Música de Câmara com Trompa (Diversos Compositores) – The Fibonacci Sequence ֍

Música de Câmara com Trompa (Diversos Compositores) – The Fibonacci Sequence ֍

R Strauss • Glazunov

Mozart • Koechlin

Nielsen • Poulenc

Stephen Stirling, trompa

The Fibonacci Sequence

 

1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, …  Você seria capaz de adivinhar qual seria o próximo número? E o outro?

Essa que parece uma charada de Facebook ou pergunta típica de matemático amador é o início da famosa Sequência de Fibonacci.

Fibonacci, o filho de Bonacci, foi um matemático italiano que viveu entre 1170 e 1250, era chamado Leonardo e exatamente por ser filho de Bonacci foi educado no Norte da África, na cidade hoje conhecida como Bugia, na Argélia, onde seu pai era representante comercial da então República de Pisa.

Leonardo desde muito jovem aprendeu a matemática praticada no mundo árabe, especialmente o sistema numérico hindu-arábico e divulgou esses conhecimentos pela Europa Medieval.

Quando meu pai, que havia sido nomeado por seu país como notário público na alfândega de Bugia, atuando em nome dos mercadores de Pisa, me convocou quando eu ainda era uma criança, e pensando na utilidade e conveniência futura, desejou que eu ficasse lá e recebesse instrução na escola de contabilidade. Lá, quando fui apresentado à arte dos nove símbolos hindu através de ensinamentos notáveis, o conhecimento da arte logo me agradou acima de tudo […]

Ele escreveu vários livros, entre eles o Liber abaci, que contém uma coleção de problemas, entre eles o dos coelhos, que se refere à sequência famosa:

Um certo homem colocou um par de coelhos em um lugar cercado por um muro por todos os lados. Quantos pares de coelhos podem ser produzidos a partir desse par num ano se for suposto que todos os meses cada par gera um novo par que a partir do segundo mês se torna produtivo?

Apesar da inicial resistência, típica dos retrógados, as boas novas matemáticas divulgadas por Fibonacci se estabeleceram como a prática. A enorme vantagem do sistema numérico hindu-arábico sobre o sistema numérico greco-romano, então usado, é o fato de ser um sistema posicional. Tente multiplicar, usando algarismos romanos, 17.347 por 23.781…

Mas por que estou falando disso tudo? Bem, porque eu gosto dessas coisas e o nome do conjunto musical que gravou esse belíssimo disco é justamente The Fibonacci Sequence. Há algum tempo postei uma série de cinco discos gravados por eles, três deles destacando um certo instrumento musical, um disco com música de Messiaen e um com o Octeto de Schubert. Esse deve ser um disco deles que eu perdi na pilha que se amontoa aqui, na mesa de trabalho do PQP Bach Co.

As peças são maravilhosas, começando com o famoso poema sinfônico As Aventuras de Till Eulenspiegel, numa redução para cinco instrumentos feita por Franz Hasenöhrl, passando pelo conhecido Quinteto com Trompa, de Mozart e seguido por outros compositores bem diversos. Cada peça tem uma diferente distribuição de instrumentos tornando a audição bastante interessante. Mais um disco para a coleção do conjunto como nome de objeto matemático…

Composto por músicos de renome internacional, o conjunto musical Sequência Fibonancci distingue-se pela variedade e imaginação da sua programação. Aqui, eles exploram o repertório de trompa com o membro fundador e renomado trompista Stephen Stirling como músico de câmara.

Ricahrd Strauss  (1864 – 1949)

Till Eulenspiegel einmal anders!

(arranjo de Franz Hasenöhrl, para violino, contrabaixo, clarinete, fagote e trompa)

  1. Till Eulenspiegels lustige Streiche

Alexander Glazunov (1865 – 1936)

Idyll, para trompa e quarteto de cordas

  1. Idílio

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Quinteto para trompa e cordas em mi bemol maior, K407

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Charles Koechlin (1867 – 1950)

Quatre Petites Pièces

  1. Andante
  2. Très modere
  3. Allegretto
  4. Scherzando

Carl Nielsen (1865 – 1931)

Serenata in Vano, para violoncelo, contrabaixo, clarineta, fagote e trompa

  1. Serenata

Francis Poulenc (1899 – 1963)

Sonata para trompa, trompete e trombone

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Rondeau

Stephen Stirling, trompa

The Fibonacci Sequence:

Jack Liebeck – violin (leader)

Mia Cooper – violin/viola

Yuko Inoue – viola

Benjamin Hughes – cello

Adrian Bradbury – cello

Duncan McTier – double bass

Julian Farrell – clarinet

Richard Skinner – bassoon

Paul Archibald – trumpet

Emily White – trombone

Kathron Sturrock – piano

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FLAC | 254 MB

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MP3 | 320 KBPS | 138 MB

“…dazzlingly good chamber ensemble…exuberantly expressive, intimate style…gorgeously idiomatic playing’ – The Times

‘…no praise can be too high for the Fibonacci Sequence’s polished and dashingly committed performances…’ – Gramophone

Aproveite!

