Delalande, Couperin, Lully: Messe du Roi Soleil – Ensemble Marguerite Louise, dir. Gaétan Jarry

Messe du Roi Soleil

Michel Richard Delalande (France, 1657-1726)
François Couperin (França, 1668 – 1733)
Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687)

Ensemble Marguerite Louise
dir. Gaétan Jarry

2019

 

A Missa do Rei Sol foi sem dúvida um dos rituais privilegiados para a construção da glória do soberano, tanto pelo seu esplendor quanto pelo aspecto cerimonial que paralisa o tempo, solidificando a imagem eterna do poder real. Os maiores compositores do reino distinguiram-se fazendo do serviço sagrado um verdadeiro concerto celestial. O sino tocou, os pífanos e os tambores anunciaram a chegada do rei na galeria, o órgão explodiu os Grands Motets de Lully e Delalande, encantados sob as abóbadas douradas, os delicados e íntimos Petits Motets de Couperin aparecem com graça nas alcovas da Capela Real…

O Rei Sol ouviu vários tipos de missa em sua capela, a mais famosa a “missa baixa solene” que consistia em um grand motet, um petit motet e um Domine salvum fac regem, todos cantados enquanto o padre falava calmamente a liturgia. Em outras ocasiões, ele ouviu música de órgão e canto e aqui nós temos um pouco de tudo, às vezes um pouquinho. Assim, o efeito geral é bastante insatisfatório, embora as obras principais – configurações de salmo de Delalande e Lully – sejam peças esplêndidas, dignamente cantadas. De fato, os solos e duetos de soprano são alguns dos melhores que eu já ouvi há muito tempo. No entanto, o veredicto geral tem que ser “poderia fazer melhor”. (ex-internet)

François-André Danican Philidor (França, 1726 – 1795
01. Marche pour fifres et tambours
Jean-Adam Guilain (Alemanha, c. 1680 – after 1739)
02. Suite du troisième ton: Plein Jeu
Michel Richard Delalande (France, 1657-1726)
03. Exaltabo te Domine, S.66: I. Exaltabo te Domine
04. Exaltabo te Domine, S.66: II. Psallite Domino,
05. Exaltabo te Domine, S.66: III. Ad vesperum demorabitur
06. Exaltabo te Domine, S.66: IV. Ego autem dixi
07. Exaltabo te Domine, S.66: V. Avertisti faciem tuam
08. Exaltabo te Domine, S.66: VI. Ad te clamabo
09. Exaltabo te Domine, S.66: VII. Quae utilitas
10. Exaltabo te Domine, S.66: VIII. Audivit Dominus
François Couperin (França, 1668 – 1733)
11. Messe des couvents: Dialogue sur les grands jeux
12. Venite exultemus Domino
13. Messe des couvents: Tierce en taille
Anonyme
14. Communion de la Messe pour Saint Louis: Introibo in domum tuam Domine
Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687)
15. Exaudiat te Dominus: I. Exaudiat
16. Exaudiat te Dominus: II. Tribuat tibi secundum
17. Exaudiat te Dominus: III. Impleat Dominus
18. Exaudiat te Dominus: IV. Exaudiet ilum de Coelo Sancto Suo
19. Exaudiat te Dominus: V. Ipsi obligati sunt
20. Exaudiat te Dominus: VI. Domine salvum fac Regem
21. Exaudiat te Dominus: VII. Gloria Patri e Filio

Messe du Roi Soleil
Delalande, Couperin, Lully
Ensemble Marguerite Louise – 2019
dir. Gaétan Jarry

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Por gentileza, quando tiver problemas para descompactar arquivos com mais de 256 caracteres, para Windows, tente o 7-ZIP, em https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ e para Mac, tente o Keka, em http://www.kekaosx.com/pt/, para descompactar, ambos gratuitos.

If you have trouble unzipping files longer than 256 characters, for Windows, please try 7-ZIP, at https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ and for Mac, try Keka, at http://www.kekaosx.com/, to unzip, both at no cost.

Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

G. F. Handel (1685-1759): As Cantatas Italianas, Vol. II – Le Cantate Per Il Marchese Ruspoli

G.  F. Handel (1685-1759): As Cantatas Italianas, Vol. II – Le Cantate Per Il Marchese Ruspoli

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Ao restaurar este link, eu, PQP Bach, retirei o primeiro parágrafo escrito pelo  FDP Bach. O motivo é que ele se referia a uma viagem minha que, bem, tenho saudades daquilo, mas só valeu para aquela data. O que permanece é a alta qualidade desta coleção de Cantatas Italianas do grande Handel. Com a palavra, FDP.

Mais um baita CD desta impecável coleção, um primor de qualidade de gravação aliado a um tremendo bom gosto. O destaque? Difícil de escolher, o cd inteiro é magnífico, com duas excelentes cantoras e um conjunto orquestral excelente. Recomendo a leitura do booklet em anexo, que dá um histórico da vida de Handel recém chegado à Itália, além de descrever as obras aqui gravadas.

G. F. Handel – Italian Cantatas, Vol. II – Le Cantate Per Il Marchese Ruspoli

01 – Armida Abbandonata HWV105 – I Dietro l’orme fugaci
02 – Armida Abbandonata HWV105 – II Ah! Crudele, e pur ten vai
03 – Armida Abbandonata HWV105 – III Per te mi struggo
04 – Armida Abbandonata HWV105 – IV O voi, dell’inconstante
05 – Armida Abbandonata HWV105 – V Venti fermate si
06 – Armida Abbandonata HWV105 – VI Ma che parlo, che dico –
07 – Armida Abbandonata HWV105 – VII In tanti affanni
08 – Diana Cacciatrice HWV79 – I La Marche
09 – Diana Cacciatrice HWV79 – II Alla caccia
10 – Diana Cacciatrice HWV79 – III Foriera la tromba
11 – Diana Cacciatrice HWV79 – IV Alla caccia
12 – Diana Cacciatrice HWV79 – V Tacete ola tacete
13 – Diana Cacciatrice HWV79 – VI Di questa selva
14 – Diana Cacciatrice HWV79 – VII Alla caccia
15 – Tu Fedel – Tu Costante HWV171- I Sonata
16 – Tu Fedel – Tu Costante HWV171- II Tu fedel – Tu costante –
17 – Tu Fedel – Tu Costante HWV171- III Cento belle ami Fileno
18 – Tu Fedel – Tu Costante HWV171- IV L’occhio nero
19 – Tu Fedel – Tu Costante HWV171- V Se Licori
20 – Tu Fedel – Tu Costante HWV171- VI Ma se non hai piu d’un sol cuore
21 – Tu Fedel – Tu Costante HWV171- VII Se non ti piace amarmi
22 – Tu Fedel – Tu Costante HWV171- VIII Ma il tuo genio incostante
23 – Tu Fedel – Tu Costante HWV171- IX Si crudel, ti lascero
24 – Notte Placida e Cheta HWV142 – I Notte palcida e cheta
25 – Notte Placida e Cheta HWV142 – II Zeffiretti, deh!
26 – Notte Placida e Cheta HWV142 – III Momento fortunato
27 – Notte Placida e Cheta HWV142 – IV Per un istante
28 – Notte Placida e Cheta HWV142 – V Ma gia sento che spande
29 – Notte Placida e Cheta HWV142 – VI Luci belle
30 – Notte Placida e Cheta HWV142 – VII O delizie d’amor
31 – Notte Placida e Cheta HWV142 – VIII Che non si da
32 – Un’Alma Innamorata HWV173 – I Un’alma innamorata
33 – Un’Alma Innamorata HWV173 – II Quel povero core
34 – Un’Alma Innamorata HWV173 – III E pur bench’egli
35 – Un’Alma Innamorata HWV173 – IV Io godo, rido e spero
36 – Un’Alma Innamorata HWV173 – V In quanto a me
37 – Un’Alma Innamorata HWV173 – VI Ben impari come s’ama

Emanuela Galli – Soprano
Roberta Invernizzi – Soprano
La Risonanza
Fabio Bonizzoni – Harpsichord & Direction

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La Risonanza non magnetica

FDP / PQP

Philip Glass (1937): Violin Concerto / Alfred Schnittke (1934-1998): Concerto Grosso

Philip Glass (1937): Violin Concerto / Alfred Schnittke (1934-1998): Concerto Grosso

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Não vejo nenhuma semelhança entre o minimalismo de Glass e o poliestilismo de Schnittke, mas vá entender os critérios mercadológicos da DG. O fato é que o Concerto Grosso do russo humilha o Concerto de Glass, que até é bom, só que não é mole conviver com um companheiro doidamente ótimo. Para tanto, basta ouvir o movimento Lento de Schnittke, uma maravilha.

Gente, poliestilismo é o uso de múltiplos estilos e/ou técnicas de composição musical. É caracterizado pela capacidade de absorver diferentes tradições e expressar-se particularmente através de uma mistura de estilos altamente individual e refinada, capaz de unir passado, presente e futuro, o local e o universal. Alfred Schnittke foi o seu pioneiro, e com isso trouxe um novo caminho, de traço muito original para a contemporaneidade.

Schnittke foi o compositor mais importante a surgir na Rússia desde Dmitri Shostakovich. A sua música, nos seus primeiros anos, demonstra uma forte influência de Shosta. Desenvolveu fundamentais trabalhos como a sua épica Sinfonia nº 1 (1969-1972) e o seu lindíssimo Concerto Grosso nº 1 (1977), aquele do tando no final. Nos anos 1980, sua música começou a ser reconhecida fora de seu país. Escreveu então a esplêndida Suíte Gógol, o Quarteto de Cordas n°2 (1980), n°3 (1983) e também um Trio para Cordas (1985), o ballet Peer Gynt (1985-1987), as sinfonias n°3 (1981), n°4 (1984) e n°5 (1988), além do Concerto para viola (1985) e do Concerto para Violoncelo (1985-1986).

