J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Butt / Dunedin)

J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Butt / Dunedin)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Céus, que coisa linda este registro da Missa em Si Menor! A maior obra já escrita por um ser humano ganha aqui uma versão arrasadora de cabo a rabo, de cima a baixo. Nesta gravação destacada pela Gramophone inglesa, o que me deixou abobado foi a profunda compreensão da utilização dos corais. Nunca tinha-os ouvido tão claros. A Missa é uma obra para solistas e coral das mais espetaculares e o desempenho do Dunedin Consort permite um nível de clareza e de expressão que não são normais. Os cinco solistas, os sopranos Susan Hamilton e Cecilia Osmond, o contralto Margot Oitzinger, o tenor Thomas Hobbs e o baixo Matthew Brook, respondem com performances prenhes de musicalidade. Também as texturas orquestrais são perfeitas, transparentes. Uma coisa de louco. É CD para se ouvir muito e demais.

J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Butt / Dunedin)

Disc 1
1 Kyrie eleison (Chorus) 9:39
2 Christe eleison (Soprano 1 and 2) 4:33
3 Kyrie eleison (Chorus) 2:45
4 Gloria in excelsis Deo (Chorus) 1:42
5 Et in terra pax (Chorus) 4:23
6 Laudamus te (Soprano 2) 4:08
7 Gratias agimus tibi (Chorus) 3:04
8 Domine Deus (Soprano 1, Tenor) 5:10
9 Qui tollis peccata mundi (Chorus) 2:45
10 Qui sedes ad dextram Patris (Alto) 3:57
11 Quoniam tu solus Sanctus (Bass) 4:09
12 Cum Sancto Spiritu (Chorus) 3:47

Disc 2
1 Credo in unum Deum (Chorus) 1:46
2 Patrem omnipotentem (Chorus) 1:54
3 Et in unum Dominum (Soprano 1, Alto) 4:11
4 Et incarnatus est (Chorus) 2:55
5 Crucifixus (Chorus) 3:02
6 Et resurrexit (Chorus) 4:02
7 Et in Spiritum Sanctum Dominum (Bass) 5:27
8 Confiteor unum baptisma (Chorus) 3:40
9 Et expecto resurrectionem mortuorum (Chorus) 2:07
10 Sanctus (Chorus) 4:58
11 Osanna (Double Chorus) 2:38
12 Benedictus (Tenor) 4:55
13 Osanna – Da capo (Double Chorus) 2:39
14 Agnus Dei (Alto) 4:26
15 Dona nobis pacem (Double Chorus) 3:15

Matthew Brook
Susan Hamilton
Thomas Hobbs
Cecilia Osmond
Margot Oitzinger
Dunedin Consort
Dunedin Players
John Butt

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Como conseguiste isso, Butt?
Como conseguiste isso, Butt?

PQP

Alessandro Scarlatti / Górecki / C.P.E. Bach / Geminiani / Reich / J.S. Bach: Time Present And Time Past

Alessandro Scarlatti / Górecki / C.P.E. Bach / Geminiani / Reich / J.S. Bach: Time Present And Time Past

IM-PER-DÍ-VEL !!!

CD belíssimo, absolutamente notável e anormal — às vezes parece até uma tese — deste brilhante facefriend que sofre de insônia e que, para relaxar, costuma postar gravações suas feitas a partir de seu iPhone, dando belas explicações sobre cada obra que está estudando… É uma insônia muito produtiva! O multipremiado Mahan Esfahani recebeu todos os prêmios de melhor CD de música barroca de 2014 por suas interpretações das Württemberg Sonatas, de C.P.E. Bach e pelo visto vai de novo com este Time Present and Time Past. Um outro amigo resumiu bem no Facebook o que é este CD:

Muito foda. A seleção do repertório é tão brilhante quanto a interpretação. Fazer-nos escutar o concerto de Bach sobre Vivaldi com uma cadenza de Brahms depois de Reich e Górecki foi um achado. Longa vida ao garoto!!!

Sim, o disco alterna obras barrocas e modernas e… a gente acha natural e que têm tudo a ver. Longa vida a Mahan Esfahani e que possamos ver até onde ele vai chegar. É um cara talentosíssimo, comunicativo e que quebra inteiramente a distância entre si e seu público. Acho que está identificado o Gustav Leonhardt de nosso tempo. Abaixo, ele improvisa com extraordinário talento sobre a Fantasia (sem a fuga) Cromática de Bach.

https://youtu.be/N4Ngo47jy2Y

Alessandro Scarlatti / Górecki / C.P.E. Bach / Geminiani / Reich / J.S. Bach:
Time Present And Time Past

Alessandro Scarlatti
01 06:27 VARIATIONS ON “LA FOLLIA”

Henryk Górecki — HARPSICHORD CONCERTO, OP. 40
02 04:25 1. ALLEGRO MOLTO
03 04:07 2. VIVACE

Carl Philipp Emanuel Bach
04 07:14 12 VARIATIONS ON “LA FOLIA D’ESPAGNE” IN D MINOR, WQ. 118, NO. 9 –

Francesco Geminiani
05 11:45 CONCERTO GROSSO IN D MINOR

Steve Reich
06 16:37 PIANO PHASE FOR TWO PIANOS

Johann Sebastian Bach — HARPSICHORD CONCERTO IN D MINOR, BWV 1052
07 07:49 1. ALLEGRO
08 06:38 2. ADAGIO
09 08:25 3. ALLEGRO (CADENZA: JOHANNES BRAHMS)

G. F. Handel
10. 05:15 Handel Chaconne In G Major For Harpsichord. HWV 435

Mahan Esfahani, cravo

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Mahan Esfahani após dizer que sua 'big mouth' tinha dito bobagens numa entrevista à BBC
Mahan Esfahani após dizer que sua ‘big mouth’ tinha dito bobagens numa entrevista à BBC.

PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741): Obra completa para alaúde italiano / Giovanni Zamboni (?-?): Sonata / J. S. Bach (1685-1750): Prelúdio, Fuga e Allegro (Lindberg, Drottningholm Baroque Ensemble)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Obra completa para alaúde italiano / Giovanni Zamboni (?-?): Sonata / J. S. Bach (1685-1750): Prelúdio, Fuga e Allegro (Lindberg, Drottningholm Baroque Ensemble)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Não é o melhor dos negócios misturar Bach com outros compositores. Há opções mais inteligentes. Não obstante, este CD é excelente. O concerto que abre o CD — música conhecidíssima — é muito bonito, depois vêm algumas composições mais ou menos obscuras, fechando com a obra-prima que é o Prelúdio, Fuga e Allegro, de papai. Lindberg é um dos alaudistas mais respeitados da atualidade. Seu som é claro e expressivo. Para esta gravação, ele toca um teorba (é assim em português?) — um alaúde de braço longo com cordas graves adicionais –, que seria mais apropriado para o repertório italiano. A teorba produz um som mais rico, profundo e ressonante do que o alaúde comum, preenchendo magnificamente o espaço sonoro no papel de líder e solista. É importante notar que Vivaldi  escreveu originalmente estes concertos não para o alaúde, mas para a mandola (um outro instrumento da família do alaúde). As adaptações de Lindberg para o teorba são lindas, soando perfeitamente naturais. A gravadora sueca Bis, quando produz música barroca, acerta sempre. Sei lá por quê. Grande disco.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Obra completa para alaúde italiano + Giovanni Zamboni (?-?): Sonata + J. S. Bach (1685-1750): Prelúdio, Fuga e Allegro (Lindberg, Drottningholm Baroque Ensemble)

Antonio Vivaldi – Concerto In D Major
01 – Concerto In D Major: I. (Allegro Guisto)
02 – Concerto In D Major: II. Largo
03 – Concerto In D Major: III. Allegro

Nils-Erik Sparf, violin
Tullo Galli, violin
Kari Ottesen, cello
Alf Petersen, violone
Maria Wieslander, organ

Antonio Vivaldi – Trio Sonata In G Minor
04 – Trio Sonata In G Minor: I. Andante Molto
05 – Trio Sonata In G Minor: II. Larghetto
06 – Trio Sonata In G Minor: III. Allegro

Jacob Lindberg , lute
Nils-Erik Sparf, violin
Kari Ottesen, cello
Maria Wieslander, organ

Antonio Vivaldi – Trio Sonata In C Major
07 – Trio Sonata In C Major For Violin, Lute And Basso Continuo, RV 82: I. Allegro…
08 – Trio Sonata In C Major For Violin, Lute And Basso Continuo, RV 82: II. Larghe…
09 – Trio Sonata In C Major For Violin, Lute And Basso Continuo, RV 82: III. Allegro

Jacob Lindberg , lute
Nils-Erik Sparf, violin
Kari Ottesen, cello
Maria Wieslander, organ

Antonio Vivaldi – Concerto In D Minor
10 – Concerto In D Minor For Viola D’Amore, Lute And Orchestra: I. Allegro (Moderato)
11 – Concerto In D Minor For Viola D’Amore, Lute And Orchestra: II. Largo
12 – Concerto In D Minor For Viola D’Amore, Lute And Orchestra: III. Allegro

Jacob Lindberg , lute
Monica Huggett, viola d’amore
Drottningholm Baroque Ensemble

Giovanni Zamboni – Sonata In C Minor
13 – Sonata In C Minor For Archlute: I. Preludio
14 – Sonata In C Minor For Archlute: II. Alemanda
15 – Sonata In C Minor For Archlute: III. Giga
16 – Sonata In C Minor For Archlute: IV. Sarabanda
17 – Sonata In C Minor For Archlute: V. Gavotta

Jacob Lindberg, teorba

J.S.Bach – Prelude, Fugue & Allegro In E Flat Major
18 – Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major For Lute, BVM 998: I. Prelude
19 – Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major For Lute, BVM 998: II. Fugue
20 – Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major For Lute, BVM 998: III. AllegroJacob Lindberg , lute

Jakob Lindberg, teorba

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Que fálico, Jacob!

PQP

In Memoriam Arthur Moreira Lima – Coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – Parte 9 de 11: Volumes 24, 28, 38 e 40 (Clássicos Favoritos V, VI, IX & X)

Para honrar a memória e celebrar o legado extraordinário de Arthur Moreira Lima, um dos maiores brasileiros de todos os tempos, publicaremos a integral da coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – seu testamento musical – de 16 de julho, seu 85° aniversário, até 30 de outubro de 2025, primeiro aniversário de seu falecimento. Esta é a nona das onze partes de nossa eulogia ao gigante.


Partes:   I   |   II   |   III   |   IV   |   V   |   VI   |   VII   |   VIII  |   IX   |   X   |   XI

Arthurzinho das massas estava em todas nos anos 80.

O embrião de tal onipresença foi sua participação no Circuito Universitário, iniciativa que desde o começo da década anterior levava grandes nomes da MPB para campi, teatros, ginásios e quaisquer outros espaços em que eles coubessem. Sempre destemido, Arthur foi o primeiro músico de concerto a embarcar  numa turnê do Circuito – e, convenhamos, o único capaz de aceitar um convite desses. Partiu de São Paulo, onde então morava, e prosseguiu de Kombi para Campinas e outras dez cidades do interior do estado. A experiência foi-lhe como um Caminho de Damasco: habitué de tantas paragens mundo afora, conhecedor de cada parada ao longo da Trans-Siberiana, Arthur enfim começava a descobrir seu país e a acolhida que as massas nos ginásios davam àquele pianista de raríssima figura, com cabeleira roqueira, calças de brim e a inseparável jaqueta de couro de alce.

Ó lá ela, a guerreira.

Não que tenha deixado a casaca de lado, como atesta, entre outros, o projeto Bach-Chopin que realizou com  João Carlos Martins. Tampouco deixou de ter preocupações fonográficas: farto da miríade de percalços para que seus discos fossem distribuídos pelas gravadoras e decidido decerto a cultivar mais uma úlcera, fundou o selo L’Art, tendo como sócio Lauro Henrique Alves Pinto, um dos “Filhos da Pauta”. Inda assim, preferia os mocassins e os pés na estrada. Xodó das multidões, para as quais era quase sinônimo de piano brasileiro, desfrutava uma liberdade incomum de escolher onde, como e com quem aparecer: mais que arroz de festa, o rei do rolê aleatório.

Até no gibi.

Se não, vejamos: depois de quase tocar com Elomar no formigueiro humano de Serra Pelada – com direito a transporte em avião da FAB, piano incluso -, acabou na não menor muvuca do Festival de Águas Claras, o “Woodstock” brasileiro, onde dividiu palco com Luiz Gonzaga (“esse cabra é tão bom que toca até Luiz Gonzaga”, foi o veredito do próprio) numa noite encerrada por João Gilberto. Às línguas de trapo que o acusavam de buscar as massas por estar em decadência técnica, respondia dando um tempo às turbas para, numa visita à Polônia, tocar (e gravar) Rachmaninoff desse jeito:

Sossegou? Claro que não: deixou São Paulo e mudou-se para o Rio, o qual voltou a chamar de morada depois de vinte anos. Foi fagocitado quase que de imediato pela boemia e requisitado em cada cantina, restaurante ou boteco onde, entre biritas, se cultivasse a boa prosa. Na confraria conhecida como “Clube do Rio”, aproximou-se de Millôr Fernandes, que prontamente reconheceu o potencial da avis rara e lhe escreveu um show, que também dirigiu – e assim, não mais que de repente, nascia “De Repente”.

Alternando textos de Millôr com bitacos de Arthur e grande música dos dois lados do muro da infâmia entre o dito “erudito” do assim chamado “popular”, o show foi um triunfo. Não demoraria para que o showman chegasse às telinhas, a convite de Adolpho Bloch, fundador da Rede Manchete. Conhecera-o em Moscou, nos seus tempos de Conservatório, mas estreitaram o convívio no Rio, frequentando o mesmo barbeiro, praticando o idioma russo e divertindo-se a falar, sem que ninguém mais compreendesse, bandalheiras impublicáveis.  Conquistado por aquele tipo maravilhoso que parecia pronto para TV, Bloch ofereceu-lhe carta branca para criar um programa semanal. Arthur pediu alto e levou: recebeu duas orquestras, dirigidas por Paulo Moura, que também lhe fazia os arranjos, e a crème de la crème  da música brasileira no rol de convidados. Nascia Um Toque de Classe, carregado daqueles momentos que, ao imaginá-los na TV aberta, fazem-me questionar em que sentido, enfim, roda a fita da civilização:

Arthur, que nunca foi muito afeito ao canto, ficou especialmente impressionado com a voz de Ney Matogrosso, que buscava novos rumos para sua carreira depois do frisson que causou com suas performances no extinto conjunto Secos & Molhados:

Ney, inacreditavelmente, ainda não se convencera de que era cantor. Arthur sugeriu que deixasse de lado a maquiagem e figurinos estrambólicos que até então tinham marcado sua carreira e que, de cara lavada, apostasse em sua rara voz. Não demorou até que o belíssimo contralto de Ney, tratado como afinado instrumento, estivesse a dividir o palco com outros quatro virtuoses.