René Denon

Poulenc, d`Indy, Roussel, Koechlin: Le bal masqué e outras obras (Viotta Ensemble)

Poulenc, d`Indy, Roussel, Koechlin: Le bal masqué e outras obras (Viotta Ensemble)

Eis Le bal masqué, de Poulenc, compositor que parte de vocês conhece e cuja obra é de uma alegria toda pessoal e invulgar, como poucos lograram na História da Música (Poulenc foi quem melhor herdou a veia satírica de Erik Satie, por mais que tentem encher a bola de Milhaud).

Tem outras peças bacanas no CD, mas a principal é esse “baile de máscaras” doideca, cuja letra de Jean Cocteau é deveras engraçada.

(Atualização do post: o visitante Egberto Gustavo Carmo nos escreveu para corrigir que a letra não é de Cocteau e sim de Max Jacob, além de fazer uma ótima descrição da obra, que transcrevemos abaixo)

Olá, gostaria de retificar o informado.

Baile de máscaras resulta numa cantata secular que aproveita textos originais de poemas de M. Jacob (1876-1944), e não de Jean Cocteau como citado, e foi escrita no início de 1932 sendo estreada em Abril desse ano. Foi composta para um spectacle-concert organizado por Marie-Laure e Charles Noailles na sua mansão em Hyères. Trata-se de uma obra que deixou o compositor particularmente orgulhoso, sobretudo por ter conseguido “…encontrar os meios para glorificar a atmosfera suburbana que tanto gosto. Tudo isto graças ao texto de Jacob […] e ao material instrumental utilizado”. O “Préambule et Air de bravoure” é pleno de dinâmica e ironia, aliás, traços característicos de Poulenc. O “Intermède”, instrumental, de carácter mais lírico, apresenta uma continuidade rítmica que torna melíflua a sucessão de eventos que vão tomando lugar na partitura. Depois da toada cigana da valsa “Malvina”, segue a “Bagatelle” que, à guisa de um capricho virtuosístico, faz lembrar o estilo de N. Paganini (1782-1840), ainda que numa linguagem do século XX. Ao escrever La Dame aveugle, Poulenc teve como inspiração uma mulher muito rica que costumava observar durante a sua adolescência em Nogent-sur-Marne. O seu aspecto espalhafatoso terá impressionado de tal forma o compositor que esta foi a forma que encontrou para a retratar. O Finale pretende ser “estupendo e terrifico”, segundo suas proprias palavras, trata-se da chave da obra reunindo os diferentes estilos ouvidos até o mesmo.” O autorretrato perfeito de Max Jacob conforme o conheci pessoalmente em Montmartre em 1920″.

Este post é para o CDF, o cultuador da música do séc. XX neste blog.

***

Poulenc, d`Indy, Roussel, Koechlin: Le bal masqué e outras obras (Viotta Ensemble)

01. Suite dans le style ancien, Op. 24: I. Prélude. Lent 1:40
compositeur(s) Vincent d’Indy artiste(s)Viotta Ensemble
02. Suite dans le style ancien, Op. 24: II. Entrée. Gai et modéré 2:40
compositeur(s)Vincent d’Indyartiste(s)Viotta Ensemble
03. Suite dans le style ancien, Op. 24: III. Sarabande. Lent 3:34
compositeur(s)Vincent d’Indyartiste(s)Viotta Ensemble
04. Suite dans le style ancien, Op. 24: IV. Menuet. Animé 3:19
compositeur(s)Vincent d’Indyartiste(s)Viotta Ensemble
05. Suite dans le style ancien, Op. 24: V. Ronde française. Assez animé 2:58
compositeur(s)Vincent d’Indyartiste(s)Viotta Ensemble

06. String Trio, Op. 58: I. Allegro moderato 3:52
compositeur(s) Albert Roussel artiste(s)Viotta Ensemble
07. String Trio, Op. 58: II. Adagio 6:13
compositeur(s)Albert Rousselartiste(s)Viotta Ensemble
08. String Trio, Op. 58: III. Allegro con spirito 2:47
compositeur(s)Albert Rousselartiste(s)Viotta Ensemble