Em 1985, sofreu seu primeiro AVC. À medida que sua saúde se deteriorava, o compositor foi abandonando a extroversão do seu poliestilismo, adotando um estilo mais introspectivo e sombrio. Seu fim foi muito triste.

Glass (1937): Violin Concerto / Schnittke (1934-1998): Concerto Grosso

Philip Glass (1937 – )
Concerto For Violin And Orchestra

1. = 104 – = 120 6:40
2. = ca. 108 8:46
3. = ca. 150 – Coda: Poco meno = 104 9:30
Gidon Kremer, Wiener Philharmoniker, Christoph von Dohnányi

Alfred Schnittke (1934 – 1998)
Concerto Grosso No.5

4. 1. Allegretto 7:56
5. 2. Without tempo indication 5:18
6. 3. Allegro vivace 6:02
7. 4. Lento 8:28
Gidon Kremer, Wiener Philharmoniker, Christoph von Dohnányi, Rainer Keuschnig

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Alfred Schnittke e sua esposa Irina, que era pianista

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Quartetos de Cordas, Op. 18, 4; Op. 135; Op. 95 – Pavel Haas Quartet

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Quartetos de Cordas, Op. 18, 4; Op. 135; Op. 95 – Pavel Haas Quartet

Quarteto de Cordas em dó menor, Op. 18, 4

Quarteto de Cordas em fá maior, Op. 135

Quarteto de Cordas em fá nenor, Op. 95 – Quarteto Serioso

A Integral das Sonatas para Piano ou dos Quartetos de Cordas de Beethoven tornou-se por demais comum neste nosso mundo de excessos. Há uma infinidade de opções de gravações das sonatas e meia infinidade de gravações dos quartetos. Ficamos assim assoberbados com essas possibilidades e até esquecemos que essas obras foram produzidas vagarosamente, ao longo de toda a vida criativa do genioso e genial Ludovico.

Trinta e duas sonatas e dezesseis quartetos, mais uma enorme fuga, formam realmente um conjunto imponente. Onde começar? O que ouvir primeiro?

Começaremos deixando as sonatas para outra ocasião e vamos nos concentrar nos quartetos.

Assim como no caso das sonatas, a composição dos quartetos ocupou Beethoven ao longo de toda a sua carreira de compositor, que é dividida (apenas por razões práticas) em três períodos: Primeiros Anos (1792-1802); Período Heroico (iniciando em 1803, com a Sinfonia Eroica); Fase Final (iniciando em 1814, com a Hammerklavier).

Neste disco temos uma ótima introdução aos Quartetos de Cordas. Portanto, é um excelente convite para quem gostaria de explorar mais este repertório, mas se sente um pouco assoberbado pelo volume da obra. Ah, mas também é uma maravilha para quem já navega bem nestas águas, pois o disco é supimpa!

O disco reúne várias características que eu prezo bastante. É um disco (de certa forma) despretensioso. Gravado pela BBC Music foi vendido nas bancas com o Volume 17, No. 9, da revista. O Quarteto Paavel Haas, que interpreta as obras, é famoso e detentor de inúmeros prêmios, mas em 2007 estava vivendo seus primeiros sucessos. Assim, suas performances neste disco tem um frescor, um sabor de descoberta e uma certa impetuosidade e audácia que geralmente caracterizam as interpretações de jovens e talentosos artistas. Fundado em 2002, o PHQ ganhou em 2007 o título Rising Stars, da European Concert Hall Organization, e de 2007 a 2010 foi o quarteto da BBC New Generation Artists. Além disso, este é o único disco com quartetos de Beethoven na discografia deles ?.

Veja também por que o repertório do disco é interessante.

No seu período inicial, Beethoven produziu seis quartetos, todos publicados como o Opus 18. Isso de publicar em grupos de seis (ou três) peças era típico da época e foi mudando ao longo da vida de Beethoven.

Deste primeiro conjunto temos o Quarteto em dó menor, Op. 18, No. 4. É uma peça bem representativa deste Primeiro Período. Segue os moldes tradicionais vigentes, mas revela vários traços da personalidade do autor: impetuosidade, autoconfiança, bom humor, e tem uma boa pitada de inovação. Estas características são deixadas bem evidentes pelo PHQ. Impetuosidade descreve o primeiro movimento. O segundo, um Scherzo, revela autoconfiança. Não deixe de notar o rascante sotaque do violoncelo. O Menuetto no terceiro movimento é cheio de urgência e o quarteto é arrematado com um Allegretto que revela alguma serenidade e bastante decisão. Os movimentos dos quartetos são descritos (quase que sempre) pelos títulos em italiano e lê-los já é uma fonte de prazer.

O segundo quarteto do disco é a última obra completa que Beethoven compôs. Após este quarteto ele compôs apenas o movimento final (mais curto) do quarteto Op. 130, que usou para substituir o original, que foi publicado separadamente como a Grosse Fuge, Op. 133. Este é o mais compacto dos últimos quartetos e ainda segue o padrão de quatro distintos movimentos. No primeiro movimento você notará certos padrões, como o questionamento e resposta, tensão e distensão, que tornam as peças desse compositor tão atraentes. No segundo movimento, Vivace, note os contrastes sonoros obtidos com as diferentes maneiras de usar os arcos que tocam os instrumentos. A palavra contemplação resume o terceiro e lindo movimento Lento assai, cantante e tranquilo. Este movimento rivaliza-se em beleza com o Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit, in der Lydischen Tonart. Molto adagio – Andante, o terceiro movimento do Quarteto No. 15, em lá menor, Op. 132 (fica aqui uma dica).

O quarto e último movimento tem uma inscrição que o precede: Der schwer gefasste Entschluss. Muss es sein? Es muss sein! (A difícil decisão: Tem que ser? Tem que ser!) Esta frase está associada ao sentimento de inevitabilidade. O destino: o que tem que ser, será! (Veja o conhecido livro do Kundera, A Insustentável Leveza do Ser.) O movimento tem toda essa coisa de pergunta e afirmação, tensão e resolução, completando assim, a obra.

Para completar o disco, o último dos quartetos considerados do Período Heroico. O Quarteto No. 11, em fá menor, Op. 95, tem o título Quarteto Serioso, devido ao terceiro movimento, Allegro assai vivace ma serioso. Este também é um quarteto compacto, que novamente inicia com muita impetuosidade, típica desta fase do compositor. O quarteto foi composto na mesma época que a Abertura Egmont. Beethoven afirmou em uma carta a Georg Smart que “o Quarteto [Op. 95] foi escrito para um restrito ciclo de connoisseurs e nunca deve ser tocado em público”. A afirmação deve ser considerada em contexto. Na composição deste quarteto Beethoven experimentou várias novas técnicas: desenvolvimentos mais curtos, uso mais acentuado de silêncio e outras coisas mais técnicas. Nada que você não possa lidar… Não deixe de perceber os momentos finais do disco, uma coda para arrematar lindamente um belíssimo e singelo disco.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Quarteto de Cordas em dó menor, Op. 18, 4

  1. Allegro ma non tanto
  2. Scherzo: Andante scherzoso quasi allegretto
  3. Menuetto: Allegro
  4. Allegretto

Quarteto de Cordas em fá maior, Op. 135

  1. Allegretto
  2. Vivace
  3. Lento assai, cantante e tranquillo
  4. Der schwer gefasste Entschluss: Grave, ma non troppo tratto – ůAllegro

Quarteto de Cordas em fá menor, Op. 95 – Quarteto Serioso

  1. Allegro com brio
  2. Allegretto ma non troppo
  3. Allegro assai vivace ma serioso
  4. Larghetto espressivo – Allegretto agitato – Allegro

Pavel Haas Quartet

Veronika Jarůškova, violino

Eva Karová, violino (Op. 18, 4 e Op. 135)

Maria Fuxová, violino (Op. 95)

Pavel Nikl, viola

Peter Jarůšek, violoncelo

Gravado no Warehouse, Londres, em 2008

Produção: Lindsay Kemp

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Aproveite, baixe o disco, ouça uma vez, duas. Verá que há um universo entre quatro instrumentos de cordas!

René Denon

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Ofício Fúnebre a Oito Vozes + Missa de Réquiem (1809) – Coro da OSESP

Pe. José Maurício Nunes Garcia
1767-1830, Rio de Janeiro, RJ

Coro da OSESP
dir. Carlos Alberto Figueiredo
Alessandro Santoro, órgão
Marialbi Trisolio, violoncelo

Ofício Fúnebre a Oito Vozes
Missa de Réquiem 1809
Abertura em Ré

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP, lançou o CD acima em 2017, para comemorar o 250º aniversário do nascimento do Padre José Maurício.

A gravação foi realizada somente com o Coro da OSESP sob a direção do maestro Carlos Alberto Figueiredo, autoridade em música sacra colonial brasileira, e apresenta a pouco conhecida Missa de Réquiem na versão 1809, pela primeira vez. A versão conhecida é a de 1816.

Uma novidade é o Selo Digital OSESP que “oferece música clássica para ouvir e baixar gratuitamente”, segundo o próprio site da OSESP, AQUI.

