Originalmente postado em 10 de dezembro de 2011 pelo monge Ranulfus e agora atualizado pelo Avicenna, com links atualizados.
Com esta, são CINCO as versões integrais do Te Deum de Luís Álvares Pinto postadas neste blog.
Exagero? Não acho não. “Mais gravações tivera, mais postara”, pois pra mim tanto a posição dessa peça na história da música brasileira quanto a sua pura qualidade musical justificariam plenamente conhecer mil versões. Aliás, basta vocês ouvirem como diferem estas cinco, às vezes a ponto de quase não se reconhecer que é a mesma peça, para perceber que estamos diante desse tipo de música que não esgota fácil as suas possibilidades!
“E para mais me espantar” (nossa, parece que a sombra de Camões encostou com tudo no monge Ranulfus esta noite!), três dessas cinco versões são da Camerata Antiqua de Curitiba: a de 2000, postada pelo Avicenna aqui há poucos dias, em 29/11; a de 1981, que eu mesmo postei em 26/05/2010; e agora esta de 1995, comemorativa dos 20 anos da Camerata. Sabem de qual eu gosto mais? Não? Coincidência, eu também não! Depende do dia, da hora…
Na postagem de 2010 eu incluí dados caprichosamente pesquisados sobre Álvares Pinto. Se quiserem, olhem lá: hoje eu vou logo desovando a música, que os tempos são outros, as pesquisas que a vida anda exigindo também!
Só observo ainda que aqui, como na gravação de 1981, o outro lado do vinil é ocupado por um Salmo musicado por Händel – mas são dois salmos diferentes: lá, um bonito Laudate Pueri; aqui um Dixt Dominus que não é só bonito, talvez possa ser chamado “monumental”, e é tremendamente desafiador para o coro.
Foi prudente para o conjunto encarar tamanho desafio àquela altura? Não sei. Sei que pessoalmente eu gosto do resultado; nem tudo é perfeito, mas as próprias imperfeições são de um tipo que eu chamaria “imperfeições inspiradas”, que não me tiram o prazer da audição, às vezes até aumentam, como se fossem um atestado de que essa música é uma realização humana, com embate & suor. É provável que nem todo mundo sinta o mesmo – e isso é ótimo, não?
Mas, seja como for, aposto que ninguém vai se arrepender de conhecer essa peça!
Palhinha: ouça a integral do Te Deum enquanto saboreia telas de artistas brasileiros contemporâneos.
Camerata Antiqua de Curitiba, 1995
Gravação comemorativa dos 20 anos do grupo
Regência: Roberto de Regina
Luis Álvares Pinto (Recife, 1719-1789): TE DEUM
(orquestração completada por Harry Crowl, 1995)
00:00 (1) Te Deum / Te Dominum
01:31 (2) Tibi Omnes
02:37 (3) Sanctus
04:20 (4) Te gloriosus
05:23 (5) Te martyrum
07:04 (6) Patrem imensae
09:07 (7) Sanctum quoque
11:39 (8) Tu Patris
13:40 (9) Tu devicto
15:31 (10) Judex crederis
18:41 (11) Salvum fac
20:23 (12) Per singulos dies
21:56 (13) Dignare
24:03 (14) Fiat misericordia
25:13 (15) In te Domine
Georg Friedrich Händel (1685-1759): DIXIT DOMINUS (Salmo 110 [109])
00:00 (1) Dixit Dominus
06:05 (2) Virgam virtutis
09:28 (3) Tecum principium
12:33 (4) Juravit Dominus
14:48 (5) Tu es sacerdos
16:24 (6) Dominus a dextris tuis
19:24 (6b) Ludicabit in nationibus
22:55 (7) De torrente in via bibet
27:00 (8) Gloria
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MP3 | 320 kbps | 168,7 MB
powered by iTunes 12.3.2 | 59,6 min | Encarte: Português
TEXTO DO TE DEUM (latim/português)
http://www.osmc.com.br/secao.asp?i=34&c=791
TEXTO DO DIXIT DOMINUS (latim/inglês)
http://en.wikipedia.org/wiki/Dixit_Dominus_(Handel)
Ofereço esta postagem de 10 de dezembro ao meu pai, que estaria fazendo 89 anos neste dia se não houvesse desembarcado do planeta 30 anos antes, e que com certeza adoraria cada minuto da música deste disco!
Ranulfus
Publicado originalmente em 23.07.2010
Não sei se a escola foi mesmo a segunda, mas acho que Tadeusz realizou proeza maior: todos os três filhos foram leading figures da vida artística paranaense da segunda metade do século XX: Milena como coreógrafa, professora de dança, diretora de balé; Zbigniew Henrique como pianista, organista, compositor, professor formal e não formal com sua presença sempre questionadora e profunda; Norton, como flautista – aluno de ninguém menos que Aurèle Nicolet – e mais recentemente também como regente e diretor de festivais.
Atuando em duo desde 1971, em 1975 Norton e Henrique resolveram transformar em disco um recital que haviam dado na Sala Cecília Meireles, no Rio. Gravadoras, como se sabe, sempre deram menos bola para qualidade que para a vendabilidade dos nomes; pouquíssimos músicos clássicos brasileiros eram gravados na época, sobretudo se não morassem no Rio. Sempre inventivo, Henrique lançou uma lista de venda antecipada – que tive o gosto de assinar -, e com isso levantou a verba para o primeiro destes discos. Com o segundo, três anos depois, não lembro os detalhes, mas também foi produção independente.