09. Sonatine No. 2, Op. 194 No. 2: I. Andante, très calme, presque adagio 3:54
compositeur(s) Charles Koechlin artiste(s)Viotta Ensemble
10. Sonatine No. 2, Op. 194 No. 2: II. Andante con moto 1:19
compositeur(s)Charles Koechlinartiste(s)Viotta Ensemble
11. Sonatine No. 2, Op. 194 No. 2: III. Presque adagio 3:12
compositeur(s)Charles Koechlinartiste(s)Viotta Ensemble
12. Sonatine No. 2, Op. 194 No. 2: IV. Finale. Allegro 3:03
compositeur(s)Charles Koechlinartiste(s)Viotta Ensemble

13. Le Bal masqué, FP 60: I. Préambule et Air de bravoure, “Madame la Dauphine ne verra pas le beau film” 4:23
compositeur(s) Francis Poulenc artiste(s)Viotta Ensemble, Maarten Koningsberger
14. Le Bal masqué, FP 60: II. Intermède 2:19
compositeur(s)Francis Poulencartiste(s)Viotta Ensemble
15. Le Bal masqué, FP 60: III. Malvina, “Voilà qui j’espère effraie” 2:17
compositeur(s)Francis Poulencartiste(s)Viotta Ensemble, Maarten Koningsberger
16. Le Bal masqué, FP 60: IV. Bagatelle 2:13
compositeur(s)Francis Poulencartiste(s)Viotta Ensemble
17. Le Bal masqué, FP 60: V. La dame aveugle, “La dame aveugle dont les yeux saignent choisit ses mots” 2:15
compositeur(s)Francis Poulencartiste(s)Viotta Ensemble, Maarten Koningsberger
18. Le Bal masqué, FP 60: VI. Finale, “Réparateur perclus de vieux automobiles” 4:43
compositeur(s)Francis Poulencartiste(s)Viotta Ensemble, Maarten Koningsberger

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Poulenc emprestando algumas almofadas para o pessoal do PQP

CVL

Claude Debussy (1862-1918): Obras Orquestrais – Jean Martinon (4 CDs) #DEBUSSY160

Claude Debussy (1862-1918): Obras Orquestrais – Jean Martinon (4 CDs) #DEBUSSY160

160 anos de Debussy

Claude-Achille Debussy (Saint-Germain-en-Laye, 22 de Agosto de 1862 — Paris, 25 de Março de 1918)

Debussy por Jean Martinon: esta nova garimpagem do amigo Daniel the Prophet atingiu o Monge Ranulfus de um modo bastante pessoal.

Em março de 1972 um adolescente brasileiro deixava o faroeste poeirento onde crescera para viver na capital do seu estado – no que alguns não veriam grande progresso, pois esta era tida como das mais provincianas do país. Sabedor dessa fama, mal pôde acreditar quando viu anunciada para breve a apresentação de uma das orquestras cujo nome via desde pequeno nos discos com que o pai fazia da casa uma ilha de experiências incomuns naqueles sertões.

Assim, em abril de 1972 a comemoração de 15 anos do adolescente Ranulfus foi assistir Jean Martinon regendo a ORTF em Curitiba – e regendo precisamente La Mer, que abre esta coleção de Debussy – numa espécie de dupla iniciação: do lado mais mundano, a primeira experiência de uma grande sala de concertos com artistas de renome mundial. Do lado mais sutil, um novo tipo de experiência auditiva, como uma  viagem por entre objetos sonoros quase palpáveis, diferente de andar ao longo dos rios, calmos ou turbulentos, que brotavam dos discos do pai, que não costumavam guardar nada composto depois de 1900.

44 anos depois [postagem original de 2016], a emoção de Ranulfus se renovou ao saber que estes quatro volumes de Debussy, juntamente com quatro de Ravel (que, fiquem calmos, também virão daqui uns dias), foram gravados nos dois anos seguintes àquele concerto, e que isso foi uma espécie de testamento de Martinon, que nos deixou já em 1976.

Este blog já tem a obra orquestral de Debussy com monstros como Boulez, Mravinski e Salonen, entre outros, e não sou eu quem se arriscará a comparar – mas não vou esconder que gosto imensamente do Debussy de Martinon: um Debussy firme, de um vigor másculo amadurecido – se posso me expressar assim – onde os timbres refulgem num espaço de extraordinária transparência e nitidez, a anos-luz das nebulosidades frouxas que se costumou associar à palavra “impressionismo”, como um clichê.