José Maurício 250
01. Abertura em Ré
02. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório I. – Credo Quod Redemptor Meus Vivit
03. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório II. – Qui Lazarum Resuscitasti
04. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório III. – Domine Quando Veneris
05. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório IV. – Memento Mei Deus
06. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório V. – Hei Mihi Domine
07. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório VI. – Ne Recorderis Peccata Mea
08. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório VII. – Peccantem Me Quotidie
09. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório VIII. – Domine Secundum Actum Meum
10. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório IX. – Libera Me Domine
11. Missa de Réquiem (1809) – I. Introit and Kyrie
12. Missa de Réquiem (1809) – II. Gradual
13. Missa de Réquiem (1809) – III. Offertory
14. Missa de Réquiem (1809) – VI. Sanctus
15. Missa de Réquiem (1809) – V. Agnus Dei
16. Missa de Réquiem (1809) – VI. Communion

José Maurício 250
Pe. José Maurício Nunes Garcia
Coro da OSESP
dir. Carlos Alberto Figueiredo
Alessandro Santoro, órgão
Marialbi Trisolio, violoncelo

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Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

Gabriel Fauré (1845-1924): Sonatas para Violino – Krysia Osostowicz & Susan Tomes

Gabriel Fauré (1845-1924): Sonatas para Violino – Krysia Osostowicz & Susan Tomes
Place du Théâtre français (1898), por Camille Pissarro (1830-1903)

Sonata para violino No. 1 em lá maior, Op. 13

Sonata para violino No. 2 em mi menor, op. 108

A combinação de um instrumento melódico e um instrumento com teclado (piano, pianoforte ou cravo, dependendo da época) é muito apreciada pelos compositores e há uma enormidade de obras-primas com este formato.

Eu tenho uma especial predileção pelas sonatas para violino e piano produzidas por compositores franceses (e adjacências). Essas peças geralmente combinam graça, sutileza, elegância e sofisticação. Este disco traz duas delas: as sonatas de Gabriel Fauré.

Fauré viveu um período de tremendas mudanças, tanto na música quanto nas coisas do mundo. Quando iniciou sua vida de compositor, na década de sessenta do Século XIX, Chopin, Liszt e Wagner eram compositores de vanguarda. Quando morreu, seis anos depois de Debussy, o mundo havia passado pela Primeira Grande Guerra, Schoenberg era a vanguarda na música e até a Sagração da Primavera havia sido estreada.

Gabriel Urbain Fauré, 1907

Fauré foi membro fundador da Société Nationale de Musique, junto com Saint-Saëns (de quem fora aluno), Bizet, Chabrier, Franck e Massenet. A primeira das duas sonata para violino de Fauré teve sua estreia em um dos concertos da Société, que estimulou enormemente a produção de música de câmera francesa.

Compor era apenas uma das muitas atividades musicais de Fauré, que foi organista, professor e diretor do Conservatório de Paris. Em 1905, Maurice Ravel, que era aluno de Fauré, foi eliminado prematuramente de concorrer ao Prix de Roma (uma importante competição que garantia ao vencedor uma estada de um ano estudando em Roma) pela sexta vez. Essa controvérsia acabou com a demissão do antigo diretor do Conservatório e a indicação de Fauré em seu lugar. Ele mudou radicalmente a administração e o currículo do Conservatório. Instituiu bancas com membros externos e independentes para decidir as novas admissões, exames e competições. Isso acabou com antigos privilégios e favorecimentos que eram dados aos alunos particulares dos professores.

Krysia Osostowicz

A primeira sonata foi entusiasticamente recebida em janeiro de 1877 num concerto da Société National de Musique e ganhou uma ótima resenha no Journal de Musique, escrita por Saint-Saëns. A sonata chama a atenção pela sua verve e frescor, revelando a juventude do compositor.

A segunda sonata foi a primeira de uma série de obras-primas camerísticas compostas por Fauré. A sonata tem uma linguagem harmônica mais complexa do que a primeira e transparece as atribulações pelas quais o compositor passava. Fauré, como Beethoven, viveu na surdez seus últimos anos. Além disso, durante a composição da sonata, entre 1916 e 1917, seu filho estava em serviço militar.

Susan Tomes

Mas nada de preocupações, o disco é excelente, as intérpretes, Krysia Osostowicz, violino, e Susan Tomes, piano, são excelentes. Ambas são membros do Quarteto Domus e experts em música de câmera. A produção do disco, aos cuidados de Andrew Keener, é excelente. O selo Hyperion empacota tudo e arremata a encomenda com mais uma de suas capas maravilhosas.

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Sonata para violino No. 1, em lá maior, Op. 13
  1. Allegro molto
  2. Andante
  3. Allegro vivo
  4. Allegro quasi presto
Sonata para violino No. 2, em mi menor, Op. 108
  1. Allegro non troppo
  2. Andante
  3. Allegro non troppo

Krysia Osostowski, violino

Susan Tomes, piano

Produção: Andrew Keener

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Aproveite para apreciar a juventude da primeira e a maturidade da segunda sonata!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Concertos – Arrau, Haitink, Concertgebouw Orchestra

Feliz com a repercussão de uma postagem que fiz recentemente, onde Claudio Arrau toca as Valsas de Chopin, resolvi trazer uma outra ótima gravação dele, desta vez os Concertos para Piano de Beethoven, com o acompanhamento da Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam, brilhantemente dirigida por Bernard Haitink.

Dia destes estávamos conversando no grupo de Whattsap do PQPBach sobre nossas gravações favoritas destes concertos. Várias gravações foram lembradas, desde as históricas, que alguns colegas chamam de jurássicas, como as de Arthur Schnabel, ou as mais recentes, como de Paul Lewis, todas com suas respectivas características. Lembrei que minhas favoritas eram as de Stephen Kovacevich, aquela gravada lá no início dos anos 70, com Colin Davis, Arthur Rubinstein, Leon Fleischer / George Szell, entre os ditos jurássicos, entre outras. Não lembro de terem mencionado este registro de Claudio Arrau, talvez desconhecido para alguns colegas.

E é para estes colegas, e claro, para os senhores, que  as estou trazendo. Recentemente foi lançada uma caixa com a integral das gravações de Arrau pelo saudoso selo Philips, e é dali que as estou buscando.

CD 1
Beethoven: Piano Concertos Nos. 1 & 2
Piano Concerto No. 1 in C Major, Op. 15
1.1. Allegro con brio
2.2. Largo
3.3. Rondo (Allegro scherzando)

Piano Concerto No. 2 in B-Flat Major, Op. 19
4.1. Allegro con brio
5.2. Adagio
6.3. Rondo (Molto allegro)

Claudio Arrau – Piano
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink – Conductor

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CD 2
Piano Concerto No. 3 in C Minor, Op. 37
1.1. Allegro con brio
2.2. Largo
3.3. Rondo (Allegro)
Piano Concerto No. 4 in G Major, Op. 58
4.1. Allegro moderato
5.2. Andante con moto
6.3. Rondo (Vivace)

Claudio Arrau – Piano
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink – Conductor

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CD 3
Piano Concerto No. 5 in E-Flat Major, Op. 73 “Emperor”
1.1. Allegro
2.2. Adagio un poco mosso
3.3. Rondo (Allegro)

Claudio Arrau – Piano
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink – Conductor

Triple Concerto in C Major, Op. 56
4.1. Allegro
5.2. Largo – attacc
6.3. Rondo alla Polacca

Claudio Arrau
Henryk Szeryng
János Starker
New Philharmonia Orchestra
Eliahu Inbal

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Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) – Histoires sacrées – Ensemble Correspondances, dir. Sébastien Daucé.

Marc-Antoine Charpentier
France, 1643-1704

Histoires sacrées

Ensemble Correspondances
dir. Sébastien Daucé

2019

 

Marc-Antoine Charpentier é o único compositor da época de Luís XIV a se distinguir tão notavelmente no gênero da “história sagrada”: escreveu mais de trinta obras desse tipo, todas compostas depois de sua residência na Itália.

Sébastien Daucé e o Ensemble Correspondances extraíram cuidadosamente desse excepcional material um número de preciosidades que refletem tanto sua experiência em Roma (provavelmente estudando com Carissimi, o mestre do oratório) quanto as preocupações humanistas de um período inteiro.

Como uma ópera em miniatura, cada peça relata um destino exemplar, incluindo várias mulheres de extraordinária força de vontade (Judith, Cecilia, Maria Madalena) e uma profunda amizade posta à prova (Mors Saülis e Jonathæ).(ex-internet)

Histoires sacrées
Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704)
Ensemble Correspondances – 2019
dir. Sébastien Daucé

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Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

Stephen Hough’s Spanish Album – Peças de A. Soler, E. Granados, I. Albeniz, F. Mompou, F. Longas, C. Debussy, M. Ravel, F. X. Scharwenka, W. Niemann e S. Hough

Stephen Hough’s Spanish Album – Peças de A. Soler, E. Granados, I. Albeniz, F. Mompou, F. Longas, C. Debussy, M. Ravel, F. X. Scharwenka, W. Niemann e S. Hough

Peças para Piano 

Vários Compositores

 

Uma alusão à música espanhola nos traz à memória uma variedade de ritmos e estilos que vão do violão clássico, passando pelo flamenco, zarzuela e outros. Esses ritmos e estilos inspiraram compositores de Espanha e de outros países também.

Como não pensar no Capricho Espanhol, de Rimsky-Korsakov, na ópera Carmen, de Bizet ou no balé El amor brujo, de Manuel de Falla?

A música tem esse poder de evocar lembranças em todos os nossos sentidos: sons, cores, temperatura e sabores – tudo junto e misturado.

O disco desta postagem nos transporta para um mundo de paixões e misticismo. Você identificará em cada faixa algum aspecto da cultura espanhola e ficará surpreso ao perceber que nem todas as peças foram compostas por espanhóis.

O disco merece ser ouvido muitas vezes. Primeiro por sua simples beleza e sensualidade. Depois você perceberá a altíssima qualidade técnica do pianista Stephen Hough, um dos melhores em atividade.