Assim, na luxuosa companhia de Arthur, Paulo Moura (saxofone), Chacal (percussão) e Raphael Rabello (violão de sete cordas), Ney inaugurou uma nova fase em sua carreira com o show O Pescador de Pérolas. De lambujem, aproximou-se de Rabello, há já muitos anos um dos maiores violonistas do mundo, com quem mais adiante gravaria À Flor da Pele, que, em minha desimportante opinião, é um dos álbuns mais sensacionais que Pindorama deu ao mundo. O Pescador de Pérolas também virou disco, ainda que se lamente que o som do piano de Arthur, aparentemente, tenha sido captado do fundo duma lata de azeite:

Lambuzado de mel pelas massas e com saudades, talvez, de ferroadas, Arthur resolveu atirar-se no vespeiro: instigado por seu guru Darcy Ribeiro, aceitou a nomeação para alguns cargos públicos no Governo do Rio. Sob sua direção, o Theatro Municipal e a Sala Cecília Meireles receberam em seus palcos muita gente que seus habitués não deixariam nem entrar pela porta dos fundos, como a Velha Guarda da Portela. Divertindo-se com o previsível reproche de quem via violados seus espaços exclusivos e sacrossantos. Arthur ligou aquele famoso botão e prosseguiu: tocou em favelas (uma imagem de “Rocinha in Concert”está no cabeçalho dessa postagem) e chamou a Orquestra de Câmara de Moscou para tocar com ele em teatros, ao ar livre e em presídios. Quem o chamava de decadente – nem sempre por méritos artísticos – acabava por ter que deglutir cenas como as do Projeto Aquarius, em que o suposto ex-pianista e a Sinfônica Brasileira tocavam para Fla-Flus de gente:

Sim, 200 mil

Para refrescar-se das saraivadas de tomates, o Rei do Rolê Aleatório foi harmonizar seu piano com uma das vozes mais distintas do Brasil, o barítono de Nelson Gonçalves. Com alguns milhares de canções no repertório, escolher o que iria para o álbum foi por si só uma empreitada. O mais difícil, com sobras, era a incompatibilidade de relógios biológicos: Nelson acordava na hora em que Arthur ia dormir. Ainda assim, com cantor no fuso horário de Bagdá e pianista no de Honolulu, a parceria deu liga e rendeu um dos melhores álbuns de suas imensas discografias, O Boêmio e o Pianista:


Miacabo com Arthur e sua cara de “acordei agora”

Durante a extensa turnê com Nelson por mais de trinta cidades brasileiras, Arthur encantou-se com a tranquilidade e o clima ameno de Florianópolis e resolveu, enfim, lançar nela sua âncora. Trouxe seus pianos para perto do mar e até deve ter contemplado a ideia de sossegar. O sucesso da coleção “Meu Piano”, que vendeu um milhão de CDs a preços módicos em bancas de revistas, mostrou-lhe que o público não queria seu sossego. Pelo contrário: ainda havia muito mais gente a conquistar, nos vastos horizontes brasileiros, a ser buscada em seus últimos recantos, mesmo nas grotas que nunca tinham visto um piano. Assim, o rei das harmonizações improváveis juntou um Steinway com uma caçamba de Scania e partiu, como orgulhoso Camelô da Música (o termo é dele), para a mais épica jornada jamais empreendida por um artista brasileiro.


ARTHUR MOREIRA LIMA – MEU PIANO/TRÊS SÉCULOS DE MÚSICA PARA PIANO
Coleção publicada pela Editora Caras entre 1998-99, em 41 volumes
Idealizada por Arthur Moreira Lima
Direção artística de Arthur Moreira Lima e Rosana Martins Moreira Lima


Volume 24: CLÁSSICOS FAVORITOS V

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

Do Pequeno Caderno para Anna Magdalena Bach:

Christian PETZOLD (1677–1733)
1 – No. 2: Minueto em Sol maior, BWV Anh. 114

Johann Sebastian BACH
2 – No. 20: Minueto em Ré menor, BWV Anh. 132

Anton DIABELLI (1781-1858)

Das Sonatinas para piano, Op. 168:
3 – Moderato cantabile
4 – Andantino

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Das Duas Sonatinas para piano, WoO Anh. 5
5 – Sonatina em Sol maior

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)

Do Álbum para Jovens, Op. 68
6 – O Camponês Alegre
7 – O Cavaleiro Selvagem
8 – Siciliana
9 – Um Pequeno Romance
10 – São Nicolau

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)

Seis Danças Populares Romenas, Sz. 56
11 – Do Bastão
12 -Do Lenço
13 – Sem Sair Do Lugar
14 – Da Trompa
15 – Polka Romena
16 – Finale: Presto

Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959)

Do Guia Prático para Piano, Primeiro Álbum:
,17 – Acordei de Madrugada
18 -A Maré Encheu
19 – A Roseira
20 -Manquinha
21 – Na Corda Da Viola

[as obras de Villa-Lobos não estão disponíveis pelos motivos aqui listados]

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

Das Doze Peças para piano, Op. 40:
22 – No. 2: Chanson triste

Enrique GRANADOS Campiña (1867-1916)

Das Doze Danças Espanholas:
23 – No. 5, “Andaluza”

Edvard Hagerup GRIEG (1843-1907)

Das Peças Líricas, Op. 43:
24 – No. 6: “À Primavera”

Achille Claude DEBUSSY (1862-1918)

Dos Prelúdios, Primeiro Livro:
25 – No. 8: La fille aux cheveux de lin

Dmitry Dmitryievich SHOSTAKOVICH (1906-1975)

Das Danças das Bonecas, Op. 91:
26 – No. 1: Valsa Lírica
27 – No. 4: Polka
28 – No. 5: Valsa-Scherzo

Scott JOPLIN (1868-1917)
29 – The Entertainer

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: St. Philip’s Church, Londres, Reino Unido, 1998-99
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1999.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Volume 28: CLÁSSICOS FAVORITOS VI

Antônio CARLOS GOMES (1836-1896)
Transcrição de Nicolò Celega (1846-1906)

Da ópera Il Guarany:
1 – Protofonia

Carl Maria Friedrich Ernst von WEBER (1786-1826)

2 – Convite à Dança, Op. 65

Franz Peter SCHUBERT (1979-1828)

Dos Quatro Improvisos para piano, D. 899:
3 – No. 4 em Lá bemol maior

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809-1847)
4 – Rondo Capriccioso, Op. 14

Johannes BRAHMS (1833-1897)

Das Valsas para piano, Op. 39:
5 – No. 1 em Si maior
6 – No. 2 em Mi maior
7 – No. 3 em Sol sustenido menor
8 – No. 6 em Dó sustenido maior
9 – No. 15 em Lá bemol maior

George GERSHWIN (1898-1937)

10 – Rhapsody in Blue

Gravação: St. Philip’s Church, Londres, Reino Unido, 1999
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1999.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Volume 38: CLÁSSICOS FAVORITOS IX – TRANSCRIÇÕES CÉLEBRES

Ferenc LISZT (1811-1886)

Dos Doze Lieder de Franz Schubert, S. 558:
1 – No. 9: Ständchen

2 – Miserere du Trovatore de Giuseppe Verdi, S. 433

Do Wagner-Liszt Album:
3 – Isoldes Liebestod

4 – Liebeslied, S. 566 (baseada em Widmung, Op. 25 no. 1 de Robert Schumann)

De Années de Pèlerinage – Deuxième Année: Italie, S. 161:
5 – No. 5: Sonetto 104 del Petrarca

Johannes BRAHMS
Transcrição de Percy Grainger (1882-1961)

Das Cinco Canções, Op. 49:
6 – No. 4: Wiegenlied

Aleksandr Porfirevich BORODIN (1833-1887)
Transcrição de Felix Blumenfeld (1863-1931)

De Príncipe Igor, ópera em quatro atos:
7 – Dança Polovetsiana no. 17

George GERSHWIN
Transcrição de Percy Grainger
8 – The Man I Love

Oscar Lorenzo FERNÁNDEZ (1897-1948)
Transcrição de João de Souza Lima (1898-1982)

Da Suíte Reisado do Pastoreio:
9 – No. 3: Batuque

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: All Saints Church, Tooting, Londres, Reino Unido, 1999
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1999

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Volume 40: CLÁSSICOS FAVORITOS X

Charles-François GOUNOD (1818-1893)

1 – Ave Maria (Meditação sobre o Primeiro Prelúdio para piano de Johann Sebastian Bach)

Johann Sebastian BACH

Da Fantasia e Fuga em Dó menor, BVW 906:
2 – Fantasia

Franz SCHUBERT

Três Valsas:
3 – Op. 9 nº 1
4 – Op. 9 nº 2
5 –  Op. 77 nº 10

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)

Dos Doze Estudos para piano, Op. 10:
6 – No. 3 em Mi maior

Ferenc LISZT

Dos Três Estudos de Concerto, S. 144:
7 – No. 3: Un Sospiro

Johannes BRAHMS

Dos Três Intermezzi para piano, Op. 117:
8 – No. 2 em Si bemol menor

Leopold Mordkhelovich GODOWSKY (1870-1938)

9 – Alt-Wien

Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)

De Chants d’Espagne, Op. 232:
10 – No. 1: Prélude (Asturias)

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)

11 – Pavane pour une infante défunte

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)
Transcrição do compositor

Do balé El Sombrero de Tres Picos:
12 – Danza del Molinero

Gabriel Urbain FAURÉ (1845-1924)
Transcrição de Percy Grainger

Das Três Melodias, Op. 7:
13 – No. 1: Après un Rêve

Ludomir RÓŻYCKI (1883-1953)
Transcrição de Grigory Ginzburg (1904-1961)

14 – Valsa da Opereta Casanova

Antônio CARLOS GOMES

15 – Quem Sabe?

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: All Saints Church, Tooting, e Rosslyn Hill Chapel, Londres, Reino Unido, 1999
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1999

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


 

9ª parte da entrevista do pianista Arthur Moreira Lima a Alexandre Dias, em que ele abordou os seguintes tópicos, sobre sua carreira na década de 1990: concertos que tocou no morro da Mangueira e na Rocinha; período em que foi diretor da Sala Cecília Meireles; período em que foi subsecretário de cultura do estado do RJ, encarregado do interior; sua colaboração com o cantor Nelson Gonçalves; o recital que realizou juntamente com Ana Botafogo; seu disco dedicado ao compositor Brasílio Itiberê; a grande coleção de 41 CDs “Meu piano”, lançada pela Caras em 1998; a caixa de 6 CDs “MPB – Piano collection”, dedicada a Dorival Caymmi, Chico Buarque, Tom Jobim, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Roberto Carlos; disco dedicado a Astor Piazzolla, com arranjos de Laércio de Freitas

Em homenagem a Fluminense Moreira Lima, seguimos com o álbum de figurinhas dos campeões da Copa Rio de 1952. Eis o ponta-esquerda Joaquim Albino, o Quincas (1931-2000).

Vassily

J.S. Bach: Cantatas BWV 54, 82, 170 (Iestyn Davies, Arcangelo, Jonathan Cohen)

Este disco é o irmão do outro postado dias atrás também com cantatas para alto de J.S. Bach. Também aqui, o órgão tem espaço para brilhar, ao contrário da grande maioria das cantatas, na qual esse instrumento faz parte do continuo junto com outros como cravo, viola da gamba, violoncelo, alaúde, etc. O continuo, na música daquele período, não tinha uma instrumentação obrigatória: por exemplo, podemos imaginar que se um talentoso contrabaixista estava visitando a cidade ele se juntava ao grupo naquele dia em específico. Quando um instrumento era realmente obrigatório, usava-se a palavra obbligato, indicando que aquele instrumento é essencial, não devendo ser omitido nem substituído.

Esses dois discos gravados pelos ingleses Davies/Cohen/Arcangelo abrangem todas as cantatas de Bach para alto. Além das três estreadas em 1726 (BWV 35, 169, 170), há também a BWV 54, estreada em Weimar por volta de 1715, e a BWV 82 – Ich habe genug, uma das mais famosas cantatas. Esta última estreou em Leipzig para voz de baixo (1727), depois foi transposta para soprano (1731) e para alto (1747), o que mostra que ela já era popular na época. Tanto a BWV 54 como a 82, como aliás a grande maioria das cantatas de Bach, não têm sofisticados solos para órgão. Nelas, o órgão se funde com o violoncelo e outros instrumentos do continuo, o que apenas acentua o encontro raro e significativo da voz com o órgão naquelas três cantatas de 1726. Naquele momento, Bach “descobriu” os duetos de alto com órgão, descoberta comparável à “descoberta” do clarinete por Mozart e do tímpano por Haydn: um encontro do compositor já maduro com sons que o estimularam por mares nunca dantes navegados. Encontro influenciado por coincidências da vida, algo que os esotéricos talvez relacionariam a uma conjunção de estrelas e os religiosos poderia chamar de milagre.

J.S. Bach: Cantatas BWV 54, 82, 170 (Iestyn Davies, Arcangelo, Jonathan Cohen)
1-5. Cantata “Vergnügte Ruh”, BWV 170
6-9. Cantata “Widerstehe doch der Sünde”, BWV 54
10. “Ich liebe den Höchsten”, BWV 174 – Sinfonia
11-15. Cantata “Ich habe genug”, BWV 82

IESTYN DAVIES countertenor
with CAROLYN SAMPSON soprano / JOHN MARK AINSLEY tenor / NEAL DAVIES bass-baritone
MARK WILLIAMS organ
ARCANGELO / JONATHAN COHEN conductor

Recorded in St Jude-on-the-Hill, Hampstead Garden Suburb, London, 2015

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Um dos órgãos que Bach tocou, na igreja de Arnstadt, Alemanha

Pleyel

In Memoriam Arthur Moreira Lima – Coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – Parte 7 de 11: Volumes 9, 10, 16 & 32 (Ernesto Nazareth I/Johann Sebastian Bach/Astor Piazzolla/Ernesto Nazareth II)

Para honrar a memória e celebrar o legado extraordinário de Arthur Moreira Lima, um dos maiores brasileiros de todos os tempos, publicaremos a integral da coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – seu testamento musical – de 16 de julho, seu 85° aniversário, até 30 de outubro de 2025, primeiro aniversário de seu falecimento. Esta é a sétima das onze partes de nossa eulogia ao gigante.


