Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847) – Symphony No1,in C Minor, op. 11, Scherzo in G-Minor, op. 20, Ouvertüre Sommernachtstraum, op. 21, Ouvertüre Hebriden, op. 26, Meeresstille und glückliche Fahrt, op. 27

Começo com esta postagem a disponibilizar a integral das sinfonias e aberturas de Mendelssohn. É um projeto antigo, mas que até então não havia ocorrido por não ter uma integral que me satisfizesse. Até ter acesso a essa beleza de BOX da DG.

A carreira de Claudio Abbado é interessante. Antes de se tornar o big boss da Filarmônica de Berlim era um maestro excepcional, com gravações muito boas do repertório romântico e moderno. Lembro-me de um excelente “Pássaro de Fogo”, à frente da Sinfônica de Londres, periodo que considero o mais interessante de sua carreira. Após assumir a batuta da poderosa Berliner Philarmoniker, aparentemente se perdeu o interesse por ele. Os mais tradicionalistas devem tê-lo excomungado por ter se recusado a continuar à frente da orquestra, visto que tradicionalmente o contrato é vitalício, uma espécie de papado da regência, o ápice a que um maestro poderia chegar.

Particularmente, gosto de seu trabalho neste período. Tenho a integral das sinfonias de Beethoven, que considero superior à ùltima integral karajaniana, além de diversas outras gravações. Críticos e resenhistas especializados dizem que ele teria relaxado em tão nobre função.  E após sua saída, voltou a ser o Abbado que todos conhecíamos. Bem, trata-se de uma questão de opiniões.

Pois bem, esta integral de Mendelssohn é uma beleza, creio que obrigatória em qualquer cdteca, gravada ainda nos tempos em que era diretor da Sinfônica de Londres Desde esta 1ª Sinfonia, composta quando o compositor tinha apenas 15 anos de idade, até a Quinta Sinfonia, chamada “A Reforma”, o que encontramos aqui é um excelente regente muito à vontade frente da orquestra. “Abbado’s Fine Mendelssohn Symphony Cycle”, “Superb recordings”, “Excellent Collection of Mendelssohn”, são alguns dos comentários que encontramos sobre ela no site da amazon. Sem contar que preço é uma barbada, já que se tratam de 5 cds.

Bem, neste primeiro cd, temos a 1ª Sinfonia, composta quando Mendelssohn tinha apenas 15 anos de idade. O que encontramos nesta sinfonia é um compositor ainda procurando seu rumo, sob as óbvias influências de Mozart, Haydn e Beethoven. As aberturas que acompanham o cd creio que sejam conhecidas em sua maior parte, principalmente a do “Midsummer Night Dream”, obra que o mano PQP já postou aqui. Então, vamos ao que interessa.

Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847) – Symphony No1,in C Minor, op. 11,  Scherzo in G-Minor, op. 20, Ouvertüre Sommernachtstraum, op. 21, Ouvertüre Hebriden, op. 26, Meeresstille und glückliche Fahrt, op. 27 

01 Symph No1-Allegro molto
02 Symph No1-Andante
03 Symph No1-Menuetto. Allegro molto
04 Symph No1-Allegro con fuoco
05 Scherzo in G-Minor
06 Ouvertüre Sommernachtstraum
07 Ouvertüre Hebriden
08 Meeresstille und glückliche Fahrt

London Symphony Orchestra

Claudio Abbado

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Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847) – Concerto for Violin & Orchestra E minor, op.64, Max Bruch (1838-1920) – Concerto No.1 for Violin & Orchestra G minor, op.26

Nosso leitor Fábio perguntou se eu não teria outra gravação do concerto para violino de Mendelssohn, pois não é muito fã do impressionante Maxim Vengerov. Sugeri então a postagem de alguma das diversas violinistas de origem oriental, como a coreana Chung, Sara Chang, entre tantas outras. Admiro estas violinistas pois todas tem um talento impressionante.

Fuçando dia desses em meus cds, encontrei outra oriental, já postada aqui em outra ocasião, se não me engano tocando Schubert, Midori Gotô, ou simplesmente Midori. Essa moça, como as outras, começou sua carreira ainda cedo, ganhando prêmios ainda criança. Aliás, conta a história que participou de seu primeiro concurso tocando simplesmente o Concerto nº 2 de Bártok, e para completar, a tradicional Chaconne bachiana, todas obras extremamente difíceis, que exigem muito dos solistas. Pois bem, a pequena Midori, ainda criança, conquistou platéias, e outros músicos consagrados, como Pinchas Zukermann e Leonard Bernstein com seu talento e simpatia. Roda no YOUTUBE um vídeo amador muito interessante que mostra a pequena Midori tocando o concerto de Bártok, ao lado de Bernstein, quando arrebenta uma corda de seu violino. Sem perder a calma, ela pede emprestado o instrumento a um dos violinistas da orquestra, e continua tocando, como se nada tivesse acontecido. Esta parte é o que roda no vídeo. O que não mostra, e que testemunhas confirmam, foi que Bernstein, após a conclusão da apresentação, teria se ajoelhado na frente da pequena violinista e dito que ela era um milagre de Deus. Sabemos que isso seria bem típico do maestro americano. Bem Midori hoje está chegando aos 40 anos, 38 para ser mais exato, e se firmou como uma das grandas violinistas da atualidade, sendo inclusive professora do Departamento de Música da Universidade do Sul da Califórnia, mas não abandonou a carreira, ao contrário. Sua agenda sempre está cheia.