A maneira como o disco foi concebido, desfilando compositores espanhóis, fraceses e de outras nacionalidades, mas também guardando alguma ordem cronológica mostra o cuidado da produção.

Real Alcazar, Sevilha

A sonata do padre Antonio Soler nos lança imediatamente no clima de ritmos empolgantes, de clara evocação espanhola. Soler aprendeu muita coisa com o Domenico Scarlatti!

A sequência também apresenta peças mais poéticas, onde ritmos mais dolentes revelam o caráter apaixonado da cultura espanhola.

Os compositores franceses agregam muita sofisticação e refinamento ao disco.

Stephen Hough

As últimas faixas exibem o aspecto virtuosístico do pianista que compôs a última delas. É a técnica colocada ao serviço da música (e do nosso prazer), não o contrário.

O selo Hyperion é mais uma garantia de qualidade na produção sonora, nas notas do livreto e na escolha da (magnífica) capa. Veja o que disse a Classic CD sobre o álbum: “This is a terrific disc. A master pianist reminds us that the piano can delight, surprise and enchant!”

Stephen Hough’s Spanish Album

  1. Antonio Soler (1729-1783) – Sonata em fá sustenido maior
  2. Enrique Granados (1867-1916) – Valses poéticos
  3. Isaac Albéniz (1860-1909) – Evocación, do livro I, de Iberia
  4. Isaac Albéniz – Triana, do livro II, de Iberia
  5. Frederico Mompou (1893-1987) – Pájaro triste, de Impressiones íntimas
  6. Frederico Mompou – La barca, de Impressiones íntimas
  7. Frederico Mompou – Secreto, de Impressiones íntimas
  8. Frederico Mompou – Gitano, de Impressiones íntimas
  9. Federico Longas (1893-1968) – Aragón
  10. Claude Debussy (1862-1918) – La soirée dans Grenade, de Estampes
  11. Claude Debussy – La sérenade interrompue, dos Préludes, livro I
  12. Claude Debussy – La Puerta del Vino, dos Préludes, livro II
  13. Maurice Ravel (1875-1937) – Pièce em forme de Habanera, arranjo de Maurice Dumesnil (1886-1974)
  14. Isaac Albéniz – Tango, arranjo de Leopold Godowsky (1870-1938)
  15. Franz Xaver Scharwenka (1850-1924) – Spanisches Ständchen, Op. 63, 1
  16. Walter Niemann (1876-1953) – Evening in Seville, Op. 55, 2
  17. Stephen Hough (b 1961) – On Falla (2005)

Stephen Hough, piano

Produção: Andrew Keener

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FLAC | 181 MB

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MP3 | 320 KBPS | 164 MB

Stephen Hough esperando a van do PQP para levá-lo ao Castelo do PQP para um fim de semana com a turma…

Se você não ficar fascinado, adicto e dependente deste disco, então eu não sei de mais nada. Este merece nosso Selo RD de (Ótima) Qualidade!

Anda, vai, baixa logo, mas cuidado, material altamente contagiante!

René Denon

Jean-Baptiste Lully – Phaéton – Les Talens Lyriques, Christophe Rousset

Ao postar este CD duplo do ‘Phaéton” de Jean-Baptiste Lully estou entrando no território de nosso querido Avicenna, mestre de Avis, um grande admirador e conhecedor da ópera barroca. Digo isso pois esse é um território inexplorado por mim, mas como dizem, sempre tem uma primeira vez para tudo, né?

Christophe Rousset e seu conjunto “Les Talens Lyriques ” tem feito um trabalho espetacular apresentando Lully para o grande público, que até então não o conhecia. Trata-se de trabalho minucioso, de pesquisador mesmo. Um grande talento tanto como musicólogo, quanto maestro e também como cravista.

Esta gravação do Phaéton é uma beleza única. Solistas, orquestra e coro estão em perfeita sintonia, e sentimos em sua interpretação uma alegria e compreensão de trabalho bem feito.

Além da magnífica interpretação, devo também destacar o minucioso trabalho de edição do booklet, que estou disponibilizando junto aos arquivos de áudio. Ali os senhores terão acesso a todas as informações sobre a obra, com direito a libreto.

Como não poderia deixar de comentar, trata-se de um CD que com certeza leva o selo de IM-PER-DÍ-VEL !!! Vale cada minuto de sua audição ..

Abaixo segue uma pequena sinopse.

Prólogo
A deusa Astraea, que há muito tempo foi forçada a fugir da Terra por causa da maldade do homem, desenvolveu afeição pela humanidade; ela deseja um retorno à Idade de Ouro. Prometendo uma nova era de paz e prazer, Saturno a convida a voltar com ele para a Terra.

Ato I
Líbia, filha de Merops, rei do Egito, se retirou para um lugar solitário. Theona, filha do deus do mar Proteus, chega. Líbia teme que seu pai não permita que ela se case com o homem que ela ama; ela valoriza seu amor por Epaphus mais do que seu destino como futura rainha do Egito. Ela inveja a serenidade do amor de Theona por Phaéton. Assim como Theona está prestes a contar à Líbia suas próprias ansiedades, Phaéton aparece e Líbia se retira. Phaéton, que está procurando por sua mãe, nem percebe Theona. Ela admoesta-lo por sua frieza e lembra-o de seu amor e de como costumava ser. A rainha Clymene, mãe de Phaéton, chega e Theona sai. Phaéton fala para sua mãe sobre seus medos de que Líbia seja casada com Epafhus, tornando o último rei do Egito, e Phaéton o assunto. Clymene assegura-lhe que ele, Phaéton, será escolhido pelo rei Merops para se casar com sua filha, desde que ele desista de Theona. Phaéton assegura a ela que sua ascensão ao poder é mais importante para ele do que o amor. Essa atitude agrada Clymene, mas ela está preocupada, tendo ouvido falar de maus presságios. Ela decide questionar o deus do mar Proteus, que tem poderes proféticos. Proteus, emergindo do mar, vai para uma gruta para descansar. Ele compara uma tempestade no mar com os tormentos do amor; ambos, ele sente, devem ser evitados. Ele adormece. Clymene pede a seu irmão, Triton, para ajudá-la a obter preciosas revelações sobre Phaéton de Proteus, que não está disposto a revelar o futuro. Tritão, acompanhado por uma trupe de deuses do mar, acorda Proteus e convida-o a se divertir com eles. Proteus recusa o convite. Tritão pede a Proteus para fazer as revelações que Clymene deseja ouvir. Proteus evita responder mudando sucessivamente em um leão, uma árvore, um monstro marinho, uma fonte e uma chama. Finalmente, depois de retornar à sua forma original, ele concorda em cumprir. Ele avisa a rainha que sua ambição vai levar à morte do filho. O pai de Phaéton tentará salvá-lo, mas no final o filho dela será punido pelo céu.

Ato II
Clymene tenta em vão desencorajar a ambição de seu filho de governar o Egito, encorajando-o a renovar seu interesse em Theona, mas Phaéton não terá nada a ver com seu antigo amor. Theona, sozinha e em desespero, censura Phaéton por suas promessas vazias. Líbia chega. Ela e Theona lamentam seus sofrimentos causados ​​pelo amor. Epaphus chega e Theona se retira. Epaphus está desanimado. O rei Merops anunciou que Phaéton vai se casar com Líbia. Os dois amantes têm que admitir que o amor deles agora se tornou ilícito. O rei Merops proclama sua abdicação em favor de seu futuro genro, Phaéton. As festividades começam em comemoração do próximo casamento.

Ato III
Phaéton diz a Theona sobre seus planos de se casar com Líbia. Será um casamento de conveniência, por razões políticas, diz ele, porque ele não ama a princesa. Em desespero, Theona exige vingança dos deuses. Phaéton pede a seus seguidores que consolem Theona. Ele deve ir e prestar homenagem à deusa Isis, como exigências do costume. Epaphus, filho de Isis, já enfurecido com a negação de seu casamento com a Líbia, fica ainda mais irritado com a presença de Phaéton no templo de sua mãe; ele lança dúvidas sobre a nobre linhagem de Phaéton, como filho do deus Sol. Phaéton, picado por isso, promete fornecer provas irrefutáveis. O rei e a rainha do Egito, Merops e Clymene, e o futuro casal real, Phaetón e Líbia, vão em procissão ao templo de Isis para pagar um suntuoso tributo à deusa. Epaphus interrompe a cerimônia e proclama sua indignação. As portas do templo se fecham e, quando se abrem novamente, o interior nada mais é do que um terrível abismo, soltando chamas, das quais surgem Fúrias e Fantasmas, enchendo os presentes de terror e dispersando-os. Phaéton insiste em ficar, então Clymene continua com ele. Ela atesta que o pai de seu filho é de fato o deus do sol. Os ventos descem de uma nuvem para transportar Phaéton ao palácio do sol.

Ato IV
As Estações e as Horas prestam homenagem ao Sol, que está encantado com o fato de seu filho estar prestes a visitá-lo. A chegada de Phaéton é celebrada com canto e dança. O Sol pergunta a Phaetón o motivo de sua tristeza. Phaéton diz a ele que sua divina linhagem foi questionada e implora a seu pai que prove sua legitimidade. O Sol jura pelo Estige que ele o ajudará a fazê-lo, por qualquer meio que ele desejar. Phaéton pede para dirigir a carruagem de seu pai em seu curso diário. Incapaz de convencê-lo do perigo inevitável e obrigado a cumprir sua promessa, o Sol concorda.