Partes:   I   |   II   |   III   |   IV   |   V   |   VI   |   VII   |   VIII   |   IX   |     |   XI

Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 16 de agosto de 1966. Depois de iniciar seu exigente programa com a Fantasia de Schumann e a Sexta Sonata de Prokofiev, e antes de fechá-lo com os vinte e quatro Prelúdios de Chopin, o quase moscovita Arthur Moreira Lima, de visita ao pago, viu-se compelido pela bruta força da lei a tocar uma cota de peças brasileiras. Inimigo do óbvio, como sempre, guardou seus muitos Villa-Lobos nas mangas da casaca e tascou as notas inventadas por um seu conterrâneo nascido não tão longe dali, no morro do Nheco. Era a valsa de um pianeiro – pois assim chamavam os pianistas populares, ou de “bossa”, em seu tempo -, de um operário do piano que sonhara com as ribaltas dos grandes teatros, mas tivera que ganhar a vida a dar aulas e tocar em saraus, alguns dos quais frequentados por Luísa, a avó de Arthur. E assim, décadas depois de ser barrada daquele mesmo palco, por ser fruto de um pianeiro e, portanto, acharem-na indigna das salas de concerto, que a grande música de Ernesto Nazareth foi ouvida pela primeira vez no Municipal e o nosso herói começou a dar o maior cavalo de pau de sua vida.

Tocar Nazareth no Municipal era tão improvável que o redator se embananou na descrição do programa e criou um compositor híbrido polono-brasileiro, Ernesto N. Chopin.

Além de “Coração que Sente“, Arthur tocou o “Batuque“. A plateia veio abaixo e a crítica, surpreendentemente, guardou seus tomates. “Com a mesma independência que moveu Moreira Lima a colocar Nazareth entre Schumann, Prokofieff e Chopin”, escreveu um deles, “deve-se assinalar aqui que foram essas breves composições as mais comoventes de toda a noite”. Arthur lembraria, décadas mais tarde, da sensação causada por seu arrojo:

Me orgulho de ter podido contribuir para esse revival de Nazareth numa época em que ele andava meio esquecido, meio fora de moda. Mas como eu ia esquecer, se cresci ouvindo minha avó tocar aqueles tangos todos? É uma imagem que guardo viva comigo: eu pequeno, na casa da rua Dois de Dezembro, no Catete, ouvindo minha avó tocar o piano de armário dela: ‘Famoso’, ‘Escorregando’, ‘Odeon’, ‘Brejeiro’ e o próprio ‘Coração que sente'”

Na década seguinte, o então semivienense estava em nova visita à terrinha. Seu amigo, o jornalista e crítico musical Sérgio Cabral, chamou-o para almoçar. Entre chopes e ante um bobó de camarão, apresentou-lhe um outro amigo, um publicitário que se urdira da túnica de produtor fonográfico e embarcara na mais ambiciosa, desenfreada e maravilhosa iniciativa até então vista de criar uma gravadora movida tão só a grande Música Brasileira. Arthur Moreira Lima e Marcus Pereira se adoraram à primeira vista, e bastou a centelha de duas palavras de Cabral – “Ernesto Nazareth” – para que recém-amigos se incendiassem com a ideia de gravar aquela grande música. Saíram de lá com o plano firme de um álbum duplo com obras do Mestre do Morro do Nheco, cuja lista preliminar Arthur já rabiscara no primeiro papel que encontrou. Em alguns meses, naquele mesmo ano da graça de 1974, ele adentraria um estúdio londrino para de lá sair, em meros dois dias, com vinte e cinco faixas gravadas. “Arthur Moreira Lima Interpreta Ernesto Nazareth”, lançado no ano seguinte, vendeu sensacionais duzentas mil cópias, e rendeu um segundo tomo, lançado em 1977, com outras vinte e quatro obras e o seguinte veredito do crítico José Ramos Tinhorão, do Jornal do Brasil:

[O disco cumpre o papel de] exorcizar, definitivamente, o preconceito de dependência cultural europeia da elite brasileira, segundo a qual somente autores consagrados merecem interpretação recitalista”

Óbvio que assinamos com o relator.


O sucesso da dobradinha Ernesto/Arthur transformou aquele carioca que tocava mais russamente que os próprios russos no xodó de chorões do Brasil inteiro, e no glúteo favorito dos pontapés de tanta gente obtusa. Inaugurava-se, assim, um dos passatempos favoritos de seus pares no Brasil: falar dele com desdém, certamente incensado pela inveja, a que Arthur, às gargalhadas, sempre deu de ombros até o fim de seus dias.  “Dizem que vou ao cinema para torcer pelo bandido”, ria nosso herói, talvez a reconhecer que, para muitos compatriotas incompreensivos, ele próprio era um pouco bandido – um gauche da Música.

Os gauches, claro, sempre se atraem. Em inda outra visita à terrinha, em 1979, já nas saideiras de Barcelona, quase com um pé de volta ao Rio, o novo Rei do Tango Brasileiro encontrou o Demiurgo do Tango Argentino. Astor Piazzolla estava em turnê pelo Brasil, e Arthur aproveitou o ensejo para realizou o antigo sonho de conhecer o ídolo. Não deixaria de fazê-lo, por óbvio, em grande estilo: ofereceu seus préstimos de fã, melômano e afiado hispanohablante a uma emissora de televisão e dela ganhou a incumbência de, com credenciais de repórter impromptu, entrevistar a azeda fera. O que era para ser um curto encontro acabou virando, entre incontáveis veja-bens e che-boludos, uma noite virada em animada charla. Adoraram-se instantaneamente e tornaram-se amigos para toda a vida. Ainda mais que a admiração pela grande música do mestre argentino, Arthur identificava-se com o longo exílio e, sobretudo, com a incompreensão experimentada por Astor em seu país natal, onde era, entre outros impropérios, “el asesino del tango“, acusado de distorcer aquele sacrossanto tesouro cultural argentino com tacapes de música de concerto e de corroê-lo com ácidos jazzísticos.

A devoção a Piazzolla, pensava ele ao sair do memorável encontro, teria que ser eternizada em disco. Levou quase vinte anos para gravá-lo. Astor, que morrera em 1991, chegou mesmo a legar ao amigo brasileiro a distinta dedicatória de uma peça inédita, para que dela fizesse a primeira gravação: um tango para piano solo composto em 1953 em Paris, nos tempos em estudara com Nadia Boulanger, e que deveria chamar-se “Tango” (“sencillamente ‘Tango’, Arthur, nada más“), mas acabou publicada como “Tango Preludio”. Tocá-la, claro, não seria qualquer problema – o que lhe tirava o sono era preencher o restante do álbum, transpondo para um teclado e tão só dez dedos toda a complexidade das composições de Piazzolla para o bandoneón e seu conjunto. Ao conhecer o genial Laércio de Freitas, suspirou em alívio: não só descobriu a quem confiaria a tarefa, com também fez outro amigo para o resto de seus dias:


ARTHUR MOREIRA LIMA – MEU PIANO/TRÊS SÉCULOS DE MÚSICA PARA PIANO
Coleção publicada pela Editora Caras entre 1998-99, em 41 volumes
Idealizada por Arthur Moreira Lima
Direção artística de Arthur Moreira Lima e Rosana Martins Moreira Lima


Volume 9: ERNESTO NAZARETH I

Ernesto Júlio de NAZARETH (1863-1934)

1 – Odeon
2 – Escorregando
3 – Duvidoso
4 – Batuque
5 – Fon-Fon
6 – Apanhei-Te Cavaquinho
7 – Brejeiro
8 – Pássaros em Festa
9 – Bambino
10 – Sarambeque
11 – Carioca
12 – Turuna
13 – Quebradinha
14 – Dirce
15 – Improviso

Arthur Moreira Lima, piano

Gravações: American Institute of Arts, Nova York, Estados Unidos, 1982.
Produção e engenharia de som: Judith Sherman
Coordenação geral: Jay K. Hoffman
Coordenação da produção: Manuel Luiz da Silva
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Volume 10: JOHANN SEBASTIAN BACH

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

1 – Prelúdio em Dó Menor, BWV 999
2 – Prelúdio para órgão em Sol menor, BWV 535 (transcrição para piano de Aleksandr Siloti)

Partita no. 1 em Si bemol maior, BWV 825
3 – Praeludium
4 – Allemande
5 – Courante
6 – Sarabande
7 – Menuet I & II
8 – Gigue

9 – Invenção a duas vozes em Ré menor, BWV 775

Fantasia Cromática e Fuga em Ré menor, BWV 903
10 – Fantasia
11 -Fuga

Partita no. 2 em Dó menor, BWV 826
12 – Sinfonia
13 – Allemande
14 – Courande
15 – Sarabande
16 – Rondeau
17 – Capriccio

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: St. Philip’s Church, Londres, Reino Unido, 1998.
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 


Volume 16: ASTOR PIAZZOLLA

Astor Pantaleón PIAZZOLLA (1921-1992)
Arranjos de Laércio de Freitas (1941-2024)

Tangata, Silfo y Ondina
1 – Fugata
2 – Soledad
3 – Finale

4 – Libertango

Das Cuatro Estaciones Porteñas:
5 – Invierno Porteño

6 – Decarisimo
7 – Oblivion

Astor PIAZZOLLA

8 – Tango-Preludio (dedicado a Arthur Moreira Lima)

Astor PIAZZOLLA
Arranjos de Laércio de Freitas

9 – Onda Nueve
10 – Balada para un Loco
11 – Adiós, Nonino

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: St. Philip’s Church, Londres, Reino Unido, 1997.
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Álbum publicado originalmente no PQP Bach pelo colega CVL em 2008, nessa postagem aqui, que não lhe mostrava a capa e contracapa maravilhosas:


 


Volume 32: ERNESTO NAZARETH II

Ernesto NAZARETH

1 – Elegantíssima
2 – Ameno Resedá
3 – Tenebroso
4 – Ouro sobre Azul
5 – Nenê
6 – Labirinto
7 – Confidências
8 – Famoso
9 – Mercedes
10 – Vem cá, Branquinha
11 – Turbilhão de Beijos
12 – Você bem Sabe
13 – Pinguim
14 – Floraux
15 – Coração que Sente

Arthur Moreira Lima, piano

Gravações: American Institute of Arts, Nova York, Estados Unidos, 1982.
Produção e engenharia de som: Judith Sherman
Coordenação geral: Jay K. Hoffman
Coordenação da produção: Manuel Luiz da Silva
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


BÔNUS: as históricas gravações de Ernesto Nazareth para o selo Discos Marcus Pereira, que já tínhamos publicado aqui, em ripagens muito melhores que as anteriormente disponibilizadas.

ARTHUR MOREIRA LIMA INTERPRETA ERNESTO NAZARETH, VOLUME 1 (1975)

Disco 1
Fon Fon
Confidências
Retumbante
Faceira
Turuna
Ameno Resedá
Batuque
Coração que sente
Duvidoso
Turbilhão de Beijos
Labirinto
Apanhei-te Cavaquinho

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Disco 2
Famoso
Fidalga
Floraux
Nenê
Mercedes
Odeon
Brejeiro
Eponina
Escovado
Passaros em festa
Sarambeque
Vem cá, branquinha
Você bem sabe

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


ARTHUR MOREIRA LIMA INTERPRETA ERNESTO NAZARETH, VOLUME 2 (1977)

Disco 1
Bambino
Crê e Espera
Tenebroso
Favorito
Perigoso
O Futurista
Plangente
Dirce
Subtil
Quebradinha
Meigo
Espalhafatoso

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Disco 2
Carioca
Escorregando
Adieu
Sustenta a… Nota
Yolanda
Elegantíssima
Expansiva
Janota
Ouro sobre azul
Improviso
Dora
Pinguin

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


“7ª parte da entrevista do pianista Arthur Moreira Lima a Alexandre Dias, em que ele falou sobre sua participação como jurado em um concurso de choro no final da década de 1970, época em que presenciou o renascimento do choro. Falou sobre sua parceria com Elomar, que resultou nos discos Parcelada malunga e ConSertão, e também comentou sobre seu LP Com licença, lançado no início da década de 1980, consolidando sua dedicação à música brasileira. Também mencionou o recital e disco “Bach Meets Chopin” que realizou com João Carlos Martins, e as gravações que ele fez de obras de Chopin, que resultando na gravação da maior parte de seus ciclos, e todas suas obras para piano e orquestra. Falou sobre sua histórica regravação de obras de Ernesto Nazareth em 1982, que teve reconhecimento internacional, e comentou sobre sobre a sua participação na gravadora independente L’Art, da qual ele era um dos sócios.”

 

Em homenagem a Fluminense Moreira Lima, estamos a montar um álbum de figurinhas dos campeões da Copa Rio de 1952. Na imagem, o atacante Mário Pedro, o Marinho (1926-2005).

Vassily

J.S. Bach: Cantatas BWV 35 & 169 / D. Buxtehude: Klag-Lied BuxWV76b / Schütz: Erbarm Dich Mein, O Herre Gott SWV447 (Iestyn Davies, Arcangelo, Jonathan Cohen)

Nas partituras usadas há séculos na música de concerto ocidental, muita coisa é escrita e lida em termos bastante racionais: uma oitava é uma oitava, pausa é uma pausa… Na música tonal, é mais ou menos evidente a função de uma pausa, de uma oitava, de uma dissonância resolvida na tônica, etc. Mas quando se trata de timbre e orquestração, muitas vezes as intenções dos compositores podem ser misteriosas e relacionadas com fatos específicos das suas vidas. Mozart, por exemplo, escreveu para clarinete só quando já vivia em Viena: tanto o quinteto como o concerto foram compostos para um clarinete-baixo que poucos anos depois caiu em desuso, de modo que a versão publicada em 1801, transcrita para clarinete tradicional (mais agudo) é aquela que é tocada quase sempre até hoje. Já Haydn, por volta de 1795, quando já tinha composto mais de cem sinfonias e umas dez missas, resolveu incluir partes para tímpanos bem mais proeminentes na Sinfonia nº 103 e na Missa “em tempos de guerra”, como comentei aqui.

J.S. Bach, ao escolher os instrumentos e vozes humanas para suas obras, também seguiu caminhos muitas vezes misteriosos. Ninguém tem certeza do que ele quis dizer com “flauti d’echo” no seu 4º Concerto de Brandenburgo: essa expressão não é usada em qualquer outra obra. Harnoncourt entendia que eram duas flautas doces tocando afastadas dos outros músicos, criando um efeito de eco, já outros especialistas chegaram a outras conclusões.

Outro mistério: por que, na sua coleção de mais de 200 obras vocais que, em sua maioria, misturam movimentos corais com árias para solistas*, Bach compôs três obras para alto com órgão obbligato estreadas em Leipzig em três domingos entre julho e outubro de 1726?