Enfim: vamos ouvir?

CD 1
LA MER
01. I: De l’aube à midi sur la mer
02. II: Jeux de vagues
03. III: Dialogue du vent et de la mer
TROIS NOCTURNES
04. I: Nuages
05. II: Fêtes
06. III: Sirènes (Choeurs de l’ORTF)

07. Prélude à l’après-midi d’un faune (Alain Marion, flute)
08. Marche écossaise
09. Berceuse Héroïque
MUSIQUES POUR LE ROI LEAR
10. I: Fanfare
11. II: Le Sommeil de Lear

CD 2
01. Jeux (poème dansé)
IMAGES
02. 1: Gigues
03. 2.1: Iberia: Par les rues et par les chemins
04. 2.2: Iberia: Les parfums de la nuit
05. 2.3: Iberia: Le Matin d’un jour de fête
06. 3: Rondes de Printemps
PRINTEMPS (orch. Henri Büsser)
07. Première partie
08. Deuxième partie (Michel Sedrez / Fabienne Boury, pianos)

CD 3
CHILDREN’S CORNER SUITE
(orch. André Caplet; Jules Goetgheluck, oboe)
01. 1. Doctor Gradus ad Parnassum
02. 2. Jimbo’s Lullaby
03. 3. Serenade for the Doll
04. 4. The Snow is Dancing
05. 5. The Little Shepherd
06. 6. Golliwoggs Cakewalk
PETITE SUITE (orch. Henri Büsser)
07. I: En Bateau
08. II: Cortège
09. III: Menuet
10. IV: Ballet
DANSE SACREE ET DANSE PROFANE
(Marie-Claire Jamet, harp)
11. I: Danse Sacrée
12. II: Danse Profane
LE BOITE À JOUJOUX (orch. André Caplet)
13. I: Le Magasin de jouets
14. II: Le Champ de bataille
15. III: La Bergerie à vendre
16. IV: Après fortune faite

CD 4
FANTAISIE POUR PIANO ET ORCHESTRE
(Aldo Ciccolini, piano)
01. I: Andante – Allegro
02. II: Lento e molto espressivo
03. III: Allegro molto

04. La Plus Que Lente (John Leach, címbalom)
05. Premiere Rapsodie pour orchestre avec clarinette principale
(Guy Dangain, clarinet)
06. Rapsodie pour orchestre et saxophone solo
(Jean-Marie Loneix, sax)
07. Khamma (légende dansée)
(orch. Charles Koechlin; Fabienne Boury, piano)
08. Danse: Tarantelle Styrienne (orch. Maurice Ravel)

Jean Martinon regendo a Orchestre Nationale de l’ORTF
(Office de Radiodiffusion-Télévision Française)
Gravado em 1973-74, Salle Wagram, Paris

CDs 1 + 2 : BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CDs 3 + 4 : BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Debussy dando um rolê na praia.
Debussy dando um rolê na praia.

Ranulfus (2016)

Satie / Hahn / Koechlin / Auric / Tansman / Roussel / Ravel: Sonatines pour le piano (Daniel Blumenthal) ֍

Satie /  Hahn / Koechlin / Auric / Tansman / Roussel / Ravel: Sonatines pour le piano (Daniel Blumenthal) ֍

Satie – Hahn – Koechlin

Auric – Tansman

Roussel – Ravel

Sonatines pour le piano

Daniel Blumenthal

 

Depois de uma semana ouvindo peças de mais de uma hora de duração, eu queria ouvir algo mais leve e curto, para variar. Foi assim que o nome deste disco me chamou a atenção. Sonatines pour le piano – umas sonatazinhas, para variar. E como o repertório era de compositores franceses, a animação aumentou.

O termo ‘sonatina’ tem sido usado por compositores desde muito tempo, incluindo Bach e Handel. O nome indica que há um certo compromisso com a forma sonata, mas o resultado será mais breve e espera-se uma certa leveza. No caso dos franceses, elegância também.

Daniel Blumenthal é um pianista que atua muitas vezes como acompanhante e como músico de câmara e também tem explorado em suas gravações como solista um repertório menos convencional.

O programa do disco começa e termina com obras de compositores bem conhecidos, mas as outras cinco peças também reservam excelentes momentos.

