve uma carreira meteórica, encerrada após a morte precoce do seu primeiro violinista.

Franz Schubert (1797-1828): Quinteto para Cordas D. 956
I. Allegro ma non troppo
II. Adagio
III. Scherzo: Presto – Trio – Andante sostenuto
IV. Allegretto
Orpheus Quartet e Pieter Wispelwey
Recorded: Dutch Reformed Church, Kortenhoef, NL, june 1994

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Pieter Wispelwey

Pleyel

Beethoven (1770-1827): Sinfonia Nº 7 / Brahms (1833-1897): Sinfonias 1, 3 & Abertura Trágica / Dvořák (1841-1904): Sinfonia Nº 8 (Wiener Philharmoniker – Herbert von Karajan) ֎

Beethoven (1770-1827): Sinfonia Nº 7 / Brahms (1833-1897): Sinfonias 1, 3 & Abertura Trágica / Dvořák (1841-1904): Sinfonia Nº 8 (Wiener Philharmoniker – Herbert von Karajan) ֎

The Best of Jurassic World!

Beethoven #7

Brahms #1 & #3

Dvořák # 8

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

Houve um período no qual enormes maestrossáuros andavam pelos territórios musicais e regiam tudo à sua volta! Uma dessas típicas criaturas era Herr Karajan, que dominava as melhores orquestras, os melhores festivais e casas de ópera. Com a Berliner Philharmoniker ele gravava (over and over) seu vasto repertório sinfônico para o selo amarelo, iniciando tudo de novo a cada novo avanço tecnológico. Em geral, suas melhores contribuições ocorreram na década de 1960. A postagem de hoje, no entanto, explora outra parte de suas gravações, feitas com a Wiener Philharmoniker para a gravadora DECCA. O produtor aqui era John Culshaw, uma verdadeira lenda das gravações. O repertório aqui incluía óperas e música sinfônica, mas nada de ciclos completos.

Reuni para essa postagem quatro sinfonias:  Sétima de Beethoven, Primeira e Terceira de Brahms e Oitava de Dvořák. Uma festa para quem gosta dessas sinfonias interpretadas com grande orquestra.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sinfonia No. 7 em lá maior, Op. 92

  1. Poco sostenuto – Vivace
  2. Allegretto
  3. Presto – Assai meno presto
  4. Allegro con brio

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Abertura Trágica, Op. 81

  1. Allegro Non Troppo

Sinfonia No. 1 em dó minor, Op. 68

  1. Allegro
  2. Andante sostenuto
  3. Un poco allegretto e grazioso
  4. Allegro non troppo ma con brio

Sinfonia No. 3 em fá maior, Op. 90

  1. Allegro con brio
  2. Andante
  3. Poco allegretto
  4. Allegro

Antonin Dvořák (1841 – 1904)

Sinfonia No. 8 em sol maior, Op. 88

  1. Allegro con brio
  2. Adagio
  3. Allegretto grazioso
  4. Allegro ma non troppo

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

Gravações feitas na Sofiensaal, Viena

1959 (Beethoven 7 & Brahms 1); 1961 (outras)

Produção: John Culshaw

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MP3 | 320 KBPS | 378 MB

Maestrossáuro pronto para dar um bote…

Regendo a Filarmônica de Viena: Em Salzburgo, em 1934, von Karajan liderou a Filarmônica de Viena pela primeira vez e, de 1934 a 1941, foi contratado para conduzir concertos de ópera e orquestra sinfônica no Teatro Aachen.

Sobre a criatura: Como diretor e administrador, ele tolerava pouca interferência, mas como maestro, ele era camaleônico em sua abordagem às orquestras: um professor nato e um ensaiador habilidoso que, nas palavras de Walter Legge, “conhecia a psicologia de uma orquestra provavelmente melhor do que qualquer pessoa viva”.  Os críticos notaram isso pela primeira vez no Festival de Salzburgo de 1957 quando, após um cancelamento de Otto Klemperer, Karajan foi obrigado a reger a Filarmônica de Viena e sua própria Filarmônica de Berlim em noites sucessivas. Ambas as orquestras são carros dos melhores fabricantes, observou o Die Presse de Viena, e Karajan dirige ambos com igual habilidade. “No caso da Filarmônica de Viena, sua direção é calma e sem ostentação. Ele não pressiona a orquestra; ele sabe que ela prefere um ritmo fácil e uma maneira relaxada. Os berlinenses, por outro lado, tocam da ponta de seus assentos.” Dito isso, a Filarmônica de Viena também podia tocar da ponta de seus assentos, particularmente em grandes peças orquestrais, como mostram essas gravações.

Aproveite!

René Denon

Maestrossáuro, para colorir…

.: interlúdio:. Brad Mehldau – The Art of Trio

Esse texto aí de baixo é da postagem original, lá de 2013. Muita água rolou por baixo da ponte, muita coisa aconteceu, e depois de ler o texto de apresentação pensei que talvez fosse a hora de trazer novamente essa espetacular série, desta vez completa, com seus cinco cds, um melhor que o outro, lhes garanto. Mehldau não é mais um menino, ao contrário, é hoje um sóbrio senhor, que ainda vem encantando seu público com seu virtuosismo, sensibilidade e técnica apuradíssima. 

Vou botar os cinco cds de uma só vez, para serem apreciados devidamente, se possível, na sua sequência, não que isso seja obrigatório, ouçam da forma que quiserem. 

Volto a reforçar que o texto abaixo é de 2013, claro que o Milton Ribeiro nesta altura do campeonato já conhece muito bem este pianista. 

Nosso amigo Milton Ribeiro confidenciou-me dia destes que desconhecia Brad Mehldau. Eu fiquei espantando, ainda mais sabendo que o Milton é uma verdadeira enciclopédia da música, e conhece muita coisa e muita gente. Surpreendeu-me realmente, afinal de contas, o jovem pianista (nasceu em 1970) já está há um bom tempo na área, e já gravou com um monte de gente conhecida, como Pat Metheny, Anne Sophie von Otter, entre diversos outros.

Meu caro Milton, imagine um Keith Jarrett sem ter passado por todas as fases que passou até chegar à sua versão de trio acústico. Sei que estou exagerando, mas vejo Brad Mehldau como a evolução daquilo que Keith Jarrett acrescentou e ainda acrescenta à técnica do piano. O rapaz é um fenômeno e não teme se arriscar. Claro que não podemos esquecer de Bill Evans, Herbie Hancock, Thelonius Monk, Chick Corea, para citar apenas algumas das influências visíveis do rapaz;  Então, una estas técnicas apuradíssimas,  conseguidas através de anos sentados atrás do instrumento, aliadas a um virtuosismo espantoso, desconte a idade e a quantidade de heroína que Bill Evans consumiu… então podes ter uma idéia de quem é Brad Mehldau. Aí comece a ouvir este cd pela sua terceira faixa, uma homenagem a Thelonius Monk… e depois me diga o que achas. Se o conheço mais ou menos bem, sei que sua expressão será: onde diabos eu estava que não conheci esse cara antes?

Num primeiro momento, o espanto… depois a certeza de que estamos diante de um novo fenômeno do piano, e o que é mais importante, ainda jovem, e ainda podendo evoluir, e muito. Quando comecei a ouvir este rapaz, há pelo menos uns dez anos atrás, achei muita presunção da parte dele lançar uma série de cinco cds com o título de “Art of Trio”. Pensei comigo mesmo, quem esse cara está pensando que é? Ainda mais com toda a lista de excepcionais músicos que vieram antes dele e deram forma à este estilo tão característico do jazz, o Piano Trio. Depois entendi que na verdade se tratava de uma homenagem à todos aqueles gigantes que vieram antes dele, me apropriando de uma frase meio clichê, ele se apoiava sobre os ombros dos gigantes para mostrar a evolução da técnica, e do próprio jazz.

Em todos os CDs os músicos que acompanham serão sempre os mesmos: o baixista Larry Grenadier e o baterista Jorge Rossi.

As gravações foram realizadas entre 1997 e 2001.

Volume One
1 Blame It On My Youth
2 I Didn’t Know What Time It Was
3 Ron’s Place
4 Blackbird
5 Lament For Linus
6 Mignon’s Song
7 I Fall In Love Too Easily
8 Lucid
9 Nobody Else But Me

 

Live At The Village Vanguard – The Art Of The Trio Volume Two 
1 It’s Alright With Me
2 Young And Foolish
3 Monk’s Dream
4 The Way You Look Tonight
5 Moon River
6 Countdown

 

 

Volume Three – Songs
1 Song-Song
2 Unrequited
3 Bewitched, Bothered And Bewildered
4 Exit Music (For A Film)
5 At A Loss
6 Convalescent
7 For All We Know
8 River Man
9 Young At Heart
10 Sehnsucht

Volume 4 Back At The Vanguard
1 All The Things You Are
2 Sehnsucht
3 Nice Pass
4 Solar
5 London Blues
6 I’ll Be Seeing You
7 Exit Music (For A Film)

 

 

Volume 5 Evolution Art Of The Trio
CD 1
1 The More I See You – Live
2 Dream’s Monk – Live
3 The Folks Who Live On The Hill
4 Alone Together – Live
5 It Might As Well Be Spring
6 Cry Me A River – Live
7 River Man – Live

 

CD 2
1 Quit – Live
2 Secret Love – Live
3 Sublation – Live
4 Resignation – Live
5 Long Ago And Far Away – Live
6 How Long Has This Been Going On? – Live

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE (OS CINCO CDS ESTÃO COMPACTADOS EM ARQUIVO ÚNICO)

FDP

Johannes Brahms (1833-1897): As Sonatas para Clarinete (Karl Leister, Gerhard Oppitz)

Johannes Brahms (1833-1897): As Sonatas para Clarinete (Karl Leister, Gerhard Oppitz)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um joia perfeita. O repertório é incrível e a interpretação nem se fala. As Sonatas para Clarinete, Op. 120, Nos. 1 e 2, foram escritas em 1894 e são dedicadas ao clarinetista Richard Mühlfeld. As sonatas são de um período tardio na vida de Brahms, onde ele descobriu a beleza do som e da cor tonal do clarinete. A forma da sonata para clarinete era nada desenvolvida até a conclusão dessas sonatas, após o que a combinação de clarinete e piano foi mais usada em novas obras de compositores (vide Poulenc). Essas foram as últimas peças de câmara que Brahms escreveu antes de sua morte e são consideradas duas das grandes obras-primas do repertório de clarinete. Leister foi um gênio do instrumento, além de ter uma especial predileção por Brahms.

