Alberto Ginastera (1916-1983): Panambí e Estancia (Balés Completos)

Alberto Ginastera (1916-1983): Panambí e Estancia (Balés Completos)

O Ortlieb nos enviou dois CDs da música do argentino Alberto Ginastera. Dois CDs excelentes. Como estou realmente ocupadíssimo hoje, recorro à Coleção Folha de Música Clássica com a informação biográfica deste grande compositor nacionalista. Notem como a Folha admite que Buenos Aires é nossa capital cultural… Estou trabalhando e ouvindo o CD. É muito bom e… às vezes parece Stravinski, mas não é cópia. Ginastera tem voz própria e distinta do russo. É grande compositor, sem dúvida.

Aclamado como o compositor argentino mais influente da história contemporânea, Alberto Evaristo Ginastera desenvolveu uma obra clássica que, surpreendentemente, inspirou várias bandas de rock progressivo na segunda metade do século 20. Estimulantes, líricas e vibrantes, suas composições nacionalistas retratavam o folclore argentino com temáticas fantásticas.

De origem humilde, filho de um catalão e uma imigrante italiana que trabalhavam na agricultura, Alberto Evaristo Ginastera nascera em 11 de abril de 1916, na capital cultural da América do Sul, Buenos Aires. Começou a estudar piano aos sete anos de idade. Com 19, recebeu o seu primeiro prêmio, na Associação El Unisono. Em seguida, formou-se no Conservatório Nacional de Buenos Aires, onde, em 1940, realizou a inédita apresentação de sua famosa obra para balé, O Panambí, além das Danças argentinas (para piano), que lhe projetaram nacionalmente.

O sucesso da estréia também lhe rendeu uma vaga como professor titular no Conservatório Nacional da Argentina. Posteriormente, frequentou as aulas de Aaron Copland em Tanglewood, na Fundação Guggenheim, em Nova York, onde entrou em contato com músicos como o maestro brasileiro Heitor Villa-Lobos.

De volta a Buenos Aires, tomado pela “onda musical nacionalista”, ele e outros compositores argentinos fundaram a Associação Nacional dos Compositores Argentinos, o Conservatório La Plata de Buenos Aires e o Centro Latino Americano para Estudos Musicais Avançados no Instituto Di Tella, do qual se tornou diretor em 1963.

Ginastera foi um compositor completo. Além de desenvolver modernas técnicas de composição, valendo-se do estilo microtonal, construiu um currículo acadêmico respeitadíssimo.

Acumulou cargos em várias instituições, tais como membro do Conselho Internacional de Musica (Unesco), reitor na Universidade Católica Argentina, além de ter sido professor emérito na Universidade de Música no Chile e na Academia Brasileira de Musica. Sua obra – que inclui óperas, balé, música para teatro, concertos para piano e música de câmara, entre vários outros gêneros — foi utilizada até em trilhas sonoras de filmes.

Mas ao contrário de sua agitada carreira, o argentino levou uma vida pessoal com discrição. Depois de passar longos anos entre a Argentina e viagens ao exterior, resolveu mudar-se em 1970 para Genebra, na Suíça, onde conheceu e casou-se com a violoncelista Aurora Natola.

Longe das turbulências políticas e econômicas da Argentina, o compositor passou a utilizar cada vez menos a temática folclórica e dedicar-se mais à criação de obras neo-expressionistas, que foram fontes de inspiração de bandas como o Yes, Gênesis, Emerson Lake and Palmer e Pink Floyd.

Alberto Ginastera morreu no dia 25 de junho de 1983, curiosamente no mesmo ano em que a Argentina voltava à democracia com a convocação de eleições gerais.