* No século XIX, quando foram editadas, as obras que não se encaixavam como “Paixão”, “Missa”, “Magnificat” ou outra categoria foram classificadas sob o guarda-chuva “Cantata”: essa provavelmente não era a palavra mais usada por Bach. Também data do século XIX a numeração dos “BWV”, que é mais ou menos arbitrária: tirando a ordem da reedição no século XIX, não há qualquer motivo para a cantata de BWV 35 (estreada em setembro de 1726) ter numeração distante das 169 (outubro de 1726) e 170 (julho de 1726).

São poucas as informações sobre os solistas que Bach tinha à disposição nas igrejas onde trabalhava. A hipótese de que, naquele ano, Bach se entusiasmou com a voz de um cantor é apenas isso, uma hipótese sem se apoiar em outros documentos além dessas cantatas. E o motivo para Bach ter escrito complicadas partes para órgão tampouco é claro. Apenas podemos imaginar que, na cabeça do mestre de Leipzig, os sons do órgão combinavam especialmente com a voz de alto (correspondente às contraltos e mezzo-soprano, para as mulheres, e, para os homens, ao contratenor e ao haute-contre no barroco francês).

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685 –1750)
Gott soll allein mein Herze haben BWV 169 [22’59]
1 Sinfonia [7’23]
2 Arioso e Recitativo Gott soll allein mein Herze haben [2’48]
3 Aria Gott soll allein mein Herze haben [5’45]
4 Recitativo Was ist die Liebe Gottes? [0’48]
5 Aria Stirb in mir [4’33]
6 Recitativo Doch meint es auch dabei [0’28]
7 Choral Du süße Liebe, schenk uns deine Gunst [1’11]

HEINRICH SCHÜTZ (1585 –1672)
8 Erbarm dich mein, o Herre Gott SWV447 [4’00]

DIETERICH BUXTEHUDE (c. 1637–1707)
Klag-Lied BuxWV76b [13’03]
9 Verse 1 Muss der Tod denn auch entbinden [1’48]
10 Verse 2 Unsre Herzen sind die Väter [1’50]
11 Verse 3 Solcher ist mir auch gewesen [1’50]
12 Verse 4 Dieser nun wird mir entrissen [1’47]
13 Verse 5 Und dass er nun den empfangen [1’50]
14 Verse 6 Er spielt nun die Freuden-Lieder [1’50]
15 Verse 7 Schlafe wohl, du Hochgeliebter [2’04]

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685 –1750)
Geist und Seele wird verwirret BWV35 [25’08]
16 PART I Sinfonia [5’02]
17 Aria Geist und Seele wird verwirret [7’38]
18 Recitativo Ich wundre mich [1’34]
19 Aria Gott hat alles wohlgemacht [3’18]
20 PART II Sinfonia [3’12]
21 Recitativo Ach, starker Gott [1’16]
22 Aria Ich wünsche nur bei Gott zu leben [3’06]

IESTYN DAVIES countertenor
with CAROLYN SAMPSON soprano / JOHN MARK AINSLEY tenor / NEAL DAVIES bass-baritone
TOM FOSTER organ
ARCANGELO / JONATHAN COHEN conductor

Recorded in St Jude-on-the-Hill, Hampstead Garden Suburb, London, 2020

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3

Estátua de Bach em Leipzig

Pleyel

J.S. Bach (1685 – 1750): Original & Counterfeit – Concertos arranjados dos BWV 1052, 1053, 1056 & 1057 – Ensemble Odyssee ֎

J.S. Bach (1685 – 1750): Original & Counterfeit – Concertos arranjados dos BWV 1052, 1053, 1056 & 1057 – Ensemble Odyssee ֎

We are Ensemble Odyssee, and we are eager to share our music with you.

[Frase do livreto]

Bach, assim como vários outros compositores do período barroco, usava peças compostas anteriormente para produzir novas obras, adaptando para outros instrumentos ou combinação diferente de instrumentos, revivendo assim peças que poderiam ficar esquecidas. Esse parece ter sido o caso dos concertos para cravo que ele produziu para as apresentações no Café Zimmermann, em Leipzig.

Este disco sugere um percurso inverso, com arranjos de alguns desses concertos para uma combinação de outros instrumentos solistas e formação camerística. O pequeno número de instrumentos, no entanto, não rouba da música toda a sua grandiosidade e fleuma assim como sua diversidade sonora. Eu adorei tudo, em especial os andamentos, que podem ser perigosamente rápidos no caso dos grupos historicamente informados.

Para fechar o disco, um arranjo do próprio João Sebastião como que para ilustrar que a prática é ‘legítima’ e que a música é verdadeiramente de Bach. Eu diria que nem precisava…

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto in E-Flat Major, after BWV 1053, 169, 49,

(Arr. for Recorder & Orchestra by Andrea Friggi & Anna Stegmann)

  1. [Allegro]
  2. Siciliano
  3. Allegro

Concerto in D Minor, after BWV 1052, 146,

(Arr. for Violin & Strings by Eva Saladin & Andrea Friggi)

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

Concerto in G Minor, after BWV 1056,

(Arr. for Oboe & Strings by Georg Fritz & Andrea Friggi)

  1. [Allegro]
  2. Largo
  3. Presto

Concerto in F Major BWV 1057, 1049,

(Arr. for Harpsichord, two Recorders & Strings by Johann Sebastian Bach)

  1. [Allegro]
  2. Andante
  3. Allegro assai

Ensemble Odyssee

Anna Stegmann, Georg Fritz, flautas doce

Georg Fritz, Daniel Lanthier, oboés

Hanna Lindeijer, oboé da caccia

Eva Saladin, Ivan Iliev, Tomoe Badiarova, Elise Dupont, violinos

Nadine Henrichs, viola

Agnieska Oszanca, violoncelo

Hen Goldsobel, contrabaixo

Andrea Friggi, cravo

Gravação: 4 a 6 de abril de 2024

Schuikerk De Hoop, Diemen, Holanda

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 169 MB

O pessoal do Ensemble Odyssee esperando o início da matinée

“The overall refinement of their musical expression, profound knowledge in the field of historically informed performance practice, flawless intonation and sense of subtle nuances, confirm that Ensemble Odyssee is clearly among the top in its field.”                   Karel Veverka, Opera Plus 2017

Aproveite!

René Denon

Britten, Bach, Ligeti: Peças para Violoncelo Solo (Perényi)

Britten, Bach, Ligeti: Peças para Violoncelo Solo (Perényi)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O húngaro Miklós Perényi é reconhecido como um dos grandes violoncelistas da sua geração, com um som distinto, matizado, acompanhado de uma  musicalidade extraordinária. Aqui ele dá o seu primeiro recital a solo para a ECM, interpretando obras notáveis ​​de Bach, Britten e Ligeti. O CD veio logo após sua brilhante atuação, ao lado de András Schiff, nas premiadas gravações da Música Completa para Piano e Violoncelo de Beethoven. Perényi interpreta a Terceira Suíte de Benjamin Britten para violoncelo solo, op. 97 (1971) e a Suite n.º 6 de Johann Sebastian Bach em ré maior, BWV 1012, tornando clara a sua interligação histórica e temática. Britten escreveu suas suítes para violoncelo para Mstislav Rostropovich, inspirado por ouvi-lo tocar as suítes de Bach. Rostropovich saudou todas as suítes de violoncelo de Britten como obras-primas, mas destacou a Terceira (escrita em 1971) para um elogio especial: “puro gênio”, em suas palavras. Na obra, Britten cita fragmentos de melodias de canções folclóricas russas que emergem plenamente no movimento final. Neste disco, a última suíte para violoncelo de Bach segue a de Britten, e o Bach de Perényi dança com elegância e energia. O álbum termina com um retorno à Hungria e à Sonata para violoncelo solo de Gyorgy Ligeti de 1948-1953. Ligeti lançou a peça para publicação apenas em 1979, então ela figura na cronologia antes e depois de Britten. Trata-se de uma obra poderosa e sincera de um compositor que estudou violoncelo.

Britten, Bach, Ligeti: Peças para Violocelo Solo (Perényi)

Benjamin Britten: Third Suite op. 87 (1971)
01 Introduzione. Lento 2:15
02 Marcia. Allegro 1:34
03 Canto. Con moto 1:08
04 Barcarola. Lento 1:12
05 Dialogo. Allegretto 1:09
06 Fuga. Andante espressivo 2:32
07 Recitativo. Fantastico 1:09
08 Moto perpetuo. Presto 0:51
09 Passacaglia. Lento solenne 8:33

Johann Sebastian Bach: Suite VI D-Dur BWV 1012
10 Prélude 5:31
11 Allemande 6:34
12 Courante 3:50
13 Sarabande 5:42
14 Gavotte I – II 4:32
15 Gigue 3:46

György Ligeti: Sonata (1948/53)
16 Dialogo. Adagio, rubato, cantabile 3:59
17 Capriccio. Presto con slancio 3:35

Miklós Perényi, violoncelo

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Britten comemorando mais um post no PQP Bach.

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Variações Goldberg (Beatrice Rana)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Variações Goldberg (Beatrice Rana)

Beatrice Rana completou 24 anos neste ano da graça de 2017. Em seu segundo lançamento em CD, a jovem pianista italiana resolveu enfrentar um pináculo do repertório de teclado solo e o compositor que descreveu como seu “primeiro amor”, Johann Sebastian Bach. Sua interpretação é muito boa, sem chegar ao nível de gente como Gould, Hewitt, Hantaï e Leonhardt, é claro. O Le Monde adorou: “Beatrice Rana certamente não tem mais nada a provar quando se trata de técnica, mas o que impressiona é a sua maturidade e senso de arquitetura”, e a grande e querida Gramophone inglesa tascou que ela é “Uma artista totalmente desenvolvida, de uma estatura que desmente sua idade”. Bach foi o compositor que mais obcecou Beatrice Rana quando criança e, em uma entrevista recente, ela confessou que a obra de Bach seria a que escolheria se tivesse que dedicar sua vida a um único compositor. E citou especialmente as Variações Goldberg, como sua obra preferida.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Variações Goldberg

01. Goldberg Variations, BWV 988: Aria
02. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 1 à 1 clav
03. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 2 à 1 clav
04. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 3 Canone all Unisuono à 1 clav.
05. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 4 à 1 clav.
06. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 5 à 1 o vero 2 clav
07. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 6 Canone alla seconda à 1 clav.
08. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 7 à 1 o vero 2 clav.
09. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 8 à 2 clav.
10. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 9 Canone alla terza à 2 clav.
11. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 10 Fughetta à 1 clav.
12. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 11 à 2 clav.
13. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 12 Canone alla quarta
14. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 13 à 2 clav.
15. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 14 à 2 clav.
16. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 15 Canone alla Quinta à 1 clav.
17. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 16 à 1 clav. Ouvertura
18. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 17 à 2 clav.
19. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 18 Canone alla sexta à 1 clav.
20. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 19 à 1 clav.
21. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 20 à 2 clav.
22. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 21 canone alla settima à 1 clav.
23. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 22 à 1 clav. alla breve
24. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 23 à 2 clav.
25. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 24 Canone alla Ottava à 1 clav.
26. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 25 à 2 clav.
27. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 26 à 2 clav.
28. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 27 Canone alla Nona à 2 clav.
29. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 28 à 1 clav.
30. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 29 à 1 o vero 2 clav.
31. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 30 à 1 clav. Quodlibet
32. Goldberg Variations, BWV 988: Aria da capo e fine

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Beatrice Rana pensando no seu primeiro amor.
Beatrice Rana pensando no primeiro amor.

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Variações Goldberg – Gustav Leonhardt

Curiosamente, em quase dezoito anos de PQPBach, nunca postamos as Variações Goldberg com o mítico Gustav Leonhardt. O lendário cravista liderou a ofensiva das interpretações historicamente informadas, ao lado de Nikolaus Harnoncourt, ainda lá nos anos 50 e até o final de sua vida foi um dos grandes nomes deste estilo de interpretação. Para os senhores terem uma idéia de quanto Leonhardt era dedicado a esta obra, o primeiro registro que realizou foi em 1953, quando tinha meros 25 anos de idade.

Esta gravação que ora vos trago foi realizada em 1978, e pra muitos críticos é um de seus melhores registros.  Mas alguém pode perguntar: com nomes atuais como Jean Roundeau, Pierre Hantäi (meu favorito), Víkingur Ólafsson e Mahan Esfahani realizando registros brilhantes destas peças tão peculiares, quase míticas, ouvir Leonhardt ainda é necessário? Me utilizo da famosa expressão ‘Sentado no ombro de Gigantes’ para responder a esta pergunta. Os nomes citados acima, além de dezenas de outros intérpretes, com certeza se inspiraram nas ‘escolhas’ que o velho mestre fez e nas descobertas de novas possibilidades que ele explorou em sua longa carreira. Então, para mim, um teimoso melômano que sou, respondo que sim, é necessário. Não sei precisar quantas vezes e versões já ouvi destas peças em meus 60 anos de vida, desde o velho LP de Ralf Kirkpatrick que sempre esteve na pequena coleção de discos que tínhamos em casa, e que ainda possuo, e levarei comigo até o final de meus dias.

Gustav Leonhardt é mais que atual em pleno 2025. Não teve medo de ousar e desafiar os cânones de seu tempo, assim como seu contemporâneo Glenn Gould o fez, lá em 1955. Dois revolucionários, eu diria, cada um defendendo sua bandeira, com brilhantismo.

Mas vamos ao que viemos. Bach com um dos seus principais intérpretes, Gustav Leonhardt, em registro de 1978.