Ato V
Ao amanhecer, Phaéton aparece no céu na carruagem do sol. Clymene se alegra. Epaphus, indignado com a demonstração de bravata de Phaéton, implora a seus pais, Júpiter e Ísis, que acabem com sua humilhação e vinguem-no. Líbia encontra Epaphus e conta a ele sobre seu desespero. Ele lhe dá esperança de que haverá uma mudança de sorte. Merops, Clymene e as pessoas aclamam Phaetón, seu novo deus do sol. Theona conclama-os a cessar suas canções de alegria e, em vez disso, a cantarem os lamentos, lembrando-os da profecia de seu pai sobre o desastre iminente. Phaetón perde o controle da carruagem do sol, que começa a ameaçar a Terra com uma destruição impetuosa. A deusa da Terra pede que Júpiter intervenha. Os egípcios agora temem uma terrível catástrofe. Júpiter aparece e ataca a carruagem com um raio. Phaéton cai para a morte

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Mozart (1756-1791) / C.P.E. Bach (1714-1788) / Lebrun (1752-1790): Concertos para Oboé

Mozart (1756-1791) / C.P.E. Bach (1714-1788) / Lebrun (1752-1790): Concertos para Oboé

Um bom disco da época áurea da Archiv. Trevor Pinnock é um gênio da regência clássico-barroca e Paul Goodwin um mestre do oboé. O CD funciona maravilhosamente. Quase todo mundo vai achar o Concerto de Mozart superior aos outros, mas eu sou mano CPE e não abro. E não é por defender a família, é por convicção mesmo: este concerto de CPE é superior a seu análogo mozartiano, só isso. Vários dos concertos para outros instrumentos escritos por CPE são arranjos de outros antes escritos para teclado. Eu acho que já ouvi este concerto tocado por cravo (Hogwood), mas deixo esta pesquisa para os briosos jovens que leem este blog. Boa pesquisa!

Ah, o Lebrun? Meu deus, quem é Lebrun?

Mozart (1756-1791) / C.P.E. Bach (1714-1788) / Lebrun (1752-1790): Concertos para Oboé

Mozart: Concerto For Oboe And Orchestra In C Major, KV 314 (285 d)
1 Allegro Aperto 7:18
2 Adagio Non Troppo 7:16
3 Rondo: Allegretto 5:34

CPE Bach: Concerto Für Oboe And Orchestra In E Flat Major H 468 (Wq. 165)
4 Allegro 7:07
5 Adagio Ma Non Troppo 9:02
6 Allegro Ma Non Troppo 5:50

Lebrun: Concerto No. 1 For Oboe And Orchestra In D Minor
7 Allegro 8:11
8 Grazioso 5:52
9 Allegro 5:26

Bassoon – Alastair Mitchell, Alberto Grazzi
Cello – Helen Verney, Jane Coe, Timothy Kraemer
Directed By – Trevor Pinnock
Double Bass – Amanda McNamara
Flute – Neil McLaren (2), Rachel Brown (2)
Harpsichord – Trevor Pinnock
Horn – Andrew Clark (3), Christian Rutherford, Robert Montgomery (5)
Oboe – Lorraine Wood, Paul Goodwin (Solos), Sophia McKenna
Orchestra – English Concert
Timpani – Robert Howes
Trumpet – David Staff, Michael Harrison (4)
Viola – Rupert Bawden, Susan Bicknell, Trevor Jones (4)
Violin – Alison Cracknell, Diane Moore, Fiona Huggett, Graham Cracknell, James Ellis (3), Julia Bishop, Maurice Whitaker, Micaela Comberti, Miles Golding, Pauline Nobes, Walter Reiter
Violin, Concertmaster – Simon Standage

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Retrato do Mano Quando Velho (tela de Franz Conrad Löhr)

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Sonatas 1 & 2 e Partita 1 para Violino Solo, BWV 1001-1006

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Sonatas 1 & 2 e Partita 1 para Violino Solo, BWV 1001-1006

21 anos após gravar uma integral das Sonatas e Partitas Solo de Bach, Hilary Hahn faz uma necessária e muito mais madura regravação. A performance é obviamente muito boa, apesar de eu sempre preferir os historicamente informados. Então, há três outras mulheres que estão à frente dela, na minha opinião: Amandine Beyer, Rachel Podger e Lucy van Dael. Ao mesmo tempo, digo que Hahn pode frequentar o pódio das gravações fora dos instrumentos originais. É que toda a sua concepção tende ao romantismo e aí…

Bem, as 6 Sonatas e Partitas para Violino Solo BWV 1001-1006, são um conjunto de obras compostas por Bach para violino solo, sendo três sonatas da chiesa, em quatro movimentos, e três partitas, ou suítes de danças. O conjunto foi completado por volta de 1720, e cópias manuscritas serviram como um modelo para outros compositores, mas só foi impresso em 1802 por Nicolaus Simrock, em Bonn. Após a publicação, a coleção foi amplamente IGNORADA até que o célebre violinista Josef Joachim começou a tocar essas obras. Hoje as Sonatas e Partitas são uma parte essencial do repertório para violino, e são frequentemente executadas e gravadas. Elas estabeleceram com firmeza as capacidades do violino como um instrumento desacompanhado, solo.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Sonatas 1 & 2 e Partita 1 para violino solo

1. Sonata for Violin Solo No. 1, BWV 1001: 1. Adagio 04:47
2. Sonata for Violin Solo No. 1, BWV 1001: 2. Fuga (Allegro) 05:26
3. Sonata for Violin Solo No. 1, BWV 1001: 3. Siciliana 03:31
4. Sonata for Violin Solo No. 1, BWV 1001: 4. Presto 03:22

5. Partita for Violin Solo No. 1, BWV 1002: 1. Allemande 07:30
6. Partita for Violin Solo No. 1, BWV 1002: 2. Double 04:12
7. Partita for Violin Solo No. 1, BWV 1002: 3. Courante 03:42
8. Partita for Violin Solo No. 1, BWV 1002: 4. Double (Presto) 03:31
9. Partita for Violin Solo No. 1, BWV 1002: 5. Sarabande 04:02
10. Partita for Violin Solo No. 1, BWV 1002: 6. Double 03:35
11. Partita for Violin Solo No. 1, BWV 1002: 7. Tempo di Bourreé 03:27
12. Partita for Violin Solo No. 1, BWV 1002: 8. Double 03:15

13. Sonata for Violin Solo No. 2, BWV 1003: 1. Grave 04:51
14. Sonata for Violin Solo No. 2, BWV 1003: 2. Fuga 08:07
15. Sonata for Violin Solo No. 2, BWV 1003: 3. Andante 06:33
16. Sonata for Violin Solo No. 2, BWV 1003: 4. Allegro 05:50

Hilary Hahn, violino

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ArrHahn, aHahnsou.

PQP

Terry Riley (1935): The Cusp of Magic

Terry Riley (1935): The Cusp of Magic

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Terry Riley está ao lado de Reich e Adams como os maiores compositores norte-americanos contemporâneos. Ele também é minimalista, mas seus padrões de repetição são bem diferentes. Para seu 70º aniversário, o Quarteto Kronos encomendou-lhe uma peça e ele decidiu incluir nela o instrumentista Wu Man que toca pipa (instrumento de cordas chinês, pesquise aí) e canta, além de tocar  tambor, chocalho, vários brinquedos e sintetizador. É a peça mais eclética que Riley escreveu para o Kronos. Ele supera a si mesmo incluindo world music, estilos ocidentais e instrumentos excêntricos. O título The Cusp of Magic refere-se ao solstício de verão. Cada um dos seus seis movimentos tem um programa associado ao fenômeno, e os movimentos externos são evocações de rituais religiosos da América do Norte. As paisagens sonoras são, sim, alucinógenas, sobrepondo-se e evoluindo caleidoscopicamente. Os movimentos são musicalmente muito diferenciados, ainda que repletos de justaposições e confrontos sonoros. Apesar de seu extremo ecletismo, a peça tem integralidade e propósitos que nunca parecem aleatórios. O ouvinte está claramente nas mãos de um compositor que está no controle da situação. A linguagem harmônica de Riley é em grande parte tonal e, para o ouvinte atento à sua estética, a música é poderosa, evocativa, assustadora e simplesmente adorável. Não é preciso dizer que o Kronos Quartet e Wu Man se jogam de todo coração na música de Riley, tocando (e cantando) com verdadeira paixão. O som da Nonesuch é limpo, com grande senso de presença.

