Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano Nº 17, 18 e 21

Assim como eu roubaria e mataria por Juliette Binoche e Maurizio Pollini, há gente que faria o mesmo pelo pianista Artur Schnabel (1882-1951). Realmente, este austríaco foi espantoso, mas, sabem?, sou um pouco reticente com as gravações antigas de som ruim. Respeito também outro Arthur, com agá, Rubinstein, mas o ouço pouco. Não consigo enxergar muito mais do que valor histórico nas gravações. Acho que gente como Gould, Foldes, Anda, Gilels, etc, devem ser ouvidos por sua altíssima qualidade, mas também por terem sido melhor gravados. Ademais, nosso tempo segue produzindo pianistas espetaculares que nada devem ao passado. (Ou que só devem a ele em razão da influência).  O som histórico só me interessa se quem estiver tocando for autores como Bartók, Shosta, etc., suas concepções me interessam, claro.

Então, ouço meio sem emoção o belo trabalho de Schnabel, que infelizmente nasceu em outro tempo. Mas, repito, há gente que mataria e roubaria por ele e que talvez queira fazer o mesmo comigo agora.

Beethoven: Piano Sonatas Nos. 17, 18 and 21 (Gravações de 1932 e 1934)

Piano Sonata No. 17 in D minor, Op. 31, No. 2, “Tempest”
1. I. Largo – Allegro 00:08:55
2. II. Adagio 00:08:17
3. III. Allegretto 00:05:40

Piano Sonata No. 18 in E flat major, Op. 31, No. 3
4. I. Allegro 00:08:20
5. II. Scherzo: Allegro vivace 00:04:45
6. III. Menuetto: Moderato e grazioso 00:04:09
7. IV. Presto con fuoco 00:04:00

Piano Sonata No. 21 in C major, Op. 53, “Waldstein”
8. I. Allegro con brio 00:10:05
9. II. Introduzione: Adagio molto 00:05:10
10. III. Rondo: Allegretto moderato – Prestissimo 00:08:52

Artur Schnabel, piano

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Pollini e Schnabel, depois os outros?

PQP

9 comments / Add your comment below

  1. Meu caro PQP,
    de tudo que escreveu só faço uma ressalva, pessoal, sobre o Glenn Gould. Sei que também posso entrar na lista dos procurados pelo que vou dizer, mas quando ouço o Gould, parece que estou na escola de mordomos de Londres porque me lembro do bordão: “um mordomo, quando está em uma sala vazia, deve fazê-la parecer ainda mais vazia.”
    Pronto falei e assumo.
    Abraço

  2. O quê? Você não gosta daquelas gravações de 1910 em que só 2% da música são audíveis, e os outros 110% são puro ruído? Você não se encanta com o fato de não serem quaisquer ruídos, e sim os dos grandes nomes do passado? Não entra em alfa ao quase conseguir ouvir a voz de algum intérprete único lá no fundo daquele chhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhiado todo??

    Pois é, eu também não.

    1. E nem eu. A música foi feita para ser audível, eu acho. Odeio quando aqueles cantores de ópera (sem querer desviar de assunto) ainda hoje cantam quase cochichando em algumas partes da música. Cantar suave é uma coisa, cantar cochichando é outra. Mas falando de músicos e pianistas, acho que existe um leque de opções para escolhermos qual será o nosso favorito ou não. Eu mesmo não tenho nenhum favorito. O que me agrada mais é o som do piano.

  3. É, as gravações antigas do Rubinstein são realmente tristes, mas vocês consideram aquelas do final da década de 50 e dos anos 60 ruins também?

    1. André, o PQPBach, que fez a postagem, é responsável por suas opiniões. Sou fã incondicional do Rubinstein, mesmo daquelas gravações realizadas na década de 30. As gravações que ele realizou nos anos 60 e 70, em minha opinião, são meu ideal de interpretação, seja Mozart, Beethoven ou Chopin.

  4. Pois é, concordo que as gravações dos “anos 1910”, como disse o “He Will Be Bach”, são praticamente inaudíveis. Mas Schnabel gravou a integral das sonatas de Beethoven já nos anos 1930, e a tecnologia já era infinitamente melhor (a geração pós-internet deve estar rindo, em massa, da minha definição de “tecnologia”). Mas sei que sou voto vencido. Talvez por ter crescido (e até mesmo envelhecido, segundo as más línguas) ao meio de fitas cassete mofadas e LPs arranhados, não dou muita bola para a “pureza” das gravações digitais. Quanto a Schnabel, sou voto vencido de novo: para mim, é “o” intérprete de Beethoven. O que falta em virtuosidade, sobra em concepção e expressividade. Intrometendo-me no argumento do PQP, é realmente como ouvir um grande compositor (o que, aliás, ele também era), tamanha a importância do homem.

    1. Fora de brincadeira, eu acho o som dos anos 1930 ainda bem ruinzinho. Mas o dos anos 50, ainda que mono, ainda me é aceitável, dependendo do intérprete. Tanto que meu intérprete de Beethoven favorito é o tristemente esquecido Solomon, cujas gravações ficaram datadas da noite para o dia por causa da tecnologia stereo. Não seria lá grande problema se a tecnologia não tivesse sido lançada pouco tempo depois de ele ter sofrido o colapso nervoso que o impossibilitou de gravar para sempre. 🙁

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