1 Aria
2 Variatio 1, A 1 Clav.
3 Variatio 2, A 1 Clav.
4 Variatio 3, A 1 Clav. Canone All’Unisono
5 Variatio 4, A 1 Clav.
6 Variatio 5, A 1 Ovvero 2 Clav.
7 Variatio 6, A 1 Clav. Canone Alla Seconda
8 Variatio 7, A 1 Ovvero 2 Clav. Al Tempo Di Giga
9 Variatio 8, A 2 Clav.
10 Variatio 9, A 1 Clav. Canone Alla Terza
11 Variatio 10, A 1 Clav. Fughetta
12 Variatio 11, A 2 Clav.
13 Variatio 12, Canone Alla Quarta
14 Variatio 13, A 2 Clav.
15 Variatio 14, A 2 Clav.
16 Variatio 15, A 1 Clav. Canone Alla Quinta, Andante
17 Variatio 16, A 1 Clav. Ouverture
18 Variatio 17, A 2 Clav.
19 Variatio 18, A 1 Clav. Canone Alla Sesta
20 Variatio 19, A 1 Clav.
21 Variatio 20, A 2 Clav.
22 Variatio 21, Canone Alla Settima
23 Variatio 22, A 1 Clav. Alla Breve
24 Variatio 23, A 2 Clav.
25 Variatio 24, A 1 Clav. Canone All’Ottava
26 Variatio 25, A 2 Clav. Adagio
27 Variatio 26, A 2 Clav.
28 Variatio 27, A 2 Clav. Canone Alla Nona
29 Variatio 28, A 2 Clav.
30 Variatio 29, A 1 Ovvero 2 Clav.
31 Variatio 30, A 1 Clav. Quodlibet
32 Aria Da Capo

Gustav Leonhardt – Harpsichord

BAIXE AQUI DOWNLOAD HERE

J. S. Bach (1685-1750): Music for Lute-Harpsichord (Farr)

J. S. Bach (1685-1750): Music for Lute-Harpsichord (Farr)

Essas obras são sensacionais, mas penso que mereçam um alaúde de verdade, como fez Lutz Kirchhof. Elizabeth Farr é excelente cravista e interpreta as obras com aquilo que seria um sotaque mais antigo do que o barroco tardio de Bach. Não pensem que estou seguro desta avaliação, mas seu modo de tocar parece ser mais século XVII do que XVIII. O que deixa tudo muito curioso (e bom, por que não?). Sou um ouvinte experiente, jamais um especialista, deem o meu desconto! De qualquer modo, é Bach e ele magica (*) de forma tão perfeita que acaba nos convencendo. É estranho, o cravo-alaúde deve ter um som bem delicado, só que senti falta de algo ainda mais próximo e íntimo, o alaúde. Bach tinha dois desses instrumentos em casa, mas prefiro o alaúde.

(*) Do verbo magicar, caro leitor.

O cravo-alaúde de Bach.

J. S. Bach (1685-1750): Music for Lute-Harpsichord (Farr)

Suite In G Minor, BWV 995 (Transcription Of BWV 1011) (22:43)
1-1 Prelude 5:32
1-2 Allemande 4:49
1-3 Courante 2:33
1-4 Sarabande 2:13
1-5 Gavotte I 2:17
1-6 Gavotte II En Rondeau – Gavotte I, Reprise 2:45
1-7 Gigue 2:31

Suite In E Minor, BWV 996 (16:17)
1-8 Praeludio 2:30
1-9 Allemande 3:08
1-10 Courante 2:47
1-11 Sarabande 3:01
1-12 Bourrée 1:32
1-13 Gigue 3:19

Suite In C Minor, BWV 997 (19:57)
1-14 Prelude 3:01
1-15 Fugue 6:08
1-16 Sarabande 3:48
1-17 Gigue 3:10
1-18 Double 3:49

Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major, BWV 998 (11:24)
1-19 Prelude 2:32
1-20 Fugue 5:08
1-21 Allegro 3:44
1-22 Prelude In C Minor, BWV 999 1:31
1-23 Fugue In G Minor, BWV 1000 (Transcription Of BWV 1001/ii) 5:18

Suite In E Major, BWV 1006a (Transcription Of BWV 1006) (22:27)
2-1 Prelude 4:47
2-2 Loure 3:58
2-3 Gavotte En Rondeau 3:35
2-4 Menuet I 2:10
2-5 Menuet II 2:10
2-6 Menuet I, Reprise 1:15
2-7 Bourrée 2:03
2-8 Gigue 2:30

Sonata In D Minor, BWV 964 (Transcription of BWV 1003) (22:37)
2-9 Adagio 3:14
2-10 Fugue 8:24
2-11 Andante 4:24
2-12 Allegro 6:35

Sarabanda Con Partite, BWV 990 (25:38)
2-13 Sarabande In C Major 1:23
2-14 Partita 2 1:31
2-15 Partita 3 1:16
2-16 Partita 4 1:34
2-17 Partita 5 1:34
2-18 Partita 6 1:20
2-19 Partita 7 1:40
2-20 Partita 8 1:35
2-21 Partita 9 1:19
2-22 Partita 10 1:21
2-23 Partita 11 1:37
2-24 Partita 12 1:53
2-25 Partita 13 Allemande 1:54
2-26 Partita 14 Courante 1:35
2-27 Partita 15 1:26
2-28 Partita 16 Giguetta 1:08
2-29 Sarabande In C Major, Reprise 1:35

Elizabeth Farr, Cravo-alaúde ou Alaúde-cravo, como queiram

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Conhece o verbo magicar, Farr?
Conhece o verbo magicar, Farr?

PQP

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga com membros do Collegium Aureum

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga com membros do Collegium Aureum

bach-the-art-of-fugue-collegium-aureum-2-cd-dhmAs gravações da Arte de Fuga caracterizam-se por ser uma melhor que a outra. Vai ver que é a qualidade da obra, né? Esta é uma gravação realizada em 1962 que vem com som bom — nada excepcional — e interpretação fantástica dos membros do Collegium Aureum, um dos grupos precursores da interpretação com instrumentos originais de época. Não poderia deixar de postar aqui este álbum que comprei bem barato na Amazon e que vocês podem também adquirir.

Bach: Die Kunst der Fuge – Collegium Aureum – CD1

1. Contrapunctus I A 4
2. Contrapunctus Ii A 4
3. Contrapunctus Iii A 4
4. Contrapunctus Iv A 4
5. Contrapunctus V A 4
6. Contrapunctus Vi A 4
7. Contrapunctus Vii A 4
8. Contrapunctus Viii A 3
9. Contrapunctus Ix A 4
10. Contrapunctus X A 4

BAIXE AQUI O CD1 – DOWNLOAD CD1 HERE

Bach: Die Kunst der Fuge – Collegium Aureum – CD2

11. Contrapunctus Xi A 4
12. Contrapunctus Xii A 4
13. Contrapunctus Xiii A 3
14. Contrapunctus Xiiia 2
15. Contrapunctus Xiv
16. Contrapunctus Xv
17. Contrapunctus Xvi
18. Contrapunctus Xvii
19. Contrapunctus Xviii

BAIXE AQUI O CD2 – DOWNLOAD CD2 HERE

Ulrich Grehling
Johannes Koch
Gunter Lemmen
Reinhold Johannes Buhl
Fritz Neumeyer
Lilly Berger
Collegium Aureum
Franzjosef Maier

Tentando entender "A Arte da Fuga"
Tentando entender “A Arte da Fuga”

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Árias com Anne Sofie von Otter

J. S. Bach (1685-1750): Árias com Anne Sofie von Otter

Não foi com Bach que Anne Sofie von Otter fez suas primeiras aparições solo, mas ela tinha grande vivência com o compositor por ter participado, quando jovem, do Coro Bach de Estocolmo. “O maestro do Coro Bach naquela época era muito dinâmico e entusiasmado por Bach. Em seguida, surgiu Nikolaus Harnoncourt para nos conduzir nos motetos de Bach e também foi uma experiência maravilhosa. Foi um momento emocionante para jovens como eu, que já se reuniam em torno do toca-discos para escutar suas novas gravações de Monteverdi, Bach e Mozart. Harnoncourt realmente foi a minha principal influência de Bach.”

“Depois de alguns anos, voltei a cantar bastante Bach, até participando de gravações com John Elliot Gardiner”, acrescenta, “mas depois eu coloquei de propósito sua música de lado, porque havia muito a explorar, principalmente na ópera. Portanto, este disco não chega a ser uma surpresa. Eu ouvi todas as Cantatas, Oratórios e Paixões e anotava aquilo que achava mais adequado à minha voz. Foi maravilhoso descobrir novas árias, mas ao invés de apenas solos vocais, decidi dividi-lo com movimentos puramente instrumentais. Quando o Concerto Copenhague apareceu no horizonte, comecei também a me aconselhar com Lars Ulrik, que acrescentou novas ideias”.

J. S. Bach (1685-1750): Árias com Anne Sofie von Otter

01 “Widerstehe Doch Der Sünde” (Cantata BWV 54) 6:17
02 “Schläfert Aller Sorgenkummer” (Cantata BWV 197) 7:54
03 “Wenn Des Kreuzes Bitterkeiten” (Cantata BWV 99) 2:50
04 “Erbarme Dich, Mein Gott” (St. Matthew Passion) 6:17
05 “Kommt, Ihr Angefocht’nen Sünder” (Cantata BWV 30) 4:12
06 Sinfonia (Cantata BWV 35) 5:17
07 “Nichts Kann Mich Erretten” (Cantata BWV 74) 5:30
08 Sinfonia (Cantata BWV 12) 2:19
09 Agnus Dei (Mass In B Minor) 5:33
10 “Et Misericordia” (Magnificat) 3:28
11 “O Ewigkeit, Du Donnerwort” (Cantata BWV 60) 4:05
12 “Sei Lob Und Ehr Dem Höchsten Gut” (Cantata BWV 117) 3:20

Anne Sofie von Otter, mezzo-soprano
Baroque Concerto Copenhagen
Lars Ulrik Mortensen

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

J.S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Harnoncourt)

J.S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Harnoncourt)

(Alô, alô, FDP! Cadê a terceira de Brahms com o Bernstein que a Clara pediu????)

Prometi que a cada dia 1º postaria uma versão da Missa em Si Menor de Bach. Hoje é a vez do imenso Nikolaus Harnoncourt.

Só estou sem tempo para grandes explicações e teria que descobrir se a versão que tenho em meu micro é a primeira ou a segunda… Deixo para vocês descobrirem, OK? Sim, uma charada, por que não?

O que posso dizer é que é um tremendo registro deste fantástico maestro e teórico. Costumo ouvi-lo enquanto trabalho… A propósito, se você não leu os livros de Harnoncourt até hoje, não sabe o que está perdendo em termos de conhecimento e experiência musical. O homem é um espanto. Sim, há traduções e boas. Procure! O nome dos livros? Ora, vá procurar!

Adiante que estou com muita pressa! E não desconsiderem esta versão motivados por minha inexatidão. Ela é quase a perfeição.

J.S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Harnoncourt)

1-01 Missa: Kyrie: Kyrie eleison
1-02 Missa: Kyrie: Christe eleison
1-03 Missa: Kyrie: Kyrie eleison
1-04 Missa: Gloria: Gloria in excelsis Deo – Et in terra pax
1-05 Missa: Gloria: Laudamus te
1-06 Missa: Gloria: Gratias agimus tibi
1-07 Missa: Gloria: Domine Deus
1-08 Missa: Gloria: Qui tollis
1-09 Missa: Gloria: Qui Sedes
1-10 Missa: Gloria: Quoniam tu solus
1-11 Missa: Gloria: Cum Sancto Spiritu
2-01 Symbolum Nicenum: Credo: Credo in unum Deum
2-02 Symbolum Nicenum: Credo: Patrem omnipotentem
2-03 Symbolum Nicenum: Credo: Et in unum Dominum
2-04 Symbolum Nicenum: Credo: Et incarnatus est
2-05 Symbolum Nicenum: Credo: Crucifixus
2-06 Symbolum Nicenum: Credo: Et resurrexit
2-07 Symbolum Nicenum: Credo: Et in Spiritum
2-08 Symbolum Nicenum: Credo: Confiteor
2-09 Symbolum Nicenum: Credo: Ex expecto
2-10 Sanctus: Sanctus
2-11 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Osanna
2-12 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem Benedictus
2-13 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Agnus Dei
2-14 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Dona nobis pacem

Intérpretes (o meu chute):

Max van Egmond,
Emiko Iiyama,
Rotraud Hansmann,
Kurt Equiluz
Viennensis Chorus
Concentus Musicus Wien
Regente: Nikolaus Harnoncourt

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Cara de louco. Sim, mas era mansinho e brilhante.

PQP

In Memoriam Arthur Moreira Lima – Coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – Parte 1 de 11: Volumes 1, 3 & 12 (Clássicos Favoritos I, II & III)

Arthur Moreira Lima, um dos maiores brasileiros de todos os tempos (e percebam que nem mencionei seu instrumento!), completaria hoje 85 anos. Para celebrar seu legado extraordinário e honrar sua memória, publicaremos a integral da coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – seu testamento musical – de hoje até 30 de outubro, primeiro aniversário de seu falecimento. Esta é a primeira das onze partes de nossa eulogia ao gigante.

Partes:     |   II   |   III   |   IV   |   V   |   VI   |   VII   |   VIII   |   IX   |   X   |   XI


Se me perguntassem qual minha primeira memória de Arthur Moreira Lima, eu provavelmente lhes diria que ela é tão remota quanto a que eu tenho de um pianista. Nasci sob o Terror e cresci entre os ventos da Abertura que traziam de volta quem partira em rabos de foguete. Em minha casa ouvia-se muita música – nenhuma que atraísse cassetetes, e quase sempre daquela prevalente em elevadores e consultórios odontológicos. Ainda assim, era música bastante para que a aparição de um pianista na tela da TV, daquelas de antenas finamente ajustadas com palha de aço, não fosse sumariamente rechaçada por uma mudança de canal para a novela da vez. E o pianista, bem, ele era sempre o mesmo: aquele tipo de perfil pontiagudo, olhos a um só tempo alheios e dardejantes, de postura algo gibosa ao teclado e a drapejar sua cabeleira enquanto debulhava com os dedos coisas que eu não imaginava possíveis a mim, menino telespectador. Ele tocava de tudo, e em todo lugar, e ante centenas, milhares, dezenas de milhares de pessoas, e sozinho, e com orquestras, e em toda e qualquer companhia. No programa que teve na TV aberta, inimaginável nesses nossos tristes tempos de Tigrinho, dividiu a ribalta com chorões e roqueiros, seresteiros e jazzistas; mostrou-me Ney Matogrosso pela primeira vez de cara limpa e apresentou-me o semideus Raphael Rabello, que toca, como Gardel canta para os argentinos, cada dia melhor. Entre um número e outro, com o maroto sotaque que nunca renegou seu berço, entrevistava seus convidados com muita descontração – tanta que promoveu o seguinte diálogo entre meus genitores:

– Esse é aquele pianista?
– É.
– Bem informal, hein?
– Sim.
– Nem parece pianista…

O programa saiu do ar sem-cerimoniosamente, e eu, exceto por um LP e outro que encontrava em briques, fiquei sem saber do madeixudo carismático, até o dia em que, exaurido por um plantão no pronto-socorro e disposto a tudo para ver algo que não fosse sangue ou pus, encontrei um palco montado no meio do maior parque de minha Dogville natal. Sobre ele, um piano, e ante este – sim, adivinharam! – o pianista que nem parecia pianista, e que, contrariando tudo o que se dizia dele – que não estudava, que não se levava a sério, que estava decadente – despachava com segurança os arpejos do Estudo Op. 10 no. 1 de Chopin sob o olhar tietante duns gatos-pingados aos quais me juntei, lá na fila do gargarejo. Emendou, em seguida, o “Revolucionário“, o “Tristesse“, o das teclas pretas, e foi esgotando o Op. 10, estudo a estudo, inteiros ou em parte, até que faltou somente…

– O número 2, Arthur.
– Hein?
– Faltou o número 2.
– Cê me odeia, né? – gargalhava – Mas certamente não tanto quanto eu odeio o número 2.