Alberto Ginastera – Panambí; Estancia

1. Panambi, Op. 1: Claro de luna el Parana (Moonlight on the Parana) 4:42
2. Panambi, Op. 1: Fiesta indigena (Native festival) 0:26
3. Panambi, Op. 1: Ronda de la doncellas (Girls’ round dance) 1:23
4. Panambi, Op. 1: Danza de los guerreros (Warriors’ dance) 1:58
5. Panambi, Op. 1: Escena (Scene) 2:42
6. Panambi, Op. 1: Pantomima del amor eterno (Pantomime of eternal love) 3:53
7. Panambi, Op. 1: Canto de Guirahu (Guirahu’s Song) 3:21
8. Panambi, Op. 1: El Hechicero se dirige hacia Guirahu (The sorcerer approaches Guirahu) – Aparecen las deidades del agua (The water sprites appear) ? 0:29
9. Panambi, Op. 1: Juego de las deidades del agua (The water sprites play) 2:09
10. Panambi, Op. 1: Reaparece el Hechicero (The sorcerer reappears) – Los gritos del Hechicero (The Sorcerer’s cries) 0:36
11. Panambi, Op. 1: Inquietud de la tribu (The tribe is uneasy) – Suplica de Panambi (Panambi’s prayer) 4:15
12. Panambi, Op. 1: Invocacion a los espiritus poderosos (Invocation to the spirits of power) 1:19
13. Panambi, Op. 1: Danza del Hechicero (Dance of the Sorcerer) 2:10
14. Panambi, Op. 1: El Hechicero habla (The Sorcerer speaks) 0:34
15. Panambi, Op. 1: Lamento de las doncellas (The girls’ lament) 3:12
16. Panambi, Op. 1: Aparicion de Tupa (Tupa appears) – Los guerreros amenazan al Hechicero (The warriors threaten the Sorcerer) 0:51
17. Panambi, Op. 1: El Amanecer (Dawn) 5:09

18. Estancia, Op. 8: Scene 1: El Amanecer – Introduccion y Escena (Dawn – Introduction and Scena) 2:33
19. Estancia, Op. 8: Pequena Danza (Little dance) 2:07
20. Estancia, Op. 8: Scene 2: La Manana – Danza del trigo (Morning – Wheat Dance) 3:21
21. Estancia, Op. 8: Los trabajadores agricolas (The farm labourers) 2:55
22. Estancia, Op. 8: Los peones de hacienda – Entrada de los caballitos (The cattlemen – Entry of the foals) 2:04
23. Estancia, Op. 8: Los puebleros (The townsfolk) 2:19
24. Estancia, Op. 8: Scene 3: La tarde – Triste pampeano (Afternoon – ‘Triste’ from the Pampas) 3:22
25. Estancia, Op. 8: La doma (Rodeo) 2:04
26. Estancia, Op. 8: Idilio crepuscular (Twilight idyll) 2:51
27. Estancia, Op. 8: Scene 4: La Noche – Nocturno (Night – Nocturne) 4:19
28. Estancia, Op. 8: Scene 5: El Amanecer – Escena (Dawn – Scena) 1:41
29. Estancia, Op. 8: Danza final (Final Dance) (Malambo) 3:32

Luis Gaeta, Narrador, Baixo-barítono
London Symphony Orchestra
Gisèle Ben-Dor

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Alberto Ginastera e o gato que pegou emprestado da parede de Poe
Alberto Ginastera e o gato que pegou emprestado da parede de Poe

PQP

Alberto Nepomuceno (1864-1920) – Sinfonia em Sol Menor [link atualizado 2017]

Talvez a melhor sinfonia composta no Brasil

As tonalidades menores de uma maneira geral, são tristes e melancólicas. Se prestarmos atenção em algumas obras em tonalidade menor, poderemos perceber que mesmo as partes mais vigorosas, não são alegres e sim, dramáticas e/ou trágicas. E ainda que possamos identificar passagens alegres, com certeza, serão encontradas em modulações para tonalidades maiores (alegres e jocosas), muito comuns em qualquer composição de maior fôlego.