Terry Riley (1935): The Cusp of Magic

1 The Cusp Of Magic 10:04

2 Buddha’s Bedroom 10:33
Vocals – Wu Man

3 The Nursery 5:10
Vocals – Wu Man

4 Royal Wedding 6:14

5 Emily And Alice 4:09
Vocals – Elisabeth Commanday

6 Prayer Circle 6:41

Cello, Toy – Jeffrey Zeigler
Ensemble – Kronos Quartet
Pipa, Toy, Vocals – Wu Man
Vocals – Elisabeth Commanday
Viola, Toy – Hank Dutt
Violin, Bass Drum, Rattle [Peyote], Toy – David Harrington
Violin, Toy – John Sherba

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Não, não é um padre ortodoxo nem um sábio chinês, é Terry Riley

PQP

Antonin Dvorák – Violin Concerto, Romance in F for Violin & Orchestra, Op. 11, Mazurek for Violin & Orchestra Op. 49, Four Romantic Pieces for Violin and Piano, Op. 75 – Jan Mrácek, NCSO, James Judd

“Dvorák era um especialista em cordas. Por quase dez anos ele tocou viola na orquestra do Teatro Provisório de Praga e era conhecido como um dos mais confiáveis ​​músicos de cordas da cidade, na medida em que ele participou da estreia privada do primeiro quarteto de cordas de Smetana em 1878. Ele também era um violinista que, como ele conta em uma entrevista com o The Sunday Times, tinha tocado o instrumento quando era menino. Se ele raramente tocou violino mais tarde, veio a deixar um punhado de obras para o instrumento, incluindo o concerto para violino. De acordo com um aluno de composição, Dvorák preferia seu concerto de violino ao grande concerto para violoncelo em Si menor. Embora a posteridade tenha favorecido o concerto para violoncelo, o concerto para violino, com seu virtuosismo apaixonado e lirismo abundante, sempre atraiu. Dvorák escreveu o trabalho no verão de 1879, quando sua reputação estava rapidamente adquirindo grade dimensão internacional. Além disso, graças a intervenção de Brahms, que encontrou para ele uma editora de Berlim e apresentações para influentes partidários musicais fora da Boêmia. Um dos mais importantes foi o amigo íntimo de Brahms, o violinista Joseph Joachim. Dvorák visitou Joachim em Berlim em julho de 1879 para discutir seu novo concerto; qualquer que seja o assunto de sua conversa, o concerto acabou sendo dedicado a Joaquim. Este não foi, no entanto, o fim da história. Enquanto elogiava Dvorák, sua compreensão do violino, Joachim sugeriu numerosas mudanças que o compositor, um ávido revisor de suas próprias obras, empreendeu meticulosamente. Mesmo essas alterações não foram suficientes para Robert Keller, um conselheiro de Dvorák, editor, que queria que ele mudasse o final do primeiro movimento em vez de deixá-lo levar diretamente para o movimento lento. Dvorák sabiamente rejeitou o conselho e manteve a passagem, uma das mais belas do concerto, ligando os dois primeiros movimentos. O concerto foi publicado em 1883 e estreou no mesmo ano pelo virtuoso tcheco František Ondr.”

Jan Mrácek é um jovem violinista tcheco, muito, mas muito talentoso, como os senhores poderão provar nesta sua impressionante interpretação do Concerto para Violino de Dvorák. Aliás, todos os envolvidos aqui são tchecos: compositor, orquestra, pianista… com exceção do maestro britânico James Judd, que conduz com muita competência a Orquestra Sinfônica Nacional Tcheca. O selo Onyx nos brinda com mais uma envolvente, brilhante e emocionante gravação. O talento e virtuosismo de Mracék está presente em todos os momentos, encarando com naturalidade todas as dificuldades inerentes às obras executadas.
Vale a pena a audição, para conhecermos um nome que com certeza ainda irá nos brindar com muitas outras gravações tão exuberantes quanto esta.

01. Violin concerto in a minor op. 53- I. Allegro ma non troppo – Quasi moderato
02. Violin concerto in a minor op. 53- II. Adagio ma non troppo
03. Violin concerto in a minor op. 53- III. Finale. Allegro giocoso, ma non troppo
04. Romance in F for Violin & Orchestra, Op. 11, B.38
05. Mazurek for Violin & Orchestra Op. 49, B.90
06. Four Romantic Pieces for Violin and Piano, Op. 75- I. Allegro moderato
07. Four Romantic Pieces for Violin and Piano, Op. 75- II. Allegro maestoso
08. Four Romantic Pieces for Violin and Piano, Op. 75- III. Allegro appassionato
09. Four Romantic Pieces for Violin and Piano, Op. 75- IV. Larghetto

Jan Mrácek – Violin
Luckás Klansky – Piano
Czech National Symphony Orchestra
James Ludd – Conductor

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Jean-Philippe Rameau (1683-1764): Les Cyclopes (Pièces de Clavecin)

Jean-Philippe Rameau (1683-1764): Les Cyclopes (Pièces de Clavecin)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Pinnock é um tremendo músico. E Rameau é sempre muito inspirado, maravilhosamente desigual. É como um pintor que consegue criar quadros impressionistas, expressionistas, fotorrealistas e alguns outros istas. E o virtuosismo de Pinnock — que sempre amou o compositor francês — responde bem a cada Rameau. É estranho que um compositor tão feliz e esparramado tenha sido um homem tímido. Pouco se sabe sobre sua vida, especialmente de seus primeiros quarenta anos, antes de se fixar em Paris. O que se sabe é que aprendeu música com seu pai mesmo antes de ser alfabetizado. Recebeu educação no colégio jesuíta de Godrans, mas não era bom aluno e atrapalhava as aulas cantando. Só o que lhe interessava era a música. Ouçam as faixas 1 com seus magníficos baixos, as variações da faixa 10, a inacreditável revoada de pássaros da 15… E a galinha da 20? Nossa, Rameau é sensacional!

Jean-Philippe Rameau (1683-1764): Les Cyclopes (Pièces de Clavecin)

Pièces De Clavecin (1724)
1 Les Cyclopes 3:24
2 L’Entretien Des Muses 6:27
3 Les Tourbillons 2:14

Nouvelles Suites De Pièces de Clavecin ( ca. 1728) (32:26)
4 Suite In A Minor – Allemande 7:11
5 Suite In A Minor – Courante 3:35
6 Suite In A Minor – Sarabande 3:49
7 Suite In A Minor – Les Trois Mains 4:46
8 Suite In A Minor – Fanfarinette 2:05
9 Suite In A Minor – La Triomphante 1:44
10 Suite In A Minor – Gavotte Avec Les Doubles de la Gavotte 9:29

Pièces De Clavecin (21:49)
11 Suite In E Minor – Allemande 4:16
12 Suite In E Minor – Courante 1:32
13 Suite In E Minor – Gigue En Roundeau I 1:33
14 Suite In E Minor – Gigue En Rondeau II 2:27
15 Suite In E Minor – Le Rappel Des Oiseaux 2:43
16 Suite In E Minor – Rigaudon I – Rigaudon II Et Double 2:39
17 Suite In E Minor – Musette En Rondeau 2:35
18 Suite In E Minor – Tambourin 1:16
19 Suite In E Minor – La Villageoise 2:48

Nouvelles Suites De Pièces De Clavecin
20 La Poule 4:56
21 L’Enharmonique 4:15
22 L’Egiptienne 3:23

Trevor Pinnock, cravo

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Se eu tocasse como ele, também estaria dando gargalhadas.

PQP

Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Sheherazade, Symphonic Suite, op. 35 – Karajan, Berliner Philharmoniker

NOVO LINK COM ARQUIVO CORRIGIDO !!!

Um arrasa-quarteirão essa gravação da magnífica obra de Rimski-Korsákov, ‘Sheherazade’.  Contando com o talento do então líder dos violinos da própria Filarmônica de Berlim, Michel Schwalbé, Karajan nos traz uma leitura altamente expressiva, explorando com maestria as nuances exóticas da obra. Tem uma orquestra quase perfeita em suas mãos, que não teme se  expor. Foi este disco que me apresentou esta obra tão ímpar, tão impactante e tão emotiva. ainda lá pela década de 1970, quando tocava nas principais rádios especializadas em música clássica no Brasil. o locutor da rádio fazia questão de ressaltar os nome de Karajan, e Schwalbé, que eu considerava único. O violino de Schwalbé nos traz uma brilhante coleção de cores, tons e ritmos, muitas vezes temos vontade de sair dançando, graças à riqueza e beleza de suas melodias e harmonias.

Um grande registro, sem dúvida alguma. Espero que apreciem. Trata-se de um CD de curta duração, meros 35 minutos, mas vale cada minuto de sua audição.

01 Shéhérazade, op. 35- 1. Largo e maestoso – Allegro non troppo
02 Shéhérazade, op. 35- 2. Lento – Andantino – Allegro molto – Vivace scherzando
03 Shéhérazade, op. 35- 3. Andantino quasi allegretto. The Young Prince and the Young Princess
04 Shéhérazade, op. 35- 4. Allegro molto e frenetico – Vivo – Allegro non troppo e maestoso

Michel Schwalbé – Solo Violin
Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan – Conductor

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J. S. Bach (1685-1750): Partita & Sonatas (Anner Bylsma, Violoncello Piccolo)

J. S. Bach (1685-1750): Partita & Sonatas (Anner Bylsma, Violoncello Piccolo)

Partita em mi maior, BWV 1006

Sonata em sol menor, BWV 1013

Sonata em lá menor, BWV 1003

Anner Bylsma, Violoncello Piccolo

Na primeira vez que este CD cruzou meu caminho, eu não estava preparado para ele. Quando tive uma segunda chance, o dito cujo surgindo de dentro de uma caixa de CDs usados, em um empoeirado sebo, não hesitei e o arrematei na hora.

Música de Johann Sebastian Bach embalada em um excelente selo (deutsche harmonia mundi) com um intérprete famoso – Anner Bylsma – tudo conjurando para que eu sacasse da carteira. Mesmo assim, havia algo estranho no ar, uma duvidazinha restante. Assim como em uma postagem recente aqui no PQP, onde uma violinista famosa toca (ao violino) as Suites para Violoncelo Solo, temos música originalmente escrita para outros instrumentos, aqui interpretada em um violoncelo. Na verdade, um piccolo violoncelo.

Tudo isto demanda atenção e algumas explicações. Vamos a elas. Primeiro, a música. Temos a Partita em lá menor, BWV 1006, e a Sonata em lá menor, BWV 1003, ambas escritas para violino solo. Além delas, a Sonata em lá menor, BWV 1013, originalmente em lá menor, escrita para flauta solo.

Primeira página do Prelúdio da Partita BWV 1006

Você pode estar se perguntando: qual é a diferença entre uma Partita e uma Sonata? Lembre-se, Bach escreveu diversas Sonatas e Partitas e também Suítes para instrumentos vários. Para saber a diferença, damos a palavra aos especialistas. Uma Sonata é [uma composição] tradicionalmente na forma de quatro movimentos e uma Partita (ou Suíte) é um grupo de danças, às vezes precedido de um Prelúdio.