E atacou o temido Op. 10 no. 2, com aquelas escalas rapidíssimas todinhas com os dedos fracos da mão direita, enquanto resmungava das tendinites que ele lhe trouxera.

– Que mais cês querem?
– …
– Digam logo, que daqui a pouco vão me levar à força pro camarim.
– Piazzolla, então!

E nos deu um Adiós Nonino com a mesma eletricidade que pôs suas madeixas em riste na memorável capa do álbum que dedicou a Astor. Ao terminar, com o produtor já a olhar com ganas de arrancá-lo do palco, um dos gatos-pingados lhe alcançou um número de telefone:

– Volto hoje para o Rio – explicava-se, enquanto guardava o papelucho na casaca – mas não deixo de te ligar.
– A costela está assando desde que saí de casa. Eu e ela te aguardamos.
– E a cerveja?
– Ela também. Mais gelada que em Moscou.

E foi arrastado para as coxias, de onde voltou para tocar um Tchaikovsky furioso com a Sinfônica de Dogville. Nunca soube se ele, enfim, telefonou para o churrasqueiro. Imagino que sim. Afinal, aquele ex-menino prodígio, de nobre arte forjada no Brasil e burilada na França e na União Soviética, capaz de dialogar com bolcheviques e mencheviques, maragatos e chimangos, cronópios e famas, sempre foi também um perfeito exemplo do que em minha terra se chama de “pau de enchente” –  aquele tipo que, como os galhos de árvores levados pelas enxurradas, vai parando aqui e ali – e nunca perdeu qualquer oportunidade de falar, de ouvir e de aprender.

– Decadente.
– Quê?
– Sim. Olha aí: tá vendendo disco na Caras!
– Eita…

O brasileiro não é gentil com seus heróis, e desancaram o heroico Sr. Pau de Enchente quando ele lançou sua antologia pianística a preços módicos e acessível em qualquer banca de revistas. Onde outros viam dinheirismo e decadência, eu, seu desde sempre tiete, só via generosidade – a mesma que o fez tocar para aquelas centenas, aqueles milhares, aquelas dezenas de milhares de gentes, a brilhar na TV e matar de inveja tantos colegas de ofício, a implodir o Muro da Vergonha entre os assim chamados “erudito” e “popular’, e que o levaria, em seu caminhão-teatro feito Caravana Rolidei, a tocar para compatriotas que nunca tinham visto um piano na vida.

Eu nunca consegui lhe agradecer, que se dirá o bastante – se é que haveria gratidão suficiente para tanta dedicação aos ouvidos de seu país! Até tive oportunidades: afinal, tanto eu quanto Sr. De Enchente escolhemos a mesma ilha para passar nossos últimos anos. Por algum tempo, inclusive, compartimos a mesma praia em que, vez que outra, nossos percursos se cruzavam. Numa delas, ele jogava bola com uma criança que, com um pontapé somado ao vigor do Vento Sul, mandou a redondinha na minha direção. Eu, que tenho dois pés esquerdos, devolvi-a com uma vergonhosa rosca para os devidos donos. Já me conformava com a ideia de ir buscá-la ainda mais longe, quando, antes mesmo dela quicar no chão, aquele torcedor doente do Fluminense Football Club aparou a pelota com um golpe seco que orgulharia o Príncipe Etíope e, com um toque de letra digno de Super Ézio, devolveu-a à remetente.

– Valeu, meu bom!

Craque com as mãos e com os pés, o Pelé e o Garrincha do Piano Brasileiro, gênio da raça: também tocas cada dia melhor! Venero-te tanto que jamais te conseguirei ser crítico. Se os leitores-ouvintes o quiserem, que assim sejam – mas minha homenagem aqui, ela terá só carinho e saudade ❤️.

Em memória de Fluminense Moreira Lima (16 de julho de 1940, Rio de Janeiro – Florianópolis, 30 de outubro de 2024) em seu 85º aniversário.


 

ARTHUR MOREIRA LIMA – MEU PIANO/TRÊS SÉCULOS DE MÚSICA PARA PIANO
Coleção publicada pela Editora Caras entre 1998-99, em 41 volumes
Idealizada por Arthur Moreira Lima
Direção artística de Arthur Moreira Lima e Rosana Martins Moreira Lima

Volume 1: CLÁSSICOS FAVORITOS I

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Transcrição de Myra Hess (1890-1965)
Da Cantata “Herz und Mund und Tat und Leben“, BWV 147:
1 – Coral: Jesus bleibet meine Freude

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Da Sonata para piano no. 11 em Lá maior, K. 331:
2 –  Alla Turca: Allegretto

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Bagatela em Lá menor, WoO 59, “Für Elise”
3 – Poco moto

Carl Maria Friedrich Ernst Freiherr von WEBER (1786-1826)
Da Sonata para piano no. 1 em Dó maior, Op. 24:
4 – Rondo: Presto (“Perpetuum mobile“)

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Das Fantasiestücke, Op. 12:
5 – No. 3: “Warum?”

Ferenc LISZT (1810-1886)
Dos Grandes Estudos de Paganini, S. 141:
6 – No. 3: La Campanella

Jules Émile Frédéric MASSENET (1842-1912)
De Thaïs, ópera em três atos:
7 – Méditation (transcrição do compositor)

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809-1847)
Da Música Incidental para Ein Sommernachtstraum (“Sonho de uma Noite de Verão”), de William Shakespeare, Op. 61:
8 – No. 9: Marcha nupcial (transcrição do compositor)

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
Das Dezoito Peças para piano, Op. 72:
9 – No. 2: Berceuse

Sergei Vasilievich RACHMANINOFF (1873-1943)
Dos Morceaux de Fantaisie, Op. 3:
10 – No. 2: Prelúdio em Dó sustenido menor

Anton Grigorevich RUBINSTEIN (1829-1894)
Das Duas Melodias, Op. 3:
11 – No. 1: Melodia em Fá maior

Alexander Nikolayevich SCRIABIN (1872-1915)
Dos Doze Estudos, Op. 8:
12 – No. 12 em Ré sustenido menor, “Patético”

Achille Claude DEBUSSY (1862-1918)
Da Suite Bergamasque, L. 75:
13 – No. 3: Clair de Lune

Manuel DE FALLA y Matheu (1876-1946)
De El Amor Brujo, balé em um ato:
14 – Dança Ritual do Fogo (transcrição do compositor)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Volume 3: CLÁSSICOS FAVORITOS II

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Transcrição de Ferruccio Busoni (1866-1924)

Da Toccata e Fuga em Ré menor para órgão, BWV 565:
1 – Toccata

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
2 – Sonata em Mi Maior, L. 23 (K. 380)

Carl Philipp Emanuel BACH (1714-1788)
3 – Solfeggietto em Dó menor, H 220, Wq. 117:2

Georg Friedrich HÄNDEL
Da Suíte para Teclado no. 5 em Mi maior, HWV 430:
4 – No. 4: Ária com Variações, “The Harmonious Blacksmith”

Ludwig van BEETHOVEN
5 – Seis Escocesas, WoO 83

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)
6 – Fantasia-Improviso em Dó sustenido menor, Op. 66

Gioachino Antonio ROSSINI (1792-1868)
Das Soirées Musicales:
7 – No. 8: La Danza (Tarantella Napolitana)

Felix MENDELSSOHN
Das Canções sem Palavras:
8 – Allegro non troppo (Op. 53 no. 2) – Allegretto grazioso (Op. 62 no. 6, Frühlingslied) – Presto (Op. 67 no. 4, La Fileuse)

Ferenc LISZT
Dos Liebesträume, Noturnos para piano, S. 541:
9 – No. 3 em Lá bemol maior

Edvard Hagerup GRIEG (1843-1907)
Do Peças Líricas, Livro III, Op. 43:
10 – No. 1: Papillon

Antonín Leopold DVOŘÁK (1841-1904)
Das Oito Humoresques, Op. 101:
11 – No. 7 em Sol bemol maior

Pyotr TCHAIKOVSKY
Das Estações, Op. 37a:
12 – No. 11: Novembro (Troika)

Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)
Das Dez Peças para piano, Op. 12:
13 – No. 2: Gavota em Sol menor

Claude DEBUSSY
14 – La Plus que Lente, L. 121

Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)
Da Suíte Espanhola no. 1, Op. 47:
15 – No. 3: Sevilla

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Volume 12: CLÁSSICOS FAVORITOS III

Johann Sebastian BACH
Concerto em Ré menor, BWV 974 (transcrição do Concerto para oboé de Alessandro Marcello):
1 – Allegro
2 – Adagio
3 – Allegro

Ludwig van BEETHOVEN
Transcrição de Ferenc Liszt (S. 464)
Da Sinfonia no. 5 em Dó menor, Op. 67:
4 – Allegro con brio

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)
Dos Improvisos para piano, Op. 90 (D. 899):
5 – No. 2 em Mi bemol maior

Robert SCHUMANN
6 – Arabeske em Dó maior, Op. 18

Ferenc LISZT
Das Soirées de Vienne d’après Schubert, S. 427:
7 – No. 6: Valse-caprice

Claude DEBUSSY
Das Deux Arabesques, L. 66:
8 – No. 1 em Mi maior

Christian August SINDING (1856-1941)
Das Seis Peças, Op. 32:
9 – No. 3: Frühlingsrauschen

Manuel de FALLA
De La Vida Breve, ópera em dois atos:
10 – Dança Espanhola no. 1 (arranjo do compositor)

Pyotr TCHAIKOVSKY
Das Estações, Op. 37:
11 – No. 6: Junho (Barcarola)

Sergei RACHMANINOFF
Dos Études-Tableaux, Op. 39:
12 – No. 9 em Ré maior

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Arthur Moreira Lima, piano

Gravações realizadas na Saint Philip’s Church em Londres, Reino Unido, em 1998
Piano Steinway and Sons
Engenheiro de som: Peter Nichols
Direção Musical, produção, edição e masterização por Rosana Martins Moreira Lima



Fãs de Arthur encontram-se doravante INTIMADOS a ouvir o podcast “Conversa de Pianista”, do Instituto Piano Brasileiro, em que nosso ídolo conversa com o incrível Alexandre Dias, e que foi ao ar em 2020:

“1ª parte da entrevista do pianista Arthur Moreira Lima a Alexandre Dias, em que ele falou sobre como o piano começou em sua vida, suas primeiras aulas em família, seus primeiros recitais quando criança prodígio, e suas aulas com a grande professora Lúcia Branco, que o levou a participar do I Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro do 1957. Também comentou sobre grandes pianistas a que assistiu nas décadas de 1940 e 1950. Foram mencionados alguns dos assuntos que serão conversados nos próximos episódios, com especial atenção para sua rica discografia, e também sua premiação em importantes concursos internacionais de piano, como o Concurso Chopin (1965), Concurso de Leeds (1969) e o Concurso Tchaikovsky (1970). Nossa homenagem e agradecimento ao grande pianista Arthur Moreira Lima, que em 2020 completa 80 anos”.

Quem apreciar a entrevista encontra-se também intimado a apoiar o Instituto Piano Brasileiro, desde o Brasil ou do Exterior.

Em mais uma homenagem a Fluminense Moreira Lima, oferecer-lhe-emos um álbum de figurinhas com os heróis da final da Copa Rio de 1952, que certamente fizeram Arthurzinho chorar de alegria. Eis o arqueiro Carlos José Castilho, o Castilho (1927-1987).

Vassily

J. S. Bach (1685-1750): Concertos de Brandenburgo (completo) e Suítes Orquestrais (idem) (Pinnock)

J. S. Bach (1685-1750): Concertos de Brandenburgo (completo) e Suítes Orquestrais (idem) (Pinnock)

Mais um post do grande pai – dessa vez os deliciosos Concertos de Brandenburgo.  “Os Concertos de Brandeburgo ou Concertos de Brandenburgo (BWV 1046-1051, título original: Six Concerts avec plusieurs instruments, em alemão: Brandenburgische Konzerte) são uma coleção de seis peças musicais composta por Johann Sebastian Bach entre 1718 – 1721, dedicados e apresentados ao margrave de Brandenburg-Schwedt, Christian Ludwig em 1721. São amplamente considerados como expoentes do barroco na música, além de estar entre os clássicos mais populares. Estes trabalhos foram esquecidos na biblioteca do margrave até sua morte em 1734 quando foram vendidos por poucos centavos. Os concertos foram descobertos em arquivos de Brandemburgo no século XIX sendo publicados em 1850″ (wikipédia). Boa apreciação!

J. S. Bach (1685-1750): Concertos de Brandenburgo (completo) e Suítes Orquestrais (idem) (Pinnock)

DISCO 1

Brandenburg concerto No. 1 in F major, BWV 1046
01. 1 (Without tempo indication)
02. 2 Adagio
03. 3. Allegro
04. 4. Menuetto – Trio I – Polacca – Trio II

Brandenburg concerto No. 2 in F major, BWV 1047
05. 1. (Without tempo indication)
06. 2. Andante
07. 3. Allegro assai

Brandenburg concerto No. 3 in G major, BWV 1048
08. 1. (Without tempo indication)
09. 2. Adagio
10. 3. Allegro

Brandenburg concerto No. 4 in G major, BWV 1049
11. 1. Allegro
12. 2. Allegro
13. 3. Andante
14. 4. Presto

DISCO 2

Brandenburg concerto No. 5 in D major, BWV 1050
01. 1. Allegro
02. 2. Affetuoso
03. 3. Allegro

Brandenburg concerto No. 6 in B flat major, BWV 1051
04. 1. (Without tempo indication)
05. 2. Adagio ma non tanto
06. 3. Allegro

Orchestral Suite No. 1 in C major, BWV 1066
07. 1. Ouverture
08. 2. Courante
09. 3. Gavotte I-II
10. 4. Forlane
11. 5. Menuet I-II
12. 6. Bourrée I-II
13. 7. Passepied I-II

DISCO 3

Orchestral Suite No. 2 in B minor, BWV 1067
01. 1. Ouverture
02. 2. Rondeau
03. 3. Sarabande
04. 4. Bourrée I-II
05. 5. Polonaise
06. 6. Menuet
07. 7. Badinerie
08. 8. Ouverture

Orchestral Suite No. 3 in D major, BWV 1068
09. 1. Ouverture
10. 2. Air
11. 3. Bourrée
12. 4. Gigue

Orchestral Suite No. 4 in D major, BWV 1069
13. 1. Ouverture
14. 2. Bourrée I-II
15. 3. Gavotte
16. 5. Menuet I-II
17. 6. Réjouissance

The English Concert
Trevor Pinnock, regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Bach em pleno turismo tropical
Bach em pleno turismo tropical

Carlinus

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Oberfrank)

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Oberfrank)

A Paixão Segundo Mateus (em alemão Matthäuspassion) é uma das grandes peças compostas pelo grande pai, Johann Sebastian Bach. Trata-se de uma das obras mais excelsas que o ser humano já teve a capacidade de criar. A beleza e a monumentalidade da obra é um desafio à nossa inteligência. Ela possui toda a sofisticação que somente alguém como o maior compositor da música ocidental teria condições de imprimir. Bach baseou-se no Evangelho segundo Mateus para retratar paixão de Cristo – o tema do sofrimento e da morte de Jesus. O compositor possivelmente escreveu a obra em 1727. Parece clichê afirmar isso, mas foi somente em 1829 com Mendelssohn, que houve um resgate esplendoroso da obra de Johann Sebastian. Foi assim que pela primeira vez a obra foi apresentada fora de Leipzig e isso mais de um século depois. Foi aclamada pelo público, assim como o restante da obra de Bach. A gravação que ora apresento não é a de um Tom Koopman, de um Klemperer, de um Gardiner, de um Harnoncourt ou de um Herreweghe. Tentei fugir dessa referência e trouxe essa interpretação alternativa com Géza Oberfrank pela imortal Naxos. Apreciemos. Permitamos que ela nos envolva e nos console.