Erik Satie tinha um peculiar senso de humor e essa Sonatine bureaucratique é um pastiche das obras de Muzio Clementi, composta de forma irreverente em 1917 e prenuncia o neoclassicismo.

Reynaldo Hahn nasceu na Venezuela, mas era francês. Além de compositor, foi regente, crítico e cantor, especialmente famoso por suas canções. Além da Sonatazinha que aparece graciosamente neste disco, aparentemente foi o autor de uma frase bem famosa: À la recherche du temps perdu.

Charles Koechlin já tem frequentado nosso blog com suas elegantes peças de câmara e Georges Auric é um de Les six.

Alexandre Tansman nasceu na Polônia, mas  era francês. É um pioneiro do classicismo e famoso por ser um mestre em orquestração.

Albert Roussel começou a vida na marinha, mas tornou-se músico. Foi bastante influenciado por Debussy e Ravel e depois voltou-se para o neoclassicismo.

Para completar o disco a belíssima Sonatine de Maurice Ravel, que mais de uma vez tem aparecido nestas páginas.

Erik Satie (1866 – 1925)

Sonatine bureaucratique

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Vivace

Reynaldo Hahn (1874 – 1947)

Sonatine en ut

  1. Allegro non troppo
  2. Andantino rubato
  3. Final: vivo assai

Charles Koechlin (1867 – 1950)

Sonatine, Op. 59 No. 5

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Petite fugue
  4. Final

Georges Auric (1899 – 1983)

Sonatine

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Finale

Alexandre Tansman (1897 – 1937)

Sonatine transatlantique

  1. Foxtrot
  2. Spiritual and blues
  3. Charleston

Albert Roussel (1869 – 1937)

Sonatine, Op. 16

  1. Modéré – Vif et très léger
  2. Très lent

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Sonatine, M. 40

  1. Modéré
  2. Mouvement de menuet
  3. Animé

Daniel Blumenthal, piano

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MP3 | 320 KBPS | 179 MB

A capa do disco, com suas efêmeras e diversas florezinhas é uma beleza e realmente sugere o que você ouvirá… A sonatazinha de Reynaldo Hahn, com seu lindo andantino rubato é muito charmosa e a Sonatine transatlantique, com seus movimentos associados aos ritmos populares também é bem especial.

Aproveite!

René Denon

Koechlin (1867-1950) · Emmanuel (1862-1938): Música para flauta, clarinete & piano – Markus Brönnimann · Jean-Philippe Vivier · Michael Kleiser

Koechlin (1867-1950) · Emmanuel (1862-1938): Música para flauta, clarinete & piano – Markus Brönnimann · Jean-Philippe Vivier · Michael Kleiser

 

Charles Koechlin

Maurice Emmanuel

Música de Câmera

Brönnimann · Vivier

Kleiser

 

Eu poderia estar postando um álbum de Tchaikovsky ou de Berlioz! Uma postagem com muitas sinfonias e concertos! Mas hoje não! Desta vez vamos com uma dupla de músicos franceses com algumas obras de câmera.

É possível que você nunca tenha ouvido falar destes dois compositores. Se ouviu, é possível que não tenha ouvido qualquer obra de algum deles nos últimos, digamos, 12, 13 meses. Acertei? Eu nunca havia ouvido qualquer coisa de Maurice Emmanuel e, apesar de já ter ouvido falar de Koechlin, certamente não ouvira nada dele, recentemente.

Animei-me com a cara do disco e, voilà, acertei em cheio!

O que andei fazendo que não havia ouvido estes caras antes? Bom, calma, também não é assim, nada de apagar os arquivos de Schubert e Mozart, mas há espaço para eles. Peço-vos, portanto, uma chance para este tipo de repertório, especialmente se gostas de música de câmera com flauta ou clarinete.

Os dois compositores estudaram nas excelentes escolas francesas de música, tiveram como professores nomes bem mais conhecidos. Foram amigos chegados de compositores e músicos bem famosos e também deram aulas para figuras que vieram a ficar bem conhecidas. São mestres completos do ofício musical, capazes de criar lindas melodias e belas harmonias. No entanto, tiveram atitudes bem distintas em relação à sua própria obra. Enquanto Maurice Emmanuel era muito crítico de suas peças e destruiu por volta da metade delas, Koechlin produziu peças de todos os gêneros musicais.

Os intérpretes são excelentes. O flautista Markus Brönnimann é suíço e estudou com o famoso Michel Debost em Ohio e com Renate Greiss-Armin, em Karlsruhe. Nos dias da gravação deste disco era o flautista principal da Orchestre Philharmonique de Luxembourg. Hoje atua em grupos camerísticos como o Ensemble Pyramide, o Trio Maare e a Kammerata Luxembourg.