A Sinfonia em Sol Menor é uma obra vigorosa, lírica e essencialmente dramática, bem típica dos compositores românticos nacionalistas.

A Sinfonia em Sol Menor é a principal obra sinfônica de Nepomunceno. Teve sua estreia em 1º de agosto de 1897, em um concerto que incluia a obra Batuque (obra que faz parte da Série Brasileira aqui já postada), causadora de enorme polêmica junto aos críticos e acadêmicos por utilizar o reco-reco dentro do corpo sinfônico.

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Alberto Nepomuceno: Sinfonia em Sol Menor

01 Allegro (com entusiasmo) 7:46
02 Andante Quasi Adagio 9:24
03 Presto 5:59
04 Con Fuocco 5:43

Orquestra Sinfônica Brasileira
Regente: Edoardo de Guarnieri
Gravado ao vivo no Teatro Municipal de São Paulo

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Marcelo Stravinsky
Repostado por Avicenna
Trepostado por Bisnaga

Alberto Nepomuceno (1864-1920) – Obras para piano [link atualizado 2017]

Se teve alguém que primeiro rompeu a resistência conservadora que preconizava que a língua portuguesa não se prestava ao canto erudito e que os ritmos da música popular nacional não deveriam ser transpostos para a sala de concerto, esse alguém foi o cearense Alberto Nepomuceno, que começou a estudar música no Recife, passou pelo Rio de Janeiro e foi bater na Alemanha para aperfeiçoar seus estudos musicais.

Lá encontrou uma aluna de Edvard Grieg e embarcou com ela pra Noruega para se casar – acabou conhecendo o próprio Grieg e o casal passou uns tempos morando na casa do compositor em Bergen (só não sei se com ele dentro). Daí pra se deduzir quem instilou o pensamento nacionalista em Alberto (confiram o quão grieguiano , p. ex., é o Cakewalk, no CD 2 – também prova que de Alberto não tinha preconceito com a music hall).

O artigo da Wikipédia em português sobre Nepomuceno é confiável e resume toda a importância dele para a música clássica brasileira a partir de sua atuação ao voltar ao Brasil, principalmente pela criação do Instituto Nacional de Música e pelas audições de obras de compositores brasileiros contemporâneos (que hoje classficamos como românticos).

A primeira postagem que iria fazer de Alberto Nepomuceno seria a da Sinfonia em sol menor, mas o visitante do blog Willian Nepomuceno (será um descendente?) mandou ao mano PQP, que por sua vez me repassou, essas fantásticas peças para piano que não conhecia (e olhem que não sou entusiasta de obras pianísticas). Assim, entra mais um honroso nome para o hall de tags do menu à direita.

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Miguel Proença, piano
Alberto Nepomuceno – Obra integral para piano

CD 1
01-04. Líricas, Op. 13 – Anhelo, Valsa, Diálogo, Galhofeira,
05. Prece
06. Valse-Impromptu
07. Devaneio, op. 27
08. Improviso, op. 27 n° 2
09-12. Suíte Antiga – Prelude, Menuet, Air e Rigaudon
13. Noturno para a mão esquerda em dó maior
14. Thême et variations en la mineur, op. 28
15. Nocturne op. 33
16. Segunda Mazurka, op. 8
17. Ninna-nanna, op. 8
18. Batuque

CD 2
01-03. Folhas d’álbum – Con molto sentimento, Con moto, Andante mosso
04. Brasileira
05. Noturno para a mão esquerda em sol maior
06. Melodia em lá maior
07. Primeira Mazurka
08-10. Sonata em fá menor, op. 9 – Allegro con fuoco, Andante espressivo, Allegro con spirito
11-14. La Cicala – Valsa, Cakewalk, Valsa-Entreato, Marcha
15. Variações em fá sustenido maior, op. 29
16. Romance
17. Bônus – Coração Triste
18. Bônus – Valsa

Miguel Proença, piano

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CVL