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – A Paixão Segundo Mateus, BWV 244

DISCO 1

01. Nr. 1 Chor mit Choral (Kommt, ihr Töchter, helft mir klagen!) (7:34)
02. Nr. 2 Rezitativ (Da Jesus diese Rede vollendet hatte) (0:33)
03. Nr. 3 Choral (Herzliebster Jesu, was hast du verbrochen) (0:47)
04. Nr. 4 Rezitativ und Chor (Da versammleten sich die Hohenpriester) (2:49)
05. Nr. 5 Rezitativ (Alt) (Du lieber Heiland du) (0:40)
06. Nr. 6 Arie (Alt) (Buß’ und Reu’) (4:14)
07. Nr. 7 Rezitativ (Da ging hin der Zwölfen einer) (0:30)
08. Nr. 8 Arie (Sopran) (Blute nur, du liebes Herz!) (4:47)
09. Nr. 9 Rezitativ und Chor (Aber am ersten Tage der süßen Brot) (1:48)
10. Nr. 10 Choral (Ich bin’s, ich sollte büßen) (0:50)
11. Nr. 11 Rezitativ (Er antwortete und sprach) (2:44)
12. Nr. 12 Rezitativ (Sopran) (Wiewohl mein Herz in Tränen schwimmt) (1:14)
13. Nr. 13 Arie (Sopran) (Ich will dir mein Herze schenken) (3:39)
14. Nr. 14 Rezitativ (Und da sie den Lobgesang gesprochen hatten) (0:56)
15. Nr. 15 Choral (Erkenne mich, mein Hüter) (0:59)
16. Nr. 16 Rezitativ (Petrus aber antwortete und sprach zu ihm) (1:01)
17. Nr. 17 Choral (Ich will hier bei dir stehen) (1:08)
18. Nr. 18 Rezitativ (Da kam Jesus mit ihnen zu einem Hofe) (1:32)
19. Nr. 19 Rezitativ (Tenor) mit Choral (O Schmerz!) (1:35)
20. Nr. 20 Arie (Tenor) mit Chor (Ich will bei meinem Jesu wachen) (5:25)
21. Nr. 21 Rezitativ (Und ging hin ein wenig) (0:42)
22. Nr. 22 Rezitativ (Bass) (Der Heiland fällt vor seinem Vater nieder) (0:47)
23. Nr. 23 Arie (Bass) (Gerne will ich mich bequemen) (4:27)
24. Nr. 24 Rezitativ (Und er kam zu seinen Jüngern) (1:13)
25. Nr. 25 Choral (Was mein Gott will) (1:27)
26. Nr. 26 Rezitativ (Und er kam und fand sie aber schlafend) (2:12)
27. Nr. 27 Arie mit Chor (So ist mein Jesus nun gefangen) (3:50)
28. Nr. 28 Rezitativ (Und siehe, einer aus denen) (2:02)
29. Nr. 29 Choral (O Mensch, bewein dein Sünde groß) (6:04)

DISCO 2

01. Nr. 30 Arie (Alt) mit Chor (Ach, nun ist mein Jesus hin!) (3:32)
02. Nr. 31 Rezitativ (Die aber Jesum gegriffen hatten) (0:52)
03. Nr. 32 Choral (Mir hat die Welt trüglich gericht’) (0:50)
04. Nr. 33 Rezitativ (Und wiewohl viel falsche Zeugen) (1:05)
05. Nr. 34 Rezitativ (Tenor) (Mein Jesus schweight zu falschen Lügen stille) (0:53)
06. Nr. 35 Arie (Tenor) (Geduld! Geduld!) (3:26)
07. Nr. 36 Rezitativ und Chor (Und der Hohepriester antwortete und sprach zu ihm) (2:03)
08. Nr. 37 Choral (Wer hat dich so geschlagen) (0:51)
09. Nr. 38 Rezitativ und Chor (Petrus aber saß draußen im Palast) (2:14)
10. Nr. 39 Arie (Alt) (Erbarme dich, mein Gott!) (7:06)
11. Nr. 40 Choral (Bin ich gleich von dir gewichen) (1:14)
12. Nr. 41 Rezitativ und Chor (Des Morgens aber hielten alle Hohepriester) (1:48)
13. Nr. 42 Arie (Bass) (Gebt mir meinen Jesum wieder!) (3:30)
14. Nr. 43 Rezitativ (Sie hielten aber einen Rat) (1:51)
15. Nr. 44 Choral (Befiehl du deine Wege) (1:12)
16. Nr. 45 Rezitativ und Chor (Auf das Fest aber hatte der Landpfleger Gewohnheit) (2:21)
17. Nr. 46 Choral (Wie wunderbarlich ist doch diese Strafe!) (0:47)
18. Nr. 47 Rezitativ (Der Landpfleger sagte) (0:11)
19. Nr. 48 Rezitativ (Sopran) (Er hat uns allen wohlgetan) (1:00)
20. Nr. 49 Arie (Sopran) (Aus Liebe will mein Heiland sterben!) (4:49)
21. Nr. 50 Rezitativ und Chor (Sie schrieen aber noch mehr und sprachen) (1:52)
22. Nr. 51 Rezitativ (Alt) (Erbarm es Gott!) (0:48)
23. Nr. 52 Arie (Alt) (Können Tränen meiner Wangen Nichts erlangen) (6:26)

DISCO 3

01. Nr. 53 Rezitativ und Chor (Da nahmen die Kriegsknechte des Landpflegers Jesum zu sich in das Richthaus) (1:01)
02. Nr. 54 Choral (O Haupt voll Blut und Wunden) (2:25)
03. Nr. 55 Rezitativ (Und da sie ihn verspottet hatten) (0:44)
04. Nr. 56 Rezitativ (Bass) (Ja! freilich will in uns das Fleisch und Blut) (0:32)
05. Nr. 57 Arie (Bass) (Komm, süßes Kreuz, so will ich sagen) (6:27)
06. Nr. 58 Rezitativ und Chor (Und da sie an die Stätte kamen mit Namen Golgatha) (3:22)
07. Nr. 59 Rezitativ (Alt) (Ach Golgatha, unsel’ges Golgatha!) (1:13)
08. Nr. 60 Arie (Alt) mit Chor (Sehet, Jesus hatdie Hand) (3:13)
09. Nr. 61 Rezitativ und Chor (Und von der sechsten Stunde an war eine Finsternis über das ganze Land) (2:02)
10. Nr. 62 Choral (Wenn ich einmal soll scheiden) (1:27)
11. Nr. 63 Rezitativ und Chor (Und siehe da, der Vorhang im Tempel) (2:14)
12. Nr. 64 Rezitativ (Bass) (Am Abend, da es kühle war) (1:24)
13. Nr. 65 Arie (Bass) (Mache dich, mein Herze rein) (7:44)
14. Nr. 66 Rezitativ und Chor (Und Joseph nahm den Leib) (2:20)
15. Nr. 67 Rezitativ (Solisten und Chor) (Nun ist der Herr zur Ruh gebracht) (1:37)
16. Nr. 68 Chor (Wir setzen uns mit Tränen nieder) (6:27)

József Mukk, evangelist
István Gáti, Jesus
Judit Németh, first Witness
Peter Köves, Judas
Péter Cser, Pilatos
Ferenc Korpás, First High Priest
Rózsa Kiss, Pilate’s Wife
Hungarian State Symphony Orchestra
Hungarian Festival Choir
Children’s Choir Of The Hungarian Radio
János Remémyi, chorus Master
Géza Oberfrank, regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

São Mateus, dizem.
São Mateus, dizem.

Carlinus

J. S. Bach (1685-1750): Alles mit Gott (Gardiner)

J. S. Bach (1685-1750): Alles mit Gott (Gardiner)

Grande sucesso de vendas, este CD é um dos melhores lançamentos da discografia mais recente. Ignoro qual foi a inspiração ou motivação para este lançamento de grandes árias e corais de Bach, o que sei é que é um CD raro por sua qualidade e pela originalidade da coletânea. As maravilhosas vozes envolvidas e a orquestra de Gardiner garante um disco perfeito com seus mais notáveis momentos nas faixas 1, 7, 8 e 10. Obrigatório baixar este CD que foi presenteado ao blog por um de nossos leitores-ouvintes. Desconheço outra introdução melhor e mais “alternativa” à música vocal de meu pai. Repito: desconheço a história ou motivação deste disco, apenas atesto-lhe a imensa qualidade.

J. S. Bach (1685-1750): Alles mit Gott (Gardiner)

Alles Mit Gott Und Nichts Ohn’ Ihn, BWV 1127
1 Birthday Ode For Duke Wilhelm Ernst of Saxe-Weimar, 1713

Cello – Alison McGillivray
Lute – David Miller (7)
Organ – Silas John Standage*
Soprano Vocals – Elin Manahan Thomas
12:20
From The Bach Cantata Pilgrimage:
Himmelskönig, Sei Willkommen, BWV 182
2 No. 1 Sinfonia

Recorder – Catherine Latham
Violin – Maya Homburger
2:05
3 No. 2 Coro – Himmelskönig, Sei Willkommen 3:06
Widerstehe Doch Der Sünde, BWV 54
4 No. 1 Aria – Widerstehe Doch Der Sünde

Alto Vocals – Nathalie Stutzmann
8:08
Gott Ist Mein König, BWV 71
5 No. 7 Coro – Du Wolltest Dem Feinde 3:26
Mein Gott, Ach Wie Lange? BWV 155
6 No. 4 Aria – Wirf, Mein Herze, Wirf Dich Noch

Soprano Vocals – Joanne Lunn
2:19
Jesu, Der Du Meine Seele, BWV 78
7 No. 2 Aria (Duetto) – Wir Eilen Mit Schwachen

Alto Vocals – Robin Tyson
Soprano Vocals – Malin Hartelius
4:32
Singet Dem Herrn Ein Neues Lied, BWV 190
8 No. 5 Aria (Duetto) – Jesus Soll Mein Alles Sein

Bass Vocals – Peter Harvey
Tenor Vocals – James Gilchrist
Viola d’Amore – Katherine McGillivray
3:40
Süßer Trost, Mein Jesus Kömmt, BWV 151
9 No. 1 Aria – Süßer Trost, Mein Jesus Kömmt

Flute – Rachel Beckett
Soprano Vocals – Gillian Keith
10:01
Sehet! Wir Gehen Hinauf Gen Jerusalem, BWV 159
10 No. 4 Aria – Es Ist Vollbracht

Bass Vocals – Peter Harvey
Oboe – Xenia Löffler
7:31
11 No. 5 Choral – Jesu, deine Passion 1:40

Composer: Johann Sebastian Bach
Conductor: John Eliot Gardiner
Performer: Peter Harvey, Alison McGillivray, Rachel Beckett, David Miller, English Baroque Soloists

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Fantasia in C minor; Two-Part Inventions; Three-Part Inventions; Chromatic Fantasia & Fugue

J. S. Bach (1685-1750): Fantasia in C minor; Two-Part Inventions; Three-Part Inventions; Chromatic Fantasia & Fugue

Pois é, mais um desta série que irá longe. Não sou um apaixonado pelas curtas Invenções em duas e três partes para teclado, mas a Fantasia que abre o CD e a Fantasia e Fuga Cromática que o fecha são absolutamente matadoras, de absurda beleza. Vocês podem pensar que somos doidos varridos, mas eu e minha mulher dançamos a Fantasia BWV 906 aqui na sala de casa. Nada nos impedia e não havia ninguém nos filmando para depois colocar no YouTube… Então, tudo bem! Vocês podem tentar, afinal o domingo é um bom dia para loucuras.

J. S. Bach (1685-1750):
Fantasia in C minor; Two-Part Inventions; Three-Part Inventions;
Chromatic Fantasia & Fugue

1. Fantasia In C Minor, BWV906
2. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 1 In C Major
3. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 2 In C Minor
4. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 3 In D Major
5. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 4 In D Minor
6. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 5 In E Flat Major
7. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 6 In E Major
8. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 7 In E Minor
9. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 8 In F Major
10. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 9 In F Minor
11. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 10 In G Major
12. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 11 In G Minor
13. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 12 In A Major
14. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 13 In A Minor
15. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 14 In B Flat Major
16. Fifteen Two-Part Inventions, BWV772-786: Invention 15 In B Minor
17. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 1 In C Major
18. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 2 In C Minor
19. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 3 In D Major
20. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 4 In D Minor
21. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 5 In E Flat Major
22. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 6 In E Major
23. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 7 In E Minor
24. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 8 In F Major
25. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 9 In F Minor
26. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 10 In G Major
27. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 11 In G Minor
28. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 12 In A Major
29. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 13 In A Minor
30. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 14 In B Flat Major
31. Fifteen Three-Part Sinfonias (Inventions), BWV787-801: Sinfonia 15 In B Minor
32. Chromatic Fantasia And Fugue In D Minor, BWV903: Fantasia
33. Chromatic Fantasia And Fugue In D Minor, BWV903: Fugue

Angela Hewitt, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Um super show, Angie.
Um super show, Angie.

PQP (postagem original de 2017)

J. S. Bach e A. Vivaldi: Magnificat & Concerti

J. S. Bach e A. Vivaldi: Magnificat & Concerti

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O que pode acontecer quando Jordi Savall resolve fazer um concerto com repertório de Bach e Vivaldi e convida Pierre Hantaï e Pablo Valetti (do Café Zimmermann) e mais a La Capella Reial de Catalunya para participarem dele? E ainda toca sua viola da gamba? Bem, meus caros, quem não consegue imaginar o resultado ouça o disco para comprovar a perfeição e adentrar no nirvana. Este concerto foi gravado ao vivo em 2013 na Capela Real de Versalhes e eu sugiro que você não apenas ouça como decore cada nota.