Johannes Brahms (1833-1897): As Sonatas para Clarinete (Karl Leister, Gerhard Oppitz)

Sonata No. 1 In F Minor
1 Karl Leister, Gerhard Oppitz– Allegro Appassionato 8:00
2 Karl Leister, Gerhard Oppitz– Andante un poco Adagio 5:24
3 Karl Leister, Gerhard Oppitz– Allegretto grazioso 4:36
4 Karl Leister, Gerhard Oppitz– Vivace 5:19

Sonata No. 2 In E Flat Major
5 Karl Leister, Gerhard Oppitz– Allegro Amabile 8:21
6 Karl Leister, Gerhard Oppitz– Allegro appassionato – Sostenuto 5:26
7 Karl Leister, Gerhard Oppitz– Andante con moto – Allegro 7:29

Clarinet – Karl Leister
Piano – Gerhard Oppitz

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Ô, PQP, te liga! Tenho 87 e estou vivão da Silva!

PQP

Frédéric Chopin (1810-1849): Mazurkas Completas (Rubinstein)

Frédéric Chopin (1810-1849): Mazurkas Completas (Rubinstein)

Como já avisou inúmeras vezes meu irmão PQPBach, nosso SAC é uma porcaria como os demais. Acontece que a diretoria do blog não está nem aí com as solicitações de seus leitores. Mas não somos tão cruéis. Quando podemos, atendemos. Se temos em nosso acervo, o que custa? Por exemplo, o leitor Carlos Eduardo Amaral solicitou valsas e outras obras de Strauss. PQP disse que não tinha, mas felizmente possuo uma gravação que irá satisfazer ao nosso leitor, e que deverá estar sendo postada nos próximos dias.

Mas por enquanto, irei atender ao nosso leitor do outro lado do mundo, diretamente da Nova Zelândia, que pediu Chopin, espeficicamente as Mazurkas. Aqui estão elas. Um aviso: antes que comecem as intermináveis discussões dos que irão defender Arrau, Horowitz, Ashkenazy, Pires, Polllini, sempre estarei postando Chopin com meu intérprete favorito, Arthur Rubinstein. E sei que terei a Laís Vogel para me defender, pois ela também é fã do bom velhinho. Talvez seja culpa de minha mãe, que já colocava os discos de Chopin sempre interpretados por ele, ou então, do programa “Concertos para a Juventude”, que a Globo transmitia nos idos dos anos 70, aos domingos de manhã. Quem é de minha geração ou mais velho, há de se lembrar deste programa. Rubinsten, Karajan, Böhm, Amadeus Quartet eram frequentadores assíduos do programa. Não me lembro se tinha um apresentador, acho que o Karabitchevisky apresentou durante um período. Enfim, foi o programa que apresentou a tal da música clássica para minha geração. Enfim, falei deste programa porque foi ali que ouvi as Polonaises e as Baladas de Chopin, e ali me fascinei por aquele velhinho empertigado sobre um Steinway, tocando divinamente. Sempre me chamou a atenção sua postura, coluna ereta, olhos fechados, total concentração, e no final um sorriso discreto, de saber que tinha cumprido seu dever.

A Mazurka é originária do folclore polonês, e Chopin compôs 57. É um monte, mesmo. Mas são peças relativamente curtas, 3 minutos em média de duração. É isso aí.

Frédéric Chopin (1810-1849): Mazurkas Completas (Rubinstein)

4 Mazurkas, Op. 6
1-1 No. 1 In F-Sharp Minor 2:38
1-2 No. 2 In C-Sharp Minor 2:42
1-3 No. 3 In E Major (Vivace) 2:05
1-4 No. 4 In E-Flat Minor (Presto Ma Non Troppo) 0:41

5 Mazurkas, Op. 7
1-5 No. 1 In B-Flat Major (Vivace) 2:35
1-6 No. 2 In A Minor (Vivo Ma Non Troppo) 3:30
1-7 No. 3 In F Minor 2:52
1-8 No. 4 In A-Flat Major (Presto Ma Non Troppo) 1:06
1-9 No. 5 In C Major (Vivo) 0:36

4 Mazurkas, Op. 17
1-10 No. 1 In B-Flat Major (Vivo E Resoluto) 2:29
1-11 No. 2 In E Minor (Lento Ma Non Troppo) 1:59
1-12 No. 3 In A-Flat Major (Legato Assai) 4:21
1-13 No. 4 In A Minor (Lento Ma Non Troppo) 4:33

4 Mazurkas, Op. 24
1-14 No. 1 In G Minor (Lento) 2:49
1-15 No. 2 In C Major (Allegro Non Troppo) 2:15
1-16 No. 3 In A-Flat Major (Moderato) 2:08
1-17 No. 4 In B-Flat Minor (Moderato) 5:06

4 Mazurkas, Op. 30
1-18 No. 1 In C Minor (Allegretto Non Tanto) 1:38
1-19 No. 2 In B Minor (Vivace) 1:28
1-20 No. 3 In D-Flat Major (Allegro Non Troppo) 2:53
1-21 No. 4 In C-Sharp Minor (Allegretto) 3:43

4 Mazurkas, Op. 33
1-22 No. 1 In G-Sharp Minor (Mesto) 1:37
1-23 No. 2 In D Major (Vivace) 2:46
1-24 No. 3 In C Major (Semplice) 1:36
1-25 No. 4 In B Minor 5:33

4 Mazurkas, Op. 41
1-26 No. 1 In C-Sharp Minor (Maestoso) 3:30
2-1 No. 2 In E Minor (Andantino) 2:12
2-1 No. 3 In B Major (Animato) 1:11
2-3 No. 4 In A-Flat Major (Allegretto) 2:11

3 Mazurkas, Op. 50
2-4 No. 1 In G Major (Vivace) 2:31
2-5 No. 2 In A-Flat Major (Allegretto) 3:08
2-6 No. 3 In C-Sharp Minor (Moderato) 5:21

3 Mazurkas, Op. 56
2-7 No. 1 In B Major (Allegro Non Tanto) 4:22
2-8 No. 2 In C Major (Vivace) 1:44
2-9 No. 3 In C Minor (Moderato) 5:47

3 Mazurkas, Op. 59
2-10 No. 1 In A Minor (Moderato) 3:51
2-11 No. 2 In A-Flat Major (Allegretto) 2:36
2-12 No. 3 In F-Sharp Minor (Vivace) 3:40

3 Mazurkas, Op. 63
2-13 No. 1 In B Major (Vivace) 2:17
2-14 No. 2 In F Minor (Lento) 1:45
2-15 No. 3 In C-Sharp Minor (Allegretto) 2:18

2-16 Mazurka In A Minor, Op. Post. “A Emile Gaillard” 2:33

2-17 Mazurka In A Minor, Op. Post. “Notre Temps” 3:17

4 Mazurkas, Op. Posth. 67
2-18 No. 1 In G Major (Vivace) 1:10
2-18 No. 2 In G Minor (Cantabile) 1:59
2-20 No. 3 In C Major (Allegretto) 1:37
2-21 No. 4 In A Minor (Allegretto) 3:05

4 Mazurkas, Op. Posth. 68
2-22 No. 1 In C Major (Vivace) 1:41
2-23 No. 2 In A Minor (Lento) 2:47
2-24 No. 3 In F Major (Allegro Ma Non Troppo) 1:27
2-25 No. 4 In F Minor (Andantino) 3:14

Arthur Rubinstein – Piano

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Rubinstein: a elegância ao piano

FDP

Schumann (1810-56) – Ravel (1875–1937) – Stravinsky (1882–1971) – Movements – George Li (piano) ֎

Schumann (1810-56) – Ravel (1875–1937) – Stravinsky (1882–1971) – Movements – George Li (piano) ֎

Movimentos

George Li, piano

George Li é um pianista americano de 28 anos. Li fez sua primeira apresentação pública no Steinway Hall de Boston aos dez anos de idade e, em 2011, se apresentou para o presidente Obama na Casa Branca em uma noite em homenagem à chanceler Angela Merkel. Entre os muitos prêmios de Li, ele recebeu o Avery Fisher Career Grant de 2016, o Gilmore Young Artist Award de 2012 e o primeiro prêmio das audições internacionais de jovens artistas de concerto de 2010. George começou seus estudos de piano aos 4 anos com Dorothy Shi, antes de continuar com Wha Kyung Byun no New England Conservatory aos 12 anos. Em 2019, ele concluiu o programa de dupla graduação Harvard/New England Conservatory, com um bacharelado em literatura inglesa e um mestrado em música. Posteriormente, ele se formou com um diploma de artista no New England Conservatory em 2022. Quando não está tocando piano, George é um leitor e fotógrafo ávido, além de um fanático por esportes.

Li é um artista exclusivo da Warner Classics, com seu álbum de recital de estreia lançado em outubro de 2017, que foi gravado ao vivo no Mariinsky. Sua segunda gravação para o selo apresenta obras solo de Liszt e o Concerto para Piano No. 1 de Tchaikovsky, que foi gravado ao vivo com Vasily Petrenko e a Filarmônica de Londres e lançado em outubro de 2019. Este maravilhoso disco é seu terceiro álbum com o selo, que inclui peças solo de Schumann, Ravel e Stravinsky.

A primeira peça do disco é o Arabesco, que faz jus ao nome, e a coleção de peças Davidsbündlertänze que faz parte de um ótimo disco que postei há pouco tempo.