Isto dito, reina a confusão. Em alguns discos, a peça originalmente para flauta é chamada de Partita, aqui é chamada de Sonata. E aí?

Devemos lembrar que no período barroco as formas ainda não estavam bem estabelecidas e uma sonata ou uma sinfonia deste período não tem a mesma formalidade que tomaria no vindouro período clássico. E esse rigor seria devidamente quebrado pelos compositores que viriam ainda depois.

Portanto, por agora, fica assim: movimentos com nomes de danças, como Gavota, Allemande, Sarabanda ou Giga, então é Partita ou Suíte; se os nomes são formais, tais como Allegro, Grave, Largo, Allegretto, então é uma Sonata. Mas há muito mais nesse interessantíssimo tema e você pode aprofundar-se um pouquinho mais aqui ou aqui.

Anner Bylsma

A próxima pergunta é: como um violinista resolve tocar as Suítes para Violoncelo (no seu violino)? No passado, violistas e violonistas se aventuraram nestas águas. Assim como o nosso violoncelista desta postagem, se aventurando em música escrita para instrumentos com registro bem mais alto. O desafio que isto apresenta certamente é uma coisa (a grama do vizinho sempre parece mais verdinha), mas acho que o principal apelo deve vir da música. O próprio Anner Bylsma nos fala um pouco sobre esse disco. Em uma entrevista com Bruce Duffie, que você pode ler aqui, ele explica que o violoncelo piccolo é um instrumento feito para crianças e tem a mesma afinação que um violino. “I couldn’t keep myself from doing the A Minor Sonata for Violin Solo and the E Major Partita”. Perguntado sobre a dificuldade de sobrepor todos os dedos para tocar as peças, ele explica: Sim. O violoncelo piccolo tem mais espaço do que o violino, e soa muito bem porque tem um tom que se mantem, continua soando um pouco mais do que um violino. Isso permite apresentar o contraponto maravilhosamente.

Então é isso, o homem já explicou, a música dança na Partita, é mais solene e dolente nas Sonatas e faz você esquecer qual instrumento está sendo tocado. Assim, como em todo bom disco, depois de um tempo, o que realmente importa é a música. E a se a música é de Bach, então é música que transcende…

Capa de outra edição do disco

Partita em mi maior, BWV 1006

  1. Preludio
  2. Loure
  3. Gavotte en Rondeau
  4. Menuett 1 & 2
  5. Bourrée
  6. Gigue

Sonata em sol menor (original: em lá menor), BWV 1013

  1. Allemande
  2. Corrente
  3. Sarabande
  4. Bourrée anlaise

Sonata em lá menor, BWV 1003

  1. Grave
  2. Fuga
  3. Andante
  4. Allegro

Anner Bylsma, Violoncello Piccolo

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Aproveite esta piccola música do grande Bach, pelas mãos do Anner Bylsma!

René Denon

Joseph Haydn – The London Symphonies – Cds 3 e 4 de 4 – Eugen Jochum, London Philharmonic Orchestra

Hoje vou trazer os dois últimos CDs desta ótima série das Sinfonias de Londres de Haydn, com o veterano Eugen Jochum, gravação realizada lá nos idos de 1973.  As Sinfonias de Haydn são bem conhecidas aqui no PQPBach, sempre que possível trazemos gravações diferentes destas obras. Como são muitas (catalogadas são 104), fica quase impossível trazer uma integral delas, e confesso que já fiquei tentando para realizar esta façanha, mas desisti.
São muitos os maestros que realizaram ótimas gravações destas obras, eu destacaria o incansável Antal Doráti, que gravou todas, com um grupo de músicos muito especial que conseguiu juntar, e que intitulou como Philharmonia Hungarica, Sir Colin Davis, Klemperer, Karajan, Bernstein, Hogwood, são os que me vem a cabeça neste momento, mas são inúmeros. Algumas destas gravações já apareceram por aqui, só não sei se os links estão ativos. Lembro que uma de minhas primeiras postagens eram exatamente as Sinfonias Londres, mas escolhi diversos maestros, como Harnoncourt, Kujiken, entre outros. A postagem teve ótima aceitação, como não poderia deixar de ser. Trazendo Harnoncourt e Kujiken trouxe uma abordagem diferente, fugindo dos maestros mais tradicionais, como Karajan e o proprio Jochum.
Mas vamos concluir esta série. Assim que possível, trago outras possibilidades e abordagens.

CD 3

01. Symphony No. 96 in D major ‘The Miracle’ I. Adagio-Allegro
02. Symphony No. 96 in D major ‘The Miracle’ II. Andante
03. Symphony No. 96 in D major ‘The Miracle’ III. Menuetto. Allegretto
04. Symphony No. 96 in D major ‘The Miracle’ IV. Finale. Vivace (assai)
05. Symphony No. 97 in C major I. Adagio-Vivace
06. Symphony No. 97 in C major II. Adagio ma non troppo
07. Symphony No. 97 in C major III. Menuetto. Allegretto
08. Symphony No. 97 in C major IV. Finale. Presto assai
09. Symphony No. 98 in B flat major I. Adagio-Allegro
10. Symphony No. 98 in B flat major II. Adagio cantabile
11. Symphony No. 98 in B flat major III. Menuet. Allegro
12. Symphony No. 98 in B flat major IV. Finale. Presto

CD 4

01. Symphony in G, Hob I100 ‘Military’ I. Adagio — Allegro
02. Symphony in G, Hob I100 ‘Military’ II. Allegretto
03. Symphony in G, Hob I100 ‘Military’ III. Menuet Moderato — Trio — Menuet
04. Symphony in G, Hob I100 ‘Military’ IV. Finale Presto
05. Symphony in D, Hob I101 ‘The Clock’ I. Adagio — Presto
06. Symphony in D, Hob I101 ‘The Clock’ II. Andante
07. Symphony in D, Hob I101 ‘The Clock’ III. Menuet Allegretto — Trio — Menuet
08. Symphony in D, Hob I101 ‘The Clock’ IV. Finale Vivace
09. Symphony in B, Hob I102 I. Largo — Vivace
10. Symphony in B, Hob I102 II. Adagio
11. Symphony in B, Hob I102 III. Menuet Allegro — Trio — Menuet
12. Symphony in B, Hob I102 IV. Finale Presto

London Philharmonic Orchestra
Eugen Jochum – Conductor

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C.P.E. Bach (1714-1788): Chamber Works (Rachel Podger & Friends)

C.P.E. Bach (1714-1788): Chamber Works (Rachel Podger & Friends)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714 – 1788)

Música de Câmera 

 

Eu adoro lojas de discos usados – sebos! A vida toda frequentei estes lugares um pouco mágicos, um pouco marginais, mas sempre interessantes. E os personagens? Os donos, atendentes, frequentadores… Uma verdadeira galeria de personagens. Seria um perfeito ambiente para um bom filme. Sempre que posso, visito um (dos poucos que restaram) na rua Augusta, em São Paulo, e outro, na rua da Travessa, no centro do Rio.

Agora há o sebo virtual. Vocês sabem, lá na internet. Este dá para visitar sem sair de casa. Não é a mesma coisa. Não tem cheiro (só quando a compra chega), não tem papo agradável com a turma, sobre o que está rolando na novela, qual foi o melhor jogador do clássico, essas coisas que a gente só dá valor quando não as tem. Mas, reserva umas boas surpresas, como este disquinho aqui da postagem. A BBC Music Magazine, muito boa revista sobre música e discos, tem a tradição desde seu lançamento de oferecer de brinde, em cada número, um CD com gravações dos seus arquivos. Este da postagem é um deles.

O disco foi gravado em 28 de julho de 2014, no Cadogan Hall, durante o BBC Proms, na seção de música de câmera. O concerto marcou a data histórica dos 300 anos de nascimento de Carl Philip Emanuel Bach.

A violinista barroca, musa de metade e meia da turma do PQP, Rachel Podger, juntou uma patota e preparou um concerto com quatro obras do CPE, que ilustram a sua produção de música de câmera.

Rachel Podger
Carl Philipp Emanuel Bach

As críticas e resenhas falam de Carl Philipp Emanuel Bach como uma figura de ligação entre a música barroca (especialmente a obra de J.S.Bach) e a música clássica (representada pela obra de Haydn e Mozart). No entanto, não é necessário muita leitura, basta relaxar naquela poltrona na qual você se senta para ouvir os arquivos que baixa daqui, e desfrutar um excelente programa de música.

Veja, um disco deste tipo é um retrato de um momento, de um concerto ao vivo, onde imperfeições são parte do pacote, aplausos após cada peça e algum barulho que revela o clima alegre da ocasião.

A seguir, uma livre tradução da resenha que você poderá ler na íntegra aqui.

O programa começa e termina com duas trio sonatas, que ladeiam uma sonata para violino e fortepiano e uma sonata para fortepiano.

A trio sonata para flauta, violino e contínuo, que abre o programa, foi escrita ainda na juventude de CPE, provavelmente sob a supervisão do pai, mas revista posteriormente, em 1747.

A sonata para violino e fortepiano em dó menor, de 1763, é uma peça substancial e mostra o lado mais dramático de CPE. O movimento lento é particularmente sublime e a sonata termina com uma vibrante tarantella.

Na sequência, uma sonata para fortepiano que pertence ao conjunto intitulado für Kenner und Liebhaber (para profissionais e amadores), publicadas em 1785. A sonata tem as típicas características de CPE – grandes contrastes, vôos de fantasia, excentricidade e vivacidade.

