Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra

IM-PER-DÍ-VEL !!!

No início de 1943, enquanto estava ministrando uma série de palestras sobre música folclórica na Universidade de Harvard, Béla Bartók, já com a saúde frágil, piorou subitamente, necessitando de uma bateria de exames médicos urgentes. Quando estes se revelaram inconclusivos, “o pessoal de Harvard me convenceu a fazer novo exame, liderado por um médico muito apreciado por eles e à suas custas”. O exame revelou alguns problemas nos pulmões, que eles acreditavam ser tuberculose. A notícia foi recebida com grande alegria: “Finalmente temos a causa real!”. Quando o compositor retornou a sua casa em Nova York, a ASCAP (Sociedade Americana de Compositores, Autores e Editores), “de alguma forma se interessou no meu caso e decidiu curar-me às suas custas. Mandaram-me para os seus médicos, que mais uma vez me levou para um hospital. Os novos exames mostraram um grau menor de problemas pulmonares. Talvez não fosse tuberculose. E assim, voltei a não saber a causa de minha doença”.

Enquanto estava no hospital de Nova York, Bartók foi visitado por Serge Koussevitzky, maestro da Orquestra Sinfónica de Boston. Ele, por sugentão de dois outros exilados húngaros amigos de Bartók q que sabiam de suas dificuldades — o violinista Joseph Szigeti e regente Fritz Reiner — fez-lhe uma encomenda: um trabalho em memória de sua esposa, recentemente falecida, Natalie Koussevitzky. Bartók aceitou e produziu o Concerto para Orquestra, seu último trabalho completo.

Foi logo após a reunião com Koussevitzky que a fatal leucemia acabou diagnosticada. O compositor não foi comunicado, o que talvez tenha sido uma decisão correta, pois ele, durante o mês subseqüente, ele recuperou a força, a alegria e, obviamente, a criatividade. A partitura foi escrita em apenas dois meses no balneário de Saranac Lake em Nova York. A nota final foi escrita em 8 de outubro de 1943.

Enorme sucesso de público e os crítica, a estreia foi realizada em concerto da Boston Symphony Orchestra, sob a direção de Koussevitzky, em 1 de dezembro de 1944. O compositor assistiu à estreia com sua esposa, Ditta Pásztory. “Fomos lá para os ensaios e apresentações, meu médico deu a permissão a contragosto. Foi uma excelente estreia”. Koussevitzky disse que era “a melhor composição dos últimos, incluindo as obras de meu ídolo Shostakovich!”.

Bartók escreveu a seguinte nota breve para a ocasião:

O título deste trabalho explica-se pelo fato de os instrumentos de uma única orquestra serem tratados de forma solista ou concertante. O tratamento “virtuoso” aparece, por exemplo, nas seções fugato do desenvolvimento do primeiro movimento (instrumentos de sopro), ou no Perpetuum Mobile, como a passagem do tema principal no último movimento (cordas), e especialmente no segundo movimento, no qual pares de instrumentos consecutivamente aparecem com passagens brilhantes. O humor geral do trabalho representa, para além do jocoso segundo movimento, da transição gradual da dureza do primeiro movimento e da canção da morte do terceiro, uma afirmação da vida e do passado.

Uma tremenda gravação de Gustavo Dudamel com a Los Angeles Philharmonic Orchestra !!!. Olha, acho que foi retirada de um DVD… Ouçam como a orquestra ri no quarto movimento.

Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra

1) Introduction: Allegro non troppo
2) Giuoco delle coppie: Allegretto scherzando
3) Elegia: Andante non troppo
4) Intermezzo interrotto: Allegretto
5) Finale: Presto

L.A. Philharmonic Orchestra
Gustavo Dudamel

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PQP

11 comments / Add your comment below

  1. Quem sou eu para descordar do grande Koussevitzky.
    Como Bartok conseguiu compor uma peça dessas tão rápido? A composição é realmente espetacular.
    Essa, pra mim, é uma das obras como a Sagração… Tenho várias interpretações e não me canso de buscar mais.

  2. Interessante postagem, com um surpreendente final. Não sabia que Shostakovich era ídolo de Bartok. O Intermezzo, por exemplo, desse concerto é uma gozação sobre o tema da sétima sinfonia de Shostakovich, obra que naquela época tinha enorme popularidade nos Estados Unidos, enquanto a obra de Bartok era totalmente desprezada.

  3. Quem gostava de Shostakovich era Koussevitsky, não Bartók.

    Bartók, assim como Schoenberg, Stravinsky e outros contemporâneos, detestou a “Leningrado”. Para eles a sinfonia era um embuste publicitário. Por isso a brincadeira que Bartók faz no “Intermezzo interrotto”, aproximando o famoso “tema da invasão” ao de uma canção da “Viúva alegre” de Lehár…

  4. Aaaahhhhhhhhhhh…

    “Talvez este item não exista ou não esteja mais disponível”

    “Este item pode ter sido excluído ou ter expirado, ou talvez você não tenha permissão para vê-lo. Para saber mais, fale com o proprietário do item.”

    🙁 🙁 🙁

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