Nesta gravação que ora posto, ela interpreta dois arrasa-quarteirões do repertório violinístico, os concertos de Mendelssohn e de Bruch, expoentes máximos do romantismo. Obras extremamente técnicas, exigem dos solistas não apenas toda sua perícia e técnica, mas também sua capacidade de tirar a alma do instrumento, de fazê-lo cantar, como disse certo resenhista da amazon. Outra vantagem desta excelente gravação é que é realizada ao vivo, então podemos sentir toda a emoção da platéia nos aplausos. Mariss Jansons tem em suas mãos simplesmente a Filarmônica de Berlim para conduzir.

Espero que gostem dessa gravação como eu gostei. Com certeza, uma das melhores versões destes dois concertos gravadas nos últimos anos (esta gravação foi realizada em 2003).

Felix Mendelssohn Bartholdy – Concerto for Violin & Orchestra E minor, op.64, Max Bruch – Concerto No.1 for Violin & Orchestra G minor, op.26

1. Concerto in E minor for Violin and Orchestra, Op. 64/I. Allegro molto appassionato
2. Concerto in E minor for Violin and Orchestra, Op. 64/II. Andante
3. Concerto in E minor for Violin and Orchestra, Op. 64/III. Allegretto non troppo – Allegro molto vivace
4. Concerto No. 1 in G minor for Violin and Orchestra, Op. 26/I. Vorspiel. Allegro moderato
5. Concerto No. 1 in G minor for Violin and Orchestra, Op. 26/II. Adagio
6. Concerto No. 1 in G minor for Violin and Orchestra, Op. 26/III. Finale. Allegro energico

Midori Gotô – Violino
Berliner Philarmoniker
Mariss Jansons – Conductor

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Felix Mendelssohn (1809-1847) – Sonho de um Noite de Verão

Com lugar garantido em qualquer boa cedeteca, é uma obra que pega a gente por todos os lados: é bonita, é leve, é bem escrita e é baseada em William Shakespeare. Querem mais? Tem! Este registro é mais um milagre operado pelo grande Philippe Herreweghe, um esplêndido regente que aqui acentua tudo certinho, jogando no chão aquelas gravações de enormes orquestras que nossos pais ouviam. Aqui manda a delicadeza, a leve ironia e a ousadia. Esqueçam aquela hipertrofiada versão de HvK. Dê para algum inimigo seu. Ah, não basta? Então vou partir para a inguinorância! Mendelssohn era um cara que além de talentoso, voltou a reger Bach quando o mundo esquecera de papai. Ele regeu uma São Mateus, imaginem. Ganhei, viu?

Mendelssohn: A Midsummer Night’s Dream

1. Ouverture. Allegro Di Molto
2. Scherzo. Allegro Vivace
3. Effenmarsch/Marche De Elfes. Allegro Vivace
4. Lied Mit Chor ‘Bunte Schlangen, Zweigezungt! Allegro Ma Non Troppo
5. Intermezzo. Allegro Appasionato
6. Notturno. Con Moto Tranquillo
7. Hochzeitsmarsch/Marche Nuptiale. Allegro
8. Fanfare. Allegro Comodo
9. Marcia Funebre. Andante Comodo
10. Ein Tanz Von Ruppeln/Danse Bergamasque. Allegro Di Molto
11. Finale ‘Bei Des Feuers Mattem Flimmern’ Allegro Di Molto
12. Allegro Moderato – Animato

Delphine Collot
Sandrine Piau
Orchestre des Champs-Élysées
Philippe Herreweghe

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Felix Mendelssohn (1809 – 1847) – Sinfonias Nº 1 e 5, A Reforma

Na minha opinião, a obra-prima de Mendelssonhn é a Sinfonia Nº 5, “A Reforma”. Mais: trata-se de uma das maiores peças de todo o repertório orquestral. Verdadeiro elo entre o barroco perdido e o classicismo, a obra foi composta para comemorar os 300 anos da Reforma Religiosa em 1830. É a sinfonia mais austera de Mendessohn, que tratou de olhar para o passado da música alemã e nele viu Bach. Não apenas o movimento final é baseado no hino luterano Ein’ feste Burg ist unser Gott – também utilizado por Bach na célebre Cantata BWV 80 e aqui anunciado por uma flauta -, como o primeiro movimento leva o assim chamado “Amém de Dresden”, depois utilizado por Wagner no Parsifal. “A Reforma” foi publicada em 1868, depois da morte do autor, e estreou em Berlim somente em 15 de novembro de 1832. A intenção de estreá-la em 1830, nas comemorações do tricentenário da Confissão de Augsburgo (1530), fracassou por motivos políticos. Ficou uma belíssima sinfonia, séria e cheia de elementos retirados da liturgia protestante. Curiosamente, Mendelssohn dizia-se insatisfeito com a obra, mas ainda bem que sofria da Síndrome de Bruckner, deixando-a chegar até nós sem revisões. Nos movimentos rápidos, há claros ecos de beethovenianos; compreensível, afinal, o mestre tinha falecido 3 anos antes. Na minha opinião, é uma sinfonia que beira a perfeição.