Jean-Philippe Vivier nasceu em Nantes e estudou em Lyon. Durante os estudos, visitou o Tanglewood Music Center onde conviveu com grandes nomes da música, como Seiji Ozawa, Bernard Haitink e Leon Fleisher. Assim como o seu colega flautista, atuava como principal clarinetista da Orchestre Philharmonique de Luxembourg e creio que continua atuando.

O pianista Markus Kleiser é de Zurique, onde atua como acompanhante (estudou com Irwin Gage) e músico de câmera. Markus também tem grande interesse por jazz e música popular.

Maurice Emmanuel (1862 – 1938)

Sonata para clarinete, flauta e piano, op. 11 (1907)

  1. Allegro com spirito
  2. Adagio
  3. Molto alegro e leggierissimo

Charles Koechlin (1867 – 1950)

Sonata para flauta, op. 52 (1911 – 13)

  1. Adagio molto tranquilo
  2. Mouvement de Sicilienne: allegretto três modéré mais sans traîner
  3. Final: Animé et gai

Sonata para clarineta No. 1, op. 85 (1923)

  1. Allegro, bien décidé et rythmé
  2. Andante quasi adagio
  3. Final: Allegro moderato sans lanteur, bien allant mais sans précipiter le rythme

Sonata para clarineta No. 2, op. 86 (1923)

  1. Allegro ben moderato
  2. Andante con moto
  3. Allegro sans traîner

Sonatine modale para flauta e clarinete, op. 155a (1935-1936)

  1. Andante moderato (dans le caractere d’une chanson populaire)
  2. Allegro moderato (lumineux et gai)
  3. Andantino (sans traîner)
  4. Assez large, expansif
  5. Allegro (non troppo)

Três peças para clarinete e piano (do op. 178) (1942)

  1. 1: Allegretto com moto (mais pas réellement alegro)
  2. 2: Andante com moto
  3. 3: Tempo de Sicilienne

Pastorale para flauta, clarinete e piano, op. 75bis (1917-21)

  1. Allegretto (três modéré)

Markus Brönnismann, flauta

Jean-Philippe Vivier, clarinete

Michael Kleiser, piano

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Charles…

Espero que este disco sirva como um despertar de seu interesse pela obra de compositores como eles, e espero oferecer mais obras deles em futuro não muito distante.

Vale!

René Denon

Évocation – Sandrine Piau (soprano) & Susan Manoff (piano)

Évocation

Sandrine Piau (soprano)
Susan Manoff (piano)

Chausson
Strauss
Debussy
Zemlinsky
Koechlin
Schoenberg

Sandrine Piau é uma grande estrela da performance barroca “historicamente informada”, e eu sinceramente espero que ela continue a cantar Vivaldi, Boccherini, Scarlatti e outros mestres do século XVIII como seu repertório preferencial. No entanto, se você é tanto fã de sua arte vocal quanto eu, você pode estar interessado em ouvir este recital de lieder romântico e um pouco pós-romântico ou o lindo CD de canções de Claude Debussy.

Piau é uma das especialistas em Música Antiga altamente treinadas da atual geração que também pode, sem compromisso, cantar música mais moderna com plena garantia técnica – a voz maior do peito, o vibrato projetivo, etc. – mantendo algumas das visões estéticas que têm emergido de práticas historicamente informadas. Ela é uma prova eficaz de que o movimento da Música Antiga amadureceu e pode se adequar a qualquer padrão da sala de concertos do século XX.

A seleção de canções neste recital testaria a amplitude da técnica vocal e da sensibilidade expressiva de qualquer soprano: Strauss, Schoenberg, Debussy, Chausson. Francamente, eu prefiro apenas o recital esteticamente mais concentrado das músicas de Debussy, mas se esse repertório for sua “sacola”, você definitivamente vai querer ouvir esta conquista de Sandrine Piau. (ex-internet, Amazon, 2007).

Évocation – 2007
Sandrine Piau (soprano)
Susan Manoff (piano)

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MP3 | 320 KBPS | 150 MB

powered by iTunes 12.8.0 |  1 h 08 min

Por gentileza, quando tiver problemas para descompactar arquivos com mais de 256 caracteres, para Windows, tente o 7-ZIP, em https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ e para Mac, tente o Keka, em http://www.kekaosx.com/pt/, para descompactar, ambos gratuitos.