A segunda das duas trio sonatas, em dó menor, Sanguineus and Melancholicus, de 1749, é uma obra altamente individual – um animado diálogo entre dois violinos, um alegre e otimista (Rachel Podger) e o outro profundamente melancólico (Bojan Čičić). Basicamente Sanguineus tenta animar Melancholicus, que permanece inconsolável até o último movimento, quando eles se reunem num animado dueto. A obra realmente sumariza o espírito de CPE Bach.

O time liderado pela Rachel Podger é excelente e conta com maravilhoso suporte do tecladista Kristian Bezuidenhout. Se depender de mim, os senhores ouvirão mais coisas deste ótimo músico.

Kristian Bezuidenhout

Carl Philipp Emanuel Bach (1714 – 1788)

1-3. Trio Sonata para flauta, violino e contínuo, em lá maior, H570, Wq. 146

4-6. Sonata para violino em dó menor, H514, Wq. 78

7-9. Sonata para pianoforte em mi menor, No. 5 da Coleção ‘Kenner und Liebhaber’, H281, Wq. 59/1

10-12. Trio Sonata em dó menor, ‘Sanguineus & Melancholicus’, H579, Wq. 161/1

Rachel Podger, violino

Katy Bircher, flauta

Bojan Čičić, violino

Tomasz Pokrzywiński, violoncelo

Kristian Bezuidenhout, pianoforte

 

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Emanuel, dando um suporte para sua majestade!

Que este concerto desperte a sua curiosidade para a música do Calos Felipe Emanuel Ribeiro!

René Denon

 

Joseph Haydn (1732-1809) – The 12 London Symphonies – Eugen Jochum, LPO

Para os fãs de Joseph Haydn, eis uma série de excepcional qualidade. As 12 Sinfonias intituladas ‘London’, nas mãos mais que competentes de Eugen Jochum, um dos grandes nomes da regência do século XX, frente à Filarmônica de Londres. É material de primeira grandeza, com um ótimo trabalho de remasterização dos engenheiros da Deutsche Grammophon, lembrando que estas gravações foram realizadas lá em 1973, ou seja, quarenta e seis anos atrás, quando este que vos escreve ainda brincava de Forte Apache (aqueles de minha geração vão entender o que estou falando).
São quatro CDs ao todo nesta coleção. Para uma melhor apreciação, vou trazê-los de dois em dois. Certo?

CD 1

01. Symphony in D, Hob I93 I. Adagio – Allegro Assai
02. Symphony in D, Hob I93 II. Largo Cantabile
03. Symphony in D, Hob I93 III. Menuetto
04. Symphony in D, Hob I93 IV. Finale Presto Ma Non Troppo
05. Symphony in G, Hob I94 ‘Surprise’ I. Adagio — Vivace Assai
06. Symphony in G, Hob I94 ‘Surprise’ II. Andante
07. Symphony in G, Hob I94 ‘Surprise’ III. Menuet
08. Symphony in G, Hob I94 ‘Surprise’ IV. Finale Allegro Di Molto
09. Symphony in E Flat, Hob I103 ‘Drum Roll’ I. Adagio – Allegro Con Spir
10. Symphony in E Flat, Hob I103 ‘Drum Roll’ II. Andante Piu Tosto Allegre
11. Symphony in E Flat, Hob I103 ‘Drum Roll’ III. Menuet
12. Symphony in E Flat, Hob I103 ‘Drum Roll’ IV. Finale Allegro Con Spir

CD 2

01. Symphony in C, Hob I95 I. Allegro Moderato
02. Symphony in C, Hob I95 II. Andante Cantabile
03. Symphony in C, Hob I95 III. Menuet – Trio – Menuet
04. Symphony in C, Hob I95 IV. Finale Vivace
05. Symphony in E, Hob I99 I. Adagio – Vivace Assai
06. Symphony in E, Hob I99 II. Adagio
07. Symphony in E, Hob I99 III. Menuet Allegretto – Trio – Menuet
08. Symphony in E, Hob I99 IV. Finale Vivace
09. Symphony in D, Hob I104 ‘London’ I. Adagio – Allegro
10. Symphony in D, Hob I104 ‘London’ II. Andante
11. Symphony in D, Hob I104 ‘London’ III. Menuet Allegro – Trio – Menuet
12. Symphony in D, Hob I104 ‘London’ IV. Finale Spiritoso

London Philharmonic Orchestra
Eugen Jochum – Conductor

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J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 131 – 182 – 4 (Solistas – Ricercar Consort & Philippe Pierlot)

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 131 – 182 – 4 (Solistas – Ricercar Consort & Philippe Pierlot)

Johann Sebastian Bach

Cantata BWV 131, Aus Der Tieffen Ruffe Ich Herr Zu Dir

Cantata BWV 182, Himmelskonig Sei Wilkommen

Cantata BWV 4, Christ Lag in Todesbanden

Ao observarmos a numeração do Bach-Werke-Verzeichnis, o Catálogo das Obras de Bach, poderíamos imaginar que ele teria produzido a Cantata BWV 1, depois BWV 2 e assim por diante, até a Arte da Fuga, BWV 1080, que faltou só um pouquinho para terminar. A verdade está longe disto, linearidade não se aplica aqui.

João Sebastião Ribeiro, retrato quando jovem

As três cantatas deste CD têm números de catálogo 131, 182 e 4, mas foram escritas no início da carreira do jovem compositor que viria a se tornar o Kantor da St. Thomaskirche, em Leipzig. A cantata Auf der Tieffen, BWV 131, e bem possivelmente a primeira obra sacra escrita por Johann Sebastian.

Já contamos aqui no PQP da enorme viagem que Bach empreendeu para encontrar o compositor mais velho, Dietrich Buxtehude. Foi o jovem desta aventura que as compôs quando assumiu seus primeiros postos como Kapellmeister em Mühlhausen e Weimar.

Na entrevista com o conselho, em Mühlhausen, faltaram três conselheiros, resultado de um calamitoso incêndio que ocorrera duas semanas antes e destruíra boa parte da cidade.

Blasiuskirche -Orgel

Bach assumiu o cargo de organista da Blasiuskirche, mas encontrou muito mais afinidade na Marienkirche cujo pastor, Georg Christoph Eilmar, tinha uma atitude liberal sobre a música, bem diferente dos pietistas da Blasiuskirche. Uma amizade se estabeleceu e Eilmar foi o padrinho da primeira filha de Bach, que havia se casado recentemente com Maria Barbara.

A Cantata Aus der Tieffen, BWV 131, foi composta a pedido de Eilmar para um serviço penitencial em razão do incêndio. Toda ela é impregnada de um tom sóbrio, com música muito sensível ao texto, mas também carregada de uma forte mensagem de esperança.

No texto temos o Salmo De Profundis:

Aus der Tieffen ruffe ich, Herr, zu dir.     Das profundezas eu clamo por ti, Senhor!

Herr, höre meine Stimme.                       Senhor, ouça a minha súplica!

O coral final termina com os versos:

Israel, hoffe auf den Herrn;                                                  Israel, espere no Senhor;

Und er wird Israel erlösen aus allen seinen Sünden.      E ele redimirá Israel de todos os seus pecados.

Mühlhausen com vista da Marienkirche

A Cantata Christ lag in Todesbanden, BWV 4 também é desta época e foi provavelmente escrita para a Páscoa. Esta peça tem uma estrutura única entre as cantatas: uma Sinfonia que é seguida de sete versos, todos terminando com a palavra Aleluia. Esta cantata trata da celebração da vitória de Cristo sobre a morte, livrando assim os homens da condenação eterna.

 

Es war ein wunderlicher Krieg,            Foi uma admirável batalha
Da Tod und Leben rungen,                 
Onde se enfrentaram a morte e a vida.
Das Leben behielt den Sieg,               
A vida conquistou a vitória,
Es hat den Tod verschlungen.             
A morte foi derrotada.

Bach não aguentou o clima da Blasiuskirche e em sua carta de demissão fala de dificuldades e tormentos. Fala também de seu desejo de escrever um programa completo de música para igreja, um ciclo completo de cantatas. Esse desejo só viria a ser cumprido em Leipzig.

Seu próximo posto foi em Weimar, onde a 25 de março de 1714 foi apresentada a Cantata Himmelskönig sei willkommen, BWV 182, escrita para o Domingo de Ramos. A cantata tem uma abertura festiva para saudar a entrada (gloriosa) do Rei (em Jerusalém). A abertura é seguida de um coro, um recitativo, ária, ária, ária, coral e o coro final. Esta estrutura também é bastante incomum. A cantata teve seis performances durante a vida de Bach.

Ricercar Consort

Neste disco as cantatas são interpretadas com instrumentos de época, com um cantor para cada voz, nos coros. O conjunto Ricercar Consort, sob a direção de Philippe Pierlot, também segue a prática de um instrumento para cada parte e isto contribui para gerar um clima de intimidade e delicadeza, mas sem perder o tom festivo quando for o caso. Basta ver o coro final da Cantata Himmelskönig sei willkommen, com a flauta doce e os outros instrumentos seguindo as vozes.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Cantatas

1-5. Aus Der Tieffen Ruffe Ich Herr Zu Dir, BWV 131

6-13. Himmelskonig Sei Wilkommen, BWV 182

14-21. Christ Lag in Todesbanden, BWV 4

Katharine Fuge, soprano

Carlos Mena, contra-tenor

Hans Jörg Mammel, tenor

Stephan MacLeod, baixo

Ricercar Consort

Philippe Pierlot

Para mais detalhes sobre as faixas do disco e sobre os intérpretes, veja aqui.

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Philippe Pierlot e a sua viola… da gamba!

Eu tenho uma queda pela Christ lag in Todesbaden e foi por ela que cheguei a este disco. Espero que agrade a você tanto quanto agradou a mim.

René Denon