Tudo muito lindo, as últimas notas de Schumann fazem parecer que ele foi embora à francesa. Em seguida, uma interpretação espetacular das Valsas Nobres e Sentimentais, do ótimo Maurice Ravel. Impossível não querer retornar a elas vez e outra ainda.

Para completar, os três movimentos de Petrushka, só para mostrar que Stravinsky que era bamba de orquestração, também sabia muito de piano. Por que será o nome do disco, Movements? Ouça tudo e me conte depois…

Robert Schumann (1810-56)

Arabeske in C major, Op. 18
  1. Arabesco
Davidsbündlertänze, Op. 6, Heft I
  1. 1, Lebhaft
  2. 2, Innig
  3. 3, Mit Humor
  4. 4, Ungeduldig
  5. 5, Einfach
  6. 6, Sehr rasch
  7. 7, Nicht schnell
  8. 8, Frisch
  9. 9, Lebhaft
Davidsbündlertänze, Op. 6, Heft II
  1. 10, Balladenmäßig. Sehr rasch
  2. 11, Einfach
  3. 12, Mit Humor
  4. 13, Wild und lustig
  5. 14, Zart und singend
  6. 15, Frisch
  7. 16, Mit gutem Humor
  8. 17, Wie aus der Ferne
  9. 18, Nicht schnell

Maurice Ravel (1875–1937)

Valses nobles et sentimentales
  1. 1, Modéré, très franc
  2. 2, Assez lent, avec une expression intense
  3. 3, Modéré
  4. 4, Assez animé
  5. 5, Presque lent, dans un sentiment intime
  6. 6, Vif
  7. 7, Moins vif
  8. 8, Épilogue. Lent

Igor Stravinsky (1882-1971)

Three Movements from Petrushka
  1. Russian Dance
  2. Petrushka’s Room
  3. The Shrovetide Fair

George Li, piano

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MP3 | 320 KBPS | 177 MB

Mr. Li

A bracing, fearless account…Mr. Li’s playing combined youthful abandon with utter command.
New York Times

I can’t think of another pianist who portrays Ravel’s aesthetic with greater relish or sympathy. The subtlest rhythmic impulses are given their due, even as the colour and dynamic spectra seem almost incalculably wide.      … da sisuda Gramophone…

Igor, por Pablo

F. J. Haydn (1732-1809): Concertos para Violoncelo (Perényi, Rolla)

F. J. Haydn (1732-1809): Concertos para Violoncelo (Perényi, Rolla)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu prometo não fazer nenhuma piada de quinta série com o nome do regente até o final, tá? Neste disco maravilhoso, o cellista Miklós Perényi evita qualquer coisa que possa ser considerada virtuosística ou teatral, ele escolhe corretamente  se concentrar no lirismo terno de Haydn, acoplado à forma silenciosa de paixão que é a marca registrada do compositor. Também o papel que János Rolla e a Franz Liszt Chamber Orchestra cumpre são fundamentais, fornecendo apoio ao solista. Novamente, não há nada chamativo ou individualista – apenas um suporte sólido para as linhas e motivos de Haydn. Eles são todos capturados em bom som. Eles decidiram que fariam um Haydn perfeito e o fizeram. Aliás, esse Perényi é um monstro! Trata-se de um CD para ser ouvido, reouvido, triouvido, tetraouvido… Prossigam vocês.

F. J. Haydn (1732-1809): Concertos para Violoncelo (Perényi, Rolla)

Cello Concerto No. 1 In C Major
1 Moderato 9:26
2 Adagio 8:48
3 Allegro Molto 6:20

Cello Concerto No. 2 In D Major
4 Allegro Moderato 14:43
5 Adagio 6:04
6 Allegro 5:04

Cello – Miklós Perényi
Conductor – János Rolla
Orchestra – Franz Liszt Chamber Orchestra

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Miklós Perenyi

PQP

.: interlúdio :. Pat Metheny: MoonDial

.: interlúdio :. Pat Metheny: MoonDial

MoonDial (2024) é o terceiro álbum solo que Pat Metheny grava no violão barítono construído para ele pela famosa luthier canadense Linda Manzer. (Ela também construiu muitos de seus outros instrumentos, incluindo sua famosa guitarra Pikasso de três braços e 42 cordas.) Os dois álbuns anteriores foram One Quiet Night (2003), que mistura originais de Metheny e covers, What’s It All About (2011), o primeiro álbum de Metheny a apresentar apenas covers. Ambos ganharam Grammys, por (surpreendentemente) melhor álbum New Age (?).

A escolha de covers de Metheny para MoonDial abrange o cancioneiro padrão e a música popular mais recente, sempre escolhendo boas melodias: You’re Everything‘ (Chick Corea), Here, There and Everywhere (Lennon/McCartney), a tradicional Londonderry Air (também conhecida como Danny Boy), Everything Happens to Me / Somewhere (a última desta dupla sendo uma música de Bernstein para West Side Story ), e duas músicas de filmes dos anos 50 que se tornaram standards do jazz, My Love and I (também conhecida como Love Theme, do filme Apache e Angel Eyes (do filme Jennifer ).

Como esperado de um músico do calibre de Metheny, todos os covers são reinterpretados, auxiliados pelas possibilidades liberadas por um instrumento que é naturalmente afinado uma quarta ou quinta abaixo de um violão convencional, com a diferença de que Metheny eleva as duas cordas do meio em uma oitava. Em um vídeo promovendo o álbum, ele explica que essa afinação incomum permitiu que ele tirasse vantagem de cordas soltas e encontrasse tonalidades e vozes estranhas que seriam impossíveis de tocar em um violão normal. Não entendo nada dessas coisas e só copiei…

Pat Metheny: MoonDial

1 Moondial 6:24
2 La Crosse 4:48
3 You’re Everything 2:38
4 Here, There And Everywhere 4:24
5 We Can’t See It, But It’s There 2:59
6 Falcon Love 7:14
7 Everything Happens To Me /
8 Somewhere 7:12
9 Londonderry Air 5:03
10 This Belongs To You 5:28
11 Shõga 3:15
12 My Love And I 3:50
13 Angel Eyes 6:56
14 Moondial (Epilogue) 1:13

Pat Metheny, violão barítono

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Metheny com seu “Manzer Baritone”

PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741), Johann Sebastian Bach (1685-1750), George Phillip Telemann (1681-1767): Concertos e Suíte (Rampal)

Antonio Vivaldi (1678-1741), Johann Sebastian Bach (1685-1750), George Phillip Telemann (1681-1767): Concertos e Suíte (Rampal)

Capa ilustrativa, pois não sei de onde saiu este bom CD. 

FDP Bach continua sua saga rampaliana, trazendo para seus ouvintes/leitores mais deste gigante francês, Jena Pierre Rampal. Neste cd, ele toca Vivaldi, Bach e TelemanN. Prestem muita atenção na facilidade com que ele aparentemente toca. Há momentos em que pensamos, poxa, mas quando é que este cara respira… feeling único, com uma técnica fantástica. Enjoy.

Antonio Vivaldi (1678-1741), Johann Sebastian Bach (1685-1750), George Phillip Telemann (1681-1767): Concertos e Suíte (Rampal)

Antonio Vivaldi (1678-1741) –

1. Concerto For Flute & Orchestra in D Major, Op. 10, No. 3, RV 428 ‘Ill gardellino’ : I. Allegro
2. Concerto For Flute & Orchestra in D Major, Op. 10, No. 3, RV 428 ‘Ill gardellino’ : II. Largo
3. Concerto For Flute & Orchestra in D Major, Op. 10, No. 3, RV 428 ‘Ill gardellino’ : III. Alegro
4. Concerto for Flute & Orchestra in F Major, Op. 10, No. 1, RV 433 ‘La tempesta di mar’: I. Allegro
5. Concerto for Flute & Orchestra in F Major, Op. 10, No. 1, RV 433 ‘La tempesta di mar’ : II. Largo
6. Concerto for Flute & Orchestra in F Major, Op. 10, No. 1, RV 433 ‘La tempesta di mar’ : III. Presto

Performed by I Solisti Veneti
with Jean-Pierre Rampal, Dorothy Linell, Isaac Stern, Daniele Roi
Conducted by Claudio Scimone

Johann Sebastian Bach (1685-1750)
7. Concerto for Flute, Strings and Basso continuo in G minor , BWV 1056: I. …
8. Concerto for Flute, Strings and Basso continuo in G minor , BWV 1056: II. Largo
9. Concerto for Flute, Strings and Basso continuo in G minor , BWV 1056: III. Presto
10. Concerto for Flute, Strings and Bass continuo in C Major, BWV 1055: I. Allegro
11. Concerto for Flute, Strings and Bass continuo in C Major, BWV 1055: II. Larghetto
12. Concerto for Flute, Strings and Bass continuo in C Major, BWV 1055: III. Allegro ma non
tanto
Performed by Prague Ars Rediviva Orchestra
with Frantisek Slama, Jean-Pierre Rampal, Isaac Stern, Frantisek Posta, Josef Hala
Conducted by Milan Munclinger

George Phillip Telleman (1681-1767)
13. Suite for Flute & Orchestra in A minor: Ouverture
14. Suite for Flute & Orchestra in A minor: Les Plaisirs
15. Suite for Flute & Orchestra in A minor: Air a l’italien
16. Suite for Flute & Orchestra in A minor: Menuets I & II
17. Suite for Flute & Orchestra in A minor: Rejouissance
18. Suite for Flute & Orchestra in A minor: Passepieds I & II
19. Suite for Flute & Orchestra in A minor: Polonaise

with Isaac Stern, Jerusalem Music Centre Chamber Orchestra
Conducted by Jean-Pierre Rampal

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Esse era bom! Melhor ainda quando ajeitava os óculos.

FDP

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Sinfonias nº 40 & 41, Orquestra da Rádio Bávara, Rafael Kubelik

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Sinfonias nº 40 & 41, Orquestra da Rádio Bávara, Rafael Kubelik

Domingo chuvoso de inverno, e nada melhor que Mozart para nos acompanhar como trilha sonora. É incrível como a música desse gênio é capaz de tornar as coisas mais fáceis, deve atingir certas áreas de nosso cérebro que causam essa sensação de bem estar, de estar bem consigo mesmo. Vocês não sentem isso também?