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If you have trouble unzipping files longer than 256 characters, for Windows, please try 7-ZIP, at https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ and for Mac, try Keka, at http://www.kekaosx.com/, to unzip, both at no cost.

Boa audição!

Trois, mon Dieu! J’ai trouvé le Paradis Perdu !!

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

 

 

Bach, Hindemith, C.Guarnieri, Fauré, Schubert e mais, na flauta & piano: dois recitais memoráveis

Duo Morozowicz 1 http://i30.tinypic.com/2vke3kg.jpgPublicado originalmente em 23.07.2010

Como vocês devem imaginar, escolhi vinis pelos quais tenho muito carinho para começar minha carreira de digitalizador amador – mas por estes dois o carinho é todo especial.

Tadeusz Morozowicz (pronunciado Morozóvitch) nasceu na Polônia em 1900, e em 1925 se instalou em Curitiba, onde dois anos depois fundaria o que se diz ter sido a segunda escola de balé do país.

Duo Morozowicz 2 http://i28.tinypic.com/6e3hv5.jpgNão sei se a escola foi mesmo a segunda, mas acho que Tadeusz realizou proeza maior: todos os três filhos foram leading figures da vida artística paranaense da segunda metade do século XX: Milena como coreógrafa, professora de dança, diretora de balé; Zbigniew Henrique como pianista, organista, compositor, professor formal e não formal com sua presença sempre questionadora e profunda; Norton, como flautista – aluno de ninguém menos que Aurèle Nicolet – e mais recentemente também como regente e diretor de festivais.

Henrique e Norton http://i27.tinypic.com/2w7274j.jpgAtuando em duo desde 1971, em 1975 Norton e Henrique resolveram transformar em disco um recital que haviam dado na Sala Cecília Meireles, no Rio. Gravadoras, como se sabe, sempre deram menos bola para qualidade que para a vendabilidade dos nomes; pouquíssimos músicos clássicos brasileiros eram gravados na época, sobretudo se não morassem no Rio. Sempre inventivo, Henrique lançou uma lista de venda antecipada – que tive o gosto de assinar -, e com isso levantou a verba para o primeiro destes discos. Com o segundo, três anos depois, não lembro os detalhes, mas também foi produção independente.

Quer dizer: a circulação destas gravações foi muito limitada até hoje – o que me parece um despropósito, dada a qualidade do material. Bom, pelo menos eu sinto assim. E é claro que, como frente a qualquer artista, pode-se discordar desta ou daquela opção – mas depois de ouvirem algumas vezes, duvido que vocês me digam que estou superestimando devido ao afeto por um professor marcante!

Ainda umas poucas observações: tenho certa preferência pela sonoridade do volume 2, onde Norton optou por menos vibrato e Henrique por menos staccato, mas isso não me impede de me deliciar com o volume 1, que começa com a singeleza das Pequenas Peças de Koechlin (que os franceses pronunciam Keklã, embora eu também já tenha ouvido Keshlã. Não conhecem? Bem, aluno de Fauré, professor de Poulenc e do português Lopes-Graça), passa pela consistência de Hindemith e pelo lirismo espantosamente ‘brasileiro’ da Fantasia de Fauré (para mim a faixa mais marcante), chegando a um final que, a despeito de minhas resistências a Bach no piano, me parece não menos que arrebatador.

Mas o ponto alto do conjunto me parecem ser as Variações de Schubert que ocupam todo um lado do volume 2 – e olhem que Schubert nem está entre meus compositores prediletos. Mas essa peça está, sim, entre as minhas prediletas, implantada que foi por ação desta dupla.

É preciso apontar ainda que em cada disco há uma seqüência de três pequenas peças de Henrique de Curitiba – ‘nome de compositor’ do pianista, adotado nos anos 50, ainda antes dos anos em Varsóvia, enquanto estudava com Koellreuter e Henry Jolles na Escola Livre de Música de São Paulo – junto com tantos nomes decisivos da nossa música, no geral bem mais velhos.

Renée Devrainne Frank foi a primeira professora de piano de Henrique. Nascida na França, emigrada para Curitiba com 9 anos, depois formada em Paris na escola de Alfred Cortot, Renée era casada com o flautista Jorge Frank e formava o Trio Paranaense com a cunhada cellista Charlotte Frank e a violinista Bianca Bianchi – tendo composto consideravelmente para as formações que esse grupo proporcionava. Pode-se dizer que sua peça gravada é puro Debussy fora de época, mas… sinceramente, dá para ignorar a beleza e a qualidade da escrita? Fico pensando em quantas donas Renée terão deixado obras de qualidade, Brasil e mundo afora, e permanecem desconhecidas – enquanto se lambem os sapatos de tantas nulidades promovidas pela indústria & mídia!