J. S. Bach e A. Vivaldi: Magnificat & Concerti

01 – Antonio Vivaldi – Concerto con 2 violini e viola da gamba, archi e continuo, RV 578 I. Adagio e spiccato – Allegro
02 – Antonio Vivaldi – Concerto con 2 violini e viola da gamba, archi e continuo, RV 578 II. Larghetto
03 – Antonio Vivaldi – Concerto con 2 violini e viola da gamba, archi e continuo, RV 578 III. Allegro

04 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 I. Magnificat
05 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 II. Et exultavit
06 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 III. Et misericordia eius
07 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 IV. Fecit potentiam
08 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 V. Deposuit potentes
09 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 VI. Esurientes
10 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 VII. Suscepit Israel
11 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 VIII. Sicut locutus est
12 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 IX. Gloria Patri
13 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610 X. Sicut erat in principio

14 – Johann Sebastian Bach – Concerto pour clavecin en Re mineur, BWV 1052 I. Allegro
15 – Johann Sebastian Bach – Concerto pour clavecin en Re mineur, BWV 1052 II. Adagio
16 – Johann Sebastian Bach – Concerto pour clavecin en Re mineur, BWV 1052 III. Allegro

17 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 I. Magnificat
18 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 II. Et exultavit
19 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 III. Quia respexit
20 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 IV. Omnes generationes
21 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 V. Quia fecit mihi magna
22 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 VI. Et misericordia
23 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 VII. Fecit potentiam
24 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 VIII. Deposuit potentes
25 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 IX. Esurientes
26 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 X. Suscepit Israel
27 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 XI. Sicut locutus est
28 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243 XII. Gloria Patri

Personnel:
Hanna Bayodi-Hirt, Johannette Zomer soprano / Damien Guillon – contreténor / David Munderloh – ténor / Stephan MacLeod – baryton

La Capella Reial de Catalunya
et participants sélectionnés de la IIIe Académie 2013

Le Concert des Nations
Pierre Hantaï – clavecin
Manfredo Kraemer, Pablo Valetti – violini concertanti

Jordi Savall – viole de gambe et direction

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Jordi Savall ePierre Hantaï: Talento demais para poucos pixels.
Jordi Savall ePierre Hantaï: Talento demais para tão poucos pixels.

PQP (2016)

J. S. Bach: 7 Toccatas BWV 910-916 (C. Jaccottet, cravo)

Após repostar os discos que aparecem logo abaixo neste blog, com as Toccatas de Bach em pianos modernos, resolvi ouvir no Youtube algumas gravações de cravistas. Pinnock: muito bom. Esfahani: muito bom. Até aí, nenhuma surpresa. A surpresa veio com essa gravação feita nos anos 1990 pela cravista suíça que não é tão famosa assim. Os mais velhos talvez se lembrarão do nome dela acompanhando Arthur Grumiaux nas sonatas de Bach para violino e cravo. Mas as gravações solo dela parecem ser um segredo guardado por poucos aficcionados.

Os timbres do cravo variam bastante entre as toccatas. Assim como os andamentos. Como alguém que ouviu com alguma atenção as várias toccatas de Alessandro Scarlatti (aqui), dou o meu palpite sobre esse enigmático gênero barroco: não se trata de exercícios para demonstrar virtuosismo. Não se trata de “se amostrar”. A grande questão na toccata é a liberdade da fantasia, o inesperado, a surpresa: pouco adianta analisar a competência (ou incompetência) do contraponto nos momentos fugato – há uma entrevista de Gould, citada no libreto do disco recém re-postado, na qual ele critica o contraponto do jovem Bach autor das toccatas em comparação com o autor maduro do Cravo Bem Temperado. Esse tipo de crítica é bem irrelevante quando se trata de toccata barroca: o importante aqui é a invenção, até um certo gosto pelas colagens de trechos que não combinam muito entre si: aqui uma fuga, ali umas escalas soltas, depois uma parada dramática seguida de nova fuga… Estamos longe das grandes formas cheias de simetrias e estamos perto do… coração? ou ao menos perto da liberdade dos dedos do cravista J.S. Bach, mas dedos que – repito – estão menos preocupados em se amostrar e mais preocupados em se divertir.

J.S. Bach: Toccatas
1. Toccata BWV 910
2. Toccata BWV 911
3. Toccata BWV 912
4. Toccata BWV 913
5. Toccata BWV 914
6. Toccata BWV 915
7. Toccata BWV 916

Christiane Jaccottet, cravo

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Estátua de Bach em Weimar, onde ele provavelmente escreveu as Toccatas

Pleyel

J. S. Bach (1685-1750): 7 Toccatas BWV 910-916 (G. Gould)

J. S. Bach (1685-1750): 7 Toccatas BWV 910-916 (G. Gould)

00

IM-PER-DÍ-VEL !!!! é pouco para esta criação e recreação de Glenn Gould. Talvez seja a mais radical experiência do pianista com seu amado Bach. Aqui, ele usa da mesma ousadia que utilizou com Mozart e Wagner e o resultado é estupendo. Conheci Gould através destas gravações onde ele canta enquanto toca e nas quais as partes lentas se arrastam e as rápidas voam. Glenn Gould obedeceu ao significado do termo “Toccata” de forma exemplar: afinal, a Toccata) é um gênero que enfatiza a destreza do intérprete. São composições para teclado nas quais uma das mãos e depois a outra realizam corridas virtuosísticas e brilhantes passagens em cascata contra uma acompanhamento de acordes na outra mão. A tocata barroca tem mais seções e aumentou de tamanho, intensidade e virtuosidade em relação à versão Renascentista, com frequência possui corridas rápidas e arpejos alternando com acordes ou seções de fuga. Algumas vezes falta a indicação regular de tempo e quase sempre tem um sentido de improvisação. Podem acreditar: Glenn Gould entendeu direitinho o espírito da coisa.

Indico fortemente este CD a todos os pequepianos.

J. S. Bach (1685-1750): 7 Toccate BWV 910-916 (Glenn Gould 1963/79/80)

01.Toccata in re maggiore BWV 912 (14:01)
02.Toccata in fa diesis minore BWV 910 (11;43)
03.Toccata in re minore BWV 913 (17:08)

01.Toccata in do minore BWV 911 (11:13)
02.Toccata in sol minore BWV 915 ((8:44)
03.Toccata in sol maggiore BWV 916) (8:52)
04.Toccata in mi minore BWV 914 (8:39)

Glenn Gould, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Gould + Bach: costuma dar certo
Gould + Bach: costuma dar certo

PQP (postagem revalidada por Pleyel)

J. S. Bach: Todas as Toccatas (Laurent Cabasso)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Minha mentalidade de quinta série não sossegou enquanto não conheceu Cabasso. Esta é a primeira entrada dele em nosso blog. Antes, ele arrebentou na minha casa com enorme sucesso. Cabasso é um pianista que aborda as amadas Toccatas de Bach com competência e originalidade. As Toccatas para Teclado, BWV 910–916, são sete obras escritas originalmente para cravo. Embora as peças não tenham sido originalmente organizadas em uma coleção pelo próprio Bach (como a maioria de suas outras obras para teclado, como o Cravo Bem Temperado e as Suítes Inglesas, Francesas, etc.), elas compartilham muitas semelhanças e são frequentemente agrupadas e executadas juntas sob um título coletivo. As primeiras fontes das Toccatas BWV 910, 911 e 916 aparecem em manuscritos de 1707 — quando Bach tinha 22 anos — e 1713. As obras têm seções altamente contrastantes, rapsódicas e passagens em fugas, em oposição ao formato mais familiar de prelúdio e fuga de dois movimentos.

J. S. Bach: Todas as Toccatas (Laurent Cabasso)

1. Toccata in G Major, BWV 916 (07:15)
2. Toccata in C Minor, BWV 911 (10:44)
3. Toccata in D Minor, BWV 913 (12:39)
4. Toccata in E Minor, BWV 914 (07:21)
5. Toccata in F-Sharp Minor, BWV 910 (10:47)
6. Toccata in G Minor, BWV 915 (08:18)
7. Toccata in D Major, BWV 912 (10:33)

Laurent Cabasso, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Finalmente, a aguardada estreia de Cabasso no PQP Bach

PQP (post original de 2021)

J.S. Bach (1685-1750): Cantata do Café e dos Camponeses (Hogwood)

J.S. Bach (1685-1750): Cantata do Café e dos Camponeses (Hogwood)

Esplêndido CD com Emma Kirkby — musa ruiva preferencial de FDP Bach — em grande forma. Junto com ela e também na ponta dos cascos, a Academy of Ancient Music sob a direção de Christopher Hogwood. Um disco já antiguinho, mas delicioso com as duas Cantatas profanas mais famosas de nosso pai. Se você ouvir bem, sairá cantarolando as melodias por todo o fim-de-semana. Elas grudam, viu?

Schlendrian é um pai grosseiro e está preocupadíssimo porque sua filha Lieschen entregou-se à nova mania de tomar café. Todas as promessas e ameaças para desviá-la de tão detestável hábito foram infrutíferas até que, para dissuadi-la, ofereceu-lhe um marido. Lieschen aceita a idéia com entusiasmo e o pai parte apressadamente para conseguir-lhe um. Esta é a idéia principal da Cantata do Café, obra cômica de J. S. Bach, uma mini-ópera, que foi apresentada entre 1732 e 1735 na Kaffeehaus de Zimmermann, em Leipzig. A primeira Kaffeehaus da cidade foi aberta em 1694 — o café chegara à Alemanha em 1670 — e em 1735 a burguesia podia escolher entre oito privilegiadas casas.

A Kaffeekantate, BWV 211, foi encomendada a Bach por Zimmermann e é, em parte, uma ode ao produto (sim, puro merchandising) e, de outra parte, uma punhalada no movimento existente na Alemanha para impedir seu consumo pelas mulheres. Acreditava-se que o “negro veneno” pudesse causar descontrole e esterilidade ao sexo frágil, mas Bach, em troca do pagamento de Zimmermann, ignorou estes terríveis perigos. Senão, talvez não musicasse uma ária que diz: “Ah, como é doce o seu sabor. / Delicioso como milhares de beijos, / mais doce que um moscatel. / Eu preciso de café”; e nem nos brindaria com estas delicadezas…: “Paizinho, não sejas tão mau. / Se eu não beber meu café / as minhas curvas vão secar / as minhas pernas vão murchar / ninguém comigo irá casar”.

Bach aprendera muito bem, em sua vida familiar e em seu trabalho como professor, que influenciar os jovens não era assim tão fácil. Portanto, adicionou um recitativo no qual os planos de Lieschen são revelados: o homem que quiser casar com ela terá de consentir numa cláusula: o contrato matrimonial preverá que ela possa tomar café sempre que lhe apetecer.

No final, há um breve coro de três cantores, onde o café e a evolução são admitidos como coisas inevitáveis. Esta Cantata — ao lado de outras poucas obras vocais profanas — é uma evidente exceção na obra de Bach. O compositor, que possui a injusta fama de sério, aceitou o convite de Zimmermann para compor uma propaganda de seu Café e, como quase sempre fazia, produziu uma obra-prima, uma pequena comédia que funciona tanto no palco quanto nas salas de concertos. O efeito da primeira apresentação deve ter sido consideravelmente ampliado pelo fato de que às mulheres não era permitido cantar em cafés (nem em igrejas) e o papel de Lieschen foi, provavelmente, interpretado por um cantor em falsete. Bach, com o auxílio do poeta Picander, construiu dois personagens muito humanos e verossímeis: um pai resmungão e rústico e uma filha obstinada e cheia de caprichos. O compositor parece estar à vontade ao traçar a caricatura do pai com o baixo pesado, os ritmos acentuados e a prescrição con pompa, enquanto os violinos rosnam para indicar seu temperamento irascível.

Quando ele ameaça privar Lieschen de sua saia-balão de última moda, Bach indica seu tremendo diâmetro de forma escandalosa. A ária de Lieschen em louvor ao café é convencional, tão convencional que parece que o compositor quer insinuar que ela futilmente adotara tal hábito apenas para seguir a moda, o que seria um gol contra para Zimmermann. Entretanto, seu entusiasmo por um possível marido não é simulado… A alegria expressa na melodia em ritmo de dança popular é contagiosa. Para os puristas, o divino e sacro Bach chega a ser grosseiro: afinal, quando Lieschen diz que quer um amante fogoso e robusto, os violinos e as violas silenciam, como para deixar bem clara aos ouvintes a afirmativa sem rodeios. O Café Zimmermann deve ter vindo abaixo…

J.S. Bach (1685-1750): Cantata do Café e dos Camponeses

1. “Coffee Cantata” BWV211 – Schweigt stille, plaudert nicht…Hat man nicht mit seinen Kindern 4:10
2. “Coffee Cantata” BWV211 – Ei! wie schmeckt der Coffee susse 5:08
3. “Coffee Cantata” BWV211 – Mädchen, die von harten Sinnen 3:49
4. “Coffee Cantata” BWV211 – Heute noch 7:06 Album Only
5. “Coffee Cantata” BWV211 – Die Katze lässt das Mausen nicht 4:24

6. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 1. Ouverture The Academy of Ancient Music 2:10
7. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 2-3. Mer hahn en neue Oberkeet…Nu, Mieke, gib dein Guschel immer her 1:18
8. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 4-5 Ach es schmeckt doch gar zu gut 1:20
9. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 6-7. Ach, Herr Schösser, geht nicht gar zu schlimm 1:34
10. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 8-9. Unser trefflicher, lieber Kammerherr 2:06
11. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 10-11: Das ist galant, es spricht niemand 1:51
12. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 12-13. Fünfzig Taler bares Geld 1:08
13. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 14-15: Klein-Zsocher müsse so zart und süße 5:51
14. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 16-17: Es nehme zehntausend Dukaten 0:58
15. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 18-19: Gib, Schöne, viel Söhne 0:48
16. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 20-21: Dein Wachstum sei feste 5:57
17. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 22. Arie: Und daß ihr’s alle wißt 1:12
18. Mer hahn en neue Oberkeet Cantata, BWV 212 “Peasant Cantata” – 24. Chor (Duetto): Wir gehn nun, wo der Dudelsack 1:04

Emma Kirkby
David Thomas
Academy of Ancient Music
Christopher Hogwood

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Esses aí não conseguem mais parar de tomar café nem de cantar. Vicia.
Esses aí não conseguem mais parar de tomar café. Nem de cantar. É que vicia.

PQP