Lembro que essas sinfonias me foram apresentadas por esse mesmo maestro, em um CD do antigo selo CBS, com essa mesma orquestra, e quando vi aquela capa com aquele homem com cabelo esquisito pensei, será que isso aqui é bom? Mas aí entrou em ação o velho clichê que diz que não devemos julgar um livro pela capa, e nada mais correto em se afirmar com relação àquele CD, que não tenho mais, perdeu-se nas areias do tempo. Mas reencontrei estes três mesmos atores, Orquestra, Maestro e Mozart, em uma bela caixa que traz gravações ao vivo, com o mesmo repertório, a saber, as Sinfonias de nº 40 e 41. Que bela sensação a de sentir as mesmas emoções depois de tanto tempo. Até parece que Rafael Kubelik e a Orquestra da Rádio Bávara nasceram um para o outro, e Mozart serviu de elemento de ligação.

Tudo aqui flui tão facilmente, tão leve, que nem parece que é ao vivo. Só no final das obras ouvimos as palmas, acaloradas como não poderia deixar de ser. Essas últimas sinfonias nunca soaram tão perfeitas, elegantes, quanto nas mãos de Kubelik, mesmo gostando muito de outros maestros regendo. Talvez Karl Böhm seja o que soe mais próximo em termos de coesão e coerências sonoras.

O monumental último movimento da Sinfonia nº 41, provavelmente a mais perfeita tradução da genialidade de Mozart em suas sinfonias, traduz um pouco o que quero dizer. Enxergamos nessa música tão forte, tão envolvente, aquele elemento transformador, aquele “IT”, aquela coisa que torna tudo tão perfeito, e nos faz acreditar que sim, a vida vale a pena, apesar de todo o mal que nos cerca. Kubelik, neste registro, já idoso, maduro, ciente de toda a grandeza daquela partitura, em seus últimos anos de vida, traduz e deixa transparecer essa sensação de bem-estar.

E viva a música !!!

Symphony No. 40 In G Minor, K. 550
1 Molto Allegro
2 Andante
3 Menuetto: Allegretto
4 Allegro Assai

Symphony No. 41 In C Major, K. 551 (“Jupiter”)
5 Allegro Vivace
6 Andante Cantabile
7 Menuetto: Allegretto
8 Molto Allegro

Symphonie-Orchester Des Bayerischen Rundfunks
Rafael Kubelik – Conductor

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FDP

Marais, d`Anglebert, Forqueray: Música de Versalhes (Irmãos Kuijken, Leonhardt)

Marais, d`Anglebert, Forqueray: Música de Versalhes (Irmãos Kuijken, Leonhardt)

Um disco com a conhecida qualidade Kuijken-Leonhardt jamais poderá ser ruim. E este é muito bom. Se tivéssemos apenas a composição de Marin Marais já seria digno de nossa mais alta consideração. Esta música, a Música de Versalhes (Musique à Versailles), consiste em peças dos compositores Marin Marais, Jean Henri d’Anglebert e Antoine Forqueray, compositores do final do século XVII/início do século XVIII. É é uma música de câmara que foi composta e executada no Palácio de Versalhes para a Família Real Francesa e a aristocracia. Há grande expressividade e ornamentação na música, como seria de se esperar nos arredores altamente decorados e na vida cortesã da França do período.

Jean Henri d’Anglebert ocupou o cargo de cravista do Rei Luís XIV (antes disso, ele serviu como organista do Duque de Orléans e dos Jacobinos na rue St. Honoré), e foi um compositor da corte também, fazendo uma grande contribuição para a evolução da ornamentação musical francesa com relação aos instrumentos de teclado. Uma das realizações notáveis ​​de d’Anglebert foi transcrever óperas para a corte.

Marin Marais foi uma figura importante na França entre os compositores na mesma época. Toda a sua vida foi passada em Paris, a maior parte dela a serviço da realeza. Primeiro, ele foi nomeado Musicien Ordinaire de la Chambre du Roi em 1685, mantendo esse posto durante o reinado de Luís XIV e por dez anos serviu sob a Regência e o reinado de Luís XV. Ele foi reconhecido por seus colegas músicos como um intérprete excepcional e compositor de destaque, cujas composições se tornaram bem conhecidas em toda a França e além.

Antoine Forqueray era 16 anos mais novo que Marais e considerado uma criança prodígio. Ele cresceu para ter a reputação de ser rabugento e estranho. Foi nomeado Musicien Ordinaire de la Chambre du Roi em 1689, com sua esposa frequentemente o acompanhando no cravo. Em 1730, Antoine Forqueray se aposentou em Nantes e foi sucedido por seu filho Jean-Baptiste na corte em 1742.

A música tocada aqui representa algumas das melhores composições do período. É altamente estilizada e extravagante, exigindo intérpretes sensíveis e habilidosos para o tipo de música. Gustav Leonhardt, um cravista holandês, passou sua carreira buscando ser fiel a esse período da música. Os irmãos Sigiswald e Wieland Kuijken nas cordas (violino e viola da gamba) complementam seu estilo muito bem. Esta gravação foi feita em 1970.

Marais, d`Anglebert, Forqueray: Música de Versalhes (Irmãos Kuijken, Leonhardt)

1 La Sonnerie De Sainte Geneviève Du Mont Á Paris For Viola Da Gamba And Basso Continuo
Composed By – Marin Marais
8:10
2 Prélude D Minor For Harpsichord
Composed By – Jean-Henry d’Anglebert
5:28
3 Tombeau De Monsieur Sainte-Colombe For Viola Da Gamba And Bc
Composed By – Marin Marais
7:38
Suite V C Minor For Viola Da Gamba And Bc
Composed By – Antoine Forqueray
4 La Rameau 4:21
5 La Guignon 3:17
6 La Leon 3:26
7 La Boisson 3:05
8 La Montigni 2:57
9 La Sylva 4:02
10 Jupiter 3:52

Harpsichord – Gustav Leonhardt
Viola da Gamba – Sigiswald Kuijken (tracks: 3, 4-10), Wieland Kuijken
Violin – Sigiswald Kuijken

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O zombeteiro Sigiswald Kuijken e Gustav Leonhardt

PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741): Eleven Concertos (Bylsma, Tafelmusik, Lamon)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Eleven Concertos (Bylsma, Tafelmusik, Lamon)

Acho verdadeiramente estranho que ninguém tenha reclamado de meu recente barroquismo. Já disse que vou postando o que vou ouvindo e costumo por passar fases em que parece que apenas um tipo de sonoridade me satisfaz. O que fazer? A Tafelmusik é uma orquestra atlética e alongada. Todos tem abdômen de tanquinho. Tem ritmo, imposição e força; mas não chega a um grau de sensibilidade e sutileza que agrade a este experiente ouvinte. Seu som é redondo, talvez demais. O que quero dizer é que a Tafel é ótima para Vivaldi. Os movimentos rápidos são arrebatadores, nos lentos falta aquela delicadeza que só os verdadeiramente grandes conseguem. A presença de Anner Bylsma é — sempre e sempre — muito bem-vinda. O cara é um monstro. Que violoncelista!

Antonio Vivaldi (1678-1741): Eleven Concertos (Bylsma, Tafelmusik, Lamon)

Concerto For Strings In G Minor, RV 157 (5:49)
Allegro
Largo
Allegro

Concerto For Violoncello And Strings In D Major, RV 403 (6:48)
Allegro
Andantino E Spiritoso
Allegro

Concerto For Strings In G Minor, RV 152 (5:16)
Allegro Molto
Andante Molto
Allegro Molto

Concerto For Violoncello And Strings In B Minor, RV 424 (9:16)
Allegro Non Molto
Largo
Allegro

Concerto For Strings In D Minor, RV 127 (3:53)
Allegro
Largo
Allegro

Concerto For 2 Violins, 2 Violoncellos And Strings In D Major, RV 564 (9:43)
Allegro
Largo
Allegro

Concerto For 2 Oboes And Strings In D Minor, RV 535 (8:49)
Largo / Allegro
Largo
Allegro Molto

Concerto For Violoncello And Strings In A Minor, RV 419 (7:52)
Allegro
Andante
Allegro

Concerto For Violoncello, Bassoon And Strings In E Minor, RV 409 (5:51)
Adagio / Allegro Molto
Allegro / Adagio
Allegro

Concerto For 2 Oboes, 2 Violins, Bassoon And Strings In C Major, RV 557 (8:37)
Allegro Non Molto
Largo
Allegro Non Molto

Concerto For Strings In G Major “Alla Rustica”, RV 151 (3:51)
Presto
Adagio
Allegro

Tafelmusik
Jeanne Lamon, musical director
Anner Bylsma, cello

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Jeanne Lamon faleceu criminosamente jovem em 2021, aos 71 anos | Foto: Sian Richards

PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concerti per Piccolo, P.78, P.83, P.79 e P.77 / Georg Phillip Telemann: Sept Fantasies (Beaumadier, Rampal)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concerti per Piccolo, P.78, P.83, P.79 e P.77 / Georg Phillip Telemann: Sept Fantasies (Beaumadier, Rampal)

Os pedidos para obras para piccolo foram tão insistentes, que resolvi colaborar. Mas que não se pense que o atendimento às solicitações serão tão frequentes e imediatas. Casualmente, FDP Bach recém havia conseguido este velho e bom CD com obras para piccolo e orquestra. Por isso resolveu atender a solicitação.