Enfim, achei que vocês gostariam de ter a seqüência dos dois discos fluindo juntos numa pasta só – espero não ter me enganado!

DUO MOROZOWICZ
Norton Morozowicz, flauta
Henrique Morozowicz, piano

VOLUME 1
Gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles
Rio de Janeiro, 30.05.1975

Charles Koechlin (1867-1950): SEIS PEQUENAS PEÇAS
101 Beau soir (Noite bonita) 1:23
102 Danse (Dança) 0:51
103 Vieille chanson (Velha canção) 0:42
104 Danse printanière (Dança primaveril) 0:53
105 Andantino 1:23
106 Marche funèbre (Marcha Fúnebre) 2:30

Paul Hindemith (1895-1963): SONATA PARA FLAUTA E PIANO (1936)
107 Heiter bewegt (com movimento alegre) 4:51
108 Sehr langsam (muito lento) 4:30
109 Sehr lebhaft (muito vivo) 3:36
110 Marsch (marcha) 1:22

Gabriel Fauré (1845-1924):
111 FANTASIA op.79 5:45

Henrique de Curitiba (1934-2008):
112 TRÊS EPISÓDIOS 3:54

J.S. Bach (1685-1750): SONATA EM SOL MENOR, BWV 1020
113 Allegro 3:40
114 Adagio 2:42
115 Allegro 3:42

VOLUME 2
Gravado ao vivo no Teatro Guaíra
Curitiba, 22.08.1978

Pietro Locatelli (1693-1764): SONATA EM FA
201 Largo 2:31
202 Vivace 2:14
203 Cantabile 4:16
204 Allegro 1:57

Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993):
205 IMPROVISO n.º 3 para flauta solo (1949) 3:50

Henrique de Curitiba (1934-2008):
206 TRÊS PEÇAS CONSEQÜENTES para piano solo (1977) 6:19

Renée Devrainne Frank (1902-1979):
207 IMPROVISANDO (1970) 4:15

Franz Schubert (1797-1828):
208 Introdução e variações sobre ‘Ihr Blümlein alle’, op.160 18:34

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Ranulfus

Bidu Sayão – Arias and Brazilian folksongs

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Esse CD é memorável por conter os melhores registros de Bidu Sayão, incluindo a primeira gravação mundial da Cantilena da quinta Bachianas, em 1945, com regência do compositor – a famosa linha melódica em vocalise iria ser confiada a um violino solo, mas a soprano convenceu Villa-Lobos do contrário.

Pena é constatar que, a despeito de abrir portas ao canto lírico brasileiro nos palcos americanos, sua voz não era tão sublime quanto gostaríamos (no si bemol e no lá agudos da Cantilena, ela se esgoela bonito), mas admiro bastante seu timbre inconfundível e sua interpretação das canções folclóricas arranjadas por Ernani Braga (conforme Harry Crowl me corrigiu, após eu botar Francisco Braga).

Deixo vocês escutarem e tecerem suas considerações, às quais agradeço desde já. Boa audição.

***

Arias and Brazilian folksongs

1. Aria – Cantilena from Bachiana brasileira No. 5
2. Je veux vivre from Roméo et Juliette (Act I)
3. Roi de Thule from Faust (Act III)
4. Jewel Song from Faust (Act III)
5. Je suis encore from Manon (Act I)
6. Restons ici… Voyons, Manon from Manon (Act I)
7. Adieu, notre petite table from Manon (Act II)
8. Obéissons from Manon (Act III)
9. Si mes vers avaient des ailes
10. Chanson triste
11. L’année en vain chasse from L’enfant prodigue
12. De fleurs
13. Toi, le cœur de la rose from L’enfant et les sortiléges
14. Si tu le veux!
15. Le Nelumbo
16. Folk Songs of Brazil: Nigue-nigue-ninhas
17. Folk Songs of Brazil: Capim di Pranta
18. Folk Songs of Brazil: Ó kinimbá
19. Folk Songs of Brazil: São-João da ra-rão
20. Folk Songs of Brazil: Engenho novo
21. Folk Songs of Brazil: A casinha pequenina
22. Folk Songs of Brazil: Meu boi barroso
23. Folk Songs of Brazil: Ogundé uareré

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CVL