Ah, a Sinfonia Nº 1. É bonitinha, mas não chega aos pés da grande Quinta de Mendelssohn.

Felix MENDELSSOHN: Symphonies Nos. 1 and 5

Symphony No. 1 in C minor, Op. 11
I. Allegro di molto 00:10:26
II. Andante 00:06:18
III. Menuetto: Allegro molto 00:06:55
IV. Allegro con fuoco 00:08:56

Symphony No. 5 in D major, Op. 107, “Reformation”
I. Andante – Allegro con fuoco 00:12:47
II. Allegro vivace 00:06:55
III. Andante 00:04:53
IV. Chorale: Ein’ feste burg: Andante con moto – Allegro vivace 00:08:48

Ireland National Symphony Orchestra
Seifried, Reinhard, Conductor

Total Playing Time: 01:05:58

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Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847) e Max Bruch (1838-1920) – Concertos para Violino

Texto e upload de F.D.P. Bach.

Creio que todos tenhamos uma obra favorita, entre todas as que ouvimos. Seja um concerto para piano, uma sonata, um concerto para violino, enfim, por algum motivo, a elegemos como nossa favorita. Este concerto para violino de Mendelssohn é meu concerto para violino favorito, apesar da paixão que tenho pelo concerto de Brahms e pelo de Beethoven.

A primeira vez que ouvi essa obra eu deveria ter uns 12 ou 13 anos, morava em Curitiba, e fui com minha mãe e minha irmã a uma apresentação de um violinista húngaro no Teatro Guaíra. Nem imagino qual seria o nome do solista, sei que era húngaro pois minha mãe comentou com minha irmã. Claro que com esta idade eu até teria uma tênue noção de onde seria a Hungria, mas daí saber da tradição dos violinistas húngaros é outra história. Enfim, fiquei fascinado com a apresentação e com a música. Nunca tinha ouvido nada parecido. Lembro-me perfeitamente dos trejeitos do solista, ficamos na terceira ou quarta fila, bem próximos do palco, e pude observar seus olhos fechados enquanto tocava, e quando os abria, era para trocar algum sinal com o maestro. Ou seja, me marcou muito. E o público o aplaudiu muito durante vários minutos, ´se não me engano ele até bisou, mas nem me perguntem o quê.

Nessa fase de nossas vidas, a entrada na adolescência, somos extremamente influenciáveis, e com certeza essa apresentação marcou minha vida. Não sei se seria tão apaixonado pela música em si se não fosse esse concerto, entre outros que vim a assistir naquele mesmo palco.

Já tive várias versões desse concerto, umas 20 talvez, mas as que mais me chamaram a atenção foram a do Itzak Perlman, junto com o Andre Previn e a LSO, em uma gravação que também ganhou o Diapason d`or, e esta do Maxim Vengerov. Duas gerações, duas escolas bem diferentes. Toda sensibilidade, delicadeza e alma que Perlman impõe em sua interpretação em Vengerov é substituída pela força, versatilidade e fluência. Diria que encaro estas interpretações como um duelo de titãs, mas cada qual com suas armas, e no final das contas, não há necessariamente um vencedor. Apenas nós, meros ouvintes, somos vencedores, por termos tido oportunidade de ouvir essa obra tão fantástica, e interpretada com tanta competência.

Perguntei ao meu caro irmão P.Q.P. qual a versão que poderia postar, e ele, sem demonstrar qualquer dúvida, sugeriu a do Vengerov. Creio que ele possa explicar sua veneração por este mago do violino, talvez o maior violinista de sua geração. Seu estilo me lembra muito David Oistrakh, pela energia com que toca. É o espírito e a tradição eslavas, com certeza, falando mais alto (e bota mais alto nisso, Oistrakh tinha pelo menos 1,90 de altura).

Antes que me esqueça, nesta gravação Maxim Vengerov é acompanhado por um de meus regentes favoritos, Kurt Masur, que dirige a Leipzig Gevandhaus Orchestra, que por sua vez, também foi dirigida pelo mesmo Mendelssohn há mais de 150 anos atrás…

Violin Concerto No.1 in G minor, Op. 26
Composed by Max Bruch
Performed by Leipzig Gewandhaus Orchestra with Maxim Vengerov
Conducted by Kurt Masur
1. Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26: Vorspiel: Allegro Moderato
2. Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26: Adagio
3. Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26: Finale: Allegro Energico

Violin Concerto in E minor, Op. 64
Composed by Felix Mendelssohn
Performed by Leipzig Gewandhaus Orchestra with Maxim Vengerov
Conducted by Kurt Masur
4. Violin Concerto In E Minor, Op. 64: Allegro Molto Appassionato
5. Violin Concerto In E Minor, Op. 64: Andante
6. Violin Concerto In E Minor, Op. 64: Allegretto Non Troppo – Allegro Molto Vivace

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