Dentre as inúmeras e infrutíferas tentativas de se tornar músico, ou pelo menos de aprender a tocar um instrumento, FDP Bach se aventurou pelo mundo da flauta. Não a transversal, com a qual nunca conseguiu sequer pegar a embocadura, e sim aquele singelo e equivocadamente considerado simplório instrumento chamado de flauta doce. Se não me engano sua afinação era em Mi. Enfim, aprender até que aprendeu um pouco, graças à insistência de uma freira, professora de música onde FDP estudou em uma época do século passado… Enfim, até chegamos a ensaiar uma apresentação em um evento qualquer, mas FDP não teve coragem, e desistiu… nosso pai deve ter se revirado na tumba, tanto de raiva quanto de vergonha. E por falar em Albinoni, até hoje arrisco assoprar na velha Yamaha (sim, ainda a tenho) aquele tradicional adágio, assim como uma despudorada e desavergonhada versão do Jesus, Alegria dos Homens, a tradicional Cantata BWV 140 de nosso pai… Até que toco direitinho… Mas sem público, por favor…

Gravação curiosa essa que estou liberando… Confesso que fui enganado, mas depois considerei esse equívoco até que bom. Afinal, o nome que mais chama atenção na capa é o de Jean Pierre Rampal, ao qual já dediquei algumas postagens, mestre soberano deste instrumento maravilhoso. Mas o que chamo de equívoco é o fato de que Rampal nessa gravação apenas é o regente da Orchestre National de France. O solista se chama Jean-Louis Beaumadier, do qual nunca tinha ouvido falar até então. E o dito cujo toca muito bem… Também, imagina a pressão de tocar flauta ao lado do maior flautista do século XX, um dos maiores instrumentistas do século… E o que é pior, ou melhor, dependendo do ponto de vista, tendo-o como orientador… Sua interpretação, tanto dos concertos para piccolo de Vivaldi, quanto as fantasias para flauta de Telemann, é segura, correta, sem equívocos. Um belo resultado, um CD agadabilíssimo de se ouvir.. FDP espera que seus ouvintes/leitores sintam-se tão recompensados quanto ele ao ouvirem essas obras.

Inicio com esta postagem algo que eu e Clara Schumann nomeamos como Festival Barroco… Vivaldis, Telemanns, Handels, nosso pai Bach, claro, nossos irmãos CPE e Wilhelm, com certeza estarão presentes… mas chega de blá, blá, blá…

Recadinho de PQP, que acaba de reativar este link: Gostei mais das Fantasias de Telemann no final do CD do que dos concertos do Padre Vermelho…

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concerti per Piccolo, P.78, P.83, P.79 e P.77 / Georg Phillip Telemann: Sept Fantasies (Beaumadier, Rampal)

01 Antonio Vivaldi – Concerto pour piccolo en do majeur P.78- 1. Allegro
02 Antonio Vivaldi – Concerto pour piccolo en do majeur P.78- 2. Largo
03 Antonio Vivaldi – Concerto pour piccolo en do majeur P.78- 3. Allegro molto

04 Antonio Vivaldi – Concerto pour piccolo en la mineur P.83- 1. Allegro
05 Antonio Vivaldi – Concerto pour piccolo en la mineur P.83- 2. Larghetto
06 Antonio Vivaldi – Concerto pour piccolo en la mineur P.83- 3. Allegro

07 Antonio Vivaldi- Concerto pour piccolo en do majeur P.79- 1. Allegro non molto
08 Antonio Vivaldi – Concerto pour piccolo en do majeur P.79- 2. Largo
09 Antonio Vivaldi – Concerto pour piccolo en do majeur P.79- 3. Allegro molto

10 Antonio Vivaldi – Concerto pour flute en la mineur P.77- 1. Allegro molto
11 Antonio Vivaldi – Concerto pour flute en la mineur P.77- 2. Largo
12 Antonio Vivaldi – Concerto pour flute en la mineur P.77- 3. Allegro molto

13 Georg P. Telemann – Fantaisie No.1 en la majeur (Vivace-Adagio-Allegro)
14 Georg P. Telemann – Fantaisie No.2 en la majeur (Grace-Vivace-Adagio-Allegro)
15 Georg P. Telemann – Fantaisie No.4 en si bémol majeur (Andante-Allegro-Presto)
16 Georg P. Telemann – Fantaisie No.5 en do majeur (Presto-Largo-Presto-Largo-Allegro-Allegro)
17 Georg P. Telemann – Fantaisie No.8 en mi mineur (Largo-Spirituoso-Allegro)
18 Georg P. Telemann – Fantaisie No.9 en mi majeur (Affettuoso-Allegro-Grave-Vivace)
19 Georg P. Telemann – Fantaisie No.12 en sol mineur (Grave-Allegro-Grave-Allegro-Dolce-Allegro-Rondeau (presto)

Orchestre National de France
Jean-Pierre Rampal – Conductor
Jean-Louis Beaumadier – Flute, picollo Haynes

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Jean-Louis Beaumadier lustrando nosso Steinway com os cotovelos

FDP

 

F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonia Nº 104 / Sinfonia Nº 94 / Divertimento para Sopros (Coral de Santo Antônio) (Vienna Chamber Orch / Alfred Scholz)

F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonia Nº 104 / Sinfonia Nº 94 / Divertimento para Sopros (Coral de Santo Antônio) (Vienna Chamber Orch / Alfred Scholz)

Vocês já sabem: Alfred Scholz foi um produtor muito prolífico (!) de gravações de baixo orçamento, que muitas vezes vendia fraudulentamente gravações creditadas a artistas e orquestras inexistentes. Também nomes de pessoas reais — normalmente já falecidas — eram creditados a performances que não eram delas. Trabalhando como maestro, ele gravou algumas coisas. Sabe-se lá se ele mesmo quem rege neste CD. Mas, gente, esta gravação é muito boa, e o repertório é sensacional!

A Sinfonia Nº 104 é a sinfonia final de Haydn . É a última das doze sinfonias de Londres e é conhecida (de forma um tanto arbitrária, dada a existência de outras onze) como a Sinfonia de Londres. Na Alemanha, é comumente conhecida como a Sinfonia de Salomon, em homenagem a Johann Peter Salomon , que organizou as duas turnês de Haydn por Londres.  A obra foi composta em 1795, enquanto Haydn vivia em Londres, e estreou lá no King’s Theatre em 4 de maio de 1795, em um concerto com composições exclusivamente do próprio Haydn e dirigido pelo compositor. A estreia foi um sucesso; Haydn escreveu em seu diário “Toda a companhia ficou completamente satisfeita e eu também. Ganhei 4.000 florins nesta noite: tal coisa só é possível na Inglaterra.”

Haydn escreveu a sinfonia em 1791 em Londres durante a primeira de suas visitas à Inglaterra (1791–1792). A estreia ocorreu no Hanover Square Rooms em Londres em 23 de março de 1792, com Haydn liderando a orquestra sentado em um pianoforte. a velhice de Haydn, seu biógrafo Georg August Griesinger perguntou-lhe se ele escreveu essa “Surpresa” para deixar a plateia ligada. Bem, Haydn respondeu:

Não, mas eu estava interessado em surpreender o público com algo novo, e em fazer uma estreia brilhante, para que meu aluno Pleyel, que na época estava contratado por uma orquestra em Londres (em 1792) e cujos concertos tinham estreado uma semana antes do meu, não me superasse. O primeiro Allegro da minha sinfonia já havia encontrado inúmeros Bravos, mas o entusiasmo atingiu seu pico mais alto no Andante com o Drum Stroke. Bis! Bis! soou em cada garganta, e o próprio Pleyel (*) me elogiou pela minha ideia. 

(*) Após os fatos narrados acima, Pleyel entrou para o PQP Bach.

F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonia Nº 104 / Sinfonia Nº 94 / Divertimento para Sopros (Coral de Santo Antônio) (Vienna Chamber Orch / Alfred Scholz)

Symphony No. 104 In D Major (London)
1 Adagio – Allegro
2 Andante
3 Menuetto – Allegro
4 Allegro Spiritoso

Symphony No. 94 In G Major (Surprise)
5 Adagio Cantabile – Vivace Assai
6 Andante
7 Menuetto: Allegro Molto
8 Allegro Di Molto

9 Wind Quintet Divertimento No. 1 In B Major (Choral St. Antony)

Vienna Chamber Orchestra
Alfred Scholz

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Haydn testanto um piano forte na PQP Bach Hanover Square Rooms

PQP

Glinka: Abertura de Ruslan e Ludmila / Tchaikovsky: Sinfonia Nº 5 / Elgar: Movimento das Variações Enigma (Zander / Orq. Jovem do Conservatório de New England)

Glinka: Abertura de Ruslan e Ludmila / Tchaikovsky: Sinfonia Nº 5 / Elgar: Movimento das Variações Enigma (Zander / Orq. Jovem do Conservatório de New England)

Este CD não é nenhuma obra-prima, mas passou na minha frente e vou postá-lo. Considerando-se que são jovens, a orquestra é muito boa e não faz feio na sua excursão por terras chilenas. Aliás, essas orquestras jovens bem que podiam viajar mais, não? A peça principal aqui é a Sinfonia de Tchai, que vem completa. Tchaikovsky é conhecido pelo grande público principalmente por suas obras para balé, que lhe valeram divergências de opinião: de um lado o desprezo por uma espécie de sentimentalismo aliciador, ainda que cativante, e, de outro lado, excessiva admiração. Os diferentes aspectos de sua obra, porém, deixam-na sólida diante das intempéries. Na Quinta Sinfonia, se isso for possível em Tchaikovsky, a presença do elemento russo é evidente. Não se trata, porém, de citações ou releituras de material melódico da música tradicional russa, mas de uma filtragem e apropriação desse material, estilizado ao máximo no seio de uma linguagem romântica genuína.

Glinka: Abertura de Ruslan e Ludmila / Tchaikovsky: Sinfonia Nº 5 / Elgar: Movimento das Variações Enigma (Zander / Orq. Jovem do Conservatório de New England)

Glinka:
1 Ruslan And Ludmila: Overture

Tchaikovsky:
2 Sym No.5 in e, Op.64: Andante-Allegro Con Anima
3 Sym No.5 in e, Op.64: Andante Cantabile, Con Alcuna Licenza
4 Sym No.5 in e, Op.64: Valse: Allegro Moderato
5 Sym No.5 in e, Op.64: Finale: Andante Maestoso-Allegro Vivace

Elgar:
6 Enigma Vars, Op.36: Nimrod

New England Conservatory Youth Orchestra
Benjamin Zander

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Cena do filme “A Esposa de Tchaikovsky — o casamento mergulhou no lago dos cisnes.

PQP

Anton Bruckner (1824-1896)

Anton Bruckner (1824-1896)

Hoje, 4 de setembro, é o dia dos 200 anos de nascimento de um dos compositores que mais amo: Anton Bruckner.

Ele nasceu em Linz, na Áustria, e foi uma figura estranhíssima. Este ano, li a biografia que Lauro Machado Coelho escreveu sobre ele. Muitas coisas começaram a fazer sentido.

Dizia a lenda que Bruckner era quase um idiota. Nada disso. Mas havia o ambiente rural e quase tacanho em que o compositor nasceu, a desgraça de ser um jeca, a sua insegurança neurótica, seu alto conhecimento e seus incríveis — de modo positivo — resultados como aluno. Porém, mesmo sendo um espetacular improvisador ao órgão, professor e compositor, Bruckner era um ingênuo que propunha casamento às moças mais inatingíveis, era hiper religioso, anotava tudo o que fazia, gastava e recebia, sabia quantas árvores existiam em todos os seus caminhos diários, pois as contava, além de outras esquisitices absolutamente originais. Quando transferiu-se de Linz para Viena, quis ter certeza de que seria aceito de volta caso fosse um insucesso em Viena. Insegurança total, sempre.

Também ficava agradecido a quem regia sua música, a ponto de se submeter a humilhações. Halb Genie, halb Trottel (metade gênio, metade pateta) era o que se dizia dele. Podem imaginar esse homem saído da pequena Linz (Sankt Florian) para a sofisticada Viena? Pois ele adquiriu o respeito de gente como, por exemplo, Gustav Mahler. Sua música foi adotada por Hitler como símbolo da força e da pureza arianas, mas logo os historiadores descobriram que, Bruckner, devoto de Richard Wagner, não era nem um pouco antissemita e o nazismo desgrudou dele assim que a guerra acabou. Quando os maestros judeus começaram a ser preteridos, Bruckner passou a convidá-los para estrear suas sinfonias, deixando de lado os “alemães”.

Compondo sinfonias imensas, realizou grandes esforços para ver sua obra aceita – inclusive revisando-a incessantemente… Não podia ouvir uma opinião contrária que já saía reescrevendo tudo. E criou imensa obra, cheia de diferentes versões. Um prato delicioso para os musicólogos.

Sou muito Bruckner e minhas sinfonias preferidas são a 3, 4, 5, 7 e 9. Ele tem 11, mas parou na nona. Ele tem uma Sinfonia de Estudo, que não era para ser publicada. Insegurança. Era tão boa que tornou-se a Sinfonia N° 0 (Nullte). Teve outra a qual ele também não deu número. Bruckner declarou que ela “gilt nicht” (não contava)… Hoje, é tocada, claro.

Sua música trazia a estranheza de parecer por vezes imitar o órgão, seu instrumento, sempre com muitas pausas significativas e entradas em fortíssimo para alegria dos metais da orquestra.

Bem, esta é minha pequena homenagem a este gênio. Abaixo, uma boa piada sobre suas incontáveis revisões.

PQP

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nº 8 & 9 (Philharmonisches Staatsorchester Hamburg, Symphonieorchester Des Bayerischen Rundfunks, Eugen Jochum)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nº 8 & 9 (Philharmonisches Staatsorchester Hamburg, Symphonieorchester Des Bayerischen Rundfunks, Eugen Jochum)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

Este é um CD que tem tinha tudo para ser excepcional. Quando o comprei, numa loja de CDs aqui de Porto Alegre — sim, crianças, já tivemos isso –, quase corri pela rua para chegar em casa e ouvi-lo logo. Mas há um senão — o som de 1949 e 55… Muito antigo. Jochum foi um monstro e temos gravações maravilhosas como as das Três Missas de Bruckner, só que essas deste post são bem mais velhinhas. Mas não podemos desconsiderar a notável qualidade e talento de Jochum e de suas orquestras. A Sinfonia Nº 9 é a última sinfonia na qual Anton Bruckner trabalhou, deixando o último movimento incompleto na época de sua morte em 1896. Bruckner a dedicou “ao amado Deus amado” (em alemão, “dem lieben Gott”). A sinfonia foi estreada apenas em 1903. August Göllerich e Max Auer, em sua biografia de Bruckner, afirmam que ele expressou a seu médico, Richard Heller, esta dedicatória dizendo:

Veja, eu já dediquei duas sinfonias ao pobre Rei Ludwig como o patrono real das artes. Ao nosso ilustre e querido Imperador como a mais alta majestade terrena, a quem reconheço. E agora dedico minha última obra à majestade de todas as majestades, o amado Deus, e espero que ele me dê tempo para completá-la. 

Confiar em deus é a maior furada, Anton.

A Sinfonia Nº 8 é a última sinfonia concluída pelo compositor. Ela existe em duas versões principais de 1887 e 1890. Foi estreada sob o maestro Hans Richter em 1892 no Musikverein, Viena. É dedicada ao Imperador Franz Joseph I da Áustria. Esta sinfonia é por vezes apelidada de A Apocalíptica, mas este não foi um nome dado a ela por Bruckner.

Bruckner começou a trabalhar na Oitava em julho de 1884. Trabalhando principalmente durante as férias de verão de suas funções na Universidade de Viena e no Conservatório de Viena, o compositor tinha todos os quatro movimentos concluídos em rascunho em agosto de 1885. A orquestração da obra foi concluída em abril de 1887. Durante esta fase da composição, a ordem dos movimentos internos foi invertida, deixando o Scherzo como segundo e o Adagio como terceiro movimento.

Em setembro de 1887, Bruckner copiou a partitura e a enviou ao maestro Hermann Levi . Levi foi um dos colaboradores mais próximos de Bruckner, tendo feito uma apresentação da Sinfonia Nº 7 em Munique, “o maior triunfo que Bruckner já havia experimentado”. Ele também providenciou que a carreira de Bruckner fosse apoiada de outras maneiras, incluindo uma assistência financeira da nobreza e um doutorado honorário da Universidade de Viena. No entanto, o maestro escreveu de volta a Bruckner que:

Acho impossível executar a Oitava em sua forma atual. Simplesmente não consigo torná-la minha! Por mais que os temas sejam magníficos e diretos, sua elaboração me parece duvidosa; na verdade, considero a orquestração impossível… Não perca a coragem, dê outra olhada em seu trabalho, converse com seus amigos, com Schalk, talvez uma reformulação possa conseguir alguma coisa.

Isso deixou Anton mais neurótico do que já era com suas eternas revisões…

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nº 8 & 9 (Philharmonisches Staatsorchester Hamburg, Symphonieorchester Des Bayerischen Rundfunks, Eugen Jochum)

Symphonie Nr. 9 D-Moll = Symphony No. 9 In D Minor (1894 Original Version. Ed. Leopold Nowak [1951])
Orchestra – Symphonieorchester Des Bayerischen Rundfunks*
Score Editor – Leopold Nowak
(59:02)
1-1 1. Feierlich, Misterioso 22:08
1-2 2. Scherzo. Bewegt, Lebhaft – Trio. Schnell 9:45
1-3 3. Adagio. Langsam, Feierlich 27:09

Symphonie Nr. 8 C-Moll = Symphony No. 8 In C Minor (1887/90 Mixed Versions. Ed. Robert Haas [1939])
Orchestra – Philharmonisches Staatsorchester Hamburg
(1:22:39)
1-4 1. Allegro Moderato 15:06
2-1 2. Scherzo. Allegro Moderato 13:56
2-2 3. Adagio. Feierlich Langsam, Doch Nicht Schleppend 30:36
2-3 4. Finale. Feierlich, Nicht Schnell 23:01

Conductor – Eugen Jochum

Recording: Hamburg, Musikhalle 1 & 2/1949 (Symphony No. 8); München, Residenz-Saal 11/1954 (Symphony No. 9). ℗ 1949 (No. 8)/1955 (No. 9)

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Anton Bruckner

PQP

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nro. 7 (Haitink, RCO)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nro. 7 (Haitink, RCO)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Espero que vocês gostem da primeira das três joias da coroa de Bruckner, conforme diz o texto abaixo. A sétima é dedicada mais a Wagner do que a Deus… O que me deixa mais tranquilo, na verdade. Apresentamos a capa da nova gravação que Haitink fez com a Orquestra de Chicago e não a capa do CD gravado com a Orquestra do Concertgebow de Amsterdam, que ora postamos. O motivo é o de que você não a consegue nem entre os usados da Amazon. Quem o tem não o larga. É uma obra-prima. Os dois primeiros movimentos são arrasadores. A seguir coloco para vocês um bom texto encontrado faz algum tempo na rede:

Anton Bruckner nasceu em 4 de setembro de 1824, no vilarejo de Ansfeld, norte da Áustria. Seus pais eram professores primários e ele mesmo teve educação formal para o magistério, mas levou adiante seus estudos de música (notadamente órgão) e, aos 13 anos, entrou para o famoso coro do monastério de Sankt Florian.

Foi lá que abraçou definitivamente sua vocação religiosa e musical. Em 1845, tornou-se professor e organista adjunto, e começou a compor. Bruckner permaneceu nas funções até 1856, quando foi nomeado organista da catedral de Linz e saiu do monastério. Este período foi marcado por estudos de contraponto e orquestração e constantes viagens a Viena. Em uma dessas viagens, Bruckner conheceu a obra de Wagner, e ficou completamente fascinado por ela. Foi nesta época, quando tinha aproximadamente 40 anos, que sua produção como compositor toma fôlego, com as primeiras sinfonias.

Em 1868, obteve o posto de professor do Conservatório de Viena, e para lá fixou residência; veio a lecionar na Universidade de Viena oito anos depois. Na capital do Império Austro-Húngaro, Bruckner, uma pessoa tímida, sem muito manejo social e com baixíssima autoestima, sofria com os ataques da ala brahmsiana, principalmente de Eduard Hanslick, o mais influente dos críticos vienenses. Porém, como organista, era aclamado e disputado.

O reconhecimento público como compositor só veio com a apresentação da Sétima Sinfonia, em 1884. A Oitava Sinfonia estreou em 1892 e foi outro grande sucesso (inquestionável até por Brahms e Hanslick), mas teve gestação complicada. O compositor havia enviado esboços da obra a seu amigo, o maestro Hermann Levi, que a reprovou. Bruckner entrou em profunda depressão – até pensou no suicídio – e tratou de revisar completamente a sinfonia. Mas o resultado final valeu muito a pena, já que a Oitava é sua maior obra e uma das maiores sinfonias de todos os tempos.

O esforço na revisão da Oitava acabou por comprometer a Nona, que foi deixada inacabada: Bruckner morreu em 11 de outubro de 1896, aos 72 anos, trabalhando no Finale. Seus restos mortais foram depositados sob o órgão do mosteiro de Sankt Florian.

SUA OBRA

Podemos fazer uma divisão da obra bruckneriana em dois períodos: o período sacro, que abrange das primeiras obras até a Terceira Sinfonia (1873); e o período das grandes sinfonias, de 73 até sua morte.

Apesar de toda a fama de Bruckner como compositor religioso, sua obra sacra não é tão grande como pode parecer (mais intrigante, porém, dado que era um organista de grande renome, é o número muito reduzido de obras para órgão). Ele compôs seis missas – destaque para a segunda e para a terceira, a Grande – e um réquiem, muitos motetos, o famoso Te Deum e o Salmo CL, os dois últimos já no final da vida.

Mais importantes, para Bruckner, são suas sinfonias. Foram compostas onze delas, sendo que as duas primeiras foram rejeitadas e depois editadas como as de números 00 e 0. Da Zero à Terceira forma-se um grupo relativamente homogêneo de sinfonias. Todas são em tom menor, trágicas e pesadas. A mais grandiosa delas é justamente a de número três, dedicada a Wagner. Nenhuma sinfonia dessa fase, mesmo as rejeitadas, é menos do que interessante.

As três sinfonias seguintes, 4, 5 e 6, formam o segundo grupo. São sinfonias mais positivas, em tom maior. A mais conhecida é a Quarta, a Romântica, uma sinfonia perfeita, de grande beleza e humanidade. A Quinta é mais ampla e tem maiores pretensões arquitetônicas, especialmente no grandioso final em fuga. Data do período em que ingressou na Universidade de Viena, talvez daí o rigor técnico.

As três últimas, 7, 8 e 9, são as verdadeiras jóias da coroa de Bruckner. A Sétima é uma sinfonia belíssima, com destaque para o sublime Adagio, composto em memória a Wagner, que tinha acabado de falecer.

A Oitava é talvez a maior obra-prima de Bruckner e uma das maiores sinfonias já compostas em todos os tempos. Gigantesca (mais de 80 minutos de duração), com orquestração grandiosa e concepção monumental, ela impressiona a todos por sua profundidade e majestosidade. O Scherzo, de mais de 15 minutos, é um dos maiores da história e seu maravilhoso trio, um dos pontos altos de sua produção sinfônica.

Da Nona, infelizmente, conhecemos apenas os três primeiros movimentos. É a mais mística das sinfonias brucknerianas, de concepção tão grandiosa quanto a Oitava e de inspiração religiosa – foi dedicada “ao Bom Deus”. Muitas vezes, a orquestra soa como um imenso órgão. É de suas obras mais potentes.

AS VERSÕES

Bruckner era uma pessoa tremendamente insegura e, por causa das críticas – muitas delas injustas – que recebia, revisava constantemente suas obras. Isso acabou gerando um problema para a posteridade. Muitas vezes suas sinfonias têm três versões para o intérprete escolher, e a escolha sempre é difícil. Afinal, qual é a mais fiel às intenções originais de Bruckner?

Duas edições completas das sinfonias foram lançadas, a de Robert Haas e a de Leopold Nowak. Cada uma delas recupera cores feitos em algumas versões, ou os aceita, ou acrescenta partes. A edição Nowak tende a manter os cortes e a Haas, a restaurar os trechos perdidos. Nenhuma versão é perfeita e cada um tem a sua predileta. Em geral, aceita-se que a melhor Terceira é a Haas e que a melhor Quarta é a Nowak (apesar do prato “errado” do Finale), mas não chegou-se a um consenso quanto à versão da Oitava. Uma opinião? Nowak.

Trecho de texto anônimo retirado daqui. O endereço parece estar desativado atualmente…

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nro. 7 (Haitink, RCO)

Symphony No. 7: I. Allegro moderato
Symphony No. 7: II. Adagio: Sehr feierlich und sehr langsam
Symphony No. 7: III. Scherzo: Sehr schnell
Symphony No. 7: IV. Finale: Bewegt, doch nicht schnell

Bernard Haitink
Royal Concertgebouw Orchestra, Amsterdam

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PQP

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 “Romântica” (Celibidache)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 “Romântica” (Celibidache)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Anton Bruckner é um dos grande amores de PQP. E ainda mais com Celibidache… Já viram, né? Celi não gostava de estúdios (eu também prefiro tudo ao vivo), suas gravações são quase todas como esta, um registro de um concerto. E seus concertos eram arrasadoramente belos e perfeitos. À frente da Filarmônica de Munique, o regente celebrou triunfos em todo o mundo, principalmente quando interpretava obras de Anton Bruckner. A esta preferência, Celibidache justificava-se da seguinte forma: “Bruckner é ainda um homem desconhecido. Ele é o maior compositor de sinfonias da história da música, mas isso o mundo não sabe. A forma com a qual ele abarca a orquestra é algo que só ele consegue”.

Assim como Nikolaus Harnoncourt, o romeno Celibidache foi um grande inimigo de Herbert von Karajan. Se Harnoncourt ficou quieto e retirou-se para não ser mais prejudicado profissionalmente por esta figura invejosa, Celibidache tirava o maior sarro de Herbie von K. HvK não suportava o sucesso de crítica de Harnoncourt e podia alcançá-lo em Viena, mas Celi parecia viver em uma bolha de ironia em Munique, fazendo piadas com o amor ao dinheiro e os equívocos na abordagem de algumas obras por parte de HvK. Há vídeos inacreditáveis disso. Hoje, poucos críticos sérios falam em Karajan e há um certo consenso de que a melhor orquestra de todos os tempos poderia ter sido exatamente esta Filarmônica de Munique quando sob o exigente e detalhista Celi. Alguns dizem ele que torna tudo lento. É verdade. Mas ouça. Com ele você nota detalhes dos quais nem desconfia ouvindo alguns outros maestros.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 “Romântica” (Celibidache)

Symphony No. 4 In E Flat Major “Romantic” (Edition: Robert Haas)
1 I. Bewegt, Nicht Zu Schnell 21:56
2 II. Andante Quasi Allegretto 17:35
3 III. Scherzo: Bewegt – Trio: Nicht Zu Schnell, Keinesfalls Schleppend 11:04
4 IV. Finale: Bewegt, Doch Nicht Zu Schnell 27:52

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache

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Celi em 1995, pouco antes de falecer num enfarto
Celi em 1995, pouco antes de falecer num enfarto

PQP

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nros. 1 & 5 (Karajan, BP)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nros. 1 & 5 (Karajan, BP)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu estava pensando numa bobagem. Ia iniciar esta apresentação me desculpando pela postagem desta sinfonia de Bruckner por Herbert von Karajan. Pura besteira, coisa de brasileiro que acha que todas as grandes estrelas têm problemas e o bom é o obscuro. Eu amo apaixonadamente esta sinfonia, acho que tenho decoradas todas as suas notas e parece-me às vezes que suas melodias já nasceram comigo. Ou vieram pré-instaladas em meu cérebro. Ouvi muitas gravações, mas a que bate mais fundo é a de HvK, sem dúvida.

Acho curioso que Karajan tenha recebido prêmios importantes por suas gravações de Beethoven (integral das sinfonias), Wagner (Parsifal), Mahler (Sinfonia Nro. 9) e outros, mas nunca por esta gravação de Bruckner, de resto tão elogiada por todos os comentaristas.

A outra bobagem é que escrevo este post em meu escritório, sem a vasta bibliografia que possuo acerca da monumental quinta. Obra escrita nos quatro habituais movimentos é uma demonstração do maior romantismo possível sem passar à mediocridade. Não é um romantismo meloso ou indulgente, é um romantismo grandioso e emocionante. O segundo movimento, Adagio é uma das partituras que mais gosto. Se Wand o dirige muito bem, ele acelera demais nas repetições e não tem em mãos o tremendo instrumento da Orquestra Filarmônica de Berlim de 1977. Karajan faz com que o rendimento de sua orquestra atinja o máximo neste movimento cujo segundo tema – altamente romântico e grave – fizeram com que as vidraças das minhas últimas quatro residências tremessem de… paixão. É absurdamente lindo.

Um amigo me disse uma vez que tal Adagio é o mais longo já composto para uma sinfonia, mas não tenho certeza da veracidade da informação. Longo ou não, por mim poderia durar dias!

É a sinfonia perfeita. Muito melodiosa, tonitruante e delicada na hora certa, tem seus três primeiros movimentos revisitados no Finale. O primeiro é extremamente equilibrado; o segundo, apaixonado; o terceiro, jocoso e o quarto resume tudo o que foi ouvido.

Se, após ouvi-la, alguém chamar Bruckner de simples ou musicalmente ingênuo, merece imediata internação.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nros. 1 & 5 (Karajan, BP)

Symphonie Nr. 1 C-moll = Symphony No. 1 In C Minor = Symphonie Nᵒ 1 En Ut Mineur = Sinfonia N. 1 In Do Minore (Fassung = Version = Versione: 1866 »Linzer« = “Linz”; Hrsg. = Ed. = Publiée Par Les Soins De = Edizione Curata Da: Leopold Nowak)
Score Editor [Hrsg./Ed./Publiée Par Les Soins De/Edizione Curata Da] – Leopold Nowak
1-1 1. Allegro 12:53
1-2 2. Adagio 14:17
1-3 3. Scherzo. Schnell 8:54
1-4 4. Finale. Bewegt, Feurig 14:27

Symphonie Nr. 5 B-dur = Symphony No. 5 In B Flat Major = Symphonie Nᵒ 5 En Si Bémol Majeur = Sinfonia N. 5 In Si Bemolle Maggiore (Originalfassung = Original Version = Version Originale = Versione Originale)
1-5 1. Introduction: Adagio – Allegro 20:43
2-1 2. Adagio. Sehr Langsam 21:26
2-2 3. Scherzo. Molto Vivace (Schnell) 13:44
2-3 4. Finale. Adagio 24:42Moderato

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PQP

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Kubelik)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Kubelik)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Meu deus que provavelmente não exista! Que gravação! E que Sinfonia! O que é aquele Finale? Que coisa maravilhosa! A Sinfonia Nº 3 é uma sinfonia que foi dedicada a Richard Wagner, mas não pensem que Bruckner era antissemita, não era de modo nenhum. Ela foi escrita em 1873, revista em 1877 e novamente em 1891. Em 1873, Bruckner enviou quer a sua Sinfonia Nº 2 e Nº 3 para Wagner, dizendo-lhe para escolher aquela que preferia. Ele escolheu a terceira. A premiere desta sinfonia foi dada em Viena, em 1877, com Bruckner a conduzir a orquestra. O concerto não correu bem. Bruckner não era muito competente como maestro e o público, nada empático, foi abandonando a sala enquanto a música era tocada. Depois disto, Bruckner efetuou várias revisões no trabalho, deixando de fora partes antes significativas.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Kubelik)

Symphony No. 3 In D Minor (Revised Version Of 1878)
1 I—Gemässigt, Mehr Bewegt, Misterioso 21:14
2 II—Adagio, Bewegt, Quasi Andante 15:33
3 III—Scherzo: Ziemlich Schnell 7:05
4 IV—Finale: Allegro 14:40

Conductor – Rafael Kubelik
Orchestra – Symphonie-Orchester des Bayerischen Rundfunks

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Bruckner chegando ao céu dos católicos

PQP

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 0 ∙ Helgoland ∙ Psalm 150 (Ruth Welting, Chicago Symphony Orchestra & Chorus, Daniel Barenboim)

BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 0 ∙ Helgoland ∙ Psalm 150 (Ruth Welting, Chicago Symphony Orchestra & Chorus, Daniel Barenboim)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

Bem, o que tenho a dizer a vocês neste momento? Diria que não entendo de verdade a obsessão revisora de Bruckner. O que tem de errado com a Sinfonia Nº 0 (Zero)? É muito boa! Só ressuscitando o cara para saber os motivos dele. Lendo sua biografia, já sei que ele era um neurótico não louco. Aliás, era mais razoável do que muitos de nós. Além de ser manso. Anton Bruckner (1824-1896) é conhecido por suas 9 sinfonias. A Nº 1 se enquadra em seu estilo inicial; as nº 2-5 são seu estilo médio, culminando na maestria consumada evidente na Quinta. As nº 6-8 e a incompleta 9ª formam o último grupo. No entanto, há uma sinfonia que fica fora dessa numeração. A Sinfonia nº 1 foi concluída em 1866 e estreou em 1868. A Sinfonia nº 2 foi concluída em 1872 e estreou em Viena em 1873. Entre elas, no entanto, há uma Sinfonia em Ré menor. Embora a sinfonia seja conhecida, erroneamente, como Sinfonia Nº 0, a obra de Bruckner deveria ser, na verdade, a sinfonia 1,5. Bruckner passou cerca de 9 meses trabalhando nessa obra, concluindo-a no final de 1869. Bruckner inicialmente intitulou a obra Sinfonia Nº 2 e a submeteu a Otto Dessoff, o maestro permanente da Filarmônica de Viena, para sua revisão. A esperança de Bruckner era que Dessoff incluísse a obra em uma apresentação ou talvez a incluísse em uma das leituras de música nova da orquestra. Quando a resposta de Dessoff foi “Onde está o tema principal?” para o primeiro movimento, Bruckner retirou a obra de consideração inteiramente.

Quando essa revisão aconteceu é incerto. Sabemos, no entanto, que quando Bruckner terminou o que agora é conhecida como sua segunda sinfonia, a obra foi chamada de Sinfonia Nº 3, mas quando ele terminou a sinfonia seguinte em dezembro de 1873, ela foi chamada de Sinfonia Nº 3 e a obra anterior foi renomeada como Sinfonia Nº 2. A sinfonia que Dessoff havia revisado foi arquivada em uma gaveta e aparentemente esquecida.

Há pontos de similaridade entre a Sinfonia nº 0 e a Sinfonia nº 3: os compassos de abertura não são muito diferentes. As duas sinfonias compartilham material, então podemos supor que Bruckner já havia relegado a Nº 0 para a pilha de reciclagem quando começou a Nº 3.

Em 1895, quando Bruckner estava se mudando para acomodações menores, localizadas em uma ala dos edifícios do Palácio Belvedere, Bruckner examinou seus papéis e descobriu a partitura desta sinfonia que ele havia escrito 25 anos antes. Ele não destruiu a partitura, mas escreveu palavras desdenhosas através da partitura, como ‘inválido’ (ungiltig), ‘completamente nulo’ (ganz nichtig) e ‘anulado’ (annulirt). Ele também escreveu o símbolo ‘nulo’, Ø, três vezes na partitura e é a partir disso que a obra é conhecida como Die Nullte Symphony e em outras línguas como Sinfonia Nº 0.

Assim com Shostakovich dava suas piores melodias para os eventos comemorativos e patrióticos, Bruckner também fazia das suas. Helgoland é uma cantata secular e patriótica para coro masculino e orquestra. Como Bruckner não completou a 9ª sinfonia , Helgoland é sua última obra completa. A Cantata foi composta em abril de 1893 para o Coro Masculino de Viena  a fim de comemorar seu 50º aniversário. O texto foi escrito por August Silberstein. A frísia de Helgoland tinha acabado de ser dada à Alemanha em 1890 pela Grã-Bretanha em troca de Zanzibar… Helgoland foi estreada em 8 de outubro de 1893 pelo Coro Masculino da Orquestra Filarmônica de Viena no Palácio de Hofburg.

Bem melhor, o Salmo 150 de Anton Bruckner é uma versão deste salmo para coro misto, soprano solista e orquestra, escrita em 1892. Richard Heuberger pediu a Bruckner um hino festivo para celebrar a abertura da exposição Internationale Ausstellung für Musik und Theatherwesen em 1892, mas Bruckner não entregou a peça a tempo. A obra foi estreada no Musikvereinsaal em Viena em 13 de novembro de 1892, com o Wiener Singverein e a soprano solista Henriette Standthartner e Wilhelm Gericke na regência.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 0 ∙ Helgoland ∙ Psalm 150 (Ruth Welting, Chicago Symphony Orchestra & Chorus, Daniel Barenboim)

Symphonie D-moll »Nullte«
1 Allegro 15:13
2 Andante 12:43
3 Scherzo. Presto – Trio. Langsamer Und Ruhiger – Scherzo Da Capo 6:49
4 Finale. Moderato – Allegro Vivace 11:03

5 Helgoland (Für Männerchor Und Großes Orchester) 13:49

6 Psalm 150 (Für Sopran, Chor Und Orchester) 8:45

Choir – Chicago Symphony Chorus (tracks: 5, 6)
Conductor – Daniel Barenboim
Orchestra – Chicago Symphony Orchestra
Soprano Vocals – Ruth Welting (tracks: 6)

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Bruckner revisando uma partitura…

PQP

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Cantatas, Prelúdios e Fugas (Deller / Saorgin)

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Cantatas, Prelúdios e Fugas (Deller / Saorgin)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um disco de qualidade extraordinária! Este vinil (1971) e CD (1988) foi a minha porta de entrada para o grande compositor que foi Buxtehude. O organista René Saorgin começa o espetáculo com obras para as quais vale a pena caminhar 320 Km para conhecer de perto. Ouçam! Dinamarquês radicado em Lübeck, Buxtehude ganhou prestígio com saraus vespertinos chamados Abendmusik, que eram realizados na igreja onde o compositor era o manda-chuva musical. Buxtehude ampliou grandemente o escopo destes saraus e para eles compôs algumas de suas melhores obras, em forma de cantata, das quais se preservam cerca de 120 em manuscrito, com textos retirados da Bíblia, dos corais da tradição Protestante e mesmo da poesia secular. Também dedicou-se a outros gêneros, como solos para órgão (variações corais, canzonas, toccatas, prelúdios e fugas) e os concertos sacros. Todos os oratórios se perderam, mas guardam-se os registros de que existiram.

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Cantatas, Prelúdios e Fugas (Deller / Saorgin)

1 Prélude et Fugue en Sol Mineur (G Minor / G-Moll) 7:47
2 Choral-Fantaisie: ‘Gelobet Seist Du, Jesu Christ’ 9:10
3 Prélude et Fugue en Fa Majeur (F Major / F-Dur) 6:56
4 Cantate ‘In Dulci Jubilo’ Pour Quatre Voix et Instruments 6:31
5 Cantate ‘Jubilate Domino’ Pour Voix Seule, Viole de Gambe et Continuo 7:57
6 ‘Te Deum’ 16:06
7 Choral ‘Herr Christ, Der Einig Gottes Sohn’ 3:15
8 Choral: ‘In Dulci Jubilo’ 2:19
9 Choral: ‘Lobt Gott, Ihr Christen Allzugleich’ 1:38

Conductor – Alfred Deller
Ensemble – Deller Consort
Organ [Orgue Historique Saint-Laurent D’ Alkmaar] – René Saorgin
Organ [Positive Organ] – Michel Chapuis
Viola da Gamba – Raphaël Perulli

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Deller nas ruas de Londres enquanto candidato à presidência da PQP Bach Corp.

PQP